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Relatório final (1)

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES 
Centro de Educação a Distância - CEAD 
 Curso de Pedagogia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO CURRICULAR 
SUPERVISIONADO IV - DOCÊNCIA EM ESPAÇOS NÃO 
ESCOLARES- 
MONITORIA E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E NA 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Buritis - MG 
Agosto/ 2022 
 
 
 
Anne Hevelyn Alves dos Reis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO CURRICULAR 
SUPERVISIONADO IV - DOCÊNCIA EM ESPAÇOS NÃO 
ESCOLARES- 
MONITORIA E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E NA 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA 
 
 
Relatório apresentado ao curso de 
Licenciatura em Pedagogia ofertado pela 
Universidade Estadual de Montes Claros, 
no âmbito da Universidade Aberta do 
Brasil– UAB– como requisito para obtenção 
de notas da disciplina Estágio Curricular 
Supervisionado IV – Monitoria e Docência 
na Educação Especial e na Educação de 
Jovens e Adultos - EJA em 2022 
 
Professora Orientadora de Estágio: Profª 
Ms. Dirce Efigênia Brito Lopes e Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Buritis - MG 
Agosto / 2022 
 
 
 
Anne Hevelyn Alves dos Reis 
 
 Profª Ms. Dirce Efigênia Brito Lopes e Oliveira 
Resumo 
 
Este texto apresenta um relato de experiência do momento vivenciado no 
estágio na Educação Inclusiva e Educação de Jovens e Adultos, disciplina integrante 
da grade curricular do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Montes 
Claros, realizado na Escola Estadual José Gomes Pimentel. O estágio foi composto 
de dois momentos, o primeiro foi de observação, conhecemos a dinâmica da escola, 
o desenvolvimento das aulas e a realidade dos alunos. O segundo momento foi 
onde assumimos a regência da turma. O momento como um todo foi de extrema 
importância, pois, nos possibilitou um contato direto com a realidade vivenciada na 
Educação Inclusiva e na EJA e podemos observar o quanto estas modalidades de 
educação necessitam ser valorizada. 
Palavras-chaves: Educação inclusiva. Educação jovens e adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................................................4 
Caracterização da Escola ..................................................................................................................5 
Educação Inclusiva .............................................................................................................................7 
Observação e monitoria ( Educação Inclusiva) ..........................................................................9 
Regência ..............................................................................................................................................12 
Estudo de Caso ..................................................................................................................................16 
Educação Jovens e Adultos-EJA ..................................................................................................20 
Observação EJA ................................................................................................................................21 
Regência (EJA) ..................................................................................................................................27 
Metodologia ........................................................................................................................................29 
Relato de experiência dos estágios I,II, II. ..................................................................................29 
Considerações Finais ......................................................................................................................35 
Referências .........................................................................................................................................37 
APÊNDICE ...........................................................................................................................................39 
ANEXOS .............................................................................................................................................451 
 
 
 
 
4 
 
Introdução 
 
Esse relatório tem a finalidade de apresentar informações que foram obtidas 
durante a realização do estágio supervisionado na Educação Inclusiva e na 
Educação Jovens e Adultos, será apresentada a análise do material adotado pela 
Escola Estadual José Gomes Pimentel, o Projeto Político Pedagógico da escola, 
caracterização, observação e regência da turma do 2º ano do Ensino Fundamental 
do turno vespertino, e na turma do 7° ano do Ensino Fundamental-Eja, turno 
noturno. O estágio foi realizado durante o mês de Maio. 
O Estágio Supervisionado IV, tem como Objetivo Geral: Proporcionar ao 
acadêmico condições de vivenciar a dinâmica da escola no seu processo 
pedagógico, político, social, visando instrumentalizá-lo para o exercício da docência 
da Educação de jovens e adultos e educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva. 
Específicos: 
 Apresentar e discutir o projeto de estágio situando tarefas e etapas a serem 
cumpridas; 
 Analisar o contexto escolar e a sala de aula no qual o estágio será realizado. 
 Refletir sobre a profissão docente a partir das experiências vivenciadas no 
estágio; 
 Vivenciar e refletir sobre as atividades de gestão do ensino. 
 Reconhecer as contribuições e os desafios do estágio supervisionado para a 
formação docente; 
 Vivenciar a experiência do estágio com uma atitude investigativa. 
 Discutir a importância do estágio na formação de professores; 
 Discutir o processo ensino aprendizagem numa perspectiva multidisciplinar; 
 Perceber o professor como profissional da reconstrução do conhecimento; 
 Reconhecer estratégias inovadoras de ensino/aprendizagem relacionadas à 
educação de jovens e adultos, educação inclusiva nos anos iniciais do ensino 
fundamental; 
 Identificar as ações do professor frente à docência da educação especial, 
suas especificidades e suas influências na educação de forma crítica e 
reflexiva; 
5 
 
 Identificar as inovações e recursos educacionais necessários ao manejo de 
uma sala de aula inclusiva 
 Sistematizar a elaboração e execução de projeto interdisciplinar; 
 Elaborar o texto da pesquisa de campo; (entrevista) 
 Elaborar relatório analítico final sobre a experiência do estágio. 
Há uma grande expectativa em relação ao estágio, pois é momento de 
colocar em prática aquilo que realizamos no decorrer do curso em teoria. É momento 
de conhecer de perto a realidade escolar, ouvir aqueles que já exercem a função e 
têm experiência para acompanhar na realização dos trabalhos, conhecer os desafios 
da passagem da vida acadêmica para a vida profissional, podendo assim adquirir 
experiência necessárias para a construção da identidade profissional docente. 
 
 
Caracterização da Escola 
 
O estabelecimento ensino da Escola Estadual José Gomes Pimentel está 
situado à rua São Domingos, 140 centro, na zona urbana, do município de Buritis-
MG, CEP- 38660-000. 
Sua denominação visou homenagear aquele que muito contribuiu para o bem 
estar da comunidade buritisense nos aspectos sociais, políticos e econômico; o 
nobre cidadão JOSÉ GOMES PIMENTEL. 
A escola funciona nos três turnos: matutino, vespertino e noturno. Atende as 
modalidades do Ensino fundamental I, Ensino Fundamentla II, Ensino Médio 
Regular, Ensino Fundamental Educação de Jovens e Adultos- Anos Finais, Ensino 
Médio Educação de Jovens e Adultos- Ensino Médio. 
A Escola Estadual José Gomes Pimentel, quea princípio atendia apenas o 
Ensino Fundamental, hoje atende em torno de 972 alunos, com 10 salas na sua 
sede e 6 no segundo endereço Distrito de Serra Bonita (cedida pelo município), e 
no PA Assentamento Hugo da Silveira Heredia cedido pela comunidade local. 
Os segundos endereços são situados no Distrito de Serra Bonita, conta com 3 
turmas do Ensino Médio atende a 76 alunos do Ensino Médio provenientes daquela 
região, e no PA Hugo Silveira Heredia localizado na região da Coopago conta com o 
Ensino Médio atendendo a 50 alunos todos oriundos daquela cominudade. 
O poerfil sócio-econômico desta escola é homogêneo, a maioria dos alunos 
6 
 
encontra-se situada na renda mínima, aproximadamente 40% dependem de 
programas do Auxílio Brasil. Atendem 121 alunos da Zona rural provenientes de 
distritos e vilarejos próximos. 
Para elevação do Índice de desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), 
desta escola conta com professoresefetivos habilitados em suas respectivas áreas 
de ensino. Existem também alguns pocos professores não habilitados designados 
atuando como docentes, devido à carência de profissionais em determinadas áreas 
de ensino. 
O Índice Socioeconômico da escola é considerado médio baixo. Esse Índice é 
calculado a partir dos questionários contextuais das avaliações do SIMAVE, 
respondidospela escola anualmente. A escola interpreta esse índice da seguinte 
forma: Sendo de baixa renda a família não oferece uma alimentação adequada e 
nem mesmo um acompanhamento de vida escolar. Com a saúde abalada e sem 
condições adequadas de moradia isso reflete na aprendizagem do aluno. 
A instituição passou por reforma apresentando hoje uma estrutura física onde 
conta com acessibilidade, sala de professores, refeitório, sala de especialista, sala 
de recursos informática, que poderia colabora e muito para melhores resultados. 
Ainda não conta com quadra esportiva coberta, para auxiliar nas atividades físicas e 
em outros eventos desenvolvidos pelos alunos. 
A Esola Estadual José Gomes Pimentel tem por objetivo a formação de 
cidadãos participativos, garantindo a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e 
valores necessários à socialização e propiciando o domínio dos conteúdos culturais 
básicos da leitura, escrita, da ciência, as artes e tecnologia, aprendizagens estas, 
que levarão o aluno a exercer seus direitos e deveres para atuar na sociedade. Para 
acompanhar a globalização faz se necessárias mudanças na visão da escola e do 
professor, deixando de ser transmissor de conhecimento e passa a ser mediador 
colocando o aluno como protagonista, um ser social em construção sujeito do seu 
próprio desenvolvimento, tornando-o participativo na escola e na sociedade. 
O planejamento pedagógico deve ser democrático, com a participação de 
todos os envolvidos no processo ensino e aprendizagem, tendo como maiores 
colaboradores os professores, mais ouvindo a comunidade escolar através de 
debates para enriquecer o planejamento, podendo ser modificado ou adequado às 
novas sugestões que surgirem. 
A aprendizagem é o foco principal do trabalho pedagógico que tem como 
7 
 
objetivo a preparação plena do educando através das atividades curriculares, 
estimulando-os a participar de exames, cursos e concursos da rede estadual de 
ensino bem como as entidades particulares,vestibulares, preparação esta voltada 
para o mundo do trabalho e o desenvolvimento para o exercícioda cidadania. 
O maior desafio da escola é romper a inércia da família e criar uma agenda 
positiva, que busque estratégias de aproximaçãqo criando na escola uma cultura de 
diálogo comos pais eresponsáveis através de palestras, comemorações e reuniões. 
A escola apresenta o Atendimento educacional Especializado (AEE), um 
serviço da educação especial que é voltado ao aluno com algum tipo de 
necessidade especial. Esse serviço identifica, elabora e organiza recursos 
pedagógicos e de acessibilidade, visando eliminar as barreiras para aplena 
participação do aluno, considerando suas necessidades específicas. 
As abordagens que a escola utiliza para considerar o estudante com 
deficiência, transtorno global de desnvolvimento e altas habilidades/superdotação 
como sujeitos dotados de direitos e desejos são: respeitando seu desenvolvimento, 
através do lúdico e de outras atividades observando seu desenvolvimento para 
adequar a realidade da sala de aula. Este trabalhoé feito em conjunto com o 
professor regente da turmae especialista de educação, pois a escola ainda não 
conta com sala de recursos. 
 
