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A INTERAÇÃO E INCLUSÃO A CRIANÇA AUTISTA NA ESCOLA COM O OLHAR DO PROFESSOR
Filiação
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar as abordagens utilizadas pelos educadores para garantir que as crianças autistas recebam a mesma qualidade de educação inclusiva que seus colegas. Além disso, esta pesquisa teve como objetivo identificar os desafios mais prevalentes encontrados pelos professores em suas interações com esses alunos. A pesquisa aconteceu em uma escola pública de Saquarema-RJ, feito com 4 professores, sendo 2 de sala comum e 2 de salas de educação especial. O estudo conta com referências de Kanner (1996), Klin (2006), Kelman (2010) entre outros autores. Tratando-se de um estudo qualitativo envolvendo pesquisa de campo, os dados foram coletados por meio de um questionário. A análise dos dados revelou que os participantes não receberam treinamento para ensinar alunos autistas e enfrentaram diversas dificuldades na sala de aula inclusiva. O estudo identificou a falta de formação profissional adequada, recursos e materiais limitados e espaço escolar inadequado como os fatores mais desafiadores. É fundamental para pesquisas futuras investigar a realidade dos alunos e professores autistas em sala de aula, levando em consideração as experiências únicas que eles vivenciam no ambiente educacional.
Palavras-chave: Inclusão. Professor. Autismo.
INTRODUÇÃO
O transtorno do espectro autista (TEA) é um problema psiquiátrico que normalmente é identificado até os 3 anos de vida, este transtorno não afeta o desenvolvimento físico da criança. O autismo gera dificuldade principalmente na interação social e no aprendizado. A integração de crianças com autismo em escolas regulares deve levar em conta a prontidão do professor em recebê-las. Isso levanta uma questão importante: qual o papel do professor na promoção da inclusão escolar de crianças com autismo? Como mediador do processo inclusivo, a responsabilidade do professor é iniciar o envolvimento da criança com a turma e garantir sua participação nas atividades do grupo. No entanto, essa tarefa pode ser desafiadora se o professor estiver mal preparado para atender às suas necessidades específicas. Nos tempos modernos, o maior obstáculo é criar um sistema educacional inclusivo que acomode todos os alunos, independentemente de sua origem, ao mesmo tempo em que estabelece uma abordagem de ensino organizada que atenda aos requisitos exclusivos daqueles com Necessidades Educacionais Especiais.
O objetivo geral do estudo é analisar e questionar sobre os conhecimentos do professor e da escola na inclusão do aluno autista em sala de aula regular da educação básica. Os objetivos específicos são de identificar as estratégias dos professores no planejamento de ações pedagógicas para os alunos autistas em sala de aula e identificar as dificuldades enfrentadas por esses professores no processo de inclusão desses alunos. 
Para realizar a pesquisa foi aplicado uma pesquisa de campo de caráter exploratório com quatro professores de uma escola pública de Saquarema-RJ. Essa pesquisa de campo contou com um questionário com questões precisas sobre a atuação dos professores na inclusão do autista na escola e sobre sua qualificação para atuar nesse processo.
1. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O autismo como um transtorno foi identificado em 1943 por um psiquiatra chamado Kanner, então é relativamente novo, se pensava até então não se via o autismo como síndrome ou um transtorno separado da esquizofrenia, se achava que era uma manifestação da esquizofrenia até que Kanner fez essa descrição a partir de alguns casos de crianças que ele observou como um transtorno separado. 
O transtorno do espectro autista é definido pelo prejuízo em duas áreas. Primeira na comunicação social que pode envolver muitas coisas, sendo elas a fala que pode não existir, que pode existir limitadamente, pode existir sem alteração, pode ser muito rebuscada, pode haver dificuldade em expressar emoções e reconhecer a emoção do outro, pode haver uma dificuldade de iniciar amizades ou outras relações e sustenta-las; segundo são interesses fixos e restritos com comportamentos estereotipados, podendo ter uma criança que só faça uma coisa o dia todo ou que tenha estereotipias motoras ou vocais, pode se ter interesse fixo em uma coisa ou em um tema, pode ter hiper ou hipo reatividade, ou seja, uma alteração sensorial. Há características que são marcantes em casos de autismo:
Tendência ao isolamento, ausência de movimento antecipatório, dificuldades na comunicação, alterações na linguagem, com ecolalia e inversão pronominal, problemas comportamentais com atividades e movimentos repetitivos, resistência às mudanças e limitação de atividade espontânea. Bom potencial cognitivo, embora não demonstrassem. Capacidade de memorizar grande quantidade de material sem sentido ou efeito prático. Dificuldade motora global e problemas com a alimentação. (KANNER, apud MENEZES, 2012, p. 37).
