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eBook (34) 9868-1113 Redação Concursos e Vestibulares PROTAGONISTA CONCURSOS Apresentação Fazer uma boa faculdade é o sonho de muitas pessoas. Nesse sentido, esta apostila reúne os conteúdos cobrados nos editais de abertura dos concursos e vestibulares. A Protagonista tem o cuidado de selecionar as informações do conteúdo programático das disciplinas abordadas. Toda essa disposição de assuntos foi pensada para auxiliar em uma melhor compreensão e fixação do conteúdo de forma clara e eficaz. A apostila que você tem em mãos é resultado da experiência e da competência da Protagonista, que conta com especialistas em Redação para concurso e Enem. Ressaltamos a importância de fazer uma preparação focada e organizada para obter o desempenho desejado. A apostila da Protagonista será o diferencial para o seu sucesso e na realização do seu sonho. Sobre a autora Wilza Rezende Lima, professora de língua portuguesa e redação há 16 anos e graduada em Letras pela Universidade Federal de Uberlândia em 2006. Pós-graduação em: Especialização em gestão escolar: supervisão, orientação e inspeção pela UNINGA. Título: autoestima no processo ensino-aprendizagem; Especialização em Coordenação Pedagógica – UFU; Especialização em Educação Infantil – UFU; Especialização em Educação profissional e Tecnológica Inclusiva – IFTM de Uberaba. Desde 2012 faz cursos de correção de redação oferecidos pelo INEP, assim dedicando o seu trabalho em redações do Enem, vestibulares e concursos. Diretor Editorial Pedro Henrique Rezende Freitas Revisão de Texto Wilza Rezende Lima Diretor de Arte Pedro Henrique Rezende Freitas Proteção de direitos Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução de qualquer parte deste material didático, sem autorização prévia expressa por escrito pela Protagonista . 4 T Como montar um cronograma de estudos odo estudante sabe que o sucesso começa bem antes da prova e, sendo assim, é preciso ter um cronograma de estudos para ajudar a manter o foco, organização e rendimento. Confira as dicas. Prestar um concurso exige muita dedicação, foco e tempo de estudos. Para conseguir ser bem-sucedido na caminhada, é preciso criar um cro- nograma de estudos para concurso eficaz que se encaixe na sua rotina e nos seus compromissos. Montar um plano vai te ajudar a se concentrar melhor nos seus afazeres e pode te deixar motivado para cumprir seu objetivo de passar no concurso. Entender a rotina O primeiro passo para montar um crono- grama de estudos para concurso é com- preender a sua rotina. É preciso entender como você gasta as horas dos seus dias, quais atividades tomam mais tempo, quais são indispensáveis e quando você realiza cada uma. Então, é hora do papel e cane- ta: anote! Escreva detalhadamente o que você faz em cada dia da semana: • Quando acorda; • Horário de trabalho; • Seus intervalos; • Todas as refeições. Definir horas de estudo Agora que você já consegue ver sua roti- na detalhada, calcule quantas horas você tem de sobra em cada dia. 5 Vale também calcular o tempo que pode ser retirado de atividades não tão impor- tantes. Por exemplo, 15 minutos da hora do almoço para estudar, mesmo que pa- reça pouco tempo, pode ser aproveitado com a técnica correta. Outra dica é utilizar algum tempo à noi- te, talvez após o jantar para estudar mais. Mas faça isso apenas se você achar que é possível! Dormir bem é imprescindível para manter o cérebro aguçado. Existe uma técnica que consiste em focar 25 minutos seguidos em uma única ativida- de e tirar um intervalo de 5 a 15 minutos até a próxima tarefa. Se você conseguir deixar isso definido, seu cronograma de estudos para concurso ficará ainda melhor. No en- tanto, é necessário lembrar que eventual- mente acontecerão imprevistos e seus ho- rários precisarão ser reorganizados. Definir o que estudar Você já definiu os horários que terá para es- tudar, mas o que exatamente você pretende estudar? Para definir isso, é preciso saber qual concurso você quer prestar. Coloque o nome da seleção como título da planilha. Existem alguns fatores que precisam ser analisados na hora de priorizar disciplinas: • Disciplinas que tem maior peso; • Matérias que você tem mais dificuldade; • Assuntos que você tem menos conheci- mento; • Recorrência dos temas. Montar o cronogra- ma de estudos para concurso Com as disciplinas listadas por nível de prioridade e sabendo quanto tempo terá para estudar, você já pode montar seu pla- no diário. Para isso, use um planner ou crie uma planilha no computador. Se o con- curso já está marcado, veja quanto tem- po você tem até a data das provas. No- vamente: você vai dividir cada disciplina, dessa vez com hora marcada: • Começo dos estudos; • Intervalos; • Hora de revisar; • Fechar os cadernos. Ter comprometimento e regularidade Independentemente de como foi montado seu cronograma de estudos, é necessário ter comprometimento e regularidade. Es- tudar todos os dias e intercalar as discip linas sempre relembrando o que já foi es- tudado fazem parte de uma metodologia eficaz. São pontos importantes: • Não ficar muito tempo sem estudar deter- minada disciplina; • Colocar mais tempo às disciplinas que tem mais dificuldade; • Priorizar também as matérias de maior peso ou que se repetem nas provas; • Revisar conteúdo de outro dia para não cair no esquecimento. 6 dade que tiver você parou. Conhecer técnicas de estudo Existem algumas técnicas que você pode adotar no seu cronograma de estudo para aproveitar melhor o seu tempo, como a criação de resumos e mapas mentais. Na primeira, você anota os pontos importan- tes que você compreendeu sobre o assun- to. A segunda técnica é quase como um resumo, mas ela é ainda mais simplificada: selecione a ideia principal/geral e, a par- tir dela, puxe ramificações para assuntos mais específicos. Você pode também: • Fazer marcações em textos: isso aju- da nos resumos e mapas mentais, bem como na revisão; • Intercalar os estudos: num período de quatro horas, você estuda 45 minutos acerca de uma disciplina. Então, faz um intervalo de 15 minutos e depois estuda mais 45 minutos de outra disciplina; • Responder questões de provas anteriores e simulados: coloque seus conhecimen- tos em prática e veja o quanto você con- segue acertar. Na questão de distribuição de tempo, uma técnica bacana é a de ciclo. Ela funciona da seguinte maneira: vamos supor que você tenha 20 horas semanais disponí- veis para estudar. Distribua este tempo de acordo com a prioridade das disciplinas e siga seu cronograma normalmente. Caso algum imprevisto aconteça, como pre- cisar ir ao médico, e isso atrapalhar seu momento de estudo, na próxima oportuni- para estudar siga de onde Não fique fixo ao sistema de escola: hoje é português, amanhã é matemática e toda sexta é Direito Administrativo. Esse forma- to pode prejudicar seus estudos, porque se você simplesmente deixar de estudar uma disciplina na semana, na próxima vez ficará atrasado. Já na técnica de ci- clo, você pode se recuperar o conteúdo e flexibilizar o cronograma de estudos para concursos públicos. Com o tempo, você vai ganhar confiança e internalizará os conteúdos mais rápido. Sendo assim, poderá acrescentar outras disciplinas complementares ao seu calen- dário de estudos, bem como fazer outros ajustes possíveis e necessários. Cuidar do físico e o psicológico Estudar para concurso em pouco tempo pode ser um pouco complicado e talvez você até pense em usar seu tempo de lazerpara se focar. Bom, você pode até diminuir esse tempo e utilizar um pouco dele para estudar, mas não reduza seus momentos de prazer a zero. Seu corpo e seu cérebro precisam de descanso para conseguir as- similar tudo que você estudou. Você também pode assistir a um filme, ver uma série, ligar para um amigo, testar uma receita nova. Qualquer coisa que te dê prazer e relaxe a mente. Cronograma de estudos Horário Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo C u rs o d e R e d a ç ã o 7 Redação Concursos e Vestibulares Sumário 1. Introdução ................................. 9 2. A Dissertação.......................... 10 3. Conclusão ............................... 20 4. Teses Coringas ....................... 25 5. Bancas .................................... 28 9 A prova de redação exigirá de você a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo- argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às competências que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade. Nessa redação, você deverá defender uma tese – uma opinião a respeito do tema proposto –, apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual. Seu texto deverá ser redigido de acordo com a modalidade escri- ta formal da língua portuguesa. Você também deverá elaborar uma conlusão que foi apresentada no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos. 10 Dissertação A dissertação é um gênero textual que utiliza a argumentação como base para a defesa de um ponto de vista. Dessa forma, o autor, ao discorrer sobre o tema e apresentar a sua tese, deve afirmá-la com o uso de dados, estatísticas, pesquisas, fatos, exemplos e citações, dentre outros. A 11 A dissertação subdivide-se em dois tipos. São eles: Dissertação expositiva A dissertação expositiva consiste em de- monstrar dados, fatos e interpretações sobre um determinado tema, sem a ne- cessidade de apresentar argumentos que corroboram para um ponto de vista. A dis- sertação expositiva apenas expõe uma sé- rie de elementos que compõem uma ideia, sem posicionamentos. Um exemplo de dissertação expositiva é o gênero aula expositiva. Nela, o professor apresenta conteúdos previstos na matriz curricular a fim de demonstrar aos alunos ideias e conceitos. Não há, portanto, pre- sença de argumentos, ou seja, a defesa de uma opinião pelo professor, que apenas explicita uma ideia. Dissertação argumentativa A dissertação argumentativa possui ele- mentos expositivos que se somam a argu- mentos em defesa de uma opinião. Ela é muito comum em gêneros como o artigo de opinião e o editorial, em que são apre- sentados dados que contribuem para a composição de uma tese no texto. Geralmente, a dissertação argumentativa trata de temas de relevância social, e sua produção é destinada a uma ampla audi- ência, principalmente em relação aos gê- neros produzidos no âmbito jornalístico. Estrutura do Texto Dissertativo- Argumentativo A escolha de um ou outro gênero aju- da na construção textual. Apesar de eles possuírem finalidades distintas, a estru- tura dissertativa segue um padrão de in- trodução, desenvolvimento e conclusão. Porém, antes de iniciar a escrita, é impor- tante construir um projeto de texto defi- nindo elementos essenciais, como o tema a ser introduzido e, no caso do texto dis- sertativo-argumentativo, o ponto de vista defendido. Após a organização do texto, vem a escrita propriamente dita, dentro dos parâmetros estruturais da dissertação. Na introdução, evidencia-se o tema e os argumentos a serem expostos de maneira subsequente. Em seguida, há o desenvolvimento, foca- do no detalhamento dos argumentos intro- duzidos anteriormente. No caso do texto dissertativo-argumentativo, é importante expor claramente ao leitor a tese defendi- da. Por fim, na conclusão, o autor faz o fe- chamento, retomando as ideias principais ou mesmo reforçando seu ponto de vista. A D is s e rt a ç ã o 12 Estrutura básica da dissertação-argumentativa 1. Introdução Apresente o tema e o recorte que você fará dele, é recomendável antes disso iniciar com um contexto, uma citação ou alusão histórica. Evite fazer rodeios. É recomendável que a tese seja exposta para direcionar a leitura e mostrar sua linha de raciocínio. Lembre-se de que adissertação e seus argumentos devem ser usados para convencer quem estiver lendo. 2. Desenvolvimento Defenda a sua tese apresentando ideias que a justifiquem, de forma consistente, e apre- sente seus argumentos. Essa parte é importante, por isso coloque tudo da forma mais clara possível para que o leitor compreenda seu ponto de vista. Para deixar organizado, uma dica é reservar um parágrafo para cada argumento, analisando todos os aspectos que você quer abordar. 3. Conclusão Retome as ideias expostas na introdução, junto com os principais argumentos que a jus- tificam para confirmar a tese e encerrar o debate. Diferente das outras redações,no Enem é nessa parte que você deve apresentar uma proposta de intervenção social detalhada. Para ser eficiente no conjunto, essa proposta deve surgir a partir dospontos já levantados na argumentação. Introdução Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade. Citação – você pode iniciar o texto com uma citação relevante relacionada ao tema. Método: Citação + contextualização interligando ao tema + tese 1 e 2 O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire afirmava que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Para a promoção de uma sociedade mais crítica. Analisando o pensamento e relacionando-o à realidade da educa- ção no Brasil, percebe-se a necessidade de um olhar mais atento para o aprimoramento do sistema de ensino, considerando sua importância e reflexiva, que, por consequência, tende a ser mais justa, igualitária e humanizada. (Tema: Desafios da educação no Brasil do século XXI) Citação indireta: Cita-se a ideia, é realizada referência ao autor da ideia, porém, o assunto é exposto de forma indireta, parafraseando esse outrem. Método: Citação indireta + con- A D is s e rt a ç ã o 13 textualização interligando ao tema + tese 1 e 2 Texto nota MIL do ENEM 2018 – Auto- ria: Livia Taumaturgo Segundo as ideias do sociólogo Haber- mas, os meios de comunicação são funda- mentais para a razão comunicativa. Visto isso, é possível mencionar que a internet é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Entretanto, o meio virtual tem sido utilizado, muitas vezes, para a ma- nipulação do comportamentodo usuário, pelo controle de dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar determinados assuntos ou a consumir certos produtos. Isso ocorre devido `falha de políticas pú- blicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar”, de forma correta, na internet, e à ausência de consciência, da grande parte da população, sobre a importância de saber utilizar adequadamente o meio virtual. Essa realidade constituiu um desa- fio a ser resolvido não somentepelos po- deres públicos, mas também por toda a sociedade. Definição – esta é uma forma simples e interessante de iniciar o texto: Definindo, ou seja, explicando o assunto. Método: Definição + tema + tese 1 e 2 Define-se como sedentárioo indivíduo que não pratica atividades físicas no seu cotidiano. Doenças como obesidade, dia- betes, aumento do colesterol e problemas cardíacos são algumas das que podem aparecer como consequência deste mau hábito. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, o de- senvolvimento de doenças, e a falta de in- fraestrutura nas cidades para a realização de atividades físicas simples. (Tema: Sedentarismo: o grande mal do século?) Afirmativa ou exposição de ponto de vista “forte”: Neste caso, você faz uma espécie de de- claração sobre o assunto logo no início, com uma frase de impacto, mas que não seja exagerada. O objetivo é chamar a atenção do leitor, por exemplo, com uma afirmação crítica Método: Exposição da ideia + contextuali- zação do tema + tese 1 e 2 Tema: Redação ENEM 2018 – Autoria: Thais Saeger É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenôme- no da massificação do consumo, pois per- mitiu, por meio da construção de um ban- co de dados, oferecer produtos de acordo com os interesses dos usuários. Tal perso- nalização se observa, também, na divulga- ção de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosa, ma- nipuladora. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos. Adjetivação: Inicia-se com uma sequên- cia de nomes (adjetivos). “Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política edu- cacional do governo. De um lado profes- sores mal remunerados e desestimula- dos, de outro objetos eletrônicos de alta tecnologia. É um verdadeiro paradoxo existente.” Por enumeração: “Partindo da afirmativa de que a vida co- meça no ventre da mãe é que o aborto deve ser discutido em três distintos níveis: cultural, penal e médico. O primeiro rege o comportamento de cada sociedade, o segundo a questão da criminalidade e o terceiro o plano da ética.” A D is s e rt a ç ã o 14 Perguntas a serem respondidas: Importan- te é não esquecer de responder tudo que foi questionado. PORÉM, é raro encontrar textos nota MIL que utilizaram dessa es- tratégia logo no início. Portanto, evite. “É possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social en- quanto existir tanta violência contrao me- nor de idade? Há formas adequadas de retirar das ruas crianças e adolescentes marginalizados?” Comparativa Neste modelo de introdução, você pode comparar o tema com algo semelhante ou oposto ao que se discute. Método: Elemento comparativo base e problema a ser comparado + tema + tese 1 e 2 Os Estados Unidos, referência em de- senvolvimento tecnológico, são um bom exemplo de que a educação de qualidade e com a valorização adequada gera bons frutos. Em contrapartida, no Brasil a reali- dade tem sido bem distinta. O baixo piso salarial dos professores explicita essa fal- ta de reconhecimento aos profissionais da educação. Tal desvalorização é fruto de baixos investimentos governamentais, aliado ao passado histórico brasileiro. (Tema: O histórico desafio de valorizar o professor) Alusão por meio de ficção Neste modelo o elemento que será utiliza- do no processo argumentativo é fruto de alguma obra fictícia, seja um livro ou mes- mo uma série amplamente divulgada no meio social. Texto nota MIL do ENEM 2018 – Autora: Jamile Borges. Método: Ficção + contextualização temá- tica + tese 1 e 2 (causa e consequência) A série britânica “Black Mirror” é caracteri- zada por satirizar a forma como a tecnolo- gia pode afetar a humanidade. Dentre ou- tros temas, o seriado aborda a influência dos algoritmos na opinião e no comporta- mentodas personagens. Fora da ficção, os efeitos do controle de dados não são dife- rentes dos da trama e podem comprome- ter o senso crítico da população brasileira. Assim, faz-se pertinente debater acerca das consequências da manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Texto nota MIL do ENEM 2018 – Autora: Silvia Fernanda Lima Método: Ficção + contextualização temá- tica + tese 1 e 2 No livro Admirável Mundo Novo do escri- tor inglês Aldous Huxley é retratada uma realidade distópica na qualo corpo social padroniza-se pelo controle de informações e traços comportamentais. Talobra fictícia, em primeira análise, diverge substancial- mente da realidade contemporânea, uma vez que valores democráticos imperam. No entanto, com o influente papelatribuí- do à internet, configurou-se uma liberdade paradoxaltangente à regulamentaçãode dados. Assim, faz-se profícuo observar a parcialidade informacionale o consumo exacerbado como pilares fundamentais da problemática. Alusão histórica Neste modelo de introdução, você apre- senta um fato histórico que remete ao tema e compara-o à discussão na atualidade. O enem cobra do aluno a capacidade de de- monstrar conhecimentos de mundo e um bom repertório sociocultural, fazendo des- ta alternativa uma boa. Forma de dar credibilidade à sua argumentação Método: Alusão histórica + tema + tese 1 e 2: A intolerância religiosa é um problema re- corrente na história da humanidade. Na Idade Média, por exemplo, os Tribunais A D is s e rt a ç ã o 15 do Santo Ofício – também chamados de Inquisição – julgavam e condenavam as pessoas que não acreditavam na religião católica. Apesar de o Brasil ser um país laico, tem-se, atualmente, um contexto análogo a essa situação: ainda persistem os casos de discriminação e preconceitos sofridos por algumas religiões. Sendo as- sim, encontrar caminhos para combater a intolerância religiosa, no Brasil, é um desa- fio que precisa ser enfrentado pela socie- dade civil e pelo Estado. (Tema: Caminhos para combater a intole- rância religiosa no Brasil) Tese A tese nada mais é do que a apresentação do tema a ser discutido e a sua opinião so- bre ele. É o seu POSICIONAMENTO frente ao tema. Pense assim, o seu leitor não faz ideia do as- sunto que será abordado – por mais que ele seja o corretor e já tenha decorado a propos- ta –, por isso você precisa informá-lo sobre o que será dito. Depois disso, ele precisa sa- ber qual é a sua opinião sobre o tema (TESE), para que ele entenda o caminho que você irá percorrer ao construir o desenvolvimento. O espaço no texto para a tese é o PRIMEIRO PARÁGRAFO. Lembrando que a tese é uma “verdade” sua, é algo passível de ser defen- dido e contra argumentado. Vejamos um exemplo: Catalisador estrangeiro No final do século XX, o país passou por um período de grande prosperidade eco- nômica que ficou conhecido como “Mila- gre econômico”. O otimismo gerado por essa conjuntura traduziu-se em uma frase que permanece, até hoje, na cultura popu- lar: “Brasil: o país do futuro”. O crescente número de imigrantes que buscam terras tupiniquins, porém, revela que talvez o fu- turo esteja próximo de chegar. Dessa for- ma, é preciso enxergar a oportunidade de crescimento que tal fenômeno representa e propor medidas que maximizem os be- nefícios e minimizem os problemas. O trecho em destaque corresponde à tese do texto. Observe que, na primeira parte, ele constrói a contextualizaçãodo tema para o leitor “O crescente número de imi- grantes” e, na segunda, já traz o seu posi- cionamento “revela que talvez o futuro es- teja próximo de chegar”. Desse modo, ele já traz os dois requisitos necessários para que o leitor entenda que o texto defenderá que o movimento imigratório para o Brasil no século XXI será benéfico. Agora, veja a redação do ano de 2018 do candidato Pedro Assaaad. Observe que a TESE, que é seu posicionamento crítico(problema), deve estar em todos os pará- grafos. A ausência da mesma torna o tex- to “desmontável”. Se ao ler a redação for possível retirar a tese e ainda assim, o tex- to continuar a fazer sentido, há um sério problema de conexão de ideias, além de apresentar uma tese “fraca”, uma vez que, pode ser dispensada. Tese central (tema) + divisão da problemática (tese 1 + tese 2). Introdução: As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo globalizado, foram marcadas por consideráveis avanços cien- tíficos, dentre os quais destacam-se as tecnologias de informação e comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama pro- moveu a ampliação do acesso ao conheci- mento, por intermédio das redes sociais e mídias virtuais. Em contrapartida, nota-se que essarealidade impôs novos desafios às sociedades contemporâneas, como a possibilidade de manipulação comporta- mental via dados digitais. Desse modo, torna-se premente analisar os principais impactos dessa problemática: a perda da autonomia de pensamento e a sabotagem dos processos políticos democráticos. A D is s e rt a ç ã o Tipos de argumentos para Dissertação Um argumento é uma manifestação lin- guística, construída por enunciados que, relacionados uns aos outros, incluem uma asserção capaz de levar a uma conclusão. O discurso argumentativo deve ser elabo- rado de maneira a um efeito de sentido de objetividade, pois pretende dar des- taque ao conteúdo das afirmações feitas (ao enunciado) e não à subjetividade de quem as proferiu (ao enunciador). Assim, toda a atividade comunicativa, além de outros componentes relativos ao domínio da língua e ao conhecimento do mundo, apresenta um componente de capacidade textual, que diz respeito aos saberes en- cadeados em sequências organizadas de enunciados. O Desenvolvimento Essa segunda parte de uma redação, tam- bém chamada de argumentação, repre- senta o corpo do texto. Aqui serão desen- volvidas as ideias propostas na Introdução (caso tenham sido apresentadas). É o mo- mento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na TESE. Uma observação im- portante a respeito do desenvolvimento é que “quando você faz uma argumentação, precisa entender que existe uma diferença entre ARGUMENTO e OPINIÃO, pois esta é apenas um dos elementos que compõe aquela”. Na questão estrutural, sempre ressalto que seu argumento é dividido em elementos, e a organização do seu parágrafo depende dessa divisão. Argumento: ideia + repertório + contextu- alização + opinião. A Ideia é o elemento que muitos profes- sores denominam de “tópico frasal”. É a parte do parágrafo responsável para apre- sentar aquilo que você irá defender. O repertório consiste numa informação que tem três objetivos: comprovar, ana- lisar ou justificar o seu ponto de vista. A prova do ENEM, na competência 2, cobra o repertório como “ conhecimento inter- disciplinar”, ou seja, conhecimentos das outras áreas (Ciências, História, Geografia, Artes, Atualidades, etc.) que o aluno deve associar e saber usar na defesa do seu ponto de vista. Daí, tem-se a necessidade de pesquisar e conhecer diversos temas, a fim de sempre ter repertório para sua Re- dação. Afinal, sem repertório, você nunca conseguirá uma nota acima de 900. A contextualização é sua argumentação. Ela é a habilidade de relacionar o reper- tório com o tema proposto. É a maneira como você usa qualquer informação para comprovar, justificar ou analisar seu ponto de vista. É extremamente importante para tornar seu repertório produtivo. Ademais, ela está diretamente ligada à competência 3. A opinião é o elemento final do seu argu- mento. Pode-se dizer que o argumento é uma minirredação e a opinião é a conclu- são. Ela também serve para que seu pará- grafo não seja apenas expositivo. Observe alguns exemplos de argumento. Observe: “ Vale ressaltar, também, que a exclusão vi- venciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas históricas de preconcei- to. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para le- gitimar o discurso preconceituoso de infe- rioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do indivíduo é de- terminada por características biológicas. Desse modo, infere-se que a incapacidade associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta 16 A D is s e rt a ç ã o 17 de consciência coletiva de inclusão desse grupo pela sociedade civil. “ No parágrafo acima, demarquei os conec- tivos e estruturas que inserem cada um dos elementos do argumento. O primeiro período, inserido pela expressão “vale res- saltar, também, que...”, insere a ideia que foi discutida no argumento. Logo após, o termo “A respeito disso, sabe-se que..” traz o repertório que o aluno usou para analisar sua ideia, o DETERMINISMO BIOLÓGICO. Posteriormente, ele explica como o reper- tório pôde comprovar sua ideia, e, no final do parágrafo, o conectivo “Desse modo” traz a opinião para encerrar o parágrafo. Assim, notamos a configuração e organi- zação do argumento, conforme orientado. Aproveite para marcar, pintar, relacionar o que foi explicado. Algumas estratégias argumentativas • Provas concretas. • Citação ou testemunho (ou argumento de autoridade); • Causa e consequência • Exemplificação; • Alusão histórica; • Comparação; Argumento de autoridade Apoia-se uma afirmação no saber notó- rio de uma autoridade reconhecida em um certo domínio de conhecimento. É um modo de trazer para o enunciado a credi- bilidade da autoridade citada. Observe o parágrafo do desenvolvimento da redação de Lívia Taumaturgo: No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário, pode-se citar que no século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de li- berdade do mundo contemporâneo”, afir- mando que as pessoas eram controladas pela “indústria cultural”, disseminada pe- los meios de comunicação de massa. Atu- almente, é possível traçar um paralelo com essa realidade, visto que milhões de pes- soas no mundo são influenciadas e, até mesmo, manipuladas, todos os dias pelo meio virtual, por meio de sistemas de bus- ca ou de redes sociais, sendo direciona- das a produtos específicos, o que aumen- ta, de maneira significativa, o consumismo exacerbado. Isso é intensificado devido à carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” correta- mente na internet, explicando-lhe sobre o posicionamento do controle de dados e ensinando-lhe sobre como ser um consu- midor consciente. Argumento de provas concretas Comprovação pela experiência ou obser- vação por meio da documentação de da- dos que confirmem a sua validade. Obser- ve um trecho da redação nota máxima de Clara de Jesus. Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segun- do pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 2015, apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam utilizado a inter- net. Isso acontece porque desde cedo a criança tem contato com aparelhos tecno- lógicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações socioeconômicas. Primeiramente apresenta a citação + ex- plica a citação, o conteúdo do que foi citado + relaciona a citação com a argu- mentação (a tese) + intensifica,aprofun- da-se na argumentação, relacionando novamente com a tese. A D is s e rt a ç ã o 18 Argumentação lógica Baseia-se em operações de raciocínio ló- gico, tais como as implicações de causa e consequência, analogia ou condição (hipótese). Observe o texto de Livia Taumaturgo: Ademais, é importante destacar que gran- de parte da população não tem consciên- cia da importância da utilização, de forma correta, da internet, visto que as institui- ções formadoras de conceitos morais e éticos não têm preconizado, como deve- riam, o ensino de uma polarização digital, como faz o projeto Digipo (“Digital Pola- rization Iniciative”), o qual auxilia os indi- víduos a acessarem páginas comparáveis e, assim, diminui, o compartilhamento de notícias falsas, que, muitas vezes, são lan- çadas por moderadores virtuais. Nesse sentido, como disse o empresário Steve Jobs, “A tecnologia move o mundo”, ou seja, é preciso que medidas imediatas se- jam tomadas para que a internet possa ser usada no desenvolvimento da sociedade, ajudando as pessoas a se comunicarem plenamente. Comparação Estabelece o confronto entre duas realida- des diferentes, seja no tempo, seja no es- paço, seja quanto as características físicas, etc. Nesse tipo de estratégia argumentati- va faz-se uma relação, uma analogia entre fatos, situações, épocas ou lugares distin- tos a fim de fundamentar a tese defendi- da. Além de demonstrar conhecimento de quem usa tal estratégia, é preciso relacio- nar os fatos ou situações, bem como con- textualizá-los ao tema discutido. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, entre 1980 e 2010 houve um aumen- to de 230% na quantidade de mulheres ví- timas de assassinato no país; além disso, 7 de cada 10 mulheres que telefonaram para o Ligue 180 afirmaram ter sido violentadas pelos companheiros. Em países como o Afeganistão, a mulher que trai o marido é enterrada até que somente a cabeça fique à mostra e, então, é apedrejada; apesar de reagirmos com horror perante tal atro- cidade, um país que triplica a quantidade de mulheres mortas em 30 anos deve ser tratado com igual despeito quando se tra- ta do assunto. Apesar de acharmos que a mentalidade do povo melhora com o passar do tempo, a mentalidade brasileira mostra crescente atraso quanto à igualda- de de direitos entre os gêneros, e tal men- talidade leva a fatalidades que deveriam ser raras em pleno século XXI. Argumentos de alusão histórica O autor (remetente) retoma acontecimen- tos do passado ou faz uso de frases de pessoas envolvidas no problema discutido: Há exatos 150 anos, numa saleta da So- ciedade Lineana de Londres, um grupo de naturalistas anunciava ao público ali pre- sente os contornos de uma teoria que alte- raria para sempre o modo de compreender a origem e a variedade de vida em nosso planeta. Era a teoria da evolução por sele- ção natural, concebida de forma indepen- dente por Charles Darwin (...) Exemplificação É quando o processo argumentativo ocor- re mediante um exemplo conhecido mun- dialmente. Tal método é usado para defe- sa do ponto de vista. Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barrei- ra para capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de uma boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasilei- ra, haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos a proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda língua oficial do Brasil. A D is s e rt a ç ã o 19 Tese + Causa + Consequência– no últi- mo período, retomam a tese e a necessi- dade de solução da problemática. Dessa forma, torna-se evidente o distan- ciamento causado pela inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que for- ma o corpo social a que possuem. Causa e Consequência Ainda sobre argumentação e recursos argumentativos utilizados, é possível de- senvolver uma tese utilizando “causa e consequência”. Observe o seguinte parágrafo da redação de Beatriz Servilha, nota MIL em 2017. A princípio, a falta de profissionais quali- ficados dificulta o contato do portador de surdez com a base educacional neces- sária para a inserção social. O Estado e a sociedade moderna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a falta de intérpretes capacitados para a tra- dução educativa e a inexistência de vagas em escolas inclusivas perpetuam a dispa- ridade entre surdos e ouvintes, condenan- do os detentores da surdez aos menores cargos da hierarquia social. Lê-se, pois, é paradoxal que, em um Estado Democrá- tico, ainda haja o ferimento de um direito previsto constitucionalmente: o direito à educação de qualidade. O Repertório O repertório argumentativo é o conheci- mento adquirido ao longo do seu tempo de estudo. Ao escrever a redação você apresentará seu ponto de vista, a tese, e a defenderá. Como? Por meio de citações “de peso”, ou seja, um repertório que tor- nará seu texto coeso ao argumentar e de- fender a sua tese. Um bom repertório faz com que a redação tenha destaque e seja melhor avaliada em comparação aos ou- tros textos. É importante que cada parágrafo contenha UMA citação, direta ou indireta. Escrever muitas citações faz com que seu texto se torne um recorte do raciocínio alheio. Por isso a recomendação de um repertório ar- gumentativo por parágrafo. Quando e onde citar? Na introdução, dê preferência à citações filosóficas, mitos ou alusão histórica, isso porque você poderá contextualizar no pas- sado e refletir esse argumento no presente no decorrer do texto. No desenvolvimento, sinta-se livre para utilizar o melhor recurso argumentativo que desejar, sejam dados, estatísticas, alusão literária, filmes, séries de circulação nacional ou internacional, dentre outros. Não recomendo novas citações na conclu- são, uma vez que, há muito o que escrever nessas poucas linhas que restam. Porém, é de grande valor retomar a primeira ou segunda citação após a frase de efeito, já na última linha da redação, como forma de interligar as ideias e deixar claro para o corretor que há ali um projeto de texto de qualidade. A D is s e rt a ç ã o 20 Conclusão É o encerramento do texto, a parte em que as ideias que foram apresentadas ao longo da produção devem ser finalizadas. Deve estar relacionada às ideias que foram discutidas nas outras par- tes do texto, ela deve ser planejada desde o início da produção textual, de modo a ter coerência com o restante do que foi dito. No texto dissertativo-argumentativo, gênero o qual é pedido na maior parte das provas de processos seletivos e vestibulares, a conclusão, em geral, deve apresentar um apanhado das ideias debatidas anteriormente, ou seja, ela é construída por meio da síntese. Outro modo de elaborar a conclusão é propor uma solução para o problema em questão. Apesar de já ser conhecida há muito tempo, com o crescimento do ENEM como meio de ingresso nas universidades, esse tipo de conclusão ficou mais elaborado e vem sendo cada vez mais utilizado, por ser obrigatório no exame: a conclusão por proposta de intervenção. Há, ainda, a conclusão por dedução, que consiste em apresentar um desdobramento daquilo que foi dito ao longo do texto. C o n c lu s ã o Tipos de Conclusão Conclusão por síntese Sintetizar significa tornar sintético, reduzir, ou seja, resumir. Esta é a primeira técnica para a construção de uma boa conclusão para seu texto. Neste tipo de conclusão, as ideias que foram apresentadas ao longo do texto – muitas vezes citadas na introduçãoe exploradas no desenvolvimento (ou argumentação) – devem ser retomadas, de modo a indicar os principais pontos da discussão realizada, com o ob- jetivo de reafirmar a tese. Ou seja, todo esse movimento de síntese tem o intuito de relembrar qual é o ponto de vista defendido sobre certo tema e, assim, favorecer o mecanismo de persuasão do leitor do texto. Conclusão por solução Apesar de ter ganhado força com o ENEM, a conclusão que propõe uma solução para o problema debatido já era utilizada há muito tempo. Com a popularização do exame, o que ocorreu foi uma sistematização desse modelo de conclusão, ou seja, se antes ele consistia em apresentar uma maneira de resolver a questão, agora há uma estrutura mais elaborada sobre o modo de construir essa solução, o que foi chamado de proposta de intervenção. No ENEM, a proposta de intervenção, para alcançar a nota máxima, deve ser composta por quatro elementos: as ações necessárias para resolver o problema (o quê?), os agentes sociais responsáveis por elas (quem?), o modo de efetivar as medidas sugeridas (como?) e os efeitos esperados (para quê?). Além de responder a essas quatro perguntas, ainda é esperado, para a nota máxima, que o candidato faça um detalhamento da proposta, falando mais sobre como as ações suge- ridas farão efeito ou sobre como sua efetivação ocorrerá. É importante destacar que esse tipo de conclusão deve ser utilizado para temas que se- jam, de fato, um problema. Temas mais filosóficos podem não ser muito adequados para isso, pois, muitas vezes, não é cabível uma solução a eles. Conclusão por dedução Nesta técnica, a conclusão é construída não pela retomada das principais ideias debati- das, mas pela elaboração de um raciocínio decorrente dos argumentos que foram expos- tos no desenvolvimento do texto. É importante destacar que, independentemente do tipo de conclusão utilizado, ela deve fechar o texto, ou seja, finalizá-lo de modo convincente e coerente. Ao terminar a leitura do texto, o leitor deve estar convencido sobre aquilo que acabou de ler e, para que isso ocorra, a conclusão deve estar bem relacionada ao que foi discutido ao longo da produ- ção. Ou seja, não deve ignorar as informações apresentadas nem incluir ideias novas, que não foram exploradas antes. 21 C o n c lu s ã o 22 Sobre a estrutura da redação é esperado, ou seja, o seu PROJETO de TEXTO: • Tese inicial; • Dados (argumentos); • Garantia (conhecimentos implícitos que apoiam e complementam os argumentos); • Inferências (ligações implícitas que permitem relacionar os dados à conclusão); • Conclusão: retorno à tese e um processo de intervenção. • A seguir, exemplos de elementos que podem enfraquecer o esquema argumentativo: • apresentação de interpretações ou opiniões como se fossem fatos; • exposição de informações que não são relevantes, que não confirmam ou que contradizem o ponto de vista escolhido; • apresentação de dados que não são recentes; • citação de autoridades que não possuem credibilidade ou não são especialistas em deter- minada área do conhecimento; • uso inadequado de termos referentes a determinadas áreas de conhecimento; • emprego de noções confusas ou de totalidade indeterminada. Passo-a-passo básico para escrever um bom texto dissertativo argumentativo. 1. Veja o tema de redação e faça uma leitura cuidadosa da prova – Essa é a principal dica e vai influenciar todo o seu desempenho. Leia e releia a proposta e os textos de apoio. Dê uma lida também nas questões da prova. Pode ser que alguma informação ajude no tema da redação. Atenção: essa etapa é essencial para que você não fuja do tema. 2. Elabore o projeto de texto e escolha uma tese – Esse é o momento em que você deve escolher a sua abordagem e os argumentos que usará para defender sua tese. Sepa- re as ideias principais sobre o assunto em um rascunho. Liste tudo o que você já leu, assistiu, discutiu sobre o assunto (filmes, livros, músicas, telejornais, sites de notícias e outros) Na tese, escolha um tema que você domine para argumentar e expor o seu ponto de vista. 3. Faça a primeira versão do texto – Nessa etapa do rascunho, preocupe-se com o con- teú- do e não com a gramática. Foque sua atenção para organizar os argumentos da melhor forma. As ideias devem fazer sentido e devem estar ligadas entre si. Um texto bem amar- rado valoriza a sua argumentação e fará com que o corretor não se sinta confuso ao lê-lo. 4. Revise o texto: Agora é hora de corrigir a gramática e encontrar outros errinhos na sua redação. Caso tenha dúvida na grafia de alguma palavra, tente substituir por outra pa- lavra ou expressão. Preste atenção para alguma frase sem sentido ou perdida no texto e avalie se há coerência entre as ideias. 5. Passe o texto a limpo: Finalmente, essa é a última etapa da redação. Por isso a impor- tância de preparar seu texto em um rascunho. Respeite o limite de linhas e não coloque informações fora da área de correção. C o n c lu s ã o 23 Modelo para último período “coringa” FINALIZAÇÃO 1. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o (tema de modo positivo) para todos os cidadãos brasileiros. 2. Assim, tendo em vista a importância desse (assunto do tema), urge que esteja acessível para todos os cidadãos, a partir da resolução de tais entraves. 