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12 - PODER JUDICIÁRIO

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Aula 12
Direito Constitucional 
 (Curso Regular)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas, Nelma Fontana
09 de Março de 2022
Bons estudos -Bons Estudos
 
 
 
 
SUMÁRIO 
Sumário .............................................................................................................................................................. 1 
Considerações iniciais ........................................................................................................................................ 3 
Órgãos do Poder Judiciário ................................................................................................................................ 4 
Estatuto da magistratura ................................................................................................................................... 6 
1 – Ingresso na Carreira ................................................................................................................................. 6 
2 – Promoção ................................................................................................................................................. 8 
4 – Órgão Especial ........................................................................................................................................ 10 
5 – Prestação jurisdicional ........................................................................................................................... 10 
6 – Publicidade e motivação ........................................................................................................................ 11 
7 – Subsídio e aposentadoria ....................................................................................................................... 12 
Quinto Constitucional ...................................................................................................................................... 14 
Garantias dos Magistrados .............................................................................................................................. 16 
Vedações .......................................................................................................................................................... 20 
Garantias do Judiciário ..................................................................................................................................... 22 
Precatórios ....................................................................................................................................................... 25 
1 – Regime dos precatórios .......................................................................................................................... 27 
1 – Data e ordem de pagamento ................................................................................................................. 28 
2 – Forma de pagamento ............................................................................................................................. 32 
Supremo Tribunal Federal ................................................................................................................................ 36 
1 - Composição ............................................................................................................................................. 37 
2 - Competências .......................................................................................................................................... 37 
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Conselho Nacional de Justiça ........................................................................................................................... 46 
1 – Composição ............................................................................................................................................ 47 
2 – Atribuições .............................................................................................................................................. 48 
Superior Tribunal de Justiça ............................................................................................................................. 50 
1 - Composição ............................................................................................................................................. 51 
2 - Competências .......................................................................................................................................... 52 
Justiça Federal .................................................................................................................................................. 57 
1 – Tribunais Regionais Federais .................................................................................................................. 58 
2 – Juízes Federais ........................................................................................................................................ 61 
Justiça do Trabalho .......................................................................................................................................... 64 
1 - Competência ........................................................................................................................................... 66 
Justiça Eleitoral ................................................................................................................................................. 70 
Justiça Militar ................................................................................................................................................... 72 
1 – Justiça Militar da União .......................................................................................................................... 73 
2 – Justiça Militar Estadual .......................................................................................................................... 75 
Justiça Estadual ................................................................................................................................................ 76 
Destaques da Legislação .................................................................................................................................. 78 
Destaques da Jurisprudência ........................................................................................................................... 96 
Resumo ............................................................................................................................................................. 97 
Considerações Finais ...................................................................................................................................... 102 
Questões Comentadas ................................................................................................................................... 102 
Lista de Questões ........................................................................................................................................... 205 
Gabarito.......................................................................................................................................................... 218 
 
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PODER JUDICIÁRIO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
No Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário assume papel de destaque, pois tem a 
responsabilidade de não apenas dirimir conflitos, mas também proteger o ordenamento jurídico, a 
democracia e os direitos fundamentais. 
A função precípua do Poder Judiciário é o exercício da jurisdição. No Brasil,em razão de ter sido adotado 
o sistema inglês (sistema de unicidade de jurisdição), apenas as decisões judiciais têm caráter definitivo, de 
modo que somente ao Judiciário cabe dizer o direito com definitividade. 
Atipicamente, nos casos autorizados pela Constituição, sem ofensa à separação de Poderes, o Judiciário 
também administra (exerce a sua própria administração) e legisla (regimento interno, resolução). 
Nota-se que na organização político-administrativa brasileira não há uma rígida separação de Poderes. Ha, 
na verdade, uma separação de funções e ainda assim não absoluta. Daí falar-se em funções típicas e não 
exclusivas. 
Na vigência do Estado Liberal, o Poder Legislativo exercia com protagonismo as relações sociais. No período 
em que vigorou o Estado Social, o Poder Executivo passou a ser o gestor das expectativas sociais, razão 
pela qual passou a ter papel de destaque. Por outro lado, na vigência do Estado Democrático de Direito, 
que é o modelo brasileiro, o destaque passou a ser do Judiciário, que ganhou também poder político, 
embora os seus membros não sejam eleitos pelo povo. 
Nesse contexto, surge o ativismo judicial, fruto do papel criativo exercido pelos tribunais ao trazerem uma 
contribuição nova para o direito, a partir da análise de um caso concreto, com consequente formação de 
precedente jurisprudencial inovador, antecipando-se, na maioria dos casos, à formulação da própria lei. 
Diz-se ativismo judicial a atividade hermenêutica ativa e expansionista formulada pelo Judiciário, para 
maximizar a força normativa da Constituição e promover os comandos de otimização previstos pelo 
legislador constituinte e pelo legislador ordinário. 
Embora caiba ao Legislativo a função de elaboração das leis e caiba ao Executivo o dever de instituir 
políticas públicas que busquem a efetiva concretização de direitos sociais, nota-se, por vezes, uma inércia 
ou um descaso. Assim, para preencher as lacunas deixadas pelos demais Poderes e com vista a garantir a 
dignidade da pessoa humana, o Judiciário atua com protagonismo, uma vez que não basta a declaração de 
um direito, mas que esse direito seja de fato materializado, garantido. 
Conquanto o ativismo judicial se apresente como alternativa para solução de conflitos de interesses da 
sociedade, muitas vezes provocado por violações arbitrárias por parte do Legislativo, provoca também 
muitas críticas, tanto de juristas, quanto de políticos ou mesmo de populares. Dentre as críticas, a principal 
reside no argumento de que o Judiciário não possui legitimidade democrática para atuar, porque seus 
membros não são eleitos pelo povo. Nessa linha, a atuação do Judiciário como legislador negativo e como 
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legislador positivo significaria uma verdadeira “ditadura do Judiciário”, o que violaria a separação de 
Poderes. 
A doutrina tem apontado uma reação adversa à atuação judicial, um contra-ataque político ao resultado de 
uma deliberação judicial, fenômeno conhecido como "efeito backlash". Trata-se de uma reação 
conservadora de parcela da sociedade ou Poder Legislativo diante de uma decisão liberal tomada pelo 
Poder Judiciário. 
O vocábulo backlash, no Dicionário de Cambrigde, é conceituado como “um sentimento forte entre um 
grupo de pessoas em reação a uma mudança ou a um evento recente na sociedade ou na política”. 
Trazida para o ambiente acadêmico, a expressão traduz a desaprovação de significativa parcela da 
sociedade acerca de uma decisão judicial inovadora. Medidas de resistência são tomadas, com o propósito 
de desconstituir a decisão judicial. 
Exemplifiquemos com uma situação brasileira: o STF, em 2011, ao julgar a ADI 4.277, reconheceu a união 
estável homoafetiva. A decisão foi comemorada por uns e odiada por outros. Vários parlamentares 
manifestaram a insatisfação com o ativismo judicial e com uma suposta ofensa à separação de Poderes, ao 
ponto de ter sido apresentada uma proposta de emenda à Constituição que objetivava autorizar o 
Congresso Nacional a desfazer decisão do STF que declara inconstitucionalidade de lei. Algumas 
Assembleias Legislativas criaram leis, para reconhecer como família apenas aquela formada por casal 
heterossexual; grupos religiosos protestaram; um grande grupo de políticos conservadores conseguiu se 
eleger, a partir de um posicionamento contrário à decisão judicial. 
O Constitucionalismo Democrático é caracterizado pelo pluralismo de posicionamentos políticos e pela 
possibilidade de debate sobre a interpretação da Constituição. Consequência lógica é, então, a 
discordância popular da posição adotada pelo Poder Judiciário em decisões que dizem respeito à 
interpretação da Lei Maior, uma vez que o próprio povo também assume o papel de interpretação da 
Constituição. Essa contraforça que surge no seio da sociedade é chamada de efeito backlash. 
O certo é que o Poder Judiciário não é um mero "repetidor de leis", mas intérprete das leis e dos casos 
concretos. Na busca da solução dos conflitos e na defesa da democracia e dos direitos fundamentais, os 
Tribunais e os Juízes têm atuado positivamente e, com isso, garantido a convivência independente e 
harmônica entre os Poderes, por meio de mecanismos de interpretação da Constituição. 
 
