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Metodologia de Auditoria Apresentação Um método nada mais é do que os passos a serem seguidos para atingir determinado objetivo. Qualquer atividade profissional, por mais simples que seja, demanda conhecimento técnico para que as ações sejam realizadas. Na profissão de auditoria não é diferente – alguns passos importantes devem ser seguidos para que o trabalho de auditoria seja adequado. Embora não haja uma "receita de bolo" para todas as áreas auditadas, os profissionais devem estar atentos desde a escolha e o planejamento dos trabalhos, para que possam obter bons resultados. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais métodos utilizados no trabalho de auditoria. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Criar o plano de auditoria.• Elaborar escopo e amostragem.• Identificar os riscos das principais áreas das empresas e os controles suscetíveis a erros e fraudes. • Desafio Fatores como crise, fragilidades em controles e assédio de agentes corruptores são situações que fomentam a possibilidade de fraudes nas empresas. Por vezes, embora haja um ambiente de controles adequados, os fraudadores conseguem burlar históricos, manipular informações e forjar documentos para saldar ou esconder as irregularidades. Imagine que você trabalha na área de auditoria da empresa JGM Ind. Met. Ltda. e recebeu uma demanda através do canal de denúncias. Os relatos não deram detalhes sobre o ocorrido, apenas informavam a existência de práticas antiéticas na área de contas a receber da empresa, e que estas práticas estavam gerando prejuízos para a organização em função de um conluio entre o representante de vendas e um funcionário da área de contas a receber. Sendo assim, identifique os pontos de risco da área de contas a receber e cobrança. Delimite o escopo e descreva a amostra inicial que será selecionada para a realização dos testes. Infográfico Há inúmeros riscos dentro de estrutura de negócios, e cada um deles irá demandar uma análise diferente. Estas análises devem estar relacionadas à área de atuação e aos processos das empresas. Porém, algumas áreas e riscos são comuns à maioria dos negócios. Neste Infográfico, você irá conhecer os riscos e análises correspondentes às áreas que são comuns em diversas empresas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro A elaboração de uma matriz de riscos é uma das principais ferramentas metodológicas utilizadas pelos auditores no trabalho de combate aos perigos que "rondam" os negócios e também para direcionar os esforços em relação à destinação de recursos para execução de trabalhos em campo. No Capítulo Metodologia de auditoria, da obra Auditoria, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você poderá aprofundar seus conhecimentos a cerca da matriz de riscos e outras ferramentas. Boa leitura. AUDITORIA João Guterres de Mattos Metodologia de auditoria Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Criar o plano de auditoria. � Elaborar escopo e amostragem. � Identificar os riscos das principais áreas das empresas e os controles suscetíveis a erros e fraudes. Introdução Um método nada mais é do que os passos a serem seguidos para atingir determinado objetivo. Qualquer atividade profissional, por mais simples que seja, demanda conhecimento técnico para que as ações sejam realiza- das. Na profissão de auditoria não é diferente – alguns passos importantes devem ser seguidos para que o trabalho de auditoria seja adequado. Embora não haja uma “receita de bolo” para todas as áreas auditadas, os profissionais devem estar atentos desde a escolha e o planejamento dos trabalhos, para que possam obter bons resultados. Neste texto, você vai estudar os principais métodos utilizados no trabalho de auditoria. Riscos Risco é sinônimo de perigo, e esse termo, aplicado ao mundo corporativo e empresarial no geral, via de regra, representa perdas financeiras. É prática repudiada por qualquer administração de qualquer empresa. A auditoria, no papel de guardiã do patrimônio empresarial, tem por regra direcionar seus esforços na identificação, combate e mitigação dos riscos que cercam as empresas. Uma das principais ferramentas metodológicas, utilizadas pelos auditores no trabalho de combate aos perigos que giram em torno dos negócios e também para direcionar os esforços em relação à destinação de recursos para execução de trabalhos em campo, é a elaboração de uma matriz de riscos. Essa matriz é um documento elaborado pelos auditores, por vezes em conjunto com espe- cialistas ou consultores empresarias, na qual são determinados os principais pontos de ruptura nos processos e os respectivos impactos de ocorrências inesperadas nesses pontos. A matriz de risco pode ser global ou localizada, ou seja, você pode criar uma trilha de riscos incorporando todos os fatores e processos empresariais, ou elaborar um cruzamento de perigos de uma área específica. A necessidade irá determinar o melhor método, no entanto, cabe salientar que é recomendável a aplicação do método global, pois com ele é possível ter uma visão do todo e evitar combinações de riscos que possam gerar grandes impactos para os negócios da empresa. Veja, na Figura 1, um exemplo de matriz de risco localizada. Auditoria2 Figura 1. Matriz de risco localizada. Fonte: Adaptada de Maffei (c2017). 3Metodologia de auditoria Inicialmente criada como National Commission on Fraudulent Financial Reporting (em português Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros), essa comissão era formada por representantes das principais associações de classes de profissionais ligados à área financeira. O primeiro objeto de estudo da comissão foram os controles internos das empresas. Posteriormente, essa comissão se tornou um comitê e passou a se chamar Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO), em português Comitê das Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway. A COSO é uma organização sem fins lucrativos, dedicada a melhoria dos relatórios financeiros, sobretudo pela da ética e efetividade na aplicação, bem como pelo cum- primento dos controles internos. É patrocinada pelas cinco das principais associações de classe de profissionais ligados à área financeira nos Estados Unidos. Em decorrência da globalização e padronização internacional das técnicas de au- ditoria, as recomendações da COSO, relativas aos controles internos, bem como seu cumprimento e observância, são amplamente praticadas e tidas como modelo e referência no Brasil e na maioria dos países do mundo. Os riscos geralmente são classificados como baixo, médio e alto. Há diversos critérios de classificação, as auditorias independentes, por exemplo, se baseiam em orientações da COSO para determinar a criticidade de alguns riscos. Po- rém, um critério bastante usual e funcional está relacionado à materialidade e à postura ética. Por exemplo, quanto maior o impacto para os negócios da empresa, ou do processo, maior a criticidade do risco. Conheça alguns riscos gerais vinculados as principais áreas, que são comuns a quase todas as empresas: � Compras ■ Supervalorização dos preços de compra. ■ Contratação de produtos e serviços sem necessidade. ■ Combinação de preços. ■ Compras sem aprovação ou segregação. ■ Compras de familiares ou laranjas com objetivo de obter vantagens alheias a empresa. ■ Concentração de compras em um único fornecedor, gerando depen- dência e riscos para o negócio. ■ Compras sem cotações em mais de um fornecedor, perdendo opor- tunidade de gerar ganhos financeiros para a empresa. Auditoria4 � Vendas ■ Pagamento indevido de comissões. ■ Vendas fictícias. ■ Descontos demasiados. ■ Prazo de pagamento muito extenso. � Financeiro ■ Pagamentos em duplicidade. ■ Pagamentos sem nota fiscal. ■ Concessões de adiantamentos sem o devido acompanhamento/ desconto. ■ Baixas de clientes sem contrapartida em banco (conluio financeiro – cliente). ■ Criação de contas a receber fictício para manipular os resultados da empresa. � Logística ■ Supervalorização no custo de fretes. ■ Desvios de mercadorias nos transportes. ■ Fretes fictícios, ou seja, sem uma entrega física vinculada. Plano de auditoria Um plano de auditoria deve ser direcionado à cobertura dos riscos de negó- cios, portanto, é primordial que ele esteja alinhado com a matriz de riscos da empresa, pois irá determinar o cronograma de trabalho dos auditores e, ao mesmo tempo, demonstrar a alta administração da empresa que o trabalho dos auditores minimizará as perdas e, por vezes, potencializará os ganhos da entidade. O plano anual de auditoria não é restrito a auditoria contábil, ou seja, ele é aplicável a qualquer auditoria, porém é impreterível a presença de uma equipe de auditoria operacional, que geralmente está vinculada a empresa na forma de auditores internos. Diversos fatores devem ser considerados na construção de um plano de auditoria, um deles é a materialidade, em que os riscos e suas criticidades são avaliados e as prioridades são elencadas de forma a evitar perdas. Outro fator importantíssimo na construção de um plano é o histórico de problemas, que deverá ser considerado, pois as áreas que já apresentaram falhas ou fraudes, via de regra, são suscetíveis a recorrências e devem ser apuradas pela auditoria. 5Metodologia de auditoria Áreas de alto risco, como financeiro, compras e vendas, quase sempre estão presentes nos cronogramas anuais de trabalho dos auditores. Além disso, o planejamento deve contemplar demandas do ano anterior e reservar espaço para o atendimento das novas demandas. Veja, agora, outras informações importantes relativas ao plano de auditoria: � Não é uma ferramenta utilizada para controlar orçamento da equipe de auditoria. � Deve-se observar os recursos humanos disponíveis na equipe e espe- cialidades de cada auditor para atribuir os trabalhos durante o ano. � É recomendável que a equipe tenha um time sheet de acompanhamento das horas gastas em auditoria, esse fator contribuirá com a construção do plano e do cronograma de auditoria. � Ajustes podem ser realizados durante o ano, e é recomendável que demandas éticas sejam priorizadas no cronograma. � É recomendável que o plano seja fechado com a alta administração da empresa, porém a construção é de competência da auditoria. � Não é recomendável que esse plano seja divulgado às áreas de negócio, ele deve ser restrito à equipe de auditoria e a alta administração. A divulgação dessas informações poderá comprometer os resultados dos trabalhos durante o exercício. Escopo e amostragem Por definição, escopo é o somatório de tudo que se pode referir a um projeto, logo, se tratando de uma auditoria, é possível dizer que a abrangência do trabalho, bem como seus resultados estão diretamente vinculados à forma- tação do escopo. Um exemplo bastante claro de escopo é a determinação de quais plantas de uma determinada empresa serão auditadas. Esse processo de avaliação e determinação de foco é muito utilizado por auditorias inde- pendentes, em que, utilizando uma série de critérios, como materialidade da planta, representatividade dos produtos e outros riscos, definem-se as plantas que serão auditadas, ou seja, o escopo inicial do trabalho. Na prática, trata-se de uma abordagem macro de um trabalho de audito- ria, por exemplo, se o auditor for realizar uma auditoria na área financeira da empresa, ele primeiro irá determinar qual a área alvo, pois há diversos subprocessos dentro da área. Ele poderá realizar uma auditoria em tesouraria, gestão de caixa, contas a pagar, contas a receber e outros. Determinando a área Auditoria6 alvo e os processos que serão avaliados, você terá estabelecido um escopo e, com ele, uma expectativa de resultados. A determinação do escopo dependerá do objetivo do trabalho, se for ape- nas um trabalho de cobertura de plano de auditoria, você deve se apoiar nos riscos vinculados à área para determinar o escopo. Caso for um trabalho de apuração de desvio ético, você deve formatar o escopo de acordo com o teor da denúncia e direciona-lo para o resultado que deseja obter. Em termos metodológicos, após estabelecer o escopo, inicia-se a aplicação de uma segunda técnica extremamente difundida na profissão auditoria: a coleta de dados e seleção de amostras. É importante dizer que, antes de coletar os dados, o auditor irá realizar a abertura do trabalho com os auditados e coloca-los a par, superficialmente, do escopo do trabalho. A norma brasileira NBC TA 530 define amostragem em auditoria (CFC, 2009, documento on-line) como: [...] aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite ao auditor concluir sobre toda a população. O planejamento de uma amostra é parte extremamente importante no trabalho do auditor e pode determinar o resultado do trabalho, portanto, antes de qualquer coisa, você deve saber que a amostra precisa considerar acima de tudo os objetivos da auditoria. A base selecionada precisa ser suficiente e adequada para estender-se a massa de dados, além d e permitir que o auditor emita um parecer assertivo sobre toda a base, mesmo tendo analisado parte dela. Esse método é conhecido como amostragem estatística. Há, também, a possibilidade da amostra não ser estatística, nesse caso, caberá a o auditor determinar o range de dados que será analisado, baseado em seu conhecimento