Buscar

AVALIAÇÃO-PSICOLÓGICA-NA-ATUALIDADE-E-ELABORAÇÃO-DE-DOCUMENTOS-PSICOLÓGICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AS FERRAMENTAS DE ASSESSMENT NA AVALIAÇÃO DE 
TENDÊNCIAS COMPORTAMENTAIS 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ATUALIDADE E 
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ATUALIDADE E ELABORAÇÃO DE 
DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS ..................................................................... 1 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 
Qual a diferença entre avaliação psicológica e testagem psicológica? 7 
Quais os passos mínimos para se fazer avaliação psicológica? ......... 7 
Quais as respostas fornecidas pela avaliação psicológica? ................ 8 
Quais os principais cuidados a serem seguidos na elaboração de um 
relatório/laudo psicológico? ............................................................................ 8 
Que competências um psicólogo necessita para realizar avaliação 
psicológica? .................................................................................................... 8 
BREVE PROCESSO HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DOS 
LAUDOS PSICOLÓGICOS E SUAS NECESSIDADES DE 
REGULAMENTAÇÃO ..................................................................................... 9 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS
 ......................................................................................................................... 14 
O que preciso saber sobre documentos psicológicos? ...................... 15 
Para que serve um documento psicológico? ..................................... 16 
O que deve ser avaliado ao elaborar um documento psicológico? .... 16 
Quais cuidados devem ser tomados com a linguagem de um 
documento psicológico? ............................................................................... 17 
Princípios Norteadores na Elaboração de Documentos ..................... 17 
Princípios Técnicos da Linguagem Escrita ........................................ 17 
Princípios Éticos................................................................................. 18 
Princípios Técnicos ............................................................................ 18 
Conceito / Finalidade / Estrutura ........................................................ 19 
TIPOS DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS ....................................... 26 
Atestado psicológico .......................................................................... 26 
file://///192.168.0.2/V/Pedagogico/PSICOLOGIA/AVALIAÇÃO%20PSICOLÓGICA%20E%20PSICODIAGNÓSTICO/AVALIACAO%20PSICOLOGICA%20NA%20ATUALIDADE%20E%20ELABORAÇAO%20DE%20DOCUMENTOS%20PSICOLÓGICOS/AVALIAÇÃO%20PSICOLÓGICA%20NA%20ATUALIDADE%20E%20ELABORAÇÃO%20DE%20DOCUMENTOS%20PSICOLÓGICOS.docx%23_Toc125359587
file://///192.168.0.2/V/Pedagogico/PSICOLOGIA/AVALIAÇÃO%20PSICOLÓGICA%20E%20PSICODIAGNÓSTICO/AVALIACAO%20PSICOLOGICA%20NA%20ATUALIDADE%20E%20ELABORAÇAO%20DE%20DOCUMENTOS%20PSICOLÓGICOS/AVALIAÇÃO%20PSICOLÓGICA%20NA%20ATUALIDADE%20E%20ELABORAÇÃO%20DE%20DOCUMENTOS%20PSICOLÓGICOS.docx%23_Toc125359587
 
 
Relatório/ laudo psicológico ............................................................... 28 
DECLARAÇÃO ...................................................................................... 32 
Parecer psicológico ............................................................................ 33 
O INFORME PSICOLÓGICO E SEUS DIFERENTES TIPOS ............... 34 
VALIDADE DOS CONTEÚDOS DOS DOCUMENTOS ......................... 37 
Guarda dos Documentos e Condições de Guarda ............................ 37 
Diretrizes para o ensino De avaliação psicológica ............................. 38 
Que providências devem tomadas na entrega de documentos 
psicológicos? ................................................................................................ 42 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de 
coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos 
fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a 
sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas - métodos, 
técnicas e instrumentos. Os resultados das avaliações devem considerar e 
analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com 
a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o 
indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a 
formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica. 
Ao longo de sua prática, o psicólogo tem sido solicitado em vários 
contextos a elaborar documentos psicológicos, que se dividem em: declaração, 
atestado, relatório/ laudo e parecer psicológicos. O presente tem como objetivo 
investigar sobre os documentos psicológicos e os problemas em torno de sua 
elaboração. Entretanto, essa tarefa costuma ser a mais evitada pelo psicólogo, 
pois boa parte dos informes elaborados tem sido criticada por sua precária 
validade. Em resposta a isso, a categoria mobilizou-se em torno dos problemas 
advindos da escrita e as constantes falhas técnicas, incoerências e imprecisões, 
instituindo o Manual de Elaboração de Documentos Produzidos por Psicólogos 
decorrentes de Avaliação Psicológica. Entretanto, apesar do Manual contribuir 
para que o psicólogo não incorra em falhas básicas, o mesmo não é suficiente 
para impedir os erros. Portanto, é necessário desconstruir o caráter ilusório 
atribuído à Psicologia, como se esta oferecesse instrumentos para a 
compreensão integral ou mágica do sujeito. 
Ao longo de sua prática o psicólogo tem sido solicitado em vários 
contextos a elaborar algum tipo de documento psicológico. Entretanto, a 
literatura especializada fornece dados que possibilitam compreender que essa é 
a tarefa que costuma ser mais evitada por esse profissional, pois compromete 
muito quem a exerce. A dificuldade está no fato de ser necessário muito 
conhecimento, experiência clínica e dedicação; fazendo com que o profissional 
inseguro a evite. Isso se justifica porque boa parte dos informes elaborados tem 
 
 
sido criticada por sua precária validade e desprezada como algo obsoleto 
(ARZENO, 1995). 
No que se refere especificamente aos laudos psicológicos, observou-se 
que inúmeras são as denúncias que têm chegado ao Conselho Federal de 
Psicologia (CFP) contra psicólogos que os elaboram de forma duvidosa, e sem 
nenhum tipo de validade verificável. Entretanto, o laudo psicológico, resultante 
do processo de avaliação psicológica diagnóstica ou deum processo 
terapêutico, retrata o cerne da atividade do psicólogo e por isso essa atividade 
não pode deixar de ser exercida. Diante disso, a presente pesquisa se justifica 
por sua relevância em divulgar orientações sobre como elaborar documentos 
psicológicos de forma correta e por discutir especificamente sobre os laudos 
psicológicos e os processos ideológicos que permeiam a sua construção. 
Assim, o presente discorrerá sobre os documentos psicológicos, detendo-
se especificamente nos laudos psicológicos, onde será feita uma discussão 
sobre os problemas em torno de sua elaboração. 
Inicialmente é apresentada a metodologia do artigo, que consiste numa 
revisão bibliográfica sobre o assunto supracitado. A introdução está dividida em 
três tópicos: 
• O primeiro apresenta brevemente as principais características dos 
documentos psicológicos. 
• O tópico de número dois discorre sobre os tipos de documentos 
psicológicos e apresenta as peculiaridades de cada um; 
• Seguido pelo terceiro tópico, que apresenta as tipologias de 
informes psicológicos, sendo recortados os seis tipos mais 
comuns, que terão finalidades diferentes, a depender da demanda. 
Posteriormente, nos resultados e discussões, aborda-se o breve processo 
histórico sobre o surgimento dos laudos psicológicos e as necessidades. 
Consiste numa revisão de literatura sobre a temática da elaboração de 
documentos psicológicos e os problemas em torno de sua elaboração. Foram 
usados os seguintes descritores: documentos psicológicos, informe psicológico 
e laudos psicológicos. 
 
 
Qual a diferença entre avaliação psicológica e testagem 
psicológica? 
 
A avaliação psicológica é um processo amplo que envolve a integração 
de informações provenientes de diversas fontes, dentre elas, testes, entrevistas, 
observações, análise de documentos. A testagem psicológica, portanto, pode 
ser considerada uma etapa da avaliação psicológica, que implica a utilização de 
teste(s) psicológico(s) de diferentes tipos. 
 
Quais os passos mínimos para se fazer avaliação 
psicológica? 
 
O processo de avaliação psicológica apresenta alguns passos essenciais 
para que seja possível alcançar os resultados esperados, a saber: 
• Levantamento dos objetivos da avaliação e particularidades do 
indivíduo ou grupo a ser avaliado. Tal processo permite a escolha 
dos instrumentos/estratégias mais adequados para a realização da 
avaliação psicológica; 
• Coleta de informações pelos meios escolhidos (entrevistas, 
dinâmicas, observações e testes projetivos e/ou psicométricos, 
etc). É importante salientar que a integração dessas informações 
devem ser suficientemente amplas para dar conta dos objetivos 
pretendidos pelo processo de avaliação. Não é recomendada a 
utilização de uma só técnica ou um só instrumento para a 
avaliação; 
• Integração das informações e desenvolvimento das hipóteses 
iniciais. Diante destas, o psicólogo pode constatar a necessidade 
de utilizar outros instrumentos/estratégias de modo a refinar ou 
elaborar novas hipóteses; 
• Indicação das respostas à situação que motivou o processo de 
avaliação e comunicação cuidadosa dos resultados, com atenção 
aos procedimentos éticos implícitos e considerando as eventuais 
 
 
limitações da avaliação. Nesse processo, os procedimentos variam 
de acordo com o contexto e propósito da avaliação. 
 