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO 
São órgãos do Poder Judiciário, nos termos do artigo 92 da Constituição Federal: 
➢ o Supremo Tribunal Federal; 
➢ o Conselho Nacional de Justiça 
➢ o Superior Tribunal de Justiça; 
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➢ o Tribunal Superior do Trabalho; 
➢ os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
➢ os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
➢ os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
➢ os Tribunais e Juízes Militares; 
➢ os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
 
 
 
 
O Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário e tem por função precípua a guarda da 
Constituição Federal. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Tribunal Superior Eleitoral 
(TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM) integram a justiça de instância superior. 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), os Tribunais Estaduais (TJs), os Tribunais 
Regionais Federais (TRFs), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Tribunais Regionais Eleitorais 
(TREs) integram a segunda instância do Poder judiciário, assim denominada porque, normalmente, julga 
recurso de decisão proferida por juízes de primeira instância, embora também possa exercer competências 
originárias. 
O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o 
território nacional. 
O Conselho Nacional de Justiça tem sede na capital federal, mas não tem jurisdição, porque é órgão 
meramente administrativo destinado a promover o controle interno do Poder Judiciário, isto é, fiscalizar a 
estrutura administrativa e financeira dos órgãos do poder Judiciário. 
Os juízes atuam integram a primeira instância e atuam em Varas. 
STF 
STJ
TJDFT
Juiz de 
Direito
TJ
Juiz de 
Direito
TRFs
Juiz 
Federal
TST
TRTs
Juiz do 
Trabalho
TSE
TREs
Juiz 
Eleitoral
STM
-
Juiz 
Militar
CNJ
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O termo “instância” corresponde ao grau de jurisdição. Na primeira instância, são encontrados os juízes 
que, na maioria dos casos, estabelecem contato com as partes. A Vara, por sua vez, corresponde ao local 
em que o juiz tem a sua lotação. Em Comarcas pequenas,há Vara única, que acumula distintos assuntos 
(cível, criminal, tributário...). 
Comarca corresponde à localidade em que o juiz de primeira instância exerce a sua jurisdição. Pode 
abranger um ou mais municípios, a depender do tamanho do Estado, do número de habitantes, e da 
demanda. Cada Comarca poderá ter uma ou mais Varas. 
Por último, convém conceituar "entrâncias". As Comarcas, conforme a estrutura, são classificadas em três 
distintas entrâncias: entrância inicial, entrância intermediária e entrância final. A Comarca de entrância 
inicial (ou de primeira entrância) normalmente abarca cidade de menor porte, que tem apenas uma Vara 
instalada. A Comarca de entrância intermediária (ou de segunda entrância) possui porte intermediário e 
costuma ser encontrada em metrópoles. A Comarca de entrância especial normalmente está localizada na 
capital do Estado e possui muitas Varas e Juizados. 
 
ESTATUTO DA MAGISTRATURA 
 
O caput do artigo 93 da Constituição Federal dispõe que lei complementar, de iniciativa do Supremo 
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura. O Estatuto deverá observar a alguns princípios 
constitucionais pontuados no próprio artigo, mormente quanto ao ingresso na carreira, promoção e 
criação de órgão especial, como se verá adiante. 
O Supremo Tribunal Federal, em duas oportunidades, já chegou a apresentar anteprojeto do novo 
Estatuto, mas o processo legislativo não chegou a ser finalizado. Dessa feita, a Lei Complementar 35/1979, 
conhecida como Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), foi parcialmente recepcionada pela 
Constituição Federal e cumprirá o papel do mencionado Estatuto até o advento da lei complementar 
prevista no artigo 93 da Lei Maior (ADI 1.985). 
Segundo posicionamento do STF, o rol de direitos e vantagens dos magistrados está previsto na Loman de 
modo taxativo, de modo que, sem respaldo legal, é vedada a concessão, sob fundamento de suposta 
simetria entre carreiras, de direitos de outras categorias (ARE 956.734 AgR). Assim, é vedada a extensão 
genérica aos magistrados de rubrica concedida aos servidores em geral (horas extras, por exemplo) ou aos 
membros do Ministério Público. 
1 – INGRESSO NA CARREIRA 
O ingresso na carreira da magistratura se dá no cargo de juiz substituto, mediante concurso público de 
provas e títulos. 
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A Emenda Constitucional 45/2004, com a finalidade de aperfeiçoamento do mecanismo de seleção de 
magistrados, por meio da quebra do isolamento institucional, passou a exigir a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em todas as fases do concurso para juiz substituto. 
Os requisitos para o ingresso na carreira, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação, são: 
✓ bacharelado em Direito; 
 
✓ três anos de atividade jurídica, no mínimo. 
 
A exigência de comprovação de três anos de atividade jurídica, chamada por parte da doutrina de 
"quarentena de entrada", foi acrescentada à Constituição também pela EC 45/2004, para estabelecer 
maior rigidez ao processo seletivo do magistrado. 
Nos termos do artigo 23, § 1º, “a”, da Resolução 75/2009 do CNJ, o candidato deverá comprovar o 
cumprimento da quarentena de entrada até a data da inscrição definitiva. Essa orientação do CNJ é 
plenamente compatível com a interpretação dada pelo STF na ADI 3.460, quando se fixou a seguinte tese: 
"A Comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz 
substituto, nos termos do inciso I do art. 93 da Constituição Federal, deve ocorrer no momento 
da inscrição definitiva do concurso e não na posse." 
Agora, o que deve ser entendido como sendo atividade jurídica? 
Segundo o disposto no artigo 59 da Resolução 75/2009 do CNJ, considera-se atividade jurídica: 
✓ aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
 
✓ o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 
(cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões 
distintas; 
 
✓ o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização 
preponderante de conhecimento jurídico; 
 
✓ o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, 
anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e 
durante 1 (um) ano; 
 
✓ o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios. 
Note que atividade jurídica não significa exercício da advocacia, tampouco exige que o candidato seja 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
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Perceba também que a comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício em cargo 
não privativo de bacharel em Direito, desde que, ausentes dúvidas acerca da natureza eminentemente 
jurídica das funções desempenhadas (STF. MS 28.226 AgR). 
Vale ressaltar que o estágio acadêmico e as atividades anteriores à conclusão do curso de Direito não são 
computadas como atividade jurídica. Entretanto, segundo o STF, não é necessário que o candidato, para 
fins de demonstração de atividade jurídica, já tenha colado grau, basta comprovar a atividade exercida 
após a conclusão do curso de Direito, ainda que não tenha colado grau. Basta demonstrar que não deixou 
nenhuma pendência para a finalização da graduação (ADI 3.460/DF). 
 
2 – PROMOÇÃO 
A Constituição Federal dispõe, no artigo 93, inciso II, os critérios para promoção do magistrado de 
entrância para entrância. São eles: antiguidade e merecimento, alternadamente. Para cada vaga surgida, 
abrir-se-á inscrição distinta, sucessivamente, com a indicação da Comarca ou Vara a ser provida, devendo 
ser observado para a promoção ora o critério antiguidade, ora o critério merecimento (artigo 82 da 
LOMAN). 
A inobservância da aplicação alternada dos requisitos antiguidade e merecimento para promoção do 
magistrado de uma entrância a outra é inconstitucional. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, na ADI 
1.837, declarou a inconstitucionalidade de dispositivo do Ceará que promovia, automaticamente, à 
entrância especial os juízes em exercício nas Varas do Juizado Especial da Comarca de Fortaleza, sem 
observar o princípio da alternância. 
 
