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ATUALIDADES Prof.: ROGÉRIO SILVA VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 6.DESENVOLVIMENTO DO OESTE PARAENSE E AS RESERVAS INDÍGENAS: A formação econômica das três macrorregiões paraenses, oeste, nordeste e sudeste está fortemente ligada aos meios de transporte de mercadorias e pessoas utilizados ao longo da história da humanidade na idade moderna. Na região oeste, para reprimir holandeses e ingleses que haviam se estabelecido nas proximidades da foz do rio Xingu e no Marajó, os portugueses subiram o Amazonas e fundaram vários fortes militares às margens do grande rio, que deram origem as principais cidades da região: entre eles Gurupá, Óbidos e Santarém.(...) (...) A região oeste do Pará, constituída pelas mesorregiões do Baixo Amazonas e Sudoeste paraense, foi a área menos antropizada até o final do século XX, quando a perspectiva de asfaltamento da rodovia Cuiabá-Santarém e Transamazônica, nos anos recentes, já tem dado mostra de reprodução do processo verificado na banda leste do Estado, sem bem que ainda bem distante do quadro oriental. Apesar da formação econômica e social ter origem ainda no período colonial e a economia da região ter sido alavancada principalmente pela exploração dos recursos florestais: drogas do sertão (século XVII), cacau (século XVIII), borracha, juta, madeira, pau rosa e pimenta do reino (século XX), essa região, em função da conexão com Belém e o Sul do Brasil se dar somente por via fluvial e aérea, permaneceu, até a década de 1980, de certa forma protegida de exploração mais intensiva de seus recursos florestais, como ocorreu na Bragantina e no sudeste do Pará.(...) (...) Porém, em finais da década de 1970, com a descoberta do ouro no vale do Tapajós, a abertura das rodovias Transamazônica e Cuiabá Santarém esse quadro de relativa proteção natural começou a mudar no oeste paraense, principalmente na parte mais ocidental, polarizada por Itaituba e Altamira, onde a taxa de crescimento médio anual da população, entre 1970 e 2007, cresceu praticamente no mesmo ritmo alucinante do sudeste paraense, 7% ao ano, ritmo muito superior à média do Pará (3,3 %) e do Brasil (1,9%) no mesmo período. (PAPERS DO NAEA Nº 226. HISTÓRIA REGIONAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NAS MESORREGIÕES PARAENSES Fábio Silva e Luciene de J. M. da Silva,2008) A Importância de Santarém; A professora de história, Liduína Maia, descreve um pouco dos marcos destes lugares no município, desde a fundação feita pelo Padre João Felipe Bettendorf, em 22 de junho de 1661. A Praça Rodrigues dos Santos é considerada o berço da cidade, a praça foi a grande Ocara (praça na língua indígena) da Aldeia dos Tapajós. Foi no local, que o fundador de Santarém, Padre Bettendorf, encontrou os chefes indígenas e decidiu construir a primeira Capela de Nossa Senhora da Conceição. A praça é o marco zero da cidade de Santarém e está em cima, literalmente, da história dos índios Tapajós. Segundo Liduína, ali havia ocas indígenas que formavam um meio círculo de frente para praia. Na área, havia uma elevação de terra que possibilitava ver quem chegava à aldeia, portanto o local era considerado a área central dos indígenas. Economia: A História Econômica de Santarém tem seus primórdios nas atividades econômicas desenvolvidas pelos índios tupaius, que antes do conquistador português chegar realizavam a agricultura de subsistência, considerada a mais importante, segundo relato do escritor Felisberto Sussuarana. Este autor afirma que os principais produtos cultivados eram o algodão, o cará, a batata doce, o crajirú, o urucu, o cunambi, o timbó, a pupunha e, principalmente o milho e a mandioca. A pesca e o extrativismo animal também constituíam a economia local do período. O primeiro “ciclo” econômico de Santarém foi o das “drogas do sertão” – na Amazônia – cacau, cravo, salsaparrilha, baunilha, manteiga de ovo de tartaruga, pimentas variadas, bálsamo de copaíba, puxuri, anil, guaraná. A mão de obra indígena foi primordial, pois os índios tupaius, além de exímios caçadores e pescadores, eram excelentes coletores das drogas do sertão. Segundo ciclo econômico, o “Ciclo” do Cacau a partir de 1734. O terceiro “ciclo” econômico, o Ciclo da Borracha, impulsionado pela descoberta da vulcanização, em 1839. O quarto ciclo econômico, o Ciclo da Juta. Para os mercados interno e regional de fabricação de sacarias para embalagens Na década de 70 tivemos o quinto ciclo econômico, o Ciclo da Pimenta do Reino, desenvolvida pelos colonos japoneses. O sexto ciclo econômico, o Ciclo dos Investimentos patrocinados pelo Governo Federal que viabilizaram a construção de estradas (BR- 163/Santarém Cuiabá e BR-230/Transamazônica), etc., O sétimo ciclo econômico, o Ciclo do Ouro, que ocorreu nos anos 80 e trouxe mudanças socioeconômicas bastante significativas. (...) Atualmente a economia de Santarém está assentada nos setores de comércio e serviços, no ecoturismo, nas indústrias leves e de beneficiamento (madeireiras, movelarias, olarias, panificadoras, agroindústrias, beneficiamento do látex, de arroz e castanha, casas de farinha, beneficiamento do pescado, torrefações, fábricas de refrigerantes, fábricas de gelo e sabão, marcenarias, pequenas unidades artesanais, vestuário etc) e, principalmente, no setor agropecuário.*. TURISMO: Manifestação cultural: Çairé: A festa do Çairé, realizada sempre no mês de Setembro, é uma mistura de elementos religiosos e profanos. Começa com o ritual mais antigo, a festa religiosa, onde a população da vila se divide entre homens e mulheres e entram na floresta para escolher uma árvore que sirva de mastro, cada grupo enfeita o seu com flores e frutas e os levantam na praça do sairé. A procissão é feita com ladainha, após tem torneios esportivos, shows musicais, “varrição da festa”, seguida da derrubada dos mastros e da “Cecuiara” (almoço de confraternização com pratos típicos de culinária santarena.) Atrativos Naturais: O encontro das águas na orla da cidade de Santarém é possível divisar o espetáculo das águas ocre- argilosas do rio Amazonas e as verdes azuladas do rio Tapajós que correm paralelamente por alguns quilômetros sem se misturarem, por conta da densidade, temperatura e velocidade de cada uma*. Alter do Chão: Um dos distritos administrativos do município de Santarém, está localizado na margem direita do Rio Tapajós e dista do centro da cidade cerca de 37 quilômetros. É o principal ponto turístico da cidade, abrigando a mais bonita praia de água doce do mundo segundo o jornal inglês The Guardian, ficando conhecida popularmente como "Caribe Brasileiro". * Tânia Mara Moraes Amazonas –Pós-Graduada Em Planejamento do Desenvolvimento Regional Pelo NAEA/UFPA) A Soja em Santarém: A chegada da soja no estado do Pará, representa mais um grande marco na história da região, que já passou por diversos ciclos econômicos até a chegada do agronegócio globalizado. Em sua expansão, a implementação da soja passou por outras regiões até encontrar no Pará, a sua principal fonte de recursos terras para o plantio de soja. Essa vasta imensidão de território disponível, que apresenta condições favoráveis para seu sucesso, fez com que o Governo Estadual, vislumbrasse na soja a possibilidade de crescer VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 2 www.hertzconcursos.com.br economicamente e se destacar no cenário nacional, abrindo portas para os mercados internacionais. Para se instalar na região, o agronegócio globalizado da soja, contou com apoio governamental, que através da elaboração do Plano Plurianual do Estado do Pará, no ano de 1995, foram dados os primeiros passos para a chegada da soja no estado.(...) (...) Dessa forma, o estado deu seus primeiros passos na produção globalizada da soja, onde os municípios de Paragominas,Ulianópolis e Santarém passaram a produzir suas primeiras colheitas na safra 2006/2007. (...) a partir de 1999, na elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2000-2003, que levou o nome de Avante Pará: agronegócio o Pará investe nisso! Já colocavam a região como área apropriada para a expansão do agronegócio globalizado da soja, devido as condições de solo e clima, que favoreciam à sua implementação. As ações deste plano, foram traçadas através do Programa Pão Nosso, do Governo do Estado, e contou com apoio de grupos e interesses da iniciativa privada. (...) Com incentivos governamentais, a soja passou a se expandir pelo estado, levando consigo o discurso do crescimento econômico, bem como enaltecendo o potencial de desenvolvimento que tais empreendimento trariam para a região, resolvendo boa parte dos problemas encontrados no estado. Em Santarém, a soja chega na década de 1990, ocorreu através do grupo Quincó, que contou com apoio do Governo do Pará, responsável por contratar uma empresa de consultoria para introduzir novas variedades do grão no município . Além de incentivos do Estado, a soja também contou com incentivos por parte do governo municipal, que direcionou sua expansão para ao longo das rodovias Santarém – Curuá-Una (PA-370) e Santarém – Cuiabá (BR-163), fazendo com que a cidade de Santarém se tornasse a principal porta de entrada da fronteira agrícola do agronegócio globalizado da soja na região Oeste do Pará. Em Santarém, a soja começou a ser cultivada a partir do ano de 1997, e teve como um marco importante para a sua expansão, a construção do porto da Cargill, em 2003 Ainda sobre o plantio de soja em Santarém, Barros (2018) aponta que o Banco da Amazônia (Basa) é o principal financiador do agronegócio no município, junto a recursos do Fundo Constitucional do Norte (FNO), tem financiado a logística do agronegócio na