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Tema 05 - Teorias minimalistas de democracia

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29/07/2023, 17:29 Teorias minimalistas de democracia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07280/index.html# 1/40
Teorias minimalistas de democracia
Prof. Paulo Joaquim
Descrição
Você vai entender o desenvolvimento e as características da chamada teoria minimalista da democracia, corrente de pensamento que fundamenta
boa parte das discussões atuais sobre os governos democráticos.
Propósito
Entender como as características das ideias minimalistas da democracia possibilitam uma melhor compreensão do cenário político nacional e
internacional.
Objetivos
Módulo 1
Teoria clássica da democracia
Identificar as diferentes concepções agrupadas na teoria clássica da democracia.
Módulo 2
Crítica da teoria clássica da democracia por Schumpeter
Reconhecer as críticas feitas contra a teoria clássica da democracia.
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Módulo 3
Teoria minimalista de democracia de Schumpeter
Identificar as características básicas da teoria minimalista da democracia.
Módulo 4
Democracia minimalista contemporânea em Przeworski
Reconhecer a democracia como método pacífico de escolha de governantes.
Introdução
A democracia é o sistema de governo predominante no mundo atual. Se analisarmos as civilizações e sociedades ao longo da história, veremos que
nem sempre foi assim. Durante a maior parte do tempo, os países viveram sob regimes absolutistas ou autoritários.
A democracia como forma principal de governo no mundo é um fenômeno recente, que ocorre, em especial, depois da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Apesar disso, a democracia enquanto uma teoria é bem antiga.
O termo democracia surgiu na Grécia Antiga. Porém, na prática, a democracia grega era bem diferente da que conhecemos hoje, uma vez que a
participação era restrita a um número pequeno de cidadãos. Somente nos séculos XVIII e XIX, alguns filósofos começaram a idealizar uma forma de
governo da qual a maior parte da população pudesse participar e decidir os rumos de suas nações. Esses filósofos acreditavam na racionalidade do
indivíduo e na sua autonomia, dando origem à chamada teoria clássica da democracia.
Já no século XX, outros autores começaram a criticar o pensamento dos chamados clássicos. Isso porque a democracia proposta pelos clássicos
não se verificava na realidade, além de talvez nunca poder ser implementada. Segundo esses críticos, a teoria democrática deveria ser construída
baseada na realidade, sem juízos de valor ou ideais abstratos.
A partir desses críticos da teoria clássica, é inaugurada a corrente das teorias minimalistas da democracia. Os autores dessa tradição têm em
comum a ideia de que a democracia é apenas um método para escolher e trocar governantes.
Neste estudo, primeiro iremos analisar as principais ideias da teoria clássica da democracia. Em seguida, vamos avaliar as críticas feitas aos
clássicos, além das proposições da teoria minimalista da democracia. Por fim, distinguiremos as características da democracia minimalista na sua
formulação e nos usos atuais.
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1 - Teoria clássica da democracia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as diferentes concepções agrupadas na teoria
clássica da democracia.
Breve histórico da democracia
A palavra democracia tem sua origem na Grécia Antiga, cerca de 500 anos AEC. Como um regime político, foi adotada em Atenas, entre os séculos
VI e V AEC. Contudo, a experiência democrática foi um fenômeno característico somente de Atenas e não chegou a ocorrer nas outras cidades-
Estados.
Comentário
É importante lembrar que, naquele período, o que entendemos por Grécia não era um país unificado como conhecemos hoje. Na verdade, a própria
concepção de Estado, enquanto uma autoridade suprema em um território, ainda não existia. Esse fenômeno irá ocorrer apenas séculos mais tarde
com as unificações nacionais e o monopólio de poder em uma estrutura nacional.
Na região da atual Grécia e em seu redor, existia um conjunto de cidades-Estados, frequentemente chamadas de pólis, que eram independentes
umas das outras.
Mapa da Grécia Antiga.
Assim como pequenos Estados, as pólis possuíam leis, administração financeira e política, costumes e exércitos próprios. Além de Atenas, outros
exemplos de cidades-Estados são Creta, Esparta, Tebas e Troia.
Como já sabemos, a democracia foi implementada como forma de governo somente em Atenas.
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
Ao pensar em um regime democrático, pode vir à sua mente a ideia de um grupo de pessoas debatendo e decidindo conjuntamente, da mesma
forma que imaginamos os filósofos gregos em suas conversas.
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Mas, na prática, a democracia era bem restrita. A sociedade grega possuía uma grande quantidade de escravizados, indivíduos que eram
excluídos da democracia, assim como as mulheres e os estrangeiros.
Somente uma pequena parcela de homens nascidos em Atenas, de pais atenienses, podiam participar de debates e decisões em conjunto.
Curiosidade
Você conhece a música Mulheres de Atenas, composta por Chico Buarque e Augusto Boal durante a ditatura militar no Brasil? Com uma linguagem
poética e uma perspicácia própria de Chico, é feita uma comparação entre as mulheres atenienses e as brasileiras que, mesmo em épocas
bastantes distintas, viviam sob uma sociedade patriarcal, sem voz e direitos: “[...] Elas não têm gosto ou vontade / Nem defeito, nem qualidade /
Têm medo apenas / Não têm sonhos, só têm presságios”.
A concepção atual de democracia é bastante recente, embora a palavra seja antiga. Vamos acompanhar alguns fatos interessantes sobre a história
da democracia?

A democracia no século XVIII
Ao pensar em democracia, você deve imaginar situações como as eleições, a participação em decisões importantes ou até mesmo a
máxima de “governo do povo”. Essa ideia surgiu nos séculos XVIII e XIX, quando alguns filósofos, inspirados na democracia grega,
começaram a desenvolver um conceito de democracia cujas bases fossem a participação dos indivíduos e o bem comum.
A democracia em 1789
Com o fim dos regimes absolutistas e a eclosão da Revolução Francesa (1789), a ideia de que os seres humanos são iguais, possuem
autonomia e agem de acordo com a razão ganhou força. Isso contribuiu para se pensar em um governo com participação política da
população, em igualdade de condições, com o objetivo de se alcançar o bem comum da sociedade.
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Antes de prosseguirmos em nosso estudo, vamos juntos com o professor Paulo Joaquim fazer a junção das ideias em um breve mergulho na
origem da democracia?
A origem da democracia
Neste vídeo, vamos explorar a história da democracia, desde as suas origens na Grécia Antiga até os modelos democráticos contemporâneos.
A ideia de ser humano na teoria clássica da democracia
Um ponto importante para entendermos a teoria clássica da democracia é compreender a ideia de que esses filósofos tinham sobre o ser humano,
sua natureza e suas características. Para esses pensadores, todos os indivíduos são racionais e autônomos, ou seja, todos nós somos responsáveis
pelas nossas escolhas e as fazemos por meio da lógica racional.
Essa ideia tinha sua origem no movimento filosófico conhecido como iluminismo, o qual colocou a razão e o ser humano no centro de todas as
coisas. Havia claramente uma perspectiva positiva quanto à natureza humana, em especial, quanto ao uso da razão.
A teoria clássica da democracia
Os filósofos que formularam essas noções são agrupados na chamada teoria clássica da democracia, sendo os principais nomes
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Jeremy Bentham (1748-1832) e JohnStuart Mill (1806-1873).