Cuidado! 
A Justiça Estadual é organizada em três entrâncias. Na Justiça Federal e na 
Justiça do Trabalho, há a entrância única, ou seja, o magistrado não precisa 
se promover para várias Comarcas, podendo optar em permanecer na 
mesma Comarca até atingir a antiguidade necessária para se promover a 
desembargador. 
 
Antiguidade 
Na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto 
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla 
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação (artigo 93, II, d, da CF). 
Nos termos do artigo 80, § 1º, I, da LOMAN, havendo empate na antiguidade, terá precedência o Juiz mais 
antigo na carreira. 
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O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência assentada no sentido da inconstitucionalidade, por 
violação ao art. 93 da Constituição Federal, de normas estaduais que disciplinem matérias próprias do 
Estatuto da Magistratura, em desacordo com ele ou em caráter inovador. Neste contexto, foi declarada a 
inconstitucionalidade de dispositivo estadual que estabeleceu condições estranhas à função jurisdicionalpara determinar o desempate entre aqueles que estejam concorrendo à promoção por antiguidade (ADI 
3.698). 
 
Merecimento 
O merecimento é apurado em lista tríplice e requer a observância dos seguintes requisitos: 
✓ dois anos de exercício na respectiva entrância; 
 
✓ integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade da entrância, salvo se não houver 
com tais requisitos quem aceite o lugar vago. 
O magistrado que figurar por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento deverá 
ser promovido necessariamente, terá o direito líquido e certo à promoção, de modo que o Tribunal não 
poderá escolher outro Juiz. 
A Constituição Federal estabelece que a aferição do merecimento deve ser feita conforme o desempenho e 
pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e 
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento oferecido ou reconhecido por 
escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados.(art. 93, II, "c" c/c IV). 
Note que a aferição do merecimento é feita levando-se em conta diversos critérios, não apenas dados 
objetivos, mas também outros relativos à produtividade e presteza no exercício da jurisdição (STF. MS 
27.960 AgR). 
 
Tribunais de segundo grau 
Na composição dos tribunais de segundo grau (TJ, TJDFT, TRF e TRT), dois são os requisitos a serem 
observados: 1) promoção; 2) quinto constitucional. 
Um quinto das vagas dos tribunais de segundo grau deve ser ocupado por advogados e membros do 
Ministério Público, nos termos do artigo 94 da Constituição Federal, como se verá de modo mais detalhado 
adiante. O acesso às outras vagas (quatro quintos) é feito a partir da aplicação alternada dos critérios 
antiguidade e merecimento, apurados na última ou única entrância, conforme o tribunal. 
 
 A Constituição Federal, após redação dada pela EC 45/2004, passou a proibir a 
promoção do juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do 
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prazo legal. 
Cumpre destacar que, na hipótese de perda injustificada de prazo, os autos não 
poderão ser devolvidos ao cartório sem o devido despacho ou decisão. 
 
4 – ÓRGÃO ESPECIAL 
O inciso XI do artigo 93 da Constituição Federal autoriza os tribunais com número superior a vinte e cinco 
julgadores, a instituir órgão especial, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais 
delegadas da competência do tribunal pleno. 
O órgão especial deverá ter, no mínimo, onze membros e, no máximo, vinte e cinco magistrados. Metade 
das vagas deve provida por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
A criação de órgão especial não é obrigatória, de maneira que cabe ao Plenário, órgão maior dos tribunais, 
facultativamente, criar e definir quais de suas atribuições serão exercidas pelo órgão especial, tanto as de 
natureza administrativa quanto as de natureza jurisdicional. 
A Constituição Federal autorizou que o órgão especial, assim como o Plenário, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros, declare a inconstitucionalidade de lei (artigo 97). 
 
5 – PRESTAÇÃO JURISDICIONAL 
Uma das finalidades da "Reforma do Judiciário" materializada pela EC 45/2004 foi a de melhorar e ampliar 
a prestação jurisdicional. A razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
tramitação passaram a ser garantias individuais a todos asseguradas, nos termos do artigo 5º, inciso 
LXXVIII. 
Nessa toada, a EC 45/2004 acabou com as férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau. Até a 
entrada em vigor da citada emenda, todo o Judiciário interrompia as suas atividades nos meses de janeiro 
e julho, em razão das férias dos magistrados, o que se tornou absolutamente incompatível com a ideia de 
razoável duração do processo. 
Com efeito, a Constituição Federal estabelece no inciso XII do artigo 93 que a atividade jurisdicional deve 
ser ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos 
dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. 
Perceba: nos tribunais superiores e no STF, dadas as suas especificidades, as férias dos magistrados 
continuam a ser coletivas, recaindo nos meses de janeiro e julho. Entretanto, na primeira e na segunda 
instâncias, deverá haver a prestação jurisdicional ininterrupta, de maneira que os magistrados usufruirão 
de suas férias ao longo dos doze meses do ano, isto é, uns em janeiro, outros em fevereiro, outros em 
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março e assim sucessivamente. Aos sábados, domingos e feriados, o plantão deverá atuar 
permanentemente, para análise dos casos urgentes. 
O inciso XV do artigo 93 da Lei Maior, em defesa da garantia do juiz natural, determina que a distribuição 
de processos seja imediata, em todos os graus de jurisdição. Cuidado! Na prova, é comum o examinador 
ressalvar algum tribunal superior ou mesmo o STF. Não há exceção. Os feitos devem ser distribuídos 
imediatamente e de modo aleatório, dentre os órgãos competentes, evidentemente, em todos os graus de 
jurisdição. 
Os tribunais têm a garantia de autonomia administrativa, mas ao se organizarem, deverão observar que o 
número de juízes na unidade jurisdicional deve ser proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva 
população (art. 93, XIII). 
Para que tenha melhor condição de compreender as lides, o juiz titular deverá residir na Comarca em que 
atua, salvo por autorização do tribunal (art. 93, VII). As autorizações para que juízes residam em outras 
comarcas são excepcionais e devem ser regulamentadas pelos tribunais, de forma fundamentada. 
Por último, o inciso XIV do artigo 93 da Lei Maior assevera que os servidores receberão delegação para a 
prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. 
 
6 – PUBLICIDADE E MOTIVAÇÃO 
Publicidade é princípio que rege toda a Administração Pública, de forma que a Constituição Federal impõe, 
como regra geral, que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário devem ser públicos, sob pena 
de nulidade. Apenas nos casos em que for necessário preservar o direito de intimidade do interessado e 
não houver prejuízo ao interesse público à informação, o sigilo poderá ser estabelecido. Nesses casos, a lei 
poderá limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes (artigo 93, IX, da CF). 
As decisões administrativas dos tribunais também devem ocorrer em sessão pública, sendo as disciplinares 
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros (artigo 93, X, da CF). Segundo o STF, por 
força do artigo 93, X, da CF, o quórum de maioria absoluta é o exigido para a aplicação, pelo 
tribunal, das penas de advertência e de censura aos juízes de primeiro grau (ADI 2.580) 
A publicidade assegurada constitucionalmente alcança os autos do processo, e não somente as sessões e 
audiências, razão pela qual o Supremo Tribunal Federal entendeu que padece de inconstitucionalidade 
disposição normativa que determina abstratamente o segredo de justiça em todos os processos em curso 
perante vara criminal (ADI 4.414). 
Tanto as decisões proferidas nos julgamentos quanto aquelas que resultam das sessões administrativas 
devem ser sempre motivadas, sob risco de nulidade. 
O Supremo Tribunal Federal, em tese de repercussão geral reconhecida com julgamento de mérito, 
entendeu que "não afronta a exigência constitucional de motivação dos atos decisórios a decisão de turma 
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recursal de juizados especiais que, em consonância com a Lei 9.099/1995, adota como razões de decidir os 
fundamentos contidos na sentença recorrida". Grifo. (RE 635. 729). 
Na linha dos precedentes do Supremo Tribunal Federal posteriores à Lei 10.792/2003, apesar de não ser 
mais obrigatório, o exame criminológico poderá ser importante para a tomada de decisão do juiz respeito 
da progressão da pena, desde que a decisão seja devidamente fundamentada (HC 92.378). 
Nessa mesma linha de entendimento, foi editada a Súmula Vinculante 26: 
 
"Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime 
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo de 
avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos 
do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a 
realização de exame criminológico." Grifo. 
 