3. Portanto, é imperativo promover mecanismos eficientes para a solução da problemáti- ca que visem a igualdade de oportunidade (tema) aos cidadãos brasileiros. 4. Portanto, são necessárias medidas capazes de garantir os benefícios (tema). Ou Por- tanto, são necessárias medidas capazes de garantir os benefícios supracitados. 5. Dessa forma, é preciso intervir de modo a tornar (o tema) um produto da democracia brasileira. Modelos para Contextos 1. Segundo (autor que você citará), (a citação direta ou paráfrase: cuide para que esteja relacionada ao tema de forma específica). 2. Ao realizar uma análise do período (citar o período aludido, passado) – (acrescente um detalhe ou dois sobre o período) –, favoreceram (o que ocorreu no período que será comparado ao tema?), portanto, (item do tema) fato determinante para (sugestão: o aumento da desigualdade social), representada (tema). 3. A questão do (tema), apesar de não estar no centro da discussão no país, é um pro- blema expressivo por privar parte da sociedade do que foi decidido na Constituição de 1988 – (apresente um detalhe específico que interligue à Constituição) –, fato que cerceia o que foi garantido na Carta Magna. 4. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, irrompeu da ne- cessidade de salvaguardar a integridade e os direitos de todos os indivíduos. Modelos para Problematização do Tema 1. Concomitantemente é notório (interligue de modo evidente a citação ao tema). 2. Semelhante ao ocorrido no passado, é visível a perpetuação (o tema na atualidade). 3. Porém, diferente do que foi proposto no código institucional, é perceptível o não cum- primento no que diz respeito ao (o tema de forma positiva), fato que corrompe os prin- cípios fundamentais da nação. 4. Porém em descumprimento ao importante documento, parcela social (acrescente o tema de modo problematizado) de modo que promove o desrespeito ao que foi decidi- do internacionalmente... (continue, retome o tema). C o n c lu s ã o 24 Estrurtura "Macro" do Texto (dissertação ENEM) Texto de 20 a 30 linhas. Introdução de s a 7 linhas 2 ou 3 períodos Tem o objetivo de apresentar o tema, a tese a ser defendida de modo claro e contextualizado (citação). Desenvolvimento 2 parágrafos Parágrafos 5 a 8 linhas 3 - 5 períodos Tem o objetivo de apresentar os argumentos, opiniões "de peso" (citações), contra-argumen- tos e exemplos que defendam o ponto de vista apresentado na tese e divisão da problemática argumentativa. Conclusão de 5 a 8 linhas2 - 4 períodos O objetivo aqui é apontar uma solução viável para o problema exposto na introdução e discutido no desenvolvimento. Retome o tema (problema), re- solva os problemas apresentados nos 2 - 4 perí- odos desenvolvimentos e depois retome um dos repertórios explorados no texto. C o n c lu s ã o Curso de Redação Teses Coringas Escolha duas e apenas duas: 1. O legado histórico, o problema existe desde a antiguidade (há um fato anti- go que posso citar); 2. Lenta mudança na mentalidade da sociedade (social) / questões culturais; 3. Anomia, ausência de leis; 4. Leis insuficientes / existem, mas são fracas; 5. A certeza da impunidade (há leis, mas o erro persiste pela certeza que nada será feito, ninguém será punido); 6. Influência e formação familiar; 7. Ausência de base educacional; 8. Ignorância social - falta de conhecimento; 9. Individualismo (egoísmo do indivíduo) e narcisismo; 10. Negligência governamental (qual dos 3 poderes foi negligente? Cite e espe- cifique: se for relacionado ao presidente, prefeitos, ministérios é o Executivo); 11. Influência da mídia; 12. Desigualdade social; 13. Invisibilidade do problema. 25 T e s e s C o ri n g a s 26 Questionamentos coringas Perguntas “específicas” para DESENVOLVER uma tese no parágrafo de desenvolvimento: 1. Como a mídia agiu ao longo dos anos mediante o problema? 2. De que modo a estrutura familiar do cidadão contribuiu para a continuidade do problema? 3. Qual o papel do poder executivo (governo, presidente...) ao longo do tempo na situa- ção problema? 4. Como a sociedade reagiu na situação citada (o problema)? 5. A cultura do brasileiro contribuiu de que modo para que o problema não fosse resolvido? 6. Qual situação do passado foi ignorada a ponto da situação sofrer piora ao longo dos anos (legado histórico)? • É a possibilidade de poder empregar a mesma situação problema em mais de um tema diferente. • Primeiro é necessária uma frase que receba a sua tese coringa que anunciará o seu argumento coringa. Exemplo do Augusto (1000 em 2019) No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem (tema resolvido), centrados na T1 e T2. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o (tema) para todos os cidadãos brasileiros. No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insufi- ciência intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cine- ma para todos os cidadãos brasileiros. Possíveis estruturas (inspiradas em textos nota 1000) 1. É prudente apontar, diante disso, que (tema de modo positivo), em especial no Brasil, deve superar os entraves atuais, mediante o tese/ARGUMENTO 1 e tese/ARGUMEN- TO 2. 2. Nesse sentido, pode-se afirmar que a tese/ARGUMENTO 1 e a tese/ARGUMENTO 2 agravam essa situação supracitada. 3. Não obstante, no Brasil, falhas quanto (o tema como um problema) ocorrem por conta da tese 1 e da tese 2 impedindo o pleno desenvolvimento da nação. 4. Nesse sentido, convém analisar a tese 1 e, ainda, a tese 2, para promover (o tema já resolvido). T e s e s C o ri n g a s 27 Direcionamento das teses argumentativas 1. Desse modo, a problemática torna-se concreta ao observar... (caso tenha sido negati- vo e precise concordar). 2. Essa problemática se deve, essencialmente, à falta de... T1 e à/ao T2. 3. Sendo assim, é perceptível a importância de se discutir essa temática, que demanda medidas eficazes seja no T1, como também no T2. 4. Todavia, para que haja uma reversão no quadro, e consequentemente o cumprimento do proposto na proteção aos Direitos Humanos, faz-se necessário analisar a T1 e tam- bém a T2. T e s e s C o ri n g a s Bancas de Concursos e Vestibulares A redação é tão importante quanto fechar todas as questões de uma disciplina e ainda serve como critério de desempate entre dois candidatos. Aquele que se articula melhor tem mais chan- ces de passar na prova. Este artigo é para você concurseiro de plantão que quer melhorar a escrita. 28 29 Cada organizadora tem seu próprio jeito de avaliar os candidatos, seja em questões objetivas ou por textos. Elas costumam seguir um padrão. Por exemplo, a Cespe conta com redações discursivas, então você não precisará focar tanto em outras modali- dades porque, muito provavelmente, não será pedida uma narração, por exemplo. Entender essa padronização de exigências pode te ajudar a ter ideias de como escre- ver e argumentar. Confira também os crité- rios principais de avaliação da redação, o que conta ponto e o que tira ponto. Veja se a banca dá mais peso para gramática ou conteúdo. Tente encontrar as provas com maiores pontuações dos últimos concur- sos e seletivos montados por determinada examinadora. Dessa forma, você pode criar um plano de estudos mais adequado e focado no seu objetivo. Faça o mesmo com as questões e monte um mapa mental de estudos para concurso. Conta com redações discursivas, então você não precisará focar tanto em outras modalidades porque, muito provavelmen- te, não será pedida uma narração, por exemplo. Entender essa padronização de exigências pode te ajudar a ter ideias de como escre- ver e argumentar. Confira também os crité- rios principais de avaliação da redação, o que conta ponto e o que tira ponto. Veja se a banca dá mais peso para gramática ou conteúdo. Tente encontrar as provas com maiores pontuações dos últimos concur- sos e seletivos montados por determinada examinadora. Redação FGV A Fundação Getulio Vargas é uma das prin- cipais bancas de concurso. No entanto, o modelo de redação da FGV tem algumas particularidades que diferem do Cebraspe ou da Fundação Carlos Chagas (FCC). Segundo a professora da disciplina Vivian Barros, muitos futuros servidores se preo- cupam com a fase objetiva e, de fato, se saem muito bem nela. Por outro lado, rele- vam a prova discursiva e, algumas vezes, até mesmo deixam de ser aprovados nes- sa parte. No caso da redação para FGV, ela apare- ce em provas importantes. Por exemplo, é tradicionalmente a organizadora dos con- cursos do Senado Federal desde 2008. Também cobre as seleções dos Ministé- rios Públicos estaduais, além de ter orga- nizado a última para o Tribunal de Justiça do Ceará. Como é o enunciado da prova? Primeiramente, antes mesmo de apresen- tar o tema, a redação da FGV ilustra uma tirinha ou uma charge na maior parte das vezes. A ideia é justamente instigar no candidato um questionamento, para aí sim introduzir o tema. A princípio, isso torna a redação um pou- co mais difícil do que da FCC ou do Ce- braspe, por exemplo, visto que os textos de apoio já introduzem o assunto para o futuro servidor. Nesse aspecto, quando a FGV opta por uma charge ou por uma tirinha, o que ela quer é que o candidato interprete a men- sagem. Com essa interpretação em men- te, é esperado que ele parta para o modelo de texto dissertativo-argumentativo. Uma justificativa para o uso desse formato é que os temas da redação FGV tratam de questões sociais e comportamentais. B a n c a s 30 Mesmo quando não tem nenhuma tirinha ou charge ilustrando o tema, a reflexão é sempre em cima de algo que está aconte- cendo na sociedade. Por exemplo, no concurso do TJ-CE de 2019, após um breve texto, a examinadora perguntava: quais devem ser os atributos necessários a uma pessoa para que ela se torne membro do STF? Apesar de serem temas que pedem uma opinião do candidato, a professora alerta: nunca escreva o textona primeira pessoa do singular. O texto dissertativo exige certa impesso- alidade na estrutura. Nesse sentido, nem a terceira pessoa do plural ela recomenda usar. O que é o texto dissertativo- argumentativo? A princípio, um texto dissertativo-argu- mentativo pressupõe uma tese. Ou seja, o seu ponto de vista perante ao tema pro- posto pela banca. Nesse contexto, não existe certo ou erra- do. Mas sim considerações a serem feitas. De antemão, não é bom ficar em cima do muro. Em outras palavras, não apresentar uma opinião sobre o tema é dar tiro no pé. Vivian Barros aconselha já apresentar qual é a sua tese na introdução do texto. Em seguida, apresentar os argumentos para defendê-lo ao longo dos parágrafos de desenvolvimento. Por esse motivo, a dica da professo- ra é usar entre dois e três parágrafos de desenvolvimento. Supondo que em cada um esteja um argu- mento, se você escreve todo o seu texto em apenas um parágrafo, já dá a ideia que os seus motivos para defender aquela tese são fracos, visto que só conseguiu pensar em um único. A argumentação não é completa se ela não estiver acompanhada da fundamenta- ção. Se você não mostrar para o exami- nador como aquele argumento colabora para defender sua ideia, já era, justifica a professora. Para ilustrar melhor a questão da funda- mentação dos argumentos, ela a compa- ra a um término de relacionamento. Não adianta apresentar apenas os motivos. Também é importante expor porque eles te levaram a tomar aquela decisão. Estrutura do texto dissertativo- argumentativo Portanto, na redação FGV, se você usa dados estatísticos para ilustrar o seu ar- gumento, ótimo. Mas não basta apenas os expor. É preciso embasar e justificar porque você está usando tais números para defender sua tese e por qual motivo são importantes para o que está tentando dizer. Por fim, na conclusão, é hora de apresen- tar o que se chama de proposta de inter- venção. Ou seja, uma solução para o pro- blema apresentado. Também é possível apenas fechar o seu texto com um resumo de tudo que foi dito. No entanto, ao propor uma solução, o candidato demonstra ampla capacidade de análise e reflexão. Algo que muito agra- da os examinadores. Todavia, não adianta apresentar soluções genéricas. Por exemplo, propor novas po- líticas públicas. Dentro daquele contexto, quais são essas políticas e por que e como elas são relevantes? Em resumo, a estrutura da redação para concurso FGV é: • Introdução: apresentação da tese em um parágrafo • Desenvolvimento: argumentos + funda- mentação em dois ou três parágrafos B a n c a s • Conclusão: resumo ou apresentação de solução (proposta de intervenção) em um parágrafo Igualmente, os textos devem apresentar aspectos importantes que estão no critério de avaliação. Os critérios são: Tema e estrutura Articulação e argumentação Correção gramatical e adequação vocabular Redação FGV: Critérios de Avaliação Vamos ver, a seguir, quais são os critérios de avaliação utilizados pela banca corre- tora da FGV. 1 – Estrutura Textual Abordagem do tema: O candidato deve ser capaz de selecionar argumentos con- venientes dentro do perfil esperado. Além disso, ele deve também desenvolver uma boa argumentação. Progressão Textual: O candidato deve mostrar coesão e coerência entre os pa- rágrafos do texto por ele redigido. Deve também mostrar uma evolução da argu- mentação ao longo dos parágrafos. 