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FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO 
EM NEUROPSICOPEDAGOGIA
ARIANI ALVES CESÁRIO DOS SANTOS
A COLABORAÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA E DA NEUROCIÊNCIA NA APRENDIZAGEM
CURRAIS NOVOS
2021
A COLABORAÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA E DA NEUROCIÊNCIAS NA APRENDIZAGEM.
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais. 
RESUMO- Sabe-se que a aprendizagem é um fator importantíssimo na vida do ser humano. É vista como uma mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos do indivíduo. Este trabalho tem por objetivo demonstrar como o processo de aprendizagem funciona sob a ótica da Neurociências e a sua coparticipação com a Neuropsicopedagogia. O estudo adotou como metodologia a pesquisa bibliográfica, por meio de um levantamento literário de autores conceituados como: Carvalho; Cosenza; Guerra; Fonseca; Ramalho; Russo entre outros. Partindo desse levantamento elaborou-se reflexões sobre o processo de construção do conhecimento e como as áreas abordadas cooperam para compreender, com êxito, como se dá o aprendizado, tanto nas práticas escolares quanto nas clínicas. O aluno, primeiro agente do ensino-aprendizagem, com suas individualidades, deve ser estimulado, motivado e levado a assimilar o aprendizado. Já o educador, segundo agente do ensino-aprendizagem, precisa ter acesso a equipamentos e está articulado para lidar com quaisquer que sejam as instâncias. Dessa forma, neste trabalho pretende-se destacar a importância do papel da Neuropsicopedagogia e da Neurociências na aprendizagem do indivíduo, como uma estrutura biológica e social.
PALAVRAS-CHAVE: Neurociências. Neuropsicopedagogia. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
O mundo está em um grande processo de transformação. Nesse sentido, a Neuropsicopedagogia e a neurociências, que são áreas em ascensão, envolvem todo o processo de aprendizagem, trazendo discursões à tona e coligando o profissional, neuropsicopedagogo, a escola, o aluno e a família. 
Nesse contexto, a Neurociência está se sobressaindo, como disciplina líder do século XXI ao abordar a importância do funcionamento do sistema nervoso, enquanto a Neuropsicopedagogia tem avançado significativamente na área da educação. Elas vêm abordando novos aspectos, como a memória, a aprendizagem e a relação do sujeito, tanto com o corpo, quanto com a mente. 
A aprendizagem, por muito tempo teve seu processo equiparado ao de uma colcha de retalhos, excluindo a individualidade de cada ser humano. As restrições, sejam elas quais fossem, foram ignoradas. Com o surgimento da Neurociência despertou-se o interesse para o estudo do cérebro e da cognição, muito se foi descoberto sobre condições neurofisiológicas, que precisam ser compreendidas para que haja uma possível aplicação, estratégica, partindo de um profissional, neuropsicopedagogo. A Neurociência e a psicopedagogia, vem proporcionando um entendimento voltado para a aprendizagem, bastante eficaz. 
Sendo assim, as contribuições advindas da Neuropsicopedagogia e da Neurociências moldam a aprendizagem, de forma qualitativa e quantitativa. Este artigo é composto por um apanhado de pesquisas da área, com o intuito de salientar essas cooperações. 
 Sabe-se que desde os primórdios o ser humano tenta compreender a relação da mente e da razão, muito se passou e a facilidade tecnológica alavancou as perspectivas do conhecimento. Trabalhos como este, são produzidos para motivar a disseminação de conteúdos e originar novos pontos de vista.
O artigo subsequente está fundamentado em pesquisas bibliográficas, feita a partir de uma seleção de vários autores, os quais apresentam a relação da Neuropsicopedagogia e da Neurociências no processo de aprendizagem do sujeito.
2-DESENVOLVIMENTO 
As semelhanças entre a Neuropsicopedagogia Clinica, a Neuropsicologia e a Psicopedagogia, encontram-se no âmbito do estudo do desenvolvimento humano, na natureza multiprofissional, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade e dos processos do ensino e aprendizagem (independentemente do caso).
	Por intermédio de estudos do sistema nervoso, a neurociência busca a compreensão de diversos comportamentos do ser humano, entre eles o processo de aprendizagem. Neste aspecto, novos conhecimentos científicos estão surgindo e fundamentando saberes já possuídos e praticados. 