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First reading in 1755 of Voltaire's L'Orphelin de la Chine in the room of Madame Geoffrin, Anicet Charles Gabriel Lemonnier, 1812.
A capacidade racional do ser humano é o que torna possível criação de objetivos particulares. Essa característica nos diferencia dos outros seres
vivos. Todo animal age de acordo com seu instinto, exceto o homem, que age de acordo com a sua vontade.
Para alguns filósofos, como Jean-Jacques Rousseau, as ações humanas deveriam ser regidas pelo critério racional. Dessa forma, seríamos
verdadeiramente livres.
Para filósofos como Bentham e Mill, as ações humanas deveriam ser julgadas de acordo com os seus resultados, que podem causar prazer ou
sofrimento. Avaliar os resultados das ações, segundo a quantidade de prazer ou sofrimento gerados por elas, é um princípio básico do chamado
utilitarismo.
O utilitarismo na teoria clássica
O filósofo inglês Jeremy Bentham, pertencente à teoria clássica da democracia, é também um filosofo da corrente utilitarista. O utilitarismo defende
que os homens agem na busca da maximização de prazeres e minimização dos sofrimentos, ou seja, cada ação que tomamos deve ser guiada por
esse critério.
Capa do livro Defence of usury, escrito por Jeremy Bentham em 1788.
A noção de prazer em Bentham é comumente associada às riquezas, em sentido amplo. No entanto, poderíamos entender que o filósofo falava do
aumento de riquezas como forma de aumentar a felicidade geral, pela redução dos sofrimentos. Nessa interpretação, o prazer é tudo aquilo que nos
faz bem, sejam coisas materiais, associadas aos bens que podem ser comprados, sejam imateriais, como a amizade, o amor e a liberdade.
Segundo o utilitarismo de Bentham, todas as ações devem ser avaliadas pelo seu resultado!
Uma ação é moralmente boa quando causa mais prazer do que sofrimento. A ação ruim é aquela que gera mais sofrimento do que prazer. O
problema dessa forma de pensar é que não há como identificar se uma ação é boa ou ruim sem conhecer o seu resultado.
Uma crítica comum ao utilitarismo é que essa lógica pode até ser um guia para ações individuais, mas não sociais. Se imaginarmos a sociedade
como um corpo só, podemos medir o nível de prazer ou sofrimento geral. Mas na prática, alguns indivíduos sofrerão para que outros tenham prazer.
Se o sofrimento e o prazer não são distribuídos igualmente, o que é comum nas sociedades, a lógica utilitarista só
legitima o sofrimento de certos grupos.
Achou complexo? Vamos então buscar por uma dinâmica diferente, recuperando elementos da teoria clássica da democracia. Com a palavra, o
professor Paulo Joaquim!
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Teoria clássica da democracia
O que exatamente é a democracia e como ela se relaciona com o utilitarismo? Neste vídeo, exploraremos essas questões e muitas outras. Não
perca!
A vontade geral
Nossa compreensão do termo vontade é um pouco diferente do conceito filosófico de vontade. Normalmente, usamos a palavra vontade como
sinônimo de desejo.
Exemplo
A frase “estou com vontade de comer chocolate” possui o mesmo sentido de “estou com desejo de comer chocolate”.
O conceito de vontade, por outro lado, é uma combinação simples:

Desejo (ou ambição, sonho etc)

Razão
Quando falamos em vontade, filosoficamente, estamos unindo o elemento de desejo com pensamento racional. Assim, a vontade possui o desejo
combinado com mecanismos racionais. Esses mecanismos atuam de duas maneiras, vamos conhecê-las?
Mecanismo em que podemos observar a primeira diferença entre desejo e vontade. Você pode desejar coisas que não são racionais por si
só. Porém, não é possível ter vontades que sejam irracionais.
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A racionalidade do desejo ou da ambição 
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Por exemplo, posso desejar me causar mal, mas não posso ter uma vontade de me causar mal, porque esse não é um desejo racional.
Mecanismo em que, no conceito de vontade, temos também os possíveis mecanismos para alcançar o objeto ou objetivo do desejo. Não se
trata de um detalhamento dos meios a seguir, mas, sim, de uma ideia geral de quais caminhos podemos tomar.
Vamos retomar o exemplo do desejo de comer chocolate. Dentro da vontade de comer chocolate, temos os tipos de chocolate que existem e
as formas diversas de comprar. Tenho, portanto, além do desejo, os caminhos racionais para a sua realização.
Voltando à nossa concepção de indivíduo racional e autônomo, podemos concluir que cada um possui certos interesses e objetivos particulares, os
quais podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, é possível que algum desses interesses e objetivos possua pontos em comum com os
demais.
O filósofo Jean-Jacques Rousseau propõe que existe uma vontade geral, um conceito que realizaria o bem comum
da sociedade como um todo e que deveria guiá-la.
A questão da vontade geral em Rousseau é complexa porque o filosofo não chegou a defini-la categoricamente. Um primeiro ponto é que a vontade
geral não seria uma mera soma das vontades individuais. Se, por um lado, a vontade individual é formada por nossos interesses e planos, a vontade
geral poderia ser entendida como uma interseção entre essas vontades individuais, tendo por objetivo o bem comum.
No entanto, a vontade geral seria unívoca. Isso significa que seria única e todos conseguiriam chegar até a ela pela razão. Seria, portanto, um
interesse combinado com os meios de alcançá-lo, comuns a todos e reconhecidos por todos. De fato, a vontade geral em Rousseau parece uma
entidade extra-humana, que estaria acima de nós e nos guiando.
A partir dessa noção em Rousseau, seria possível dizer que existem parâmetros para avaliar ações, independentemente dos resultados delas.
Teríamos então como avaliar as ações antes de executá-las. Nos termos de Rousseau, a vontade geral:
[...] tende sempre à conservação e ao bem-estar do conjunto e de todas as partes, e que é a fonte das leis,
consiste na regra do que é justo e injusto, para todos os membros do Estado, com respeito a eles mesmo e ao
próprio Estado.
(ROUSSEAU apud CONSANI, 2018, p. 101)
Você já conhece o conceito de vontade geral? Vamos juntos com o professor Paulo Joaquim discutir essa questão.
O planejamento de meios 
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Vontade geral
Mas afinal, o que é a vontade geral e qual o seu papel na tomada de decisões políticas? É o que vamos acompanhar neste vídeo!
O bem comum
Para facilitar nossa compreensão, vamos tratar os conceitos de bem comum e interesse comum como sinônimos. Dentro da doutrina clássica da
democracia, podemos identificar algumas diferenças na ideia de bem comum. Em comum seria que o bem é a finalidade da vontade, ou seja, é o
objeto/objetivo da vontade.
Em Rousseau, o bem comum seria o objetivo da vontade geral. Por exemplo, a vontade geral é o fim da pobreza. Logo, o bem comum seria o fim da
pobreza. Os conceitos de vontade geral e bem comum seriam inter-relacionados, sendo difícil definir um sem se referir ao outro.
Jean-Jacques Rousseau.
Como vimos, o bem comum estaria na interseção dos interesses individuais dos cidadãos. Devemos notar que Rousseau parte de uma concepção
positiva do ser humano, na qual os indivíduos estão em busca de seu bem pessoal e coletivo, agindo de forma racional.
Por outro lado, em Bentham, o bem comum seria a soma de interesses individuais. A sua realização estaria associada a uma proporção entre o
prazer e o sofrimento. Aplicar essa lógica, como vimos antes, pode significar que parcelas da sociedade sofrerão mais que outras. Em Rousseau, a
dosagem de prazer e sofrimento deve ser igual paratodos.
Jeremy Bentham.
Nos escritos de John Stuart Mill (1806-1873), vinculados ao utilitarismo, assim como Bentham, o bem comum também seria uma soma dos
interesses individuais, os quais, porém, seriam hierarquizados.

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John Stuart Mill.
Mill propõe uma espécie de soma ponderada, na qual alguns interesses particulares são mais importantes do que outros. Isso se dá porque alguns
interesses são mais importantes para a sociedade como um todo do que outros. Uma maneira de classificar os interesses para compor o bem
comum, na concepção de Mill, pode ser descrita a seguir.
Vamos imaginar a seguinte situação: quase todo mundo quer ter um carro, esse é um desejo comum na sociedade. Ao mesmo tempo, muitos
priorizam os veículos elétricos porque são menos poluentes e prejudicam menos o meio ambiente, considerado um bem comum. Temos aqui um
conceito-chave para nossa discussão: o bem comum! Vamos juntos discutir mais a respeito dele.
O bem comum
Neste vídeo, vamos explorar as diferentes teorias e abordagens sobre o bem comum, desde as suas raízes na filosofia clássica até as perspectivas
contemporâneas.
A participação política na teoria clássica da democracia
Considerando a concepção de ser humano e os conceitos de vontade geral e bem comum, há uma defesa da participação política da população na
teoria clássica da democracia. A filósofa inglesa Carole Pateman (1992) propõe que, dentro da teoria clássica, existem duas correntes principais,
que são diferenciadas pela forma como lidam com a participação política. Vejamos:

Corrente defendida por Jeremy Bentham
Tal corrente atribuiria à participação um efeito protetor. Ela atuaria no sentido de impedir determinados desmandos do governo, ações que
pudessem interferir na autonomia e nos direitos individuais. Esse controle se daria fundamentalmente pelas eleições. Os representantes que
não respeitassem as liberdades individuais não seriam reeleitos.
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
Corrente defendida por Rousseau e Stuart Mill
Tal corrente veria na participação um elemento base do Estado. Ela possuiria um aspecto pedagógico em Mill. Em Rousseau, ela atuaria de
forma a dar um sentimento coletivo aos indivíduos, além de garantir a sua autonomia individual, posto que, participando das decisões, os
indivíduos estariam obedecendo a si mesmos.
A participação como proteção de direitos individuais
Em Bentham, a participação consistiria basicamente no voto, o chamado sufrágio universal. Esse voto se daria de forma secreta, livre e periódica. É
o que entendemos hoje por eleições livres, as quais ocorrem em prazos previamente determinados. Os representantes eleitos teriam um período
definido de mandato e posteriormente deveriam convocar novas eleições.
A ideia de Bentham é que a participação popular, por meio de eleições, impediria a tentativa de governos autoritários. Seria uma defesa contra os
possíveis desmandos daqueles que estão ocupando os cargos de poder.
Comentário
É importante lembrar que Bentham estava escrevendo na virada do século XVIII para o XIX, ou seja, as monarquias absolutistas eram um passado
recente para o autor. Nesses regimes, não existia uma participação popular garantida e o poder era concentrado na figura do monarca.
Havia ainda uma preocupação quanto à escolha de representantes pelo eleitorado. A solução de Bentham para isso consistia no aumento da
educação geral da população, o que permitiria escolhas mais sábias. Havia também a ideia de que, ao votar, as classes mais baixas se inspirassem
na “sábia e virtuosa” classe média (PATEMAN, 1992, p. 31).
A participação como fundamento do Estado
Em Rousseau, a participação é a base da democracia. Ela provoca um efeito de pertencimento ao Estado. Para além da escolha dos representantes,
haveria uma influência direta na construção das leis. A condição básica para participação estaria na igualdade entre os indivíduos, do ponto de vista
político. Para isso, Rousseau propunha que as desigualdades econômicas não deveriam se manifestar na esfera política, e todos os indivíduos
deveriam possuir uma propriedade privada (PATEMAN, 1992).
A participação garantiria que a autonomia individual não fosse desrespeitada. São as leis que governam o Estado, e não os homens. As leis são
construídas por todos, com uma participação direta nas decisões, ou seja, todos estariam representados na vontade geral.
Resumindo
Seríamos governados por leis que nós próprios criamos.
Em Stuart Mill, a participação funciona como uma prática educativa. A tendência é que, quanto mais o povo participasse da política, mais aprenderia
e melhores decisões tomaria. A educação formal contribuiria nesses processos. No entanto, isso estaria mais ligado aos eleitores. No caso dos
representantes, aqueles que serão votados, Mill propõe que tenham uma formação maior do que a do eleitorado, ou seja, ocorreria uma
diferenciação entre eleitor e representante, a partir do critério educacional.
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Cidadãos suíços com direito ao voto encontram-se para decidir acerca das leis e gastos do Conselho em 2009.
Aplicando conceitos: a síntese
Neste vídeo, vamos explorar os agentes fundamentais da democracia moderna e a sua importância para a manutenção da liberdade e da justiça em
nossas sociedades.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O conceito de bem comum é característico da teoria clássica da democracia. No entanto, os autores costumam definir esse conceito de formas
diferentes. Um desses autores é John Stuart Mill. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que representa o conceito de bem comum em
Mill.

A O bem comum é a soma dos interesses individuais.
B O bem comum é a interseção dos objetivos individuais.
C O bem comum é uma soma ponderada dos interesses individuais.
D O bem comum consiste numa abstração da ideia de vontade geral.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAssim%20como%20Bentham%2C%20Mill%20acredita%20que%20o%20bem%20comum%20%C3%A9%20uma%20soma%20dos%20inte
Questão 2
A origem da palavra democracia remonta à Grécia Antiga. Das cidades-Estados, a única a implementar esse regime foi Atenas. Considerando o
aspecto da participação, assinale alternativa correta a respeito da participação na democracia ateniense.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
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2 - Crítica da teoria clássica da democracia por Schumpeter
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as críticas feitas contra a teoria clássica da
democracia.
E O bem comum é definido pela constituição do país.
A Todos tinham direito ao voto.
B Somente mulheres podiam votar.
C Estrangeiros podiam votar, desde que fossem homens.
D Somente homens, nascidos em Atenas, podiam votar.
E Os escravizados podiam votar, desde que com autorização do seu senhor.
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A inexistência da vontade geral e do bem comum
O economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), em seu livro Capitalismo, socialismo e democracia (1942), dedica-se à
discussão da democracia. Sua linha de raciocínio acompanha as seguintes etapas:

Capítulo 21
O autor apresenta diversascríticas à chamada teoria clássica da democracia.

Capítulo 22
O autor formula a sua própria teoria democrática.
As críticas principais de Schumpeter aos clássicos consistem na ideia de bem comum, a noção de vontade geral e a concepção de ser humano que
eles possuem.
Como vimos, na teoria clássica, as noções de vontade geral e bem comum são interligadas. Embora existam diferenças nas suas concepções, o
bem comum seria o objetivo da vontade geral. Essa vontade, para além de um mero mecanismo, seria o princípio pelo qual as sociedades deveriam
ser regradas.
Para Schumpeter, essa ideia só faria sentido quando os cidadãos têm total conhecimento de seus interesses individuais em política. O autor
argumenta que os clássicos defenderiam a existência de um bem comum, que seria facilmente definido e alcançado por todos via a razão.
Schumpeter argumenta que é fácil provar que o bem comum não existe na realidade.
Joseph Schumpeter.
As sociedades modernas são heterogêneas, logo são compostas por pessoas diferentes umas das outras. Cada indivíduo tem uma concepção de
bem específica, que não é necessariamente compatível com a concepção de outros.
Nessa linha, não existe, portanto, um bem comum e, ainda se existisse, seria entendido de forma diferente por cada pessoa. Um exemplo disso são
as diferentes concepções religiosas em nossa sociedade. Cada religião possui diferentes regras e condutas, além de objetivos que também
divergem. Cada religião busca o seu bem último, que não é necessariamente igual e compatível com o das outras.
Em primeiro lugar, não existe um bem comum univocamente determinado a respeito do qual todos os homens
concordem ou possam ser levados a concordar por força de uma argumentação racional. Isso se deve não ao
fato de alguns quererem coisas diferentes do bem comum, mas principalmente ao fato muito mais
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fundamental de que, para os diversos indivíduos e grupos, o bem comum está fadado a significar coisas
diversas.
(SCHUMPETER, 2017, p. 341)
A partir da desconstrução da ideia de bem comum, o argumento da teoria clássica fica enfraquecido, uma vez que o bem comum e a vontade geral
seriam elementos complementares. Ainda assim, Schumpeter propõe analisar a vontade geral na teoria clássica, sem a ideia de bem comum, que,
como o autor expõe, seria impossível de se ver na prática.
Ainda segundo Schumpeter, uma parte da teoria clássica, a corrente utilitarista, derivaria a vontade geral por meio da soma das vontades
individuais. Existem duas críticas a essa concepção. A primeira é por supor que os indivíduos possuem vontades políticas, perfeitamente definidas
de forma independente. A segunda é que, ainda se existissem essas vontades, a soma delas não seria a vontade geral. Isso porque quando “as
vontades individuais estão muito divididas, é não só concebível, como também muito provável que as decisões políticas produzidas não coincidam
com o que o povo realmente quer” (SCHUMPETER, 2017, p. 345).
Em um cenário de polarização, o consenso é quase impossível. A soma de interesses tão distintos levaria somente à anulação dos interesses. Nem
sempre é possível encontrar uma interseção nos interesses individuais que possa consolidar um interesse comum.
Capa do livro Modern Utilitarianism por Thomas Rawson Birks escrito em 1874.
Diferentemente de Rousseau, os utilitaristas não possuem a entidade “semimística” da vontade geral como regradora da sociedade. Como vimos,
para esse grupo, a vontade geral é a soma das vontades individuais e não atua como guia das ações.
O parâmetro moral dos utilitaristas são as consequências da ação, o aumento de prazer e a redução do sofrimento, e não as ações em si, como é
em Rousseau, pensamento no qual a ação moralmente correta é a que está de acordo com a vontade geral.
Segundo Schumpeter, o que os clássicos chamam de vontade geral, na verdade, é uma vontade fabricada, criada por grupos políticos interessados
por meio de propagandas que moldariam as preferências políticas dos indivíduos. Essa suposta vontade do povo, por assim dizer, não seria a
origem dos processos políticos, e sim seu produto.
Esses grupos podem ser constituídos por políticos profissionais, ou por defensores de um interesse econômico, ou por idealistas de um ou
de outro tipo, ou por pessoas simplesmente interessadas em encenar e dirigir os shows políticos. A sociologia de tais grupos é irrelevante
para o meu argumento. O único ponto que interessa aqui é que, sendo a “natureza humana em política” tal como é, eles são capazes de
plasmar e, dentro de limites muito amplos, até mesmo de criar a vontade do povo. O que observamos ao analisar os processos políticos é
em grande medida não uma vontade autêntica, e sim uma vontade fabricada. E, com frequência, esse artefato é o único que na realidade
corresponde à volonté générale da doutrina clássica. Assim sendo, a vontade do povo é o produto do processo político, não a sua força
motriz.
(SCHUMPETER, 2017, p. 356)
Você conhece Shumpeter? O professor Paulo Joaquim irá nos apresenta esse importante teórico, cujo trabalho faz parte de nosso estudo.

