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Tópico 1 - Fundamentos da metodologia científica

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Fundamentos da metodologia científica
Apresentação
O conhecimento científico se distingue de outros tipos de conhecimento, como os do senso 
comum, e o de fé, pela forma como aborda os problemas relacionados aos fatos e fenômenos que 
os pesquisadores investigam. Assim, baseados em teorizações pertinentes de suas áreas 
científicas, são realizadas pesquisas que procuram seguir métodos rigorosos e técnicas ao longo de 
seus processos, dando legitimidade e objetividade aos resultados obtidos que compõem os 
relatórios produzidos pelos pesquisadores. Para que sejam validadas no universo científico, porém, 
as pesquisas científicas devem atender a normativas e diretrizes sobre os aspectos de 
planejamento, aplicação, redação textual e apresentação. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre os princípios que fundamentam a 
elaboração de pesquisas científicas, seus métodos, procedimentos técnicos e normativas 
necessárias para que cumpram com o rigor do conhecimento científico.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as características de uma pesquisa científica.•
Identificar a aplicação dos diferentes métodos e técnicas de pesquisa.•
Aplicar as diretrizes metodológicas e normativas na produção e na apresentação do 
conhecimento científico.
•
Desafio
Ao definir ou se apropriar do método de pesquisa utilizado na ciência na qual é afiliado, cabe ao 
pesquisador selecionar técnicas de coleta de dados que se alinhem com os objetivos que pretende 
analisar e com o problema que pretende responder com a elaboração da pesquisa. 
Coloque-se no lugar de Rodrigo e, baseado nos estudos acerca da adequação necessária entre 
métodos e técnicas de pesquisa, comente sobre a situação do instrumento de coleta de dados 
utilizado, propondo soluções para o impasse apresentado.
Infográfico
Para ser legitimada pelo campo das ciências, uma pesquisa precisa, obrigatoriamente, atender a 
requisitos formais de planejamento, aplicação, redação e apresentação de seus resultados. Esses 
aspectos se aliam aos métodos científicos adotados pelo pesquisador.
No Infográfico a seguir, você conhecerá as cinco principais características de uma pesquisa 
científica.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/13670565-9c37-4cab-b12c-1f324e97629e/6e9d78a3-6d5b-4235-9e1c-c133701d204f.png
Conteúdo do livro
A produção de pesquisas científicas é um processo que envolve etapas de tomada de decisão, 
planejamento, execução, análise e produção de relatórios. Ao longo dessas etapas, devem ser 
atendidos aspectos formais relativos a métodos, técnicas, normas e diretrizes particulares de cada 
ciência. Assim, cabe ao pesquisador conhecer essas regras, para que sua pesquisa científica venha a 
se tornar objetiva, precisa e alinhada com a fundamentação teórica pertinente e, no caso brasileiro, 
com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para que possa redigir e 
apresentar os documentos de suas pesquisas em anais de eventos, revistas impressas e periódicos 
científicos on-line.
No capítulo Fundamentos da metodologia científica, da obra Método da pesquisa científica em 
ciências da religião, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os princípios que 
regem uma pesquisa científica e como elas se caracterizam e devem ser estruturadas, obedecendo 
critérios validados pela ciência. Também aprenderá sobre os métodos, técnicas e normas que 
envolvem a produção científica.
Boa leitura.
MÉTODO DA 
PESQUISA 
CIENTÍFICA EM 
CIÊNCIAS DA 
RELIGIÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
> Reconhecer as características de uma pesquisa científica.
> Identificar a aplicação dos diferentes métodos e técnicas de pesquisa.
> Aplicar as diretrizes metodológicas e normativas na produção e na apre-
sentação do conhecimento científico.
Introdução
A pesquisa científica reveste-se de características particulares em busca da 
produção de conhecimento. Essas características exigem objetividade, precisão, 
impessoalidade e rigor metodológico. Para que esses elementos possam ser evi-
denciados nas pesquisas produzidas pela ciência, é necessário o estabelecimento 
de padrões, diretrizes e normas que possam instrumentalizar os pesquisadores 
em sua aplicação, redação e apresentação de seus resultados. No Brasil, essas 
normativas aplicadas em instituições de ensino superior costumam seguir as 
sugestões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2020), as quais 
também são amplamente aceitas para a publicação de trabalhos científicos em 
periódicos impressos ou on-line (artigos, monografias, dissertações, teses). 
Neste capítulo, você aprenderá sobre as características que compõem uma 
pesquisa científica, identificando os métodos que podem ser utilizados, bem como 
as técnicas que contribuem para o alcance dos resultados almejados. Também 
conhecerá as diretrizes e a normativa que orientam a produção e apresentação 
do conhecimento científico desenvolvido em pesquisas.
Fundamentos 
da metodologia 
científica
Pablo Rodrigo Bes
Pesquisa científica
Desde as suas primeiras interações no campo social, o ser humano utiliza a 
pesquisa como um processo de observação, análise e aprendizagem a partir 
do exercício do pensamento reflexivo que essas experiências possibilitam 
desenvolver. Contudo, o ato de pesquisar associado com a vontade e neces-
sidade de aprender pode valer-se de outros tipos de conhecimento, como o 
senso comum — ou conhecimento vulgar/popular —, o conhecimento filosófico/
religioso e o conhecimento científico.
