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Tema 7 - História da educação no Brasil_ Redemocratização

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18/04/2023, 17:49 História da educação no Brasil: Redemocratização
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00159/index.html# 1/25
História da educação no Brasil: Redemocratização
Prof.ª Pâmela de Almeida Resende
Descrição
Série de mudanças que ocorreram no âmbito da Educação brasileira, dos anos 1960 até a Redemocratização, incluindo as transformações
econômicas, sociais e políticas que influenciaram reformas, leis e decretos criados para embasar os projetos de governo.
Propósito
Compreender as diversas mudanças e os discursos que pautaram as diferentes reformas, decretos e leis para a Educação brasileira no processo de
redemocratização, com a identificação das iniciativas que permanecem em nossas práticas pedagógicas e estruturas de ensino.
Objetivos
Módulo 1
Reformas na organização da Educação brasileira
Identificar as reformas ocorridas na organização da Educação brasileira durante o Regime Militar.
Módulo 2
Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
Reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases como promotoras de avanços na Educação brasileira.
18/04/2023, 17:49 História da educação no Brasil: Redemocratização
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00159/index.html# 2/25
Introdução
A discussão sobre a educação atual no Brasil passa pela identificação de duas grandes matrizes de pensamento educacional que claramente se
subdividem. A primeira é a proposta da ditadura civil-militar, que era marcada por um modelo tecnicista, com primeiros empreendimentos de
popularização, mas com a manutenção de uma hierarquia claramente estruturada. Seu foco era o nacionalismo e a formação do brasileiro. A
segunda é influenciada pela Constituição de 1988 e pela LDB 1996, focada em princípios de liberade e cidadania, mas que tem como desafio a
popularização, o aumento de alunos por classe e o custo do novo modelo.
1 - Reformas na organização da Educação brasileira
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as reformas ocorridas na organização da Educação brasileira durante o
Regime Militar.
Educação na década de 1960
A segunda metade da década de 1960 foi marcada por importantes transformações políticas, econômicas e sociais. O clima político no Brasil
encontrava-se absolutamente conturbado. No dia 13 de dezembro de 1968, o general Arthur da Costa e Silva baixou o que ficou conhecido como AI-
5 ou Ato Institucional nº 5. Estudantes, professores, trabalhadores urbanos e rurais: naquele momento, centenas de pessoas encontravam-se na
clandestinidade, exilados, mortos ou presos. Veja, a seguir, as manchetes do jornal da época:

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to Institucional nº 5
Um dos instrumentos jurídicos que caracterizam o período do governo civil-militar como uma ditadura é o uso dos Atos Institucionais. Instrumento
vinculado ao presidente que estabelecida ditames a serem seguidos de imediato sem a necessidade de aprovação do Legislativo ou Judiciário,
transformando o poder do Executivo em condição de superioridade diante dos demais poderes. O Ato Institucional nº 5 é um dos mais famosos e
considerado uma virada do momento político. A roupagem democrática fora mantida até o governo de Costa e Silva, porém a promulgação do AI-5
serviu para fomentar a censura, influir juridicamente, instaurar mudança em sistemas prisionais e evocar a ordem de defesa do Estado como
justificativa para qualquer ato.
Fonte: Arquivo Público do Estado de São Paulo
Jornal Última hora
Ao mesmo tempo, o regime fazia questão de imprimir certa aparência de normalidade ao cotidiano das pessoas, lançando mão de recursos
midiáticos de forma doutrinária, como veremos no próximo vídeo.
Propaganda: veículo de difusão ideológica
Assista ao vídeo para ver que as propagandas ufanistas eram utilizadas como forma de educação e difusão ideológica.
No vídeo anterior, vimos o quanto as propagandas visavam à doutrinação ideológica pelo seu teor nacionalista. Quando falamos desse momento
para a Educação, é importante lembrarmos que o objetivo da criação das disciplinas Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do
Brasil era incutir na mentalidade dos estudantes valores como civismo e patriotismo.
ivismo
A palavra civitas vem do latim. Faz referência a cidadão. O mundo romano na Antiguidade tinha como principal característica a República construída a
partir de seus cidadãos. São muitas as derivações decorrentes, mas sempre com o mesmo sentido: sujeito de direitos em determinada sociedade,
defensor dos valores e do interesse coletivo dessa sociedade. Logo, a missão de ensinar civismo visava a que o sujeito aprendesse sobre os valores e
passasse a lutar por eles.
Comentário
Durante a Semana da Pátria (7 de Setembro), era obrigatório cantar o Hino Nacional e hastear a bandeira brasileira. Em muitas escolas – públicas ou
particulares –, essa prática foi incorporada sem muito questionamento. É muito comum nos depararmos, ainda, com escolas que repetem esses
rituais durante a Semana da Pátria ou mesmo semanalmente.