região Oeste do Pará. Os conflitos: - Disputas dos latifundiários com pequenos produtores, gerando conflitos por conta do uso da terra. - Deslocamento populacional e de famílias que venderam suas terras para sojicultores, sendo obrigados a migrarem para outras comunidades, bairros, e até mesmo para outras cidades da região norte. - As transformações ambientais estão ligadas ao desmatamento da floresta, no uso de agrotóxicos, e consequentemente na contaminação de cursos de água, pois para cultivar a soja é necessária uma vasta área de terras, o que implica no desmatamento, de preparo do solo e controle de pragas, onde existe necessidade de uso de agrotóxicos. - Transtornos no cotidiano das comunidades tradicionais, que sobrevivem principalmente da produção familiar, nesse contexto, os conflitos se tornam inevitáveis, pois para estas comunidades, a soja não trouxe progresso, mas sim, destruição. (Adaptado: AS POLÍTICAS DE ESTADO PARA A INTRODUÇÃO DA SOJA EM SANTARÉM, PARÁ6 Marcus Vinícius da Costa Rodrigues, UFOPA) Itaituba: Sua população em 2010 era de 97 343 habitantes (em 2020 é 101.395) de acordo com o IBGE. Sabe-se que a demanda do município está em fase de crescimento por conta da implantação de Portos Graneleiros. A origem do nome é tupi, significando “ajuntamento de água da pedra”, através da junção dos termos itá (“pedra”), ‘y (“água”) e tyba (“ajuntamento”) Francisco Caldeira Castelo Branco que, em 1616, fundou a cidade de Belém. Com a fundação da capitania, o governo expulsou os estrangeiros, tendo sido organizada várias expedições, para destruir os estabelecimentos que haviam sido criados e, dentre essas, quanto ao Município de Itaituba, a do capitão Pedro Teixeira, em 1626, é a mais importante, pois atingiu, pela primeira vez, o rio Tapajós, entrando em contato amigável com os nativos, em um sítio que, hoje em dia, é considerado como sendo a baía de Alter-do- Chão. Um forte, na foz desse rio, foi estabelecido por Francisco da Costa Falcão, em 1697, tendo os Jesuítas instalado, sucessivamente, as aldeias de São José ou Matapus, em 1722, São Inácio ou Tupinambaranas, em 1737, e Borari e Arapiuns, que se destacaram pelo desenvolvimento apresentado. Com base na documentação histórica existente, sabe-se que, em 1812, o lugar de Itaituba já existia, pois foi mencionado na relação de viagem de Miguel João de Castro no rio Tapajós, como centro da exploração e comércio de especiarias do Alto Tapajós. Com a Cabanagem e os acontecimentos ocorridos no período, fundou-se a Brasília Legal, em 1836, como posto de resistência, à margem esquerda do Tapajós., Itaituba era um aldeamento de índios, da dependência do Grão Pará, para onde foi enviado um pequeno destacamento. O tenente-coronel Joaquim Caetano Corrêa, por ter sido um precursor do desbravamento da região tapajônica, sendo considerado, inclusive, o fundador do Município. Emancipação política: Com a Lei 266, de 16 de outubro de 1854, a Brasília Legal recebeu a categoria de vila e, como não correspondeu à expectativa, a Lei 290, de15 de dezembro de 1856, transferiu para Itaituba a sede do Município, somente instalado em 3 de novembro do ano seguinte. A Lei 1 152, de 4 de abril de 1883, desmembra parte do município de Itaituba, para constituir o de Aveiro, que havia sido criado com a elevação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro à condição de Município. Composição econômica: Outros destaques na economia de Itaituba são o setor industrial, a mineração, e o agropecuário. Na indústria é marcante a produção de produtos baseados no calcário (matéria-prima abundante no subsolo do município), sendo a cidade uma das PIB principais produtoras de cimento no País. No setor de mineração, destacam-se as atividades de exploração de ouro no Vale do Tapajós. A instalação de grandes conglomerados ligados à atividade de mineração. Em meados da década de 1980 e início da década de 1990, tinha sua economia fortemente baseada na extração do ouro no Vale do Tapajós, maior região aurífera do oeste paraense. Nesse período, estima-se que tenham sido exploradas da região mais de 500 toneladas de ouro. VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 3 www.hertzconcursos.com.br Em virtude do garimpo, o Aeroporto de Itaituba teve um dos maiores movimentos em pousos e decolagens de aeronaves no mundo. Com a decadência da exploração do ouro (no início da década de 90), a cidade começou a ver surgir empreendimentos ligados principalmente ao setor agropecuário e madeireiro. No setor agropecuário figuram as atividades de agricultura familiar e a pecuária de pequeno porte. O destaque no setor é a Feira Agropecuária do município, o qual movimenta milhões de reais em transações comerciais todos os anos no município, sendo um dos maiores evento do gênero no Oeste do Pará. Um dos grandes entraves ao desenvolvimento econômico da região foi o abastecimento de energia, que até fins dos anos 1990 representava um problema crônico para a cidade. Em 1998, a cidade de Itaituba passou a ser atendida pelo Projeto Tramoeste, o qual que leva energia produzida na Hidrelétrica de Tucuruí para diversas cidades no oeste paraense. Oriximiná e Projeto Trombetas: Gentílico: ORIXIMINAENSE, Mesorregião: BAIXO AMAZONAS Microrregião: ÓBIDOS, População estimada: 74.016 - 2020 O nome Oriximiná é de origem indígena, de procedência tupi, significando "o macho da abelha", o zangão. No entanto, frei Protásio Frinckel, conhecedor da região e de seus diversos núcleos de habitantes primitivos, inclina-se pela derivação de Eruzu-M'Na que significa "muitas praias". Região de grande concentração Quilombola,datam de 1877 as primeiras notícias do desbravamento feito pelo padre José Nicolino de Souza, natural de Faro, neste Estado, a esta parte de terras firmes, situadas à margem esquerda do rio Trombetas, onde fundou uma povoação, designando-a Uruã-Tapera ou Mura-Tapera, a qual, em 1886, foi elevada à categoria de freguesia de SantoAntônio do Uruã-Tapera, pelo Dr. Joaquim da Costa Barradas, presidente da Província do Pará e desembargador do Maranhão. São imprecisos os dados quanto à vida da freguesia do período de sua criação até 9 de junho de 1894, quando o então governador do Estado, Dr. Lauro Sodré, elevou-a à categoria de vila, já com a denominação de Oriximiná, criando o município cuja instalação deu-se a 5 de dezembro de 1894 Seus limites agrangiam o rio Trombetas, igarapé Sapucuá e Maria Pixi, com respectivo lago, até a boca do igarapé Timbó, seguindo ao Centro. Com a extinção de Oriximiná, em 1900, o seu território foi dividido entre os municípios de Faro e Óbidos. Em 1900 foi extinto a vila de Oriximiná, sendo seu território anexado ao município de Óbidos, Foi elevado novamente à categoria de município com a denominação de Oriximiná, pelo Decreto Estadual n.º 1.442, de 24- 12-1934. (data de comemorações na cidade) Na década de 1970 ocorreu a implantação do projeto Trombetas, com a construção de rodovias, ferrovia, porto e uma company town, a vila de Porto Trombetas. A principal atividade econômica do município de Oriximiná corresponde a indústria extrativa mineral, abrigando a maior produtora de bauxita do Brasil com 18 milhões de toneladas anual (2016). Segundo o Ministério de Minas e Energia, Oriximiná possui a maior quantidade de reservas conhecidas no Brasil. Na década de 1960 foram descobertas grandes reservas de bauxita na região norte do Brasil. Com isso, em 1967 foi confirmado a descoberta da bauxita de valor comercial às margens do Rio Trombetas através da Aluminas, subordinada da maior empresa de alumínio do Canadá Aluminium Limited of Canada (ALCAN). O interesse da ALCAN pela bauxita Amazônica está amplamente ligado com as mudanças políticas ocorridas no país em 1964. A queda do preço do alumínio em 1971 inviabilizou os planos de instalação de novas minas pela ALCAN. Portanto, em 1972, a ALCAN juntamente com a Companhia Vale do Rio Doce, que representava o governo brasileiro, começaram as negociações com a intenção de prosseguir com a continuidade da implementação do projeto, o que culminou na criação de uma joint venture formada pela coligação de oito empresas sob o controle da Vale e da ALCAN em 1974, vigorosamente relacionado com o capital japonês. Desse modo, nota-se o grande interesse da exploração para o mercado externo. O estabelecimento da empresa Mineração Rio do Norte (MRN) concretizou a exploração das jazidas de bauxita. Atualmente, as comunidades indígenas e quilombolas da região buscam o reconhecimento oficial de seus territórios tradicionais. RESERVAS INDÍGENAS: Até novembro de 2010, a FUNAI registrou sessenta e nove (69) Terras Indígenas reconhecidas oficialmente no Pará, ocupando uma extensão total de 29.572.982 hectares. Do total das 69 TIs reconhecidas pela FUNAI, 47% (33) estão homologadas, 12% (8) estão identificadas e delimitadas; 29% (20) estão em estudo para demarcação; 6% (4) estão somente demarcadas; o restante 6% (4) está em situação especial. Mesorregião Indígena: Santarém/Itaituba: As oito Terras Indígenas oficialmente reconhecidas e delimitadas pela FUNAI (Praia do Mangue, Praia do Índio, Munduruku, Sai Cinza, Andirá-Marau, Kaybi, Bragança-Marituba e Munduruku--Taquara) da mesorregião Santarém/Itaituba não possuem grandes extensões territoriais quando comparadas a outras TIs das mesorregiões Redenção e Oriximiná/Tumucumaque. Sua área totaliza 2.386.443 hectares, representando 8% da extensão territorial das TIs do Pará. Essas Terras Indígenas estão localizadas nos municípios de VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 4 www.hertzconcursos.com.br Aveiro, Barreirinha (AM), Itaituba, Jacareacanga, Santarém, Distrito de Alter do Chão, Belterra e Trairão. A população das oito TIs perfaz um total de 14.327 indígenas, o maior agregado populacional indígena do estado. A microrregião de Itaituba é habitada por índios das etnias Sateré Mawé, Kayabi, Apiaká e Munduruku; e a de Santarém habitada pelas etnias Arara Vermelha, Arapium Borari, Tapajó, Tupaiu, Tapuia, Kumaruara, Munduruku-Taquara, Apiaká, Jaraqui e Tupinambá.