Dessa forma, esses estudos permitem, também, o entendimento de que para aprender é preciso remoldar as relações cerebrais, isto é, as conexões neurais ou sinapses. Para isso, se fazem necessárias reações químicas, que ocorrem devido a exposição, contínua, a estímulos, a circunstâncias, a capacidades e a conhecimentos. 
2.1 As neurociências e suas contribuições ao longo dos anos
Os avanços que as Neurociências passaram nos últimos anos, possibilitaram a abordagem mais científica do processo ensino-aprendizagem, processo esse fundamentado no entendimento das ações cognitivas envolvidas. 
Segundo Cosenza e guerra (2011): “As neurociências estudam os neurônios e suas moléculas constituintes, os órgãos do sistema nervoso e suas funções específicas, e também as funções cognitivas e o comportamento que são resultantes da atividade dessas estruturas.” (p 142).
De acordo com Russo (2015), as neurociências possibilitam uma abordagem mais científica do processo ensino-aprendizagem, fundamentada na compreensão de processos cognitivos. Entre esses processos se encontram o raciocínio, a capacidade de tomar decisões, de comandar o corpo, e tantos outros em que se faz necessário formação específica para o entendimento de questões tão complexas relacionadas ao desempenho cognitivo e acadêmico das crianças.
Enquanto as Neurociências constituem-se como a ciência do cérebro, a Educação é tida como a arte do ensino e da aprendizagem. Ao apresentar relação de familiaridade em decorrência da significância que o cérebro tem no processo de aprendizagem, adentra-se no campo Neuroeducação. 
Os pesquisadores da Neuroeducação estão comprometidos, e extremamente interessados, com o estudo do cérebro e do comportamento, seja tratando-se dos fatores que interferem na aprendizagem, como também sobre reabilitação cognitiva. O que permite a ação desses estudos é a interdisciplinaridade.
2.2 Componentes celulares do Sistema Nervoso (SN)
As unidades básicas do sistema nervoso são os neurônios, células especializadas na comunicação que diferem da maioria das células. Por serem excitáveis eles operam por meio de impulsos elétricos e se comunicam com outros neurônios por sinais químicos (Gazzaniga & Heatherton, 2005).
Uma descarga neural, uma ação em onda de uma descarga elétrica que percorre toda a membrana de uma célula e é causado por diversos eventos físicos no ambiente.
O Sistema Nervoso (SN) recebe diversas informações do ambiente externo, as avalia e depois responde em forma de comportamentos ou faz ajustes corporais a fim de se adaptar ao ambiente. No SN existem dois tipos de células: os neurônios e as células gliais.
Essas células existem em variadas formas e tamanhos, mantendo comunicação através de sinapses, que são regiões de transmissão de impulsos nervosos. Sua estrutura é formada por corpo celular, por dendritos, que é correspondente a expansões do corpo celular, pelo axônio e pelos botões terminais.
Os dendritos são as extensões dos neurônios que se assemelham a ramos, responsáveis por conduzir os estímulos que são captados do ambiente ou até mesmo de outras células. Sua especialidadeem receber estímulos e traduzi-las em alterações do potencial de repouso da membrana é o que compõe a importância dessa parte da estrutura.
 Quanto ao axônio, a principal unidade condutora do neurônio, é dada a tarefa de conduzir sinais elétricos por distâncias, sejam elas tanto curtas quanto longas. Muitos axônios estão divididos em vários ramos, assim ganhando a aptidão de conduzir informações a diferentes alvos. Nas suas extremidades estão localizados alguns pequenos nódulos, conhecidos como botões terminais.
Figura 1-Estrutura de um neurônio
Fonte :Universidade Federal de Alfenas. Disponível online em:< https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-nervoso/> Acesso em:20 de abril de 2021.
Quanto a classificação dos neurônios em termos de funções, resulta-se em três grupos: os neurônios sensoriais, os neurônios motores e os interneurônios. Os sensoriais são responsáveis por absorvem as informações do meio em que o indivíduo se encontra e as transmitir para o cérebro, via medula espinhal, comumente. Os neurônios sensitivos são encontrados tanto no SNC (Sistema Nervoso Central) quanto no SNP (Sistema Nervoso Periférico).