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Na sua escola isso acontecia? Você consegue se recordar de outros elementos punitivos, durante sua trajetória escolar, que possam ser herança de
uma cultura autoritária? Você ainda entende isso como algo importante?
1964: a página infeliz da nossa história
O período entre 1964 e 1985 ficou conhecido em função da interrupção do processo democrático brasileiro e pela instauração de uma ditadura que
duraria 21 anos. Uma ditadura é geralmente caracterizada pela imposição de uma visão de mundo, muitas vezes à base da força. Por isso, aqueles
anos foram marcados pela extinção dos partidos políticos, cassação de direitos, censura, perseguição de opositores políticos, mortes e
desaparecimentos.
Você pode estar se perguntando: como a Educação foi afetada durante a Ditadura Militar? O ambiente escolar mudou? E os educadores
progressistas, eles também foram alvos de perseguições e forçados a interromper suas atividades?
Repressão militar na Praça da Sé.
Uma das bandeiras levantadas pelos defensores dessa escola nova era o potencial da Educação como instrumento de emancipação dos indivíduos.
Isso significa que o governo civil-militar conhecia o poder transformador da Educação e, para atender o lema de recuperar a ordem e a estabilização
de seu projeto, a Educação passou a ser pauta do dia durante esse período. Contudo, após o golpe de 1964, muitos educadores foram mortos,
perseguidos e exilados em função de suas ideias ou posturas políticas, como os citados a seguir:
Professores perseguidos durante a ditadura militar.
Professores (da esquerda para direita): Ana Rosa Kucinski, Tito Arcoverde Cavalcanti, Anísio Teixeira, Fernando Henrique
Cardoso, Darcy Ribeiro, Heleneide Nazaré, Haity Moussatché.
Professores perseguidos durante a ditadura militar.
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Professores (da esquerda para direita): Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Rubim Aquino, Victor Nunes Leal, Walter Oswaldo
Cruz, Paulo Freire, Maria Yedda Linhares, Erney Camargo e Eulália Lobo.
O ambiente escolar tornou-se cada vez mais hostil para qualquer pessoa que contestasse a ordem vigente, fosse aluno, funcionário ou professor.
Saiba mais
No mesmo dia em que os militares deram um golpe de Estado instaurando a Ditadura Militar (1° de abril de 1964), eles invadiram e incendiaram a
sede da maior representação estudantil, União Nacional dos Estudantes (UNE). Muitos líderes estudantis foram presos naquela ocasião. Durante
todo o regime militar, a UNE, mesmo na ilegalidade, atuou combativamente contra o projeto de educação implementado pelos militares.
Naquelaépoca, era prática comum que a direção das escolas públicas fosse indicada pelos políticos locais. Para isso, tinham por base:
Mérito
Ampliação efetiva do número de vagas e formalização de que era função do Estado garantir a Educação.
Problema
Promoção de um clima de vigilância contra algum conteúdo ou ideias consideradas subversivas para os alunos.
Você consegue se lembrar disso?
Como a Ditadura Militar era trabalhada nos livros didáticos que utilizou durante sua formação escolar? Se você tem
mais de quarenta anos, provavelmente estudou com livros que citam a “Revolução de 1964” ou “movimento de
março de 1964”.
ovimento de março de 1964
Esse é o caso do livro História do Brasil, publicado em 1976, de autoria de Francisco de Assis Silva e Pedro Ivo Bastos. A Ditadura Militar é caracterizada
como “República Contemporânea” e o golpe de 1964 como “movimento de março de 1964”.
Quem iniciou a formação escolar nos anos 1990 e 2000, provavelmente presenciou uma mudança de abordagem. Os livros didáticos,
acompanhando, em parte, as renovações na historiografia sobre o período da Ditadura, são quase unânimes em classificar o período entre 1964-
1985 como uma época de interrupção da democracia, ou seja, um golpe de Estado protagonizado pelas Forças Armadas.
Tente fazer esse exercício e busque em sua memória como eram os livros didáticos que você já utilizou. Busque por algum livro didático em sua
casa ou na biblioteca mais próxima de você.
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Observe a divisão dos assuntos, veja quais temas são abordados e, sobretudo, verifique o ano de produção desse livro.
Esse exercício é importante, pois nos ajuda a contextualizar essa obra, lembrando que todo livro didático é reflexo do seu tempo.
Durante todo o período da Ditadura Militar, tivemos diversas intervenções que atingiram diretamente o setor educacional. Veja algumas intervenções
promovidas pela Constituição de 1967:

A União e os estados estavam desobrigados a investirem um percentual mínimo na Educação, contrariando o que estava disposto na LDB de 1961.

