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8 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O dentista deve ter o conhecimento e o entendimento da aplicação dos 
aspectos funcionais da Oclusão para exercer uma odontologia restauradora correta, 
dentro da normalidade do sistema mastigatório. 
A oclusão, biologicamente e funcionalmente, significa o relacionamento entre 
os dentes maxilares e mandibulares, e entre as demais estruturas do sistema 
estomatognático, tais como: periodonto, articulação temporomandibular e 
mecanismo neuromuscular2,3 . 
 Nas próteses sobre implantes a oclusão é uma analogia a oclusão sobre 
dentes naturais, mas algumas alterações devem ser preconizadas devido a 
diferença de comportamento entre dentes naturais e implantes. Os dentes naturais 
possuem ligamento periodontal, que lhe proporcionam uma 
característicabiomecânica diferente dos implantes quando submetidos a carga. Não 
existe uma oclusão para dentes naturais e outra para implantes ou uma terceira 
combinação de ambas, mas passou a existir diferenças na organização oclusal ou 
na confecção das próteses com o objetivo final para obter uma oclusão orgânica. 
 O processo clínico de diagnóstico e o plano de tratamento de uma prótese 
sobre implante osseointegrado são influenciados pelos conceitos das próteses 
dento-suportadas 12, mas como já foi dito, em virtude das diferenças fundamentais 
existentes entre dentes naturais e implantes, a biomecânica da distribuição de forças 
aos dentes naturais não pode ser aplicada igualmente aos implantes. A literatura 
relata que o sucesso clínico e a longevidade dos tratamentos reabilitadores estão 
diretamente relacionados ao controle biomecânico da oclusão. A sobrecarga6,11,24 
oclusal sobre implantes está relacionada ao aparecimento de complicações 
mecânicas ou falha de tratamento após a colocação dos implantes em função 
15,16
.Podem ocorrer também complicações por razões biológicas: infecções 
periimplantares, estados de imunossupressão do paciente;formação de placa 
bacteriana. 
O padrão oclusal das próteses sobreimplantes deve respeitar os fatores 
biomecânicos: suporte ósseo adequado; localização e número de implantes e o seu 
comprimento; inclinação e distribuição no arco; esplintagem; dimensão vertical de 
9 
 
 
oclusão; estética; altura; inclinação de cúspides; materiais utilizados nas 
restaurações protéticas; guias oclusais estáticos e dinâmicos 10. A estabilidade 
oclusal é alcançada quando as variáveis que contribuem para o insucesso são 
identificadas, corrigidas ou compensadas através de um adequado planejamento, 
possibilitando a execução de um esquema oclusal ideal das próteses implanto-
suportadas 24. Manter a interface do implante ósseo saudável e estável depende da 
gestão de fatores biomecânicos, microbianos e ambientais. As complicações mais 
comumente relatadas são: soltura ou fratura do parafuso, fratura dos materiais de 
cobertura oclusal, fratura das próteses, perda óssea continua da crista do rebordo e 
fratura com conseqüente perda dos implantes 28. 
. 
 
10 
 
 
2. PROPOSIÇÃO 
O objetivo desse estudo é realizar uma discussão relacionando os conceitos 
oclusais usados na implantodontia e discutir os aspectos biomecânicos envolvidos, 
visando a longevidade das mesmas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
3. REVISÃO DA LITERATURA 
 
