@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); Atuação do psicólogo no âmbito educacional.(Pós Graduação)Questões de 1 a 5.1. Na formação do psicólogo, é possível conhecer uma série de teorias que têm como objetivo compreender as subjetividades e os comportamentos humanos. Para construir suas práticas, é importante que o profissional busque determinados conhecimentos.No caso da atuação do psicólogo escolar, quais campos/conhecimentos são essenciais para a construção de suas práticas?Resposta; Aprendizagem e desenvolvimento.Explicação; As teorias da aprendizagem e as teorias sobre o desenvolvimento humano são referências básicas para orientar o conhecimento e a prática do profissional psicólogo que atua no âmbito escolar. Saber como os sujeitos aprendem e como se dão os processos de desenvolvimento ajuda o profissional a conhecer e acompanhar os alunos. Esses campos de conhecimento, teorias da aprendizagem e do desenvolvimento humano, são fundamentais para a atuação do psicólogo escolar, porém várias outras as tangenciam, mas não são indispensáveis para a sua ação. A personalidade, o caráter e a ética fazem parte da formação do psicólogo, mas são mais utilizados na abordagem clínica, psicoterápica, o que não acontece na escola. Alunos, pais e professores são parte da comunidade escolar e do trabalho do psicólogo, mas são sujeitos que ele irá aprender a conhecer e trabalhar com eles dentro de seu âmbito de ação. Psicologia, personalidade e aprendizagem são também conhecimentos necessários ao psicólogo em geral, não especificamente ao escolar. Pedagogia e educação são áreas de conhecimento que intersectam com o trabalho do psicólogo na escola, mas são independentes, com um aporte teórico e de intervenção próprios.2.As teorias sobre a aprendizagem são inúmeras, desde as que enfatizam aspectos biológicos do desenvolvimento até as que consideram fatores ambientais e socioeconômicos dos sujeitos envolvidos no processo. Autores como Piaget, Vigotsky, entre outros, elaboraram teorias e propostas de intervenção na escola, buscando entender os sujeitos e seus modos de aprender.Isso posto, qual é a visão de Edouard Claparède sobre como a psicologia deve olhar a aprendizagem?Resposta; O autor defendia uma abordagem funcionalista da psicologia.Explicação; Édouard Claparède defendia uma abordagem funcionalista da psicologia, ou seja, para ele, o pensamento seria uma atividade biológica a serviço do organismo, com funções de adaptação ao ambiente. Semelhante à sua concepção funcionalista, está a aplicação de testes para a medida de inteligência ou outras funções mentais. Se avaliada unicamente por instrumentos, sem o conhecimento do sujeito em questão, a psicologia escolar é funcionalista, baseada em dados quantitativos. A teoria da carência cultural foca no contexto social, mas por meio da culpabilização e da discriminação de crianças mais vulneráveis. Essa abordagem se desenvolveu nos Estados Unidos para tentar justificar diferenças sociais e culturais, hierarquizando capacidades de aprendizagem. Diferentemente dessa abordagem, outros autores buscaram entender as inter-relações entre o sujeito que aprende e o seu contexto, de forma a não colocar no sujeito toda a responsabilidade por suas dificuldades, mas a reprodução do fracasso pelas instituições educacionais.3.Podemos identificar elementos sobre o processo de ensinar e aprender que são importantes para o conhecimento do psicólogo que atua no contexto escolar. Leia as afirmativas a seguir:I. O processo de ensinar e aprender é o encontro de diferentes subjetividades e propicia uma interação dialógica.II. Haverá um momento em que aquele que ensina se torna desnecessário.III. A superação da assimetria do encontro (professor-aluno) implica a razão e a existência do encontro.IV. No caso do ensino, trata-se de o aprendente tomar posse de um saber que o diferencia de seu ensinante.Assinale a alternativa correta.Resposta; Todas as afirmativas \u200b\u200b\u200b\u200b\u200b\u200b\u200bestão corretas.Explicação;O processo de ensinar e aprender é o encontro de diferentes subjetividades que propicia uma interação dialógica que supera a assimetria que originou o encontro. Esta superação implica a razão e a existência do encontro. No caso do ensino, trata-se de o aprendente tomar posse de um saber que o diferencia de seu ensinante. Eis o momento em