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8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 1/24 Autoria: Ma. Janaina Fornaziero Borges Revisão técnica: Ma. Vivian Berto de Castro ARTE E CULTURA LATINO- AMERICANA BRASIL 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 2/24 Introdução Caro (a), estudante! Vamos imaginar o Brasil antes de os estrangeiros europeus chegarem e “descobrirem” esse lugar que sempre existiu? Quem esteve por aqui? Quais etnias povoaram esse imenso território? De�nitivamente a história do Brasil não começa em 1500. Diversas populações pré-históricas e tribos indígenas foram os primeiros habitantes desse lugar onde hoje é o nosso vasto país. Nessa unidade, você irá vivenciar um Brasil antigo, conhecer alguns vestígios, aprender com a arte e a ancestralidade junto à arqueologia e à antropologia. Você poderá identi�car alguns sítios e tradições arqueológicas em nosso território, como a arte e a cultura Sambaqui, as gravuras, os zoólitos, além de diferenciar a arte indígena produzida pelos grupos tupis-guaranis, jês e as cerâmicas Marajoaras e de Santarém. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro será um apoio para os estudos sobre o perspectivismo e o multinaturalismo na América indígena. Com o seu trabalho, iremos compreender a importância dos mitos das tribos indígenas da região da Amazônia, por meio da sua antropologia comparativa. A partir das tradições, inovações e ancestralidades, iremos compreender o folclore e a cultura popular no Brasil, nosso patrimônio imaterial. Identi�caremos quais são as principais manifestações populares e folclóricas no território brasileiro. Ao �nal da unidade, você terá a compreensão da importância das tradições orais, dos ritos e mitos na cultura ameríndia e das culturas populares e folclóricas brasileiras. Acompanhe com atenção todo o conteúdo, pois ele será primordial para você se informar e ter a dimensão do universo cosmológico brasileiro “antigo”. Bons estudos! Tempo estimado de leitura: 63 minutos. Segundo Niéde Guidon (1992, p. 37), uma das maiores arqueólogas brasileiras, “é impossível fornecer um quadro sintético coerente da pré-história brasileira”. Estudos da disciplina de arqueologia e antropologia ajudam a subsidiar alguns aspectos ancestrais, como Algumas conjecturas do povoamento do continente sul-americano começaram a ser exploradas a partir da década do 1950. Guidon (1992) exempli�ca com uma das teorias iniciais, criticando-a: movimentações podem ter sido realizadas por terra, através do estreito de Bering (entre o que hoje são Alasca e Rússia) quando os níveis marítimos estavam baixos, possibilitando a travessia. Seguindo esta teoria, a presença humana na América do Sul não poderia ser mais antiga que 12 mil anos. No entanto, Guidon (1992) a�rma que devemos considerar o homem pré-histórico conhecia técnicas de navegação, o que possibilita que tenha chegado na América do Sul por rotas de clima quente, portanto, por vias marítimas. Evidências encontradas no Piauí mostram que alguns grupos podem ter chegado por via marítima à América há 9-10 mil anos. E a autora completa: “pode-se também propor que os primeiros grupos chegaram até o continente há pelo menos 70 mil anos”. (GUIDON, 1992, p. 39). 2.1 Arte e ancestralidade entre arqueologia e antropologia no Brasil Antigo vestígios materiais trabalhados de maneira isolada, classificações baseadas em diferentes critérios de divisão, sistemas de coleta sem registro são alguns dos procedimentos das primeiras explicações sobre a pré-história brasileira. (GUIDON, 1992, p. 37) 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 3/24 De acordo com Guidon (1992), a princípio não foi datada a presença humana no Pleistoceno na América Latina, mas, no Brasil, encontraram-se indícios desses povos em Minas Gerais, na Lagoa Santa e na área arqueológica de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí. Muitos artefatos usados pelos povos antecedentes foram descobertos em escavações que duravam anos. A autora destaca os objetos líticos, os registros rupestres em paredões de pedra e as cerâmicas, por exemplo. Ao prosseguir com a questão da evolução, a autora relata que: Guidon (1992) aponta também que um dos principais sítios arqueológicos fora escavado durante os anos de 1987 e 1988, conhecido como “Complexo da Serra Talhada”, compreendendo três territórios de sítios, veja a seguir. Nesses territórios, se localizam importantes vestígios: os painéis pintados em paredões de pedra, cobertos por inúmeras camadas arqueológicas. A autora aponta para a região Nordeste como a localidade em que aparece o maior número de sítios arqueológicos. O conjunto de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí, destaca-se por ser mais “diversi�cado”, pois por lá se con�guram mais de duzentos sítios registrados e estudados. André Prous (2011) complementa dizendo que a arte rupestre encontrada na região nordestina está entre os territórios mais ao sul, compreendendo desde o estado do Piauí até o estado do Mato Grosso, passando por Goiás e por algumas áreas de Minas Gerais, além de abranger uma parte da região central brasileira, estendendo-se até a região dos Andes, Bolívia, Peru e Colômbia meridional. Em pesquisas mais recentes, foi apontado que os pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano descobrem inúmeros sítios arqueológicos anualmente: “em 2012, estão cadastrados 1.028 com arte rupestre, sendo 735 sítios com pinturas, 206 com pinturas e gravuras e 87 somente com gravuras.” (SILVA, 2018, p.4). Sobre a estética da arte rupestre, Guidon (1992) identi�ca, a partir dos gra�smos encontrados nas paredes desses sítios, que predominam �guras de animais e de seres humanos, cuja grande maioria estavam acompanhadas de atributos culturais. Os temas mais recorrentes referem-se a práticas sexuais, caça, ritos e danças em torno de árvores. Entre os sítios arqueológicos, existe uma “diversi�cação estilística”, por exemplo, “o estilo Serra da Capivara apresenta �guras cujos contornos são completamente fechados, desenhados por traços contínuos e uma boa técnica grá�ca.” (GUIDON, 1992, p. 45). A autora complementa, ao se referir ao estilo Serra Branco, que as �guras apresentam traços particulares, os quais se diferenciam na parte corporal, com riscos de linhas verticais ou traços geométricos desenhados por cima, decorando a �gura humana. Já os “animais são desenhados por uma linha de contorno aberta; alguns têm o corpo preenchido por tinta lisa, mas a maioria apresenta um preenchimento geométrico semelhante àquele dos seres humanos.” (GUIDON, 1992, pp. 45-46). “Toca do Baixão do Perna I”. “Boqueirão da Pedra Furada”. “Sítio do Meio”. no período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, por volta de 12 mil anos atrás, toda a América do Sul estava povoada, desde o ponto mais setentrional até a Terra do Fogo. O número de sítios é importante e no Brasil, a partir dessa época, dispomos de grande quantidade de informações e datações sobre os grupos pré-históricos. (GUIDON, 1992, p. 42). 