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MARC 13 - Síndromes do Olho Vermelho PDF

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Síndromes do Olho 
Vermelho 
Anatomia 
 
https://imo.com.br/anatomia-do-olho-humano/. 
Segmento anterior do olho? O que eu 
consigo ver!  Conjuntiva, esclera (parte 
branquinha do olho), corpo ciliar (responsável 
pelo fluxo de líquido do olho), íris (parte colorida 
do olho), córnea (faz a refração da imagem, sem 
ela não enxergamos mesmo que o restante esteja 
saudável) e cristalino (hipermetropia, miopia, etc. 
vem daqui). 
Parte externa do olho? Pálpebras, cílios. 
Síndrome do Olho Vermelho 
Mas afinal, QUAIS SÃO AS PATOLOGIAS 
DA “SÍNDROME DO OLHO VERMELHO”? 
Engloba todas as patologias que cursam com 
inflamação primária ou secundária do segmento 
anterior do olho. 
Na investigação é importante saber sobre a 
história da doença atual; início, sinais e sintomas 
associados, como presença de secreção, sensação 
de corpo estranho, dor ou prurido. Saber se é um 
quadro agudo ou recorrente também ajuda no 
diagnóstico diferencial. 
Características Clínicas 
 Baixa visual: baixa acuidade visual + olho 
vermelho= pior prognóstico  ceratite 
infecciosa, uveíte, glaucoma agudo; referir 
ao oftalmologista; 
 Fotofobia: inflamações ativas na córnea 
causam fotofobia + sensação de corpo 
estranho  lembrar da uveíte! 
Condições restritas à pálpebra e 
conjuntiva não tem fotofobia; 
 Reação pupilar: midríase fixa  provável 
glaucoma agudo; miose  provável 
abrasão corneana, ceratite infecciosa ou 
uveíte anterior; 
 Hiperemia: difusa  sugere conjuntivite; 
perilímbica  sugere condições + graves 
como ceratite, uveíte e glaucoma agudo; 
 Secreção: conjuntivites e ceratites 
bacterianas tem este sintoma persistente 
durante o dia. Secreção hialina  
conjuntivites alérgicas e virais; Secreção 
purulenta  conjuntivites bacterianas; 
 Sensação de corpo estranho: típico 
envolvimento corneano; conjuntivites 
alérgicas e virais também; 
 Dor: sinal de alerta para patologias 
oculares + graves; 
 Hipópio: pus na câmara anterior  
associado à ceratite infecciosa ou 
endoftalmite  SINAL DE 
EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA!!!; 
 
 Hifema: sangue na câmara anterior  
sinal de trauma ocular  SINAL DE 
EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA!!!; 
https://imo.com.br/anatomia-do-olho-humano/
 
 Opacidade corneana: sugere ceratite 
infecciosa (cora com fluoresceína) – 
abrasão também pode corar, mas não 
opacifica a córnea; 
 
 
 Lente de contato: lentes de contato + olho 
vermelho + secreção  sugestivo de 
ceratite infecciosa. 
 SINAIS & SINTOMAS QUE SUGEREM 
GRAVIDADE, com encaminhamento direto ao 
oftalmologista: 
1. Dor ocular intensa súbita; 
2. Diminuição da acuidade visual; 
3. Sintomas sistêmicos, como náuseas e 
vômitos; 
4. Fotofobia (sensibilidade à luz); 
5. Alteração do reflexo pupilar à luz (pupila 
não fotorreagente ou pouco 
fotorreagente); 
6. Opacidade corneana que cora com 
fluoresceína; 
7. Pressão intraocular elevada (> 40 mmHg); 
Conjuntiva 
É uma membrana mucosa transparente que 
reveste o globo ocular anterior. 
Ela pode ser dividida em 3 partes: 
 Conjuntiva bulbar, que recobre toda a esclera 
anterior e é contínua com o epitélio corneano no 
limbo; 
 Conjuntiva tarsal ou palpebral, que se inicia 
na junção mucocutânea da margem palpebral e 
adere-se firmemente à placa tarsal posterior; 
 Conjuntiva do fórnice (ou fundo de saco 
conjuntival), que se encontra na transição entre 
a conjuntiva bulbar e tarsal. 
 
