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Síndromes do Olho Vermelho Anatomia https://imo.com.br/anatomia-do-olho-humano/. Segmento anterior do olho? O que eu consigo ver! Conjuntiva, esclera (parte branquinha do olho), corpo ciliar (responsável pelo fluxo de líquido do olho), íris (parte colorida do olho), córnea (faz a refração da imagem, sem ela não enxergamos mesmo que o restante esteja saudável) e cristalino (hipermetropia, miopia, etc. vem daqui). Parte externa do olho? Pálpebras, cílios. Síndrome do Olho Vermelho Mas afinal, QUAIS SÃO AS PATOLOGIAS DA “SÍNDROME DO OLHO VERMELHO”? Engloba todas as patologias que cursam com inflamação primária ou secundária do segmento anterior do olho. Na investigação é importante saber sobre a história da doença atual; início, sinais e sintomas associados, como presença de secreção, sensação de corpo estranho, dor ou prurido. Saber se é um quadro agudo ou recorrente também ajuda no diagnóstico diferencial. Características Clínicas Baixa visual: baixa acuidade visual + olho vermelho= pior prognóstico ceratite infecciosa, uveíte, glaucoma agudo; referir ao oftalmologista; Fotofobia: inflamações ativas na córnea causam fotofobia + sensação de corpo estranho lembrar da uveíte! Condições restritas à pálpebra e conjuntiva não tem fotofobia; Reação pupilar: midríase fixa provável glaucoma agudo; miose provável abrasão corneana, ceratite infecciosa ou uveíte anterior; Hiperemia: difusa sugere conjuntivite; perilímbica sugere condições + graves como ceratite, uveíte e glaucoma agudo; Secreção: conjuntivites e ceratites bacterianas tem este sintoma persistente durante o dia. Secreção hialina conjuntivites alérgicas e virais; Secreção purulenta conjuntivites bacterianas; Sensação de corpo estranho: típico envolvimento corneano; conjuntivites alérgicas e virais também; Dor: sinal de alerta para patologias oculares + graves; Hipópio: pus na câmara anterior associado à ceratite infecciosa ou endoftalmite SINAL DE EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA!!!; Hifema: sangue na câmara anterior sinal de trauma ocular SINAL DE EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA!!!; https://imo.com.br/anatomia-do-olho-humano/ Opacidade corneana: sugere ceratite infecciosa (cora com fluoresceína) – abrasão também pode corar, mas não opacifica a córnea; Lente de contato: lentes de contato + olho vermelho + secreção sugestivo de ceratite infecciosa. SINAIS & SINTOMAS QUE SUGEREM GRAVIDADE, com encaminhamento direto ao oftalmologista: 1. Dor ocular intensa súbita; 2. Diminuição da acuidade visual; 3. Sintomas sistêmicos, como náuseas e vômitos; 4. Fotofobia (sensibilidade à luz); 5. Alteração do reflexo pupilar à luz (pupila não fotorreagente ou pouco fotorreagente); 6. Opacidade corneana que cora com fluoresceína; 7. Pressão intraocular elevada (> 40 mmHg); Conjuntiva É uma membrana mucosa transparente que reveste o globo ocular anterior. Ela pode ser dividida em 3 partes: Conjuntiva bulbar, que recobre toda a esclera anterior e é contínua com o epitélio corneano no limbo; Conjuntiva tarsal ou palpebral, que se inicia na junção mucocutânea da margem palpebral e adere-se firmemente à placa tarsal posterior; Conjuntiva do fórnice (ou fundo de saco conjuntival), que se encontra na transição entre a conjuntiva bulbar e tarsal. Conjuntivites O diagnóstico de todos os tipos de conjuntivite é clínico! A maioria dos pacientes manifesta olho vermelho (hiperemia conjuntival), secreção ocular, aderência ou formação de crostas entre as pálpebras (sendo pior pela manhã) e sensação de corpo estranho. Conjuntivite Viral É a mais comum! Seu principal agente etiológico é o adenovírus. Os sintomas clássicos são: prurido, queimação, sensação de corpo estranho ou areia e histórico recente de infecção do trato Opacidade corneana Opacidade corando com fluoresceína respiratório superior ou contato com pessoa doente. O quadro inicia-se em um olho, progride para o outro dentro de 3 a 5 dias, durando geralmente de 1 a 2 