O conhecimento científico relaciona-se com a ciência que, por sua vez, 
pode ser entendida como “[…] todo um conjunto de atitudes e de atividades 
racionais, dirigido ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz 
de ser submetido à verificação” (TRUJILLO FERRARI, 1974, p. 8). Assim, cabe 
pontuar que a ciência costuma seguir as etapas do método científico proposto 
por Descartes no século XVII, reforçada por pesquisadores de vários campos 
científicos ao longo das décadas posteriores, chegando ao conceito conhecido 
na contemporaneidade, que ainda conserva muitas de suas características 
iniciais. 
O filósofo Renée Descartes, com a obra O discurso do método, pu-
blicada em 1637, fundou o método científico, baseando-se na ideia 
da dúvida, em que a verdade somente poderia ser comprovada a partir da 
aplicação de procedimentos rigorosos e racionais de experimentação. Para 
ele, não se admitia como verdadeiro o que não pudesse ser deduzido com a 
aplicação de algum método racional, matemático, o que hoje é conhecido como 
método cartesiano. 
A pesquisa científica possui um rigor específico relacionado com estrutura, 
diretrizes e normativas de produção específicas das ciências, com base em 
métodos considerados científicos que devem ser aplicados, obrigatoria-
mente, para que essas pesquisas sejam legitimadas e validadas no universo 
científico. Dessa forma, podemos entender a pesquisa científica como um 
“[…] procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite 
descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do 
conhecimento” (ANDER-EGG, 1978, p. 28). 
Logo, a pesquisa científica propõe a análise de seus objetos a partir do 
desenvolvimento do senso crítico, que ocorre por meio da investigação de 
teorias existentes em diversos campos das ciências. Marconi e Lakatos (2003, 
p. 155) definem a pesquisa científica como “[…] um procedimento formal, com 
Fundamentos da metodologia científica2
método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se 
constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades 
parciais”. Assim, a pesquisa científica procura, a partir da aplicação de seus 
procedimentos metodológicos e das suas etapas pertinentes, possibilitar a 
reflexão frente às teorias que a fundamentam, alémde conhecer o objeto 
pesquisado e, sobre ele, produzir uma verdade científica que será utilizada 
em área específica. Com base no que aprendemos até o momento, é possível 
apontar algumas das características principais de uma pesquisa científica 
(GIL, 2002; MARCONI; LAKATOS, 2003; TRUJILLO FERRARI, 1974):
 � objetiva;
 � formal;
 � impessoal;
 � racional;
 � sistemática;
 � verificável;
 � empírica.
Uma das principais características da pesquisa científica é a busca pela 
definição da verdade sobre os fatos ou objetos pesquisados, desconsiderando 
os aspectos sensoriais e emocionais do pesquisador ao longo do processo 
de preparação e aplicação. Assim, entende-se que o pesquisador deva ser 
neutro, atendo-se à produção do senso crítico. Trujillo Ferrari (1974) destaca 
que a pesquisa científica possui como principais características: 
 � ser objetiva, procurando descrever a realidade observada de forma 
isenta aos desejos do pesquisador, perseguindo os objetivos iniciais 
que foram previamente estipulados na preparação da pesquisa; 
 � ser racional, valendo-se da razão, ou seja, do processo reflexivo perante 
as teorizações que fundamentam o campo teórico do pesquisador, e 
não das emoções ou sensações; 
 � ser sistemática, por valer-se de um método específico, um sistema de 
ideias organizadas, um processo a ser posto em prática, devidamente 
planejado por ocasião da elaboração de seu projeto inicial;
 � ser verificável, pois procura demonstrar a veracidade das informa-
ções por meio de seus testes, da coleta e análise dos dados e demais 
procedimentos aplicados.
Fundamentos da metodologia científica 3
Pela utilização do método científico, predominante em sua execução, 
a pesquisa científica pode ser vista como uma teoria da investigação que, 
sobretudo, aplica-se a problemas empíricos, que ocorrem de forma prática 
e objetiva, devendo ser verificados de forma impessoal pelo pesquisador. 
Sobre esse aspecto, Gil (2002, p. 28) comenta que:
[…] os problemas científicos não devem referir-se a valores. Não será fácil, por 
exemplo, investigar se “filhos de camponeses são melhores que filhos de operários” 
ou se “a mulher deve realizar estudos universitários”. Estes problemas conduzem 
inevitavelmente a julgamentos morais e, consequentemente, a considerações 
subjetivas, invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a obje-
tividade como uma das mais importantes características.
Assim, o caráter empírico das pesquisas, também conhecidas como pes-
quisas de campo, propõe a objetividade a partir de uma sequência de etapas 
a serem seguidas, que envolvem experiências, observações e coleta de dados. 
Esses procedimentos são muito utilizados em trabalhos científicos voltados 
para o universo acadêmico, como artigos, monografias, dissertações e teses. 
Pelas características que possui e pelo rigor metodológico que requer, a 
pesquisa científica costuma apresentar, segundo Marconi e Lakatos (2003), 
algumas etapas específicas que envolvem: preparação, produção das fases 
da pesquisa, execução da pesquisa e escrita do relatório da pesquisa. No 
Quadro 1, é possível observar os componentes de cada uma dessas etapas.