Os motores se encarregam de conduzir as informações do SNC em direção aos caminhos periféricos. Eles dirigem os músculos para contrair ou relaxar, produzindo assim o movimento, são neurônios eferentes, pois sinais do cérebro são transmitidos para o corpo (Gazzaniga & Heatherton, 2005).
Em relação aos interneurônios, pode-se dizer que eles são encontrados em circuitos reflexos, nas oscilações neuronais e também em outras redes neuronais. Esse tipo de neurônio tem função integradora, as informações, sensitivas, trazidas ao SNC é processada e ou interpretada por ele.
Figura 2 –Tipos de Neurônios 
Fonte :Universidade Federal de Alfenas. Disponível online em:< https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-nervoso/> Acesso em:20 de abril de 2021.
As células gliais compõem-se das células que ocupam os espações que existem entre os neurônios e são elas são consideradas células auxiliares, dando suporte ao bom funcionamento do SNC. Suas funções incluem a sustentação, o revestimento, afim de isolar a célula, a modulação da atividade neuronal e a sua defesa. Longe de ser apenas a “cola dos neurônios”, as células gliais são um componente essencial da função do SNC (Krebs et al., 2013).
2.2.1 Modelo de Luria
Os estudos de Luria (1984) apontam que os processos mentais humanos são sistemas, são funcionais e complexos e ocorrem através da participação de estruturas cerebrais operando em conjunto, concorrendo entre as suas próprias contribuições particulares para uma organização funcional.
Lesões cerebrais podem acarretar uma desorganização em todo o sistema, antes funcional, porém, ao trabalhar integrando todas as áreas, há a possibilidade de reordenações neurofuncionais, assim assegurando a reorganização das funções que foram comprometidas. Esse processo é o conhecido como plasticidade neuronal.
Segundo Damasceno (1990): “o modelo Luriano de funcionamento neuropsicológico pressupõe um sistema dinâmico, plástico, produto de evolução sócio-histórica e da experiência social do indivíduo, internalizada, sedimentada no cérebro” (p.149).
Segundo Luria (1984), o cérebro é organizado em cinco regiões (subcorticais, frontais, parietais, occipitais e temporais) e em três zonas funcionais.
A primeira unidade funcional, composta por estruturas que se localizam no subcórtex e no tronco cerebral, tem como função o tônus cortical, a atenção voltada para a seleção de estímulos. Essa função é indispensável, afinal ela possibilita o correto processamento do recebimento e a entrega devidamente elaborada da informação. Outra característica importante é a perdura do indivíduo em vigília ou mesmo em até estado de alerta, tanto para o recebimento de informações como para a formação de possíveis respostas. A esse aspecto está incorporado o sistema límbico, que tem papel importante na regulação dos processos vegetativos, na vida afetiva e na conservação dos vestígios de memória.
Segundo Luria (1984), as estruturas da segunda unidade: “são responsáveis pelo funcionamento coordenado dos vários analisadores e pela produção de esquemas supramodais (simbólicos), a base de formas complexas de atividade gnóstica” (p.60).
A função da unidade segunda, consiste na recepção, síntese e principalmente registro das informações adquiridas no ambiente externo. Sejam essas informações sensoriais, concepções sobre cenas, situações que se desenvolvem no tempo e no espaço, todas são armazenadas na memória, para ser utilizadas pelo sujeito em situações posteriores.
Obviamente, instaura-se aqui a possibilidade de aprender como as pessoas organizam seus processos cognitivos, bem como de reconhecer as diferenças entre essas organizações. Essa perspectiva permite que a evolução da ciência do cérebro se constitua numa das principais alternativas para compreender a complexidade cognitiva humana. (CARVALHO, 2011, p. 543).
Os sujeitos com lesão nessas duas áreas, tendem a apresentar dificuldades de orientação no espaço, de estruturação de figuras geométricas, de localização de países no mapa geográfico, ainda manifestam confusão dos lados esquerdo e direito e de realização de operações matemáticas.