7 – SUBSÍDIO E APOSENTADORIA 
O Inciso V do artigo 93 da Constituição Federal dispõe que o subsídio dos Ministros dos Tribunais 
Superiores corresponderá a 95% por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal. Os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal 
e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, de maneira que a diferença 
entre uma e outra não seja superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e 
cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o 
teto fixado em lei (subsídio de Ministro do STF artigo 37, XI) e o recebimento na forma de subsídio (artigo 
39, § 4). 
Exemplifiquemos: 
 
 
Subsídio de Ministro do STF: R$ 39. 293, 32 (Lei 13.752/2018)
Subsídio de Ministro de Tribunal Superior: R$ 37. 328,65 (95% do STF)
Subsídio de desembargador de TRF: R$ 35.462,22 (95% do subsídio de 
Ministro de Tribunal Superior).
Subsídio de juiz federal: R$ 33.689,11 (95% do subsídio de 
desembargador do TRF. A diferença poderia ser mímina de 5% e 
máxima de 10%). 
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O Supremo Tribunal Federal, na ADI 3.854, ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), 
deu interpretação conforme a Constituição ao subteto para a magistratura estadual previsto no artigo 37, 
XI, da Constituição Federal (90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF), de maneira que 
os membros da magistratura estadual se submetem ao mesmo teto dos membros da magistratura 
federal: subsídio mensal dos Ministros do STF. Antes da decisão, o teto da remuneração dos juízes da 
União, correspondendo ao valor do subsídio do STF, era maior que o dos juízes estaduais, diferença que 
não se justifica, uma vez que o Poder Judiciário brasileiro é um só (uno). Portanto é incabível um 
tratamento desigual entre os juízes federais e estaduais. 
Os magistrados serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o 
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória. Perceba que as verbas indenizatórias não estão incluídas na vedação. 
Com efeito, é inconstitucional a criação, por parte de legislação estadual, de verba de representação como 
vantagem remuneratória para os magistrados, uma vez que são remunerados exclusivamente por subsídio 
(ADI 3.072). 
A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão as regras do regime especial 
de previdência de servidores públicos civis, nos termos do artigo 40 da Constituição Federal. 
A aposentadoria pode ser classificada como compulsória, por invalidez e voluntária. Trataremos aqui 
apenas da primeira possibilidade. 
O artigo 40, § 1º, II, da Constituição Federal, dispõe que o servidor abrangido pelo regime próprio de 
previdência será aposentado compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, 
aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar. 
O artigo 100 do ADCT, por sua vez, estabelece que até que entre em vigor a lei complementar de que trata 
o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos 
Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 anos de 
idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal. 
O Supremo Tribunal Federal concedeu medida cautelar na ADI 5.316, para afastar a aplicação da expressão 
"nas condições do art. 52 da Constituição Federal", uma vez que o magistrado, ao completar 70 anos de 
idade, se quisesse permanecer na ativa até os 75 anos, teria que passar por nova sabatina, o que seria uma 
violação à independência do Poder Judiciário. 
Com efeito, quanto à aposentadoria compulsória de magistrados, temos: o magistrado será aposentado 
compulsoriamente aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar. Atualmente, mesmo diante dos 
questionamentos de vício de iniciativa, está em vigor a LC 152/2015, que regulamenta a aposentadoria 
compulsória. 
 
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QUINTO CONSTITUCIONAL 
O legislador constituinte, com o objetivo de melhorar a prestação jurisdicional, reservou um quinto das 
vagas das instâncias revisoras a advogados e membros do Ministério Público. A nomeação de juízes fora da 
carreira da magistratura objetiva ampliar a sensibilidade na administração da Justiça, por meio da 
experiência de advogados e de integrantes do Ministério Público. 
Com efeito, nos termos do artigo 94 da Constituição Federal, um quinto dos lugares dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Tribunal de Justiça Distrito Federal e 
Territórios será composto por advogados e por membros do Ministério Público. 
Os advogados devem possuir notório saber jurídico, reputação ilibada e contar com mais de dez anos de 
efetiva atividade profissional. Os membros do Ministério Público devem ter mais de dez anos de carreira. 
Deles não se exige expressamente o saber jurídico e a reputação ilibada, porque são requisitos presumidos 
de quem integra o Parquet. 
O Supremo Tribunal Federal admitiu que se não houver membros do Ministério Público suficientes com 
mais de dez anos de carreira, a lista sêxtupla poderá ser composta por candidatos que ainda não 
completaram o decênio (ADI 1.289/DF). 
Os respectivos órgãos de representação de classes indicarão ao Tribunal em lista sêxtupla os seus 
membros. Uma vez recebida a lista, o Tribunal, por critérios próprios, a reduzirá para tríplice e a enviará ao 
Poder Executivo para que, no prazo de vinte dias, escolha um de seus integrantes para nomeação. 
Note que a Constituição Federal não definiu critérios e nem conceito de órgão de classe. Cabe à lei 
infraconstitucional definir os órgãos de representação dos advogados e do Ministério Público. Assim, o STF 
reconheceu a validade do artigo 14 da Lei 8.625/1993, que atribuiu ao Conselho Superior do Ministério 
Público a competência para elaborar as listas sêxtuplas, embora sejam elegíveis para integrar o Conselho 
apenas os Procuradores de Justiça, porque a escolha se dá por meio de eleição em que votam membros de 
toda a classe, o que evidencia a representatividade do órgão (ADI 4.134). 
Exemplifiquemos: 
Em março de 2019, faleceu um dos desembargadores do TJDFT (Flávio Renato Rostirola) oriundo do quinto 
constitucional, vaga de advogado. A vaga foi preenchida a partir do seguinte procedimento: 
 
1º
• O OAB-DF formulou lista sêxtupla com os seguintes nomes: Roberta Queiroz; EduardoCunha; Christianne Ferreira; José Rui Carneiro; Ana Paula Meneses; Robson Freitas
2º
• O TJDFT reduziu a lista para: Ana Paula Meneses; Eduardo Cunha e Robson Freitas.
3º
• O Presidente da República escolheu Robson Freitas.
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Se a vaga fosse de membro de Ministério Público, o procedimento seria o mesmo, só que a lista sêxtupla 
teria sido formulada pelo MPDFT. 
Perceba que se o tribunal for estadual, o Chefe do Executivo que escolherá um dos nomes da lista tríplice 
será o Governador, mas se for tribunal da União (TRF e TJDFT), será o Presidente da República. 
 
