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Osso é o tecido conjuntivo no qual a matriz intercelular foi im-pregnada com sais de cálcio inorgânicos, para que adquira grande resistência elástica e compressiva, embora seja suficientemente leve para ser movimentado por contrações musculares coordenadas. A matriz intercelular é composta de dois tipos de substâncias – matéria orgânica, que inclui células ósseas, vasos sanguíneos e nervos; e sais inorgânicos. A matéria orgânica consiste em 88% de colágeno tipo I, 10% de outras proteínas e 1 a 2% de lipídios e glicosaminoglicanos. A matéria inorgânica é formada de hidroxiapatita, uma estrutura macrocristalina insolúvel de sais de fosfato de cálcio [Ca10(PO4)6(OH)2] e quantidades pequenas de carbonato e fluoreto de cálcio. Tipos tecido ósseo: Existem dois tipos de tecido ósseo: osso lamelar e osso entrelaçado. Esses dois tipos de tecido ósseo podem ser mineralizados ou não mineralizados, neste último caso conhecidos como osteoide. O osso lamelar é um tipo de osso maduro e resistente, formado lentamente e com estrutura altamente organizada. No esqueleto adulto, seria anormal observar algo além de osso lamelar. O osso lamelar é formado basicamente por unidades cilíndricas conhecidas como ósteons ou sistemas de Havers. Os ósteons consistem em lamelas concêntricas de matriz óssea circundando um canal central conhecido como canal de Havers, que contém vasos sanguíneos e nervos do ósteon. O osso entrelaçado, geralmente conhecido como osso tubular, é depositado mais rapidamente que o osso lamelar. Sua resistência elástica é baixa e esse tipo de osso funciona como estrutura de sustentação temporária. O osso entrelaçado é encontrado no feto em desenvolvimento, nas áreas ao redor de tumores e focos infecciosos e como parte do processo de consolidação de uma fratura. Em cortes histológicos, o tecido ósseo primário tem um aspecto desorganizado. Os osteócitos parecem não estar ordenados e a matriz é heterogênea, com regiões mais coradas e menos coradas. As fibras colágenas existentes na matriz extracelular do osso imaturo se dispõem desordenadamente. Células ósseas: Quatro tipos de células participam da formação e da manutenção dos tecidos ósseos: células osteoprecursoras, osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. APG 3 – Osteomielite Periósteo e Endósteo: As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido conjuntivo que, constituem o endósteo e o periósteo, respectivamente. A camada mais superficial do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. Na sua porção profunda, o periósteo é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente parecidas com fibroblastos. As células osteoprogenitoras se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação de fraturas. O endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Harvers e os de Volkamnn. As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso. O tecido ósseo pode ser dividido anatomicamente e macroscopicamente em osso compacto, camada densa situada na superfície do osso, e osso esponjoso, formado por delgadas e curtas pontes ósseas denominadas trabéculas ósseas. Osteomielite A osteomielite representa uma infecção aguda ou crônica do osso. Osteo se refere a osso, e mielo à cavidade medular, ambos envolvidos nessa doença. A infecção pode ser causada pela: Penetração direta ou contaminação de uma fratura exposta ou ferida (origem exógena) Disseminada pela corrente sanguínea (disseminação hematogênica) Extensão de um local contíguo Infecções de pele em pessoas com insuficiência vascular. A osteomielite pode ocorrer como uma condição aguda, subaguda ou crônica. Todos os tipos de organismos, incluindo vírus, parasitas, fungos e bactérias, podem produzir osteomielite, mas infecções causadas por bactérias piogênicas e micobactérias são as mais comuns. Os agentes específicos isolados na osteomielite piogênica bacteriana muitas vezes estão associados à idade da pessoa ou condição incitante (p. ex., traumatismo ou cirurgia). Staphylococcus aureus é a causa mais comum, mas microrganismos como Escherichia coli, Neisseria gonorrhoeae, Haemophilus influenzae e espécies de Salmonella também são encontrados. Uma das classificações mais utilizadas é a de Waldvogel que separa essa patologia em Osteomielite hematogênica aguda (OHA), Osteomielite por continuidade (com ou sem insuficiência vascular), Osteomielite da coluna vertebral e Osteomielite crônica. Essa classificação considera, em primeiro lugar, a OHA que ocorre principalmente em crianças acometendo qualquer osso corporal, mas com preferência pela metáfise de ossos longos. A Osteomielite por continuidade engloba variados tipos, como as fraturas expostas infectadas e as fraturas por armas de fogo, Osteomielite a partir de partes moles, como em escaras de decúbito infectadas (sem insuficiência vascular) e osteomielites em pés diabéticos (com insuficiência vascular). Nesse grupo também incluem as infecções pós-operatórias agudas. A Osteomielite da coluna vertebral inclui a Osteomielite do corpo vertebral e a discite que são formas diferentes de infecção hematogênica, porém com origem comum no osso adjacente a placa cartilaginosa vertebral. A forma crônica é a evolução de todos os outros tipos de Osteomielite em que não se controlou a infecção primária do osso. Outra classificação considera o tempo de infecção, dividindo em aguda (até 2 semanas), subaguda (2 semanas até 3 meses) e crônica (mais de 3 meses). Cierny e Mader desenvolveram um estadiamento para Osteomielite com base na extensão anatômica da infecção e estado fisiológico do hospedeiro. Extensão anatômica: -Tipo 1: apenas medular (hematogênica aguda); Classificação -Tipo 2: cortical superficial (por continuidade); -Tipo 3: localizada (cortical e medular com estabilidade mecânica), ex: fratura com implante infectada; -Tipo 4: difusa (cortical e medular com instabilidade mecânica). Influência do estado fisiológico do hospedeiro: -Paciente saudável; -Comprometido por fatores sistêmicos; -Paciente incurável. Essa classificação considera que o hospedeiro pode apresentar dificuldade de cicatrização que pode ser por fatores sistêmicos (DM, AIDS desnutrição), ou por fatores locais (doença vascular periférica, neuropatia diabética, linfedema crônica e tabagismo). É uma das infecções mais graves do sistema musculoesquelético que acomete o osso e a medula óssea em crianças. Em adultos, é mais comumente vista em pessoas debilitadas, naquelas com uma história de infecções crônicas de pele, infecções crônicas do sistema urinário e uso de substâncias intravenosas e naquelas que estão imunologicamente deprimidas. Cerca de 85% dos casos ocorre em idades inferiores a 17 anos. 4x no sexo masculino. S.aureus é o principal causador, mas nos neonatos há maior frequência dos estreptococos do grupo B e de Gram- negativos como E.coli. Nos lactentes devem- se considerar os estreptococos do grupo A e hemófilos. Os germes geralmente entram por ferimentos e abrasoes cutâneas, piodermites, amigdalites e otites. Patogênese: Em crianças, a infecção geralmente afeta os ossos longos do esqueleto apendicular. Começa na região metafisária próximo da lâmina epifisial,onde a terminação dos vasos sanguíneos nutrientes e o fluxo sanguíneo lento favorecem a fixação das bactérias disseminadas pelo sangue. Com o avanço da infecção, há acúmulo de exsudato purulento no tecido ósseo rigidamente fechado. Por causa da estrutura rígida do osso, há pouco espaço para o edema, e o exsudato purulento se desloca sob o periósteo, secionando as artérias perfurantes que irrigam o córtex, levando à necrose do osso cortical. Por fim, a drenagem purulenta penetra o periósteo e a pele, formando uma cavidade de drenagem. Enquanto o processo continua, a formação de osso periosteal novo e a formação de osso reativo na medula óssea tendem a conter a infecção. Em adultos, a microcirculação dos ossos longos já não favorece a disseminação, e a infecção hematogênica raramente afeta o esqueleto apendicular. Em vez disso, articulações vertebrais, esternoclaviculares e sacroilíacas e a sínfise púbica estão envolvidas. A infecção geralmente envolve primeiro o osso subcondral, espalhando-se para o espaço articular. Na osteomielite vertebral, isso causa a destruição sequencial da placa terminal, do disco adjacente e do corpo vertebral contíguo. Manifestações Clínicas: Os sinais e sintomas são os da bacteriemia, acompanhados por sintomas relacionados com o local da lesão óssea. A bacteriemia é caracterizada por calafrios, febre e mal-estar. Muitas vezes, há dor ao movimento do membro afetado, perda de movimento e dor à palpação do local, seguidos por vermelhidão e edema. Osteomielite