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1 Fundamentos de Quím de Petróleo IQO100 Prof. João Monnerat & Prof. José Barros Instituto de Química Universidade Federal do Rio de Janeiro Processos de Refino 1. Separação 2. Conversão 3. Tratamentos Upstream e Downstream Processos de Separação Processamento Primário • Visa à remoção de gás associado da salmoura (Mistura de água e sedimentos) • Ocorre no site de produção (Brasil → Offshore) • É necessário para evitar corrosão e diminuir o risco de explosão e acidentes durante o transporte • Óleo Cru vs Óleo estabilizado Processamento Primário • Separação Gás-Óleo-Água é realizada em equipamentos conhecidos como Separadores trifásicos (Separador de Produção) • Tiram proveito da diferença de densidade entre os componentes da mistura Processamento Primário A segunda etapa do Processamento Primário é a desidratação do óleo que sai da separação trifásica. Durante o processo de produção, parte da água do reservatório se mistura com o óleo na forma de gotículas dispersas, gerando uma emulsão água-óleo. Para romper a emulsão água-óleo, são injetadas substâncias químicas chamadas desemulsificantes. REFINO → Destilação Uma unidade de destilação pode apresentar as seguintes seções: (a) Seção de pré-aquecimento e dessalgação química ou eletrostática do petróleo – visa a remover sais inorgânicos, água e sedimentos, que causam corrosão e obstrução; (b) Seção de pré-flash – separam-se as frações mais leves (gás combustível, gás liquefeito e nafta leve); (c) Seção atmosférica – separam-se as frações possíveis até 360ºC (nafta pesada, querosene, gasóleo atmosféricos). (d) Seção de vácuo – separam-se as frações não-destiláveis a pressão atmosférica (gasóleo de vácuo), restando o resíduo de vácuo. REFINO → Destilação → Dessalgação ➢ Antes da seção de fracionamento, no entanto, ocorre a operação de dessalinização do óleo, para remoção de sais, água e suspensões de partículas sólidas. Tais impurezas prejudicam o perfeito funcionamento da unidade de destilação; ➢ Entre os problemas dos sais, destacam-se a potencial geração de HCl (corrosivo), e a obstrução de trocadores de calor e fornos, diminuindo a eficiência de trocas térmicas. REFINO → Destilação → Atmosférica ➢ A destilação atmosférica deve ocorrer a uma temperatura máxima de 360 a 400°C para evitar a formação de produtos de craqueamento térmico; ➢ Normalmente, o petróleo pré-aquecido pode ser ainda introduzido em fornos tubulares, à saída dos quais boa parte dele é vaporizado; ➢ Nessas condições, a carga é introduzida na torre num ponto conhecido como zona de vaporização ou zona de flash; ➢ Os produtos são retirados em determinados pontos da coluna de acordo com a temperaturas máxima de destilação de cada fração; ➢ Em condições de pressão próxima à atmosférica, obtêm-se óleo diesel, querosene e nafta pesada como produtos laterais de uma torre de destilação. Nafta leve e GLP são produtos de topo, condensados e separados fora da torre. Como produto de fundo, obtém-se o resíduo atmosférico, do qual ainda se podem extrair frações importantes. REFINO → Destilação → A Vácuo ➢ O produto de fundo da destilação a vácuo é composto por hidrocarbonetos de elevado peso molecular e impurezas, podendo ser comercializado como óleo combustível ou asfalto; ➢ Analogamente à destilação atmosférica, também é possível injetar vapor d’água no fundo da torre para retificar o resíduo de vácuo através da vaporização de frações leves que tenham sido arrastadas; ➢ Não há formação de produto de topo, de onde saem apenas vapord’água, hidrocarbonetos leves e um pouco de ar originado de eventuais vazamentos, os quais são constantemente retirados da torre pelo sistema de geração de vácuo. Fração Faixa de Destilação (ºC) Principais produtos comerciais Gás liquefeito de Petróleo 44 negativos a 0 GLP Nafta leve atmosférica 32 a 90 Gasolina Nafta pesada atmosférica 90 a 190 Gasolina Querosene 100 a 270 Ql, QAV, Diesel Gasóleo leve atmosférico 270 a 320 Óleo