Educação Inclusiva 
 
Nas últimas décadas, mais especificamente a partir da Declaração de 
Salamanca em 1994 que a inclusão escolar ganhou impacto sendo tema constante 
em pesquisas e eventos científicos, cuja abordagem sobressai na perspectiva 
político-filosófica, bem como na forma de se implantar diretrizes presentes nesta 
declaração. 
Dentre as abordagens tratadas encontram-se as concepções de docentes e 
outros profissionais de educação referente à proposta da educação inclusiva e a 
participação destes profissionais neste processo, condição esta que se justifica pelo 
fato de que são estes profissionais que tem funções delimitadas e especificas na 
essência do sistema educacional, de modo que o ponto de vista destes é decisivo 
para que realmente o processo de educação inclusiva se concretize. 
É notável que os fundamentos teórico-metodológicos da inclusão escolar 
8 
 
estão apoiados na ideia de uma educação de qualidade para todos aos que nela 
estão inseridos, com respeito à diversidade, à singularidade dos alunos. Tal contexto 
foi observado com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 
9394/1996 que preconiza a educação inclusiva em seu artigo 59, que menciona que 
os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com necessidades 
especiais, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos para atender às suas necessidades. (BRASIL, 2014). 
Atualmente as escolas passam por um grande desafio pedagógico ao ter que 
trabalhar com a inclusão. A maior parte dos profissionais da educação não estam 
preparados e nem procuram se capacitar para lidar com esta nova realidade escolar. 
O professor por mais que tenha experiência precisa estar preparado para assumir 
uma situação criativa na hora de solucionar os problemas que irão aparecer. 
É crucial que as escolas precisam oferecer uma política de formação 
continuada para todos os profissionais da educação. Muitos profissionais trabalham 
com estas crianças com Necessidades Educacionais Especiais, inseguros, com falta 
de conhecimento, as inexperiências das atividades da NEE e o tempo insuficiente 
para o planejamento adequado. Efetivamente, tais aspectos podem ser minimizados 
com a formação continuada defendida como: 
A formação continuada estimula o aprendiz a desenvolver os 
trabalhos em equipe, ouvir outras opiniões, a considerar o contexto ao 
elaborar as proposta das soluções, tornando-o consciente do que ele sabe e 
do que precisa atender. (BRASIL 2010, p.30). 
 
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais não requer 
mudança somente de atitude do professor, mas sim uma reestruturação do sistema 
educacional, que vai desde a formação docente à flexibilização do currículo, 
metodologias e avaliação; além da valorização docente em termos de suas 
necessidades pessoais, como salários dignos; oferta de estrutura para a execução 
de suas funções docentes, bem como ampliação do número de profissionais, desse 
modo, o que se consta é que há um desafio significativo para que a inclusão escolar 
se concretize em sua essência, possibilitando que este público seja realmente 
incluído socialmente, além da mera definição formal preconizado pela teoria 
filosófica inerente à expressão. (Frias, 2010). 
Assim, a real concretização da educação inclusiva não se tende mais a 
criação de leis que objetivam essaperspectiva, mas sim que os direitos dos alunos 
com necessidades educacionais especiais sejam concretizados a partir do 
9 
 
pressuposto da igualdade. Deve-se consolidar a inclusão como um todo a partir da 
consciência, compreender que todos os indivíduos, independente de sua condição, 
merece ser tratado com dignidade, especiais ou não, de modo que não se podem 
incluir indivíduos por meio de leis se não houver um entendimento desta concepção, 
na realidade o que falta nesse processo de inclusão é a vontade. 
 
 Observação e monitoria ( Educação Inclusiva) 
 
O início do estágio se deu no dia 3 de maio de 2022, fui á escola me 
apresentei como acadêmica do curso de Pedagogia, conversei com a diretora Geni 
Ramos sobre a possibilidade de está estagiando na escola, em uma turma com 
alunos de educação inclusiva. No mesmo momento a diretora me aceitou e me 
encaminhou a turma. 
A turma do 2° ano do Ensino Fundamental, conta com uma professora 
regente e uma professora de apoio, e 10 alunos na idade de 7 e 8 anos, sendo 3 
desses alunos com necessidades especiais.As aulas acontecem no período 
vespertino. 
No primeiro dia de observação, apenas uma aluna de educação especial 
compareceu, a Larissa de 7 anos, que tem síndrome down. A aula se iniciou com a 
professora regente Fernanda fazendo correção das tarefas de casa dos alunos. 
Infelizmente a aluna Larissa e os outro alunos com necessidades especias, 
não realiza as mesmas atividades que os outros alunos, a professora de apoio 
Luzia, senta ao lado da aluna e apresenta uma ativdade para colorir. A aluna 
começa a pintar e para por várias vezes e fica observando ao redor. 
Logo depois os alunos vão para a aula de Educação Física, todos brincam 
com o auxílio do professor, a Larissa também participa, percebe-se que todos tratam 
ela muito bem, sempre ajudando-a. 
Em seguida acontece o recreio a professora de apoio fica acompanhando a 
aluna durante esse momento. Ela brinca com as colegas e observa as crianças 
correndo pelo pátio. Depois do recreio a Larissa volta a pintura do desenho, em um 
momento ela fica agitada e não quer mais colorir, tanto a professora regente como a 
de apoio conversa com ela para acalmá-la. A aluna fica o restante da aula sem 
realizar mais nenhuma atividade. A professora de apoio disse que quase todos os 
dias é essa rotina com a aluna, são poucas as atividades que ela realiza. As vezes 
10 
 
ela se esquiva na sua cadeira e não quer mais interagir. 
No segundo de estágio novamente comparece somente a Larissa, perguntei a 
professora se sabia o porque que os outros dois alunos não estava indo, ela disse 
que o menino estava doente e a outra menina, toma medicamentos muito fortes e as 
vezes não consegue ir á aula. 
A aula começa com a professora da turma dando boa tarde aos alunos e 
pedindo para que abrissem o livro de português para explicação da matéria. A aluna 
Larissa diz que está com fome e a professora entrega o lanche que ela traz de casa. 
As vezes a aluna levanta da cadeira e vai a mesa de um colega para pegar algum 
objeto, a professora de apoio a chama de volta para sua cadeira, mais logo ela 
levanta novamente e vai a mesa de outro colega, a professora a chama mais uma 
vez e pede para ela se sentar, ela fica agitada e começa a chorar, tanto a professora 
de apoio com a regente da turma tenta acalmá-la. Depois de alguns minutos ela se 
acalma e a professora de apoio começa conversar com ela, contar histórias e passa 
uma atividade de colorir, a aluna tem muita dificuldade de segurar o lápis, a 
professora vai perguntando as cores para aluna e ela responde corretamente. O 
recreio acontece com a mesma rotina do dia anterior. 
Depois do recreio a aluna brinca com peças de dominó ela empilha uma em 
cima da outra e assim ela fica o restante da aula, em momento algum ela consegue 
acompanhar as ativdades que a professora regente apresenta ao restante da turma. 
O terceiro dia de aula a outra aluna com necesidades especiais comparece a 
aula, ela tem Baixa visão, autismo e entre outras dificuldades, ela é bem 
comunicativa, gosta de contar história de sua casa. Essa aluna também tem 
didifuldade motora. A professora de apoio apresenta as duas alunas uma atividade 
dos dias das mães e pede para colorirem bem bonito para entregar para a mãe. A 
Larissa não quer colorir a professora conversa com ela e logo ela começa a pintar, a 
outra aluna está pintando o desenho e dizendo que a mãe vai gostar muito. 
A aluna Larissa não é muita de conversar, na maioria das vezes conversa 
quando é perguntado algo para ela, ela mostra seu desenho para a colega que 
senta a sua frente e a colega elogia sua pintura. A professora de apoio levam as 
meninas para dar uma voltada ao pátio, a Eloisa a todo o momento conversando e a 
Larissa uma vez ou outra que faz algum comentário. 
A professora diz que essa é a rotina com os alunos, pois todos têm 
dificuldades motoras, cognitivas. Não conseguem reconhecer as letras, nem os 
11 
 