Hetmatogênica Aguda Diagnóstico: Os exames laboratoriais imediatos são essenciais ao diagnóstico e deve incluir o hemograma, PRC, VHS e hemocultura. O leucograma mostra leucocitose com desvio para a esquerda, o PCR e o VSH mostram elevações importantes, e a hemocultura pode ser positiva em 50% dos casos. O RX demonstra sinais inespecíficos nas fases iniciais da doença. Entretanto, a Cintilografia Óssea pode detectar alterações de captação com apenas 24 a 48h de evolução da doença. O principal marcador utilizado é o tecnécio-99m, porém o gálio-67 e o índio-111 também podem ser utilizados. A Ressonância Magnética é eficiente para a detecção de Osteomielite, mas deve ser utilizadas somente em casos em que o diagnóstico não pode ser feito pelos métodos usuais. A aspiração diagnóstica ou terapêutica do osso pode permitir a coleta de material purulento e a realização de culturas diagnósticas. Essas culturas detectam o germe causador em cerca de 70% dos casos. Tratamento: Começa com a identificação do microrganismo causal por meio de hemoculturas e culturas do aspirado ósseo. Administram-se agentes antimicrobianos inicialmente por via parenteral e, em seguida, via oral. O período que o membro afetado precisa ficar em repouso e as medidas de controle da dor utilizados baseiam-se nos sintomas. Também podem ser necessários desbridamento e drenagem cirúrgica. O tratamento inadequado, a agressividade do germe ou a imunodeficiência do hospedeiro podem levar à evolução para uma Osteomielite subaguda ou crônica. Clinicamente, esse tipo de Osteomielite pode manter- se ativa com secreção purulenta persistente ou permanecer latente por tempo indefinido com recorrências ocasionais. A osteomielite crônica, normalmente, ocorre em adultos, secundariamente a uma ferida aberta, na maior parte das vezes para o tecido ósseo ou circundante. A osteomielite crônica inclui todos os processos inflamatórios do osso, com exceção daqueles que ocorrem em doenças reumáticas causadas por microrganismos. Pode ser decorrente do tratamento tardio ou inadequado da osteomielite aguda ou osteomielite hematogênica causada pela contaminação direta do osso por organismos exógenos. A osteomielite crônica pode persistir por anos; pode aparecer espontaneamente, após traumatismo de pequeno porte, ou quando a resistência está baixa. A principal característica da osteomielite crônica é osso morto infectado, um sequestro, que se separou do osso vivo. Uma bainha de osso novo, chamada de invólucro, forma-se ao redor do osso morto. Esse fragmento de osso desvitalizado é isolado do resto do organismo em lacunas preenchidas com pus que não permitem a revascularização do mesmo. Forma-se então um local em que as bactérias se multiplicam sem o combate dos leucócitos perpetuando a infecção ou estimulando recorrências. Frequentemente, o sequestro pode comunicar-se com exterior por uma fístula secretante e, em alguns casos, pode ser naturalmente eliminado. O doente pode apresentar também o abcesso de Brodie, uma infecção latente e persistente na região metafisária do osso envolvida por tecido fibroso e osso esclerótico. Diagnóstico: O aspecto radiográfico da osteomielite subaguda é bastante variável. Os diferentes aspectos foram descritos por Roberts, Drummond e Breed em sua classificação. Tipo IA é uma lesão metafisária em saca- boca-do sem esclerose periférica semelhante ao granuloma eosinófilo; Tipo 1B é uma lesão metafisária irregular com esclerose de bordas e representa o abscesso de Brodie clássico; Tipo 2 apresenta erosão metafisária incluindo a cortical e tem aparência de lesão agressiva, simulando osteossarcoma; Tipo 3 tem localização diafisária, está associado a reações cortical e periosteal localizadas simulando um osteoma osteóide; Tipo 4 produz reações periosteais tipo casca de cebola simulando sarcoma de Ewing; Tipo 5 são erosões epifisárias que podem lembrar o condroblastoma benigno; Tipo 6 é a Osteomielite do corpo vertebral e pode assumir diversas formas de acometimento. Osteomielite Hetmatogênica Subaguda e Crônica Na radiografia de uma ostemielite crônica podem ser observados deposição óssea laminar progressiva formando um colar esclerótico circundando o osso chamado invólucro. Nesse invólucro pode-se observar segmento ósseo denso, bem demarca�do caracterizando o sequestro. Também pode-se observar osteocondensação com