(2019/MPE-SC/MPE-SC/Promotor) No que pertine ao quinto constitucional para composição dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios, formada a lista tríplice 
pelo tribunal, será enviada ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus 
integrantes para nomeação. 
Gabarito: correto. 
Comentário: o item está em conformidade com o disposto no artigo 94 da Constituição Federal, que dispõe 
sobre o quinto constitucional. 
Agora, vamos aos detalhes: 
1. Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o tribunal não está obrigado a aceitar a lista 
sêxtupla encaminhada pelo órgão de representação (MS 25.624), isto é, não terá que necessariamente 
escolher três dos seis nomes. Isso não significa, evidentemente, que o tribunal pode fazer lista tríplice com 
quem não constou da lista sêxtupla, mas apenas que o Judiciário poderá discordar de um ou de alguns 
nomes da lista, por entender ausentes os requisitos. 
2. Se o número total da composição do tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante 
(seja superior ou inferior à metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de 
vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por advogados e membros do 
Ministério Público (RE 678.957 AgR). 
Exemplificando: O TJDFT é composto de 48 desembargadores. 1/5 de 48 corresponde a 9,6. Assim, o 
arredondamento deve ser feito para cima, em favor do quinto constitucional, razão pela qual 10 vagas do 
TJDFT são reservadas a advogados e membros do Ministério Público. 
3. Se a quantidade de vagas reservada ao quinto constitucional for ímpar, ocorrendo vaga a ser preenchida, 
a classe que se achava em inferioridade passará a ter situação de superioridade, para que se cumpra o 
princípio constitucional da paridade entre as duas classes: Ministério Público e advocacia (STF. MS 23.972). 
Exemplificando: o TJ-TO é composto de 12 desembargadores, de modo que três vagas são reservadas ao 
quinto constitucional. Como o número é ímpar, numa composição, haverá, por exemplo, um advogado e 
dois membros do Ministério Público. Se isso acontecer, na próxima vaga surgida, será preciso fazer a 
alternância, de modo que sejam dois os advogados e um do Ministério Público. 
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4. Não cabe ao CNJ, que é órgão do Judiciário e apenas administrativo, deliberar sobre situações que 
alcancem ou que atinjam resoluções e manifestações emanadas de órgãos e autoridades vinculados a 
outros Poderes do Estado. Assim, o CNJ não pode apreciar o ato final de investidura de desembargador 
pela regra do quinto constitucional, uma vez que se trata de atribuição exclusiva do Chefe do Executivo 
(STF. MS 27.033 AgR). 
5. A regra do quinto constitucional foi estendida por emenda à Constituição (EC 45/2004) aos tribunais do 
trabalho, como se nota nos artigos 111-A e 115 da Constituição Federal. 
Vinte e sete são os Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, nomeados pelo Presidente da República, 
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo um quinto dentre advogados e membros 
do Ministério Público do Trabalho e quatro quintos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, 
oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes nomeados pelo Presidente da 
República, sendo um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e quatro 
quintos mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, 
alternadamente. 
6. No Superior Tribunal de Justiça, não há quinto constitucional, há terço constitucional, embora o 
procedimento de escolha dos Ministros oriundos da advocacia e do Ministério Público (Federal, Estadual e 
do Distrito Federal e Territórios) seja o mesmo delineado no artigo 94 da Constituição Federal. 
 
Em resumo, a regra do quinto constitucional é aplicada aos seguintes 
tribunais: TJs; TRFs; TJDFT; TRTs e TST. 
 
GARANTIAS DOS MAGISTRADOS 
Os magistrados, diferentemente do que se aplica aos parlamentares e ao Presidente da República, não têm 
imunidades garantidas pela Constituição, embora todos eles tenham foro por prerrogativa de função. 
Por outro lado, para que a prestação jurisdicional seja efetiva e o juiz não venha a sofrer nenhum tipo de 
perseguição política ou venha a ser constrangido pelas partes no curso do processo, a Constituição Federal 
trouxe, no artigo 95, as seguintes garantias: 
✓ vitaliciedade; 
✓ inamovibilidade; 
✓ irredutibilidade de subsídio. 
A vitaliciedade assegura ao magistrado que a perda do cargo não poderá ocorrer por mera decisão 
administrativa, mas apenas por sentença judicial transitada em julgado. Note: a perda do cargo de juízes 
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vitalícios é decidida pelos seus pares, conforme a competência de julgamento, após exercício de 
contraditório e ampla defesa. 
No primeiro grau, a vitaliciedade só é adquirida após dois anos de exercício. Desde a emenda constitucional 
45/2004, constitui etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou 
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados (art. 93, IV). 
E como se dá a perda do cargo quando o juiz ainda não adquiriu vitaliciedade? Pode ser declarada apenas 
por decisão do Corregedor ou do Presidente do tribunal? Não. Antes da aquisição da vitaliciedade, a perda 
do cargo depende de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado (procedimento administrativo). 
Após o vitaliciamento, depende de sentença judicial transitada em julgado. 
Nos tribunais, a vitaliciedade é adquirida na posse, independentemente da forma de provimento do cargo, 
isto é, se por promoção ou pelo quinto constitucional ou por outro critério definido pela Constituição 
Federal. 
 
 
Atenção! 
A vitaliciedade de Ministros do Supremo Tribunal Federal foi relativizada 
pela Constituição Federal, porque poderão perder os cargos em duas 
situações: a) sentença judicial transitada em julgado e b) decisão do Senado, 
no processo por crime de responsabilidade (art. 52, parágrafo único). 
Perceba: Ministros do Supremo Tribunal Federal poderão sofrer 
impeachment, poderão perder os cargos por decisão do Senado Federal. 
A inamovibilidade assegura que o magistrado não poderá ser removido compulsoriamente, salvo por 
motivo de interesse público. 
A remoção, em regra, é voluntária. Assim como ocorre quando há solicitação de permuta, a remoção a 
pedido de uma comarca para outra, dentro da mesma entrância, deve atender aos mesmos critérios da 
promoção por merecimento, nos termos do artigo 93, II, a, b e c, da Constituição Federal. O juiz que retiver 
os autos em seu poder além do prazo legal, injustificadamente, não poderá ser removidoa pedido e nem 
fazer permuta. 
Lembre-se: a remoção de entrâncias para entrância, como já estudado, se dá por promoção, aplicando-se 
alternadamente os critérios de antiguidade e merecimento (artigo 93, II, da CF). 
A remoção compulsória por interesse público só poderá ser determinada por decisão proferida pela 
maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa. 
A remoção pode ser também uma sanção administrativa aplicada pelo Conselho Nacional de Justiça após 
regular processo disciplinar (artigo 103B, § 4º, III, da CF). 
 Há três formas de remoção de magistrado: 
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➢ Voluntária (na mesma entrância): obedece aos critérios da promoção 
por merecimento; 
➢ Por interesse público: determinada pela maioria absoluta do tribunal ou 
do CNJ; 
➢ Sanção administrativa: aplicada pelo CNJ. 
 
A inamovibilidade não é garantia apenas de juízes titulares, mas também de juízes substitutos. Trata-se 
de proteção de toda a magistratura. Esse é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria 
(MS 27.958). 
Note: a inamovibilidade não guarda relação com a vitaliciedade. Como já dito, é uma garantia da 
magistratura. Assim, um juiz pode não ser vitalício e ter inamovibilidade. Juízes titulares e substitutos, estes 
vitalícios ou não, gozam de inamovibilidade. 
Em decorrência das garantias constitucionais de vitaliciedade e inamovibilidade, qualquer hipótese de 
afastamento de magistrado, ainda que cautelar, exige lei e sentido formal e material, isto é, não pode ser 
criada por mero ato normativo do CNJ ou do tribunal ao qual o juiz está vinculado. 
Convém destacar que a Emenda Constitucional 103/19, ao conferir nova redação aos artigos 93, VIII, 103-
B, § 4º, III, todos da CF/88, eliminou uma hipótese de sanção disciplinar, até então conhecida como 
aposentadoria compulsória proporcional, que era aplicada para apenar o magistrado que cometesse ato 
ilícito grave. 
A irredutibilidade de subsídio assegurada aos magistrados, assim como funciona em relação aos servidores 
públicos, não contempla o valor real, isto é, não assegura o poder de compra e não resguarda da corrosão 
trazida pela inflação. A garantia de irredutibilidade de subsídio é jurídica, assegura o valor nominal e não o 
valor real. Por certo, também, a irredutibilidade de subsídio não exime o magistrado de descontos relativos 
a impostos e contribuições previdenciárias. 
 