A terceira unidade funcional é responsável pelo planejamento, padronização e controle do desempenho do indivíduo. O funcionamento dessa unidade, é dependente das áreas anteriores do cérebro, especialmente dos lobos frontais, para realizar as atividades de inspeção, realização e regulagem do comportamento, de forma a que ele se enquadre aos requisitos maquinados. 
Dessa forma, embora cada unidade tenha suas especificidades, a cognição depende diretamente da cooperação entre todas elas.
2.3 Bases fundamentais da aprendizagem
A aprendizagem é compreendida como um processo de construção, que é definido a partir das articulações de esquemas neurais. Isso sugere que há diferentes dimensões para facultar ao indivíduo uma dinâmica exclusiva e individual de funcionamento. 
Pantano e Assencio-Ferreira (2009,p.11) afirmam que: “O cérebro é a matéria prima para o processo de aprendizagem. Se considerarmos a aprendizagem a resultante da interação do indivíduo com o meio ambiente, perceberemos que é ele que propicia o arcabouço biológico para o desenvolvimento das habilidades cognitivas.
Assim, o trabalho do educador pode ser mais significativo e eficiente quando ele conhece o funcionamento cerebral. Conhecer a organização e as funções do cérebro, os processos receptivos, os mecanismos da linguagem, da atenção e da memória, as relações entre cognição, emoção, motivação e desempenho, as dificuldades de aprendizagem e as intervenções a elas relacionadas contribui para o cotidiano do educador na escola. (COSENZA e GUERRA, 2011, p. 143).
Luria (1984) abordou em seus estudos, com relação à aprendizagem, os processos de atenção, percepção e memória. Ao relaciona-los a aprendizagem e à compreensão das suas dificuldades no contexto universal, o autor demonstrou como esses processos mentais são tidos como as bases neuropsicológicas da aprendizagem. Isso acontece ao permitirem a realização de funções como seleção de elementos, distinção de perspectivas essenciais, comparação, formulação de hipóteses e a fixação e armazenamento da informação.
Aspectos emocionais e familiares, problemas de ordem pedagógica e socioculturais, a causada dificuldade não estará centrada apenas no aluno, faz parte de um complexo fenômeno que é o fracasso escolar, de forma a trazer como características a evasão e a reprovação escolares (RAMALHO, 2015).
Considerada uma função neural complexa, a aprendizagem envolve o funcionamento de inúmeros processos mentais, que correspondem tanto à ativação quanto a inibição de diversas áreas cerebrais simultaneamente. Ao associa-la com a memória e a atenção, o indivíduo adquire capacidades como a de codificação, armazenamento e até a recuperação de informações. 
Em relação à aprendizagem, Davis e Oliveira (1990) a definem como oprocesso através do qual o sujeito se inteira, ativamente, do conteúdo da experiência humana, levando em consideração o que o seu grupo social conhece.
O ser social é aquele que consegue relacionar-se, de forma geral, de forma equilibrada. O dito equilíbrio equivale-se da passagem de estados de menor para estados de maior equilíbrio, ou seja, controle das situações.
José e Coelho (1999) em seus estudos destacam que, para a Psicologia do Desenvolvimento, tanto a hereditariedade e o ambiente, quanto a maturação e a aprendizagem são fatores cruciais no desenvolvimento. Assim, isso significa que, para determinar esse processo em todas as suas fases, as condições estruturais e orgânicas devem sim estar simultaneamente conectadas com os estímulos ambientais.
As dificuldades de aprendizagem detalham uma entrega abaixo do esperado, considerando a idade do sujeito e seu intelectual, além de gerar uma interferência significativa no rendimento acadêmico ou na vida cotidiana, exigindo um diagnostico alternativo, se for o caso de déficits sensoriais. Essas dificuldades podem derivar de causas emocionais, do nível de pensamento, de diferenças funcionais ou de alterações no desenvolvimento das funções (Sánchez ,2004).
A evolução nos garantiu um cérebro capaz de aprender, para garantir nosso bem estar e sobrevivência e não para ter sucesso na escola. A menos que o bom desempenho escolar signifique esse bem-estar e sobrevivência do indivíduo. Na escola o aluno aprende o que é significativo e relevante para o contexto atual de sua vida. Se a “sobrevivência” é a nota, o cérebro do aprendiz selecionará estratégias que levem à obtenção da nota e não, necessariamente, à aquisição das novas competências. (GUERRA, 2011, p. 02).