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 4/24 O Complexo de Serra Talhada, segundo Guidon (1992), apresentou um estilo mais “heterogêneo”. As �guras humanas apresentam técnicas e cores na pintura, variando entre a cor branca, cinza, amarela, marrom e vermelha, e estão dispostas em linha. Algumas dessas �guras humanas são muito peculiares, com as extremidades exageradamente compridas, ou �guras que são muito pequenas. Ainda sobre os estilos, a autora ressalta que: Ao nos referirmos a essas representações grá�cas, podemos considerar que “a arte rupestre, além de ser uma expressão notável da simbolização dos grupos humanos, [...] é capazde re�etir a identidade cultural das populações que as produzem e, também de�nem o seu território.” (SILVA, 2018, p.8). Entendemos que as representações �gurativas nas paredes pré-históricas datam de um período muito remoto; entretanto, outros resquícios também sobreviveram até os dias de hoje, como é o caso dos sambaquis – região litorânea em que o homem holoceno (época iniciada há quase 12 mil anos atrás e que vai até os dias de hoje) também habitou, que se caracteriza por ser um local composto por um alto volume de conchas e sedimentos líticos. Segundo Guidon (1992), esse tipo de sítio arqueológico abrange a extensão litorânea compreendendo a região do Nordeste até o estado do Rio Grande do Sul. Nos sambaquis, foram encontradas a indústria lítica lascada e a rudimentar, outras peças líticas polidas, restos de comida, sepultamentos, ossos, dentes e conchas. A autora destaca que em “razão da subida do nível do mar, nos últimos 6 mil anos, os sambaquis mais antigos estão sob as águas; somente subsistem os sítios de menos de 6 mil anos.” (GUIDON, 1992, p. 51). É interessante destacar a técnica das gravuras rupestres e os zoólitos encontrados nos sítios de Sambaquis, segundo a autora Gomes (2012), esses elementos são “vestígios materiais” das populações que habitaram as regiões, compreendem peças escultóricas esculpidas em materiais rochosos, vértebras e ossos de baleia, apresentando aparência animalescas, zoomorfas e antropomorfas. Esses artefatos foram confeccionados especialmente na área litorânea dos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, incluindo também o Uruguai. São considerados objetos raros e elaborados por mãos especializadas, pois se leva em conta a técnica e o acabamento utilizados. O simpósio virtual “Articulações Poéticas e escritas de si”, organizado pelo Grupo de Pesquisa Articulações Poéticas, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), realizou durante os meses de outubro e novembro de 2020 uma série de debates, dentre os quais havia o tema “Formas de narrar”, que apresentou o trabalho da professora de bio-arquivologia Maria Fátima Ribeiro Barbosa, “Rastros e inscrições no território da Serra da Capivara”. A professora mostrou uma série de registros fotográ�cos de sua pesquisa em um dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato, contou peculiaridades do seu trabalho, exercido há mais de 30 anos. Além disso, revelou como foi seu contato pessoal com Níede Guidon, e mostrou brevemente a história da Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí. Outra convidada para o tema, Priscila Pinto, artista visual e professora da Faculdade de Artes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), apresentou seu trabalho artístico, que opera a partir da interconexão entre natureza, cultura e mundo espiritual; temas como memória, identidade, simbolismos femininos atuam como uma forma de narrar o seu rastro de inscrição e referências culturais. Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas) VOCÊ QUER VER? os dados atualmente disponíveis permitiram propor uma explicação segundo a qual essa sucessão de estilos não representa diferentes unidades estilísticas perfeitamente distintas e segregáveis, mas sim reflete uma evolução lenta e contínua que durante cerca de 6 mil anos introduziu micromodificações no estilo básico Serra da Capivara. (GUIDON, 1992, p. 46) https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 5/24 Na �gura “Zoólito”, logo abaixo, podemos identi�car formas animalescas talhadas em pedras. Figura 1 - Zoólito Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015. #PraCegoVer Na imagem acima está uma foto de quatro peças de zoólitos, em pedra, todas aparentemente apresentam formas de peixes. São esculturas de cor cinza sobre uma mesa branca. Outros objetos também derivam dessa técnica, “aparentemente não apresentando uma conotação funcional especí�ca. Alguns lembram objetos geométricos como pratos polidos, triângulos e rodas dentadas, entre outros.” (GOMES, 2012, p. 62). Além das peças zoolíticas encontradas nos sítios arqueológicos Sambaqui, veri�cou-se a presença de outro tipo de vestígio: uma variedade de peças cerâmicas ornamentadas e pintadas, além de utensílios para rituais. Guidon (1992, p. 52) a�rma que: Na Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, foram encontrados, até os dias de hoje, cerca de 250 Sítios Arqueológicos, entre Sambaquis, Sítios com cerâmica Itararé, Guarani, Inscrições Rupestres e O�cinas Líticas. A ilha do Campeche, pertencente a Florianópolis, guarda inúmeras inscrições rupestres; por lá foram identi�cadas várias gravuras nos costões de pedra. Conheça a página virtual “Floripa Arqueológica”. Acesse: https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em- �oripa/sambaquis/ (https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-�oripa/sambaquis/) VOCÊ SABIA? https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/ https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/ https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/ 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 6/24 Segundo André Prous (2011), a região do Rio Amazonas é de grande importância, por ter sido habitada por diversos grupos indígenas e, em especial, a