Conjuntivites 
O diagnóstico de todos os tipos de 
conjuntivite é clínico! A maioria dos pacientes 
manifesta olho vermelho (hiperemia conjuntival), 
secreção ocular, aderência ou formação de 
crostas entre as pálpebras (sendo pior pela 
manhã) e sensação de corpo estranho. 
Conjuntivite Viral 
É a mais comum! Seu principal agente 
etiológico é o adenovírus. 
Os sintomas clássicos são: prurido, 
queimação, sensação de corpo estranho ou areia 
e histórico recente de infecção do trato 
Opacidade corneana 
Opacidade corando com fluoresceína 
respiratório superior ou contato com pessoa 
doente. 
O quadro inicia-se em um olho, progride 
para o outro dentro de 3 a 5 dias, durando 
geralmente de 1 a 2 semanas. 
Os sinais mais característicos são: presença 
de reação folicular na conjuntiva tarsal e 
linfadenopatia pré-auricular palpável e dolorosa. 
Pode haver também: secreção aquosa, pálpebras 
edematosas e avermelhadas, hemorragias 
subconjuntivais puntiformes, ceratopatia 
punctata (erosão epitelial em casos mais graves) 
e membranas. 
 
Infiltrados subepiteliais 
Com relação ao tratamento da conjuntivite 
viral comum, é importante explicar ao paciente 
que essa é uma doença autolimitada, com 
melhora ao longo das primeiras 2 a 3 semanas. É 
comum a piora do quadro entre 4 a 7 dias. É uma 
DOENÇA MUITO CONTAGIOSA, medidas de 
higiene devem ser tomadas (lavar sempre as 
mãos). 
O uso de compressas frias com água 
mineral ou soro fisiológico, várias vezes ao dia 
durante 15 a 20 min, deve ser recomendado. Além 
disso, podem ser utilizadas lágrimas artificiais, 4 
a 8x/dia, durante 1 a 3 semanas. 
Pode-se utilizar esteroide tópico em casos 
de membrana ou pseudomembrana. Os 
esteroides também são recomendados na 
presença de infiltrados subepiteliais, que 
costumam surgir algumas semanas após o início 
do quadro. 
O uso rotineiro de antibióticos tópicos para 
conjuntivite viral é desaconselhado, exceto em 
casos de erosões corneanas ou suspeita de 
infecção bacteriana secundária. 
Conjuntivite Bacteriana 
Aguda 
A maioria das conjuntivites bacterianas é 
aguda e tem como principais agentes etiológicos 
Staphylococcus aureus, Streptococcus 
pneumoniae, Haemophilus spp. (especialmente 
em crianças e comumente associado à otite 
média) e Moraxella catarrhalis - uma minoria de 
casos é causada pela Neisseria gonorrhoeae 
(sexualmente transmissível). 
Também tem um curso autolimitado e é 
bastante contagiosa, causada pelo contato direto 
do olho com secreções infectadas. O 
envolvimento é bilateral. 
Os sintomas da conjuntivite bacteriana 
assemelham-se aos da conjuntivite viral, incluindo 
início agudo de vermelhidão, sensação de areia, 
queimação e secreção. Costuma se apresentar 
com secreção mucopurulenta. Ausência de 
linfonodo pré-auricular também é um dado que 
nos ajuda a fazer diagnóstico diferencial com a 
conjuntivite viral. Outros sinais? Papilas 
conjuntivais, quemose, erosões epiteliais 
puntiformes. 
 Secreção mucopurulenta abundante? Fala a favor de 
conjuntivite gonocócica! 
 