Quais as respostas fornecidas pela avaliação psicológica? 
 
O processo de avaliação psicológica é capaz de prover informações 
importantes para o desenvolvimento de hipóteses, por parte dos psicólogos, que 
levem à compreensão das características psicológicas da pessoa ou de um 
grupo. Essas características podem se referir à forma como as pessoas irão 
desempenhar uma dada atividade, à qualidade das interações interpessoais que 
elas apresentam, etc. Assim, dependendo dos objetivos da avaliação 
psicológica, a compreensão poderá abranger aspectos psicológicos de natureza 
diversa. É importante notar que a qualidade do conhecimento alcançado 
depende da escolha de instrumentos que maximizem a qualidade do processo 
de avaliação psicológica. 
 
Quais os principais cuidados a serem seguidos na 
elaboração de um relatório/laudo psicológico? 
 
Sempre levando em consideração sua finalidade, o laudo deverá conter a 
descrição dos procedimentos e conclusões resultantes do processo de avaliação 
psicológica. O documento deve dar direções sobre o encaminhamento, 
intervenções ou acompanhamento psicológico. As informações fornecidas 
devem estar de acordo com a demanda, solicitação ou petição, evitando-se a 
apresentação de dados desnecessários aos objetivos da avaliação. Mais 
detalhes sobre a elaboração desse documento podem ser obtidos mediante a 
consulta da Resolução CFP nº 07/2003. 
 
Que competências um psicólogo necessita para realizar 
avaliação psicológica? 
 
Em princípio, basta que o profissional seja psicólogo para que ele possa 
realizar avaliação Ppicológica. En tretanto, algumas competências específicas 
 
 
são importantes para que esse trabalho seja bem fundamentado e realizado com 
qualidade e de maneira apropriada: 
• Ter amplos conhecimentos dos fundamentos básicos da Psicologia, 
dentre os quais podemos destacar: desenvolvimento, inteligência, 
memória, atenção, emoção, etc, construtos esses avaliados por 
diferentes testes e em diferentes perspectivas teóricas; 
• Ter domínio do campo da psicopatologia, para poder identificar 
problemas graves de saúde mental ao realizar diagnósticos; 
• Possuir um referencial solidamente embasado nas teorias 
psicológicas (psicanálise, Psicologia analítica, fenomenologia, 
Psicologia sociohistórica, cognitiva, comportamental, etc.), de modo 
que a análise e interpretação dos instrumentos seja coerente com tais 
referenciais; 
• Ter conhecimentos da área de psicometria, para poder julgar as 
questões de validade, precisão e normas dos testes, e ser capaz de 
escolher e trabalhar de acordo com os propósitos e contextos de cada 
um; 
• Ter domínio dos procedimentos para aplicação, levantamento e 
interpretação do(s) instrumento(s) utilizados para a avaliação 
psicológica. 
 
BREVE PROCESSO HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DOS 
LAUDOS PSICOLÓGICOS E SUAS NECESSIDADES DE 
REGULAMENTAÇÃO 
 
Para Shine (2009) o laudo psicológico é um documento no qual as 
contradições dos pedidos e dos desejos se fazem presentes na escritura que 
visa “congelar” uma dinâmica e propor saídas pragmáticas e juridicamente 
válidas. Ou seja, é o meio de apresentação do trabalho pericial e dever ser 
entendido como uma comunicação técnico-científica de natureza oficial e que 
tem como destinatário o juízo que solicitou a perícia. Além disso, o laudo em sua 
forma escrita possui um valor intrínseco e extrínseco a pesquisa como fonte de 
estudo pelo qual é possível fazer a conjugação dos conhecimentos de uma 
 
 
disciplina do saber, que é a Psicologia; comunicada a leigos, porém doutores em 
outra área do conhecimento humano: os operadores do Direito. 
Dessa forma, o psicólogo, assumindo a demanda judicial de realizar 
perícia psicológica, torna-se um auxiliar da justiça. Para elaborar um laudo, o 
psicólogo precisa estar inscrito no seu respectivo Conselho Regional de 
Psicologia. Isso significa que, teoricamente, todos os psicólogos estão aptos 
para exercer essa atividade pericial. Entretanto, se teoricamente todo graduado 
em Psicologia é especialista nessa ciência e profissão e pode ser perito, também 
é verdade que os profissionais se especializam e que certas áreas podem estar 
totalmente fora desse campo (SHINE, 2009). 
O psicólogo mais recomendado para essa atividade é o psicólogo 
judiciário. Esse especialista deve passar em concurso público e assumir suas 
funções nos diversos locais de competente. Porém, no que se refere à criação 
dessa modalidade de especialidade, ainda não há nenhuma exigência formal 
extra paraque qualquer psicólogo devidamente inscrito no CRP possa atuar 
como perito, especialista em sua área de atuação, e nomeado para tal mister na 
justiça. Caso o perito careça de conhecimento técnico ou científico o mesmo 
poderá ser substituído (SHINE, 2009). 
Para chegar ao momento atual, os laudos psicológicos passaram por um 
processo histórico. Diante disso, o presente tópico do trabalho discorrerá de 
forma breve sobre como foi o surgimento dos Laudos Psicológicos em território 
brasileiro, levando em consideração Sather (2008), ao afirma que para estudar 
os textos psicológicos é preciso levar-se em conta o momento histórico que os 
originaram. Posteriormente será explanado sobre alguns dos problemas que 
permeiam a sua elaboração. 
Desde que o primeiro curso de graduação em psicologia foi oficializado 
no Brasil, estão presentes reflexões e revisões acerca da formação do psicólogo. 
Sendo assim, pode-se considerar a inquietação com a preparação do 
profissional e a necessidade de melhora na área como questões analisadas há 
algum tempo. 
Segundo Noronha e outros autores (2010) a formação profissional deve 
ser eficiente para garantir uma preparação adequada aos futuros psicólogos, 
pois se espera que os testes sejam utilizados por profissionais capacitados a 
aplicá-lo e interpretá-lo de forma adequada, já que a maioria das críticas aos 
 
 
testes, além de suas características intrínsecas, se referem, também, ao uso 
inadequado dos resultados por profissionais não qualificados. 
Dessa forma, o percurso da Psicologia no Brasil atravessa primeiramente 
o ensino nos cursos de medicina. No começo dos anos quarenta, quando a 
formação psicanalítica no Rio de Janeiro e em São Paulo principiou-se 
restritamente aos médicos. Com o surgimento da industrialização o trabalho 
psicológico foi fortemente requisitado na demanda de tornar mais técnica a 
seleção de pessoal, seja na adequação do homem à função ou na formação de 
lideranças para as empresas. 
Pouco depois do início desse tipo de trabalho, a Psicologia foi 
regulamentada como profissão no Brasil em 1962, e com ela se iniciam, também, 
as exigências do laudo psicológico para admissões, promoções e deslocamento 
de pessoal nas empresas brasileiras (SATHER, 2008). 
Esse processo teve ampla e rápida expansão nas escolas, onde os 
psicólogos foram sendo incorporado, também, com a função de avaliar crianças, 
montar classes e fazer encaminhamentos, por meio de laudos, para escolas 
especializadas, que pudessem corroborar para a devida assistência a crianças 
com problemas de aprendizagem ou desenvolvimento (SATHER, 2008); 
processo que contribuiu para a rotulação dos psicólogos como “máquinas de 
fazer laudos” (BARRETO; SILVA, 2011). 
A partir de 1994, o laudo foi reconhecido pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS) como atestado que justifica a permissão de licença de saúde ou 
afastamento junto à previdência social. Após a instituição da regulamentação 
das condições para a concessão de atestados psicológicos com o propósito de 
anuir à licença saúde – realizada nesse mesmo ano – em 1996, dois anos 
depois, o CFP regulamenta a concessão de atestados para tratamento de saúde 
por problemas psicológicos- Resolução CFP n° 015/96 (SATHER, 2008). 
Segundo Sather (2008) como fruto de uma mobilização da categoria sobre 
os problemas advindos da escrita profissional e as constantes falhas técnicas, 
incoerências e imprecisões que sempre a permearam, comprometendo o 
entendimento e a eficácia dos laudos, foi instituído o Manual de Elaboração de 
Documentos Produzidos por Psicólogos decorrentes de Avaliações Psicológicas 
, no ano de 2001. O objetivo foi criar um instrumento que responda as dúvidas 
 