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares compreendem grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos na aprendizagem. Esses comprometimentos não são resultados obtidos diretamente de outros transtornos, como: retardo mental, déficits neurológicos, problemas visuais/auditivos e perturbações emocionais; embora possam ocorrer simultaneamente com tais condições. 
A presença de dificuldades na aprendizagem ocorre quando os padrões normais de aquisição de habilidades estão perturbados, seja desde os estágios iniciais do desenvolvimento ou não, mas essas dificuldades não são simplesmente uma falta de oportunidade de aprender, e sim, dificuldades decorrentes do processo de desenvolvimento neurológico.
Lundy-Ekman (2008) afirma que: “do ponto de vista neurológico, uma aprendizagem somente ocorre em decorrência da neuroplasticidade. O cérebro humano não finaliza seu desenvolvimento, mas por constantes modificações se reestrutura e se reorganiza para atender eficientemente o indivíduo em cada etapa do ciclo de sua vida” (p.62).
Dessa forma, a neuroplasticidade tem funções essenciais no desenvolvimento do cérebro humano, mantendo um eficiente processamento das funções mentais. Uma vez que a estrutura do cérebro passam por mudanças em cada processo de desenvolvimento do indivíduo.
2.4 A Neuropsicopedagogia e o neuropsicopedagogo
A psicopedagogia, chegou ao Brasil na década de 70. Tendo surgimento na França e sendo posteriormente levada a Argentina, seu objetivo era atender à demanda, cada vez maior, de crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem. 
Segundo a definição descrita no Código de Ética da Psicopedagogia, da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia) a psicopedagogia é definida como “um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico utilizando processos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos”.
Como consta no parágrafo primeiro do Código de Ética da Psicopedagogia, a intervenção, feita por um psicopedagogo, sempre será da ordem do conhecimento, diretamente relacionada com a aprendizagem e terá que considerar o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e as suas dificuldades. 
Pode-se destacar como objetivo, para a atividade psicopedagógica, o intuito de promover a aprendizagem, contribuindo assim para os processos de inclusão escolar e social. Também é importante para o profissional compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem, realizando pesquisas e conduzindo diálogos que estejam enquadrados em cada situação, tratada individualmente.
A Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia, SBNPp, é uma entidade, considerada como referência no universo da Neuropsicopedagogia e da neuro educação, fundada no ano de 2008, na cidade de Joinville, Santa Catarina. Partindo de um grupo de docentes, a criação do grupo objetiva o estimulo a observações e a pesquisas, movidas com intuito e comprometimento com o contexto escolar que vivenciavam. Com isso, surgiu a seguinte definição:
[...] a neuropsicopedagogia procura reunir e integrar os estudos do desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsáveis pelo ensino” (FONSECA, 2014, p.1).
Para entender a área clínica de atuação de um Neuropsicopedagogo, é necessário ter em mente a definição do recorte de campo de atividade da Neuropsicologia e da Psicopedagogia, para assim esclarecer que a Neuropsicopedagogia clínica não é uma especialização dessas duas áreas. Embora estude o funcionamento do cérebro e o comportamento humano, a Neuropsicopedagogia tem embasamento de sua prática tanto nas teorias de aprendizagem, quanto nas estratégias para o ensino-aprendizagem.
As bases teóricas e práticas que sustentam a formação dos profissionais da Neuropsicopedagogia vêm das Neurociências e da Educação. 
O Neuropsicopedagogo tem auxilio das Neurociências no âmbito da compreensão da complexidade do funcionamento cerebral e das inter-relações entre cérebro e comportamento. O estudo da Educação, ademais, traz contribuições para o entendimento no decurso do processo do ensino-aprendizagem.
O neuropsicopedagogo pode atuar na área Institucional e na área Clínica. Segundo o Código de Normas Técnicas 01/2016, da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia no artigo 29, diz em respeito as funções do neuropsicopedagogo:
a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais, considerando os preceitos da neurociência aplicada a Educação, em interface com a Pedagogia e Psicologia Cognitiva;
b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem dos que são atendidos nos espaços coletivos;
c) Encaminhamento de pessoas atendidas a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/ especialização contribuir com aspectos específicos que influenciam na aprendizagem e no desenvolvimento humano. (SBNPp, 2016, p. 4).