Tratamento 
Com relação ao tratamento, a maioria dos 
casos soluciona-se espontaneamente dentro de 7 
a 10 dias, dado o curso autolimitado da doença. 
Entretanto, o tratamento com antibióticos 
tópicos reduz a gravidade e a duração do quadro, 
e por isso é indicado. O colírio de antibiótico pode 
ser usado quatro vezes ao dia, por 5 a 7 dias. 
Hiperemia conjuntival bilateral e secreção 
mucopurulenta 
Além do antibiótico tópico, também podem 
ser utilizadas lágrimas artificiais sem 
conservantes e compressas geladas com soro 
fisiológico ou água filtrada. 
Conjuntivite Gonocócica 
É causada por um organismo sexualmente 
transmissível, a Neisseria gonorrhoeae 
(gonococo), acometendo adultos jovens 
sexualmente ativos ou recém-nascidos de mães 
com blenorragia. 
A doença manifesta-se clinicamente com 
secreção purulenta grave, de início hiperagudo 
(dentro de 12 a 24 horas). Outros sinais: papilas 
conjuntivais, quemose acentuada e adenopatia 
pré-auricular dolorosa. Atenção especial deve ser 
dada à córnea, visto que essa doença pode 
ocasionar úlceras periféricas. 
 A bacterioscopia pelo Gram revelará diplococos 
intracelulares Gram-negativos. 
Tratamento 
O tratamento é usualmente feito com uma 
cefalosporina de terceira geração, como 
ceftriaxona 1g, IM, dose única. Em pacientes 
alérgicos à penicilina, considerar fluorquinolona 
oral (ex.: ciprofloxacino 500mg, VO, 2x/dia 
durante 5 dias) e consulta com especialista em 
doenças infecciosas (fluorquinolonas são 
contraindicadas para mulheres grávidas e 
crianças). 
Alémdo antibiótico oral, prescrever pomada 
de ciprofloxacina tópica 4x/dia ou colírio de 
ciprofloxacina de 2h/2h. Se houver 
comprometimento corneano, o ideal é prescrever 
o colírio de 1h/1h. Irrigação abundante com soro 
fisiológico várias vezes ao dia também é 
recomendada até resolução da secreção. 
 É uma IST! Logo, é interessante tratar uma possível 
coinfecção por clamídia com azitromicina 1g VO dose 
única + tratar os parceiros sexuais com ATBs orais tanto 
para gonorreia quanto para clamídia. 
 
Conjuntivite por Clamídia em Adulto 
A conjuntivite de inclusão do adulto está 
separada das outras conjuntivites bacterianas 
pois ela é uma conjuntivite crônica. É uma 
infecção oculogenital causada pelos sorotipos D-
K da Chlamydia trachomatis, acometendo adultos 
jovens sexualmente ativos, que podem apresentar 
uretrite e cervicite associadas. 
Apresenta-se com início subagudo de 
vermelhidão tipicamente unilateral, 
lacrimejamento e secreção mucopurulenta. Não 
tratada, acaba evoluindo para uma conjuntivite 
crônica, que pode persistir por meses. 
Sinal característico dessa doença são os 
folículos conjuntivais mais proeminentes na 
conjuntiva tarsal inferior. Adenopatia pré-
auricular dolorosa também costuma estar 
presente. Infiltrados corneanos subepiteliais 
periféricos costumam aparecer 2 a 3 semanas 
após o início da conjuntivite. 
 Casos crônicos podem acabar evoluindo com pannus 
corneano superior (tecido fibrovascular que invade a 
borda da córnea). 
 
