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Afa��� → É uma alteração no conteúdo, na forma e no uso da linguagem e de seus processos cognitivos subjacentes, tais como percepção e memória. Essa alteração é caracterizada por redução e disfunção, que se manifestam tanto no aspecto expressivo quanto no receptivo da linguagem oral e escrita. A primeira descrição de um quadro afásico foi feita por Broca em 1861. Ele descreveu um caso de um paciente com alteração severa dos comportamentos emissivos e compreensão relativamente preservada; ele não apresentava qualquer problema motor convencional em sua língua, boca ou pregas vocais passível de interferir em sua fala. O exame do cérebro revelou uma lesão no terço posterior do giro frontal (inferior). - O que definiu parte da área pré-frontal como centro motor da fala, chamada área de Broca. Wernicke, descreveu um caso de um paciente que apresentava desordem severa de compreensão, entretanto a linguagem expressiva permanecia relativamente inalterada. Esse paciente apresentava lesão no terço posterior do giro temporal superior esquerdo, chamada de área de Wernicke. A classificação clínica tradicional das afasias baseia-se nos desempenhos do paciente em: linguagem espontânea, compreensão, repetição e nomeação. Afasias Emissivas → déficit de expressão maior do que o déficit de compreensão Afasia de Broca - mais comum - Não fluente - Expressão oral pode estar comprometida em diversos graus - Na fase aguda, o paciente pode apresentar supressão de fala e de escrita ou estereotipia - Parafasias fonéticas e/ou fonêmicas, redução e agramatismo - Anomia presente, geralmente no discurso - Compreensão preservada mas variável - Repetição ruim - Nomeação ruim (erros semânticos) - Escrita com alterações graves como supressão ou estereotipias, podendo evoluir da fase aguda para redução, agramatismo ou paragrafias - Compreensão escrita mais alterada do que oral - Local da lesão: Frontal - Sinais associados: Hemiparesia à direita, apraxia, depressão Afasia de Condução → pode ser uma evolução da afasia de Wernicke - afasia fluente, caracterizada por parafasias fonêmicas e verbais formais, sendo possível ocorrer anomias ou parafasias semânticas durante a conversação - Compreensão boa - Discurso truncado com hesitações e autocorreções - Repetição pior do que fala espontânea - Nomeação prejudicada de forma variável - Na escrita espontânea e no ditado podem haver paragrafias literais e grafêmicas - Bom desempenho na cópia - Melhor em leitura em voz alta do que em repetição - Local da lesão: Parietal inferior - Sinais Associados: Hipoestesia direita - Outra característica: alteração do processamento fonológico Afasia Transcortical Motora - afasia não fluente - Principal característica: redução de fala, ecolalia, simplificação - Linguagem espontânea reduzida, expressão lenta e breve - Repetição é boa, melhor do que fala espontânea - Compreensão geralmente preservada - Nomeação: ruim (parafasias e perseverações) - Escrita com falta de iniciativa/ inércia - Leitura normal ou pouco comprometida - Local da lesão: Frontal - Sinais associados: Hemiparesia à direita, apraxia orofacial, reflexo de preensão AFASIAS RECEPTIVAS → déficit de compreensão é maior do que o de expressão Afasia de Wernicke - compreensão mais grave - Expressão marcada por um discurso fluente e abundante fala logorréica e jargonofasia, presença de neologismos - fala com entonação normal e não considera o interlocutor (fala na frente dos outros) - Tarefas de denominação e repetição prejudicadas - A associação com anosognosia é frequente - Nomeação ruim (parafasias circunlóquios, ausência de resposta) - Compreensão gráfica comprometida - Redução na expressão gráfica - Ditado pior do que cópia - Local da lesão: Giro temporal superior, área temporo-parieto-occipital - Sinais: Hemianopsia Direita, anosognosia, agitação Afasia Transcortical Sensorial → pode ser uma evolução da afasia de Wernicke - afasia fluente - Emissão oral fluente com presença de parafasias semânticas, anomias e circunlóquios - déficits severos ou moderados de compreensão - Boa prova de repetição, sem necessariamente compreender o que repete - Nomeação prejudicada - Compreensão da escrita alterada - Escrita com paragrafias de todos os tipos - Melhor desempenho no ditado - Local da lesão: Giro temporal médio e inferior, área temporo-parieto-occipital - Sinais: agnosia - Outra característica: alteração do processamento semântico Afasia Anômica → pode ser uma evolução da afasia Transcortical Sensorial - afasia fluente com alterações semânticas - Parafasias semânticas, circunlóquios e anomias, estando o acesso lexical prejudicado - Compreensão oral preservada - Repetição boa - Nomeação ruim - Escrita com presença de paragrafias e mesmas falhas do discurso oral - Leitura preservada - Local da lesão: Temporal - Sinais associados: disartria, apraxia orofacial, hemiparesia Direita - Outros: recuperação lexical a partir do sistema semântico Formas Mistas Afasia Transcortical Mista - - Não fluente - Emissão e compreensão severamente comprometidas - Emissão oral caracterizada por estereotipias e ecolalias - Repetição preservada (mas não tão boa) - Nomeação prejudicada - Supressão da escrita - Local da lesão: Temporal - Sinais: Hemiparesia Direita, reflexo de preensão, apraxia orofacial Afasia Mista - características de várias afasias Afasia Global → pode evoluir para afasia Transcortical Mista, Motora ou de Broca - Afasia mais grave - Não fluente - Comprometimento severo da emissão e da compreensão oral e gráfica - Mutismo na emissão oral ou restrita a estereotipias e automatismos - Repetição, nomeação e escrita ausentes - Supressão da emissão gráfica - Local da lesão: Fronto-parieto-temporal cortico-subcortical - Sinais associados: Hemiplegia Direita, apraxia orofacial, hemianopsia direita AFASIA INFANTIL Quando a criança adquiriu e está desenvolvendo sua linguagem normalmente, mas é acometida por uma lesão cerebral. O AVC, menos comum, mas pode aparecer e ser reincidente em algumas doenças, como a anemia falciforme. Ademais, temos os tumores, anóxia e outras etiologias. As afasias infantis não são classificadas como as de adulto, são apenas divididas em afasias emissivas ou receptivas. Na infância a prevalência é de afasias do tipo emissiva, em que observamos redução na expressão oral e gráfica, podendo ocorrer mutismo nos casos mais graves.
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