2 – Gramática A correção gramatical será considerada sob o aspecto da melhor expressão escri- ta do ponto de vista comunicativo, ou seja, da adequação à situação. Por exemplo, o emprego de vocábulos de variação linguística inadequada e o uso de marcas de oralidade podem ocasionar a perda de pontos. O candidato deve também ser capaz de utilizar a norma culta da língua. FUVEST Metodologia de avaliação da redação A redação deverá ser, obrigatoriamente, uma dissertação de caráter argumentati- vo, escrita em língua portuguesa, na qual se espera que o candidato, visando a sus- tentar um ponto de vista sobre o tema, de- monstre capacidade de mobilizar conhe- cimentos e opiniões; argumentar de forma coerente e pertinente; articular eficiente- mente as partes do texto e expressar-se de modo claro, correto e adequado. Os textos elaborados pelos candidatos se- rão avaliados quanto a três aspectos ou quesitos: 1. Desenvolvimento do tema e organi- zação do texto dissertativo-argumentativo NOTAS POSSÍVEIS DE SEREM DADAS NO CRITÉRIO: 1, 2, 3, 4, 5. Verifica-se inicialmente se o texto configu- ra-se como uma dissertação argumentati- va e se atende ao tema proposto. Pressu- põe-se, então, que o candidato demonstre habilidade de compreender a proposta de redação e, quando esta contiver uma co- letânea, que se revele capaz de ler e de relacionar adequadamente as ideias e in- formações dos textos que a integram. No que diz respeito ao desenvolvimento do tema, verifica-se, além da pertinência das informações e da efetiva progressão temá- tica, a capacidade crítico-argumentativa que a redação venha a revelar. A paráfrase de elementos que compõem a proposta de redação não é um recurso recomendável para o desenvolvimento adequado do tema. Não se recomenda, também, que o texto produzido se confi- gure como uma dissertação meramente expositiva, isto é, que se limite a expor da- dos ou informações relativos ao tema, sem que se explicite um ponto de vista devida- mente sustentado por uma argumentação consistente. B a n c a s 2. Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto NOTAS POSSÍVEIS DE SEREM DADAS NO CRITÉRIO: 1, 2, 3, 4, 5. Avaliam-se, conjuntamente, a coerência dos argumentos e das opiniões e a coesão textu- al, ou seja, a correta articulação das palavras, frases e parágrafos. A coerência reflete a ca- pacidade do candidato de relacionar os argumentos e organizá-los de forma a deles extrair conclusões apropriadas e, também, sua habilidade para o planejamento e a construção significativa do texto. Devem- se evitar contradições entre frases ou parágrafos, falta de encadeamento das ideias, circularidade ou quebra da progressão argumentativa, uso de argumentação baseada apenas no senso comum e falta de conclusão ou conclusões que não decorram do que foi previamente exposto. Quanto à coesão, serão verificados, entre outros, o estabelecimento de relações semânticas entre partes do texto e o uso adequado de conectivos. 3. Correção gramatical e adequação vocabular NOTAS POSSÍVEIS DE SEREM DADAS NO CRITÉRIO: 1, 2, 3, 4, 5. Avaliam-se o domínio da norma-padrão escrita da língua portuguesa e a clareza na ex- pressão das ideias. Serão examinados aspectos gramaticais, como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação, e o emprego adequado e expressivo do vocabulário. Espera-se que o candidato revele competência para expor com precisão e concisão os argumentos se- lecionados para a defesa do ponto de vista adotado, evitando o uso de clichês ou frases feitas. Avalia-se, também, a seleção adequada do vocabulário, tendo em vista as peculia- ridades do tipo de texto exigido. Características da Redação da FCC Primeiramente, convém lembrar que a FCC costuma trazer orientações sobre a redação nos editais dos concursos que organiza. Essas orientações variam muito pouco de concurso para concurso, o que nos permite enxergar um padrão: o estilo de redação FCC. Dessa forma, é possível reconhecer as seguintes características da redação da FCC: orientações sobre o conteúdo, orientações sobre a estrutura, orientações sobre a expressão e situações que levam à nota zero. Outro ponto importante é o formato da prova, isto é, a maneira como a prova discursiva é apresentada. De modo geral, a FCC pede uma redação dissertativa em suas provas,mas é possível encontrar situações que envolvem estudo de caso, parecer técnico ou questões discursivas solicitando textos meramente expositivos. Orientações sobre Conteúdo No quesito conteúdo, as características da redação da FCC que são exigidas do candidato são as seguintes: a) fundamentação e adequação dos argumentos ao tema proposto; b) capacidade de análise e senso crítico; e c) clareza e coerência na seleção dos argumentos em defesa de ponto de vista relacionado ao tema. Vamos entender cada um desses conceitos separadamente? a) Fundamentação e adequação dos argumentos ao tema proposto Deve-se entender por argumentação a capacidade de apresentar dados comprobatórios, citações de autoridades renomadas, elaborar raciocínios com base na lógica, valer-se do senso comum e da própria competência linguística para defender um posicionamento frente a um determinado tema ou assunto. Quando é solicitado que um candidato escreva uma redação dissertativo-argumentativa, espera-se que o candidato seja capaz de apresentar ponto(s) de vista fundamentado(s) em argumentos. Assim, entendemos por fundamentação do ponto de vista exatamente a argumentação elaborada e apresentada em defesa desse ponto. Assim, um texto dissertativo bem fundamentado é um texto que traz uma boa argumentação. Agora, a qualidade dos argumentos é mensurada a partir de quatro pontos indissociáveis: fidedignidade, suficiência, pertinência e adequação. Portanto, ao falar em adequação dos argumentos, a banca evoca as demais qualidades características de um argumento. Vamos compreender cada uma a partir de agora. Entende-se por fidedignidade a correlação entre o argumento apresentado e a realidade factual. Já a suficiência diz respeito à capacidade que o argumento tem de sustentar o ponto de vista, isto é, se o argumento precisa se apoiar em muitos ou poucos exemplos e ilustrações. Quanto à pertinência, esta é a qualidade que mensura o quanto a informação apresentada como argumento está circunscrita ao campo das informações relacionadas ao tema proposto. Por fim, a fundamentação da argumentação ainda conta com a capacidade que o candidato tem de apresentar dados comprobatórios, exemplos, o quanto ele é capaz de ilustrar todo o que declara em seu projeto de texto dissertativo. Para aprofundar a sua visão sobre argumentação e tipos de argumento, sugiro que assista à minha aula sobre o assunto no meu canal. b) Capacidade de análise e senso crítico Agora, a banca avalia o nível intelectual do candidato, pois, de acordo com a Taxonomia de Bloom, tanto a capacidade de analisar, quanto a de ser crítico, constituem níveis ou subáreas do domínio cognitivo. Desse modo, a capacidade de análise se manifesta quando as diferentes partes que compõem um todo são analisadas minuciosamente. Assim, ao propor um tema, como “Democratização do acesso ao patrimônio cultural na contemporaneidade” (FCC – Professor Adjunto II – Artes – Prefeitura de Campinas-SP – 2026), é fundamental conhecer o conceito de democracia, de patrimônio cultural e de contemporaneidade, para poder selecionar informações, compará-las, organizá-las, relacioná-las e interpretá-las. Já o senso crítico é posicionamento coerente estabelecido pelo conhecimento, pela inteligência e pela liberdade. Ele é demonstrado no posicionamento que o candidato apresenta diante dos fatos que compõem o problema trazido à tona pelo tema proposto. c) Clareza e coerência na seleção dos argumentos Outro aspecto avaliado é a clareza e coerência na seleção dos argumentos em defesa de ponto de vista relacionado ao tema. Entende-se a clareza como uma das qualidades de um texto, ao lado da concisão, da correção e da elegância. Ser claro é ser inteligível, isto é, é fazer-se compreender. É permitir que, à proporção que o texto vá evoluindo, a mensagem que você quer passar se torna cada vez mais transparente e objetiva para o leitor, nesse caso a banca FCC. https://br.psicologia-online.com/taxonomia-de-bloom-o-que-e-para-que-serve-e-objetivos-344.html https://br.psicologia-online.com/taxonomia-de-bloom-o-que-e-para-que-serve-e-objetivos-344.html Além da clareza, a coerência é apreciada pela banda nesse momento também. Entenda que coerência é, na verdade, sentido, lógica. Por isso, quando as informações selecionadas para compor o texto são analisadas pela banca, verifica-se se elas promovem a continuidade da ideia global do texto, se elas se relacionam, se permitem a progressão argumentativa, se não se contradizem, e, por fim, se são condizentes com a realidade na qual o tema está inserido. Orientações sobre a Estrutura Aqui está outra das características da redação da FCC: a estrutura. Nesse quesito, a Fundação Carlos Chagas avalia sempre 3 aspectos: a) o respeito ao gênero solicitado; b) a progressão textual e encadeamento das ideias; e c) a articulação de frases e parágrafos (coesão textual). a) Respeito ao gênero solicitado Para analisar esse aspecto, vale lembrar que a FCC trabalha as suas provas discursivas em cima de estudos de caso, peças jurídicas, questões expositivas e redação dissertativa. No entanto, este artigo que apresento a vocês tem enfoque apenas nesta última modalidade textual. Ok?! Sendo assim, vamos observar apenas o texto dissertativo. Aqui a banca vai avaliar se o candidato é capaz de expressar seu posicionamento sobre um determinado tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. E o que se espera do candidato de quem é exigida uma redação dissertativo- argumentativa? Nesse contexto, espera-se que o candidato tenha capacidade de organizar ideias (coesão), apresente conteúdo para discussão (cultura geral), através de uma linguagem impessoal, clara, objetiva, com vocabulário adequado e diversificado e, sobretudo, discuta o tema apresentando pontos de vistas fundamentados na argumentação (discussão). Espera-se, ainda, que toda essa abordagem se dê por meio de uma proposição (introdução), de um desenvolvimento e de uma conclusão, adequadamente inter- relacionados. Nesse ponto, vale ressaltar que o número de parágrafos do desenvolvimento é determinado pelo número de argumentos que o candidato apresenta em defesa do seu ponto de vista. Na FCC, o ideal é que a redação tenha, no mínimo, 4 parágrafos e, no máximo, 6, para uma redação de 20 a 30 linhas. b) Progressão textual e encadeamento das ideias Entenda por progressão textual o seguinte raciocínio: a cada novo parágrafo, apresenta- se no texto um novo conjunto de ideias. Já, por continuidade, entenda: cada nova ideia depende do que já foi dito/escrito. Assim, tanto a progressão textual quanto a continuidade das ideias são princípios da coerência argumentativa, da coerência interna. Quando você escreve um parágrafo, você sempre parte de um tópico frasal, de uma ideia central, que é ampliada e/ou justificada por ideias secundárias. Assim, se o seu texto apresentar quatro parágrafos, naturalmente deve apresentar quatro ideias centrais – uma em cada parágrafo, a saber: a tese na introdução (parágrafo 1), o argumento 1 (parágrafo 2) e o argumento 2 (parágrafo 3) no desenvolvimento e a observação final na conclusão (parágrafo 4). Em cada parágrafo, haverá, pois, um novo conjunto de ideias relacionadas às anteriores, promovendo a progressão e a continuidade das ideias, ao mesmo tempo. c) Articulação de frases e parágrafos A articulação de frases e parágrafos é, na verdade, a coesão textual. Assim, a banca vai avaliar o domínio dos mecanismos que o candidato é capaz de apresentar em seu texto para retomar ideias, antecipá-las, para encadeá-las, evidenciando ou estabelecendo relações de sentido entre elas. Fundamentalmente, deve haver uma particular preocupação com o uso de pronomes pessoais de 3ª pessoa, pronomes demonstrativos, pronomes relativos; com o uso de sinônimos, hipônimos e hiperônimos; com o usode figuras de construção, como a elipse e o zeugma; com o uso das preposições, conjunções e das palavras e expressões denotativas; com o uso de certos verbos, advérbios e numerais que são capazes de promover a conexão das partes que compõem o texto. Fazem parte ainda da articulação outros mecanismos, como a concordância verbal e nominal, a regência verbal e nominal e a crase. Para ver uma demonstração de mecanismos de coesão, sugiro que você assista a esta aula sobre termos anafóricos e termos catafóricos no meu canal. Orientações sobre a Expressão Caro concurseiro, entenda aqui que expressão é o termo usado pela FCC para designar a competência linguística do candidato demonstrada na redação. Essa orientação determina que a banca avaliará, não de modo estanque ou mecânico, a expressão do candidato considerando a sua estreita correlação com o conteúdo e a estrutura. Além disso, considerará ainda dois outros aspectos: a) o desempenho linguístico; e b) o domínio da norma culta formal da Língua Portuguesa. a) Desempenho linguístico O desempenho linguístico será avaliado de acordo com o nível de conhecimento exigido para a Categoria/Área/Especialidade/Cargo/Emprego Público. Ademais, será avaliada a adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso. Convém lembrar que o candidato estará em uma situação formal de comunicação. Portanto, a linguagem deve se adequar a essa situação comunicativa. b) Domínio da norma culta formal O domínio da norma culta formal da Língua Portuguesa será avaliado com atenção aos seguintes itens: • estrutura sintática de orações e períodos; • propriedade vocabular; • concordância verbal e nominal; • pontuação; • regência verbal e nominal; • emprego de pronomes; • flexão verbal e nominal; • uso de tempos e modos verbais; • grafia e acentuação. Também vale observar que, na aferição do critério de correção gramatical, por ocasião da avaliação do desempenho na prova de redação, a banca FCC exige, como uma das características da sua redação, que os candidatos se valham das normas ortográficas em vigor, implementadas pelo Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012, que estabeleceu o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Situações que levam à nota zero Agora, a FCC dá as últimas orientações para que o candidato tenha um bom desempenho na prova de redação. São orientações para que o candidato não tenha a sua redação zerada. Estas situações são as seguintes: • fuga do tema e/ou da modalidade de texto solicitado; • não atender aos critérios dispostos nos itens relacionados a