 
Tratamento 
O tratamento é feito com antibiótico 
sistêmico: azitromicina 1g VO dose única é 
geralmente o fármaco de escolha. Alternativas: 
doxiciclina 100 mg VO 2x/dia por 10 dias ou 
eritromicina 500 mg VO 4x/dia por 1 semana. 
Lembrar que o parceiro sexual também deve ser 
tratado. 
Tracoma 
É uma ceratoconjuntivite granulomatosa 
crônica causada pelos sorotipos A, B, Ba e C da 
Chlamydia trachomatis. É transmitido através de 
contato próximo diretamente por secreção ocular 
ou nasal, ou através de insetos veiculadores. 
Ocorre principalmente em áreas de pobreza 
e com saneamento básico precário, acometendo 
sobretudo crianças pequenas. 
O tracoma é a principal causa irreversível 
de cegueira em países pobres. 
O tracoma inicia-se sob a forma de uma 
conjuntivite folicular, com hipertrofia papilar e 
infiltrado inflamatório que se estende por toda a 
conjuntiva, especialmente na conjuntiva tarsal 
superior. Nos casos mais brandos, os folículos 
podem regredir espontaneamente. Em casos mais 
severos, eles crescem e necrosam. 
A necrose dos folículos leva à formação de 
pequenos pontos cicatriciais na conjuntiva. Com 
as repetidas reinfecções, forma-se um número 
cada vez maior de pontos cicatriciais (cicatrizes 
+ extensas). A pálpebra superior é repuxada por 
essa fisiopatologia, levando à sua distorção 
(entrópio) e fazendo com que os cílios toquem o 
olho (triquíase). 
A inversão dos cílios e seu toque contínuo 
na córnea leva à formação de cicatrizes e 
opacificação corneana  diminuição da 
acuidade visual até a cegueira. Os agentes + 
comuns do tracoma? Haemophilus sp e o 
Streptococcus sp. 
A sintomatologia inclui: lacrimejamento, 
sensação de corpo estranho, fotofobia discreta e 
secreção purulenta em pequena quantidade. 
Tratamento 
Cura da infecção + interrupção da cadeia de 
transmissão! 
As 4 etapas para o controle da doença em 
áreas endêmicas são: 
1. CIRURGIA: corrigir as deformidades 
palpebrais, como entrópio e triquíase; 
2. ANTIBIÓTICOS: azitromicina VO 20mg/kg 
(máximo 1g), em dose única. Área MUITO 
ENDÊMICA?!? Aplicar pomadas oftálmicas 
de tetraciclina ou eritromicina 2x/dia, 
durante 5 dias consecutivos a cada mês, 
durante 6 meses. 
3. LIMPEZA FACIAL: reduz a transmissão 
pelos indivíduos infectados; 
4. MELHORIA AMBIENTAL: acesso à água 
potável e melhoria no saneamento básico. 
 
