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MANUAL DO PARTICIPANTE ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 2 de 103 – Sumário 1. LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................... 4 2. IDENTIFICAÇÃO NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS .................................. 15 3. SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................. 39 3.1. MANUAL DA ABIQUIM .............................................................................................................. 39 3.2. DIAMANTE DE HOMMEL - NFPA 704 .................................................................................... 43 4. TOXICOLOGIA E EPI...................................................................................................................... 45 4.1. TOXICOLOGIA ............................................................................................................................. 45 4.2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .......................................................................................... 50 5. SALVAMENTO NO AEPP .............................................................................................................. 56 6. DESCONTAMINAÇÃO ................................................................................................................... 61 6.1. LAYOUT MÍNIMO COM 07 ESTAÇÕES ............................................................................. 61 6.2. LAYOUT MÍNIMO COM 05 ESTAÇÕES ............................................................................. 67 7. RESGATE E DESCONTAMINAÇÃO DE VÍTIMAS DE INCIDENTES QUÍMICOS .............. 71 8. DESCONTAMINAÇÃO EM MASSA ............................................................................................. 79 9. EMERGÊNCIAS RADIOLÓGICAS ............................................................................................... 87 ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 3 de 103 – Lição1 Produtos Perigosos Legislação Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Conceituar “Meio Ambiente”; 2) Listar os 05 (cinco) modais de transporte; 3) Diferenciar os 02 (dois) tipos de carga; 4) Diferenciar as zonas de trabalho em emergências com produtos perigosos e; 5) Descrever a “sequência operacional” para atendimento a emergências com produtos perigosos. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 4 de 103 – 1. LEGISLAÇÃO CONCEITO FUNDAMENTAL Meio Ambiente: É a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas Direito Ambiental: Complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando a sua sustentabilidade para os presentes e futuras gerações Principal preocupação: Proteção do patrimônio ambiental nacional, que compreende o conjunto de bens caracterizados como tal e destinados ao usufruto da comunidade. MEIO AMBIENTE Divide-se em: - Artificial: Constituído pelo espaço urbano construído, substanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes, espaços livres). - Cultural: Integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico que, embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu. - Natural ou Físico: Constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a fauna, enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam. - Do Trabalho ou Laboral: é o espaço–meio de desenvolvimento da atividade laboral, como o local hígido, sem periculosidade, com harmonia para o desenvolvimento da produção e respeito da pessoa humana (Este protegido pela Constituição Estadual). ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 5 de 103 – PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL Constituem a ideia central de um determinado sistema, é o alicerce do sistema jurídico. É aquela disposição fundamental que influência e repercute em todas as demais normas do sistema. OS PRINCÍPIOS SÃO: - Princípio da supremacia do interesse público na proteção ao meio ambiente em relação aos interesses privados; - Princípio da indisponibilidade do interesse público na proteção ao meio ambiente - Princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana; - Princípio do desenvolvimento sustentável; - Princípio do poluidor-pagador; - Princípio do usuário-pagador; - Princípio da prevenção; - Princípio da precaução; - Princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento. TIPOS DE RESPONSABILIDADES - Civil; - Penal; - Administrativa. ATOS NORMATIVOS - Constituição; - Leis; - Decretos; - Medidas Provisórias. - Resoluções ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 6 de 103 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL O artigo 225 da CF/88 tem como caput o seguinte: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações. RESPONSABILIDADE CIVIL Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. § único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. TEORIA DO RISCO INTEGRAL Qualquer fato, culposo ou não, que cause um dano, deve impor ao agente, a reparação, pois este assumiu os riscos da sua atividade, e o transporte de produtos perigosos apresenta muitas variáveis de risco. É necessário estabelecer ligação entre a sua ocorrência e a fonte poluidora, onde pelo princípio da inaplicabilidade do caso fortuito e da força-maior, não são causas exonerativas da responsabilidade do poluidor, e consequentemente a impossibilidade deste de invocar a cláusula de não indenizar. Ou seja, só haverá exoneração de responsabilidade quando: a) o risco não foi criado; b) o dano não existiu; c) o dano produzido não guarda relação de causalidade com a atividade que em tese, produziu o risco. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 7 de 103 – Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. As pessoas jurídicas de direito público também podem ser responsabilizadas como agentes poluidores ou quando se omitem no dever constitucional de proteger o meio ambiente CLASSIFICA-SE O DANO AMBIENTAL EM: a) Dano ambiental coletivo, dano ambiental em sentido estrito ou dano ambiental propriamente dito: Causado ao meio ambiente globalmente considerado, como patrimônio coletivo, atingindo um número indefinido de pessoas. Quando cobrado, cabe uma eventual indenização destinada a um Fundo, cujosrecursos serão utilizados na reconstituição dos bens lesados. b) Dano ambiental individual ou pessoal: Viola os interesses pessoais, tendo os lesados, o direito a uma reparação pelo prejuízo patrimonial ou extra-patrimonial. São típicos desse tipo de dano os problemas de saúde pessoal por emissão de gases e partículas em suspensão, a infertilidade do solo de um terreno privado por poluição do lençol freático, doença e morte de gado por envenenamento da pastagem por produtos tóxicos etc. CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO – 1°Marco da Legislação do Meio Ambiente Foi a partir da década de 70 (1972), depois da Convenção de Estocolmo, basicamente, que inúmeros países deixaram de acreditar no progresso ilimitado da ciência, cedendo à preocupação pelas consequências trazidas pelo progresso técnico e industrial. Deu origem à Lei 6938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente: ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 8 de 103 – LEI 6938/81 – POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Artigo 3° - DEFINIÇÕES Inciso III - POLUIÇÃO: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente: a) Prejudique a saúde, a segurança e o bem estar da população; b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lancem materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais*. * Padrões ambientais: Padrões de Qualidade, Padrões de Emissão, Padrões de Condicionamento de Projeto. Artigo 14 - RESPONSABILIDADE OBJETIVA Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. IMPORTANTE: Para apoio ao atendimento emergencial e na recuperação de um local de acidente envolvendo PP, a empresa envolvida pode possuir uma equipe própria ou contratar uma empresa particular especializada neste tipo de operação. Essa contratação envolve alto custo. Por isso, a escolha, o acionamento e a contratação da prestadora de serviço especializado devem ficar a cargo da empresa poluidora envolvida no acidente. Artigo 15 - CRIME AMBIENTAL O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 9 de 103 – LEI 9605/98 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS RESPONSABILIDADE PENAL A principal novidade foi que a Lei de Crimes Ambientais introduziu no nosso ordenamento jurídico, de forma clara e objetiva, a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Artigo 