Quadro 1. Etapas da pesquisa científica
Preparação da pesquisa 1. Decisão
2. Especificação dos objetivos
3. Elaboração de um esquema
4. Constituição da equipe de trabalho
5. Levantamento de recursos e 
cronograma
Fases da pesquisa 1. Escolha do tema
2. Levantamento de dados
3. Formulação do problema
4. Definição dos termos
5. Construção de hipóteses
6. Indicação de variáveis
7. Delimitação da pesquisa
8. Amostragem
9. Seleção de métodos e técnicas
10. Organização do instrumental de 
pesquisa
11. Teste de instrumentos e 
procedimentos
Fundamentos da metodologia científica4
Execução da pesquisa 1. Coleta de dados
2. Elaboração dos dados
3. Análise e interpretação dos dados
4. Representação dos dados
5. Conclusões
Relatório da pesquisa Escrita do relatório da pesquisa
Fonte: Adaptado de Marconi e Lakatos (2003).
O processo de planejamento geral de uma pesquisa científica envolve 
um esforço de preparação que a antecede, em que são tomadas decisões 
importantes que irão delinear os passos futuros, principalmente em relação 
à definição dos objetivos que o pesquisador pretende atingir. Acrescenta-se 
a isso o desenho geral da pesquisa, a criação da equipe que a colocará em 
prática, o levantamento dos recursos necessários e a confecção do crono-
grama com as suas etapas.
Na fase da pesquisa, o tema que será abordado é definido e delimitado, 
o levantamento de dados é realizado, o problema de pesquisa é formulado, 
assim como os termos de sua aplicação e as hipóteses que previamente o 
pesquisador julga serem possíveis de serem observadas. Pode ser realizada 
uma amostragem acerca do objeto a ser pesquisado, selecionam-se os méto-
dos mais adequados, bem como as técnicas de pesquisa que serão utilizadas, 
organizando todo o instrumental que será posto em funcionamento ao longo 
do processo.
Ao longo da execução da pesquisa, os dados são coletados e passam 
a ser analisados e interpretados. Também são construídas suas represen-
tações, facilitando o entendimento das informações e convertendo-as em 
conhecimento. Como produto final da pesquisa, o relatório costuma detalhar 
todos os passos e achados relativos aos objetivos propostos naquela ciência 
específica. Esse esquema geral do planejamento de uma pesquisa científica 
pode ser alterado de acordo com as técnicas e os métodos utilizados que, 
por sua vez, relacionam-se com as diretrizes da ciência específica sobre a 
forma que seus pesquisadores devem atuar. 
Métodos e técnicas de pesquisa
É importante pontuar que não pode haver ciência, pelas próprias caracterís-
ticas que aprendemos sobre a pesquisa científica, sem a devida adoção de 
um método científico específico, uma vez que:
Fundamentos da metodologia científica 5
[…] o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior 
segurança e economia, permite alcançar o objetivo — conhecimentos válidos e 
verdadeiros —, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando 
as decisões do cientista (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 83). 
Nesse caso, o método se encarrega de garantir que os objetivos alcançados 
sejam, de fato, científicos, ou seja, legitimados e aceitos pela ciência na qual 
o pesquisador atua. 
Os métodos podem ser divididos de forma mais ampla a partir da aborda-
gem dos fenômenos e fatos pesquisados, bem como de forma mais restrita 
e relacionada com os objetivos da investigação a partir dos procedimentos 
a serem adotados. Por meio dessas tipologias, é possível verificar o quanto 
os métodos utilizados propõem técnicas particulares que se associam com 
as suas características. A tipologia do método de pesquisa a partir de sua 
abordagem dos problemas a serem pesquisados, de acordo com Marconi e 
Lakatos (2003), possui a seguinte classificação: método indutivo, método 
dedutivo, método hipotético-dedutivo e método dialético.
O método indutivo “[…] cuja aproximação dos fenômenos caminha geral-
mente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais 
particulares às leis e teorias (conexão ascendente)” (MARCONI; LAKATOS, 
2003, p. 106). É o método que costuma partir das questões mais particulares 
acerca do objeto ou fenômeno estudado para os pontos mais abrangentes e 
universais que existem nas teorias científicas sobre eles. Costuma valer-se 
de três fases: a observação dos fenômenos, a descoberta da relação entre 
eles e a consequente generalização dessas relações. 
O método dedutivo, por sua vez, procede no sentido inverso ao indutivo, 
pois “[…] partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência 
dos fenômenos particulares (conexão descendente)” (MARCONI; LAKATOS, 
2003, p. 106). Assim, a argumentação dedutiva procurará nas teorias científicas 
existentes na área pesquisada reforçar as premissas que o pesquisador traça 
sobre o objeto estudado, validando-as.
No métodohipotético-dedutivo, ampliam-se as possibilidades do método 
dedutivo, uma vez que “[…] se inicia pela percepção de uma lacuna nos co-
nhecimentos, acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência 
dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela 
hipótese” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 106). Assim, as hipóteses formuladas 
pelo pesquisador quanto aos fatos e fenômenos observados podem vir a ser 
confirmadas ou não, a partir das inferências produzidas ao aplicar a pesquisa, 
valendo-se da teorização científica pertinente à sua área.
Fundamentos da metodologia científica6
Já o método dialético diferencia-se de todos os demais por entender 
que os processos se encontram permanentemente em mudança, logo, esse 
método “[…] penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, 
da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na 
natureza e na sociedade” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 106). As mudanças e 
reconfigurações devem ser consideradas pelo pesquisador, constatando as 
contradições, negações e inovações que costumam se manifestar ao longo da 
pesquisa. A seguir, veremos como se classificam os métodos de abordagem 
da pesquisa científica de acordo com os procedimentos que serão adotados e 
as respectivas técnicas que costumam ser empregadas em cada uma dessas 
tipologias (CAPALBO, 1990; MARCONI; LAKATOS, 2003). 