(...) A distribuição espacial das TIs dessa região é diversificada. Podemos encontrar terras indígenas de diminuta e mediana extensão territorial onde a maioria se encontra dispersa em forma de fragmentos territoriais, como na microrregião de Santarém. Além de outras poucas contíguas, tais quais às da microrregião de Itaituba na fronteira Pará/Mato Grosso. Já as TIs Praia do Mangue e Praia do Índio possuem pequenas dimensões territoriais e estão situadas no perímetro urbano da cidade de Itaituba, sendo que os indígenas aí se fixaram após terem se afastado do seu hábitat natural, distante 400 km do Rio Tapajós, estando sob influência direta dos impactos e pressões da Rodovia Federal BR-163. As Terras Indígenas de Kaybi e Munduruku estão ameaçadas pela possível implantação de projeto de um grande complexo hidrelétrico (Teles Pires), a ser implementado na divisa dos estados do Pará e Mato Grosso, afetando diretamente os municípios de Paranaíta, Jacareacanga e Alta Floresta. Mesorregião: Tumucumaque/ Oriximiná: Na mesorregião Tumucumaque/ Oriximiná, localizada no extremo norte do Pará, podemos encontrar 5 (cinco) Terras Indígenas: Trombetas-Mapuera, Nhamundá-Mapuera, Parque do Tumucuma que, Zo’é e Paru de Este) com grandes dimensões territoriais, perfazendo um total 9.961,269 hectares, representando aproximadamente 34% do total dos territórios indígenas do Estado do Pará. A população compreende 4.924 indígenas, sendo formada por diversificados povos, tais quais: Aparai, Akuriyó, Kaxuyana, Tiriyó, Wayana, Hixkaryana, Waiwai, Katuena, Zo’e, Mawayana e Xerew Wapyxana, os Tiriyó, Tunayana e índios isolados, em sua grande maioria falantes de línguas e dialetos pertencentes à família linguística Karib, com exceção dos Zo’é, falantes de uma língua da família Tupi--Guarani do tronco Tupi. A maior porção dessas Terras Indígenas está localizada nos municípios paraenses de Oriximiná, Almeirim, Óbidos, Monte Alegre, Alenquer, Faro, e uma pequena porção em municípios de outros estados, tais como: Caroebe (RR), São João da Baliza (RR) Urucará (AM), Nhamundá (AM). As TIs dessa região também formam um grande mosaico de áreas protegidas (Mosaico da Calha Norte) estando articuladas a Terras de Quilombos e Unidades de Conservação de diversificadas categorias, e sendo administradas em sua maioria pelo Governo Estadual. As UCs estaduais: Florestas Estaduais de Faro, Trombetas e Paru, Estação Ecológica (ESEC) do Grão Pará e Reserva Biológica (REBIO) Maicuru totalizam mais de 12 milhões de hectares de áreas protegidas no bioma amazônico. Estas UCs estaduais somadas às UCs federais e às Terras Indígenas existentes nessa região, formam o maior bloco de florestas protegidas do mundo, área que corresponde a 22 milhões de hectares. Esse mosaico de áreas protegidas da Calha Norte liga o Corredor Central da Amazônia ao Corredor de Biodiversidade do Amapá, formando o maior corredor de biodiversidade do planeta. Desta forma, estas Terras Indígenas estão inseridas num vasto projeto político de conservação, que incluem a interface e os relacionamentos entre diferentes corredores ecológicos, proporcionando o intercâmbio ecossistêmico e possibilitando o fluxo gênico entre espécies animais e vegetais. Algumas Reservas do Oeste Paraense: Zoé: área de 668572.9867ha, situação declarada, na cidade de Óbidos; Parque do Tumucumaque: área de 3071067.8764 ha, situação regularizada e fica na região das cidades: Alenquer, Almeirim, Óbidos, Oriximiná e Laranjal do Jari(AM), Rio Paru D´Este: área de 1195785.7917ha, Regularizada nas cidades de Alenquer, Almeirim, Monte Alegre. Andirá-Marau: área de 788528 ha, regularizada, região de Aveiro, Itaituba,Barreirinha(AM), Maués(AM), Parintins(AM); Munduruku com área de 2381795.7765 ha, regularizada, na cidade de Jacareacanga; EXERCÍCIOS: 01. (Prof. Walter) O principal e mais populoso município do Oeste do paraense é: A) Altamira B) Oriximiná C) Paragominas D) Santarém E) Marabá 02. (Prof. Walter) O maior município da região oeste do Pará e que passou por grandes transformações com a obra de uma gigantesca Usina é: A) Altamira B) Oriximiná C) Vitória do Xingu D) Santarém E) Jacareacanga 03. (Prof. Walter) O município da região Oeste do Pará e que se destaca pela produção de bauxita é: A) Altamira B) Oriximiná C) Vitória do Xingu D) Santarém E) Jacareacanga 04. (Prof. Walter) A rodovia federal que corta a região no sentido sul- norte e se constitui num vetor de expansão da fronteira agrícola na região oeste do Pará é a A) Transamazônica B) PA 150 C) Cuiabá-Santarém D) Cuiabá-Porto Velho E) Ferrogrão VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 5 www.hertzconcursos.com.br 05. (FADESP-CFOPM) O mapa abaixo representa uma tendência da fragmentação territorial do Estado do Pará. A respeito da mesma, constata-se que A) se trata de uma tendência econômica, que configura uma nova regionalização pautada nas frentes de expansão recentes. B) indica propostas de criação de novos estados a partir do território paraense, todas resultantes do processo de reestruturação socioeconômica e política do espaço. C) corresponde a uma divisão político-administrativa que tende a substituir as mesorregiões geográficas para fins de planejamento e gestão. D) corresponde a nova tendência de configuração do ecossistema florestal, alterado a partir do processo de devastação ocorrido nas últimas décadas no espaço paraense. 06. (FADESP-PMU-2016) Uma das causas mais evidentes da violência contra os povos indígenas no Brasil e a (o): (A) luta interna entre as nações indígenas adversarias. (B) agilização da demarcação das terras indígenas. (C) preconceito na forma de racismo contra as diversas etnias. (D) aculturação tecnológica dos índios. 07. (SD-PM-PA-21) A política de ocupação de terras devolutas ou povoadas por indígenas na região amazônica foi bastante controversa. Conflitos entre posseiros, indígenas e grileiros a serviço de latifundiários causaram muitas mortes e devastação da floresta. Essa dura realidade levou os irmãos Villas Boas e o marechal Rondon a trabalharem junto ao governo federal para o desenvolvimento de um programa de proteção aos povos indígenas. O resultado desse esforço político e coletivo, durante o século 20, foi o (a) a) plano federal de doação e ocupação das terras indígenas para os latifundiários. b) retirada de todos os grileiros da região amazônica. c) retirada dos povos indígenas da região norte do Brasil. d) reforma agrária ampla na região amazônica. e) criação de reservas indígenas. 08. (SD-PM-PA-21) O Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), como órgão do governo encarregado do recrutamento e do encaminhamento de nordestinos para a Amazônia, teve como determinantes primários para a sua proposição iconográfica a economia de guerra e a obtenção de a) ouro. b) prata. c) borracha. d) ferro. e) madeira. 09. Quanto às características gerais do Oeste Paraense podemos afirmar: a) Todos os seus municípios destacam-se economicamente pelo forte setor terciário, destacando-se Juruti com a transformação da Bauxita em Alumínio. b) Os municípios de São Felix do Xingu e Marabá são destaque nacionais quanto à pecuária, sendo os maiores exportadores de boi vivo do Estado, no entanto, tudo isso trouxe consequências sociais para as populações indígenas. c) Senador José Porfírio no Baixo Amazonas destaca-se negativamente no cenário estadual, apresentando altas taxas de homicídios nos últimos anos, por outro lado, Altamira apresentou baixas taxas de homicídios no mesmo período. d) Quatro cidades têm destaques econômicos: Oriximiná (com exploração de Bauxita) e Santarém (forte no Turismo) no Baixo Amazonas; Altamira (produção energética) e Itaituba (exploração do ouro) no Sudoeste. e) A região passa nos últimos anos por grande desenvolvimento econômico, acarretando o aumento do PIB per capita e assim diminuindo as desigualdades sociais, destaque para três cidades nesse processo: Santarém, Altamira e Jacareacanga. 10. Quanto às reservas indígenas do Oeste Paraense é correto afirmar: a) A mesorregião tumucumaque/Oriximiná destaca-se pela grande população residente, dentre eles os grupos kayapó, que vivem em constantes migração para o nordeste do Estado. b) A mesorregião tumucumaque/Oriximiná possui 10 terras indígenas, sendo duas na aérea urbana de Itaituba e possuindo a maior área de preservação ambiental do Estado. c) A mesorregião tumucumaque/Oriximiná apresenta terras indígenas com grandes dimensões territoriais, localiza-se na área de fronteira com Mato Grosso, formando assim o maior corredor de biodiversidade do planeta. d) A mesorregião Itaituba/ Santarém possui 5 terras indígenas, caracterizando-se principalmente com apresentar um mosaico de áreas de preservação ambiental, como exemplo a floresta nacional do Tumucumaque. e) A mesorregião Itaituba/ Santarém apresenta 8 terras indígenas, inclusive com grande número na região de Jacareacanga e apresenta o maior agregado populacional indígena do estado. 7. MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMAZÔNIA: Há algumas décadas, os movimentos sociais passaram por um processo de aumento de importância frente ao cenário político mais amplo. Especialmente nos últimos vinte anos, verificamos o crescimento numérico e em termos de visibilidade das organizações que podem ser chamadas de ‘associações sem fins lucrativos’, VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 6 www.hertzconcursos.com.br ‘organizações não governamentais’, ‘movimentos populares’ ou mesmo ‘movimentos sociais’. A nomenclatura utilizada pelas instituições é expressiva de uma história que remonta à década de 1970 (iniciativas como ‘educação de base’, ‘educação popular’, ‘promoção social’, por exemplo). Nos anos 1990, a nomenclatura passa por reformulações importantes rumo à institucionalização, quando o termo privilegiado passa a ser ‘organizações da sociedade civil’ ou ‘não governamentais’. Nas últimas década, algumas organizações (especialmente as da Amazônia) se fortaleceram com relativa profusão de recursos e financiamentos internacionais, fruto de acordos bilaterais obtidos no contexto da ECO-921 . O processo de profissionalização dos movimentos sociais, sem dúvida é fruto da necessidade de gerenciamento destes recursos e do estabelecimento de diálogos internacionais. Enfocar os movimentos sociais – sua formação, o modus operandi e suas estratégias – como possibilidade de compreender a Amazônia me parece um caminho importante. Entendendo como ‘movimento social’ as formas associativas e reivindicativas que demandam ações por parte de setores da administração pública, torna-se possível contribuir para a discussão acerca dos processos de formação do Estado , bem como suas configurações próprias, contextuais e históricas. Ademais, o estudo da dinâmica dos movimentos sociais permite acompanhar o caminho rumo ao desdobramento e à especificação de direitos, cujo ponto nodal é o pertencimento identitário. (Paula Mendes Lacerda Universidade Federal do Rio de Janeiro/Museu Nacional RJ) Principais Movimentos na Amazônia: o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Xingu Vivo, Atingidos pelas Barragens, dos Seringueiros, Movimento das Comunidades Tradicionais, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, dos Quilombolas, dos Povos Indígenas; Atingidos Por Barragens: O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas.Nasceu na década de 1980, por meio de experiências de organização local e regional, enfrentando ameaças e agressões sofridas na implantação de projetos de hidrelétricas. Mais tarde, se transformou em organização nacional e, hoje, além de fazer a luta pelos direitos dos atingidos, reivindica um Projeto Energético Popular para mudar pela raiz todas as estruturas injustas desta sociedade. Enquanto organização, somos fruto de um longo trabalho de construção coletiva. Por não aceitarmos injustiças, a destruição da natureza e termos certeza de que podemos viver de uma forma melhor, nós nos organizamos e lutamos, com muito sacrifício, enfrentando inimigos poderosos que só nos exploram, oprimem e nos expulsam de nossas comunidades.( https://mab.org.br/quem-somos) XINGU VIVO: O Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) é uma organização social que desde 2008 atua na região de Altamira e nas áreas de influência do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. É uma das principais forças que se opuseram à instalação da usina no rio Xingu, atuando com organizações territoriais, comunidades tradicionais, pescadores, ribeirinhos, movimentos de mulheres, trabalhadores e moradores das periferias, entre outros, contando com o apoio de organizações locais, estaduais, nacionais e internacionais. Após o término da construção de Belo Monte, o Movimento Xingu Vivo segue acompanhando as comunidades afetadas, denunciando violações de direito, trabalhando com os Núcleos Guardiões, o Conselho Ribeirinho do Xingu e os movimentos de mulheres da região, além de acompanhar, monitorar e pressionar os órgãos e políticas públicas em Altamira e na Volta Grande do Xingu. Quantas pessoas foram afetadas pela hidrelétrica? Além dos mais de 300 mil habitantes dos municípios de Altamira, Senador José Porfírio, Porto de Moz, Anapu, Vitória do Xingu, Medicilândia, Gurupá, Brasil Novo, Placas, Uruará e Pacajá, das 14 mil pessoas que vivem nas Resex do Rio Iriri, Riozinnho do Anfrísio, Verde para Sempre e Médio Xingu, e das 21 comunidades quilombolas da região, pescadores, pequenos agricultores, garimpeiros e outros que são afetados pela usina. De acordo com o projeto inicial da obra, cerca de 20 mil pessoas foram desalojadas de suas terras e casas, mas o número pode chegar a 40 mil pessoas, de acordo com especialistas que acompanham o projeto. Quantas terras indígenas são afetadas por Belo Monte? A Bacia do Xingu é habitada por 24 etnias que ocupam 30 Terras Indígenas (TIs), 12 no Mato Grosso e 18 no Pará. Todas estas populações foram direta ou indiretamente afetadas à medida que o Xingu e sua fauna e flora, além do seu entorno, são alterados pela usina. Na região de influência direta da usina, são diretamente impactadas: a TI Paquiçamba, dos índios Juruna, e a área dos Arara da Volta Grande, que se situam no trecho de 100 km do rio que teve sua vazão drasticamente reduzida. Já a área indígena Juruna do KM 17 fica às margens da rodovia PA 415, e foi fortemente impactada pelo aumento do tráfego na estrada e pela presença de um dos canteiro de obras. Por outro lado, as TIs Trincheira Bacajá, Koatinemo, Arara, Kararaô, Cachoeira Seca, Arawete e Apyterewa, Xipaya e Kuruaya também sofrem impactos como escassez de pesca, pressão de desmatamento, pressão da migração de não-índios, pressão fundiária, epidemias de dengue e malária, entre outros. Segundo o governo, há ainda registros de grupos indígenas isolados em três áreas do Xingu: na Terra do Meio, entre os rios Iriri e Xingu e a Transamazônica; entre os rios Iriri e Curuá e daí até a Br- 163; e na Bacia do rio Bacajá. Tratam-se de grupos que vêm sendo pressionados pelo avanço da ocupação da região. Comunidades de 5 municípios trancam a Transamazônica por liberação de água no Xingu. 9 de novembro de 2020. Em protesto contra vazão ineficiente para que ocorra a piracema – período em que os peixes migram para a cabeceira dos rios para se reproduzirem – 150 pessoas impediram o fluxo de automóveis no km 27 da BR-230. Nível do rio é controlado pela barragem da hidrelétrica de Belo Monte. Escassez de água, além de impedir a piracema, dificulta navegação no Rio Xingu e produção de alimentos pelas comunidades locais. Na manhã desta segunda, 9, cerca de 150 pescadores, ribeirinhos, pequenos agricultores e indígenas Curuaya e Xipaya dos municípios de Altamira, Senador José Porfírio, Brasil Novo, Anapu e Vitória do Xingu ocuparam o KM 27 da Transamazônica em um protesto contra a Norte Energia, concessionária da hidrelétrica de Belo Monte no Pará. De acordo com os manifestantes, o ato exige a liberação, entre novembro de 2020 e março de 2021, de água suficiente para possibilitar a ocorrência da piracema (reprodução dos peixes) em 2021 na Volta Grande do Xingu. VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 7 www.hertzconcursos.com.br A vazão normal da Volta Grande do Xingu, um trecho de cerca de 100 km do rio, foi alterada drasticamente desde o início do funcionamento de Belo Monte, uma vez que as águas são desviadas para as turbinas da usina. A Norte Energia propôs a liberação de um volume de água considerado de longe insuficiente para a reprodução da fauna. De acordo com os manifestantes, o baixo nível de água da Volta Grande impediu a ocorrência da piracema nos últimos dois anos, o que está provocando um vertiginoso despovoamento de peixes do rio e uma consequente crise na segurança alimentar e na renda de quem vive da pesca.(...) Ainda segundos os manifestantes, o protesto desta segunda exige que o Ibama suspenda a Licença de Operação de Belo Monte até que a Norte Energia garanta uma vazão mínima de 16.000 m³/s na Volta Grande do Xingu para que a reprodução da fauna e da flora seja garantida no período da piracema. MST: O MST existe formalmente desde 1984, e veio para o Pará já dentro de um esforço nacional do movimento, então recém- constituído. Nesse período, no Estado, já existiam lutas pela terra, de forma espontânea. O que caracterizava os conflitos aqui era a luta posseira, para a garantia da sobrevivência: uma família, o lote e a arma. A violência foi uma das características fundantes do Pará. A disputa pelo território. É importante lembrar que na década de 1970 vários projetos de colonização foram implementados no Estado, principalmente no sul e sudeste e na região do Baixo Amazonas, por governos da ditadura militar. Eles procuravam garantir a presença física na Amazônia, com objetivos como salvaguardar a fronteira da invasão estrangeira. Mas um elemento fundamental nessa região é a presença da grande pecuária e da indústria madeireira, que num projeto consorciado procuraram ocupar o território. Tanto é que eles foram responsáveis por crimes ambientais e trabalho escravo em todo o Pará. O MST, então, vem para a região com uma proposta nova. De construção dos assentamentos, mas não somente eles. Com o objetivo de construir comunidades que se auto-organizem e façam do território um espaço de gestão que vai entrar em disputa com esse grande projeto do capital. As primeiras ocupações do MST não tinham essa característica dos assentamentos como comunidades com atuação em diversas esferas da vida humana, em áreas como educação, produção organizada, cultura popular e saúde comunitária. Nós fomos agregando esses elementos no decorrer de nossa história, desde 1990, quando houve a primeira ocupação no município de Conceição do Araguaia, um assentamento de 100 famílias. esses assentamentos procuram ser comunidades embrionárias de um novo projeto de desenvolvimento para a Amazônia. Porém, nós estamos enfrentando um cerco muito grande. Isso porque aquela ocupação de território na Amazônia, antes capitaneada pela indústria madeireira