ilha do Marajó, onde numerosas cerâmicas foram identi�cadas como cerâmicas da cultura Marajoara. Destacam-se: Veja a �gura a seguir. Figura 2 - Vasilhas decoradas por policromia Fonte: Alf Ribeiro, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima está uma foto de um utensílio em formato de pote cerâmico oval, lascado em uma das extremidades. Possui uma tampa ancorada ao objeto. Vasilhas decoradas por policromia. Urnas funerárias. Pequenas estatuetas representando mulheres. Tangas cerimoniais. A técnica de fabricação de vasilhas em cerâmica, fora da Amazônia, parece ter sido corrente a partir de — 3 mil anos, pelo menos na área arqueológica de São Raimundo Nonato no Piauí. Durante todo o Holoceno, grandes famílias linguísticas deviam dominar estas áreas, mas as guerras intertribais que antecederam a chegada do colonizador branco embaralharam a situação, tornando difícil o correlacionamento entre as culturas pré-históricas e as tribos indígenas da época do contato. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 7/24 Prous (2011) menciona a localidade de Santarém, estado do Pará com divisa entre o Rio Tapajós e Rio Amazonas, por ser uma região característica em cerâmicas da cultura Tapajônica, elaboradas a partir de profusões de formas e ornamentações. Já na cultura Santarém, são exemplos: Acompanhe! Figura 3 - Vaso da Cultura Santarém Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015. #PraCegoVer Na imagem acima está um vaso de cerâmica com uma base larga. O objeto apresenta dois pares de alça, uma em cada lado; uma delas transforma-se em duas figuras de mãos, assim como a parte de cima do vaso, que se torna uma cabeça com traços humanoides. Talvez um aspecto mais notável das cerâmicas dessa região de Santarém seja as formas escultóricas a partir de seres antropomorfos, como pode ser observado na �gura anterior. Vasos cerimoniais de gargalo. Vasos de cariátides, as esculturas de �guras femininas nada convencionais. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 8/24 Segundo Prous (2011), a partir da década de 1960, pesquisadores encontraram na região do litoralbrasileiro manifestações da tradição Tupiguarani em sítios arqueológicos. Eles recuperaram uma grande quantidade de cerâmicas decoradas, algumas possuíam �guras geométricas, com linhas pretas, vermelhas e pintadas sobre um fundo claro; outras foram talhadas na superfície com espátula, por exemplo, as vasilhas e vasos observados na �gura a seguir. Sobre a nomenclatura “tupiguarani”, o autor a�rma que ao escrever a palavra junta, sem o hífen, aborda-se um “conceito arqueológico, que não correspondia obrigatoriamente aos povos falantes das línguas tupi-guarani (com hífen), embora se supusesse tratar, pelo menos em parte, de ancestrais deles.” (PROUS, 2011, p. 88). Figura 4 - Vasilhas e vasos Fonte: Museu da UFRGS, 2013. #PraCegoVer Na imagem acima há oito vasos cerâmicos de cores claras e de diferentes dimensões, quatro maiores e quatro menores. Cinco peças apresentam pequenas partes quebradas na área do gargalo. Dentro da tradição Tupuguarani, Prous (2011) identi�ca ainda dois grupos geogra�camente separados, conhecidos como Proto-Tupi, e localizados na região do litoral norte de São Paulo até o Maranhão; ocasionalmente, também circularam pela região do Pará. Outro grupo apontado foram os Proto-Guarani, localizados na região sul de São Paulo até o norte da Argentina. Ambos os grupos foram produtores “tanto por formas especí�cas de cerâmica quanto pelo estilo e motivo de decoração plástica ou pintada.” (PROUS, 2011, p. 88). Levando em conta todas as divisões e subdivisões estilísticas, caracteriza-se a expansão de grupos étnicos. Conheça sobre as etnias indígenas sobreviventes na contemporaneidade. Acesse o canal no YouTube do “Museu do Índio UFU” e con�ra o material audiovisual sobre o tema preparado pela Universidade Federal de Uberlândia. Acesse (https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw) VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 9/24 Segundo Turchetti (2018, p. 76), os povos indígenas da linguística do tronco Macro-Jê caracterizavam-se por ocupar a região central do Brasil, como o território do estado de Minas Gerais: “os Jês abarcariam aqueles indígenas mais resistentes à dominação europeia”. Sobre a cultura Jê, a autora destaca inúmeros sítios cerâmicos encontrados e aponta que “a cerâmica seria considerada uma extensão da oleira e uma peça fundamental para compreender os aspectos cosmológicos desses indígenas.” (TURCHETTI, 2018, p. 116). Leia o trecho a seguir: “Uma população vinda por Bering não teria podido trazer o parasita até a América porque o mesmo teria desaparecido durante a passagem pela Beríngia e o Alasca. A menos que se admita que tal passagem se fez muito rapidamente, em uma só geração. A existência do parasita no Piauí há mais de 7 mil anos demonstra um povo vindo de um país quente, por rotas de clima quente, portanto vias marítimas.” (GUIDON, 1992, p. 39). GUIDON, N. As ocupações Pré-históricas do Brasil (excetuando a Amazônia). In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, FAPESP, 1992. Disponível em: http://www.etnolinguistica.org/historia (http://www.etnolinguistica.org/historia). Acesso em: 30 abr. 2021. Segundo o contexto acima, esses povos deixaram inúmeros vestígios no território. Analise as sentenças sobre os primeiros sítios arqueológicos datados. I. Apesar de estudos anteriores indicarem datações equívocas, a região central da Bahia indica a existência de ossos fossilizados de animais da megafauna. II. Um dos principais sítios arqueológicos foi escavado durante os anos de 1989 e 1991, conhecido como complexo da Serra Talhada. III. A região Nordeste foi a localidade em que apareceu um maior número de sítios arqueológicos, por exemplo, o conjunto de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí. Segundo os dados do censo obtidos no site da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), são mais de 817.963 mil indígenas, “representando 305 diferentes etnias. Foram registradas no país 274 línguas indígenas”. Con�ra o acervo virtual etnográ�co e conheça sobre a diversidade de povos indígenas no Brasil. Acesse (http://tainacan.museudoindio.gov.br/) VOCÊ QUER LER? (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS http://www.etnolinguistica.org/historia http://www.etnolinguistica.org/historia http://tainacan.museudoindio.gov.br/ http://tainacan.museudoindio.gov.br/ 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 