tácito ou técnico a respeito da massa de dados, da enti- dade e do processo que será auditado. No entanto, cabe salientar que algumas correntes defendem que definições de amostras, como valores acima de X reais ou com prazo acima de Y dias, não podem ser considerados literalmente como amostras, uma vez que, tecnicamente, não concedem a mesma chance para todos os dados do universo disponível para análise. Todavia, essa técnica é bastante utilizada e efetiva, já que visa a atingir itens de maior representa- tividade, valorizando o fator materialidade. As amostras são selecionadas a partir de uma população, que é um termo bastante difundido na matemática e também na estatística. A população re- 7Metodologia de auditoria presenta o universo de dados a serem analisados, ou seja, se em seu trabalho você analisar todos os dados de uma tabela, você não estará trabalhando em uma amostra, mas sim na população. Cada item que compõe a população é conhecido como unidade de amostragem. A população pode ser dividida em unidades de amostragem de diversos modos. Outra técnica bastante interessante é a estratificação da população, ou seja, você pode quebrar o volume de dados utilizando critérios estabelecidos por você, em seu papel de auditor, desde que sempre observando os objetivos da auditoria. Assim, dentro desses subgrupos, você pode aplicar técnicas de sele- ção de amostras, potencializando a cobertura da população. Veja um exemplo: Você está realizando um trabalho de auditoria na área de compras de uma empresa que opera em todos os estados do Brasil. Você precisa fazer uma seleção de pedidos para analisar se todos estão aprovados e com preços adequados, antes de selecionar a amostra, utilizando critérios de seleção estatísticos, você poderá desmembrar essa população em cinco subgrupos: regional sul, norte, nordeste, sudeste e centro-oeste. Dessa forma, todos os estados do Brasil serão contemplados na sua análise. Cabe salientar que toda a seleção de amostra possui riscos e erros toleráveis e esperados. É papel do auditor explorar esses riscos e erros. Além disso, é importante que o tamanho da amostra seja suficiente para determinar o resultado dos testes, ou seja, deve ter material o suficiente e abrangero maior número de variáveis possíveis, para poder ser considerada válida. Veja a seguir mais alguns conceitos relativos à seleção de amostragem. � Seleção aleatória: é o método mais comum de seleção de amostras e tem como intuito assegurar que todos os dados da população tenham a mesma chance no processo de seleção. � Seleção sistêmica: é a seleção que observa uma constante dentro da massa de dados. � Seleção direcionada: é utilizada quando o auditor busca dados espe- cíficos dentro de uma população, é muito comum em casos em que há indícios de fraudes advindas de denúncias. Auditoria8 Conheça também outros conceitos de técnicas de auditoria, utilizadas no dia a dia dos auditores. � Revisão análitica: é a verificação analítica que tem como princípio o estudo comportamental dos dados, identificando inconformidades por meio de discrepâncias e oscilações. Não tem como finalidade a verificação de cálculos, esta é uma outra técnica. � Testes de observância e substantivos: são testes complementares que, quando realizados em conjunto, tornam-se uma ferramenta bastante efetiva na identificação de inconformidades. O teste de observância visa à obtenção de uma resposta a cerca da correta realização de um procedimento, já o substantivo tem a finalidade de confirmar a vera- cidade dos dados apresentados pelo auditado. � Correlação: advém do método das partidas dobradas e tem como finalidade analisar a razoabilidade das transações realizadas pelos au- ditados, o teste de documentação é uma técnica diferente da correlação. � Circularização de saldos: a validação de saldos com circularização é uma técnica muito usada por auditores independentes. Não é comum em um trabalho de auditoria operacional, pois as informações necessárias para averiguação dos saldos estão disponíveis para o auditor nos sistemas e controles internos, por exemplo, o auditor envia uma correspondência a um fornecedor para validar se os dados informados na contabilidade estão corretos, e o que ele tem a receber do auditado procede. 9Metodologia de auditoria CFC. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade CFC nº 1.222, de 27. nov. 2009. Aprova a NBC TA 530 - Amostragem em Auditoria. Disponível em: <http://www.nor- maslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1222_2009.htm>. Acesso em: 30 jun. 2022. MAFFEI, José Luiz G. Gestão de riscos – COSO. [S.l.]: De Lorenzi & Maffei, c2017. Disponível em: <http://delorenzimaffei.com.br/site/index.php? option=com_ content&view=article&id= 108&Itemid=92>. Acesso em: 01 jan. 2017. Leituras recomendadas CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. WIKIPÉDIA. COSO. [S.l.], 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/COSO>. Acesso em: 01 jan. 2017. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Auditoria10 Dica do professor O avanço tecnológico é notório em todas as áreas profissionais de uma empresa, o que se observa também na área de auditoria. Ao longo dos anos, aperfeiçoamentos foram requeridos na metodologia de trabalho dos auditores, a fim de atender ao crescente volume de dados gerados pelas empresas. Neste sentido, foram desenvolvidas técnicas para avaliação de dados em massa, com baixo custo e alto grau de assertividade. Nesta Dica do Professor, conheça as principais técnicas de avaliação de dados em massa, que fazem parte do dia a dia de uma equipe de auditoria. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/19b6658b714e5ca0e2c2c1e353ff3a16 Exercícios 1) Marque a opção correta em relação ao plano anual de auditoria. A) O plano de auditoria é aplicável apenas no caso de auditoria contábil, pois trata-se da seleção das contas contábeis que serão averiguadas nos trabalhos durante o ano. B) O plano de auditoria deve ser, impreterivelmente, pautado pelo princípio da materialidade, ou seja, prevendo cobertura apenas às áreas e plantas da empresa, que representam mais de 25% da receita da organização. C) A auditoria é uma área que opera de forma detectiva-corretiva. Assim, o plano de auditoria anual nada mais é do que um cronograma que organiza as demandas que não foram atendidas no ano anterior, destinando recursos (pessoas) para atendimento de novas demandas que surgem da alta administração e outros canais. D) Históricos de fraudes, fatores de risco e demandas especiais são fatores-chave a considerar na construção do plano de auditoria. E) O plano de auditoria diz respeito à formação orçamentária da área. Neste documento serão orçadas as despesas com os trabalhos, incluindo viagens, reajustes e premiação por desempenho ou success fee. 2) Assinale a alternativa que melhor representa o conceito de escopo e amostragem de auditoria. A) A amostra estatística deve ser utilizada quando os dados do conjunto analisado apresentam características homogêneas. B) A população é o resultado obtido após a seleção da amostra e a aplicação dos testes. C) As amostras devem ser representativas, tendo em vista a população, e sempre aleatórias. D) A amostra aleatória observa um intervalo constante dentro da massa de dados. E) Se aplicado o método de seleção por amostragem aleatória randômica, o nivel de confiança será de 100%, ou seja, sem margens de erro. 3) Assinale a alternativa correta em relação à metodologia e à técnica de auditoria operacional. A) A circularização de clientes e fornecedores para validar os saldos das contas contábeis é a principal técnica da auditoria operacional. B) A correlação é uma técnica muito utilizada pelo auditor; é através dela que avalia-se a documentação física arquivada na empresa. C) A revisão analítica tem como finalidade revisar os cálculos financeiros utilizados para apresentar os ganhos de um projeto. D) A contagem física é um dos principais métodos utilizados na auditoria para validar a existência do ativo e identificar fraudes. E) Quando realizar um teste de observância, não há necessidade de realizar um teste substantivo, e vice-versa. 4) Assinale a alternativa correta em relação à metodologia de auditoria. A) Ao selecionar uma amostra, o auditor deve considerar os objetivos específicos da auditoria e ponderar erros toleráveis e esperados. B) O processo de estratificação é utilizado na formação de escopo para determinar a população da auditoria. C) O plano de auditoria deve ser discutido com os gerentes das áreas no início de cada exercício, para que o cronograma de trabalho seja de conhecimento de todos os gerentes da empresa. D) O fator-chave para a determinação do tamanho da amostra é o tamanho da população. Quanto maior a quantidade de dados na população, maior a amostra. E) O controle interno substitui a necessidade de realizar testes substantivos. 5) Considerando as informações a seguir, assinale a alternativa que representa maior risco de fraude financeira e, portanto, demanda atenção especial do auditor em um trabalho de auditoria operacional na área de vendas da empresa. A) Baixa produtividade da equipe. B) Atrasos na entrega dos pedidos. C) Reconhecimento da receita. D) Rentabilidade de produtos. E) Condição de pagamento e descontos. Na prática As perdas por fraudes, desvios, manipulações e outras ações ilícitas têm assombrado o corpo empresarial brasileiro há anos. Elas se manifestam de diversas formas, como tráfico de informação, sonegação, roubos e furto. Porém, no Brasil, uma das operações em maior evidência é a oferta de propina. A propina é uma prática bastante difundida no mundo corporativoe também em pequenos negócios, sendo muito efetiva e de difícil identificação, embora estejamos falando de uma operação estruturada para beneficiar alguns integrantes do ciclo composto por agente corrupto e corruptor. A auditoria interna opera como parceira dos negócios e até mesmo da população na averiguação pericial dessas potenciais fraudes. Valendo-se de conhecimento técnico e metodologia de trabalho, pode identificar irregularidades. Em 2014, ainda no início da operação Lava Jato, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou executivos das empresas Petrobrás e Construtora Norberto Odebrecht devido a falhas no processo licitatório de ativos da empresa no Brasil e no exterior. Esta denúncia foi motivada e amparada por um trabalho realizado pela equipe de auditoria interna da própria Petrobrás, que, durante as averiguações, aplicou testes que culminaram na constatação de uma série de irregularidades. A Petrobrás se manifestou publicamente a respeito do fato, após a imprensa divulgar a denúncia realizada do MPRJ, informando que após os apontamentos de sua auditoria interna, o contrato com as supostas irregularidades foram renegociados, observando as recomendações da auditoria interna. Estes fatos demonstram na prática a importância de um trabalho de auditoria, da aplicação de técnicas para apuração dos fatos e da dimensão que um relatório de auditoria pode tomar. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Caso Enron e Governança Corporativa "Enron" era a sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de energia do mundo. Este vídeo apresenta um pequeno relato sobre este caso e aborda práticas de Governança Corporativa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE INTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 11 - IT - 07 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA Veja aqui as NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE INTERPRETAÇÃO TÉCNICA Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O QUE É O RISCO DE AUDITORIA? Entenda mais sobre OS RISCOS DE AUDITORIA Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/Txkufo1J7aw http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t1107.htm https://portaldeauditoria.com.br/o-que-e-o-risco-de-auditoria/ Etapas da Auditoria Apresentação As informações de um trabalho de auditoria tendem a ser relevantes para os negócios das empresas e, por vezes, podem alterar estruturas e processos. Dada a relevância do tema, faz-se necessária a formalização de todos os testes realizados, os quais devem ser de extrema qualidade técnica e sigilosos. É parte do trabalho de um auditor recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da identificação de algumas inconformidades encontradas na etapa de testes. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as práticas de elaboração dos papéis de trabalho de auditoria, os principais testes e verá recomendações de melhorias no ambiente de controles. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar os principais riscos e controles internos aplicáveis.• Elaborar papéis de trabalho.• Realizar testes nas principais áreas da empresa.