e pela pecuária de corte, vem cedendo lugar a uma nova forma de ocupação. O capital se aperfeiçoou nessa região, e atualmentequem procura disputar território com as comunidades camponesas são as indústrias transnacionais, que ganharam espaço na década de 90, com o neoliberalismo. Casos como o da Cargill, empresa que tem um porto maior do que o porto da Companhia Docas do Pará, na cidade de Santarém. Também existem aqui as grandes mineradoras, como a Alcoa, que inaugurou uma indústria de bauxita na região de Juruti. As empresas estão disputando território hoje na Amazônia. SERINGUEIROS: O movimento dos seringueiros tem sido interpretado como um movimento local, que eclodiu no Brasil em torno de questões fundiárias. Naquele período, a Amazônia passava por um processo de "modernização", marcado pela implementação de projetos respaldados por instituições internacionais, prejudicando a situação dos seringueiros. Inicialmente, estes atores mobilizaram-se pelos seus direitos pela terra. Mas sua percepção alterou-se nos anos 80, na medida em que entraram em contato com atores externos ao movimento e formaram redes transnacionais em torno de uma questão entendida à época como um problema global: o desmatamento da floresta tropical. Estas redes trabalharam juntas em campanhas, pressionando o governo brasileiro por meio de instituições internacionais com o objetivo de preservar a Amazônia. Caso Chico Mendes: A substituição da borracha pela pecuária (dec. 70) levou à especulação fundiária e ao desmatamento de grandes extensões de terras impedindo a permanência nos seringueiros na floresta. Em 1976, sob a liderança de Wilson Pinheiro, os seringueiros inventaram os “empates às derrubadas”: eles reuniam suas famílias, iam para as áreas ameaçadas de desmatamento, desmontavam os acampamentos dos peões e paravam os motosserras. Em decorrência desse movimento de resistência, em 1980 Wilson Pinheiro foi assassinado dentro da sede do Sindicato, em Brasiléia. Em 1983 Chico foi eleito presidente do STR de Xapuri e intensificou sua luta pelos direitos dos seringueiros, pela defesa da floresta e pela luta política contra a ditadura e pelos direitos dos trabalhadores. Entre 1987 e 1988 Chico Mendes ganhou o Global 500,Eprêmio da ONU, na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos e deu entrevistas aos principais jornais do mundo. Mas ao mesmo tempo em que Chico conquistava o respeito internacional, era mais ameaçado em Xapuri. Os empates terminavam em prisão. As promessas de regularização dos conflitos fundiários não se concretizavam. A ideia de criação de reservas extrativistas se arrastava na burocracia federal. Em 22 de dezembro de 1988, em uma emboscada nos fundos de sua casa, ele foi assinado a mando de Darly Alves, grileiro de terras com história de violência . A forte reação e pressão da opinião pública levaram à condenação dos criminosos em 1990, fato inédito na justiça rural no Brasil. As primeiras Reservas Extrativistas foram criadas em março de 1990 eliminando conflitos, concretizando o sonho de Chico Mendes de ver a floresta valorizada e assegurando uma perspectiva de futuro aos filhos dos seringueiros e extrativistas. QUILOMBOLAS Apesar dos grandes avanços registrados, persistem muitas dificuldades no efetivo controle e na participação social das organizações quilombolas na elaboração, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas para as suas comunidades. Nesse sentido, vários esforços têm sido demandados nas últimas décadas, envolvendo diferentes atores sociais, sejam eles VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 8 www.hertzconcursos.com.br governamentais em suas diferentes esferas (federal, estadual e municipal), ou agentes da sociedade civil (organizações não governamentais, universidades, quilombolas, população indígena etc), para que os direitos desse grupo e dos demais, que formam a sociedade brasileira, sejam garantidos. Propriedade Quilombola são terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos e utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural (Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003). Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnico- raciais, segundo critérios de auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. A caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da comunidade. No Pará, um dos agentes ativos na luta pela garantia dos direitos dos quilombolas tem sido o Núcleo de Altos Estudos da Amazônia – NAEA/UFPA. As pesquisas desse Núcleo têm orientado muitas discussões no Estado e balizado a atuação de várias comunidades e governantes. Além desse e demais centros de estudos, o Pará contava com o Programa Raízes, criado em 12 de maio de 2000 através do decreto nº 4.054, que orientava suas ações a partir de “quatro eixos principais: titulação das terras de quilombo; apoio a projetos sustentáveis em terras indígenas e quilombolas; projetos de valorização da cultura e de capacitação em educação para quilombolas e povos indígenas; e infraestrutura física e social. Agrega-se a essas instituições, o Instituto de Terras do Pará – ITERPA. . Sujeitos envolvidos nos Conflitos: Posseiros são agricultores que cultivam pequenos lotes, geralmente há muitos anos, mas não possuem o título de propriedade da terra. Eles têm a posse da terra, mas não os documentos legais registrados em cartórios, que garantem a sua propriedade. São vítimas de fazendeiros e empresas. • Grileiros são agentes de grandes proprietários de terras que se apropriam ilegalmente de extensas porções de terras, mediante a falsificação de títulos de propriedade. Com a ajuda de capangas e jagunços, expulsam posseiros e índios das terras. As terras “griladas” passam ao controle dos novos “proprietários”. • Empresários são pessoas ou empresas que adquirem enormes extensões de terra na Amazônia, algumas vezes com títulos de propriedade duvidosos. • Jagunços são homens armados, contratados por grileiros, empresários ou empreiteiros para patrulhar suas terras e expulsar posseiros ou indígenas. • Empreiteiros são pessoas que contratam os trabalhadores para as grandes fazendas. São também chamados de “gatos” ou intermediários. • Peões são trabalhadores rurais, recrutados pelos “gatos”. Ganham baixos salários e, muitas vezes, trabalham sem carteira assinada, não se beneficiando dos direitos trabalhistas. Eles se iludem com promessas de um enriquecimento que nunca acontece e ficam sempre devendo ao patrão, não podendo deixar o emprego. EXERCÍCIOS: 01. (FADESP-SDPMPA-2016) Os movimentos sociais na Amazônia, de modo geral, têm como uma de suas características A) formas de mobilização fortemente influenciadas pela igreja católica. B) modelos de ação que comumente convergem para a violência. C) a inexistência de vínculos com a realidade ambiental da região. D) a formação de lideranças com orientação ideológica maoísta. 02. (IADES-SUDAM) Entre os anos de 1970 e 2000, a população amazônica quase triplicou, em decorrência de elevadas taxas anuais de crescimento, sempre superior à média brasileira. Acerca das características demográficas da Amazônia Legal, assinale a alternativa correta. A) Em termos de composição da população por sexo, há predomínio da população masculina, que representa aproximadamente 56 % da população. B) O crescimento da população tem sido maior no meio rural que no urbano. C) A criação de novos municípios após a Constituição de 1988 gerou um processo de desconcentração urbana e deslocou parte do crescimento urbano para cidades médias e pequenas. D) Após 1970, não foram verificados dados significativos em relação à migração inter-regional para composição da população. E) A distribuiçãoentre os estados apresenta um perfil concentrador, em que o estado do Amazonas contribui com mais de 25% da população da região amazônica. 03. (IADES-SUDAM) Em relação às áreas em destaque no mapa acima apresentado, assinale a alternativa que apresenta a região na qual se concentram as unidades de conservação e terras indígenas. A) Centro-Oeste. B) Norte. C) Nordeste. D) Sudeste. E) Sul. 04. (FADESP-SDPM) Um dos fatos mais relevantes da Amazônia pode ser considerado o fato de A) possuir um dos processos de desmatamento mais baixos do mundo, diminuindo, sobretudo, entre 1991 e 2004. B) ter a atividade turística como principal fonte de captação de recursos e estratégia de desenvolvimento sustentável. C) abrigar a maioria dos povos indígenas do Brasil, inclusive com a existência de grupos sem contato com o mundo exterior. D) possuir e executar uma complexa política de deslocamento de pessoas e cargas, por meio de uma extensa logística intermodal de transportes. VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 9 www.hertzconcursos.com.br 05. (FGV) Segundo dados da Comissão da Pastoral da Terra, em 2018 houve um aumento no número de conflitos pela terra na Região Amazônica. Segundo a CPT, os conflitos sinalizam o avanço da fronteira agrícola. Sobre a elevação do número de pessoas envolvidas em conflitos na Região Amazônica, é correto afirmar que as populações mais atingidas pela violência são a) os sem-terra, as populações tradicionais, os indígenas e os posseiros. b) os mineradores, os campesinos, os empresários e os banqueiros. c) os quilombolas, os indígenas, os caiçaras e os grileiros. d) os fazendeiros, os mineradores, os posseiros e os silvícolas. e) os posseiros, os caiçaras, os grileiros e os madeireiros. 06.(SD-PM-PA-21) Na região amazônica, os seringueiros, confrontados com a expansão da criação de gado e com a transferência de títulos de propriedade da floresta em que trabalhavam, criaram um método de resistência que alcançava resultados cada vez melhores, o empate. MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane. História em debate. vol.1. 4. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2016, com adaptações Com base nessas informações, o movimento denominado empate é melhor representado pela (o) a) criação de grupos de guerrilhas para eliminar os latifundiários. b) fim da exploração comercial da borracha amazônica. c) formação de partido político para enfrentar os latifundiários. d) defesa coletiva de um modo de vida constituído de lutas. e) treinamento de brigadas de incêndio para combater o fogo na floresta. 07. “Balas de borracha foram usadas em ação que deixou cerca de 20 feridos. Região de Carajás é alvo de disputas judiciais por uso do território. Empresa de segurança e a VALE afirmam terem agido em legítima defesa”. https://reporterbrasil.org.br/2020/06/novo-ataque-de-segurancas De acordo com a reportagem, a questão agrária no Pará e seus conflitos podemos concluir que: a) A violência é um marco na região e tem hoje uma das maiores incidências de conflitos agrários do país e a atuação da Vale contribui para esse cenário. b) São constantes os conflitos entre a mineradora e o MST, por disputas de reservas minerais em Oriximiná e Juruti. c) As relações entre as mineradoras que atuam no Pará e os movimentos sociais sempre são harmoniosas e pacificas. d) A mineradora citada sempre está envolvida em conflitos violentos no Estado do Pará, o grande exemplo disso foi o caso do Massacre de Eldorado dos Carajás. e) Desde a década de 70 as mineradoras e milícias armadas no sudeste paraense se envolvem em violentos confrontos com o movimento dos trabalhadores sem-terra. 08. Na região Amazônica travam-se conflitos pela apropriação e uso dos recursos naturais. Eles se tornam intensos a partir da década de 1970 e 1980, quando os grandes projetos de exploração e beneficiamento mineral, metalúrgico, energético e agropecuário se estabelecem nesta parte do território nacional. Desde então, o capital nacional e internacional, o Estado, grupos e movimentos sociais organizados disputam a apropriação e o uso do subsolo, do solo, da água, dos bens da floresta, entre outros recursos. Sobre a atuação das organizações e dos movimentos sociais nessa região é correto afirmar: A) Desde a década de 1970, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) representa os interesses de trabalhadores rurais, posseiros e peões, visto que, naquele período, as lideranças populares no campo e na cidade eram alvo da repressão política. A regularização fundiária é a sua principal reivindicação e foi somente conquistada a partir do programa Amazônia Terra Legal do Governo Federal. B) O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um dos movimentos sociais críticos à matriz energética implantada na Amazônia, que constrói complexos hidrelétricos para atender as demandas dos grandes projetos de exploração e beneficiamento mineral, tais como Albrás/Alunorte. Sua principal reivindicação é a utilização de recursos renováveis como a biomassa da floresta. C) O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde 1990 atua no Sudeste do Para, quando dirige as primeiras ocupações. Dentre suas reivindicações está a reforma agrária de mercado, pela qual o Movimento pressiona o Estado para que haja desapropriação e indenização das terras improdutivas e para que sejam vendidas a preços de mercado para os trabalhadores rurais. D) A Aliança dos Povos da Floresta é um movimento social que congrega povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, camponeses, em suma, todos os que têm nos recursos da floresta seu principal sustento. Esse movimento nasce como resposta à implantação de grandes projetos de exploração mineral e madeireira, e de beneficiamento energético, agropecuário e rodoviário, que ameaçam a reprodução da floresta, de seus recursos e povos. 09. CARTA DOS MOVIMENTOS DO XINGU CONTRA O MODELO DE MINERAÇÃO BRASILEIRO: Movimentos sociais, estudantes e trabalhadores se reúnem em Altamira (PA) para se solidarizarem com as vítimas do crime da Vale em Brumadinho (MG). mab.org.br/2019/02/01/carta-dos-movimentos-do-xingu Os movimentos sociais da Amazônia afirmam que: a) Expressaram preocupação com a possível instalação do projeto de extração de ouro da canadense Belo Sun na Volta Grande do Xingu. b) São defensores dos direitos humanos, movimentos e organizações populares da região Transamazônica e Médio Xingu são solidários às famílias e aos povos tradicionais atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Mariana (MT). c) Preocupam-se imensamente com a situação no Brasil, por apresentar 23 barragens consideradas de alto risco e alto dano potencial, com precárias situações estruturais, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 10 www.hertzconcursos.com.br d) Preocupam-se com a possível liberação da implementação do Projeto S11D de mineração da empresa VALE, que pretende explorar 150 toneladas de ouro, na maior mina de ouro a céu aberto do país, no município de Senador José Porfírio. e) Exigem que sejam descomissionadas todas as barragens que estão em baixo risco de rompimento e que todos os projetos de mineração sejam paralisados. 10. Quanto aos conflitos sociais e suas vítimas na Amazônia julgue os itens corretos: I – A chacina de Pau D'Arco ocorreu em 2017, dez trabalhadores rurais foram assassinados durante uma ação policial na fazenda Santa Lúcia, sudeste paraense. II - No ano de 2011 ocorreu o assassinato dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna. III – Irmã Dorothy Stang (missionária norte-americana assassinada no Pará em 2005), cidade de Anapu, no assentamento Esperança. IV - O Massacre de Eldorado dos Carajás, 1996,ocorreu na curva do S, em Eldorado do Carajás, o objetivo era marchar até Belém, mas 21 camponeses foram mortos pela Polícia Estadual. a) Apenas I e II. b) Apenas II e III. c) Apenas I e III. d) I, II e IV. e) Todos. 10. ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS: BELÉM, ANANINDEUA, CASTANHAL, TUCURUÍ, MARABÁ, ALTAMIRA, SANTARÉM E BREVES. 1-BELÉM: 1-História: Fora durante o período conhecido como “União Ibérica” (1580-1640), no qual ocorrera a unificação das monarquias ibéricas sob a direção da Coroa espanhola, que os luso-brasileiros fundaram a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, em 12 de janeiro de 1616. Após a expulsão dos franceses de São Luís, o comandante português Alexandre de Moura determinara que fosse realizada uma expedição militar para ocupar as terras do rio Amazonas, chefiada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Iniciada em 25 de dezembro de 1615, penetrando no rio Pará (braço do rio Amazonas), Castelo Branco e seus companheiros adentraram a baia de Guajará e desembarcaram em uma ponta de terra da margem direita da baía, construíram um forte de madeira chamado de Presépio, portanto, fundado em 12 de janeiro de 1616 a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará. O Brasil da primeira metade do século XIX passava por momentos muito tensos, após a abdicação de D. Pedro Primeiro foi instalada a Regência , Nesse período, também tivemos várias outras revoltas no Maranhão a Balaiada, na Bahia a Sabinada e no Rio Grande do Sul a Farroupilha. Em Belém houve a tomada do poder pelos Cabanos ocorreu no dia 7 de janeiro de 1835, nesse período, ainda funcionava a regência Trina, mas, em abril de 1835, a grande missão de sufocar o movimento caiu nas mãos do primeiro Regente único, o Padre Antônio Feijó, que depois renunciou em setembro de 1937, outro regente assumiu o poder, Araújo Lima, o qual foi o responsável pela derrota da revolução em 1840. Já que o movimento foi plural socialmente, automaticamente, suas causas e objetivos também foram diversos: Liberdade para os escravos; Questões Sociais; Luta contra a Regência; Eventos da Adesão do Pará e exploração secular; Conflitos entre elites; Autoritarismo do Presidente Provincial; Vingança pela Morte de Batista Campos; Já no final do século XIX e início do XX o período de apogeu da borracha produziu em Belém, um processo de transformação, adotando as feições urbanas de suas pretensas congêneres às margens do Tamisa e Sena. A capital paraense passou a ser, na época do Boom gomífero, o porto por onde saía a maior parte da produção amazônica da borracha para ser exportada para o exterior tanto que, em 1906, o Pará exportou 5.259.000 libras do produto dos quais 15.000.000 de libras exportadas por toda a região. Essas condições fizeram de Belém o maior centro cosmopolita da região: os personagens que circulavam na cidade, revestidas de fachadas Art Noveau trajavam-se segundo o melhor figurino do Deandy e bely-anti e, durante o período da guerra, cumprimentavam-se quando se cruzavam tocando as abas das cartolas, e saldando-se com um leve, porém, enfático, Vive La France! Belém, portanto, tornou-se sobre certos aspectos uma capital agitada, bem mais europeia que brasileira, dominando o francesismo especialmente no aspecto intelectual, reflexo da dependência europeia na Amazônia durante o período gomífero. De um lado, a dependência financeira e comercial da Inglaterra e, uma relação cultural intensa pela França. 2-Demografia: População em 2021: 1.506.420 habitantes. Homens: 703.310 e Mulheres: 803.110. Taxa de fecundidade - 2021:1,34. 