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Transtornos de ansiedade e TOC Transtornos de ansiedade Ansiedade é uma sensação subjetiva e desagradável que está relacionada ao medo ao perigo eminente (algo que coloque a vida em risco) e a preocupação (antecipação de algum perigo); São os quadros psiquiátricos mais comuns ao longo da vida; Acontece em até 10% das crianças e adolescentes; Idosos costumam ser menos ansioso que os jovens o pico de aparecimento são em adultos jovens e tende a diminuir com a idade; São 2x mais prevalentes em mulheres do que em homens; Ter pais com ansiedade e depressão aumenta o risco (cerca de 2 a 4x) de desenvolver um transtorno de ansiedade, particularmente TP e TAG mostra que tem um aspecto genético envolvido; O tabagismo e o abuso de álcool são fatores de risco para o desenvolvimento; É relativa em cada indivíduo; Vem acompanhada de sintomas físicos; Saber diferenciar a ansiedade fisiológica da ansiedade patológica; Ansiedade patológica quando traz prejuízos para o pct; - 3 principais critérios: I. Intensidade de sintomas; II. Tempo; III. Grau de prejuízo e sofrimento; Fisiopatologia É um processo multifatorial que está relacionando aos processos de luta e fuga; Medo amigdala; Preocupação alças corticoestriatotalamocorticais; A serotonina é o neurotransmissor essencial envolvido, mas tem outros como o GABA, dopamina e a noradrenalina; Classificação Sintomatologia Sintomas físicos: - Autonômicos taquicardia, vasoconstrição, sudorese, aumento do peristaltismo, náusea, midríase, piloereção, vertigem; - Musculares dores, contraturas, tremor, tensão; - Cinestésicos parestesia, calafrios, ondas de calor; - Respiratórios sensação de sufocamento e asfixia; Sintomas psíquicos: - Nervosismo, apreensão, insegurança, dificuldade de concentração, sensação de estranheza, despersonalização (estranheza referida a si mesmo) e desrealização (sensação de irrealidade referida ao ambiente); Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) Ansiedade e preocupação excessiva que envolve vários eventos e atividades; É crônico na maioria dos dias, por no mínimo 6 meses; Indivíduo considera difícil de controlar a ansiedade; Mais prevalente nas mulheres (2:1); Causa prejuízo e sofrimento ao pct e está associado a: - Inquietação ou sensação de estar com nervos à flor da pele; - Dificuldade de concentração os brancos; - Fatigabilidade; - Irritabilidade; - Tensão muscular; - Alterações de sono normalmente insônia inicial; O diagnóstico diferencial deve ser feito com as condições clínicas que possam causar ansiedade, como: - Intoxicação por cafeína ou abuso de estimulantes; - Abstinência de álcool e sedativos; - Transtorno de pânico; - Fobias; - TOC; - Transtorno depressivo e distimia; O curso tende a ser crônico e flutuante, em casos leves pode ser feito o tratamento com psicoterapia, sem que haja intervenção medicamentosa; É necessário fazer orientações gerais em relação a práticas de exercícios físicos e redução do uso de cafeínas e álcool; O TTO medicamentoso é baseado no uso de antidepressivos ISRS ou venlafaxina; BZO podem ser utilizados em associação, com o cuidado de reduzir a dose ou descontinuar gradativamente após 2 a 3 semanas; A duração do tratamento pode ser longa, em alguns casos por vida toda; Ataques de pânico São ataques abruptos de medo ou desconforto intenso que alcança o pico em poucos minutos (1 a 30 minutos, em média 5 minutos) e vem associado a pelo menos 4 desses sintomas: - Palpitação, taquicardia; - Sudorese; - Tremores ou abalos; - Sensação de falta de ar e sufocamento; - Sensação de asfixia; - Dor ou desconforto torácico; - Náusea ou desconforto abdominal; - Tontura, instabilidade, vertigem; - Calafrios ou ondas de calor; - Paresias; - Desrealização ou despersonalização; - Medo de morrer; - Medo de perder o controle ou enlouquecer; Pode ter causas orgânicas ou acontecer associado a um quadro clínico; Pode acontecer no contexto de outras doenças psiquiátricas o mais comum é o pct que tem uma fobias específica e desenvolver um ataque de pânico após o gatilho da fobia; Transtorno de pânico O ataque de pânico vira um transtorno quando: - Os ataques de pânico são recorrentes; - Não tem fatores desencadeantes; - Seguidos de pelo menos 1 mês de: preocupação em ter novos ataques, comportamento evitativo, mudança desaptativas por medo de novas crises, medo intenso das consequências das crises; O transtorno do pânico costuma ser acompanhado por agorafobia medo de estar sozinho em locais públicos – especialmente aqueles onde sair possa ser difícil ou o auxílio pode não estar disponível, caso sobrevenha um ataque de pânico; A agorafobia pode estar presente sem que haja transtorno de pânico associado e é diagnóstica independente da presença do transtorno de pânico; É mais frequente em mulheres (2:1) e a idade média de início é de 25 anos; O primeiro ataque de pânico, na maioria das vezes, ocorre de forma completamente espontânea; OBS: o pct precisa ter dois desses 6 sintomas Agorafobia Medo intenso ou comportamento evitativo de: - Transporte público; - Espaços abertos demais; - Locais fechados; - Ficar em fila ou medo da multidão; - Sair de casa sozinhio; OBS: precisa ter pelo menos 2 das 5 situações Pode ter início após exercício físico, trauma emocional, atividade sexual, ou uso de substâncias, como cafeína, álcool e outras; Pode ter sintomas físicos - Palpitações; - Sudorese; - Tremores; - Boca seca; - Calafrios ou sensações de calor; - Sensação de falta de ar ou de asfixia; - Dor ou desconforto torácico; - Náusea ou dor abdominal; - Tontura e parestesias; Na emergência o diagnóstico diferencial deve ser feito para excluir: IAM, doenças