3.1. Dentes naturaisX Implantes osseointegrados 
 
 O sistema de suporte de um dente natural é projetado para reduzir as forças 
distribuídas no osso da crista do rebordo, o ligamento periodontal11,23 cerca os 
dentes naturais e age como amortecedor de choque viscoelástico, servindo para 
diminuir a magnitude da tensão da crista do rebordo e também diminuindo o impulso 
da forca.Os implantes osseointegados estão anquilosados ao osso, sem ligamento 
periodontal. 
 A diferença fundamental existente entre dentes naturais e implantes 
osseointegrados relaciona-se ao fato do implante estar em contato direto com o 
osso, enquanto os dentes como foram dito, são envoltos pelo ligamento periodontal 
22,29. Nos dentes naturais, o periodonto transmite as forças aplicadas sobre os 
dentes ao longo de toda superfície radicular22. Nas próteses implanto-suportadas, as 
cargas mastigatórias são transmitidas diretamente ao osso e ficam concentradas na 
crista do rebordo 18,22, fazendo com que essa região se torne mais suscetível a 
perda óssea. 
 Outra importante diferença encontrada entre estas estruturas está relacionada 
a presença de terminações nervosas presente no ligamento periodontal dos dentes 
naturais, exercendo a função de propriocepção (percepção do movimento, 
provocando estímulos do próprio organismo), que atua em reflexos de proteção da 
estrutura dental, diante de forcas excessivas, enquanto a propriocepção dos 
implantes e realizada pelo tecido ósseo 11. A presença de ligamento periodontal 
determina uma sensibilidade oclusal diferente entre dentes e os implantes. 
 Oligamento periodontal dos dentes naturais permite um micromovimento, 
fazendo com que as forças se concentrem na crista óssea. No implante ósseo 
integrado essa força está relacionada somente a resiliênciado tecido ósseo, a 
sobrecarga sobre implantes tem sido considerada a principal causa de falha de 
tratamento após a colocação dos implantes em função 29. 
 Os dentes naturais possuem um deslocamento médio em seu alvéolo de 25 a 
100 um e o implante osseointegrado de 3 a 5 um, essa diferença se da devido à 
12 
 
 
presença deligamento periodontal. O implante tem contato direto com o osso. Essa 
mobilidade dentária superior proporciona uma maior capacidade de adaptação dos 
dentes frentes a sobrecargas oclusais 15. Pode-se concluir que os implantes são 
mais suscetíveis a sobrecarga oclusal, em razão do tipo de biomecânica desses 
implantes que fica concentrada na região de crista do rebordo do osso circundante. 
 
3.2Conceitos Oclusais 
 
Os tipos e os princípios básicos de oclusão para os implantes 
osseointegrados são baseados nos princípios oclusais de reabilitações em 
dentes naturais10,11. 
O conhecimento, o domínio do entendimento e da aplicação dos 
aspectos funcionais da Oclusão Dentária, torna o profissional qualificado para 
exercer uma odontologia restauradora correta, dentro da normalidade do 
sistema mastigatório,e ainda, diagnosticar, prevenir e tratar os distúrbios da 
oclusão. 
A oclusão é o relacionamento entre os dentes maxilares e 
mandibulares e entre as demais estruturas do sistema estomatognático. O 
sistema estomatognático é composto por componentes anatômicos e 
fisiológicos, onde os anatômicos são ossos (crânio, mandíbula, híode, 
clavícula e esterno), músculos (da mastigação, da deglutição e da expressão 
facial), articulações dento-alveolar (periodontal) e temporomandibular (ATM), 
dentes, lábios, língua e bochechas, glândulas relacionadas e sistema vascular 
e nervoso e os fisiológicos, oclusão dentaria, periodonto, ATM e mecanismo 
neuromuscular. Todos esses componentes sãoigualmente importantes, 
devido a interdependência intima de estímulos, movimentos funcionais, 
morfologia e estado de saúde. A saúde biológica depende da perfeita 
harmonia funcional entre esses componentes fisiológicos2,3. 
Quando o sistema está em função todos os seus componentes estão 
participando, não é possível atuar separadamente. Essas funções são 
mastigação, degluticão, respiração, fonação e postura ( da mandíbula, da 
língua e do osso hióide)2,3. 
13 
 
 
A oclusão ideal apresenta os seguintes critério2,3: 
- Contatos bilaterais simultâneos e estáveis entre todos os dentes, coincidindo 
com a harmonia muscular; 
- Alinhamento correto dos dentes nas arcadas; 
- Trespasse vertical e horizontal harmônicos; 
- Relação dente-periodonto normal, sem trauma oclusal; 
- Espaço funcional livre fisiológico; 
- Curvas de compensação ( Spee e Wilson) em harmonia; 
- Movimentos mandibulares livres, sem interferências ou bloqueios;- Forças oclusais distribuídas nas áreas de trabalho e no sentido axial ( longo 
eixo) dos dentes; 
- Perfeita harmonia entre oclusão e a articulação temporomandibular (ATM). 
 Três esquemas oclusais têm sido utilizados e preenchem praticamente 
todas as necessidades clínicas nas reabilitações orais: oclusão balanceada bilateral, 
oclusão mutuamente protegida e função em grupo. Esses preconizam a presença da 
máxima intercuspidação entre dentes posteriores durante a oclusão cêntrica, 
entretanto algumas diferenças conceituais podem ser apontadas2,3. 
 A oclusão do tipo balanceada bilateral: esse tipo de oclusão foi 
baseada em três teorias clássicas, a teoria dos três pontos de Bonwill( formado por 
linhas imaginárias unindo o ponto interincisivo, o côndilo direito e o esquerdo), a 
teoria da curva de Spee (curva anatômica ântero-posterior do alinhamento oclusal 
dos dentes inferiores, que passa pelo ápice das cúspides vestibulares do canino até 
o último dente do hemi-arco)2,3 e a teoria da esfera de Monson. É a oclusão em que 
há contato entre os dentes antagonistas tanto do lado de trabalho (guia canina e 
função em grupo), como no lado de balanceio, durante a realização do movimento 
de lateralidade da mandíbula. Essa oclusão deve ser usada para confecção de 
próteses totais evitando assim o deslocamento da dentadura durante o movimento 
de lateralidade. 
 Oclusão mutuamente protegida: os dentes posteriores protegem os 
anteriores por meio de contatos durante a oclusão cêntrica e os dentes anteriores 
protegem os posteriores das forças horizontais originadas nos movimentos 
excursivos por meio de guias anteriores1. Esse tipo de oclusão se destaca, porque 
14 
 