Método histórico — Parte do princípio de que as atuais formas de vida social, 
as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante 
pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função. O método 
histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições 
do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as 
instituições alcançaram sua forma atual a partir de alterações de suas partes 
componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural parti-
cular de cada época. Por exemplo, para compreender a noção atual de família 
e parentesco, pesquisa-se, no passado, os diferentes elementos constitutivos 
dos vários tipos de família, bem como as fases de sua evolução social.
Método comparativo — Considera que o estudo das semelhanças e diferenças 
entre diversos tipos de grupos, sociedades ou povos contribui para a compre-
ensão do comportamento humano. Esse método realiza comparações com a 
finalidade de verificar similitudes e explicar divergências existentes. Cita-se 
como exemplo os modos de vida rural e urbano no Estado de São Paulo.
Método monográfico — Partindo do princípio de que qualquer caso que se 
estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos 
outros ou até mesmo de todos os casos semelhantes, o método monográfico 
consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, insti-
tuições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A 
investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores 
que o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos. Cita-se como 
exemplo o estudo do papel social da mulher ou dos idosos na sociedade.
Método estatístico — Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos 
complexos, representações simples, bem como constatar se essas verificações 
simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico configura uma 
Fundamentos da metodologia científica 7
redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos, entre outros, a 
termos quantitativos e manipulação estatística, que permite comprovar as 
relações dos fenômenos entre si e obter generalizações sobre sua natureza, 
sua ocorrência ou seu significado. Cita-se como exemplo a verificação da 
correlação entre nível de escolaridade e número de filhos.
Método tipológico — Muito utilizado por Max Weber, é semelhante ao método 
comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador 
cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos 
essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir 
na realidade, mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos 
concretos, realmente existentes. Cita-se como exemplo o estudo de todos os 
tipos de governos democráticos, do presente e do passado, para estabelecer 
as características típicas ideais da democracia.
Método funcionalista — Com base no funcionalismo proposto por Malinowski, 
pode ser considerado mais um método de interpretação do que de investiga-
ção. Leva em consideração a formação da sociedade em partes diferenciadas, 
porém interdependentes e inter-relacionadas de modo a satisfazer as fun-
ções necessárias para a vida. Cita-se como exemplo a análise das principais 
diferenciações de funções que devem existir em um pequeno grupo isolado 
em prol de sua sobrevivência.
Método estruturalista — Desenvolvido por Lévi-Strauss, costuma partir da 
investigação de um fenômeno concreto, elevando-o ao nível do abstrato por 
intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo, 
retornando, ao final, ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada 
e relacionada com a experiência do sujeito social. Cita-se como exemplo a 
verificação das leis que regem o casamento e o sistema de parentesco das 
sociedades primitivas, ou modernas, por meio da construção de um modelo 
que represente os diferentes indivíduos e suas relações.
Método fenomenológico — Inspirado nas escritas de Husserl, Merleau-Ponty, 
Heidegger, Schultz, Sartre e Ricoeur, associa-se ao processo de conhecimento 
do homem e às questões de estrutura da sua consciência que, nesse caso, 
sempre teria uma intencionalidade. Considera a relação indissociável entre 
o sujeito e o mundo, entre a consciência e os seus objetos. Por exemplo, para 
analisar o fenômeno social da educação, devem ser considerados os contextos 
sociais envolvidos e que intervêm nesse processo.
São diversos os métodos que podem ser utilizados para a realização das 
pesquisas científicas, os quais irão se associar com aquilo que o pesquisador 
Fundamentos da metodologia científica8
objetiva atingir com o seu esforço em pesquisar. Dentro de cada um desses 
métodos, poderão ser utilizadas técnicas de pesquisa diversas. Cabe ressaltar 
que a “[…] técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve 
uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a 
parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus 
propósitos” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 174). Essas técnicas podem ser 
analisadas a partir da forma como se aproximam dos documentos a serem 
utilizados pelos pesquisadores em busca de dados e informações sobre os 
objetos e fenômenos pesquisados, o que, inclusive, nomeará esses tipos de 
pesquisa.
Algumas pesquisas utilizam técnicas de apropriação dos dados de forma 
direta, comumente percebidas em pesquisas de campo, em pesquisas reali-
zadas em laboratório (experimentais) e em observações realizadas com o uso 
de instrumentos diversos de coleta de dados, como a entrevista, os formu-
lários e os questionários. As pesquisas que se apropriam da documentação 
de forma indireta podem ser divididas em pesquisa documental e pesquisa 
bibliográfica (MARCONI; LAKATOS, 2003). 
A pesquisa bibliográfica é aquela “[...] desenvolvida com base em material 
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora 
em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, 
há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas” 
(GIL, 2002, p. 44). Assim, na bibliografia existente, busca-se a fundamentação 
teórica que dará sustentação às pesquisas realizadas.
A pesquisa documental, embora assemelhe-se à bibliográfica, diferencia-
-se em relação às fontes utilizadas. Sobre esse aspecto, Gil (2002, p. 45) 
esclarece que: 
[…] enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições 
dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se 
de materiaisque não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem 
ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. 
Por exemplo, um pesquisador que queira estudar o índice de rotatividade 
dos colaboradores de uma empresa e utiliza suas fichas de empregado e seus 
cartões-ponto para complementar suas análises.
