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Metodologia de Auditoria
Apresentação
Um método nada mais é do que os passos a serem seguidos para atingir determinado objetivo. 
Qualquer atividade profissional, por mais simples que seja, demanda conhecimento técnico para 
que as ações sejam realizadas. Na profissão de auditoria não é diferente – alguns passos 
importantes devem ser seguidos para que o trabalho de auditoria seja adequado. Embora não haja 
uma "receita de bolo" para todas as áreas auditadas, os profissionais devem estar atentos desde a 
escolha e o planejamento dos trabalhos, para que possam obter bons resultados.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais métodos utilizados no trabalho de 
auditoria.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Criar o plano de auditoria.•
Elaborar escopo e amostragem.•
Identificar os riscos das principais áreas das empresas e os controles suscetíveis a erros e 
fraudes.
•
Desafio
Fatores como crise, fragilidades em controles e assédio de agentes corruptores são situações que 
fomentam a possibilidade de fraudes nas empresas. Por vezes, embora haja um ambiente de 
controles adequados, os fraudadores conseguem burlar históricos, manipular informações e forjar 
documentos para saldar ou esconder as irregularidades. 
Imagine que você trabalha na área de auditoria da empresa JGM Ind. Met. Ltda. e recebeu uma 
demanda através do canal de denúncias. Os relatos não deram detalhes sobre o ocorrido, apenas 
informavam a existência de práticas antiéticas na área de contas a receber da empresa, e que estas 
práticas estavam gerando prejuízos para a organização em função de um conluio entre o 
representante de vendas e um funcionário da área de contas a receber.
Sendo assim, identifique os pontos de risco da área de contas a receber e cobrança. Delimite o 
escopo e descreva a amostra inicial que será selecionada para a realização dos testes.
Infográfico
Há inúmeros riscos dentro de estrutura de negócios, e cada um deles irá demandar uma análise 
diferente. Estas análises devem estar relacionadas à área de atuação e aos processos das empresas. 
Porém, algumas áreas e riscos são comuns à maioria dos negócios. 
Neste Infográfico, você irá conhecer os riscos e análises correspondentes às áreas que são comuns 
em diversas empresas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do livro
A elaboração de uma matriz de riscos é uma das principais ferramentas metodológicas utilizadas 
pelos auditores no trabalho de combate aos perigos que "rondam" os negócios e também para 
direcionar os esforços em relação à destinação de recursos para execução de trabalhos em campo.
No Capítulo Metodologia de auditoria, da obra Auditoria, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você poderá aprofundar seus conhecimentos a cerca da matriz de riscos e outras 
ferramentas.
Boa leitura.
AUDITORIA
João Guterres de Mattos
Metodologia de auditoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Criar o plano de auditoria.
 � Elaborar escopo e amostragem.
 � Identificar os riscos das principais áreas das empresas e os controles 
suscetíveis a erros e fraudes.
Introdução
Um método nada mais é do que os passos a serem seguidos para atingir 
determinado objetivo. Qualquer atividade profissional, por mais simples 
que seja, demanda conhecimento técnico para que as ações sejam realiza-
das. Na profissão de auditoria não é diferente – alguns passos importantes 
devem ser seguidos para que o trabalho de auditoria seja adequado. 
Embora não haja uma “receita de bolo” para todas as áreas auditadas, os 
profissionais devem estar atentos desde a escolha e o planejamento dos 
trabalhos, para que possam obter bons resultados. Neste texto, você 
vai estudar os principais métodos utilizados no trabalho de auditoria.
Riscos 
Risco é sinônimo de perigo, e esse termo, aplicado ao mundo corporativo e 
empresarial no geral, via de regra, representa perdas financeiras. É prática 
repudiada por qualquer administração de qualquer empresa. A auditoria, no 
papel de guardiã do patrimônio empresarial, tem por regra direcionar seus 
esforços na identificação, combate e mitigação dos riscos que cercam as 
empresas. 
Uma das principais ferramentas metodológicas, utilizadas pelos auditores 
no trabalho de combate aos perigos que giram em torno dos negócios e também 
para direcionar os esforços em relação à destinação de recursos para execução 
de trabalhos em campo, é a elaboração de uma matriz de riscos. Essa matriz 
é um documento elaborado pelos auditores, por vezes em conjunto com espe-
cialistas ou consultores empresarias, na qual são determinados os principais 
pontos de ruptura nos processos e os respectivos impactos de ocorrências 
inesperadas nesses pontos. 
 A matriz de risco pode ser global ou localizada, ou seja, você pode criar 
uma trilha de riscos incorporando todos os fatores e processos empresariais, 
ou elaborar um cruzamento de perigos de uma área específica. A necessidade 
irá determinar o melhor método, no entanto, cabe salientar que é recomendável 
a aplicação do método global, pois com ele é possível ter uma visão do todo 
e evitar combinações de riscos que possam gerar grandes impactos para os 
negócios da empresa.
Veja, na Figura 1, um exemplo de matriz de risco localizada.
Auditoria2
Figura 1. Matriz de risco localizada.
Fonte: Adaptada de Maffei (c2017).
3Metodologia de auditoria
Inicialmente criada como National Commission on Fraudulent Financial Reporting (em 
português Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros), essa comissão 
era formada por representantes das principais associações de classes de profissionais 
ligados à área financeira. O primeiro objeto de estudo da comissão foram os controles 
internos das empresas. Posteriormente, essa comissão se tornou um comitê e passou 
a se chamar Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission 
(COSO), em português Comitê das Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway.
A COSO é uma organização sem fins lucrativos, dedicada a melhoria dos relatórios 
financeiros, sobretudo pela da ética e efetividade na aplicação, bem como pelo cum-
primento dos controles internos. É patrocinada pelas cinco das principais associações 
de classe de profissionais ligados à área financeira nos Estados Unidos.
Em decorrência da globalização e padronização internacional das técnicas de au-
ditoria, as recomendações da COSO, relativas aos controles internos, bem como seu 
cumprimento e observância, são amplamente praticadas e tidas como modelo e 
referência no Brasil e na maioria dos países do mundo.
Os riscos geralmente são classificados como baixo, médio e alto. Há diversos 
critérios de classificação, as auditorias independentes, por exemplo, se baseiam 
em orientações da COSO para determinar a criticidade de alguns riscos. Po-
rém, um critério bastante usual e funcional está relacionado à materialidade 
e à postura ética. Por exemplo, quanto maior o impacto para os negócios da 
empresa, ou do processo, maior a criticidade do risco.
Conheça alguns riscos gerais vinculados as principais áreas, que são comuns 
a quase todas as empresas:
 � Compras
 ■ Supervalorização dos preços de compra.
 ■ Contratação de produtos e serviços sem necessidade.
 ■ Combinação de preços.
 ■ Compras sem aprovação ou segregação.
 ■ Compras de familiares ou laranjas com objetivo de obter vantagens 
alheias a empresa.
 ■ Concentração de compras em um único fornecedor, gerando depen-
dência e riscos para o negócio.
 ■ Compras sem cotações em mais de um fornecedor, perdendo opor-
tunidade de gerar ganhos financeiros para a empresa.
Auditoria4
 � Vendas 
 ■ Pagamento indevido de comissões.
 ■ Vendas fictícias.
 ■ Descontos demasiados.
 ■ Prazo de pagamento muito extenso.
 � Financeiro 
 ■ Pagamentos em duplicidade. 
 ■ Pagamentos sem nota fiscal.
 ■ Concessões de adiantamentos sem o devido acompanhamento/ 
desconto.
 ■ Baixas de clientes sem contrapartida em banco (conluio financeiro 
– cliente).
 ■ Criação de contas a receber fictício para manipular os resultados 
da empresa. 
 � Logística
 ■ Supervalorização no custo de fretes.
 ■ Desvios de mercadorias nos transportes. 
 ■ Fretes fictícios, ou seja, sem uma entrega física vinculada. 
Plano de auditoria
Um plano de auditoria deve ser direcionado à cobertura dos riscos de negó-
cios, portanto, é primordial que ele esteja alinhado com a matriz de riscos da 
empresa, pois irá determinar o cronograma de trabalho dos auditores e, ao 
mesmo tempo, demonstrar a alta administração da empresa que o trabalho 
dos auditores minimizará as perdas e, por vezes, potencializará os ganhos 
da entidade.
O plano anual de auditoria não é restrito a auditoria contábil, ou seja, ele é 
aplicável a qualquer auditoria, porém é impreterível a presença de uma equipe 
de auditoria operacional, que geralmente está vinculada a empresa na forma 
de auditores internos. 
Diversos fatores devem ser considerados na construção de um plano de 
auditoria, um deles é a materialidade, em que os riscos e suas criticidades são 
avaliados e as prioridades são elencadas de forma a evitar perdas. Outro fator 
importantíssimo na construção de um plano é o histórico de problemas, que 
deverá ser considerado, pois as áreas que já apresentaram falhas ou fraudes, 
via de regra, são suscetíveis a recorrências e devem ser apuradas pela auditoria. 
5Metodologia de auditoria
Áreas de alto risco, como financeiro, compras e vendas, quase sempre estão 
presentes nos cronogramas anuais de trabalho dos auditores. Além disso, o 
planejamento deve contemplar demandas do ano anterior e reservar espaço 
para o atendimento das novas demandas. Veja, agora, outras informações 
importantes relativas ao plano de auditoria:
 � Não é uma ferramenta utilizada para controlar orçamento da equipe 
de auditoria.
 � Deve-se observar os recursos humanos disponíveis na equipe e espe-
cialidades de cada auditor para atribuir os trabalhos durante o ano.
 � É recomendável que a equipe tenha um time sheet de acompanhamento 
das horas gastas em auditoria, esse fator contribuirá com a construção 
do plano e do cronograma de auditoria.
 � Ajustes podem ser realizados durante o ano, e é recomendável que 
demandas éticas sejam priorizadas no cronograma.
 � É recomendável que o plano seja fechado com a alta administração da 
empresa, porém a construção é de competência da auditoria.
 � Não é recomendável que esse plano seja divulgado às áreas de negócio, 
ele deve ser restrito à equipe de auditoria e a alta administração. A 
divulgação dessas informações poderá comprometer os resultados dos 
trabalhos durante o exercício.
Escopo e amostragem
Por definição, escopo é o somatório de tudo que se pode referir a um projeto, 
logo, se tratando de uma auditoria, é possível dizer que a abrangência do 
trabalho, bem como seus resultados estão diretamente vinculados à forma-
tação do escopo. Um exemplo bastante claro de escopo é a determinação de 
quais plantas de uma determinada empresa serão auditadas. Esse processo 
de avaliação e determinação de foco é muito utilizado por auditorias inde-
pendentes, em que, utilizando uma série de critérios, como materialidade da 
planta, representatividade dos produtos e outros riscos, definem-se as plantas 
que serão auditadas, ou seja, o escopo inicial do trabalho.
Na prática, trata-se de uma abordagem macro de um trabalho de audito-
ria, por exemplo, se o auditor for realizar uma auditoria na área financeira 
da empresa, ele primeiro irá determinar qual a área alvo, pois há diversos 
subprocessos dentro da área. Ele poderá realizar uma auditoria em tesouraria, 
gestão de caixa, contas a pagar, contas a receber e outros. Determinando a área 
Auditoria6
alvo e os processos que serão avaliados, você terá estabelecido um escopo e, 
com ele, uma expectativa de resultados.
A determinação do escopo dependerá do objetivo do trabalho, se for ape-
nas um trabalho de cobertura de plano de auditoria, você deve se apoiar nos 
riscos vinculados à área para determinar o escopo. Caso for um trabalho de 
apuração de desvio ético, você deve formatar o escopo de acordo com o teor 
da denúncia e direciona-lo para o resultado que deseja obter.
Em termos metodológicos, após estabelecer o escopo, inicia-se a aplicação 
de uma segunda técnica extremamente difundida na profissão auditoria: a coleta 
de dados e seleção de amostras. É importante dizer que, antes de coletar os 
dados, o auditor irá realizar a abertura do trabalho com os auditados e coloca-los 
a par, superficialmente, do escopo do trabalho. A norma brasileira NBC TA 
530 define amostragem em auditoria (CFC, 2009, documento on-line) como: 
[...] aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos 
itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que 
todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem 
selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite ao 
auditor concluir sobre toda a população.
O planejamento de uma amostra é parte extremamente importante no 
trabalho do auditor e pode determinar o resultado do trabalho, portanto, antes 
de qualquer coisa, você deve saber que a amostra precisa considerar acima 
de tudo os objetivos da auditoria. A base selecionada precisa ser suficiente e 
adequada para estender-se a massa de dados, além d e permitir que o auditor 
emita um parecer assertivo sobre toda a base, mesmo tendo analisado parte 
dela. Esse método é conhecido como amostragem estatística. 