3-Economia: PIB –2018 : R$32.405 bi Salário médio mensal - 2020: 3,5 salários. Mesorregião: Metropolitana e Microrregião: Belém. A economia de Belém é bastante diversificada. Suas atividades se baseiam nas atividades de comércio, prestação de serviços, turismo e atividade industrial – com destaque para indústrias alimentícias, navais, metalúrgicas, químicas, entre outras. A cidade de Belém é bastante dinâmica e integrada ao país. A cidade conta com os portos mais próximos da Europa e dos Estados Unidos, que movimentam muitas mercadorias exportadas, além de ferrovias e hidrovias que passam pela capital. Outra fonte rentável da economia belenense é o turismo, que anualmente atrai muitos turistas do país. Destaca-se na cidade as diversas possibilidades de cultura e lazer, relacionado ao turismo religioso – com destaque para procissão do círio de Nazaré-, cultural, gastronômico e o turismo fluvial – já que a cidade tem várias ilhas em seu entorno. Antes da pandemia o emprego formal na capital paraense apresentava saldos positivos, em 2019 com 1.002 pessoas admitidas no mercado de trabalho, de acordo com estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese Pará), que mantém uma parceria com a Prefeitura de Belém para realizar serviços de pesquisa ao município. O supervisor técnico do Dieese, economista Roberto Sena, avalia que mesmo diante da situação em que o País se encontra, com baixa empregabilidade, Belém fecha o ano com crescimento de empregos. “No segundo semestre foi muito forte essa ocupação, principalmente no setor de serviço e no do comércio, que geraram muitos empregos. Isso fez com que Belém apresentasse crescimento e voltasse para o ranking do top dos dez municípios que mais geraram empregos no estado”, disse. VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 11 www.hertzconcursos.com.br Os dados do Dieese apontam a movimentação do emprego formal por setores econômicos de atividades de janeiro a novembro de 2019. Ainda na análise de Sena, o que contribuiu para este saldo positivo foi mais dinheiro injetado na economia e mais investimento. “No segundo semestre tivemos um grau de recurso muito forte com a liberação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), do 13º salário, PIS (Programa de Integração Social), festividade do Círio de Nazaré, e isso foi elevando o grau de renda na economia fortemente. 4- Social: IDHM 2010: 0,746 Mortalidade Infantil [2021]: 15,40 óbitos por mil nascidos vivos. Segurança- 2021: 23,03 homicídios por cem mil habitantes. Prefeito: Edmilson Rodrigues. 2-ANANINDEUA: 1-História: Ananindeua vem do tupi e ganhou esse nome por conta da grande quantidade de árvore chamada Anani, que produz a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das embarcações. De grande porte, a planta tem propriedades medicinais, serve para calafetar embarcações, ensebar cordas e é utilizada até mesmo na fabricação de tochas. Já o sufixo deua tem diversas significações de origem popular: uma diz que vem de abundância e outra que quer dizer “dar”, por exemplo “Deu Ananin”. A terceira versão, mais aceita entre os moradores, conta que ao invés de ser utilizado um ‘D’ na grafia da palavra era para ter sido utilizado um ‘T’, ficando ‘teua’ ao invés de ‘deua’. As terras onde está situado o município de Ananindeua são provenientes do antigo território da circunscrição belenense, ficando mesmo bastante vizinhas da capital do estado. A localização de Ananindeua é das mais convenientes e importantes, pois, além da vantajosa proximidade de Belém, a atração de argumentos populacionais, bem como as acessíveis possibilidade de trabalho e a ocorrência de vias fáceis de transportes são fatores relevantes para a posição que ocupa. O primeiro registro de ocupação de Ananindeua data de 1790, através de um engenho de cana de açúcar de propriedade do Conde Antônio Koma de Melo, às margens do rio Guamá (atual Colônia Agrícola do Abacatal). Na década de 1850, ribeirinhos estabeleceram-se nas margens do rio Maguari-Açu, fugindo do confronto da Cabanagem (próximo ao Distrito Industrial de Ananindeua). Na mesma década chegam os primeiros proprietários de terra, que começaram a se estabelecerem diversos pontos do município, tais como: Maguary, área do Distrito Industrial, Mocajutuba, Tropiqueira, São Sebastião (Quinta da Carmita). A partir de 1890, tem-se o povoamento das ilhas de Sassunema (1894), Ilha do Roldão (atual ilha de Santa Rosa) (1895), Ilha do Mutum (1896). Em 1883, antes da inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro de Bragança (EFB), iniciou-se a instalação de uma espécie de oficina do trens, que depois houve a necessidade de se construir uma vila de casas para os operários da manutenção (localizada na área próxima a sede da Prefeitura) a Vila operária deu origem ao povoado de Ananindeua. A sua evolução remonta quando surgiu ali uma parada da extinta Estrada de Ferro de Bragança com o citado nome e teve continuidade, depois de constituída em freguesia e mais tarde em distrito de Belém. Ao longo da história Ananindeua passou por várias configurações administrativas, vejamos algumas: - 1920: Ananindeua figura no município de Belém. - 1936 e 1937: o distrito de Ananindeua, figura no município de Santa Isabel. - 1939-1943: o distrito Ananindeua figura no município de Belém. - Elevado à categoria de município com a denominação de Ananindeua, pelo decreto-lei estadual nº 4505, de 30-12-1943, cuja a instalação ocorreu em 3 de janeiro de 1944. desmembrado de Belém, e João Coelho (ex-Santa Isabel). -1961: Desmembra do município de Ananindeua, os distritos de Benevides, Benfica e Santa Bárbara, para constituir o novo de Benevides. 2-Demografia: População em 2021: 540.410 hab. Homens: 255.781 e mulheres: 284.629 Taxa de fecundidade 2021: 1,41. 3-Economia: PIB – 2018:R$ 8.165 bi Salário médio mensal – 2020: 1,8 salário mínimos; Mesorregião: Metropolitana e Microrregião: Belém O Distrito: O Distrito Industrial de Ananindeua/PA, sendo este criado no ano de 1979 a partir do II Plano de Desenvolvimento Amazônico (II PDA) e teve por objetivo proporcionar o crescimento econômico do município pela introdução de um setor dinâmico. Passado trinta anos de sua criação esse empreendimento encontrou- se muito longe daquilo que podia representar em termos de elemento impulsionador da economia local. Observamos, contudo, que o município ao longo de trinta anos cresceu economicamente não em função do empreendimento em foco e sim a custa da diversificação da sua base produtiva, a qual não teve relação com o respectivo Distrito Industrial. No ano de 2005 existiam 89 empresas no Distrito, sendo que destas, 40 empresas estavam trabalhando ativamente, enquanto que 39 estavam inativas, sem benfeitoria ou em comercialização e 10 em construção, (SEDIC - 2005). Muitas empresas já entraram e saíram do Distrito, ao longo dos anos de sua existência. Por falta de infraestrutura básica, que deveria ser construída pelo poder público, essas empresas faliram ou mudaram-se para outros empreendimentos fora do Estado. (Adaptado: Breve análise de trinta anos do Distrito Industrial de Ananindeua/Pa .1979 - 2009 Francisco Sergio Silva Araújo) PRINCIPAIS INDÚSTRIAS: Mobiliárias, de alimentos e bebidas, farmacêuticas, couro, plástico, minerais não metálicos, papel, metalurgia, mecânica, transporte, borracha, química, de transporte e perfumaria: Tem marcas como Sococo, Terraplena, Sindmóveis, Brascomp e Juruá Florestal, entre outras. Distribuídas em uma área de 470 mil hectares. 4- Social: IDHM 2010: 0,718 Saúde: Mortalidade Infantil [2021]:15,61 Segurança - 2021: 30,90 taxa de homicídios. Prefeito: Dr. Daniel – MDB VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 12 www.hertzconcursos.com.br 3-CASTANHAL: 1-História: O desenvolvimento do Núcleo de Castanhal começou mesmo a partir do momento em que o Governo decidiu dar início ao Projeto de construção da ferrovia que ligaria Belém e Bragança, cuja obra conforme a região passou a ser chamada de Estrada de Ferro de Bragança. Em 1885, os trilhos chegaram à localidade de ITAQUI às proximidades de APEÚ, com o coronel ANTONIO DE SOUZA LEAL, a quem o Governo confiara o comando de tão importante obra, a epidemia da febre amarela que se propagava por toda a região, esta última, principalmente, fez com que o Governo suspendesse por tempo indeterminado a referida obra. A chegada dos trilhos, que muitos já não acreditavam mais, deu um impulso espetacular para esse acontecimento, o Núcleo de Castanhal, por força da Lei nº. 646, de 06-06-1899, passou a categoria de Vila. Sua instalação solene só se deu a 15-08-1901, justamente na data comemorativa a Adesão do Pará à Independência. A incorporação do então território de Castanhal, ao município de Belém, através da lei nº. 957, de 01-11-1905. A conclusão da Estrada de Ferro de Bragança, que aconteceu a 01-12- 1900, constituiu-se num dos fatos mais importantes do Governo do Dr. AUGUSTO MONTENEGRO, ainda na 1ª. República. A Estação Ferroviária, cujo lançamento da pedra fundamental ocorreu em 02 de maio de 1904, sendo inaugurada em 15 de agosto de 1909. Depois, através do Decreto nº. 1.276, criou o Grupo Escolar da Vila, a sua inauguração deu-se a 12-10-1904. Já na década de 30, pouco depois de um ano que Getúlio Vargas assumia o Poder ainda como Chefe do Governo Provisório, em novembro de 1930, Castanhal ganhava a sua autonomia municipal, através do Dec. lei de 28-01-1932, assinado pelo Major Interventor JOAQUIM DE MAGALHAES CARDOSO BARATA e pelo 1º Ten. ISMAELlNO DE CASTRO. Esse mesmo Decreto revogava o de nº. 565, de 30-12-1931, pelo qual havia sido criado o Município de Santa Izabel e criava o de Castanhal. Pois na época a Vila de Castanhal já reunia maiores condições quanto ao desenvolvimento econômico. Esse ato de MAGALHÃES BARATA fez com que o povo castanhalense saísse às ruas ainda pequenas e agrestes, para festejar com muita alegria e justiça. Hoje Castanhal está entre as cinco principais cidades do Estado e figura como uma espécie de metrópole da região Nordeste do Pará. A cidade modelo tem privilegiada posição geográfica no mapa do Pará, sendo cortada pela rodovia federal BR-316 – a principal via de ligação entre a capital paraense e as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, item indispensável para o escoamento da produção. Além disso, está há um pouco mais de 60 quilômetros de distância do porto, aeroporto e da Alça Viária, na região metropolitana de Belém. 