trabeculação espessa e anárquica, cavidades intra- ósseas lacunares, espessamentos periosteais grosseiros e alargamento e deformidade do osso. Observa-se também em cercos casos a presença de gases em decorrência de germes anaeróbios ou fistulas cutâneas. E em alguns casos a presença de osso extremamente esclerosado, com corticais espessas caracterizando a osteomielite esclerosante de Garré. Tratamento: O tratamento das infecções ósseas crônicas começa com culturas da ferida para identificar o microrganismo e sua sensibilidade à antibioticoterapia. O objetivo ao escolher o tratamento antimicrobiano para a osteomielite é utilizar o fármaco com a mais alta atividade bactericida e a menor toxicidade, bem como com o menor custo. A antibioticoterapia inicial é seguida pela cirurgia para remover corpos estranhos (p. ex., placas e parafusos metálicos) ou sequestro e pela antibioticoterapia a longo prazo. Geralmente é necessária a imobilização da parte afetada, com restrição da sustentação de peso pelo membro inferior. Às vezes, utilizam-se aparelhos de fixação externa. Pode ser dividida em Osteomielite pós-fraturas expostas e ferimentos por armas de fogo ou infecções hospitalares e pós-operatórias. Osteomielite pós-traumática As lesões de partes moles associadas à lesão óssea têm se tornado mais graves e frequentes nas últimas décadas. Isso se deve ao grande desenvolvimento de automóveis, motocicletas e máquinas industriais que se tomaram mais rápidos e eficientes, mas produzem traumas de grande poder destrutivo. São também dignos de menção os acidentes com artefatos e armas de guerra e armas de fogo civis. As fraturas expostas apresentam diversos aspectos que agravam sua evolução: Velocidade e a energia cinética do trauma. Tamanhodo defeito da pele - grau de exposição e possibilidade de cobertura. Grau de contusão e esmagamento das partes moles. Complexidade da lesão óssea. Material morto e estranho nas feridas. Comprometimento das estruturas neurovasculares. Grau de contaminação. Gustilo e Anderson classificaram as fraturas expostas utilizando os aspectos anteriores como fatores de prognóstico e orientação de tratamento. Essa classificação permite também, segundo os autores, determinar o risco de infecção óssea, conforme o tipo de lesão traumática. Outros fatores contribuem para a evolução das fraturas expostas para a infecção como tempo entre o ferimento e o início da antibioticoterapia, tempo entre o ferimento e o tratamento cirúrgico, volume de sangue transfundido no atendimento inicial, gravidade do estado clínico do paciente - Risco da Sociedade Americana de Anestesia (Risco ASA), ferida mantida aberta após o desbridamenro inicial, fixação interna imediata, fraturas abaixo do joelho Osteomielite por continuidade com ou sem fraturas do fêmur, idade do paciente, estabilização inadequada da fratura. O gravidade dos ferimentos por armas de fogo dependem da velocidade do projétil, sendo as armas civis de baixa velocidade e assim menos destrutivas que as armas de alta velocidade como as armas militares. As fraturas por armas de fogo de baixa velocidade assemelham-se a fraturas expostas graus I e li pois estas produzem danos leves ou moderados aos tecidos. As fraturas por armas de fogo de alta velocidade comparam-se às lesões de grau III com elevado dano aos 1ecidos e alio grau de complicações. As fraturas expostas e os ferimentos por armas de fogo devem ser abordados em bloco cirúrgico realizando previamente coleta de material para cultura. A seguir, devem ser removidos todos os corpos estranhos como grama, óleo, terra e graxa. O desbridamento deve remover todo o tecido desvitalizado ou morto e a ferida deve ser irrigada com soro estéril. A cavidade medular óssea é curetada removendo-se material estranho e fragmentos ósseos gravemente contaminados. Infecções pós-operatórias e hospitalar As infecções hospitalares e pós-operatórias em pacientes ortopédicos representam uma das maiores preocupações do cirurgião. As estruturas osteoarticulares, em razão de vascularização peculiar e geralmente insuficiente, estão mais sujeitas à infecção do que o resto do organismo, o que se agrava com o uso crescente dos biomateriais. As complicações infecciosas em próteses articulares ortopédicas são de extrema morbidade, causando dor, imobilidade, necessidade de recuperação, e em alguns casos perda do