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AULA 4 - DESAFIOS DA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

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AULA 4 
DIFICULDADES COMUNS DE 
APRENDIZAGEM E PROBLEMAS 
DE “ENSINAGEM” 
Profª Elayne Thays de Lara Sena 
 
 
2 
TEMA 1 – DESAFIOS DA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA 
Para se compreender os desafios advindos da aprendizagem de 
matemática é interessante saber que esta se desenvolve, na perspectiva 
piagetiana, “a partir das funções cerebrais, como memória de curto e longo prazo, 
orientação espacial e raciocínio”, segundo Bastos (2016, p. 178). Porém, existem 
pesquisas que afirmam que a habilidade de quantificar e lidar com números são 
peculiaridade do ser humano. Porém, desenvolver essa propensão parece não se 
tratar de algo interessante para muitos ou, ainda, os que já passaram pelos anos 
de escolarização em sua grande maioria não têm apresso pela matemática. 
Embora seja parte do dia a dia dos seres humanos, imprescindível para 
múltiplas atividades, ela é também a grande vilã de muitos que se deram conta da 
possibilidade de desenvolver essas habilidades de forma tradicionalmente 
rigorosa e sem conexão com sua utilização diária, sendo reduzida a incansáveis 
cálculos. 
De acordo com o PISA, O Brasil caiu no ranking mundial de educação 
mundial de educação em ciências, leitura e matemática, conforme prova feita em 
70 países, “ficando na 66ª colocação em Matemática, sendo a área onde o Brasil 
tem a pontuação mais baixa nas cinco últimas edições do programa”, afirma 
Moreno (2016). Esses dados assustam e permitem uma reflexão acerca de 
identificar problemas acerca do processo ensino-aprendizagem e de se utilizar de 
verificadores para procurar conter esse problema de esfera social. Dentro da 
abrangência dos conteúdos avaliados no PISA como quantidade, dados, relações, 
espaço e forma, que são considerados como capacidades fundamentais, é 
necessário que sejam repensadas as estratégias de ensino e o que produz 
compreensão diferenciada para que alunos nos dias atuais compreendam de 
forma contextualizada o ensina da Matemática. Os estudantes brasileiros, 
segundo o Inep, precisam associar a matemática às atividades cotidianas que 
desenvolvem, fato que facilita o processo ensino aprendizagem (Moreno, 2016). 
Nessa perspectiva, vale repensar sobre o gostar da matemática, os 
métodos e as possíveis dificuldades que vão além do processo, além do querer 
aprender uma vez que o processo aprendizagem está relacionada à ensinagem e 
vice-versa e que ocorrem de forma contínua. Assim, buscar compreender o papel 
da matemática no mundo moderno, conforme o Inep (2012) “é envolver-se com a 
matemática com o objetivo de atender às necessidades do indivíduo no 
 
