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Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Júlio Lociks • Marcelo Andrade • Jorge Fernando Welma Maia • Edgard Antônio Lemos Alves • Fabrício Sarmanho • Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Gladson Miranda • Anderson Lopes • Élvis Corrêa Miranda Júlio César Gabriel • Paulo Roberto Martins da Cunha 2017 Língua Portuguesa • Matemática • Noções de Informática • Noções de Legislação Noções de Administração Pública • Noções Gerais da Igualdade Racial e de Gênero Conhecimentos Específicos - Agente Administrativo Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. © 2017 Vestcon Editora Ltda. Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da edi- tora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas. Título da obra: Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A – Embasa Assistente de Saneamento - Agente Administrativo Conhecimentos Gerais e Específicos – Nível Médio Atualizada até 2-2017 (AE120) (De Acordo com o Edital Embasa nº 01/2017 – IBFC) Língua Portuguesa • Matemática • Noções de Informática • Noções de Legislação Noções de Administração Pública • Noções Gerais da Igualdade Racial e de Gênero Conhecimentos Específicos - Agente Administrativo Autores: Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Júlio Lociks • Marcelo Andrade Jorge Fernando • Welma Maia • Edgard Antônio Lemos Alves Fabrício Sarmanho • Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Gladson Miranda Anderson Lopes • Élvis Corrêa Miranda • Júlio César Gabriel • Paulo Roberto Martins da Cunha GESTÃO DE CONTEÚDOS Welma Maia PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO Érida Cassiano CAPA Lucas Fuschino EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Marcos Aurélio Pereira Adenilton da Silva Cabral www.vestcon.com.br Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. PARABÉNS. VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO QUE SERÁ DECISIVO NA SUA APROVAÇÃO. Com as apostilas da Vestcon Editora, você tem acesso ao conteúdo mais atual e à metodologia mais eficiente. Entenda por que nossas apostilas são líderes de preferência entre os consumidores: • Todos os nossos conteúdos são preparados de acordo com o edital de cada concurso, ou seja, você recebe um conteúdo customizado, direcionado para os seus estudos. • Na folha de rosto, você pode conferir os nomes dos nossos autores. Dessa forma, comprovamos que os textos usados em nossas apostilas são escritos exclusivamente para nós. Qualquer reprodução não autorizada desses textos é considerada cópia ilegal. • O projeto gráfico foi elaborado tendo como objetivo a leitura confortável e a rápida localização dos temas tratados. Além disso, criamos o selo Efetividade Comprovada, que sinaliza ferramenta exclusiva da engenharia didática da Vestcon Editora: Com base em um moderno sistema de análise estatística, nossas apostilas são organizadas de forma a atender ao edital e aos tópicos mais cobrados. Nossos autores recebem essa avaliação e, a partir dela, reformulam os conteúdos, aprofundam as abordagens, acrescentam exercícios. O resultado é um conteúdo “vivo”, constantemente atualizado e sintonizado com as principais bancas organizadoras. Conheça, também, nosso catálogo completo de apostilas, nossos livros e cursos online no site www.vestcon.com.br. Todas essas ferramentas estão a uma página de você. A Vestcon Editora deseja sucesso nos seus estudos. Participe do movimento que defende a simplificação da ortografia da língua portuguesa. Acesse o site www.simplificandoaortografia.com, informe-se e assine o abaixo-assinado. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. Compreensão e interpretação de textos ............................................................................................................................... 3 Tipologia textual .................................................................................................................................................................... 6 Ortografia oficial .................................................................................................................................................................. 19 Acentuação gráfica .............................................................................................................................................................. 28 Emprego das classes de palavras ......................................................................................................................................... 31 Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................. 58 Sintaxe da oração e do período ..................................................................................................................................... 65/75 Pontuação ............................................................................................................................................................................ 84 Concordância nominal e verbal ........................................................................................................................................... 91 Regência nominal e verbal .................................................................................................................................................. 97 Significação das palavras ............................................................................................................................................... 9/101 SUMÁRIO Língua Portuguesa EMBASA Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 3 L ín g U A PO RT U g U ES A Língua Portuguesa Ernani Pimentel / Márcio Wesley Ernani Pimentel COMPREEnSÃO E InTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” de frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” de ideias, de argumentos, de fatos, de relatos... INTELECÇÃO (OU COMPREENSÃO) Intelecção significa entendimento, compreensão. Os testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito voltada para o que realmente está escrito. Comandos para Questão de Compreensão O narrador do texto diz que... O texto informa que... Segundo o texto, é correto ou errado dizer que... De acordo com as ideias do texto... Questão 1. Assinale a opção correta em relação ao texto. O Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recur- sos Hídricos – PROÁGUA Nacional é um programa do Governo Brasileiro financiado pelo Banco Mundial. O Programa originou-se da exitosa experiência do PRO- ÁGUA / Semiárido e mantém sua missão estruturante, com ênfase no fortalecimento institucional de todosos atores envolvidos com a ges tão dos recursos hídricos no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, ambiental e social, promovendo, assim, o uso racional dos recursos hídricos. (http://proagua.ana.gov.br/proagua) a) O PROÁGUA / Semiárido é um dos subprojetos de- rivados do PROÁGUA/Nacional. b) A expressão “sua missão estruturante” (l. 5) refere- -se a “Banco Mundial” (l. 3). c) A ênfase no fortalecimento institucional de todos os atores envolvidos com a gestão de recursos hídricos é exclusiva do PROÁGUA/Semiárido. d) Tanto o PROÁGUA/Semiárido como o PROÁGUA/ Nacional promovem o uso racional dos recursos hídricos. e) A implantação de infraestruturas hídricas viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, am- biental e social é exclusiva do PROÁGUA/Nacional. Gabarito d 5 10 InTERPRETAÇÃO Interpretação significa dedução, inferência, conclusão, ilação. As questões de interpretação não querem saber o que está escrito, mas o que se pode inferir, ou concluir, ou deduzir do que está escrito. Comandos para Questão de Interpretação Da leitura do texto, infere-se que... O texto permite deduzir que... Da fala do articulista pode-se concluir que... Depreende-se do texto que... Qual a intenção do narrador quando afirma que... Pode-se extrair das ideias e informações do texto que... Questão 1. Observe a tirinha a seguir, da cartunista Rose Araújo: (www.fotolog.com/rosearaujocartum) Infere-se que o humor da tirinha se constrói: a) pois a imagem resgata o valor original do radical que compõe a gíria bombar. b) pois o vocábulo bombar foi dito equivocadamente no sentido de “bombear”. c) pois reflete o problema da educação no país, em que os alunos só se comunicam por gírias, como é o caso de fessor. d) porque a forma fessor é uma tentativa de incluir na norma culta o regionalismo fessô. e) porque o vocábulo bombar não está dicionarizado. Gabarito a Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar. Se o texto diz que o rapaz está cabisbaixo, você não pode “deduzir”, ou “inferir”, que ele está de cabeça baixa, porque isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou con- cluir que, por exemplo, ele esteja preo cupado, ou tímido, em função de estar de cabeça baixa. Comandos para Medir Conhecimentos Gerais Tendo o texto como referência inicial... Considerando a amplitude do tema abordado no texto... Enfocando o assunto abordado no texto... Nesses casos, o examinador não se apega ao ponto de vista do texto em relação ao assunto, mas quer testar o conhecimento do candidato a respeito daquela matéria. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 4 L ín g U A PO RT U g U ES A Questões Texto para os itens de 1 a 11. Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas regiões mais recônditas. Segundo estimativas de ocea- nógrafos, há ainda 2 milhões de espécies desconhecidas nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais frequentes produzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante escalada das agressões impingidas aos oceanos pela ação humana. Um estudo recente do Greenpeace mostra que a concentração de material plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Se- gundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos. Veja, 5/3/2008, p. 93 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema por ele abordado, julgue os itens de 1 a 5. 1. Ao citar o Greenpeace, o texto faz menção a uma das mais conhecidas organizações não governamentais cuja atuação, em escala mundial, está concentrada na melhoria das condições de vida das populações mais pobres do planeta, abrindo-lhes frentes de trabalho no setor secundário da economia. 2. Por se decompor muito lentamente, o plástico pas- sa a ser visto como um dos principais responsáveis pela degradação ambiental, razão pela qual cresce o movimento de conscientização das pessoas para que reduzam o consumo desse material. 3. Considerando o extraordinário desenvolvimento cien- tífico que caracteriza a civilização contemporânea, é correto afirmar que, na atualidade, pouco ou quase nada da natureza resta para ser desvendado. 4. A exploração científica da Antártida, que enfrenta enor- mes dificuldades naturais próprias da região, envolve a participação cooperativa de vários países, mas os elevados custos do empreendimento impedem que representantes sul-americanos atuem no projeto. 5. Infere-se do texto que a Organização das Nações Unidas (ONU) amplia consideravelmente seu campo de atuação e, sem deixar de lado as questões cruciais da paz e da segurança internacional, também se volta para temas que envolvem o cotidiano das sociedades, como o meio ambiente. Gabarito Itens 1, 3 e 4 errados; itens 2 e 5 certos. Comandos para Medir Conhecimentos Linguísticos Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os itens. Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical. Aponte do texto a construção que não foge aos preceitos da norma culta. 5 10 15 Aqui a questão pretende medir o conhecimento grama- tical do candidato e pode abordar assuntos de morfologia, sintaxe, semântica, estilística, coesão e coerência... Questões Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os itens seguintes. 6. No trecho “até hoje se sabe” (l.2), o elemento linguís- tico “se” tem valor condicional. 7. O trecho “muito pouco sobre a vida em suas regiões mais recônditas” (ls.2-3) é complemento da forma verbal “sabe” (l.2). 8. A palavra “recônditas” (l.3) pode, sem prejuízo para a informação original do período, ser substituída por profundas. 9. O termo “mas” (l.8) corresponde a qualquer um dos seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto. 10. Na linha 9, a presença de preposição em “aos oceanos” justifica-se pela regência do termo “impingidas”. 11. O termo “a substância” (l.15) refere-se ao antecedente “plástico” (l.11). Gabarito Itens 6, 7 e 9 errados; itens 8, 10 e 11 certos. Erros Comuns de Leitura Extrapolação ou ampliação A questão abrange mais do que o texto diz. O texto disse: Os alunos do Colégio Metropolitano es- tavam felizes. A questão diz: Os alunos estavam felizes. Explicação: o significado de “alunos” é muito mais amplo que o de “alunos de um único colégio”. Redução ou limitação A questão reduz a amplitude do que diz o texto. O texto disse: Muitos se predispuseram a participar do jogo. A questão diz: Alguns se predispuseram a participar do jogo. Explicação: o sentido da palavra “alguns” é mais limitado que o de “muitos”. Contradição A questão diz o contrário do que diz o texto. O texto disse: Maria é educada porque é inteligente. A questão diz: Maria é inteligente porque é educada. Explicação: no texto, “inteligente” justifica “educada”; na questão se inverteu a ordem e “educada” é que justifica “inteligente”. Desvio ou Deturpação O texto disse: A contratação da funcionária pode ser considerada competente. A questão diz: A funcionária contratada pode ser consi- derada competente. Explicação: no texto, “competente” refere-se a “contra- tação” e não a “funcionária”. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 5 L ín g U A PO RT U g U ES A Leia o Texto Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- sonalidade artística como por suaobra, foi alvo de intensas polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom- preensão estética e o preconceito antissemita também o acompanhariam postumamente e foram raros os maestros que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empe- nharam na apresentação de suas obras. [...] Julgue os itens a seguir. 1. Deduz-se do texto que Gustav Mahler foi alvo de inten- sas polêmicas. 2. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler) foi um compositor. 3. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler) era de origem judaica. 4. Pode-se deduzir do texto que o personagem central (Mahler) foi um compositor de músicas eruditas. 5. Pode-se inferir do texto que só depois de se terem passado algumas ou várias décadas desde sua morte é que Mahler acabou por ser admirado artisticamente e deixou de ter sua obra segregada. 6. Pode-se inferir do texto que hoje a avaliação positiva da obra de Mahler constitui uma unanimidade nacional. 7. Intelecção, ou entendimento do texto é a captação objetiva das informações que o texto traz abertamente, explicitamente. 8. Interpretação, ilação, dedução, conclusão, percepção do texto é resultado de raciocínio aplicado, permitindo captar-lhe tanto as informações explícitas, quanto as implícitas. 9. A aplicação do raciocínio lógico às informações contidas no texto, expostas ou subentendidas, permite ao leitor tirar dele conclusões ou interpretá-lo corretamente. 10. A leitura de um texto deve levar em consideração o mo- mento e as circunstâncias em que foi construído, bem como à finalidade a que se propõe. 11. Segundo opinião dedutível do texto, os críticos que desprezaram o compositor estavam errados. Gabarito Comentado 1. Errado. Por quê? Esta informação – “foi alvo de in- tensas polêmicas” – não “se deduz” do tex- to, está claramente expressa nele. 2. Certo Por quê? Esta dedução se origina da infor- mação de que “maestros” apresentaram obras dele. 3. Certo Por quê? A informação de que ele foi alvo de ”preconceito antissemita” leva à conclu- são de que ele era “de origem judaica”. 4. Certo Por quê? A palavra “maestro” tem uma co- notação diferente (sem vírgula) de “cantor”, “compositor”, “DJ”, “intérprete” etc. Maes- tro pressupõe erudição, por sua própria for- mação acadêmica; por isso, “pode-se dedu- zir que as músicas sejam eruditas, pois ‘eru- ditos’ se empenham na sua apresentação”. O “pode-se deduzir” é aceitável, porque não impõe que seja uma “dedução obrigatória”. 5. Certo Por quê? Essa inferência (dedução) nasce da informação de que “foram raros os ma- estros que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenharam na apresenta- ção de suas obras.” 6. Errado Por quê? Primeiro, o texto não abrange as- sunto nacional, mas internacional. Segun- do, não se pode deduzir que haja unanimi- dade, mas uma boa ou grande aceitação. 7. Certo 8. Certo 9. Certo 10. Certo 11. Certo Por quê? Conforme o texto, tais críticos, além de não compreenderem o lado esté- tico do artista, incorreram em preconceito. IDEIA PRInCIPAL E SECUnDÁRIA Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom- preensão estética e o preconceito antissemita também o acompanhariam postumamente e foram raros os maestros que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha- ram na apresentação de suas obras. Julgue os itens. 12. O parágrafo lido constitui-se de dois períodos, residindo a ideia principal no segundo. 13. A ideia principal está contida no primeiro período, representando o segundo um desenvolvimento das ideias do primeiro. 14. Qual a ideia principal do texto? a) Mahler foi um compositor. b) Mahler tinha origem judaica. c) Mahler compunha música erudita. d) O valor de Mahler só foi reconhecido devidamente a partir de algumas décadas após seu falecimento. e) A finalidade do texto é dizer que boa parte da críti- ca foi contrária a Mahler. Gabarito Comentado 12. Errado A questão seguinte esclarece o assunto. 13. Certo 14. d Nesta questão 14, todas as cinco alternativas exprimem informações contidas no texto dado. Contudo, entre as ideias lançadas em qualquer texto, existe uma hierarquia, uma gradação de importância. Daí os conceitos de IDEIA CENTRAL OU PRINCIPAL e IDEIAS SECUNDÁRIAS OU PERIFÉ- RICAS. A ideia central ou principal será a responsável pelo TEMA, que não se define por uma só palavra, mas por uma AFIRMAÇÃO. Pode-se dizer que o tema do trecho lido é a valorização póstuma da obra mahleriana. As demais ideias, secundárias, servem para dar maior compreensão ao texto e propiciar ao leitor uma visão mais detalhada do assunto. COMO ACHAR A IDEIA PRInCIPAL OU O TEMA Tratando-se de texto expositivo, argumentativo, os exa- minadores buscam avaliar no candidato a capacidade de captar o mais importante. Quando você tem pouco tempo na prova e precisa responder a uma questão que indaga sobre o tema ou a ideia central de um longo texto, ou de um texto completo, basta concentrar-se na leitura do último parágrafo. Necessariamente lá está a resposta da questão. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 6 L ín g U A PO RT U g U ES A Normalmente, num parágrafo, a ideia principal se encon- tra na parte inicial sendo seguida de um desenvolvimento, em forma de explicação, detalhamento, exemplificação etc.. Essa ideia principal também é conhecida por TÓPICO FRASAL. Mais raramente, pode ser encontrada no final do parágrafo, sob a forma de conclusão das informações ou explanações que a antecedem. Repetindo: a ideia central ou principal de um parágrafo se situa no início ou no final. Nas outras partes, aparecem os argumentos. Quando a abordagem é não apenas de um parágrafo, mas de um texto completo, o tema ou ideia principal se encontra no último parágrafo, podendo também aparecer no primeiro, conhecido como parágrafo introdutório. Os parágrafos centrais são reservados às argumentações, que contribuem para dar suporte à principal ideia. InTERTEXTUALIDADE Chama-se intertextualidade a relação explícita ou implí- cita de um texto com outro. Quando Chico Buarque diz, na música Bom Conselho, “de- vagar é que não se vai longe”, “quem espera nunca alcança”, cria uma intertextualidade implícita com os ditos populares “devagar se vai ao longe” e “quem espera sempre alcança”. Veja a estrofe seguinte: Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá (Oswald de Andrade) E responda C (certo) ou E (errado): ( ) Esses versos lembram “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá; / As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá. /”, de Gonçalves Dias. ( ) A criação de Oswald de Andrade constitui um combate à estética romântica. ( ) trata-se de bom exemplo de intertextualidade. Gabarito C, C, C IMPLíCITOS: PRESSUPOSTOS E SUBEnTEnDIDOS Implícitos Implícitos constituem informações que não se encontram exteriorizadas (ou escritas ou pronunciadas) no texto, estando apenas sugeridas por um ou outro índice linguístico. É a leitura atenta e competente que permite ao leitor a percepção do que ficou implícito, ou se mostra apenas nas entrelinhas. Pressupostos Os pressupostos são identificados por estarem sugeridos por palavras ou outros elementos do texto, não são difíceis de encontrar-se e não podem ser desmentidos pelo uso do raciocínio lógico. Ex.: Teresa voltou da Índia. Pressupostos: ela foi à Índia (indiscutível); a viagem teve início há mais que dois dias (indiscutível). Subentendidos Os subentendidos se formam por dedução subjetiva do leitor, pois baseiam-se em sua visão de mundo, por isso são discutíveis. Ex.: Teresa voltou da Índia. Subentendidos: Teresa gastou muito (discutível, pois pode alguém ter pago tudo);ela é uma felizarda, aproveitou bastante (discutível, porque pode ter ido a trabalho, com pouco dinheiro, e ter ficado hospitalizada o tempo todo). Exercícios Assinale C ou E nos parênteses. Na frase Carlos mudará de profissão, 1. ( ) tem-se como pressuposto que ele ganha pouco. 2. ( ) tem-se como pressuposto que ele tem profissão. 3. ( ) é possível que ele esteja contrariado. 4. ( ) é possível que ele tenha profissão. Gabarito 1. E 2. C 3. C 4. E TIPOLOgIA TEXTUAL Narração ou história Texto que conta uma história, curtíssima ou longa, tendo personagem, ação, espaço e tempo, mas o tempo tem de estar em desenvolvimento. Ela chegou, abriu a porta, entrou e olhou para mim. (As ações acontecem em sequência) Descrição ou retrato 1. Texto que mostra um ambiente. O Sol estava a pino, as portas trancadas, as janelas escancaradas, as ruas vazias, os carros estacionados, os galhos das árvores e o capim absolutamente parados. 2. Texto que mostra ações simultâneas. Enquanto ela falava, o cachorro latia, a criança cho- rava, o vizinho aplaudia. (As ações acontecem no mesmo momento, o tempo está parado) Dissertação ou ideias Texto construído não para contar história ou fazer um retrato, mas para desenvolver um raciocínio. É sábio dizer-se que o limite de um homem é o limite de seu próprio medo. Na prática, um texto pode misturar as tipologias, por isso é comum classificá-lo com base em qual tipologia predomina, ou seja, para atender a qual tipologia o texto foi feito. O tipo DISSERTAÇÃO modernamente vem sendo subs- tituído, conforme o caso, por Argumentação, Exposição, ou Injunção: • Argumentação: apresenta argumentos na defesa de um ponto de vista: A sua expansão industrial e comercial ocorreu muito antes dos países vizinhos, não só porque dispunha de extensa rede de ferrovias, hidrovias e rodovias, mas também por- que detinha maiores recursos para investimento. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 7 L ín g U A PO RT U g U ES A • Exposição: apenas expõe as ideias, sem apresentar argumentos: A Bulgária se tornou membro da União Europeia em janeiro de 2007, após dez anos de negociação. • Injunção: orienta o comportamento do receptor: Manuais de utilização de equipamentos. Orientações de como tomar um remédio. Como ligar e desligar a irrigação do jardim... Exercícios Use as letras iniciais das cinco frases seguintes para identificar nos parênteses, os cinco textos que as acompanham. N. Constitui exemplo de narração. D. Predomina o caráter de descrição. I. Tem como base um parágrafo injuntivo. E. Exemplifica dissertação expositiva. A. Classifica-se como dissertação argumentativa. Atenção para as partes em itálico. Texto 1 (EP). ( ) Quando Clarice se mostrou chateada com algumas es- trias no seio, Rogério prontamente informou: – Tenho solução para isso. – É verdade que você tem? – Claro! – Então me ensina. – Ponha duas colheres de sopa de azeite numa frigi- deira. Amasse três dentes de alho, depois de tirar a casca, e misture-os ao azeite. Deixe a mistura no fogo médio por cinco minutos e apague o fogo. Aguarde que ela esfrie um pouco até a temperatura ficar suportável ao tato. Durante oito minutos, embeba quantas vezes necessárias um algodão naquele azeite, e passe-o su- avemente em movimentos circulares no seio estriado. Vá ao espelho e veja o resultado. – As estrias vão embora? – Podem ir, mas se não forem, você pode estrear um peitinho a alho e óleo. Texto 2 (EP). ( ) Paulo abriu a porta devagar, observou com calma o ambiente, caminhou pé ante pé até a janela, abriu a cortina, esperou que os olhos se acostumassem à clari- dade que invadiu o quarto, só então deitou-se no chão e vasculhou com os olhos a parte embaixo da cama. Teve certeza de que o bicho não estava lá. Texto 3 (EP). ( ) Berenice percebeu que André não lhe estava sendo fiel porque ele dissera não conhecer Isaura, mesmo depois de ter dormido na casa dela. Além disso, as duas vezes que Berenice citou o nome de Isaura, André desviou primeiro o olhar, em seguida mudou de assunto. Sem falar no perfume que o acompanhava quando entrou em casa: o preferido de Isaura. Texto 4. ( ) Para investigadores, há indícios de que parte do dinheiro desviado tenha sido usado por Collor para compra de carros de luxo em nome de empresas de fachada. Al- guns desses automóveis foram apreendidos pela Polícia Federal na Operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, realizada em 14 de julho. Texto 5. ( ) A manhã estava radiosa e cálida. Sequer uma nuvem. As folhagens das árvores, dos arbustos e das gramíneas oscilavam suavemente. Juritis, sabiás e bemtevis har- monizavam seus cantares, vez por outra salpicados por latidos um tanto quanto lentos e preguiçosos. O perfu- me do jasmim ocupava a beira da piscina, envolvendo o tom rosado da pele de Janaína. ( ) Ponha nestes parênteses o número do texto que faz uso do diálogo em sua organização. Gabarito Texto 1 (I) Texto 2 (N) Texto 3 (A) Texto 4 (E) Texto 5 (D) Texto 1 níVEIS DE FORMALIDADE/InFORMALIDADE Níveis de Fala (Tipos de Norma) Registro formal ou adloquial No registro formal (adloquial, culto, padrão), as circuns- tâncias exigem do emissor postura concentrada e adequada a um grupo sofisticado de falantes. Tende ao uso da norma culta (também chamada de padrão, ou erudita), que se estuda nas gramáticas normativas. Por favor, entenda que seria importante para nós sua presença. Registro informal ou coloquial A informalidade ou coloquialismo acontece quando o ambiente permite ao emissor uma postura mais à vontade, sem preocupações gramaticais. Vem, que sua presença é importante. (A gramática orien- ta: Vem, que tua presença... ou Venha, que sua presença...) Na informalidade, a língua é usada na forma de cada região, profissão, esporte, gíria, internet... Registro vulgar Normalmente envolve uso de calão ou gíria. Oi, cara, pinta lá no pedaço. Registro de baixo calão É o nível das gírias pesadas e dos palavrões. Naquele cafofo só vai ter piranha e Zé-mané, porra. Cada texto deve obedecer a um nível de formalidade ou informalidade, com a escolha do vocabulário e de cons- truções frásicas adequada ao público e ao ambiente a que se destina. Variação linguística Uma língua se realiza na fala de grupos diferentes, no tempo (compare os escritos da carta de Caminha, de José de Alencar e de hoje), no espaço (veja as diferenças de ex- pressão das várias regiões brasileiras), nas profissões (atente para seus jargões ou expressões características), em grupos de relacionamentos (cada um com suas gírias e constru- ções frásicas identificadoras: DJs, políticos, cantores de rap, religiosos, surfistas, tatuadores, traficantes, escaladores...) Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 8 L ín g U A PO RT U g U ES A Já houve o tempo em que se considerava certo apenas o uso da norma então conhecida como culta ou erudita, porém a sociolinguística substituiu o conceito de certo/errado pelo de adequado/inadequado. Em termos de comunicação, fala-se em o emissor adequar seu código ao do receptor para se fazer entender bem. Por isso, tanto o “nós vai”, como o “nós vamos” podem ou não estar adequados, dependendo do ambiente ou do grupo de falantes a que se destine, bem como da intenção do comunicador, que pode justamente pretender comunicar que pertence a outro grupo. FUnÇÕES DA LIngUAgEM Todo emissor, no momento em que realiza um ato de fala, atribui, consciente ou inconscientemente, maior importância a um dos seis elementos da comunicação (emissor, recep- tor, referente, canal, código ou mensagem). Descobrir qualelemento está em destaque é definir a função da linguagem. Função Emotiva (ou Expressiva) Predomina em importância o emissor e é muito usada em textos líricos, amorosos, autobiográficos, testemunhais... Constitui uma característica de subjetividade. Emissor: aquele que fala, representado por eu, nós, a gente (no sentido de “nós”). São índices desta função: 1. sujeito emissor – Eu vi Mariana chegar. A gente viu Mariana chegar. Nós vimos Mariana chegar. 2. uso de exclamação – Mariana chegou! 3. uso de interjeição – Ih! Mariana chegou. Função Conativa (ou Apelativa) Predomina em importância o receptor e é frequente em linguagem de publicidade e de oratória. Receptor: com quem se fala, representado por tu, vós, você(s), Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa... São índices desta função: 1. sujeito receptor – Você sabia que Mariana chegou? 2. vocativo – Paulo, tu estás correto. 3. imperativo – Por favor, venha cá. Beba guaraná. Função Referencial (ou Informativa) Predomina em importância o referente e é empregada nos textos científicos, jornalísticos, profissionais – correspon- dências oficiais, atas... É uma característica de objetividade. Referente: de que ou de quem se fala, representado por ele(s), ela(s), Sua Excelência, Sua Majestade, Sua..., ou por qual- quer substantivo ou pronome substantivo de terceira pessoa. É índice desta função: 1. sujeito referente – Mariana chegou. Ele chegou. Sua Senhoria chegou. Quem chegou? Função Fática Predomina em importância o canal e normalmente aparece em trechos pequenos, dentro de outras funções. Canal: meio físico (ar, luz, telefone...) e psicológico (a atenção) que interliga emissor e receptor. Usa-se a função fática para: 1. testar o funcionamento do canal – Um, dois, três... Alô, alô... 2. prender a atenção do receptor – Bom dia. Como vai? Até logo. Certo ou errado? 3. distrair a atenção do receptor – Ele: Onde você estava até esta hora? Ela: Por favor, ligue agora para o José e lhe deseje sorte. (Ela desviou a atenção do assunto dele) Função Metalinguística Predomina o assunto “língua”, é o uso da língua para falar da própria língua. Língua: tipo de código usado na comunicação. Os dicionários, as gramáticas, os livros de texto, de re- dação, as críticas literárias são exemplos de metalinguagem. Função Poética (ou Estética) Predomina em importância a elaboração da mensagem. Mensagem, fala ou discurso: é o como se diz e não o que se diz. As frases “Você roubou minha caneta” e “Você achou minha caneta antes de eu a perder”, embora tenham o mes- mo assunto ou referente, são mensagens, falas ou discursos diferentes, tanto é que provocam sensações diferentes no receptor. A função poética valoriza a escolha das palavras, ora pela sonoridade, ora pelo ritmo (Quem casa quer casa. Quem tudo quer tudo perde. Quem com ferro fere com ferro será ferido), ora pelo significado inusitado (Penso, logo desisto), ora por mais de uma dessas ou outras características. Obs.: todas essas funções podem interpenetrar-se no texto, mas uma (qualquer uma) tenderá a ser predominante. No caso de um texto poético ou estético, as demais funções ocupam o segundo plano. TIPOS DE DISCURSO Discurso Direto Reprodução exata da fala do personagem. Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta. Pode vir entre aspas: “Estou satisfeita com sua resposta.” Pode vir após travessão: – Estou satisfeita com sua resposta. Discurso Indireto O narrador traduz a fala do personagem. Julieta respondeu que estava satisfeita com a resposta dele. Julieta respondeu estar satisfeita com a resposta dele. Discurso Indireto Livre A fala do personagem se confunde com a do narrador. Mariana sentou-se em frente ao guri, o que se passava naquela cabecinha? Que sorrisinho maroto... Discurso do Narrador É a fala de quem conta a história. Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta. Monólogo Fala de um personagem consigo mesmo. Paulo atravessou o bar, resmungando: “Não acredito no que acabei de ver”. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 9 L ín g U A PO RT U g U ES A Diálogo Conversa entre dois ou mais personagens. – Você devia ser mais suave na sua fala. – Vou tentar. gÊnEROS DO DISCURSO, gÊnEROS TEXTUAIS Desde os estudos de Bakhtin até os de Koch, chegou-se à percepção de certas sequências relativamente estáveis de enunciados, voltadas a atender necessidades diferentes da vida social, sequências essas definidoras do que se conven- cionou chamar Gêneros do Discurso, adaptáveis à sociedade e seus comportamentos. Gêneros primários São os que se desenvolvem primeiro, realizados em situa- ções de comunicação, no âmbito social cotidiano das relações humanas: diálogo, telefonema, bilhete, carta, piada, oração, comando militar rápido, situações de interação face a face.. Gêneros secundários Referentes a circunstâncias mais complexas, públicas, de interação social, muitas vezes escritas, monologadas, capazes de incorporar e transmutar os gêneros primários. Necessitam de instrução formal e aparecem sob a forma de 1. Gêneros literários: provérbios, crônicas, contos, novelas, romances, dramas...; 2. Gêneros oficiais: cartas, ofícios, memorandos, anais, tratados, textos de lei, documentos de escritório...; 3. Gêneros científicos: pesquisas, relatórios, críticas, análises, teses, ensaios... 4. Gêneros Jornalísticos: notícia, matéria, entrevista, charge ... 5. Gêneros outros como dos círculos artísticos, sócio-políticos, retóricos, jurídicos, políticos, publicísticos, esportivos... Eis alguns tipos explorados em provas elaboradas pelo Cespe: Crônica Texto curto dissertativo, comentando fato ou situação do momento. Conto História curta com poucos personagens em torno de um núcleo de ação. Novela História mais longa que o conto e que também envolve só um núcleo de ação. Romance História longa e complexa em que os personagens atuam em torno de vários núcleos de ação. As chamadas novelas de televisão literariamente são romances porque revezam vários núcleos temáticos, revezando também como protagonistas grupos diferentes de personagens. Parábola Narrativa que transmite uma mensagem indireta, geral- mente de cunho moral, por meio de comparação ou analogia. Cristo falava por parábolas, como a do Filho Pródigo e a do Joio e do Trigo. Fábula Tipo de parábola curta, em prosa ou verso, que apresenta animais como personagens e que ilustra um ensinamento moral. Famosas são as fábulas de Esopo, como A Raposa e as Uvas, O Lobo e o Cordeiro. Sátira Texto crítico, picante, sarcástico, maledicente, irônico, zombeteiro para criticar instituições, costumes ou ideias. Apólogo Narrativa didática, em prosa ou verso, em que se animam e dialogam seres inanimados. Um bom exemplo é o texto de Machado de Assis intitulado A Agulha e a Linha. Lenda História com base em informações imaginárias. São len- dários o saci-pererê, a boiuna, a mula sem cabeça... Anedota História curta engraçada ou picante. Paródia Imitação artística, jocosa, satírica, bufa; arremedo de outro texto. Vejam-se os segundos textos. Quem com ferro fere com ferro será ferido. Quem confere ferro, com ferro... Penso, logo existo. Penso, logo desisto. Paráfrase ou frase paralela É um texto criado na tentativa de reproduzir o sentido de outro. É um texto sinônimo, de sentido semelhante. Veja o segundo texto. Todo dia ela faz tudo sempre igual / Me sacode às três horas da manhã / Me sorri um sorriso pontual / E me beija com a boca de hortelã... (Chico Buarque) Dia após dia ela faz as mesmas coisas. Me tira da cama às três da madrugada. Me dá um sorriso rotineiro e um beijo com gosto de pasta de dente... Obs.: a paráfrase sempre altera algo no sentido subjetivo do texto. Epígrafe Inscrição que antecede um texto (no frontispício de um livro, no início deum capítulo, de um poema, de uma crô- nica...). Título: EPICÉDIO III Epígrafe: À morte apressada de um amigo Texto: Comigo falas; eu te escuto; eu vejo Quanto apesar de meu letargo, e pejo, Me intentas persuadir, ó sombra muda, Que tudo ignora quem te não estuda. (Cláudio Manuel da Costa) SEMÂnTICA Sema É unidade de significado. A palavra “garotas” tem três semas: 1. garot é o radical e significa ser humano em formação; 2. a é desinência e significa feminino; 3. s é desinência e significa plural. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 10 L ín g U A PO RT U g U ES A Monossemia ou unissignificação É o fato de uma expressão ter no texto apenas um sig- nificado. Polissemia ou plurissignificação É o fato de uma expressão, no texto, ter múltiplos sig- nificados. Ambiguidade ou anfibologia Significa duplo sentido. Denotação Sentido objetivo da palavra – Teresa é agressiva. Conotação Sentido figurado da palavra – Teresa é um espinho. Campo Semântico Área de abrangência ou de interpenetração de significado(s). Chuteira, pênalti, drible, estádio... pertencem ao campo semântico do futebol. Oboé, melodia, contralto... pertencem ao campo semân- tico da música. Aeromoça, aterrissar, taxiar... pertencem ao campo se- mântico da aviação. Contexto As palavras ou signos podem estar soltos ou contextua- lizados. O contexto é a frase, o texto, o ambiente em que a palavra ou signo se insere. Normalmente, uma palavra solta, fora de um contexto, desperta vários sentidos (polissemia) e os dicionários tentam relacioná-los, apresentando cada um dos sentidos (monossemia) ligado a um determinado contexto. No Dicionário Houaiss, a palavra ponto tem 62 significa- dos e contextos; linha tem outros 58, sendo que, em cada um desses contextos, a monossemia prevalece. Nos textos literários ou artísticos, ambiguidade e po- lissemia são valores positivos. O texto artístico pode ser considerado tão mais valioso quanto mais plurissignificativo. Nos textos informativos (jornalísticos, históricos, cien- tíficos... ), a monossemia é valor positivo, enquanto a ambi- guidade e a polissemia devem ser evitadas. Sinonímia Existência de palavras ou termos com significados con- vergentes, semelhantes: vermelho e encarnado, brilho e luminosidade, branquear e alvejar... Antonímia Existência de palavras ou termos de sentidos opostos: claro e escuro, branco e negro, alto e baixo, belo e feio... Homonímia Palavras iguais na escrita ou no som com sentidos dife- rentes: cassa e caça, cardeal (religioso), cardeal (pássaro), cardeal (principal)... Paronímia Palavras parecidas: eminência e iminência, vultoso e vultuoso... QUALIDADES DO TEXTO Um texto bem redigido deve ter algumas qualidades. A seguir, cada tópico apresenta uma dessas qualidades e, também, seu defeito, o oposto. Clareza Clareza é a qualidade que faz um texto ser facilmente entendido. Obscuridade é o seu antônimo. Questões O menino e seu pai foram hospedados em prédios diferentes o que o fez ficar triste. Assinale C para certo e E para errado. 1. ( ) A estruturação da frase se dá de maneira clara e objetiva. 2. ( ) A leitura desse trecho se torna ambígua em virtude do mau uso do pronome oblíquo “o”. 3. ( ) Colocando-se o oblíquo “o” no plural, caberia plu- ralizar “ficar triste” (o que os fez ficarem tristes) e a clareza se restaura porque o “triste” passa a se referir a ambos, “o menino” e “seu pai”. 4. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “este” (o que fez este ficar triste ), também se elimina a ambiguidade, passando a significar que só o pai ficou triste. 5. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que fez aquele ficar triste) comete-se uma incorreção gramatical. 6. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que fez aquele ficar triste) resolve-se também a obscu- ridade, pois afirma-se que só o menino ficou triste, porque o demonstrativo “aquele” refere-se ao subs- tantivo mais distante. Gabarito Itens 2, 3, 4 e 6 certos; itens 1 e 5 errados. Coerência Se as ideias estão entrelaçadas harmoniosamente em termos lógicos, encontra-se no texto coerência. O seu an- tônimo é ilogicidade, incoerência. Questões I – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a uma, mostra-lhe suas qualidades. II – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a uma, mostra-lhe seus defeitos. Assinale C para certo e E para errado. 1. ( ) O texto I exemplifica raciocínio incoerente. 2. ( ) O texto II desenvolve raciocínio coerente. 3. ( ) A incoerência se faz presente em ambos os parágrafos. 4. ( ) Os dois parágrafos são perfeitamente coerentes. 5. ( ) O raciocínio do texto I é perfeitamente lógico e coerente. 6. ( ) O desenvolvimento racional do texto II peca por incoerência. Gabarito Itens 1, 2, 3 e 4 errados; itens 5 e 6 certos. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 11 L ín g U A PO RT U g U ES A Concisão Concisão é a capacidade de se falar com poucas palavras. O seu oposto é prolixidade. Questões I – Andresa trouxe Ramiro e Osvaldo à minha presença, no meu escritório e me apresentou essas duas pessoas. II – Andresa trouxe-me ao escritório Ramiro e Osvaldo e mos apresentou. Assinale C para certo e E para errado. 1. ( ) Os dois textos apresentam o mesmo teor informativo. 2. ( ) O primeiro é mais prolixo (dezessete palavras, uma vírgula e um ponto final). 3. ( ) O segundo é mais conciso (onze palavras e um ponto final). 4. ( ) A última oração da frase II deve ser corrigida para “e nos apresentou”. 5. ( ) No período II, “mos” funciona como objeto indireto e direto, porque representa a fusão de dois pronomes oblíquos átonos (me + os). Gabarito Itens 1, 2, 3 e 5 certos; item 4 errado. Correção Gramatical Correção é o ajuste do texto a um determinado padrão gramatical. Tradicionalmente as provas sempre visaram a medir o conhecimento da norma culta (também chamada de erudita ou padrão), por isso, quando simplesmente pedem para apontar o que está certo ou errado gramaticalmente, estão-se referindo à adequação ou inadequação do texto a essa norma culta. Questões I – Nóis num é loco, nóis só véve ansim pruquê nóis qué. II – Não somos loucos, só vivemos assim porque queremos. Assinale C ou E, conforme julgue a afirmação certa ou errada. a) O texto I está correto em relação ao padrão popular regional e errado relativamente ao culto. b) O texto II está certo de acordo com o padrão culto e errado se a referência for o popular regional. Gabarito Ambas as afirmações estão corretas. Coesão Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes de um texto. Seu antônimo é a incoesão ou desconexão. COESÃO E COnECTORES Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes de um texto e se faz com o uso de conectores ou elementos coesivos. Coesão gramatical (ou coesão referencial endofórica) Os componentes de um texto se inter-relacionam, referin- do-se uns aos outros, evidenciando o que se chama coesão referencial endofórica, ou coesão gramatical. Além do uso das preposições e conjunções, eis alguns recursos de coesão refe- rencial endofórica e seus elementos coesivos ou conectores: nominalização Substantivo que retoma ideia de verbo anteriormente expresso. Os alunos esforçados foram aprovados e a aprovação lhes trouxe euforia. Elemento coesivo: “aprovação” retoma “foram apro- vados”. Pronominalização Pronome retomando ou antecipando substantivo. Conector: na frase anterior, “lhes” retoma “alunos”. Repetição vocabular Repetição de palavra. A mulher se apoia no homem e o homem na mulher. Elemento coesivo: na segunda oração repetem-se os substantivos “homem” e “mulher”.Sintetização Uso de expressão sintetizadora. Viagens, passeios, teatros, espetáculos... Tudo nos mos- tra o mundo. Conector: na segunda oração, a expressão “tudo” sinte- tiza “Viagens, passeios, teatros, espetáculos...”. Uso de numerais São possíveis três situações. A primeira é ela estar sendo sincera. A segunda é estar mentindo. A terceira é não saber o que fala. Elemento coesivo: os ordinais, “primeira”, “segunda” e “terceira” retomam o cardinal “três”. Uso de advérbios Hesitando, entrou no quarto de Raquel. Ali deveria estar escondida a resposta. Conector: o advérbio “Ali” recupera a expressão “quarto de Raquel”. Elipse Omissão de termo facilmente identificável. Nós chegamos ao jardim. Estávamos sedentos. Elemento coesivo: a desinência verbal “mos” retoma o sujeito “nós” expresso na primeira oração. Sinonímia Palavras ou expressões de sentidos semelhantes. O extenso discurso se prolongou por mais de duas horas. A peça de oratória cansativa foi responsável pelo desinte- resse geral. Conector: o sinônimo “peça de oratória” retoma a ex- pressão “discurso”. Hiperonímia Hiperônimo é palavra cujo sentido abrange o de outra(s). Roupa constitui hiperônimo em relação a calça, vestido, paletó, camisa, pijama, saia... Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 12 L ín g U A PO RT U g U ES A Ela escolheu a saia, a blusa, o cinto, o sapato e as meias... Aquele conjunto estaria, sim, adequado ao ambiente. Elemento coesivo: o hiperônimo “conjunto” retoma os substantivos anteriores. Hiponímia Hipônimo é palavra de sentido incluído no sentido de outra. Boneca, pião, pipa, bambolê, carrinho, bola de gude... são hipônimos de brinquedo. Naquela disputa havia cinco times, contudo apenas o Flamengo se pronunciou. Conector: o hipônimo “Flamengo” cria coesão com a palavra “times”. Anáfora chama-se anafórico ao elemento de coesão que retoma algo já dito. O lobo e o cordeiro se olharam; aquele, com fome; este, com temor. Coesivos anafóricos: “aquele” e “este” retomam “lobo” e “cordeiro”. Catáfora Palavra ou expressão que antecipa o que vai ser dito. Não se esqueça disto: já estamos comprometidos. Conector catafórico: “disto” antecipa a oração “já esta- mos comprometidos”. Obs.: a coesão é uma qualidade do texto e sua falta cons- titui erro. Desconexo ou incoeso é o texto a que falta coesão. DOMínIO DOS MECAnISMOS DE COESÃO TEXTUAL Os mecanismos de coesão textual exigem conhecimentos outros, como uso dos pronomes, regência, concordância, colocação... Resolva as questões seguintes, onde aparecem 10 co- esões bem feitas e 10 imperfeitas, com relação à norma padrão oficial. Qual dos dois textos está mais bem escrito, levando em con- sideração os mecanismos de coesão textual? 1. a) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; enquanto este relinchava, aquele grasnava e ela balia. b) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; enquanto aquele relinchava, esse grasnava e esta balia. 2. a) Atenção a este aviso: “Piso Escorregadio”. b) Atenção a esse aviso: “Piso Escorregadio”. 3. a) Silêncio e respeito. Essas palavras se viam por toda parte. b) Silêncio e respeito. Estas palavras se viam por toda parte. 4. a) Encontrei o artigo que você falou. b) Encontrei o artigo de que você falou. 5. a) Foi essa a frase que você falou. b) Foi essa a frase de que você falou. 6. a) Era uma situação que ele fugia. b) Era uma situação de que ele fugia. 7. a) Estamos diante de um texto que falta coesão. b) Estamos diante de um texto a que falta coesão. 8. a) Finalmente chegou ao quarto onde estava escondido o dinheiro. b) Finalmente chegou ao quarto aonde estava escon- dido o dinheiro. 9. a) Veja o local onde você chegou. b) Veja o local aonde você chegou. 10. a) Convide para a mesa as senhoras cujos os maridos estão presentes. b) Convide para a mesa as senhoras cujos maridos estão presentes. Gabarito 1. b. Uso dos demonstrativos: aquele, para o mais dis- tante; esse, para o intermediário; este, para o mais próximo. 2. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se vai falar; esse, ao que já foi dito. 3. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se vai falar; esse, ao que já foi dito. 4. b (falar de um artigo). 5. a (falar uma frase). 6. b (fugir de algo). 7. b (falta coesão a algo). 8. a (o dinheiro estava escondido no quarto). 9. b (você chegou a um local). 10. b (cujo não vem seguido de artigo). OUTROS COnCEITOS Barbarismo Erro no uso de uma palavra. 1. Erro de pronúncia ou grafia: Ele é adevogado e co- nhece o pograma. 2. Erro de flexão: Eu reavi os leitães. (O certo é reouve os leitões) 3. Troca de sentido: tráfico x tráfego, estrutura x esta- tura, ascendente x descendente... Cacofonia Som desagradável ou ambíguo. Meus afetos por ti são (tição). Louca dela (cadela), por não perceber que dedico a ti (quati) o meu amor. Eco ou Colisão Rima na prosa. Depois da primeira porteira, encontrou a costureira descendo a ladeira da goiabeira. Estrangeirismo Uso de palavras ou expressões estrangeiras. Internet, slow motion, pick-up, abat-jour, débauche, front-light... Solecismo Erro sintático. 1. De regência: Emprestei de você um calção. Ele obede- ceu o pai. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 13 L ín g U A PO RT U g U ES A 2. De concordância: Nós vai... A gente pensamos... As menina... Arcaísmo Uso de palavras ou expressões antigas. Palavras adrede escolhidas (especialmente). Brincavam de trocar piparotes (petelecos). neologismo Palavra recém-inventada. – O que ele está fazendo? – Ah! Deve estar internetando. Preciosismo Preocupação exagerada com a construção do texto. FIgURAS DE LIngUAgEM Podem-se subdividir em Figuras de Pensamento, Figuras de Sintaxe, Figuras de Sonoridade, e ainda Tropos (Uso de Sentido Figurado ou Conotação). Figuras de Pensamento São as figuras que atuam no campo do significado. Antítese Aproximação de ideias opostas – O belo e o feio podem ser agressivos ou não. Paradoxo Aparente contradição – Esta sua tia é uma beleza de feiura. Ironia Afirmação do contrário – O animal estava limpo, com os cascos reluzentes, firme, saudável... Muito maltratado! Eufemismo Suavização do desagradável – Passou desta para a me- lhor (= morreu). Hipérbole Exagero – Já repeti cem mil vezes. Perífrase Substituição de uma expressão mais curta por uma mais longa e pode ser estilisticamente negativa ou positiva, de- pendendo do contexto. Texto: Apoio sinceramente sua decisão. Perífrase: Antes de mais nada, é importante que você me permita neste momento comunicar-lhe meus sinceros sentimentos de apoio ao resultado de suas meditações. Também constitui perífrase o uso de duas ou mais pala- vras em vez de uma: titular da presidência (= presidente); a região das mil e uma noites (= Arábia) Figuras de Sintaxe São as figuras relacionadas à construção da frase. Elipse Omissão de termo facilmente identificável – (eu) cheguei, (nós) chegamos. Zeugma Elipse de termo já dito. – Comprei dois presentes; ela, três. – José chegou cedo; Maria, não. Hipérbato Inversão da frase – Para o pátio correram todos. Pleonasmo vicioso Repetição desnecessária de ideia – Chutou com o pé, roeu com os dentes, saiu para fora, lustro de cinco anos... Pleonasmo estilístico A mim, não me falaste. Aos pais, lhes respondi que... Assíndeto Ausência de conjunção coordenativa – Chegou, olhou, sorriu, sentou. Polissíndeto Repetição de conjunção coordenativa – Chegou, e olhou, e sorriu, e sentou. gradação Sequência de dados em crescendo – Balbuciou, sussur- rou, falou, gritou... Paralelismo Sintático Obediênciaa um mesmo padrão. Sem paralelismo: Quero de você admiração, honestidade e que me obedeça. Ela é alta, inteligente e tem beleza. Com paralelismo: Quero de você admiração, honestidade e obediência. (todos, substantivos) Ela é alta, inteligente e bela. (todos, adjetivos) Silepse Concordância com a ideia, não com a palavra. Silepse de Gênero: Vossa Senhoria está cansado? Silepse de Número: E o casal de garças pousaram tran- quilamente. Silepse de Pessoa: Todos deveis estar atentos. Figuras de Sonoridade São as figuras relacionadas ao trabalho com os sons das palavras. Aliteração Repetição de sons consonantais próximos – “Gil engendra em Gil rouxinol” (Caetano Veloso). Assonância Repetição de sons vocálicos próximos – Cunhã poranga na manhã louçã. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 14 L ín g U A PO RT U g U ES A Onomatopeia Tentativa de imitação do som – coxixo, tique-taque, zum- -zum, miau... Paronomásia ou trocadilho Contudo... ele está com tudo. Tropos (Uso do Sentido Figurado ou Conotação) Comparação ou Analogia Relação de semelhança explícita sintaticamente. Ele voltou da praia parecendo um peru assado. Teresa está para você, assim como Júlia, para mim. Corria qual uma lebre assustada. Sua voz é igual ao som de panela rachada. Metáfora Relação de semelhança subentendida, sem conjunção ou palavra comparativa. Voltou da praia um peru assado. A sua Tereza é a minha Júlia. Correndo, ele era uma lebre assustada. Sua voz era uma panela rachada. Metonímia Relação de extensão de significado, não de semelhança. Continente x conteúdo Só bebi um copo. (Bebeu o conteúdo e não o copo) Origem x produto Comeu um bauru. (Bauru é a origem do sanduíche) Causa x efeito Cigarro incomoda os vizinhos. (A fumaça é que incomoda) Autor x obra Vamos curtir um Gilberto Gil? (Curtir a música) Abstrato x concreto Estou com a cabeça em Veneza. (O pensamento em Veneza) Símbolo x simbolizado A balança impôs-se à espada. (Justiça... Forças Armadas) Instrumento x artista O cavaquinho foi a grande atração. (O artista) Parte x todo Havia mais de cem cabeças no pasto. (Cem reses) Catacrese Metáfora estratificada, que já faz parte do uso comum. Asa da xícara, asa do avião, barriga da perna, bico de bule, pé de limão... Prosopopeia ou Personificação O céu sorria aberto e cintilante... As folhas das palmeiras sussurravam aos nossos ouvidos. POnTO DE VISTA DO AUTOR Todo e qualquer autor, ao produzir um texto, falado, cantado ou escrito, seja para descrever uma cena, narrar um fato, ou desenvolver um raciocínio, coloca nesse texto, mesmo que não o perceba, sua visão de mundo, sua posição política, religiosa, artística, econômica, social etc., além de sua preferência por este ou aquele assunto, este ou aquele personagem. A linguística textual levanta com base nos vo- cábulos escolhidos e na organização dos enunciados, o que se denomina Ponto de Vista do Autor. InTEnCIOnALIDADE Paralelamente ao ponto de vista, o autor também mani- festa uma intencionalidade, ou tendência psicológica, a favor ou contra determinada realidade, personalidade ou atitude, o que se pode deduzir, também, das palavras utilizadas e/ou da organização das frases. Nos cartazes das ruas e da im- prensa, duas frases usando as palavras “impeachment” e “golpe” se opuseram insistentemente: 1) Impeachment sem crime é golpe e 2) Impeachment não é golpe. Por trás de cada uma está a intencionalidade do emissor. A intenção da frase 1 é impedir o impeachment, enquanto a frase 2 tem como propósito a sua aprovação. Leia com atenção o depoimento de duas testemunhas sobre o fato que presenciaram. Testemunha A: o irmão Antônio, com frieza, gestos con- trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arrependida, consciente da importância de sua postura no convencimento dos irmãos, desfiava um rosário de mentiras que convencia os presentes. Em dado momento, deixou escapar, numa fração de segundo, um esboço de sorriso vitorioso que fez o irmão Lauro levantar-se e se aproximar dele. De repente estavam os dois no chão, irmão Antônio por cima, irmão Lauro por baixo e com dificuldade foram separados pelos outros. Testemunha B: Seu Antônio estava falando, Seu Lauro voou pra cima dele com um soco armado que passou no vazio. Seu Antônio, mais forte e mais pesado, atracou-se ao agressor, derrubou-o no chão e o dominou completamente, segurando-lhe ambos os punhos, numa montada completa, sem desferir um golpe sequer, mas incapaz de impedir que o subjugado lhe mandasse, de baixo para cima, uma cusparada no rosto. Eu e um colega caímos sobre eles, seguramos os dois e os separamos. Exercícios Veja agora como os pontos de vista das duas testemunhas são diferentes, respondendo C ou E para as afirmações seguintes e conferindo suas respostas com as do gabarito. 