2-Demografia: População em 2021: 205.667 hab. Homens: 99.769 e mulheres: 105.898. Taxa de fecundidade:1,75. 3-Economia: PIB – 2018: R$ 4.040 bi. Salário médio mensal - 2020: 1,6. Mesorregião: Metropolitana e Microrregião: Castanhal. Castanhal é o município mais desenvolvido economicamente no Nordeste paraense, com destaque para o crescimento nas áreas do comércio e indústria. De acordo com o IBGE, Castanhal possui 2.800 estabelecimentos comerciais e um número total de pessoal ocupado de 33.546, dentre os quais 30.414 são assalariados. . Entre 2010 e 2016,o PIB municipal dobrou, superando a marca de R$ 3,6 bilhões de reais. O setor de serviços é responsável por cerca de metade da economia do município (56%), onde o comércio é a principal atividade econômica desenvolvida, incluindo o abastecimento de cidades adjacentes. Existe também a participação da administração pública (21%), do setor industrial (17%) e da agropecuária (5%). Por conta de suas propensões técnico- econômicas, Castanhal tem acordos de cooperação mútua com cidades-irmãs, dentre elas Kochi (Japão), Cotia (Brasil), Fresno (Estados Unidos), Kitami (Japão), Surabaia (Indonésia) e Kuching (Malásia). Com solo, clima e temperatura favoráveis ao desenvolvimento, em Castanhal encontram-se sistemas de cultivos agropecuários formados por lavouras, pastagens, florestas e sistemas agroflorestais. As principais culturas produzidas em 2016 foram cacau, dendê (12.000 ton), coco-da-baía, banana, laranja, limão, mamão, maracujá, pimenta-do-reino,urucum (FAPESPA, 2017), além de outras culturas como: abacate, açaí, acerola, caju, cupuaçu, goiaba, graviola, pupunha, tangerina, bergamota, mexerica, criação de bovinos, aves, equinos, caprinos e suínos. O setor conta com maquinário e equipamentos como tratores, semeadeiras, plantadeiras e adubadeira 4-Social: IDHM 2010: 0,673. Mortalidade Infantil [2021]: 11,00. Segurança-2021: 35,49 taxa de homicídios. Prefeito eleito: Paulo Titan. 4-TUCURUÍ: 1-História: Tucuruí é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se na microrregião de Tucuruí e na Mesorregião do Sudeste Paraense. O município é famoso por abrigar a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira e a quarta do mundo: a Usina Hidrelétrica Tucuruí, construída e operada desde 22 de novembro de 1984 pela Eletronorte. O nome Tucuruí é de origem Tupi. Língua essa das várias tribos indígenas que habitavam a região. Para alguns autores o vocábulo viria de Tucura – gafanhoto e Y – rio; assim, Tucura + y seria rios do gafanhotos. Fundamentado em Luiz Caldas Tuibiriça no “Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi” o verbete Tucurí viria de Tycu – roy – líquido frio, gelado”. A história de Tucuruí antes da formação do município é marcada pela história, dos grupos indígenas que viveram e lutaram nas margens dos rios que atravessam a região. As constantes migrações indígenas tornam essa história difícil de ser relatada. Somando os relatos dos missionários, bandeirantes e militares que viajaram pelo Tocantins nos séculos XVII e XVIII, são citadas 13 etnias indígenas, algumas das quais se extinguiram desde aquela época. Quando da formação do município (antes da barragem), três etnias estavam presentes na região. Assurini, Parakanã (que falam uma língua ligada ao Macro Tupi) e Gaviões (que falam uma língua ligada ao Macro Jê). Nos primeiros séculos de colonização, muitas VEJA NOSSOS CURSOS PREPARATÓRIOS COMPLETOS ON-LINE EM VIDEOOAULAS NO WWW.HERTZONLINE.COM.BR 13 www.hertzconcursos.com.br expedições e exploradores desceram o rio Tocantins na tentativa de explorá-lo/conhece-lo. Algumas das mais conhecidas: Expedições francesas exploram o Tocantins, em 1610 chegam até a cachoeira do Itaboca; Frei Cristóvão de Lisboa, da ordem dos Capuchinhos, desce o rio Tocantins em 1625 (...). A realidade de Tucuruí depende de dois momentos históricos. O primeiro foi a implantação da Estrada de Ferro do Tocantins (1907-1973) que visava superar as corredeiras e cachoeiras do rio e a segunda foi a construção da “maior escultura do capital internacional da Amazônia” – Hidrelétrica de Tucuruí. Desses projetos decorreram inúmeros condicionamentos que influenciaram até os hábitos dos moradores de Tucuruí. Divisão Administrativa: - 1870: Distrito criado com a denominação de Alcobaça, subordinado ao município de Baião. - 1943, o distrito de Alcobaça passou a denominar-se Tucuruí. - Elevado à categoria de município com a denominação de Tucuruí, pela lei estadual nº 62, de 31-12-1947 (período de comemorações de aniversário da cidade) desmembrado de Baião. - Sede no antigo distrito de Tucuruí. Constituído do distrito sede. Instalado em 25-05-1948 - Pela lei estadual nº 158, de 31-12-1948, é criado o distrito de Remansão e anexado ao município de Tucuruí. 2-Demografia: População em 2021: 116.605 hab. Homens: 57.441 e mulheres: 59.164. Taxa de fecundidade - 2021: 1,51. 3-Economia: PIB – 2018: R$ 5.318 bi. Salário médio mensal – 2020: 2,5 salários mínimos. Mesorregião: Sudeste e Microrregião: Tucuruí. O Setor Terciário é majoritário no Município, compreendendo as atividades comerciais de venda no varejo e atacado e de prestação de serviço. O Comércio apresenta um comércio bem diversificado e distribuído, com estabelecimentos de gêneros alimentícios, postos de combustíveis, oficinas mecânica, agências bancárias, farmácias, perfumarias, casa lotérica, grandes e pequenos magazines, butiques, sapatarias, revendedores de veículos, lanchonetes, livrarias e papelarias, distribuidoras de bebidas, salões de beleza, lojas de autopeças, eletrodomésticos, etc. Os Serviços De um universo de 100% de estabelecimentos comerciais, 39,9% são estabelecimentos de serviços, isto representa o universo de 871 prestadores de serviços segundo o Departamento de Tributos da Prefeitura de Tucuruí (2012). O Setor Secundário: Em consequência da UHE, o setor industrial cresceu aceleradamente no município, onde pode-se destacar as seguintes indústrias: Indústria de Transformação: A energia gerada pela Usina Hidroelétrica de Tucuruí beneficia parte da região Norte e algumas cidades do Nordeste. É importante ressaltar que a maior parte desta energia é destinada para grandes projetos minério-metalúrgicos, tais como: Albrás/Alunorte e o Grande Projeto Carajás, etc. Existe, além da UHE, acima descrita, a DOW CORNING Metais, instalada no vizinho município de Breu Branco, gera cerca muitos empregos diretos, que beneficiam diretamente o município de Tucuruí, graças à facilidade de acesso entre as cidades. Indústria Primitiva Manufatureira ou Artesanal: Compreendem trabalhos de artesanatos como os artigos de cerâmicas, artigos indígenas, cestas, balaios, jarras, esteiras, móveis e outros. Atualmente a produção artesanal de Tucuruí está em vias de valorização e reconhecimento com a criação da Associação dos Artistas Plásticos e Artesãos de Tucuruí. Setor Primário: A economia do município em épocas passadas era baseada unicamente na castanha-do-pará, pesca, e madeira. Hoje está voltada para a exportação de madeiras, indústria de leite, agricultura, pesca, pecuária, extração de argila, areia, couro, etc. O Extrativismo Vegetal Compreende trabalhos de extração de madeiras de lei, que são exportadas para diversos pontos do mundo, como Europa, América do Norte, Ásia e África, as espécies mais comercializadas: angelim vermelho, angelim pedra, jaguará vermelho, maçaranduba, estopeiro, cumarú, jatobá, curupixá, cedrarana, muiracatiara, bacuri, copaíba, andiroba, faveira, amarelão, ipê, roxinho, tatajuba, entre outras. O Extrativismo Animal: Com a formação do lago artificial da UHE, a atividade pesqueira obteve 100% de crescimento. São retiradas do lago de 120 a 150 toneladas de peixe por mês, principalmente o tucunaré, a pescadas, o mapará, o jacundá, entre outros. 4- Social: IDHM-2010: 0,666. Mortalidade Infantil - 2021: 15,03. Segurança: 29,19 homicídios por cem mil habitantes. Prefeito eleito: Alexandre Siqueira. 5-MARABÁ: 1-História: O povoamento da bacia do Itacaiúnas tem na formação do município um papel importante, porque apesar dessa região ter sido explorada pelos portugueses ainda no século XVI, permaneceu sem ocupação definitiva durante quase 300 anos. Somente a partir de 1892 é que, de fato, o espaço foi ocupado por colonizadores. A denominação Marabá tem origem indígena e significa filho do prisioneiro ou estrangeiro, ou ainda o filho da índia com o branco. Criado em 27 de fevereiro de 1913 por reivindicação da comunidade marabaense, o município só foi instalado formalmente em 05 de abril do mesmo ano, data que passou a ser comemorada como seu aniversário e só recebeu o título de cidade em 27 de outubro de 1923, através da lei 2207. Em 1929, a cidade já se encontra iluminada por uma usina à lenha e em 17 de novembro de 1935 o primeiro avião pousa no aeroporto recém inaugurado na cidade. Nesse período, a cidade era composta por 450 casas e 1500 habitantes fixos. Com a abertura da PA-70, em 1969, Marabá é ligada à rodovia Belém-Brasília. E em 1980 a cidade é assolada pela maior enchente da sua história. Já restaurada, em 1988 dá início aos preparativos para a instalação de indústrias siderúrgicas, para produção de ferro-gusa, negócio que veio trazer grandes benefícios e expansão para o município. 2-Demografia: População em 2021: 287.664 hab. Homens: 146.303 e Mulheres: 141.361
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