 
mais comuns dos profissionais da área e evite erros frequentes cometidos por 
eles. 
Para Shine (2009) essa primeira iniciativa do CFP de normatizar os 
documentos elaborados a partir de avaliações psicológicas com a Resolução n° 
30/2001, foi revisada posteriormente pela Resolução n° 17/2002 e finalmente, 
em 2003, chegou-se à Resolução n° 007/2003, que está em vigor até o presente 
momento e revoga as duas anteriores. A autora questiona sobre a rapidez com 
que as versões se sucederam, processo que na opinião dela é o reflexo da 
grande dificuldade em se chegar a um consenso satisfatório nessa área. 
Sather (2008) corroborando com a autora Shine (2009), afirma que 
aparentemente as promulgações foram feitas emergencialmente, já que foram 
publicadas três resoluções uma após a outra, sinalizando o anseio de resolver 
problemas, mesmo que com a perpetração de erros e correções. Assim, é 
questionável por que após tantos anos só nesse momento ser normatizada uma 
atividade tão corriqueira como essa, uma vez que as atribuições legais datam de 
1971. 
Reflete-se que o Manual não serve apenas para a orientação de 
profissionais, mas, sobretudo, ao entrar em vigência, serve como argumento 
normativo para penalidade daqueles que o não cumprirem. Entretanto, ao 
vigorar, o Manual serve como argumento normativo para a punição daqueles que 
não o cumprem, mesmo sendo autorizados a elaborarem laudos, pois, agora, 
frente a esse instrumento, não estão (ou podem não estar) qualificados a fazê-
lo. O que, na aparência, protege a categoria pode, então, inversamente, puni-la 
(SATHER, 2008). 
Dessa forma, na justificativa do CFP para elaboração do referido Manual, 
considera-se que o psicólogo tem sido solicitado a apresentar informações 
documentais no exercício profissional, destacando a necessidade de referências 
para subsidiar a elaboração qualificada de documentos decorrentes de uma 
avaliação psicológica. Tal demanda levou ainda em conta a frequência com que 
representações éticas surgem a partir de queixas que questionam a qualidade 
dos documentos escritos (SHINE, 2009). 
É dever das instituições de ensino superior possibilitar aos estudantes o 
desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a realização 
da avaliação psicológica. No Brasil a formação dos profissionais nos cursos de 
 
 
graduação em Psicologia tem se mostrado insuficiente na aplicação e avaliação 
de testes, sem o uso de uma análise crítica e mais apurada (NORONHA ET AL., 
2010). 
Além disso, a linguagem psicológica está impregnada da construção de 
sujeitos e controle das populações, o que torna os laudos psicológicos um 
instrumento de poder que além de classificar os sujeitos psicológicos promovem 
o discurso sobre a própria profissão no âmbito de suas técnicas, funções, 
métodos, verdades etc.; os laudos psicológicos são uma forma de poder que 
podem implicar em práticas de dominação e controle. Dessa forma, estudar um 
texto qualquer tendo em vista sua emergência e sobrevida deve remeter não só 
a examinar sua coerência interna e coesão textual, mas também os mecanismos 
políticos que os estão contextualizando (SATHER, 2008). 
Shine (2009) observa que o grande desafio colocado é apresentar uma 
linguagem precisa, principalmente quando se refere os dados de natureza 
subjetiva. Na opinião dela, é muito mais fácil “falar” do que “fazer”, principalmente 
porque não existe um momento específico de treino na própria formação do 
psicólogo. Na opinião dela, seria necessária uma disciplina de especialização 
em Psicologia Jurídica nas grades do curso de Psicologia no Brasil. Todavia, 
sabe-se que esse é um processo difícil, tendo em vista que a ênfase na formação 
generalista do psicólogo em território brasileiro ser contrária a inserção de 
disciplinas de especialização. 
Padilha, Noronha e Fagan (2007) sugerem que é necessário que os 
psicólogos realizem cursos de atualização e se insiram em programas de pós-
graduação para aprimorar o conhecimento necessário para a construção e o uso 
dos instrumentos de avaliação. 
Além disso, a discussão dos problemas éticos que ocorre na disciplina de 
ética profissional não dá conta das nuances e especificidades deuma atuação 
particular. No que se refere à Resolução do CFP de n° 007/2003, sem dúvida 
alguma é uma contribuição válida para os psicólogos que elaboram documentos 
decorrentes de uma avaliação psicológica, uma vez que permite uma distinção 
entre os diversos tipos de documentos, dando uma diretriz mínima para a sua 
construção (SHINE, 2009). 
Entretanto, apesar do Manual contribuir para que o psicólogo não incorra 
em falhas básicas, ele não é suficiente para impedir erros do psicólogo em uma 
 
 
área em que é desconhecida a relação dinâmica das forças institucionais em 
jogo. Então, para alcançar esse objetivo a normatização do Manual não tem e 
nem teria como dar conta do conhecimento de uma atuação em uma 
especialidade como a Psicologia Jurídica. 
Dessa forma, fica claro que a formação do psicólogo ainda não se voltou 
para um melhor treino para a apresentação de dados obtidos no processo de 
avaliação psicológica. Isso se justifica porque durante a formação dos 
graduandos em Psicologia, é comum que o ensino e o tratamento em 
Psicodiagnóstico são finalizados no exato momento de se redigir um relatório 
psicológico; implicitamente dizendo que após se recolher os dados necessários, 
de qual forma for, bem como os resultados, não fosse tão importante o processo 
de transmiti-los (SHINE, 2009. 
Portanto, é necessário desconstruir esse caráter ilusório que muitas vezes 
é atribuído à ciência psicológica, como se ela oferecesse instrumentos para a 
compreensão integral ou quase mágica do sujeito. Isso se justifica porque a 
realidade demonstra que a Psicologia, independentemente da linha teórica 
empregada, dispõe apenas de técnicas que possibilitam interpretações 
possíveis a respeito do comportamento humano (FERNANDES, 2011). 
 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS DOCUMENTOS 
PSICOLÓGICOS 
 
De acordo com Reppold e Serafini (2010) um grande problema quanto à 
elaboração dos documentos psicológicos se dá pelo fato de que o ensino da 
avaliação psicológica e de suas técnicas, se utilizam de referenciais teóricos e 
científicos muitos deles já ultrapassados, ou seja, bibliografia retrograda e não 
oficial, resumos e apostilas elaborados por professores, que não acompanham 
a produção atual da área. O resultado disso é o despreparo dos futuros 
profissionais em relação ao domínio de técnicas de avaliação validadas e as 
diversas competências que estão na matriz do que as Diretrizes Curriculares 
elucidam como condições mínimas para atuação de um psicólogo. 
 
 
O CFP, no ano de 2003, ao estabelecer a Resolução nº 007/2003, institui 
o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo 
decorrentes de avaliação psicológica. De acordo com a presente resolução, os 
documentos psicológicos são documentos oriundos de um processo de 
avaliação psicológica e por isso possuem um valor técnico-jurídico, assumindo 
um caráter de comunicação oficial, sendo sustentados por princípios científicos 
e formalizações. 
Ao elaborar um documento psicológico, atividade exclusiva do profissional 
de Psicologia, este deve principalmente observar as normas contidas no Código 
de Ética Profissional do Psicólogo, o Manual de Elaboração de Documentos 
Decorrentes de Avaliações Psicológicas, e utilizar-se dos instrumentais técnicos 
disponíveis, como os métodos e as técnicas psicológicas, para a coleta de dados 
a respeito de um indivíduo ou grupo, podendo, também, fazer uso de outros 
materiais e documentos produzidos anteriormente e pertinentes à avaliação em 
questão (CONSELHO..., 2003). 
No que se refere à estrutura gramatical dos documentos, o psicólogo 
precisa considerar ainda três princípios fundamentais: clareza, concisão e 
harmonia. A clareza é uma ordenação que possibilita a compreensão do leitor 
em uma redação bem estruturada e definida, expressando absolutamente o que 
se quer comunicar. Já a concisão implica numa linguagem precisa e profissional, 
evitando significações da linguagem popular ou uma redação prolixa. E a 
harmonia possibilita a correlação adequada das frases, evitando cacofonias 
(CONSELHO..., 2003). 
A presente resolução orienta que a validade dos documentos psicológicos 
deve considerar a legislação vigente nos casos já definidos. Caso não haja 
definição legal, o psicólogo, utilizando-se de fundamentos, deverá indicar o prazo 
de validade, observando as características avaliadas, as informações obtidas e 
os objetivos da avaliação. Se o psicólogo não julgar possível o estabelecimento 
de um prazo, deverá informar o caráter situacional e temporal dos dados de uma 
avaliação psicológica (CONSELHO..., 2003). 
 
