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Aprendizagem Vitor Hugo Loureiro Bruno Costa Descrição A construção epistemológica do conceito de aprendizagem, desde as escolas inatistas e empiristas até as cognitivistas, com destaque às teorias construtivista e socioconstrutivista devido à importância de ambas na Educação e Psicologia da Educação. Propósito A compreensão da complexidade e da natureza da aprendizagem a partir da revolução cognitiva permite adequar o entendimento, o diagnóstico e a pesquisa desse construto por parte do psicólogo, educador e de outros profissionais que lidam com o processo de ensino aprendizagem e todas as suas derivações. Objetivos Módulo 1 Os princípios epistemológicos Analisar os princípios epistemológicos mais discutidos no estudo da aprendizagem. Módulo 2 As teorias interacionistas da aprendizagem Identificar as principais teorias interacionistas da aprendizagem. A capacidade de aprendizagem do ser humano é incrivelmente diferenciada das demais espécies. Nossa história filogenética não nos contemplou com a musculatura mais robusta e flexível, nem nos conferiu asas ou nadadeiras. No entanto, temos um sistema nervoso sofisticado e plástico que nos permite elaborar símbolos, pensar de maneira abstrata, manipular informações que não precisam estar diante de nós. Também somos capazes de construir feitos complexos e que permitem que nos adaptemos a praticamente qualquer meio, como arte, cultura, economia e política. Mesmo que nossa capacidade mental seja enorme, nosso desenvolvimento seria muito prejudicado se não tivéssemos a capacidade de aprendizado. Aprender significa não apenas ampliar nossas possibilidades de sobrevivência no meio, mas também compartilhar nossos conhecimentos e descobertas com outras pessoas, de dentro ou fora da nossa comunidade e por diversas gerações. Diante de toda essa complexidade, o tema da aprendizagem humana é um assunto importante e que movimenta muitos debates entre pensadores desde a Antiguidade até os tempos atuais. Iremos, a partir do presente conteúdo, entender as diferentes abordagens teóricas que tentam compreender a natureza da aprendizagem humana. Introdução 1 - Os princípios epistemológicos Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os princípios epistemológicos mais discutidos no estudo da aprendizagem. Principais teorias da aprendizagem Já parou para pensar quantas coisas fazemos naturalmente no nosso cotidiano? Atividades simples e básicas como caminhar, segurar um objeto e levar líquido ou alimentos à boca são exemplos de ações que executamos desde a mais tenra idade. Aprendemos desde muito cedo a desempenhar a mais ampla gama de comportamentos. Há também conhecimentos que adquirimos de maneira mais organizada e estruturada e que demandam interações com outras pessoas, por exemplo com nossos familiares e professores. Tais conhecimentos são importantes não apenas para o desenvolvimento individual de cada um de nós, mas também para o nosso desenvolvimento social e cultural. Evidentemente, a aprendizagem não é uma habilidade exclusiva dos seres humanos, podendo ser observada em outros animais. Por exemplo, polvos podem aprender a se locomover em um labirinto, utilizando características espaciais para reconhecer se passaram por determinado trecho anteriormente. Elefantes são animais muito inteligentes, capazes de armazenar informações por muitos anos e de aprenderem novos e complexos comportamentos, como pintar. Pintam tão bem quanto uma criança, mas não são capazes de emitirem esse comportamento por vontade própria ou de produzirem algo realmente inovador e criativo, independentemente da idade. No entanto, o ser humano apresenta uma capacidade maior e mais complexa de discriminar sequências ordenadas de estímulos e solucionar problemas abstratos. Os conhecimentos desenvolvidos pelos indivíduos humanos permitem que a sua comunidade, e até mesmo outras, possam obter benefícios para si e para gerações futuras. A escrita, astronomia, arquitetura, culinária, agricultura são apenas alguns exemplos de ferramentas complexas e responsáveis pela facilitação da adaptação do homem ao ambiente e que só se tornam viáveis pela capacidade humana de aprendizagem. Pense como seria o mundo e a vida humana se fosse preciso redescobrir ou reinventar a maioria das tecnologias que as pessoas utilizam cotidianamente, geração após geração. É bem provável que a adaptação ao ambiente seria muito mais restrita e desafiadora. A aprendizagem é um importante processo que permite o desenvolvimento ontogenético e filogenético do ser humano. Compreender a natureza da aprendizagem não é simples e tem instigado diversos pensadores ao longo de toda a história na busca pela definição desse construto. Historicamente, há teorias que defendem que a aprendizagem é fruto de influências externas, outras defendem que questões internas direcionam o desenvolvimento do indivíduo. esenvolvimento ontogenético e �logenético A filogênese, ou o desenvolvimento filogenético, representa toda a evolução de determinada espécie. Já a ontogênese representa todas as transformações que um indivíduo experiencia desde a sua concepção até chegar à vida adulta. Ainda segundo algumas teorias, é a interação entre o indivíduo e o meio social que possibilita a aquisição de novos conhecimentos. Independentemente da escola, muitos autores concordam que a aprendizagem tem um papel crucial na sobrevivência e na adaptação do organismo ao meio, proporcionando a aquisição duradoura de comportamentos e cognições. O objetivo deste estudo não é trazer uma única definição sobre aprendizagem, uma vez que essa seria uma proposta um tanto limitante para um construto tão complexo e importante. Além de apresentar algumas das teorias que explicam por diferentes vieses como ocorre a aprendizagem dos seres humanos, deseja-se que o aluno leitor seja capaz de debater acerca das seguintes questões: Como a aprendizagem acontece? Qual é a função da aprendizagem? Concepções da aprendizagem: empirista, racionalista ou inatista e interacionista O estudo da aprendizagem na Psicologia busca compreender como ocorre a aquisição do conhecimento pelo ser humano e, para tal, é necessário recorrer a autores e referenciais teóricos que contribuam com uma importante diversidade de conceitos. Existem basicamente três concepções teóricas sobre o processo de aprendizagem: algumas teorias direcionam seu foco de análise a aspectos internos, outras a aspectos externos, e há aquelas que compreendem a origem do conhecimento graças à interação direta do sujeito com o ambiente. Inicialmente, é importante discutir duas escolas antagônicas que protagonizaram importantes discussões sobre o desenvolvimento do conhecimento humano e ainda hoje influenciam pensadores: o empirismo e o racionalismo ou inatismo. Essas duas vertentes o ajudarão a compreender grande parte das concepções teóricas atuais acerca da aprendizagem. Vamos entendê-las melhor a seguir: O empirismo, que no século XVII teve como principal teórico o filósofo John Locke (1632-1704), é fundamentado na ideia de que o homem aprende a partir das experiências que vivencia desde o nascimento até a morte por intermédio de seu sistema sensorial. Essa concepção pode ser melhor compreendida pela alusão à “tábula rasa”, na qual o homem nasceria completamente vazio de saberes e, a partir da interação com o meio, iria pouco a pouco “preenchendo-se” de experiências. Portanto, o processo de aquisição do conhecimento se daria a posteriori, dependendo apenas das experiências sensoriais. Como poderíamos conceber o mundo sem