 Há, também, a possibilidade da amostra não ser estatística, nesse caso, 
caberá a o auditor determinar o range de dados que será analisado, baseado 
em seu conhecimento tácito ou técnico a respeito da massa de dados, da enti-
dade e do processo que será auditado. No entanto, cabe salientar que algumas 
correntes defendem que definições de amostras, como valores acima de X 
reais ou com prazo acima de Y dias, não podem ser considerados literalmente 
como amostras, uma vez que, tecnicamente, não concedem a mesma chance 
para todos os dados do universo disponível para análise. Todavia, essa técnica 
é bastante utilizada e efetiva, já que visa a atingir itens de maior representa-
tividade, valorizando o fator materialidade. 
As amostras são selecionadas a partir de uma população, que é um termo 
bastante difundido na matemática e também na estatística. A população re-
7Metodologia de auditoria
presenta o universo de dados a serem analisados, ou seja, se em seu trabalho 
você analisar todos os dados de uma tabela, você não estará trabalhando em 
uma amostra, mas sim na população. 
Cada item que compõe a população é conhecido como unidade de amostragem. 
A população pode ser dividida em unidades de amostragem de diversos modos.
Outra técnica bastante interessante é a estratificação da população, ou seja, 
você pode quebrar o volume de dados utilizando critérios estabelecidos por 
você, em seu papel de auditor, desde que sempre observando os objetivos da 
auditoria. Assim, dentro desses subgrupos, você pode aplicar técnicas de sele-
ção de amostras, potencializando a cobertura da população. Veja um exemplo:
Você está realizando um trabalho de auditoria na área de compras de 
uma empresa que opera em todos os estados do Brasil. Você precisa fazer 
uma seleção de pedidos para analisar se todos estão aprovados e com preços 
adequados, antes de selecionar a amostra, utilizando critérios de seleção 
estatísticos, você poderá desmembrar essa população em cinco subgrupos: 
regional sul, norte, nordeste, sudeste e centro-oeste. Dessa forma, todos os 
estados do Brasil serão contemplados na sua análise.
Cabe salientar que toda a seleção de amostra possui riscos e erros toleráveis 
e esperados. É papel do auditor explorar esses riscos e erros. Além disso, 
é importante que o tamanho da amostra seja suficiente para determinar o 
resultado dos testes, ou seja, deve ter material o suficiente e abrangero maior 
número de variáveis possíveis, para poder ser considerada válida. Veja a seguir 
mais alguns conceitos relativos à seleção de amostragem.
 � Seleção aleatória: é o método mais comum de seleção de amostras e 
tem como intuito assegurar que todos os dados da população tenham 
a mesma chance no processo de seleção.
 � Seleção sistêmica: é a seleção que observa uma constante dentro da 
massa de dados.
 � Seleção direcionada: é utilizada quando o auditor busca dados espe-
cíficos dentro de uma população, é muito comum em casos em que há 
indícios de fraudes advindas de denúncias.
Auditoria8
Conheça também outros conceitos de técnicas de auditoria, utilizadas no 
dia a dia dos auditores.
 � Revisão análitica: é a verificação analítica que tem como princípio 
o estudo comportamental dos dados, identificando inconformidades 
por meio de discrepâncias e oscilações. Não tem como finalidade a 
verificação de cálculos, esta é uma outra técnica.
 � Testes de observância e substantivos: são testes complementares que, 
quando realizados em conjunto, tornam-se uma ferramenta bastante 
efetiva na identificação de inconformidades. O teste de observância 
visa à obtenção de uma resposta a cerca da correta realização de um 
procedimento, já o substantivo tem a finalidade de confirmar a vera-
cidade dos dados apresentados pelo auditado.
 � Correlação: advém do método das partidas dobradas e tem como 
finalidade analisar a razoabilidade das transações realizadas pelos au-
ditados, o teste de documentação é uma técnica diferente da correlação.
 � Circularização de saldos: a validação de saldos com circularização é 
uma técnica muito usada por auditores independentes. Não é comum em 
um trabalho de auditoria operacional, pois as informações necessárias 
para averiguação dos saldos estão disponíveis para o auditor nos sistemas 
e controles internos, por exemplo, o auditor envia uma correspondência 
a um fornecedor para validar se os dados informados na contabilidade 
estão corretos, e o que ele tem a receber do auditado procede.
9Metodologia de auditoria
CFC. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade CFC nº 1.222, de 27. nov. 2009. 
Aprova a NBC TA 530 - Amostragem em Auditoria. Disponível em: <http://www.nor-
maslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1222_2009.htm>. Acesso em: 30 jun. 2022.
MAFFEI, José Luiz G. Gestão de riscos – COSO. [S.l.]: De Lorenzi & Maffei, c2017. 
Disponível em: <http://delorenzimaffei.com.br/site/index.php? option=com_
content&view=article&id= 108&Itemid=92>. Acesso em: 01 jan. 2017.
Leituras recomendadas
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2013.
WIKIPÉDIA. COSO. [S.l.], 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/COSO>. 
Acesso em: 01 jan. 2017. 
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Auditoria10
 
Dica do professor
O avanço tecnológico é notório em todas as áreas profissionais de uma empresa, o que se observa 
também na área de auditoria. Ao longo dos anos, aperfeiçoamentos foram requeridos na 
metodologia de trabalho dos auditores, a fim de atender ao crescente volume de dados gerados 
pelas empresas. Neste sentido, foram desenvolvidas técnicas para avaliação de dados em massa, 
com baixo custo e alto grau de assertividade.
Nesta Dica do Professor, conheça as principais técnicas de avaliação de dados em massa, que 
fazem parte do dia a dia de uma equipe de auditoria.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/19b6658b714e5ca0e2c2c1e353ff3a16
Exercícios
1) Marque a opção correta em relação ao plano anual de auditoria. 
A) O plano de auditoria é aplicável apenas no caso de auditoria contábil, pois trata-se da seleção 
das contas contábeis que serão averiguadas nos trabalhos durante o ano.
B) O plano de auditoria deve ser, impreterivelmente, pautado pelo princípio da materialidade, ou 
seja, prevendo cobertura apenas às áreas e plantas da empresa, que representam mais de 
25% da receita da organização.
C) A auditoria é uma área que opera de forma detectiva-corretiva. Assim, o plano de auditoria 
anual nada mais é do que um cronograma que organiza as demandas que não foram atendidas 
no ano anterior, destinando recursos (pessoas) para atendimento de novas demandas que 
surgem da alta administração e outros canais.
D) Históricos de fraudes, fatores de risco e demandas especiais são fatores-chave a considerar 
na construção do plano de auditoria.
E) O plano de auditoria diz respeito à formação orçamentária da área. Neste documento serão 
orçadas as despesas com os trabalhos, incluindo viagens, reajustes e premiação por 
desempenho ou success fee.
2) Assinale a alternativa que melhor representa o conceito de escopo e amostragem de 
auditoria. 
A) A amostra estatística deve ser utilizada quando os dados do conjunto analisado apresentam 
características homogêneas.
B) A população é o resultado obtido após a seleção da amostra e a aplicação dos testes.
C) As amostras devem ser representativas, tendo em vista a população, e sempre aleatórias.
D) A amostra aleatória observa um intervalo constante dentro da massa de dados.
E) Se aplicado o método de seleção por amostragem aleatória randômica, o nivel de confiança 
será de 100%, ou seja, sem margens de erro.
3) Assinale a alternativa correta em relação à metodologia e à técnica de auditoria operacional. 
A) A circularização de clientes e fornecedores para validar os saldos das contas contábeis é a 
principal técnica da auditoria operacional.
B) A correlação é uma técnica muito utilizada pelo auditor; é através dela que avalia-se a 
documentação física arquivada na empresa.
C) A revisão analítica tem como finalidade revisar os cálculos financeiros utilizados para 
apresentar os ganhos de um projeto.
D) A contagem física é um dos principais métodos utilizados na auditoria para validar a existência 
do ativo e identificar fraudes.
E) Quando realizar um teste de observância, não há necessidade de realizar um teste 
substantivo, e vice-versa.
4) Assinale a alternativa correta em relação à metodologia de auditoria. 
A) Ao selecionar uma amostra, o auditor deve considerar os objetivos específicos da auditoria e 
ponderar erros toleráveis e esperados.
B) O processo de estratificação é utilizado na formação de escopo para determinar a população 
da auditoria.
C) O plano de auditoria deve ser discutido com os gerentes das áreas no início de cada exercício, 
para que o cronograma de trabalho seja de conhecimento de todos os gerentes da empresa.
D) O fator-chave para a determinação do tamanho da amostra é o tamanho da população. 
Quanto maior a quantidade de dados na população, maior a amostra.
E) O controle interno substitui a necessidade de realizar testes substantivos.
5) Considerando as informações a seguir, assinale a alternativa que representa maior risco de 
fraude financeira e, portanto, demanda atenção especial do auditor em um trabalho de 
auditoria operacional na área de vendas da empresa. 
A) Baixa produtividade da equipe.
B) Atrasos na entrega dos pedidos.
C) Reconhecimento da receita.
D) Rentabilidade de produtos.
E) Condição de pagamento e descontos.
Na prática
As perdas por fraudes, desvios, manipulações e outras ações ilícitas têm assombrado o corpo 
empresarial brasileiro há anos. Elas se manifestam de diversas formas, como tráfico de informação, 
sonegação, roubos e furto. Porém, no Brasil, uma das operações em maior evidência é a oferta de 
propina. A propina é uma prática bastante difundida no mundo corporativoe também em pequenos 
negócios, sendo muito efetiva e de difícil identificação, embora estejamos falando de uma operação 
estruturada para beneficiar alguns integrantes do ciclo composto por agente corrupto e corruptor.
A auditoria interna opera como parceira dos negócios e até mesmo da população na averiguação 
pericial dessas potenciais fraudes. Valendo-se de conhecimento técnico e metodologia de trabalho, 
pode identificar irregularidades. Em 2014, ainda no início da operação Lava Jato, o Ministério 
Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou executivos das empresas Petrobrás e Construtora 
Norberto Odebrecht devido a falhas no processo licitatório de ativos da empresa no Brasil e no 
exterior. Esta denúncia foi motivada e amparada por um trabalho realizado pela equipe de auditoria 
interna da própria Petrobrás, que, durante as averiguações, aplicou testes que culminaram na 
constatação de uma série de irregularidades.
A Petrobrás se manifestou publicamente a respeito do fato, após a imprensa divulgar a denúncia 
realizada do MPRJ, informando que após os apontamentos de sua auditoria interna, o contrato com 
as supostas irregularidades foram renegociados, observando as recomendações da auditoria 
interna.
Estes fatos demonstram na prática a importância de um trabalho de auditoria, da aplicação de 
técnicas para apuração dos fatos e da dimensão que um relatório de auditoria pode tomar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Caso Enron e Governança Corporativa
"Enron" era a sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de energia do 
mundo. Este vídeo apresenta um pequeno relato sobre este caso e aborda práticas de Governança 
Corporativa.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE 
INTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 11 - IT - 07 
PLANEJAMENTO DA AUDITORIA
Veja aqui as NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE INTERPRETAÇÃO TÉCNICA
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
O QUE É O RISCO DE AUDITORIA?
Entenda mais sobre OS RISCOS DE AUDITORIA
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/Txkufo1J7aw
http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t1107.htm
https://portaldeauditoria.com.br/o-que-e-o-risco-de-auditoria/
Etapas da Auditoria
Apresentação
As informações de um trabalho de auditoria tendem a ser relevantes para os negócios das 
empresas e, por vezes, podem alterar estruturas e processos. Dada a relevância do tema, faz-se 
necessária a formalização de todos os testes realizados, os quais devem ser de extrema qualidade 
técnica e sigilosos. É parte do trabalho de um auditor recomendar algumas melhorias no ambiente 
de controle, a partir da identificação de algumas inconformidades encontradas na etapa de testes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as práticas de elaboração dos papéis de trabalho 
de auditoria, os principais testes e verá recomendações de melhorias no ambiente de controles. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar os principais riscos e controles internos aplicáveis.•
Elaborar papéis de trabalho.•
Realizar testes nas principais áreas da empresa.•
Desafio
Segundo reportagem publicada pela revista VEJA em dezembro de 2016, uma das principais 
empresas de auditoria do mundo, a big four DELOITTE, fechou acordo bilionário para 
encerramento de acusações junto aos órgãos reguladores, em relação a possíveis manipulações e 
ocultações de fatos materiais, durante os trabalhos realizados em seus clientes brasileiros, entre 
eles a famosa empresa aérea Gol.
O PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board) constatou que alguns dos papéis de 
trabalho relacionados às auditorias realizadas na Gol e na TNL estavam com data de salvamento 
eletrônico posterior à conclusão dos respectivos serviços prestados. Diante dos fatos, a empresa de 
auditores independentes realizou uma autodenúncia junto aos órgãos reguladores e, entre as 
irregularidades praticadas, citou a alteração de informações relativas às receitas de passagens 
aéreas da empresa Gol.
Diante dos fatos apresentados, cite os principais parâmetros relativos à elaboração dos papéis de 
trabalho.
Infográfico
O papel de trabalho é uma das ferramentas mais importantes no trabalho do auditor. Esse 
instrumento é utilizado como um guia e, ao final do trabalho, deve amparar os resultados obtidos. 
Nesse instrumento, são inseridas as informações mais importantes do trabalho e, dessa forma, 
permite que o trabalho do auditor seja devidamente avaliado ao término da auditoria. No 
infográfico, conheça alguns dos fundamentos relacionados aos papéis de trabalho da auditoria.
Conteúdo do livro
É bastante comum, principalmente em se tratando de auditorias independentes, a realização de 
uma etapa de auditoria chamada walkthrough. Trata-se de uma etapa inicial do trabalho, em que os 
auditores realizam uma avaliação sobre o ambiente de controles e também avaliam se as transações 
e os processos estão ocorrendo conforme informado pelos auditados. Acompanhe esse conteúdo 
no capítulo "Etapas de auditor", base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
AUDITORIA 
João Guterres de Mattos 
Etapas da auditoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar os principais riscos e controles internos aplicáveis.
  Elaborar papéis de trabalho.
  Realizar testes nas principais áreas da empresa.
Introdução
As informações de um trabalho de auditoria tendem a ser relevantes 
para os negócios das empresas e, por vezes, podem alterar estruturas 
e processos. Dada a relevância do tema, é necessário que haja uma 
formalização de todos os testes realizados, os quais devem ser de ex-
trema qualidade técnica e sigilo. É parte do trabalho de um auditor 
recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da 
identificação de inconformidades encontradas na etapa de testes. Neste 
texto, você vai estudar as práticas de elaboração dos papéis de trabalho 
de auditoria e os principais testes e recomendações de melhorias no 
ambiente de controles.
Iniciando uma auditoria
Riscos e controles
A avaliação dos riscos é uma das principais etapas do processo de auditoria, 
pois, embora a empresa auditada já tenha constituída uma matriz de riscos, 
o auditor deve iniciar o trabalho revisando, junto aos auditados, se não há 
alterações relevantes no processo que culminaram na extinção ou criação 
de novos riscos que não estavam previstos inicialmente na matriz. Em con-
trapartida, deve-se verifi car a existência de controles internos, sejam eles 
formais ou informais, que possam mitigar esses riscos. Alguns riscos são 
comuns a diversas empresas, pois estão vinculados a processos chave para o 
funcionamento de uma estrutura de pessoa jurídica, por exemplo, os riscos 
vinculados à área fi nanceira, vendas, compras e fi scal. 
Na área financeira, existem riscos de manipulação de saldos bancários, de 
desvios de dinheiro, fraudes em baixa de títulos de clientes e risco operacional 
por falhas nos processos de pagamentos, o que gera passivos de juros indevidos. 
O auditor deverá averiguar a existência de controles mitigatórios para esses 
riscos e, não identificando mecanismos que mitiguem ou ao menos minimizem 
esses riscos, deverá trabalhar fortemente em evidências que demonstrem a 
materialização do risco. Caso essas evidências existam, deve demonstrar a 
empresa a importância de controlar esses pontos chaves da área financeira, 
a fim de evitar reincidência de perdas. Ao final do trabalho, o auditor deve 
recomendar a criação ou aprimoramento desses controles.
Já em relação à área de vendas, compras e fiscal, há riscos de manipu-
lação nos cálculos de comissões para os vendedores, concessões comerciaisindevidas, concessões indevidas de adiantamento, compras superfaturadas 
ou sem necessidade, além de sonegações fiscais. Para esses riscos, é preciso 
avaliar se existem controles de acompanhamento ou revisão analítica de 
pagamentos de comissões, segregação de função e estrutura hierárquica na 
aprovação de condições comerciais diferenciadas e nas compras, bem como 
verificar a existência de mecanismos de avaliação dos níveis de estoques antes 
de realizar compras e também garantir que haja uma concorrência saudável 
entre os fornecedores. 
Já na área fiscal, é recomendável a existência de um controle de conciliação 
sobre o fluxo de notas de entradas e saída com as respectivas obrigações fiscais 
sobre esses eventos. A exemplo do que ocorre com a área financeira, se não 
constatar a falta de mecanismos semelhantes a estes, nas áreas que você for 
realizar auditoria, há forte tendência de encontrar desvios nos processos. Ao 
 Auditoria 80
final do trabalho, o auditor poderá recomendar a implantação desses controles, 
a fim de equilibrar a balança risco x controles da empresa.
Walkthrough
É bastante comum, principalmente em se tratando de auditorias independentes, 
a realização de uma etapa de auditoria chamada de walkthrough. Trata-se de 
uma etapa inicial do trabalho, em que os auditores realizam uma avaliação 
sobre o ambiente de controles e avaliam se as transações e processos estão 
ocorrendo conforme informado pelos auditados. Nessa etapa, pode-se averiguar 
também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria, como processos 
extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo. 
O auditor pode obter as respostas que busca no walkthrough questionando 
os usuários sobre o fluxo do processo e, assim, reavaliando os pontos de riscos, 
mas também pode realizar testes com amostras reduzidas para confirmar se 
os controles de fato estão funcionando.
Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um 
termômetro para o auditor avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados. 
Porém, se tratando de auditorias independentes, a etapa de walkthrough é 
determinante para o andamento do trabalho e, se um controle apresentar falha 
nessa etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo terá a prer-
rogativa, por metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes. 
A alternativa neste caso, tanto da área auditada como da auditoria interna, é 
apresentar aos auditores independentes uma lista de controles de contingência, 
que servem como mitigadores dos riscos vinculados aos controles negativados 
na etapa de walkthrough.
Como citado anteriormente, essa etapa da auditoria também é utilizada por 
auditores internos e serve como termômetro para avaliação inicial dos controles 
e aderência a normas. Embora não sigam exatamente os mesmos padrões e 
formalidades utilizadas por um auditor externo, os auditores internos também 
realizam o walkthrough para mapear riscos e iniciar o processo de avaliação 
de controles. Porém, ao contrário do que ocorre em trabalhos de auditorias 
externas, o auditor não irá negativar o os controles em função da falha inicial 
das primeiras amostras. Para um auditor interno, uma falha em testes de 
walkthrough representa um sinal de alerta e, a partir dessas informações, ele 
pode direcionar os esforços para identificar as causas e possíveis perdas que 
estão ocorrendo no processo. 
81Etapas da auditoria
Papéis de trabalho 
Todo o trabalho de auditoria deve, impreterivelmente, estar embasado em 
evidências, que, via de regra, são classifi cadas em evidências de fi nalidade 
e evidências de natureza. Uma evidência pode ser formada por um dado ou 
informação, seja ela documental ou não documental, mas, também, pode ser 
formada por um conjunto de informações, que correlacionadas demonstram 
a existência de fatos anormais ou até mesmo apontam e demonstram fraudes.
Para formação de evidências, existem estruturas organizadas dentro de um 
trabalho de auditoria, que são denominados papéis de trabalho. Nos papéis de 
trabalho todas as informações relevantes encontradas ao longo do caminho 
são arquivadas para garantir a salvaguarda dos dados e amparar a opinião do 
auditor. Lembre-se que o parecer do auditor (interno ou externo) pode impactar 
de forma relevante, tanto o processo auditado como, dependendo da relevância 
do problema identificado, a continuidade das operações empresariais. 
Dessa forma, pode-se dizer que a arquitetura de dados, estruturada para 
amparar o resultado de uma auditoria, é de fundamental importância no tra-
balho do auditor, esses documentos podem inclusive ser solicitados em juízo, 
como prova em possíveis ações cíveis, trabalhistas ou até mesmo criminais, 
que podem ocorrer como eventos subsequentes a um trabalho de auditoria. 
Portanto, veja a seguir algumas características acerca dos objetivos e finalidade 
dos papéis de trabalho:
  Objetivos
 ■ Apoiar a organização dos testes e emissão de parecer.
 ■ Arquivar as evidências.
 ■ Proporcionar consultas rápidas sobre os dados analisados e raciocínio 
de testes.
 ■ Possibilitar revisões sobre os testes realizados.
 ■ Possibilitar reflexões sobre melhorias na metodologia de trabalho 
e testes.
  Conteúdo 
 ■ Fonte dos dados (p. ex., quais relatórios, quem foram os entrevis-
tados, etc.).
 ■ Evidências e fatos relevantes identificados.
 ■ Escopo e planejamento de testes.
 ■ Conclusões.
  Cuidados
 ■ Informações claras e objetivas. 
 Auditoria 82
 ■ Deve conter todas as informações úteis para revisão futura.
 ■ Deve respeitar a tempestividade do trabalho.
 ■ Deve conter uma trilha de identificação dos cruzamentos.
Conforme citado, os dados dos papéis de trabalho devem estar estruturados 
de forma organizada, para que as informações possam ser facilmente identi-
ficadas, portanto, em determinados tipos de trabalho são exigidas estruturas 
comuns, como em auditorias contábeis realizadas por auditorias externas. 
Uma inteligência na organização de dados é requerida para facilitar o enten-
dimento da lógica utilizada para chegar ao parecer, mas também para facilitar 
a revisão dos testes.
Contudo, nos demais tipos de auditoria, se faz necessário preservar a 
organização dos papéis, respeitando hierarquias e criando codificações que 
possibilitem a identificação do raciocínio. Essa codificação pode ser indicada 
por meio de um índice, em que para cada operação auditada é atribuída uma 
letra ou número. Também são comuns em papéis de auditoria a utilização 
dos chamados ticks. Por exemplo, você irá realizar uma auditoria na área 
financeira de uma empresa e está realizando testes sobre contas bancárias. 
Você poderá utilizar uma letra para identificar cada um dos bancos que será 
avaliado e símbolos para indicar os testes realizados. Veja o exemplo a seguir:
Exemplo de estrutura
A – Banco Santander
A-1 – conta 12345
A-2 – conta 54321
B – Banco Itaú
B-1 – conta 8493403
B-2 – conta 4823904
Exemplos de ticks
Z – Soma conferida e validada
Ξ – Erro de soma
Y – Saldos incompatíveis entre extrato e contábil
83Etapas da auditoria
Por fim, cabe salientar que os papéis de trabalho são de propriedade dos 
auditores e devem ficar sobre a salvaguarda dessa equipe. Não é recomen-
dável que esses documentos sejam compartilhados com os auditados. Os 
papéis de trabalho devem estar à disposição para eventuais consultas por pelo 
menos cinco anos, devendo-se manter a confidencialidade absoluta sobre o 
seu conteúdo.
Leia a NBC T 11 – IT – 02 Papéis de trabalho e documentação da auditoria (PORTAL 
DE CONTABILIDADE, c2016).
Testes
Os testes de auditoria devem ser profundos e claros e podem estar amparados 
em fatos, mas também em hipóteses, ou seja, em cenários elaborados pelo 
auditor. Se tratando de auditorias contábeis, podemos dizer que há um padrão 
de testes a serem seguidos, pois eles irão determinar se as empresas estão ou 
não em compliance com a legislação vigente e, por vezes, poderão até mesmo 
identifi car manipulações de informações.No entanto, no caso de auditorias operacionais, os testes não seguem obri-
gatoriamente um padrão, podem variar de auditor para auditor e de empresa 
para empresa, pois há diversas formas de se chegar ao mesmo resultado, 
além disso, deve-se respeitar outras variáveis, como cenários econômicos, 
segmento de atuação e sazonalidades. Contudo, como já citado, a lógica de 
alguns testes é semelhante, independentemente das variáveis, pois, assim 
como em uma matriz de riscos e sistemas de controles, existem áreas chaves 
e riscos chaves, portanto há testes para verificar se ocorreu materialização 
dos riscos. Você verá alguns testes que podem ser aplicados em trabalhos de 
auditorias para averiguar a existências de irregularidades operacionais e, por 
vezes, identificar desvios éticos. 