 
3 
cumprimento de seu papel de cidadão consciente, crítico e construtivo”. Para 
tanto, há uma necessidade se compreender que o estudo da matemática é algo a 
ser repensado em suas práticas, e que deve fornecer ao educando(a) a 
possibilidade de saber “lidar com novas situações” e resolvê-las de forma clara e 
desfragmentada (Soares, 2003, p. 112). 
Diante desse entendimento sabe-se que dificuldades podem ser 
percebidas no processo, sendo variadas as possibilidades que vêm dificultando o 
aprendizado e cada dia mais retendo alunos. Nesse processo de retenção e com 
o passar do tempo, se percebe que estes perdem o estímulo pelo estudo, uma 
vez que se sentem incapazes de prosseguir por se sentir impossibilitados a 
aprender, criando barreiras no processo. Por vezes, essas dificuldades não são 
avaliadas com clareza, passando despercebidas por parte da família e da escola 
e confundidas com falta de interesse. É certo que nos dias atuais os conceitos 
relacionados às dificuldades e aos transtornos têm se difundido, porém, ainda é 
necessário que sejam observados com cuidado e encaminhados para análise do 
profissional de área, a fim de auxiliar no processo ensino-aprendizagem, na busca 
de sucesso educacional. Partindo desse panorama, e do foco deste estudo, cabe 
uma reflexão acerca das dificuldades que cercam a aprendizagem da matemática. 
TEMA 2 – DISCALCULIA 
Dentro do estudo das dificuldades matemáticas está a discalculia, que 
precisa ser diferenciada da simples dificuldade no aprendizado. Segundo Bastos 
(2016, p. 176), a discalculia “é uma alteração específica em aritmética, não 
atribuível exclusivamente a um retardo mental global ou à escolarização 
inadequada”. Shalev define: 
[…] a discalculia do desenvolvimento como um transtorno específico que 
afeta a aquisição normal das habilidades aritméticas. As evidências 
genéticas, neurobiológicas e epidemiológicas indicam que a discalculia, 
como outros distúrbios de aprendizagem, tem bases cerebrais; 
entretanto, o ensino inadequado e as privações ambientais podem estar 
envolvidas na sua etiologia. (Shalev, citado por Bastos, 2016, p. 176) 
Dessa forma, faz-se necessário distinguir distúrbio neurológico (com base 
em diversas causas) de dificuldade de aprendizagem proporcionada pela falha no 
processo de ensino. 
Vale salientar que discalculia, do ponto de vista neurológico é inabilidade 
de lidar com números, fazendo com que a pessoa faça confusão nos conceitos de 
 
 
4 
forma geral e nas operações matemáticas. Dessa forma, é de suma importância 
um encaminhamento aos profissionais de área para que possam diagnosticar as 
possíveis causas do distúrbio, se biológicas ou falhas no processo de ensinagem, 
para que o encaminhamento correto possa ser aplicado (Olivier, 2011). 
Do ponto de vista neurológico, que trata do nível de desenvolvimento, em 
que a discalculia é percebida como transtorno, Garcia, citado por Silva (2014), diz 
que: 
Discalculia ou Discalculia do desenvolvimento trata-se de um transtorno 
estrutural da maturação das habilidades matemáticas […], se manifesta 
pela quantidade de erros variados na compreensão de números, 
habilidades de contagem, habilidades computacionais e solução de 
problemas verbais. (Garcia, citado por Silva, 2014, p. 69) 
 
Assim sendo, a investigação deve ser realizada a fim de que se possa 
praticar o encaminhamento adequado, incluindo alunos(as) no processo de 
ensino, com um encaminhamento que venha proporcionar a estimulação 
processual flexibilizando a aprendizagem. Parece estranho afirmar que a 
aprendizagem deve ocorrer, uma vez que o transtorno seja comprovado. Mas o 
DMS-5 (American Psychiatric Association, 2014) permite entender que a 
aprendizagem ocorre, porém, não com a mesma fluência em que ocorre em 
alunos(as) que não apresentam o distúrbio. Nessa perspectiva, Silva (2014) 
afirma que: 
[...] o processo de aprendizagem da Matemática ocorre em todos, no 
entanto, no sujeito acometido pela discalculia, a mesma ocorre de 
maneira lenta, havendo assim discrepância considerável entre a idade 
cronológica e a idade mental do mesmo, o que, na visão da grande 
maioria dos educadores, se configura como um dos grandes entraves 
para a inclusão no contexto da sala de aula [...]. (Silva, 2014, p. 71) 
Essa incapacidade ou pouca habilidade para cálculos e pensamento lógico 
gera a necessidade de se executar um trabalho ressignificando que vise buscar 
diminuir as disparidades entre os alunos(as). “Tais exigências já se encontram 
amparadas pela lei que rege o ensino brasileiro (LDB n. 9.394/1996) ” e em seu 
texto deixam claro que “os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
necessidades especiais: currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e 
organização específica, para atender às suas necessidades” (Brasil, 2010). Dessa 
forma, vale repensar sobre como está ocorrendo o processo ensino-
aprendizagem em todas as esferas possíveis que compreendam uma educação 
de qualidade e inclusiva, levando em conta as características de cada aprendente. 
Sob essa visão é necessário entender que o ensinar e o aprender são 
 