10/24 Agora, vamos partir para o estudo etnográ�co ameríndio do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. Acompanhe! IV. Atualmente, o sítio arqueológico de Alice Boér, perto de Rio Claro, continua sendo um dos sítios estudados no estado de São Paulo. Está correto o que se a�rma em: a. I, III e IV. b. I. c. I, II e III. d. II e IV. e. I, II, III e IV. VERIFICAR Esse tópico, em especial, será formado a partir da perspectiva de estudo do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (1951), doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1978, ele é docente titular de Antropologia Social no Programa de Pós-Graduação em Antropologia no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É considerado um dos principais etnólogos americanistas da atualidade por suas experiências de pesquisas com povos indígenas na região da Amazônia brasileira (LATTES, 2021). Em uma entrevista concedida a La Lettre du Collège de France, publicada em 2009, de título “Claude Lévi-Strauss por Eduardo Viveiros de Castro”, Marc Kirsch, o entrevistador, questiona o professor sobre qual foi a in�uência do etnólogo francês Lévi- Strauss (1908-2009) em sua trajetória enquanto antropólogo, e Eduardo respondeu o seguinte: 2.2 Perspectivismo e Multinaturalismo na América Indígena a partir de Eduardo Viveiros de Castro O mais importante para mim é que devo a Lévi-Strauss a minha escolha profissional. Cheguei à etnologia por vias transversas. Primeiro fui sociólogo, nos anos 1960. Interessava-me por teoria literária e conheci um grande professor (Luiz Costa Lima) que lia Lévi-Strauss na perspectiva da análise do discurso. Foi ao participar de grupos de trabalho sobre as Mitológicas que descobri que havia índios no Brasil: os cursos de sociologia não os mencionavam, exceto a título de vestígios de um passado distante. A sociologia brasileira estava focalizada em alguns grandes temas: as cidades, a industrialização, a formação da classe operária, o campesinato etc. Os índios praticamente não tinham lugar nesse esquema. Os que ainda existiam estavam se tornando camponeses ou apareciam como resíduos de um período ultrapassado da história do país. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 11/24 Em um primeiro momento, a partir desse contexto, re�etiremos sobre as contribuições da teoria do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro por meio do texto “O nativo relativo”, o qual aponta, nas primeiras linhas, quem é o antropólogo: “que discorre sobre o discurso de um ‘nativo’. O nativo não precisa ser especialmente selvagem, ou tradicionalista, tampouco natural do lugar onde o antropólogo o encontra.” (CASTRO, 2002, p. 113). De certo modo, podemos pensar o antropólogo como aquele pesquisador que está em campo, in loco, investigando o seu “objeto” de pesquisa, no caso, o(s) indivíduo(s) de uma sociedade determinada. Segundo Castro (2002, p. 117), o antropólogo, necessariamente antes de iniciar sua partida, procura saber sobre o nativo: “ele prede�ne e circunscreve os mundos possíveis expressos por esse outrem”. Pois o nativo é aquele que testemunha a cultura em seu discurso, e o antropólogopassa, então, a se relacionar com o nativo partindo do pressuposto de que “são as variações que relacionam” e não o contrário. Ou seja, “a relação de conhecimento é aqui concebida como unilateral, a alteridade entre o sentido dos discursos do antropólogo e do nativo resolve-se em um englobamento.” (CASTRO, 2002, p. 116). Castro (2002, p 122), ao referenciar a linha do “perspectivismo”, pensou o “ponto de vista do nativo sobre o ponto de vista”, isto é, levou em consideração o ponto de vista do outro, no caso do nativo, e sua perspectiva de mundo. O autor alerta, entretanto, que não se trata de interpretar o pensamento ameríndio, mas de pensá-lo como “conceito”, “realizar uma experimentação” para extrair a partir das ideias indígenas decisões, consequências para “determinar o solo pré-conceitual ou o plano de imanência que tais conceitos pressupõem, os personagens conceituais que eles acionam, e a matéria do real que eles põem.” (CASTRO, 2002, p. 123). Nesse sentido, levar a perspectiva do nativo a sério levou Viveiros de Castro a questionar pressupostos importantes da teoria antropológica, como a ideia de multiculturalismo. Em uma palestra proferida em 2018, no SESC São Paulo, Eduardo Viveiros de Castro apontou a sua posição metodológica. Seus estudos se interessam por desmontar a ideia do etnocentrismo primitivo ou indígena, visto que muitas vezes o antropólogo se distancia da cultura ameríndia e, ao se afastar dela, torna-se “menos humano”. A precedência do “eu” enquanto “outro”, ou seja, a posição do “eu”, do sujeito, deduzida a partir da posição inicial do “outro”, como ponto de vista privilegiado sobre si mesmo, tornou-se uma forma de contestar esse “suposto etnocentrismo indígena”. Para o autor, antes de pensar os índios no nosso mundo, primeiramente foi preciso levar em consideração o pensamento e o mundo que eles constituíram, ou seja, o ponto de vista teórico e político deles. A partir daí, apresentou-se uma questão: era preciso pensar e agir como os próprios índios. Viveiros de Castro, então, procurou estudar no Brasil sobre os povos daqui. A antropologia comparativa do pesquisador está embasada em associações míticas: Viveiros de Castro propõe, de certo modo, uma equivalência das teorias cientí�cas antropológicas com as concepções indígenas, principalmente no momento em que o xamã Ianomâmi Davi Kopenawa escreve a quatro mãos com Bruce Albert, o livro A queda do céu (2015). Destaca-se a obra literária “sob uma forma inteligível, no sentido de devidamente traduzida e devidamente comentada por um pactário, alguém que fez um pacto, como se diz, etnográ�co, com o seu interlocutor Ianomâmi.” (CASTRO, 2018, s/p). Quando me dei conta de que esses índios ainda existiam e tinham um discurso de uma grande riqueza, filosoficamente fascinante, decidi fazer um doutorado em Antropologia. Lévi-Strauss me converteu à antropologia. Seu nome e sua obra têm para mim, portanto, um valor pessoal. (CASTRO, 2009, p.197). a minha maneira de trabalhar sempre foi um pouco parecida, em certo sentido, com a maneira como Lévi- Strauss se define à imaginação mítica ou analógica, como ele diz que o mito é o regime do ‘é que nem’, ‘é como’, ele diz, o mito resolve um problema dizendo: ‘esse problema é que nem... um outro problema’, simplesmente você desloca a maneira de resolver um problema é mostrar que esse problema é análogo a outros problemas, e com isso você resolve o problema, em lugar de dar uma solução nomotética qualquer. (CASTRO, 2018, s/p). 