visão, tato, olfato, paladar e audição? Empirismo Autores empiristas dos séculos XVI e XVII, como Jonh Locke, Francis Bacon (1561-1626), David Hume (1711-1776) e Thomas Hobbes (1588-1679), preconizaram o que conhecemos como empirismo moderno. Eles defendiam a ideia de que as percepções sensoriais que acumulamos sobre o mundo formam os nossos conhecimentos e a aprendizagem se daria pelas experiênciascom o meio. Deveria ser o papel da educação, portanto, conduzir as pessoas às experiências “mais adequadas”, buscando um objetivo único e correto? A tese empirista é de que o ser humano não tem uma fonte de conhecimento em si que não a experiência dos sentidos (MARKIE, 2004). John Locke (1632-1704) Na contramão dessa escola, encontra-se o racionalismo ou inatismo, o qual afirma que a fonte de todo o conhecimento humano é a razão e que as experiências sensoriais não são suficientes para desenvolver a capacidade cognitiva de um indivíduo. Pelo contrário, para os racionalistas, o saber construído pela experiência é falho e pode conduzir a pessoa a conclusões erradas. Tal corrente de pensamento defende que o ser humano já nasce com as características necessárias para defini-lo e que o conhecimento se dá por relações de dedução e indução. Isso significa dizer que temos naturalmente a capacidade de, partindo de premissas amplas e verdadeiras, obtermos uma conclusão particular (dedução) e de detectar no ambiente premissas específicas para chegar a conclusões amplas (indução). O racionalismo moderno contou com pensadores como René Descartes (1596-1650), Baruch Espinoza (1632-1677) e Gottfried Leibniz (1646-1716). Esses autores defendiam que o conhecimento se dava a priori, portanto, mesmo considerando que informações sensoriais cheguem o tempo todo ao organismo, somente por meio do raciocínio formal e complexo poderemos conceber novos conhecimentos acerca do mundo. No contexto da aprendizagem, seguindo essa visão, podemos nos perguntar: O educador deve simplesmente permitir que o aluno busque alcançar as respostas às suas perguntas, pela reflexão e pelo raciocínio lógico? Algumas proposições em uma área específica Racionalismo ou inatismo conhecemos apenas pela nossa intuição; outras são cognoscíveis por serem deduzidas de proposições intuídas (MARKIE, 2004). René Descartes (1596-1650) Os estudos epistemológicos sobre a aprendizagem humana foram marcados por uma nova concepção teórica chamada de interacionismo. Os dois autores mais proeminentes dessa concepção teórica foram Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934), os quais, embora nunca tenham se encontrado, chegaram a conclusões muito compatíveis e que se afastam das escolas epistemológicas mais tradicionais até então. O interacionismo é a concepção teórica que defende que o conhecimento é fruto da interação entre o indivíduo e o ambiente que o cerca. Desse modo, o homem não nasce com conhecimento inato, tampouco irá desenvolvê-lo por meio das experiências sensoriais apreendidas no ambiente, e sim a partir da interação entre os dois. Nessa concepção, o ser humano não é entendido como detentor natural do conhecimento nem como uma “tábula rasa” que será preenchida ao longo do contato com as experiências. Para a teoria de Piaget, chamada de construtivismo, é possível afirmar que o ser humano nasce com certas capacidades cognitivas, no entanto elas se desenvolvem por interação com o meio. À medida que uma criança se depara com um problema novo, isso gera um desequilíbrio que somente será reajustado após a solução deste. Para Piaget, a aprendizagem se daria por meio de assimilações e acomodações, ou seja, ao se deparar com um novo estímulo, a mente deveria se reestruturar para assimilá-lo como um novo conhecimento. Portanto, o construtivismo compreende a aprendizagem como uma relação ativa do organismo com o ambiente, em que, diante de novos desafios, esquemas cognitivos são desenvolvidos para assimilar novos conhecimentos. Segundo a proposta da teoria histórico-cultural, formulada por Vygotsky, a aquisição do conhecimento só seria possível em meio à interação social dos indivíduos. Assim como Piaget, Vygotsky também acreditava na ideia de que não seria possível um desenvolvimento puramente inato ou por consequências sensoriais. O autor desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, compreendido como a distância entre o nível potencial de desenvolvimento e o nível de desenvolvimento real. Esse conceito defende que em todo indivíduo há um potencial de aprendizagem e que a interação com outros indivíduos facilitaria a aquisição de conhecimento. Visto a importância dos dois autores e a complexidade de suas teorias para o entendimento da aprendizagem humana, veremos com mais profundidade cada uma delas no módulo 2. Algumas perspectivas teóricas sobre a aprendizagem As abordagens psicológicas apresentam maneiras diferentes de interpretar a subjetividade humana e o modo como adquirimos novas informações e novos comportamentos. A seguir, serão apresentadas algumas teorias que tiveram bastante proeminência na compreensão do processo de aprendizagem ao longo do século XX. Behaviorismo ou comportamentalismo O behaviorismo é a abordagem da Psicologia que se utiliza de premissas e métodos de outras ciências naturais para entender os princípios gerais do comportamento animal. Surgiu nos Estados Unidos no início do século XX e teve John Watson (1878-1958) como fundador, dando origem a um período reconhecido como behaviorismo metodológico. Anos depois, outro importante autor, chamado Burrhus F. Skinner (1904- 1990), aprimorou a análise do comportamento contribuindo para a compreensão de comportamentos complexos, período reconhecido como behaviorismo radical. Atenção! É importante salientar que o entendimento dos behavioristas sobre a aprendizagem humana era pautado no associacionismo, isto é, descendia da concepção empirista de que a atividade mental. Portanto, para essa abordagem, a aquisição do conhecimento é desenvolvida pela associação de informações oriundas das experiências sensoriais do ambiente. O behaviorismo metodológico de Watson reavalia os fundamentos mentalistas e defende que a Psicologia seja considerada uma ciência natural, cujo objeto de estudo seja o comportamento. Isso quer dizer que o behaviorismo metodológico passa a desconsiderar as reflexões acerca da natureza dos processos internos para analisar como os comportamentos se originam e se mantêm. Watson aprofundou seus estudos sobre o comportamento a partir das descobertas realizadas pelo fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936). Inicialmente, Pavlov estudava o papel de certas enzimas no processo de digestão de cachorros. Ele inseria tubos esterilizados nas glândulas salivares de cães, que salivavam sempre quando lhes era apresentado algum alimento. Pavlov chamou isso de reflexo. No entanto, após algum tempo, percebeu que as ampolas coletoras tinham seus níveis de saliva aumentados antes mesmo da apresentação do alimento, bastando que os animais ouvissem os passos do pesquisador ou que a luz do laboratório fosse acesa. Pavlov percebeu, então, que novos reflexos podem ser aprendidos caso sejam associados a reflexos naturais. Para Watson, debruçado nos estudos pavlovianos acerca dos comportamentos reflexos, todo animal, incluindo os seres humanos, nasce com um repertório de comportamentos simples oriundos da história evolutiva de sua espécie. Esses comportamentos simples são fundamentais para a sobrevivência e adaptação desse organismo no ambiente. Assim, uma alteração no ambiente, a qual chamamos de estímulo, elicia um