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SEGURANÇA DO 
TRABALHO E SAÚDE 
OCUPACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer os riscos ocupacionais e suas diferentes classificações.
 > Identificar os riscos originados no ambiente de trabalho.
 > Explicar como é feito o monitoramento dos riscos ocupacionais.
Introdução
No cenário industrial, os avanços tecnológicos permitiram que muitos produtos se 
tornassem acessíveis a um público mais amplo. Entretanto, o decorrente cresci-
mento na produção aumentou a exposição dos trabalhadores a riscos ocupacionais. 
De fato, os riscos têm evoluído ao longo do tempo. Devido a essa relação, é prati-
camente impossível eliminá-los por completo. É possível, porém, gerenciá-los e 
controlá-los de forma a reduzir os danos para níveis mínimos aceitáveis, incluindo 
lesões, incapacidades, mortes e danos materiais. 
O gerenciamento de riscos envolve o estudo de processos e técnicas que 
visam a aumentar a segurança, como a antecipação de condições inseguras por 
meio da identificação, análise e avaliação dos riscos (RUPPENTHAL, 2013). Para 
identificar e lidar com esses riscos de forma eficaz, é necessário seguir um processo 
sistemático. Esse processo começa com a avaliação da situação atual e envolve 
análises contínuas, resultando na geração de diferentes soluções. Estas podem 
ser de natureza física ou organizacional, implementadas na fonte, no ambiente ou 
no receptor do risco, e podem ser preventivas ou corretivas. As opções de solução 
são avaliadas até que um conjunto detalhado seja selecionado e implementado, 
e esse processo é acompanhado para aprimoramento contínuo e monitoramento 
(MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Riscos ocupacionais
Elisabet Gabrieli Fernandes Gasques
Neste capítulo, você verá os conceitos de riscos ocupacionais e como eles são 
classificados. Na sequência, a partir dessas definições iniciais, tomará conheci-
mento das técnicas para identificar os riscos no ambiente de trabalho e, por fim, 
verá como é feito o monitoramento desses riscos.
Riscos ocupacionais: definição e 
classificações
O trabalho não se limita a ser apenas uma fonte de subsistência, mas tam-
bém desempenha um papel significativo na satisfação pessoal. Além disso, 
ele contribui para o desenvolvimento de hábitos, relacionamentos sociais e 
conhecimentos. No entanto, no ambiente de trabalho, várias variáveis, como 
ambiente físico, ferramentas, máquinas e posturas adotadas, podem expor os 
trabalhadores a riscos que afetam sua integridade e saúde. Embora não seja 
possível prever com certeza se esses danos ocorrerão, é possível estimar a 
probabilidade de cada um desses elementos de contribuir para a ocorrência 
de acidentes. Essas situações que podem causar danos à integridade e saúde 
no ambiente de trabalho são conhecidas como riscos ambientais (BARBOSA 
FILHO, 2019).
O termo risco é amplamente utilizado em diversos campos do conheci-
mento, de modo que sua definição pode variar de acordo com o contexto em 
que é aplicado. Para Mattos e Másculo (2019), o conceito de risco tem duas 
dimensões distintas, que podem ser abordadas tanto quantitativa quanto 
qualitativamente. A abordagem quantitativa se refere à probabilidade de 
ocorrência de um acidente, enquanto a abordagem qualitativa se concentra 
no perigo resultante de uma disfunção, a qual pode ser causada por falhas, 
quebras ou consequências secundárias.
Os termos risco e perigo têm definições diferentes daquelas com 
as quais estamos acostumados no cotidiano. Risco se trata da “pro-
babilidade ou chance de lesão ou morte”, enquanto perigo consiste em “uma 
condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou 
contribuir para uma lesão ou morte” (SANDERS; MCCORMICK, 1993, p. 675).
Riscos ocupacionais2
Com relação ao ambiente de trabalho, o risco pode ser entendido como 
qualquer variável que esteja presente e tenha a capacidade de alterar ou 
condicionar a produtividade de um indivíduo, podendo causar danos à sua 
saúde, sejam eles agressões físicas ou psicológicas. Essas variáveis podem 
incluir aspectos como mobília, organização do espaço físico, condições tér-
micas, prescrição e natureza das tarefas, relacionamentos interpessoais, 
informações disponíveis, maquinário, ferramentas e as intervenções realizadas 
sobre eles (BARBOSA FILHO, 2019).
