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Arte e Cultura Latino-Americana2

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8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 1/24
Autoria: Ma. Janaina Fornaziero Borges
Revisão técnica: Ma. Vivian Berto de Castro
ARTE E CULTURA LATINO-
AMERICANA
BRASIL
8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ARCULA_21/unidade_2/ebook/index.html 2/24
Introdução
Caro (a), estudante!
Vamos imaginar o Brasil antes de os estrangeiros europeus chegarem e “descobrirem” esse lugar que sempre existiu? Quem
esteve por aqui? Quais etnias povoaram esse imenso território? De�nitivamente a história do Brasil não começa em 1500.
Diversas populações pré-históricas e tribos indígenas foram os primeiros habitantes desse lugar onde hoje é o nosso vasto
país.
Nessa unidade, você irá vivenciar um Brasil antigo, conhecer alguns vestígios, aprender com a arte e a ancestralidade junto à
arqueologia e à antropologia. Você poderá identi�car alguns sítios e tradições arqueológicas em nosso território, como a arte
e a cultura Sambaqui, as gravuras, os zoólitos, além de diferenciar a arte indígena produzida pelos grupos tupis-guaranis, jês e
as cerâmicas Marajoaras e de Santarém.
O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro será um apoio para os estudos sobre o perspectivismo e o multinaturalismo na
América indígena. Com o seu trabalho, iremos compreender a importância dos mitos das tribos indígenas da região da
Amazônia, por meio da sua antropologia comparativa.
A partir das tradições, inovações e ancestralidades, iremos compreender o folclore e a cultura popular no Brasil, nosso
patrimônio imaterial. Identi�caremos quais são as principais manifestações populares e folclóricas no território brasileiro.
Ao �nal da unidade, você terá a compreensão da importância das tradições orais, dos ritos e mitos na cultura ameríndia e das
culturas populares e folclóricas brasileiras. Acompanhe com atenção todo o conteúdo, pois ele será primordial para você se
informar e ter a dimensão do universo cosmológico brasileiro “antigo”.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 63 minutos.
Segundo Niéde Guidon (1992, p. 37), uma das maiores arqueólogas brasileiras, “é impossível fornecer um quadro sintético
coerente da pré-história brasileira”.
Estudos da disciplina de arqueologia e antropologia ajudam a subsidiar alguns aspectos ancestrais, como
Algumas conjecturas do povoamento do continente sul-americano começaram a ser exploradas a partir da década do 1950.
Guidon (1992) exempli�ca com uma das teorias iniciais, criticando-a: movimentações podem ter sido realizadas por terra,
através do estreito de Bering (entre o que hoje são Alasca e Rússia) quando os níveis marítimos estavam baixos,
possibilitando a travessia. Seguindo esta teoria, a presença humana na América do Sul não poderia ser mais antiga que 12 mil
anos. No entanto, Guidon (1992) a�rma que devemos considerar o homem pré-histórico conhecia técnicas de navegação, o
que possibilita que tenha chegado na América do Sul por rotas de clima quente, portanto, por vias marítimas.
Evidências encontradas no Piauí mostram que alguns grupos podem ter chegado por via marítima à América há 9-10 mil anos.
E a autora completa: “pode-se também propor que os primeiros grupos chegaram até o continente há pelo menos 70 mil
anos”. (GUIDON, 1992, p. 39).
2.1 Arte e ancestralidade entre arqueologia e antropologia no Brasil Antigo
vestígios materiais trabalhados de maneira isolada, classificações baseadas em diferentes critérios de
divisão, sistemas de coleta sem registro são alguns dos procedimentos das primeiras explicações sobre a
pré-história brasileira. (GUIDON, 1992, p. 37)
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De acordo com Guidon (1992), a princípio não foi datada a presença humana no Pleistoceno na América Latina, mas, no Brasil,
encontraram-se indícios desses povos em Minas Gerais, na Lagoa Santa e na área arqueológica de São Raimundo Nonato, no
estado do Piauí.
Muitos artefatos usados pelos povos antecedentes foram descobertos em escavações que duravam anos. A autora destaca
os objetos líticos, os registros rupestres em paredões de pedra e as cerâmicas, por exemplo. Ao prosseguir com a questão da
evolução, a autora relata que:
Guidon (1992) aponta também que um dos principais sítios arqueológicos fora escavado durante os anos de 1987 e 1988,
conhecido como “Complexo da Serra Talhada”, compreendendo três territórios de sítios, veja a seguir. 
Nesses territórios, se localizam importantes vestígios: os painéis pintados em paredões de pedra, cobertos por inúmeras
camadas arqueológicas.
A autora aponta para a região Nordeste como a localidade em que aparece o maior número de sítios arqueológicos. O
conjunto de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí, destaca-se por ser mais “diversi�cado”, pois por lá se con�guram mais
de duzentos sítios registrados e estudados.
André Prous (2011) complementa dizendo que a arte rupestre encontrada na região nordestina está entre os territórios mais
ao sul, compreendendo desde o estado do Piauí até o estado do Mato Grosso, passando por Goiás e por algumas áreas de
Minas  Gerais,  além de abranger uma parte da região central brasileira, estendendo-se até a região dos Andes, Bolívia, Peru e
Colômbia meridional.
Em pesquisas mais recentes, foi apontado que os pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano descobrem
inúmeros sítios arqueológicos anualmente: “em 2012, estão cadastrados 1.028 com arte rupestre, sendo 735 sítios com
pinturas, 206 com pinturas e gravuras e 87 somente com gravuras.” (SILVA, 2018, p.4).
Sobre a estética da arte rupestre, Guidon (1992) identi�ca, a partir dos gra�smos encontrados nas paredes desses sítios, que 
predominam �guras de animais e de seres humanos, cuja grande maioria estavam acompanhadas de atributos culturais.
Os temas mais recorrentes  referem-se a práticas sexuais, caça, ritos e danças em torno de árvores. Entre os sítios
arqueológicos, existe uma “diversi�cação estilística”, por exemplo, “o estilo Serra da Capivara apresenta �guras cujos
contornos são completamente fechados, desenhados por traços contínuos e uma boa técnica grá�ca.” (GUIDON, 1992, p. 45).