A transferência de recursos públicos para instituições privadas de ensino foi outra alteração promovida por essa carta constitucional.
Confira o que Dermeval Saviani argumenta no artigo O legado educacional do regime militar:
A Constituição de 24 de janeiro de 1967, baixada pelo regime militar, eliminou a vinculação orçamentária
constante das Constituições de 1934 e de 1946, que obrigava a União, os estados e os municípios a destinar
um percentual mínimo de recursos para a educação. A Constituição de 1934 havia fixado 10% para a União e
20% para estados e municípios; a Constituição de 1946 manteve os 20% para estados e municípios e elevou o
percentual da União para 12%. A Emenda Constitucional nº1, baixada pela Junta Militar em 1969, também
conhecida como Constituição de 1969 porque redefiniu todo o texto da Carta de 1967, restabeleceu a
vinculação de 20%, mas apenas para os municípios.
(SAVIANI, 2008, p. 291)
1968: movimento brasileiro de alfabetização (Mobral)
No mesmo ano da aprovação da Constituição de 1967, foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral foi um órgão do governo
instituido pelo decreto no 62.455, de 22 de março de 1968, conforme autorizado pela Lei nº 5379, de 15 de dezembro de1967. No entanto, só passou
a vigorar em1971. Veja, a seguir, a propaganda feita pela revista Veja para disseminá-lo:
Propaganda veiculada na revista Veja, em setembro de 1973.
Dessa forma, alguns questionamentos referentes ao órgão são feitos, como:
Qual era o objetivo dos militares com a criação do Mobral? 
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Esse programa tinha como objetivo erradicar o analfabetismo no Brasil.
Os militares extinguiram o projeto de alfabetização “De pé no chão também se aprende a ler”, inspirado na pedagogia freiriana, e colocaram
no seu lugar o Mobral.
O programa se fundamentava na metodologia de alfabetização de Paulo Freire no sentido técnico do termo, mas se distanciava na dimensão
da formação da consciência crítica e cidadã. Ao julgar a realidade, é preciso usar uma lente que possa compreender, em seu tempo histórico,
cada situação.
Professores e alunos, educandos e educadores devem interagir com o conhecimento e aprender juntos. Nesse sentido, o diálogo ganha força
como proposta de interação e recriação, respondendo à lógica da determinação com o poder transformador. Para Freire, o diálogo é uma
exigência existencial, pois é o encontro dos que se solidarizam para refletir sobre o seu próprio agir, seus desejos de deliberações e
construções de novas determinações. Por isso, o diálogo é um ato de criação.
Para que fosse efetivo, o governo militar criou um sistema de treinamento para professores leigos (sem diploma), que recebiam rudimentos
de leitura e escrita preparados para constituir aulas em suas cidades e rincões do Brasil. Essas aulas utilizavam cartilhas distribuídas
nacionalmente. Infelizmente, o projeto tornou-se marca de pessoas falsamente formadas ou “malformadas”, chegando a virar xingamento.
O Mobral tem como ponto positivo ter alcançado rincões inimagináveis do Brasil. No entanto, a falta de controle, o número de formações
absolutamente indevidas pela ausência de profissionais capacitados, levaram o programa ao colapso. De grande projeto de educação virou
uma piada, em que alguém de baixa capacidade intelectual passou a ser chamado de “Mobral”.
1969: inclusão das disciplinas Educação Moral e Cívica e Organização Social e
Política do Brasil
Em 1969, os militares determinaram a retirada do ensino de Filosofia e Sociologia das escolas. Sob o Decreto-lei nº 869, passou a ser obrigatória a
disciplina Educação Moral e Cívica (EMC) nas escolas brasileiras, como mostrado a seguir:
ecreto-lei nº 869
O Decreto-lei nº 869, de 12 de setembro de 1969, dispõe sobre a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória nas escolas de todos
os graus e modalidades dos sistemas de ensino no país e dá outras providências:
Qual foi a metodologia de implementação do programa? 
Qual foi o fundamento teórico que inspirou o Mobral? 
Como o Mobral funcionava? 
Resultado 
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Art. 1º É instituída, em caráter obrigatório, como disciplina e, também, como prática educativa, a Educação Moral e Cívica nas escolas de todos os
graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País (...).
Art. 3º A Educação Moral e Cívica, com disciplina e prática educativa, será ministrada com a apropriada adequação, em todos os graus e ramos de