Iniciando pela área financeira, você verá que são inúmeros os testes vin-
culados a essa área, porém alguns deles são bastante importantes e críticos, 
sendo aplicados de forma geral. O primeiro deles está vinculado à avaliação 
 Auditoria 84
de carteira de clientes inadimplentes. O auditor deve avaliar se a carteira de 
clientes está sendo devidamente monitorada e se todas as ações de cobrança 
estão ocorrendo normalmente, pois pode estar ocorrendo fraudes e procras-
tinação intencional das ações de cobrança, com objetivo de beneficiar um ou 
outro cliente. Além disso, pode existir, também, um contas a receber fictício, 
ou seja, uma venda inexistente que está registrada com a finalidade de inflar 
as receitas da empresa. 
Por segundo, mas ainda dentro de um contexto de recebíveis, deve-se 
avaliar se estão ocorrendo os registros e reconhecimentos de provisão de 
devores duvidosos (PDD), pois a empresa pode estar manipulando a qualidade 
de seu contas a receber, deixando de realizar as provisões de perdas para os 
casos em que o aging list de clientes excede os padrões estabelecidos pela 
contabilidade da empresa. Outro teste que você deve realizar é o teste de 
origem de liquidações, ou seja, deve averiguar se os créditos utilizados para 
baixar as duplicatas a receber, realmente possuem contrapartida em banco, 
ou se foram baixados contra contas de despesas ou custos.
Já na parte de pagamentos, o auditor deve realizar uma avaliação nas 
notas que foram pagas para averiguar se não foram realizados pagamentos 
em duplicidade, ou sem entrada de notas. Deve-se ter muita atenção em rela-
ção aos pagamentos manuais, ou seja, aqueles que não possuem documento 
fiscal atrelado, pois possuem forte característica de fraude. Avalie toda a 
documentação e as aprovações dos pagamentos. Extraia um relatório de adian-
tamentos e verifique se o fornecedor possui histórico e volume de entregas 
adequadas para comportar o montante de adiantamento que foi concedido e 
se os adiantamentos estão sendo devidamente descontados com as entregas 
que o fornecedor emitiu após a concessão do recurso. Analise os pagamentos e 
confira as datas das notas para validar se o regime de competência está sendo 
devidamente respeitado, em adição, acione os principais fornecedores para 
confirmação de saldos e, por fim, acompanhe os pagamentos subsequentes 
para averiguar se não há manipulações de passivos. 
85Etapas da auditoria
Analise as notas em sequência para o mesmo fornecedor, elas podem indicar depen-
dência econômica, mas também podem ser um indício de fraude, por exemplo, o 
fornecedor pode estar emitindo notas que não possuem contrapartida de produtos 
ou serviços. 
Em relação à área comercial, os principais testes a realizar estão vincu-
lados ao reconhecimento e veracidade das receitas de vendas, ao volume de 
comissões pagas e às condições comerciais concedidas aos clientes. Outras 
inconformidades relacionadas ao atendimento a clientes e pós-vendas podem 
ser apontadas, porém esses testes irão depender de outras variáveis, como a 
estrutura de processos da empresa. 
Um teste muito comum em auditorias externas é o de reconhecimento da 
receita, que deverá seguir os padrões contábeis, para verificar se a área vem 
cumprindo esse procedimento adequadamente. É preciso avaliar o tipo de frete 
de cada uma das vendas e validar se eles estão adequados a tempestividade do 
registro da receita na contabilidade. Cabe salientar que, em alguns casos, esse 
processo está sob responsabilidade da área contábil, mas ainda assim você 
poderá avaliar esse tópico em trabalhos na área comercial e criticar o inconterm 
utilizado na operação. Outro teste bastante importante é o de veracidade das 
vendas, no qual o auditor poderá confirmar, averiguando a efetiva saída de 
mercadorias dos estoques, analisando o comprovante de entrega dos materiais 
e também analisando a liquidação dos recebíveis. 
Fraudes em comissões e concessões comerciais são bastante comuns na 
área comercial das empresas, para averiguar a existência de irregularidades, 
o auditor deve procurar concentrações de vendas, criar critérios de avaliação 
analítica de percentuais de comissões e valores de comissões pagas e avaliar 
se os clientes dos vendedores que receberam a comissão realmente estão 
pagando suas duplicatas. Além de analisar as condições comerciais, como 
prazo de pagamento e descontos concedidos, deve ficar atento às vendas fora 
da política da empresa e, novamente, avaliar a concentração de descontos ou 
alongamento de prazo para um determinado cliente. 
Outra frente de bastante relevância, que carece atenção em termos de testes, 
é a logística e gestão de estoques. Durante a auditoria desses processos, deve-se 
analisar diversos aspectos, o primeiro deles está relacionado ao fluxo de fretes. 
 Auditoria 86
O auditor pode cruzar a base de vendas e compras, dependendo do caso CIF 
ou FOB, para validar se todo o frete realizado ou pago realmente possui uma 
contrapartida (venda ou compra), além disso, deve criticar as negociações de 
valores de fretes, para ver se há consistência entre os trechos e cobrança das 
transportadoras ou KM rodada por motoristas, se a logística for própria. Já na 
gestão de estoques, o auditor deve estar atento ao giro dos materiais, princi-
palmente se a empresa possuir itens com validade pré-determinada, para isso 
é preciso, primeiramente, identificar qual é a política de movimentações de 
estoques e averiguar, por meio do estoque físico, se esses itens estão girando 
adequadamente. Ainda, para identificar possíveis desvios, o auditor poderá 
realizar contagem física de itens, confrontando-as com o estoque contábil e 
as movimentações de estoque que antecederam a auditoria.
87Etapas da auditoria
PORTAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade interpretação técnica: 
NBC T 11 – IT – 02 Papéis de trabalho e documentação da auditoria. São Paulo, c2016. 
Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ nbc/t1102.htm>. Acesso 
em: 12 jan. 2017.
Leitura recomendada
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2013.
Referência
Dica do professor
Uma das principais ferramentas de gestão operacional e também um dos principais objetos de 
análise em um trabalho de auditoria são os controles internos. Esses controles, via de regra, estão 
incumbidos da tarefa de mitigar riscos. Assista ao vídeo e conheça alguns dos principais riscos e 
possíveis controles para mitigá-los.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e45d85f6a3afb9fd0e11135abc584ade
Exercícios
1) Em relação às evidências de auditoria, é correto afirmar que: 
A) As evidências de auditoria são os relatório iniciais gerados para realizar as análises e 
comprovar a execução dos trabalhos.
B) As evidências são classificadas como tempestivas e atemporais.
C) A correlação de dados é considerada uma evidência de natureza.
D) A contagem física de bens pode ser considerada uma evidência de continuidade.
E) As evidências de auditoria operacional não terão validade seobtidas por fontes alheias à área 
que está sendo auditada.
2) Assinale a alternativa correta em relação aos papéis de trabalho da auditoria: 
A) O papel de trabalho da auditoria é pessoal e intransferível, logo, apenas o auditor que realizou 
o trabalho deverá acessá-lo.
B) Ao final do trabalho de auditoria, os papéis de trabalho são compartilhados com as áreas 
auditadas, para que tenham conhecimento da trilha de testes realizados e da metodologia 
utilizada.
C) Os papéis de trabalho são os documentos que comprovam uma 
irregularidade/inconformidade identificada durante a auditoria.
D) Avaliando os papéis de trabalho, pode-se identificar a profundidade dos testes realizados no 
processo de auditoria.
E) Os papéis de trabalho têm a finalidade de evidenciar o programa de trabalho do auditor.
3) Indique os principais testes a serem realizados em um trabalho de auditoria na área 
comercial de uma empresa, visando à cobertura de riscos de fraudes: 
A) Volume de vendas e descontos.
B) Volume de descontos e prazo de vendas.
C) Confissões de dívidas e baixas de juros.
D) Volume de clientes não contatados x volume de vendas.
E) Prazo de reconhecimento da receita.
4) Você está auditando a área de contas a pagar da empresa e recebe uma informação 
importante de um auditado. Ele alega que há comentários na área de que os passivos da 
empresa, principalmente fornecedores, estão sendo manipulados. Diante dessa situação, 
indique o teste que irá realizar para confirmar a informação recebida durante a auditoria. 
A) Entrevistar o gerente financeiro e o gerente contábil e confrontá-los em relação à situação.
B) Verificar a data dos pedidos de compras e confrontar com as datas de compras.
C) Verificar o atendimento ao regime de competência, circularização das contas a pagar e 
averiguação de pagamentos subsequentes.
D) Analisar os saldos bancários e verificar se correspondem com os valores em bancos.
E) Analisar as contas de adiantamentos, pois os pagamentos podem estar sendo efetuados por 
meio de adiantamentos em vez do registro e da liquidação de notas.
5) Assinale a alternativa que melhor representa o grupo de testes a serem realizados em um 
trabalho de auditoria de estoques para identificação de manipulações e desvios de 
mercadorias: 
A) Contagem física de itens confrontando-a com o estoque contábil e as movimentações de 
estoque antecedentes à auditoria.
B) Realizar revisão analítica de volumes de estoques e sua consistência com a necessidade de 
reposição.
C) Analisar o giro dos estoques e verificar se estão adequados e avaliar se estão sendo 
cumpridas as diretrizes de movimentação FIFO ou LIFO.
D) Contagem física e análise do cumprimento das diretrizes de movimentação de estoque FIFO 
ou LIFO.
E) Analisar se os itens obsoletos estão sendo devidamente baixados do estoque e realizar 
contagem física de itens.
Na prática
Na realização da etapa de auditoria chamada de walkthrough, pode-se averiguar também alguma 
alteração ocorrida desde a última auditoria, como processos extintos ou absorvidos pela área ao 
longo do tempo.
 
Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um termômetro para o auditor 
avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados. Porém, em se tratando de auditorias 
independentes, a etapa de walkthrough é determinante para o andamento do trabalho. Se um 
controle apresentar falha nessa etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo tem a 
prerrogativa, por metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes.
Nesse caso, a alternativa, tanto da área auditada quanto da auditoria interna, é apresentar aos 
auditores independentes uma lista de controles de contingência, que servem como mitigadores dos 
riscos vinculados ao controle negativado na etapa de walkthrough.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Teste de recuperabilidade ("impairment")
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/ueorwDL4PaA
Resultados de uma Auditoria
Apresentação
O trabalho de auditoria estará completo após emissão de uma peça chamada relatório de auditoria. 
Independente do tipo de auditoria, o produto deste trabalho será o relatório, o qual será 
estruturado de acordo com cada tipo de auditoria, primordialmente em se tratando de auditorias 
internas e externas. O conhecimento destas peças e das informações-chaves para sua elaboração 
são de fundamental importância para o trabalho do auditor, além disso, deve-se ter o pleno 
entendimento da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor deste documento 
poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das pessoas. 
Nesta unidade de aprendizagem você vai estudar os métodos de elaboração de relatórios de 
auditorias, tanto para auditoria interna quanto externa e também serão conhecidos alguns dos 
principais eventos subsequentes à divulgação do relatório. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar relatórios de auditoria interna e externa.•
Elaborar relatórios de auditoria e carta de controles internos.•
Listar os principais benefícios gerados a partir de uma auditoria.•
Desafio
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em um total de R$ 400 mil quatro 
administradores da Brookfield Incorporações por prestarem informações falsas no Formulário de 
Referência, documento que traz as principais informações das companhias abertas e que passou a 
ser exigido anualmente pelo órgão regulador do mercado de capitais a partir de 2010.
De acordo com a Superintendência de Relações com Empresas (SEP), autora da acusação, os 
executivos afirmaram no formulário anual inexistir deficiências e recomendações de melhorias 
sobre controles internos nos relatórios dos auditores independentes realizados na Brookfield, 
embora constassem nos pareceres 55 deficiências nos exercícios de 2008 a 2011.
Nicholas Reade, um dos diretores multados, frisou o entendimento de que somente deveriam ser 
divulgadas as eventuais deficiências apontadas pelo auditor que fossem classificadas como 
"significativas". 
 
Explique por que as deficiências não foram apresentadas no parecer dos auditores e informe como 
devem ser classificadas as deficiências de controles internos na carta de recomendação.
Infográfico
O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à empresa auditada, 
mas também aos investidores e até mesmo à sociedade. Portanto o entendimento da estrutura 
desta peça é de fundamental importância para todos aqueles que estão inseridos no meio 
empresarial. Já para você auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o 
exercício da profissão.
Conheça no infográfico a estrutura de relatório de uma auditoria independente.