• Desafio Segundo reportagem publicada pela revista VEJA em dezembro de 2016, uma das principais empresas de auditoria do mundo, a big four DELOITTE, fechou acordo bilionário para encerramento de acusações junto aos órgãos reguladores, em relação a possíveis manipulações e ocultações de fatos materiais, durante os trabalhos realizados em seus clientes brasileiros, entre eles a famosa empresa aérea Gol. O PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board) constatou que alguns dos papéis de trabalho relacionados às auditorias realizadas na Gol e na TNL estavam com data de salvamento eletrônico posterior à conclusão dos respectivos serviços prestados. Diante dos fatos, a empresa de auditores independentes realizou uma autodenúncia junto aos órgãos reguladores e, entre as irregularidades praticadas, citou a alteração de informações relativas às receitas de passagens aéreas da empresa Gol. Diante dos fatos apresentados, cite os principais parâmetros relativos à elaboração dos papéis de trabalho. Infográfico O papel de trabalho é uma das ferramentas mais importantes no trabalho do auditor. Esse instrumento é utilizado como um guia e, ao final do trabalho, deve amparar os resultados obtidos. Nesse instrumento, são inseridas as informações mais importantes do trabalho e, dessa forma, permite que o trabalho do auditor seja devidamente avaliado ao término da auditoria. No infográfico, conheça alguns dos fundamentos relacionados aos papéis de trabalho da auditoria. Conteúdo do livro É bastante comum, principalmente em se tratando de auditorias independentes, a realização de uma etapa de auditoria chamada walkthrough. Trata-se de uma etapa inicial do trabalho, em que os auditores realizam uma avaliação sobre o ambiente de controles e também avaliam se as transações e os processos estão ocorrendo conforme informado pelos auditados. Acompanhe esse conteúdo no capítulo "Etapas de auditor", base teórica desta Unidade de Aprendizagem. AUDITORIA João Guterres de Mattos Etapas da auditoria Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar os principais riscos e controles internos aplicáveis. Elaborar papéis de trabalho. Realizar testes nas principais áreas da empresa. Introdução As informações de um trabalho de auditoria tendem a ser relevantes para os negócios das empresas e, por vezes, podem alterar estruturas e processos. Dada a relevância do tema, é necessário que haja uma formalização de todos os testes realizados, os quais devem ser de ex- trema qualidade técnica e sigilo. É parte do trabalho de um auditor recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da identificação de inconformidades encontradas na etapa de testes. Neste texto, você vai estudar as práticas de elaboração dos papéis de trabalho de auditoria e os principais testes e recomendações de melhorias no ambiente de controles. Iniciando uma auditoria Riscos e controles A avaliação dos riscos é uma das principais etapas do processo de auditoria, pois, embora a empresa auditada já tenha constituída uma matriz de riscos, o auditor deve iniciar o trabalho revisando, junto aos auditados, se não há alterações relevantes no processo que culminaram na extinção ou criação de novos riscos que não estavam previstos inicialmente na matriz. Em con- trapartida, deve-se verifi car a existência de controles internos, sejam eles formais ou informais, que possam mitigar esses riscos. Alguns riscos são comuns a diversas empresas, pois estão vinculados a processos chave para o funcionamento de uma estrutura de pessoa jurídica, por exemplo, os riscos vinculados à área fi nanceira, vendas, compras e fi scal. Na área financeira, existem riscos de manipulação de saldos bancários, de desvios de dinheiro, fraudes em baixa de títulos de clientes e risco operacional por falhas nos processos de pagamentos, o que gera passivos de juros indevidos. O auditor deverá averiguar a existência de controles mitigatórios para esses riscos e, não identificando mecanismos que mitiguem ou ao menos minimizem esses riscos, deverá trabalhar fortemente em evidências que demonstrem a materialização do risco. Caso essas evidências existam, deve demonstrar a empresa a importância de controlar esses pontos chaves da área financeira, a fim de evitar reincidência de perdas. Ao final do trabalho, o auditor deve recomendar a criação ou aprimoramento desses controles. Já em relação à área de vendas, compras e fiscal, há riscos de manipu- lação nos cálculos de comissões para os vendedores, concessões comerciaisindevidas, concessões indevidas de adiantamento, compras superfaturadas ou sem necessidade, além de sonegações fiscais. Para esses riscos, é preciso avaliar se existem controles de acompanhamento ou revisão analítica de pagamentos de comissões, segregação de função e estrutura hierárquica na aprovação de condições comerciais diferenciadas e nas compras, bem como verificar a existência de mecanismos de avaliação dos níveis de estoques antes de realizar compras e também garantir que haja uma concorrência saudável entre os fornecedores. Já na área fiscal, é recomendável a existência de um controle de conciliação sobre o fluxo de notas de entradas e saída com as respectivas obrigações fiscais sobre esses eventos. A exemplo do que ocorre com a área financeira, se não constatar a falta de mecanismos semelhantes a estes, nas áreas que você for realizar auditoria, há forte tendência de encontrar desvios nos processos. Ao Auditoria 80 final do trabalho, o auditor poderá recomendar a implantação desses controles, a fim de equilibrar a balança risco x controles da empresa. Walkthrough É bastante comum, principalmente em se tratando de auditorias independentes, a realização de uma etapa de auditoria chamada de walkthrough. Trata-se de uma etapa inicial do trabalho, em que os auditores realizam uma avaliação sobre o ambiente de controles e avaliam se as transações e processos estão ocorrendo conforme informado pelos auditados. Nessa etapa, pode-se averiguar também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria, como processos extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo. O auditor pode obter as respostas que busca no walkthrough questionando os usuários sobre o fluxo do processo e, assim, reavaliando os pontos de riscos, mas também pode realizar testes com amostras reduzidas para confirmar se os controles de fato estão funcionando. Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um termômetro para o auditor avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados. Porém, se tratando de auditorias independentes, a etapa de walkthrough é determinante para o andamento do trabalho e, se um controle apresentar falha nessa etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo terá a prer- rogativa, por metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes. A alternativa neste caso, tanto da área auditada como da auditoria interna, é apresentar aos auditores independentes uma lista de controles de contingência, que servem como mitigadores dos riscos vinculados aos controles negativados na etapa de walkthrough. Como citado anteriormente, essa etapa da auditoria também é utilizada por auditores internos e serve como termômetro para avaliação inicial dos controles e aderência a normas. Embora não sigam exatamente os mesmos padrões e formalidades utilizadas por um auditor externo, os auditores internos também realizam o walkthrough para mapear riscos e iniciar o processo de avaliação de controles. Porém, ao contrário do que ocorre em trabalhos de auditorias externas, o auditor não irá negativar o os controles em função da falha inicial das primeiras amostras. Para um auditor interno, uma falha em testes de walkthrough representa um sinal de alerta e, a partir dessas informações, ele pode direcionar os esforços para identificar as causas e possíveis perdas que estão ocorrendo no processo. 81Etapas da auditoria Papéis de trabalho Todo o trabalho de auditoria deve, impreterivelmente, estar embasado em evidências, que, via de regra, são classifi cadas em evidências de fi nalidade e evidências de natureza. Uma evidência pode ser formada por um dado ou informação, seja ela documental ou não documental, mas, também, pode ser formada por um conjunto de informações, que correlacionadas demonstram a existência de fatos anormais ou até mesmo apontam e demonstram fraudes. Para formação de evidências, existem estruturas organizadas dentro de um trabalho de auditoria, que são denominados papéis de trabalho. Nos papéis de trabalho todas as informações relevantes encontradas ao longo do caminho são arquivadas para garantir a salvaguarda dos dados e amparar a opinião do auditor. Lembre-se que o parecer do auditor (interno ou externo) pode impactar de forma relevante, tanto o processo auditado como, dependendo da relevância do problema identificado, a continuidade das operações empresariais. Dessa forma, pode-se dizer que a arquitetura de dados, estruturada para amparar o resultado de uma auditoria, é de fundamental importância no tra- balho do auditor, esses documentos podem inclusive ser solicitados em juízo, como prova em possíveis ações cíveis, trabalhistas ou até mesmo criminais, que podem ocorrer como eventos subsequentes a um trabalho de auditoria. Portanto, veja a seguir algumas características acerca dos objetivos e finalidade dos papéis de trabalho: Objetivos ■ Apoiar a organização dos testes e emissão de parecer. ■ Arquivar as evidências. ■ Proporcionar consultas rápidas sobre os dados analisados e raciocínio de testes. ■ Possibilitar revisões sobre os testes realizados. ■ Possibilitar reflexões sobre melhorias na metodologia de trabalho e testes. Conteúdo ■ Fonte dos dados (p. ex., quais relatórios, quem foram os entrevis- tados, etc.). ■ Evidências e fatos relevantes identificados. ■ Escopo e planejamento de testes. ■ Conclusões. Cuidados ■ Informações claras e objetivas. Auditoria 82 ■ Deve conter todas as informações úteis para revisão futura. ■ Deve respeitar a tempestividade do trabalho. ■ Deve conter uma trilha de identificação dos cruzamentos. Conforme citado, os dados dos papéis de trabalho devem estar estruturados de forma organizada, para que as informações possam ser facilmente identi- ficadas, portanto, em determinados tipos de trabalho são exigidas estruturas comuns, como em auditorias contábeis realizadas por auditorias externas. Uma inteligência na organização de dados é requerida para facilitar o enten- dimento da lógica utilizada para chegar ao parecer, mas também para facilitar a revisão dos testes. Contudo, nos demais tipos de auditoria, se faz necessário preservar a organização dos papéis, respeitando hierarquias e criando codificações que possibilitem a identificação do raciocínio. Essa codificação pode ser indicada por meio de um índice, em que para cada operação auditada é atribuída uma letra ou número. Também são comuns em papéis de auditoria a utilização dos chamados ticks. Por exemplo, você irá realizar uma auditoria na área financeira de uma empresa e está realizando testes sobre contas bancárias. Você poderá utilizar uma letra para identificar cada um dos bancos que será avaliado e símbolos para indicar os testes realizados. Veja o exemplo a seguir: Exemplo de estrutura A – Banco Santander A-1 – conta 12345 A-2 – conta 54321 B – Banco Itaú B-1 – conta 8493403 B-2 – conta 4823904 Exemplos de ticks Z – Soma conferida e validada Ξ – Erro de soma Y – Saldos incompatíveis entre extrato e contábil 83Etapas da auditoria Por fim, cabe salientar que os papéis de trabalho são de propriedade dos auditores e devem ficar sobre a salvaguarda dessa equipe. Não é recomen- dável que esses documentos sejam compartilhados com os auditados. Os papéis de trabalho devem estar à disposição para eventuais consultas por pelo menos cinco anos, devendo-se manter a confidencialidade absoluta sobre o seu conteúdo. Leia a NBC T 11 – IT – 02 Papéis de trabalho e documentação da auditoria (PORTAL DE CONTABILIDADE, c2016). Testes Os testes de auditoria devem ser profundos e claros e podem estar amparados em fatos, mas também em hipóteses, ou seja, em cenários elaborados pelo auditor. Se tratando de auditorias contábeis, podemos dizer que há um padrão de testes a serem seguidos, pois eles irão determinar se as empresas estão ou não em compliance com a legislação vigente e, por vezes, poderão até mesmo identifi car manipulações de informações.No entanto, no caso de auditorias operacionais, os testes não seguem obri- gatoriamente um padrão, podem variar de auditor para auditor e de empresa para empresa, pois há diversas formas de se chegar ao mesmo resultado, além disso, deve-se respeitar outras variáveis, como cenários econômicos, segmento de atuação e sazonalidades. Contudo, como já citado, a lógica de alguns testes é semelhante, independentemente das variáveis, pois, assim como em uma matriz de riscos e sistemas de controles, existem áreas chaves e riscos chaves, portanto há testes para verificar se ocorreu materialização dos riscos. Você verá alguns testes que podem ser aplicados em trabalhos de auditorias para averiguar a existências de irregularidades operacionais e, por vezes, identificar desvios éticos. Iniciando pela área financeira, você verá que são inúmeros os testes vin- culados a essa área, porém alguns deles são bastante importantes e críticos, sendo aplicados de forma geral. O primeiro deles está vinculado à avaliação Auditoria 84 de carteira de clientes inadimplentes. O auditor deve avaliar se a carteira de clientes está sendo devidamente monitorada e se todas as ações de cobrança estão ocorrendo normalmente, pois pode estar ocorrendo fraudes e procras- tinação intencional das ações de cobrança, com objetivo de beneficiar um ou outro cliente. Além disso, pode existir, também, um contas a receber fictício, ou seja, uma venda inexistente que está registrada com a finalidade de inflar as receitas da empresa. Por segundo, mas ainda dentro de um contexto de recebíveis, deve-se avaliar se estão ocorrendo os registros e reconhecimentos de provisão de devores duvidosos (PDD), pois a empresa pode estar manipulando a qualidade de seu contas a receber, deixando de realizar as provisões de perdas para os casos em que o aging list de clientes excede os padrões estabelecidos pela contabilidade da empresa. Outro teste que você deve realizar é o teste de origem de liquidações, ou seja, deve averiguar se os créditos utilizados para baixar as duplicatas a receber, realmente possuem contrapartida em banco, ou se foram baixados contra contas de despesas ou custos. Já na parte de pagamentos, o auditor deve realizar uma avaliação nas notas que foram pagas para averiguar se não foram realizados pagamentos em duplicidade, ou sem entrada de notas. Deve-se ter muita atenção em rela- ção aos pagamentos manuais, ou seja, aqueles que não possuem documento fiscal atrelado, pois possuem forte característica de fraude. Avalie toda a documentação e as aprovações dos pagamentos. Extraia um relatório de adian- tamentos e verifique se o fornecedor possui histórico e volume de entregas adequadas para comportar o montante de adiantamento que foi concedido e se os adiantamentos estão sendo devidamente descontados com as entregas que o fornecedor emitiu após a concessão do recurso. Analise os pagamentos e confira as datas das notas para validar se o regime de competência está sendo devidamente respeitado, em adição, acione os principais fornecedores para confirmação de saldos e, por fim, acompanhe os pagamentos subsequentes para averiguar se não há manipulações de passivos. 