O Neuropsicopedagogo tem auxilio das Neurociências no âmbito da compreensão da complexidade do funcionamento cerebral e das inter-relações entre cérebro e comportamento. O estudo da Educação, ademais, traz contribuições para o entendimento no decurso do processo do ensino-aprendizagem.
CONCLUSÃO
As relações entre cérebro e aprendizagem fazem parte do dia a dia de todos os educadores, pois sem o cérebro, não haveria aprendizagem. Portanto, entender o cérebro para ensinar melhor, é de extrema necessidade.
Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento conquistada através da experiência obtida por fatores emocionais, neurológicos relacionais e ambientais. É um processo contínuo que se modifica de acordo com as fases de desenvolvimento do ser humano.
 As neurociências permitem o acesso a conhecimentos novos, que proporcionam diversas ferramentas para o trabalho pedagógico. Aqueles conhecidos como princípios das Neurociências, percorrem caminhos estáveis e prósperos, sendo a cada dia maisfomentados, atualizados e aperfeiçoados permitindo uma maior dimensão do que é aprender, e como facilitar a acessibilidade desse processo. 
Sabe-se que a evolução da aprendizagem permeia por um processo de avanços significativos e que as neurociências a cada dia fornecem aos profissionais da educação suportes consistentes sobre o funcionamento do cérebro e sua aplicabilidade no processo de ensino-aprendizagem.
Vale ressaltar que aprender exige diversos critérios, então uma vez que o cérebro apresenta neuroplasticidade, podendo assim mudar, a tarefa e a motivação do educador de apurar-se dos conhecimentos das Neurociências a fim de proporcionar condições para que essa mudança ocorra, é um ponto chave. 
Somente dessa forma é que a colaboração da neuropsicopedagogia e da neurociência na aprendizagem surtirão efeitos positivos em todo o processo de aprendizagem.
Portanto, o objetivo principal deste trabalho, foi atingido, de modo que a pesquisa ocasionou um compilado de informações pertinentes e fundamentadas.
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, F. H. de Neurociências e educação: uma articulação necessária na formação docente. Trabalho, educação e saúde. Rio de Janeiro, 2011.
CÓDIGO DE ÉTICA E ESTATUTO DA ABPp. Disponível online em: <www.abpp.com.br> Acesso em 15/fev/2021. 
COELHO, M. T; JOSÉ, E. A. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática Editora, 1999.
COSENZA, R. M. e GUERRA, L. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
DAMASCENO, B. Neuropsicologia da atividade discursiva e seus distúrbios. In Cadernos de Estudos Linguísticos, 19, 147-157. Campinas 1990.
DAVIS, Claudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez Editora, 1990.
FONSECA, Vitor. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista Psicopedagogia, Portugal. 2014.
GAZZANIGA, Michael.; HEATHERTON, Todd; HALPERN, Diane. Ciência psicológica. Porto Alegre, Artmed Editora, 2005.
KREBS C.; WEINBERG, J.; AKESSON, E. Neurociência ilustrada. porto alegre, Artmed Editora, 2013.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Elsevier Brasil, 2008. 
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Tradução de Ricardo Juarez Aranha. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos; São Paulo, EDUSP, 1984.
OMS-Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1993.
PANTANO, Telma; ZORZI, Jaime Luiz. Neurociência aplicada à aprendizagem. São José dos Campos, SP: Pulso, 2009.
PEDRO, Waldir. Guia prático de neuroeducação. Wak, 2020.
RAMALHO, Danielle Manera. Psicopedagogia e neurociência: neuropsicopedagogia e neuropsicologia na prática clínica. Rio de Janeiro: Wak, 2015.
RUSSO, Rita Margarida Toler. Neuropsicopedagogia clínica: introdução, conceitos, teoria e prática. Curitiba: Juruá, 2015.
SÁNCHEZ, Jesús-Nicasio García. Dificuldades de aprendizagem e intervenção psicopedagógica. Artmed Editora, 2004.
SBNPp. Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia. 2016 Disponível online em: <www.sbnpp.com.br> Acesso em 15/mai/2019.

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