 
respeita originalmente os princípios de oclusão ideal e, por isso tem sido 
considerado o esquema mais conveniente para reabilitações protéticas. 
 A oclusão em grupo:é semelhante a mutuamente protegida, entretanto 
durante os movimentos excursivos de lateralidade ocorrem contatos nos dentes 
posteriores do lado de trabalho, com desoclusão total do lado de balanceio15. Esse 
tipo de esquema oclusal tem sido indicado para casos de comprometimento 
periodontal dos caninos, com o objetivo de distribuir as forças laterias geradas nos 
movimentos de lateralidade, que, nos casos de oclusão mutuamente protegida, se 
concentram nos dentes. 
 Com base na literatura, esse três tipos de esquema oclusal tem sido 
adaptados as próteses implanto-suportadas por meio de modificações e são 
utilizados com sucesso nessas reabilitações13,17. Assim foi proposto o conceito de 
oclusão implanto-protegida, com a função de reduzir a carga oclusalsobre as 
próteses implanto-suportadas protegendo assim os implantes osseointegrados. Os 
princípios básicos da oclusão implanto protegida são: 
- Estabilidade bilateral em oclusão cêntrica ou habitual; 
- Distribuição igualitária dos contatos oclusais e das cargas mastigatórias; 
- Ausência de interferências oclusais entre uma posição mandibular mais 
retruída e a oclusão cêntrica ou habitual; 
- Ampla liberdade na oclusão cêntrica; 
- Guia anterior na protrusão, sempre que possível; 
- Movimentos excursivos de lateralidade suaves, com guia de canino, ou seja, 
sem interferências oclusais nos lados de trabalho e balanceio16. 
 A oclusão tem sido uma variável importante no sucesso ou falha da 
maioria das construções protéticas sobre implantes e o fator mais significativo que 
afeta a estabilidade oclusal é o carregamento24. Muitos insucessos podem ser 
atribuídos a um esquema oclusal inadequado concentrando estresses no tecido 
ósseo periimplantar, onde a sobrecarga oclusal é considerada uma das principais 
causas da perda óssea marginal e de fracassos nas próteses sobre implantes. 
 A sobrecarga sobre os implantes tem sido considerada a principal 
causa do aparecimento de complicações mecânicas ou de falha de tratamento após 
a sua colocação em função 16,18. Os dentes apresentam como sinais de sobrecarga 
15 
 