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 12/24 O autor sugere levar o ponto de vista indígena a sério, compreendo-o como uma ciência, com uma epistemologia própria de semânticas, sentidos e ideias que podem ser diferentes do que nós, brancos, entendemos por “cultura” e “natureza”, por exemplo. Há uma variação de sentidos em torno dos conceitos que são usualmente utilizados nas pesquisas. Porém, antes de dizer que a cultura de um determinado grupo é de tal jeito, é preciso saber o que estes entendem por cultura, quais elementos são mobilizados em torno dessa ideia. Eventualmente, muito do que esses grupos dizem pode vir de encontro com o que o ocidente entende, até porque o contato histórico fez com que todos se apropriassem de certos “sentidos”. Segundo o autor, as categorias da natureza e da cultura não possuem as mesmas signi�cações ocidentais que as nossas, elas se diferem. Por exemplo, os animais, para os indígenas, são gente “ou se veem como pessoas”. Os índios se reconhecem a partir de “uma uniformidade básica dos corpos”. Para grupos ameríndios, o mundo é habitado por diferentes seres, humanos e não humanos, que possuem pontos de vista distintos. Porém, o ponto de vista é sempre de humanidade. Uma onça, por exemplo, na concepção ameríndia, possui uma subjetividade, uma agência, uma intencionalidade. Nos mitos, as onças falam, agem e interagem, praticam uma ação no mundo. Os indígenas não fazem ideia de uma representação, pois isso é uma concepção dada para eles: os animais são seres sobrenaturais, possuem uma visão própria de humanidade. Mas há uma diferença entre representação e perspectiva. Ao re�etir sobre o perspectivismo ameríndio, Castro (2004) destaca esse conceito não o apresentando como um relativismo, mas como um multinaturalismo, identi�cado como um complexo de ideias próprio da ontologia ameríndia. Ou melhor, o perspectivismo equivale ao multinaturalismo. Castro (2004, p. 240) distinguiu esses conceitos na América indígena quando identi�cou que: Para compreender melhor o assunto, leia o livro A queda do céu – Palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Tradução: Beatriz Perrone-Moisés. Prefácio: Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Acesse (https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf) VOCÊ QUER LER? Os animais utilizam as mesmas categorias e valores que os humanos: seus mundos, como o nosso, giram em torno da caça e da pesca, da cozinha e das bebidas fermentadas, das primas cruzadas e da guerra, dos ritos de iniciação, dos xamãs, chefes, espíritos etc. Se a lua, as cobras e as onças veem os humanos como antas ou porcos selvagens, é porque, como nós, elas comem antas e porcos selvagens, comida própria de gente. Só poderia ser assim, pois, sendo gente em seu próprio departamento, os não-humanos veem as coisas como ‘a gente’ vê. Mas as coisas que eles veem são outras: o que para nós é sangue, para o jaguar é cauim; o que para as almas dos mortos é um cadáver podre, para nós é mandioca fermentando; o que vemos como um barreiro lamacento, para as antas é uma grande casa cerimonial… (CASTRO, 2004, p. 239). https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 13/24 O perspectivismo se propõe a analisar o modus operandi das relações humanas e não humanas no mundo ameríndio. Viveiros de Castro procura, então, compreender as concepções indígenas sobre o mundo, sua constituição, os seres que nele habitam e se relacionam. Dessa forma, o autor percebe que no entendimento ameríndio há múltiplas naturezas. Ou seja, a natureza não é algo universal, mas particular, especí�co de seres. Cada ser possui um ponto de vista especí�co, único. O que converge os diferentes pontos de vista é a humanidade, isto é, todo ser acredita ser exclusivamente humano. A humanidade é o pano de fundo comum aos pontos de vista entre os seres da cosmologia indígena, pois eles têm intencionalidade, ação e agência. Sobre os conceitos de relativismo e multiculturalismo na antropologia, Castro (2004, p. 239-240) aponta que: Esses dois conceitos também passaram a se equivaler, pois o autor menciona que o relativismo é como um essencialismoespiritual, e analisa criticamente a potência ameríndia de “fabricar o próprio corpo” por meio da dimensão ritual: o perspectivismo é um multinaturalismo, pois uma perspectiva não é uma representação. Uma perspectiva não é uma representação porque as representações são propriedades do espírito, mas o ponto de vista está no corpo. o relativismo cultural, um ‘multiculturalismo’, supõe uma diversidade de representações subjetivas e parciais, incidentes sobre uma natureza externa, una e total, indiferente à representação; os ameríndios propõem o oposto: uma unidade representativa ou fenomenológica puramente pronominal, aplicada indiferentemente sobre uma diversidade real. Uma só ‘cultura’, múltiplas ‘naturezas’; epistemologia constante, ontologia variável. [...] cada cultura, assim como, cada pessoa possui uma essência, um espírito, precisamente, o ‘zeitgeist’ o espírito cultural, o espirito do tempo, o espirito da cultura, a inconsciência coletiva e assim por diante, que distingue. E tínhamos sugerido que, na verdade, o pensamento indígena põe na frente, digamos assim, a dimensão corporal como a dimensão onde efetivamente o sentido, através da qual o sentido era produzido. O lugar do sentido estava no corpo, de certa maneira. Isso não significa colocar o corpo no centro, significa colocar o corpo de certa maneira, na frente, na frente do espírito, que aliás, é a posição que ele tem para os índios. Ele oculta esse outro lado. O corpo tem um lado visível e um lado que você não vê. [...] ‘A alma é aquela parte do corpo que a gente não vê’. Então, enfim, é o outro lado do corpo, de certa maneira. (CASTRO, 2018, s/p). 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 14/24 O autor identi�ca que a cosmologia ameríndia, em vez de se pautar por um viés multicultural, se baseia numa ideia de várias naturezas, vários pontos de vista/perspectivas. Isso faz com que a posição metodológica comparativa de Viveiros de Castro rompa, de certa forma, com a ideia que foi por muito tempo central na antropologia de multiculturalismo: a natureza humana/não humana é uma só, o que se diversi�ca são as culturas. Para �nalizar, Castro (2018) parafraseia a citação dos autores Deleuze e Guatarri, escrita no livro Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia (1972), quando eles indagaram: “mas por que falar dos primitivos se é da nossa vida que se trata?”