numerais, por mais que ela reforce para apresentar os números e o alfabeto através 
das atividades lúdicas, os alunos não apresenta nenhum resultado. Os alunos dessa 
escola que precisa de aompanhamento com AEE, fazem uma vez por semana 
acompanhamento na sala de recursos em outra escola. 
Volta para sala depois do recreio e as alunas foram fazer ativdades de 
pontilhado, infelizmente não conseguem desenvolver com sucesso essa atividade, 
pois não conseguem controlar a motricidade. As alunas passam o resto da aula 
brincando com peças com desenhos de animais, uma hora ou outra a professora 
pergunta o nome do animal que aparecem na peça. As alunas conseguem dizer o 
nome. 
O quarto dia as duas alunas compareceram, a professora de apoio entrega 
uma atividade para colorir e colar papel crepom, a Larissa não quer fazer, fica boa 
parte da aula mexendo no caderno e não quer pintar mesmo quando as duas 
professoras e até mesmo eu tento conversar com ela. A outra aluna termina de 
colorir e pede a professora as peças de dominó que tem figuras geométricas, a 
professora diz que ela gosta de ficar brincando com as peças, ela não gosta de 
seguir as regras da brincadeira gosta de fazer do seu jeito. Veio o recreio e as 
alunas brincam com as colegas dentro da sala, de roda e correr atrás uma das 
outras. Depois do recreio a Larissa resolve pintar a atividade e colcar o papel 
crepom, a aluna apresenta dificuldades em enrolar o papel crepom, a Eloisa pede a 
professora mais papel crepom para colar na sua atividade. As alunas passam o 
restante da aula envolvida nessa atividade. 
No quinto dia de observação, as alunas começam a aula colorindo uma 
atividade, estão interagindo com os colegas, conversando e mostrando o desenho, a 
professora regente da turma elogia a atividade das alunas. Os alunos vão para 
quadra esportiva para a aula de educação física, brincam de boliche e de jogar bola. 
Voltam para a sala e vão brincar com as peças de dominó e com o jogo da memória, 
sem seguir regras do seu modo. A professora pede para encontrar as figuras iguais 
e algumas elas encontram sem dificuldades. Vão para o recreio e brincam com os 
colegas de sala. 
Depois do recreio continuam brincando com as peças e assim seguem até o 
final da aula. Interagindo com os colegas e as professoras, também me incluem na 
brincadeira. Foi muito interessante essa fase da observação. 
Observa-se que a turma em geral é entrosada e dinâmica, os alunos de 
12 
 
necessidades especiais são compreensivos uns com os outros, gostam de 
atividades lúdicas, pinturas, trabalhos com colagem. O que podemos perceber é que 
por mais que os alunos de necessidades especiais não conseguem realizar 
atividades conforme seu nivel de escolaridade. As professoras poderiam trabalhar 
algumas atividades com os alunos de ensino regular, exercícios no qual iriam inserir 
os alunos especiais no aprendizado. Pois os alunos Portadores de NecessidadesEspeciais necessitam de um cuidado e uma preparação diferenciada por parte dos 
professores, e para isso, é necessário que esses professores tenham uma 
qualificação adequada para essa área. É de extrema importância um planejamento 
flexível que se adapte de acordo com a necessidade e capacidade de cada um, o 
professor situa-se como mediador e facilitador na organização dos alunos, de forma 
que possibilite uma melhor interação, mesmo em níveis tão diferentes, incluindo a 
todos. 
Regência 
No período da regência, no primeiro dia foi feito a construção do projeto de 
intervenção. Foi elaborado um projeto para trabalhar de forma lúdica para que assim 
os alunos de necessidades especiais educacionais pudessem ter bons resultados, 
incluindo também os alunos regulares em algumas atividades para que haja a 
interação social. Durante a construção do projeto foi realizado a entrevista com a 
professora de apoio. A professora Luzia José da Silva Rocha é formada em Normal 
Superior com especialização em Educação Especial. Tem 32 anos de atuação na 
rede de ensino. Foi perguntada a professora se na sua formação teve alguma 
disciplina para trabalhar com necessidades especiais, e ela respondeu que sim, que 
teve disciplina de psicomotricidade e estágio em educação especial. Foi questionado 
também se o trabalho desenvolvido acontece com parceria com a professora 
regente da turma e respondeu que sim, que as atividades realizadas pelo professor 
regente são adaptadas para a realidade dos alunos especiais. 
Quando perguntada sobre o atendimento dos alunos especiais no ensino 
regular, ela disse respondeu que por mais que existam leis sobre o tema, ainda 
acontece de forma muito relapsa, pois a escola na maioria das vezes não são 
adaptadas. Também foi perguntado como é desenvolvido o trabalho pedagógico 
com os alunos especiais e quais recursos ela mais utiliza para trabalhar com esses 
alunos. Foi respondido que o planejamento é bimestral e é feito de forma 
exploratória, levando em consideração as debilidades do aluno. Trabalha o físico, 
13 
 
lúdico, mente e corpo. Foi também perguntado quais são as principais dificuldades 
para trabalhar com os alunos especiais e a resposta foi a falta de participação e 
interação dos pais, pois para a professora o trabalho tem que ser exploratório 
(recíproco). 
Outra questão que foi perguntado, foi quem elaborada o PDI dos alunos 
especiais e qual o papel do PDI para o desenvolvimento do trabalho com os mesmo. 
E a professora respondeu que quem elabora o PDI são professores e especialista e 
o papel do PDI é avaliar o desenvolvimento e conduta dos alunos e acrescentar. 
Também foi questionado sobre as dificuldades que a professora tem para 
adaptar/flexibilizar o material pedagógico relativo ao conteúdo estudado na sala de 
aula e a professora respondeu que a maior dificuldade é que às vezes o resultado é 
muito demorado que os educadores chegam a descrença, pois o objetivo não é 
alcançado. 
Outra questão levantada foi como é realizado a avaliações desses alunos e 
como é a participação da família. A professora respondeu que infelizmente a família 
não tem muita participação no aprendizado do aluno, muita das vezes somente 
mandam para a escola, e sobre como é feita as avaliações ela respondeu que as 
avaliações são adaptadas conforme a realidade do aluno, mas levando em conta as 
conquistas do dia a dia. 
Depois de finalizada a entrevista, no final da aula, projeto foi apresentado á 
professora de apoio e professora regente e aprovado por elas para ser aplicado. 
No primeiro dia de aplicação do projeto. Conversei com as alunas e perguntei 
se elas gostariam de brincar de massinha. Elas gostaram da ideia. Foi apresentado 
as alunas a farinha de trigo a água e sal, e colocado em uma bacia pedi para elas 
colocarem as mãos e começar a amassar, a Larissa disse que não porque iria sujar 
as mãos. Então coloquei minhas mãos e comecei a amassar e disse a ela para fazer 
o mesmo que depois iríamos lavar as mãos. As alunas começaram a amassar com 
muita dificuldade e fui auxiliando para misturar os ingredientes, depois acrescentei 
um pouco de um pacote de suco de laranja e conforme ia mexendo foi criando cor 
na massa, perguntei a elas que cor ficou a massinha e responderam que era laranja. 
Depois da massinha pronta falei para brincarem com a massinha. A Larissa 
pegava grande quantidade e ia separando em pedacinhos. Falei com ela para fazer 
bolinhas e ela fazia com dificuldades, peguei um pedaço da massinha e fui fazendo 
partes de um bonequinho e dizendo para ela fazer o mesmo. Mesmo com toda 
14 
 
dificuldade ela conseguiu fazer seu bonequinho. A aluna apresenta grande 
dificuldade motora, tanto como fina e grossa. Depois de algum tempo brincando 
com a massinha ela não quis mais. A Eloísa ficou fazendo várias bolinhas, de vários 
tamanhos e dizendo que eram biscoitos e fazia de conta que colocava para assar e 
depois distribuía entre nós para dizer que comia. Ela tem muita imaginação e gosta 
de brincar e faz de conta. Depois fomos dá uma volta no pátio da escola. Depois 
fomos à biblioteca e li um livro de literatura infantil, O Pedro Coelho. Elas se 
mostravam atentas à história contada. No final da história perguntei se elas 
gostaram e disseram que sim, a Eloísa disse que o Pedro é muito levado que até 
parece a irmã dela. Depois fomos para o recreio. Ao voltar do intervalo as alunas foi 
realizar uma avaliação bimestral, a professora pediu para que auxiliasse a aluna 
Eloísa. A avaliação era para passar por cima dos pontilhados. Avaliação que a aluna 
fez com dificuldade pois não tem muito controle da motricidade e como sua visão é 
debilitada isso também atrapalha muito. E assim foi o restante da aula. 
No segundo dia a professora pediu para que auxiliasse a Larissa em outra 
avaliação, era para realizar uma pintura, a aluna estava um pouco indisposta. Fui 
conversando com ela e criando uma história descontraída sobre a figura do peixe 
que era para ser colorido. Assim depois de algum tempo a aluna coloriu. 
Depois de terminar a avaliação apliquei novamente o projeto. Nesse dia 
apresentei um dado com figuras geométricas. Fui falando o nome de cada figura. A 
Larissa infelizmente não consegue reconhecer as figuras, e a Eloísa conhece 
somente o círculo. Depois no chão, coloquei imagem das figuras geométricas e pedi 
as alunas para jogar o dado a figura que caísse para cima a criança deveria pisar na 
imagem correspondente que estava no chão. Mesmo não sabendo o nome da figura 
a Larissa conseguia identificar qual era a figura, sempre reforçava o nome da figura 
para ela. A aluna gostou muito da atividade desenvolvida, dava uma pausa e logo 
retornava. A Eloísa já não gostou muito da atividade, acredito que devido a sua 
dificuldade de enxergar atrapalhou um pouco. Ficamos nessa atividade até a hora 
do recreio. Depois do recreio fomos brincar de cantiga de roda, juntamente com os 
outros alunos da turma. Cantamos cantigas como Meu pintinho amarelinho, Marcha 
soldado, onde fazíamos os gestos das cantigas. Mesmo com suas limitações as 
alunas de necessidades especiais cantam e gesticulavam conforme sua capacidade. 
Ficamos assim até o final da aula. 
No terceiro dia a aula a Larissa chegou à sala de aula muito nervosa, não 
15 
 