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Shumpeter e sua teoria
Neste vídeo, vamos explorar a base de pesquisa de Schumpeter, seus principais conceitos e ideias e como eles se aplicam à ciência política.
Crítica à concepção clássica de ser humano
Schumpeter empreende uma desconstrução nos pilares de bem comum e vontade geral da doutrina clássica da democracia. Vimos a
impossibilidade do bem comum e a consequente dificuldade de conceitualizar a noção de vontade geral. Ainda assim, o autor propôs analisar a
vontade geral assim como propunham os utilitaristas, sendo a soma das vontades individuais. Isso não resultaria em uma vontade geral porque as
diferenças de vontades se anulariam. Mas para Schumpeter também não existiria uma vontade individual em política.
Para que a proposição dos clássicos pudesse ter o mínimo de validade, seria necessário que a vontade dos indivíduos comuns fosse atribuída de
“uma independência e uma qualidade racional que são completamente irrealistas” (SCHUMPETER, 2017, p. 344). Ainda a respeito da vontade dos
indivíduos, O autor esclarece:
Em outras palavras, ela tem de ser mais que um punhado indeterminado de vagos impulsos a girarem frouxamente em torno a slogans
dados e a impressões equivocadas. Cada qual precisaria saber exatamente o que quer defender. Essa vontade claramente definida teria de
ser implementada pela capacidade de observar e interpretar corretamente os fatos que são diretamente acessíveis a todos e de peneirar
criticamente a informação sobre os fatos que não o são. Finalmente, seria necessário derivar dessa vontade claramente definida e desses
fatos verificados uma conclusão nítida e rápida sobre questões particulares de acordo com as regras da inferência lógica – e, ademais,
com um grau tão elevado de eficiência geral que se poderia sustentar, sem absurdo flagrante, que a opinião de um homem seria
aproximadamente tão boa quanto a de qualquer outro.
(SCHUMPETER, 2017, p. 344)
Os indivíduos não seriam, na maior parte do tempo, racionais e dotados de interesses definidos. Para defender essa ideia, Schumpeter faz uma
referência aos trabalhos de Sigmund Freud (1856-1939) e à descrição de que muitas de nossas ações cotidianas sofrem influência de nosso
inconsciente e, portanto, estariam fora dos domínios da razão.
Os indivíduos, em geral, não se preocupam com as questões políticas, não possuem tempo nem desejo de se dedicarem a essas questões. Isso
ocorre devido à ausência de dois tipos de senso, os quais seriam considerados pelos clássicos como parte da natureza humana em relação à
política. Vamos conhecer quais são esses dois sensos e suas definições?
Senso de realidade
É a percepção de proximidadecom uma área ou tema, algo como o que possuímos em nossas áreas de trabalho ou estudo. Por exemplo, todos nós
conhecemos medicamentos e procedimentos médicos, mas não possuímos o senso de realidade da área médica da mesma maneira que um
médico ou enfermeiro possui. Para Schumpeter, a política – entendida como a arena de decisões em nível nacional e internacional – seria algo tão
distante do cidadão comum que lhe pareceria um mundo fictício, não desenvolvendo o chamado sendo de realidade.
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Senso de responsabilidade
É a ausência do senso de realidade que causa a falta do senso de responsabilidade. De fato, é difícil alguém se sentir responsável por algo que não
faz parte do seu dia a dia. Se, na ideia dos clássicos, o homem em política teria o senso de realidade (a vivência com a política) e o senso de
responsabilidade (a sensação de ser responsável pelos acontecimentos políticos), então, na prática, o cidadão comum não teria nenhum desses
sensos em política.
A percepção que Schumpeter possui da natureza do homem em política é uma crítica direta ao ideal de ser humano presente na teoria clássica, ou
seja, aquele indivíduo racional que possuía clareza sobre seus objetivos pessoais e políticos.
Nós todos conhecemos o homem – geralmente um ótimo espécime – que diz que a administração local não é
problema seu e dá de ombros friamente para práticas que ele preferiria morrer a sofrê-las no seu escritório. Os
cidadãos bem-pensantes e de disposição exortativa, que pregam a responsabilidade dos eleitores ou
contribuintes individuais, descobrem invariavelmente que esses eleitores ou contribuintes não se sentem
responsáveis pelo que os políticos locais fazem.
(SCHUMPETER, 2017, p. 352)
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Em Schumpeter, essa concepção é apenas um ideal que não se encontra na realidade. Os indivíduos não possuem uma vontade política definida,
como definem os clássicos. Essa é, portanto, uma perspectiva negativa da natureza humana em política.
Revisitando a compreensão do que é ser humano
Humanos e política? Vamos compreender que mistura é essa e como podemos teorizá-la assistindo ao vídeo a seguir.
A propaganda e o risco da participação política
Outro aspecto criticado por Schumpeter na teoria clássica é a ênfase dada à participação. Considerando a natureza humana em política como
desinteressada e moldada, a participação direta nas decisões representa um risco para a própria democracia. Isso porque os indivíduos seriam
pouco racionais com relação à política. E em grupo, essa racionalidade seria ainda menor.
O autor defende, a partir de noções vindas da psicologia social, que em grupo os seres humanos tendem a se levar pelos instintos mais primitivos.
Isso seria muito negativo para a preservação da democracia.
Para Schumpeter, a participação política deveria ser limitada, no caso dos indivíduos comuns. O receio do autor é a ocorrência de fenômenos como
ascensão do fascismo e do nazismo na Itália e na Alemanha, respectivamente.
Esses movimentos tiveram alta participação popular e ascenderam ao poder por meio de eleições, ou seja, de forma democrática, para logo em
seguida destruírem suas respectivas democracias.
Hitler com membros do Partido Nazista em dezembro de 1930.
A concepção de destruição interna, pelas próprias forças, não seria incomum em sua concepção.
Mas, quanto à sensatez ou racionalidade das suas inferências e conclusões, esta pode ser tão ruim quanto se ele entregar a uma explosão
de generosa indignação. Isso tornará ainda mais difícil para ele enxergar as coisas nas suas proporções corretas ou até enxergar mais de
um aspecto de uma coisa ao mesmo tempo. Portanto, se ele emergir uma vez da sua vagueza usual e mostrar a vontade definida
postulada pela doutrina clássica da democracia, é bem provável que se torne ainda mais desinteligente e irresponsável do que costuma
ser. Em certas circunstâncias, isso pode ter consequências fatais para o seu país.
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(SCHUMPETER, 2017, p. 355-356)
A vontade e o bom senso não são próprios do indivíduo, mas parte de uma ação coletiva. Essa ação coletiva é sujeita às paixões, seja na busca de
retomar algo que seria perdido seja na destruição no sentido de algo que precisa ser alcançado.
Nesta era das redes sociais, existe um movimento a ser observado que envolve as paixões e sua capacidade de mobilizar grupos. Esse debate é
fundamental, pois ajuda a criar reflexões contemporâneas fundamentais sobre propaganda política e os riscos à democracia.
Falando sobre o impacto da internet na democracia, o documentário O dilema das redes (2020), dirigido por Jeff Orlowski, expõe o papel de grandes
empresas tech na propagação de fake news e na mobilização de uma polarização política. Com depoimento de ex-funcionários de grandes
companhias, como o Google e o Facebook, ficamos sabendo que cada ação nossa é monitorada e estudada.
Ficou curioso? Confira no streaming mais próximo de você!
Capa do documentário O dilema das redes.
Vamos agora analisar um exemplo complexo: a ascensão ao poder e a queda do ex-presidente norte-americano Donald Trump, desde a sua vitória
nas eleições de 2016 e a sua derrota na eleição de 2020. Vamos ainda abordar a invasão ao Capitólio pensando no que esse evento representou e o
seu impacto na democracia dos Estados Unidos.
Propaganda e risco da participação política
Neste vídeo, vamos explorar como as ideias de Schumpeter se aplicam às questões contemporâneas e pensar em formas de colocá-las em prática.
A irrealidade da teoria clássica
A partir de todos os elementos estudados até aqui, Schumpeter chega à conclusão de que a teoria clássica da democracia não se verifica na
realidade, além de nunca poder ser aplicada. As prescrições dos clássicos sobre a forma de governo estariam muito mais no plano das ideias do
que na prática. Parte disso deve-se ao fato de os clássicos não terem imaginado uma sociedade complexa, tal como as contemporâneas.
Ideias como governo do povo, valorização da participação, vontade geral e bem comum sobreviveriam mais como um recurso discursivo. Todo líder
político faz questão de dizer que está falando em nome do povo.
O bem comum, embora não exista, é uma ideia que une os cidadãos.
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No entanto, nenhum desses elementos fornece as bases para as democracias na realidade.
Ao ler as críticas de Schumpeter, podemos notar certo exagero de alguns elementos. De fato, quando criticamos uma ideia ou alguém, tendemos a
enfatizar as características ruins e esconder as boas. Segundo Pateman (1992), Schumpeter cria um mito sobre a teoria clássica da democracia.
A autora discute que muitos elementos criticados por Schumpeter, em especial, os riscos da participação popular, eram levados em conta pelos
clássicos. A participação deveria ser ampliada, mas esse fato era condicionado ao aumento do nível educacional. Além disso, os representantes
deveriam ter o maior grau de instrução.
Carole Pateman, filósofa britânica.
Outro ponto é que a participação, para a maior parte dos clássicos, estava ligada à eleição de representantes. Somente em Rousseau existia uma
ideia mais forte de participação direta. A eleição de representantes ou líderes é um elemento que o próprio Schumpeter defenderá em sua teoria
democrática.
Irrealidade e as críticas
Vamos explorar como Freud e outros autores importantes criticaram a ideia tradicional de um ser humano como um indivíduo racional e autônomo,
e como essa crítica mudou nossa percepção de nós mesmos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticaralguns conceitos?
Questão 1
Segundo Schumpeter, a proximidade com um assunto é o que nos fornece o conhecimento para tomarmos determinadas decisões e
desenvolvermos vontades específicas. Quanto mais próximo de nós, maior o conhecimento e interesse. Identifique abaixo qual conceito
caracteriza essa ideia de Schumpeter.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20senso%20de%20realidade%20%C3%A9%20a%20proximidade%20de%20conhecimento%20que%20desenvolvemos%20ao%20lidar
Questão 2
O conceito de bem comum ocupa um importante espaço na doutrina clássica da democracia. As críticas de Schumpeter atingem esse conceito
em diversos graus. Analise as alternativas abaixo e identifique uma crítica de Schumpeter ao conceito de bem comum dos clássicos.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ESchumpeter%20argumenta%20que%20n%C3%A3o%20existe%20bem%20comum%20n%C3%A3o%20s%C3%B3%20porque%20as%20pe
A Senso de responsabilidade
B Vontade política
C Senso de realidade
D Vontade individual
E Interesse privado
A Não é possível chegar ao bem comum pela vontade individual.
B Não existe bem comum, somente vontade geral.
C A base do bem comum é a fé cristã.
D Existem diversas concepções de bem comum.
E A vontade geral não é um fato empírico.
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3 - Teoria minimalista de democracia de Schumpeter
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as características básicas da teoria minimalista
da democracia.
A verdadeira natureza humana em política e suas
características
A partir das críticas que Schumpeter faz aos clássicos, é possível identificar a sua própria concepção de indivíduo na política. Para o autor, a maior
parte dos seres humanos é apática à política, não possuindo interesses definidos nem objetivos políticos. Isso ocorre porque essas pessoas não
entendem a política como uma realidade sua nem que as decisões políticas afetam suas vidas particulares. Essa percepção, segundo Schumpeter,
se daria por uma ausência do senso de realidade.
Schumpeter até aponta que pode existir um interesse um pouco maior pela política local do que a nacional, mas, ainda assim, seria algo reduzido.
Quando falamos de política local, estamos nos referindo às decisões políticas municipais, ou seja, a política das cidades.
Exemplo
Você pode estar vivendo no Brasil, mas onde de fato mora é na sua cidade. O seu cotidiano é afetado pelas decisões políticas tomadas nessa
cidade, desde pequenas obras até a cobrança de impostos sobre imóveis.
Por outro lado, quando pensamos na política nacional, estamos nos referindo àquelas questões que afetam o país inteiro. Algumas delas nem
propriamente afetam a cidade em que você mora.
Exemplo
Se você não mora em um Estado que compreende a Amazônia Legal, as políticas relativas a essa floresta parecerão distantes para a sua realidade,
embora possa ter interesses nelas, como a preservação do bioma amazônico.
A política internacional seria ainda mais distante. Nela os países agem como se fossem indivíduos e as questões envolvem aspectos de geopolítica
que são distantes do cotidiano do cidadão comum.
Exemplo
Se não formos produtores de sementes, então o Acordo de Sementes entre os países da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), do
qual o Brasil faz parte, não afeta diretamente o nosso cotidiano. Ainda assim, sabemos da importância de um acordo de livre comércio de sementes
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entre países, principalmente para nossa alimentação. Quem diria que pequenas sementes seriam tão importantes assim para ter um acordo
internacional só delas!
Vamos acompanhar alguns pensamentos de Schumpeter sobre política?
A verdadeira política é um processo disruptivo e, para compreendê-lo, precisamos entender a natureza política do ser. Com vocês o professor Paulo
Joaquim.
Para Schumpeter, quanto mais geral, maior o desinteresse em política. Como vimos, a falta do senso de realidade gera uma falta de
senso de responsabilidade. Boa parte do povo não se sente responsável pelo que ocorre na política porque não faz parte do seu
cotidiano, é um sentimento que pode ser resumido na frase comum do “a culpa não é minha”.
Para o autor, a política é o poder de decidir questões, sejam elas locais, nacionais ou internacionais. Considerando as características
dos indivíduos em geral, o autor aponta que a participação política deveria ser resumida ao voto nas eleições. Basicamente, o povo
participativo e soberano que poderia ser encontrando na teoria clássica torna-se somente um eleitorado. A sua participação na
política consiste basicamente na escolha dos representantes, os quais de fato possuem vontade política.
No entanto, se a maior parte da população é apática à política, ou seja, não possui o senso de realidade ou responsabilidade, então
quem seriam os nossos representantes? A resposta para essa pergunta está no conceito de liderança desenvolvido também por
Schumpeter.
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A verdadeira natureza humana em política
Mas como a natureza humana influencia as políticas que criamos? E como a democracia, que é baseada na vontade da maioria, pode garantir a
justiça para todos? É o que veremos no vídeo a seguir!
O conceito de liderança
Segundo Schumpeter, a teoria clássica da democracia desprezaria ou não daria a devida atenção a um fator que o autor considera vital: a liderança.
A figura do líder é um dos elementos base do conceito de democracia.
Como vimos, de acordo com Schumpeter, a maior parte do eleitorado não possuiria interesse definido em política nem os sensos de realidade e
responsabilidade. No entanto, alguns indivíduos teriam esse interesse e os sensos necessários para política, esses seriam os líderes.
Os líderes atuariam no sentido de juntar ou criar os interesses políticos, possuindo a vontade política que falta à maior parte da população. Por meio
dos líderes, seriam construídos os ideais políticos que posteriormente seriam plasmados para os indivíduos em geral, consolidando a chamada
vontade geral da manufatura.
Reunião entre líderes políticos americanos em Outubro de 1973.
Dá para notar que Schumpeter é bem enfático nesse ponto. O autor admite que existem ideais que surgem na sociedade, mas para ele quem
organiza e mobiliza essas ideias são os líderes.
Em terceiro lugar, porém, enquanto houver autênticas volições de grupo – por exemplo, a vontade dos desempregados de receber um
auxílio desemprego ou o desejo de outros grupos de ajudá-los –, a nossa teoria não as negligencia. Pelo contrário, agora as podemos
inserir exatamente no papel que elas desempenham na realidade. Em regra, tais volições não se afirmam diretamente. Mesmo quando são
vigorosas e definidas, permanecem latentes, amiúde durante décadas, até que um líder político as chame à vida e então as transforme em
fatores políticos. Isso ele faz (ou os seus agentes o fazem por ele) organizando essas volições, instigando-as e, enfim, incluindo itens
adequados na sua oferta competitiva.
(SCHUMPETER, 2017, p. 367)