semanas. Os sinais mais característicos são: presença de reação folicular na conjuntiva tarsal e linfadenopatia pré-auricular palpável e dolorosa. Pode haver também: secreção aquosa, pálpebras edematosas e avermelhadas, hemorragias subconjuntivais puntiformes, ceratopatia punctata (erosão epitelial em casos mais graves) e membranas. Infiltrados subepiteliais Com relação ao tratamento da conjuntivite viral comum, é importante explicar ao paciente que essa é uma doença autolimitada, com melhora ao longo das primeiras 2 a 3 semanas. É comum a piora do quadro entre 4 a 7 dias. É uma DOENÇA MUITO CONTAGIOSA, medidas de higiene devem ser tomadas (lavar sempre as mãos). O uso de compressas frias com água mineral ou soro fisiológico, várias vezes ao dia durante 15 a 20 min, deve ser recomendado. Além disso, podem ser utilizadas lágrimas artificiais, 4 a 8x/dia, durante 1 a 3 semanas. Pode-se utilizar esteroide tópico em casos de membrana ou pseudomembrana. Os esteroides também são recomendados na presença de infiltrados subepiteliais, que costumam surgir algumas semanas após o início do quadro. O uso rotineiro de antibióticos tópicos para conjuntivite viral é desaconselhado, exceto em casos de erosões corneanas ou suspeita de infecção bacteriana secundária. Conjuntivite Bacteriana Aguda A maioria das conjuntivites bacterianas é aguda e tem como principais agentes etiológicos Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus spp. (especialmente em crianças e comumente associado à otite média) e Moraxella catarrhalis - uma minoria de casos é causada pela Neisseria gonorrhoeae (sexualmente transmissível). Também tem um curso autolimitado e é bastante contagiosa, causada pelo contato direto do olho com secreções infectadas. O envolvimento é bilateral. Os sintomas da conjuntivite bacteriana assemelham-se aos da conjuntivite viral, incluindo início agudo de vermelhidão, sensação de areia, queimação e secreção. Costuma se apresentar com secreção mucopurulenta. Ausência de linfonodo pré-auricular também é um dado que nos ajuda a fazer diagnóstico diferencial com a conjuntivite viral. Outros sinais? Papilas conjuntivais, quemose, erosões epiteliais puntiformes. Secreção mucopurulenta abundante? Fala a favor de conjuntivite gonocócica! Tratamento Com relação ao tratamento, a maioria dos casos soluciona-se espontaneamente dentro de 7 a 10 dias, dado o curso autolimitado da doença. Entretanto, o tratamento com antibióticos tópicos reduz a gravidade e a duração do quadro, e por isso é indicado. O colírio de antibiótico pode ser usado quatro vezes ao dia, por 5 a 7 dias. Hiperemia conjuntival bilateral e secreção mucopurulenta Além do antibiótico tópico, também podem ser utilizadas lágrimas artificiais sem conservantes e compressas geladas com soro fisiológico ou água filtrada. Conjuntivite Gonocócica É causada por um organismo sexualmente transmissível, a Neisseria gonorrhoeae (gonococo), acometendo adultos jovens sexualmente ativos ou recém-nascidos de mães com blenorragia. A doença manifesta-se clinicamente com secreção purulenta grave, de início hiperagudo (dentro de 12 a 24 horas). Outros sinais: papilas conjuntivais, quemose acentuada e adenopatia pré-auricular dolorosa. Atenção especial deve ser dada à córnea, visto que essa doença pode ocasionar úlceras periféricas. A bacterioscopia pelo Gram revelará diplococos intracelulares Gram-negativos. Tratamento O tratamento é usualmente feito com uma cefalosporina de terceira geração, como ceftriaxona 1g, IM, dose única. Em pacientes alérgicos à penicilina, considerar fluorquinolona oral (ex.: ciprofloxacino 500mg, VO, 2x/dia durante 5 dias) e consulta com especialista em doenças infecciosas (fluorquinolonas são contraindicadas para mulheres grávidas e crianças). Alémdo antibiótico oral, prescrever pomada de ciprofloxacina tópica 4x/dia ou colírio de ciprofloxacina de 2h/2h. Se houver comprometimento corneano, o ideal é prescrever o colírio de 1h/1h. Irrigação abundante com soro fisiológico várias vezes ao