 
o espessamento do ligamento periodontal, mobilidade, facetas de desgaste, frêmito 
e/ou dor. Já os implantes apresentam afrouxamento ou fratura do parafuso, fratura 
do pilar ou da prótese, perda óssea e/ou perda do implante. Exitem alguns fatores, 
que mesmo aplicando a oclusão implanto-protegida, acabam sobrecarregando os 
implantes, são eles: 
- Força muscular do paciente; 
- Inclinação das cúspides; 
- Localização e qualidade do tecido ósseo residual; 
- Posição de instalação dos implantes; 
- Localização e desenho das próteses e intermediários; 
- Variações fisiológicas do paciente. 
 Assim alguns conceitos biomecânicos são empregados com o objetivo 
de reduzir essa sobrecarga: 
- Posicionamento do implante na região mais central possívelda futura prótese 
para guiar as forças oclusais no seu longo eixo; 
- Alteração na mesa e anatomia oclusal, por meio da diminuição da inclinação 
das cúspides ou da extensão da mesa oclusal; 
- Redução da extensão de cantilever para distribuir as forças aplicadas aos 
implantes e diminuir os riscos de fratura dos materiais de cobertura oclusal; 
- Indicação de mordida cruzada para diminuir o aparecimento das forças 
horizontais; 
- Utilização de intermediários angulados para possibilitar o paralelismo das 
forças; 
- Obtenção de uma fossa central contendo 1,5 mm para manter os resultados 
de força no sentido vertical30,31. 
 Devemos levar em consideração que com o passar dos anos, os 
dentes naturais se movimentam no sentido vertical e horizontal, os 
mecanorreceptores periodontais promovem uma alta sensibilidade tátil14 e as 
características elásticas do ligamento periodontal permitem um deslocamento axial 
de 25-100 micrômetros (um) e lateral de 56-108um25. O fulcro localiza-se no terço 
apical da raiz, onde as cargas são absorvidas e o estresse distribuído ao tecido 
ósseo, onde o processo de remodelamento é reversível10,11. Já os implantes, o 
16 
 
 
mecanismo proprioceptivo se dá pela osseopercepção26, porém a sensibilidade tátil 
é baixa. Por ser uma conexão rígida ao tecido ósseo, a mobilidade axial e lateral dos 
implantes é mínima, cerca de 3-5um e 10-50um respectivamente25. Diante das 
cargas, o estresse se concentra na crista óssea periimplantar e os sinais de 
sobrecarga aparecem, por isso avaliações e ajustes oclusais periódicos são 
recomendados para o sucesso longínquo dos implantes osseointegrados. 
A qualidade do tecido ósseo do paciente é muito importante para o sucesso 
dos implantes,tanto na fase cirúrgica como na fase clinica. Para tanto foi proposto o 
carregamento progressivo, permitindo ao longo do tempo um desenvolvimento 
favorável da interface do osso implante, promovendo uma adaptação óssea com o 
aumento gradual da carga. O tempo estimado para a progressividade dessa carga 
oclusal com subseqüentes acréscimos foi estipulado em 6 meses, observando um 
aumento da densidade óssea, bem como a redução da perda óssea da crista19. A 
junção de sobrecarga com qualidade óssea deficiente pode ser considerada a maior 
causa de perda de implantes. 
 
3.3Aplicabilidade clínica 
 
As diversas situações clinicas encontradas na reabilitação oral com 
implantes osseointegrados levam a diferentes planejamentos de esquemas 
oclusais. 
Para os casos de próteses fixas suportadas por implantes ou 
protocolos, é utilizada a oclusão balanceada bilateral, com sucesso quando o 
arco antagonista é uma prótese total convencional. Nos casos de dentes 
naturais é usada a oclusão mutuamente protegida ou a função em grupo. 
Nas próteses implanto-suportadas deve haver contatos posteriores 
simultâneos na oclusão ideal¹, a existência de guia caninadurante os 
movimentos excursivos e de contato com dentes naturais durante o inicio da 
oclusão reduz potencialmente a incidência de forças laterais sobre os 
implantes16. E durante os movimentos de lateralidade, interferências nos 
lados de trabalho e balanceio devem ser eliminadas nas prótesesposteriores13. A função em grupo deve ser utilizada somente em casos de 
17 
 