Conteúdo do livro
O parecer de uma auditoria independente possui características muito peculiares, pois são 
padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos reguladores.
Acompanhe no capítulo "Resultados de uma auditoria" algumas informações relevantes em relação 
à estrutura e ao conteúdo de um relatório de auditoria independente. Esse capítulo serve de base 
teórica desta unidade de aprendizagem.
Boa Leitura.
AUDITORIA
João Guterres de Mattos
Resultados de 
uma auditoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
� Diferenciar relatórios de auditoria interna e externa.
� Elaborar relatórios de auditoria e carta de controles internos.
� Listar os principais benefícios gerados a partir de uma auditoria.
Introdução
O trabalho de auditoria está completo após a emissão de uma peça cha-
mada relatório de auditoria. Independentemente do tipo de auditoria, 
o produto desse trabalho será sempre o relatório, o qual será estruturado 
de acordo com cada tipo de auditoria, primordialmente, nos casos de
auditoriasinternas e externas. O conhecimento dessas peças e das
informações-chave para sua elaboração é de fundamental importância
para o trabalho do auditor; além disso, deve-se ter o pleno entendimento 
da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor dele 
poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das
pessoas. Neste texto, você vai estudar os métodos de elaboração de
relatórios de auditorias, tanto para auditoria interna quanto externa, e,
também, serão conhecidos alguns dos principais eventos subsequentes 
à divulgação do relatório.
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
Relatórios de auditoria
Com o grande volume de escândalos veiculados pela imprensa nacional nos 
últimos anos, principalmente os fatos apurados na operação Lava Jato, da 
Policia Federal, o trabalho dos auditores, tanto interno como externos, está 
cada vez mais em evidência. Os relatórios gerados a partir dos trabalhos estão 
sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil. 
Recentemente, o ministério público apresentou uma denúncia ao Supremo 
Tribunal Federal (STF) para apurar irregularidades na construção da arena 
Pernambuco, fato investigado na operação Fair Play, também da Policia Federal, 
em que o relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) serviu 
de peça chave para amparar as denúncias e, possivelmente, irá constar nos autos 
dos processos e será revisitado no processo de apuração de responsabilidades. 
Embora este documento tenha sido emitido por uma entidade pública, ele 
evidência a extensão e importância de um relatório de auditoria e, com isso, 
os cuidados que devem ser tomados ao se publicar este tipo de documento. 
Por isso, fique atento, redobre a atenção, revise outra vez, e não deixe margens 
para possíveis distorções de interpretação. É muito importante que você não 
invente nada e publique apenas fatos que possa provar. 
Relatório de auditoria independente e carta de 
controles internos
O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à 
empresa auditada, mas também aos investidores e até mesmo à sociedade. 
Portanto, o entendimento da estrutura dessa peça é de fundamental importância 
para todos aqueles que estão inseridos no meio empresarial. Já para você, 
auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o exercício 
da profissão.
O parecer de uma auditoria independente possui características muito 
peculiares e são padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos 
reguladores. Veja, a seguir, algumas informações relevantes em relação à 
estrutura e ao conteúdo de um relatório de auditoria independente.
Conteúdo
O encerramento de um trabalho da auditoria externa é representado pela 
opinião final do auditor em relação às demonstrações avaliadas. Esse parecer 
deve apresentar algumas características, como ser um parecer sem ressalva, 
Auditoria2
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
com ressalva, opinião adversa ou, até mesmo, sem emissão de opinião por 
parte do auditor.
A opinião sem ressalva, ou não modificada, é expressa pelo auditor quando 
ele conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os as-
pectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. 
Opinião com ressalva é uma opinião modificada, que deve ocorrer quando o 
auditor concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demons-
trações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes. 
A opinião adversa é emitida quando o auditor identifica que as distorções 
são substancialmente relevantes e a forma de apresentação das demonstrações 
é inadequada ou incompleta. E, por fim, se o auditor não conseguir obter evi-
dência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, poderá 
se abster de emitir parecer conclusivo.
Estrutura
Em relação à estrutura de um parecer, conforme citado também, é pré-definida 
por órgãos reguladores e depende do resultado dos resultados obtidos no 
trabalho, ou seja, se o auditor emitir um parecer sem ressalvas, a estrutura de 
apresentação do resultado será composta da abertura e mais quatro parágrafos, 
porém, se caso o parecer do auditor for modificado, a estrutura poderá ter 
mais sete parágrafos.
A abertura é comum aos dois tipos de relatório e é composta pelo título do 
trabalho e pela descrição dos destinatários. Os outros três primeiros parágrafos, 
também serão comuns a resultados modificados e não modificados, porém 
os últimos parágrafos dependem da opinião do auditor, conforme a seguir:
A – Título: relatório dos auditores independentes referente às demonstrações 
da empresa X.
A – Destinatários: aos devidos destinatários.
1. Introdução: descrição breve sobre o trabalho e escopo atendido.
2. Responsabilidade da administração: delimita a responsabilidade da 
administração sobre as informações divulgadas.
3. Responsabilidade dos auditores: delimita a responsabilidade dos audi-
tores sobre as informações divulgadas.
4. Opinião ou base legal para ressalva: se o parecer não for modificado, este 
parágrafo irá apresentar a opinião do auditor sobre os dados analisados, 
3Resultados de uma auditoria
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
porém, se o parecer apresentar ressalva, este parágrafo irá apresentar 
a base legal para ressalva.
5. Ressalva (opinião modificada): este paragrafo destina-se à apresentação 
da modificação ou ressalva.
6. Parágrafo de ênfase: é recomendado se a estrutura do relatório finan-
ceiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável exceto 
pelo fato de ser prevista por lei ou regulamento, por exemplo, falhas 
na estrutura das demonstrações.
7. Outros assuntos: o parágrafo de outros assuntos é incluído no relatório 
do auditor que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado 
nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do 
auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as respon-
sabilidades do auditor ou o seu relatório. 
Veja, na Figura 1, um exemplo de parecer de auditores independentes 
divulgado:
Auditoria4
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
Figura 1. Exemplo de parecer de auditores independentes.
Fonte: Lojas Renner (2015).
5Resultados de uma auditoria
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
Cabe salientar que a auditoria externa pode prestar outros serviços de 
auditoria para as empresas, é comum as firmas de auditorias oferecerem 
consultorias, auditorias de gestão, revisão de controles e até mesmo audi-
torias operacionais. Porém, o maior volume de serviços prestados por essas 
empresas está direcionado para avaliação das demonstrações financeiras. 
Por isso, o formato mais usual de relatórios de auditores independentes é o 
descrito nesta seção.
Em relação à carta de controles internos, trata-se de um documento emitido 
pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente 
de controles da empresa auditada. Ele lista e classifica as deficiências iden-
tificadas no ambiente de controles da auditada. Via de regra, as informações 
desse relatório são remetidas a análise da auditoria interna, que avalia o teor 
e reporta sua posição em relação à opinião dos auditores externos para a alta 
administração.
Existem três tipos de classificação para as deficiências de controles que 
devem ser avaliadas e reportadas pela alta administração no formulário de 
referência que é enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anual-
mente. Veja a classificação das deficiências:
Material Weakness (MW): é uma deficiência ou um conjunto de deficiên-
cias material, no ambiente de controles que pode distorcer as demonstrações de 
forma material e tem razoável possibilidade de não ser identificada e tratada 
tempestivamente.
Significant Deficiency (SD): é uma deficiência ou um conjunto de defi-
ciências que, embora menosgrave do que uma MW, carece de atenção da 
administração da empresa auditada.
Control Deficiency (CD): são deficiências pouco materiais que não dis-
torcem os resultados financeiros apresentados, porém devem ser avaliados 
pela entidade auditada.
Relatório de auditoria interna
Para elaborar um relatório de auditoria interna, você deve considerar o tipo de 
auditoria que está sendo realizada e o público que irá receber esse documento. 
Por exemplo, mesmo quando o auditor interno for realizar um trabalho de 
auditoria contábil, valendo-se da mesma metodologia e base legal utilizada 
pelo auditor externo, as peças serão diferentes, pois o público, a profundidade 
e a finalidade do trabalho são distintas. 
O auditor externo irá emitir seu parecer para conhecimento público, a fim 
de demonstrar, se houver, as irregularidades existentes na contabilidade da 
Auditoria6
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
auditada. Já o auditor interno irá se reportar para a alta administração e demais 
envolvidos, e recomendar ações de correções e melhorias para adequar os 
registros contábeis às normas legais, sem gerar prejuízo aos cofres da empresa. 
O auditor interno emite relatório mesmo se não identificar inconformi-
dades, emite também recomendações acerca de controles internos, porém, 
diferentemente da auditoria externa, as recomendações são feitas, via de regra, 
dentro de um único documento. 
O relatório de auditoria é um instrumento valioso para a alta administração, 
portanto, sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes. 
Trabalhos tecnicamente muito bons perdem valor quando sua apresentação 
e redação deixa a desejar, por isso, deve-se ter o máximo de cuidado na 
confecção dessa peça. 
Como o relatório de auditoria é o meio de transmitir a mensagem à alta 
cúpula da empresa, deve-se ter prudência com as palavras e procurar planejar 
e repensar as consequências dos termos que estarão sendo colocados neste 
documento. Lembre-se de reportar apenas os fatos, não gerar hipóteses nem 
fazer insinuações. Procure ser assertivo e firme em seus comentários, para que 
não haja dúvidas em relação ao trabalho realizado, faça sugestão contributivas, 
de preferência que não gerem custos para a entidade. 
Existem diversas formas de apresentação desse documento, diferentemente 
de um relatório de auditoria externa, não há um padrão estabelecido pelos 
órgãos reguladores, porém há algumas boas práticas que, via de regra, são se-
guidas pelas empresas. Veja, a seguir, algumas dicas para montar seu relatório:
 � Pense no público, facilite a vida do leitor
Criar um relatório sintético, com um pequeno resumo informando os 
principais pontos do trabalho, como área e processo auditado, escopo, objetivo 
e uma conclusão são bastante importantes, considerando que esse documento 
será lido por diretores e presidentes. Lembre-se que eles podem não ter muito 
tempo para examinar os detalhes do seu trabalho, por isso, seja objetivo em 
sua conclusão. 
 � Lembre-se do nível tático 
Na maioria dos casos, os relatórios são divulgados aos gerentes e diretores 
das áreas, a esse público, irá interessar o entendimento dos fatos que levaram 
a sua conclusão. Portanto, é recomendável que o relatório demonstre de forma 
7Resultados de uma auditoria
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
analítica os pontos, a causa e as ações de correções e melhorias que você 
apurou e alinhou com os responsáveis diretos pelas áreas.
 � Não esqueça das exceções
Trabalhos especiais são comuns em áreas de auditoria interna, por isso, para 
esse tipo de trabalho você poderá fugir do padrão, adaptar-se a necessidade 
do cliente interno, que, via de regra, é da alta administração. Nesses casos, o 
resultado do trabalho poderá ser apresentado por um simples e-mail, porém 
pode também demandar a criação e um dossiê, pois não há uma regra geral. 
Apenas siga o mesmo padrão de objetividade e responsabilidade dos outros 
dois itens citados anteriormente.
Benefícios 
São inúmeros os benefícios de uma auditoria, e essa afirmativa é tão verdade, 
que o reconhecimento por esse escopo de mercado vem crescendo anualmente. 
A contribuição das auditorias para o desenvolvimento organizacional e manu-
tenção das boas práticas de gestão são reconhecidas pelos grandes empresários 
do Brasil e do mundo. Além disso, trabalhos de auditores estão sendo levados 
à justiça para compor pastas de provas em ações criminais de grande escala. 
Independentemente do tipo de auditoria, se o trabalho for bem feito, sempre 
irá agregar valor as empresas. Uma auditoria de gestão, por exemplo, pode 
contribuir junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos 
e oportunidades. Já uma auditoria operacional pode identificar falhas nos 
processos que geram perdas financeiras para as empresas, minimizar riscos, 
além de identificar fraudes, desvios éticos e comportamentais.
Lembre-se que identificar fraudes não é o principal objetivo de uma audi-
toria, portanto, não pode ser considerado o principal benefício. A identificação 
de fraudes é uma consequência do trabalho. Mesmo que a demanda seja 
relacionada a uma denúncia de desvio de conduta, o auditor sempre agirá de 
forma imparcial na apuração dos fatos, para evitar cometer injustiças. Contudo, 
sempre irá prezar pelos interesses da empresa, e tomar as ações cabíveis para 
salvaguardar o patrimônio físico e não físico da entidade auditada. 