Desde quando identificado por Kanner (1943) até o ano de 1960 o autismo era tomado como um transtorno psicoafetivo, o psiquiatra construiu uma hipótese que o autismo era uma decorrência de uma relação muito fria dos pais em relação a criança, em especial a mãe, que teria uma dificuldade de se vincular com essa criança, criando até uma expressão chamada “mãe geladeira”, ou seja, essa dificuldade da mãe se vincular, resultaria nessas características autistas que a criança desenvolveria. Já a partir de 1980 começam a surgir métodos que enfocam a modificação da conduta e se tornando comum em escolas especiais, métodos para que a criança se comunique e que tenha formas de interagir através da educação com a sociedade. Então a partir de 1980 até hoje, o autismo começa a ser compreendido não como um transtorno de ordem psíquica, exclusivamente, nem de uma ordem cognitiva, mas como um transtorno do desenvolvimento, seria então, um resultado dessa interação entre aspectos psicológicos e aspectos neurológicos. Com o avanço das pesquisas da neurociência diz que o autismo seria decorrente a algum tipo de prejuízo nas áreas do cérebro relacionadas com a nossa sociabilidade.
Existem três condicionantes para o diagnóstico do autismo: primeiro é preciso que isto tenha aparecido na primeira infância e não depois, porque ninguém desenvolve o autismo; segundo, é preciso que precise ser clinicamente significativo, que os prejuízos tragam dificuldades para esse indivíduo e que este precise de ajuda; e terceiro, é preciso que não seja mais bem explicado por deficiência intelectual e por atrasos no desenvolvimento. Essas condições se apresentam de uma maneira muito diferente em cada pessoa, é por isso, que os níveis do autismo, leve, moderado e severo não tem relação com o nível de gravidade do sintoma, mas sim com a necessidade de ajuda que o indivíduo precisa. Indivíduos com Transtorno do Espectro Autista podem ser categorizados com base em seus traços comportamentais, que ajudam a avaliar a gravidade de sua condição. O grupo grave compreende aqueles com dificuldades mais desafiadoras, enquanto o grupo intermediário apresenta aqueles com comprometimento moderado. Finalmente, o terceiro grupo engloba aqueles com sintomas mais leves. De acordo com as observações do autor Klin (2006), esse sistema de classificação se mostra benéfico na avaliação de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista:
Há uma variação notável de sintomas no autismo. As crianças com funcionamento mais baixo são alto de funcionamento e são pouco mais velhas, seu estilo de vida social é diferente, no sentido de que elas podem-se interessar pela interação social, mas não podem iniciá-las ou mantê-la de forma típica. O estilo social de tais indivíduos foi denominado ‘ativo, mas estranho, no sentido de que eles geralmente têm dificuldade de regular a interação social após essa ter começado. As características comportamentais do autismo se alternam durante o curso do desenvolvimento (KLIN, 2006, p. 8).
A causa do autismo em 81% das vezes é genético herdado, isto não necessariamente é o mesmogene, isto significa que as variantes genéticas daquela criança que causaram autismo podem ser encontrados do pai ou da mãe ou pode ser encontrada nos dois e ser encontrado na criança; e cerca de 18% dos casos é de genética não herdada, não sendo encontrado em nenhum dos pais, o que acontece é que enquanto há reprodução há também mutações, que é um processo natural que chamamos de mutação “de novo”, só que há um fator que fazem aumentar a probabilidade dessas mutações acontecerem, que é a idade dos pais, que a partir dos 35 anos começa a aumentar o risco, principalmente do homem, porque há uma perda de material ou tecido genético, e isso aumenta a probabilidade. Existem também causas ambientais que podem ser dentro ou fora do útero, nos três primeiros meses sobretudo; fatores como parto prematuro, sangramento na gravidez, diabetes gestacional, gravidez de múltiplos também podem ser probabilidade de autismo. 