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É quase como se a população fosse completamente manipulada pelos líderes, que, na teoria de Schumpeter, são políticos atuando conforme suas
vontades políticas.
É como se fosse uma propaganda, como aquele antigo comercial de chocolate da marca Garoto em que uma criançafingia hipnotizar o público e
repetia o “Compre Baton! Compre Baton!”. E, realmente, o slogan não saía mais da nossa cabeça por horas ou dias!
Print de tela da propaganda de televisão da marca de chocolates Garoto.
Assim como as empresas tendem a fazer propagandas que atinjam o subconsciente do consumidor, orientando-o a consumir determinado produto,
os líderes teriam técnicas de propagandas para manipular e criar a vontade política dos eleitores. No entanto, essa criação parte de pré-disposições
já presentes na mente dos indivíduos.
A propaganda política não cria uma vontade política do nada, e sim parte de “premissas volitivas existentes” (SCHUMPETER, 2017, p. 357). Seriam
ideias prévias que possuíamos anteriormente, mas que não estavam verdadeiramente organizadas como vontade. A partir disso, as lideranças
políticas moldam essas ideias de forma a construir uma vontade política que, aparentemente, pertence ao indivíduo, mas na verdade é fabricada.
Podemos perceber que Schumpeter baseia boa parte de seu pensamento na apatia dos eleitores. De fato, quando pensamos nessa descrição do
poder da liderança política, temos a impressão de que o eleitorado é uma marionete nas mãos dos líderes políticos. Segundo o autor, ocorre que as
pessoas “não colocam nem decidem as questões, mas que as questões que normalmente são colocadas e decididas em seu nome”
(SCHUMPETER, 2017, p. 359).
Eleitores acompanhando debate entre candidatos em 2010.
A liderança política busca os cargos, por meio de votos, para ter o poder de decidir. No entanto, embora para Schumpeter as sociedades fossem um
mar de apatia, existiriam mais de um líder com mais de uma proposta. Disso decorre outro elemento do conceito de democracia de Schumpeter: a
competição.
Então a liderança também é um conceito? Vamos juntos mergulhar na compreensão e no uso desse importante conceito.
Conceito de liderança
Ao longo das décadas, muitos autores têm estudado as teorias de Schumpeter e suas implicações para a economia contemporânea. Neste vídeo,
vamos explorar algumas dessas interpretações.