Segundo Norma Regulamentadora (NR) 01, “Disposições gerais e geren-
ciamento de riscos ocupacionais”, risco ocupacional se trata da “combinação 
da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causado por um evento 
perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e 
da severidade dessa lesão ou agravo à saúde” (BRASIL, 2020, p. 13). Junto com 
a NR pertinente, a ABNT NBR ISO 31000:2018 apresenta diretrizes e princípios 
específicos para a gestão de riscos e define o risco como o efeito da incerteza 
sobre os objetivos. Além disso, descreve o risco como uma combinação das 
consequências de um evento e a probabilidade de sua ocorrência associada 
(ABNT, 2018).
De acordo com a NBR ISO 31000, é importante considerar as caracterís-
ticas dos ambientes ao analisar os riscos. Essas características de trabalho 
se referem aos aspectos presentes nos ambientes em questão (ABNT, 2018). 
No campo da segurança do trabalho, o risco é definido como uma ou mais 
condições que têm o potencial de causar danos. Conforme definido na NR 09, 
os riscos ambientais são “os agentes físicos, químicos e biológicos presentes 
nos ambientes de trabalho, que, devido à sua natureza, concentração, inten-
sidade e duração da exposição, têm o potencial de causar danos à saúde dos 
trabalhadores” (BRASIL, 2021, p. 2).
Conforme com a NR 09, são considerados riscos ambientais os agentes 
físicos, químicos, biológicos presentes nos ambientes de trabalho que, por 
sua natureza, concentração, intensidade e seu tempo de exposição, têm o 
potencial de causar danos à saúde dos trabalhadores. No entanto, alguns 
autores argumentam que os agentes ergonômicos e os agentes mecânicos 
(de acidente), embora não estejam explicitamente mencionados como riscos 
ambientais na NR 09, devem ser avaliados em um ambiente de trabalho, pois 
também são considerados agentes que podem causar danos à saúde dos tra-
balhadores e são os grupos representados em mapas de riscos (PEIXOTO, 2010).
Riscos ocupacionais 3
Mattos e Másculo (2019) vão além, classificando os riscos em sete tipos: 
1. físicos;
2. químicos;
3. biológicos;
4. mecânicos;
5. ergonômicos;
6. sociais;
7. ambientais. 
Para os autores, essa classificação tem o propósito de distinguir os di-
ferentes fatores causais e, além disso, levar em consideração as situações 
que hoje estão presentes nos ambientes de trabalho, mesmo que não sejam 
reconhecidas legalmente. Isso permite uma abordagem mais abrangente e 
atualizada na identificação e avaliação dos riscos presentes no contexto 
laboral (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Por sua vez, a Portaria nº 24, de 29 de dezembro de 1994, caracteriza os 
riscos conforme sua representação no mapa de riscos (BRASIL, 1994). Esses 
riscos serão descritos na sequência.
A Portaria nº 24/1994, expedida pela Secretaria de Segurança e Saúde 
do Trabalhador, tornou obrigatória a elaboração e fixação, nos locais 
de trabalho, do mapa de riscos. O mapa de riscos consiste na representação 
gráfica do processo produtivo de uma empresa e é utilizado para registrar 
os riscos e fatores de risco aos quais os trabalhadores estão expostos. Em 
resumo, seus objetivos são reunir as informações necessárias para estabele-
cer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa 
e possibilitar, durante sua elaboração, a troca e divulgação de informações 
entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades 
de prevenção (BRASIL, 1994).
Riscos físicos
Barbosa Filho (2019, p. 104) define os riscos físicos como “aqueles que com-
preendem danos de variáveis como ruído, vibração, temperaturas extremas 
(altas e baixas), pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes”. 
