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Tópicos essenciais de Traumatologia Forense

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Tópicos essenciais de Traumatologia 
Forense (Medicina Legal) 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – 
Conceito 
Segundo Wilson Palermo (Sinopse de Medicina Legal, Juspodivm, 2020), 
“traumatologia forense é o ramo da Medicina Legal que estuda as lesões 
corporais sob o ponto de vista jurídico e as energias causadoras do dano, 
bem como os aspectos do diagnóstico, do prognóstico e das suas 
implicações legais. ” 
Trauma x Lesão 
O trauma é a atuação de uma energia externa sobre o indivíduo, com 
intensidade o bastante para causar desvio da normalidade ou alterar o 
funcionamento do organismo. 
Por outro lado, quanto à lesão, podemos dizer que é uma alteração 
estrutural oriunda de uma agressão ao organismo. 
Dessa forma, a lesão é violenta se causada por traumatismo. 
Exemplificando: Acidente automobilístico e lesão por projétil de arma de 
fogo. 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – Crimes contra a 
pessoa 
O estudo da traumatologia forense em muito se relaciona ao Direito Penal. 
Enquanto os peritos buscam encontrar qual foi a causa médica da 
morte/lesão, os operadores do direito têm a atribuição de estabelecer 
a causa jurídica da morte/lesão e responsabilizar o autor da conduta. 
O Código Penal, em seu artigo 121, tipifica o crime de Homicídio: 
Homicídio simples 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
Já o artigo 129 prevê o delito de lesões corporais: 
Lesão corporal 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena – detenção, de três meses a um ano. 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – 
Energias Vulnerantes 
Podemos dividir as energias vulnerantes em três: 
• Ordem Física: energias mecânica, barométrica, térmica, elétrica e 
radiante. 
• Ordem Química: cáusticos e venenos 
• Ordem Físico-química: asfixias 
Modo de Ação dos Instrumentos Mecânicos: 
• Ativa: o agente vulnerante está em movimento (Ex: atropelamento 
em que a vítima está parada) 
• Passiva: o agente vulnerante está parado (Ex: queda de plano 
elevado) 
• Mista: ambos os agentes estão em movimento (Ex: colisão de trânsito 
frontal) 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – Lesões por 
energia mecânica 
Os instrumentos causadores de lesão por energia mecânica podem ser 
divididos quanto a sua forma de ação em cortantes, perfurantes e 
contundentes. Ocorre que, um mesmo instrumento pode ocasionar uma 
lesão mista, resultando da combinação das simples corto-contundentes, 
perfuro-cortantes e perfuro-contundentes. Cada uma das ações gera um 
tipo de lesão. 
Vamos esquematizar em uma tabela? 
Tópicos 
Essenciais de Medicina Legal: agentes vulnerantes 
Agentes Simples: 
Instrumentos perfurantes: agem por meio de uma ponta, afastando as 
fibras do tecido por pressão. 
Podem ser de pequeno calibre (ex: alfinetes, agulhas), gerando feridas 
punctórias (em ponto), ou de médio calibre (ex: furador de gelo), o qual 
gera feridas em fenda ou botoeira. Não há a classificação de grosso calibre, 
uma vez que estes se enquadram em feridas contusas ou perfuro-contusas. 
Instrumentos contundentes: O contato ocorre por meio de uma 
superfície, sendo que não há ponta nem gume. Ex: cassetete, taco de 
baseball, chão, parede… 
Instrumentos cortantes: é aquele que somente corta. A lesão é 
denominada incisa, também conhecida como “lesão em arco de violino”. Ex: 
Navalha, lâmina de barbear. 
Agentes Mistos: 
Instrumentos Perfuro-cortantes: Perfura porque tem ponta e corta 
porque tem gume. Pode ter de 1 a 4 gumes. A lesão é conhecida como 
perfuro-incisa. Ex: Faca de cozinha, punhal, lima de serralheiro 
Instrumentos Perfuro-contundentes: o contato ocorre por meio de uma 
ponta romba. O exemplo mais comum são os projéteis de arma de fogo. 