 
dentes anteriores com comprometimento periodontal11. A redução da 
inclinação das cúspides ou da mesa oclusal, o posicionamento do implante na 
região mais central possível da futura da prótese para guiar as forças oclusais 
no seu longo eixo e a obtenção de uma fossa central contendo 1,5mm para 
manter as resultantes de força no sentido vertical também tem sido indicados 
para controlar a sobrecarga em próteses posteriores30,31. 
É importante salientar que tem sido demonstrado que a guia canino 
durante movimentos excêntricos pode aumentar o risco de soltura ou fratura 
do parafuso da prótese27. No cantilever dessas próteses deve haver ausência 
de contatos oclusais nos lados de trabalho e balanceio durante movimentos 
excursivos13. 
Em overdentures implanto-suportadas, o esquema de oclusão sugerido 
é do tipo balanceada bilateral com oclusãolingualizada. 
Nas próteses sobre implantes unitárias, o esquema oclusal deve ser 
planejado para adequar a distribuição de forças mastigatórias aos dentes 
naturais adjacentes minimizar a sobrecarga sobre o implante9,13,18. Não deve 
existir interferências oclusais nos lados de trabalho e balanceio em 
lateralidade9. Ainda deve haver ausência de contatos oclusais entre a prótese 
unitária e seu antagonista, durante mordidas suaves e contatos leves 
presentes durante mordidas intensas13,15. 
Para próteses posteriores a redução da inclinação das cúspides ou da 
mesa oclusal, o posicionamento do implante na região mais central possível 
da prótese e a obtenção de uma fossa central contendo 1,5um também 
podem ser utilizados para próteses unitárias30,31. 
Uma ampla plataforma oclusal aumentará o estresse nos parafusos 
dos abutments, podendo contra indicar as próteses implanto-suportadas 
diante de problemas severos de angulação e inclinação dos implantes, onde a 
seleção dos pilares protéticos intermediários visa compensar essas 
irregularidades e as desarmonias oclusais17. 
Ainda em relação a mesa oclusal, uma área plana em torno de 
contatos oclusaiscêntricos pode reduzir o efeito alavanca, direcionando as 
18 
 
 
cargas axialmente e preservando a crista periimplantar, que sofre 
reabsorções principalmente diante de sobrecargas obliquas. 
Os materiais utilizados na superfície oclusal das próteses afetam a 
transmissão de forças e a manutenção dos contatos oclusais. Esses materiais 
podem ser determinantes na estética, na absorção e dissipação de impactos, 
na eficiência mastigatória, na resistência ao desgaste e a fratura, e no espaço 
interoclusal4,5. A resiliência da resina acrílica foi sugerida contra a incidência 
de estresses aos implantes6. 
A superfície oclusal em metal pode ser preferível a fim de minimizar o 
desgaste e prolongar a precisão e a longevidade dos planos oclusais18. Já 
osdentes de porcelana em ambos os arcos é o material mais frequentemente 
utilizado diante de pacientes com hábitos parafuncionais. Com o 
aprimoramento dos compósitos de resina, estes se tornaram disponíveis com 
o menor desgaste do que as resinas acrílicas e mais similares ao esmalte 
dental21. 
 
3.4Oclusão em Relação Cêntrica (O.R.C.) 
 
 É o relacionamento maxilomandibular onde ocorre a máxima 
intercuspidação, com a mandíbulaem relação cêntrica (MI=RC). Nesta 
situação não ocorre deslize ou deflexão mandibular2,3. 
 Muitos autores denominam esta posição maxilomandibular de “RCO-
Relação- Cêntrica de Oclusão”. O Glossário de Termos Protéticos do “The 
JournalofProstheticDenstistry (1987),denomina esta posição mandibular de “Máxima 
Intercuspidação em Relação Cêntrica”, também denominada de M.I.R.C.. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
4. DISCUSSÃO 
 
O presente estudo realizou uma revisão de literatura considerando 
alguns fatores oclusais que são fundamentais para reabilitar satisfatoriamente 
os pacientes e que devem ser do conhecimento profundo dos cirurgiões 
dentistas. Assim, podem ser aplicados os princípios de oclusão implanto-
protegida, minimizando sobrecargas na interface implante/tecido ósseo, 
mantendo a carga oclusal sobre os implantes dentro de um limite fisiológico 
individual e, finalmente, proporcionando estabilidade a longo prazo aos 
implantes e próteses implanto-suportadas. 
 Diferenças entre dentes naturais e implantes osseointegrados. 
 
 Dentes Implantes 
Suporte Ligamento periodontal Osseointegração 
Propriocepção Mecanorreceptores 
periodontais 
Percepção óssea 
Sensibilidade 
oclusal 
Elevada Reduzida 
Mobilidade/ Intrusão 25 a 100 um 3 a 5 um 
Fases do 
movimento 
Duas fases: 
 - Primaria: não linear e 
complexa 
- Secundária: linear e elástica 
Uma fase: 
- Linear e elástica 
Padrão de 
Movimento 
Primário: movimento imediato 
Secundário: 
movimentogradual 
Movimento gradual 
Concentração de 
forças laterais 
Terço apical da raiz Crista marginal 
Resposta à 
sobrecarga 
Função de absorção de 
cargas e distribuição do 
estresse 
Concentração do 
estresse na crista 
marginal. 
20 
 
 
Sinais de 
sobrecarga 
Mobilidade, espessamento do 
lligamento periodontal, 
facetas de desgaste, dor, 
abfração. 
Fratura do parafuso, da 
prótese ou do 
intermediário, soltura do 
parafuso, perda óssea, 
fratura do implante. 
 