que aquele que pretende ensinar se torna desnecessário, marcando o término de uma relação que continua em outros horizontes, mas que possibilitou a ambos retirarem daí benefícios inegáveis (professor e aluno).4.A partir de novos estudos e também devido a mudanças nos contextos históricos, sociais e culturais das sociedades, a psicologia reconstrói suas formas de entender a sua contribuição no contexto escolar, propondo, assim, novas práticas.Em relação ao final da primeira metade do século XX (em especial, a partir de 1970), qual prática passa a ser entendida como mais efetiva pela psicologia da educação?Resposta; Dar ênfase nos fatores ambientais e socioeconômicos, minimizando os fatores biológicos.Explicação; Um novo marco surgiu na década de 1970, quando se buscavam novas explicações para o comportamento escolar. Nesse período, o foco dado aos problemas de aprendizagem mudou. Minimizaram-se os fatores biológicos e deu-se ênfase aos fatores ambientais e socioeconômicos. Deixou-se de pensar em \u201c[...] objetivos ajustatórios ou discriminatórios para [se] pensar nos processos educacionais de um modo mais amplo\u201d (BARBOSA; SOUZA, 2012, p. 170). Os fatores ambientais e socioeconômicos dizem respeito ao contexto de nascimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes e seus impactos na aprendizagem \u2014 incluindo desde escolas sem recursos, países que investem pouco em educação e cuidados básicos da população até problemas constituintes dos sujeitos, como deficiências, carências nutricionais e econômicas, ambiente violento, falta de estrutura familiar, entre outros. Portanto, a educação, hoje, entende a aprendizagem de forma diferente, contextualizada. Não utiliza mais testes como o instrumento prioritário para conhecer e prever o desenvolvimento dos estudantes. Logo, busca não patologizar estudantes por meio de diagnósticos clínicos; não segrega estudantes com deficiências ou transtornos do desenvolvimento, em escolas e classes especiais; a escola busca ser inclusiva; segue uma ética mais restrita, que não permite experimentos com seres humanos.5.A psicologia escolar seguiu um longo percurso até os dias atuais, quando passou pela prevalência de abordagens teóricas funcionalistas, com características individualistas, de diagnóstico e deterministas do futuro dos estudantes. Essas marcas são difíceis de serem superadas em alguns ambientes, mas a prevalência hoje é de um enfoque mais crítico das influências sociais, econômicas e culturais na aprendizagem. Um dos pontos de discussão e síntese na psicologia escolar é a relação ensino e aprendizagem.De que forma o psicólogo no âmbito escolar pode buscar a organização do trabalho pedagógico, visando a um melhor relacionamento professor-aluno em sala de aula?Resposta; Trabalhando de forma conjunta com a comunidade escolar e reconhecendo os processos subjetivos que envolvem a aprendizagem.Explicação; As práticas patologizantes e categorizantes não devem ser características de um fazer psicológico no século XXI. A compreensão do trabalho do psicólogo escolar como uma extensão de atendimentos clínicos com uso de testes psicológicos e medicamentos para lidar com as queixas escolares é uma antiga realidade que precisa ser superada. Entende-se a importância do trabalho em conjunto com a comunidade escolar a partir da compreensão da complexidades dos processos subjetivos que envolvem a aprendizagem, assim como o entendimento das relações sociais e institucionais estabelecidas no âmbito escolar. Para que isso ocorra, ao psicólogo não é solicitado que diagnostique estudantes com dificuldades de aprendizagem ou comportamento, que os avalie por meio de testagens, e somente por meio delas, que interprete as dificuldades dos alunos de forma contextual, sem rotular capacidades, que não individualize problemas que podem ser coletivos, incentivando a discriminação de sujeitos específicos; nem o contrário, tratando estudantes bem-sucedidos de forma individualizada e privilegiada. O êxito do trabalho do psicólogo escolar depende do quanto ele se envolve e conhece a comunidade onde está inserido, utilizando suas habilidades profissionais para compreender e auxiliar relacionamentos grupais e intergrupais, entendendo a escola e o processo de aprendizagem como processual, contextual, inclusivo, passível de ser sempre revisto, discutido e aprimorado.