dia também é recomendada até resolução da secreção. É uma IST! Logo, é interessante tratar uma possível coinfecção por clamídia com azitromicina 1g VO dose única + tratar os parceiros sexuais com ATBs orais tanto para gonorreia quanto para clamídia. Conjuntivite por Clamídia em Adulto A conjuntivite de inclusão do adulto está separada das outras conjuntivites bacterianas pois ela é uma conjuntivite crônica. É uma infecção oculogenital causada pelos sorotipos D- K da Chlamydia trachomatis, acometendo adultos jovens sexualmente ativos, que podem apresentar uretrite e cervicite associadas. Apresenta-se com início subagudo de vermelhidão tipicamente unilateral, lacrimejamento e secreção mucopurulenta. Não tratada, acaba evoluindo para uma conjuntivite crônica, que pode persistir por meses. Sinal característico dessa doença são os folículos conjuntivais mais proeminentes na conjuntiva tarsal inferior. Adenopatia pré- auricular dolorosa também costuma estar presente. Infiltrados corneanos subepiteliais periféricos costumam aparecer 2 a 3 semanas após o início da conjuntivite. Casos crônicos podem acabar evoluindo com pannus corneano superior (tecido fibrovascular que invade a borda da córnea). Tratamento O tratamento é feito com antibiótico sistêmico: azitromicina 1g VO dose única é geralmente o fármaco de escolha. Alternativas: doxiciclina 100 mg VO 2x/dia por 10 dias ou eritromicina 500 mg VO 4x/dia por 1 semana. Lembrar que o parceiro sexual também deve ser tratado. Tracoma É uma ceratoconjuntivite granulomatosa crônica causada pelos sorotipos A, B, Ba e C da Chlamydia trachomatis. É transmitido através de contato próximo diretamente por secreção ocular ou nasal, ou através de insetos veiculadores. Ocorre principalmente em áreas de pobreza e com saneamento básico precário, acometendo sobretudo crianças pequenas. O tracoma é a principal causa irreversível de cegueira em países pobres. O tracoma inicia-se sob a forma de uma conjuntivite folicular, com hipertrofia papilar e infiltrado inflamatório que se estende por toda a conjuntiva, especialmente na conjuntiva tarsal superior. Nos casos mais brandos, os folículos podem regredir espontaneamente. Em casos mais severos, eles crescem e necrosam. A necrose dos folículos leva à formação de pequenos pontos cicatriciais na conjuntiva. Com as repetidas reinfecções, forma-se um número cada vez maior de pontos cicatriciais (cicatrizes + extensas). A pálpebra superior é repuxada por essa fisiopatologia, levando à sua distorção (entrópio) e fazendo com que os cílios toquem o olho (triquíase). A inversão dos cílios e seu toque contínuo na córnea leva à formação de cicatrizes e opacificação corneana diminuição da acuidade visual até a cegueira. Os agentes + comuns do tracoma? Haemophilus sp e o Streptococcus sp. A sintomatologia inclui: lacrimejamento, sensação de corpo estranho, fotofobia discreta e secreção purulenta em pequena quantidade. Tratamento Cura da infecção + interrupção da cadeia de transmissão! As 4 etapas para o controle da doença em áreas endêmicas são: 1. CIRURGIA: corrigir as deformidades palpebrais, como entrópio e triquíase; 2. ANTIBIÓTICOS: azitromicina VO 20mg/kg (máximo 1g), em dose única. Área MUITO ENDÊMICA?!? Aplicar pomadas oftálmicas de tetraciclina ou eritromicina 2x/dia, durante 5 dias consecutivos a cada mês, durante 6 meses. 3. LIMPEZA FACIAL: reduz a transmissão pelos indivíduos infectados; 4. MELHORIA AMBIENTAL: acesso à água potável e melhoria no saneamento básico. 1. Tracoma inflamatório intenso. 2. Tracoma cicatricial. 