1. Tracoma inflamatório intenso. 2. Tracoma cicatricial. 3. Opacidade e vascularização corneana.
 
Conjuntivite Alérgica 
É uma inflamação conjuntival aguda. É 
intermitente OU crônica, causada por 
hipersensibilidade imediata (tipo I). 
Os pacientes em questão costumam referir 
prurido ocular bilateral de leve a intenso, 
hiperemia conjuntival, secreção aquosa e 
histórico de alergias. Rinite concomitante é 
comum, mas muitos pacientes também relatam 
outras doenças atópicas, como eczema ou asma. 
Geralmente há quemose, pálpebras 
edematosas e avermelhadas, papilas conjuntivais 
e ausência de linfonodo pré-auricular. 
Tratamento 
 Medidas sintomáticas: eliminação dos 
agentes desencadeantes, uso de 
compressas frias e uso de lágrimas 
artificiais; 
- Anti-histamínicos tópicos, AINEs, 
estabilizadores de mastócitos ou 
uma combinação deles; 
 Corticoides tópicos ou ciclosporina para 
casos recidivantes; 
 Anti-histamínicos orais, se necessário. Útil 
em casos moderados e graves, 
principalmente quando o paciente 
apresentar outros sinais e sintomas 
alérgicos, como por exemplo rinorreia. 
ANTIBIÓTICOS? Não há indicação! 
Conjuntivite Neonatal? 
SIM! Temos casos assim! É uma inflamação 
da conjuntiva desenvolvida no primeiro mês de 
vida! 
Costuma haver infecção no canal de parto. 
As principais causas incluem: Chlamydia 
trachomatis, estafilococos e outras bactérias 
Gram-negativas. Neisseria gonorrhoeae e vírus 
herpes simples também podem estar envolvidos 
(+ raros). 
Ainda há a possibilidade de 
desenvolvimento da CONJUNTIVITE QUÍMICA 
NEONATAL  causada pelo nitrato de prata 
tópico, utilizado para profilaxia da oftalmia 
gonocócica! 
A conjuntivite por Chlamydia trachomatis é 
a causa mais comum de conjuntivite neonatal. 
Sua apresentação pode variar de conjuntivite 
leve, com secreção mucopurulenta mínima, até a 
forma grave, com edema de pálpebras, secreção 
abundante e formação pseudomembranosa. 
A conjuntivite Gonocócica, causada pela 
Neisseria gonorrhoeae, manifesta-se em geral 
nos primeiros dias após o nascimento. Sua 
apresentação ocorre através de hiperemia 
conjuntival leve até quemose grave e secreção 
copiosa. É um quadro GRAVE! Pode evoluir com 
ulceração corneana rápida e perfuração da 
córnea! 
Tratamento 
Conjuntivite química: suspender o agressor, 
não instituir nenhum tratamento específico e 
reavaliar em 24 horas. 
Conjuntivite por clamídia: terapia sistêmica! 
A recomendação é pela eritromicina, 12,5 mg/kg, 
VO, de 6h/6h por 2 semanas, ou azitromicina, 20 
mg/kg, VO, 1 vez/dia durante 3 dias. 
Conjuntivite gonocócica: devem ser tratadas 
com ceftriaxona 25 a 50 mg/ kg, IM ou IV, dose 
única, ou cefotaxima, 100 mg/kg, IM ou IV, 
mesmo antes da confirmação dos testes. Após 
instituir ATB sistêmico, suspender os tópicos! 
Além disso, é recomendada lavagem com 
soro fisiológico 4x/dia. 
Conjuntivite herpética: acompanhamento 
com oftalmologista + tratar por via sistêmica com 
aciclovir 20 mg/kg a cada 8h, por 14 a 21 dias. 
Conjuntivites Autoimunes 
Síndrome de Stevens-Johnson - SSJ 
Reação de hipersensibilidade cutânea grave 
farmacoinduzida. 
A doença manifesta-se com início agudo de 
febre, erupção cutânea, vermelhidão ocular, mal-
estar, artralgias e sintomas do trato respiratório. 
Sinais sistêmicos? Lesões cutâneas “em 
alvo” principalmente em mãos e pés! Também há 
estomatite ulcerativa e formação de crostas 
hemorrágicas no lábio. 
O tratamento: na fase aguda podemos 
utilizar lubrificantes sem conservantes, géis e 
pomadas. Esteroides tópicos? Controverso! As 
complicações tardias serão tratadas de acordo 
com sua evolução e grau de severidade (lágrimas 
artificiais, pomadas lubrificantes, crioterapia, 
epilação, reparo cirúrgico, etc.).
Pálpebras 
Hordéolo 
É um edema agudo palpebral localizado, 
geralmente decorrente de uma infecção 
estafilocócica do folículo piloso de um cílio e sua 
glândula de Zeis associada. 
Cursa com sinais flogísticos, como 
hiperemia e calor local, e o paciente costuma 
queixar-se de dor localizada. É possível observar 
o surgimento de material mucopurulento. 
 
Tratamento 
O tratamentoinclui a recomendação de 
compressas mornas 4x/dia por 10 a 15 minutos, 
com massagem suave sobre a lesão; antibiótico 
tópico se houver drenagem de material 
mucopurulento; considerar terapia sistêmica com 
doxiciclina 100 mg 2x/dia. 
PIORA DO QUADRO mesmo após 
tratamento clínico?!? INCISÃO + DRENAGEM do 
hordéolo! 
Calázio 
É uma nodulação palpebral crônica, 
secundária à obstrução (não infecciosa) de uma 
glândula meibomiana ou de Zeis. Diferentemente 
do hordéolo, não apresenta sinais flogísticos. 
Tende a evoluir com formação de um 
nódulo indolor. 
 
Tratamento 
O tratamento inicial é com compressas 
mornas 4x/dia por 10 a 15 minutos, com 
massagem suave sobre a lesão. Se após 3 a 4 
semanas de tratamento clínico apropriado não 
houver melhora, o calázio pode ser removido 
cirurgicamente através de incisão e curetagem 
Blefarite 
É uma inflamação das margens palpebrais 
que pode ser aguda ou crônica. Os casos agudos 
estão relacionados a infecção bacteriana. Os 
casos crônicos geralmente são não infecciosos, 
associados com disfunção das glândulas 
meibomianas. 
Os sintomas comuns a todas as formas de 
blefarite incluem coceira e ardor das margens 
das pálpebras, irritação conjuntival com 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
lacrimejamento, fotossensibilidade e sensação de 
corpo estranho. 
 