2º - Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e o órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. Artigo 3º - As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo Único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. Artigo 15 - São circunstâncias que AGRAVAM a pena, quando não constituem ou qualifiquem crime: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à fauna; (continua) ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 10 de 103 – h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. Artigo 56 - ELEMENTOS DO TIPO Produzir – Processar – Embalar – Importar – Exportar – Comercializar – Fornecer – Transportar – Armazenar – Guardar – Ter em depósito – Usar Produto ou substância tóxica, perigosa, ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos. Parágrafo 1°- nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no “caput”, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança Pena: Reclusão de 1 a 4 anos, e multa. Artigo 60 - ELEMENTOS DO TIPO Construir – Reformar – Ampliar – Instalar – Fazer funcionar Estabelecimento, obra ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes. Pena: Detenção de 1 a 6 meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 11 de 103 – LEGISLAÇÃO ENVOLVENDO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS: - Decreto n.º 1.797 de 25 de janeiro de 1996, decreta o Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação de Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai; - Decreto n.º 96.044 de 18 de maio de 1988, aprovou o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (RTPP); - Resolução n.º 5232 da Agencia Nacional de Transportes Terrestres de 14 de Dezembro de 2016, que substituiu a Resolução n.º 420 da ANTT, utilizada desde 2004 - NBR 7500 - Identificação para o Transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de Produtos; - NBR 7501 - Transporte Terrestre de Produtos Perigosos - Terminologia; - NBR 7503 - Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte terrestre de Produtos Perigosos. Características, Dimensões e Preenchimento; - NBR 9735 - Conjunto de Equipamentos para Emergências no Transporte de Produtos Perigosos; - NBR 14619 - Transporte Terrestre de Produtos Perigosos - Incompatibilidade Química; É a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT quem estabelece as normas para o transporte de produtos perigosos. Consulte a RESOLUÇÃO nº 5232/16 da ANTT e verifique quais são os produtos considerados perigosos para o transporte e muitas outras informações úteis para enriquecer seus conhecimentos. MODAIS DE TRANSPORTE Os tipos de modais de transporte de PP são: - Terrestre (rodoviário e ferroviário); - Dutoviário; - Marítimo; - Fluvial; - Aéreo. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS- 12 de 103 – TRANSPORTE inclui as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e descontaminação, ou estacionamento; as paradas técnicas, por falha mecânica ou acidente; e a imobilização, involuntária ou em razão de emergência. TIPOS DE CARGA - Carga Fracionada (embalada): é a carga que e manuseada juntamente com seu recipiente (embalagem), em todo ato de carga, descarga ou transbordo. - Carga a Granel: é a carga transportada sem nenhuma embalagem, contida apenas pelo equipamento de um transporte, seja ele um tanque, vaso de pressão, caçamba ou contêiner-tanque. Zonas de Trabalho ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 13 de 103 – SEQUÊNCIA OPERACIONAL O atendimento a emergências com produtos perigosos envolve as seguintes ações: APROXIMAR-SE - Aproximação de forma segura considerando a direção do vento e delimitação do Isolamento Imediato de Precaução (IIP) IDENTIFICAR - Identificação dos produtos envolvidos e análise dos riscos; ISOLAR - Isolamento com base na identificação do produto; SALVAR - Salvamento de vítimas utilizando o EPI adequado; CONTROLAR - Conter vazamentos, confinar derramamentos e realizar outras formas de controle utilizando o EPI adequado; DESCONTAMINAR - Adotar medidas para descontaminação de pessoas, materiais e equipamentos; FINALIZAR A EMERGÊNCIA – Restabelecimento das condições operacionais de atuação. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 14 de 103 – Lição2 Produtos Perigosos Identificação Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Conceituar “Produto Perigoso”; 2) Descrever as 09 (nove) classes de risco; 3) Interpretar as diversas informações constantes no painel de segurança e rótulo de risco; 4) Listar os documentos necessários para o transporte de produtos perigosos; ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 15 de 103 – 2. IDENTIFICAÇÃO NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS Definições: - Produto Perigoso: É considerado produto perigoso todo aquele que represente risco à saúde das pessoas, ao meio ambiente ou à segurança pública, seja ele encontrado na natureza ou produzido por qualquer processo. - Produto Perigoso para o Transporte: é todo o produto relacionado na Resolução nº 5232/2016 da Agencia Nacional de Transporte Terrestre. - Carga Perigosa: é aquela de dimensões superiores às determinadas no Código de Trânsito Brasileiro. TIPOS DE CARGA - Carga Fracionada (embalada): é a carga que e manuseada juntamente com seu recipiente (embalagem), em todo ato de carga, descarga ou transbordo. - Carga a Granel: é a carga transportada sem nenhuma embalagem, contida apenas pelo equipamento de um transporte, seja ele um tanque, vaso de pressão, caçamba ou contêiner-tanque. CLASSES DE RISCO DA ONU Classe 01 – EXPLOSIVOS; Classe 02 – GASES; Classe 03 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS; Classe 04 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS; Classe 05 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS; Classe 06 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E SUBSTÂNCIAS INFECTANTES; Classe 07 – MATERIAIS RADIOATIVOS; Classe 08 – SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS; Classe 09 – SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 16 de 103 – CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE E SUBCLASSE DE RISCO Classe 1 – Explosivos – Divide-se em 6 subclasses: Subclasse 1.1 - Substâncias e artigos com risco de explosão em massa. Ex: torpedos, bombas, pólvora negra etc. Uma explosão em massa é a que afeta virtualmente toda a carga de modo praticamente instantâneo. Subclasse 1.2 - Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa. Ex: granadas, foguetes, minas etc. Subclasse 1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa. Ex: sinalizadores, munição incendiária etc. Abrange substâncias e artigos que produzem grande quantidade de calor radiante; ou queimam em sucessão, produzindo pequenos efeitos de explosão ou de projeção, ou ambos. Subclasse 1.4 - Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo. Ex: fogos de artifícios, munições etc. Abrange substâncias e artigos que apresentam pequeno risco na eventualidade de ignição ou acionamento durante o transporte. Os efeitos estão confinados, predominantemente, à embalagem, sendo improvável a projeção de fragmentos de dimensões apreciáveis ou a grande distância. Subclasse 1.5 - Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa. Ex: Explosivos de demolição. Abrange substâncias com risco de explosão em massa, mas que são de tal modo insensíveis que a probabilidade de iniciação ou de transição de queima para detonação é muito pequena em condições normais de transporte. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 17 de 103 – Subclasse 1.6 - Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. Ex: artigos explosivos extremamente insensíveis. Abrange substâncias com risco de explosão em massa, mas que são de tal modo insensíveis que a probabilidade de iniciação ou de transição de queima para detonação é muito pequena em condições normais de transporte. Esta Subclasse abrange artigos que contêm somente substâncias detonantes extremamente insensíveis que apresentam risco desprezível de iniciação ou propagação acidental. Classe 2 – Gases – Divide-se em 3 subclasses: Subclasse 2.1 - Gases Inflamáveis. Ex: GLP, Propano, Butano etc. Gases que a 20°C e à pressão normal de 101,3 kPa são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar; ou apresentam faixa de inflamabilidade com ar de, no mínimo, doze pontos percentuais, independentemente do limite inferior de inflamabilidade. Subclasse 2.2 - Gases Não Inflamáveis, Não Tóxicos. Ex.: Oxigênio, Hélio, Argônio etc. Gases transportados a uma pressão não-inferior a 280 kPa, a 20°C, ou como líquidos refrigerados e que sejam asfixiantes ou oxidantes. Subclasse 2.3 - Gases Tóxicos. Ex.: Amônia, Cloro, Brometo de Metila etc. Gases que reconhecidamente sejam tão tóxicos ou corrosivos para pessoas, que constituam risco à saúde; ou supostamente tóxicos ou corrosivos para pessoas, por apresentarem valor de CL50 igual ou inferior a 5.000 ppm. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 18 de 103 – Classe 3 – Líquidos Inflamáveis. Ex: Gasolina, Óleo Diesel, Tinta, Querosene, Etanol etc. São líquidos, mistura de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável à temperatura de até 60,5°C, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6°C, em ensaio de vaso aberto, normalmente referido como ponto de fulgor. Classe 4 – Divide-se em 3 subclasses: Subclasse 4.1 - Sólidos Inflamáveis, Substâncias Autorreagentes e Explosivos Sólidos Insensibilizados. Ex.: Enxofre, Magnésio, Silício em pó etc. Sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou que, por atrito, possam causar fogo ou contribuir para tal; Substâncias auto-reagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; Explosivos sólidos insensibilizados que possam explodir se não estiverem suficientemente diluídos. Subclasse 4.2 - Substâncias Sujeitas a Combustão Espontânea. Ex.: Fósforo branco, Carvão ativado, Algodão úmido etc. Substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a aquecimento em contatocom ar, podendo inflamar-se. Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a água emitem gases inflamáveis. Ex.: Carbureto de Cálcio, Bário, Fosfato de Cálcio etc. Substâncias que, por interação com água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 19 de 103 – Classe 5 – Divide-se em 2 subclasses: Subclasse 5.1 - Substâncias Oxidantes. Ex.: Nitrato de Sódio, Clorato de Zinco, Bromato de Sódio etc. Substâncias que, embora não sendo necessariamente combustíveis, podem, em geral por liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isso. Subclasse 5.2 - Peróxidos Orgânicos. Ex.: Peróxido Orgânico, Tipo C, líquido etc. Substâncias termicamente instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica auto- acelerável. São sujeitas a decomposição explosiva; podem queimar rapidamente; são sensíveis a choque ou atrito; reagem perigosamente com outras substâncias; causam danos aos olhos. Classe 6 – Divide-se em 2 subclasses: Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas. Ex.: Inseticidas, fungicidas, herbicidas, compostos de cianeto, arsênico etc. São substâncias capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele. Subclasse 6.2 - Substâncias Infectantes. Ex.: Sangue infectado, Resíduos hospitalares, Espécimes para diagnóstico etc. São substâncias que contenham patógenos ou estejam sob suspeita razoável de tal. Patógenos são microorganismos que possam ou estejam sob suspeita razoável de poderem provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais. Classe 7 – Materiais Radioativos. Ex.: Urânio enriquecido, Plutônio enriquecido, Tório etc. Material Radioativo é qualquer material que contenha radionuclídeos e no qual tanto a concentração da atividade quanto a atividade total na expedição excedam a 70 kbq/kg. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 20 de 103 – Classe 8 – Substâncias Corrosivas. Ex.: Ácido Sulfúrico, Ácido Nítrico, Hidróxido de Sódio etc. Substância que, por ação química, causa severo dano quando em contato com tecidos vivos, ou, em caso de vazamento, danifica ou mesmo destrói outra carga ou o próprio veículo, podendo apresentar também outros riscos. Classe 9 - Substâncias e Artigos Perigosos Diversos. Ex.: Resíduo de Óleo Lubrificante, Alumínio Líquido, Resíduos previstos pela Convenção da Basiléia etc. São Substâncias e artigos que apresentam durante o transporte um risco não abrangido por nenhuma das outras classes, por exemplo, as Substâncias que apresentam risco para o meio ambiente; as Substâncias a temperaturas elevada, entre outras. TABELA DA RESOLUÇÃO Nº 5232/16 DA ANTT ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 21 de 103 – Coluna 1 - “Número ONU”. Esta coluna contém o número de série dado ao artigo ou substância, de acordo com o sistema das Nações Unidas. NÚMERO DA ONU N°ONU – Número de quatro dígitos que identifica, para efeito de transporte, o produto classificado como perigoso pela Organização das Nações Unidas (ONU). Coluna 2 - “Nome e Descrição”. Esta coluna contém os nomes de embarque em letras maiúsculas, os quais se podem acompanhar de textos descritivos adicionais, em letras minúsculas ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 22 de 103 – Coluna 3 - “Classe de Risco”. Esta coluna contém a classe ou nos casos específicos a subclasse. CLASSES DE RISCO (ONU) CLASSE NOME SUBCLASSE CLASSE 1 EXPLOSIVOS 1.1; 1.2; 1.3; 1.4; 1.5 e 1.6 CLASSE 2 GASES 2.1 GASES INFLAMÁVEIS 2.2 GASES NÃO TÓXICOS E NÃO INFLAMÁVEIS 2.3 GASES TÓXICOS CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS 4.1 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS 4.2 SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A COMBUSTÂO INSPONTÂNEA 4.3 SUBSTÂNCIAS QUE EM CONTATO COM A ÁGUA EMITEM GASES INFLAMÁVEIS CLASSE 5 SUBSTÂNCIAS OXIDANTES, PERÓXIDOS ORGÂNICOS 5.1 ÓXIDOS 5.2 PERÓXIDOS ORGÂNICOS CLASSE 6 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS, INFECTANTES 6.1 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS 6.2 SUBSTÂNCIAS INFECTÂNTES CLASSE 7 MATERIAL RADIOATIVO CLASSE 8 SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS CLASSE 9 SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 23 de 103 – No caso da Classe 1 (explosivos), apresenta a subclasse e a letra correspondente ao grupo de compatibilidade alocado ao artigo ou à substância. A seguir veja a tabela com o significado das letras colocadas nos rótulos de risco da Classe 1 – explosivos ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 24 de 103 – EXPLOSIVOS - Grupos de Compatibilidade DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO A CLASSIFICAR GRUPO DE COMPATIBILIDADE CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO Substância explosiva primária A 1.1A Artigo contendo uma substância explosiva primária e não contendo dois ou mais dispositivos de proteção eficazes. Incluem- se, aqui, alguns artigos como detonadores de demolição, conjuntos detonadores montados para demolição e iniciadores, tipo cápsula, mesmo que não contenham explosivos primários. B 1.1B 1.2B 1.4B Substância explosiva propelente ou outra substância explosiva deflagradora, ou artigo que contenha tal substância explosiva. C 1.1C 1.2C 1.3C 1.4C Substância explosiva detonante secundária, ou pólvora negra, ou artigo que contenha substância explosiva detonante secundária, em qualquer caso sem meios de iniciação e sem carga propelente, ou ainda artigo que contenha substância explosiva primária e contenha dois ou mais dispositivos de proteção eficazes. D 1.1D 1.2D 1.4D 1.5D Artigo que contenha substância explosiva detonante secundária, sem meios de iniciação, com carga propelente (exceto se contiver líquido ou gel inflamável ou líquido hipergólico). E 1.1E 1.2E 1.4E Artigo que contenha substância explosiva detonante secundária, com seus próprios meios de iniciação, com carga propelente (exceto se contiver líquido ou gel inflamável ou líquido hipergólico), ou sem carga propelente. F 1.1F 1.2F 1.3F 1.4F Substância pirotécnica, ou artigo que contenha substância pirotécnica, ou artigo que contenha tanto substância explosiva quanto substância iluminante, incendiária, lacrimogênea, dilacerante ou fumígena (exceto artigos acionáveis por água e aqueles que contenham fósforo branco, fosfetos, substância pirofórica, líquido ou gel inflamável, ou líquidos hipergólicos). G 1.1G 1.2G 1.3G 1.4G Artigo contendo uma substância explosiva e fósforo branco. H 1.2H 1.3H Artigo que contenha uma substância explosiva e um líquido ou gel inflamável. J 1.1J 1.2J 1.3J Artigo que contenha uma substância explosiva e um agente químico tóxico. K 1.2K 1.3K ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 25 de 103 – Substância explosiva, ou artigo que contenha substância explosiva, que apresente risco especial (p. ex., resultante de ativação por água, ou da presença de líquidos hipergólicos, fosfetos ou substância pirofórica), que exija isolamento para cada tipo de produto. L 1.1L 1.2L 1.3L Artigo que contenha apenas substâncias detonantes extremamente insensíveis. N 1.6N Substância ou artigo embalado ou projetado de forma tal que quaisquer efeitos perigosos decorrentes de funcionamento acidental fiquem confinados dentro da embalagem, exceto se esta tiver sido danificada pelo fogo (caso em que os efeitos de explosão ou projeção serão limitados de modo que não impeçamnem prejudiquem significativamente o combate ao fogo ou outras medidas de contenção da emergência nas imediações da embalagem). S 1.4S Coluna 4 - “Riscos Subsidiários”. Esta coluna contém o número de classe ou subclasse dos riscos subsidiários significativos que tenham sido identificados pela aplicação do sistema de classificação Coluna 5 - “Número de Risco”. Esta coluna contém um código numérico que indica a natureza e a intensidade do(s) risco(s). NÚMERO DE RISCO N° de Risco – É um código numérico formado por dois ou três algarismos que indicam a natureza e a intensidade do(s) risco(s) do produto perigoso. A importância do Nº de Risco é registrada da esquerda para a direita ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 26 de 103 – SEM RISCO SUBSIDIÁRIO Quando o risco associado a uma substância puder ser adequadamente indicado por um único algarismo, este será seguido por ZERO. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 27 de 103 – AUMENTO DO RISCO A repetição de um número indica, em geral, um aumento da intensidade daquele risco específico. REAÇÃO PERIGOSA COM A ÁGUA A letra “X” antes dos algarismos indica que o produto reage perigosamente com água. SEM NÚMERO DE RISCO – EXPLOSIVOS ATENÇÃO: Nos Painéis de Segurança para produtos da Classe 1 (Explosivos) não haverá o nº de risco. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 28 de 103 – CARGA MISTA - VÁRIOS PRODUTOS Coluna 6 - “Grupo de Embalagem”. Esta coluna contém o número do grupo de embalagem das Nações Unidas (ou seja, I, II ou III), alocado ao artigo ou substância. Grupo de Embalagem: Grupo I – Alto Risco Grupo II – Médio Risco Grupo III – Baixo Risco RÓTULO DE RISCO Figura que identifica o risco principal ou subsidiário do produto através de símbolos, cores, números, e texto opcional (exceto para os Materiais Radioativos, cujo texto é obrigatório). Podem ser apresentados em qualquer idioma (exceto para os Materiais Radioativos, cujo texto deve ser escrito obrigatoriamente no idioma oficial do Brasil). Devem ser afixados sobre um fundo de cor contrastante ou devem ser contornados em todo seu perímetro por uma linha externa, pontilhada ou contínua, ou afixados em porta-placas, desde que sejam de cor contrastante. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 29 de 103 – CLASSE 1: EXPLOSIVOS Subclasse 1.1: Risco de explosão em massa Subclasse 1.2: Risco de projeção Subclasse 1.3: Risco de fogo Subclasse 1.4: Sem risco significativo Subclasse 1.5: Insensíveis com risco de explosão em massa Subclasse 1.6: Insensíveis sem risco de explosão em massa CLASSE 2: GASES Subclasse 2.1: Gases inflamáveis; Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos Subclasse 2.3: Gases tóxicos ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 30 de 103 – CLASSE 3: LIQUIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 4 Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis Subclasse 4.2: Combustão espontânea Subclasse 4.3: Contato com água, emite gás CLASSE 5 Subclasse 5.1: Oxidantes Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos CLASSE 6 Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas Subclasse 6.2: Substâncias infectantes ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 31 de 103 – CLASSE 7: MATERIAL RADIOATIVO CLASSE 8: CORROSIVOS CLASSE 9: SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 32 de 103 – RÓTULOS DE RISCO EXISTENTES Os rótulos de risco podem surgir sem o texto.**Exceto Classe 7 – Materiais Radioativos cujo texto é obrigatório. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 33 de 103 – SÍMBOLOS ESPECIAIS SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS PARA O MEIO AMBIENTE SUBSTÂNCIAS COM TEMPERATURAS ELEVADAS DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS NO TRANSPORTE FICHA DE EMERGÊNCIA ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 34 de 103 – DOCUMENTO FISCAL O documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento que contenha as informações e a declaração exigida, podendo ser: a. Declaração de carga b. Nota fiscal c. Conhecimento de transporte d. Manifesto de carga e. Outro documento que acompanhe a expedição Envelope de emergência Armazena a ficha de emergêcia em seu interior ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 35 de 103 – Certificado de inspeção veicular – CIV Certificado de inspeção para o transporte de produtos perigosos – CIPP ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 36 de 103 – IMPORTANTE: O motorista que transporta PP tem que estar habilitado para isso. Para que o motorista esteja habilitado, ele tem que frequentar o curso Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP), realizado em instituições privadas. Nesse curso ele deve receber noções sobre produtos perigosos incluindo legislação, direção defensiva e técnicas de combate a incêndios. Sendo assim, o motorista pode ser utilizado como fonte de informações sobre a carga transportada. A especialização desses profissionais é tão importante que deve constar, obrigatoriamente, no campo “Observações” de sua Carteira Nacional de Habilitação. Além da responsabilidade administrativa daquele que lida com PP, pode haver também a responsabilidade penal. Portanto, não incorra em prevaricação! Acione os órgãos de fiscalização competentes: Policiamento de Área, Policiamento de Trânsito, Policiamento Rodoviário Estadual ou Federal, CETESB, dentre outros. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 37 de 103 – INFRAÇÕES E PROCEDIMENTOS QUANDO O CONDUTOR NÃO COMPROVAR TER CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO OU SUA ATUALIZAÇÃO PARA TRANSPORTAR PRODUTOS PERIGOSOS INFRAÇÃO – Art. 232 do CTB combinado com a Resolução nº 205/06 CONTRAN: Condução do Condutor ao DP, nos termos da Lei n.º 9.605 de fevereiro de 1998. D.O.U. 13, de fevereiro de 1998 - Atos do Poder Legislativo Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Artigo 56 da Lei de Crimes Ambientais: Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, TRANSPORTAR, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. INCOMPATIBILIDADE NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS Art. 7º do RTPP Alterado pelo Decreto n.º4.097, de 23Jan02: É proibido o transporte, no mesmo veículo ou contêiner, de produtos perigosos com outro tipo de mercadoria, ou com outro produto perigoso, salvo se houver compatibilidade entre os diferentes produtos transportados. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 38 de 103 – Lição3 Produtos Perigosos Sistemas de Identificação Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Listar os diferentes sistemas para identificaçãode produtos perigosos; 2) Descrever as informações constantes de acordo com as diferentes cores das seções no manual da ABIQUIM; 3) Descrever as informações apresentadas no diamante de Hommel. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 39 de 103 – 3. SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO 3.1. MANUAL DA ABIQUIM SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO: Ficha de segurança (FISPQ); Ficha de emergência; Documentos de embarque; Manual da ABIQUIM; Simbologia; Manuais especializados. FICHA DE EMERGÊNCIA E FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS (FISPQ) FICHA DE EMERGÊNCIA - Documento legal e obrigatório para transporte; - Dá orientação do fabricante quanto à emergências ou acidentes, telefones de emergência. - Apenas uma folha frente e verso FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS (FISPQ) - Fonte de consulta técnica; - Possui informações sobre a empresa e informações técnicas do produto; - Obrigatório no armazenamento. - Possui diversas folhas MANUAL DA ABIQUIM O manual para atendimento a emergências com produtos perigosos reúne informações que poderão auxiliar os profissionais em situação de emergência com produtos químicos. Atende as orientações da ONU para o Transporte de Produtos Perigosos e a Resolução 5232 da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 40 de 103 – IMPORTANTE: O Manual de Emergência da ABIQUIM é somente uma fonte de informação inicial para os primeiros 30 minutos de acidente (MTB-21). SEÇÃO BRANCA (INICIAL) Traz informações sobre como proceder na emergência, como identificar o produto, as classes de risco, a tabela dos Rótulos de Risco e Número de Risco e a relação dos Códigos de Risco. PÁGINAS DE BORDAS AMARELAS Apresentam a relação dos produtos em ordem NUMÉRICA, conforme os números ONU. Constam os quatro algarismos do número ONU, seguido do número do Guia de Emergência e, por último, o nome do produto. PÁGINAS DE BORDAS AZUIS Apresentam a relação dos produtos em ordem ALFABÉTICA. Possibilitam a rápida identificação do guia de emergência a partir do nome do produto envolvido no acidente. Consta o nome do produto, seguido da guia de emergência e o número ONU. Os produtos tóxicos por inalação ou que em contato com a água produzem gases tóxicos estão destacados (sombreados) em verde para facilitar a identificação nas páginas de bordas amarelas e nas de bordas azuis. PÁGINAS DE BORDAS LARANJA Apresentam os guias nos quais são encontradas as recomendações de segurança. São 62 guias de emergência. Cada guia cobre um grupo de produtos com características químicas e toxicológicas similares. Os produtos identificados por (P) no guia podem sofrer polimerização de forma explosiva quando aquecidos ou envolvidos no fogo. Exemplo: Produto Perigoso nº ONU 2360 – consultar no manual da ABIQUIM. PÁGINAS DE BORDAS VERDES Apresenta tabela em que constam, por ordem do número de identificação da ONU, os produtos tóxicos por inalação ou que em contato com a água produzem gases tóxicos. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 41 de 103 – Estão produtos estão destacados (sombreados) para facilitar a identificação nas páginas de bordas amarelas e nas de bordas azuis Recomenda dois tipos de distâncias de segurança: - Distância de isolamento inicial; - Distância de proteção. As distâncias de isolamento e proteção inicial são diferentes para: - pequenos derramamentos: até 200 litros de gases e líquidos ou 300kg de sólidos e; - grandes derramamentos: mais de 200 litros de gases e líquidos ou 300kg de sólidos. As distâncias de isolamento e proteção inicial são diferentes também para derramamentos ocorridos durante o dia ou a noite. No caso dos gases, não podendo constatar a quantidade derramada, deve ser considerado como grande derramamento PROCEDIMENTO Ao identificar o produto pelo número ONU, consulte as páginas de bordas amarelas, localize o número do guia específico de 3 dígitos e obtenha informações sobre os riscos do produto e ações de emergência nas páginas de bordas laranja. Ao identificar o produto pelo nome, consulte as páginas de bordas azuis, localize o número do guia específico nas páginas de bordas laranja. Quando não houver identificação pelo nome do produto ou número ONU, identifique pelo rótulo de risco no veículo ou nas embalagens. Localize o rótulo de risco na TABELA DE RÓTULO DE RISCO, no início do manual – seção branca – e identifique o guia correspondente abaixo dos rótulos. CASO NÃO FOR POSSÍVEL IDENTIFICAR O PRODUTO POR NENHUMA DAS FORMAS ANTERIORES, UTILIZE O GUIA 111 ATÉ OBTER OUTRAS INFORMAÇÕES. PROCURE INFORMAÇÕES O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 42 de 103 – EXERCÍCIO Sua guarnição foi acionada por volta das 02h00min horas para atendimento de emergência envolvendo produtos perigosos e ao chegar ao local deparou com um veículo de transporte (caminhão), com um tanque de aproximadamente 15.000 litros, tombado e com um grande vazamento de gás. Foi localizado o painel de segurança com o nº ONU 1967. Qual a distância de isolamento inicial? Qual a distância de proteção? Quais cuidados deverão ser observados? ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 43 de 103 – 3.2. DIAMANTE DE HOMMEL - NFPA 704 Usado na Armazenagem Informações obtidas da CETESB: - Inflamabilidade – Cor Vermelha 4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos 3 - Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente 2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente 1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição 0 - Produtos que não queimam - Reatividade – Cor Amarela 4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura ambiente 3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando exposto a fonte de energia severa 2 - Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou pressões elevadas 1 - Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido 0 - Normalmente estável - Riscos à Saúde – Cor Azul 4 - Produto Letal 3 - Produto severamente perigoso 2 - Produto moderadamente perigoso 1 - Produto levemente perigoso 0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo - Riscos Específicos – Cor Branca OXY - Oxidante forte W - Não misture com água ACID - Ácido forte ALK - Alcalino forte ☢- Radioativo ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 44 de 103 – Lição4 Produtos Perigosos Toxicologia e EPI Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Parâmetros toxicológicos para limites de exposição (TLV); 2) Descrever as 03 (três) vias de exposição para contaminação em emergências; 3) Listar os 04 (quatro) níveis de proteção conforme NFPA 471. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 45 de 103 – 4. TOXICOLOGIA E EPI 4.1. TOXICOLOGIA NENHUMA SUBSTÂNCIA É TOTALMENTE LIVRE DE CAUSAR EFEITOS TÓXICOS NO ORGANISMO. VIAS DE EXPOSIÇÃO: 1) Inalação; 2) Absorção Cutânea; 3) Ingestão. INALAÇÃO Através de gases, vapores ou partículas que entram pelo sistema respiratório. ABSORÇÃO CUTÂNEA Ocorre através da superfície que cobre o corpo humano. INGESTÃO Ocorre através do sistema digestório. Geralmente a ingestão de substâncias é acidental. CONTAMINANTES Gases: Estadofísico da matéria; Vapor: Fase gasosa de uma substância líquida ou sólida; Poeira: Suspensão de partículas sólidas no ar; Névoas: Suspensão de partículas líquidas no ar; Fumaça: Fumos da combustão. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 46 de 103 – EFEITOS TÓXICOS NO ORGANISMO Irritantes e/ou corrosivos: provocam alterações na pele ou mucosas (ácidos, bases, organoclorados); Asfixiantes: impedem o organismo de obter ou utilizar o oxigênio do ar atmosférico (monóxido de carbono); Narcóticos: produzem inconsciência e alucinações (clorofórmio, éteres, alcoóis, acetonas); Neurotóxicos: produzem alterações no sistema nervoso (anilina, chumbo, mercúrio, benzeno, solventes em geral); Carcinogênicos: produzem tumores malignos (amianto, benzeno, cádmio, cromo, compostos orgânicos halogenados, organoclorados); Mutagênicos: produzem problemas hereditários (éteres de glicol, chumbo, benzeno); Teratogênicos: produzem malformações no feto (substâncias radioativas); TLV - Threshold Limit Values (Limites de exposição) TWA – Limite de exposição pela média moderada de tempo. Eequivalente no Brasil ao Limite de Tolerância; STEL – Limite de exposição para curtos períodos de tempo (períodos de 15 min. em intervalos de 1 hora – 4 vezes ao dia no máximo); CEILING – Limite teto de exposição, não pode ser ultrapassado. Exemplos de valores TLV Limite de tolerância (LT) – Exposição ocupacional, para jornadas de trabalho de até 48 horas por semana. Unidades de medida em ppm e mg/m3; ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 47 de 103 – Agente TLV - TWA ppm mg/m3 Amônia 25 17 Etanol 1000 1880 Pentano 600 1770 Toluol 100 377 Valores MAK (C.C.E) e TLV (E.U.A); MAK (Maximale Arbeitsplatz Konzentration) - Máxima concentração permitida no local de trabalho (Alemanha). TLV – Valor limite de exposição (Estados Unidos). Exemplos de valores MAK: Agente Valor (MAK) Ppm Mg/m 3 Amônia 50 35 Etanol 1000 1900 Pentano 1000 2950 Toluol 100 380 ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 48 de 103 – DL 50 Dosagem por massa corpórea capaz de resultar morte de animais. É capaz de provocar a morte de 50% da população de cobaias. É a mais usada. DL 100 Provoca a morte de 100% da população exposta DL lo É a menor dose capaz de proporcionar a morte de pelo menos uma cobaia CL 50 É a concentração de um agente no ar ou diluído na água capaz de causar mortalidade em cinqüenta por cento (50%) da população exposta, durante um determinado período de tempo. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 49 de 103 – IDLH – Immediately Dangerous to Life or Health (IPVS - Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde) Máxima concentração no ar de uma substância na qual um trabalhador saudável, do sexo masculino, pode ficar exposto por 30 minutos e ainda ser capaz de escapar sem perda da vida ou dano irreversível à saúde. Produto Químico IDLH/IPVS (ppm) Pentafluoreto de Enxofre 1 Fosgênio 2 Acrilonitrila 4 Acroleína 5 Tolueno Diisocianato 10 Cloro 25 Dióxido de Enxofre / Ácido Clorídrico 100 Fosfina 200 Gás Sulfídrico / Amônia 300 Dissulfeto de Carbono 500 Acrilato de Metila 1000 Limite de Percepção Olfativa (LPO) Dado que indica a menor concentração de uma substância no meio ambiente, detectável através do odor LPO LT Amônia 25 ppm 20 ppm Isocianato de Metila 4 ppm 0,02 ppm ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 50 de 103 – 4.2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Resistência química é a habilidade do material da vestimenta dar proteção. É feita para prevenir ou reduzir a degradação e permeação do tecido pelo ataque químico. TERMINOLOGIA Degradação – quebra molecular do elemento construtivo; Penetração – ação de transpor a barreira criada pelo equipamento; Permeação – transpor a barreira sem interferir na constituição molecular do equipamento. Pode ser por adsorção e desadsorção ou difusão: Adsorção – é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido – gás ou líquido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície. Os sólidos porosos como o carvão ativado são ótimos adsorventes Desadsorção – é o processo contrário, onde o flúido se desprende da superfície sólida. Difusão – É o processo pela qual as moléculas de um meio flúido movem-se através das paredes porosas ou em um outro meio flúido. SELEÇÃO DOS NÍVEIS DE PROTEÇÃO Deve levar em consideração fatores como: - Risco dos materiais; - Vias de exposição; - Concentração dos agentes no ambiente; - Disponibilidade de equipamentos; - Treinamento pessoal; - Tempo de exposição; - Fatores ambientais: Vento, chuva e temperatura. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 51 de 103 – Para o uso dos EPI de PP: - Usuário deve ter preparo físico e psicológico; - Fatigante; - Faz- se necessário o uso de capacete (preferencialmente o do tipo “Gallet”), luvas, EPR e botas resistentes a produtos químicos Níveis de proteção - NFPA 471 Nível A – Proteção química e respiratória máxima; Nível B – Proteção química contra respingos e respiratória com EPR autônomo; Nível C – Proteção química contra respingos e respiratória com EPR filtrante; Nível D – Apenas proteção mecânica, não oferece proteção química. NÍVEL “A” DE PROTEÇÃO É composto por: - aparelho autônomo de respiração com pressão positiva ou linha de ar enviado; - roupa de encapsulamento valvular; - luvas internas e externas; - botas resistentes à produtos químicos; - capacete interno e; - rádio. Utilizar Nível A quando: - A substância não foi identificada; - A substância identificada requer o mais alto nível de proteção para o sistema respiratório, pele e olhos; - houver suspeita da presença de produtos com alto potencial de danos à pele e o contato é possível; - atendimentos em locais confinados e sem ventilação; - leituras em equipamentos indicando concentrações perigosas de gases ou vapores na atmosfera com valores acima do IDLH. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 52 de 103 – NIVEL “B” DE PROTEÇÃO É composto por: - aparelho autônomo de respiração com pressão positiva; - roupa de proteção contra respingos químicos (1 ou 2 peças); - luvas internas e externas; - botas resistentes à produtos químicos; - capacete e; -rádio. Utilizar Nível B quando: - O produto e sua concentração identificados requerem um alto grau de proteção respiratória sem, no entanto, exigir esse nível de proteção para a pele; - a concentração de oxigênio no ambiente for inferior a 19,5% em volume; - for pouco provável a formação de gases ou vapores em altas concentrações e danosas à pele. NÍVEL “C” DE PROTEÇÃO É composto por: - máscara com filtro químico; - roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada (1 ou 2 peças); - luvas internas e externas; - botas resistentes à produtos químicos; - capacete e; -rádio. Utilizar Nível C quando: - A concentração de oxigênio no ambiente for igual ou acima de19,5% em volume; - o produto for identificado e a sua concentração puder ser reduzida a um valor inferior ao seu limite de tolerância com o uso de máscaras filtrantes; - a concentração do produto não for superior ao IDLH; - o trabalho a ser realizado não exigir o uso de máscara autônoma de respiração. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS- 53 de 103 – NÍVEL “D” DE PROTEÇÃO É composto por: - macacões, uniformes ou roupas de trabalho; - botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos químicos; - óculos ou viseira de segurança; - Capacete. Utilizar Nível D quando: - não houver contaminante presente na atmosfera; - não houver qualquer possibilidade de respingos, imersão ou risco potencial de inalação de qualquer produto químico. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA EPR – Filtrante - Não produz O2; - Filtra o ar ambiente; - Filtro específico para cada grupo de químicos; - Muito utilizado em empresas. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 54 de 103 – EPR Autônomo – Circuito aberto - Ar expirado é liberado no ambiente; - Manometro com protetor; - Lente moldada em policarbonato. Melhor campo de visão; - Faixa Luminescente do cilindro; - Apito inidicador de Final de Serviço; - Valvula de exalação EPR Autônomo – Circuito fechado - Ocorre a recirculação do ar expirado no sistema - O2 residual+CO2+H2O (vapor) - Ampola de Superóxido de potássio ou Cal soldada – regenerador de O2 - Características - Autonomia aproximada de 1h30min a 4horas conforme modelo; - Compacto ou robusto; - Custo alto; ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 55 de 103 – Lição5 Produtos Perigosos SALVAMENTO Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Definir os fatores determinantes em uma emergência para a retirada rápida de uma vítima; 2) Executar a técnica de retirada rápida denominada “Chave de Rauteck”. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 56 de 103 – 5. SALVAMENTO NO AEPP TÉCNICA DA CHAVE DE “RAUTECK” - POP RES-08-06 Empregar este procedimento somente quando: - For imprescindível para acessar a vítima mais grave; - Local de risco iminente para a vítima e/ou socorrista; - Houver risco de vida que exija o transporte imediato e houver um socorrista; Obs.: No AEPP quando houver uma vítima que exija transporte imediato será realizado por 02 socorristas 1) Aborda a vítima lateralmente, posicionando o membro superior da vítima em 90 graus em cima do seu tórax 2) Apoiar a sua mão direita na região occipital para estabilização da coluna cervical e com outra mão (esquerda) elevar ombro suficiente para que o outro braço posicione mais próximo da coluna vertebral 3) Após a estabilização da coluna cervical, passando a mão esquerda do socorrista debaixo do braço esquerdo da vítima em direção ao queixo. Posicionar a mão do socorrista em forma de “V” com o polegar e os demais dedos unidos, segurando a mandíbula firmemente, mantendo a coluna cervical em posição neutra. 4) Em seguida elevar o tronco da vítima em 90 graus, mantendo a coluna cervical na posição neutra, retificando a coluna vertebral com ajuda do cotovelo, apoiando a região occipital contra o seu corpo e o dorso superior da vítima. 5) A mão direita do socorrista passa por trás do tronco da vítima e agarra o punho esquerdo e tracionando para trás. 6) Caso não seja possível segurar o punho da vítima, poderá ser sustentada pela roupa (junto ao cinto) 7) Em seguida levantar o quadril da vítima e arrastá-la até o local seguro, mantendo a todo momento a estabilização da coluna cervical. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 57 de 103 – 8) O socorrista deve sentar a vítima e voltar a apoiar a região occipital e o dorso superior da vítima com sua mão. Em seguida afasta seu corpo lateralmente, deitando a vítima na prancha longa mantendo o alinhamento da coluna cervical. Liberar as vias aéreas em seguida com a manobra mais adequada. 