A abrangência dos benefícios gerados por uma auditoria externa, extrapo-
lam os limites da pessoa jurídica auditada, pois seus resultados, na maioria 
dos casos, afetam indivíduos fora das dependências da empresa. O parecer 
imparcial da auditoria independente leva confiança aos dados e, por sua vez, 
Auditoria8
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
permite ao investidor uma avaliação segura sobre a auditada e lhe apoia 
significativamente em seu julgamento de quão apropriado é a manutenção 
de seus recursos financeiros investidos na referida empresa. 
CHAMBERS, Richard. Ten things not to say in an internal audit report. [S.l.]: Internal Auditor, 
2011. Disponível em: <https://iaonline.theiia.org/blogs/ chambers/archive/Pages/ 
Ten-Things-Not-to-Say-in-an-Internal-Audit-Report.aspx>. Acesso em: 12 jan. 2017.
LISBOA, Ibraim. Benefícios de implementar uma auditoria interna na sua empresa. Curitiba: 
Portal de Auditoria, [c2016]. Disponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/ 
tematica/relaud_introducao.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017.
LOJAS RENNER. Balanços anuais. Porto Alegre, 2015. Disponível em: <http://lojasren-
ner.mzweb.com.br/ conteudo_pt.asp?idioma= 0&conta=28&tipo=21079>. Acesso 
em: 13 jan. 2017.
Leituras recomendadas
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 706: parágrafos de ênfase e pará-
grafos de outros assuntos no relatório do auditor independente. Brasília, DF, 2016. 
Disponível em: <cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/01/ NBCTA706_aud.docx>. 
Acesso em: 12 jan. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.231/09. Brasília, DF, 2009. 
Disponível em: <cfc.org.br/ sisweb/sre/docs/RES_1231.doc>. Acesso em: 12 jan. 2017.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
ESTRATÉGIA CONCURSOS. Auditoria: relatórios de auditoria | Dica 114 – Receita Fede-
ral. [S.l.]: YouTube, 2016. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? 
v=QqXtddbmjsI>. Acesso em: 12 jan. 2017.
INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. Ibracon emite Comunicado 
Técnico nº 02/2016. São Paulo, 2016. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/
ibracon/Portugues/ detDocumento.php?cod=88>. Acesso em: 12 jan. 2017.
PAPIRO CONTÁBIL. Estrutura do relatório de auditoria: entenda de uma vez por to-
das! [S.l.]: YouTube, 2016. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=0DX5lJwx9tc>. Acesso em: 12 jan. 2017.
PORTAL DE AUDITORIA. Introdução ao relatório de auditoria. Curitiba, [c2016]. Disponí-
vel em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/relaud_introducao.htm>. 
Acesso em: 12 jan. 2017.
9Resultados de uma auditoria
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
PUBLIC COMPANY ACCOUNTING OVERSIGHT BOARD. Auditing Standard No. 5: an 
audit of internal control over financial reporting that is integrated with an audit of 
financial statements. Washington, DC: PCAOB, c2003-2017. Disponível em: <https://
pcaobus.org/Standards/Auditing/Pages/ Auditing_Standard_5_Appendix_A.aspx>. 
Acesso em: 12 jan. 2017.
Auditoria10
Identificação interna do documento GF5KHG6G7C-CS6OYP1
 
Dica do professor
O relatório de auditoria operacional é um instrumento valioso para a alta administração, portanto 
sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes. Trabalhos tecnicamente 
muito bons perdem o valor quando a apresentação e a redação do relatório deixam a desejar.
Assista ao vídeo e veja algumas dicas de como apresentar um relatório de auditoria operacional.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/340c09f70dead0065a878b43f3845d79
Exercícios
1) Assinale a alternativa correta em relação ao relatório de auditores independentes: 
A) O auditor deverá ressalvar seu parecer quando entender que as informações financeiras 
possuem distorções relevantes.
B) O parecer com abstenção de opinião ocorre quando o auditor não identifica nenhuma 
inconformidade nos dados e na apresentação das demonstrações financeiras.
C) O auditor deverá emitir parecer adverso quando entender que as informações financeiras 
possuem distorções relevantes.
D) Opinião não modificada é quando o auditor repete o seu parecer por dois anos consecutivos.
E) Notas explicativas são elaboradas pelo auditor externo para explicar aos investidores quais 
foram os testes realizados para chegar a opinião final do relatório de auditoria.
2) Marque a alternativa correta em relação à estrutura de relatórios em auditorias internas e 
externas. 
A) O parágrafo de ênfase é utilizado para apresentar a base legal que foi utilizada para chegar ao 
parecer com ressalva.
B) No parágrafo de ênfase, o auditor pode incluir informações, que em seu julgamento, são de 
relevância, porém não foram abordados na auditoria.
C) Falhas na estrutura das demonstrações são consideradas relevantes, portanto podem ser 
tratadas em parágrafo de ênfase.
D) O relatório de auditoria interna deverá ter apenas dois parágrafos, sendo o primeiro uma 
descrição breve sobre os testes realizados e o segundo a opinião sobre os testes realizados.
E) Deve-se anexar ao relatório de auditoria interna as evidências obtidas nos testes que 
embasaram a opinião do auditor.
3) Carta de controles internos é: 
A) Os controles da empresa são apresentados aos auditores externos tempestivamente pelas 
áreas auditadas ou pela auditoria interna. Porém a carta de controles é peça emitida por 
auditores internos.
B) Peça formada após uma auditoria de gestão para apresentação à alta administração da 
entidade auditada.
C) Documento emitido pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o 
ambiente de controles da empresa auditada.
D) Documento emitido pela auditoria interna ao final do trabalho contendo parecer sobre o 
ambiente de controles da empresa auditada.
E) É a lista de controles existentes na entidade auditada, a qual é anexada ao relatório 20F.
4) Assinale a alternativa que melhor representa os benefícios de uma auditoria, considerando o 
tipo de trabalho realizado: 
A) O principal benefício de uma auditoria operacional está relacionado com sua contribuição 
junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos e oportunidades.
B) O principal benefício de uma auditoria é a identificação de fraudes, independente do tipo de 
auditoria realizada.
C) As recomendações da auditoria interna em um trabalho de auditoria interna, minimizam 
perdas, portanto é um importante benefício de uma auditoria.
D) O principal benefício de uma auditoria contábil e a identificação e a realização dos ajustes 
contábeis necessários para que a empresa esteja em compliance com as práticas contábeis 
vigentes.
E) O parecer de um auditor externo contribui para o aprimoramento das práticas de gestão da 
entidade.
5) Em relação aos relatórios de auditoria interna e externa é correto afirmar que: 
A) O resultado e a apresentação das peças é igual, pois a metodolgia de trabalho é a mesma.
B) Os relatórios são completamente diferentes em função dos objetivos dos trabalhos e do 
público que irá receber o resultado do trabalho.
C) A diferença entre o relatório de auditoria externa e interna é identificada quando a equipe 
interna realiza o trabalho operacional. Porém, se o trabalho for de auditoria contábil, o 
relatório será igual o da auditoria externa.
D) Tanto o auditor interno, quanto o externo emitem cartas de controles internos, em 
substituição a relatórios de auditoria.
E) O auditor interno somente irá emitir relatório se identificar irregularidades durante o trabalho, 
diferente do auditor externo que emite um parecer sem ressalvas quando não identifica 
irregularidades.
Na prática
Com o grande volume de escândalos veiculados pela imprensa nacional nos últimos anos, 
principalmente os fatos apurados na operação da Polícia Federal, Lava-Jato, o trabalho dos 
auditores, tanto interno quanto externo está cada vez mais em evidência. E os relatórios gerados a 
partir dos trabalhos estão sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil.
 
Embora esse documento tenha sido emitido por entidade pública, ele evidencia a extensão e a 
importância de um relatório de auditoria e com isso os cuidados que devem ser tomados ao 
publicar esse tipo de documento. Por isso fique atento, redobre a atenção, revise outra vez e não 
deixe margens para distorcer interpretações. E muito importante, não invente, publique apenas 
fatos que possa provar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Saiba como elaborar um relatório de auditoria interna
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Relatórios de Auditoria- Receita Federal
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.contabeis.com.br/artigos/7031/saiba-como-elaborar-um-relatorio-de-auditoria-interna/
https://www.youtube.com/embed/QqXtddbmjsI
Tipos de Auditorias
Apresentação
A auditoria é peça-chave em uma organização, seja ela operada por uma equipe interna ou externa. 
O fato é que, tratando-se de um mercado extremamente competitivo, é de extrema importância 
que as operações empresariais sejam realizadas de forma justa, ou seja, sem margens para desvios 
operacionais. Neste sentido, a auditoria trabalha para apoiar na otimização da operação e na 
manutenção de um ambiente de controles internos sustentável. Além disso, a auditoria, em 
determinadas circunstâncias, poderá apoiar a alta administração na tomada de decisões futuras, 
gerando valor aos negócios. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os tipos de 
auditoria e entender o papel de cada uma delas nas operações de negócios. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Escrever sobre as características de auditorias operacionais.•
Reconhecer as características de controles internos.•
Explicar as características de auditorias de gestão.•
Desafio
Em 2001, a empresa Enron, gigante norte-americana do setor de combustíveis e energia, entrou em 
concordata após ter sido alvo de uma série de denúncias sobre fraudes contábeis e fiscais. A 
empresa tinha uma dívida de cerca de US$ 13 bilhões, escondida através de balanços manipulados, 
o que impossibilitou a bancos e investidores a identificação do risco de fraude por anos. O grupo 
era auditado pela segunda maior empresade auditoria do mundo, a Artur Andersen, que mais tarde 
acabou falindo em decorrência destes acontecimentos.
A partir dessa situação, uma série de medidas foram tomadas pelo governo americano para evitar a 
incidência de novos ocorrências como essa. A principal delas foi a criação da lei SOX, que tem 
como aspecto principal a criação de um ambiente de controles internos seguro e transparente nas 
empresas que operam na bolsa americana.
Você foi contratado para trabalhar na área de controles internos da empresa LUKE S.A., que 
recentemente foi comprada por uma grande multinacional americana de capital aberto, atuante no 
mercado de TELECOM. Sua atividade será implantar controles-chave nas principais áreas da 
empresa, para iniciar o processo de modernização da cultura de controles, proposto pela 
controladora americana.
Você deve informar ao diretor administrativo, que permaneceu na empresa após as negociações, 
pelo menos três riscos atrelados aos processos de compras e contas a receber. Sugira controles 
para estas duas áreas para mitigar os riscos citados, contextualizando como os controles poderão e 
irão apoiar a empresa na mitigação de riscos.
Infográfico
Embora muito próximas em termos de metodologia e até mesmo podendo utilizar a mesma equipe 
de trabalho, as auditorias operacionais e de gestão têm diferentes objetivos e, consequentemente, 
diferentes resultados. Entender essas diferenças é de grande importância para a carreira do auditor. 
Veja no infográfico a utilização e as situações nas quais esses tipos de auditoria podem ser 
aplicados.
 
Conteúdo do livro
O controle interno pode ser definido como um plano organizacional que opera através de métodos 
e medidas para salvaguardar o patrimônio da empresa, fazendo a identificação de fraudes, erros, 
omissões e outras operações anormais que podem gerar perdas para a empresa.
Para saber mais sobre este conteúdo, faça a leitura do capítulo Tipos de auditoria, base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem. Nele, serão abordados os principais tipos de auditoria e as 
informações referentes à aplicação de cada uma das operações em linha com os interesses das 
empresas, buscando a melhor relação de custo-benefício possível.
Boa leitura!
AUDITORIA
Organizador:
João Guterres de 
Mattos
Tipos de auditoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Escrever sobre as características de auditorias operacionais. 
  Reconhecer as características de controles internos. 
  Explicar as características de auditorias de gestão.
Introdução
A auditoria é peça-chave em uma organização, seja ela operada por uma 
equipe interna ou externa. O fato é que, tratando-se de um mercado 
extremamente competitivo, é de extrema importância que as opera-
ções empresariais sejam realizadas de forma justa, ou seja, sem margens 
para desvios operacionais. Neste sentido, a auditoria trabalha para 
apoiar na otimização da operação e na manutenção de um ambiente de 
controles internos sustentável. Além disso, a auditoria, em determinadas 
circunstâncias, poderá apoiar a alta administração na tomada de 
decisões futuras, gerando valor aos negócios. 
Neste texto, você vai estudar os tipos de auditoria e entender o papel 
de cada uma delas nas operações de negócios.