 
5 
dissociáveis, ideia reforçada por Freire, quando sugere que “não há docência sem 
discência” (Freire, 1996, p. 12). Assim sendo, ambos devem ser desprovidos de 
qualquer tipo de resistência quantoàs diferenças. O educador deve estar 
consciente de sua missão, valorizar o educando e compreender que deve 
proporcionar aos sujeitos diversos, múltiplas maneiras de aprender, estimulando 
suas habilidades e despertando nestes o desejo pelo aprendizado, permitindo que 
eles percebam que são capazes de aprender, mesmo em meio às dificuldades 
apresentadas. 
2.1 Tipos de discalculia 
Já se sabe que a discalculia traz consigo necessidades que merecem 
atenção e se deve buscar meios possíveis para que a dificuldade seja sanada, de 
modo a permitir ao aluno aprender de forma significativa numa perspectiva cidadã. 
Por esse motivo, é necessário que se compreenda as formas que a discalculia se 
apresenta. 
Conforme Kocs, citado por Garcia (1998), a discalculia pode ser: 
1. Verbal: quando se perceba dificuldades de nomear quantidades 
matemáticas. 
2. Practognóstica: em que se percebe dificuldades para enumerar, 
comparar, manipular objetos reais ou em imagens matematicamente. 
3. Léxica: manifesta dificuldade com a leitura de símbolos matemáticos. 
4. Gráfica: manifesta dificuldade na escrita de símbolos matemáticos. 
5. Ideognóstica: apresenta dificuldade com compreensão de conceitos e 
operações mentais. 
6. Operacional: demonstra dificuldade na execução de operações e cálculos 
numéricos. 
Dentro dessa perspectiva colocada pelo autor, percebe-se que pode haver 
uma multiplicidade de possibilidades dentro da discalculia, a qual pode dificultar o 
diagnóstico atrasando todo o processo. Essas variantes prognósticas podem levar 
a uma confusão no momento de avaliar e, assim, a discalculia por vezes tem 
evidenciação tardia. 
 
 
 
 
6 
TEMA 3 – DESAFIOS DO CÁLCULO 
O mau rendimento em relação aos cálculos (discalculia), situação que não 
é incomum no meio escolar, ainda é objeto de estudos que venham configurar 
com clareza o acontecimento. 
Conforme Bastos (2016), é grande a diversidade de propostas de 
estudiosos na área; todavia, o autor propõe uma classificação conforme a imagem 
a seguir. 
Figura 1 – Causas de mau rendimento em matemática 
 
Fonte: Bastos (2016, p. 181). 
Dentro dessa perspectiva, percebe- se que as causas podem estar 
relacionadas a fatores neurológicos e não neurológicos. 
Em se tratando de fatores não neurológicos, é perceptível que o meio no 
qual o aluno está inserido influencia grandemente seu desenvolvimento. Dentre 
os fatores que se desencadeiam na escola, o agente principal pode ser o docente 
e suas práticas. Um ambiente harmonioso é, sem dúvidas, favorável ao quesito 
ensino-aprendizagem. O professor(a) que entende que seu papel é o de facilitar 
o processo obtém êxito e cria uma esfera que desperta interesse pelo aprender. 
Contudo, existe um conjunto de fatores que compreende também o meio social 
em que o aluno está incluído, que devem ser levados em conta. Falta de 
 