A autora complementa, ao se referir ao estilo Serra Branco, que as �guras apresentam traços particulares, os quais se
diferenciam na parte corporal, com riscos de linhas verticais ou traços geométricos desenhados por cima, decorando a �gura
humana. Já os “animais são desenhados por uma linha de contorno aberta; alguns têm o corpo preenchido por tinta lisa, mas
a maioria apresenta um preenchimento geométrico semelhante àquele dos seres humanos.” (GUIDON, 1992, pp. 45-46).
“Toca do Baixão do Perna I”.
 “Boqueirão da Pedra Furada”.
“Sítio do Meio”.
no período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, por volta de 12 mil anos atrás, toda a América do
Sul estava povoada, desde o ponto mais setentrional até a Terra do Fogo. O número de sítios é importante e
no Brasil, a partir dessa época, dispomos de grande quantidade de informações e datações sobre os grupos
pré-históricos. (GUIDON, 1992, p. 42).
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O Complexo de Serra Talhada, segundo Guidon (1992), apresentou um estilo mais “heterogêneo”. As �guras humanas
apresentam técnicas e cores na pintura, variando entre a cor branca, cinza, amarela, marrom e vermelha, e estão dispostas em
linha. Algumas dessas �guras humanas são muito peculiares, com as extremidades exageradamente compridas, ou �guras
que são muito pequenas. Ainda sobre os estilos, a autora ressalta que:
Ao nos referirmos a essas representações grá�cas, podemos considerar que “a arte rupestre, além de ser uma expressão
notável da simbolização dos grupos humanos, [...] é capazde re�etir a identidade cultural das populações que as produzem e,
também de�nem o seu território.” (SILVA, 2018, p.8).
Entendemos que as representações �gurativas nas paredes pré-históricas datam de um período muito remoto; entretanto,
outros resquícios também sobreviveram até os dias de hoje, como é o caso dos sambaquis – região litorânea em que o
homem holoceno (época iniciada há quase 12 mil anos atrás e que vai até os dias de hoje) também habitou, que se caracteriza
por ser um local composto por um alto volume de conchas e sedimentos líticos.
Segundo Guidon (1992), esse tipo de sítio arqueológico abrange a extensão litorânea compreendendo a região do Nordeste
até o estado do Rio Grande do Sul. Nos sambaquis, foram encontradas a indústria lítica lascada e a rudimentar, outras peças
líticas polidas, restos de comida, sepultamentos, ossos, dentes e conchas. A autora destaca que em “razão da subida do nível
do mar, nos últimos 6 mil anos, os sambaquis mais antigos estão sob as águas; somente subsistem os sítios de menos de 6
mil anos.” (GUIDON, 1992, p. 51).
É interessante destacar a técnica das gravuras rupestres e os zoólitos encontrados nos sítios de Sambaquis, segundo a autora
Gomes (2012), esses elementos são “vestígios materiais” das populações que habitaram as regiões, compreendem peças
escultóricas esculpidas em materiais rochosos, vértebras e ossos de baleia, apresentando aparência animalescas, zoomorfas
e antropomorfas.
Esses artefatos foram confeccionados especialmente na área litorânea dos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul,
incluindo também o Uruguai. São considerados objetos raros e elaborados por mãos especializadas, pois se leva em conta a
técnica e o acabamento utilizados.
O simpósio virtual “Articulações Poéticas e escritas de si”, organizado pelo Grupo de Pesquisa Articulações Poéticas, do Programa
de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), realizou durante os meses de outubro e
novembro de 2020 uma série de debates, dentre os quais havia o tema “Formas de narrar”, que apresentou o trabalho da
professora de bio-arquivologia Maria Fátima Ribeiro Barbosa, “Rastros e inscrições no território da Serra da Capivara”.
A professora mostrou uma série de registros fotográ�cos de sua pesquisa em um dos sítios arqueológicos de São Raimundo
Nonato, contou peculiaridades do seu trabalho, exercido há mais de 30 anos. Além disso, revelou como foi seu contato pessoal
com Níede Guidon, e mostrou brevemente a história da Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí.
Outra convidada para o tema, Priscila Pinto, artista visual e professora da Faculdade de Artes da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), apresentou seu trabalho artístico, que opera a partir da interconexão entre natureza, cultura e mundo espiritual;
temas como memória, identidade, simbolismos femininos atuam como uma forma de narrar o seu rastro de inscrição e referências
culturais.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas)
VOCÊ QUER VER?
os dados atualmente disponíveis permitiram propor uma explicação segundo a qual essa sucessão de
estilos não representa diferentes unidades estilísticas perfeitamente distintas e segregáveis, mas sim reflete
uma evolução lenta e contínua que durante cerca de 6 mil anos introduziu micromodificações no estilo
básico Serra da Capivara. (GUIDON, 1992, p. 46)
https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas
https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas
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Na �gura “Zoólito”, logo abaixo, podemos identi�car formas animalescas talhadas em pedras.
Figura 1 - Zoólito
Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de quatro peças de zoólitos, em pedra, todas
aparentemente apresentam formas de peixes. São esculturas de cor cinza sobre
uma mesa branca.
Outros objetos também derivam dessa técnica, “aparentemente não apresentando uma conotação funcional especí�ca.
Alguns lembram objetos geométricos como pratos polidos, triângulos e rodas dentadas, entre outros.” (GOMES, 2012, p. 62).
Além das peças zoolíticas encontradas nos sítios arqueológicos Sambaqui, veri�cou-se a presença de outro tipo de vestígio:
uma variedade de peças cerâmicas ornamentadas e pintadas, além de utensílios para rituais. Guidon (1992, p. 52) a�rma que:
Na Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, foram encontrados, até os dias de hoje, cerca de 250 Sítios Arqueológicos, entre
Sambaquis, Sítios com cerâmica Itararé, Guarani, Inscrições Rupestres e O�cinas Líticas. A ilha do Campeche, pertencente a
Florianópolis, guarda inúmeras inscrições rupestres; por lá foram identi�cadas várias gravuras nos costões de pedra.
Conheça a página virtual “Floripa Arqueológica”. Acesse: https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-
�oripa/sambaquis/ (https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-�oripa/sambaquis/)
VOCÊ SABIA?
https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/
https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/
https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/
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Segundo André Prous (2011), a região do Rio Amazonas é de grande importância, por ter sido habitada por diversos grupos
indígenas e, em especial, a ilha do Marajó, onde numerosas cerâmicas foram identi�cadas como cerâmicas da cultura
Marajoara. Destacam-se:
Veja a �gura a seguir.