comportamento no organismo, chamado de resposta. Além disso, a partir desses reflexos inatos, todo animal seria passível de aprender novos comportamentos, inclusive respostas emocionais. Resumindo O behaviorismo metodológico, portanto, defende que o processo de desenvolvimento de novos comportamentos, aqui chamada de condicionamento respondente, seria a chave para se entender a aprendizagem humana. A série de imagens abaixo explica o processo envolvido no desenvolvimento de um novo comportamento por meio de condicionamento respondente. Aumentar a salivação ao visualizar a logo de uma lanchonete, estocar alimentos em casa diante da ameaça de uma catástrofe, recusar-se a entrar em um automóvel após sobreviver a um acidente grave envolvendo carros, esses e muitosoutros exemplos podem ser explicados pela teoria do comportamento respondente, já que podem ser derivados de associações entre situações e reflexos. No entanto, apenas pelo viés do condicionamento respondente é difícil de se explicar comportamentos mais complexos, como pintar uma obra de arte, falar uma ou mais línguas ou mesmo pensar. Para sanar essa brecha, Skinner propôs a teoria do reforço e o condicionamento operante. Skinner protagonizou o behaviorismo radical, o qual defende que a mente, tal como uma série de processos internos, não existe senão pela associação de comportamentos. Em outras palavras, todos os eventos do organismo, internos ou externos, podem ser entendidos como comportamento. Diferentemente do comportamento respondente, em que um estímulo (S) elicia uma resposta (R), no paradigma operante é certo afirmar que um comportamento emitido espontaneamente (resposta) gera uma consequência no ambiente (estímulo), e essa consequência favorecerá ou não que aquele comportamento se repita. Exemplo Imagine uma pessoa bem-humorada que está em um ambiente cheio de desconhecidos e começa a fazer comentários engraçados. Se ninguém rir de seus comentários ou não derem a mínima atenção para o que a pessoa esteja falando, qual a chance de esse comportamento se repetir? Ao passo que se todos rirem e acolherem a pessoa, as chances de esse comportamento se manter são bem maiores. Para Skinner, o comportamento é influenciado em três níveis: Nível �logenético Di it t t i d d hi tó i d l ã t l d é i P Os comportamentos operantes seriam explicados, portanto, pelas teorias do reforço e da punição. O reforço é toda consequência que aumenta a probabilidade de um dado comportamento ocorrer. Os reforços operantes podem ser de dois tipos: positivo e negativo. Reforço positivo Ocorre quando há adição de um estímulo, resultando no aumento da frequência do comportamento. Reforço negativo É caracterizado pela retirada de um estímulo aversivo, resultando no aumento da frequência do Diz respeito aos comportamentos oriundos de uma história de seleção natural da espécie. Por exemplo, o choro de um bebê com fome tende a se repetir, pois tem como consequência ser alimentado. Nível ontogenético Está relacionado aos comportamentos desenvolvidos pela própria relação do organismo com o ambiente ao longo de sua história de vida. Um exemplo seria sempre dormir envolto em um cobertor, uma vez que isso lhe traz bem-estar e a tendência de esse comportamento se repetir é grande. Nível cultural Diz respeito aos comportamentos característicos de determinado grupo social e que são ensinados aos próximos descendentes. Por exemplo, falar baixo e manter o distanciamento social são comportamentos muito comuns e valorizados entre os japoneses. comportamento. Já a punição ocorre quando a consequência do comportamento emitido é a apresentação de um estímulo que reduza a probabilidade de esse comportamento ser repetido. A punição positiva ocorre quando um estímulo aversivo é adicionado, reduzindo a probabilidade de repetição desse comportamento. Broncas e violência física são exemplos comuns de punição positiva que alguns pais aplicam em seus filhos quando querem que determinados comportamentos não se repitam. Já a punição negativa é quando se retira um estímulo reforçador do ambiente para reduzir a frequência de um comportamento. Aqui, um exemplo prático seria quando os pais de um adolescente retiram sua mesada até que ele pare de se envolver em brigas. Segundo a teoria da análise comportamental, um novo comportamento seria integrado ao histórico do organismo a partir do conceito de modelagem. A modelagem consiste de um processo de reforçamento diferencial de aproximações sucessivas com objetivo de se aprender um comportamento fim. A partir do conceito de modelagem, Skinner acreditava que seria possível explicar o desenvolvimento de quaisquer comportamentos no repertório do indivíduo. Exemplo Um exemplo disso seria a linguagem entendida por Skinner como comportamento verbal: antes de saber falar, a criança pequena apenas balbucia sons que não têm sentido claro logo de início. Porém, à medida que os adultos ao redor reforçam positivamente pequenos acertos da criança, os sons mais corretos são aprendidos por ela e aprimorados a cada repetição até que a palavra correta seja emitida. Um possível caminho na aprendizagem da palavra “papai” pode ser representado por: (tatá) -> (cacá) -> (cai cai cai) -> (papá) -> (papai). Teoria cognitiva do processamento da informação A partir de 1950, um movimento científico e interdisciplinar combinando perspectivas de várias áreas do conhecimento, dentre elas a Psicologia, a Linguística, a Computação e a Antropologia, foi batizado de Revolução Cognitiva e gerou as bases do que viria a ser a Ciência Cognitiva. Os estudos nas áreas de computação e inteligência artificial envolviam o desenvolvimento e aprimoramento de questões relacionadas à retenção e ao processamento de informações, à resolução de problemas e decodificação de linguagem. Para os cognitivistas, se tais construtos poderiam ser estudados cientificamente em um pedaço de metal, por que não o fariam com seres humanos? Saiba mais Enquanto o behaviorismo surgiu promovendo severas críticas ao mentalismo, aos estudos sobre processos internos da consciência e até mesmo ao conceito psicanalítico de inconsciente, os autores cognitivistas eram ferrenhos críticos dos behavioristas. Para as ciências cognitivas, os processos internos mentais, característicos da experiência psicológica, seriam fruto do processamento das informações que chegam ao organismo pelos meios internos e externos. Antes considerados imersos na metafísica e na subjetividade, os processos mentais conquistaram espaço entre os acadêmicos graças à “metáfora computacional”, buscando encontrar as respostas na atividade cerebral, principalmente no que diz respeito ao processo de aprendizagem e aquisição de conhecimento. Para as ciências cognitivas, os processos internos mentais, característicos da experiência psicológica, seriam fruto do processamento das informações que chegam ao organismo pelos meios internos e externos. Antes considerados imersos na metafísica e na subjetividade, os processos mentais conquistaram espaço entre os acadêmicos graças à “metáfora computacional”, buscando encontrar as respostas na atividade cerebral, principalmente no que diz respeito ao processo de aprendizagem e aquisição de conhecimento. As empresas de tecnologias já disponibilizam de inteligências artificiais (IA) hipercomplexas. Um exemplo é a IA que consegue aprender sozinha a jogar xadrez e video game. Pode parecer pouca coisa, mas a complexidade das funções cognitivas exigidas para isso é enorme. A psicologia cognitiva tem por objetivo investigar o funcionamento da cognição e dos processos cognitivos