da tireoide e da paratireoide, arritmias, abuso de substâncias; é importante também fazer o diagnóstico diferencial com outros transtornos mentais como, fobia social e específica; O início ocorre geralmente na fase adulta, e o curso, na maioria das vezes, tende a ser crônico; O TTO é feito com antidepressivos atenção especial aos efeitos colaterais pois, esses grupos de pcts costumam ser mais sensíveis; Utiliza-se ISRS ou venlafaxina em doses mais baixas do que as utilizadas nos transtornos depressivos; Os tricíclicos também podem ser utilizados assim como os BZO de ação curta, como o alprazolam (utilizar por curto prazo com coadjuvantes na fase inicial do tratamento); A duração do TTO costuma ser de 8 a 12 meses após a melhora do quadro; Importante sempre orientar o acompanhamento psicoterápico; Fobia específica Medo ou ansiedade intenso em relação a um objeto ou uma situação causam resposta imediata e são ativamente evitados ou suportados com intenso sofrimento; O medo é desproporcional; Persistente por pelo menos 6 meses; Causam sofrimento ou prejuízo intenso para o pct; As fobias mais comuns são: - Animais; - Ambientes naturais; - Sangue, injeções, ferimentos; - Morte; - Espaços fechados; O TTO é feito com psicoterapia e a utilização de betabloqueadores, principalmente quando tem transtorno de pânico associado Fobia social Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a avaliação do outro; - Situações de desempenho; - Interações sociais; - Ser observado; O pct teme agir de forma vergonha ou constrangedora; As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade essas situações são ativamente evitadas ou suportadas com intenso sofrimento; O medo é desproporcional; Medidas não farmacológicas gerais A principal formade TTO para os transtornos de ansiedade são as medidas não farmacológicas; Terapias psicológicas TCC é a que tem mais evidências; Práticas de atividades físicas; Higiene do sono; Boa alimentação; Evitar bebidas estimulantes e o fumo; Pratica de terapias alternativas mindfullness (é a que tem mais evidência – é como se fosse meditação mais sem a parte religiosa/cultural envolvida), acupuntura, yoga, fitoterápicos, aromaterapia, cromoterapia; Orientações quanto ao TTO farmacológico Começar o TTo com doses baixas e ir titulando a partir da resposta do pct; O pct pode apresentar discreta piora no início do TTO; Medicação durante 4 a 8 semanas para avaliar resposta; Após resposta, medicação por 6 a 12 meses; Os BZO agem dentro da amigdala (como se desligassem); eles evitam a resposta ansiosa mais não previnem o surgimento de ansiedade por isso não é recomendado o uso a longo prazo; Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) É caracterizado pela existência de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos; TOC = dúvida, nojo, culpa, imperfeição, incompletude doença da dúvida; Os pensamentos obsessivos são ideias, sentimentos ou imagens intrusivas, ou seja, que invadem o pensamento da pessoa de forma repetida e contra a sua vontade gera ansiedade e desconforto; o pct tenta ignorar ou reprimir mas não consegue então gera mais ansiedade e desconforto; As compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados, que têm como objetivo aliviar os pensamentos obsessivos (temporariamente); pode ser um comportamento repetitivo ou um ato mental; A compulsão segue uma regra rígida; tem uma ordem específica geralmente quando o pct não consegue realizar seguindo a ordem, ele recomeça; Vira um transtorno quando: - As obsessões passam a ser recorrentes e persistentes; - As compulsões são recorrentes e incontroláveis; - Atrapalha o funcionamento ou causa sofrimento intenso; - Consomem tempo mais de 1 horas por dia; Na idade adulta, ambos os sexos são igualmente propensos e a idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos; O principal neurotransmissor envolvido é a serotonina; As áreas cerebrais mais acometidas parecem ser o córtex frontal, os gânglios basais e o cíngulo; Tem um componente genético importante; Existem alguns mecanismos de defesa relacionados a esse transtorno: - Isolamento a ideia obsessiva não é acompanhada de um afeto; - Anulação tentativa de reduzir o pensamento através de comportamentos; - Formação reativa produção de um comportamento para satisfazer um desejo; Curso crônico e flutuante; O sintoma mais comum é a obsessão de contaminação, seguido pela compulsão de lavagem ou esquiva compulsiva de objetos supostamente contaminados; O segundo padrão mais comum é uma obsessão de dúvida, seguida por rituais de verificação, por exemplo, retornar diversas vezes para casa para verificar se a porta estava fechada; O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras condições médicas, como: - Síndrome de Tourette; - Outros transtornos de tiques; - Epilepsia; - Esquizofrenia; - Transtorno de personalidade obsessivo- compulsivo; - Fobias; - Transtornos depressivos; A maioria dos pct demoram cerca de 5 a 10 anos para buscarem tratamento, pois procuram manter seus sintomas em segredos; O TTO medicamentoso é feito com antidepressivos em doses elevadas (clomipramida em casos refratários, ISRS, venlafaxina); Medicações (ISRS) Dose Fluoxetina 20 a 80 mg Sertralina 50 a 200 mg Paroxetina 20 a 60 mg Citalopram 20 a 60 mg Escitalopram 10 a 30 mg Fluvoxamina 50 a 300 mg Obsessão pensamentos repetitivos; Compulsão comportamentos, rituais; Quando utiliza ISRS, em alguns casos, pode ser necessário uma dose acima da bula (dose off label); são potentes e é a medicação de escolha; Pode utilizar a risperidona em associação aos antidepressivos; Importante orientar a psicoterapia TCC
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