queria conversar com ninguém. Por orientação da professora há deixamos um pouco 
para ela se acalmar e começar a interagir. Depois de algum tempo fui até ela é 
comecei a conversar. No início ela não queria ficou agitada e me afastei, depois fui 
conversando com ela mostrando um livro de literatura e ela começou a se envolver. 
Depois chamei a aluna para fazermos uma atividade. Fomos para a quadra da 
escola e colocamos os cones para as alunas derrubarem com as bolas. Elas ficavam 
muito felizes quando conseguiam derrubar o cone de beliche. Percebi que a aluna 
Eloísa é um pouco competitiva. Depois colocamosalguns obstáculos para que as 
alunas pudessem atravessar. Fui auxiliando as alunas e elogiando a cada obstáculo 
vencido. Veio o recreio e as alunas brincaram com os colegas na sala. 
Depois do recreio entreguei as alunas um pequeno balão com maisena 
dentro, para elas apertarem e trabalhar a motricidade. E alguns minutos antes de 
finalizar a aula juntamente com o restante da turma, foi realizado a brincadeira de 
morto-vivo. Por mais que as alunas não conseguiam acompanhar a turma, elas 
ficaram felizes pela brincadeira com os colegas. 
No quarto dia as alunas chegaram bem animadas. Apresentei a elas o jogo da 
memória. As peças foram colocadas com as figuras à mostra para facilitar para as 
alunas. Pedi para a Larissa pegar por uma figura e dizer o que era. Ela disse que era 
um pirulito, perguntei se gostava de pirulito e ela disse que sim, que gostava de 
muitos pirulitos. Então pedi a ela para procurar a outra figura de pirulito e assim ela 
fez. Fomos brincando e dialogando sobre cada figura que ela pegava, de vez em 
quando dávamos uma pausa e depois retornávamos. O mesmo foi feito com a 
Eloísa, ela é bem comunicativa, toda hora ela contava uma história da sua casa e 
assim eu ia contornando para voltar para a atividade do jogo da memória, ela 
encontrava as figuras com certa dificuldade por causa da sua dificuldade de 
enxergar, ela tinha que pegar as figuras e chegar bem perto do rosto para poder ver 
o que era. Veio o recreio e as alunas ficaram sentadas observando os colegas 
brincar no pátio. Um ou outro chamavam elas para brincar a Larissa foi brincar, mais 
a Eloísa não quis. Depois do intervalo apresentei uma folha de papel em branco e 
tintas guache para as alunas desenharem. A pintura foi feita com o dedo, perguntava 
a elas a cor que estavam usando e elas respondiam corretamente. Finalizado o 
desenho perguntei a Eloísa o que ela tinha desenhado, ela disse que era uma casa, 
uma árvore. E a Larissa disse que um pirulito. Elogiei o desenho, disse que ficou 
lindo. As alunas ficaram muito felizes e a Larissa foi mostrar para os colegas e 
16 
 
professoras o desenho. Chegou o fim da aula e as alunas levou o desenho para 
casa, quando a mãe da Larissa chegou para buscá-la mostrou o desenho que tinha 
feito. A mãe elogiou o desenho da filha. 
No quinto dia da regência quando chegamos era dia de aula de educação 
física. Os alunos foram para quadra de esportes. Chegando lá chamei os alunos 
para brincar de roda. Brincamos também de brincadeiras como “ Carrocinha de flor” 
e morto-vivo. Os alunos da turma reconhecem as limitações dos colegas especiais, e 
sempre os auxilia. Depois fomos para a sala de aula e contei uma história para os 
alunos. Depois fiz perguntas sobre a história, perguntei a aluna Eloísa se ela gostou 
da história e ela disse que sim. Pedi para ela dizer sobre a história e ela contou com 
seu jeito. Depois deixei espaço em aberto para os alunos interagir sobre a história 
contada e foi um momento prazeroso. Veio o recreio e as alunas brincaram com os 
colegas sobre a brincadeira da “Carrocinha de flor,” os alunos adoraram essa 
brincadeira, a maioria não conhecia. 
Depois do recreio, tracei linhas no chão, fiz linha reta e também de zag-zag, e 
um círculo também para eles pisarem. A Larissa conseguiu realizar essa atividade 
de maneira satisfatória. A Eloísa já apresentou um pouco de dificuldade. Até mesmo 
alguns alunos de ensino regular apresentou dificuldade na linha de zig-zag. Depois 
levei a Larissa para a biblioteca e conversei com ela, se ela gostava da escola, ela 
disse que sim. Perguntei o que ela mais gostava de fazer na escola. Ela disse pintar 
e brincar. A aluna não é muito de conversar, na maioria das vezes só conversa 
quando é perguntado algo a ela. Na mesa da biblioteca tinha um pote com blocos, a 
aluna ficou brincando com eles. 
Esse foi o último dia da regência, No final da aula despedi das alunas, disse a 
elas que gostei muito de está com elas. Despedi também dos demais alunos e das 
professoras. Agradeci a oportunidade de poder realizar o estágio com elas e pela 
liberdade que me deram para aplicar as atividades. 
 
Estudo de Caso 
 
Para realizar este estudo de caso, adotou-se uma abordagem qualitativa. 
Como estratégia realizou observações a respeito de uma aluna com Necessidades 
Educacionais Especiais-Síndrome Down em aulas do ensino regular. 
A pesquisa qualitativa, segundo Leal e Souza (2006, p. 17), “considera que há 
17 
 
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável 
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em 
números”. Em relação ao uso do estudo de caso, Yin (2005, p. 20) diz: 
O estudo de caso “surge do desejo de se compreender fenômenos 
sociais complexos. Ou seja, o estudo de caso permite uma investigação 
para se preservar as características holísticas e significativas dos 
acontecimentos da vida real. 
 
A Síndrome de Down é definida como sendo consequência de uma alteração 
genética, que pode ocorrer durante ou após a concepção. Essa alteração genética 
caracteriza-se pela presença a mais do autossomo 21. Isso significa que ao invés de 
o indivíduo apresentar dois cromossomos 21, ele apresenta três, o que se denomina, 
em genética, de trissomia simples. Todo o desenvolvimento e a maturação do 
organismo e inclusive a cognição do indivíduo são alterados com essas alterações 
genéticas conferindo características específicas relacionadas a essa síndrome 
(SCHWARTZMAN, 2007). 
De acordo com Schwartzman (2007): As características comportamentais dos 
indivíduos com síndrome de Down, geralmente são calmos, bem-humorados com 
prejuízos cognitivos, afetivos, mas que em alguns casos podem apresentar 
variações comportamentais. Assim, a personalidade varia muito de indivíduo para 
indivíduo, podendo apresentar distúrbios de comportamento. A atitude de um sujeito 
com síndrome de Down pode variar de acordo com o seu potencial genético e as 
características culturais do meio em que convive. 
Pessoas com síndrome de Down têm crescimento físico mais lento e a 
maioria tem deficiência mental leve a moderado. Algumas pessoas não são 
atrasadas mentalmente e ficam entre o limítrofe e o baixo a médio alcance da 
capacidade intelectual, mas outras podem ter deficiência mental grave. 
(SCHWARTZMAN, 2007). 
Destaca-se que entre as dificuldades a serem consideradas: Desenvolvimento 
cognitivo e da linguagem, que é um atraso no desenvolvimento da linguagem, 
Dificuldade em identificar as regras gramaticais e sintáticas de uma língua. Também 
apresenta dificuldade em falar a uma velocidade que não corresponde à velocidade 
própria ao ato de compreender e falar. Essas dificuldades de linguagem podem 
afetar outras habilidades cognitivas. (Bissoto, 2005) 
Várias lesões que afetam pessoas com síndrome de Down podem afetar 
desenvolvimento e aprendizado. A direção do desenvolvimento é muito diferente. A 
18 
 
educação e o ambiente que essas crianças recebem desde o primeiro ano. Portanto, 
generalizações sobre suas habilidades de aprendizagem podem estar erradas. No 
entanto, pode-se concordar com a relativa estabilidade observada em crianças com 
Síndrome de Down as seguintes condições: Falta de iniciativa, dificuldade em 
manter o foco e tendências distraído. (MOELLER, 2006). 
Os profissionais precisam entender que existe um processo de 
desenvolvimento é especial para todos por causa de crianças especiais, como 
aquelas com síndrome de Down, que não fazem estratégias espontâneas, é um fato 
que deve ser considerado em seu processo de aprendizagem, pois essa criança terá 
muitas dificuldades, como resolver problemas e encontrar soluções por conta 
própria. 
Larissa, portadora da Síndrome de Down, tem sete anos que se encontra 
abaixo do peso, com olhos puxados, com um andar que parece sempre querer 
chutar o chão. É uma menina que gosta de pintare é muito cuidadosa com seus 
materiais. 
Ela foi observada durante as aulas de ensino globalizado do segundo ano do 
Ensino Fundamental, quando estava presente nas aulas com os colegas com idade 
entre sete e oito anos, em uma turma de dez alunos. Percebeu-se que ela não 
participa de forma atuante nas aulas, não interage com o conteúdo, pois não 
compreende o que está sendo desenvolvido. 
Sua participação na aula é nula, isto é, ela não se manifesta nem acompanha 
os colegas nas atividades diárias. Necessita de uma professora de apoio para poder 
realizar as atividades e mesmo assim, não são todas as atividades propostas pela 
professora de apoio que ela consegue fazer. 
Durante a realização das atividades apresentas pela professora, observa-se 
reações e sentimento da aluna frente às atividades propostas. Sua postura é quase 
sempre a mesma: aparentemente calma, sem demonstrar felicidade, ou sinal de 
cansaço, mas, às vezes, demonstra desinteresse. Nas atividades com maior grau de 
dificuldade para ela, apresenta um sentimento de chateação. 
Quando ela demonstrava esse tipo de atitude à professora de apoio, a 
incentiva auxiliando-a na execução da tarefa solicitada. A professora usava palavras 
de incentivo, falando baixinho e sempre questionando se estava entendendo a 
19 
 