1 ( ) O fato motivador de ambas as narrativas foi o mes- mo: uma briga entre dois indivíduos. 2 ( ) Ambas as narrativas indicam que as duas testemu- nhas demonstram bom nível de escolaridade pelo domínio do padrão linguístico apresentado. 3 ( ) No trecho “o irmão Antônio, com frieza, gestos con- trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arre- pendida, consciente da importância de sua postura no convencimento dos irmãos, desfiava um rosário de mentiras”, a testemunha A descreve psicologica- mente Antônio como frio, calculista e mentiroso. 4 ( ) as expressões “o irmão”, “Madalena arrependida”, “dos irmãos”, ”rosário”, “o irmão”, “outros irmãos” e a própria repetitividade, refletem repertório reli- gioso e caracterizam o autor do texto como conviva do mesmo grupo dos demais personagens. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 15 L ín g U A PO RT U g U ES A 5 ( ) No segundo período a testemunha A indica que Antônio agrediu moralmente com “um esboço de sorriso vitorioso” a Lauro, tendo provocado a briga. 6 ( ) A testemunha A se mostrou imparcial. 7 ( ) Com a descrição psicológica (item 3) e a agressão moral (item 5), pode-se perceber, na testemunha A, a tendência para construir a culpabilidade de Antônio. 8 ( ) A testemunha A narra em 3ª pessoa, como obser- vadora dos acontecimentos. 9 ( ) O tratamento “Seu” usado em “Seu Antônio” e “Seu Lauro” indica pouca intimidade e distanciamento respeitoso da testemunha B. 10. ( ) A linguagem da testemunha B não indica ponto de vista religioso, mas de quem entende ou convive com ambiente de luta (“voou pra cima dele com um soco armado que passou no vazio”, “mais forte e mais pesado, atracou-se ao agressor, derrubou”, “dominou completamente”, “montada completa”, “desferir golpe” , “subjugado” ). 11. ( ) Segundo a testemunha B, “Seu Lauro” agrediu duas vezes “Seu Antônio”: uma fisicamente (“voou pra cima dele com um soco armado”) e outra física e moralmente (“uma cusparada no rosto”). 12. ( ) A testemunha B mostrou-se imparcial. 13. ( ) Pode-se perceber na testemunha B a intencionali- dade de culpar “seu Lauro”. 14. ( ) A testemunha B, como narrador de 1ª pessoa (Eu e um colega caímos sobre eles, seguramos os dois e os separamos), coloca-se na cena como um dos personagens, ou seja, como narrador participante. Gabarito 1. V 2. V 3. V 4. V 5. V 6. F 7. V 8. V 9. V 10. V 11. V 12. F 13. V 14. V Conclusão: Pela leitura dos dois textos, percebem-se pontos de vis- ta diferentes dos dois autores, no caso os dois narradores. Ponto de vista do narrador A: usa a 3ª pessoa, fala como observador, visão de fora; demonstra bom domínio linguístico; posta-se como integrante de uma irmandade; considera agressor e provocador o “irmão Antônio””. Ponto de vista do narrador B: usa a 1ª pessoa, fala como umdos personagens; demonstra bom domínio linguístico; posta-se como entendedor de luta; mostra distanciamento e pouca intimidade com os envolvidos na briga; considera agressor e provocador o “Seu Lauro”. Questões de Provas Texto 1 Estojo escolar (Carlos Heitor Cony) Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial. Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a com- prar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil. No sábado, recebi um embrulho complicado que neces- sitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas d isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha cinco anos e ia para o jardim de infância. Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, ar- rumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros. Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nun- ca esqueci e que tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais. Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada podia ser mais bonito. O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida. 1. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) A partir da leitura atenta do texto, é correto afirmar que o autor: a) considera que as “maravilhas eletrônicas” são es- senciais à humanidade. b) revela seu interesse pelas tecnologias, sobretudo as da área de informática. c) critica as tecnologias em função do alto preço que, em geral, possuem. d) externa seu posicionamento negativo em relação às novas tecnologias. 2. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Ao con- frontar o notebook com o estojo escolar, o autor ex- plora, predominantemente, a percepção de duas sen- sações. São elas: a) tátil e auditiva b) visual e auditiva c) olfativa e visual d) visual e tátil 3. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Em “te- nho um PC mastodôntico” (2º), o termo em destaque foi empregado pelo autor para marcar expressividade indicando tratar-se de um objeto: Assinale a alternativa correta. a) raro b) caro c) frágil d) antigo 4. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) O texto lido é uma crônica e explora a variante informal da lín- gua para aproximar-se do leitor. Desse modo, assinale a opção cujo fragmento transcrito comprove essa afir- mativa. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 16 L ín g U A PO RT U g U ES A a) “E um laptop da mesma época que começa a me deixar na mão.” (2º §) b) “No sábado, recebi um embrulho complicado” (3º §) c) “Com avareza, só o cheirava em momento especiais.” (5º §) d) “Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gra- vado um ramo de rosas” (6º §) 5. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) A flexão de grau do substantivo em “da caixinha vinha um cheiro gostoso” (5º) revela, além da ideia de tamanho, um sentido de: a) ironia b) afetividade c) exagero d) desprezo 6. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Em “Fe- chei o estojo para proteger aquele cheiro” (5º §), o ter- mo em destaque relaciona duas orações introduzindo, na segunda, um sentido de: a) causa b) finalidade c) consequência d) condição 7. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) O autor emprega a expressão “Noite dessas” para introduzir seu texto marcando certa imprecisão temporal. Tal ex- pressão, morfologicamente, cumpre papel: a) substantivo b) pronominal c) adjetivo d) adverbial 8. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Ao falar sobre o ramalhete, o autor o caracteriza por meio: a) de uma impressão pessoal. b) de uma constatação objetiva. c) da percepção de outros. d) da representação propagandística. 9. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Dentre as opções abaixo, assinale aquela cuja vocábulo, transcrito do fragmento acima, possua classificação gramatical diferente dos demais. a) “gravado” b) “ramo” c) “rosas” d) “fundo” 10. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Em “vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas” (1º §), considerando o contexto, percebe-se que o autor em- prega a seguinte figura de linguagem. a) metáfora b) ironia c) personificação d) metonímia 11. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) Ao ana- lisar os morfemas da palavra “envernizada” (4º §), conclui-se que ela foi formada pelo seguinte processo: a) sufixação b) prefixação c) composição por justaposição d) derivação parassintética Texto II Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/album/ 20081219_tirinhas_album.htm. Acesso em 13/03/16) 12. (IBFC/Prefeitura Municipal de Várzea Grande) A tirinha explora o humor e intitula-se “Tecnologia engraçada”. Esse humor é marcado, sobretudo, em função: a) de retratarem uma tecnologia que apita. b) de o telefonema ser interrompido pelo início da reu- nião. c) dos falantes tratarem de realidades distintas no di- álogo. d) da sugestão de uma crítica ao desgaste provocado pelo trabalho. Leia o texto abaixo e responda, a seguir, às questões pro- postas. O imperativo da exportação, sugerido a todos os países como uma espécie de solução salvadora, é uma verdade ou apenas um mito? Afirma-se, com muita força, que os países que não exportam não têm presente nem futuro, sem explicar cabalmente por quê. A doutrina é tão forte que, embora isso não seja sempre reconhecido, chega-se ao paroxismo de agir como se o próprio território devesse também ser exportado. Comecemos pela definição de território, na verdade uma redefinição. Consideremos o território como o conjunto de sistemas naturais mais os acréscimos históricos materiais impostos pelo homem. Ele seria formado pelo conjunto in- dissociável do substrato físico, natural ou artificial, e mais o seu uso, ou, em outras palavras, a base técnica e mais as práticas sociais, isto é, uma combinação de técnica e de polí- tica. Os acréscimos são destinados a permitir, em cada época, uma nova modernização, que é sempre seletiva. Vejam-se os exemplos das ferrovias na segunda metade do século 19 e das infovias hoje. A partir da constituição do Estado moderno, tudo isso era considerado como base da soberania nacional e da com- petição entre nações. O exemplo mais eloquente é o de Col- bert, ministro de Luís 14, engenheiro, geógrafo, economista, estrategista e estadista, preocupado com o traçado das es- tradas e canais na velha França, base, ao mesmo tempo, do crescimento do país e da sua competição com os vizinhos e com a Inglaterra. O território, assim visto, constituía um dado essencial da regulação econômica e política, já que do seu manejo dependiam os volumes e os fluxos, os custos e os preços, a distribuição e o comércio, em uma palavra, a vida das empresas e o bemestar das populações. Era por meio desses instrumentos incorporados ao território que o país criava sua unidade e funcionava como uma regiãodo Estado. “Regio” tanto significa região quanto reger, governar. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 17 L ín g U A PO RT U g U ES A Com a globalização, o território fica ainda mais impor- tante, ainda que uma propaganda insidiosa teime em decla- rar que as fronteiras entre Estados já não funcionam e que tudo, ou quase, se desterritorializa. Na verdade, se o mundo tornou possível, com as técnicas contemporâneas, multiplicar a produtividade, somente o faz porque os lugares, conheci- dos em sua realidade material e política, distinguem-se exa- tamente pela diferente capacidade de oferecer às empresas uma produtividade maior ou menor. É como se o chão, por meio das técnicas e das decisões políticas que incorpora, constituísse um verdadeiro depósito de fluxos de mais-valia, transferindo valor às firmas nele sediadas. A produtividade e a competitividade deixam de ser definidas devido apenas à estrutura interna de cada corporação e passam, também, a ser um atributo dos lugares. E cada lugar entra na conta- bilidade das empresas com diferente valor. A guerra fiscal é, na verdade, uma guerra global entre lugares. Por isso, as maiores empresas elegem, em cada país, os pontos de seu interesse, exigindo, para que funcionem ainda melhor, o equipamento local e regional adequado e o aperfeiçoamento de suas ligações mediante elos materiais e informacionais modernos. Isso quanto às condições técnicas. Mas é também necessária uma adaptação política, mediante a adoção de normas e aportes financeiros, fiscais, trabalhistas etc. É a partir dessas alavancas que os lugares lutam entre si para atrair novos empreendimentos, os quais, entretanto, obedecem a lógicas globais que impõem aos lugares e paí- ses uma nova medida do valor, planetária e implacável. Tal uso preferencial do território por empresas globais acaba desvalorizando não apenas as áreas que ficam de fora do processo, mas também as demais empresas, excluídas das mesmas preferências. (Campos, Milton. A guerra dos lugares. In: Folha de São Paulo. Caderno Mais, 8.9.1999.) 13. (TCM-RJ) No primeiro parágrafo do texto, referindo-se ao “paroxismo de agir como se o próprio território de- vesse também ser exportado”, o autor critica o seguinte comportamento doutrinário: a) Antinomia conceitual. b) Anarquia social. c) Cientificismo teórico. d) Dogmatismo extremado. e) Paradoxismo especulativo. 14. (TCM-RJ) De acordo com o texto, o conceito de território implica a correferência dos seguintes fatores: a) Espaço geográfico e limites políticos. b) Base sistêmica física e ação humana. c) Intercâmbio cultural e densidade demográfica. d) Demarcação física e técnica industrial. e) Regulação econômica e bem-estar da população. 15. (TCM-RJ) A referência a Colbert cumpre o seguinte papel textual: a) Constitui um exemplo da capacidade organizacional da sociedade moderna referida no segundo parágrafo. b) Serve como índice da competitividade entre nações desenvolvidas a que se refere o autor. c) Remete a um fato que será especificado no quarto parágrafo do texto. d) Confronta a tese do autor com um contra-argumento sobre a exploração do meio natural. e) Fornece uma evidência que corrobora o conceito de território defendido pelo autor. 16. (TCM-RJ) Entre as afirmações abaixo, a que não se en- contra no texto é: a) A globalização não inibiu a existência de fronteiras territoriais. b) O território é fator primordial para o desenvolvimen- to econômico do país. c) Os diferentes territórios não gozam da mesma ava- liação para as empresas empreendedoras. d) O Estado moderno erigiu relações internacionais infensas à competitividade. e) Não há como explorar as vantagens de um território sem a correspondente sustentação política. 17. (TCM-RJ) Há no texto uma correlação entre os seguintes conceitos: a) Modernização e regulação. b) Distribuição e soberania. c) Produtividade e diversidade. d) Exportação e doutrina. e) Propaganda e empreendimento. 18. (TCM-RJ) De acordo com o texto, as empresas, quando desejam instalar-se em dado país, podem exigir condi- ções específicas para o desenvolvimento da atividade empresarial. Dentre as alternativas abaixo, a que nÃO expressa uma dessas possíveis condições é: a) Financiamento estatal. b) Garantia de mercado. c) Benefícios fiscais. d) Infraestrutura adequada. e) Reforma trabalhista. 19. (TCM-RJ) “Com a globalização, o território fica ainda mais importante, ainda que uma propaganda insidiosa teime em declarar que as fronteiras entre Estados já não funcionam (...)” Nesse trecho do texto, o termo em destaque expressa o seguinte valor semântico: a) Consequência. b) Comparação. c) Companhia. d) Concessão. e) Causa. 20. (TCM-RJ) Os termos infovia e desterritorializa, presen- tes no texto, constituem exemplos, respectivamente, dos seguintes processos de formação de palavras: a) Composição e derivação. b) Hibridismo e derivação. c) Composição e regressão. d) Conversão e regressão. e) Regressão e derivação. 21. (TCM-RJ) Em cada alternativa abaixo, promove-se uma modificação na estrutura frasal. A nova redação é ina- ceitável em norma escrita, mas aceitável segundo a norma oral contemporânea em: a) Os acréscimos são destinados a permitir, em cada épo- ca, uma nova modernização, que é sempre seletiva. É destinado acréscimos a permitir, em cada época, uma nova modernização, que é sempre seletiva. b) Mas é também necessária uma adaptação política, mediante a adoção de normas e aportes financeiros, fiscais, trabalhistas etc. Mas é também necessário uma adaptação política, mediante a adoção de normas e aportes financeiros, fiscais, trabalhistas etc. c) Ele seria formado pelo conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial, e mais o seu uso, ou, em outras palavras, a base técnica e mais as práticas sociais. Ele seria formado pelo conjunto indissociável dos substratos físico, natural ou artificial, e mais o seu uso, ou, em outras palavras, a base técnica e mais as práticas sociais. Este eBook foi adquirido por MARISE ANDRADE - CPF: 251.974.285-20. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 18 L ín g U A PO RT U g U ES A d) Vejam-se os exemplos das ferrovias na segunda me- tade do século XIX e das infovias hoje. Veja-se os exemplos das ferrovias na segunda me- tade do século XIX e das infovias hoje. e) Os acréscimos são destinados a permitir, em cada épo- ca, uma nova modernização, que é sempre seletiva. Os acréscimos são destinados a permitirem, em cada época, uma nova modernização, que é sempre seletiva. 22. (TCM-RJ) “Ele seria formado pelo conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial.” Esta frase do texto, se transposta para a voz ativa, toma a seguinte estrutura: a) Formariam-no pelo conjunto indissociável do subs- trato físico, natural ou artificial. b) Formaria-se ele pelo conjunto indissociável do subs- trato físico, natural ou artificial. c) Formá-lo-ia o conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial. d) Haveriam de formá-lo pelo conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial. e) Poderiam formá-lo pelo conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial. 23. (TCM-RJ) A palavra alavancas, usada no último pará- grafo do texto, mantém uma referência anafórica com o seguinte termo: a) Maiores empresas. b) Cada país. c) Novos empreendimentos. d) Lógicas globais. e) Condições técnicas. 24. (TCM-RJ) “A doutrina é tão forte que, embora isso não seja sempre reconhecido, chega-se ao paroxismo de agir como se o próprio território devesse também ser exportado.” Entre as modificações impostas a essa frase do texto, a que altera significativamente seu sentido original é: a) A doutrina
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