subjacentes ao comportamento. Isso significa dizer que a psicologia cognitiva se interessa em compreender como ocorre o processamento da informação e interpretação da realidade. Veja o processamento da informação desde a captação das informações sensoriais via estruturas receptoras, passando pela interpretação dessas informações nervosas pelo encéfalo e a conclusão do processo: Nessa abordagem, a aprendizagem se dará pela aquisição do produto final da informação processada, levando o organismo a adquirir novos comportamentos, conhecimentos e habilidades por um período estável e longo. Somos bombardeados por diversas informações o tempo todo, mas para aprendermos algo novo as estruturas do sistema nervoso central e periférico necessitam atuar em conjunto para interpretar os dados de entrada e gerar um resultado. Todo esse processo complexo e veloz estimulará diversas vias neurais. Sempre que estímulos iguais ou parecidos se colocarem no ambiente, tais vias serão acionadas novamente. As vias neurais mais estimuladas e reforçadas tendem a se manter estáveis, armazenando as informações daquela respostapor um período longo. Esse é um resumo aproximado de como ocorre a aprendizagem a nível neural analisada pelas ciências cognitivas. Para os cognitivistas, a aprendizagem é o processo envolvido na aquisição da informação, enquanto a memória consiste na capacidade de armazenar informações e evocá-las no futuro. Portanto, memória permite manter o resultado do que foi aprendido. Uma via neural, ou seja, um conjunto de neurônios interligados na transmissão de uma informação nervosa, é recrutada ao executarmos um comportamento ou um pensamento, por exemplo. O processo de aprendizagem de um novo conhecimento envolve o engajamento de várias vias neurais. Quanto mais essas vias são estimuladas, mais aprendizagem será consistente e cristalizada como memória de longo prazo. Teoria da aprendizagem signi�cativa A teoria da aprendizagem significativa foi elaborada pelo psicólogo da educação estadunidense David P. Ausubel (1918 – 2008). O estudioso era crítico ferrenho do sistema de ensino de sua época e dos métodos empregados na educação de crianças e jovens. Dedicou sua carreira acadêmica para encontrar novas estratégias educacionais que fossem mais qualificadas e eficientes e que deixassem de lado os abusos físicos e psicológicos comuns nas escolas antigas. Com base nisso, não fica difícil compreender por que as contribuições de Ausubel para o estudo da aprendizagem tiveram grande aplicação nas escolas. Ausubel seguiu os preceitos do cognitivismo e entendia a aprendizagem como a organização e integração da informação à estrutura cognitiva do indivíduo. Segundo o autor, para ocorrer adequadamente, a aprendizagem deve fazer sentido para o indivíduo e envolver a interação coerente entre as informações e os conceitos que já fazem parte da estrutura cognitiva da pessoa. Assim, aprendizagem significativa diz respeito a conferir significado aos novos conhecimentos, assim como conferir aos conhecimentos já existentes novos significados ou maior estabilidade cognitiva. Imagine uma turma de alunos de graduação em Psicologia. Em determinada aula, o professor começa a explicar um assunto novo, trazendo comparações com conceitos da física quântica. Para os alunos que já fizeram outras graduações e que porventura já tenham estudado física quântica, talvez faça sentido e facilite a aquisição daquele novo conhecimento. Mas para os alunos que nunca leram ou estudaram sobre isso, essa pode se tornar a pior aula do semestre, pois tal comparação torna muito difícil ou até mesmo impossível compreender os conceitos mais importantes da matéria. Logo, para que ocorra a aprendizagem significativa, deve haver pontos-chave que facilitarão que o indivíduo conecte o que já sabe com os novos conhecimentos. Segundo Moreira (2012), a estrutura cognitiva é um sistema conceitual do indivíduo formado por subsunçores, os quais são unidades de conhecimentos prévios que o auxiliarão no processo de aquisição de novos conhecimentos. Essa estrutura cognitiva é formada por dois processos importantes: Diferenciação progressiva Confere novos significados a determinado subsunçor. Reconciliação integradora Tem por objetivo conferir dinamismo à estrutura cognitiva, corrigindo inconsistências e integrando significados Saiba mais Uma contribuição prática de Ausubel foi o emprego dos mapas mentais para facilitação do processo de aprendizagem em sala de aula. Apresentar graficamente a integração das informações sobre um assunto facilita o aprendizado. Teoria Social Cognitiva O psicólogo canadense Albert Bandura (1925 - atual) é um dos psicólogos mais influentes do último século. Sua teoria trouxe grandes contribuições à psicologia social e à psicologia clínica. É possível encontrar autores que avaliam a Teoria Social Cognitiva como uma conexão entre as teorias behaviorista e cognitivista. Bandura não descartou completamente a teoria behaviorista de aprendizagem por modelagem e pela via respondente. Ele parte da ideia de que o ser humano é capaz de aprender uma gama formidável de informações a nível emocional, comportamental e cognitivo, o que não poderia ser explicado apenas pela experiência direta como defendiam os behavioristas, mas também pela observação da experiência vivida por outras pessoas. Para Bandura, a capacidade de observação e interpretação dos seres humanos facilita a aprendizagem de comportamentos simples e complexos por meio da experiência de terceiros. Os estudos iniciais sobre a aprendizagem social de Bandura foram conduzidos com crianças e adultos para compreender a reprodução de comportamentos agressivos pela observação. Desse modo, crianças eram divididas em três grupos e expostas a filmes diferentes: no primeiro filme, adultos eram reforçados após agredirem bonecos; no segundo, os adultos eram punidos; e no terceiro, não havia consequências. Ao final dos filmes, as crianças eram direcionadas a salas com brinquedos, e aquelas que foram expostas ao filme em que os adultos agressores eram recompensados tendiam a emitir mais comportamentos agressivos contra o boneco. Ditados como “tal pai, tal filho” ou “filho de peixe, peixinho é” não foram criados por acaso. O aprendizado por observação tem uma importância crucial para a nossa espécie. Imagina se tivéssemos de viver cada uma das experiências de dor e sofrimento que vemos outras pessoas passando? Diferentemente da teoria skinneriana de aprendizagem por modelagem, a teoria de aprendizagem social é baseada no conceito de modelação. Segundo esse conceito, grande parte dos nossos comportamentos é aprendido observando modelos. Não se trata de pura imitação, pois o processo de modelação é ativo e importante para o repertório de comportamentos do indivíduo. Normalmente, elegemos como modelos pessoas que estão em um patamar de maior relevância, observando e avaliando os comportamentos que devemos repetir, pois serão úteis ou valorizados pela comunidade. Também aprendemos quais comportamentos não devemos reforçar por serem danosos ou pouco práticos. Ao observarmos um modelo, o comportamento que buscamos implementar ao nosso repertório pode ser reforçado de duas maneiras: por reforço vicário ou por reforço direto. Reforço vicário Ocorre quando o próprio modelo é recompensado, motivando o aprendiz a executar aquele comportamento. Reforço direto Ocorre quando o próprio aprendiz é recompensado pela emissão do comportamento. Ainda é possível falar de dois subprocessos referentes ao reforço direto: Autossistema Permite ao aprendiz avaliar a execução de seu