São classificadosno mapa de riscos pela cor verde (BRASIL, 1994) e causados 
por agentes que modificam as características físicas do ambiente. Além 
Riscos ocupacionais4
disso, requerem um meio de transmissão (geralmente o ar), afetam inclusive 
as pessoas que não têm contato direto com a fonte de risco e podem gerar 
lesões crônicas e imediatas (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Riscos químicos
Os riscos químicos, sinalizados no mapa de riscos pela cor vermelha (BRASIL, 
1994), são aqueles provocados por agentes químicos. Segundo a NR 09, os 
agentes químicos são produtos compostos ou substâncias que podem ser 
absorvidos pelo trato respiratório por meio da inalação de aerodispersoides, 
gases ou vapores (BRASIL, 2021). Os aerodispersoides podem ser subdivididos 
em poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras (SESI, 2007).
A classificação também pode ser feita com base no tipo de tarefa realizada 
durante o período de exposição ao agente, seja por meio de contato ou ab-
sorção pelo organismo através da pele, respiração ou ingestão (BRASIL, 2020). 
Riscos biológicos
Os riscos biológicos são introduzidos nos processos de trabalho quando 
seres vivos, especialmente microrganismos como vírus, bacilos e bactérias, 
fazem parte integrante do processo produtivo, representando potenciais 
ameaças à saúde humana. Além disso, esse risco pode advir de deficiências 
na higienização do ambiente de trabalho, o que pode facilitar a presença 
de animais transmissores de doenças, como ratos e mosquitos, ou animais 
peçonhentos, como cobras (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
É fato que os riscos biológicos estão presentes em praticamente todas as 
atividades realizadas por trabalhadores que atuam em ambientes onde há a 
possibilidade de exposição a esses agentes. Esses locais incluem hospitais, 
serviços de esgoto, etc., onde agentes biológicos estão presentes independen-
temente da vontade do trabalhador (BARSANO; BARBOSA, 2013). Nesses casos, 
os riscos são sinalizados no mapa de riscos pela cor marrom (BRASIL, 1994). 
Riscos ergonômicos
Os riscos ergonômicos estão associados aos aspectos físicos e psicológicos 
inerentes à realização de atividades. Eles apresentam potencial de causar 
modificações no corpo e no estado emocional dos trabalhadores, prejudi-
cando sua saúde, segurança e produtividade (PEIXOTO, 2010). Para Mattos e 
Másculo (2019), os riscos ergonômicos são aqueles oriundos do uso de agentes, 
Riscos ocupacionais 5
como máquinas, métodos, etc., que não são adequados às capacidades dos 
trabalhadores. 
Segundo Barsano e Barbosa (2013), alguns exemplos de distúrbios provo-
cados pelos riscos ergonômicos incluem lesão por esforço repetitivo (LER), 
fadiga, dores musculares, hipertensão arterial, distúrbios do sono, diabetes, 
doenças nervosas, problemas digestivos, tensão, ansiedade, problemas de 
coluna, agressividade e outras doenças ainda desconhecidas. No mapa de 
riscos, esses agentes são identificados pela cor amarela (BRASIL, 1994). 
A ergonomia atualmente é regulamentada pela NR 17, cujo principal 
objetivo é estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das 
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, 
visando a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho efi-
ciente. As condições de trabalho abrangem aspectos relacionados a manuseio, 
transporte e descarga de materiais, mobiliário, equipamentos, condições am-
bientais no local de trabalho, bem como à própria organização do trabalho 
(BRASIL, 2018).
Riscos mecânicos
Os riscos mecânicos, também conhecidos como riscos de acidentes, são 
todos os fatores que representam perigo para o trabalhador ou que afetam 
sua saúde física ou mental durante o trabalho. Esses riscos são responsáveis 
por acidentes de origem mecânica que, quando não resultam em fatalidades, 
podem causar amputações, cortes, arranhões, queimaduras, choques elétricos, 
entre outros danos físicos. Além disso, esses acidentes também podem causar 
desconforto emocional e psicológico (BARSANO; BARBOSA, 2013).
Mattos e Másculo (2019) acrescentam que os riscos mecânicos são aqueles 
que resultam do contato físico direto entre o agente e a vítima, manifestando 
sua nocividade. Conforme Rojas (2023), esses agentes mecânicos incluem 
arranjos físicos inadequados, máquinas e equipamentos sem proteção, fer-
ramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, 
probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado e animais 
peçonhentos. Esses agentes serão sinalizados pela cor azul no mapa de riscos 
(BRASIL, 1994).