Por isso, oferecer uma abordagem educacional uniforme para todos os indivíduos no espectro do autismo apresenta-se como um desafio, desconsiderar a individualidade de alguém é descartar os próprios traços que os tornam únicos. A fim de melhorar o processo educacional para alunos com autismo, é crucial avaliar a extensão e a variedade de intervenções pedagógicas necessárias. Para o conseguir, há uma necessidade urgente de abordagens inovadoras e de ajustamentos do sistema educativo, incluindo a adaptação curricular e a formação de professores. Isso garantirá que as necessidades exclusivas dos alunos autistas sejam atendidas de forma eficaz.
2. INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA 
Educação inclusiva é um conceito eu está sempre em movimento, porque para desenvolver uma educação que de fato seja inclusiva é preciso perceber quem está de fora. A educação é um direito humano, porem as vezes, uma parcela da população que não percebemos que está de fora, quase como se não sentimos falta; esse é o caso das pessoas com deficiência. Crianças com autismo quando entram na escola estabelecem de pronto um desafio. A inclusão é abordada por Kelman (2010) a partir de uma perspectiva dialógica, permitindo reflexão, sendo deliberadas possíveis soluções para cenários envolvendo inclusão. 
Até pouco tempo na história da educação, a única alternativa para crianças autistas era a escola especial, que teve um papel muito importante, mas a escola que separa, limita muito o convívio, a interação e a troca dos estudantes como restante da comunidade escolar, esses são ingredientes fundamentais para que o aluno seja desafiado. 
Compete à escola adaptar-se para atender às capacidades e necessidades do estudante na classe comum, mobilizando ações e práticas diversificadas que, além do acesso, propicie condições de permanência exitosa no contexto escolar. (KELMAN, et al, 2010, p. 226)
Beyer (2006) destaca o sentimento predominante entre os professores de estarem mal preparados. Para ser preciso, eles parecem não ter uma compreensão abrangente da proposta de inclusão escolar, formação conceitual necessária e condições adequadas de trabalho. A inclusão requer serviços especializados de apoio ao aluno, recursos diferenciados. Tudo isso, o professor de atendimento educacional especializado tem por obrigação organizar o ensino com base nesses suportes, para que esse aluno também tenha uma base de acesso ao currículo. 
É importante esse movimento de inclusão, porque a partir do convívio escolar se cria uma cultura de convivência e acesso a direitos. Não é o que funciona para o aluno com autismo, mas o que funciona para aquele ser humano. Tendemos a achar que é possível começar a criar estratégias por tipo de deficiência ou por perfil de estudante, quando na verdade precisamos entender a história daquele aluno e pensar o que é que funciona para ele, pois existem diferentes formas de aprender. Na visão de Correia (2008) para implementar com sucesso a educação inclusiva nas escolas, é necessário mais do que apenas acessibilidade. Sensibilidade e mudança de mentalidade, ajustes curriculares e formação profissional adequada também devem ser abordados.
Percebemos então o quanto é necessário que os professores sejam adequadamente preparados para receberem esses alunos. O professor tem a responsabilidade de garantir a socialização da criança com autismo e adequar a metodologia de ensino para que atenda às necessidades dela, pois é com o professor que a criança tem o primeiro contato no processo de inclusão.
Capacitar os professores e as escolas a trabalhar com um currículo que responda a estas exigências é, pois, o grande desafio que se coloca à própria escola e aos serviços de apoio”. Planificar a aprendizagem e a participação de todos os alunos sem recorrer a respostas estereotipadas e pré-definidas, procurar as melhores formas de adaptar ou modificar o currículo à diversidade das necessidades dos alunos, trabalhar em articulação com outros profissionais ou serviços, promover a colaboração e partilha de informações e experiências entre professores, dinamizar a produção de materiais curriculares, a observação mútua de aulas, a emergência de parcerias pedagógicas, incentivar a experimentação e inovação pedagógica. (CORREIA, 2008, p. 47).
3. METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado em duas etapas, a primeira com uma pesquisa bibliográfica para que possamos entender melhor sobre a questão abordada e a segunda etapa conta com uma pesquisa de campo realizada em uma escola pública de Saquarema-RJ, direcionada a professores responsáveis pela educação especial e inclusão de alunos com transtorno do espectro autista. 