O que preciso saber sobre documentos psicológicos? 
 
 
 
O Sistema Conselhos de Psicologia, cumprindo a função social de 
contribuir com o aprimoramento técnico-científico da profissão, atualiza a norma 
sobre elaboração de documentos psicológicos. Em 29 de junho de 2019 entrou 
em vigor a Resolução CFP Nº 006/2019. Os documentos emitidos no exercício 
da Psicologia impactam o cotidiano das relações sociais, e devem, portanto, 
revelar compromisso com a promoção dos direitos humanos, a sustentação 
teórica e técnica, a autonomia intelectual, a visão interdisciplinar e a atitude 
profissional avaliativa, compreensiva e integradora, para responder de forma 
adequada as demandas de trabalho. Por isso é fundamental a leitura, na íntegra, 
da Resolução CFP nº 006/2019. 
 
Para que serve um documento psicológico? 
O documento psicológico resulta da prestação direta de serviços 
psicológicos a uma pessoa, grupo ou organização. Pode ser o registro da 
conclusão de uma avaliação psicológica ou uma resposta a uma solicitação 
daqueles que estão diretamente envolvidos no processo de trabalho ou de 
autoridades legais. Podem ser considerados envolvidos: a/o usuária/o ou 
sua/seu responsável legal, uma/um profissional específica/o ou equipes 
multiprofissionais. 
 
O que deve ser avaliado ao elaborar um documento 
psicológico? 
A elaboração de documentos pressupõe condições dignas e apropriadas 
para sua emissão, qualidade técnica e compromisso ético. Assim, a/o 
profissional deve avaliar se: a finalidade do documento é coerente com seu 
objetivo e contexto de trabalho; se conseguirá sustentar tecnicamente as 
afirmações que compõem o documento; e, ainda, ponderar sobre o sigilo e as 
relações profissionais envolvidas. Para tanto, é essencial analisar os efeitos dos 
condicionantes históricos e sociais sobre os fenômenos psicológicos 
observados, bem como sua natureza dinâmica. Sempre que necessário, cabe 
à/ao profissional intervir de modo fundamentado sobre a demanda e construir 
um projeto de trabalho para reformulação dos condicionantes que provocam 
sofrimento psíquico ou violação de direitos humanos. 
 
 
 
Quais cuidados devem ser tomados com a linguagem de 
um documento psicológico? 
Um documento psicológico deve: expressar o raciocínio psicológico que 
o norteia, garantir a coerência com os princípios técnicos e éticos da profissão e 
com as normas cultas da língua portuguesa, bem como primar pela objetividade 
da comunicação. Para tanto, garantirá o compromisso com a promoção e defesa 
dos Direitos Humanos e a impessoalidade. Deve-se observar o uso de frases e 
parágrafos coesos e a interdependência entre os itens da estrutura do texto. O 
uso de transcrições de falas das pessoas atendidas requer justificativa técnica e 
ética, bem como a necessária contextualização textual. 
 
Princípios Norteadores na Elaboração de Documentos 
 
O psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como 
princípios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos, 
técnicos e científicos da profissão. 
 
Princípios Técnicos da Linguagem Escrita 
 
O documento deve, na linguagem escrita, apresentar uma redação bem 
estruturada e definida, expressando o que se quer comunicar. Deve ter uma 
ordenação que possibilite acompreensão por quem o lê, o que é fornecido pela 
estrutura, composição de parágrafos ou frases, além da correção gramatical. 
O emprego de frases e termos deve ser compatível com as expressões 
próprias da linguagem profissional, garantindo a precisão da comunicação, 
evitando a diversidade de significações da linguagem popular, considerando a 
quem o documento será destinado. 
A comunicação deve ainda apresentar como qualidades: a clareza, a 
concisão e a harmonia. A clareza se traduz, na estrutura frasal, pela sequência 
ou ordenamento adequado dos conteúdos, pela explicitação da natureza e 
função de cada parte na construção do todo. A concisão se verifica no emprego 
da linguagem adequada, da palavra exata e necessária. Essa "economia verbal" 
 
 
requer do psicólogo a atenção para o equilíbrio que evite uma redação lacônica 
ou o exagero de uma redação prolixa. Finalmente, a harmonia se traduz na 
correlação adequada das frases, no aspecto sonoro e na ausência de 
cacofonias. 
 
Princípios Éticos 
 
Na elaboração de DOCUMENTO, o psicólogo baseará suas informações 
na observância dos princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do 
Psicólogo. Enfatizamos aqui os cuidados em relação aos deveres do psicólogo 
nas suas relações com a pessoa atendida, ao sigilo profissional, às relações com 
a justiça e ao alcance das informações - identificando riscos e compromissos em 
relação à utilização das informações presentes nos documentos em sua 
dimensão de relações de poder. 
Torna-se imperativo a recusa, sob toda e qualquer condição, do uso dos 
instrumentos, técnicas psicológicas e da experiência profissional da Psicologia 
na sustentação de modelos institucionais e ideológicos de perpetuação da 
segregação aos diferentes modos de subjetivação. Sempre que o trabalho exigir, 
sugere-se uma intervenção sobre a própria demanda e a construção de um 
projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos condicionantes que 
provoquem o sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos e a 
manutenção das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e 
segregação. 
Deve-se realizar uma prestação de serviço responsável pela execução de 
um trabalho de qualidade cujos princípios éticos sustentam o compromisso 
social da Psicologia. Dessa forma, a demanda, tal como é formulada, deve ser 
compreendida como efeito de uma situação de grande complexidade. 
 
Princípios Técnicos 
 
O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste 
procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, 
sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no 
 
 
processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a 
natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo. 
Os psicólogos, ao produzirem documentos escritos, devem se basear 
exclusivamente nos instrumentais técnicos (entrevistas, testes, observações, 
dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que se configuram como 
métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e 
interpretações de informações a respeito da pessoa ou grupo atendidos, bem 
como sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e 
documentos produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. 
Esses instrumentais técnicos devem obedecer às condições mínimas requeridas 
de qualidade e de uso, devendo ser adequados ao que se propõem a investigar. 
A linguagem nos documentos deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, 
ou seja, deve-se restringir pontualmente às informações que se fizerem 
necessárias, recusando qualquer tipo de consideração que não tenha relação 
com a finalidade do documento específico. 
Deve-se rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, 
considerando que a última estará assinada, em toda e qualquer modalidade de 
documento. 
 
Conceito / Finalidade / Estrutura 
 
1 - Declaração 
1.1. Conceito e finalidade da declaração 
É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações 
objetivas relacionados ao atendimento psicológico, com a finalidade de declarar: 
• Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando 
necessário; 
• Acompanhamento psicológico do atendido; 
• informações sobre as condições do atendimento (tempo de 
acompanhamento, dias ou horários). 
Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas, situações ou 
estados psicológicos. 
 
 
 
1.2. Estrutura da declaração 
• Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do 
documento o carimbo, em que conste nome e sobrenome do 
psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional ("Nome do 
psicólogo / N.º da inscrição"). 
• A declaração deve expor: 
- Registro do nome e sobrenome do solicitante; 
- Finalidade do documento (por exemplo, para fins de comprovação); 
- Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por 
exemplo: se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual horário); 
- Registro do local e data da expedição da declaração; 
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou 
carimbo com as mesmas informações. 
 
Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 
 
2 - Atestado Psicológico 
2.1. Conceito e finalidade do atestado 
É um documento expedido pelo psicólogo que certifica uma determinada 
situação ou estado psicológico, tendo como finalidade afirmar sobre as 
condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita, com fins de: 
• Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante; 
• Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após 
realização de um processo de avaliação psicológica, dentro do 
rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução; 
• Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na 
afirmação atestada do fato, em acordo com o disposto na 
Resolução CFP Nº 015/96. 
 