 
7 
condições e cuidados básicos implicam um rebaixamento quanto à aprendizagem 
(Gomes, 2018). 
Somando-se a esses fatores, ainda deve ser levada em conta a “ansiedade 
matemática”, que é percebida no aparecimento de um singular nervosismo diante 
do contato com muitos números. 
Conforme Ilhéu (2019), essa situação pode ser considerada um distúrbio 
que se manifesta diante da “competitividade” e de situações em que o estudante 
é posto à prova, embora sua origem esteja vinculada às operações básicas que 
não foram devidamente desenvolvidas, o que dificulta o aprendizado e, 
consequentemente, cria estigmas quanto à matemática de uma forma geral. 
Dentre os desafios do cálculo, que compreende os fatores neurológicos, há 
de se destacar os distúrbios primários como objeto de estudo. A discalculia do 
desenvolvimento, assunto que já foi tratado anteriormente, mas que merece ser 
retomado conceitualmente, trata-se, segundo Bastos (2016, p. 181), da 
“dificuldade em aprender matemática, com falhas para adquirir adequada 
proficiência nesse domínio cognitivo, a despeito de inteligência normal, 
oportunidade escolar, estabilidade emocional e necessidade de motivação”, 
percebendo-se estar ligada a aquisição da habilidade. 
A acalculia, “que significa a perda da capacidade de executar cálculos e 
desenvolver o raciocínio aritmético” (Bastos, 2016, p. 181), ocorre por conta de 
algum tipo de lesão sofrida pelo sujeito e pode apresentar sintomas como (Pereira, 
2018): 
• dificuldade em contar de trás para a frente; 
• dificuldade em saber quantas semanas existem num ano; 
• dificuldade em ler e escrever números com diferentes níveis de 
complexidade; 
• dificuldade em comparar números, de forma a saber qual é maior ou menor; 
• dificuldade em interpretar sinais matemáticos; 
• dificuldade em alinhar números em colunas; 
• dificuldades significativas na transcrição entre números escritos em forma 
de palavras e escritos em forma numérica. 
A acalculia, conforme Bastos (2016), compreende três subtipos a se 
considerar: alexia e agrafia para números (comprometimento do hemisfério 
cerebral esquerdo), em que o sujeito demonstra comprometimento na leitura e na 
escrita quantitativa; acalculia espacial (comprometimento do hemisfério cerebral 
 
 
8 
direito), em que o sujeito demonstra comprometimento espacial, não conseguindo 
posicionar os números para executar cálculos; e anaritmetia (comprometimento 
de ambos os hemisférios cerebrais), que implica a incapacidade matemática. 
Com base nesse panorama, percebe-se a importância da observação e do 
encaminhamento para que o educando possa ser auxiliado no processo 
educacional a fim de se cumprir o papel social da escola, que é promover a 
inclusão do aluno(a) portador de deficiência, síndrome, transtorno ou dificuldade, 
defendendo os direitos do aprendente e promovendo a tão almejada educação 
cidadã. 
TEMA 4 – AS DIFICULDADES E A ESCOLA 
Dentro do ambiente escolar se vivencia novas experiências a todo instante. 
É nele também que os alunos ressignificam suas vivências a partir de novas 
experiências e novos aprendizados. Dessa forma, é interessante que a escola 
busque viabilizar meios de permitir a inclusão de uma forma global do aluno que 
apresenta dificuldades no aprendizado. 
Relacionado com o transtorno neurobiológico que provoca uma desordem 
no desenvolvimento das habilidades numéricas, em que o aprendente, em função 
disso, não consegue realizar cálculos matemáticos, toda atenção por parte do 
professor é necessária. Perceber o comportamento de tais alunos(as) é de suma 
importância, uma vez que estes dão sinais claros de suas dificuldades. A apatia 
faz parte do processo e, consequentemente, percebe-se que esse aluno não 
consegue alcançar os objetivos preestabelecidos. O fato de não conseguir 
quantificar e relacionar as situações e as operações matemáticas, desde as mais 
básicas às mais elaboradas, e não apresentar orientação espacial, dentre outras, 
são algumas das dificuldades que a discalculia apresenta e que, se observadas 
criteriosamente, podem ser trabalhadas com intervenções significativas, a fim de 
auxiliar o estudante (Noé, s.d.). 
Nos dias atuais, muito mais que em tempos remotos, ser observador deve 
ser uma das características do profissional da educação. 
Barreto (2015) afirma que: 
É o professor o único profissional que forma a base e modela 
importantes características em todos os diferentes profissionais em sua 
sociedade, que, por sua vez, depois de formados, ao atuarem e 
conviverem com seus pares determinam o futuro que desejam e as 
modificações que julguem necessárias. (Barreto, 2014, p. 12) 
 