Figura 2 - Vasilhas decoradas por policromia
Fonte: Alf Ribeiro, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de um utensílio em formato de pote cerâmico
oval, lascado em uma das extremidades. Possui uma tampa ancorada ao objeto.
Vasilhas decoradas por policromia.
Urnas funerárias.
Pequenas estatuetas representando mulheres.
Tangas cerimoniais.
A técnica de fabricação de vasilhas em cerâmica, fora da Amazônia, parece ter sido corrente a partir de — 3
mil anos, pelo menos na área arqueológica de São Raimundo Nonato no Piauí. Durante todo o Holoceno,
grandes famílias linguísticas deviam dominar estas áreas, mas as guerras intertribais que antecederam a
chegada do colonizador branco embaralharam a situação, tornando difícil o correlacionamento entre as
culturas pré-históricas e as tribos indígenas da época do contato.
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Prous (2011) menciona a localidade de Santarém, estado do Pará com divisa entre o Rio Tapajós e Rio Amazonas, por ser uma
região característica em cerâmicas da cultura Tapajônica, elaboradas a partir de profusões de formas e ornamentações.
Já na cultura Santarém, são exemplos: 
Acompanhe!
Figura 3 - Vaso da Cultura Santarém
Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015.
#PraCegoVer
Na imagem acima está um vaso de cerâmica com uma base larga. O objeto
apresenta dois pares de alça, uma em cada lado; uma delas transforma-se em
duas figuras de mãos, assim como a parte de cima do vaso, que se torna uma
cabeça com traços humanoides.
Talvez um aspecto mais notável das cerâmicas dessa região de Santarém seja as formas escultóricas a partir de seres
antropomorfos, como pode ser observado na �gura anterior.
Vasos cerimoniais de gargalo.
Vasos de cariátides, as esculturas de �guras femininas nada convencionais.
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Segundo Prous (2011), a partir da década de 1960, pesquisadores encontraram na região do litoralbrasileiro manifestações da
tradição Tupiguarani em sítios arqueológicos. Eles recuperaram uma grande quantidade de cerâmicas decoradas, algumas
possuíam �guras geométricas, com linhas pretas, vermelhas e pintadas sobre um fundo claro; outras foram talhadas na
superfície com espátula, por exemplo, as vasilhas e vasos observados na �gura a seguir.
Sobre a nomenclatura “tupiguarani”, o autor a�rma que ao escrever a palavra junta, sem o hífen, aborda-se um “conceito
arqueológico, que não correspondia obrigatoriamente aos povos falantes das línguas tupi-guarani (com hífen), embora se
supusesse tratar, pelo menos em parte, de ancestrais deles.” (PROUS, 2011, p. 88).
Figura 4 - Vasilhas e vasos
Fonte: Museu da UFRGS, 2013.
#PraCegoVer
Na imagem acima há oito vasos cerâmicos de cores claras e de diferentes
dimensões, quatro maiores e quatro menores. Cinco peças apresentam
pequenas partes quebradas na área do gargalo.
Dentro da tradição Tupuguarani, Prous (2011) identi�ca ainda dois grupos geogra�camente separados, conhecidos como
Proto-Tupi, e localizados na região do litoral norte de São Paulo até o Maranhão; ocasionalmente, também circularam pela
região do Pará. Outro grupo apontado foram os Proto-Guarani, localizados na região sul de São Paulo até o norte da Argentina.
Ambos os grupos foram produtores “tanto por formas especí�cas de cerâmica quanto pelo estilo e motivo de decoração
plástica ou pintada.” (PROUS, 2011, p. 88). Levando em conta todas as divisões e subdivisões estilísticas, caracteriza-se a
expansão de grupos étnicos. 
Conheça sobre as etnias indígenas sobreviventes na contemporaneidade. Acesse o canal no YouTube do “Museu do Índio UFU” e
con�ra o material audiovisual sobre o tema preparado pela Universidade Federal de Uberlândia.
Acesse (https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw
https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw
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Segundo Turchetti (2018, p. 76), os povos indígenas da linguística do tronco Macro-Jê caracterizavam-se por ocupar a região
central do Brasil, como o território do estado de Minas Gerais: “os Jês abarcariam aqueles indígenas mais resistentes à
dominação europeia”. Sobre a cultura Jê, a autora destaca inúmeros sítios cerâmicos encontrados e aponta que “a cerâmica
seria considerada uma extensão da oleira e uma peça fundamental para compreender os aspectos cosmológicos desses
indígenas.” (TURCHETTI, 2018, p. 116).
Leia o trecho a seguir:
“Uma população vinda por Bering não teria podido trazer o parasita até a América porque o mesmo
teria desaparecido durante a passagem pela Beríngia e o Alasca. A menos que se admita que tal
passagem se fez muito rapidamente, em uma só geração. A existência do parasita no Piauí há mais
de 7 mil anos demonstra um povo vindo de um país quente, por rotas de clima quente, portanto vias
marítimas.” (GUIDON, 1992, p. 39). 
 
GUIDON, N. As ocupações Pré-históricas do Brasil (excetuando a Amazônia). In: CUNHA, Manuela
Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria
Municipal de Cultura, FAPESP, 1992. Disponível em: http://www.etnolinguistica.org/historia
(http://www.etnolinguistica.org/historia). Acesso em: 30 abr. 2021.
 
Segundo o contexto acima, esses povos deixaram inúmeros vestígios no território. Analise as
sentenças sobre os primeiros sítios arqueológicos datados.  
 
I. Apesar de estudos anteriores indicarem datações equívocas, a região central da Bahia indica a
existência de ossos fossilizados de animais da megafauna.
II. Um dos principais sítios arqueológicos foi escavado durante os anos de 1989 e 1991, conhecido
como complexo da Serra Talhada.
III. A região Nordeste foi a localidade em que apareceu um maior número de sítios arqueológicos, por
exemplo, o conjunto de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí.
Segundo os dados do censo obtidos no site da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), são mais de 817.963 mil indígenas,
“representando 305 diferentes etnias. Foram registradas no país 274 línguas indígenas”. Con�ra o acervo virtual etnográ�co e
conheça sobre a diversidade de povos indígenas no Brasil.
Acesse (http://tainacan.museudoindio.gov.br/)
VOCÊ QUER LER?