85Etapas da auditoria Analise as notas em sequência para o mesmo fornecedor, elas podem indicar depen- dência econômica, mas também podem ser um indício de fraude, por exemplo, o fornecedor pode estar emitindo notas que não possuem contrapartida de produtos ou serviços. Em relação à área comercial, os principais testes a realizar estão vincu- lados ao reconhecimento e veracidade das receitas de vendas, ao volume de comissões pagas e às condições comerciais concedidas aos clientes. Outras inconformidades relacionadas ao atendimento a clientes e pós-vendas podem ser apontadas, porém esses testes irão depender de outras variáveis, como a estrutura de processos da empresa. Um teste muito comum em auditorias externas é o de reconhecimento da receita, que deverá seguir os padrões contábeis, para verificar se a área vem cumprindo esse procedimento adequadamente. É preciso avaliar o tipo de frete de cada uma das vendas e validar se eles estão adequados a tempestividade do registro da receita na contabilidade. Cabe salientar que, em alguns casos, esse processo está sob responsabilidade da área contábil, mas ainda assim você poderá avaliar esse tópico em trabalhos na área comercial e criticar o inconterm utilizado na operação. Outro teste bastante importante é o de veracidade das vendas, no qual o auditor poderá confirmar, averiguando a efetiva saída de mercadorias dos estoques, analisando o comprovante de entrega dos materiais e também analisando a liquidação dos recebíveis. Fraudes em comissões e concessões comerciais são bastante comuns na área comercial das empresas, para averiguar a existência de irregularidades, o auditor deve procurar concentrações de vendas, criar critérios de avaliação analítica de percentuais de comissões e valores de comissões pagas e avaliar se os clientes dos vendedores que receberam a comissão realmente estão pagando suas duplicatas. Além de analisar as condições comerciais, como prazo de pagamento e descontos concedidos, deve ficar atento às vendas fora da política da empresa e, novamente, avaliar a concentração de descontos ou alongamento de prazo para um determinado cliente. Outra frente de bastante relevância, que carece atenção em termos de testes, é a logística e gestão de estoques. Durante a auditoria desses processos, deve-se analisar diversos aspectos, o primeiro deles está relacionado ao fluxo de fretes. Auditoria 86 O auditor pode cruzar a base de vendas e compras, dependendo do caso CIF ou FOB, para validar se todo o frete realizado ou pago realmente possui uma contrapartida (venda ou compra), além disso, deve criticar as negociações de valores de fretes, para ver se há consistência entre os trechos e cobrança das transportadoras ou KM rodada por motoristas, se a logística for própria. Já na gestão de estoques, o auditor deve estar atento ao giro dos materiais, princi- palmente se a empresa possuir itens com validade pré-determinada, para isso é preciso, primeiramente, identificar qual é a política de movimentações de estoques e averiguar, por meio do estoque físico, se esses itens estão girando adequadamente. Ainda, para identificar possíveis desvios, o auditor poderá realizar contagem física de itens, confrontando-as com o estoque contábil e as movimentações de estoque que antecederam a auditoria. 87Etapas da auditoria PORTAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade interpretação técnica: NBC T 11 – IT – 02 Papéis de trabalho e documentação da auditoria. São Paulo, c2016. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ nbc/t1102.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017. Leitura recomendada CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Referência Dica do professor Uma das principais ferramentas de gestão operacional e também um dos principais objetos de análise em um trabalho de auditoria são os controles internos. Esses controles, via de regra, estão incumbidos da tarefa de mitigar riscos. Assista ao vídeo e conheça alguns dos principais riscos e possíveis controles para mitigá-los. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e45d85f6a3afb9fd0e11135abc584ade Exercícios 1) Em relação às evidências de auditoria, é correto afirmar que: A) As evidências de auditoria são os relatório iniciais gerados para realizar as análises e comprovar a execução dos trabalhos. B) As evidências são classificadas como tempestivas e atemporais. C) A correlação de dados é considerada uma evidência de natureza. D) A contagem física de bens pode ser considerada uma evidência de continuidade. E) As evidências de auditoria operacional não terão validade seobtidas por fontes alheias à área que está sendo auditada. 2) Assinale a alternativa correta em relação aos papéis de trabalho da auditoria: A) O papel de trabalho da auditoria é pessoal e intransferível, logo, apenas o auditor que realizou o trabalho deverá acessá-lo. B) Ao final do trabalho de auditoria, os papéis de trabalho são compartilhados com as áreas auditadas, para que tenham conhecimento da trilha de testes realizados e da metodologia utilizada. C) Os papéis de trabalho são os documentos que comprovam uma irregularidade/inconformidade identificada durante a auditoria. D) Avaliando os papéis de trabalho, pode-se identificar a profundidade dos testes realizados no processo de auditoria. E) Os papéis de trabalho têm a finalidade de evidenciar o programa de trabalho do auditor. 3) Indique os principais testes a serem realizados em um trabalho de auditoria na área comercial de uma empresa, visando à cobertura de riscos de fraudes: A) Volume de vendas e descontos. B) Volume de descontos e prazo de vendas. C) Confissões de dívidas e baixas de juros. D) Volume de clientes não contatados x volume de vendas. E) Prazo de reconhecimento da receita. 4) Você está auditando a área de contas a pagar da empresa e recebe uma informação importante de um auditado. Ele alega que há comentários na área de que os passivos da empresa, principalmente fornecedores, estão sendo manipulados. Diante dessa situação, indique o teste que irá realizar para confirmar a informação recebida durante a auditoria. A) Entrevistar o gerente financeiro e o gerente contábil e confrontá-los em relação à situação. B) Verificar a data dos pedidos de compras e confrontar com as datas de compras. C) Verificar o atendimento ao regime de competência, circularização das contas a pagar e averiguação de pagamentos subsequentes. D) Analisar os saldos bancários e verificar se correspondem com os valores em bancos. E) Analisar as contas de adiantamentos, pois os pagamentos podem estar sendo efetuados por meio de adiantamentos em vez do registro e da liquidação de notas. 5) Assinale a alternativa que melhor representa o grupo de testes a serem realizados em um trabalho de auditoria de estoques para identificação de manipulações e desvios de mercadorias: A) Contagem física de itens confrontando-a com o estoque contábil e as movimentações de estoque antecedentes à auditoria. B) Realizar revisão analítica de volumes de estoques e sua consistência com a necessidade de reposição. C) Analisar o giro dos estoques e verificar se estão adequados e avaliar se estão sendo cumpridas as diretrizes de movimentação FIFO ou LIFO. D) Contagem física e análise do cumprimento das diretrizes de movimentação de estoque FIFO ou LIFO. E) Analisar se os itens obsoletos estão sendo devidamente baixados do estoque e realizar contagem física de itens. Na prática Na realização da etapa de auditoria chamada de walkthrough, pode-se averiguar também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria, como processos extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo. Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um termômetro para o auditor avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados. Porém, em se tratando de auditorias independentes, a etapa de walkthrough é determinante para o andamento do trabalho. Se um controle apresentar falha nessa etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo tem a prerrogativa, por metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes. Nesse caso, a alternativa, tanto da área auditada quanto da auditoria interna, é apresentar aos auditores independentes uma lista de controles de contingência, que servem como mitigadores dos riscos vinculados ao controle negativado na etapa de walkthrough. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Teste de recuperabilidade ("impairment") Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/ueorwDL4PaA Resultados de uma Auditoria Apresentação O trabalho de auditoria estará completo após emissão de uma peça chamada relatório de auditoria. Independente do tipo de auditoria, o produto deste trabalho será o relatório, o qual será estruturado de acordo com cada tipo de auditoria, primordialmente em se tratando de auditorias internas e externas. O conhecimento destas peças e das informações-chaves para sua elaboração são de fundamental importância para o trabalho do auditor, além disso, deve-se ter o pleno entendimento da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor deste documento poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das pessoas. Nesta unidade de aprendizagem você vai estudar os métodos de elaboração de relatórios de auditorias, tanto para auditoria interna quanto externa e também serão conhecidos alguns dos principais eventos subsequentes à divulgação do relatório. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar relatórios de auditoria interna e externa.• Elaborar relatórios de auditoria e carta de controles internos.• Listar os principais benefícios gerados a partir de uma auditoria.• Desafio A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em um total de R$ 400 mil quatro administradores da Brookfield Incorporações por prestarem informações falsas no Formulário de Referência, documento que traz as principais informações das companhias abertas e que passou a ser exigido anualmente pelo órgão regulador do mercado de capitais a partir de 2010. De acordo com a Superintendência de Relações com Empresas (SEP), autora da acusação, os executivos afirmaram no formulário anual inexistir deficiências e recomendações de melhorias sobre controles internos nos relatórios dos auditores independentes realizados na Brookfield, embora constassem nos pareceres 55 deficiências nos exercícios de 2008 a 2011. Nicholas Reade, um dos diretores multados, frisou o entendimento de que somente deveriam ser divulgadas as eventuais deficiências apontadas pelo auditor que fossem classificadas como "significativas". Explique por que as deficiências não foram apresentadas no parecer dos auditores e informe como devem ser classificadas as deficiências de controles internos na carta de recomendação. Infográfico O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à empresa auditada, mas também aos investidores e até mesmo à sociedade. Portanto o entendimento da estrutura desta peça é de fundamental importância para todos aqueles que estão inseridos no meio empresarial. Já para você auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o exercício da profissão. Conheça no infográfico a estrutura de relatório de uma auditoria independente. Conteúdo do livro O parecer de uma auditoria independente possui características muito peculiares, pois são padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos reguladores. Acompanhe no capítulo "Resultados de uma auditoria" algumas informações relevantes em relação à estrutura e ao conteúdo de um relatório de auditoria independente. Esse capítulo serve de base teórica desta unidade de aprendizagem. Boa Leitura. AUDITORIA João Guterres de Mattos Resultados de uma auditoria Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Diferenciar relatórios de auditoria interna e externa. � Elaborar relatórios de auditoria e carta de controles internos. � Listar os principais benefícios gerados a partir de uma auditoria. Introdução O trabalho de auditoria está completo após a emissão de uma peça cha- mada relatório de auditoria. Independentemente do tipo de auditoria, o produto desse trabalho será sempre o relatório, o qual será estruturado de acordo com cada tipo de auditoria, primordialmente, nos casos de auditoriasinternas e externas. O conhecimento dessas peças e das informações-chave para sua elaboração é de fundamental importância para o trabalho do auditor; além disso, deve-se ter o pleno entendimento da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor dele poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das pessoas. Neste texto, você vai estudar os métodos de elaboração de relatórios de auditorias, tanto para auditoria interna quanto externa, e, também, serão conhecidos alguns dos principais eventos subsequentes à divulgação do relatório. Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 Relatórios de auditoria Com o grande volume de escândalos veiculados pela imprensa nacional nos últimos anos, principalmente os fatos apurados na operação Lava Jato, da Policia Federal, o trabalho dos auditores, tanto interno como externos, está cada vez mais em evidência. Os relatórios gerados a partir dos trabalhos estão sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil. Recentemente, o ministério público apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar irregularidades na construção da arena Pernambuco, fato investigado na operação Fair Play, também da Policia Federal, em que o relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) serviu de peça chave para amparar as denúncias e, possivelmente, irá constar nos autos dos processos e será revisitado no processo de apuração de responsabilidades. Embora este documento tenha sido emitido por uma entidade pública, ele evidência a extensão e importância de um relatório de auditoria e, com isso, os cuidados que devem ser tomados ao se publicar este tipo de documento. Por isso, fique atento, redobre a atenção, revise outra vez, e não deixe margens para possíveis distorções de interpretação. É muito importante que você não invente nada e publique apenas fatos que possa provar. Relatório de auditoria independente e carta de controles internos O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à empresa auditada, mas também aos investidores e até mesmo à sociedade. Portanto, o entendimento da estrutura dessa peça é de fundamental importância para todos aqueles que estão inseridos no meio empresarial. Já para você, auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o exercício da profissão. O parecer de uma auditoria independente possui características muito peculiares e são padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos reguladores. Veja, a seguir, algumas informações relevantes em relação à estrutura e ao conteúdo de um relatório de auditoria independente. Conteúdo O encerramento de um trabalho da auditoria externa é representado pela opinião final do auditor em relação às demonstrações avaliadas. Esse parecer deve apresentar algumas características, como ser um parecer sem ressalva, Auditoria2 Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 com ressalva, opinião adversa ou, até mesmo, sem emissão de opinião por parte do auditor. A opinião sem ressalva, ou não modificada, é expressa pelo auditor quando ele conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os as- pectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Opinião com ressalva é uma opinião modificada, que deve ocorrer quando o auditor concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demons- trações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes. A opinião adversa é emitida quando o auditor identifica que as distorções são substancialmente relevantes e a forma de apresentação das demonstrações é inadequada ou incompleta. E, por fim, se o auditor não conseguir obter evi- dência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, poderá se abster de emitir parecer conclusivo. Estrutura Em relação à estrutura de um parecer, conforme citado também, é pré-definida por órgãos reguladores e depende do resultado dos resultados obtidos no trabalho, ou seja, se o auditor emitir um parecer sem ressalvas, a estrutura de apresentação do resultado será composta da abertura e mais quatro parágrafos, porém, se caso o parecer do auditor for modificado, a estrutura poderá ter mais sete parágrafos. A abertura é comum aos dois tipos de relatório e é composta pelo título do trabalho e pela descrição dos destinatários. Os outros três primeiros parágrafos, também serão comuns a resultados modificados e não modificados, porém os últimos parágrafos dependem da opinião do auditor, conforme a seguir: A – Título: relatório dos auditores independentes referente às demonstrações da empresa X. A – Destinatários: aos devidos destinatários. 1. Introdução: descrição breve sobre o trabalho e escopo atendido. 2. Responsabilidade da administração: delimita a responsabilidade da administração sobre as informações divulgadas. 3. Responsabilidade dos auditores: delimita a responsabilidade dos audi- tores sobre as informações divulgadas. 4. Opinião ou base legal para ressalva: se o parecer não for modificado, este parágrafo irá apresentar a opinião do auditor sobre os dados analisados, 3Resultados de uma auditoria Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 porém, se o parecer apresentar ressalva, este parágrafo irá apresentar a base legal para ressalva. 5. Ressalva (opinião modificada): este paragrafo destina-se à apresentação da modificação ou ressalva. 6. Parágrafo de ênfase: é recomendado se a estrutura do relatório finan- ceiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável exceto pelo fato de ser prevista por lei ou regulamento, por exemplo, falhas na estrutura das demonstrações. 7. Outros assuntos: o parágrafo de outros assuntos é incluído no relatório do auditor que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as respon- sabilidades do auditor ou o seu relatório. Veja, na Figura 1, um exemplo de parecer de auditores independentes divulgado: Auditoria4 Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 Figura 1. Exemplo de parecer de auditores independentes. Fonte: Lojas Renner (2015). 5Resultados de uma auditoria Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 Cabe salientar que a auditoria externa pode prestar outros serviços de auditoria para as empresas, é comum as firmas de auditorias oferecerem consultorias, auditorias de gestão, revisão de controles e até mesmo audi- torias operacionais. Porém, o maior volume de serviços prestados por essas empresas está direcionado para avaliação das demonstrações financeiras. Por isso, o formato mais usual de relatórios de auditores independentes é o descrito nesta seção. Em relação à carta de controles internos, trata-se de um documento emitido pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de controles da empresa auditada. Ele lista e classifica as deficiências iden- tificadas no ambiente de controles da auditada. Via de regra, as informações desse relatório são remetidas a análise da auditoria interna, que avalia o teor e reporta sua posição em relação à opinião dos auditores externos para a alta administração. Existem três tipos de classificação para as deficiências de controles que devem ser avaliadas e reportadas pela alta administração no formulário de referência que é enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anual- mente. Veja a classificação das deficiências: Material Weakness (MW): é uma deficiência ou um conjunto de deficiên- cias material, no ambiente de controles que pode distorcer as demonstrações de forma material e tem razoável possibilidade de não ser identificada e tratada tempestivamente. Significant Deficiency (SD): é uma deficiência ou um conjunto de defi- ciências que, embora menosgrave do que uma MW, carece de atenção da administração da empresa auditada. Control Deficiency (CD): são deficiências pouco materiais que não dis- torcem os resultados financeiros apresentados, porém devem ser avaliados pela entidade auditada. Relatório de auditoria interna Para elaborar um relatório de auditoria interna, você deve considerar o tipo de auditoria que está sendo realizada e o público que irá receber esse documento. Por exemplo, mesmo quando o auditor interno for realizar um trabalho de auditoria contábil, valendo-se da mesma metodologia e base legal utilizada pelo auditor externo, as peças serão diferentes, pois o público, a profundidade e a finalidade do trabalho são distintas. O auditor externo irá emitir seu parecer para conhecimento público, a fim de demonstrar, se houver, as irregularidades existentes na contabilidade da Auditoria6 Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 auditada. Já o auditor interno irá se reportar para a alta administração e demais envolvidos, e recomendar ações de correções e melhorias para adequar os registros contábeis às normas legais, sem gerar prejuízo aos cofres da empresa. O auditor interno emite relatório mesmo se não identificar inconformi- dades, emite também recomendações acerca de controles internos, porém, diferentemente da auditoria externa, as recomendações são feitas, via de regra, dentro de um único documento. O relatório de auditoria é um instrumento valioso para a alta administração, portanto, sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes. Trabalhos tecnicamente muito bons perdem valor quando sua apresentação e redação deixa a desejar, por isso, deve-se ter o máximo de cuidado na confecção dessa peça. Como o relatório de auditoria é o meio de transmitir a mensagem à alta cúpula da empresa, deve-se ter prudência com as palavras e procurar planejar e repensar as consequências dos termos que estarão sendo colocados neste documento. Lembre-se de reportar apenas os fatos, não gerar hipóteses nem fazer insinuações. Procure ser assertivo e firme em seus comentários, para que não haja dúvidas em relação ao trabalho realizado, faça sugestão contributivas, de preferência que não gerem custos para a entidade. Existem diversas formas de apresentação desse documento, diferentemente de um relatório de auditoria externa, não há um padrão estabelecido pelos órgãos reguladores, porém há algumas boas práticas que, via de regra, são se- guidas pelas empresas. Veja, a seguir, algumas dicas para montar seu relatório: � Pense no público, facilite a vida do leitor Criar um relatório sintético, com um pequeno resumo informando os principais pontos do trabalho, como área e processo auditado, escopo, objetivo e uma conclusão são bastante importantes, considerando que esse documento será lido por diretores e presidentes. Lembre-se que eles podem não ter muito tempo para examinar os detalhes do seu trabalho, por isso, seja objetivo em sua conclusão. � Lembre-se do nível tático Na maioria dos casos, os relatórios são divulgados aos gerentes e diretores das áreas, a esse público, irá interessar o entendimento dos fatos que levaram a sua conclusão. Portanto, é recomendável que o relatório demonstre de forma 7Resultados de uma auditoria Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 analítica os pontos, a causa e as ações de correções e melhorias que você apurou e alinhou com os responsáveis diretos pelas áreas. � Não esqueça das exceções Trabalhos especiais são comuns em áreas de auditoria interna, por isso, para esse tipo de trabalho você poderá fugir do padrão, adaptar-se a necessidade do cliente interno, que, via de regra, é da alta administração. Nesses casos, o resultado do trabalho poderá ser apresentado por um simples e-mail, porém pode também demandar a criação e um dossiê, pois não há uma regra geral. Apenas siga o mesmo padrão de objetividade e responsabilidade dos outros dois itens citados anteriormente. Benefícios São inúmeros os benefícios de uma auditoria, e essa afirmativa é tão verdade, que o reconhecimento por esse escopo de mercado vem crescendo anualmente. A contribuição das auditorias para o desenvolvimento organizacional e manu- tenção das boas práticas de gestão são reconhecidas pelos grandes empresários do Brasil e do mundo. Além disso, trabalhos de auditores estão sendo levados à justiça para compor pastas de provas em ações criminais de grande escala. Independentemente do tipo de auditoria, se o trabalho for bem feito, sempre irá agregar valor as empresas. Uma auditoria de gestão, por exemplo, pode contribuir junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos e oportunidades. Já uma auditoria operacional pode identificar falhas nos processos que geram perdas financeiras para as empresas, minimizar riscos, além de identificar fraudes, desvios éticos e comportamentais. Lembre-se que identificar fraudes não é o principal objetivo de uma audi- toria, portanto, não pode ser considerado o principal benefício. A identificação de fraudes é uma consequência do trabalho. Mesmo que a demanda seja relacionada a uma denúncia de desvio de conduta, o auditor sempre agirá de forma imparcial na apuração dos fatos, para evitar cometer injustiças. Contudo, sempre irá prezar pelos interesses da empresa, e tomar as ações cabíveis para salvaguardar o patrimônio físico e não físico da entidade auditada. A abrangência dos benefícios gerados por uma auditoria externa, extrapo- lam os limites da pessoa jurídica auditada, pois seus resultados, na maioria dos casos, afetam indivíduos fora das dependências da empresa. O parecer imparcial da auditoria independente leva confiança aos dados e, por sua vez, Auditoria8 Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 permite ao investidor uma avaliação segura sobre a auditada e lhe apoia significativamente em seu julgamento de quão apropriado é a manutenção de seus recursos financeiros investidos na referida empresa. CHAMBERS, Richard. Ten things not to say in an internal audit report. [S.l.]: Internal Auditor, 2011. Disponível em: <https://iaonline.theiia.org/blogs/ chambers/archive/Pages/ Ten-Things-Not-to-Say-in-an-Internal-Audit-Report.aspx>. Acesso em: 12 jan. 2017. LISBOA, Ibraim. Benefícios de implementar uma auditoria interna na sua empresa. Curitiba: Portal de Auditoria, [c2016]. Disponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/ tematica/relaud_introducao.