Ao longo desta seção, foram elucidados os conceitos fundamentais dos 
riscos ocupacionais, abrangendo as principais classificações existentes, como 
riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos. Na próxima 
Riscos ocupacionais6
seção, você lerá sobre algumas técnicas utilizadas para identificar e analisar 
esses riscos. Esses métodos e procedimentos ajudam a identificar os riscos 
presentes no local de trabalho, fornecendo uma base para o desenvolvimento 
de estratégias de prevenção e controle. 
Técnicas para identificar os riscos no 
ambiente de trabalho
Segundo Barbosa Filho (2015), para que medidas de segurança sejam alcan-
çadas, é preciso identificar os potenciais perigos presentes no ambiente e 
nas condições de trabalho, realizando intervenções controladas para ga-
rantir a prevenção adequada. Além disso, cabe às organizações acompanhar 
individualmente a saúde dos trabalhadores, levando em consideração as 
exigências e os estímulos enfrentados durante a atividade laboral. 
Antes de abordar a identificação dos riscos, é necessário destacar que 
a análise de riscos é apenas uma etapa do controle de riscos. Para Mattos e 
Másculo (2019), a gestão estratégica de uma organização tem, na gestão de 
riscos, um aspecto fundamental, cuja aplicação ocorre ao longo do desen-
volvimento e da implementação da estratégia. Um elemento-chave para uma 
gestão de riscos eficiente é a identificação e o tratamento adequado dos 
riscos. A organização deve realizar uma análise sistemática de todos os riscos 
associados às suas atividades passadas, presentes e futuras, incorporando 
essa prática à cultura organizacional. Além disso, é necessário estabelecer 
uma política efetiva e um programa liderado pela alta direção.
Segundo Rojas (2023), o gerenciamento de riscos envolve plane-
jamento, organização, direção e controle dos recursos humanos e 
materiais de uma organização, com o objetivo de minimizar os efeitos dos riscos 
ao mínimo possível. É um conjunto de técnicas que busca reduzir ao mínimo as 
perdas acidentais, focando no tratamento dos riscos que possam causar danos 
pessoais, ambientais e à reputação da empresa.
De acordo com Mattos e Másculo (2019), por meio do gerenciamento de 
riscos, devem ser estabelecidos critérios de avaliação e estrutura de análise, 
além de comunicados e consultados os colaboradores internos e externos em 
todas as etapas. A identificação dos riscos, determinando como, quando e por 
que podem afetar os objetivos, precede a análise dos controles existentes, das 
consequências e probabilidades. A avaliação, por sua vez, compara os níveis 
Riscos ocupacionais 7
estimados com critérios preestabelecidos, buscando equilibrar benefícios 
e resultados adversos. O tratamento dos riscos, por meio de estratégias de 
custo-benefício e planos de ação, visa a maximizar benefícios e minimizar 
custos. Em suma, o monitoramento e a análise crítica contínuos asseguram 
a manutenção das prioridades estabelecidas e a efetividade das medidas 
de tratamento.
Dessa forma, para dar início a um processo de gerenciamento de riscos, são 
necessárias a identificação e a análise de um problema; nesse caso, os riscos 
ocupacionais. A identificação e análise dos riscos engloba uma variedade de 
métodos e técnicas que objetivam identificar e avaliar os diferentes tipos de 
riscos, levando em consideração tanto sua natureza qualitativa quanto sua 
natureza quantitativa. Uma das principais finalidadesde uma análise de riscos 
é proteger os interesses da comunidade, do meio ambiente e da empresa 
em questão. Os resultados obtidos permitem a identificação do panorama 
dos riscos analisados, incluindo probabilidade de ocorrência, frequência e 
consequências (ROJAS, 2023).