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
http://www.etnolinguistica.org/historia
http://www.etnolinguistica.org/historia
http://tainacan.museudoindio.gov.br/
http://tainacan.museudoindio.gov.br/
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Agora, vamos partir para o estudo etnográ�co ameríndio do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. Acompanhe!
IV. Atualmente, o sítio arqueológico de Alice Boér, perto de Rio Claro, continua sendo um dos sítios
estudados no estado de São Paulo. 
 
Está correto o que se a�rma em:
a. I, III e IV.
b. I.
c. I, II e III.
d. II e IV.
e. I, II, III e IV.
VERIFICAR
Esse tópico, em especial, será formado a partir da perspectiva de estudo do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (1951),
doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1978, ele é docente titular de Antropologia
Social no Programa de Pós-Graduação em Antropologia no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É
considerado um dos principais etnólogos americanistas da atualidade por suas experiências de pesquisas com povos
indígenas na região da Amazônia brasileira (LATTES, 2021).
Em uma entrevista concedida a La Lettre du Collège de France, publicada em 2009, de título “Claude Lévi-Strauss por Eduardo
Viveiros de Castro”, Marc Kirsch, o entrevistador, questiona o professor sobre qual foi a in�uência do etnólogo francês Lévi-
Strauss (1908-2009) em sua trajetória enquanto antropólogo, e Eduardo respondeu o seguinte:
2.2 Perspectivismo e Multinaturalismo na América Indígena a partir de
Eduardo Viveiros de Castro
O mais importante para mim é que devo a Lévi-Strauss a minha escolha profissional. Cheguei à etnologia
por vias transversas. Primeiro fui sociólogo, nos anos 1960. Interessava-me por teoria literária e conheci um
grande professor (Luiz Costa Lima) que lia Lévi-Strauss na perspectiva da análise do discurso. Foi ao
participar de grupos de trabalho sobre as Mitológicas que descobri que havia índios no Brasil: os cursos de
sociologia não os mencionavam, exceto a título de vestígios de um passado distante. A sociologia brasileira
estava focalizada em alguns grandes temas: as cidades, a industrialização, a formação da classe operária, o
campesinato etc. Os índios praticamente não tinham lugar nesse esquema. Os que ainda existiam estavam
se tornando camponeses ou apareciam como resíduos de um período ultrapassado da história do país.
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Em um primeiro momento, a partir desse contexto, re�etiremos sobre as contribuições da teoria do antropólogo Eduardo
Viveiros de Castro por meio do texto “O nativo relativo”, o qual aponta, nas primeiras linhas, quem é o antropólogo: “que
discorre sobre o discurso de um ‘nativo’. O nativo não precisa ser especialmente selvagem, ou tradicionalista, tampouco
natural do lugar onde o antropólogo o encontra.” (CASTRO, 2002, p. 113).
De certo modo, podemos pensar o antropólogo como aquele pesquisador que está em campo, in loco, investigando o seu
“objeto” de pesquisa, no caso, o(s) indivíduo(s) de uma sociedade determinada.
Segundo Castro (2002, p. 117), o antropólogo, necessariamente antes de iniciar sua partida, procura saber sobre o nativo: “ele
prede�ne e circunscreve os mundos possíveis expressos por esse outrem”. Pois o nativo é aquele que testemunha a cultura
em seu discurso, e o antropólogopassa, então, a se relacionar com o nativo partindo do pressuposto de que “são as variações
que relacionam” e não o contrário.
Ou seja, “a relação de conhecimento é aqui concebida como unilateral, a alteridade entre o sentido dos discursos do
antropólogo e do nativo resolve-se em um englobamento.” (CASTRO, 2002, p. 116).
Castro (2002, p 122), ao referenciar a linha do “perspectivismo”, pensou o “ponto de vista do nativo sobre o ponto de vista”, isto
é, levou em consideração o ponto de vista do outro, no caso do nativo, e sua perspectiva de mundo.
O autor alerta, entretanto, que não se trata de interpretar o pensamento ameríndio, mas de pensá-lo como “conceito”, “realizar
uma experimentação” para extrair a partir das ideias indígenas decisões, consequências para “determinar o solo pré-conceitual
ou o plano de imanência que tais conceitos pressupõem, os personagens conceituais que eles acionam, e a matéria do real
que eles põem.” (CASTRO, 2002, p. 123).
Nesse sentido, levar a perspectiva do nativo a sério levou Viveiros de Castro a questionar pressupostos importantes da teoria
antropológica, como a ideia de multiculturalismo.
Em uma palestra proferida em 2018, no SESC São Paulo, Eduardo Viveiros de Castro apontou a sua posição metodológica.
Seus estudos se interessam por desmontar a ideia do etnocentrismo primitivo ou indígena, visto que muitas vezes o
antropólogo se distancia da cultura ameríndia e, ao se afastar dela, torna-se “menos humano”.
A precedência do “eu” enquanto “outro”, ou seja, a posição do “eu”, do sujeito, deduzida a partir da posição inicial do “outro”,
como ponto de vista privilegiado sobre si mesmo, tornou-se uma forma de contestar esse “suposto etnocentrismo indígena”.
Para o autor, antes de pensar os índios no nosso mundo, primeiramente foi preciso levar em consideração o pensamento e o
mundo que eles constituíram, ou seja, o ponto de vista teórico e político deles. A partir   daí, apresentou-se uma questão: era
preciso pensar e agir como os próprios índios. Viveiros de Castro, então, procurou estudar no Brasil sobre os povos daqui.
A antropologia comparativa do pesquisador está embasada em associações míticas:
Viveiros de Castro propõe, de certo modo, uma equivalência das teorias cientí�cas antropológicas com as concepções
indígenas, principalmente no momento em que o xamã Ianomâmi Davi Kopenawa escreve a quatro mãos com Bruce Albert, o
livro A queda do céu (2015). Destaca-se a obra literária “sob uma forma inteligível, no sentido de devidamente traduzida e
devidamente comentada por um pactário, alguém que fez um pacto, como se diz, etnográ�co, com o seu interlocutor
Ianomâmi.” (CASTRO, 2018, s/p).
