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Teoria Geral do Estado - Aula 01 - Gustavo Muzy

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1 
Sumário 
CONCEITO DE ESTADO .......................................................................................................................... 2 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO ESTADO ........................................................................ 3 
DIFERENÇA ENTRE ESTADO E NAÇÃO ........................................................................................... 7 
ESTADOS ANTIGOS E ESTADOS MODERNOS ............................................................................. 8 
 
 
CONCEITO DE ESTADO 
 
O conceito de Estado é um dos mais importantes para o Direito Constitucional, uma vez 
que a Constituição, na verdade, cuida justamente da organização do Estado, definição 
de sua estrutura e exercício de seus poderes. Além disso, impossível falar-se em 
Constituição sem a existência de um Estado para respeitá-la e fazê-la cumprir. Por isso 
que Constituição e Estado são conceitos intimamente relacionados e de uma certa forma, 
interdependentes. 
 
Tanto que, comumente, nas faculdades de Direito, costuma-se anteceder o estudo do 
Direito Constitucional com o estudo das normas gerais relativas ao Estado. 
 
Primeiramente, deve-se ter em mente que o termo “Estado” aqui será usado 
especialmente como sinônimo de País, e não de Estado-Membro. Assim, fala-se em 
Estado Brasileiro, Estado Alemão, etc . Já a expressão “Estado-Membro” é usado para 
indicar as entidades componentes de uma Federação. Nesse último sentido é que 
falamos do Estado de São Paulo, do Rio de Janeiro, Bahia, etc. 
 
Embora vários sejam os conceitos que possam ser dados para o Estado, uma das 
prestigiadas é a de Max Weber, segundo quem “o Estado é uma instituição política que, 
dirigida por um governo soberano, detém o monopólio da força física, em determinado 
território, subordinando a sociedade que nele vive.” 
 
A partir dessa definição, podemos extrair aquilo que é o chamado de elementos ou 
componentes do Estado. 
 
 
 
 
 
3 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO ESTADO 
 
Normalmente consideram-se que são quatro os elementos caracterizadores do Estado, 
sendo que todos devem estar presentes para que o mesmo possa ser considerado como 
tal. Esses elementos são: povo, território, poder e soberania. 
 
Na falta de algum desses elementos essenciais, considera-se que não haja um Estado 
de fato, mas sim o que se costuma chamar de um quase-Estado. 
 
Importante notar que alguns autores costumam identificar somente 3 (três) elementos 
caracterizadores do Estado, pois colocam como integrantes do mesmo elemento o poder 
e a soberania, explicitando que o primeiro diz respeito às relações jurídicas internas do 
Estado e o segundo às suas relações externas. Para maior clareza, porém, adotou-se a 
divisão quádrupla que veremos a seguir. 
 
a) Povo: é o elemento humano do Estado, sendo formado pelo conjunto de seus súditos, 
normalmente chamado de nacionais. Obviamente, não há Estado sem pessoas, uma vez 
que o próprio Estado não existe no mundo natural, sendo eminentemente uma 
construção da razão humana. 
 
Não se deve confundir o povo com um ajuntamento qualquer de pessoas em um local, 
o qual pode ser chamado de população. Isso porque o povo constitui-se em um conjunto 
de pessoas que estão sob um mesmo ordenamento jurídico, que estão sob a autoridade 
do Estado a que pertencem, não podendo ser entendido fora dessa dimensão jurídica. 
Nesse sentido, observa Jorge Miranda que “o povo não pode conceber-se senão como 
realidade jurídica, tal como a organização não pode deixar de ser a organização de 
certos homens, os cidadãos ou súditos do Estado” . 
 
4 
 
Por outro lado, e até em função disso, deve-se notar que aquelas pessoas que somente 
estão temporariamente no território nacional, ou que ali permanecem sem vinculação 
jurídica com o Estado, não fazem parte de seu povo, sendo normalmente chamados de 
estrangeiros. 
 