escolarização.§ 1º Nos estabelecimentos de grau médio, além da Educação Moral e Cívica, deverá ser ministrado curso curricular de “Organização
Social e Política do Brasil.”
Manchete de jornal.
A implantação dessa disciplina fazia parte de um contexto em que a moral e o civismo estavam em alta. O ano de 1970, por exemplo, foi o ano da
campanha do Civismo Brasileiro. Nesse período, além da Educação Moral e Cívica, ganhou destaque também a instituição, no Segundo Grau, da
disciplina Organização Social e Política do Brasil (OSPB), responsável por difundir o nacionalismo e o patriotismo entre os alunos.
ivismo Brasileiro
“A escola era o centro das atividades cívicas, dela o civismo deveria irradiar para toda a comunidade; assim planejava o Estado. No entanto, não deixava
essa missão somente para a escola, mobilizando também a imprensa e órgãos de movimentos sociais, como associações de bairros e sindicatos,
esses dois últimos por ação mais violenta do que coercitiva.
Era de responsabilidade da escola se certificar que, no dia da comemoração do sesquicentenário do Marechal Deodoro da Fonseca, as crianças
colorissemgravuras do referido marechal, aprendesse mais sobre a vida e importância dele para a história do Brasil e de como ele contribuiu para o
desenvolvimento atual do Brasil, levado a cabo pela “Revolução”. Que no final do dia letivo, os pais fossem convidados para uma ação solene em que as
crianças apresentassem algum trabalho sobre o Marechal Deodoro da Fonseca e levassem para casa um marcador de livros com o rosto dele.
Se a Prefeitura se articulasse antecipadamente com autoridades municipais, um desfile poderia ser organizado, com banda de música e discursos
políticos. Tudo isso era impensado sem a escola, e aí estava a sua importância primordial para que o plano da ditadura militar para a nação fosse
cumprido: realização e eficiência”.
Fonte: histedbr.fe.unicamp.br
acionalismo e o patriotismo entre os alunos
Sobre a difusão do nacionalismo e do patriotismo entre os alunos, ainda em 1970, aconteceu a Copa do Mundo no México. Os cantores Dom e Ravel
conquistaram o país com o Eu te Amo, meu Brasil, que estourou nas paradas de sucesso. Essa canção foi utilizada pelo governo militar nos eventos
cívicos e cantada nas escolas.
Veja alguns versos da canção Este é um país que vai pra frente, que também foi muito utilizada e inspirada pelos ideais do Positivismo:
Este é um país que vai pra frente.
De um povo unido.
De grande valor.
É o país que canta.
Trabalha e se agiganta.
É o Brasil do nosso amor.
Os conteúdos tinham cunho moralizante, pautados em preceitos considerados fundamentais à sociedade. A Educação era empreendida também
em meios não formais.
Com base nos mesmos conteúdos moralizantes, foram constituídos, por exemplo, personagens como o Sujismundo para que, na prática do
cotidiano, as pessoas pudessem trazer para si o sentimento de civilidade, cuja falta era entendida como um dos males brasileiros.
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Sujismundo
Ensino Superior: tendência pedagógica tecnicista e neopositivista
Assista ao vídeo para ver qual foi o tratamento dado às universidades brasileiras pelo governo da época, no contexto em que ganharam destaque as
tendências pedagógicas pautadas no ensino tecnicista, neopositivista e no modelo behaviorista de Psicologia.
1971: a reforma de 1° e 2° graus
A Lei nº 5692/1971, chamada de Lei de Diretrizes e Bases de forma errônea, refere-se exclusivamente a dois segmentos da Educação, que
correspondem ao que, atualmente, chamamos de Educação Básica.
Essa lei não tratava também dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país, apenas era específica para dois segmentos do ensino.
Como vimos, a reforma universitária de 1968 voltou suas atenções para o ensino superior.
A Lei nº 5692/1971 foi criada por um grupo de trabalho instituído pelo presidente Emílio Médici, que tinha por objetivo adequar o ensino ao
momento político instaurado pelo Golpe de 1964 e às necessidades sociais e econômicas que o governo militar se empenhava em garantir.
O país precisava de trabalhadores, porém, mais do que isso, precisava de mão de obra especializada. Em linhas gerais, ela criou a estrutura de
ensino que se organizava em 1º e 2º graus.
Médici na biblioteca do palácio.
Vamos entender melhor as principais alterações na Educação Básica em decorrência da reforma de 1971:

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Com a promulgação da lei, o segundo grau passou a combinar a seguinte dupla característica:

Garantia a terminalidade para aqueles que pretendiam a formação em nível técnico.

Garantia a continuidade para os que desejavam prestar o vestibular.
Atividade discursiva
Como o ensino profissionalizante contribuiu para a elitização do ensino superior?
Primeiro grau passou a abranger os antigos primário e ginásio, atendendo às crianças dos 7 aos 14 anos.
Ampliação da obrigatoriedade escolar de 4 para 8 anos.
Transformação do antigo curso secundário em ensino de segundo grau.
Segundo grau passou a ser obrigatoriamente profissionalizante.

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É importante observar que a necessidade de formar mão de obra levou o governo a alterar radicalmente o ensino básico. Apesar de essa lei
valer para o ensino público e para o ensino privado, o que se verificou, na prática, foi a concentração da adoção do ensino profissionalizante no
ensino público, de modo que os filhos da elite continuaram a ser preparados para o ingresso nas carreiras universitárias.
Veja algumas consequências dessa reforma:
Além da instituição do ensino profissionalizante, um deslocamento cada vez maior de recursos públicos para o setor privado;
A Lei n° 5692/1971 também foi a primeira legislação educacional que criou um capítulo para tratar do ensino supletivo;
Além disso, a Lei n°5692/1971 introduziu algumas propostas que contribuíram para o debate pedagógico, pois previa a integração vertical e a
integração horizontal.
A valorização do magistério é outra questão presente na lei. Foi citada especialmente buscando a crescente profissionalização dos professores, o
aperfeiçoamento daqueles já formados, e adequando os vencimentos salariais segundo os critérios do nível de formação, ao contrário do nível
que ministrava.
nsino supletivo
Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade:
a) suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria;
b) proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou
em parte;
Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos
respectivos Conselhos de Educação.
integração vertical e a integração horizontal
A integração vertical se dava nos dois graus, entre os níveis (o primeiro e o segundo segmento do primeiro grau), e entre todas as séries de ensino das
atividades, áreas de estudo e disciplinas, com o propósito de garantir um trabalho de continuidade desde a 1ª série do primeiro grau até a última série
do segundo grau.
A integração horizontal, que buscava eliminar a diferença entre os antigos ramos de ensino: agrícola, comercial, industrial e normal, articulando as
várias áreas do conhecimento no interior de cada série.
o contrário do nível que ministrava
Art. 39. Os sistemas de ensino devem fixar a remuneração dos professores e especialistas de ensino de 1º e 2º graus, tendo em vista a maior
qualificação em cursos e estágios de formação, aperfeiçoamento ou especialização, sem distinção de graus escolares em que atuem.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Durante o período da Ditadura Civil-Militar, a reforma educacional empreendida em 1971 é frequentemente chamada de Lei de Diretrizes e
Bases de forma errônea. A Lei n°5692/1971 não tratava, também, dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país. Quais eram os
assuntos tratados nessa lei?
A
Reformulação específica de dois segmentos da Educação – fundamental e médio – , que correspondem ao que chamamos
de Educação Básica.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EMuitos%20autores%20defendem%20que%2C%20em%201971%2C%20tivemos%20uma%20nova%20LDB%2C%20mas%2C%20na%20pr
Questão 2
O Mobral, criado em 1967,tinha o objetivo de erradicar o analfabetismo no país. Esse órgão foi criado como alternativa ao projeto “De pé no
chão também se aprende a ler”. Identifique as características do Mobral:
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EDurante%20o%20governo%20militar%2C%20a%20educa%C3%A7%C3%A3o%20esteve%20em%20voga%20com%20muitas%20reformas
se%20por%20reformas%20espec%C3%ADficas%2C%20como%20a%20sinalizada%20em%201971.%20O%20Mobral%20%C3%A9%20um%20exemplo%
se%20a%20preocupa%C3%A7%C3%A3o%20em%20alfabetizar%20adultos%20e%20utilizar%20um%20m%C3%A9todo%20pr%C3%B3prio%2C%20tal%2
B Reformulação das universidades com a implementação do sistema de vestibulares e as Diretrizes Curriculares Nacionais.
C Reformulação da educação infantil para garantir acesso a todas as crianças à Educação Básica.
D Reformulação da educação de jovens e adultos com a implementação do Mobral.
E Reformulação da Educação para princípios democráticos.
A Mantinha, de forma sintética, as bases do projeto de alfabetização de Paulo Freire.
B Reforçava o modelo tecnicista da Educação e o direcionamento para o trabalho.
C Era institucionalizado em uma base de educação moralizante.
D Pautava-se no processo de difusão de professores formados pelos grandes centros para todo o Brasil.
E O Mobral era focado nos jovens infratores e no seu apoio para terem escolarização.
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2 - Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases como
promotoras de avanços na Educação brasileira.
Fim do Regime Militar, promulgação da Lei de Anistia e nova Constituição
Chamada de “Constituição Cidadã” pelo deputado Ulysses Guimarães, o novo texto que regeria a vida de milhares de brasileiros tinha como desafio
imediato restituir direitos fundamentais negados durante muito tempo à sociedade brasileira. Além disso, tinha como tarefa olhar para o futuro.
Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituição de 1988.
A transição política do Brasil em sua redemocratização
Veja uma explicação sobre a transição política do Brasil em sua redemocratização.