9) Com dois socorristas, o segundo socorrista auxiliará na retirada se posicionando entre as pernas da vítima, apoiando as suas mãos na região posterior do joelho da vítima OBS.: O socorrista que está segurando nas extremidades inferiores da vítima poderá estar posicionado de frente ou de costas para outro socorrista. TÉCNICAS PARA CONTENÇÃO DE DERRAMES E VAZAMENTOS QUÍMICOS No início da revolução industrial, mais precisamente no final do século XVIII, tivemos um grande avanço tecnológico, que também ocasionou uma demanda muito grande por combustível, que nesta época era o carvão mineral. Desde esta época, o número de acidentes envolvendo produtos químicos (perigosos) vem aumentando de maneira significativa. Os “Produtos Químicos” constituem um elemento importante na estrutura econômica de qualquer país industrializado, pois se trata de uma atividade necessária à viabilidade de produção de diversos setores, pois não há atividade ou setor produtivo que não utilize em seus processos ou produtos finais, algum insumo de origem química. No Brasil, 80% dos Produtos Químicos são transportados através do modal Rodoviário; Por isso é muito frequente a ocorrência de acidentes com derrame dessas substâncias no meio-ambiente; Para impedir que o derrame provoque danos ambientais, é necessário que se tomem algumas medidas, devendo conter o derramamento, recolher o produto derramado e deixar o local em segurança. Para isso, são utilizadas vários tipos de Técnicas e Táticas para contenção ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 58 de 103 – Acompanhe relatos encontrados na imprensa brasileira sobre vazamentos de produtos químicos em estradas. A carga de vinte e cinco mil litros de ácido fosfórico vazou de um caminhão-tanque ontem após acidente de trânsito na interligação do Sistema Anchieta - Imigrantes, na Serra do Mar. Parte do carregamento atingiu uma caixa do sistema de drenagem da rodovia e desceu pela mata. A SABESP esta fazendo exames rotineiros para verificar se não houve contaminação. (O Estado de S. Paulo, 19/09/00) As técnicas para contenção, irão depender do cenário específico de cada incidente. Considera especialmente como e para onde o produto esta vazando, ou seja, para a atmosfera (ar), solo, sistema de drenagem, galerias subterrâneas, corpos d’água, charcos, áreas naturais vegetadas, regiões habitadas, etc. Dependendo das características físicas do produto e do tipo do cenário onde se desenvolve a ocorrência, existem técnicas apropriadas para as ações de contenção, que podem ser desde a aplicação de uma neblina de água, para dispersão de uma nuvem de vapor ou gás no ar, até a construção de desvios ou diques, para interceptar o fluxo do produto líquido numa depressão do terreno como vala, bacia ou tanque, ou ainda sua retenção através da construção de barreira física de areia ou terra, para impedir sua movimentação no solo. A segurança e eficiência das medidas de controle serão diretamente proporcionais à existência de um planejamento prévio, que tenha definido um conjunto de procedimentos para atuar nestas circunstâncias. Neste sentido, torna se necessária a adoção de medidas específicas para controle da ocorrência, pelas equipes em campo, no sentido de limitar suas consequências e minimizar possíveis impactos à comunidade e ao meio ambiente. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 59 de 103 – Medidas de Controle Dentre as inúmeras medidas de controle em uma ocorrência, as empregadas rotineiramente nestes episódios são: Estancamento/Contenção do vazamento - é uma operação que visa paralisar a saída do produto do sistema contenedor (tanque, tambor), através da aplicação de dispositivos específicos para estanque de vazamentos de substâncias químicas, tais como: batoques de madeira, neoprene einfláveis, cunhas, massa de vedação, placas de neoprene com cinta catraca, dentre outros. As técnicas de confinamento e contenção apresentam procedimentos básicos que serão aplicados na maioria dos atendimentos realizados pelas equipes de emergência. Realizando as manobras de contenção de revestimento para pequenos vazamentos mediante o uso de recipientes adequados. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 60 de 103 – Lição6 Produtos Perigosos DESCONTAMINAÇÃO (CRC) Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Distribuir o efetivo mínimo necessário para um corredor para redução de contaminação (CRC) – layout com 07 (sete) estações; 2) Distribuir o efetivo mínimo necessário para um CRC – layout reduzido com 05 (cinco) estações; 3) Descrever as funções executadas em cada estação do CRC. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 61 de 103 – 6. DESCONTAMINAÇÃO Descontaminação: Processo que consiste na remoção física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química para substâncias inócuas. Método predominante empregado: Diluição CORREDOR PARA REDUÇÃO DE CONTAMINAÇÃO (CRC) 6.1. LAYOUT MÍNIMO COM 07 ESTAÇÕES Objetivos: - Definir funções do Grupo de Descontaminação; - Padronizar materiais e equipamentos; - Estabelecer os procedimentos necessários. Efetivo empregado: Trem de socorro típico (1º e 2º alarmes): 1 AC 03 bombeiros (Cmte Emergência) 1 ABS 05 bombeiros 1 PP 03 bombeiros 1 AT 02 bombeiros 1 UR 03 bombeiros 1 ASE 02 bombeiros TOTAL: 18 bombeiros (mínimo) Possibilidade de utilização de recursos humanos do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) e Defesa Civil convenientemente treinados - não previsto no POP ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 62 de 103 – Funções: Posto de Comando da Operação: 02 bombeiros Comandante + Auxiliar Chefe do Grupo de Descontaminação: 01 bombeiro Zona de Exclusão: 02 bombeiros Estação 2: 02 bombeiros Estação 3 a 7: 01 bombeiro em cada estação Posto Médico: 03 bombeiros (vtr UR) Viaturas de apoio: 03 bombeiros semi-equipados ZONAS DE TRABALHO ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 63 de 103 – Estação 1 – Local para dispensa e segregação de materiais Estação 2 – Lavagem e rinsagem de botas, luvas e roupas ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 64 de 103 – Estação 3 – Remoção de botas e luvas externas Estação 4 – Controle do ar, troca de cilindros, luvas e botas limpas ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 65 de 103 – Estação 5 – Remoção de traje de proteção química e luvas internas Estação 6 – Remoção do EPR e roupa do socorrista ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 66 de 103 – Estação 7 – Lavar mãos e rosto vigorosamente e tomar banho completo Posto Médico – Procedimentos de APH e avaliação da equipe de intervenção ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 67 de 103 – 6.2. LAYOUT MÍNIMO COM 05 ESTAÇÕES PROPOSTA DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Efetivo Trem de socorro típico (1º e 2º alarmes): 1 AC 03 bombeiros (Cmte Emergência) 1 ABS 03 bombeiros 1 PP 03 bombeiros 1 UR 03 bombeiros 1 ASE 02 bombeiros 1 AT 01 bombeiros TOTAL: 15 Bombeiros (mínimo) Possibilidade de utilização de recursos humanos do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) e Defesa Civil convenientemente treinados - não previsto no POP Funções: Posto de Comando da Operação: 02 bombeiros 01 Comandante + 01 bombeiro Zona de Exclusão: 02 bombeiros Estação 02: 02 bombeiros, sendo 01 dos bombeiros como Chefe do Grupo de Descontaminação Estação 03 a 05: 01 bombeiro em cada estação Posto Médico: 03 bombeiros (vtr UR) Viaturas de apoio: 02 bombeiros semi-equipados 01 bombeiro auxiliar ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 68 de 103 – ZONAS DE TRABALHO Estação 1 – Local para dispensa e segregação de materiais Estação 2 – Lavagem e rinsagem de botas, luvas e roupas Estação 3 – As ações abaixo serão executadas pelo mesmo socorrista a) Remoção de botas e luvas externas b) Remoção de traje de proteção química e luvas internas c) Remoção do EPR e roupa do socorrista Estação 4 - Troca de cilindros de ar, reposição de luvas e botas externas Estação 5 - Lavar mãos e rosto vigorosamente e tomar banho completo Posto Médico – Procedimentos de APH e avaliação da equipe de intervenção Apoio Logistico – Auxiliará na organização do material e disponibilizará os recursos necessários na estação 01 ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 69 de 103 – ATENÇÃO Todos os bombeiros que estão envolvidos dentro da delimitação das zonas de trabalho deverão estar com EPI e EPR compatíveis para sua segurança. Advertências: - A equipe de intervenção deverá sair da Zona Quente com ar suficiente para descontaminação - Os materiais para embalagem de equipamentos contaminados devem ser compatíveis com o produto envolvido na ocorrência - Todas as embalagens devem ser devidamente identificadas - Observar os cuidados necessários com os produtos reagentes com água - Descarte de resíduos: responsabilidade do fabricante e do transportador. Alternativamente, podem ser neutralizados ou incinerados com orientação de um técnico responsável - EPI que não puderem ser descontaminados ou forem danificados devem ser incinerados FINAL DA INTERVENÇÃO - Os materiais utilizados deverão ser isolados, embalados e colocados em containers apropriados ou em sacos plásticos; - Os containers deverão ser lacrados, identificados e isolados; - Todos os equipamentos deverão ser limpos e contados; - Verificar necessidade de isolamento de algum equipamento para posterior análise ou descontaminação; - Verificar descontaminação dos equipamentos como mangueiras, tubos flexíveis, cordas e cabos enrolados; - Verificar descontaminação do Grupo de descontaminação; - Verificar embalagem das soluções de descontaminação não utilizadas; - Reabastecer os equipamentos e suprimentos para descontaminação; - Finalizar as operações de descontaminação. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 70 de 103 – Lição7 Produtos Perigosos Descontaminação de vítimas Objetivos Notas Ao final desta lição os alunos terão recebido as seguintes informações: 1) Interromper a exposição da vítima ao contaminante; 2) Descrever os procedimentos necessários para descontaminação de vítimas inconscientes; 3) Descrever os procedimentos necessários para descontaminação de múltiplas vítimas. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 71 de 103 – 7. RESGATE E DESCONTAMINAÇÃO DE VÍTIMAS DE INCIDENTES QUÍMICOS A equipe de Emergência em um incidente químico com produtos perigosos envolvendo vítimas deverá: 1) Interromper a exposição da vítima; 2) Remoção da vítima do local e; 3) Tratamento da vítima, sem colocar em risco a equipe de resgate. DESCONTAMINAÇÃO DE VÍTIMAS DE INCIDENTES QUÍMICOS Consiste em remover as vítimas da área de exclusão ou zona quente no menor intervalo de tempo possível, com o objetivo de interromper aexposição das vítimas aos materiais perigosos e diminuir a contaminação da equipe de salvamento e das vítimas no corredor de redução de contaminação. Reconhecimento: situação do local - Confirmar a natureza e dimensão do incidente - Procurar identificar as substâncias químicas envolvidas - Confirmar a necessidade de apoio e/ou outros serviços de emergências e relatar a Central de Operações - Solicitar apoio do Centro de Controle de Intoxicações Regional: informações e tratamento adequado para as vítimas (Em SP – CEATOX 0800-014-8110) - Utilizar equipamento de proteção individual compatível com o risco apresentado pelo produto ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 72 de 103 – PRINCIPAIS PERGUNTAS NO LOCAL Que tipo de material? Qual o nome do material e o seu número? Qual o fabricante? Em que tipo de recipiente está acondicionado? Onde e como está acondicionado? Quanto de material há no local? Qual o estado do material? Qual a distância de segurança? Existem outros materiais perigosos próximo ao local? Quais as condições climáticas? INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS Natureza do problema Identificação do produto Condições do local de armazenamento Condições climáticas Se é durante o dia ou noite Presença ou não de fogo Lapso de tempo desde o início do acidente Situação das vítimas Número de vítimas Perigo de haver novas vítimas ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 73 de 103 – PROCEDIMENTOS DE DESCONTAMINAÇÃO DE VÍTIMAS ZONA QUENTE Antes de manipular qualquer vítima contaminada com um produto perigoso, utilizar nível de proteção adequado Remover as vítimas da área de exclusão (zona quente), interrompendo a exposição da vítima ao produto perigoso Efetuar a avaliação da vítima (Análise primária) Iniciar os procedimentos RCP se necessário DELIMITAÇÃO ENTRE A ZONAS QUENTE E MORNA Estabilizar a coluna cervical Remover as vestes contaminadas cuidadosamente e com auxílio de tesoura, não arrancando o tecido se o mesmo estiver aderido a lesões ou queimaduras Descontaminar inicialmente as lesões abertas com soro fisiológico e proteger com curativo oclusivo para evitar a contaminação e somente depois realizar a descontaminação da pele íntegra na estação 02; ZONA MORNA ESTAÇÃO 02 - Estabilizar a coluna cervical e proteger as vias aéreas. - Análise Primária poderá ser realizada simultaneamente com a descontaminação - Em seguida lavar a área contaminada com fluxo de água e esfregar com espoja ou escova macia se for necessário obrigatoriamente no sentido da cabeça aos pés - Utilizar sabão neutro se for disponível e necessário; - Se o produto químico for seco na forma de granulado ou pó, deve ser retirado manualmente antes de lavar o local, com ajuda de escova ou pano seco e sem esfregar; ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 74 de 103 – - Evitar tempo demasiado de exposição, prevenindo a hipotermia - cobrir com manta aluminizada ou outro recurso disponível - Substâncias neutralizantes geralmente não são utilizadas na descontaminação das vítimas devido ao risco de piorar as lesões abertas e queimaduras Descontaminação ocular - Retirar as lentes de contato - Lavar os olhos com as pálpebras abertas, com fluxo corrente de soro fisiológico ou água limpa do centro para o canto externo do olho por 15 minutos - Manter irrigação contínua durante o transporte ou ocluir os olhos com compressas umedecidas com soro fisiológico ZONA FRIA POSTO MÉDICO AVANÇADO (PMA) OU ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS (ACV) - Análise primária e secundária - A maioria dos casos poderá ser tratado com tratamento sintomático e de suporte básico da vida - Alguns casos podem necessitar de tratamento com antídotos específicos - Procedimentos invasivos como: entubação endotraqueal e punção endovenosa são realizados apenas por suporte avançado de vida TRIAGEM DE VÍTIMAS: MÉTODO START Estabelecer a priorização de atendimento das vítimas no caso de múltiplas vítimas de acordo com o método START Encaminhar as vítimas conscientes contaminadas para o corredor de descontaminação – montagem das novas estações 6 e 7 Remover as vítimas inconscientes contaminadas para o corredor de descontaminação (máximo de 03 vítimas) ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 75 de 103 – A assistência do Centro de Intoxicações Regional poderá ajudar a determinar o risco da contaminação, informando: - Efeitos tóxicos da substância envolvida - Os procedimentos de descontaminação - Tratamento específico da intoxicação TRANSPORTE PARA O HOSPITAL - Prevenir a contaminação da ambulância e dos pacientes subsequentes com a utilização de cobertura plástica nas superfícies, no piso e lençóis descartáveis da maca - O equipamento contaminado que entrar em contato com o paciente deve ser separado para descarte ou descontaminação posterior - A equipe de resgate deve utilizar equipamento de proteção individual e proteção respiratória - Manter a ventilação máxima ou exaustão na VTR, com as janelas abertas - Verificar identificação e detalhes sobre a substância antes de deixar o local do incidente - Manter contato com o Hospital para informar a situação clínica do paciente e as características da substância e da exposição - Tratamento específico da intoxicação ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 76 de 103 – RESGATE DE BOMBEIRO-VÍTIMA CONSCIENTE 1) Informar ao Posto de Comando (PC) sobre o incidente 2) Acionar equipe de apoio com o mesmo nível de proteção exigido na zona quente 3) A equipe de apoio deve retirar na estação 01 material disponível para a remoção do bombeiro-vítima 4) Deslocar até o local onde se encontra o bombeiro-vítima 5) No caso do bombeiro-vítima estiver utilizando nível de proteção que exija EPR autônomo, posicionar o mesmo em decúbito lateral para uma remoção segura 6) Encaminhar o bombeiro-vítima até a área de transição entre a zona quente e a estação 02 do CRC 7) Transpor o bombeiro-vítima para a maca concha 8) Iniciar os procedimentos de lavagem e rinsagem do traje de proteção química, luvas e botas externas 9) Proceder com a remoção das luvas e botar externas 10) Proceder com a remoção do traje de proteção química e luvas internas 11) Proceder com a remoção do EPR e roupa do bombeiro-vítima 12) Transpor o bombeiro-vítima para a maca cocha 13) Iniciar os procedimentos para o banho completo do bombeiro-vítima, lavando inicialmente os ferimentos, se houver, e posteriormente labar vigorosamente mãos, rosto e toda a pele íntegra 14) Transpor o bombeiro-vitima para prancha longa ou maca conforme o caso, encaminhando-o ao PMA ou ACV e iniciar os procedimentos de APH. ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS - 77 de 103 – RESGATE DE BOMBEIRO-VÍTIMA INCONSCIENTE 1) Informar ao Posto de Comando (PC) sobre o incidente 2) Acionar equipe de apoio com o mesmo nível de proteção exigido na zona quente 3) A equipe de apoio deve retirar na estação 01 material disponível para a remoção do bombeiro-vítima 4) Deslocar até o local onde se encontra o bombeiro-vítima 5) No caso do bombeiro-vítima estiver utilizando nível de proteção que exija EPR autônomo, posicionar o mesmo em decúbito lateral para uma remoção segura 6) Conduzir o bombeiro-vítima para uma área afastada do contaminante dentro da área de exclusão 7) Providenciar uma via aérea liberada retirando a máscara do EPR e verificar presença de sinais de vida
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