Quando me dei conta de que esses índios ainda existiam e tinham um discurso de uma grande riqueza,
filosoficamente fascinante, decidi fazer um doutorado em Antropologia. Lévi-Strauss me converteu à
antropologia. Seu nome e sua obra têm para mim, portanto, um valor pessoal. (CASTRO, 2009, p.197).
a minha maneira de trabalhar sempre foi um pouco parecida, em certo sentido, com a maneira como Lévi-
Strauss se define à imaginação mítica ou analógica, como ele diz que o mito é o regime do ‘é que nem’, ‘é
como’, ele diz, o mito resolve um problema dizendo: ‘esse problema é que nem... um outro problema’,
simplesmente você desloca a maneira de resolver um problema é mostrar que esse problema é análogo a
outros problemas, e com isso você resolve o problema, em lugar de dar uma solução nomotética qualquer.
(CASTRO, 2018, s/p).  
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O autor sugere levar o ponto de vista indígena a sério, compreendo-o como uma ciência, com uma epistemologia própria de
semânticas, sentidos e ideias que podem ser diferentes do que nós, brancos, entendemos por “cultura” e “natureza”, por
exemplo.
Há uma variação de sentidos em torno dos conceitos que são usualmente utilizados nas pesquisas. Porém, antes de dizer que
a cultura de um determinado grupo é de tal jeito, é preciso saber o que estes entendem por cultura, quais elementos são
mobilizados em torno dessa ideia. Eventualmente, muito do que esses grupos dizem pode vir de encontro com o que o
ocidente entende, até porque o contato histórico fez com que todos se apropriassem de certos “sentidos”.
Segundo o autor, as categorias da natureza e da cultura não possuem as mesmas signi�cações ocidentais que as nossas,
elas se diferem. Por exemplo, os animais, para os indígenas, são gente “ou se veem como pessoas”. Os índios se reconhecem
a partir de “uma uniformidade básica dos corpos”.
Para grupos ameríndios, o mundo é habitado por diferentes seres, humanos e não humanos, que possuem pontos de vista
distintos. Porém, o ponto de vista é sempre de humanidade. Uma onça, por exemplo, na concepção ameríndia, possui uma
subjetividade, uma agência, uma intencionalidade. Nos mitos, as onças falam, agem e interagem, praticam uma ação no
mundo. Os indígenas não fazem ideia de uma representação, pois isso é uma concepção dada para eles: os animais são seres
sobrenaturais, possuem uma visão própria de humanidade. Mas há uma diferença entre representação e perspectiva.
Ao re�etir sobre o perspectivismo ameríndio, Castro (2004) destaca esse conceito não o apresentando como um relativismo,
mas como um multinaturalismo, identi�cado como um complexo de ideias próprio da ontologia ameríndia. Ou melhor, o
perspectivismo equivale ao multinaturalismo.
Castro (2004, p. 240) distinguiu esses conceitos na América indígena quando identi�cou que: 
Para compreender melhor o assunto, leia o livro A queda do céu – Palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce
Albert. Tradução: Beatriz Perrone-Moisés. Prefácio: Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Acesse (https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf)
VOCÊ QUER LER?
Os animais utilizam as mesmas categorias e valores que os humanos: seus mundos, como o nosso, giram
em torno da caça e da pesca, da cozinha e das bebidas fermentadas, das primas cruzadas e da guerra, dos
ritos de iniciação, dos xamãs, chefes, espíritos etc. Se a lua, as cobras e as onças veem os humanos como
antas ou porcos selvagens, é porque, como nós, elas comem antas e porcos selvagens, comida própria de
gente. Só poderia ser assim, pois, sendo gente em seu próprio departamento, os não-humanos veem as
coisas como ‘a gente’ vê. Mas as coisas que eles veem são outras: o que para nós é sangue, para o jaguar é
cauim; o que para as almas dos mortos é um cadáver podre, para nós é mandioca fermentando; o que
vemos como um barreiro lamacento, para as antas é uma grande casa cerimonial… (CASTRO, 2004, p. 239). 
https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf
https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf
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O perspectivismo se propõe a analisar o modus operandi das relações humanas e não humanas no mundo ameríndio. Viveiros
de Castro procura, então, compreender as concepções indígenas sobre o mundo, sua constituição, os seres que nele habitam
e se relacionam.
Dessa forma, o autor percebe que no entendimento ameríndio há múltiplas naturezas. Ou seja, a natureza não é algo universal,
mas particular, especí�co de seres. Cada ser possui um ponto de vista especí�co, único.
O que converge os diferentes pontos de vista é a humanidade, isto é, todo ser acredita ser exclusivamente humano. A
humanidade é o pano de fundo comum aos pontos de vista  entre os seres da cosmologia indígena, pois eles têm
intencionalidade, ação e agência.
Sobre os conceitos de relativismo e multiculturalismo na antropologia, Castro (2004, p. 239-240) aponta que: 
Esses dois conceitos também passaram a se equivaler, pois o autor menciona que o relativismo é como um essencialismoespiritual, e analisa criticamente a potência ameríndia de “fabricar o próprio corpo” por meio da dimensão ritual:
o perspectivismo é um multinaturalismo, pois uma perspectiva não é uma representação. Uma perspectiva
não é uma representação porque as representações são propriedades do espírito, mas o ponto de vista está
no corpo.
o relativismo cultural, um ‘multiculturalismo’, supõe uma diversidade de representações subjetivas e parciais,
incidentes sobre uma natureza externa, una e total, indiferente à representação; os ameríndios propõem o
oposto: uma unidade representativa ou fenomenológica puramente pronominal, aplicada indiferentemente
sobre uma diversidade real. Uma só ‘cultura’, múltiplas ‘naturezas’; epistemologia constante, ontologia
variável.
[...] cada cultura, assim como, cada pessoa possui uma essência, um espírito, precisamente, o ‘zeitgeist’ o
espírito cultural, o espirito do tempo, o espirito da cultura, a inconsciência coletiva e assim por diante, que
distingue. E tínhamos sugerido que, na verdade, o pensamento indígena põe na   frente, digamos assim, a
dimensão corporal como a dimensão onde efetivamente o sentido, através da qual o sentido era   produzido.
O lugar do sentido estava no corpo, de certa maneira. Isso não significa colocar o corpo no centro, significa
colocar o corpo de certa maneira, na frente, na frente do espírito, que aliás, é a posição que ele tem para os
índios. Ele oculta esse outro lado. O corpo tem um lado visível e um lado que você não vê. [...] ‘A alma é
aquela parte do corpo que a gente não vê’. Então, enfim, é o outro   lado do corpo, de certa maneira.
(CASTRO, 2018, s/p).