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Politicamente, a abertura lenta e gradual foi ampliando a participação popular nas votações, primeiro para prefeitos, depois governadores até a
querela sobre quando seriam as primeiras eleições diretas.
Manifestação do movimento Diretas Já.
Apesar do movimento Diretas Já, a emenda que pretendia antecipar as eleições foi derrotada. Em uma articulação política, foi eleito Tancredo
Neves pelo colegiado dos deputados, tendo como vice-presidente José Sarney. O presidente da Câmara era o deputado Ulysses Guimarães.
ovimento Diretas Já
Foi um movimento político da década de 1980 que exigia que as eleições para presidente de 1985 fossem por voto popular e direto, e não por voto do
colegiado dos deputados.
Educação no contexto da transição de regime
Nesse contexto, a Educação brasileira seguia os moldes de 1971. As mudanças, no entanto, não acontecem nesse campo de maneira uniforme até
o fim da década. Foram tomadas ações peculiares em capitais e estados. Os dois exemplos importantes vêm do Distrito Federal e do Rio de
Janeiro:
Brasília
Um modelo de educação integral que aproximasse a universidade – principalmente de Brasília – das escolas de Educação Básica foi proposto. O
principal nome desse projeto foi Cristovam Buarque.
Rio de Janeiro
A controversa eleição de Leonel Brizola propõe uma intensa ruptura na educação. Darcy Ribeiro foi chamado para liderar esse projeto, que protegia
o trabalhador e as crianças.
rianças
Era necessário que elas fossem acolhidas, educadas, ficando longe dos ambientes de conflito e criminalidade, que já eram notórios na cidade.
Os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) trabalhavam com a compreensão de que não se forma o sujeito em conteúdos, pois o sujeito
deve ser preparado para ser cidadão e lutar pela cidadania e pelo coletivo. O projeto, moderno em termos pedagógicos, foi bastante atacado em
virtude da sua operacionalização e uso político. Foi descaracterizado a partir da eleição de outros grupos que se opunham às políticas brizolistas.
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Centro Integrado de Educação Pública (CIEP).
Signi�cado das reformas da educação brasileira na redemocratização
Constituição
Para que seja possível entender esse longo processo, é importante que possamos conhecer e entender um pouco mais sobre o que significam as
reformas da Educação brasileira na sua redemocratização, conhecendo alguns dos seus direcionamentos como, por exemplo, a Constituição.
As resoluções e garantias para a Educação brasileira na Constituição de 1988 estão apresentadas no Título VIII, que trata da Ordem Social; no
Capítulo III, intitulado da Educação, da Cultura, do Desporto; especificado na Seção I, chamada da Educação; entre os artigos 205 e 214.
No artigo 205, a Carta Constitucional estabelece a Educação como direito de todos e dever do Estado e da família. É interessante notar como o
dever do Estado parece o da família, o que realmente demonstra a importância do poder público em garantir ensino para a população, como se pode
ver a seguir. Os princípios do ensino foram especificados no artigo 206. Podemos destacar:

Garantia de igualdade de acesso e permanência na escola.

Liberdade de ensinar e aprender.

Gratuidade nas escolas públicas.
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Gestão democrática nas escolas da rede pública.

Valorização dos profissionais da Educação, que inclui plano de carreira e piso salarial para o magistério.
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Atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Com a promulgação da Constituição de 1988 , a LDB anterior (4024/1961) foi considerada obsoleta, mas apenas em 1996 o debate sobre a nova lei
foi concluído. A atual LDB (9394/1996) foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Educação, Paulo Renato, em
20 de dezembro de 1996.
Baseada no princípio do direito universal à Educação para todos, a LDB de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, tais como:

Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares (art. 3º e 15).

Carga horária mínima de 800 horas distribuídas em 180 dias letivos na Educação Básica (art. 24).

Orientação do gasto da União em, no mínimo, 18% e os estados e municípios, no mínimo, 25% de seus orçamentos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino público (art. 69).