O vínculo jurídico que se estabelece entre o Estado e seu povo decorre da nacionalidade, 
a qual dota a ambas as partes de direitos e obrigações recíprocos, sendo que cabe a 
cada País definir os critérios para alguém seja seu nacional . 
 
b) Território: o território é o espaço físico ocupado pelo povo do Estado. Define a sua 
extensão física, o local onde o Estado exercerá o seu poder de forma soberana. Todo 
Estado precisa ter um território onde exercerá seu poder e sua soberania. 
 
Desta forma, observam Daury Cesar Fabriz e Cláudio Fernandes Ferreira que “é no espaço 
territorial que os homens reunidos em comunidade se assumem em sociedade política, 
compartilhando um objetivo político comum” . 
 
Existem casos de povos que, embora possuam uma forte ligação de identificação entre 
si, não possuem um território que lhes pertença de direito, sendo que, desta forma, não 
possuem um Estado, constituindo somente uma nação. 
 
Importante observar que o território abrange, além do espaço terrestre, também o 
espaço aéreo, o subsolo e o denominado “mar territorial”, o qual compreende uma faixa 
de águas costeiras de até 12 milhas náuticas (22 quilômetros) a partir do litoral, medida 
da linha de baixa-mar, a chamada maré baixa). 
 
 
5 
A definição dos territórios de cada Estado pode ser feita por meio de tratados 
internacionais, especialmente com países vizinhos, ou por meio da consolidação de uma 
situação fática, com o passar do tempo, embora conflitos envolvendo delimitações de 
território não sejam incomuns. 
 
c) Poder ou Governo: o poder ou governo pode ser definido capacidade do Estado de 
gerir-se, de criar leis e fazê-las cumprir pelos seus súditos e por todos aqueles que 
estejam em seu território. No exercício do poder, o Estado detém o que se chama de 
monopólio da força, que é a possibilidade, que só o Estado tem, de usar da coação física 
para assegurar o cumprimento da lei, o que se manifesta, por exemplo, na possibilidade 
de prender criminosos ou de penhorar bens para pagamento de dívidas de credores. 
 
O conjunto de normas criadas e aplicadas pelo Estado é denominado de ordenamento 
jurídico, o qual encontra sua base fundamental justamente na Constituição Federal – ou 
Constituição Nacional, no caso dos Estados Unitários. 
 
A não capacidade de exercício de Governo descaracteriza o Estado, que passa a 
constituir-se então um mero ajuntamento de pessoas, ainda que possuam objetivos, 
características ou atividades em comum. Assim, por exemplo, um conjunto de clãs 
independentes que habitem uma determinada região comum não constituirão um 
Estado, se não houver uma ligação jurídica que os una sob uma mesma autoridade. 
 
É justamente o Poder ou Governo, como elemento formador do Estado, que demonstra 
a estreita relação entre Direito e Estado, uma vez que este não existe sem aquele, e 
aquele é produto deste e depende do mesmo para ser aplicado efetivamente. 
 
d) Soberania: representa a independência do Estado em relação a outros Estados. Ela 
pode ser vista sob duas óticas: a interna e a externa. 
 
6 
 
Internamente, relaciona-se a soberania com a exteriorização da vontade popular, base 
do regime democrático, permitindo que o Estado determine suas escolhas e aprove a 
aplique suas leis com exclusividade em seu território, sem interferências externas, 
fazendo com que seu ordenamento jurídico seja o único a ser aplicado em seus limites, 
exceto quando, por ato voluntário, permita de forma excepcional a aplicação do direito 
estrangeiro em seu próprio território. 
 
Externamente, a soberania manifesta-se nas relações do Estado com outros Estados 
soberanos, por meio de decisões independentes e que permitam defender 
prioritariamente os interesses de seus próprios cidadãos. 
 
De acordo com o Direito Internacional, um Estado só será considerado como tal se 
conseguir o reconhecimento de sua soberania por parte dos demais países. É por isso 
que uma das primeiras providências tomadas por alguma região que declara sua 
independênciade um Estado é a tentativa de obter o reconhecimento internacional, uma 
vez que enquanto tal não ocorrer, qualquer tentativa de criação de um novo Estado será 
vista como uma luta interna promovida por um movimento rebelde. 
 