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017. LOJAS RENNER. Balanços anuais. Porto Alegre, 2015. Disponível em: <http://lojasren- ner.mzweb.com.br/ conteudo_pt.asp?idioma= 0&conta=28&tipo=21079>. Acesso em: 13 jan. 2017. Leituras recomendadas CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 706: parágrafos de ênfase e pará- grafos de outros assuntos no relatório do auditor independente. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/01/ NBCTA706_aud.docx>. Acesso em: 12 jan. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.231/09. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <cfc.org.br/ sisweb/sre/docs/RES_1231.doc>. Acesso em: 12 jan. 2017. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. ESTRATÉGIA CONCURSOS. Auditoria: relatórios de auditoria | Dica 114 – Receita Fede- ral. [S.l.]: YouTube, 2016. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=QqXtddbmjsI>. Acesso em: 12 jan. 2017. INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. Ibracon emite Comunicado Técnico nº 02/2016. São Paulo, 2016. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/ ibracon/Portugues/ detDocumento.php?cod=88>. Acesso em: 12 jan. 2017. PAPIRO CONTÁBIL. Estrutura do relatório de auditoria: entenda de uma vez por to- das! [S.l.]: YouTube, 2016. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=0DX5lJwx9tc>. Acesso em: 12 jan. 2017. PORTAL DE AUDITORIA. Introdução ao relatório de auditoria. Curitiba, [c2016]. Disponí- vel em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/relaud_introducao.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017. 9Resultados de uma auditoria Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 PUBLIC COMPANY ACCOUNTING OVERSIGHT BOARD. Auditing Standard No. 5: an audit of internal control over financial reporting that is integrated with an audit of financial statements. Washington, DC: PCAOB, c2003-2017. Disponível em: <https:// pcaobus.org/Standards/Auditing/Pages/ Auditing_Standard_5_Appendix_A.aspx>. Acesso em: 12 jan. 2017. Auditoria10 Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1 Dica do professor O relatório de auditoria operacional é um instrumento valioso para a alta administração, portanto sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes. Trabalhos tecnicamente muito bons perdem o valor quando a apresentação e a redação do relatório deixam a desejar. Assista ao vídeo e veja algumas dicas de como apresentar um relatório de auditoria operacional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/340c09f70dead0065a878b43f3845d79 Exercícios 1) Assinale a alternativa correta em relação ao relatório de auditores independentes: A) O auditor deverá ressalvar seu parecer quando entender que as informações financeiras possuem distorções relevantes. B) O parecer com abstenção de opinião ocorre quando o auditor não identifica nenhuma inconformidade nos dados e na apresentação das demonstrações financeiras. C) O auditor deverá emitir parecer adverso quando entender que as informações financeiras possuem distorções relevantes. D) Opinião não modificada é quando o auditor repete o seu parecer por dois anos consecutivos. E) Notas explicativas são elaboradas pelo auditor externo para explicar aos investidores quais foram os testes realizados para chegar a opinião final do relatório de auditoria. 2) Marque a alternativa correta em relação à estrutura de relatórios em auditorias internas e externas. A) O parágrafo de ênfase é utilizado para apresentar a base legal que foi utilizada para chegar ao parecer com ressalva. B) No parágrafo de ênfase, o auditor pode incluir informações, que em seu julgamento, são de relevância, porém não foram abordados na auditoria. C) Falhas na estrutura das demonstrações são consideradas relevantes, portanto podem ser tratadas em parágrafo de ênfase. D) O relatório de auditoria interna deverá ter apenas dois parágrafos, sendo o primeiro uma descrição breve sobre os testes realizados e o segundo a opinião sobre os testes realizados. E) Deve-se anexar ao relatório de auditoria interna as evidências obtidas nos testes que embasaram a opinião do auditor. 3) Carta de controles internos é: A) Os controles da empresa são apresentados aos auditores externos tempestivamente pelas áreas auditadas ou pela auditoria interna. Porém a carta de controles é peça emitida por auditores internos. B) Peça formada após uma auditoria de gestão para apresentação à alta administração da entidade auditada. C) Documento emitido pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de controles da empresa auditada. D) Documento emitido pela auditoria interna ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de controles da empresa auditada. E) É a lista de controles existentes na entidade auditada, a qual é anexada ao relatório 20F. 4) Assinale a alternativa que melhor representa os benefícios de uma auditoria, considerando o tipo de trabalho realizado: A) O principal benefício de uma auditoria operacional está relacionado com sua contribuição junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos e oportunidades. B) O principal benefício de uma auditoria é a identificação de fraudes, independente do tipo de auditoria realizada. C) As recomendações da auditoria interna em um trabalho de auditoria interna, minimizam perdas, portanto é um importante benefício de uma auditoria. D) O principal benefício de uma auditoria contábil e a identificação e a realização dos ajustes contábeis necessários para que a empresa esteja em compliance com as práticas contábeis vigentes. E) O parecer de um auditor externo contribui para o aprimoramento das práticas de gestão da entidade. 5) Em relação aos relatórios de auditoria interna e externa é correto afirmar que: A) O resultado e a apresentação das peças é igual, pois a metodolgia de trabalho é a mesma. B) Os relatórios são completamente diferentes em função dos objetivos dos trabalhos e do público que irá receber o resultado do trabalho. C) A diferença entre o relatório de auditoria externa e interna é identificada quando a equipe interna realiza o trabalho operacional. Porém, se o trabalho for de auditoria contábil, o relatório será igual o da auditoria externa. D) Tanto o auditor interno, quanto o externo emitem cartas de controles internos, em substituição a relatórios de auditoria. E) O auditor interno somente irá emitir relatório se identificar irregularidades durante o trabalho, diferente do auditor externo que emite um parecer sem ressalvas quando não identifica irregularidades. Na prática Com o grande volume de escândalos veiculados pela imprensa nacional nos últimos anos, principalmente os fatos apurados na operação da Polícia Federal, Lava-Jato, o trabalho dos auditores, tanto interno quanto externo está cada vez mais em evidência. E os relatórios gerados a partir dos trabalhos estão sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil. Embora esse documento tenha sido emitido por entidade pública, ele evidencia a extensão e a importância de um relatório de auditoria e com isso os cuidados que devem ser tomados ao publicar esse tipo de documento. Por isso fique atento, redobre a atenção, revise outra vez e não deixe margens para distorcer interpretações. E muito importante, não invente, publique apenas fatos que possa provar. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Saiba como elaborar um relatório de auditoria interna Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Relatórios de Auditoria- Receita Federal Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.contabeis.com.br/artigos/7031/saiba-como-elaborar-um-relatorio-de-auditoria-interna/ https://www.youtube.com/embed/QqXtddbmjsI Tipos de Auditorias Apresentação A auditoria é peça-chave em uma organização, seja ela operada por uma equipe interna ou externa. O fato é que, tratando-se de um mercado extremamente competitivo, é de extrema importância que as operações empresariais sejam realizadas de forma justa, ou seja, sem margens para desvios operacionais. Neste sentido, a auditoria trabalha para apoiar na otimização da operação e na manutenção de um ambiente de controles internos sustentável. Além disso, a auditoria, em determinadas circunstâncias, poderá apoiar a alta administração na tomada de decisões futuras, gerando valor aos negócios. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os tipos de auditoria e entender o papel de cada uma delas nas operações de negócios. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Escrever sobre as características de auditorias operacionais.• Reconhecer as características de controles internos.• Explicar as características de auditorias de gestão.• Desafio Em 2001, a empresa Enron, gigante norte-americana do setor de combustíveis e energia, entrou em concordata após ter sido alvo de uma série de denúncias sobre fraudes contábeis e fiscais. A empresa tinha uma dívida de cerca de US$ 13 bilhões, escondida através de balanços manipulados, o que impossibilitou a bancos e investidores a identificação do risco de fraude por anos. O grupo era auditado pela segunda maior empresade auditoria do mundo, a Artur Andersen, que mais tarde acabou falindo em decorrência destes acontecimentos. A partir dessa situação, uma série de medidas foram tomadas pelo governo americano para evitar a incidência de novos ocorrências como essa. A principal delas foi a criação da lei SOX, que tem como aspecto principal a criação de um ambiente de controles internos seguro e transparente nas empresas que operam na bolsa americana. Você foi contratado para trabalhar na área de controles internos da empresa LUKE S.A., que recentemente foi comprada por uma grande multinacional americana de capital aberto, atuante no mercado de TELECOM. Sua atividade será implantar controles-chave nas principais áreas da empresa, para iniciar o processo de modernização da cultura de controles, proposto pela controladora americana. Você deve informar ao diretor administrativo, que permaneceu na empresa após as negociações, pelo menos três riscos atrelados aos processos de compras e contas a receber. Sugira controles para estas duas áreas para mitigar os riscos citados, contextualizando como os controles poderão e irão apoiar a empresa na mitigação de riscos. Infográfico Embora muito próximas em termos de metodologia e até mesmo podendo utilizar a mesma equipe de trabalho, as auditorias operacionais e de gestão têm diferentes objetivos e, consequentemente, diferentes resultados. Entender essas diferenças é de grande importância para a carreira do auditor. Veja no infográfico a utilização e as situações nas quais esses tipos de auditoria podem ser aplicados. Conteúdo do livro O controle interno pode ser definido como um plano organizacional que opera através de métodos e medidas para salvaguardar o patrimônio da empresa, fazendo a identificação de fraudes, erros, omissões e outras operações anormais que podem gerar perdas para a empresa. Para saber mais sobre este conteúdo, faça a leitura do capítulo Tipos de auditoria, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Nele, serão abordados os principais tipos de auditoria e as informações referentes à aplicação de cada uma das operações em linha com os interesses das empresas, buscando a melhor relação de custo-benefício possível. Boa leitura! AUDITORIA Organizador: João Guterres de Mattos Tipos de auditoria Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Escrever sobre as características de auditorias operacionais. Reconhecer as características de controles internos. Explicar as características de auditorias de gestão. Introdução A auditoria é peça-chave em uma organização, seja ela operada por uma equipe interna ou externa. O fato é que, tratando-se de um mercado extremamente competitivo, é de extrema importância que as opera- ções empresariais sejam realizadas de forma justa, ou seja, sem margens para desvios operacionais. Neste sentido, a auditoria trabalha para apoiar na otimização da operação e