2.2. Estrutura do atestado 
A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo 
requerente, contendo expressamente o fato constatado. Embora seja um 
documento simples, deve cumprir algumas formalidades: 
 
 
• Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do 
documento o carimbo, em que conste o nome e sobrenome do 
psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional ("Nome do 
psicólogo / N.º da inscrição"). 
• O atestado deve expor: 
- Registro do nome e sobrenome do cliente; 
- Finalidade do documento; 
- Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas 
que justifiquem o atendimento, afastamento ou falta - podendo ser registrado sob 
o indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor; 
- Registro do local e data da expedição do atestado; 
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou 
carimbo com as mesmas informações; 
- Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 
 
Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, 
separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos 
de adulterações. No caso em que seja necessária a utilização de parágrafos, o 
psicólogo deverá preencher esses espaços com traços. 
O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1, alínea b, deverá 
guardar relatório correspondente ao processo de avaliação psicológica 
realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo estipulado nesta 
resolução, item V. 
 
3 - Relatório Psicológico 
3.1. Conceito e finalidade do relatório ou laudo psicológico 
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de 
situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, 
políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como 
todo DOCUMENTO, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz 
de um instrumental técnico (entrevistas, dinâmicas,testes psicológicos, 
observação, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em 
referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo. 
 
 
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os 
procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica, 
relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o 
prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico, 
bem como, caso necessário, solicitação de acompanhamento psicológico, 
limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à 
demanda, solicitação ou petição. 
 
3.2. Estrutura 
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, 
devendo conter narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e 
harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. Os termos 
técnicos devem, portanto, estar acompanhados das explicações e/ou 
conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam. 
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: 
identificação, descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão. 
• Identificação 
• Descrição da demanda(essa expressão estava em laudo) 
• Procedimento 
• Análise 
• Conclusão 
 
3.2.1. Identificação 
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de 
identificar: 
• O autor/relator - quem elabora; 
• O interessado - quem solicita; 
• O assunto/finalidade - qual a razão/finalidade. 
 
No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) 
do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) 
inscrição(ões) no Conselho Regional. 
 
 
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do 
pedido (se a solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do 
cliente). 
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do 
pedido (se para acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para 
acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica). 
 
3.2.2. Descrição da demanda 
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à 
problemática apresentada e dos motivos, razões e expectativas que produziram 
o pedido do documento. Nesta parte, deve-se apresentar a análise que se faz 
da demanda de forma a justificar o procedimento adotado. 
 
3.2.3. Procedimento 
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos 
técnicos utilizados para coletar as informações (número de encontros, pessoas 
ouvidas etc) à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O 
procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que 
está sendo demandado. 
 
3.2.4. Análise 
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva 
de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas 
relacionados à demanda em sua complexidade. Como apresentado nos 
princípios técnicos, "O processo de avaliação psicológica deve considerar que 
os objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm 
determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas 
elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, 
portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada 
do seu objeto de estudo". 
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que 
sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos e as 
questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que 
 
 
for necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no 
Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem 
sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter linguagem precisa, 
especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva, expressando-se 
de maneira clara e exata. 
 
3.2.4. Conclusão 
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou 
considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que 
subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação 
psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua 
complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo. 
Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que 
contemplem a complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. 
Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do 
local, data de emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no 
CRP. 
 
4 - Parecer 
4.1. Conceito e finalidade do parecer 
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão 
focal do campo psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. 
O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no 
campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, 
de uma "questão-problema", visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na 
decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem 
responde competência no assunto. 
 
4.2. Estrutura 
O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, 
destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os 
quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico. 
 
 
Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e 
convincente, não deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver 
dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-se 
utilizar a expressão "sem elementos de convicção". Se o quesito estiver mal 
formulado, pode-se afirmar "prejudicado", "sem elementos" ou "aguarda 
evolução". 
O parecer é composto de 4 (quatro) itens: 
• Identificação 
• Exposição de motivos 
• Análise 
• Conclusão 
 
4.2.1. Identificação 
Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação, o nome do 
autor da solicitação e sua titulação. 
 
4.2.2. Exposição de Motivos 
Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à 
apresentação das dúvidas levantadas pelo solicitante. Deve-se apresentar a 
questão em tese, não sendo necessária, portanto, a descrição detalhada dos 
procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos. 
 
4.2.3. Análise 
A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise 
minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos fundamentos 
necessários existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da 
ciência psicológica. Nesta parte, deve respeitar as normas de referências de 
trabalhos científicos para suas citações e informações. 
 
4.2.4. Conclusão 
Na parte final, o psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo 
à questão levantada. Em seguida, informa o local e data em que foi elaborado e 
assina o documento. 
 
 
 
Modalidades de Documentos: 
• Declaração * 
• Atestado psicológico 
• Relatório / laudo psicológico 
• Parecer 
 
* A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes 
da avaliação Psicológica, embora muitas vezes apareçam desta forma. Por isso 
consideramos importante constarem deste manual afim de que sejam 
diferenciados. 
 
TIPOS DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS 
 
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 
número 007/2003, existem os seguintes tipos de documentos psicológicos: 
Atestado Psicológico, Relatório/Laudo Psicológico, Declaração e Parecer 
Psicológico. A resolução ainda esclarece que a Declaração e o Parecer 
Psicológico não são documentos decorrentes de avaliação psicológica. Todavia, 
devido ao fato de ambos aparecerem como se o fossem, são incluídos no 
referido Manual. Explicita-se a seguir sobre as quatro tipologias de documentos: 
 
Atestado psicológico 
 
Consiste num documento elaborado pelo profissional da Psicologia quecertifica uma determinada situação ou estado psicológico, visando afirmar sobre 
as condições psicológicas de que, por requerimento, o solicita com os fins de: 
justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante; justificar estar apto ou não para 
atividades específicas, após realização de um processo de avaliação 
psicológica, enquadrada dentro do rigor técnico e ético que subscreve a referida 
resolução e solicitar afastamento e/ ou dispensa do solicitante, subsidiado na 
afirmação atestada do fato, em acordo com o disposto na Resolução CFP n° 
015/96. Também, é importante deixar claro que a elaboração desse tipo de 
 
 
informe psicológico deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente, 
contendo expressamente o fato constatado (CONSELHO..., 2003). 
Em relação à estrutura do atestado, sua formação deve se restringir à 
informação que o requerente solicite, contendo exatamente o fato constatado, e 
ainda que seja um documento de caráter simples, deve obedecer algumas 
determinações, tais como ser exprimido em papel timbrado ou apresentar o 
carimbo na subscrição do documento, onde deve constar o nome e sobrenome 
do psicólogo, juntamente com sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / 
Nº da inscrição”). 
O atestado deve conter, ainda: o registro do nome e sobrenome do cliente, 
como também a finalidade do documento explicitada; o registro da informação 
do sintoma, situação ou condições psicológicas que venham justificar o 
atendimento, afastamento ou falta, podendo estar sujeito a ser registrado sob 
indicativo do código da classificação internacional de doenças em vigor; o 
registro da data e local da expedição do atestado; também o registro do nome 
completo do psicólogo bem como sua inscrição no CRP e/ou o carimbo com as 
mesmas informações; e por último a assinatura do psicólogo acima de sua 
identificação ou do carimbo (CONSELHO..., 2003). 
Assim, os registros devem estar separados apenas pela pontuação, sem 
parágrafos, evitando, com isso, riscos de adulterações. Na necessidade de usar 
parágrafos, o psicólogo deverá fazer o preenchimento dos espaços com traços. 
O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1Alínea b, da resolução 
citada, deverá guardar relatório correspondente ao processo de avaliação 
psicológica realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo 
estipulado nessa resolução, no item V (CONSELHO..., 2003). 
O atestado psicológico certifica, com fundamento no diagnóstico 
psicológico, uma determinada situação, estado ou funcionamento psicológico. 
Suas principais finalidades são justificar faltas, impedimentos, afastamentos ou 
dispensas, ou ainda justificar aptidão para atividades específicas após um 
processo de avaliação psicológica. A informação emitida no atestado deve 
possuir justificativa verificada tecnicamente e, em se tratando de afirmação sobre 
aptidão para atividades específicas, deve se respaldar em processo de avaliação 
psicológica no rigor da Resolução CFP Nº 009/2018. Este documento deve ser 
requerido formalmente (informação a ser registrada no prontuário psicológico) e 
 
 
deve se restringir às informações solicitadas, incluindo o uso de classificações 
diagnósticas, caso entenda pertinente. Alerta-se que o Conselho Regional de 
Psicologia pode solicitar a apresentação da fundamentação técnicocientífica que 
embasou a emissão do atestado, devendo a/o psicóloga/o dispor do registro 
documental pelo prazo estipulado no art. 4º, § 1º da Resolução CFP nº 001/2009. 
Para saber mais informações sobre o atestado psicológico e sua estrutura 
consulte o artigo 10 da Resolução CFP Nº 006/2019. 
 