comportamento e as consequências disso. Existem quatro processos subjacentes à aprendizagem por observação (BANDURA, AZZI, & POLYDORO, 2009): Antes de iniciar o processo de modelação, é importante focar a atenção para o modelo a ser observado. Há pessoas que tendem a atrair mais a atenção para si para servirem de modelo. Status social, familiares diretos, repertório bem-sucedido de comportamentos são fatores que tendem a atrair mais atenção. Todo conteúdo observado nos modelos deve ficar armazenado na memória. Para Bandura, é importante levar em consideração as informações sensoriais, emocionais e cognitivas que obtemos a partir da observação do modelo, pois é uma maneira de, por exemplo, refletir sobre o comportamento antes de colocá-lo em prática. Diz respeito ao automonitoramento da execução do novo comportamento. Autoe�cácia Corresponde à capacidade de uma pessoa se organizar e planejar suas ações para atingir metas. Atenção Retenção Produção Motivação Tem por objetivo tornar a aprendizagem mais consistente. Teorias da aprendizagem Neste vídeo, o especialista Lincoln Poubel discursa sobre as diferentes teorias e concepções de aprendizagem e suas implicações. Outras teorias de aprendizagem Veja um breve relato sobre outras teorias da aprendizagem: As teorias biológicas, partindo de uma concepção inatista-maturacionista, projetam o desenvolvimento humano como um processo de desdobramento, isto é, espera-se que a criança passepor uma sequência definida de estágios de desenvolvimento em determinado período. O ambiente até pode exercer alguma influência no seu desenvolvimento, mas a aprendizagem não se dá de maneira direta. Logo, entende-se que esse desenvolvimento se desdobra por fatores genéticos. Sendo assim, a aprendizagem será consequência do próprio amadurecimento biológico. O teórico proeminente nessa abordagem foi Arnold Gesell (1880-1961) que, inclusive, estabeleceu normas que tinham por objetivo analisar se a criança estava seguindo seu desenvolvimento dentro de um padrão adequado. Segundo essa abordagem, haveria uma explicação genética e hereditária para características de comportamento, desenvolvimento de habilidades matemáticas e desenvolvimento da linguagem. Teoria biológica As teorias da aprendizagem baseadas na Psicanálise dão enfoque à satisfação de necessidades, as quais diferem em função do nível de desenvolvimento da criança. Esse desenvolvimento ocorre a partir de mudanças progressivas na personalidade, à medida que a criança busca satisfazer as necessidades daquele período. Quanto ao desenvolvimento dessa estrutura de personalidade, havia uma diferença entre os pensamentos de Sigmund Freud (1856-1939) e Erik Erickson (1902-1994). Enquanto Freud acreditava que a estrutura básica da personalidade do indivíduo se estabelece durante os primeiros cinco anos de vida, Erikson defendia que o desenvolvimento é um processo que se estende por toda a vida, postulando estágios de desenvolvimento da infância à velhice. As teorias psicanalíticas enfatizam o papel dos fatores inatos no desenvolvimento. As necessidades são inatas, e a maneira de solucioná-las irá afetar o desenvolvimento. O papel da aprendizagem no desenvolvimento acaba por ser minimizado em favor da resolução de necessidades. No próximo módulo, discutiremos mais a fundo sobre duas abordagens de grande importância para a compreensão da aprendizagem e que receberam grande destaque no século passado: a teoria de Jean Piaget e de Lev Vygotsky. Teoria psicanalítica Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Analise as proposições abaixo. I - O cognitivismo rompe com a psicologia comportamental, por considerar que a abordagem científica adequada será do processamento da informação e como esta é codificada, interpretada e utilizada. II - O cognitivismo demonstra os processos envolvidos na aprendizagem como resultado da construção de esquemas de representações mentais. III - A psicologia cognitiva é o estudo de como as pessoas percebem, aprendem, lembram-se de algo e pensam sobre as informações. Marque a alternativa CORRETA. Parabéns! A alternativa D está correta. A psicologia cognitiva entende a aprendizagem como resultado da aquisição da informação processada. A afirmativa I está correta, pois fala sobre o rompimento do movimento cognitivista com A Somente a afirmativa I é correta. B Somente a afirmativa I é correta. C Somente a afirmativa III é correta. D Somente a afirmativa II é falsa. E Somente a alternativa I é falsa. os analistas do comportamento, uma vez que aqueles defendem a aprendizagem como a consequência do processamento da informação captada interna e externamente ao organismo. A afirmativa III também está correta, pois aborda alguns dos principais objetos de estudo da psicologia cognitiva: como decorrem os processos de pensamento, percepção e aprendizagem. Já a afirmativa II não está correta, pois a ideia de esquemas de representações mentais foi trabalhada na teoria piagetiana. Questão 2 (FEPESE - 2019 - Prefeitura de Xaxim - SC - Psicólogo) A aprendizagem é um processo que busca ser explicado por diversas correntes. As teorias da aprendizagem que a definem pelas suas consequências comportamentais e enfatizam as condições ambientais como forças propulsoras da aprendizagem são denominadas de Parabéns! A alternativa A está correta. A teoria do condicionamento diz respeito ao behaviorismo, o qual entende a aprendizagem como fruto das consequências da interação entre o indivíduo e o ambiente. A aprendizagem significativa defende que o indivíduo aprende quando uma informação nova se relaciona substancialmente a conhecimentos previamente organizados na sua estrutura cognitiva. As correntes humanistas focam na autorrealização do indivíduo, valorizando os aspectos cognitivos, afetivos e motores. As teorias cognitivistas entendem a aprendizagem como o resultado do processo de codificação da informação captada pelos órgãos sensoriais acerca do meio externo. As abordagens construtivistas compreendem a aprendizagem como A teorias do condicionamento. B abordagens significativas. C teorias cognitivistas. D correntes humanistas. E abordagens construtivistas. um processo ativo de aquisição do conhecimento, portanto considera o papel das capacidades orgânicas e socioambientais no desenvolvimento. 2 - As teorias interacionistas da aprendizagem Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais teorias Interacionistas da aprendizagem. As teorias construtivista e sociointeracionista de Piaget e Vygotsky Vimos no primeiro módulo algumas perspectivas teóricas sobre a aprendizagem. Agora, iremos discutir a definição, as características gerais, as diferenças e as semelhanças entre a teoria da epistemologia genética, de Jean Piaget, e a teoria histórico-cultural, de Lev Vygotsky. Os dois autores contribuíram muito para a compreensão do desenvolvimento humano e como ocorre a aprendizagem. Há, com certa frequência, uma comparação entre os dois teóricos no sentido de afirmar que as teorias tratam do mesmo assunto ou que o modelo teórico de Vygotsky seria um ótimo complemento à teoria de Piaget. Certamente, há algumas semelhanças e um hipotético debate entre esses dois grandes pensadores teria contribuído para maiores avanços ou sanaria algumas dúvidas. Contudo, eles nunca se conheceram pessoalmente. Ambas as teorias entendem que o sujeito exerce protagonismo no seu próprio processo de aprendizagem. Elas concordam acerca do aspecto ativo do indivíduo, e não o entendem como um ser passivo à espera de uma engrenagem genética a impulsionar seu desenvolvimento e aprendizagem. Relembrando