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A competição entre lideranças pelo voto
Imagine que, em determinada sociedade, a grande maioria seja apática e desinteressada em política, conforme as proposições de Schumpeter. No
entanto, ainda existem poucos indivíduos dotados de uma vontade política, buscando o poder para decidir as questões de interesse geral. Embora
esses indivíduos sejam raros, certamente existem em quantidade suficiente para divergir uns dos outros. Logo, irão competir entre si.
A competição entre os políticos pelo voto é um fator que assegura a democracia.
A influência desse elemento é a lógica de mercado, na qual diversas empresas buscam vender os seus produtos, que muitas vezes são iguais.
Atenção!
Existem diversas fabricantes de sabonetes que, por produzirem o mesmo produto, disputam clientes. Na mesma lógica, Schumpeter propõe que os
líderes políticos disputam o voto dos eleitores.
Importante destacar que o voto não é a única maneira de conseguir o poder de decidir. Existem outros meios que, na maioria das vezes, são
violentos. Já na democracia, o poder somente pode ser conquistado por meio do voto, sendo esse o seu principal diferencial para os outros tipos de
governos.
A competição assegura a democracia porque impede que um político específico fique muito tempo no poder. Mas e se o político que estiver no
poder não quiser deixá-lo caso perca as próximas eleições? Para Schumpeter, é essencial que todos os líderes políticos respeitem as regras do jogo
democrático. Nesse ponto, identificamos que o indivíduo possua os sensos de realidade e responsabilidade.
No entanto, sozinhos, os políticos não chegam ao poder, por isso se agrupam em instituições com o objetivo de conseguir votos.
Debate entre candidatos a governador das eleições de 2010 na Bahia.
Voto e democracia
Neste vídeo, vamos examinar como o voto e a democracia estão interligados, além de destacar a importância do voto como um direito e dever
cívico.
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Os partidos políticos
Assim como os grupos empresariais disputam clientes visando a lucros no mercado, os partidos políticos disputam eleitores e votos. Essas
organizações regulam a competição em dois níveis:

Nível interno

Nível externo
Antes de discutirmos as regulações feitas pelos partidos, precisamos entender que as ideias de Schumpeter estão ligadas a uma realidade diferente
da nossa. No Brasil, o voto é direto para eleição dos chefes do Poder Executivo, ou seja, presidente, governador e prefeito.
O sistema político que Schumpeter usa como padrão é o parlamentarismo inglês. Nesse sistema, o voto é indireto. Ao invés de votar em um
candidato, o eleitor vota em um partido que, entre os seus membros, escolherá quem vai compor o parlamento. No parlamento, ocorre a eleição para
o cargo de primeiro-ministro, o equivalente ao presidente.
Estudantes votando em modelo de voto indireto.
É importante separar esse sistema de voto no parlamentarismo é diferente do voto de legenda existente no sistema atual brasileiro, que de fato é
uma pessoalização pela ordem partidária em um sistema compreendido como misto. No parlamentarismo, o voto é completamente indireto,
escolhe-se o partido, e as eleições do partido escolhem os que governam.
Agora vejamos as principais características dos dois níveis de competição.
No nível de competição interno, os partidos políticos regulam a competição interna entre os seus membros (líderes), ou seja, decidem quem
será candidato. Esse processo de votação dentro dos próprios partidos costuma ocorrer antes das eleições.
Nível interno 
Nível externo 
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No nível de competição externo o controle se dá pela garantia das regras do jogo político: o respeito às legislações constitucionais, ao
resultado eleitoral e à garantia de novas eleições quando o mandato terminar. Assim como regras comerciais, estabelecidas entre empresas,
os partidos fariam regras entre eles para que a competição continuasse de forma legítima.
Dessa estrutura partidária surge a profissionalização do político. Basicamente, as lideranças tenderiam a se profissionalizar tendo em vista a
conquista de votos. Um político profissional sabe melhor como manipular e criar a vontade política a ser transmitida aos eleitores, garantindo assim
uma probabilidade maior de sucesso nas eleições.
É agora que a discussão esquenta! Este é o momento de discutirmos os partidos políticos. O que são, onde vivem e qual papel deles na
democracia? Vamos aprender agora!
Partido político e a democracia
Neste vídeo, vamos examinar como os partidos políticos se posicionam em relação às principais questões políticas da atualidade.
A democracia com um método
Os conceitos básicos analisados até esse momento nos permitem compreender a definição de democracia minimalista apresentada por
Schumpeter.
E assim chegamos à nossa definição: o método democrático é o sistema institucional para chegar a decisões
políticas, no qual os indivíduos adquirem o poder de decidir por meio de uma luta competitiva pelo voto do
povo.
(SCHUMPETER, 2017, p. 366)
Entender a democracia como um método significa abandonar certos ideais que os clássicos atribuíam a ela. O bem comum e a vontade geral são
conceitos que não existem na realidade prática, portanto, não devem ser elementos de um sistema político real. Esses conceitos, porém, continuam
a viver nos discursos políticos, em especial na forma de propaganda.
Schumpeter aponta que, para a sobrevivência da democracia, são necessárias as seguintes instituições: partidos políticos, legislações que
garantam a manutenção e as liberdades civisbásicas. Essas liberdades são asseguradas por meio de normas constitucionais que garantem a livre
expressão de ideias e associação.
É necessária também a existência de um corpo técnico que componha o Estado e suas instituições, mas que não seja escolhido pelo método
democrático (eleições). Schumpeter usa o termo burocracia que, para o senso comum, possui uma valoração negativa. Basicamente, estabelece
que é preciso existir um funcionalismo público que garanta a democracia e, por isso, deve estar protegido de interferências políticas.
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Encontro Ibero-Americano de Ministros da Cultura.
O povo participaria da democracia apenas pelo voto, sendo também garantidas as liberdades de expressar opiniões e de se associar a grupos
políticos. A participação eleitoral poderia ser contida e, idealmente, talvez nem fosse tão incentivada. Confira o pensamento de Schumpeter a
respeito da participação nas eleições.
Em primeiro lugar, mesmo que não houvesse nenhum grupo político empenhado em influenciá-lo, o cidadão típico tenderia, em questões
políticas, a ceder a preconceitos e impulsos extra racionais ou irracionais. A fragilidade dos processos racionais que ele aplica à política e a
falta de controle lógico efetivo dos resultados a que chega bastariam por si sós para explicar isso. [...]. Portanto, se ele emergir uma vez da
sua vagueza usual e mostrar a vontade definida postulada pela doutrina clássica da democracia, é bem provável que se torne ainda mais
desinteligente e irresponsável do que costuma ser. Em certas circunstâncias, isso pode ter consequências fatais para o seu país.
(SCHUMPETER, 2017, p. 355-356)
As lideranças competem pela maioria de votos em eleições justas. Já a função do eleitor é compor o governo por meio de seu voto. O governo é
quem toma as decisões políticas. Em resumo, para Schumpeter, a democracia não é o governo do povo, e sim “o governo do político”
(SCHUMPETER, 2017, p. 386).
Democracia como um sistema
Vamos recuperar o nosso trajeto com Shumpeter e entender a construção desse todo? Não perca o vídeo a seguir!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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A teoria minimalista de democracia de Schumpeter nasce a partir da crítica da chamada teoria clássica da democracia. A partir da crítica, o
autor constrói sua própria teoria. Identifique abaixo um elemento vital para teoria de Schumpeter.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EPara%20Schumpeter%2C%20lideran%C3%A7a%20%C3%A9%20um%20fator%20vital%20para%20democracia.%20Esse%20conceito%20
Questão 2
A teoria minimalista de Schumpeter retira da democracia os seus ideais originais. A participação, o bem comum e a vontade geral são
elementos que não se encontram na realidade empírica. Ao realizar esse processo, Schumpeter torna a democracia mais empírica, ou seja,
observável na realidade. Selecione abaixo uma expressão que identifique a democracia de Schumpeter.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAo%20retirar%20da%20democracia%20os%20seus%20valores%20fundadores%2C%20tais%20como%20participa%C3%A7%C3%A3o%2
A A participação
B A vontade geral
C O bem comum
D A razão
E A liderança
A Democracia representativa.
B Método eleitoral de escolha.
C Democracia de líderes.
D Método democrático.
E Democracia participativa.
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4 - Democracia minimalista contemporânea em Przeworski
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a democracia como método pací�co de escolha
de governantes.
A democracia como alternância de governo sem violência
As contribuições de Schumpeter impactaram profundamente a visão sobre democracia. Esse impacto pode ser percebido pela quantidade de
apoiadores que sua teoria conseguiu, assim como a grande repercussão em seus críticos. A teoria minimalista possibilitava um instrumento
empírico para análise dos regimes democráticos. Esse instrumento não era possível com a teoria clássica, que como vimos continha muitos
elementos que não eram identificados na prática.
Ao mesmo tempo, a redução do papel da participação e a retirada de certos objetivos da teoria democrática transformavam esse sistema em um
método. Isso significa que a democracia por si só não teria um objetivo, como realizar o bem comum, ampliar participação ou gerar justiça social.
Seria apenas um mecanismo que escolhia representantes por meio de voto, os quais de fato detêm o poder. Esses indivíduos seriam, portanto, uma
espécie de elite, eleita pelo voto, cabendo ao povo mantê-la ou alterá-la nas eleições.
O cientista político Adam Przeworski, em 1999, escreveu um capítulo no livro Democracy’s Values, organizado por Ian Shapiro, Casiano Hacker-
Cordon e Russell Hardin. Nessa obra, diversos autores escreveram sobre suas ideias acerca da democracia contemporânea. O texto de Przeworski é
uma defesa do conceito minimalista de democracia de Schumpeter.
Adam Przeworski.
Essa defesa combinava o conceito proposto por Schumpeter com as contribuições do filósofo Karl Popper (1902-1994). Przeworski define
democracia como um sistema político no qual os cidadãos podem trocar o governo sem derramamento de sangue, ou seja, sem violência
(PRZEWORSKI, 1999, p. 12).
A defesa desse conceito minimalista de democracia baseia-se em dois elementos principais cuja combinação contribui para uma situação de
equilíbrio democrático. Vamos conhecê-los?
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
A possibilidade de alternância entre aqueles que ocupam o governo é um fator que evita a tentativa de tomadas violentas do poder, tais como
golpes, revoltas ou revoluções. Considerando que existe uma forma pacífica de realizar as trocas de governo, não existiriam motivos para se
recorrer a meios violentos.