Relatório/ laudo psicológico 
 
O relatório psicológico comunica descritivamente a atuação profissional 
em determinado caso, podendo gerar orientações, recomendações, 
encaminhamentos e intervenções. Partindo da análise do registro documental 
do trabalho realizado, é necessário avaliar quais dados serão pertinentes à 
finalidade e aos destinatários do documento para, então, descrevê-los de forma 
contextualizada e fundamentada. A narrativa deve ser detalhada, didática, 
precisa, harmônica e de linguagem acessível ao destinatário. A descrição literal 
das sessões, atendimentos ou acolhimentos deve ser utilizada apenas se 
justificada tecnicamente e acompanhada do raciocínio técnico. Destaca-se que, 
embora este documento possa mencionar o diagnóstico psicológico, essa não é 
sua finalidade. Para saber mais informações sobre este documento e sua 
estrutura consulte os artigos 11 e 12 da Resolução CFP Nº 006/2019. 
Para Shine (2009) o relatório ou laudo psicológico é um documento 
técnico e científico na área da Psicologia que precisa preencher determinados 
requisitos. Isso porque o laudo é uma representação descritiva acerca de 
situações e/ ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, 
políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Sem 
deixar de citar que o termo laudo está diretamente ligado ao trabalho pericial, 
apresentando assim uma conotação específica dentro do Direito, onde é 
considerado como uma peça escrita e fundamentada que permite aos peritos 
exporem suas observações e estudos feitos por eles, registrando as conclusões 
da perícia. 
 
 
Vendramin (2014) acrescenta que ao solicitar a elaboração de um laudo 
psicológico o magistrado equipara à ação do psicólogo perito com a de um 
inspetor policial, cujo objetivo é investigar e formular prova. Então, o laudo é um 
instrumento utilizado pela Psicologia Jurídica e apto a transmitir as conclusões 
resultantes de uma avaliação psicológica, possuindo como parâmetro basilar 
todos os conhecimentos oriundos da Psicologia Clínica tradicional aplicada ao 
contexto forense e, quando elaborado respeitando as orientações do Conselho 
Nacional de Psicologia, pode ser considerado um instrumento apto a servir como 
base probatória em determinado processo legal. 
Então, o relatório ou laudo psicológico como todo documento, deve ser 
subsidiado em dados obtidos e analisados, à luz de um instrumental técnico, 
como por exemplo: entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, 
exame psíquico e intervenção verbal, consubstanciando em referencial técnico-
filosófico e científico adotado pelo psicólogo (CONSELHO..., 2003). 
O laudo psicológico resulta de um processo de avaliação psicológica e 
objetiva subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. 
Após a devida análise dos dados obtidos e do registro documental da avaliação 
psicológica realizada, é necessário avaliar quais dados são pertinentes à 
finalidade e aos destinatários do documento para, então, descrever os resultados 
do processo de forma contextualizada e fundamentada. O laudo psicológico 
deve fornecer apenas as informações necessárias e relacionadas à demanda, 
relatando o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, a 
hipótese diagnóstica, a evolução do caso, orientação e/ou sugestão de projeto 
terapêutico. Da mesma forma que o relatório, a linguagem deve ser didática, 
precisa, harmônica e acessível ao destinatário. A descrição literal das sessões, 
atendimentos ou acolhimentos deve ser utilizada apenas se justificada 
tecnicamente e acompanhada do raciocínio técnico. Para saber mais 
informações sobre este documento e sua estrutura consulte o artigo 13 da 
Resolução CFP Nº 006/2019. 
A finalidade desse documento será a de apresentar os procedimentos e 
conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica, relatando a respeito 
do encaminhamento, das intervenções, do diagnóstico, do prognóstico e 
evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico e, caso haja 
necessidade, solicitação de acompanhamento psicológico, limitando-se a 
 
 
fornecer apenas as informações estritamente necessárias, relacionadas à 
demanda, solicitação ou petição (CONSELHO..., 2003). 
Então,o laudo psicológico é um instrumento usado como forma 
sistemática de comunicar os resultados de um processo avaliativo, sendo de 
grande utilidade para atender a demanda de profissionais nas mais diversas 
áreas, envolvendo a tomada de decisão ou encaminhamentos (SILVA; 
ALCHIERI, 2011). 
Por ser uma peça de natureza e valor científicos, o laudo psicológico 
precisa conter narrativa detalhada e didática, apresentando clareza, precisão e 
harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. Para que isso 
seja possível, os termos técnicos precisam estar acompanhados de explicações 
e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os 
sustentam (CONSELHO..., 2003). Além disso, o laudo psicológico apresenta em 
sua estruturação cinco itens obrigatórios: 
• I. Identificação: Parte superior do primeiro tópico do 
documento com a finalidade de identificar: o autor/relator – 
quem elabora; o interessado – quem solicita; o 
assunto/finalidade – qual a razão/finalidade (CONSELHO..., 
2003). Enfatizando ainda que: 
 
No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) 
do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) 
inscrição(ões) no Conselho Regional. 
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do 
pedido (se a solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do 
cliente). 
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do 
pedido (se para acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para 
acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica) 
(CONSELHO..., 2003, p. 8). 
• II. Descrição da demanda: Parte destinada à narração das 
informações referentes à problemática apresentada e dos 
motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do 
documento. Também se deve apresentar a análise que se 
 
 
faz da demanda de forma a justificar o procedimento 
adotado (CONSELHO..., 2003). 
• III. Procedimento: A descrição dele apresentará os recursos 
e instrumentos técnicos utilizados para coletar as 
informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc.) à 
luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O 
procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a 
complexidade do que está sendo demandado 
(CONSELHO..., 2003). 
• IV. Análise: Parte do documento na qual é feita uma 
exposição descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos 
dados colhidos e das situações vividas relacionados à 
demanda em sua complexidade. Além disso: 
Como apresentado nos princípios técnicos, “O processo de avaliação 
psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de 
ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e 
políticas, sendo, as mesmas, elementos constitutivos no processo de 
subjetivação. 
O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não 
definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo”. 
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que 
sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos e as 
questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que 
for necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no 
Código de Ética Profissional do Psicólogo (CONSELHO..., 2003, p. 9). 
Para finalizar esse item, o psicólogo não deve fazer afirmações sem 
sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter linguagem precisa, 
principalmente quando se referir a dados de natureza subjetiva, expressando-se 
de maneira clara e exata (CONSELHO..., 2003). 
• V. Conclusão: Nela, o psicólogo vai expor o resultado e/ou 
considerações sobre a sua investigação a partir das 
referências que subsidiaram o trabalho. As considerações 
geradas pelo processo de avaliação psicológica devem 
transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua 
 
 
complexidade e do processo de avaliação psicológica como 
um todo (CONSELHO..., 2003). 
O presente manual ainda ressalta a importância de sugestões e projetos 
de trabalho que contemplem a complexidade das variáveis envolvidas durante 
todo o processo. Depois da narração conclusiva, o documento é encerrado, com 
indicação do local, data de emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de 
inscrição no CRP (CFP, 2003). 
Portanto, o laudo uma vez escrito, constitui-se num ótimo objeto de 
pesquisa. Isso se justifica porque ele é algo relativamente identificável e sua 
leitura permite determinar os elementos essenciais de um caso, ou seja, as 
informações básicas; devendo ser de fácil leitura (SHINE, 2009). 
 
DECLARAÇÃO 
 
Consiste num documento que objetiva informar a ocorrência de fatos ou 
situações objetivas relacionados ao atendimento psicológico, visando declarar 
três questões: 
• Comparecimentos do atendido e/ ou do seu acompanhante, quando 
necessário; 
• Acompanhamento psicológico do atendido e, finalmente, fornecer. 
• Informações sobre as condições do atendimento, o que inclui o 
tempo de acompanhamento, os dias e os horários. Além disso, esse 
documento não deve apresentar o registro de sintomas, situações 
ou estados psicológicos (CONSELHO..., 2003). 
No que tange a estruturação, a declaração deve ser redigida em papel 
timbrado, semelhantemente ao atestado psicológico, apresentar na subscrição 
do documento o carimbo, onde deve haver o nome e sobrenome do psicólogo, 
somado a sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / Nº da inscrição”). A 
declaração deve apresentar o registro do nome e sobrenome do solicitante, 
igualmente a finalidade do documento, (por exemplo, para fins de comprovação); 
também deve conter o registro de informações requeridas em relação ao 
atendimento (por exemplo: se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, 
em qual horário); juntamente com o registro da data e local da expedição e o 
 
 
registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP ou o carimbo com 
as mesmas informações; e por último, deve ter a assinatura do psicólogo sobre 
sua identificação do carimbo (CONSELHO..., 2003). 
 