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O autor identi�ca que a cosmologia ameríndia, em vez de se pautar por um viés multicultural, se baseia numa ideia de várias
naturezas, vários pontos de vista/perspectivas. Isso faz com que a posição metodológica comparativa de Viveiros de Castro
rompa, de certa forma, com a ideia que foi por muito tempo central na antropologia de multiculturalismo: a natureza
humana/não humana é uma só, o que se diversi�ca são as culturas.
Para �nalizar, Castro (2018) parafraseia a citação dos autores Deleuze e Guatarri, escrita no livro Anti-Édipo: capitalismo e
esquizofrenia (1972), quando eles indagaram: “mas por que falar dos primitivos se é da nossa vida que se trata?”. Logo, o
autor confessa que o problema dessa sentença é apenas o mau uso da pontuação, e declara que o que precisa ser feito é
apenas interrogá-la de outra maneira. Assim, o pesquisador também nos questiona: “por que falar dos primitivos? Porque é da
nossa vida que se trata”.
Continue acompanhando!
Para iniciarmos o assunto, Luís da Câmara Cascudo (2016) será tomado como primeira referência. Considerado um dos
principais autores que se dedicou à cultura popular e ao folclore brasileiro como temas de estudos, o autor inicia o tradicional
livro sobre “Folclore do Brasil” assim:
Para autor, o folclore é a cultura do povo, 
2.3 Folclore e cultura popular no Brasil, suas ancestralidades, tradições e
inovações
Todos os países do Mundo, raças, grupos humanos, famílias, classes profissionais, possuem um patrimônio
de tradições que se transmite oralmente e é defendido e conservado pelo costume. Esse patrimônio é
milenar e contemporâneo. Cresce com os conhecimentos diários desde que se integrem nos hábitos
grupais, domésticos ou nacionais. Esse patrimônio é o folclore. Folk, povo, nação, família, parentalha. Lore,
instrução, conhecimento, sabedoria, na acepção da consciência individual do saber. Saber que sabe.
Contemporaneidade, atualização imediatista do conhecimento. Esse nome – Folk-Lore – foi criado por um
arqueólogo inglês, William John Thoms (1803-1885), propondo a denominação num artigo com esse título,
publicado na revista The Athenaeum, de Londres, a 22 de agosto de 1846, com o pseudônimo de “Ambrose
Merton”. Folk-Lore seria the lore of the people, a sabedoria do povo. Tornou-se universal e comum. (CASCUDO,
2016, p. 3).
viva, útil, diária, natural. As raízes imóveis no passado podem ser evocadas como indagações da
antiguidade. O folclore é o uso, o emprego imediato, o comum, embora antiquíssimo. (CASCUDO, 2016, p.3). 
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Cascudo (2016) logo confere destaque para o conjunto de saberes tradicionais populares que são praticados pelas regiões do
Brasil: entre eles, as festas tradicionais de São João, Natal até Reis (em 6 janeiro), os bailes, o Carnaval, as danças, o Frevo, o
Maracatu, os folguedos.
Assim como a capoeira, o banho de cheiro, as defumações, os mitos, os contos populares, as anedotas, as adivinhações,
"esses elementos têm uma literatura oral, versos, cantigas, lendas, heróis, uma tradição viva" (CASCUDO, 2016, p. 3).
As bebidas e alimentos também ganham destaque, muitas histórias existem na alimentação brasileira. Um pouco disso tudo
constitui o nosso folclore brasileiro, “pertencem, de modo geral, ao patrimônio de todos os povos da terra e são formas
convergentes de soluções encontradas nas culturas mais distantes." (CASCUDO, 2016, p. 3). 
Luís da Câmara Cascudo também escreveu a Antologia do folclore brasileiro, na qual compilou mais de cem autores. O autor
salientou a presença indígena "pela necessidade do confronto com tradições populares que dela teriam nascido ou recebido
inspiração e reforço assimilativo." (CASCUDO, 2014, p. 6).
O pesquisador criou grupos de assuntos, con�ra!
No primeiro grupo, Cascudo abordou os séculos XVI, XVII e XVIII e seus
cronistas.
No segundo, foram abordados os séculos XIX-XX, os viajantes e estrangeiros.
Na sequência, o autor abordou os estudiosos brasileiros Lopes Gama, Pereira
Coruja, Koseritz, Couto de Magalhães, Barbara Rodrigues, Melo Morais Filho,
Sant’Anna Neri, Celso de Magalhães, Cezimbra Jacques, Carlos Teschauer,
Manuel Raimundo Querino, Vale Cabral e Pereira da Costa. 
Primeiro
grupo
Segundo
grupo
Terceiro
grupo
O �lme de �cção “A Antropóloga” (2011) retrata um conto mitomágico que habita o imaginário cultural açoriano da ilha de Santa
Catarina. As cenas se passam na própria ilha, o cenário é a Costa da Lagoa da Conceição, um reduto açoriano povoado por
misticismo bruxólico.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8)
VOCÊ QUER VER?
Bumba meu boi, Boi-calemba, Boi de Reis, Folguedo do boi, Boi-bumbá no Maranhão, Pará, Amazonas, Três
Pedaços em Alagoas (Porto da Rua, Porto de Pedras), Boi de mamão em Santa Catarina e Paraná, é um dos
mais tradicionais autos, conservados pelo povo do norte e nordeste do Brasil. (CASCUDO, 2016, p. 4). 
https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8
https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8
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A importância do folclore, segundo Bráulio do Nascimento (1981) está por ser um dos componentes que integra os traços
culturais de um país. Ele destaca que os países desenvolvidos exportam a inovação tecnológica para os países em
desenvolvimento e que, embora seja indispensável "ao progresso dessas nações e [adequada] a assegurar a melhoria do nível
de vida de suas populações, traz em seu bojo produtos culturais muitas vezes con�itantes com a realidade local.”
(NASCIMENTO, 1981, p. 9).
Isso se dá pela aceleração vertiginosa dos meios de comunicação em massa, e muitas das vezes in�uenciam diversos
produtos, causando uma espécie de “desorganização cultural de comunidades”. Porém, é impossível frear certos fatores, pois
essa é uma característica da nossa civilização.
Como forma de preservar o palpável da nossa cultura popular, foi criado, em 1968, na cidade do Rio de Janeiro, o Museu de
Folclore Edison Carneiro, um lugarconstruído para salvaguardar muitos objetos que pertencem à nossa cultura popular
brasileira.