estrutura, conteúdo e expressão; • apresentação de texto sob forma não articulada verbalmente (apenas com desenhos, números e palavras soltas ou em verso) ou de qualquer fragmento de texto escrito fora do local apropriado; • assinatura fora do local apropriado; • apresentação de qualquer tipo de sinal ou marca identificadora; • apresentação de texto em branco; redação escrita com letra ilegível e/ou incompreensível; • e, por fim, mas não menos importante, o não atendimento aos requisitos definidos na grade correção/máscara de critérios pela banca examinadora. Sobre os Temas das Provas Para escrever este artigo como você, concurseiro, merece que ele seja escrito, analisei 15 provas de redação da Fundação Carlos Chagas realizadas entre os anos de 2016 e 2019. O que pude observar e constatar é que a FCC tem uma linha de provas de redação muito madura e muito bem estruturada que, se compreendida pelo candidato que vai fazer prova organizada por essa banca, a preparação se tornará mais efetiva. Daí o título deste artigo: características da redação da FCC! Encontrei basicamente dois modelos de provas: um com o tema explicitado pela banca e outro com o tema implícito. O mais comum, todavia, é a apresentação de uma prova com o tema explícito. Também verifiquei que a banca oferece predominantemente nas provas de 1 a 3 textos motivadores, não mais que isso. a) Provas com temas explícitos Inicialmente, para ilustrar essas descobertas, meu nobre concurseiro, verifique como as provas pesquisadas foram estruturadas. Primeiramente, nas provas de Agente de Trânsito e Oficial Estadual de Trânsito de São Paulo, em 2019, a FCC apresentou em cada prova 2 textos motivadores, seguidos de temas explícitos: “Espaço urbano e qualidade de vida”, e “Educação para o trânsito – fortalecimento da cidadania”, respectivamente. https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2012/decreto-7875-27-dezembro-2012-774846-publicacaooriginal-138478-pe.html Na prova de Analista em Gestão Previdenciária do INSS de 2019, a FCC apresentou 2 textos motivadores, seguidos de um tema explícito: “A realização individual fomentaria maior igualdade social?”. Já a prova de Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRF 3ª Região, de 2019, a banca optou por apresentar apenas 1 texto motivador, seguido de um tema explícito: “Isolamento social na era da comunicação virtual”. Por fim, em 2016, no concurso para Professor Adjunto II – Artes – da Prefeitura de Campinas – SP, a FCC apresentou apenas 1 texto motivador, seguido de tema explícito: “Democratização do acesso ao patrimônio cultural na contemporaneidade”. Observe que, neste conjunto de provas até aqui apresentado, as temáticas estão ligadas a aspectos da atualidade, mesmo que haja pontos relacionados à especificidade dos respectivos concursos. Qualquer pessoa dona de um repertório cultural razoavelmente desenvolvido seria capaz de discorrer sobre os temas apresentados, salvo o tema da prova do INSS, que, pela natureza filosófica e sociológica, exige uma formação intelectual mais apurada. b) Provas com temas implícitos Em 2018, a FCC apresentou, no concurso para Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 15ª Região, uma prova de redação que corrobora a sua fama de banca complexa: “A conhecida frase ‘A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro’ é entendida, por uns, como uma necessária restrição, e, por outros, como uma necessária garantia. Considere essa dupla interpretação e manifeste seu ponto de vista diante dela em um texto dissertativo-argumentativo.” Nesse caso, não há um tema explícito. Cabe ao candidato perceber a temática na leitura que tem da proposta. E aí mora um perigo: caso a interpretação se dê equivocadamente, por mais que a redação seja bem construída, ela fugirá do que a banca espera. No mesmo ano, no concurso para Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Segurança – TRT 2ª Região, a FCC apresentou uma prova com 3 textos motivadores, seguidos da seguinte proposição: “Com base nas ideias contidas em I, II e III, desenvolva um texto dissertativo- argumentativo, justificando seu ponto de vista.” Dessa forma, é nítido que, a habilidade de leitura, compreensão e reconhecimento de ideias centrais e secundárias fará muita diferença na qualidade da interpretação que o candidato realizará para fazer esta redação. Essa mesma caraterística ocorreu nas provas de Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 15ª – 2018, Analista – Área Administração – DPE/RS – 2017, Analista Judiciário – Área Administrativa e Técnico Judiciário – TST – 2017, Analista Judiciário e Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRE/SP – 2017, Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRE/PR – 2017, e Analista Tecnológico – Analista De Negócios – Pref. Teresina/PI – 2016. Considerações finais sobre as características da redação da FCC Por fim, depois dessa leitura, você que vai fazer prova da FCC e tem redação, está de posse de informações muito preciosas, que vão ajudar consideravelmente no desenvolvimento de uma preparação adequada e bem direcionada, com foco e, sobretudo, de acordo com as características da redação da FCC. Possíveis Temasde Redação para a EDUCAÇÃO – Banca FCC 1. Intolerância religiosa e política no espaço escolar. 2. Discriminação racial e sexual no espaço escolar. 3. A importância do Projeto Político Pedagógico. 4. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais. 5. A importância da Educação de Jovens e Adultos. 6. Educação Inclusiva 7. O professor leitor, alunos leitores 8. Interpretações do Processo de Independência 9. Bullying 10. Desafios da Esolar Dica de ouro: independente do tema, muito provavelmente, ele estará em sintonia com a BNCC e com a LDB, então, cite esses marcos legais Redação UFU –UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Na prova de Redação será avaliada a capacidade de o candidato produzir textos em dife- rentes gêneros: notícia, relato, carta argumentativa, carta pessoal, editorial, texto de opi- nião, resumo. O candidato deverá produzir seu texto em prosa, sem diálogos, atendendo aos seguintes aspectos: • pertinência em relação ao assunto desenvolvido; • clareza, progressão de ideias, coerência e coesão; • adequação à norma urbana de prestígio; • construção de paráfrases a partir dos textos motivadores; • estruturação adequada do gênero selecionado; • fidelidade à proposta, evidenciando leitura dos textos motivadores; • domínio de estruturas sintáticas próprias da escrita, bem como dos sinais de pontuação, tendo em vista clareza e precisão expressivas. O texto, portanto, deverá ser redigido de acordo com uma das três situações apresentadas na prova e o candidato deverá ser capaz de, minimamente, selecionar e organizar fatos, informações, dados, conceitos ou ideias que possam ser considerados relevantes ao tema proposto. A organização lógica e coerente do texto deve se concretizar na distribuição B a n c a s adequada das informações em períodos e parágrafos; no emprego apropriado dos recur- sos oferecidos pela língua tanto para expressar ideias e aspectos da interação comunicati- va, quanto para relacionar termos, períodos, parágrafos e quaisquer outros segmentos do texto; no uso adequado das estruturas da norma urbana de prestígio; no emprego correto da ortografia oficial; enfim, no uso adequado da linguagem de forma significativa, em um contexto específico e para um fim específico. O candidato deverá atentar ainda para as especificidades do gênero escolhido, construindo, adequadamente, o remetente e o des- tinatário (no caso das cartas), apresentando marcas de autoria, marcas de interlocução, lugar social da interação, entre outros aspectos. Na etapa da Redação, são apresentadas duas situações que servem de motivação para o texto. O candidato precisa escolher apenas uma para começar a produzir sua redação. O candidato não pode ultrapassar as 34 linhas da Folha de Redação. Se desejar fazer um rascunho, ele poderá fazer isso no caderno de questões. Segundo o edital, é preciso ficar atento aos seguintes pontos para não zerar na redação: • Não fazer uma redação com menos de 12 linhas • Não fugir da situação escolhida • Não produzir um texto em forma de diálogos, poesia ou outro gênero não indicado • Não copiar os textos motivadores Redação Unicamp A prova de Redação do Vestibular Unicamp tem como objetivo principal avaliar a capaci- dade de leitura e de escrita dos candidatos a partir de uma situação específica de produ- ção de textos. A prova propõe a escrita de dois textos de gêneros discursivos diferentes, que efetivamente circulam em nossa sociedade e fazem parte de nossas práticas cidadãs. A intenção é romper com o engessado modelo de redação escolar e avaliar habilidades e competências de leitura e de produção de textos significativos para a atuação do jovem na vida pública, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A prova de redação Unicamp ocorre na segunda fase do vestibular e tem um peso importante na pontuação final dos participantes. Por isso, é fundamental se preparar para produzir um bom texto e alcançar a nota que você precisa Como funciona a redação Unicamp A prova de redação Unicamp é aplicada no primeiro dia da segunda fase do vestibular, junto às provas de Português, Literatura, Ciências Humanas e Ciências Naturais. Até o ano de 2018, os candidatos precisavam escrever duas redações, sendo cada uma de um gênero textual específico. Desde 2019, os estudantes recebem duas propostas de redação, mas só precisam produzir uma. De acordo com o Manual do Ingresso, essa prova tem o objetivo de avaliar a habilidade do candidato em relação à produção de diferentes gêneros discursivos, o que explica a cobrança de diferentes formatos textuais. B a n c a s Para você ter uma ideia, confira quais foram os gêneros das redações dos últimos anos: • 2015: síntese e carta-convite; • 2016: resenha e texto de divulgação científica; • 2017: carta argumentativa e texto de apresentação; • 2018: palestra e artigo de opinião; • 2019: abaixo-assinado e postagem em fórum; • 2020: roteiro de podcast e crônica; • 2021: discurso político e diário. Portanto, além de conhecer diferentes eixos temáticos — já que o tema da redação não é divulgado antes da prova —, é importante que você conheça as características de diferen- tes gêneros textuais para fazer a segunda fase da Unicamp. É importante levar em consideração que, de acordo com o Manual do Ingresso, a prova busca “reproduzir o funcionamento da produção escrita em situações reais”. Sendo assim, a proposta de redação da Unicamp conta com algumas características es- pecíficas: além de ter 1 ou 2 textos de apoio, geralmente, que ajudam a orientar o candi- dato quanto ao tema que deve ser abordado, ela também apresenta instruções em relação aos interlocutores e a situação do texto. O Manual do Ingresso ainda orienta que o candidato faça um projeto de texto para que atinja os seus objetivos na produção da redação e para que ela seja bem-sucedida. Vale ressaltar mais duas coisas: diferente do Enem, nós não sabemos de antemão qual será o gênero textual exigido; e cada participante recebe uma folha para rascunho e outra para a redação final. Como a redação Unicamp é avaliada A avaliação da redação da Unicamp considera os seguintes aspectos: • adequação à proposta temática; • configuração do gênero textual; • qualidade da leitura dos textos de apoio; • articulação entre as partes do texto (coesão). O corretor recebe uma grade de correção que orientará a sua avaliação. A partir dessa gra- de, ele consegue identificar o seu nível de desenvolvimento em cada um desses aspectos para pontuar a sua redação. É importante entender que existem 3 situações em que a redação pode ser anulada (zerada): • se o texto fugir do tema proposto; • se a redação não estiver adequada em relação ao gênero textual exigido; • se o participante apenas copiar o enunciado ou textos de apoio. B a n c a s Principais gêneros textuais nas redações de vestibulares e concursos Existem alguns gêneros textuais que são mais comuns nas redações de vestibula- res e concursos, por isso é muito impor- tante saber quais os principais gêneros que podem ser exigidos nas provas mais populares de redação. Da mesma forma, se faz necessário en- tender as características desses gêneros, como eles são construídos e saber redigir um texto dentro do que é proposto. Para isso, confira agora uma seleção dos gêneros textuais que são mais comuns em provas de redação. Entenda, também, como é a estrutura de cada um, e veja qual dos tipos é exigido pelos principais vesti- bulares do país! Os três principais gêneros de redação, bem como as suas principais características: Dissertação A dissertação é o estilo mais comum de texto! Nesse caso, o candidato deve de- fender uma tese (ideia) ao longo do texto através do uso da argumentação!Assim sendo, é necessário expor um pon- to de vista a partir do tema proposto para a redação. A linguagem deve ser simples e objetiva, prezando sempre pela exposição clara das ideias. A dissertação deve conter uma conclusão, ou seja, um encerramento com base nas ideias e argumentos apresentados ao lon- go do texto. Artigo de opinião Um artigo de opinião expõe um posicio- namento em relação ao tema proposto, de uma maneira mais pessoal do que a dis- sertação. Da mesma maneira que expõe as suas ideias, o autor do texto deve argu- mentar a favor delas no decorrer do texto. Um artigo de opinião deve ser embasado em fatos e argumentos que comprovem a importância e a veracidade das ideias apresentadas. A linguagem é simples, ob- jetiva, e deve ter como intuito expor e de- fender uma opinião. Carta aberta A carta aberta também é um estilo de tex- to e que o autor precisa se posicionar a respeito de algo. O objetivo de uma carta aberta é apresentar um tema de interesse coletivo. Da mesma maneira, também visa apresentar uma solução para