Parecer psicológico 
 
É um documento fundamentado e resumido a respeito de uma questão 
focal do campo da Psicologia, cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. 
Sua finalidade é apresentar uma resposta esclarecedora, no campo do 
conhecimento psicológico, por meio de uma avaliação especializada, de uma 
“questão-problema”, com o objetivo de esclarecer dúvidas que estão interferindo 
na decisão, sendo, dessa forma, uma resposta a uma consulta, exigindo daquele 
que responde competência no assunto (CONSELHO..., 2003). Em relação à 
estrutura: 
O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, 
destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os 
quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico. 
Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e 
convincente, não deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver 
dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-se 
utilizar a expressão “sem elementos de convicção”. Se o quesito estiver mal 
formulado, pode-se afirmar “prejudicado”, “sem elementos” ou “aguarda 
evolução”. (CONSELHO..., 2003, p. 9-10). 
Dessa forma, o parecer apresenta em sua estruturação quatro itens 
importantes: 
• A identificação , onde deve ser identificado o nome do parecerista 
e sua titulação, bem como o nome do autor da solicitação e sua 
titulação; 
• A exposição de motivos , que deve destinar-se a transcrição do 
propósito da consulta e dos quesitos ou à apresentação das 
indagações levantadas pelo solicitante, devendo se expor a 
questão em tese, sem ser necessário detalhar os procedimentos 
usados; 
 
 
• A análise , onde a discussão desse tipo de documento se constitui 
na análise meticulosa da questão explanada, esgrimida com base 
nos alicerces necessários, sejano âmbito ético, técnico ou no 
próprio corpo conceitual da psicologia; assim, é indispensável 
pautar-se nas normas de referências de trabalhos científicos para 
o embasamento de suas citações e informações; e finalmente, 
• A Conclusão , onde o psicólogo explicitará seu posicionamento, 
respondendo à questão levantada e em seguida, informar o local e 
data em que foi elaborado para assim assinar o documento 
(CONSELHO..., 2003). 
 
O INFORME PSICOLÓGICO E SEUS DIFERENTES TIPOS 
 
De acordo com Arzeno (1995), o informe psicológico é um resumo das 
conclusões diagnósticas e prognósticas do caso estudado e inclui muitas vezes 
as recomendações terapêuticas adequadas ao mesmo. O informe deve constar 
em cada conjunto de documentos elaborados pelo psicólogo, tanto no trabalho 
institucional ou particular. Além disso, a linguagem do informe dever ser breve e 
simples, de forma que seja compreensível a todos; onde sua escrita ocorre 
diante da solicitação de alguém. O documento poderá ser desde uma breve 
síntese a um trabalho mais elaborado. 
Dentre os tipos de informe destacam-se seis: 
• A um colega: Apresenta uma linguagem técnica e faz referência 
concreta ao material de teste do qual foi extraída esta ou aquela 
conclusão; fazendo uma descrição minuciosa da estrutura básica 
da personalidade, das suas ansiedades mais primitivas, de suas 
defesas mais regressivas e das mais maduras (ARZENO, 1995); 
podendo fazer uso, dentre outras ferramentas, das técnicas 
projetivas (VERTHELYI, 2009). 
• A um professor: O informe deve ser breve, referindo-se 
exclusivamente ao que o professor precisa saber, expresso em 
linguagem cotidiana, devendo ainda ser tomadas precauções para 
 
 
que não transpareçam intimidades do caso que não se refiram ao 
campo pedagógico (ARZENO, 1995). 
• A um advogado: Inicialmente deve-se tomar cuidado com os 
termos utilizados e com as informações que serão oferecidas. 
Normalmente esse tipo de informe se refere a algum tipo de perícia 
que terá peso numa sentença, processo que o torna um trabalho 
difícil, especialmente no campo penal. Além da desconfiança e 
reticência do sujeito a ser estudado, o psicólogo tem sobre si a 
esperança daquele que designou esse profissional; no intuito de 
encontrar, nesse informe, elementos que forneçam uma maior 
força aos seus argumentos, sejam estes advindos da defesa ou da 
promotoria (ARZENO, 1995). Arzeno (1995) acrescenta que é 
muito difícil que o sujeito acredite na parcialidade desse informe, 
sendo inclusive comum ele lançar sobre o psicólogo um olhar 
acusador ou então tentar seduzi-lo com uma atitude cúmplice. 
Além disso, esse informe deve ser expresso sem termos 
inequívocos e apresentar afirmações que não deixem margem 
para que sejam usadas conforme convier à causa. Uma vez 
elaborada a conclusão a respeito da dúvida que levou à solicitação 
da investigação, é conveniente que se justifique essa conclusão, 
utilizando como apoio alguns pontos do material, não se 
esquecendo de sempre comunicar-se em termos claros de uso 
corriqueiro no âmbito forense. 
• A um empresário: Também se lida nesse tipo de informe com a 
desconfiança e as resistências do indivíduo que aspira a obter um 
trabalho e vem fazer o psicodiagnóstico porque é obrigado a tal. Ao 
mesmo tempo, também existe a pressão do diretor da procura ou 
pelo proprietário da empresa no sentido de ser dado um informe 
favorável ao candidato que venha melhor “recomendado”. É 
comum que surjam questões que dizem respeito à ética 
profissional, que sempre deve ser mantida pelo psicólogo. Dessa 
forma, ele deve dizer o necessário de tal forma que posa ser 
interpretado com objetividade e não venha a ser utilizado para 
prejudicar o indivíduo em questão (ARZENO, 1995). 
 
 
• Ao pediatra, neurologista, fonoaudiólogo etc.: Geralmente tais 
profissionais estão interessados em receber informação a respeito 
da presença ou não de transtornos emocionais que corroborem 
para certa sintomatologia cuja origem não pode ser atribuída à 
alguma parte anatômica ou fisiológica. Assim, esse informe irá se 
referir somente ao registro ou não de transtornos emocionais, à sua 
gravidade e à conveniência de um tratamento psicológico do 
sujeito, da sua família etc.; esse paciente retornará então ao 
profissional que o enviou, pois este não é paciente do psicólogo 
(ARZENO, 1995). 
• Aos pais: Apesar de raros, podem ser solicitados informes por 
esses sujeitos. Nesse caso, deve-se primeiramente saber o motivo 
da solicitação do informe, para que a partir disso o psicólogo possa 
saber a chave da forma como deverá fazê-lo. Normalmente decorre 
do desejo de conservar algo escrito para que lhes sirva como um 
auxílio para a memória sobre tudo o que foi falado (ARZENO, 
1995). 
 
Ao longo de sua prática o psicólogo tem sido solicitado em vários 
contextos a elaborar algum tipo de documento psicológico, que se divide em: 
Declaração, Atestado Psicológico, Relatório/Laudo Psicológico e Parecer 
Psicológico. Dentre estes, destaca-se o laudo psicológico, que é um instrumento 
usado como forma sistemática de comunicar os resultados de um processo 
avaliativo, atendendo a demanda das mais diversas áreas. 
Além disso, a linguagem psicológica está impregnada da construção de 
sujeitos e controle das populações o que os torna um instrumento de poder que, 
classifica os sujeitos psicológicos e promove o discurso sobre a própria 
profissão. Já o informe psicológico é um resumo das conclusões diagnósticas e 
prognósticas do caso estudado e inclui muitas vezes as recomendações 
terapêuticas adequadas ao mesmo, devendo constar em cada conjunto de 
documentos elaborados pelo psicólogo. Entretanto, a literatura afirma que essa 
tarefa costuma ser a mais evitada por esse profissional, porque boa parte dos 
informes elaborados tem sido criticada por sua precária validade. 
 
 
Em resposta a isso, a mobilização da categoria sobre os problemas 
advindos da escrita profissional e as constantes falhas técnicas, incoerências e 
imprecisões dos laudos foi instituído o Manual de Elaboração de Documentos 
Produzidos por Psicólogos decorrentes de Avaliações Psicológicas. Entretanto, 
apesar do Manual contribuir para que o psicólogo não incorra em falhas básicas, 
ele não é suficiente para impedir erros do psicólogo. Dessa forma, é necessário 
desconstruir esse caráter ilusório que muitas vezes é atribuído à ciência 
psicológica, como se ela oferecesse instrumentos para a compreensão integral 
ou quase “mágica” do sujeito. 
 