Para obter os resultados, foi realizada uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo, que auxiliou o pesquisado a se expressar de forma sincera sobre o tema, pois segundo Marconi e Lakatos (2008):
Pesquisa de campo é aquela utilizada como objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos fenômenos ou a relação entre eles. (MARCONI; LAKATOS,2008, p.69)
Quanto aos participantes da pesquisa, foram selecionados dois professores de educação especial que atuam exclusivamente em sala de recursos com foco em atendimento a alunos com transtorno do espectro autista e dois professores de sala regular do ensino fundamental I que não possuem formação acadêmica de especialização para trabalhar com alunos autistas, porem possuem alunos com o transtorno em sua sala de aula. Os professores 01 e 02 são formados em pedagogia com especialização em educação especial e na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); o professor 03 é formado em pedagogia com especialização em alfabetização e letramento; o professor 04 possuem formação acadêmica em pedagogia e licenciatura em língua portuguesa e língua inglesa, onde atua tanto no ensino fundamental I quanto no ensino fundamental II e ensino médio. 
Os questionários será aplicado com o seguinte procedimento:
Momento 1: apresentar o projeto a gestão da escola e aos participantes, dizendo sobre sua importância e seu objetivo, tirando qualquer dúvida dos participantes na apresentação do questionário que será aplicado. 
Momento 2: entregar e dar início ao prazo para resposta e entrega do questionário.
Momento 3: organizar e analisar os dados coletados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudo foi conduzido por meio de um questionário de pesquisa, aplicado diretamente aos professores para que fosse garantida a coleta de informações de forma precisa e confiável. Para examinar as técnicas e os desafios que os professores enfrentam na promoção da inclusão de qualidade do aluno com transtorno do espectro autista. Os pesquisadores costuma empregar métodos como pesquisas e questionários, como Trivinõs (1987) sugere, essas ferramentas são cruciais para confirmar hipóteses. Neste estudo, um questionário foi aplicado com perguntas abertas e projetadas para que se obtivessem respostas honestas de fácil entendimento para a análise dos resultados.4.1 AS CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO NA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR
Mesmo que as respostas sejam diferentes, nota-se que os professores possuem conhecimento sobre o conceito do transtorno do espectro autismo e de suas características. A seguir podemos observar algumas respostas dos professores:
É um transtorno psicológico que tem como característica a falta de interação nas relações humanas, causa dificuldade na comunicação, muitas vezes o autista não consegui expressar o que está sentindo, parece viver em seu próprio mundo. (P. 01).
A característica marcante do autismo é a falta de contato com as demais pessoas, falta socialização no convívio dela, prefere ter foco em algo específico. É raro ter contato visual com outras pessoas. O autismo é um disturbo do neurodesenvolvimento. (P. 02)
Podemos notar que os professores possuem uma noção básica sobre o conceito do autismo e que buscam aperfeiçoar seus conhecimentos sobre este transtorno e suas características. 
O conhecimento pode beneficiar significativamente as práticas de sala de aula e ajudar os educadores a elaborar estratégias eficazes adaptadas às necessidades de seus alunos. Segundo Gauderer (1993, p. 34):
Uma inadequação no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de cinco entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos que meninas. É encontrada em todo mundo e em família de qualquer configuração racial, étnica e social.[...].
Pelos motivos citados por Gauderer (1993) vimos que o professor precisa ter conhecimento sobe o transtorno para lidar com o desafio de ter um aluno com autismo em sua sala de aula, para que possa trabalhar com práticas inclusivas que visem o desenvolvimento e aprendizagem.