determinado problema. É geralmente usada como forma de pro- testo e deve fornecer uma discussão, em que é apresentado o problema e uma pos- sível solução. Resenhas Uma resenha é um texto que apresenta uma visão do autor sobre uma obra – livro, filme, entre outros. É necessário apresen- tar uma crítica juntamente com um resumo das informações contidas na obra. Além disso, faz parte de uma resenha a apresentação da estrutura da obra em questão, bem como o julgamento do tra- balho final – a apreciação crítica. Crônica reflexiva Um crônica consiste na narração de um acontecimento cotidiano de uma forma di- ferenciada. Ela toma como base situações comuns do dia a dia que são tratadas atra- vés de uma reflexão. B a n c a s É feita com uma linguagem mais simples, pois uma das suas principais característi- cas é a leveza e o prazer que ela deve pro- porcionar ao leitor. Uma crônica reflexiva deve se utilizar de todos esses elementos junto com alguns questionamentos para apresentar uma vi- são diferente sobre um determinado tema. Como fazer uma boa redação para concurso Entenda o tema proposto Dificilmente vamos achar alguém que nun- ca sentiu dificuldade de iniciar o texto. Por isso, vamos dar algumas dicas de como começar uma boa redação. O mais impor- tante é compreender da melhor maneira o tema. Trate-o como uma indagação, ou seja, faça perguntas sobre ele. Deixe as ideias fluírem e, com as respostas, come- ce a pensar qual será o seu foco durante a dissertação. Anote todas as suas ideias de argumentos Depois de refletir bem sobre o tema pro- posto, escreva num rascunho todas as suas ideias de argumentos. Pense sobre cada uma delas e veja quais vale a pena utilizar. É importante conseguir pensar em pelo menos três argumentos bem formu- lados, pois menos que isso poderá pre- judicar a qualidade do resultado. A partir disso é que surgirá a sua tese, ou aqui- lo que você pretende “defender” duran- te todo o texto. Feito isso, você já pode começar a estruturar a sua redação. Abra sua dissertação apresentando a sua tese e, então, parta para a defesa por meio dos argumentos. Dicas para uma boa redação Faça um esboço da sua redação A organização do texto é indispensável para um bom resultado. Procure fazer um esboço de como ficaria a sua redação de- pois de pronta. Separe qual será a sua in- trodução, como ficará seu desenvolvimen- to e qual será a solução para o problema. Faça desse esboço um modelo e tenha cuidado para não fugir muito disso. Coloque suas ideias no papel Anote todo tipo de ideia que tiver, pois elas acabam se perdendo. Lembre-se que elas não surgem do nada, pois são resultado de convivência, experiências e observações das coisas simples do nosso cotidiano. O rascunho não serve apenas para escrever uma primeira versão da redação final, mas também para anotações pertinentes. A organização durante a escrita é fundamental A organização não se limita ao momen- to que antecipa a escrita, o durante tam- bém tem uma grande importância. Deve- -se manter a calma em todo o processo e não deixar que as suas ideias entrem em conflito. Procure ler e reler cada parágrafo para ver se estão com nexo e se há algum tipo de ligação entre eles. Conheça a banca organizadora Busque entender um pouco mais sobre a banca organizadora do concurso que vai prestar, pois, assim, você fica por dentro das características dela. Um texto disser- tativo costuma seguir um modelo padrão bem simples. Saiba como estruturar o seu texto O modelo mais comum trabalha com qua- tro parágrafos, no entanto, isso irá variar com a quantidade de argumentos que você pretende utilizar. Comece pela in- trodução. Nela apresente o tema e a sua tese de maneira breve – a inclusão de um argumento dentro dela é bem válida para fortalecer o texto. B a n c a s No desenvolvimento do texto devem estar contidos os seus argumentos, os quais tentarão convencer o seu leitor. É aqui que você pode citar alguns exemplos também, caso tenha algum que valha a pena. É importante dar uma atenção especial ao entrelaçamento dos parágrafos. As ideias devem ser bem amarradas, e é essencial que elas façam sentido ao leitor. A conclusão costuma derrubar muitos candidatos. Não repita um argumento já utilizado, pois a conclusão precisa acrescentar algo novo. Traga uma solução possível e inovadora para toda a trama que você desenrolou durante a redação. Encerre de uma maneira que faça o leitor refletir sobre o assunto. Critérios avaliadores Cada banca possui um tipo de avaliação, mas existem critérios que são universais. Tudo aquilo que tem relação com uma boa escrita é levado em consideração. Legibilidade, gra- mática, construções equilibradas e organização de ideias são pontos que sempre passam pela cabeça de quem está corrigindo. Outro ponto fundamental, talvez o mais importante, seja não fugir do tema em hipótese nenhuma. Faça um esqueleto antes de escrever Algumas organizadoras deixam explícito na prova exatamente o que elas querem que o candidato aborde em cada parágrafo, então você deve seguir exatamente o que for pedi- do. Já outras examinadoras deixam livre. Porém, é sempre bom ter uma noção da ordem que você irá apresentar os argumentos para não ficar indo e voltando no texto. Sendo as- sim, crie uma estrutura de tópicos formando uma linha de raciocínio clara. Para isso: • Marque as palavras-chave nos textos de apoio; • Defina o foco do seu texto: negar, apoiar, justificar ou explicar algo; • Escolha os argumentos principais e coloque-os em ordem: o que será dito no primeiro, se- gundo e terceiro parágrafos do desenvolvimento. Lembrando que a introdução é uma explanação geral do que o texto irá tratar e a conclu- são é uma retomada da ideia principal. Vale ressaltar também que algumas bancas dão um tema único para propostas diferentes e você sempre deve marcar qual escolheu. Já o título, geralmente, não é necessário numa redação para concurso. No entanto, caso a pro- va o exija, ele é a última coisa que você deve escrever, pois o título é um resumo do texto inteiro em uma linha. Pense na montagem de parágrafos Você já montou os tópicos, então agora é hora de pensar em parágrafos. Defina um tama- nho médio para seus parágrafos e tente ser consistente. Por exemplo, se um parágrafo ti- ver três linhas e o outro tiver oito, seu texto ficará visualmente estranho. Mas atenção! Não quebre parágrafos ao meio apenas por causa do tamanho, isso pode prejudicar a leitura. O ideal é utilizar apenas um argumento por parágrafo para poder explanar bem sem ficar cansativo, deixando um gancho para o próximo, pois uma ideia puxa a outra. Então, inicie cada um deles com um conector,como: contudo, portanto, pois, desse modo etc. Assim você conseguirá ligar os pontos de uma forma que faça sentido para o leitor. B a n c a s Existem também algumas coisas que você deve evitar na hora de escrever. São elas: • “Queismo”: o uso excessivo da palavra “que” empobrece o texto; • Gerúndio: eventualmente você irá usar um verbo no gerúndio, mas muito disso aproxima a redação da oralidade e demonstra falta de conhecimento no uso de outras conjugações; • Pontuações que você não domina: alguns sinais como a exclamação, reticências, aspas e ponto e vírgula têm usos muito específicos. Então, se você não tem certeza, é melhor não os usar; • A palavra “não”: prefira escrever frases afirmativas com expressões que indiquem sentido negativo. Em contrapartida, você pode e deve utilizar: • Linguagem simples e clara: imagine que você está falando para uma criança de 10 anos e seu objetivo é se fazer entendido por ela; • Frases curtas: sentenças longas fazem o leitor se perder, mas tenha cuidado para não exagerar. Às vezes, dividir uma frase em duas apenas por causa do tamanho pode ficar estranho; • Ordem direta: prefira orações que sigam a ordem “sujeito, verbo e complemento”, porque assim você evita o uso excessivo da vírgula e interpretações de duplo sentido; • Dois pontos e travessão em diálogos: se o seu texto tiver uma conversa entre personagens, utilize dois pontos e travessão para indicar as falas. Fique atento também à colocação pronominal nas provas de redação em concurso. Ela se refere ao uso de pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos) que retomam os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele(a), eles(as), nós, vós). Existem três formas de usá-los: • Próclise: o pronome aparece antes do verbo quando existe um termo que inicie a frase. Exemplo: Naquele país se fala francês e isso me motiva a estudar a língua. • Ênclise: o pronome aparece depois do verbo separado por um hífen, pois não existe outro termo iniciando a frase e um pronome oblíquo não pode estar no começo. Exemplo: Inscre- va-se no concurso aberto. • Mesóclise: o pronome aparece no meio do verbo. No entanto, essa forma quase não é utili- zada por ser muito formal. Exemplo: Cantar-lhe-ia uma música se ela aparecesse na janela. Dê um tempo para revisar o texto Assim que você terminar seu rascunho, deixe ele de lado por um instante e vá terminar as questões que ainda faltam. Caso você já tenha feito a prova inteira, comece a marcar as alternativas no cartão resposta. Enquanto faz isso, você se desapega do seu texto. Dar um tempo antes de reler a redação é importante porque, quando você retornar ao que escre- veu, ficará mais fácil ver possíveis erros. Quando você se afasta e faz outra coisa, ao reler é como se estivesse lendo algo novo e os equívocos saltam aos olhos. Essa é uma prática importante para garantir que não haja erros gramaticais, de coesão, de coerência e de escrita. É nesse momento que você vai notar se tem alguma palavra faltando, um conector errado ou uma conjugação equivo- cada. Caso você retorne à redação imediatamente ao terminar, provavelmente vai deixar passar vários detalhes que podem diminuir a sua nota. B a n c a s Curso de Redação Leia com atenção na hora de passar a limpo Depois de revisar o texto, é hora de passar a limpo e, nesse momento, é preciso muita atenção. Não faça nada correndo para não errar uma palavra ou escrever o que estava na próxima linha, por exemplo. Fique atento, inclusive para corrigir errinhos que ainda ficaram após a revisão. Confirme se o que você colocou no cartão resposta está de acordo com o rascunho, porque equívocos podem gerar rasuras, que não são boas esteticamente, e perda de espaço na folha. Outra coisa que é muito importante ao passar a limpo é fazer uma letra legível, não ne- cessariamente bonita, mas o examinador precisa entender o que você está dizendo. Não adianta escrever uma super redação se quem for corrigir não conseguir compreender o conteúdo. Então, muita atenção à caligrafia. Além disso, é essencial respeitar as margens do cartão resposta. Por isso, não escreva fora do quadro: nem para os lados nem a mais das linhas estipuladas. Tudo que estiver fora das margens da folha será desconsiderado. Mitos e verdades sobre redação para concurso Até este ponto já aprendemos várias dicas práticas sobre as redações de concurso, mas agora vamos relembrar alguns mitos e verdades bastante comuns nesse tipo de prova: A letra pode ser cursiva ou de forma VERDADE. Não importa qual formato de letra você vai usar, desde que a escrita esteja le- gível e a diferenciação entre minúsculas e maiúsculas seja clara. “Isso” é para o que já foi falado e “isto” é para o que ainda será dito VERDADE. Gramaticalmente a regra é essa. Por exemplo: • Isto é o que eu tenho para dizer: você precisa beber mais água. • Você precisa beber mais água. É isso que eu tenho para dizer. Não posso repetir palavras ao longo do texto MITO. Você pode, sim, repetir palavras, desde que elas não estejam muito próximas. Caso você precise usar um termo duas vezes na mesma frase, verifique a possibilidade de trocar por um pronome ou por um sinônimo. Se você usou determinada expressão num parágra- fo, não tem problema usá-la no próximo. Mas tente não exagerar na repetição, principal- mente de vocábulos como “que” e “de”. Não preciso escrever palavras difíceis para ser formal VERDADE. Como já dissemos aqui, você precisa ter um bom vocabulário para escrever uma redação sem ficar repetindo palavras. Contudo, o ideal é ser o mais simples possível e escre- ver de forma clara, que qualquer pessoa poderia entender. Caso seja necessário usar algum termo técnico que nem todo mundo conhece, explique-o de forma sucinta, mas inteligível. Gastar tempo com rascunho é ruim MITO. Rascunhar é importante, mesmo que não seja o texto inteiro, mesmo que sejam apenas os tópicos ou as ideias principais. Isso porque, fazendo o rascunho, você se certi- fica de que não vai esquecer nada que precisa ser dito. B a n c a s Curso de Redação Não é necessário colocar aspas em palavras estrangeiras MITO. Tome muito cuidado quando for usar palavras que tenham origem em outras línguas, mesmo aquelas expressões que já fazem parte do nosso vocabulário diário como “internet”, “on- line”, “best seller” e “home office”. É obrigatório fazer essa marcação em palavras estrangeiras. É melhor trocar o termo ao invés de chutar a grafia correta VERDADE. Se você não tem certeza de como se escreve uma palavra, pense em outras que tenham o mesmo significado para substituí-la. Só em último caso, se você não conse- guir se lembrar de nenhuma, escreva como achar que é. Mas esteja sempre consciente de que errar a grafia pode te prejudicar. Veja algumas expressões: • Assessor: quem faz assessoria, por exemplo, “O assessor de imprensa do Governador o ajudou durante a coletiva”; • Excepcional: pode ser algo fora do comum, um sinônimo para “anormal”, ou de qualidade elevada, no sentido de “extraordinário”; • Sessão: reuniões ou assembleias com um intervalo entre elas, por exemplo, “A sessão do filme das 14h já vai começar, mas a das 17h foi cancelada”; • Seção: parte de um todo, por exemplo, “Essa é a seção de sapatos e aquela a de roupas”; • Cessão: substantivo que vem do verbo ceder, por exemplo “A