Criação do Plano Nacional de Educação (art. 87).
lano Nacional de Educação
O Plano Nacional de Educação é um documento editado periodicamente, através de lei, que compreende desde diagnósticos sobre a educação
brasileira até a proposição de metas, diretrizes e estratégias para o desenvolvimento do setor. Segundo a LDB de 1996, o PNE seria elaborado pela
União, com colaboração dos demais entes federativos (estados, municípios e Distrito Federal).
Essa LDB aponta em seu artigo 22 para uma formação do indivíduo que atenda a três dimensões da condição humana: cidadania, estudo e trabalho.
A ideia é que os currículos escolares e os saberes compartilhados no ambiente escolar estejam atentos às distintas realidades sociais, além de
funcionarem como instrumentos em que os alunos consigam praticar o exercício da cidadania na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
A LDB pressupõe uma série de ações que foram, desdeentão, desenvolvidas e que passamos a enunciar.
rtigo 22
“A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
Fundo para Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB)
Como surgiu o FUNDEB? Quando, durante o governo FHC, houve a intensa discussão de que era preciso ampliar o número de vagas, garantir o
acesso às escolas e, o mais crítico, trabalhar contra a evasão escolar, o ministro Paulo Renato tomou isso como meta e modelo, "ameaçando" os
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estados e municípios de que deveriam atingir essas metas ou não receberiam dinheiro.
Com a criação do FUNDEB, prevista na própria LDB, muitas prefeituras e governos criaram programas, deixando de lado a qualidade em prol da
continuidade – aprovações automáticas, criação de projetos em que separavam potenciais alunos repetentes, entre outros.
Quais as vantagens e as desvantagens do FUNDEB? Veja a seguir cada uma delas:
UNDEB
No governo Fernando Henrique o nome do projeto era FUNDEF (Fundo da Educação Fundamental), mudou em 2006 para FUNDEB (Fundo da Educação
Básica), que amplia o programa, mas o sentido é o mesmo.
O Fundo para Desenvolvimento da Educação Básica foi criado para regulamentar o auxílio da União a estados e municípios, sem precisar pedir a cada
nova demanda.
Vantagem
Tem como mérito a ampliação do número de pessoas com alguma formação. A maior parte do Brasil passa pela escola.
Desvantagem
Tem como demérito, por sua vez, a perda de qualidade mensurável.
Problemas dos modelos anteriores
Com as reprovações, as escolas dos modelos anteriores atingiam números grandes de evasão e distorção idade/série. A imagem de que elas eram
“melhores” é uma ilusão provocada pela reprovação, uma vez que poucos conseguiam obter a formação.
Esses programas, apesar de importantes, jogaram a Educação Básica em uma situação complexa, ainda que inequivocamente mais democrática,
pois exigiram mais investimento, diversificação, o que é custoso e, sem o foco específico, faz com que os números se arrastem quando comparados
a índices internacionais. Observe o seguinte gráfico:
Gráfico: Dados de reprovações
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram organizados também no processo de redemocratização nacional, impulsionados pela nova LDB/1996.
Esses parâmetros curriculares podem ser caracterizados como orientações explicitamente práticas da legislação, ou seja, funcionam como um
importante referencial para aquilo que oficialmente se espera da Educação, do professor e do aluno – muito embora essa função não corresponda à
necessária clareza conceitual do documento.
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PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
Assim como os PCN, os PCNEM (Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio) responderam pela intenção de estabelecer uma base curricular
nacional comum e introduziram o que passou a ser designado de ensino por competências.
Considerando exatamente o termo parâmetros, os PCNEM têm como princípio servir de referência básica e geral à comunidade escolar
(professores, coordenadores pedagógicos, alunos etc.) na organização e implementação do projeto educativo das escolas, com o intuito de garantir
uma base nacional comum ao currículo da Educação Básica.
As disciplinas no PCNEM foram distribuídas de modo que as variadas áreas do conhecimento fossem contempladas. O próprio termo tecnologias
caracteriza as contribuições de cada uma das áreas para a proposta curricular.
roposta curricular
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – inclui as disciplinas conhecidas pelas denominações de Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira,
bem como Artes, Educação Física e Informática.
Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias – engloba as disciplinas Biologia, Física, Química e Matemática.
Ciências Humanas e suas Tecnologias – inclui o conteúdo das disciplinas de Geografia, História, Sociologia e Filosofia, dialogando metodologicamente
com as demais áreas das Ciências Sociais.
A leitura interdisciplinar dos fenômenos sociais permite a articulação de fatos, conceitos, processos e tendências de forma contextualizada,
ressaltando especificidades.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as perspectivas para a Educação
Depois dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a grande novidade para a Educação foi a homologação, no ano de 2018, da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Trata-se de um documento normativo para a Educação Básica (Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio). A BNCC, ao ser
elaborada, teve os PCN e as DCNEB (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica) como pano de fundo. Veja o fluxograma das
competências gerais da Educação Básica:
CNEB
Com origem na LDB/1996, as DCNEB são normas obrigatórias para a Educação Básica. Qualquer documento ou legislação elaborada para a educação
brasileira deve levá-la em consideração.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
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Você pode estar se perguntando: qual é a novidade e a importância da BNCC? Levando em consideração a LDB/1996, os PCN e as DCNEB, a
inovação trazida pela BNCC é a clareza dos objetivos de aprendizagem de cada ano escolar. Ou seja, ela estabelece os conteúdos norteadores que
serão ensinados.
A BNCC tornou-se obrigatória nos currículos de todas as redes do país, públicas e particulares. Dessa forma, os documentos anteriores devem