Rojas (2023, p. 92) define análise de riscos como uma “análise integrada 
dos riscos inerentes a um determinado produto, sistema, operação, funciona-
mento, atividade, no contexto apropriado”. Para o autor, as técnicas utilizadas 
na identificação dos riscos visam a identificar o cenário, a frequência e as 
consequências dos riscos analisados. Na sequência, serão apresentadas as 
principais técnicas de identificação e análise de riscos. 
Técnica de incidentes críticos
Trata-se de uma técnica empregada para detectar falhas e condições inseguras 
que possam contribuir para a ocorrência de acidentes com lesões reais ou 
potenciais. É recomendada em situações que demandam uma identificação 
rápida de perigos ou não exigem técnicas mais complexas. O objetivo é identi-
ficar incidentes críticos para prevenir os riscos associados (RUPPENTHAL, 2013). 
Mattos e Másculo (2019) indicam que a aplicação da técnica consiste na 
utilização de uma amostra aleatória estratificada de colaboradores dos 
departamentos selecionados da empresa. O objetivo é obter uma amostra 
representativa das diferentes operações e categorias de risco. Durante a 
aplicação da técnica, um entrevistador conduz entrevistas com um grupo 
de pessoas, solicitando que relembrem e descrevam atos inseguros que 
tenham cometido ou presenciado, bem como condições inseguras que tenham 
chamado sua atenção dentro da organização. 
Riscos ocupacionais8
Análise preliminar de riscos (APR)
A análise preliminar de perigo (APP) é uma metodologia recomendada para 
a identificação de perigos e riscos presentes em atividades que envolvem 
substâncias perigosas, bem como a identificação de novos perigos e riscos 
que possam surgir devido a novos processos de produção. Por meio dessa 
técnica, é possível investigar eventos perigosos nas instalações, abrangendo 
tanto aspectos mecânicos como sistemas e operações de produção e manu-
tenção (ROJAS, 2023).
Essa técnica é empregada com o propósito de reconhecer origens de 
risco, suas consequências e ações corretivas simples sem necessidade de 
um detalhamento técnico, gerando tabelas de fácil compreensão. A APR é 
considerada como uma avaliação qualitativa inicial que é conduzida durante a 
fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema 
(MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Análise “what if?”
A técnica “what if?” (traduzido como “e se”) é uma forma geral e qualitativa 
de análise de fácil aplicação, cujo propósito é permitir uma primeira avalia-
ção para identificar riscos. Pode ser empregada no estágio de projeto, pré-
-operacional ou durante a produção. Os principais objetivos da técnica são 
reconhecer, por meio dos diagramas de fluxo disponíveis, os perigos presentes, 
identificar problemas nas operações, estabelecer relações entre diferentes 
ações de melhoria complementares que resultem em um nível aceitável de 
segurança e investigar minuciosamente possíveis desvios (RUPPENTHAL, 2013). 
Segundo Rojas (2023), essa técnica é desenvolvida a partir de questioná-
rios e checklists. O autor recomenda que os seguintes procedimentos sejam 
seguidos para a aplicação da técnica: 
1. formação de uma equipe para aplicação do questionário;
2. planejamento das atividades a serem desenvolvidas;
3. organização e apresentação da proposta em uma reunião;
4. criação do formulário;
5. aplicação do questionário. 
Riscos ocupacionais 9
Matriz de riscos
A matriz de riscos consiste em uma matriz em que se procura examinar as 
consequências da junção de duas variáveis. Um exemplo icônico de seu 
emprego é no contexto das reações químicas, em que são avaliados os im-
pactos decorrentes da união acidental de duas substâncias distintas (MATTOS; 
MÁSCULO, 2019).
Análise de modos de falhas e efeitos (FMEA)
Traduzida do inglês failure mode and effect analysis (FMEA), a análise de modos 
de falhas e efeitos pode ser entendida como uma ferramenta cujo objetivo 
é evitar falhas no projeto do produto ou do processo por meio da análise 
de possíveis falhas e de propostas de melhorias. O objetivo é identificar 
falhas antes da produção do produto. Para isso, realiza-se uma avaliação 
minuciosa, de natureza quantitativa ou qualitativa, do sistema e de seus 
componentes, com o intuito de identificar possíveis falhas em equipamentos 
ou sistemas, bem como os efeitos futuros para o sistema, o meio ambiente e 
os componentes em si. Além disso, é possível estimar taxas de falha e buscar 
implementar mudanças e alternativas para aumentar a confiabilidade do 
sistema (RUPPENTHAL, 2013). 