atividade, buscando identificar as dificuldades manifestadas por Larissa. 
No decorrer da fase de observação, Larissa apresentou um ótimo 
relacionamento com todos os colegas, inclusive nas brincadeiras em momentos de 
recreação, bem como com os mediadores, já que manifestava maior controle 
emocional e comportamental. 
Dentre as atividades que a Larissa realizou, é importante destacar aquelas 
que mais apresentaram grau de dificuldade foram: reconhecer as letras e números. 
Ela demonstrou não possuir coordenação motora desenvolvida para pintar, conforme 
o esperado para uma criança no segundo ano do Ensino Fundamental. 
O que se observa neste ambiente de sala de aula que não há essa 
flexibilização curricular. É como se houvesse duas propostas pedagógicas. Uma 
direcionada aos alunos “normais” e outra à aluna com Síndrome de Down. Tanto é 
que, se não fosse o auxílio permanente da professora de apoio ela não realizaria 
nenhuma atividade em sala de aula. Assim, ela se encontra afastada das demais 
crianças, mesmo estando dentro da sala de aula, não sendo integrada ao contexto 
da prática pedagógica. Ela trabalha isoladamente somente com o auxílio da 
professora de apoio. 
Portanto, deve-se ter em mente que as escolas inclusivas atendem às 
expectativas da educação e da sociedade como um todo, pois é, segundo Carvalho 
(2008, p. 12) “uma escola para todos, com todos, mas uma escola que, além da 
presença física, assegure e garante aprendizagem e participação”. 
Durante a realização do trabalho de observação e pesquisa, descobriu-se que 
Segundo Carvalho (2008) define a escola do aluno não incluía o aluno, pois ela não 
está recebendo uma formação adequada de acordo com suas dificuldades. Isso 
porque, além de incluir socialmente, ela precisa, e muito, de um acompanhamento 
dedicado, para que consiga desenvolver a coordenação motora para escrever para 
que verbalmente possam expressar seus conhecimentos. Isso traz grandes 
dificuldades, especialmente em Coordenação de movimento. 
É aceitável que ela não acompanhe as aulas do segundo ano do ensino 
Fundamental com seus colegas de sala de aula, pois apresenta limitações na 
coordenação e na memorização das letras e números. Por esse motivo, seria 
interessante um trabalho mais voltado ao lúdico com materiais concretos, pois 
20 
 
através da observação pode-se perceber que ela trabalha com mais interesse 
quando pode manipular objetos ou jogos pedagógicos. 
Sendo assim, constatou-se que a aluna com Síndrome de Down, embora 
recebendo um atendimento individualizado, não está incluída na turma, pois realiza 
suas atividades de maneira isolada, contando com o auxílio da professora de apoio. 
Acredita-se que seria importante que a professora regente da turma em trabalho 
conjunto com a professora de apoio, realizasse atividades de socialização em que a 
aluna SD tivesse que interagir com os colegas na realização das tarefas. 
Portanto, só existirá inclusão a partir do momento que houver a mudança de 
concepção; quando educadores passarem a focar nas capacidades da criança com 
síndrome de Down em vez das dificuldades; quando o Estado assumir politicamente 
um compromisso com a educação, efetuar políticas públicas baseadas na realidade 
da educação inclusiva, disponibilizar constante formação continuada aos 
educadores, e quando os mesmos assumirem de fato, o papel de mediadores 
sociais entre a criança com síndrome de Down e o conhecimento (Cunha e Vilarinho, 
2007). 
Educação Jovens e Adultos-EJA 
A história da EJA no Brasil está diretamente ligada a Paulo Freire, que 
segundo Nascimento (2013), conduziu os projetos de alfabetização de jovens e 
adultos e se tornou exemplo e inspiração na América Latina e na África, de gerações 
de professores, militantes políticos, teólogos e cientistas sociais. A metodologia de 
Paulo Freire contraria a tradição em que o professor é o dono do saber, para ele, o 
conhecimento é uma troca mútua de experiências em que tanto os alunos como o 
professor aprendem; o aluno deve ir além de aprender a ler e escrever e dar 
continuidade aos estudos, e nesse processo, deve ocorrer à interação professor-
aluno considerando o contexto sociocultural do aluno e sua realidade. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394/96 aborda a 
EJA como modalidade “[...] destinada àqueles que não tiveram acesso ou 
continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e 
constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida” 
(BRASIL, 1996, s/p), ou seja, o objetivo dessa modalidade é ser uma educação de 
equiparação e integração, que visa acelerar o processo de escolarização. 
21 
 
Os alunos da EJA são, geralmente, trabalhadores que vivem de subempregos 
ou estão fora do mercado de trabalho e em busca de qualificação, que abandonaram 
o estudo por motivos pessoais, como cansaço devido a rotina trabalho-estudo, ou, 
pelas deficiências do sistema educacional, através de metodologias e recursos 
pedagógicos inapropriados. Por isso, os objetivos dos alunos da EJA são diferentes 
dos alunos do ensino regular, eles buscam melhores oportunidades no mercado de 
trabalho para ter uma melhor qualidade de vida para si e para família. 
Assim, os objetivos da EJA e dos alunos dirigem-se para um ponto em 
comum, temos o sistema visando formar trabalhadores mais capacitados e 
estudantes que buscam uma melhor qualidade de vida, ou simplesmente manter o 
emprego que já possuem. Essa relação entre escolaridade e organização social é 
notória com a mudança do perfil de mercado, pois a empregabilidade atualmente só 
é garantida por meio da escolaridade. 
Diante disso Ferreira (2008, p. 6) afirma que: a função dessa modalidade de 
ensino é “[...] atender prioritariamente, à classe trabalhadora, portanto, a EJA não 
pode ser pensada de forma desarticulada do mundo do trabalho”. 
O adulto não volta à escola para aprender o que deveria ter aprendido quando 
criança, mas pela razão do atual mercado de trabalho exige qualificação. Uma vez 
que os estudantes da EJA são constituídos principalmente de trabalhadores, ao 
invés de apenas atentar-se para que o aluno conclua o ensino básico e comprove 
sua escolaridade para ocupar uma função no mercado, é fundamental que o 
professor problematize as condições dos trabalhadores e instigue o pensamento 
crítico e atuante dos estudantes. 
 
 Observação EJA 
O início do estágio do Eja foi ao dia 4 de maio, no dia anterior fui a escola e 
conversei com a supervisora, e ela autorizou o estágio na turma do 7° ano do Ensino 
fundamental. A turma do 7 ano tem 12 alunos matriculados,mais infelizmente a 
frequência diária é de somente 5 alunos. A idade varia de 18 aos 50 anos de idade. 
No primeiro dia de observação foram 5 alunos, as aulas assistidas foram de 
geografia, onde a professora estava fazendo da matéria. Foram revisados conteúdos 
sobre: paisagem, lugar, o que é Geografia, território, diferenças entre as regiões. 
22 
 
A segunda foi de ciências, a professora explicou a matéria sobre: gases da 
atmosfera e placas da litosfera e aplicou uma atividade sobre esse conteúdo. 
Em seguida teve a aula de história onde a professora explicou sobre o 
Feudalismo e aplicou uma atividade. 
Os alunos que estavam presentes eram participativos, sempre perguntavam 
para esclarecer dúvidas sobre algo que não entendiam. 
No segundo dia compareceram 7 alunos a professora de português aplicou 
atividade sobre sílaba tônica e fez a correção. Infelizmente alguns alunos apresenta 
dificuldade e a professora dá uma dica para chamar a palavra para saber qual é a 
sílaba mais forte. 
Em seguida veio a aula de geografia e a professora mais uma vez revisou a 
matéria para aqueles alunos que não estavam na aula anterior. 
Depois teve outra aula de português e a professora começou a revisão para a 
prova, explicou mais uma vez sobre sílaba tônica, oxítona, paroxítona e 
proparoxítona. Onde ela deu vários exemplos de palavras e também pediu os alunos 
para falar palavras com sílabas oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Também 
explicou sobre palavras terminadas em AM ou ÃO. 
Depois teve aula de história e a professora fez a correção da atividade da 
aula anterior e fez revisão para a prova. 
Algo que me chamou a atenção foi como alguns alunos não respeitam o 
professor, chegam e vão embora da sala de aula sem nenhuma explicação. 
Conversando com a professora de geografia ela disse que infelizmente é assim, e 
que os professores não pode fazer nada para impedir e que fazem o possível para 
ajudarem até mesmo os que são desinteressados. 
No terceiro dia compareceram 7 alunos, na aula de português a professora 
aplicou uma interpretação de texto e em seguida fez a correção, percebe-se a 
grande dificuldade dos alunos em interpretar um texto. 
Em seguida na aula de geografia a professora explicou matéria sobre: 
população, diversidade e desigualdade. Onde explicou sobre os quilombolas, 
indígenas e sobre desigualdade social no Brasil. 
Depois teve aula de história e a professora aplicou uma atividade de 
23 
 