A pesquisa de campo, por sua vez, “[…] é aquela utilizada com o objetivo 
de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o 
qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, 
ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles” (MARCONI; 
LAKATOS, 2003, p. 186). Realizar uma pesquisa de campo não significa simples-
Fundamentos da metodologia científica 9
mente sair a campo para coletar dados, pois exige que se tenham claros, ao se 
observar os fenômenos ocorrendo espontaneamente, quais serão as técnicas 
de coleta de dados empregadas e como serão realizados os seus registros.
A pesquisa experimental, também conhecida como pesquisa de laboratório 
em seus primórdios, costuma ter ampla aceitação no campo científico por 
valer-se de métodos quantitativos, considerados mais exatos e objetivos, 
uma vez que “[…] consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as 
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle 
e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto” (GIL, 2002, p. 
48). Para que se aplique a pesquisa experimental, o pesquisador precisa 
poder manipular ao menos uma das características dos elementos que está 
estudando, além de ser capaz de conduzir alguns controles sobre esses 
objetos de estudo, o que geralmente se faz a partir de um grupo de controle.
Um dos aspectos importantes a serem considerados em relação 
às técnicas utilizadas em pesquisas é o qualitativo ou quantitativo 
envolvido. Cabe salientar que a ciência teve, ao longo de boa parte do século 
XX, uma tendência a valorizar mais os métodos quantitativos, por sua objeti-
vidade e capacidade de fornecer dados exatos, neutros e imparciais, típicos 
da utilização de métodos matemáticos. Com o avanço das ciências sociais, as 
pesquisas científicas passaram a considerar os aspectos qualitativos em seus 
instrumentos e técnicas, entendendo que o seu rigor e sistematização também 
poderiam produzir ciência. Hoje, temos a utilização da associação de ambas, 
em pesquisas de natureza qualiquantitativas. 
Um bom exemplo de pesquisa qualitativa é a pesquisa-ação, em que o 
pesquisador se envolve de modo colaborativo e participativo com o fenô-
meno que está pesquisando. Sobre esse tipo de pesquisa, Gil (2002, p. 55) 
comenta que: 
[…] tem sido objeto de bastante controvérsia. Em virtude de exigir o envolvimento 
ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no 
problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida da 
objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos. 
De certa forma, esse é o mal-estar produzido por ciências que entendem 
ser possível, e até inevitável, o envolvimento do pesquisador com o objeto 
pesquisado.
A pesquisa conhecida como estudo de caso possui importância e caráter 
contemporâneos e, segundo Gil (2002, p. 54), “[…] consiste no estudo profundo 
Fundamentos da metodologia científica10
e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e 
detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros 
delineamentos já considerados”. Assim, o estudo de caso pode valer-se de 
inúmeros documentos, de fontes primárias e secundárias, procurando, a 
partir da sua análise, frente à teoria pertinente, produzir uma visão global 
dos problemas que a pesquisa objetifica, propondo possíveis soluções.
Existe uma relação importante entre os métodos a serem utilizados e as 
técnicas que serão postas em prática pelo pesquisador em busca dos seus 
objetivos. Assim, é importante que o pesquisador saiba como a ciência em 
que atua concebe a pesquisa, quais são os métodos que os pesquisadores 
da área utilizam e de quais técnicas os pesquisadores desse campo científico 
costumam se apropriar, pois serão decisivas para que o percurso metodológico 
da pesquisa possa legitimar os seus resultados. 
Produção e apresentação dos 
conhecimentos científicos
Definido o método mais amplo utilizado pela ciência do pesquisador na pro-
dução de suas pesquisas, ele irá enquadrar os seus esforços em algum dos 
procedimentos metodológicos específicos, aqueles que mais contribuam com 
a busca pelos objetivos de pesquisa. Para isso, o pesquisador irá valer-se de 
decisões quanto a abordagens mais quantitativas ou qualitativas, bem como 
da escolha das técnicas mais apropriadas em cada fase da pesquisa. Todavia, 
para que venha a tornar-se aplicável e para que alcance os seus objetivos, a 
pesquisa científica necessita ser planejada minuciosamente, o que costuma 
ser feito a partir da construção de um projeto de pesquisa. 
O projeto de pesquisa científico irá delinear as principais etapas que 
serão postas em prática pelo pesquisador para que ele venha a produzir 
ciência em sua área de conhecimento, tornando-se amplamente aplicável 
aos mais diversos trabalhos científicos que costumam existir no ambiente 
acadêmico. Esses trabalhos podem ser artigos, monografias, dissertações 
e teses, e associam-se com os níveis de graduação e pós-graduação que os 
estudantes estejam cursando, ampliando as ações e intenções da pesquisa 
quanto maior for a titulação almejada. A Figura 1 mostra as etapas que devem 
compor um projeto de pesquisa.
Fundamentos da metodologia científica 11
Figura 1. Etapas da construção de um projeto de pesquisa.
Fonte: Adaptada de Marconi e Lakatos (2003).
A partir do esquema demonstrado pela Figura 1, percebe-se que a pes-
quisa se inicia com a deleção de um tópico ou tema que irá pautar o trabalho 
desenvolvido pelo pesquisador. Dentro desse tema específico, cabe definir 
um problema que deverá ser investigado com o intuito de ser resolvido pela 
aplicação da pesquisa. Marconi e Lakatos (2003, p. 159) destacam que “[…] 
definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. 
Na formulação de um problema, deve haver clareza, concisão e objetividade. 