3. Opacidade e vascularização corneana. Conjuntivite Alérgica É uma inflamação conjuntival aguda. É intermitente OU crônica, causada por hipersensibilidade imediata (tipo I). Os pacientes em questão costumam referir prurido ocular bilateral de leve a intenso, hiperemia conjuntival, secreção aquosa e histórico de alergias. Rinite concomitante é comum, mas muitos pacientes também relatam outras doenças atópicas, como eczema ou asma. Geralmente há quemose, pálpebras edematosas e avermelhadas, papilas conjuntivais e ausência de linfonodo pré-auricular. Tratamento Medidas sintomáticas: eliminação dos agentes desencadeantes, uso de compressas frias e uso de lágrimas artificiais; - Anti-histamínicos tópicos, AINEs, estabilizadores de mastócitos ou uma combinação deles; Corticoides tópicos ou ciclosporina para casos recidivantes; Anti-histamínicos orais, se necessário. Útil em casos moderados e graves, principalmente quando o paciente apresentar outros sinais e sintomas alérgicos, como por exemplo rinorreia. ANTIBIÓTICOS? Não há indicação! Conjuntivite Neonatal? SIM! Temos casos assim! É uma inflamação da conjuntiva desenvolvida no primeiro mês de vida! Costuma haver infecção no canal de parto. As principais causas incluem: Chlamydia trachomatis, estafilococos e outras bactérias Gram-negativas. Neisseria gonorrhoeae e vírus herpes simples também podem estar envolvidos (+ raros). Ainda há a possibilidade de desenvolvimento da CONJUNTIVITE QUÍMICA NEONATAL causada pelo nitrato de prata tópico, utilizado para profilaxia da oftalmia gonocócica! A conjuntivite por Chlamydia trachomatis é a causa mais comum de conjuntivite neonatal. Sua apresentação pode variar de conjuntivite leve, com secreção mucopurulenta mínima, até a forma grave, com edema de pálpebras, secreção abundante e formação pseudomembranosa. A conjuntivite Gonocócica, causada pela Neisseria gonorrhoeae, manifesta-se em geral nos primeiros dias após o nascimento. Sua apresentação ocorre através de hiperemia conjuntival leve até quemose grave e secreção copiosa. É um quadro GRAVE! Pode evoluir com ulceração corneana rápida e perfuração da córnea! Tratamento Conjuntivite química: suspender o agressor, não instituir nenhum tratamento específico e reavaliar em 24 horas. Conjuntivite por clamídia: terapia sistêmica! A recomendação é pela eritromicina, 12,5 mg/kg, VO, de 6h/6h por 2 semanas, ou azitromicina, 20 mg/kg, VO, 1 vez/dia durante 3 dias. Conjuntivite gonocócica: devem ser tratadas com ceftriaxona 25 a 50 mg/ kg, IM ou IV, dose única, ou cefotaxima, 100 mg/kg, IM ou IV, mesmo antes da confirmação dos testes. Após instituir ATB sistêmico, suspender os tópicos! Além disso, é recomendada lavagem com soro fisiológico 4x/dia. Conjuntivite herpética: acompanhamento com oftalmologista + tratar por via sistêmica com aciclovir 20 mg/kg a cada 8h, por 14 a 21 dias. Conjuntivites Autoimunes Síndrome de Stevens-Johnson - SSJ Reação de hipersensibilidade cutânea grave farmacoinduzida. A doença manifesta-se com início agudo de febre, erupção cutânea, vermelhidão ocular, mal- estar, artralgias e sintomas do trato respiratório. Sinais sistêmicos? Lesões cutâneas “em alvo” principalmente em mãos e pés! Também há estomatite ulcerativa e formação de crostas hemorrágicas no lábio. O tratamento: na fase aguda podemos utilizar lubrificantes sem conservantes, géis e pomadas. Esteroides tópicos? Controverso! As complicações tardias serão tratadas de acordo com sua evolução e grau de severidade (lágrimas artificiais, pomadas lubrificantes, crioterapia, epilação, reparo cirúrgico, etc.). Pálpebras Hordéolo É um edema agudo palpebral localizado, geralmente decorrente de uma infecção estafilocócica do folículo piloso de um cílio e sua glândula de Zeis associada. Cursa com sinais flogísticos, como hiperemia e calor local, e o paciente costuma queixar-se de dor localizada. É possível observar o surgimento de material mucopurulento. Tratamento O tratamentoinclui a recomendação de compressas mornas 4x/dia por 10 a 15 minutos, com massagem suave sobre a lesão; antibiótico tópico se houver drenagem de material mucopurulento; considerar terapia sistêmica com doxiciclina 100 mg 2x/dia. PIORA DO QUADRO mesmo após tratamento clínico?!? INCISÃO + DRENAGEM do hordéolo! Calázio É uma nodulação palpebral crônica, secundária à obstrução (não infecciosa) de uma glândula meibomiana ou de Zeis. Diferentemente do hordéolo, não apresenta sinais flogísticos. Tende a evoluir com formação de