 
9 
Dessa forma, percebe-se claramente a necessidade de o professor(a) ter 
consciência de sua importância e de como sua ação e intervenção pode influenciar 
o futuro de seu aluno(a). 
Assim, observar alunos que não conseguem realizar as atividades 
propostas e não se mostram participativos é um verificador que deve ser levado 
em conta evitando a exclusão. 
O contato aproximado do professor(a)sem dúvidas favorece a 
aprendizagem e serve de apoio aos alunos(as) de forma geral e principalmente 
diante de quadros de dificuldades. Não obstante a isso, estabelecer uma ponte de 
ligação com a família é fundamental num trabalho conjunto para benefício do 
aprendente. A escola deve buscar meios de interagir com o aluno com dificuldades 
e proporcionar ao educador meios de trabalhar com as possíveis dificuldades do 
educando. 
Nos dias atuais é de suma importância utilizar-se da neurociência para 
alavancar a educação e ainda mais como meio contribuinte para trabalhar as 
dificuldades manifestas nos alunos. Entender que ela esclarece fatos acerca da 
cognição e das vias de conhecimento cerebral e seu funcionamento é perceber 
que a neurociência só vem reforçar as ideias de teóricos do passado, e permitir 
perceber como o cérebro aprende. Assim sendo, percebe-se que se trata de uma 
ferramenta indispensável para o educador. 
Há uma necessidade vigente de ter em mente que a educação conta 
sobremaneira com a “emoção” e que esta interfere nos processos, sendo 
“fundamental para a aprendizagem” (Salla, 2012). Dessa maneira, é notável a 
importância da ferramenta, que acaba por ser indispensável para o educador. 
Nessa perspectiva, sabe-se que o educador que busca uma educação 
voltada à cidadania deve repensar suas práticas, utilizar-se de todos os meios 
possíveis e se manter atualizado sobre as novas possibilidades e metodologias 
para construir uma educação eficaz. Focar o aluno e estimulá-lo a ser participativo 
faz da escola um ambiente de construção do saber. Ressignificar a educação é a 
maior necessidade atual para se transpor as dificuldades e se consolidar os 
objetivos traçados. 
TEMA 5 – PRÁTICAS DOCENTES 
Não é novidade que o professor(a) é um agente de mudança, que influencia 
sobremaneira a sociedade de forma geral, pois é um formador de opiniões que 
 
 
10 
multiplica saberes em todos os níveis da vida do educando. O docente tem a 
sublime missão de ressignificar a educação, trazendo em pauta práticas 
colaborativas que tencionem promover integração entre os estudantes. Interagir 
com o grupo é vital, promover a interdisciplinaridade no compartilhamento das 
práticas é essencial. Utilizar-se de todas as possiblidades, inclusive da 
neurociência, como ferramenta auxiliadora pode alavancar o processo. Claro que 
este estudo não tem o interesse de estabelecer uma postura para o professor, 
mas sim sugerir caminhos possíveis para a consolidação de uma educação 
inovadora e inclusiva. 
É relevante buscar se apropriar de novos saberes e pesquisas que estão 
disponíveis para todo aquele que busca uma educação eficaz. Faz-se necessário 
compreender que o estudado hoje depende dos esforços de ontem, e que num 
movimento cíclico a educação se faz e refaz perpassando as gerações por meio 
dos conhecimentos e das vivências adquiridos ao longo do tempo. 
De acordo com Barreto (2014, p. 57), “podemos considerar que o 
conhecimento e principalmente o uso destes saberes, tanto no ambiente escolar 
quanto na sociedade em geral, é fundamental para determinar a transmissão da 
cultura para as próximas gerações”. O autor afirma, ainda, que esse fator implica 
a “qualidade de vida futura de nossa sociedade”. Assim, percebe-se que a 
educação tem um poder transformador e o docente é quem proporciona essa 
dinâmica com suas práticas inventivas e novas metodologias adaptadas à 
realidade de seus educandos. Explorar as capacidades dentro das dificuldades 
dos educandos, despertando novas habilidades, é fundamental. Parece uma 
afirmação paradigmática, porém é nessa ótica que as mudanças ocorrem, uma 
vez que na possível inabilidade possa aparecer uma nova forma de aprender. 
 5.1 Possiblidades na ação docente 
Dentre a gama de possibilidades para estimulação do aluno(a) com 
dificuldades, utilizar-se de jogos pode ser um meio que privilegie 
significativamente a educação, uma vez que nos jogos são descobertas 
possibilidades de compreensão, raciocínio e capacidade de resolução de 
problemas. Os jogos, com direcionamento, ampliam as possiblidades de 
compreensão, inclusive de alunos com dificuldades, pois permitem eles 
vivenciarem novas experiências enquanto jogam. Conforme Castanho (2013), 
“ensinar passou a ser compreendido como criar condições adequadas a esse 
 