cruzadinha sobre o feudalismo e aplicou a prova para os alunos que não fizeram. 
A realidade da turma é que muitos alunos só comparecem na aula quando 
tem avaliação e depois de fazer vão embora e não acompanham mais o restante da 
aula. 
No quarto dia de observação a professora de português explicou sobre Fala 
formal e informal. Alguns alunos apresentou dificuldades no conteúdo. E a 
professora apresentou exemplos mais fáceis de compreender. Nesse dia teve duas 
aulas de português seguida uma da outra e então a professora aplicou uma 
atividade para fazer em grupo onde os alunos deveriam colar figuras ou desenhar 
situações que encontrasse a linguagem formal e informal. No começo alguns alunos 
não queriam se agrupar mais depois de algum tempo resolveram e fizeram a 
atividade com bons resultados. Percebe-se que alguns têm dificuldades na escrita 
correta das palavras e assim um aluno ia auxiliando o outro e até a professora ia 
auxiliando. No final da aula estava satisfeitos com o resultado do trabalho. 
Logo em seguida teve aula de ciências e q professora fez a correção da 
atividade da aula anterior sobre gases da atmosfera. Os alunos reclamam de não se 
aprofundar nos conteúdos, que muitas vezes quando começam a aprender tem que 
finalizar e começar outro conteúdo. Infelizmente essa é a realidade do Eja. 
No quinto dia de observação na aula de português aplicou mais uma atividade 
de linguagem formal e informal e fez a correção. Os alunos compreenderam bem 
esse conteúdo depois da atividade feita em grupo. 
A próxima aula foi de ciências a professora explicou o conteúdo sobre Matéria 
e energia, ela apresentou materiais, variados; plástico, madeira destacando suas 
características e usos no dia-a-dia. Os alunos encontraram dificuldades em 
compreender esse conteúdo. 
A outra aula foi de português novamente, ela explicou matéria sobre Funções 
da Linguagem (referencial denotativa, evolutiva ou expansiva, conotativa ou 
apelativa e função poética). Ela apresentou exemplos de como empregar de forma 
adequada das funções de linguagem em contexto diferente. E também deu 
exemplos de formas clara das diferentes funções da linguagem. 
No sexto dia de observação a aula de geografia aplicou uma atividade sobre a 
matéria na aula interior, antes ela fez um apanhado para os alunos relembrar. 
24 
 
Depois que os alunos terminaram ela fez a correção da atividade. A quantidade de 
alunos frequentes na turma são 5 alunos, mesmo assim, tem aluno que vai somente 
para passar o tempo. 
 
No sétimo dia de observação foi realizada a entrevista com o aluno e a 
professora de português. 
O aluno entrevistado foi o João, ele tem 50 anos de idade. Ele disse que teve 
que parar os estudos para ajudar os pais no sustento da casa. Ao ser perguntado 
porque decidiu voltar a estudar, ele disse para ter oportunidade de um emprego 
melhor. E disse que estudar no Eja é a oportunidade que tem de poder terminar mais 
rápido os estudos e está na escola mesmo depois de um dia de trabalho. Também 
disse que as aulas são interessantes e que tem uma boa relação com os 
professores. Perguntamos sobre o que ele acha das avaliações e ele disse que não 
vê problema no modo que as avaliações são aplicadas. Também disse que sofreu 
muito pela falta dos estudos, pois pela falta de conhecimento dependia muito de 
outras pessoas. E ao ser perguntado se já pensou em desistir dos estudos e a 
resposta foi não. Que por mais que é difícil está na escola todos os dias, mesmo 
cansado de um longo dia de trabalho e sono, não pensa em desistir. 
O João é um dos alunos presentes na turma, sempre pronto para aprender, 
questiona os professores quando não compreende. 
A professora entrevistada foi a de Língua Portuguesa. A professora Fernanda 
é formada em letras e é concursada pelo estado. 
Foi perguntado qual a forma para o professor atuar no Eja e ela respondeu 
Graduação em qualquer licenciatura plena. Pedimos para ela falar sobre sua 
experiência como professor do Eja e ela disse que tem sido muito desafiador, pois é 
a primeira vez que trabalha com essa modalidade. 
Foi questionado qual material é adotado nessa modalidade e a respostas foi 
que os professores não usam livros didáticos, que fazem adaptações com apostilas 
e livros disponíveis na biblioteca da escola. 
Também foi perguntado sobre a evasão escolar, o que atribui a isso 
acontecer e sobre a frequência dos alunos. Então foi respondido que a evasão 
25 
 
escolar acontece e os alunos alegam que é por causa da sobrecarga de trabalho e 
isso os deixam cansados para estudar. A frequência escolar é irregular. Muitos só 
comparecem na semana de provas. 
Ao ser perguntada sobre as dificuldades de ser professor do Eja e se atuar no 
Eja foi opção. A resposta foi que a maior dificuldade é a heterogeneidade, pois os 
alunos são estudantes de nível escolares muito diferentes. E atuar não Eja não foi 
uma opção, no caso dela foi preciso para completar a carga horária. 
Foi pedido para falar de como funciona o Eja na escola que atua e como é 
feita a seleção dos professores para essa modalidade, se há algum critério. E a 
resposta foi que os alunos procuram a escola, fazem a matrícula e passam a 
estudar. Alguns passam por uma avaliação para certificar o nível em que pararam. E 
não há nenhum critério para atuar nas aulas, os professores escolhe a aula e turma 
que estão disponíveis. 
Também foi levantada a questão se a escola tem uma equipe pedagógicapara orientação dos professores do Eja e como acontece essa orientação. E a 
professora responde que há uma equipe pedagógica, a pedagoga e uma 
coordenadora. Há orientação acontece nos encontros semanais e nas intervenções 
quando são necessárias. 
Foi perguntado se cada professor tem a liberdade de fazer seu plano de 
ensino e ela respondeu que sim. Cada um faz seu planejamento bimestral de acordo 
com o que já vem pronto da SEE e a BNCC. Foi perguntado como são as aulas 
usualmente do Eja e quais são os procedimentos mais comuns na sala de aula. A 
resposta foi que as aulas são expositivas, atrativas, sempre visando e motivando o 
aluno. As atividades são de leitura, escrita e esporadicamente filmes e jogos. 
Ao ser perguntado como era a relação da direção/ professores com os alunos, 
a resposta foi que o relacionamento é muito bom. Também foi perguntado qual a 
faixa etária dos alunos do Eja é ela disse que têm de jovens a idosos. 
E por último foi perguntado qual estratégias que a professora utiliza para 
ajudar os alunos a superar as dificuldades e a resposta foi que ela busca sempre 
valorizar a participação do aluno, fazendo avaliações mais qualitativa do que 
quantitativa, sendo também empática e valorizando o esforço e dedicação de cada 
aluno. 
26 
 
Durante o estágio na EJA, observamos os professores que atuam nesta 
modalidade de educação são os mesmos que atuam no ensino regular e que a 
metodologia utilizada na EJA, também é a mesma que se usa no ensino regular. 
 Em termos de capacitação dos professores para trabalhas com na EJA não 
observamos nenhum esforço por parte dos responsáveis por isso. Também não 
tivemos conhecimento de nenhum material pedagógico de uso exclusivo com os 
alunos da EJA na escola em que fizemos o estágio. 
Um dos maiores desafios enfrentados pela EJA em nosso município e 
provavelmente, em todo o país, é o alto índice de evasão escolar. Na turma em que 
vivenciamos o período de estágio, por exemplo, dos 12 alunos matriculados, apenas 
5 frequentavam as aulas. Podemos observar um claro desinteresse de grande parte 
dos alunos pelas aulas e pela escola. 
Podemos perceber claramente que o público que é atendido pela EJA possui 
características muito próprias. Estas particularidades fazem da EJA uma modalidade 
de educação extremamente desafiadora. Deste ponto de vista, concordamos com 
Moura (2009), quando nos alerta que sem a devida qualificação os professores 
desenvolvem práticas pedagógicas que ignoram tais especificidades e 
peculiaridades dos sujeitos em processo de escolarização, o que os leva a optar por 
metodologias que não envolvem os alunos na dinâmica das aulas. 
Deixando claro que, que não se trata de crucificar os professores da EJA 
pelos insucessos dos alunos. Pelo contrário, busca-se alertar para aquilo que o 
professor não está tendo acesso, principalmente, capacitação e condições dignas de 
trabalho. 
Lopes (2009), nos fala algo interessante que observamos em nosso tempo, 
que é a falsa ideia de que qualquer professor é professor da EJA, ou seja, que estes 
não necessitariam de formação para atuar nesta modalidade, quando na verdade 
observamos exatamente o contrário. Estes professores carecem e muito de 
capacitação tanto inicial quanto continuada para atuar bem junto a este público 
específico que são os jovens, adultos e até mesmo idosos. 
Outro fato que observamos durante o estágio na EJA foi, que os professores 
que atuam nesta modalidade, são profissionais que tem jornada dupla ou até mesmo 
tripla. Quando chegam à sala de aula da EJA, já estão extremamente cansados e 
27 
 
somam seu cansaço ao dos alunos o que torna o desenvolvimento das aulas um 
desafio nada fácil. 
 