4.2 OS DESAFIOS NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA
Percebe-se que mesmo que há muita discussão sobre a inclusão de alunos com necessidades especificas como o autista, há também uma certa dificuldade em lidar com a situação da inclusão, o que em alguns caso pode resultar em um processo inclusivo mais difícil e até mesmo inadequado. De fato, ainda existe uma infinidade de obstáculos, tornando árduo para os professores realizarem seu trabalho de forma eficaz. Para ilustrar esse ponto, considere a resposta de um dos educadores pesquisados:
Tive muita dificuldade no início em relação a interação e socialização do aluno, tanto comigo quanto com os colegas, a dificuldade também estava em controlar a sala junto com o cuidado que tinha em incluir o aluno nas atividades, não tinha uma professora auxiliar no início e tornou a tarefa ainda mais difícil. Senti que não conseguiria fazer intervenções adequadas por falta de experiencia com alunos autistas. (P. 04)
A insegurança do professor no ensino do aluno autista, por muitas vezes, vem da falta de informação sobre a educação especial. Beyer (2007. P. 12) diz que ““os professores se sentem despreparados [...]. Faltam a estes uma melhor compreensão acerca da proposta de inclusão escolar, melhor formação conceitual e condições mais apropriadas de trabalho”. Os obstáculos que os educadores enfrentam na prática da educação inclusiva são, sem dúvida, assustadores. Uma abordagem nacional para a educação inclusiva deve ir além de apenas conseguir que os alunos se matriculem na escola. Ao contrário, deve priorizar a preparação da comunidade escolar para acolher e integrar genuinamente esses alunos no processo educativo.
O professor em sala de aula é peça fundamental para que a ação educativa junto aos alunos com necessidades educacionais especiais tenham margem razoável de sucesso. Assim, tanto a formação inicial como a formação continuada do professor em serviço deve englobar conceitos e uma prática pedagógica que criem as condições para uma prática educativa coerente com o projeto inclusivo (BEYER, 2007, p. 80).
A ação do professor deve estar sempre respaldada por uma preparação adequada. Abordagens teóricas, metodológicas e práticas que inspiram confiança na execução de tarefas dentro do ambiente de sala de aula. Para implementar estratégias inclusivas em sala de aula, é crucial ter uma compreensão profunda de seus objetivos e das diversas necessidades dos alunos. Adotar cegamente uma estratégia que funcionou bem em outra sala de aula não será suficiente. Em vez disso, é imperativo respeitar as necessidades únicas de alunos especiais e adaptar os meios para criar um ambiente educacional inclusivo que promova sua participação.
4.3 EDUCAÇÃO CONTINUADA E O ALUNO AUTISTA
Com a análise das respostas, percebemos que ainda há necessidade de que os professores aperfeiçoem seus conhecimentos sobre a interação e relação quando se trata de alunos com autismo, esse conhecimento proporciona ao aluno um direito já garantido por lei: o direito de aprender e viver em sociedade. De acordo com o depoimento vimos que a falta de formação para lidar com alunos autista é comum e precisa ser mudado:
Não tenho formação especifica para atuar na educação e inclusão de alunos autista, todo o meu conhecimento veio através de buscas na internet e através de conversas com outros colegas que passaram pela mesma situação que eu, receber um aluno com autismo mesmo sem nunca ter trabalhado com um ou ter alguma especialização. (P. 03)
Tenho insegurança ao trabalhar com meu aluno autista, por isso, busco conhecer mais sobre o autismo. Troco informações com outros professores e busco atividades que sejam interessantes para meu aluno autista. Gosto também de realizar atividades em que a sala possa participar e que meu aluno com autismo se sinta incluído e confortável em realizá-la. (P. 04)
Com isso, vimos que o professor precisa buscar conhecimento e se aperfeiçoar na pratica pedagógica de educação inclusiva, tendo assim, condições de trabalhar com alunos com necessidades especificas, os incluindo em atividades do cotidiano. 
A maioria dos professores se mostrou inseguro em mostrar seus conhecimentos sobre trabalhar com alunos autistas, pois estes não tiveram formação especifica e seus conhecimentos sobre o assunto são básicos. Percebe-se que há dificuldade em garantir o direito de aprender, pois os alunos são matriculados em salas onde o professor não tem preparo e conhecimento, além da superlotação das salas de escolas públicas. Se faz necessário que o professor conheça as características de um aluno autista para que desenvolva habilidades para o desenvolvimento do aluno. 
4.4 PRÁTICAS PEDAGOGICAS E MEDIDAS DE INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS 
De acordo com os depoimentos, percebemos que os professores destacam a importância do planejamento feito pela escola para o desenvolvimento dos trabalhos, como mostra o depoimento do professor:
Trabalho de diversas maneiras: com música, jogos, atividades visuais e lúdicas; tudo dentro da rotina. Há sempre um planejamento com a equipe. (P. 02)
Assim, pode-se inferir que táticas adequadas são implementadas para garantir a inclusão. A integração de alunos autistas na sociedade pode ser significativamente apoiada pela educação efetiva de alunos regulares. Essa abordagem inclusiva é mais bem implementada em sala de aula, onde as ações pedagógicas e a visão do professor fornecem oportunidades de socialização, integração e desenvolvimento para alunos autistas. Assim, o professor deve planejar criteriosamente estratégias de desenvolvimento para todos os alunos, promovendo uma aprendizagem interativa que favoreça a socialização.