família da vítima admitiu a cessão dos seus órgãos para estudo” é igual à “A família da vítima cedeu os seus órgãos para estudo”; • Frisar: sinônimo para ressaltar, salientar, evidenciar; • Perda: substantivo, por exemplo, “A perda material foi muito pequena”; • Perca: verbo, por exemplo, “Espero que você não perca tempo tentando arrumar o carro”. Os erros mais comuns em redações de concurso Você já sabe o que fazer e o que não fazer numa redação de concurso, mas não custa nadarecapitular. São erros comuns na hora da prova: • Fuga do tema proposto: isso pode gerar nota zero; • Gramática: o uso correto de pontuação, acentuação e da língua portuguesa de forma direta; • Usar gírias e expressões da oralidade: você não pode se esquecer de que este é um texto formal; • Vocabulário rebuscado aumenta a nota: muito cuidado, porque palavras difíceis e incomuns causam confusão; • Ultrapassar o limite de linhas proposto: só é pontuado o que estiver dentro das margens; • Não ter uma estrutura textual: isso faz você ficar indo e voltando no assunto sem chegar a lugar nenhum; • Falta de objetividade: o famoso “encher linguiça”, ou seja, escrever demais apenas para inflar o texto com palavras; • Senso comum: utilizar argumentos gerais que qualquer um conhece demonstra pouco co- nhecimento do tema, falta de opinião própria e baixo poder de argumentação. B a n c a s O treino está intenso e o motivo é grandioso: A sua aprovação está mais próxima! Nós acreditamos em você! “Sucesso é o acúmulo de pequenos esforços, repetidos dia e noite”. Robert Collier Protagonista Concursos nas redes sociais: https://www.instagram.com/Protagonista_Concursos/ https://www.facebook.com/ProtagonistaConcursos Siga-nos: Instagram e Facebook: Protagonista_Concursos (34) 99868-1113 (34) 99684-1313 https://www.instagram.com/Protagonista_Concursos/ https://www.facebook.com/ProtagonistaConcursos GRADE DE CORREÇÃO FUVEST/VUNESP/PUC A redação deverá ser, obrigatoriamente, uma dissertação, na qual se espera que o candidato demonstre capacidade de mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar coerentemente e expressar-se de modo claro, correto e adequado. Na correção da redação, serão avaliados três aspectos (Tipo de Texto e abordagem do Tema, Estrutura e Expressão) que somam nota 10. Funcionamento da Grade de Correção: Para que a nota do texto em um critério seja estabelecida, é importante que a redação se adeque à maioria dos itens discriminados naquela nota. Não é necessário, portanto, que o texto cumpra os itens da nota em sua totalidade. Em alguns casos, o texto poderia, segundo os critérios, receber 0,5 a mais ou 0,5 a menos de acordo com a subjetividade do corretor, o que também ocorre na correção oficial dos vestibulares. Discriminação dos Critérios e dos Valores A. Desenvolvimento do tema e organização do texto dissertativo-argumentativo. Verifica-se, neste item, se o texto configura-se como uma dissertação argumentativa e se atende ao tema proposto ou sugerido. Pressupõe-se, então, que o candidato demonstre a habilidade de compreender a proposta de redação e, quando esta contiver uma coletânea, que ele se revele capaz de ler e de relacionar adequadamente os textos que a integram. A paráfrase de elementos que compõem a proposta de redação não é um recurso recomendável para o desenvolvimento adequado do tema. Não se recomenda, também, que o texto produzido se configure como uma dissertação meramente expositiva, isto é, que se limite a expor dados ou informações relativas ao tema, sem que se explicite um ponto de vista devidamente sustentado por uma argumentação consistente. No que diz respeito ao desenvolvimento do tema, verifica-se, além da pertinência das informações e da efetiva progressão temática, também a capacidade crítico-argumentativa que a redação venha a revelar, podendo até promover no texto, como um todo, uma analogia por metáfora ou ilustração. 0,0: Fuga total do tema proposto (texto sem nenhuma intersecção com os textos da coletânea); Fuga do tipo textual (texto em que não se reconheça nenhuma marca de dissertação); Em ambos os casos, a redação será anulada. 0,5*: Desvio, restrição a particularidades ou ampliação demasiada do tema proposto (mau uso da coletânea); Pouca consideração da interlocução pertinente ao tipo textual (diálogo com o leitor/excesso de subjetividade); Precariedade no domínio da modalidade argumentativa (texto sem tese e com todos os parágrafos de desenvolvimento descritivos/expositivos). 1,0*: Cópia da coletânea ou articulação rudimentar entre conhecimento de mundo e o repertório cultural fornecido por ela; Texto majoritariamente descritivo/expositivo, mas que esboça um ponto de vista objetivo; Texto com argumentação; ela é, contudo, pouco desenvolvida e restrita ao senso comum; *ATENÇÃO! A atribuição de 0,5 ou 1,0 ponto no item A caracteriza fuga parcial do tema ou do tipo textual, assim não será possível atribuir valor maior que 1,5 ponto no item B – Estrutura. 1,5: Desenvolvimento parcial do tema, aproveitamento parcial dos textos e figuras propostas pela coletânea Paráfrase da coletânea; Há um posicionamento dentro da estrutura dissertativa e é perceptível o tipo textual; Texto com argumentação, contudo, parcialmente desenvolvida e com trechos sustentados apenas pelo senso comum. 2,0: Desenvolve bem o tema proposto, analisando os elementos da problemática enfocada na proposta e na coletânea; Há compreensão, desenvolvimento, comprovação e articulação do tema proposto; Texto com tese, mas que ainda é mal construída ou é pouco amadurecida, e detectável tentativa de desenvolver argumentação, mas sem fazê-la de maneira satisfatória (como quando não consegue trabalhar um exemplo – histórico ou atual - de forma consistente). 2,5: Consideração e bom uso da coletânea; Demonstra boa competência no desenvolvimento do tema; Texto com tese clara e bem construída; Texto que apresente um desenvolvimento limitado (ao menos de um argumento). 3,0: Desenvolve muito bem o tema e demonstra competência no diálogo com a coletânea; Texto com tese clara, bem construída, madura e original, no qual se vejam desenvolvidos argumentos consistentes (com exemplificações coerentes ao que foi exposto). 3,5: Desenvolve muito bem o tema, a partir de um ponto de vista crítico, que transcende os elementos da coletânea e consegue analisar as relações tensivas entre todos os elementos enfocados na proposta; Texto com tese clara, madura e original, no qual se vejam desenvolvidos argumentos consistentes (com exemplificações coerentes ao que foi exposto e possíveis contrapontos); Detectável tentativa de uso de referências intelectuais externas de caráter intertextual para a construção de analogias, comparações ou paralelos que sustentem os argumentos. 4,0: Desenvolve muito bem o tema, a partir de um ponto de vista crítico, que transcende os elementos da coletânea e consegue analisar as relações tensivas entre todos os elementos enfocados na proposta; Competência e originalidade em argumentar e interpretar a partir de uma seleção de fatos e opiniões fundamentados no seu conhecimento de mundo. Leitura crítica e ampliadora dos elementos fornecidos pela coletânea e das figuras propostas; Texto com tese substancial, original e amadurecida; argumentos consistentes, comprováveis e autorais; Uso perfeito de referências intelectuais externas de caráter intertextual para a construção de analogias, comparações ou paralelos que sustentem os argumentos. B. Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto. Avaliam-se, conjuntamente, a coerência dos argumentos e das opiniões e a coesão textual, ou seja, a correta articulação das palavras, frases e parágrafos. A coerência reflete a capacidade do candidato de relacionar os argumentos e organizá-los de forma a deles extrair conclusões apropriadas e, também, sua habilidade para o planejamento e a construção significativa do texto. Serão considerados de forma negativa a presença de contradições entre frases ou parágrafos, a falta de encadeamentodas ideias, a circularidade ou quebra da progressão argumentativa, o uso de argumentação baseada apenas no senso comum e a falta de conclusão ou conclusões que não decorram do que foi previamente exposto. Serão tidos também como fatos negativos referentes à coesão, entre outros, o estabelecimento de relações semânticas impróprias entre partes do texto, assim como o uso inadequado de conectivos. 0,0: Texto completamente incoerente; Texto sem coesão detectável; Texto com trechos não pertinentes à proposta, ofensivos e com caráter indevidamente provocativo. Em todos os casos, a redação será anulada 0,5: Texto caótico com contradições entre suas partes; Não há conexão (sintática ou semântica) entre os parágrafos; Problemas excessivos no uso de conectivos e na articulação das ideias e dos argumentos. 1,0: A macroestrutura do texto é articulada precariamente, ou seja, começo, meio e fim não estão claros; Má expressão formal das conexões de sentido nos parágrafos e entre eles, ou seja, as partes do texto apresentam muitos problemas na utilização dos recursos coesivos; Não há relação adequada entre os argumentos e deles não se extraem conclusões apropriadas; Ausência de uma das partes do texto com prejuízo para o entendimento total (introdução, desenvolvimento ou conclusão); Há contradições entre as ideias secundárias no texto; Não há unidade textual. 1,5**: Texto com estrutura ainda falha e que apresente problemas de articulação, concatenação e paragrafação, mas no qual seja detectável a tentativa de explicação ou argumentação; Texto que apresente microestrutura precária (falha na elaboração de mais de um parágrafo); Presença de alguma incoerência externa; Falta de planejamento das expressões formais da estrutura dissertativa; Texto em que que surjam indícios de unidade textual. ** Caso haja desvio parcial do tema ou do tipo textual, o texto não poderá ter nota maior que 1,5 ponto na Estrutura – item B – como foi apontado no item A. 2,0: Texto que apresente pontuais problemas de articulação, concatenação e/ou paragrafação, ou seja, ainda não faz bom uso de elementos coesivos; Microestrutura falha em pelo menos um dos parágrafos; Estrutura textual que respeita a ordem das partes de um texto dissertativo (introdução - tese; argumentação; e conclusão) mas que ainda não planeja com detalhes a ordem das ideias; Unidade textual detectável. 2,5: Boa articulação de argumentos e boa paragrafação (sabendo-se utilizar de elementos coesivos - catafóricos e anafóricos); Alguns problemas pontuais na utilização dos recursos coesivos; Estrutura detectável e logicamente formulada, respeitando a ordem das partes de um texto dissertativo (introdução - tese; argumentação; e conclusão); Apresenta unidade textual; Texto que cria relações ou pontos de semelhança entre elementos diferentes para compor uma analogia que permeie parte do texto; Texto com completa unidade semântica e formal. 3,0: Texto muito acima da média, com estrutura transparente, precisa e segura, que faça da conjunção das partes - tese, desenvolvimento e conclusão - um todo bem acabado; Texto com unidade semântica e formal amadurecida e com autonomia; Texto com excelente domínio dos recursos de coesão e coerência, muito bem articulado e que cria relações ou pontos de semelhança entre elementos diferentes para compor uma analogia que permeie todo o texto. C. Correção gramatical e adequação vocabular. Avaliam-se, neste aspecto, o domínio do padrão culto escrito da língua portuguesa e a clareza na expressão das ideias. Serão examinados aspectos gramaticais como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação, e o emprego adequado e expressivo do vocabulário. Espera-se que o candidato revele competência para expor com precisão e concisão os argumentos selecionados para a defesa do ponto de vista adotado, evitando o uso de clichês ou frases feitas. Avalia-se, também, a seleção adequada do vocabulário, tendo em vista as peculiaridades do tipo de texto exigido. 0,5: Texto com excesso de vocábulos incompreensíveis e/ou com muitas construções sintáticas não adequadas à Língua Portuguesa. 1,0: Texto com muitos problemas gramaticais considerados graves, como excessivas construções sintáticas deficientes (períodos ou orações incompletas), mau uso de pronomes, muitas falhas na concordância ou excesso de falhas na pontuação que prejudiquem a compreensão de trechos e ideias; Excesso de termos falhos (palavras vagas, gírias, coloquialismos, oralidades); Texto com linguagem regular, com imprecisões lexicais e detectável restrição vocabular Uso em demasia de clichês e frases feitas; Repetição – 3 usos ou mais – de vocábulos referentes ao mesmo conceito (ex: “trabalho, trabalhar, trabalhando, trabalhador”; ”ser humano, homem, indivíduo, sujeito”) ou idênticos sempre que prejudicarem a fluidez da leitura. Estará a critério do autor do texto e do corretor o bom senso quanto à repetição de conjunções e preposições. 1,5: Texto com linguagem regular, com algumas imprecisões lexicais e moderada restrição vocabular; Presença de desvios gramaticais nos procedimentos sintáticos; Texto que respeita as estruturas sintáticas, porém, ainda falha na clareza; Pontuais clichês; Repetição branda de palavras, mas que ainda prejudica a fluidez da leitura. 2,0: Texto com bom uso da norma culta, com poucos desvios ortográficos, mas com imprecisões lexicais e que ainda pode melhorar o “como dizer” por meio de um refino dos processos sintáticos; 2,5: Texto com bom domínio vocabular, com raros desvios ortográficos, com pontuais imprecisões lexicais, com bom uso da pontuação, mas que demonstra insegurança nas escolhas linguísticas; 3,0: Domínio pleno, autoral e/ou inventivo dos recursos linguísticos dentro da norma culta da língua portuguesa, apresentando nenhuma ou quase nenhuma transgressão gramatical. Coordenador responsável Prof. Dr. Fabrício César de Oliveira Coordenador do Redação e Dialogia