na manutenção de um ambiente de controles internos sustentável. Além disso, a auditoria, em determinadas circunstâncias, poderá apoiar a alta administração na tomada de decisões futuras, gerando valor aos negócios. Neste texto, você vai estudar os tipos de auditoria e entender o papel de cada uma delas nas operações de negócios. U N I D A D E 2 Auditoria operacional A auditoria operacional é uma das frentes de trabalho no mercado de audi- toria que está em constante crescimento. Muitas empresas estão percebendo a necessidade de manter em suas estruturas uma equipe de auditoria interna e, por vezes, quando consideram muito alto o custo de manutenção de uma equipe interna, acabam contratando equipes externas. Porém, com o intuito de que realizem o trabalho de uma auditoria operacional. É mais comum uma auditoria operacional ser conduzida por equipe de auditoria interna. Isso acontece porque os profissionais que compõe um time de auditoria interna, em geral, têm maior conhecimento sobre os processos da empresa. Muitas vezes, o profissional que atua na área de auditoria interna, já trabalhou em outra área da empresa e, posteriormente, foi contratado para compor a equipe de auditoria. Isso não é uma regra, apenas uma boa prática de mercado. Os empresários e administradores passaram a enxergar os trabalhos de auditoria operacional como uma ferramenta valiosa de controle, além de entenderem que as equipes que realizam esse tipo de trabalho podem entregar resultados muito significativos. Esses resultados podem ser capazes de cobrir os custos da existência do setor e, ainda, gerar valor para a empresa, pois em determinados trabalhos são identificadas perdas e oportunidades mensuráveis. Independentemente de o trabalho operacional ser realizado pela auditoria interna ou externa, a equipe de auditores que conduz as ações, deve operar com maior nível de independência possível e, também, com o maior nível de acesso as informações cabíveis ao trabalho. Perceba que somente assim será possível averiguar com precisão o nível de operacionalidade dos processos, contribuindo com a avaliação do plano de riscos e consequentemente com as melhorias que podem agregar valor para a empresa. Etapas da auditoria operacional Uma auditoria operacional é baseada em método, que, se adequadamente aplicado, melhora de forma signifi cativa a qualidade da auditoria. Logo, ao fi nal do processo, a probabilidade do trabalho gerar bons resultados também aumenta. Se tratando de metodologia, cabe salientar que existem duas abor- dagens para a auditoria operacional, porém os conceitos do método de ambas as formas serão semelhantes à prática de gestão PDCA. Auditoria 40 PDCA, do inglês Plan-Do-Check-Adjust é um método interativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. A primeira abordagem do PDCA é relacionada ao ponto de vista das pes- soas que irão coordenar os trabalhos de auditoria operacionais, uma vez que esses indivíduos têm uma função extremamente importante: a missão de dar cobertura aos riscos aos quais a empresa e os processos estão expostos e, ainda, atender aos anseios da alta administração em relação a outros fatores, como trabalhos especiais de cunho ético e retornos financeiros na identificação de perdas e oportunidades. Os primeiros passos que devem ser observados por um coordenador são relacionados ao planejamento e aos parâmetros de execução do trabalho. Logo, nessa fase, o coordenador deve analisar as frentes de negócios da empresa e identificar as principais áreas de risco, os processos críticos e também consi- derar que, ao longo do ano, serão realizados trabalhos especiais. A importância desses primeiros passos está relacionada, primordialmente, a dois aspectos: o primeiro é a cobertura de riscos; e o segundo é em relação ao cronograma de execução. Planejar o tempo de duração de cada trabalho é também fundamental para garantir a qualidade do trabalho, assim como garantir o cumprimento do plano inicialmente previsto. Além disso, nessa fase, é necessário avaliar o recurso humano disponível e planejar a alocação dos auditores em cada trabalho, considerando a especialidade de cada um dos profissionais da equipe. Após o planejamento, o coordenador acompanhará os trabalhos, orientando os auditores em relação a montagem do plano de testes e garantindo a qualidade da execução do trabalho. Além disso, o coordenador analisará se todos os aspectos de riscos do processo auditado foram cobertos no trabalho. Ainda nessa etapa, o coordenador deve fazer o acompanhamento do tempo, para que o trabalho seja realizado dentro do prazo inicialmente previsto. Ao final de cada trabalho, é importante que o gestor/coordenador exercite o feedback com os auditores, neste momento é saudável que o trabalho realizado seja avaliado, com aspectos qualitativos e quantitativos. Indicadores como tempo de execução, tratamento auditado-auditor e vice e versa, profundidade dos testese a redação do auditor na escrita do relatório, 41Tipos de auditoria são bons exemplos de indicadores a serem avaliados na etapa de feedback. Por fim, é importante que os responsáveis pela área de auditoria operacional, ao final do exercício, ou tempestivamente, demonstrem a alta administração os resultados da equipe. A segunda abordagem do PDCA está vinculada ao ponto de vista do auditor em relação ao trabalho de auditoria operacional. Assim como nas etapas de gestão da auditoria operacional, o auditor também precisa cumprir algumas etapas importantes que irão garantir a qualidade do trabalho, veja, a seguir, quais são elas. Planejamento: nesta fase o auditor deve conhecer o tema que será auditado, se existe relatórios anteriores, de outras auditorias. Se existi- rem, recomenda-se a realização da leitura para conhecer as fragilidades anteriormente identificadas. Se a equipe possuir um mapeamento de riscos, deve-se avaliar essa matriz, para entender os riscos da área que será auditada, se não tiver uma matriz, deve-se mapear os riscos e criar um plano de testes direcionado a eles. Além disso, a leitura das diretrizes operacionais do processo também é primordial nessa fase. Execução: na etapa de execução, o auditor iniciará a coleta de dados e a seleção das amostras que serão utilizadas durante o trabalho. Após a seleção das amostras, serão realizados os testes, tanto substantivos como de observância. A integração com a área auditada durante o processo é de extrema importância para a manutenção de uma boa relação e, consequentemente, facilitará o encerramento do trabalho, que é a última parte na execução do trabalho de auditoria. No en- cerramento do trabalho serão apresentadas à área auditada, todos os desvios e inconformidades identificadas durante o trabalho; e será feito o alinhamento das causas e planos de ação que devem ser executados para corrigir as possíveis falhas. Auditoria 42 Teste substantivo Este tipo de teste é empregado pelo auditor quando ele deseja obter provas sufi- cientes e convincentes sobre as transações, capaz de proporcionar fundamentos para a sua opinião a cerca de determinados fatos. Teste de observância Os testes de observância são aqueles empregados pelo auditor a fim de verificar se os procedimentos internos determinados pela empresa estão sendo cumpridos pelos seus colaboradores. Os testes de observância são bastante aplicados em auditorias operacionais, em que a preocupação central do auditor é com o respeito que os colaboradores da organização têm pelas normas internas pré-estabelecidas. Acompanhamento e avaliação: após a realização do trabalho, é importante que o auditor realize uma autoavaliação e, também, uma avaliação formal do trabalho junto ao seu gestor, para que revisem se o plano e os objetivos iniciais foram atingidos. Ainda nessa etapa, cabe ao auditor acompanhar a implantação das ações que foram acordadas com os auditados no final dos trabalhos, garantindo que os riscos identificados foram mitigados. Por fim, cabe salientar que os resultados de uma auditoria operacional podem contribuir com as empresas em diversos aspectos, desde o ajuste de processo para atender demandas legais até a identificação de perdas recuperáveis. Além disso, em alguns casos, a auditoria operacional acaba por identificar fraudadores, o que resulta na demissão desses indivíduos. Controles internos Para que você entenda a amplitude do tema controles internos, primeiro você deve entender que um sistema de controles internos não é a mesma coisa que uma auditoria interna. Tratam-se de temas distintos, de certa maneira com- plementares, mas um não substitui e nem diminui a importância do outro. Os controles internos estão diretamente relacionados às boas práticas de gestão e tendem a estar presentes em todas as áreas da empresa. O controle interno pode ser definido como um plano organizacional que por meio de métodos e medidas para salvaguardar o patrimônio da empresa 43Tipos de auditoria identifica fraudes, erros, omissões e outras operações anormais que possam gerar perdas para a empresa. Por outro lado, o sistema de controles internos, se bem estruturado, oferece segurança operacional para as empresas, de forma a transmitir confiabilidade para o ambiente, tanto para o público interno como para o externo. Cabe salientar que a estrutura de controles internos é mandatória em algumas entidades, pois, por força de lei, precisam demonstrar um ambiente de controles adequado para negociar suas ações no mercado de capitais. É o caso das empresas que possuem operações na bolsa de valores americanas, que são cobertas pela SOX. Sarbanes-Oxley (SOX) A lei americana Sarbanes Oxley tem em sua nomenclatura referência direta aos nomes de seus criadores, os congressistas Paul Sarbanes e Michael Oxley. Em julho de 2002, eles legislaram em atendimento ao apelo do mercado de capitais americano para buscar a restauração da credibilidade do mercado fi nanceiro e para afastar a insegurança dos investidores, após uma série de escândalos contábeis protagonizados por empresas de, até então, muito prestígio em seu país e até mesmo fora dele. A criação dessa lei foi motivada por uma série de escândalos que garantiram o colapso do mercado financeiro americano. Uma das principais empresas do país, a Enron, uma gingante que operava no mercado de commodities, mais especificamente na comercialização de gás natural, fraudou suas informações financeiras com objetivo de obter melhores ofertas de crédito no mercado. Em observância aos termos da lei, segundo material divulgado pelo Portal de Auditoria (c2016), as seções de maior relevância na lei, no que se refere à confiabilidade das informações divulgadas são: Por meio dos artigos 101 a 109, criando o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), órgão responsável pela avaliação da conduta das empresas de auditoria que atestam as informações financeiras; Auditoria 44 Por meio dos artigos 201, garantir a independência do auditor, esta- belecendo os serviços que não podem ser prestados pelas firmas de auditoria dentro do período que estão auditando os clientes; Por meio dos artigos 401 a 409, aprimora a qualidade das divulga- ções financeiras, estabelecendo padrões, periodicidade e atribuindo responsabilidades aos gestores das empresas, bem como instituindo a vinculação dessas informações a um código de conduta, que deve ser de notório conhecimento dos empregados da entidade, que influenciam nos resultados da empresa. Aspectos técnicos dos controles internos Conforme mencionado anteriormente, os controles internos podem ser im- plantados em todas as áreas das empresas, pois com eles são minimizadas a possibilidades de perdas. No entanto, algumas áreas, como administração, fi nanceiro, compras e vendas demandam maior atenção no momento da criação ou avaliação dos controles internos. Você deve saber que um controle, ou um grupo de controles instituído nessas áreas terá a fi nalidade de minimizar as irregularidades como fraudes, desfalques e suborno. O tipo mais comum de fraude é aquele em que há adulteração de docu- mentos; o desfalque é quando há retiradas indevidas de caixa e o suborno é quando o indivíduo recebe ou oferece indevidamente dinheiro em benefício próprio. Nesse sentido, cabe salientar que quanto mais desorganizado for o ambiente de controles internos da empresa, maior será a chance de ocorrer alguma das irregularidades citadas. Abaixo, seguem as descrições de outros conceitos de grande importância para a formação técnica de uma estrutura de controles internos. Controle preventivo: O controle preventivo é aquele que ocorre antes do registro, ou seja, que poderá antever a ação e evitar que ocorra a irregularidade. Pode-se citar como exemplo de controle preventivo a liquidação da despesa para oportuno pagamento. Controle detectivo: O controle detectivo visa identificar a irregula- ridade ocorrida pormeio de mecanismos lógicos. Pode-se citar como exemplo prático de um controle detectivo os controles de conciliações. Segregação de função e hierarquia: A segregação de função é peça chave para a sobrevivência de um ambiente de controles internos na empresa, pois garante que atribuições conflitantes sejam realizadas por pessoas ou áreas diferentes dentro da empresa. Outro aspecto importante 45Tipos de auditoria é a segregação ou atribuição hierárquica, ou seja, as operações devem respeitar