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DIFUSÃO Ana Paula A. Manfridini Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Difusão - transporte de massa por movimento atômico. (Autodifusão e Interdifusão) Mecanismos • Sólidos – difusão por lacunas ou difusão intersticial. Os átomos de um metal puro não estão em repouso. Acima de 0 K, os átomos vibram em torno das suas posições de equilíbrio no reticulado e,além disto, poderiam trocar de posição entre si. Este último fenômeno é denominado autodifusão. É impossível detectar através de mudanças composicionais. Frequência de Debye: 1013 a 10 14 s-1 Mudança de posição: 100 milhões de vezes por segundo (CFC e HC). Dados: Padilha, 2000 Autodifusão Interdifusão Ambos os elementos se interpenetram e variam a concentração em função da posição. Em uma liga, os átomos tendem a migrar de regiões de elevada concentração para regiões de baixa concentração. Par de difusão O mecanismo de troca de lugar com lacunas parece ser o mais provável para explicar a movimentação atômica nas soluções sólidas substitucionais. A taxa de difusão depende da concentração de lacunas. Difusão por lacuna No caso das soluções sólidas intersticiais, a passagem do átomo intersticial entre os átomos da rede é o mecanismo mais provável. A difusão de átomos intersticiais é mais rápida que a difusão de átomos substitucionais, para o mesmo metal base. Difusão intersticial Aplicações Fonte: Godefroid, (UFOP) Aplicações Dopagem de silício com fósforo para semicondutores do tipo n. Prensagem e sinterização: consolidação de pequenas partículas de pó em uma massa sólida, com redução do volume de poros entre elas. Difusão e fluência: a degradação de materiais submetidos a carregamento mecânico em elevadas temperaturas ocorre por migração atômica. Purificação de gases através de chapas metálicas. Difusão em Estado Estacionário A quantidade de um elemento que é transportado para o interior de outro elemento é uma função do tempo. A taxa de transferência de massa é dada pelo fluxo de difusão (J). Onde: J: fluxo de difusão (at/m2.s ou kg/m2.s); M: massa; A: área através da qual a difusão ocorre; t: tempo de difusão decorrido. Difusão em Estado Estacionário Perfil de concentração Fonte: Godefroid (UFOP) Difusão em Estado Estacionário Difusão em Estado Estacionário Coeficiente de Difusão (D) Coeficiente de Difusão para alguns elementos Gráfico do logaritmo do coeficiente de difusão em função do inverso da temperatura absoluta para diferentes materiais. Exemplo: Difusão de um gás por uma placa metálica. As pressões do componente em difusão em ambas as superfícies da placa são mantidas constantes Uma placa de ferro está exposta a 700ºC a uma atmosfera carbonetante (rica em carbono) em um de seus lados e a uma atmosfera descarbonetante (deficiente em carbono) no outro lado. Se uma condição de regime estacionário é atingida, calcule o fluxo de difusão do carbono através da placa, dado que as concentrações de carbono nas posições a 5 e a 10 mm abaixo da superfície carbonetante são 1,2 e 0,8 kg/m3 , respectivamente. Considere um coeficiente de difusão de 3x10-11 m2/s nessa temperatura. Exemplo 1: Difusão em Estado Não- Estacionário A maioria das situações práticas de difusão ocorrem em estado não estacionário. O fluxo de difusão e o gradiente de concentração dependem do tempo. É usada a segunda lei de Fick. Condições de contorno devem ser especificadas para cada caso. Segunda Lei de Fick. Perfis de concentração para difusão em estado não estacionário em três tempos diferentes. Uma solução importante na prática é para um sólido semi-infinito. São adotadas as seguintes hipóteses: • Antes da difusão, todos os átomos do soluto em difusão presentes no sólido estão uniformente distribuídos com uma concentração C0. • O valor de x na superfície é zero e aumenta com a distância para dentro do sólido. •O tempo zero é tomado como instante imediatamente anterior ao início do processo de difusão. Temos a seguinte solução: Difusão em Estado Não- Estacionário Cx representa a concentração em uma profundidade x decorrido um tempo t. Difusão em Estado Não- Estacionário Difusão em Estado Não- Estacionário Exemplo 2: Para algumas aplicações, torna-se necessário endurecer a superfície de um aço a níveis superiores aos que existem no seu interior. Uma das maneiras de se conseguir isso é através de um aumento na concentração de carbono na superfície do material, através de processo denominado carbonetação. A peça de aço é exposta, sob uma temperatura elevada, a uma atmosfera rica em um hidrocarboneto gasoso, tal como o metano (CH4). Considere uma dessas ligas contendo uma concentração inicial uniforme de carbono de 0,25%p e que deve ser tratada a 950ºC. Se a concentração de carbono na superfície for repentinamente elevada e mantida em 1,20%p, quanto tempo será necessário para atingir um teor de carbono de 0,80%p em uma posição localizada 0,5 mm abaixo da superfície? O coeficiente de difusão do carbono no ferro sob essa temperatura é de 1,6 X 10-11 m2 /s; considere a peça como semi-infinita.
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