A colocação clara do problema pode facilitar a construção da hipótese cen-
tral”. Assim, a escrita do problema, geralmente feita de forma interrogativa, 
fornece condições para que o pesquisador estabeleça suas hipóteses acerca 
do objeto ou do fenômeno que venha a pesquisar. A hipótese “[…] é uma 
suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica 
uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade” 
(MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 161). Dessa forma, as hipóteses deverão ser tes-
tadas de maneira empírica pelo pesquisador, podendo vir a ser comprovadas 
ou refutadas ao longo da pesquisa.
A coleta de dados é o momento em que serão aplicadas as técnicas sele-
cionadas de acordo com o método escolhido para a realização da pesquisa 
científica. Conforme acrescentam Marconi e Lakatos (2003, p. 165), a coleta 
de dados é a “[…] etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instru-
mentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta 
dos dados previstos”. Entre as técnicas referentes aos instrumentos de coleta 
de dados, considera-se: “1. Coleta documental; 2. Observação; 3. Entrevista; 4. 
Fundamentos da metodologia científica12
Questionário; 5. Formulário; 6. Medidas de opiniões e de atitudes; 7. Técnicas 
mercadológicas; 8. Testes; 9. Sociometria; 10. Análise de conteúdo; 11. História 
de vida” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 166). Essas técnicas deverão ajustar-se 
ao tipo de pesquisa, aos objetivos que se pretende atingir, às normativas e 
prescrições teóricas e metodológicas de cada ciência em particular, o que 
exigirá a utilização de instrumentos com caráter mais quantitativo, qualitativo, 
ou mesmo a mistura desses dois gêneros e a utilização de vários instrumentos 
diferentesque venham a complementar-se.
Uma pesquisa de cunho estruturalista e positivista poderá valer-se 
primordialmente de instrumentos de coleta de dados mais objetivos, 
quantitativos, como os questionários e formulários que apresentam perguntas 
e respostas com escalas a serem preenchidas pelos pesquisados. Nesse caso, 
procura-se o estabelecimento de uma coleta de dados exata, precisa e objetiva 
sobre as respostas. Caso o pesquisador seja de uma corrente de pesquisa pós-
-estruturalista, que entende não haver uma neutralidade entre pesquisador e 
objeto, irá valer-se de instrumentos de coleta de dados qualitativos, entendendo 
que o pesquisador está implicado na pesquisa, logo, acaba produzindo junto 
aos pesquisados tais dados. Na contemporaneidade, ambas as pesquisas, 
com coleta ou produção de dados, possuem valor e se caracterizam pelo rigor 
metodológico adotado.
Realizada a coleta de dados, parte-se para a etapa de elaboração, feita 
a partir da seleção e tabulação das respostas, o que contribuirá para a sua 
análise. Assim, o cruzamento de suas informações frente à fundamentação 
teórica pertinente é fundamental para que se realizem as análises necessárias 
sobre as relações entre o fenômeno/objeto estudado e os demais fatores 
envolvidos. De acordo com Trujillo Ferrari (1974, p. 178), essas relações são “[…] 
estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-efeito, 
produtor-produto, de correlações, de análise de conteúdo, etc.”. Dessa forma, 
a capacidade de análise e interpretação dos dados provenientes da pesquisa 
está relacionada diretamente com o aporte teórico que o pesquisador possui, 
bem como com os níveis de conhecimento sobre o tema abordado, o que se 
consolida a partir da construção de uma boa fundamentação teórica pelo 
pesquisador acerca do tema, do problema e do objeto ou fenômeno que 
pretende pesquisar. Finalizando a pesquisa, são redigidas as conclusões do 
estudo empreendido, destacando os objetivos alcançados e aqueles não 
contemplados, produzindo o relatório da pesquisa que, segundo Selltiz et 
al. (1965, p. 517), deverá apresentar os seguintes tópicos: 
Fundamentos da metodologia científica 13
a) Apresentação do problema ao qual se destina o estudo. 
b) Processos de pesquisa: plano de estudo, método de manipulação da variável 
independente (se o estudo assumir a forma de uma experiência), natureza da 
amostra, técnicas de coleta de dados, método de análise estatística.
 c) Os resultados. 
d) Consequências deduzidas dos resultados.
Após um panorama inicial sobre os fundamentos da metodologia científica 
e sobre algumas particularidades da pesquisa que é produzida no âmbito 
das ciências, faz-se necessário focar a redação textual. No Quadro 2, estão 
descritas as qualidades básicas da redação do texto científico.
Quadro 2. Qualidades básicas da redação de um texto científico
Impessoalidade A escrita deve ser impessoal. Convém, 
para tanto, que seja redigida na 
terceira pessoa. Referências pessoais, 
como “meu projeto”, “meu estudo” e 
“minha tese” devem ser evitadas. São 
preferíveis expressões como: “este 
projeto”, “o presente estudo”, entre 
outros.
Objetividade O texto deve ser escrito em linguagem 
direta, evitando-se que a sequência 
seja desviada com considerações 
irrelevantes. A argumentação deve 
apoiar-se em dados e provas e 
não em considerações e opiniões 
pessoais.
Clareza As ideias devem ser apresentadas 
sem ambiguidade, para não originar 
interpretações diversas. Deve-se 
utilizar vocabulário adequado, sem 
verbosidade, sem expressões com 
duplo sentido e evitar palavras 
supérfluas, repetições e detalhes 
prolixos.
Precisão Cada palavra ou expressão deve 
traduzir com exatidão o que se quer 
transmitir, em especial, no que se 
refere a registros de observações, 
medições e análises. As ciências 
possuem nomenclatura técnica 
específica, o que confere precisão ao 
texto.