O fato de essa troca pacífica ocorrer por meio de eleições, em sociedade com pessoas e ideais tão diferentes, gera o efeito de organização de
conflitos. Esses conflitos poderiam se dar de forma violenta. As eleições estabilizam as disputas, por meio do voto, impedindo a violência.
Os conceitos de Przeworski são provocativos e necessários, por isso vamos nos aprofundar nessas discussões. Primeiro, vamos refletir sobre a
alternância de governo sem violência.
Alternância de governo sem violência
Neste vídeo, vamos explorar mais sobre os sistemas de governos democráticos, a busca pelo equilíbrio e a dinâmica de processos sem violência.
O equilíbrio democrático autorreforçado
Przeworski propõe um exemplo que explica o primeiro elemento de sua teoria, a alternância pacífica de governo. Para entender essa proposta,
esqueça que escolhemos nossos representantes por meio do voto em eleições. Imagine que essa escolha seja feita por uma moeda, um tradicional
“cara ou coroa”. Agora suponha que existam dois grupos políticos – grupo A e grupo B – disputando um mesmo cargo.
O “cara ou coroa” será organizado da seguinte maneira:

Caso dê cara:


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O grupo A assume o poder.

Caso dê coroa:
O grupo B assume o poder.
Simples, certo? O grupo que assumir o governo poderá fazer tudo o que quiser, desde que não seja proibido constitucionalmente. Além disso, o
grupo se compromete a jogar novamente a moeda, assim que seu mandato terminar.
Para Przeworski, o respeito às regras constitucionais e o compromisso de realizaçãode um novo “cara ou coroa” para decidir quem governará são
elementos que geram uma situação de equilíbrio autorreforçado entre os dois grupos políticos (PRZEWORSKI, 1999, p. 19).
Para os perdedores, a garantia de que irá ocorrer uma nova jogada da moeda, em um período determinado, desestimula a tentativa de
tomada do poder de forma violenta. Isso porque, embora inicialmente fosse bom para o grupo tomar o poder por meio da força, eles não
teriam a estabilidade necessária para governar por um longo período. Se usassem o meio violento para ascender ao poder, o grupo rival
poderia tentar o mesmo método.
Para o grupo vencedor, respeitar as regras constitucionais e garantir um novo “cara ou coroa” é interessante porque lhe dá a estabilidade e
legitimidade para governar. Embora fosse vantajoso, a curto prazo, dar um golpe e se manter no poder, sem rolar a moeda de novo, a longo
prazo, isso autorizaria ao grupo opositor a tentar tomar o poder por meio da força, uma vez que os governantes não estariam respeitando as
regras do jogo.

Por que os perdedores aceitam o resultado do “cara ou coroa”? 
Por que os vencedores aceitam jogar a moeda de novo? 

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Equilíbrio de forças políticas
É interessante perceber que, nessa situação hipotética, há um equilíbrio entre os concorrentes ao poder, sem necessariamente ocorrer eleições.
Mas, na prática, nós votamos, certo? Afinal, como as eleições contribuem para esse equilíbrio?
As eleições como um mapeamento de forças
Após apresentar o exemplo da troca de governo pelo “cara ou coroa”, Przeworski reflete sobre a seguinte pergunta:
É comum que, após as eleições, além de garantir a posse de quem venceu, observe-se como foi a votação de outros partidos e candidatos. Esses
resultados nos dão a noção da força de cada grupo político, ou seja, quão forte será o governo e a oposição.
No exemplo do “cara ou coroa”, existe o respeito pelas regras, tendo por influência os riscos de não as respeitar. Já nas eleições, esses riscos são
bem detalhados.
Para os vencedores, fica definida a quantidade de apoio que possuem na sociedade. Isso informa aos políticos da oposição que, caso tentem algo,
estarão em minoria. Por outro lado, o tamanho da oposição deixa o governo ciente de que, caso não respeite as regras, poderá sofrer uma revolta ou
revolução com um número já apresentado, dado o tamanho do eleitorado que votou na oposição.
Qual é a diferença entre escolher os representantes pelo “cara ou coroa”
e por meio de eleições?
Resposta
A resposta é que as eleições reforçam o equilíbrio, mapeando a quantidade de força eleitoral que cada grupo possui.

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Eleitor usando urna eletrônica brasileira.
Com essa informação numérica de quanto apoio cada grupo possui, governo e oposição são induzidos a respeitar ainda mais as regras do jogo. Os
conflitos de ideias seriam organizados eleitoralmente. Não se trata do fim das disputas, e sim da organização para que não sejam violentas. Como
diz Przeworski, essa aparente simplicidade das eleições na realidade é um verdadeiro milagre.
No entanto, suponha que isso seja tudo o que define a democracia: que os governantes sejam eleitos. É pouco?
Depende do ponto de partida. (...) se o ponto de partida é que em qualquer sociedade existem conflitos, de
valores e de interesses, eleger governantes parece nada menos que milagroso.
(PRZEWORSKI, 1999, p. 12)
Eleições e mapeamento de força
Agora imagine como funciona os jogos eleitorais nas dinâmicas atuais de comunicação. Que tipos de relações podemos apreender? Vamos discutir
juntos com o professor Paulo Joaquim.
Os fatores de manutenção da democracia minimalista
Przeworski apresenta quatro fatores que compõem seu conceito de democracia, além dos elementos de alternância de governo e eleições já
discutidos. Esses fatores funcionam como fomentadores da democracia, ou seja, favorecem que a democracia se mantenha, mas não são
essenciais para que ela exista. Esses fatores são desenvolvimento econômico, dispersão do poder, tempo de alternância entre grupos no poder e
parlamentarismo.
O desenvolvimento econômico é apresentado como o mais importante fator que favorece a democracia. Em países mais ricos, os recursos
para o acesso à participação estariam disponíveis para mais grupos políticos, o que dificultaria a concentração de poder. Além disso, haveria
maior instrução do eleitorado e uma publicização maior da informação, o que permitiria um controle mais forte do governo por parte da
sociedade civil e da oposição.