Regência (EJA) 
Durante a observação foi visto que os alunos apresentam dificuldades na 
escrita correta das palavras, a leitura e interpretação. Por isso fez-se necessário 
uma aplicação de um projeto para trabalhar com esses alunos. No primeiro dia da 
regência foi feito um projeto interdisciplinar para assim abranger outras disciplinas e 
assim os alunos obter um melhor resultado. Depois de elaborado o projeto foi 
apresentado aos professores de português, história, geografia e ciências. Onde os 
mesmos aprovaram para aplicação na turma do 7° ano. 
No segundo dia o projeto foi apresentado a turma. Durante o projeto seria 
trabalhado três texto com interpretação abrangendo as disciplinas de português, 
história, geografia e ciências. 
Nesse dia foi trabalhado um texto que tem por título “Trabalho penoso 
sustenta avanço da cana”. Onde trabalhou a interdisciplinaridade de geografia foi um 
texto importante de se trabalhar, pois os alunos estavam estudando sobre 
desigualdade social, e também sobre encontros vocálicos na disciplina de 
português. 
No primeiro momento foi feita a leitura do texto, onde foi pedido para que 
cada aluno lesse um parágrafo do texto. Depois da leitura foi levantado um debate 
sobre o texto, do que ele se trata e a opinião dos alunos foi muito importante, nesse 
momento todos os alunos interagiram bem. Depois foi feita a atividade de 
interpretação do texto, foi solicitado que os alunos tentassem fazer a atividade 
respondendo na maneira que teria entendido o texto. Em seguida foi realizada a 
correção do texto, percebeu que na interpretação do texto os alunos não 
apresentaram dificuldades, acredito que devido termos debatido bastante antes de 
iniciar a atividade contribuiu para uma boa interpretação. Mais na parte da gramática 
houve um pouco de dificuldade, onde deveriam trocar palavras por pronomes. 
No terceiro dia foi apresentado outro texto com conteúdo de história. O título 
do texto “Relações entre o homem e o trabalho”. Texto esse que havia relação com 
o assunto trabalho na aula anterior, pois retrata a realidade dos trabalhos. Foi feito o 
28 
 
mesmo processo da aula anterior. Foi realizada a leitura do texto, onde cada aluno 
presente lia uma pequena parte do texto para que assim todos pudessem participar 
da leitura. Depois foi feito um debate e os alunos comentaram que o texto tinha 
semelhança com o texto trabalhado na aula anterior. Depois os alunos realizaram a 
atividade respondendo as questões propostas. Depois feita à correção, nesse texto 
os alunos tiveram bons resultados. A última questão era para os alunos falarem qual 
profissão desejam para seu futuro, foi um momento interessante, pois ali eles se 
abriram e expressaram o motivo de estarem mesmo com dificuldades dentro de uma 
sala de aula depois de anos fora da escola. Alguns disseram que queriam somente 
um emprego melhor, outros queriam seguir para uma faculdade. Pois como foi 
apresentado no texto da aula anterior, somente o ensino médio completo não é 
garantia de um serviço com condições melhores. Essa aula com certeza foi muito 
prazerosa, pois foi possível ver que a desigualdade social no nosso país é muito 
difícil às vezes até mesmo para quem tem estudos. 
No quarto dia foi trabalho um texto intitulado “O que é uma sequoia?”. Foi 
trabalho a interdisciplinaridade de ciências. Foi feito a leitura com os alunos e depois 
os alunos responderam a atividade proposta. Em seguida foi feita a correção do 
texto percebemos que os alunos apresentaram dificuldades na interpretação do 
texto pois o mesmo exigia muita atenção para não fazer confusão nas respostas. 
Depois foi apresentado outro texto “Verde no verde”, que também foi trabalho a 
interpretação de texto. Após a leitura foi feito um debate sobre o tema abordado no 
texto e em seguida os alunos realizaram a interpretação do texto. 
No quinto dia foi feito a correção do texto da aula do dia anterior. Os alunos 
conseguiram realizar a interpretação com sucesso. Depois foi o momento de finalizar 
o projeto. Percebemos que a dificuldade de interpretação é presente, mais ao ser 
trabalhado com mais frequente e de preferência com a interdisciplinaridade, essa 
dificuldade pode ser superada.Ler e interpretar um texto são possível, basta 
atenção e também debates para que haja uma interação e criação de opiniões. 
Assim foi finalizado o estágio na Eja, foi um momento de grande aprendizado 
e de superação, pois se trabalhar com alunos com idades diferentes e adultos traz 
certo medo, mais ocorreu de forma satisfatória. 
 
29 
 
Metodologia 
 
A metodologia utilizada foi à observação participante nas aulas atreladas as 
leituras e estudos bibliográficos que tratam acerca da prática pedagógica e, ainda, 
sobre a importância do estágio na formação do pedagogo, favorecendo, desse 
modo, novos direcionamentos pedagógicos para a educação infantil, além de servir 
como embasamento para as práticas de construção e 
reconstrução do conhecimento docente. 
 
Relato de experiência dos estágios I,II, II. 
 
O estágio é uma atividade curricular que acontece para auxiliar na formação 
inicial dos alunos e que vai além de cumprir as exigências acadêmicas, 
possibilitando-nos uma ampliação no campo da formação enquanto professores. 
Diante disso, o estágio serve-nos enquanto oportunidade de relacionarmos teoria e 
prática, constatando que as mesmas são indissociáveis, principalmente no que 
tange ao processo de mediação do conhecimento junto ao trabalho pedagógico na 
escola. 
Miguel Zabalza (2015, p. 80-92) afirma que os estágios curriculares 
supervisionados nos cursos de Ensino Superior surgem como “[...] elo na formação 
de professores com a Educação Básica e, não raro, despertam questionamentos de 
ordens diversas: prática, teórica, teórico-prático, bem com contexto profissional.” Os 
Estágios oferecem, portanto, os desdobramentos do processo de formação, seus 
sentidos e significados. Estes questionamentos tomam tanto os estudantes quanto 
os professores orientadores, supervisores ou professores regentes. Para ele, o 
estágio pode propiciar, “[...] oportunidades não só de aprender coisas úteis para o 
futuro desempenho profissional dos estudantes, mas que possibilita melhorar como 
pessoa, preocupar-se com o contexto, conhecer-se melhor, poder experimentar essa 
preocupação por si mesmo.”. (ZABALZA, 2015, p. 83) 
O primeiro estágio supervisionado foi na Educação Infantil. Foi realizado 
na escola Municipal Antonino Cândido Lopes, onde a mesma atende as 
modalidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental (1º período ao 5º ano) cujo 
horário de funcionamento são os turnos matutino e vespertino. Contava no momento 
30 
 
com um número aproximadamente 272 alunos. Na época que foi realizado o estágio 
se encontrava sob a direção do professor Ismael Carneiro Magalhães e vice-diretora 
a professora Rubenice Faria Mesquita Morato. A escola se caracteriza como uma 
instituição de origem Municipal, com espaço físico determinado, composta por 
hierarquia funcional, onde a sociedade participa direta e indiretamente, o ensino 
aprendizagem é sua principal função. 
O período de realização desse estágio aconteceu no início da pandemia da 
Covid-19. Foi um grande desafio, pois além de ser o primeiro estágio, o mundo 
estava vivenciando algo novo e inesperado. 
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais oficializou no dia 13 de 
Maio de 2020 o Regime de estudo não Presencial para rede estadual de ensino. 
Com o intuito de amenizar os efeitos da necessidade de suspensão das aulas 
presenciais devido a pandemia da Covd-19. Diante desse cenário de distanciamento 
social, a Secretaria Estadual de Educação, como forma de impedir o retrocesso de 
aprendizagem, por parte dos alunos, e a perda do vínculo com a escola, o que 
poderia levar a evasão e abandono, bem como permitir que os alunos mante-se uma 
rotina básica de atividades escolares, mesmo afastados do ambiente físico da 
escola, visa também mitigar prejuízos à aprendizagem dos alunos. Houve a 
elaboração do Regime de Estudo não Presencial. 
 As atividades pedagógicas não presenciais aconteciam por meio digitais 
(vídeo-aulas, redes sociais) pela adoção de material impresso, com orientações 
pedagógicas distribuídas aos alunos e seus pais ou responsáveis. Os Pets eram 
entregues no início do mês. 
O Plano de Estudo Tutorado (PET) [...] é uma das ferramentas do Regime 
de Estudo não Presencial, desenvolvido pela Secretaria de Estado de 
Educação de Minas Gerais. Ele será ofertado aos alunos da rede pública 
como alternativa para a continuidade no processo de ensino e 
aprendizagem neste período em que as aulas estiverem suspensas por 
tempo indeterminado como medida de prevenção da disseminação da 
Covid-19 em Minas Gerais (SEE/MG, 2020). 
 
 
O diretor Ismael Carneiro, juntamente com a supervisora pedagógica Cléia 
Vanusa, disponibilizou todos os documentos e materiais pedagógicos para análise e 
conhecimento dos recursos, disponíveis da escola. Pude perceber que a escola é 
bem organizada com profissionais capacitados e que procuram fazer o melhor para 
o bom funcionamento da escola. Tive acesso ao PPP da escola que é plano global 
da escola. Nele são apresentadas um conjunto de diretrizes organizacionais, 
31 
 
operacionais e pedagógicas que expressam e orientam suas práticas, documentos e 
demais planos, como o Regimento Escolar, Plano de Ensino- 11 Aprendizagem e 
Projetos Escolares, conforme prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional – LDB. 
 No inicio houve certo receio tanto da minha parte como da escola, pois era 
algo que não sabíamos lidar. Lembro que o diretor me encaminhou para a 
professora Regiane do 2° período da turma do matutino, eram 18 alunos entre 5 e 6 
anos de idade. A professora me passou a modo como estava sendo trabalhado com 
os alunos, me colocou no grupo de whatsapp da turma para que pudesse ajuda-la a 
auxiliar os alunos nas atividades que eram propostas nos pets. 
Os planejamentos são de acordo com a BNCC, porém os planos são flexíveis 
para readaptar com o nível da turma devido aos imprevistos da pandemia, a 
professora teve que se inventar com novas formas de trabalho. O contexto era 
socializar e alfabetizar de forma lúdica. As atividades de imprevistos à pandemia, 
todo o trabalho estava sendo realizado com apostilas, (PET) usando whatsApp para 
sanar as dúvidas. Era trabalhada as disciplinas de português, matemática e 
conhecimentos gerais. Os procedimentos eram somente atividades xerocadas. A 
forma de participação acontecia através de atividades e vídeos. 
Recordo que auxiliei a professora na correção dos pets e via como as 
dificuldades dos alunos e pais para realização das atividades propostas. A 
professora também ficava um pouco perdida em como avaliar esses alunos, pois 
percebia que era uma situação difícil, e ficava preocupada em como o aprendizado 
desses alunos estavam sendo prejudicados. Por mais que foi um momento difícil, 
trouxe aprendizados para minha formação, pois percebi que devemos sempre está 
inovando na educação, e está preparado para novas situações. 
Recordo ainda que as dificuldades eram muitas, os alunos eram somente 
assistidos por whatsapp, e infelizmente muitos pais não tinham internet ou aparelhos 
com acesso a internet. Dos dezoito alunos somente dez os pais tinham whatsApp. 
Muitos pais não têm estudos ou não tem tempo para ensinar os filhos e acabavam 
deixando de entregar as atividades ou respondiam para os filhos. E com isso os 
objetivos não eram alcançados. A relação professor/aluno e escola/família se 
resumia em o professor elaborar as atividades e os pais buscar no inicio de cada 
32 
 