Instrumentos Corto-contundentes: são os instrumentos que possuem 
uma borda aguçada com grande massa. Ex: Machado, facão, foice e 
guilhotina. 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – 
Lesões produzidas por ação contundente 
Vimos que a ação contundente é aquela em que o contato ocorre por meio 
de uma superfície, pois o instrumento não possui ponta, nem gume. Abaixo 
temos as lesões mais comuns, as quais são objeto de questionamento em 
diversas questões de prova: 
Rubefação: É a mais simples das lesões, sendo fugaz, efêmera, passageira, 
e, por isso, o exame de corpo de delito deve ser feito rapidamente, sob 
risco de desaparecimento. No local há uma vasodilatação periférica, 
causando uma vermelhidão. 
Escoriação: É o arrancamento traumático da epiderme, com exposição da 
derme, sem, contudo, ultrapassá-la. É o famoso “ralado”. Não há 
cicatrização, mas sim, reepitelização, pois forma uma crosta. Essa crosta 
indica o nexo temporal da lesão. 
Equimose: Ocorre com a infiltração do sangue nas malhas dos tecidos 
adjacentes à lesão. Em regra, ocorre pela ruptura de capilares, vênulas e 
arteríolas. Há o extravasamento do sangue (na rubefação o sangue 
permanece nos vasos). 
Tipos de equimoses: 
a. Petéquias: são pequenas equimoses, com o tamanho de cabeça de 
alfinete. 
b. Sugilação: é a equimose formada pelo aglomerado de pequenos 
grãos. Um exemplo é o “chupão”. 
c. Sufusão: também conhecida como equimoma. Há uma hemorragia 
mais extensa, de tamanho variado. 
d. Víbices: são lesões com assinatura, apresentam a fora de estrias, 
duas linhas paralelas. Ex: cassetete. 
e. Enquimoses: são as equimoses com fundo emocional. 
A mudança na tonalidade das equimoses pode denunciar o nexo-temporal 
em que foram produzidas. Destaque aqui para o Espectro Equimótico de 
LeGrand Du Saulle, frequentemente cobrado em provas: 
VERMELHA 1º dia 
VIOLÁCEA 2º ao 3º dia 
AZUL 4º ao 6º dia 
ESVERDEADA 7º ao 10º dia 
AMARELA 12º dia 
ESVANECE 15º ao 20º dia 
Espectro Equimótico de Legrand Du Saulle 
Obs: Em alguns locais não se observa tal evolução temporal, por exemplo, 
nas equimoses conjuntivais (olho). 
Há ainda as equimoses a distância: a lesão ocorre em um local, mas a 
equimose aparece em outro. Um exemplo é uma lesão no crânio, com um 
extravasamento de sangue, o qual é depositado na região das pálpebras. 
Forma o sinal do zorro ou do guaxinim. 
As equimoses possuem relevante valor médico-legal, uma vez que 
possibilitam atestar que houve uma ação contundente, demonstram que 
havia vida no momento de sua produção, permitem identificar o 
instrumento vulnerante, podem sugerir o tipo de agressão, bem como 
possibilitam saber o nexo-temporal da agressão. 
Hematoma: é a coleção hemática produzida pelo sangue extravasado, o 
qual afasta a trama dos tecidos, formando uma cavidade (chamada de 
cavidade neoformada). Se houver plano ósseo por baixo (ex: osso frontal, 
“testa”) forma uma bossa (“galo”). Caso não haja plano ósseo, forma um 
hematoma. 
Entorse: é extensão anormal dos movimentos articulares. 
Luxação: há a completa perda de contato entre duas extremidades ósseas. 
Mais grave que a entorse. 
Fratura: é a quebra da continuidade óssea, podendo se dar por 
compressão, flexão ou por torsão. 
Leis de Filhos e Langer 
1ª Lei de Filhos: Paralelismo – dispõe que, na mesma região, as lesões 
produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre são paralelas 
entre si. 
2ª Lei de Filhos: Semelhança – os instrumentos perfurantes de médio 
calibre (furador de gelo) produzem lesões semelhantes às produzidas por 
instrumentos perfuro-cortantes de dois gumes (punhal). Também chamada 
de lesão em casa de botão (botoeira). 