O acervo do museu conta com mais de 13 mil objetos. As coleções que con�guram as áreas de exposição permanente no
museu estão classi�cadas por via temática, entre elas: a medicina popular; a religiosidade; o teatro de bonecos; e os temas:
lúdica infantil; danças e folguedos; instrumentos musicais; literatura de cordel; e artesanato.
Você quer fazer uma visita virtual ao Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore? Por meio de uma visita mediada online, você
pode conhecer a história e os saberes da região Nordeste e do Estado de Alagoas. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs (https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs) 
VOCÊ SABIA?
As religiões de matrizes africanas também fazem parte do nosso folclore, com suas saudações religiosas, ritos, danças, músicas,
integrando a pluralidade de ritos religiosos praticados no Brasil. Atualmente, em 20 de novembro é comemorado o dia da
Consciência Negra. Con�ra os registros fotográ�cos da comemoração realizada no Parque Memorial Quilombo dos Palmares,
localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Acesse o link:
https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194
(https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194)
(https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194) 
VOCÊ SABIA?
O intercâmbio de conhecimento entre os povos é uma decorrência natural do progresso científico e
tecnológico, afastando-se cada vez mais a ideia de isolamento das nações. A cultura popular pode intervir
como elemento moderador no processo cultural, pois dispõe de instrumentos próprios para o equilíbrio
necessário ao seu harmônico desenvolvimento. Sobre ela se debruçam mesmo os países desenvolvidos,
num esforço permanente de revitalização da cultura nacional. (NASCIMENTO, 1981, p. 9).
https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs
https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs
https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194
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Em especial, destacamos os objetos lúdicos.  Segundo Cáscia Frade (1981, p. 18), a lúdica infantil compreende “o conjunto de
jogos, brincadeiras e brinquedos que compõe o universo dos divertimentos dos primeiros anos de vida do homem. [...] O
brinquedo é a peça, o objeto que sugere movimento.” Um exemplo é o pião de madeira fabricado em Caruaru, no estado de
Pernambuco.
Figura 5 - Pião de madeira
Fonte: Sousa Esos, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima, está uma foto de três cestos de vime marrom, um deles está
cheio de piões de madeira de cor clara.
Sobre as danças, Maria de Lourdes B. Ribeiro (1981) comenta que o Brasil, desde a época do povoamento estrangeiro, recebeu
diversos modelos de danças. Muitas se sobressaíram a partir de um caráter religioso, outras foram oriundas de crenças e da
sobrevivência de rituais indígenas e africanos.
O universo das danças folclóricas abrange também ciranda, carimbó, jongo, pau-de-�ta, congada, catopé, etc. Há também os
folguedos, festas populares lúdicas em que aparecem bumba-meu-boi, boi-bumbá, Reis-do-boi, boi-de-mamão. Em 2018, na
cidade de Aracaju/SE, foi construído um monumento em homenagem aos movimentos de identidade popular do estado. Na
�gura a seguir, podemos observar O Largo da Gente Sergipana, com a escultura de um bumba-meu-boi. 
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Figura 6 - O Largo da Gente Sergipana
Fonte: Leonidas Santana, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de uma escultura de cimento em formato de
um boi, com um par de chifres de cor vermelha apontando para cima. A figura
está colorida de azul com detalhes em flores vermelhas e pinturas centrais de
amarelo. A cabeça também é amarela.
Já os instrumentos musicais, segundo Aloysio de Alencar Pinto (1981), foram adotados e transformados pelo povo, e mesmo
aparecendo de forma secundária, sua importância é fundamental. O instrumento é um elemento que faz parte do todo
folclórico, subdividindo-se em variados tipos/grupos.
Por exemplo, o conjunto de instrumentos de metais denominados Xerê de xangô, chocalho e maracá são usados nas
tradições da região de Alagoas, Espírito Santo e Paraíba. Ou, o berimbau de origem africana, urucungo, popularizado na região
da Bahia e usado em jogos de capoeira para marcar o ritmo dos golpes obedecendo a uma “frequência rítmica”. (PINTO, 1981,
p. 52).
Figura 7 - Berimbau
Fonte: Dadalto, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima há uma foto do detalhe de um instrumento musical utilizado
na capoeira, o berimbau, elaborado a partir de uma vara de bambu, uma cabaça
e um fio de nylon. Na imagem acima, o instrumento apresenta as cores verde,
amarelo e vermelho e detalhes em preto e branco.
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A literatura de cordel também é um meio de divulgação das histórias tradicionais da cultura regional do Nordeste. Segundo
Manuel Diégues Júnior (1981), a cultura popular foi conservando e transmitindo esse tipo de prática literária. Ela consiste em
pequenos folhetos presos por um pequeno barbante no meio das páginas, formando um livreto manual.
O conteúdo desse tipo de literatura se consistia em
O que mais chama a atenção para esse artefato são as ilustrações que acompanham os textos. Os desenhos são elaborados
a partir de xilogravura – uma técnica de gravura na qual se entalham formas e �guras na madeira para depois reproduzi-las no
papel ou em qualquer outro suporte. 
Figura 8 - Folhetos de Literatura de Cordel
Fonte: rodrigo gavini, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de vários pequenos cadernos de cordel, em
tons claros de amarelo e azul. Em uma das capas lê-se “Autor: Davi Teixeira.
Título: Assombração dos anos 70”. Aí, tem-se a ilustração de uma figura humana
sem cabeça ao lado de um sapo gigante. Embaixo, está escrito “Literatura de
Cordel - lembrança de Pernambuco”. Outros títulos aparecem: “O desafio dos
bonecos Zé Buchada e Bastião” e “A bolsa minha sogra”.
Vera de Vives (1981, p. 72) relata que “o artesão folclórico é um intérprete da sabedoria e das técnicas conservadas no meio
popular. Herdeiro de tradições, ele as reproduz em seu trabalho, inovando pouco, quanto a padrões, dimensões e formatos”.
romances ou novelas de cavalaria, de amor, de narrativas de guerras ou de viagens ou conquistas
marítimas. [...] descrição de fatos recentes, de acontecimentos sociais que prendiam a atenção da
população. (DIÉGUES JR, 1981, p. 56). 
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Nesse sentido, destaca-se o artesanato. Objetos elaborados a partir de técnicas manuais, e/ou com ajuda de utensílios que
ajudam a fabricar, mas que não tiram as características criativas e individuais de quem as emprega.