VALIDADE DOS CONTEÚDOS DOS DOCUMENTOS 
 
O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes 
das avaliações psicológicas, deverá considerar a legislação vigente nos casos 
já definidos. Não havendo definição legal, o psicólogo, onde for possível, indicará 
o prazo de validade do conteúdo emitido no documento em função das 
características avaliadas, das informações obtidas e dos objetivos da avaliação. 
Ao definir o prazo, o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a 
indicação, devendo apresentá-los sempre que solicitado. 
 
Guarda dos Documentos e Condições de Guarda 
 
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como 
todo o material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo 
de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto 
da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica. 
Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por 
determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a 
manutenção da guarda por maior tempo. 
Em caso de extinção de serviço psicológico, o destino dos documentos 
deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo. 
 
 
No último parágrafo do documento psicológico deve haver menção sobre 
a previsão legal do tempo em que deve ser feita nova análise para aferir a 
permanência dos fenômenosobservados. Caso não exista uma norma 
específica ao contexto da demanda, deve-se registrar a natureza dinâmica dos 
aspectos avaliados, bem como – sempre que houver embasamento técnico – 
descrever a expectativa de permanência das constatações observadas. 
 
Diretrizes para o ensino De avaliação psicológica 
 
A avaliação psicológica é um procedimento que está inserido em todas as 
áreas de atuação profissional do psicólogo. Antes de se iniciar qualquer 
intervenção psicológica, é necessário que se faça a análise do funcionamento 
do(s) indivíduo(s) para atender adequadamente suas demandas. Por isso, um 
dos campos de estudo, ensino e atuação da psicologia é a avaliação psicológica, 
que deve ser realizada com base em teorias e estudos científicos. Desse modo, 
acreditamos que essa área deve ser componente curricular obrigatório em 
qualquer matriz pedagógica dos cursos de psicologia. O primeiro contato do 
estudante de psicologia com a avaliação psicológica, geralmente se dá por meio 
de um conjunto de disciplinas, que recebe denominações diferentes, de acordo 
com a instituição formadora, mas que tem basicamente o mesmo objetivo: 
desenvolver a compreensão sobre técnicas de coleta de informações, integração 
de dados provenientes de diferentes fontes, relato de resultados e devolução de 
informações, com vistas ao entendimento de um indivíduo ou grupo, proposição 
de intervenção e/ou tomada de decisão em relação às pessoas avaliadas. A 
avaliação psicológica é considerada uma área de formação básica em 
Psicologia, pois está relacionada a um conjunto de habilidades que todo 
psicólogo deve adquirir ao longo de sua formação, independentemente da área 
em que irá atuar profissionalmente. Por isso mesmo, embora a avaliação 
psicológica tenha um corpo de conhecimentos bastante característicos, ela só 
faz sentido quando associada aos conhecimentos de outras áreas da Psicologia. 
Especialmente importantes são os conhecimentos em psicopatologia, psicologia 
do desenvolvimento, psicologia da personalidade e processos básicos em 
psicologia. 
 
 
Esses e outros conhecimentos mais específicos são o pano de fundo para 
a interpretação do material recolhido por meio das técnicas de avaliação 
psicológica, ou ainda, são o material básico para o desenvolvimento de 
instrumentos de avaliação psicológica. Ademais, as disciplinas de avaliação 
psicológica também cumprem um papel importante na formação acadêmica, que 
é o de promover o desenvolvimento do raciocínio em psicologia. O exercício da 
atividade de avaliação psicológica possibilita que, de uma forma teórico-prática 
(integrando resultados de técnicas e testes com conteúdo de diversas 
disciplinas, como, por exemplo, psicologia do desenvolvimento, psicopatologia, 
entre outros), o aluno realize uma compreensão dinâmica de casos individuais 
ou de grupos, desenvolvendo a capacidade de entendimento do ser humano da 
forma mais global possível. Assim, o ensino de avaliação psicológica não deve 
se resumir ao ensino de técnicas isoladas de outros contextos da psicologia. Ao 
contrário, deve proporcionar ao estudante experiências teórico-práticas que 
resultem no desenvolvimento de competências para uma atuação autônoma e 
responsável. 
Nesse sentido, há que se destacar o papel da ética, que proporciona um 
infindável processo de reflexão sobre as próprias práticas, para que estas 
revertam em benefício do indivíduo avaliado e da sociedade. Este documento 
apresenta uma proposta de diretrizes para o ensino de avaliação psicológica no 
Brasil. Foram respeitadas e indicadas todas as resoluções do Conselho Federal 
de Psicologia e o Código de Ética Profissional do psicólogo. As orientações 
descritas neste documento foram feitas com base em referências bem difundidas 
e aceitas pela comunidade científica da área. Este documento foi escrito como 
uma proposta de conteúdos desejáveis para as disciplinas de avaliação 
psicológica ao longo do curso. Entendemos que não contemplamos todos os 
temas relacionados à avaliação psicológica, pois se trata de uma área dinâmica, 
em constante atualização, o que suscitará revisões da proposta ao longo do 
tempo. Há conteúdos que ainda não foram contemplados neste documento, mas 
que também fazem parte da área de avaliação psicológica e podem ser inseridos 
nas matrizes curriculares pelas IES, tais como conhecimentos avançados em 
Teoria de Resposta ao Item. 
Esses tópicos não foram incluídos por se entender que não fazem parte 
de competências básicas para formação do psicólogo na graduação, mas sim 
 
 
de competências avançadas, que devem ser trabalhadas em estudos de pós-
graduação. Além disso, contextos específicos da avaliação psicológica devem 
ser inseridos nas disciplinas sugeridas, tais como avaliação no contexto jurídico, 
neuropsicológico, entre outros. Sugere-se que sejam discutidas nessas áreas 
diferentes estratégias de avaliação e que os testes psicológicos sejam 
analisados quanto a suas evidências de validade em cada contexto. Acreditamos 
que o conteúdo proposto presentemente pode servir como fonte de discussão 
para a revisão de matrizes curriculares, com a observância de que cada IES 
deve fazer os ajustes que forem possíveis, considerando sua realidade. O 
presente documento subdivide-se em quatro partes. Primeiramente são 
abordadas as competências mínimas a serem alcançadas na formação do aluno 
do curso de psicologia na temática de avaliação psicológica. Na sequência, são 
sugeridas disciplinas e conteúdos programáticos alinhados com as 
competências esperadas. A terceira parte se refere à estrutura de ensino, no que 
tange à infraestrutura necessária, métodos de ensino, formação docente e outras 
orientações importantes. Por fim, a última parte traz uma lista de referências 
bibliográficas que podem ser utilizadas nas disciplinas da área. 
Parte 1: competências em avaliação psicológica Espera-se que, ao longo 
do processo de formação do aluno no curso de graduação em Psicologia, o 
mesmo possa desenvolver 27 competências básicas, listadas a seguir. 
• Conhecer os aspectos históricos da avaliação psicológica em âmbito 
nacional e internacional; 
• Conhecer a legislação pertinente à avaliação psicológica (Resoluções 
do CFP, Código de Ética Profissional do Psicólogo, histórico do Sistema 
de Avaliação dos Testes Psicológicos- SATEPSI - e as políticas do 
Conselho Federal de Psicologia para a Avaliação Psicológica); 
• Considerar os aspectos éticos na realização da avaliação psicológica; 
• Analisar se há condições de espaço físico adequadas para a avaliação 
e estabelecer condições suficientes para tal; 
• Ser capaz de compreender a Avaliação Psicológica enquanto processo, 
aliando seus conceitos às técnicas de avaliação; 
• Ter conhecimento sobre funções, origem, natureza e uso dos testes na 
avaliação psicológica; 
 
 
• Ter conhecimento sobre o processo de construção de instrumentos 
psicológicos; 
• Ter conhecimento sobre validade, precisão, normatização e 
padronização de instrumentos psicológicos; 
• Escolher e interpretar tabelas normativas dos manuais de testes 
psicológicos; 
• Ter capacidade crítica para refletir sobre as consequências sociais da 
avaliação psicológica; 
• Saber avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, afetiva e 
comportamental em diferentes contextos; 
• Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes 
psicométricos e do fenômeno avaliado; 
• Saber administrar, corrigir, interpretar e redigir os resultados de testes 
psicológicos e outras técnicas de avaliação; 
• Selecionar instrumentos e técnicas de avaliação de acordo com 
objetivos, público alvo e contexto; 
• Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes projetivos 
e/ou expressivos e do fenômeno avaliado; 
• Saber planejar uma avaliação psicológica de acordo com objetivo, 
público alvo e contexto; 
• Planejar processos avaliativos e agir de forma

Continue navegando

Outros materiais