Fundamentos da metodologia científica14
Coerência As ideias devem ser apresentadas em 
uma sequência lógica e ordenada. 
Poderão ser utilizados tantos 
títulos quanto forem necessários 
para as partes dos capítulos; sua 
redação, porém, deverá ser uniforme, 
iniciando-se ou com verbos ou 
com substantivos. O texto deve ser 
elaborado de maneira harmoniosa.
Concisão O texto deve expressar as ideias 
com poucas palavras. Convém, 
portanto, que cada período envolva, 
no máximo, duas ou três linhas. 
Períodos longos, abrangendo várias 
orações subordinadas, dificultam 
a compreensão e tornam pesada a 
leitura.
Simplicidade A simplicidade, paradoxalmente, 
constitui uma das qualidades 
mais difíceis de serem alcançadas 
na redação de um relatório ou 
monografia. Devem ser utilizadas 
apenas as palavras necessárias.
Fonte: Adaptado de Gil (2002).
Além desses aspectos que condicionam a redação textual científica, 
existem as normas da ABNT (2020), que regulam os aspectos de estrutura 
e formatação da escrita dos trabalhos científicos. Essas normativas são 
sugestões que costumam ser seguidas pelas instituições de ensino superior 
visando aprimorar as técnicas apresentadas em seus trabalhos acadêmicos. 
Nesse caso, deverão ser aplicadas para que as pesquisas científicas sejam 
legitimadas e possivelmente divulgadas em anais de eventos, revistas e 
periódicos científicos. 
São várias as normas que se relacionam com a produção e apresentação 
da pesquisa científica, por exemplo (ABNT, 2020): NBR 14724/2011 — refe-
rente aos trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações e teses) com 
especificações sobre a escrita e apresentação; NBR 10520/2002 — explicita 
as características exigidas para a apresentação das citações no corpo dos 
artigos, monografias, teses e dissertações; NBR 6022/2018 — refere-se a 
informações e documentos sobre os artigos científicos apresentados em 
periódicos científicos impressos; NBR 6023/2018 — estabelece os elementos 
que devem compor, bem como sua devida ordem nas referências utilizadas; 
NBR 15287/2011 — delineia os princípios gerais para a elaboração dos projetos 
de pesquisa científica. 
Fundamentos da metodologia científica 15
Para conhecer a ABNT e, especificamente, as normas voltadas para 
a produção, estrutura e apresentação das pesquisas científicas que 
fazem parte da ABNT, acesse o site oficial da organização (ABNT, 2020). 
A metodologia científica é importante para que o pesquisador siga as 
diretrizes metodológicas que pautam a ciência em que atua, fornecendo-lhe 
condições de produzir sua pesquisa de forma legítima, bem como apresentar 
seus resultados de forma estruturada para serem aceitos e validados no 
universo acadêmico. A partir da aplicação de métodos, técnicas e normativas, 
a produção da pesquisa, sua redação textual e a forma como virão a ser apre-
sentadas ao público podem gerar conhecimento científico, diferenciando-se 
de outros formatos de conhecimento existentes. 
Referências
ANDER-EGG, E. Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadores 
sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Catálogo. 2020. Disponível em: 
http://www.abnt.org.br/normalizacao/abnt-catalogo. Acesso em: 5 out. 2020.
CAPALBO, C. Fenomenologia e educação. Fórum Educacional, v. 14, n. 3, p. 41–61, jun./
ago. 1990. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/fe/article/
download/61119/59327. Acesso em: 5 out. 2020.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2003. 
SELLTIZ, C. et aI. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1965.
TRUJILLO FERRARI, A. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
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integralidade das informações referidas em tais links.
Fundamentos da metodologia científica16
Dica do professor
Uma das partes importantes e necessárias da pesquisa científica, responsável por instrumentalizar o 
pesquisador para que possa lidar com os achados empíricos, comprovando ou refutando suas 
hipóteses iniciais, é a fundamentação teórica.
Na Dica do Professor, você verá o papel que exerce a teoria em relação aos fatos e fenômenos que 
são objetos das pesquisas científicas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Pode-se definir a pesquisa científica como um "procedimento reflexivo sistemático, 
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em 
qualquer campo do conhecimento" (ANDER-EGG, 1978, p. 28).
A partir da citação do autor, pode-se afirmar que:
A) pode existir pesquisa científica em qualquer área de conhecimento sem, no entanto, existir 
um esforço de planejamento.
B) entre os atributos necessários para que o pesquisador realize uma pesquisa científica, está o 
fato de incluir suas emoções naquilo que pesquisa.
C) a pesquisa científica necessita de rigor metodológico para que se torne sistemática e 
proporcione o pensamento crítico e racional.
D) cabe ao pesquisador da ciência descobrir as verdades que já estão postas e, para isso, basta 
observar os fatos e fenômenos ocorrendo.
E) o ato de pesquisar cientificamente isenta o pesquisador de buscar conhecimentos prévios 
acerca da área em que aplica a pesquisa.
Para que possa ser realizada, a pesquisa científica necessita de um 
procedimento metodológico que possa definir ao pesquisador como procederá ao longo da 
sua aplicação. Analise os métodos a seguir e os exemplos de sua aplicação e associe a 
primeira e a segunda colunas, de forma a estabelecer a correta relação entre elas:
I - Método histórico.
II - Método comparativo.
III - Método monográfico.
IV - Método estatístico.
V - Método fenomenológico.