U N I D A D E 2 
Auditoria operacional 
A auditoria operacional é uma das frentes de trabalho no mercado de audi-
toria que está em constante crescimento. Muitas empresas estão percebendo 
a necessidade de manter em suas estruturas uma equipe de auditoria interna 
e, por vezes, quando consideram muito alto o custo de manutenção de uma 
equipe interna, acabam contratando equipes externas. Porém, com o intuito 
de que realizem o trabalho de uma auditoria operacional. 
É mais comum uma auditoria operacional ser conduzida por equipe de 
auditoria interna. Isso acontece porque os profissionais que compõe um time 
de auditoria interna, em geral, têm maior conhecimento sobre os processos da 
empresa. Muitas vezes, o profissional que atua na área de auditoria interna, 
já trabalhou em outra área da empresa e, posteriormente, foi contratado para 
compor a equipe de auditoria. Isso não é uma regra, apenas uma boa prática 
de mercado. 
Os empresários e administradores passaram a enxergar os trabalhos de 
auditoria operacional como uma ferramenta valiosa de controle, além de 
entenderem que as equipes que realizam esse tipo de trabalho podem entregar 
resultados muito significativos. Esses resultados podem ser capazes de cobrir 
os custos da existência do setor e, ainda, gerar valor para a empresa, pois em 
determinados trabalhos são identificadas perdas e oportunidades mensuráveis. 
Independentemente de o trabalho operacional ser realizado pela auditoria 
interna ou externa, a equipe de auditores que conduz as ações, deve operar 
com maior nível de independência possível e, também, com o maior nível de 
acesso as informações cabíveis ao trabalho. Perceba que somente assim será 
possível averiguar com precisão o nível de operacionalidade dos processos, 
contribuindo com a avaliação do plano de riscos e consequentemente com as 
melhorias que podem agregar valor para a empresa.
Etapas da auditoria operacional
Uma auditoria operacional é baseada em método, que, se adequadamente 
aplicado, melhora de forma signifi cativa a qualidade da auditoria. Logo, ao 
fi nal do processo, a probabilidade do trabalho gerar bons resultados também 
aumenta. Se tratando de metodologia, cabe salientar que existem duas abor-
dagens para a auditoria operacional, porém os conceitos do método de ambas 
as formas serão semelhantes à prática de gestão PDCA. 
 Auditoria 40
PDCA, do inglês Plan-Do-Check-Adjust é um método interativo de gestão de quatro 
passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. 
A primeira abordagem do PDCA é relacionada ao ponto de vista das pes-
soas que irão coordenar os trabalhos de auditoria operacionais, uma vez que 
esses indivíduos têm uma função extremamente importante: a missão de dar 
cobertura aos riscos aos quais a empresa e os processos estão expostos e, ainda, 
atender aos anseios da alta administração em relação a outros fatores, como 
trabalhos especiais de cunho ético e retornos financeiros na identificação de 
perdas e oportunidades.
Os primeiros passos que devem ser observados por um coordenador são 
relacionados ao planejamento e aos parâmetros de execução do trabalho. Logo, 
nessa fase, o coordenador deve analisar as frentes de negócios da empresa e 
identificar as principais áreas de risco, os processos críticos e também consi-
derar que, ao longo do ano, serão realizados trabalhos especiais. 
A importância desses primeiros passos está relacionada, primordialmente, 
a dois aspectos: o primeiro é a cobertura de riscos; e o segundo é em relação 
ao cronograma de execução. Planejar o tempo de duração de cada trabalho 
é também fundamental para garantir a qualidade do trabalho, assim como 
garantir o cumprimento do plano inicialmente previsto. Além disso, nessa 
fase, é necessário avaliar o recurso humano disponível e planejar a alocação 
dos auditores em cada trabalho, considerando a especialidade de cada um dos 
profissionais da equipe.
Após o planejamento, o coordenador acompanhará os trabalhos, orientando 
os auditores em relação a montagem do plano de testes e garantindo a qualidade 
da execução do trabalho. Além disso, o coordenador analisará se todos os 
aspectos de riscos do processo auditado foram cobertos no trabalho. Ainda 
nessa etapa, o coordenador deve fazer o acompanhamento do tempo, para que 
o trabalho seja realizado dentro do prazo inicialmente previsto.
Ao final de cada trabalho, é importante que o gestor/coordenador exercite o 
feedback com os auditores, neste momento é saudável que o trabalho realizado 
seja avaliado, com aspectos qualitativos e quantitativos. 
Indicadores como tempo de execução, tratamento auditado-auditor e vice 
e versa, profundidade dos testese a redação do auditor na escrita do relatório, 
41Tipos de auditoria
são bons exemplos de indicadores a serem avaliados na etapa de feedback. 
Por fim, é importante que os responsáveis pela área de auditoria operacional, 
ao final do exercício, ou tempestivamente, demonstrem a alta administração 
os resultados da equipe. 
A segunda abordagem do PDCA está vinculada ao ponto de vista do auditor 
em relação ao trabalho de auditoria operacional. Assim como nas etapas de 
gestão da auditoria operacional, o auditor também precisa cumprir algumas 
etapas importantes que irão garantir a qualidade do trabalho, veja, a seguir, 
quais são elas.
  Planejamento: nesta fase o auditor deve conhecer o tema que será 
auditado, se existe relatórios anteriores, de outras auditorias. Se existi-
rem, recomenda-se a realização da leitura para conhecer as fragilidades 
anteriormente identificadas. Se a equipe possuir um mapeamento de 
riscos, deve-se avaliar essa matriz, para entender os riscos da área 
que será auditada, se não tiver uma matriz, deve-se mapear os riscos 
e criar um plano de testes direcionado a eles. Além disso, a leitura das 
diretrizes operacionais do processo também é primordial nessa fase.
  Execução: na etapa de execução, o auditor iniciará a coleta de dados e 
a seleção das amostras que serão utilizadas durante o trabalho. Após 
a seleção das amostras, serão realizados os testes, tanto substantivos 
como de observância. A integração com a área auditada durante o 
processo é de extrema importância para a manutenção de uma boa 
relação e, consequentemente, facilitará o encerramento do trabalho, 
que é a última parte na execução do trabalho de auditoria. No en-
cerramento do trabalho serão apresentadas à área auditada, todos os 
desvios e inconformidades identificadas durante o trabalho; e será feito 
o alinhamento das causas e planos de ação que devem ser executados 
para corrigir as possíveis falhas.
 Auditoria 42
Teste substantivo 
Este tipo de teste é empregado pelo auditor quando ele deseja obter provas sufi-
cientes e convincentes sobre as transações, capaz de proporcionar fundamentos para 
a sua opinião a cerca de determinados fatos.
Teste de observância
Os testes de observância são aqueles empregados pelo auditor a fim de verificar 
se os procedimentos internos determinados pela empresa estão sendo cumpridos 
pelos seus colaboradores.
Os testes de observância são bastante aplicados em auditorias operacionais, em 
que a preocupação central do auditor é com o respeito que os colaboradores da 
organização têm pelas normas internas pré-estabelecidas.
Acompanhamento e avaliação: após a realização do trabalho, é importante 
que o auditor realize uma autoavaliação e, também, uma avaliação formal 
do trabalho junto ao seu gestor, para que revisem se o plano e os objetivos 
iniciais foram atingidos. Ainda nessa etapa, cabe ao auditor acompanhar a 
implantação das ações que foram acordadas com os auditados no final dos 
trabalhos, garantindo que os riscos identificados foram mitigados. Por fim, 
cabe salientar que os resultados de uma auditoria operacional podem contribuir 
com as empresas em diversos aspectos, desde o ajuste de processo para atender 
demandas legais até a identificação de perdas recuperáveis. Além disso, em 
alguns casos, a auditoria operacional acaba por identificar fraudadores, o que 
resulta na demissão desses indivíduos. 
Controles internos 
Para que você entenda a amplitude do tema controles internos, primeiro você 
deve entender que um sistema de controles internos não é a mesma coisa que 
uma auditoria interna. Tratam-se de temas distintos, de certa maneira com-
plementares, mas um não substitui e nem diminui a importância do outro. Os 
controles internos estão diretamente relacionados às boas práticas de gestão 
e tendem a estar presentes em todas as áreas da empresa. 
O controle interno pode ser definido como um plano organizacional que 
por meio de métodos e medidas para salvaguardar o patrimônio da empresa 
43Tipos de auditoria
identifica fraudes, erros, omissões e outras operações anormais que possam 
gerar perdas para a empresa. Por outro lado, o sistema de controles internos, 
se bem estruturado, oferece segurança operacional para as empresas, de forma 
a transmitir confiabilidade para o ambiente, tanto para o público interno como 
para o externo.
Cabe salientar que a estrutura de controles internos é mandatória em 
algumas entidades, pois, por força de lei, precisam demonstrar um ambiente 
de controles adequado para negociar suas ações no mercado de capitais. É o 
caso das empresas que possuem operações na bolsa de valores americanas, 
que são cobertas pela SOX. 
Sarbanes-Oxley (SOX)
A lei americana Sarbanes Oxley tem em sua nomenclatura referência direta aos 
nomes de seus criadores, os congressistas Paul Sarbanes e Michael Oxley. Em 
julho de 2002, eles legislaram em atendimento ao apelo do mercado de capitais 
americano para buscar a restauração da credibilidade do mercado fi nanceiro 
e para afastar a insegurança dos investidores, após uma série de escândalos 
contábeis protagonizados por empresas de, até então, muito prestígio em seu 
país e até mesmo fora dele.
A criação dessa lei foi motivada por uma série de escândalos que garantiram o colapso 
do mercado financeiro americano. Uma das principais empresas do país, a Enron, 
uma gingante que operava no mercado de commodities, mais especificamente na 
comercialização de gás natural, fraudou suas informações financeiras com objetivo 
de obter melhores ofertas de crédito no mercado.
Em observância aos termos da lei, segundo material divulgado pelo Portal 
de Auditoria (c2016), as seções de maior relevância na lei, no que se refere à 
confiabilidade das informações divulgadas são: 
  Por meio dos artigos 101 a 109, criando o Public Company Accounting 
Oversight Board (PCAOB), órgão responsável pela avaliação da conduta 
das empresas de auditoria que atestam as informações financeiras;
 Auditoria 44
  Por meio dos artigos 201, garantir a independência do auditor, esta-
belecendo os serviços que não podem ser prestados pelas firmas de 
auditoria dentro do período que estão auditando os clientes; 
  Por meio dos artigos 401 a 409, aprimora a qualidade das divulga-
ções financeiras, estabelecendo padrões, periodicidade e atribuindo 
responsabilidades aos gestores das empresas, bem como instituindo a 
vinculação dessas informações a um código de conduta, que deve ser 
de notório conhecimento dos empregados da entidade, que influenciam 
nos resultados da empresa.
Aspectos técnicos dos controles internos
Conforme mencionado anteriormente, os controles internos podem ser im-
plantados em todas as áreas das empresas, pois com eles são minimizadas 
a possibilidades de perdas. No entanto, algumas áreas, como administração, 
fi nanceiro, compras e vendas demandam maior atenção no momento da criação 
ou avaliação dos controles internos. Você deve saber que um controle, ou um 
grupo de controles instituído nessas áreas terá a fi nalidade de minimizar as 
irregularidades como fraudes, desfalques e suborno. 
O tipo mais comum de fraude é aquele em que há adulteração de docu-
mentos; o desfalque é quando há retiradas indevidas de caixa e o suborno é 
quando o indivíduo recebe ou oferece indevidamente dinheiro em benefício 
próprio. Nesse sentido, cabe salientar que quanto mais desorganizado for o 
ambiente de controles internos da empresa, maior será a chance de ocorrer 
alguma das irregularidades citadas. 
Abaixo, seguem as descrições de outros conceitos de grande importância 
para a formação técnica de uma estrutura de controles internos.
  Controle preventivo: O controle preventivo é aquele que ocorre antes 
do registro, ou seja, que poderá antever a ação e evitar que ocorra a 
irregularidade. Pode-se citar como exemplo de controle preventivo a 
liquidação da despesa para oportuno pagamento. 
  Controle detectivo: O controle detectivo visa identificar a irregula-
ridade ocorrida pormeio de mecanismos lógicos. Pode-se citar como 
exemplo prático de um controle detectivo os controles de conciliações. 
  Segregação de função e hierarquia: A segregação de função é peça 
chave para a sobrevivência de um ambiente de controles internos na 
empresa, pois garante que atribuições conflitantes sejam realizadas por 
pessoas ou áreas diferentes dentro da empresa. Outro aspecto importante 
45Tipos de auditoria
é a segregação ou atribuição hierárquica, ou seja, as operações devem 
respeitar hierarquia de aprovação e, preferencialmente, vincular essas 
alçadas de aprovações nos sistemas das empresas.