. Logo, o autor confessa que o problema dessa sentença é apenas o mau uso da pontuação, e declara que o que precisa ser feito é apenas interrogá-la de outra maneira. Assim, o pesquisador também nos questiona: “por que falar dos primitivos? Porque é da nossa vida que se trata”. Continue acompanhando! Para iniciarmos o assunto, Luís da Câmara Cascudo (2016) será tomado como primeira referência. Considerado um dos principais autores que se dedicou à cultura popular e ao folclore brasileiro como temas de estudos, o autor inicia o tradicional livro sobre “Folclore do Brasil” assim: Para autor, o folclore é a cultura do povo, 2.3 Folclore e cultura popular no Brasil, suas ancestralidades, tradições e inovações Todos os países do Mundo, raças, grupos humanos, famílias, classes profissionais, possuem um patrimônio de tradições que se transmite oralmente e é defendido e conservado pelo costume. Esse patrimônio é milenar e contemporâneo. Cresce com os conhecimentos diários desde que se integrem nos hábitos grupais, domésticos ou nacionais. Esse patrimônio é o folclore. Folk, povo, nação, família, parentalha. Lore, instrução, conhecimento, sabedoria, na acepção da consciência individual do saber. Saber que sabe. Contemporaneidade, atualização imediatista do conhecimento. Esse nome – Folk-Lore – foi criado por um arqueólogo inglês, William John Thoms (1803-1885), propondo a denominação num artigo com esse título, publicado na revista The Athenaeum, de Londres, a 22 de agosto de 1846, com o pseudônimo de “Ambrose Merton”. Folk-Lore seria the lore of the people, a sabedoria do povo. Tornou-se universal e comum. (CASCUDO, 2016, p. 3). viva, útil, diária, natural. As raízes imóveis no passado podem ser evocadas como indagações da antiguidade. O folclore é o uso, o emprego imediato, o comum, embora antiquíssimo. (CASCUDO, 2016, p.3). 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 15/24 Cascudo (2016) logo confere destaque para o conjunto de saberes tradicionais populares que são praticados pelas regiões do Brasil: entre eles, as festas tradicionais de São João, Natal até Reis (em 6 janeiro), os bailes, o Carnaval, as danças, o Frevo, o Maracatu, os folguedos. Assim como a capoeira, o banho de cheiro, as defumações, os mitos, os contos populares, as anedotas, as adivinhações, "esses elementos têm uma literatura oral, versos, cantigas, lendas, heróis, uma tradição viva" (CASCUDO, 2016, p. 3). As bebidas e alimentos também ganham destaque, muitas histórias existem na alimentação brasileira. Um pouco disso tudo constitui o nosso folclore brasileiro, “pertencem, de modo geral, ao patrimônio de todos os povos da terra e são formas convergentes de soluções encontradas nas culturas mais distantes." (CASCUDO, 2016, p. 3). Luís da Câmara Cascudo também escreveu a Antologia do folclore brasileiro, na qual compilou mais de cem autores. O autor salientou a presença indígena "pela necessidade do confronto com tradições populares que dela teriam nascido ou recebido inspiração e reforço assimilativo." (CASCUDO, 2014, p. 6). O pesquisador criou grupos de assuntos, con�ra! No primeiro grupo, Cascudo abordou os séculos XVI, XVII e XVIII e seus cronistas. No segundo, foram abordados os séculos XIX-XX, os viajantes e estrangeiros. Na sequência, o autor abordou os estudiosos brasileiros Lopes Gama, Pereira Coruja, Koseritz, Couto de Magalhães, Barbara Rodrigues, Melo Morais Filho, Sant’Anna Neri, Celso de Magalhães, Cezimbra Jacques, Carlos Teschauer, Manuel Raimundo Querino, Vale Cabral e Pereira da Costa. Primeiro grupo Segundo grupo Terceiro grupo O �lme de �cção “A Antropóloga” (2011) retrata um conto mitomágico que habita o imaginário cultural açoriano da ilha de Santa Catarina. As cenas se passam na própria ilha, o cenário é a Costa da Lagoa da Conceição, um reduto açoriano povoado por misticismo bruxólico. Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8) VOCÊ QUER VER? Bumba meu boi, Boi-calemba, Boi de Reis, Folguedo do boi, Boi-bumbá no Maranhão, Pará, Amazonas, Três Pedaços em Alagoas (Porto da Rua, Porto de Pedras), Boi de mamão em Santa Catarina e Paraná, é um dos mais tradicionais autos, conservados pelo povo do norte e nordeste do Brasil. (CASCUDO, 2016, p. 4). https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8 https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 16/24 A importância do folclore, segundo Bráulio do Nascimento (1981) está por ser um dos componentes que integra os traços culturais de um país. Ele destaca que os países desenvolvidos exportam a inovação tecnológica para os países em desenvolvimento e que, embora seja indispensável "ao progresso dessas nações e [adequada] a assegurar a melhoria do nível de vida de suas populações, traz em seu bojo produtos culturais muitas vezes con�itantes com a realidade local.” (NASCIMENTO, 1981, p. 9). Isso se dá pela aceleração vertiginosa dos meios de comunicação em massa, e muitas das vezes in�uenciam diversos produtos, causando uma espécie de “desorganização cultural de comunidades”. Porém, é impossível frear certos fatores, pois essa é uma característica da nossa civilização. Como forma de preservar o palpável da nossa cultura popular, foi criado, em 1968, na cidade do Rio de Janeiro, o Museu de Folclore Edison Carneiro, um lugarconstruído para salvaguardar muitos objetos que pertencem à nossa cultura popular brasileira. O acervo do museu conta com mais de 13 mil objetos. As coleções que con�guram as áreas de exposição permanente no museu estão classi�cadas por via temática, entre elas: a medicina popular; a religiosidade; o teatro de bonecos; e os temas: lúdica infantil; danças e folguedos; instrumentos musicais; literatura de cordel; e artesanato. Você quer fazer uma visita virtual ao Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore? Por meio de uma visita mediada online, você pode conhecer a história e os saberes da região Nordeste e do Estado de Alagoas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs (https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs) VOCÊ SABIA? As religiões de matrizes africanas também fazem parte do nosso folclore, com suas saudações religiosas, ritos, danças, músicas, integrando a pluralidade de ritos religiosos praticados no Brasil. Atualmente, em 20 