Análise da operabilidade de perigos (Hazop) 
Traduzida do inglês hazard and operability study (Hazop), a análise da opera-
bilidade de perigos é uma análise sistemática e estruturada de processos que 
pode ser aplicada desde as fases iniciais do projeto até as etapas operacionais 
e pós-operacionais. Essa abordagem é comumente utilizada na indústria de 
processos para identificar e avaliar falhas que possam resultar em riscos 
tanto para o pessoal envolvido quanto para os equipamentos utilizados no 
processo. Além disso, a Hazop também busca identificar falhas que possam 
prejudicar a eficiência operacional ou causar operações anormais (HERRERA 
et al., 2018). 
Se você deseja ver a aplicação de uma das técnicas abordadas, acesse, 
por meio do site da Associação Brasileira de Engenharia de Produção 
(Abepro), o artigo “Análise de riscos na atividade de poda de árvores na área 
urbana próximo a redes energizadas”, de Oliveira et al. (2017).
Riscos ocupacionais10
Nesta seção, você leu a respeito das principais técnicas empregadas para 
identificar e analisar os riscos presentes no ambiente de trabalho a fim de 
garantir a implementação de medidas de segurança adequadas. Agora, a 
atenção será direcionada para um aspecto igualmente relevante: o monito-
ramento dos riscos ocupacionais. Você verá a importância de acompanhar 
continuamente os riscos no local de trabalho para garantir a eficácia das 
medidas de controle adotadas.
A importância do monitoramento dos riscos 
ocupacionais
No dia a dia das empresas, podem ocorrer eventos indesejados, os quais 
podem ser previsíveis ou não. Para evitar esses eventos, reduzindo sua pro-
babilidade de ocorrência, é necessário que os gestores adotem práticas 
de prevenção e controle. Isso envolve a investigação minuciosa de todas 
as possibilidades de incidentes, acidentes e perdas a fim de compreender 
suas causas e efeitos. Além disso, é fundamental estabelecer uma cultura 
organizacional que promova a conscientização, participação e formação de 
hábitos voltados para a integridade, saúde e segurança. Essas práticas são 
essenciais para o efetivo gerenciamento dos riscos (BARBOSA FILHO, 2019).
De acordo com a NR 01, é de responsabilidade da organização implementar 
o gerenciamento de riscos ocupacionais por unidade operacional, setor ou 
atividade (BRASIL, 2020). Ainda, as ações devem compor um Programa de 
Gerenciamento de Riscos (PGR). Após a identificação, análise e classificação 
dos riscos, a empresa deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir 
ou controlar os riscos identificados. Na sequência, deve-se definir um plano 
de ação com cronograma e as formas que as medidas serão acompanhadas 
e aferidas para mensurar os resultados. 
De forma complementar, a NR 09 define os critérios para analisar as ex-
posições profissionais a elementos físicos, químicos e biológicos quando 
mencionados no PGR, conforme especificado na NR 01. Também fornece 
orientações sobre as medidas preventivas relacionadas aos riscos ocupacio-
nais. O plano de ação deve conter as medidas de prevenção e controle das 
exposições ocupacionais (BRASIL, 2021).
Para Moraes (2022), as organizações com alto potencial de risco devemadotar medidas específicas para emergências de grande magnitude. O autor 
cita alguns exemplos de situações que merecem uma atenção maior, como 
vazamentos significativos de substâncias químicas perigosas, armazenamento 
Riscos ocupacionais 11
de grandes quantidades de materiais inflamáveis ou explosivos e risco de 
rompimento de barragens devido a chuvas intensas na região. 