( ) Como a escolarização obrigatória no Brasil afeta a identidade e a subjetividade das 
crianças?
( ) Quais foram os fatores que ocasionaram a reconfiguração do trabalho que se tem hoje?
2) 
( ) De que maneira estudam hoje, durante a pandemia mundial, as crianças das escolas 
públicas e das escolas privadas?
( ) Qual é o papel das famílias na educação escolar do século XXI?
( ) Existe correlação entre os anos de estudo na educação superior e o nível salarial dos 
sujeitos?
A) V, I, II, III, IV.
B) I, II, III, IV, V.
C) II, III, IV, V, I.
D) III, I, V, IV, II.
E) IV, V, II, I, III.
3) Existem várias técnicas que permitem que o pesquisador se aproprie dos dados que 
necessita para realizar sua pesquisa científica, o que acaba nomeando essas pesquisas.
Assim, tem-se: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, a pesquisa de campo, a 
pesquisa experimental e a pesquisa-ação. Sobre esses tipos de pesquisa, analise as 
alternativas a seguir e marque as verdadeiras (V) e as falsas (F):
( ) Na pesquisa bibliográfica, procura-se analisar algum tipo de documento que tenha sido 
produzido e que se relacione ao problema de pesquisa proposto.
( ) Pode-se considerar como pesquisa documental aquela realizada nos livros existentes, 
onde se busca construir a fundamentação teórica sobre o tema pesquisado.
( ) A pesquisa de campo é caracterizada pela ida do pesquisador até o local onde os objetos 
ou fenômenos estão ocorrendo, para buscar informações de forma estruturada.
( ) Pesquisa experimental é aquela na qual, por métodos quantitativos, o pesquisador 
manipula uma característica dos objetos, para verificar o comportamento das demais.
( ) É considerada pesquisa-ação aquela em que existe o envolvimento do pesquisador, sua 
participação ou colaboração com o fenômeno que está pesquisando.
A) V, V, F, F, F.
B) F, F, V, V, V.
C) V, F, V, F, V.
D) F, V, F, V, F.
E) V, F, F, F, V.
4) Um projeto de pesquisa científica tem algumas etapas específicas que permitem ao 
pesquisador que planeje e organize os seus esforços e procedimentos em relação ao tempo, 
a aplicação e a produção dos resultados obtidos com a pesquisa. Sobre o projeto de 
pesquisa, analise as asserções a seguir e marque a alternativa que apresenta a correta 
relação sobre elas:
I - Entre as etapas da construção do projeto de pesquisa científica, a elaboração do problema 
de pesquisa é uma que exige grande atenção por parte do pesquisador.
Porque:
II - A partir do problema de pesquisa formulado, serão estabelecidos os objetivos, as 
hipóteses, os métodos e as técnicas que o pesquisador colocará em funcionamento em 
relação ao fenômeno que observa.
A) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa.
B) As asserções I e II são proposições falsas e não complementares.
C) As asserções I e II são verdadeiras e a asserção II é uma justificativa correta da asserção I.
D) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira.
E) A asserção I e II são proposições verdadeiras, mas a asserção II não justifica a asserção I.
5) João Pedro se considera um cientista social, pois tem dedicado sua vida a pesquisar as 
relações entre as pessoas, com suas diferentes culturas e maneiras de se apropriar das 
realidades locais ao longo dos últimos anos. Ao escrever os relatos de suas pesquisas, 
procura subverter as normas de redação textual, expressando-se em primeira pessoa e 
deixando de seguir quaisquer normativas em relação à estrutura e aos procedimentos de sua 
pesquisa. Maurício, amigo de João Pedro, sugeriu que ele publicasse as suas pesquisas, 
porém João Pedro está encontrando muita dificuldade em fazer isso.
Após a leitura desse caso, analise as alternativas e marque aquela que se 
associa corretamente à postura de João Pedro e suas pesquisas.
A) João Pedro está com o entendimento correto acerca da postura do pesquisador e a 
elaboração das pesquisas científicas, pois exigem criatividade e inovação.
B) A postura de pesquisador de João Pedro, aliada às questões do senso comum em detrimento 
dos aspectos metodológicos, lhe garante credibilidade científica.
C) O pesquisador João Pedro encontra dificuldades em publicar os resultados de sua pesquisa 
pelo excelente grau de senso crítico que tem desenvolvido ao pesquisar.
D) Para que a pesquisa de João Pedro seja científica, precisa ser objetiva, racional e crítica, 
valendo-se de procedimentos e normativas na execução e redação de seus resultados.
E) Como uma pesquisa científica se trata de uma questão prioritariamente subjetiva e pessoal de 
cada pesquisador, João Pedro deve persistir e terá êxito nesse formato adotado.
Na prática
A produção de pesquisas científicas necessita, obrigatoriamente, que sejam utilizadas as diretrizes 
que caracterizam esse tipo de pesquisa e as normativas referentes à sua execução e aos aspectos 
de sua redação textual e da apresentação em trabalhos acadêmicos.
Neste Na Prática, você acompanhará as explicações do professor Carlos aos estudantes de sua 
turma de Ensino Superior, onde utiliza a monografia para focalizar a estrutura e as qualidades 
necessárias na redação científica.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O que a pesquisa científica tem a ver com você?
Neste vídeo, elaborado pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, 
você poderá perceber como a pesquisa científica realizada nas várias instituições apresentadas 
produz resultados benéficos em nossavida cotidiana.
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https://www.youtube.com/embed/FxBdTsKXAQo

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