um nódulo indolor. Tratamento O tratamento inicial é com compressas mornas 4x/dia por 10 a 15 minutos, com massagem suave sobre a lesão. Se após 3 a 4 semanas de tratamento clínico apropriado não houver melhora, o calázio pode ser removido cirurgicamente através de incisão e curetagem Blefarite É uma inflamação das margens palpebrais que pode ser aguda ou crônica. Os casos agudos estão relacionados a infecção bacteriana. Os casos crônicos geralmente são não infecciosos, associados com disfunção das glândulas meibomianas. Os sintomas comuns a todas as formas de blefarite incluem coceira e ardor das margens das pálpebras, irritação conjuntival com 8 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! lacrimejamento, fotossensibilidade e sensação de corpo estranho. Tratamento O tratamento inclui uma higienização diária das pálpebras com xampu infantil e compressas mornas. Nos quadros agudos e pacientes sintomáticos, podem ser usadas pomadas antibióticas e colírio de corticoide. Em pacientes com blefarite crônica, uma tetraciclina (p. ex., doxiciclina, 100 mg, VO, 2x/dia, reduzida ao longo de 3 a 4 meses) também pode ser eficaz no tratamento. Córnea Ceratites As ceratites formam um grupo de doenças que cursa com inflamação corneana aguda. São consideradas uma emergência oftalmológica, pois podem evoluir rapidamente com destruição corneana. Podem ser subdivididas em infecciosas e não infecciosas. O paciente com ceratite costuma apresentar-se com olho vermelho, dor ocular significativa, fotofobia intensa, blefaroespasmo e redução da acuidade visual. Nas de causa bacteriana pode haver secreção mucopurulenta. Há presença de opacidades esbranquiçadas corneanas, que geralmente coram com fluoresceína. As CAUSAS de ceratites são diversas: bacteriana (+ comum), fúngica, amebiana ou herpética. O tratamento de cada uma inclui o uso de colírio com agentes específicos de cada causa (colírio com antibacteriano ou antifúngico ou aciclovir, etc.), uso de colírios cicloplégicos em causas bacterianas e AINEs quando houver presença de dor! Úlcera corando com fluoresceína. Episclerite É uma inflamação da episclera, ocorrendo como uma resposta imunológica de hipersensibilidade. Tem caráter benigno e autolimitado, podendo ser recorrente. CAUSA? Idiopática! Embora também possa ter etiologia infecciosa. Apresenta-se com quadro unilateral de hiperemia ocular localizada e dor leve a moderada, sem secreção associada. Tratamento É frequentemente desnecessário, sendo um quadro autolimitado, com resolução espontânea em 1 a 2 semanas. MAS, podemos utilizar colírios vasoconstritores e lágrimas artificiais. Anti-inflamatório não esteroide via oral também pode ser utilizado para diminuir os sintomas. 9 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Uveíte Anterior Localizada primariamente no segmento anterior do olho, pode ser dividida em irite (inflamação isolada na câmara anterior) e iridociclite (inflamação na câmara anterior e no corpo vítreo anterior). As uveítes agudas duram semanas ou poucos meses, e terminada a crise, desaparecem. Nas uveítes crônicas, a inflamação dura meses ou anos, sem seu desaparecimento completo entre os períodos de exacerbação. Também podem ser divididas em granulomatosa e não granulomatosa. Uveíte granulomatosa é caracterizada pela tendência à formação de nódulos de íris (Koeppe ou Bussaca) e precipitados ceráticos “mutton fat”. Uveíte não granulomatosa tem pequena ou nenhuma tendência à formação tanto de nódulos quanto de precipitados ceráticos. Uveítes não granulomatosas: SÃO AS + COMUNS; podem estar associadas à espondiloartropatias soronegativas ou AIJ! Uveíte granulomatosas: costumam estar associadas à sarcoidose ou sífilis! TODAS as uveítes anteriores tem GRANDE ASSOCIAÇÃO com doenças sistêmica, especialmente as DOENÇAS REUMATOLÓGICAS. Espondiloartropatias soronegativas: as espondiloartropatias soronegativas representam mais de 50% dos casos de uveíte anterior e incluem as uveítes anteriores relacionadas ao HLA-B27, síndrome de