membro e óbito. As próteses articulares são constituídas de metal e polímeros sintéticos, que não são tóxicos ao organismo e são biologicamente inativos, porém são inabsorvíveis, desencadeando uma reação de encapsulamento desse implante, genericamente denominada reação tipo corpo-estranho. Essa reação tipo corpo-estranho favorece a persistência de infecção por prejudicar a fagocitose local e favorecer a persistência de microrganismos que porventura venham a colonizar o implante. As infecções associadas aos implantes são causadas predominantemente por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis. A adesão de S. aureus ao implante se dá após sua inserção e é dependente de proteínas celulares da superfície bacteriana, uma adesina, capaz de reconhecer e se aderir a substâncias do hospedeiro presentes no líquido corporal que recobre a prótese imediatamente após o seu implante. A infecção por S. epidermidis é determinada pela capacidade da cepa de produzir biofilme, uma camada de material amorfo que envolve as células bacterianas e fica aderida ao implante. Esse biofilme, conhecido também como glicocálice, previne o hospedeiro de combater os germes colonizadores do implante. Durante a colocação do implante, a contaminação se dá pela manipulação cirúrgica da mesma ou por via aérea. Após a inserção, o mecanismo de infecção se dá por via hematogênica durante bacteremia ou por contiguidade de foco de infecção em loca l próximo ao implante. A infecção hospitalar pode não estar relacionada ao ato cirúrgico: escaras sacras, trocantéricas ou calcaneanas são muito frequentes e ocasionalmente conduzem a osteomielites com flora hospitalar. Em relação a prevenção desse tipo de infeção, Kluytmans classificou os fatores de risco quanto ao grau de certeza cientifica em: Bem definidos: Idade elevada, obesidade. doença de base grave, elevação do risco anestésico (ASA), portador nasal de S. aureus, infecção a distância do local cirúrgico, entre outros. Prováveis: desnutrição, hipoalbuminemia, dia�betes mellitus, entre outros. Possíveis: tumor maligno, terapia imunossupressora, cirurgia de emergência. drenos cirúrgicos. Improváveis: raça, etnia e sexo, uso de lâminas de bisturi distintas para pele e dissecção interna. Diagnóstico Osteomielite por continuidade: A radiografia simples pode determinar a presença de sequestros, invólucro e lacunas ósseas. Em presença de fístulas, a injeção de contrastes radiopacos iodados permite determinar mais eficientemente a localização do processo infeccioso facilitando o procedimento cirúrgico. A TC, além de demonstrar a extensão do processo infeccioso, pode ser utilizada na monitorização de procedimentos invasivos como aspiração percutânea de abscessos e biópsias ósseas. Os achados característicos são: destruição da cortical óssea, neoformação óssea e aumento de partes moles. A detecção de gás no interior do canal medular à TC representa um sinal diagnóstico confiável de osteomielite, que pode passar despercebido ao raio X. A ressonância nuclear magnética na osteomielite subaguda e crônica detecta erosões intracorticais, periostite e avalia a verdadeira extensão de um abscesso de Brodie. Nesse caso, a osteomielite pode se desenvolver a partir de uma lesão cutânea. Essa lesão está mais comumente associada a úlceras crônicas ou isquêmicas nos pés em pessoas com diabetes de longa data. A neuropatia provoca a perda de reflexos protetores, e a circulação arterial prejudicada e o trauma repetitivo são os principais fatores que contribuem para a fissura da pele e a formação da úlcera. As pessoas com osteomielite com insuficiência vascular frequentemente apresentam condições aparentemente não relacionadas, como unhas encravadas, celulite ou uma úlcera perfurante no pé, dificultando o diagnóstico. Além disso, a dor muitas vezes é silenciada pela neuropatia periférica. A osteomielite é confirmada quando o osso é exposto no leito da úlcera ou após o desbridamento. A evidência radiológica compreende um sinal tardio. O tratamento depende da tensão de oxigênio dos tecidos envolvidos. O desbridamento e a antibioticoterapia podem beneficiar as pessoas que têm boa tensão de oxigênio no local infectado. O tratamento com oxigênio hiperbárico pode ser usado como medida adjuvante. Osteomielite com insuficiência vascular
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