Lei de Langer: Polimorfismo – caso a lesão seja em local do corpo 
humano em que as fibras musculares atuem em mais de uma direção, as 
lesões terão aspecto estrelado, polimórfico (bizarras). 
Tópicos Essenciais de Traumatologia Forense – 
Balística e Lesões Perfuro-contundentes 
A balística forense é o campo da criminalística que cuida do estudo 
relacionado ao estudo das armas de fogo, munições e efeitos dos tiros. 
Relaciona-se com a medicina legalna medida em que essa trata das lesões 
provocadas no organismo decorrentes dos disparos 
Trajeto x Trajetória 
Trajeto é o caminho que o projétil faz no interior do corpo humano, 
enquanto que trajetória é o percurso entre a arma e a vítima. 
Efeitos Primários e Secundários do Tiro 
Os efeitos primários decorrem da ação do projétil e independem da 
distância do tiro. 
Já os efeitos secundários resultam dos tiros encostados ou à curta distância, 
da ação dos gases, de seus efeitos explosivos, de resíduos da combustão da 
pólvora e de microprojéteis. 
Características do orifício de entrada 
Os orifícios de entrada possuem diâmetro menor que o do projétil, forma 
arredondada ou elíptica, suas bordas são viradas para dentro, bem como 
contam com algumas características: 
• Orla de enxugo ou de alimpadura: É a orla de detritos e impurezas 
que ficam retidas na pele quando da passagem do projétil; 
• Orla de escoriação ou de contusão: rompimento da pele pela 
passagem do projétil; 
• Anel de Fisch: é a combinação das orlas de enxugo e de escoriação. 
Pode indicar a direção do projétil (pedra do anel de fisch). 
Os três sinais acima decorrem da passagem do projétil pela pele, ou seja, 
são efeitos primários do tiro. Aparecem somente nas lesões de entrada, 
porém, sua ausência não indica que o orifício é de saída, como ocorre nos 
casos em que o tiro é dado com um anteparo (ex: travesseiro), não haverá 
orla de enxugo, uma vez que o projétil vai ser limpo antes de atingir a 
vítima. 
Em contrapartida, há sinais que só aparecem em tiros encostados e a curta 
distância (queima-roupa). Vejamos: 
• Zona de tatuagem: ocasionada pela impregnação na pele dos 
grânulos de pólvora incombusta; 
• Zona de esfumaçamento ou de tisnado: causada pela fuligem da 
queima da pólvora e é expelida pelo cano da arma junto com o 
projétil; 
• Orla ou Zona de Queimadura: O disparo a curta distância pode 
ocasionar queimaduras de 1º e 2º grau na pele; 
• Sinal de Puppe-Werkgartener: é um sinal característico dos 
disparos encostados sem plano ósseo por baixo (ex: abdome, 
bochecha), em que fica marcado na pele o cano da arma; 
• Sinal de Boca ou Câmara de Mina de Hoffmann: ocorre em tiros 
encostados com plano ósseo por baixo. É causada pela expansão dos 
gases que, ao entrarem na pele, não tem por onde sair e acabam 
rompendo-a. Apresenta um aspecto estrelado; 
• Snal de Benassi: Nas lesões de entrada no crânio ou escápulas, com 
disparos encostados, pode ser encontrado uma fuligem no osso; 
• Rosa de Tiro de Cevidalli: Nos disparos com projéteis múltiplos 
(balins), quanto menor a distância, mais concentrados estão as 
lesões de entrada. 
Características do orifício de saída 
Regra geral, as lesões de saída possuem forma irregular, borda reviradas 
para fora, maior sangramento, além de não apresentarem os sinais 
apresentados acima. 
Há doutrinadores que afirmam que a lesão de saída pode apresentar uma 
orla de equimose se o tiro foi dado com a vítima encostada contra algum 
anteparo, por exemplo, no chão ou parede, pois, dessa forma, o projétil 
teria dificuldade para sair e acabaria gerando a escoriação.

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