 
 
 
Cuidado! 
Na Justiça Eleitoral, não há vitaliciedade, há mandato! 
Nos termos do § 2º do artigo 121 da Constituição Federal, os juízes dos 
tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no 
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. 
Por outro lado, os membros dos tribunais, os juízes de direito e os 
integrantes das juntas eleitorais têm a garantia da inamovibilidade. 
Os magistrados que atuam na Justiça Eleitoral fazem jus a uma gratificação 
de presença, por sessão que comparecem, até o máximo de oito por mês. 
Essa gratificação, no TSE, corresponde a 3% do que se paga aos Ministros do 
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STF; nos TREs, 3% do que se paga aos Desembargadores do TRF; e a 
gratificação mensal dos Juízes Eleitorais corresponderá a 18% de subsídio de 
Juiz Federal. 
 
Os magistrados também têm a garantia constitucional de foro por prerrogativa de função, em decorrência 
da proteção da vitaliciedade, seja por crime comum, seja por crime de responsabilidade. Os Juízes serão 
julgados sempre pelos seus pares e por órgão colegiado de estrutura superior ou igual àquela que ocupa. 
Observe: 
 
Autoridade Crime Competência 
Juízes Estaduais e Juízes do 
Distrito Federal e Territórios 
comum e de responsabilidade TJ/TJDFT (art. 96, III, da CF). 
crime eleitoral TRE 
Juízes Federais, do Trabalho e 
Militares 
comum e de responsabilidade TRF (art. 108, I, a, da CF). 
crime eleitoral TRE 
Desembargadores dos TJs, TJDFT, 
TRFs, TRTs e TREs 
comum e de responsabilidade 
 
STJ (art. 105, I, a, da CF). 
Ministros do STJ, do TST, do TSE e 
do STM 
comum e de responsabilidade 
 
STF (art. 102, I, c, da CF). 
Ministros do STF comum STF (art. 102, I, b, da CF). 
responsabilidade Senado (art. 52, II, da CF). 
O Supremo Tribunal Federal, no RE 549.560, em tese de repercussão geral, entendeu que “a vitaliciedade é 
garantia inerente ao exercício do cargo pelos magistrados e tem como objetivo prover a jurisdição de 
independência e imparcialidade. Exercem a jurisdição, tão somente, os magistrados na atividade, não se 
estendendo aos inativos o foro especial por prerrogativa de função. A aposentadoria do magistrado, 
ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de eventual ilícito penal 
para o primeiro grau de jurisdição." Grifo. 
 
Juízes
TJ ou 
TRF
STJ
STF
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VEDAÇÕES 
A Constituição Federal, no parágrafo único do artigo 95, vedou aos Juízes uma série de condutas e 
atividades incompatíveis com o exercício da magistratura, porque podem prejudicar a imparcialidade de 
suas decisões, bem como a prestação jurisdicional. São elas: 
1. exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
Juízes não podem acumular com a magistratura outros cargos e nem funções, exceto o magistério. Na 
mesma linha da vedação constitucional, a LC 35/1979 (LOMAN) não admite: 1) o exercício de cargo de 
direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de 
associação de classe, e sem remuneração (art. 36, II); 2) o exercício do comércio nem a participação de 
sociedade comercial, exceto como acionista ou quotista. 
Magistrados não podem atuar na Justiça Desportiva, independentemente de serem ou não remunerados, 
uma vez que não podem ter outros cargos ou funções, exceto o magistério (STF. MS 25.938). 
O exercício do cargo de magistério também tem restrição, uma vez que só será admitido se houver 
correlação de matérias (LOMAN, art. 26, § 1º). Assim, não poderia o Juiz, por exemplo, ser professor de 
biologia, embora pudesse ser professor de ciência política. É preciso haver correlação de matérias, uma vez 
que o grande objetivo da acumulação de cargos é a formação de juristas. 
Segundo orientação contida na Resolução 226/2016 do Conselho Nacional de Justiça, a participação de 
magistrados na condição de palestrante, conferencista, presidente de mesa, moderador, debatedor ou 
membro de comissão organizadora é considerada atividade docente (art. 4ºA). Por outro lado, as 
atividades de coaching, similares e congêneres, destinadas à assessoria individual ou coletiva de pessoas, 
inclusive na preparação de candidatos a concursos públicos, não são consideradas atividade docente, 
sendo vedada a sua prática por magistrados (art. 5ºA). 
Para o Supremo Tribunal Federal, o juiz pode exercer mais de uma atividade de magistério, desde que 
compatível com o exercício da magistratura (ADI 3.126). A expressão do texto constitucional “salvo uma de 
magistério” não objetiva fixar restrição numérica, “uma” não é numeral, mas artigo indefinido. O propósito 
não é o de impor uma única atividade de magistério, mas sim o exercício desta função compatível com a de 
magistrado, para impedir que a acumulação autorizada prejudique, em termos de horas destinadas ao 
ensino, o exercício da magistratura. 
2. receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades 
específicas da Justiça e não se direcionam, evidentemente, aos magistrados. 
A vedação de recebimento de custas ou de participação em processo se estende aos juízes de paz, porque 
integram o Judiciário, não obstante não sejam magistrados (ADI 954). A remuneração de juízes de paz deve 
ter valor fixo e predeterminado e não por participação no que é recolhido aos cofres públicos. 
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3. dedicar-se à atividade político-partidária. 
Diferente do que se aplica a servidores públicos, magistrados não podem ter filiação partidária e, 
consequentemente, não podem concorrer a mandato eletivo. Ora, os Juízes exercem as atribuições de 
autoridades eleitorais, são fiscais e árbitros das eleições e por isso estão impedidos de se candidatar (STF. 
AO 2.236 ED) 
4. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas 
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
5. exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
A vedação de exercício da advocacia no juízo ou no tribunal do qual foi afastado o juiz, por aposentadoria 
ou por exoneração, antes de decorridos três anos do afastamento, visa a aperfeiçoar o padrão de 
moralidade pública, para evitar episódios de tráfico de influência e de exploração de prestígio que possam 
ameaçar a credibilidade do Poder Judiciário. Essa proibição foi chamada pela doutrina como "quarentena 
de saída". 
Note: a vedação não é de exercício da advocacia, mas de exercício da advocacia no juízo ou no tribunal do 
qual houve o afastamento. 
E o que isso significa? No que concerne à primeira instância, "juízo" deve ser interpretado como a Comarca 
(e não Vara) em que o Juiz de Direito exercia as suas funções. Se Juiz Federal ou Juiz do Trabalho, a vedação 
deve ser entendida como seção, onde não houver subdivisão judiciária, subseção ou foro do qual se 
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Nos 
tribunais, a interpretação deve ser literal, isto é, naquele tribunal. 
Exemplificando: se João aposentou como desembargador do TRT da 10ª Região, ficará três anos impedido 
de exercer a advocacia naquele tribunal, mas poderá advogar, por exemplo, junto à Justiça Estadual. Se 
Maria foi exonerada da 3ª Vara Cível da Comarca de São José dos Campos/SP, ficará impedida por três anos 
impedida de advogar em São José dos Campos. 
O STF, na ADPF 310, declarou inconstitucional ato da OAB que ampliava o alcance do impedimento 
temporário de três anos para que os magistrados aposentados ou exonerados voltassem a exercer a 
advocacia. A norma impugnada criava impedimento ao exercício da advocacia a todos os advogados 
associados ao escritório em que atuava o magistrado em quarentena. O STF entendeu que o estatuto 
pessoal dos ocupantes da magistratura não pode ser aplicado a terceiros sem vínculo com a atividade 
judicante, sob pena de violação ao princípio da intranscendência das normas restritivas de direitos. 
 
 
Cuidado! 
No TSE, dois Juízes são advogados. Em cada TRE, igualmente, duas vagas são 
ocupadas por advogados. Esses advogados, evidentemente, não se se 
submetem às vedações constitucionais de exercício de outras funções (porque 
continuam a exercer a advocacia), de recebimento de participação em 
processo ou de contribuições de pessoas físicas ou jurídicas (porque percebem 
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honorários advocatícios e sucumbenciais), muito menos o exercício da 
advocacia, excluída a Justiça Eleitoral. 
Note: a ressalva não é para todos os membros do TSE e dos TREs. É só para os 
advogados. 
 