Desenvolvimento econômico 
O grau de dispersão do poder 
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A concentração do poder em único grupo poderia gerar riscos graves, uma vez que esse grupo não temeria reações de uma oposição fraca.
Segundo Przeworski, o ideal é que nenhum grupo político possua mais de 2/3 do parlamento ou congresso.
É fácil compreender essa lógica. Imagine que você é líder de um grupo que elegeu quase todos os parlamentares e possui amplo apoio do
eleitorado. Pode até ser que você respeite as regras do jogo. Mas caso não respeite, quem irá contrariá-lo? Considerando que a oposição é
fraca, você teria poucas resistências para fazer o que quisesse para além das regras do jogo. No entanto, se o poder estiver dividido, você
precisará respeitar as regras de todo jeito.
A possibilidade de alternância de poder é uma condição, junto com as eleições, para o conceito democracia minimalista em Przeworski. O
tempo de alternância entre grupos no poder é um fator importante e deve ocorrer, em média, a cada cinco anos, a fim de reforçar a
democracia. Todavia, se essa alternância ocorrer em períodos menores que dois anos, significará um cenário de uma democracia instável.
Esse fator é um pouco discutível. Vejamos o caso da Alemanha. Durante cerca de 16 anos, o país foi governado por um mesmo partido e
uma mesma primeira-ministra. Angela Merkel foi primeira-ministra da Alemanha de 22 de novembro de 2005 até 8 de dezembro de 2021.
Seria possível afirmar, então, que a democracia alemã estava em risco durante esse período? A resposta da maioria provavelmente será não.
Como é possível notar, esse fator pode indicar possíveis problemas, mas não é algo determinante para analisar a democracia.
O sistema político organizado de forma parlamentarista seria um fator que daria mais estabilidade à democracia do que o presidencialismo.
Lembre-se de que o parlamentarismo é o sistema de governo no qual quem escolhe o chefe do Executivo é o parlamento. Importante
também relembrar que o cargo de chefe do Executivo, no presidencialismo, é o presidente, enquanto no parlamentarismo é o primeiro-
ministro.
Vamos relembrar que, no parlamentarismo, a eleição funciona da seguinte maneira: os eleitores votam em determinado partido que, a partir
desses votos, indica um número de parlamentares. São esses parlamentares que escolhem o primeiro-ministro.
Os fatores de manutenção da democracia minimalista
Qual a relação do modelo de Przeworski com a democracia minimalista? O professor Paulo Joaquim irá nos explicar no vídeo a seguir!
Os efeitos elitistas do minimalismo
Tempo de alternância entre grupos 
Parlamentarismo 
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Você já deve ter entendido a origem do termo minimalismo. Como vimos até aqui, os autores dessa corrente tendem a reduzir a democracia aos
seus elementos básicos, em outros termos, aos elementos mínimos. Nessa redução, a democracia perde seu caráter substantivo, revelando
somente seu aspecto procedimental. Ela se torna um método de transformar votos em governos. Evidentemente,para fazer isso, é necessária a
garantia de certos direitos e liberdades. No entanto, e a participação?
Uma característica em comum das teorias minimalistas é um aspecto elitista. Você pode perceber que, quando analisamos essas teorias, o papel
do povo consiste basicamente em eleger representantes. Isso se deve em parte pelo receio de movimentos de massa antidemocráticos. No entanto,
reforça a noção de que somente uma elite política, composta por políticos profissionais, pode governar.
Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Embora o minimalismo enfatize que essa elite seja predominantemente política, é difícil não perceber a sua conexão com elites econômicas.
Frequentemente, a elite política e a econômica possuem a mesma origem. Uma alternativa para reduzir essa concentração de poder em elites seria
justamente uma ampliação da participação.
A participação é um elemento que fica em segundo plano, tanto em Przeworski como em Schumpeter. Um ponto em comum entre os dois
pensadores – e que é a base do minimalismo democrático – é o fato de que as eleições devem ser justas e competitivas. A participação nessas
eleições é um pequeno detalhe para esses autores. Desde que ocorram as eleições e os resultados sejam respeitados, não há muita importância se
houve grande ou pequena participação do povo.
Vamos comparar: Przeworski x Schumpeter
Estamos chegando ao fim, momento de entender o confronto teórico aqui estudado. De um lado Przeworski e de outro Shumpeter, nosso juiz é o
professor Paulo Joaquim. Não perca!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

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Na teoria de Przeworski, a alternância de poder e as eleições livres são os elementos básicos. No entanto, o autor apresenta alguns fatores que
favorecem a manutenção da democracia. Analise as alternativas abaixo e escolha a que apresenta um fator de manutenção da democracia.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20desenvolvimento%20econ%C3%B4mico%2C%20ou%20seja%2C%20o%20n%C3%ADvel%20de%20riqueza%20de%20um%20pa%C3
Questão 2
Na situação descrita por Przeworski como equilíbrio autorreforçado (self-enforcing equilibrium), a alternância de governo ocorreria de forma
pacífica. Identifique abaixo um dos elementos essenciais para a manutenção desse equilíbrio.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20garantia%20das%20regras%20de%20altern%C3%A2ncia%20%C3%A9%20o%20que%20impede%20os%20perdedores%20de%20re
A Presidencialismo.
B Fortalecimento do crescimento econômico amplo.
C Liberdades civis.
D Representação de um grupo único ou de ampla maioria.
E Desenvolvimento econômico independentemente de como a riqueza é distribuída.
A Eleições livres
B Garantia das regras de alternância
C Parlamento diversificado
D Presidencialismo
E Judiciário fiscalizador
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Considerações �nais
Neste conteúdo, você pôde conhecer mais a respeito da teoria minimalista de democracia. Essa teoria surgiu como uma crítica à teoria clássica da
democracia. O conceito clássico de democracia era pouco empírico porque continha muitos conceitos abstratos, os quais não era possível
identificar nem aplicar em sistemas de governos reais.
As liberdades civis, tais como expressão, voto e participação, são fundamentais para essa teoria contemporânea. A escolha por meio do voto é
outro elemento-chave para compreensão das perspectivas minimalistas.
Existe, nos dias de hoje, uma constante preocupação com a manutenção da democracia. E embora essa teoria sofra críticas por reduzir a
democracia apenas a um método, tornou-se a principal chave de análise de governos democráticos na atualidade.
Podcast
Agora, vamos retomar as principais ideias e realizar um resumo para facilitar a revisão de seus estudos.

Explore +
Para complementar os seus conhecimentos no conteúdo estudado:
Assista ao documentário Até o Fim: A Luta Pela Igualdade, de 2020, no qual Lisa Cortes e Liz Garbus fazem um panorama histórico da supressão
de voto nos Estados Unidos, mostrando como barreiras foram e continuam sendo impostas para impedir que alguns grupos populacionais,
especialmente os negros, participem das eleições. O foco é principalmente na ativista Stacey Abrams, cuja atuação foi fundamental para
assegurar importantes vitórias democráticas no estado da Geórgia.
Assista ao documentário Eleições, de 2018, disponível na Itaú Cultural Play. A cineasta Alice Riff registra as eleições para o grêmio da Escola
Estadual Doutor Alarico Silveira, no bairro da Barra Funda em São Paulo (SP). A partir da movimentação de quatro grupos de estudantes com
visões de mundo diferentes, o documentário discute questões urgentes para a sociedade brasileira dentro e fora da escola.
Leia o livro Ciência e Política, Duas Vocações, de Max Webber, em especial o capítulo A Política como Vocação.
Leia o artigo Minimalismo schumpeteriano, teoria econômica da democracia e escolha racional, de Ricardo Borges Gama Neto, publicado na
Revista de Sociologia e Política, v. 19, n. 38 de 2011.
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Referências
ALCANTARA, P. As elites contra a democracia: a concepção minimalista no campo hegemônico da teoria democrática. Revista Crítica e Sociedade:
revista de cultura política, Uberlândia, v. 7, n. 2, 2017.  
CONSANI, C. O conceito de vontade na filosofia política de Rousseau e Condorcet. Revista Trans/Form/Ação, Marília, v. 41, n. 1, 2018.  
GAMA NETO, R. Minimalismo schumpeteriano, teoria econômica da democracia e escolha racional. Revista Sociologia e Política, Curitiba, v. 19, n.
38, 2011.  
PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
PRZEWORSKI, A. A Minimalist conception of democracy: a defense. In: SHAPIRO, I.; HACKER-CORDSN, C. Democracy's Values. Cambridge University
Press, 1999.  
RÊGO, W. Notas sobre o conceito de democracia em Joseph A. Schumpeter e Hans Kelsen. Anais do 18º Encontro Anual da Anpocs. Caxambu,
ANPOCS, 1994.
SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo e democracia. São Paulo: Unesp Digital, 2017.
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