Piaget e Vygotsky buscavam entender como ocorre o desenvolvimento da inteligência. Para Piaget, o foco da análise deve ser como ocorre o processo de construção ativa do conhecimento pela criança. Ao passo de que Vygotsky se interessava em saber como os fatores sociais e culturais poderiam influenciar no desenvolvimento do conhecimento. Teoria construtivista Jean Piaget (1896-1980) nasceu na Suíça e sua área de formação originalmente era em Ciências Biológicas, e não em Psicologia, como muitos imaginam. Ao longo de seus estudos, mudou o foco de interesse da Biologia para o desenvolvimento intelectual das crianças. Devido às suas pesquisas e aos seus trabalhos com crianças, Piaget é muitas vezes confundido como tendo sido um psicólogo infantil ou pedagogo. Na verdade, seu trabalho não tinha como finalidade a predição de comportamentos ou pensar em maneiras de otimizar o processo de aprendizagem infantil, e sim era pautado na descrição sistemática do desenvolvimento intelectual da criança. Pode-se dizer que Piaget era um epistemólogo genético, ou seja, investigador que busca compreender a gênese do pensamento humano. Em seus trabalhos como biólogo, Piaget observava que seres vivos, independentemente de sua complexidade, adaptam-se às mudanças do ambiente. A todo momento, lidamos com mudanças no ambiente, às quais devemos nos adaptar. Piaget não separa mente e corpo e entende que a atividade intelectual segue as mesmas premissas do desenvolvimento biológico. Portanto, tanto a atividade intelectual quanto a biológica são parte de um processo total que possibilita ao organismo adaptar-se ao ambiente e organizar suas experiências. Adaptação e organização são processos complementares e importantes para o desenvolvimentoe a aquisição de conhecimento. Para compreendermos melhor o que significa os processos de adaptação e organização, é necessário apresentar quatro conceitos básicos da teoria de Piaget: esquema, assimilação, acomodação e equilibração. Esquema foi o termo utilizado por Piaget para descrever uma estrutura cognitiva responsável por conferir estabilidade às respostas. Esquemas, portanto, funcionam como estruturas armazenadoras das nossas experiências na mente, permitindo que o processo de adaptação e o de organização ocorram. Piaget tinha consciência de que os esquemas se tratavam de um conceito hipotético, logo não havia como demonstrar a existência de estruturas físicas no sistema nervoso que exercessem tal função. Os esquemas têm o papel de processar os estímulos que entram no organismo. Quanto mais esquemas o indivíduo, possuir melhor será sua capacidade de organizar as informações e de assimilá-las. Obviamente, o número de esquemas que possuímos quando crianças é muito inferior ao que temos depois de adultos, e isso acontece porque aprendemos novos conceitos a todo momento. O que permite adquirimos novos esquemas são os processos de assimilação e acomodação. Esquema: Carro Informações sensoriais: Tem 4 rodas. Desloca-se sobre a terra. É pesado. Esquema "Carrega” pessoas na parte de dentro. Solta fumaça. A assimilação é o processo cognitivo de integrar uma nova informação perceptiva, motora ou conceitual a um esquema ou repertório comportamental já existente. Toda vez que uma criança, ou mesmo um adulto, se depara com uma informação nova e desconhecida, precisará adaptar esse novo input aos seus esquemas preexistentes. Mas é válido salientar que a assimilação não gera necessariamente a mudança do esquema, apenas irá ampliá-lo. Imagine uma criança que possui um esquema para reconhecer e nomear seu “carrinho”: quatro rodas, portas laterais, vidros em todos os lados e um círculo interno que ajuda a virar as rodas dianteiras (volante). Ao visualizar pela primeira vez em sua vida um caminhão de brinquedo, ela pode chamá-lo de “carrinho”, porque suas informações foram compatíveis ao esquema preexistente. Ela ampliou seu esquema, mas não agregou um novo conhecimento. O aumento de um esquema não configura que uma nova aprendizagem foi concluída. Às vezes, o indivíduo se depara com uma informação nova e tenta assimilá-la a estruturas esquemáticas já existentes. Isso significa que tentamos interpretar ou avaliar uma nova situação com o que dispomos de informações aprendidas anteriormente. Todavia, nem sempre isso é possível, uma vez que, se não houver um esquema adequado, a informação não terá como ser encaixada. Se explicarmos sobre função do segundo grau para uma criança que ainda está assimilando a tabuada de cinco, provavelmente ela não conseguirá compreender por não ter estrutura cognitiva necessária para receber esse conhecimento. Para solucionar um problema o indivíduo pode criar um novo esquema ou adaptar um esquema já existente para acomodar a nova informação. Acomodação é, portanto, a construção de uma nova Assimilação Acomodação estrutura cognitiva ou adaptação de uma já existente para que o novo conhecimento seja assimilado. No processo de assimilação, o indivíduo adequa a informação aos seus esquemas disponíveis. Já na acomodação, é necessário construir um novo esquema ou ajustar um antigo para assimilar. Assimilação é um processo passivo; acomodação é um processo ativo. Por fim, a equilibração diz respeito ao equilíbrio resultante dos processos de assimilação e acomodação, agindo como mecanismo autorregulatório e tornando a interação entre organismo e meio mais eficiente. Esse conceito é muito importante, pois trabalha com a ideia de que um estado de desequilíbrio pode fomentar no indivíduo a motivação necessária para buscar o equilíbrio novamente. Pense em uma criança que adora desenhar e pratica com afinco tal atividade. Querendo aprender a desenhar um animal novo pela primeira vez, por exemplo um cavalo, ela talvez precise criar novos esquemas motores e perceptuais. É possível que ela erre algumas vezes, pois o novo esquema ainda não está completo, mas a persistência até a assimilação do conteúdo é o que representa a equilibração. Para a teoria construtivista de Piaget, a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual são decorrentes de um processo ativo, o qual pode ser representado pela seguinte sequência: um indivíduo, ao ser exposto a um novo estímulo, tenta encaixá-lo em um esquema já existente. Caso seja bem-sucedido, ele alcançará o equilíbrio, e o processo é concluído. Mas, se não houver alcançado o equilíbrio, o indivíduo deverá buscar ativamente acomodar a nova informação, criando ou adaptando um esquema cognitivo. Quando isso ocorre, conclui-se o processo de assimilação e chega-se ao equilíbrio. Estágios do desenvolvimento Como já falado anteriormente, a teoria de Piaget é minuciosa e estruturada. O autor estabeleceu, por observação, estágios que caracterizariam o desenvolvimento biológico e a capacidade de aquisição de novos conhecimentos em uma criança. Por conta de características biológicas, em cada estágio, os dados cognitivos se organizam de uma maneira específica. Não é possível pular ou regressar estágios, toda criança deve passar pelas mesmas fases. Vale ressaltar que as idades estabelecidas para cada fase não seguem uma regra concreta, podendo variar para mais ou para menos. Equilibração Segundo esse modelo, o desenvolvimento intelectual é contínuo e constante, sendo os estágios apenas uma espécie de marcadores para designar o período dentro de um processo muito mais amplo. Outro ponto importante é entender que a criança desenvolve características cognitivas, afetivas e de socialização de maneira ativa paralelamente ao amadurecimento de suas estruturas biológicas. Sabendo disso, vamos conhecer a seguir as