[...] a educação representa uma experiência pessoal, social e política ampla e abrangente, tendo em vista suas finalidades e implicações para sua qualidade de vida e cidadania. Em se tratando de autismo, as oportunidades educacionais desempenham papel essencial para o desenvolvimento e inclusão social em diferentes contextos, contribuindo para o reconhecimento da pessoa como sujeito no seu ambiente sociocultural. (KELMAN, et al, 2010, p. 221).
Mediante as respostas obtidas no questionário, observou-se que apesar das garantias previstas na Política Nacional Especialde Educação Inclusiva (Brasil, 2008), a implementação efetiva do apoio ao aluno autista nas escolas é defasada. Isso pode ser atribuído a vários fatores, incluindo treinamento insuficiente para educadores e adaptação inadequada de infraestrutura, recursos e materiais escolares. Entre esses fatores, o mais premente é a necessidade de uma formação integral dos professores para garantir um atendimento de qualidade aos alunos autistas. Seguem alguns depoimentos de professores sobre o assunto:
Os recursos financeiros da escola são limitados, mesmo assim a administração da escola se esforça para oferecer educação de qualidade para os alunos com necessidades especiais. A secretaria da Educação fornece alguns treinamentos para apoiar a inclusão dos alunos autistas, com o objetivo de defender e promover o respeito e a igualdade de todos os alunos, inclusive os autistas. (P. 02)
Inclusão de verdade acontece com professores bem-preparados, escola bem equipada, gestores comprometidos e que todos os profissionais envolvidos no processo de ensino tenham empatia e respeito pelos alunos. (P. 01)
A importância da formação profissional não pode ser exagerada, pois é de suma importância. A profunda compreensão do educador sobre a deficiência de seu aluno permite que eles tenham uma vantagem maior. Embora seja essencial aumentar nossa eficiência no trabalho, nossas habilidades podem ser insuficientes. Desconsidere quaisquer ações que ocorram dentro do ambiente escolar, incluindo, entre outros, planejamento e adaptação. Uma variedade de elementos, como conteúdo, materiais e recursos visuais, pode colaborar para alcançar o resultado desejado. A significância está na inclusão do aluno com autismo.
[...] para uma educação efetivamente inclusiva é necessário que o processo educativo seja desenvolvido a partir da recriação da prática pedagógica, da importância dada à ação e à centralidade do sujeito, a flexibilidade da estrutura metodológica, a participação de todos. (BAPTISTA, 2002, p. 109).
Incluir alunos especiais requer uma infinidade de ações que devem ser tomadas. A adoção dessas políticas não deve se restringir apenas aos ambientes escolares. Em vez disso, sua implementação deve exigir políticas abrangentes que abranjam um escopo mais amplo. Fornecer treinamento, educação continuada para instrutores e administradores e alocar recursos para adaptação. Adquirir materiais educativos e criar espaços funcionais é crucial para um ensino eficaz. A arte de ensinar tem melhorado significativamente, nomeadamente no que diz respeito à inclusão dos alunos com necessidades especiais. No entanto, é importante dar passos concretos em várias esferas sociais para desafiar esta norma cultural. O respeito às diferenças é fundamental para combater o preconceito contra as pessoas com deficiência e as necessidades de cada aluno são atendidas.
5. CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho é identificar as estratégias usadas para a educação inclusiva e conhecer a perspectiva do professor sobre o que é o transtorno do espectro autista e como este professor lida com a inclusão desses alunos em sua sala de aula, com objetivo de alcançar uma educação inclusiva de qualidade para alunos autistas nas escolas públicas. Isso envolve professores examinando estratégias e avaliando sua adequação para a sala de aula. Além disso, os professores devem superar os principais desafios enfrentados ao ensinar esses alunos e implementar estratégias de ensino eficazes. A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento desses alunos, tornando-se imprescindível garantir a sua inclusão no processo de aprendizagem.