de novembro é comemorado o dia da Consciência Negra. Con�ra os registros fotográ�cos da comemoração realizada no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Acesse o link: https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194 (https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194) (https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194) VOCÊ SABIA? O intercâmbio de conhecimento entre os povos é uma decorrência natural do progresso científico e tecnológico, afastando-se cada vez mais a ideia de isolamento das nações. A cultura popular pode intervir como elemento moderador no processo cultural, pois dispõe de instrumentos próprios para o equilíbrio necessário ao seu harmônico desenvolvimento. Sobre ela se debruçam mesmo os países desenvolvidos, num esforço permanente de revitalização da cultura nacional. (NASCIMENTO, 1981, p. 9). https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194 https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194 https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 17/24 Em especial, destacamos os objetos lúdicos. Segundo Cáscia Frade (1981, p. 18), a lúdica infantil compreende “o conjunto de jogos, brincadeiras e brinquedos que compõe o universo dos divertimentos dos primeiros anos de vida do homem. [...] O brinquedo é a peça, o objeto que sugere movimento.” Um exemplo é o pião de madeira fabricado em Caruaru, no estado de Pernambuco. Figura 5 - Pião de madeira Fonte: Sousa Esos, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima, está uma foto de três cestos de vime marrom, um deles está cheio de piões de madeira de cor clara. Sobre as danças, Maria de Lourdes B. Ribeiro (1981) comenta que o Brasil, desde a época do povoamento estrangeiro, recebeu diversos modelos de danças. Muitas se sobressaíram a partir de um caráter religioso, outras foram oriundas de crenças e da sobrevivência de rituais indígenas e africanos. O universo das danças folclóricas abrange também ciranda, carimbó, jongo, pau-de-�ta, congada, catopé, etc. Há também os folguedos, festas populares lúdicas em que aparecem bumba-meu-boi, boi-bumbá, Reis-do-boi, boi-de-mamão. Em 2018, na cidade de Aracaju/SE, foi construído um monumento em homenagem aos movimentos de identidade popular do estado. Na �gura a seguir, podemos observar O Largo da Gente Sergipana, com a escultura de um bumba-meu-boi. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 18/24 Figura 6 - O Largo da Gente Sergipana Fonte: Leonidas Santana, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima está uma foto de uma escultura de cimento em formato de um boi, com um par de chifres de cor vermelha apontando para cima. A figura está colorida de azul com detalhes em flores vermelhas e pinturas centrais de amarelo. A cabeça também é amarela. Já os instrumentos musicais, segundo Aloysio de Alencar Pinto (1981), foram adotados e transformados pelo povo, e mesmo aparecendo de forma secundária, sua importância é fundamental. O instrumento é um elemento que faz parte do todo folclórico, subdividindo-se em variados tipos/grupos. Por exemplo, o conjunto de instrumentos de metais denominados Xerê de xangô, chocalho e maracá são usados nas tradições da região de Alagoas, Espírito Santo e Paraíba. Ou, o berimbau de origem africana, urucungo, popularizado na região da Bahia e usado em jogos de capoeira para marcar o ritmo dos golpes obedecendo a uma “frequência rítmica”. (PINTO, 1981, p. 52). Figura 7 - Berimbau Fonte: Dadalto, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima há uma foto do detalhe de um instrumento musical utilizado na capoeira, o berimbau, elaborado a partir de uma vara de bambu, uma cabaça e um fio de nylon. Na imagem acima, o instrumento apresenta as cores verde, amarelo e vermelho e detalhes em preto e branco. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 19/24 A literatura de cordel também é um meio de divulgação das histórias tradicionais da cultura regional do Nordeste. Segundo Manuel Diégues Júnior (1981), a cultura popular foi conservando e transmitindo esse tipo de prática literária. Ela consiste em pequenos folhetos presos por um pequeno barbante no meio das páginas, formando um livreto manual. O conteúdo desse tipo de literatura se consistia em O que mais chama a atenção para esse artefato são as ilustrações que acompanham os textos. Os desenhos são elaborados a partir de xilogravura – uma técnica de gravura na qual se entalham formas e �guras na madeira para depois reproduzi-las no papel ou em qualquer outro suporte. Figura 8 - Folhetos de Literatura de Cordel Fonte: rodrigo gavini, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima está uma foto de vários pequenos cadernos de cordel, em tons claros de amarelo e azul. Em uma das capas lê-se “Autor: Davi Teixeira. Título: Assombração dos anos 70”. Aí, tem-se a ilustração de uma figura humana sem cabeça ao lado de um sapo gigante. Embaixo, está escrito “Literatura de Cordel - lembrança de Pernambuco”. Outros títulos aparecem: “O desafio dos bonecos Zé Buchada e Bastião” e “A bolsa minha sogra”. Vera de Vives (1981, p. 72) relata que “o artesão folclórico é um intérprete da sabedoria e das técnicas conservadas no meio popular. Herdeiro de tradições, ele as reproduz em seu trabalho, inovando pouco, quanto a padrões, dimensões e formatos”. romances ou novelas de cavalaria, de amor, de narrativas de guerras ou de viagens ou conquistas marítimas. [...] descrição de fatos recentes, de acontecimentos sociais que prendiam a atenção da população. (DIÉGUES JR, 1981, p. 56). 