hierarquia de aprovação e, preferencialmente, vincular essas alçadas de aprovações nos sistemas das empresas. No entanto, mesmo que todos esses aspectos estejam implantados no ambiente de controles internos das empresas, ainda há riscos de ocorrências de irregularidades. Existem algumas limitações nos controles internos, das quais podemos citar como exemplo o conluio entre fornecedor e comprador, ou até mesmo o conluio entre chefe e subordinado. Nesse momento, o trabalho da auditoria interna poderá complementar o sistema de controles internos, avaliando as inconformidades e dando maior segurança a alta administração. Auditoria de gestão Uma auditoria de gestão poderá anteceder ou suceder uma auditoria operacio- nal, podendo ser o ponto de partida para um plano de auditoria operacional. A partir de uma auditoria operacional pode-se criar a necessidade de realizar uma auditoria de gestão. Essa afi rmativa fi ca mais clara quando você conhece o horizonte temporal em que cada trabalho começa e termina. Por exemplo, a tempestividade de uma auditoria da gestão está focada no presente/futuro, ou seja, é diferente de uma auditoria operacional que avalia os registros con- tábeis ou procedimentos passados. A auditoria de gestão revisita os padrões ou as diretrizes vigentes apenas como ponto de partida para a construção ou readequação dos aspectos estratégicos e operacionais da empresa. Uma auditoria de gestão é solicitada pela administração da empresa quando estão previstas mudanças nos padrões operacionais existentes, também são comuns em processos de reestruturações organizacionais e lançamentos de produtos e serviços. Nesses casos, o auditor trabalhará em conjunto com os auditados no acompanhamento desses processos, visando garantir a qualidade dos trabalhos em aspectos tecnológicos, operacionais e metodológicos. As etapas de uma auditoria de gestão irão depender do propósito da ad- ministração, ou seja, devem se adaptar a demanda. No entanto, alguns passos são comuns a esse tipo de trabalho, por exemplo: realização de pesquisas; simulações de cenários; identificação de tendências; criação de mecanismos de controles para acompanhamento do projeto. Auditoria 46 Um trabalho de auditoria de gestão é extremamente importante para a continuidade dos negócios. Portanto, é imprescindível que as recomendações dos auditores sejam inovadoras, porém factíveis e que possam contribuir para o redirecionamento pretendido pela alta administração. Também é papel do auditor, alertar a alta cúpula da empresa sobre potenciais riscos envolvidos na operação de mudança ou reestruturação pretendida. Em termos técnicos, uma auditoria de gestão deverá cobrir os seguintes pontos-chave: Verificar se os projetos estão cobrindo todas as áreas fundamentais da empresa e se estão prevendo os reflexos das mudanças pretendidas. Analisar as bases que foram utilizadas para fazer as análises iniciais, nas quais as mudanças foram propostas. Recalcular e revisar os resultados incialmente apresentados, os quais motivaram os movimentos de mudanças. Avaliar a aplicabilidade das políticas e diretrizes vigentes. A conclusão de um trabalho de auditoria operacional, assim como em qualquer outro tipo de auditoria, deve ser amparada por fatos e dados. Deve ser claro, objetivo e imparcial. Inclusive, quando aplicável, deve fazer as devidas críticas ao modelo de gestão vigente ou pretendido pela alta cúpula da empresa. 47Tipos de auditoria PORTAL DE AUDITORIA. Introdução à Lei Sarbanes-Oxley (SOX). Curitiba, [c2016]. Dis- ponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/ auditoria-interna/Introducao- -a-lei-Sarbanes-Oxley-SOx.asp>. Acesso em: 15 dez. 2016. Leituras recomendadas ASSUNTOS ACADÊMICOS. Controle – caso: Bradesco. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2009. Disponível em: <http://maisadministracaoemfoco.blogspot.com. br/ 2009/04/controle-caso-bradesco.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Auditores independentes. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/ auditores/aud_indepen- dentes.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CHIQUITO, Antonio R. Princípios da auditoria contábil externa. Portal Contábeis, 2005. Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/63/ principios-da-auditoria- -contabil-externa/>. Acesso em: 12 dez. 2016. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria operacional e de gestão. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. GOMES, F. MBA em Contabilidade Internacional: conceitos nº 07. [S.l.]: DocPlayer, 2010. Disponível em: <http://docplayer.com.br/ 3682846-Orgaos-internacionais-de-con- tabilidade.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. MAUTZ, Robert K. Princípios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1987. PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 12 – Da auditoria interna. São Paulo, c2016. Dis- ponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ nbc/t12.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016. PORTAL DE CONTABILIDADE. Rotatividade dos auditores independentes. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/rotati- vidadedeauditores.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016. RAMIS, Diogo Dias. Controle da administração pública. [S.l.]: Âmbito Jurídico, c1998- 2016. Disponível em: <http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura&artigo_id=12667>. Acesso em: 12 dez. 2016. Referência 48Tipos de auditoria Conteúdo: Dica do professor A auditoria operacional é um dos tipos de trabalho que entrega a maior contribuição para os negócios. A partir destes trabalhos, são identificados pontos de ruptura que geram perdas significativas para os negócios, além de outras oportunidades de melhoria que potencializam os ganhos. Há também a garantia do compliance das áreas às normas internas, aos valores e direcionamentos da alta administração. Porém, para que uma equipe de auditoria operacional possa efetivamente contribuir com os negócios e gerar valor às companhias, é necessário o conhecimento e o entendimento das principais fases deste trabalho. Para entender melhor, assista ao vídeo a seguir, que aborda as principais fases da auditoria operacional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/8b39a24920d65bc9ce7046314139337b Exercícios 1) Em relação aos objetivos de uma auditoria operacional, aponte a opção correta. A) A finalidade é averiguar os controles internos, sobretudo os que estão relacionados aos sistemas de gestão integrados das empresas (ERP). B) Apoiar a gestão em momentos de reestruturação, criando cenários que possibilitam avaliar riscos e oportunidades futuras por conta das mudanças. C) Conjunto de técnicas e procedimentos cujo objetivo é averiguar a eficácia e eficiência de controles internos. D) A finalidade é averiguar a operacionalização das normativas contábeis e estabelecer opinião acerca do tema, munindo a alta gestão com informações relevantes para a tomada de decisão. E) Analisar os procedimentos operacionais, averiguar ocorrências passadas, realizar testes que possibilitam identificar pontos de riscos e deficiências de controles e sugerir melhorias para a otimização dos processos. 2) A auditoria de gestão é de fundamental importância para a gestão em momentos de revisão e remodelagem de conceitos e formasde operar os negócios. O domínio dos conceitos relacionados a este tipo de auditoria é valioso no mercado. Marque a alternativa correta em relação aos conceitos de auditoria de gestão. A) O trabalho da auditoria de gestão é colocado em prática ao final de uma auditoria operacional, pois, neste momento, são recomendadas ações futuras para corrigir os problemas identificados no trabalho operacional. B) A auditoria de gestão é solicitada pela alta administração e por investidores para identificar riscos e oportunidades na eventual aquisição de uma empresa. C) A auditoria de gestão apoia a administração da empresa na condução dos negócios, no que diz respeito a decisões estratégicas envolvendo a continuidade e o rumo dos negócios. D) O objetivo é implantar a autoauditoria nas empresas, buscando desvincular a dependência de testes preventivos e detectivos. E) A auditoria de gestão tem como foco acompanhar os indicadores monetários dentro de um projeto de inovação e reestruturação. 3) O controle interno não deve ser confundido com a auditoria interna, pois esta é um trabalho estruturado, que, em determinados momentos, realiza avaliações sobre a adequação dos controles internos. Assinale a alternativa que melhor representa conceitos, objetivos e abrangência dos controles internos de uma empresa. A) Os controles internos são instituídos pela área de auditoria com a finalidade de otimizar os procedimentos de averiguação de dados nas auditorias contábeis e operacionais. B) Os controles internos são estabelecidos pela contabilidade e têm a finalidade de garantir a fidedignidade dos dados contábeis. C) Os controles internos buscam salvaguardar o patrimônio da empresa, observando normas legais, procedimentos organizacionais, sistemas e eficiência de material humano disponível. Em contrapartida, realiza a avaliação de custo-benefício do controle. D) A principal finalidade dos controles internos é identificar fraudes financeiras, visto que trata- se de um sistema de monitoramento sob avaliação da gestão da auditoria interna. E) O controle interno é um mecanismo com aspecto detectivo, portanto, deve ser criado e implantado observando-se a identificação de erros, omissões e práticas inadequadas. 4) Em relação aos controles internos nas empresas, aponte a opção correta. A) Controles compensatórios são aqueles criados para compensar perdas financeiras ocorridas no passado. B) A principal e primordial característica de um controle interno é a possibilidde de monitoramento contínuo automático. Portanto, se a atividade de controle não puder ser automaticamente monitorada, o sistema de controle será ineficiente. C) A segregação de função é uma prática de controle utilizada em controles internos para garantir a correta classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de contas, evitando, assim, lançamentos em contas incompatíveis, com o objetivo de cometer fraude. D) Uma planilha de clientes em atraso (aging list) é um exemplo de controle sobre o contas a receber, pois demonstra que a empresa tem conhecimento dos clientes com débitos em aberto. E) Um controle muito importante relacionado às contas de imobilizado da empresa é a conferência segregada das taxas de deprecição utilizadas pela empresa para depreciar os ativos. 5) Em relação a resultados, vantagens e contribuições de auditorias de gestão e operacional, e também em relação a ambiente de controles internos, pode se dizer que: A) Ao final de uma auditoria de gestão, os investidores estarão tranquilos em relação às informações financeiras divulgadas pela empresa. B) As empresas podem substituir a área de auditoria interna com a implantação de um sistema robusto de controles internos. Assim, são reduzidos os custos operacionais das operações de negócios. C) As operações de pesquisas e simulações de cenários apoiam na identificação de pontos de ruptura em projetos estratégicos das empresas, por isso a auditoria operacional é tão importante, pois irá gerar informações para decisões e pode garantir a continuidade dos negócios. D) Os controles detectivos são importantes porque buscam a detecção de erros, desperdícios ou irregularidades no momento em que eles ocorrem, permitindo a adoção de medidas tempestivas de correção. E) Em uma auditoria operacional, a administração da empresa terá uma visão completa do ambiente de controles internos, pois serão revisados todos os controles relacionados à operação. Na prática O mercado de auditoria cresce junto com as necessidades dos negócios, mas também tem importante papel na sociedade no sentido de antever situações críticas, como um colapso econômico em decorrência de distorções nos números das empresas e outras práticas de gestão duvidosas. Porém, as práticas de auditoria vão além dos números, e um dos grandes exemplos desta afirmativa está na relação da auditoria com o meio ambiente. É fato notório que a população em geral (e as grandes organizações) investem cada vez mais em sistemas de gestão do meio ambiente. Com isso surgem novas oportunidades de mercado de auditoria. A averiguação dos sistemas de gestão ambiental e o cumprimento das normas legais relacionadas ao tema é um dos papéis de um auditor ambiental. O reflexo do trabalho de um auditor ambiental pode apoiar as empresas na redução de seus custos com multas dos órgãos competentes, sobre o descumprimento de alguma norma legal, mas também apoia significativamente a população, alertando as organizações sobre possíveis riscos ambientais. Fique atento a este nicho de mercado e suas contribuições para as organizações e a sociedade! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Auditoria Ambiental Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Auditoria e Segurança de Sistemas Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Controles Internos - Ferramentas para Prevenção e Gestão de Riscos Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/v1plMahJD9Y https://www.youtube.com/embed/x99qRbAhHlw https://www.youtube.com/embed/BdHhVfMlTGg