Ao examinar os questionários, uma dura realidade atual veio à tona; a escola em análise revela flagrantes indícios de despreparo e conhecimento insuficiente de seus alunos. Os profissionais possuem conhecimento e experiência sobre os sintomas e expressões do autismo. Como resultado, muitos educadores hesitam em receber alunos autistas em suas salas de aula devido às suas possíveis dificuldades com o aprendizado, a comunicação oral, a manutenção do contato visual e, em alguns casos, a agressividade.
Os educadores visam entender melhor o autismo, mas seu treinamento é insuficiente na aplicação prática para alunos com autismo. Para liberar seu potencial, uma estrutura educacional bem projetada é crucial, com toda a equipe profissionalmente equipada para atender às suas necessidades. Dadas as suas dificuldades de adaptação a estímulos externos, as escolas devem adaptar-se ao contexto e considerar escolas inclusivas, e não somente salas de aula inclusivas. Para conseguir isso, as escolas devem estabelecer rotinas situacionais no tempo e no espaço para melhorar o desenvolvimento e a adaptabilidade dos alunos.
Vale a pena mencionar que a administração do questionário destacou uma necessidade perceptível, os professores devem ter acesso a cursos de formação, além de receber apoio da gestão escolar. Infelizmente, há descaso quanto a formação continuada dos professores, o deixa os profissionais da educação, principalmente os professores, inseguros quanto à sua capacidade de suprir essa deficiência. Os atuais programas de formação de professores são inadequados face à necessidade premente de apoio. 
Vimos então que é indispensável a expansão de conhecimento; para alcançar uma inclusão escolar bem-sucedida para professores e alunos autistas, é crucial realizar mais pesquisas que investiguem suas experiências da vida real dentro do ambiente escolar.
REFERENCIAS
BAPTISTA, C. R. A inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas. In: BPTISTA, C.
R. (org.). Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006, p. 93).
BEYER, H. O. A educação inclusiva: resinificando conceitos e práticas da educação
especial: Revista inclusão, v. 2, 8-12. 2007.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da educação Inclusiva. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 28 de mar. 2023.
CORREIA, L. de M. (1999), apud MORGADO, José Carlos. Alunos com Necessidades
Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto. 2008.
GAUDERER, E. C. Apud PRAÇA, E. T. P. O. Uma reflexão acerca da inclusão de aluno
autista no ensino regular. 2011. Disponível em: file:///C:/Users/Neuton/Downloads/AUTISMO%20REGULAR.pdf. Acesso em: 28 de mar. 2023.
KANNER, L. apud. KELMAM, C. A. [et al]. ALBUQUERQUE, D. e BARBATO, S. –
Organizadoras. Desenvolvimento Humano, educação e inclusão escolar. Brasília,
Editora UnB, 2010.
KELMAM, C. A. [et al]. ALBUQUERQUE, D. e BARBATO, S. - Organizadoras.
Desenvolvimento Humano, educação e inclusão escolar. Brasília, Editora UnB, 2010.
KLIN, A. Autismo e Síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de
Psiquiatria. V.28 p. 3-11, 2006.
LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 5.
Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais, a pesquisa qualitativa
em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
APÊNDICES
Apêndice A – Questionário 
QUESTIONÁRIO
Presado Docente, 
Agradeço a sua participação, que é fundamental para a realização da pesquisa, que pretende levantar dados sobre o conhecimento dos professores de educação básica e educação especial quanto a inclusão de alunos autistas nas escolas públicas. Ressalto que será mantido o sigilo, por isso, não será necessário sua identificação. 
I. DADOS DO PESQUISADO
1 – Idade: 
2 – Tempo de docência:
3 – Curso de Graduação:
4- Especialização:
5- Tempo de trabalho com alunos autistas?
II. ATUAÇÃO DO PROFESSOR NA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA
1. Defina o autismo em sua concepção.
2. Quais características você observa em um aluno autista.
3. Fale sobre os desafios que você enfrenta ou já enfrentou no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais.
4. Você já recebeu alguma capacitação para trabalhar com alunos com autismo? Se sim, quais?
5. Descreva suas práticas pedagógicas utilizadas na aprendizageme inclusão. 
6. Você se senti capacitado como professor para trabalhar com alunos com autismo?
7. Em sua opinião, o que deve ser feito para melhorar o atendimento as crianças com autismo nas escolas públicas que você trabalha?

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