Os princípios básicos da oclusão implanto-protegida incluem uma 
estabilidade bilateral em oclusão cêntrica, distribuição igualitária dos contatos 
oclusais e das cargas mastigatórias, ausência de interferências oclusais, guia 
anterior na protusão, sempre que possível, e presença de movimentos 
excursivos de lateralidade suave, com guia canino11. 
 Alguns procedimentos foram propostos para alterar ou remediar fatores 
que levam a sobrecarga dos implantes 30,31, que são: posicionamento do implante na 
região mais central possível da futura prótese, diminuição da inclinação das 
cuspidas, redução da extensão de cantilever e obtenção de uma fossa central 
contendo 1,5mm para manter as resultantes de força no sentido vertical30,31. 
 As tabelas abaixo contêm as orientações clínicas e individuais para 
cada caso: 
 
Próteses Unitárias . Guia anterior ou lateral em dentição 
natural; 
. Evitar a participação em guias 
excursivos; 
. Ausência de contato em oclusão leve e 
moderada (alivio de 30 um), com leve 
contato em oclusão de máxima 
intensidade; 
. Ausência de contato no lado de não-
trabalho; 
. Contato proximal aumentado; 
. Contatos oclusais no centro da superfície 
oclusal (liberdade em conclusão cêntrica 
21 
 
 
de 1 -1,5 mm): 
Próteses Parciais . Guia anterior em dentição natural 
. Função em grupo quando houver caninos 
comprometidos; 
. Contatos cêntricos; 
. Plataforma oclusal estreita; 
. Cúspides planas; 
. Cantiléver reduzido; 
. Mordida cruzada posterior quando 
necessário. 
Protocolos . Oclusão bilateral balanceada quando 
emOposição à prótese total convencional; 
. Oclusão mutuamente protegida quando 
emOposição à dentição natural, e em 
casos de Protocolo superior e inferior 
simultâneos; 
. Ausência de contatos sobre cantiléver, 
tanto em lado de trabalho quanto não –
trabalho; 
. Infra-oclusão no segmento em cantiléver 
(100um); 
. Liberdade em oclusão cêntrica (1 -
1,5mm); 
Ovendentures . Oclusão bilateral balanceada; 
. Oclusão lingualizada associada a bilateral 
balanceada diante de rebordos 
severamente reabsorvidos. 
 
 Tem sido considerado que a quantidade de estresse e a qualidade 
óssea estão relacionadas à longevidade dos implantes e a sobrecarga oclusal, 
resultado de cantilever extenso, contatos prematuros, hábitos para funcionais, 
esquemas oclusais inadequados ou presença de próteses totais fixas em ambos os 
22 
 
 
arcos, pode ser considerada um fator limitante da longevidade dos implantes. Em 
contrapartida, a melhor distribuição dos contatos oclusais e a utilização de maior 
número de implantespode reduzir significativamente asobrecarga sobre implantes e 
próteses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
5.CONCLUSÃO 
 
O domínio dos fundamentos de oclusão e dos conceitos biomecânicos 
envolvidos nas reabilitações orais sobre implantes são determinantes para o 
controle dos fatores de sobrecarga oclusal. 
Considerando as informações obtidas podemos concluir que os 
objetivos da oclusão em próteses implanto-suportadas são minimizar as 
sobrecargas sobre a interface implante/osso e sobre as próteses, mantendo 
as cargas mastigatórias dentro dos limites fisiológicos, proporcionando 
estabilidade e longevidade aos tratamentos reabilitadores com implantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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oclusal. In: Alencar Jr FGP. Oclusão dores orofaciaisecefaléia. São Paulo: 
Santos; 2005.p.253-68. 
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Meio de Radiografias Transcranianas, Utilizando o Método original de 
Maia Campos. Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia de 
Ribeirão Preto. Tese de Doutorado, 1994. 
3. BATAGLION C & NUNES, LJ. Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo: 
Procedimentos Laboratoriais e clínicos. São Paulo: 1º Ed.. Livraria e Editora 
Santos, 2009. 
4. BIDEZ MW, MISCH CE. Force transfer in implant dentistry: basic concepts 
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