Uma forma de monitorar e acompanhar a gestão de riscos é por meio 
de auditorias. Barbosa Filho (2019) afirma que existe a crença de que estar 
sujeito a uma auditoria implica suspeitas de conduta inadequada e até mesmo 
ocultação de informações. Em outras palavras, uma auditoria visa a verificar 
se as atividades planejadas para atender a uma especificação estão sendo 
realizadas de forma satisfatória e se representam o melhor que pode ser 
feito nesse contexto. Além disso, a auditoria proporciona uma oportunidade 
para identificar e implementar melhorias no sistema de controle. Os efetivos 
objetivos de uma auditoria incluem (BARBOSA FILHO, 2019, p. 406):
1. Determinar a conformidade ou não com a especificação.
2. Determinar a eficácia do SSST implementado no atendimento dos objetivos 
especificados.
3. Prover ao auditado, oportunidade de melhoria.
4. Atender aos requisitos regulamentares.
5. Avaliar uma organização visando estabelecer uma relação contratual, inclusive 
no caso de fusões ou aquisições.
6. Verificar a continuidade do SSST aos requisitos especificados e a sua evolução 
na organização ou nas contratadas.
7. Avaliar o SSST em face de uma norma de sistema de SST.
Avaliar as condições de segurança e saúde no trabalho é de extrema 
importância. Uma das formas de monitorar os riscos é por meio 
de auditorias ou vistorias. Para isso, podem ser utilizadas checklists a fim de 
verificar as não conformidades presentes no local com base nas NRs. 
Castro e Okawa (2016) apresentam a checklist aplicada em uma indústria 
alimentícia que atuava no mercado há 12 anos e contava com um quadro de 104 
colaboradores. Veja, a seguir, algumas das perguntas avaliadas.
1) Os trabalhadores estão expostos a agentes físicos?
2) Os trabalhadores estão expostos a agentes biológicos?
3) Os trabalhadores estão expostos a agentes químicos?
4) Há transporte manual de carga no local?
5) Todas as máquinas e equipamentos têm proteção?
6) O local é insalubre?
Ao longo da aplicação, deve-se, para cada pergunta, responder “Sim”, “Não” 
ou “N/A”, que corresponde ao que não se aplica, além de ser possível inserir 
observações.
Para conferir as outras perguntas e os resultados encontrados no estudo, 
acesse-o na íntegra.
Riscos ocupacionais12
O profissional de segurança desempenha um papel importante na reali-
zação de inspeções e monitoramentos regulares, especialmente no ambiente 
industrial. Esses monitoramentos incluem a medição dos níveis de contamina-
ção química no ar e a exposição física a ruídos, vibração e radiação. Embora 
o higienista industrial geralmente seja responsável pelo monitoramento, 
o profissional de segurança também participa dessa tarefa. Em algumas 
situações, é necessário realizar o monitoramento médico individual. Nesse 
caso, o médico do trabalho lidera o processo, enquanto o profissional de 
segurança fica encarregado dos aspectos administrativos e da manutenção 
dos registros do programa (LADOU; HARRISON, 2016).
Por fim, a NBR ISO 31000:2018 (ABNT, 2018) afirma que o processo de gestão 
de riscos envolve a aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práti-
cas de gestão para as atividades de comunicação, consulta, estabelecimento 
do contexto e identificação, análise, avaliação, tratamento e monitoramento 
dos riscos. O monitoramento é realizado de forma contínua para identificar 
mudanças no nível de desempenho requerido ou esperado. Pode ser aplicado 
à estrutura da gestão de riscos, ao processo, ao risco ou ao controle.
Neste capítulo, foram explorados os riscos ocupacionais, com destaque 
para sua definição e as classificações e técnicas para identificação e análise 
no ambiente de trabalho. Além disso, foi ressaltada a importância dos pro-
gramas de gerenciamento de riscos, que incluem o monitoramento constante 
desses riscos. O conhecimento adquirido por meio da leitura deste material é 
de suma importância para você, aluno-leitor, na medida em que proporciona 
uma compreensão sobre a importância de reconhecer, avaliar e controlar os 
riscos ocupacionais no ambiente laboral. Ao aplicar esses conceitos, você 
estará capacitado a contribuir para a promoção de um ambiente de trabalho 
mais seguro e saudável.
Referências
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Leitura recomendada
EQUIPE ATLAS. Segurança e medicina do trabalho. 88. ed. Barueri: Atlas, 2022.
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