fases do desenvolvimento cognitivo e afetivo segundo Piaget (WADSWORTH et al., 1992). Formado por 6 subestágios. Inicialmente, a criança é marcada por respostas sensoriais e motoras reflexas (herança genética). Aos poucos, há organização de percepções, e a criança desenvolve os primeiros comportamentos voluntários, a consciência dos objetos ao redor e a noção de causa e efeito de seus comportamentos. Se inicialmente o pensamento da criança é restrito aos objetos do ambiente, ao final do estágio, ela aprimora seu pensamento simbólico, recordando objetos e pessoas que não estão no ambiente, além de planejar comportamentos e imaginar o que irá acontecer. Esse seria o início dos processos mais complexos de pensamento. Nesse estágio, a criança adquire a capacidade de elaborar representações internas, o que futuramente tornará possível o raciocínio lógico. O período também é marcado pelo surgimento da linguagem oral, mas ainda na forma egocêntrica. Só conseguem focar a atenção em experiências imediatas, logo o pensamento tende a ser concreto e não reversível. Redução do pensamento egocêntrico, ou seja, ela passa a conseguir se colocar no lugar do outro, surgindo a capacidade moral de cooperação e obediência. O pensamento lógico-matemático surge, embora ainda dependa de dados da realidade, mas já é possível realizar operações reversíveis. Isso significa que ela é capaz de perceber constância de volume e quantidade, mesmo que em recipientes diferentes Sensório motor (0 – 2 anos) Pré-operatório (2 – 6 anos) Operatório concreto (6 – 11 anos) Nessa fase, a criança já é capaz de realizar pensamentos hipotéticos-dedutívos. Desenvolve pensamento abstrato, não precisando mais se apoiar somente em aspectos da realidade. O egocentrismo tende a desaparecer. Desenvolve maior autonomia com maior capacidade de socialização. Os estágios são marcados pelo desenvolvimento de esquemas novos e pela adaptação a esquemas já existentes. Para o construtivismo, a aquisição de um novo conhecimento ou de uma experiência deve envolver a assimilação e a acomodação das informaçõesem estruturas cognitivas já existentes ou motivar o sujeito a construir novos esquemas. E isso caberia a comportamentos, afetos ou pensamentos. A criança, para Piaget, não nasce como uma tábula rasa, mas, sim, como um organismo que se desenvolve e está disposto a se adaptar e se desenvolver no meio social e complexo em que vive. As fases do desenvolvimento cognitivo e afetivo para Piaget Neste vídeo, o especialista Lincoln Poubel resume as principais características e ilustra as diferentes fases do desenvolvimento cognitivo e afetivo de Piaget. Teoria socioconstrutivista ou sócio-histórica Operatório formal (12 em diante) Lev Semenovich Vygotsky nasceu em território hoje considerado como Belarus, em 1896. Filho de família abastada e culta, sempre teve acesso à melhor educação de sua época. Seus pais eram intelectuais, e na casa da família havia uma biblioteca rica e acessível a todos os filhos e amigos. Era comum que os pais debatessem com seus filhos sobre diversos assuntos ao longo dos dias. Nesse ambiente de hiperestimulação intelectual, Vygotsky aprimorou seu conhecimento em diversas áreas acadêmicas, tais como Direito, Literatura, Filosofia, Psicologia e Neurologia. Por muito tempo, trabalhou com análise do desenvolvimento infantil e em pesquisas sobre doenças neurológicas com o intuito de compreender o funcionamento psicológico dos humanos. Deixou uma obra vastíssima com muitas contribuições à Psicologia e às ciências da educação, mas, infelizmente, faleceu ainda muito jovem, aos 37 anos de idade. Em seus trabalhos em Psicologia, Vygotsky tinha um interesse especial por compreender os chamados “processos mentais superiores”, os quais são típicos do ser humano e responsáveis pelo controle consciente de comportamentos. Quando nos referimos a processos mentais de maior complexidade, podemos fazer a seguinte reflexão: é possível ensinar um animal a abrir a porta do banheiro, mas não podemos esperar que ele, voluntariamente, evite fazer isso para não incomodar uma pessoa que está tomando banho. Um conceito essencial para a compreensão da obra de Vygotsky é o de mediação, termo usado para explicar o processo de inserção de um elemento em uma relação entre dois outros fatores (a interação para de ser direta e passa a ser mediada por determinado elemento). Exemplo Quando colocamos os dedos em uma tomada e os retiramos rapidamente por conta da dor sentida pelo choque, estabelecemos uma relação entre “o choque da tomada” e a “dor”. Mas se quando nos aproximamos de uma tomada afastamos a mão por recordarmos a dor do choque, então a relação foi mediada pela lembrança. Isso chama atenção para um fator a mais nas relações, tornando-as mais complexas para serem analisadas. Para Vygotsky, a relação do ser humano com o mundo não é direta, mas, sim, mediada. Entre o indivíduo e o meio, existem dois tipos de mediadores: Instrumentos Os instrumentos correspondem a objetos sociais e medeiam a relação entre o sujeito e o ambiente. Muitos outros animais também utilizam instrumentos, mas só o ser humano os cria com fim específico, armazenando-os para uso intencional no futuro e os transmitindo para outros membros do grupo e para outras gerações. Um machado, um martelo ou uma caneta são exemplos de instrumentos. Signos Os signos exercem papel análogo ao dos instrumentos, no entanto agem mediando atividade psicológica. Os signos são orientados para o interior do próprio sujeito e são essenciais para o desenvolvimento das atividades psicológicas. Para exemplificar, são signos: os números, a linguagem, uma lista de compras, uma planta arquitetônica ou mesmo o mapa para nos orientar até um destino. Segundo Vygotsky, os seres humanos não seguem um desenvolvimento linear. Isso ocorre porque dispomos de meios não naturais para realizar mudanças nos processos psicológicos e no ambiente: os signos. Nossa espécie utiliza-se dos signos para interagir com o meio, pensar e planejar ações sem necessitar da presença do real. No entanto, o desenvolvimento e a utilização desses signos não ocorrem de maneira automática, como um comportamento reflexo. Isso ocorre pela interação com o meio social no qual o indivíduo está inserido. Um bebê chora quando sente o desconforto que a sensação de fome gera em seu corpo. Isso é uma resposta automática característica da espécie. Porém, é plausível esperar que uma criança mais velha pense algo como “acho que vou comer uma maçã agora”. Isso demanda saber utilizar ferramentas psicológicas internalizadas. Para Vygotsky, a capacidade de utilizarmos ferramentas cognitivas internalizadas é aprendida apenas pela interação com outras pessoas, as quais irão transmitir esse conhecimento cultural para o aprendiz. Zona de desenvolvimento proximal A teoria socioconstrutivista preconiza que, para se entender o desenvolvimento humano, é necessário determinar “qual nível de conhecimento o indivíduo assimilou até aqui”. Isso significa determinar que conhecimentos a pessoa dispõe, facilitando ou não a solução de um problema. Ninguém dispõe de todos os conhecimentos, mas todos possuímos algum nível de conhecimento e que pode ser aprimorado. Para se compreender a aprendizagem humana, segundo Vygotsky, é preciso entender dois níveis de desenvolvimento: Refere-se ao acúmulo de conhecimentos já assimilados. Alguns estímulos que chegam à criança são compreendidos, e o problema apresentado é resolvido independente. Por exemplo, pedir para uma criança que já tenha aprendido as quatro operações matemáticas para somar os valores