GARANTIAS DO JUDICIÁRIO 
A Constituição Federal, com o propósito de garantir a Separação de Poderes, assegurou autonomia 
administrativa e financeira ao Poder Judiciário (art. 99). 
 
Autonomia administrativa 
No exercício da autonomia administrativa, compete privativamente aos tribunais (artigo 96, I, da CF): 
1. eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de 
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos 
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
Os regimentos internos dos Tribunais, para o STF, consubstanciam normas primárias de idêntica categoria 
às leis, de modo que eventuais antinomias não devem ser solucionadas por critérios hierárquicos, mas pela 
substância regulada, sendo que, no que tange ao funcionamento e organização dos afazeres do Estado-
Juiz, prepondera o dispositivo regimental (HC 143.333). Dito de outra forma, quando se trata da 
organização interna de um tribunal, das atividades operacionais de Juiz, deve prevalecer o regimento 
interno. 
2. organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo 
exercício da atividade correicional respectiva; 
3. prover, na forma prevista na Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição estadual que 
atribuiu ao Governador a competência para provimento do cargo de desembargador, em razão de 
promoção de juiz de carreira, uma vez que tal atribuição é do Tribunal de Justiça (ADI 314). 
4. propor a criação de novas varas judiciárias; 
5. prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o limite de gastos com pessoal 
ativo e inativo, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em 
lei; 
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6. conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
imediatamente vinculados; 
Ainda no exercício da autonomia administrativa, cabe ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais 
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observados os limites 
definidos em lei complementar para despesa com pessoal ativo e inativo: 
1. a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição estadual que 
fixou o limite de cadeiras no Tribunal de Justiça, porque deve ser tratado por lei (e não por emenda) de 
iniciativa privativa do próprio Tribunal De Justiça (ADI 3.362). 
2. a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem 
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais 
inferiores, onde houver; 
3. a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
4. a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
O Supremo Tribunal Federal declarou inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à disciplina dos 
regimentos internos dos tribunais, por emenda parlamentar, ao projeto de lei apresentado pelo tribunal de 
justiça com o propósito de dispor sobre a organização judiciária do Estado, uma vez que violada a reserva 
de iniciativa disposta no art. 96, II, d, da CF, prevalecendo a previsão do Regimento Interno que comete aos 
órgãos fracionários do tribunal (câmaras criminais) a competência para julgamento dos prefeitos (ADI 
3.915). 
 
Autonomia Financeira 
A iniciativadas leis orçamentárias, no âmbito da União, é privativa do Presidente da República (artigo 165, 
caput, da CF) e o projeto de lei orçamentária da União deve ser encaminhado ao Congresso Nacional até 
quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para a sanção até o 
encerramento da sessão legislativa (artigo 35, III, do ADCT). 
Não obstante a inciativa seja privativa do Chefe do Executivo, os tribunais elaborarão suas propostas 
orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes 
orçamentárias (artigo 99 da CF). Note: o primeiro aspecto da autonomia financeira do Judiciário é o 
encaminhamento ao Executivo de suas propostas orçamentárias. 
No âmbito da União, compete aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, 
com a aprovação dos respectivos tribunais, ouvidos os outros tribunais interessados, o encaminhamento 
da proposta. 
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No âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, cabe aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, 
com a aprovação dos respectivos tribunais, o encaminhamento da proposta. Nos Estados, a proposta é 
encaminhada ao Governador. No Distrito Federal e Territórios, ao Presidente da República, uma vez que 
tais órgãos do Judiciário integram a União. 
Se os tribunais não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na 
lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites 
contidos na LDO e estipulados conjuntamente com os demais Poderes. Perceba aqui o segundo 
aspecto da autonomia financeira: ainda que o Judiciário perca o prazo para mandar a sua proposta, será 
respeitada a sua autonomia ao se considerar os valores contidos na lei vigente. 
Caso as propostas orçamentárias sejam encaminhadas em desacordo com os limites estipulados 
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo 
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual e, em seguida, 
mandará o projeto ao Congresso Nacional para apreciação. 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, uma vez respeitado o prazo para o 
encaminhamento da proposta e estando esta de acordo com os limites contidos na LDO, não poderá o 
Chefe do Executivo monocraticamente fazer nela reduções ou modificações, embora possa solicitar ao 
Poder Legislativo a redução pretendida (ADI 5.287). 
Durante a execução orçamentária do exercício, salvo se mediante a abertura de créditos suplementares ou 
especiais, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os 
limites estabelecidos na LDO. 
A autonomia financeira do Judiciário não se exaure na simples elaboração da proposta orçamentária, 
sendo consagrada, inclusive, na execução concreta do orçamento e na utilização das dotações postas em 
favor do Poder Judiciário, sem a interferência de outro Poder. Nota-se, aqui, o terceiro aspecto da 
autonomia financeira do Judiciário. 
Em resumo, temos: 
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PRECATÓRIOS 
Os precatórios judiciais são requisições de pagamento de valor não considerado pequeno que a Fazenda 
Pública, por meio de processo judicial, foi condenada a pagar a alguém. 
Os bens públicos são impenhoráveis e insuscetíveis de expropriação, razão pela qual, diferente dos litígios 
entre particulares, as demandas em face da Fazenda Pública que têm o propósito de obtenção de valores 
pecuniários (execução por quantia certa) apresentam um procedimento próprio sob o regime dos 
precatórios. 
Uma vez tendo sido proferida a sentença condenatória definitiva, a requisição de pagamento é 
encaminhada pelo Juiz da execução ao Presidente do Tribunal. 
Note: precatório judicial é a carta de sentença remetida pelo Juiz da execução ao presidente do Tribunal, 
para que este requisite pagamento de quantia certa, executando condenação da administração direta, 
autarquias e fundações regidas pelo direito público. 
As requisições recebidas no Tribunal até 1º de julho de um exercício financeiro são autuadas como 
Precatórios, atualizadas e incluídas na proposta orçamentária do ano seguinte. Os precatórios autuados 
após essa data serão atualizados em 1º de julho do ano seguinte e inscritos na proposta orçamentária 
subsequente. 
A Fazenda Pública deve, até o dia 31 de dezembro do ano para o qual o precatório foi orçado, promover o 
depósito, junto ao Tribunal, dos valores necessários para pagamento. 
Judiciário
•Os tribunais
encaminham a
proposta, dentro
dos limites da LDO,
estipulados em
conjunto com os
demais Poderes.
Executivo
•O Chefe do
Executivo enviará a
proposta ao
Legislativo,
observado o
seguinte:
•1. se a proposta
estiver fora dos
limites, sofrerá
ajuste;
•2. se estiver fora de
prazo, será
considerada a
proposta anterior, a
que deu origem à
lei vigente.
Legislativo
• O Legislativo
aprova, com ou sem
emendas,
observadas as
limitações
constitucionais, e
encaminha de volta
ao Executivo para
sanção.
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Perceba: os prazos estipulados pela Constituição Federal para definição da data limite em que a Fazenda 
Pública irá saldar a sua dívida (até 1º de julho ou após 1º de julho) estão diretamente relacionados às 
elaborações orçamentárias. 
Uma vez tendo os numerários sido liberados, o Tribunal promoverá o pagamento, respeitada a ordem 
cronológica e as preferências de pagamento estipuladas pela Constituição Federal. Uma conta de depósito 
judicial deverá ser aberta para cada precatório. Nessa conta, será creditado o pagamento. 
O Juízo da execução, após ter sido informado da disponibilização da verba, determinará a expedição do 
respectivo alvará de levantamento, permitindo o saque do valor pelos beneficiários. Após a transferência 
da verba, os autos do Precatório são arquivados no Tribunal. 
 