Não só objetos podem compor esse universo, a indumentária também compreende esse todo; por exemplo, os trajes de um
vaqueiro no Nordeste ou de um orixá com seus adereços na indumentária da religião de tradição africana. Os materiais mais
utilizados pelos artesões são: a madeira, o metal, o barro, o couro, o algodão, as �bras vegetais e animais, além da
ressigni�cação de objetos do cotidiano.
As peças artesanais “correspondem sempre a uma realidade – utilidade ou tradição – do cotidiano de quem as cria, ou da vida
das comunidades onde são criadas. A grandefunção dos objetos artesanais folclóricos é participar da vida” (VIVER, 1981, p.
72). Por exemplo, a confecção da renda de bilro e das redes de pesca são práticas e técnicas herdadas da cultura açoriana
que fazem parte da história cultural da cidade de Florianópolis/SC.
A autora Vives também comenta sobre as cerâmicas produzidas como objetos artesanais, porém a região onde elas são
fabricadas no Brasil diferem, com “características próprias e distintas, que decorrem tanto do tipo de argila empregada quanto
das formulações plásticas e motivos de decoração escolhidos” (VIVES, 1981, p. 74). 
Figura 9 - Cerâmica tradicional de Tiradentes/MG
Fonte: Elena Skalovskaia, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de um conjunto cerâmico representando uma
figura animal, galinhas brancas chocando pequeninos ovos sobre pratos.
Uma referência é a cerâmica tradicional mineira confeccionada no vale do rio Jequitinhonha, que se distingue “pelos
desenhos, produzidos em barros amarelos e brancos – o Tauá – e frequentemente assume formatos antropomorfos.” (VIVES,
1981, p. 74). 
Que tal criar o seu próprio cordel? Re�ita acerca do conteúdo do seu cordel. O que
gostaria de contar?  Sobre sua vivência com o lugar onde mora? Criar uma �cção? Qual
seria o conteúdo do seu cordel hoje? Separe umas folhas de papel em tamanho A4 e, com
criatividade, construa um cordel.
VAMOS PRATICAR?
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Em virtude dos aspectos mencionados que compõem a cultura popular brasileira, retomamos o autor Bráulio Nascimento
(1981, p. 9) ao considerar que “nenhuma cultura permanece imune aos contatos externos, às in�uências várias determinadas
pela dinâmica social.” E dentro dessa dinâmica social, um tanto quanto dispersa, cabe a nós re�etir também o quanto de
inovação é acrescentada, incorporada, ano após ano, nas tradições folclóricas, por exemplo: a tecnologia pode ser um ponto
de acesso favorável.
Mas não devemos nos esquecer de sempre valorizar as nossas raízes culturais, celebrações, tradições, estórias e saberes
regionais, descobrindo, primeiro, a partir do lugar onde vivemos. O que tem ao nosso redor? Quais são as manifestações
populares e artísticas que ainda sobrevivem à contemporaneidade? Essas são indagações que nos fazem pensar em como
preservar os gestos e narrativas da nossa cultural imaterial, que também é nosso patrimônio. 
Leia o trecho a seguir:
“O número de instrumentos criados, adotados e transformados pelo povo é muito grande. Esta
multiplicidade de instrumentos empregada na manifestação folclórica tem sido documentada por
estudiosos e continua sendo descoberta, pois uma das características do folclore é a sua dinâmica,
constante renovação e trans�guração. A função destes instrumentos é muito importante, mesmo
quando parece secundária”. (PINTO, 1981, p. 44).
 
PINTO, A. Instrumentos musicais. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore. Coleção Museus
brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro, 1981.
 
Considerando o contexto apresentado acima, avalie as seguintes proposições:
 
I. O compositor Heitor Villa-Lobos utilizou muitas temáticas populares em suas músicas.
II. Os instrumentos di�cilmente se sobressaem em cantos.
Ainda na atualidade, são poucas as pesquisas acadêmicas que tratam do tema do folclore e da cultura popular. Compartilho com
vocês a pesquisa de mestrado da professora Sônia Laiz Vernacci Velloso (2017), da linha de pesquisa em Teatro, Sociedade e
Criação Cênica, “Ponto de Cultura Arreda Boi: perspectivas da brincadeira do Boi-de-mamão numa experiência de Política Pública”.
Velloso (2017) buscou lançar um olhar sobre “a brincadeira popular do Boi-de-mamão, tradicional no litoral catarinense, a partir do
grupo Arreda Boi da localidade da Barra da Lagoa, situada no município de Florianópolis”. O trabalho parte da experiência da
autora, enquanto participante do grupo. Ela observou e narrou, por meio das suas vivências de artista e arte educadora, junto aos
integrantes, uma autoetnogra�a sobre um tema folclórico da cidade de Florianópolis/SC.
Disponível em: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
(https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf).
ESTUDO DE CASO
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
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E assim chegamos ao �m de nosso estudo!
III. Os metais xerê de xangô, chocalho e maracá são provenientes dos estados de Alagoas, Espírito
Santo e Paraíba.
IV. Na Bahia se encontra o trio de metais adjá, o triângulo e o agogô. 
 
Está correto o que se a�rma em:
a. I, II e III
b. I, II e IV
c. I e III
d. II e III
e. I, III e IV
VERIFICAR
Concluímos a unidade, na qual percorremos um antigo Brasil, identi�cando questões relativas aos diferentes povos que por
aqui habitaram. Localizamos alguns principais sítios arqueológicos, abordando características e tradições, como os
sambaquis, a diversidade da arte e cultura dos povos indígenas, com destaque para as cerâmicas Marajoara, Santarém,
Tupiguarani e Jê. A partir dos estudos de Viveiros de Castro, compreendemos a importância da tradição oral, dos ritos e mitos
na cultura ameríndia. Além disso, apresentamos o folclore e a cultura popular no Brasil, suas ancestralidades, tradições e
inovações.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
aprender sobre tradições arqueológicas;
ter conhecimento sobre a rica e diversa produção cultural herdada dos povos pré-histórico e
indígenas;
conhecer uma pesquisa etnográ�ca antropológica comparativa;
reconhecer as diferentes formas de apropriação e difusão do folclore e cultura popular;
compreender a importância das tradições populares e folclóricas brasileira no contexto latino-
americano.
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8/17/23, 2:25 PM Arte e Cultura Latino-Americana
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