No entanto, mesmo que todos esses aspectos estejam implantados no 
ambiente de controles internos das empresas, ainda há riscos de ocorrências 
de irregularidades. Existem algumas limitações nos controles internos, das 
quais podemos citar como exemplo o conluio entre fornecedor e comprador, 
ou até mesmo o conluio entre chefe e subordinado. Nesse momento, o trabalho 
da auditoria interna poderá complementar o sistema de controles internos, 
avaliando as inconformidades e dando maior segurança a alta administração.
Auditoria de gestão
Uma auditoria de gestão poderá anteceder ou suceder uma auditoria operacio-
nal, podendo ser o ponto de partida para um plano de auditoria operacional. 
A partir de uma auditoria operacional pode-se criar a necessidade de realizar 
uma auditoria de gestão. Essa afi rmativa fi ca mais clara quando você conhece 
o horizonte temporal em que cada trabalho começa e termina. Por exemplo,
a tempestividade de uma auditoria da gestão está focada no presente/futuro,
ou seja, é diferente de uma auditoria operacional que avalia os registros con-
tábeis ou procedimentos passados. A auditoria de gestão revisita os padrões
ou as diretrizes vigentes apenas como ponto de partida para a construção ou
readequação dos aspectos estratégicos e operacionais da empresa.
Uma auditoria de gestão é solicitada pela administração da empresa quando 
estão previstas mudanças nos padrões operacionais existentes, também são 
comuns em processos de reestruturações organizacionais e lançamentos de 
produtos e serviços. Nesses casos, o auditor trabalhará em conjunto com os 
auditados no acompanhamento desses processos, visando garantir a qualidade 
dos trabalhos em aspectos tecnológicos, operacionais e metodológicos. 
As etapas de uma auditoria de gestão irão depender do propósito da ad-
ministração, ou seja, devem se adaptar a demanda. No entanto, alguns passos 
são comuns a esse tipo de trabalho, por exemplo:
 realização de pesquisas;
 simulações de cenários;
 identificação de tendências;
 criação de mecanismos de controles para acompanhamento do projeto.
 Auditoria 46
Um trabalho de auditoria de gestão é extremamente importante para a 
continuidade dos negócios. Portanto, é imprescindível que as recomendações 
dos auditores sejam inovadoras, porém factíveis e que possam contribuir para 
o redirecionamento pretendido pela alta administração. Também é papel do
auditor, alertar a alta cúpula da empresa sobre potenciais riscos envolvidos
na operação de mudança ou reestruturação pretendida.
Em termos técnicos, uma auditoria de gestão deverá cobrir os seguintes 
pontos-chave:
 Verificar se os projetos estão cobrindo todas as áreas fundamentais da
empresa e se estão prevendo os reflexos das mudanças pretendidas.
 Analisar as bases que foram utilizadas para fazer as análises iniciais,
nas quais as mudanças foram propostas.
 Recalcular e revisar os resultados incialmente apresentados, os quais
motivaram os movimentos de mudanças.
 Avaliar a aplicabilidade das políticas e diretrizes vigentes.
A conclusão de um trabalho de auditoria operacional, assim como em 
qualquer outro tipo de auditoria, deve ser amparada por fatos e dados. Deve ser 
claro, objetivo e imparcial. Inclusive, quando aplicável, deve fazer as devidas 
críticas ao modelo de gestão vigente ou pretendido pela alta cúpula da empresa. 
47Tipos de auditoria
PORTAL DE AUDITORIA. Introdução à Lei Sarbanes-Oxley (SOX). Curitiba, [c2016]. Dis-
ponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/ auditoria-interna/Introducao-
-a-lei-Sarbanes-Oxley-SOx.asp>. Acesso em: 15 dez. 2016.
Leituras recomendadas
ASSUNTOS ACADÊMICOS. Controle – caso: Bradesco. Rio de Janeiro: Universidade 
Estácio de Sá, 2009. Disponível em: <http://maisadministracaoemfoco.blogspot.com.
br/ 2009/04/controle-caso-bradesco.html>. Acesso em: 12 dez. 2016.
BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Auditores independentes. Brasília, DF, 2016. 
Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/ auditores/aud_indepen-
dentes.html>. Acesso em: 12 dez. 2016.
CHIQUITO, Antonio R. Princípios da auditoria contábil externa. Portal Contábeis, 2005. 
Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/63/ principios-da-auditoria-
-contabil-externa/>. Acesso em: 12 dez. 2016.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2013. 
GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria operacional e de gestão. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
GOMES, F. MBA em Contabilidade Internacional: conceitos nº 07. [S.l.]: DocPlayer, 2010. 
Disponível em: <http://docplayer.com.br/ 3682846-Orgaos-internacionais-de-con-
tabilidade.html>. Acesso em: 12 dez. 2016.
MAUTZ, Robert K. Princípios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 12 – Da auditoria interna. São Paulo, c2016. Dis-
ponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ nbc/t12.htm>. Acesso em: 
12 dez. 2016.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Rotatividade dos auditores independentes. São Paulo, 
2007. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/rotati-
vidadedeauditores.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016.
RAMIS, Diogo Dias. Controle da administração pública. [S.l.]: Âmbito Jurídico, c1998-
2016. Disponível em: <http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ 
leitura&artigo_id=12667>. Acesso em: 12 dez. 2016.
Referência
48Tipos de auditoria
Conteúdo:
 
Dica do professor
A auditoria operacional é um dos tipos de trabalho que entrega a maior contribuição para os 
negócios. A partir destes trabalhos, são identificados pontos de ruptura que geram perdas 
significativas para os negócios, além de outras oportunidades de melhoria que potencializam os 
ganhos. Há também a garantia do compliance das áreas às normas internas, aos valores e 
direcionamentos da alta administração.
Porém, para que uma equipe de auditoria operacional possa efetivamente contribuir com os 
negócios e gerar valor às companhias, é necessário o conhecimento e o entendimento das 
principais fases deste trabalho. Para entender melhor, assista ao vídeo a seguir, que aborda as 
principais fases da auditoria operacional.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/8b39a24920d65bc9ce7046314139337b
Exercícios
1) Em relação aos objetivos de uma auditoria operacional, aponte a opção correta. 
A) A finalidade é averiguar os controles internos, sobretudo os que estão relacionados aos 
sistemas de gestão integrados das empresas (ERP).
B) Apoiar a gestão em momentos de reestruturação, criando cenários que possibilitam avaliar 
riscos e oportunidades futuras por conta das mudanças.
C) Conjunto de técnicas e procedimentos cujo objetivo é averiguar a eficácia e eficiência de 
controles internos.
D) A finalidade é averiguar a operacionalização das normativas contábeis e estabelecer opinião 
acerca do tema, munindo a alta gestão com informações relevantes para a tomada de decisão.
E) Analisar os procedimentos operacionais, averiguar ocorrências passadas, realizar testes que 
possibilitam identificar pontos de riscos e deficiências de controles e sugerir melhorias para a 
otimização dos processos.
2) A auditoria de gestão é de fundamental importância para a gestão em momentos de revisão 
e remodelagem de conceitos e formasde operar os negócios. O domínio dos conceitos 
relacionados a este tipo de auditoria é valioso no mercado. Marque a alternativa correta em 
relação aos conceitos de auditoria de gestão. 
A) O trabalho da auditoria de gestão é colocado em prática ao final de uma auditoria 
operacional, pois, neste momento, são recomendadas ações futuras para corrigir os 
problemas identificados no trabalho operacional.
B) A auditoria de gestão é solicitada pela alta administração e por investidores para identificar 
riscos e oportunidades na eventual aquisição de uma empresa.
C) A auditoria de gestão apoia a administração da empresa na condução dos negócios, no que 
diz respeito a decisões estratégicas envolvendo a continuidade e o rumo dos negócios.
D) O objetivo é implantar a autoauditoria nas empresas, buscando desvincular a dependência de 
testes preventivos e detectivos.
E) A auditoria de gestão tem como foco acompanhar os indicadores monetários dentro de um 
projeto de inovação e reestruturação.
3) O controle interno não deve ser confundido com a auditoria interna, pois esta é um trabalho 
estruturado, que, em determinados momentos, realiza avaliações sobre a adequação dos 
controles internos. Assinale a alternativa que melhor representa conceitos, objetivos e 
abrangência dos controles internos de uma empresa. 
A) Os controles internos são instituídos pela área de auditoria com a finalidade de otimizar os 
procedimentos de averiguação de dados nas auditorias contábeis e operacionais.
B) Os controles internos são estabelecidos pela contabilidade e têm a finalidade de garantir a 
fidedignidade dos dados contábeis.
C) Os controles internos buscam salvaguardar o patrimônio da empresa, observando normas 
legais, procedimentos organizacionais, sistemas e eficiência de material humano disponível. 
Em contrapartida, realiza a avaliação de custo-benefício do controle.
D) A principal finalidade dos controles internos é identificar fraudes financeiras, visto que trata-
se de um sistema de monitoramento sob avaliação da gestão da auditoria interna.
E) O controle interno é um mecanismo com aspecto detectivo, portanto, deve ser criado e 
implantado observando-se a identificação de erros, omissões e práticas inadequadas.
4) Em relação aos controles internos nas empresas, aponte a opção correta. 
A) Controles compensatórios são aqueles criados para compensar perdas financeiras ocorridas 
no passado.
B) A principal e primordial característica de um controle interno é a possibilidde de 
monitoramento contínuo automático. Portanto, se a atividade de controle não puder ser 
automaticamente monitorada, o sistema de controle será ineficiente.
C) A segregação de função é uma prática de controle utilizada em controles internos para 
garantir a correta classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de contas, evitando, 
assim, lançamentos em contas incompatíveis, com o objetivo de cometer fraude.
D) Uma planilha de clientes em atraso (aging list) é um exemplo de controle sobre o contas a 
receber, pois demonstra que a empresa tem conhecimento dos clientes com débitos em 
aberto.
E) Um controle muito importante relacionado às contas de imobilizado da empresa é a 
conferência segregada das taxas de deprecição utilizadas pela empresa para depreciar os 
ativos.
5) Em relação a resultados, vantagens e contribuições de auditorias de gestão e operacional, e 
também em relação a ambiente de controles internos, pode se dizer que: 
A) Ao final de uma auditoria de gestão, os investidores estarão tranquilos em relação às 
informações financeiras divulgadas pela empresa.
B) As empresas podem substituir a área de auditoria interna com a implantação de um sistema 
robusto de controles internos. Assim, são reduzidos os custos operacionais das operações de 
negócios.
C) As operações de pesquisas e simulações de cenários apoiam na identificação de pontos de 
ruptura em projetos estratégicos das empresas, por isso a auditoria operacional é tão 
importante, pois irá gerar informações para decisões e pode garantir a continuidade dos 
negócios.
D) Os controles detectivos são importantes porque buscam a detecção de erros, desperdícios ou 
irregularidades no momento em que eles ocorrem, permitindo a adoção de medidas 
tempestivas de correção.
E) Em uma auditoria operacional, a administração da empresa terá uma visão completa do 
ambiente de controles internos, pois serão revisados todos os controles relacionados à 
operação.
Na prática
O mercado de auditoria cresce junto com as necessidades dos negócios, mas também tem 
importante papel na sociedade no sentido de antever situações críticas, como um colapso 
econômico em decorrência de distorções nos números das empresas e outras práticas de gestão 
duvidosas.
Porém, as práticas de auditoria vão além dos números, e um dos grandes exemplos desta afirmativa 
está na relação da auditoria com o meio ambiente. É fato notório que a população em geral (e as 
grandes organizações) investem cada vez mais em sistemas de gestão do meio ambiente. Com isso 
surgem novas oportunidades de mercado de auditoria.
A averiguação dos sistemas de gestão ambiental e o cumprimento das normas legais relacionadas 
ao tema é um dos papéis de um auditor ambiental. O reflexo do trabalho de um auditor ambiental 
pode apoiar as empresas na redução de seus custos com multas dos órgãos competentes, sobre o 
descumprimento de alguma norma legal, mas também apoia significativamente a população, 
alertando as organizações sobre possíveis riscos ambientais.
 
Fique atento a este nicho de mercado e suas contribuições para as organizações e a sociedade!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Auditoria Ambiental
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Auditoria e Segurança de Sistemas
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Controles Internos - Ferramentas para Prevenção e Gestão de 
Riscos
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/v1plMahJD9Y
https://www.youtube.com/embed/x99qRbAhHlw
https://www.youtube.com/embed/BdHhVfMlTGg

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