 
 
 
 
Atenção! 
Há na doutrina divergência a respeito da natureza da atividade do 
Presidente do Tribunal. Seria meramente administrativa ou jurisdicional? 
Na jurisprudência, o STJ e o STF (ADI 1.098/SP) entendem tratar-se de 
atividade de natureza administrativa. O STJ, inclusive, chegou a sumular a 
matéria: "Os atos do Presidente do Tribunal que disponham sobre o 
processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional" 
(Súmula 311). 
Com efeito, em razão de ser administrativa a atividade do Presidente do 
Tribunal, "não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no 
processamento de precatórios (STF. Súmula 733). 
Na mesma linha, questões incidentais que surgirem após a expedição do 
precatório, como por exemplo, a impugnação de acréscimos indevidos ou o 
requerimento de atualização monetária devem ser resolvidos na primeira 
instância. 
 
A Fazenda Pública é 
condenada.
O Juiz da execução 
encaminha a carta de 
sentença ao Presidente 
do Tribunal (ofício 
requisitório).
O Presidente do 
Tribunal formaliza a 
requisição de 
pagamento. O 
Precatório é expedido.
A Fazenda Pública 
deposita, dentro do prazo, 
os valores dos 
precatórios.
O Tribunal credita o 
pagamento na conta de 
depósito judicial.
O Juiz da execução 
determina a expedição 
do alvará de 
levantamento.
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1 – REGIME DOS PRECATÓRIOS 
Nos termos do artigo 100 da Constituição Federal, os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, 
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão por precatórios e à conta dos 
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos 
créditos adicionais abertos para este fim. 
O regime de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno 
valor. Cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, por leis próprias, segundo suas 
diferentes capacidades econômicas, fixar o que é considerado pequeno valor, observado o mínimo 
estipulado pela Constituição Federal: o valor do maior benefício do regime geral de previdência social (§ 4º 
do artigo 100 da CF). 
Nos termos do artigo 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, serão considerados de 
pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, 
os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a: 1) 40 
salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; 30 salários-mínimos, perante a 
Fazenda dos Municípios. 
Exemplificando: no âmbito da União, o pequeno valor é o de 60 salários-mínimos (Lei 10.259/2001); no DF, 
10 salários mínimos (Lei Distrital 3.624/2005); na Bahia, 20 salários-mínimos (Lei Estadual 9.446/2005). 
Note: 
1. O regime de precatórios só será afastado se a requisição for de pequeno valor. Nas demais hipóteses, 
sempre que a Fazenda Pública for condenada a pagar a alguém quantia certa deverá ser emitido o 
precatório. 
2. Cabe a cada ente federativo, segundo leis próprias, fixar o quantum das requisições de pequeno valor, 
respeitado o mínimo estipulado pela Constituição Federal, qual seja: o maior benefício do regime geral de 
previdência social. 
3. Se o ente federativo não legislar, os pequenos valores serão 40 e 30 salários mínimos, respectivamente, 
para os Estados e os Municípios. 
A finalidade do regime constitucional de precatórios reside em dois objetivos essenciais: a) possibilitar aos 
entes federados o adequado planejamento orçamentário para a quitação de seus débitos e b) a submissão 
do poder público ao dever de respeitar a preferência jurídica de quem dispuser de precedência 
cronológica. Nesses termos, segundo entende o STF (RE 889.173), crédito derivado de sentença concessiva 
de mandado de segurança também se submete ao rito dos precatórios. 
Por outro lado, o sistema de precatórios não se aplica à execução provisória de obrigação de fazer contra 
a Fazenda Pública, como no caso de uma implementação de pensão instituída por militar (RE 573.872). 
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Vale acrescentar que não se afigura possível, a partir da Emenda Constitucional nº 30/2000, a execução 
provisória contra Fazenda Pública da prestação de pagar quantia certa (exige-se trânsito em julgado). 
O regime de precatórios também não se aplica aos Conselhos de Fiscalização Profissional, porque estes 
não têm orçamento público e não recebem verbas dos entes federativos (RE 938.837/SP). 
A respeito das empresas públicas e das sociedades de economia mista, é preciso ficar atento. O regime 
de precatórios é aplicável às empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços 
públicos essenciais e próprios do Estado, em condições não concorrenciais (RE 220.906). Por outro lado, 
caso desenvolvam atividades econômica em sentido estrito, em condições concorrenciais, isto é, 
competindo com as empresas do setor privado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
não se beneficiarão do regime de precatórios (RE 599.628). 
Com efeito, o STF garantiu à Casa da Moeda do Brasil, por ser empresa pública que presta serviço público 
em regime de monopólio, o regime de precatórios (RE 1.009.828 AgR). 
1 – DATA E ORDEM DE PAGAMENTO 
Nos termos do § 5º do artigo 100 da Constituição Federal, quando a Fazenda Pública é condenada a pagar a 
alguém valor não considerado por lei pequeno, deve ser emitido necessariamente o precatório judiciário. 
É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento 
de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios apresentados 
até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores 
atualizados monetariamente. 
 
O sistema de pagamento por meio de precatórios dá à Fazenda Pública a oportunidade de planejar o 
pagamento de seus débitos a partir da previsão orçamentária. Daí o prazo de 1º de julho, já que nos 
termos do artigo 35, III, do ADCT, o projeto de lei orçamentária deve ser encaminhado ao Legislativo até 
quatro meses antes de encerrar o exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da 
sessão legislativa. 
O § 5º do artigo 100 da Constituição Federal impõe que os valores inscritos em precatórios judiciais serão 
atualizados monetariamente. O parágrafo 12 dispôs que a atualização de valores requisitórios, após sua 
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de 
remuneração básica da caderneta de poupança. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade do dispositivo quanto à aplicação do índice oficial de remuneração da caderneta 
de poupança, por haver violação ao direito de propriedade, uma vez que o índice não é capaz de 
preservar o valor real do crédito. 
Apresentados 
até 1º de julho 
de 2020
Pagamento até 
31/12/2021
Valores 
atualizados
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Com efeito, qual índice deve ser adotado para correção monetária? O STF, no RE 870.947, definiu que o 
índice a ser adotado é o IPCA-A (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial), tanto para o período da 
dívida anterior à expedição do precatório quanto para o período posterior à emissão do precatório. 
A respeito da incidência de juros de mora, é preciso ter muito cuidado, porque o STF modificou o seu 
entendimento. Num primeiro momento, o Tribunal considerou não incidir juros de mora quando o 
pagamento do precatório ocorria dentro do prazo constitucional (até o final do exercício seguinte). Só 
haveria incidência de juros se houvesse mora, isto é, se o pagamento fosse feito fora do prazo. Esse 
entendimento chegou a ser sumulado ("Durante o período previsto no § 1º do art. 100 da Constituição, não 
incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos." Súmula Vinculante 17.) 
Após a publicação da Emenda à Constituição 62/2009, que passou a prever expressamente a incidência de 
juros (§ 12), o STF superou o posicionamento sumulado e formulou a seguinte tese de repercussão geral: 
“Incidem juros de mora no período compreendido entre a data de realização dos 
cálculos e da requisição ou do precatório.” (RE 579.431). 
Para o Tribunal Constitucional (RE 870.947), em relação aos juros de mora, para os débitos em geral, de 
natureza não tributária, o índice a ser adotado deve ser o de remuneração da poupança. Já para os débitos 
de natureza tributária, deve ser utilizado o mesmo índice adotado pelo Fisco para corrigir os débitos dos 
contribuintes (no momento, a Selic). 
Assim, temos: 
1. Os débitos inscritos em precatórios devem ter os seus valores atualizados monetariamente, acrescidos 
de juros de mora. 
2. Os juros de mora incidem no período compreendido entre a data de realização dos cálculos e a data da 
requisição ou do precatório.

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