Tratamento 
O tratamento inclui uma higienização diária 
das pálpebras com xampu infantil e compressas 
mornas. Nos quadros agudos e pacientes 
sintomáticos, podem ser usadas pomadas 
antibióticas e colírio de corticoide. Em pacientes 
com blefarite crônica, uma tetraciclina (p. ex., 
doxiciclina, 100 mg, VO, 2x/dia, reduzida ao longo 
de 3 a 4 meses) também pode ser eficaz no 
tratamento. 
Córnea 
Ceratites 
As ceratites formam um grupo de doenças 
que cursa com inflamação corneana aguda. São 
consideradas uma emergência oftalmológica, pois 
podem evoluir rapidamente com destruição 
corneana. 
Podem ser subdivididas em infecciosas e 
não infecciosas. 
O paciente com ceratite costuma 
apresentar-se com olho vermelho, dor ocular 
significativa, fotofobia intensa, blefaroespasmo e 
redução da acuidade visual. Nas de causa 
bacteriana pode haver secreção mucopurulenta. 
Há presença de opacidades esbranquiçadas 
corneanas, que geralmente coram com 
fluoresceína. 
As CAUSAS de ceratites são diversas: 
bacteriana (+ comum), fúngica, amebiana ou 
herpética. O tratamento de cada uma inclui o uso 
de colírio com agentes específicos de cada causa 
(colírio com antibacteriano ou antifúngico ou 
aciclovir, etc.), uso de colírios cicloplégicos em 
causas bacterianas e AINEs quando houver 
presença de dor! 
 
