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Doença de Chagas Profa Andrea M. Losacco Carlos Ribeiro Justiniano Chagas nasceu em 9 de julho de 1879. Em 1897, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, num momento em que a área médica vivia a chamada “era bacteriológica”. Ao examinar o intestino de um inseto hematófago que proliferava nas paredes barreadas das casas de pau-a-pique e era conhecido como barbeiro, Chagas identificou, em dezembro de 1908, um protozoário flagelado. Mediante experiências realizadas no Instituto de Manguinhos, comprovou tratar-se de uma nova espécie de tripanossoma, à qual denominou Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. INTRODUÇÃO A tripanossomíase americana, posteriormente denominada Doença de Chagas em homenagem ao seu descobridor o pesquisador brasileiro Carlos Chagas, é uma importante doença parasitária resultante da infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, tendo insetos triatomíneos (barbeiros) como vetores. INTRODUÇÃO Comumente se atribui o nome de “barbeiro”, dado ao triatomíneo transmissor da Doença de Chagas ao homem, ao fato do inseto picar principalmente a face por ser a mesma mais acessível, em virtude de permanecer descoberta durante o sono. A associação de face com barba teria dado origem à denominação de “barbeiro”. INTRODUÇÃO DOENÇA DE CHAGAS Dados Epidemiológicos 18 países do continente americano; 16-18 milhões de indivíduos infectados (100 milhões em áreas de risco); 20% - 35% desenvolvem lesões no coração, esófago, cólon e/ou sistema nervoso periférico; 100-200.000 novos casos por ano. 45.000 mortes/ ano DOENÇA DE CHAGAS DESCRIÇÃO: A DOENÇA DE CHAGAS é uma doença tropical causada pelo parasita Trypanosoma cruzi considerada negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua transmissão para seres humanos e outros mamíferos ocorre principalmente pelo inseto vetor conhecido como barbeiro. EVOLUÇÃO: Na fase crônica, a maior parte dos infectados permanece assintomática. Após anos ou décadas, cerca de 30% deles apresentam alterações digestivas e/ou cardíacas. A cardiomiopatia chagásica crônica é a mais frequente, e pode resultar em morte. DOENÇA DE CHAGAS AGENTE ETIOLÓGICO: O agente etiológico da doença de Chagas é um protozoário flagelado, denominado Trypanosoma cruzi. RESERVATÓRIO: Ser humano, Animais Silvestres e Animais Domésticos. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 5 a 14 dias da picada p/ a forma aguda, 10 anos p/ forma crônica; 30 a 40 dias p/ aquisição transfusional DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS A Doença de Chagas é transmitida por insetos hemípteros hematófagos. Todos os estágios são hematófagos e transmissores DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS Distribuição dos Vetores na América Latina DOENÇA DE CHAGAS VETORES SILVESTRES DOENÇA DE CHAGAS TRANSMISSÃO DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS Transmissão: O triatomíneo (“Barbeiro ou Chupão”) é um inseto de hábitos noturnos que vive em frestas de casas rudimentares feitas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, cascas de troncos de árvores, montes de lenha e em baixo de pedras. DOENÇA DE CHAGAS Ciclo de Transmissão: Ciclo Silvestre (zoonose) - reservatórios silvestres: Só mamíferos (gambá, tatu, roedores, tamanduá, preguiça, morcegos, macacos, etc); 2. Ciclo para-doméstico: Animais domésticos (cão, gato, porcos) – homem; 3. Ciclo doméstico: Homem – triatomíneo doméstico – homem. DOENÇA DE CHAGAS Ciclo de Transmissão: TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO DOENÇA DE CHAGAS – CICLO DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS VETORES SILVESTRES DOENÇA DE CHAGAS Transmissão: DOENÇA DE CHAGAS Transmissão: DOENÇA DE CHAGAS Transmissão: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS Fase Aguda Forma Aparente Forma Inaparente Fase Crônica Forma Indeterminada Forma Cardíaca Forma Digestiva DOENÇA DE CHAGAS FASE AGUDA Duração: 3 – 4 meses. DOENÇA DE CHAGAS FASE CRÔNICA DOENÇA DE CHAGAS A. FORMA INDETERMINADA OU DE LATÊNCIA. Ausência de manifestações clínicas, radiográficas e eletrocardiográficas; A maioria dos pacientes permanece na forma indeterminada, sem apresentar sintomatologia, por toda a vida; DOENÇA DE CHAGAS B. CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA. Aparecimento cerca de 15-20 anos após a infecção inicial; É a mais importante forma de limitação ao doente chagásico e principal causa de morte; Pode apresentar-se sem sintomatologia, mas com alterações eletrocardiográficas; Caracterizada por miocardite crônica progressiva, dilatação de cavidades e hipertrofia ventricular, distúrbios de condução elétrica, arritmias e insuficiência cardíaca. DOENÇA DE CHAGAS C. FORMAS DIGESTIVAS (MEGA): Caracterizam-se por alterações ao longo do trato digestivo Destruição de neurônios dos plexos mioentéricos (parassimpático) Esfíncteres em contração permanente (simpático) Dificuldade de trânsito de alimentos / fezes Cárdia: acúmulo de alimentos – megaesôfago Reto-sigmóide: acúmulo de fezes – megacólon DOENÇA DE CHAGAS SINTOMATOLOGIA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E PARASITOLÓGICO DOENÇA DE CHAGAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO MICROSCÓPICOS – DIRETOS – FASE AGUDA Exame a fresco em lâmina (motilidade); Gota Espessa ou Esfregaço corado com Giemsa ou Leishman (morfologia) Centrifugação em tubos capilares (micro-hematócrito) – baixa parasitemia. DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO INDIRETOS – FASE CRÔNICA Xenodiagnóstico (alimentação de ninfas de triatomíneos não infectadas com o sangue de pacientes); Hemocultura (Cultura do sangue em meio LIT)............................... Leitura: 30, 60, 90 e 120 dias. DOENÇA DE CHAGAS XENODIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO A primeira descrição de pesquisa de anticorpos data de 1913 e deve-se a Guerreiro e Machado. Tratava-se da reação de fixação de complemento, logo conhecida como a Reação de Guerreiro e Machado, que foi o único teste sorológico disponível durante mais de 50 anos, e que foi realizado de rotina para o diagnóstico até poucos anos. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO A complexidade técnica, a utilização de vários reagentes que demandam padronização diária, e o tempo de reação, levaram ao seu abandono a partir de 1995, principalmente pela existência de testes mais simples. Nessa época, um parecer técnico do Ministério da Saúde, recomendou a sua substituição por outros testes. TRATAMENTO DOENÇA DE CHAGAS TRATAMENTO MEDIDAS DE CONTROLE PROFILAXIA DOENÇA DE CHAGAS PROFILAXIA Transmissão Vetorial: Controle químico de vetores com inseticidas quando a investigação entomológica indicar a presença de triatomíneos domiciliados; Melhoria habitacional em áreas de alto risco da doença. Transmissão Transfusional: Manutenção do controle de qualidade rigoroso de hemoderivados. PROFILAXIA Transmissão Vertical: Identificação de gestantes chagásicas na assistência pré-natal ou de recém-nascidos por triagem neonatal para tratamento precoce. Transmissão Oral: Cuidados de higiene na produção e manipulação e consumo de alimentos de origem vegetal. PROFILAXIA Transmissão Acidental: Utilização de equipamento de biossegurança. Vacina???: inúmeras tentativas: de parasitas atenuados a recombinantes Problemas Como avaliar ? Autoimunidade? Reação de Hipersensibilidade Tipo IV Teste de Machado Guerreiro (tardia ou mediada por célula)DOENÇA DE CHAGAS PROFILAXIA Teste PPD – Prova Tuberculínica: Para detectar anticorpos contra TUBERCULOSE. Teste de MITSUDA: Para detectar anticorpos contra HANSENÍASE. Teste de MONTENEGRO: Para detectar anticorpos contra LEISHMANIOSE. Teste de MACHADO GUERREIRO: Para detectar anticorpos contra DOENÇA DE CHAGAS APLICAÇÃO – 0,1ml de antígeno – Via Intradérmica. REAÇÃO DE SENSIBILIDADE LEITURA – 48 a 72 hs após inoculação do antígeno. REAÇÃO DE SENSIBILIDADE Assistência de Enfermagem DOENÇA DE CHAGAS ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: Consulta de enfermagem; Ações educativas ao paciente e família; Sorologia e exames de controle; Orientações quanto ao tratamento; Uso correto da medicação; VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Esclarecer sobre a impossibilidade de doar sangue e órgãos; Estimular a adesão ao tratamento; Exame Machado Guerreiro (Não faz mais atualmente) Questionar sobre o tipo de moradia. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Vigilância Epidemiológica Notificação DOENÇA DE CHAGAS OBJETIVOS: Identificar os casos de Doença de Chagas Agudo, para subsidiar as ações de prevenção e controle da doença no estágio inicial com potencial de cura. Monitorar o perfil epidemiológico da Doença de Chagas e suas tendências. Desencadear a investigação das fontes de infecção e transmissão. Notificar os casos Suspeito Agudos e Crônicos Confirmados (sem notificação). VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NOTIFICAÇÃO: Realizar a notificação imediata de todos os casos suspeitos de Doença de Chagas Aguda. Realizar a notificação semanal (somente após confirmação laboratorial) de todos os casos crônicos de Doença de Chagas. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS https://qrgo.page.link/JyDkH DOENÇA DE CHAGAS https://qrgo.page.link/JFvTt REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico 2003 – 2019. Brasília. 2019 Brasil. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. Ramos Júnior, A. N., Sousa, A. S. (2018). Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas em doença de Chagas: perspectivas e desafios para o Brasil. Revista de Medicina da UFC, 58(4), 6-7. World Health Organization. (2015). Chagas disease in Latin America: an epidemiological update based on 2010 estimates. Weekly Epidemiological Record, 90(06), 33-44.
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