 
11 
processo e à realização de intervenções com vistas a possibilidade de avanços”. 
Com isso, percebe-se que os jogos são fortes aliados da educação, uma vez que 
estão ligados às mais remotas experiências humanas. Utilizar jogos é, sem 
dúvidas, uma obtenção de novos conhecimentos e, sendo assim, promove o 
encontro com novos saberes e novas experiências. Defender a ideia da utilização 
dos jogos, da ludicidade, é saber sua eficácia e a consolidação e entender que 
não se trata somente de uma oportunidade coadjuvante do aprendizado e sim de 
um direito do aluno(a) (Ortiz, 2005). Percebe-se então que o aprender está vestido 
de diversão, e o docente responsável pelo processo se utiliza desse momento que 
favorece seu objetivo maior: ensinar. 
Intencionar o educar é poder se utilizar de métodos diversificados enquanto 
se ensina, com objetivo traçado. Nessa ótica, os jogos “se transformam em 
contextos de aprendizagem” (Castanho, 2013). 
Utilizar-se de novas ferramentas, novas pesquisas, novas metodologias é 
fundamental para se transpor barreiras na educação, desde que o professor saiba 
estabelecer seus objetivos e suas metas educacionais no contexto de um ensino 
eficaz que possua dificuldades ou não, mas que valorize o sujeito sempre. 
 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico 
de transtornos mentais [recurso eletrônico]: DSM-5. Tradução de Maria Inês 
Corrêa Nascimento et al. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
BARRETO, F. C. Estratégias docentes eficazes: quando a neurociência, as 
teorias de aprendizagem e a prática do professor se complementam. Rio de 
Janeiro: Flavio Chame Barreto, 2014. 
BASTOS, J. A. Matemática: distúrbios específicos e dificuldades. In: ROTTA, N. 
T; OHLWEILER, L; RIESGO, R. dos S. (Org.). Transtornos da aprendizagem: 
abordagem neurológica e multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
BRASIL. LDB: Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 
20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. 5. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 
Coordenação, 2010. 
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jogo-e-seu-lugar-na-aprendizagem-da-matematica>. Acesso em: 31 out. 2019. 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 
São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagens: linguagem, leitura, 
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GOMES, M. M. Fatores que facilitam e dificultam a aprendizagem. Educação 
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Letramento Matemático. Inep, 2012. Disponível em: 
 
 
13 
<https://download.inep.gov.br/download/internacional/pisa/2010/letramento_mate
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<https://educamais.com/acalculia/>. Acesso em: 31 out. 2019. 
SALLA, F. Neurociência: como ela ajuda a entender a aprendizagem. Nova 
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<https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem>. Acesso 
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SOARES, M. Letramento e escolarização. In. RIBEIRO, V. M. (Org.). Letramento 
do Brasil. São Paulo: Global, 2003. 
	De acordo com o PISA, O Brasil caiu no ranking mundial de educação mundial de educação em ciências, leitura e matemática, conforme prova feita em 70 países, “ficando na 66ª colocação em Matemática, sendo a área onde o Brasil tem a pontuação mais baixa...

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