Deve-se destacar, por outro lado, que os chamados protetorados – que antigamente 
costumavam receber o nome de “colônias” – não possuem soberania no sentido estrito 
do termo, estando subordinados à autoridade e proteção de um Estado estrangeiro, 
particularmente no que se refere à política externa, embora normalmente possua 
autonomia para organizar seu próprio governo. 
 
Por conta disso, os protetorados não são considerados Estados, no sentido técnico da 
palavra. Um exemplo de protetorado é Porto Rico, o qual se submete à proteção norte-
americana, sendo considerado um “território não incorporado” dos Estados Unidos. 
 
7 
DIFERENÇA ENTRE ESTADO E NAÇÃO 
 
Embora muitas vezes sejam termos tomados como sinônimos, tecnicamente não se deve 
confundir Estado com Nação. Enquanto o Estado foi conceituado acima, a Nação pode 
ser definida como um agrupamento de pessoas que possuem entre si laços que 
identificam essas pessoas entre si e as diferenciam dos demais agrupamentos humanos. 
 
Ou seja, numa nação, seus indivíduos possuem uma relação que os individualiza e 
permite que os mesmos sejam considerados como um grupo específico e distinto. Esses 
laços podem ser, entre outros: um idioma específico comum, mesmas características 
étnicas, costumes semelhantes, uma mesma religião, entre outros. 
 
Desta forma, podem existir nações que não constituem um Estado organizado, por lhe 
faltar algum dos elementos estudados no item anterior, como ocorre atualmente com 
os curdos e até, 1947, com os judeus. 
 
Por outro lado, pode também ocorrer de, em um mesmo Estado, existirem nações 
distintas, mas que estão subordinadas ao mesmo ordenamento jurídico. Nesse sentido, 
costuma-se falar em diversas “nações indígenas” que habitam a Amazônia. 
 
Da mesma maneira, pode haver nações que se subdividem em mais de um Estado, como 
se pode falar, por exemplo, dos povos bálticos, que apesar de compartilharem de 
diversas características comuns, formam diversos países no leste da Europa. 
 
 
8 
ESTADOS ANTIGOS E ESTADOS MODERNOS 
 
Embora os Estados existam desde a Antiguidade, houve profundas mudanças em sua 
organização ao longo do tempo e especialmente na relação entre esses e o povo. 
 
Os Estados antigos caracterizavam-se entre outras coisas, por serem normalmente 
autocráticos, com o poder concentrado fortemente nas mãos de uma única pessoa ou 
de um pequeno grupo, excluindo-se a maior parte do povo das decisões políticos. 
 
Além disso, normalmente se utilizavam da religião como instrumento de legitimação do 
poder, não havendo, na maioria das vezes, clara distinção entre política e religião. 
 
Outra característica marcante dos Estados antigos é a sobrevalorização do coletivo em 
detrimento do individual, sendo que o indivíduo somente tendia a ser visto como parte 
do todo maior, havendo pouco espaço para liberdades individuais, como a religiosa, de 
pensamento ou mesmo a econômica. 
 
No século XVIII começam a se consolidar o que se convencionou chamar de Estados 
Modernos, os quais, em contraposição aos Estados absolutistas de então, especialmente 
na Europa tinham na participação popular e na defesa das liberdades individuais duas 
de suas principais características. 
 
A separação entre Governo e Igreja também é sempre realçada como uma das 
peculiaridades do Estado Moderno. 
 
 
9 
Na idade contemporânea, o Direito passa a substituir a religião como fonte de 
legitimação do poder, o qual entende-se pertencente ao povo, e não mais ao 
governante, como antes se assumia. 
	CONCEITO DE ESTADO
	ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO ESTADO
	DIFERENÇA ENTRE ESTADO E NAÇÃO
	ESTADOS ANTIGOS E ESTADOS MODERNOS

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