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 20/24 Nesse sentido, destaca-se o artesanato. Objetos elaborados a partir de técnicas manuais, e/ou com ajuda de utensílios que ajudam a fabricar, mas que não tiram as características criativas e individuais de quem as emprega. Não só objetos podem compor esse universo, a indumentária também compreende esse todo; por exemplo, os trajes de um vaqueiro no Nordeste ou de um orixá com seus adereços na indumentária da religião de tradição africana. Os materiais mais utilizados pelos artesões são: a madeira, o metal, o barro, o couro, o algodão, as �bras vegetais e animais, além da ressigni�cação de objetos do cotidiano. As peças artesanais “correspondem sempre a uma realidade – utilidade ou tradição – do cotidiano de quem as cria, ou da vida das comunidades onde são criadas. A grandefunção dos objetos artesanais folclóricos é participar da vida” (VIVER, 1981, p. 72). Por exemplo, a confecção da renda de bilro e das redes de pesca são práticas e técnicas herdadas da cultura açoriana que fazem parte da história cultural da cidade de Florianópolis/SC. A autora Vives também comenta sobre as cerâmicas produzidas como objetos artesanais, porém a região onde elas são fabricadas no Brasil diferem, com “características próprias e distintas, que decorrem tanto do tipo de argila empregada quanto das formulações plásticas e motivos de decoração escolhidos” (VIVES, 1981, p. 74). Figura 9 - Cerâmica tradicional de Tiradentes/MG Fonte: Elena Skalovskaia, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem acima está uma foto de um conjunto cerâmico representando uma figura animal, galinhas brancas chocando pequeninos ovos sobre pratos. Uma referência é a cerâmica tradicional mineira confeccionada no vale do rio Jequitinhonha, que se distingue “pelos desenhos, produzidos em barros amarelos e brancos – o Tauá – e frequentemente assume formatos antropomorfos.” (VIVES, 1981, p. 74). Que tal criar o seu próprio cordel? Re�ita acerca do conteúdo do seu cordel. O que gostaria de contar? Sobre sua vivência com o lugar onde mora? Criar uma �cção? Qual seria o conteúdo do seu cordel hoje? Separe umas folhas de papel em tamanho A4 e, com criatividade, construa um cordel. VAMOS PRATICAR? 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 21/24 Em virtude dos aspectos mencionados que compõem a cultura popular brasileira, retomamos o autor Bráulio Nascimento (1981, p. 9) ao considerar que “nenhuma cultura permanece imune aos contatos externos, às in�uências várias determinadas pela dinâmica social.” E dentro dessa dinâmica social, um tanto quanto dispersa, cabe a nós re�etir também o quanto de inovação é acrescentada, incorporada, ano após ano, nas tradições folclóricas, por exemplo: a tecnologia pode ser um ponto de acesso favorável. Mas não devemos nos esquecer de sempre valorizar as nossas raízes culturais, celebrações, tradições, estórias e saberes regionais, descobrindo, primeiro, a partir do lugar onde vivemos. O que tem ao nosso redor? Quais são as manifestações populares e artísticas que ainda sobrevivem à contemporaneidade? Essas são indagações que nos fazem pensar em como preservar os gestos e narrativas da nossa cultural imaterial, que também é nosso patrimônio. Leia o trecho a seguir: “O número de instrumentos criados, adotados e transformados pelo povo é muito grande. Esta multiplicidade de instrumentos empregada na manifestação folclórica tem sido documentada por estudiosos e continua sendo descoberta, pois uma das características do folclore é a sua dinâmica, constante renovação e trans�guração. A função destes instrumentos é muito importante, mesmo quando parece secundária”. (PINTO, 1981, p. 44). PINTO, A. Instrumentos musicais. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore. Coleção Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro, 1981. Considerando o contexto apresentado acima, avalie as seguintes proposições: I. O compositor Heitor Villa-Lobos utilizou muitas temáticas populares em suas músicas. II. Os instrumentos di�cilmente se sobressaem em cantos. Ainda na atualidade, são poucas as pesquisas acadêmicas que tratam do tema do folclore e da cultura popular. Compartilho com vocês a pesquisa de mestrado da professora Sônia Laiz Vernacci Velloso (2017), da linha de pesquisa em Teatro, Sociedade e Criação Cênica, “Ponto de Cultura Arreda Boi: perspectivas da brincadeira do Boi-de-mamão numa experiência de Política Pública”. Velloso (2017) buscou lançar um olhar sobre “a brincadeira popular do Boi-de-mamão, tradicional no litoral catarinense, a partir do grupo Arreda Boi da localidade da Barra da Lagoa, situada no município de Florianópolis”. O trabalho parte da experiência da autora, enquanto participante do grupo. Ela observou e narrou, por meio das suas vivências de artista e arte educadora, junto aos integrantes, uma autoetnogra�a sobre um tema folclórico da cidade de Florianópolis/SC. Disponível em: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf (https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf). ESTUDO DE CASO (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 22/24 E assim chegamos ao �m de nosso estudo! III. Os metais xerê de xangô, chocalho e maracá são provenientes dos estados de Alagoas, Espírito Santo e Paraíba. IV. Na Bahia se encontra o trio de metais adjá, o triângulo e o agogô. Está correto o que se a�rma em: a. I, II e III b. I, II e IV c. I e III d. II e III e. I, III e IV VERIFICAR Concluímos a unidade, na qual percorremos um antigo Brasil, identi�cando questões relativas aos diferentes povos que por aqui habitaram. Localizamos alguns principais sítios arqueológicos, abordando características e tradições, como os sambaquis, a diversidade da arte e cultura dos povos indígenas, com destaque para as cerâmicas Marajoara, Santarém, Tupiguarani e Jê. A partir dos estudos de Viveiros de Castro, compreendemos a importância da tradição oral, dos ritos e mitos na cultura ameríndia. Além disso, apresentamos o folclore e a cultura popular no Brasil, suas ancestralidades, tradições e inovações. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: CONCLUSÃO aprender sobre tradições arqueológicas; ter conhecimento sobre a rica e diversa produção cultural herdada dos povos pré-histórico e indígenas; conhecer uma pesquisa etnográ�ca antropológica comparativa; reconhecer as diferentes formas de apropriação e difusão do folclore e cultura popular; compreender a importância das tradições populares e folclóricas brasileira no contexto latino- americano. Clique para baixar conteúdo deste tema. 8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 23/24 CASCUDO, L. Antologia do Folclore Brasileiro: volume 1. São Paulo: Global, 2014. CASCUDO, L. Folclore do Brasil: pesquisa e notas. São Paulo: Global, 2016. CASTRO, E. Conferência com Eduardo Viveiros de Castro. 2018. 1 vídeo (1h 40min.). Disponível em: (https://www.youtube.com/watch? v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3)https://www.youtube.com/watch? v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3 (https://www.youtube.com/watch? v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3). Acesso em: 2 maio 2021. CASTRO, E. Claude Lévi-Strauss por Eduardo Viveiros de Castro. Eduardo Viveiros de Castro (entrevista). In: Estudos avançados, v. 23, n. 67. São Paulo, 2009. 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