mês. Os alunos eram avaliados através das atividades, e provas enviadas para 
casa. Onde o Semec teve que elaborar novo método avaliativo através de relatório. 
O segundo estágio supervisionado foi realizado nas Séries Iniciais do 
Ensino Fundamental, ( 1° ao 3° ano). Continuei meu estágio na mesma escola, 
pois já conhecia a realidade e ainda permanecia o período de pandemia, o processo 
foi o mesmo, as atividades eram através das apostilas impressas queeram 
entregues no início de cada mês. As orientações e dúvidas eram sanadas no 
momento de entrega dos pets ou através do grupo de whatsapp da turma. 
No ano de 2021 a escola se encontrava sob nova direção a professora Liliane 
Aparecida Ferreira Costa e vice-diretora a professora Yolanda Magalhães 
Rodrigues. Depois de conversar com a diretora ela disse que poderia continuar meu 
estágio na escola pois já conhecia a realidade e como forma de me evitar 
transtornos em busca de uma nova escola. O estágio foi realizado na turma do 2º 
ano do turno matutino. Que se encontrava sob a regência da professora Vandete 
Ferreira Passos Ramos, a turma contava com 23 alunos. Uns desenvolviam mais 
rápidos, outros mais lentos, variava com a maturidade de cada um. Há maior 
dificuldade que era encontrada na turma, é o pouco estudo dos pais, tempo para 
ensinar os filhos, falta de acesso à internet, pelo razão de residir em fazenda, o que 
acabava resultando no atraso na entrega da apostila de atividades do aluno. 
Recordo que a turma do 2º ano era bem participativa, os alunos, a professora 
e pais interagiam bastante, todos os dias a professora Vandete disponibilizava um 
vídeo de Bom dia onde tinha data, dia da semana, tempo, mensagem de incentivo e 
temas transversais, geralmente ela também enviava um áudio incentivando e 
elogiando os alunos e esclarecendo dúvidas quando algum pai/responsável ou até 
mesmo o próprio aluno perguntava no grupo. Acredito que por a professora 
incentivar e sempre pedir fotos e vídeos dos alunos, acabava incentivando a todos. 
É como Weisz diz no seu batismo de fogo, 
 
...,independente do fato de que as crianças venham de uma família pobre 
ou não, o que importe realmente é a ação pedagógica do professor, e esta 
dependerá da sua concepção de aprendizagem. 
É possível enxergar o que o aluno já sabe a partir do que ele produz e 
pensa no que fazer para que aprenda mais. Nas últimas décadas muitas 
pesquisas pontuam uma concepção de aprendizagem que é resultado da 
ação do aprendiz. Dessa forma, a função do professor é criar condições 
33 
 
para que o aluno possa exercer a sua ação de aprender participando de 
situações que favoreçam a atividade mental, ou seja, o exercício 
intelectual.(2000, p.) 
 
 Duas ou três duas vezes na semana a professora Vandete aplicava uma 
atividade complementar e nos sábados letivos, também é trabalhado atividade 
complementar. A avaliação acontecia através das atividades da apostila e atividades 
complementares que é colocada no grupo, e a participação no grupo, com postagem 
das fotos ou vídeos das atividades sendo realizadas. 
Para mim esse estágio contribuiu muito para minha formação acadêmica, pois 
ver o entusiasmo da professora com os alunos me despertou mais ainda a vontade 
de trabalhar com a educação. Nesse estágio auxiliei a professora na correção e 
elaboração dos pets, acompanhei nas entregas dos pets. Também pude realizar a 
regência mais segura de mim, pois tinha perdido um pouco do medo e vergonha, os 
alunos e pais me receberam bem no grupo e interagiram de forma satisfatória 
comigo. 
O terceiro estágio supervisionado foi nos Anos Iniciais do ensino 
Fundamental (4° e 5 ° ano). O estágio foi realizado na Escola Municipal Professor 
Anatólio, está localizada na Comunidade de Vila Serrana, município de Buritis MG. 
A escola recebeu esse nome em homenagem ao primeiro professor, Senhor Anatólio 
Barbosa de Jesus. A realidade da escola é uma clientela de meio rural, oriunda de 
Assentamentos da região (INCRA), a maioria sem acesso aos meios de 
comunicação, sem saneamento básico e rede de esgoto, que dependem dos 
recursos advindos do governo federal (bolsa família) e Fazendas, como também da 
Vila, sendo famílias convencionais (pai, mãe e filhos), e não convencionais 
(padrasto, madrasta, avós, tio ou tia), cujo responsáveis pelas crianças trabalham 
comumente, dividindo tarefas e compromissos. A grande maioria dos alunos utilizam 
o Transporte Escolar. O processo de seleção de professores e demais funcionários 
da escola, corresponde ao quadro efetivo ou contratados, lotados através da 
Secretaria Municipal de Educação e Cultura. 
A escola atende as modalidades de ensino da Educação Infantil até ao 9° ano 
do Ensino Fundamental. Entrei em contato por whatSap com a diretora Cláudia 
Cardoso Matos, que é formada em pedagogia e está na direção da escola desde 
2017. Ela prontamente me atendeu e se colocou a disposição para me ajudar. 
34 
 
Encaminhou-me para a pedagoga Rosilene Queiroz para poder ter acesso aos 
documentos da escola. 
Os professores desta unidade escolar são compromissados em desempenhar 
o seu papel e respeitam o ritmo de aprendizagem das crianças, pois adotam 
metodologias ativas e participativas baseados na teoria construtivista e partem das 
primícias que construir conhecimento é mais que transmitir informações. 
O PPP foi atualizado em outubro de 2020 devido a Pandemia da Covi-19. Ao 
realizar a análise do PPP, percebe-se que a escola é bem organizada com 
profissionais capacitados e que procuram fazer o melhor para o bom funcionamento 
da escola. 
A Escola Municipal Professor Anatólio, seguia determinações da Lei nº 
9394/96, que estabelecia as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como as 
orientações do Currículo de Referência de Minas Gerais, voltadas para a BNCC 
(Base Nacional Comum Curricular) vigente em todo país. 
De acordo com a Resolução CEE n° 474, a realização de atividades 
pedagógicas não presenciais visavam, em primeiro lugar, que se evitasse o 
retrocesso de aprendizagem, por parte dos estudantes, e a perda do vínculo com a 
escola, o que poderia levar à evasão e abandono, bem como permitir que os 
estudantes mantivessem uma rotina básica de atividades escolares, mesmo 
afastados do ambiente físico da escola. Além disto, visava mitigar prejuízos à 
aprendizagem dos estudantes. Entretanto, podem não ser acessíveis, a todos, de 
forma equânime, podendo ser necessárias ações reparatórias, no futuro, evitando o 
aumento da desigualdade e promovendo a equidade. 
A Escola Municipal Professor Anatólio desenvolveu suas atividades remotas 
guiando-se pelas orientações advindas da SEE/MG, SRE de Unaí e Secretaria 
Municipal de Educação e Cultura de Buritis – MG. Os professores eram orientados a 
fazerem a correção dos trabalhos e registrá-los em um caderno, descrevendo a 
quantidade de erros e acertos do aluno, em cada etapa. 
O estágio aconteceu na turma do 5° ano que tinha 14 alunos, que se 
encontrava sob a regência da professora Clécia Cardoso Matos. Ela me colocou no 
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grupo de whatssapp da turma, mais infelizmente a interação era quase nula no 
grupo, porque poucos alunos que tinham acesso a internet, e a professora para 
evitar exclusão de alunos preferia não realizar atividades complementares no grupo. 
Recordo da professora regente falando sobre os alunos e da dificuldade do 
distanciamento social, onde impossibilitava conhecer o aluno para melhor entender e 
atender as suas necessidades escolares. 
Durante o período desse estágio, as aulas presenciais retornaram, pude 
acompanhar de perto a realidade de como se encontrava a educação depois de dois 
anos de pandemia, os professores perdidos e alunos também, percebeu-se como a 
educação ficou fragilizada. Percebe-se o quanto os alunos estavam necessitados de 
um professor de corpo presente para ajuda-lo. Auxiliei a professora no que pude 
para tentar reparar um pouco das dificuldades que eram enfrentadas pelos alunos. 
Muitos conteúdos os alunos tinham esquecidos e a professora tentava relembrar. 
E como o período de aulas presenciais esse ano foi curto, poder ajudar o 
professor regente a sanar as dúvidas foi de grande valor profissional para minha 
pessoa. A realização desse estágio foi de um aprendizado mútuo, pois permitiu olhar 
para a prática do estágio com um olhar integrador de concebe-lo como um

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