Reiter, doença intestinal inflamatória, espondilite anquilosante e artrite psoriática. A uveíte anterior aguda associada a HLA-B27 é tipicamente unilateral, grave, recidivante e vinculada a uma incidência maior de sinéquias posteriores. Síndrome de Reiter? Consiste numa artrite reativa asséptica, inflamatória, desenvolvida secundária a uma infecção extra-articular primária, em sitio uretral e conjuntival. Uveíte anterior aguda ocorre em 12% destes pacientes. Na espondilite anquilosante, a uveíte anterior aguda ocorre em 25% dos pacientes. Artrite idiopática juvenil (AIJ): a AIJ é a doença mais comum associada à uveíte anterior na infância. A manifestação pauciarticular (comprometimento de 4 ou mais articulações) é responsável por 60% dos casos e, nesse grupo, a uveíte está presente em 20% das crianças. Diferente de outras doenças, a uveíte anterior manifesta-se de forma assintomática nesses pacientes, sendo detectada em exames de rotina. A uveíte costuma ser crônica e não granulomatosa, e o olho mantém-se “branco” mesmo na presença de inflamação grave. É bilateral na maioria dos casos; Sarcoidose: a uveíte é a manifestação ocular mais comum da sarcoidose. A uveíte anterior aguda afeta pacientes com sarcoidose de início agudo. A uveíte anterior crônica tende a ser granulomatosa, manifestando-se com nódulos de íris e sinéquias periféricas. Cerca de 75% dos pacientes terão uveíte anterior em algum momento! Síndrome de Behçet: a síndrome de Behçet é uma vasculite rara que geralmente se apresenta com a tríade: úlceras orais + úlceras genitais + uveíte. A doença ocular costuma ser bilateral, sendo a uveíte anterior aguda uma de suas manifestações. A uveíte anterior costuma estar associada a um hipópio (pus na câmara anterior) móvel transitório. Sintomatologia clássica da uveíte anterior: início súbito de dor ocular intensa unilateral, fotofobia e lacrimejamento; hiperemia conjuntival e límbica; miose, borramento visual, redução da pressão intraocular (PIO), hipópio (pus), precipitados ceráticos, sinéquias posteriores. 10 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Precipitados ceráticos. Tratamento O tratamento da uveíte anterior é baseado em alguns pilares: 1. Cicloplégico tópico: tem como objetivo aliviar a dor do paciente e prevenir a formação de sinéquias posteriores. Os mais usados são: atropina 1% e ciclopentolato 1%, usados 2x/dia; 2. Esteroide tópico: constitui a base do tratamento, agindo como um potente anti- inflamatório. O mais usado é o acetato de prednisolona 1%; 3. Esteroide sistêmico ou terapia imunossupressora: considerar se não houver melhora com os esteroides tópicos; 4. Terapia específica: se for determinada a etiologia exata da uveíte anterior, realizar tratamento sistêmico específico. COMO REALIZAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM GLAUCOMA de ÂNGULOFECHADO?!? GLAUCOMA PIO aumentada (>40); pupila em midríase, dor ocular, hiperemia pericerática, embaçamento visual; O que causa o glaucoma? Condições que causam midríase ocular Uso de colírios midriáticos, derivados da sulfa, agonistas beta-adrenérgicos, anticolinérgicos, anti-histamínicos, antidepressivos, triciclos, hidroclorotiazida e topiramato; Tratamento do glaucoma?!? Manitol ou acetozolamida, pilocarpina (PIO<40), timolol / corticoide UVEÍTE ANTERIOR PIO reduzida, pupila em miose. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 11 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! ------------------------------------------------------------------------------------ Mapa Mental sobre Ectásias Corneanas 12 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Mapa Mental sobre Afecções do Cristalino ------------------------------------------------------------------------------------ 13 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Resumo didático _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências Estratégia MED. Oftalmologia. Síndrome do Olho Vermelho. Curso Extensivo. 2023.
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