continuar sendo consultados, mas apenas como documentos orientadores, sem caráter obrigatório.
Diferentemente da BNCC, os PCN foram orientações e não legislação. Eles não geraram uma base comum, mas
apontaram sugestões para um currículo escolar diversificado e significativo, levando em conta o respeito às
diversidades regionais, culturais e políticas.
A BNCC, prevista no artigo 10 da Constituição de 1988, instituída pela LDB n° 9.394/1996 e fundamentada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais,
define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades
da Educação Básica.
Atenção!
Os currículos de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio do Brasil serão norteados por ela. A
BNCC operacionalizará os fundamentos das Diretrizes, indicando os conteúdos de cada ano de escolaridade da parte comum do currículo, ou seja, o
que deve ser ensinado em todo território nacional e o que se espera alcançar em cada etapa da Educação Básica.
Pelo menos dois aspectos são fundamentais para compreendermos melhor a importância da BNCC:
Ela foi pensada na esteira da LDB/1996, dos PCN e das DCNEB. Dessa forma, faz sentido pensar em todos esses documentos conjuntamente,
como se um auxiliasse e completasse o outro.
A BNCC é mais do que um documento que estabelece como, quando e por que determinados conteúdos serão ensinados, ou seja, o que importa é
construir um projeto educacional que contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como os aspectos cognitivo e socioemocional,
o desenvolvimento físico, cultural etc. A ideia é que o aluno consiga aplicar o conhecimento aprendido na escola no seu cotidiano. O objetivo é
formar o indivíduo para a vida cidadã, mediante a transmissão de valores que permitam a boa convivência social.
Além disso, veja dois aspectos importantes sobre a BNCC:
A BNCC não é uma medida vinculada a um determinado governo ou partido. Ela é uma política de Estado, prevista no Plano Nacional de
Educação, na LDB/1996 e na Constituição de 1988.
A palavra-chaveda Base Nacional Comum Curricular é competências. Ela propõe o desenvolvimento de competências distribuídas nas
disciplinas curriculares, que devem, por meio do desenvolvimento das diversas habilidades, ser respondidas pelas atitudes concretas do
aluno em todos os locais de sua convivência.
Os rumos da educação nos trilhos da redemocratização
Política de Estado 
Desenvolvimento de competência 
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Assista ao vídeo, a seguir, para ver uma retomada reflexiva sobre os rumos da educação nos trilhos da redemocratização.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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A atual Constituição brasileira foi promulgada no ano de 1988, num contexto de retomada da democracia. O artigo 205 reflete o modo como a
Educação seria encarada a partir daquele momento. O que é correto afirmar sobre o artigo 205?
Parabéns! A alternativa C está correta.
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Questão 2
No Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) da Constituição Federal de 1988, estão presentes algumas resoluções para a educação.
Assinale a alternativa correta em relação ao que está disposto no artigo 206:
A Instituiu o ensino religioso.
B Tornou obrigatório o ensino profissionalizante.
C Educação passa a ser entendida como um direito de todos.
D Obrigatoriedade da disciplina Moral e Cívica.
E Estabeleceu a reforma do Ensino Superior.
A Defesa do ensino privado.
B Influência tecnicista.
C Extinção do sistema de cátedras.
D Gratuidade nas escolas públicas.
E Educação voltada para a elite.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
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Considerações �nais
O contexto educacional dos anos 1960 deveria ser, ao menos, inspirador. Afinal, em 1961, foi publicada nossa primeira LDB (Lei 4.024), ainda que
tenha demorado trinta anos desde a criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930. Com o Regime Militar instaurado em 1964, não somente
a política e as relações sociais sofreram abalo, mas também a Educação.
Com a visão de uma educação estritamente tecnicista, sob a justificativa de desenvolvimento industrial do país, tornou-se necessária a publicação
de novas leis de cunho educacional. A mais importante delas, a Lei 5.692 de 1971, chamada por alguns de Segunda LDB, tinha um caráter
estritamente reformador: a definição clara dos segmentos da Educação: 1º e 2º Graus (atual Educação Básica: Ensino Fundamental e Médio). Ela
definia, por exemplo, que todo estudante deveria sair do 2º Grau tendo uma formação técnica. Outra mudança foi a substituição do projeto “De pé no
chão também se aprende a ler”, fundamentado nas ideias de Paulo Freire, pelo Mobral, em 1967. Embora ambos tivessem o objetivo de erradicar o
analfabetismo do país, o projeto militar esvaziava-se do caráter de “educação crítica” do anterior.
Com o fim do Regime Militar, em 1984, e a definição da chamada Nova República, ainda que com muitos aspectos de transição do antigo modelo
político-econômico, a necessidade de uma nova Constituição e de uma reforma educacional foi imediatamente percebida. Assim, em 1988, com a
promulgação da Constituição Cidadã (como ficou conhecida), já era possível perceber mudanças significativas na Educação como, por exemplo, a
redefinição dos Sistemas de Educação, responsabilizando federação, estados e municípios e trazendo o famoso artigo 205: “A Educação é direito de
todos e dever do Estado e da família”.
A partir daí, vários educadores (destaca-se a figura de Darcy Ribeiro) começam a pensar e estruturar uma nova LDB, que, no entanto, somente foi
publicada em 1996 (Lei 9.394). Apesar de ela já ter sido bastante alterada, através de leis complementares, trouxe propostas que, embora não
correspondessem às expectativas de todos os educadores envolvidos, trazia pontos relevantes para a Educação no país: a proposta de uma “gestão
democrática” para as unidades escolares, valorizando muito mais o papel das equipes pedagógicas, o aumento da carga horária mínima para o ano
letivo (800h/180 dias, na Educação Básica) e a criação do Plano Nacional de Educação.
Podcast
Ouça um resumo sobre os principais assuntos abordados no tema.
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O legado da ditadura para a educação brasileira.
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