dos itens de uma compra. O nível de desenvolvimento real condensa todo o conhecimento que uma pessoa possui e recruta para solucionar um dado problema que se apresenta. Ela pode chegar à conclusão por conta própria, independentemente do esforço ou tempo destinado à resposta. Diz respeito à capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de terceiros. Há tarefas que uma pessoa não tem maturidade cognitiva suficiente para resolvê-las. Para tal, considere a criança do Nível de desenvolvimento real Nível de desenvolvimento potencial exemplo anterior e passe um problema multiplicação. É provável que um adulto deverá lhe explicar o assunto. No nível de desenvolvimento potencial, o conhecimento que o indivíduo possui não é desprezado. No entanto, para conseguir chegar à resposta buscada, é necessária a intervenção de outro ser humano. Sem essa interação, o desenvolvimento intelectual e a capacidade de aprendizagem são prejudicados ou inexistentes. A zona de desenvolvimento proximal seria a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade independente de solução de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, quando a solução da tarefa demanda a ajuda de outrem. Sendo assim, Vygotsky explorou a ideia de que a aprendizagem é contínua e dinâmica, mas dependente da interação entre os indivíduos e que, sem essa interação, o amadurecimento de novos conhecimentos será improvável. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (KLC - 2016 - Prefeitura de Mamborê - PR - Psicólogo) O teórico responsável pela abrangente teoria de desenvolvimento cognitivo infantil, a qual se inicia pela capacidade inata do indivíduo em se adaptar ao ambiente, de forma a, gradativamente, adquirir maior competência para lidar com ele, por meio de uma sucessão de estágios qualitativamente diferentes, é: A Freud. Parabéns! A alternativa D está correta. Para Piaget, o desenvolvimento tem um caráter ativo e que segue fases pertinentes à maturação biológica do sujeito e à construção de novos conhecimentos. Já para Vygotsky, a aprendizagem se dá na interação entre os indivíduos, onde um medeia a aquisição de novos conhecimentos de outro. No entanto, para Vygotsky opróprio desenvolvimento das capacidades cognitivas estaria sujeito a esse processo mediado. Para Freud, Erikson e Klein, autores psicanalíticos, a aprendizagem humana, embora obedeça às fases,será influenciada diretamente pelo funcionamento das estruturas psíquicas de ego, superego e id, não levando tanto em consideração as estruturas cognitivas por si só. Questão 2 (FUNIVERSA - 2012 - IFB - Psicólogo) Lev Semenovitch Vygotsky é um dos grandes nomes da psicologia histórico-cultural. Para o autor, o desenvolvimento humano segue um curso contínuo, mediado pelos processos de aprendizagem e deles dependente. Nesse sentido, assinale a alternativa correta. B Erik Erikson. C Klein. D Piaget. E Vygotsky. A O desenvolvimento acompanha uma sequência predeterminada de eventos mediados e socioculturalmente organizados. B Os processos de aprendizagem ocorrem em planos complementares de interação e participação, nos quais a escolarização tem função secundária. Parabéns! A alternativa E está correta. É por meio da interação social que o indivíduo aprende e, consequentemente, se desenvolve. O desenvolvimento não é predeterminado, uma vez que até mesmo as características neuropsicológicas se desenvolvem mediante estímulos e mediação de outras pessoas mais desenvolvidas e de determinado conhecimento. Para Vygotsky, o desenvolvimento intelectual do indivíduo só é possível diante da adequada estimulação e mediação a novos conhecimentos, sendo o ambiente escolar representado pela figura do educador a principal ferramenta no processo de aprendizagem. No entanto, é importante salientar que a real aprendizagem ocorre quando o nível de conhecimento previamente existente não é suficiente para se chegar a uma resposta, necessitando de uma mediação. Assim, não é apenas a influência do ambiente que irá criar o arcabouço de conhecimentos, mas também a interação dos conhecimentos primários com o ambiente. Considerações �nais Vimos ao longo de nosso estudo diversas abordagens psicológicas que tiveram papel fundamental para se compreender a natureza da aprendizagem por diferentes pontos de vista. Não há uma vertente mais correta e todas se complementam para termos uma maior noção de como o ser humano experiencia a realidade, C O homem é criado pelo homem, o que significa que o ser humano vai se tornando homem à medida que se transforma em produto do ambiente em que está inserido. D A peça mais importante a ser estabelecida para a compreensão do desenvolvimento humano é como o indivíduo apropria-se dos instrumentos construídos pela ciência. E A participação em atividades e interações organizadas socioculturalmente deve progressivamente ampliar as competências do indivíduo, que inicialmente é guiado até conseguir uma participação autônoma e autorregulada. como desenvolve seus comportamentos e emoções, como seus pensamentos e raciocínio podem influenciar seu desenvolvimento e a importância do meio social e cultural em que vivemos. Vimos, inicialmente, a importância de se pensar a aprendizagem humana. Em todos os períodos da história, houve pensadores que se debruçaram para compreender a natureza da aprendizagem, na busca de se entender a complexidade de desenvolvimento do conhecimento humano. Foram ainda apresentadas as principais concepções teóricas da aprendizagem que influenciaram as reflexões da Psicologia ao longo do século XX, os debates entre os racionalistas e empiristas, e como isso influenciou o desenvolvimento de escolas como o behaviorismo, o cognitivismo, Psicanálise e o interacionismo. Em seguida, foram apresentadas a abordagem construtivista de Piaget e a socioconstrutivista de Vygotsky. Para Piaget, a aprendizagem é caracterizada por um processo contínuo e ativo de assimilação, acomodação e equilibração de novas informações sobre o meio. Já para Vygotsky, a aprendizagem só ocorre por meio de relações sociais, sendo esses indivíduos os mediadores entre o estímulo do ambiente e o organismo. Aprendizagem é um construto e, por isso, é importante ser operacionalizada. No entanto, diante de tantas abordagens sobre o tema, fica claro que a aprendizagem humana é um fenômeno complexo e vasto para se entender. Se queremos compreender como um ser humano aprende algo, é importante analisarmos seu comportamento, suas emoções, cognições, sua cultura, seu momento histórico, seu ambiente familiar, sua estrutura educacional e seus aspectos ontogenéticos. Podcast Neste podcast, o especialista Lincoln Poubel irá comparar as teorias de aprendizagem de Piaget e Vygotsky, apresentando suas diferenças e semelhanças, assim como as suas implicações práticas. Explore + Pesquise o vídeo de Yves de La Taille sobre a obra de Jean Piaget intitulado: Jean Piaget por Yves de La Taille e aprofunde seu conhecimento sobre o tema de forma muito didática e acessível. Busque também pelo vídeo da palestra Plasticidade Emocional, no qual a psicopedagoga Adriana Fóz discorre sobre novos rumos da neurociência da educação e resiliência emocional. Referências BANDURA, A., AZZI, R. G., POLYDORO, S. A. Teoria social cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed, 2009. MOREIRA, M. A. O que é afinal aprendizagem significativa? Qurriculum, 2012. Consultado na internet em: 28 set. 2021. NETTO, A. P.; COSTA, O. S. A importância da psicologia da aprendizagem e suas teorias para o campo do ensino-aprendizagem. 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