 
Úlcera corando com fluoresceína. 
Episclerite 
É uma inflamação da episclera, ocorrendo 
como uma resposta imunológica de 
hipersensibilidade. Tem caráter benigno e 
autolimitado, podendo ser recorrente. CAUSA? 
Idiopática! Embora também possa ter etiologia 
infecciosa. 
Apresenta-se com quadro unilateral de 
hiperemia ocular localizada e dor leve a 
moderada, sem secreção associada. 
Tratamento 
É frequentemente desnecessário, sendo um 
quadro autolimitado, com resolução espontânea 
em 1 a 2 semanas. MAS, podemos utilizar colírios 
vasoconstritores e lágrimas artificiais. 
Anti-inflamatório não esteroide via oral 
também pode ser utilizado para diminuir os 
sintomas. 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Uveíte Anterior 
Localizada primariamente no segmento 
anterior do olho, pode ser dividida em irite 
(inflamação isolada na câmara anterior) e 
iridociclite (inflamação na câmara anterior e no 
corpo vítreo anterior). 
As uveítes agudas duram semanas ou 
poucos meses, e terminada a crise, desaparecem. 
Nas uveítes crônicas, a inflamação dura meses ou 
anos, sem seu desaparecimento completo entre 
os períodos de exacerbação. 
Também podem ser divididas em 
granulomatosa e não granulomatosa. Uveíte 
granulomatosa é caracterizada pela tendência à 
formação de nódulos de íris (Koeppe ou Bussaca) 
e precipitados ceráticos “mutton fat”. Uveíte não 
granulomatosa tem pequena ou nenhuma 
tendência à formação tanto de nódulos quanto 
de precipitados ceráticos. 
 Uveítes não granulomatosas: SÃO AS + 
COMUNS; podem estar associadas à 
espondiloartropatias soronegativas ou AIJ! 
 Uveíte granulomatosas: costumam estar 
associadas à sarcoidose ou sífilis! 
TODAS as uveítes anteriores tem GRANDE 
ASSOCIAÇÃO com doenças sistêmica, 
especialmente as DOENÇAS REUMATOLÓGICAS. 
 Espondiloartropatias soronegativas: as 
espondiloartropatias soronegativas 
representam mais de 50% dos casos de 
uveíte anterior e incluem as uveítes 
anteriores relacionadas ao HLA-B27, 
síndrome de Reiter, doença intestinal 
inflamatória, espondilite anquilosante e 
artrite psoriática. A uveíte anterior aguda 
associada a HLA-B27 é tipicamente 
unilateral, grave, recidivante e vinculada a 
uma incidência maior de sinéquias 
posteriores. 
Síndrome de Reiter? Consiste numa artrite 
reativa asséptica, inflamatória, desenvolvida 
secundária a uma infecção extra-articular 
primária, em sitio uretral e conjuntival. Uveíte 
anterior aguda ocorre em 12% destes pacientes. 
Na espondilite anquilosante, a uveíte 
anterior aguda ocorre em 25% dos pacientes. 
 Artrite idiopática juvenil (AIJ): a AIJ é a 
doença mais comum associada à uveíte 
anterior na infância. A manifestação 
pauciarticular (comprometimento de 4 ou 
mais articulações) é responsável por 60% 
dos casos e, nesse grupo, a uveíte está 
presente em 20% das crianças. Diferente 
de outras doenças, a uveíte anterior 
manifesta-se de forma assintomática 
nesses pacientes, sendo detectada em 
exames de rotina. A uveíte costuma ser 
crônica e não granulomatosa, e o olho 
mantém-se “branco” mesmo na presença 
de inflamação grave. É bilateral na maioria 
dos casos; 
 Sarcoidose: a uveíte é a manifestação 
ocular mais comum da sarcoidose. A uveíte 
anterior aguda afeta pacientes com 
sarcoidose de início agudo. A uveíte 
anterior crônica tende a ser 
granulomatosa, manifestando-se com 
nódulos de íris e sinéquias periféricas. 
Cerca de 75% dos pacientes terão uveíte 
anterior em algum momento! 
 Síndrome de Behçet: a síndrome de 
Behçet é uma vasculite rara que 
geralmente se apresenta com a tríade: 
úlceras orais + úlceras genitais + uveíte. A 
doença ocular costuma ser bilateral, sendo 
a uveíte anterior aguda uma de suas 
manifestações. A uveíte anterior costuma 
estar associada a um hipópio (pus na 
câmara anterior) móvel transitório. 
Sintomatologia clássica da uveíte anterior: 
início súbito de dor ocular intensa unilateral, 
fotofobia e lacrimejamento; hiperemia conjuntival 
e límbica; miose, borramento visual, redução da 
pressão intraocular (PIO), hipópio (pus), 
precipitados ceráticos, sinéquias posteriores. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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Precipitados ceráticos. 
Tratamento 
O tratamento da uveíte anterior é baseado 
em alguns pilares: 
1. Cicloplégico tópico: tem como objetivo 
aliviar a dor do paciente e prevenir a 
formação de sinéquias posteriores. Os 
mais usados são: atropina 1% e 
ciclopentolato 1%, usados 2x/dia; 
2. Esteroide tópico: constitui a base do 
tratamento, agindo como um potente anti-
inflamatório. O mais usado é o acetato de 
prednisolona 1%; 
3. Esteroide sistêmico ou terapia 
imunossupressora: considerar se não 
houver melhora com os esteroides tópicos; 
4. Terapia específica: se for determinada a 
etiologia exata da uveíte anterior, realizar 
tratamento sistêmico específico. 
COMO REALIZAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
COM GLAUCOMA de ÂNGULOFECHADO?!? 
GLAUCOMA  PIO aumentada (>40); pupila em 
midríase, dor ocular, hiperemia pericerática, 
embaçamento visual; 
O que causa o glaucoma? Condições que causam 
midríase ocular  Uso de colírios midriáticos, 
derivados da sulfa, agonistas beta-adrenérgicos, 
anticolinérgicos, anti-histamínicos, 
antidepressivos, triciclos, hidroclorotiazida e 
topiramato; 
Tratamento do glaucoma?!? Manitol ou 
acetozolamida, pilocarpina (PIO<40), timolol / 
corticoide 
UVEÍTE ANTERIOR  PIO reduzida, pupila em 
miose. 
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Mapa Mental sobre Ectásias Corneanas 
 
 
 
 
 
 
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Mapa Mental sobre Afecções do Cristalino 
 
 
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Resumo didático 
 
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Referências 
Estratégia MED. Oftalmologia. Síndrome do 
Olho Vermelho. Curso Extensivo. 2023.

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