diesel Gasóleo pesado atmosférico 320 a 390 Lubrificantes Gasóleo leve de vácuo 390 a 440 Carga de FCC Gásóleo pesado de vácuo 440 a 600 Carga de FCC Resíduo de vácuo Acima de 600 Lubrificantes, asfalto, óleo combustível Produtos da Destilação FRAÇÕES BÁSICAS INICIAIS DO REFINO 1. GÁS COMBUSTÍVEL - (C1 -C2) - COMBUSTÍVEL DE REFINARÍA - MATÉRIA-PRIMA PARA PETROQUÍMICA (ETILENO) 2. GÁS LIQUEFEITO (GLP) - (C3 -C4) - COMBUSTÍVEL DOMÉSTICO E INDUSTRIAL - MATÉRIA-PRIMA PARA PETROQUÍMICA - OBTENÇÃO DE GASOLINA DE AVIAÇÃO - VEÍCULO PROPELENTE PARA AEROSSÓIS 3. NAFTA - (CORTE 32 A 190 ºC) - GASOLINA AUTOMOTIVA E DE AVIÃO - MATÉRIA-PRIMA PARA PETROQUÍMICA (PRINCIPAL) - PRODUÇÃO DE SOLVENTES INDUSTRIAIS FRAÇÕES BÁSICAS INICIAIS DO REFINO - COMBUSTÍVEL PARA MOTORES A DIESEL (ÓLEO DIESEL) - COMBUSTÍVEL DOMÉSTICO E INDUSTRIAL (HEATING OIL) - MATÉRIA-PRIMA PARA PETROQUÍMICA (GASÓLEO PETROQUÍMICO) 4. QUEROSENE - (CORTE 100 - 270 ºC) - QUEROSENE DE JATO (QAV) - QUEROSENE DE ILUMINAÇÃO (QI) - EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS PARA PRODUÇÃO DE DETERGENTES 5. GASÓLEO ATMOSFÉRICO - (CORTE 270 - 390 ºC) 6. GASÓLEO DE VÁCUO - (CORTE 390 - 600 ºC) - CARGA PARA CRAQUEAMENTO (GASOLINA E GLP) - PRODUÇÃO DE LUBRIFICANTES (SUBPRODUTO: PARAFINAS) 7. RESÍDUO DE VÁCUO - (CORTE ACIMA DE 600ºC) - PRODUÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL (ENERGIA TÉRMICA) - PRODUÇÃO DE ASFALTO (PAVIMENTAÇÃO - ISOLAMENTO) - PRODUÇÃO DE LUBRIFICANTES DE ALTA VISCOSIDADE - PRODUÇÃO DE COQUE DE PETRÓLEO FRAÇÕES BÁSICAS INICIAIS DO REFINO Exercício 1 Você é o Crude Oil Marketing Manager de uma empresa que vende óleo Heavy & Sweet e devido a uma situação particular no mercado está tentando convencer um de seus clientes a aumentar a proporção de seu óleo na dieta da refinaria tomando espaço de outro óleo Medium & Sour. Considerando o que você aprendeu até agora sobre refino, responda: Qual poderia ser a situação peculiar no mercado? Quais cuidados técnicos com relação a esse aumento devem ser levados em conta pelo seu cliente? Processos de Conversão Petróleo Querosene Iluminação GASOLINA H. Ford Linha de montagem Craqueamento 1913 Craqueamento térmico 1915 AlCl3 catalisa craqueamento 1936 Craqueamento catalítico 1954 Síntese zeólita X 1962 Craqueamento catalítico com zeólitas 1971 Introdução do riser de baixo tempo de contato Craqueamento Total insumos = US$ 82.000/d Total produtos = US$ 127100/d Taxa de retôrno = 1,55 2 t/d catalisador = US$ 4000 50 t/d coque = queimado 1000 t/d Gasóleo = US$ 78000 50 t/d gás combustível = US$ 3800 70 t/d óleo combustível = US$ 5040 U N I D A D E D E F C C 160 t/d GLP = US$ 29440 480 t/d Gasolina = US$ 63360 190 t/d LCO = US$ 25460 Evolução do Processo ❑ Craqueamento térmico Standard Oil; ❑ Craqueamento catalítico Leito Fixo; ❑ Craqueamento catalítico Leito Fluído (catalisador amorfo); ❑ Craqueamento catalítico Leito Fixo (zeólitas; riser); ❑ FCC Petroquímico Maximização de olefinas leves; ❑ Hidrocraqueamento Craqueamento simultâneo com hidrogenação; Standard Oil Company J. D. Rockefeller Craqueamento térmico ➢ Desde século XIX já se conhecia a pirólise de óleos vegetais e a destilação destrutiva do carvão; ➢ Introduzido comercialmente em 1913 Standard Oil Company; ➢ Primeiro processo de produção de gasolina sintética; ➢ Processo Burton Destilação destrutiva do petróleo sob pressão; ➢ Processo Dubbs garantia ao menos 23% de rendimento em gasolina; Craqueamento térmico Carga Reciclo C A M A R A R E A Ç Ã O F R A C I O N A D O R A Óleo Condensado C A M A R A E X P A N S Ã O Gases Gasolina Querosene Óleo Leve Óleo Pesado FORNO T = 450-600 oC P = 20-60 atm Craqueamento térmico ❖ Baixo rendimento em gasolina; ❖ Grande formação de gases (H2, CH4, C2H4, C2H6); ❖ Paradas constantes para remoção de coque das paredesdo reator; ❖ Gasolina com coloração amarelada; E. Houdry ✓ Craqueamento catalítico conhecido desde década 1910; ✓ Rápida desativação dos catalisadores por deposição de coque; ✓ Eugene Houdry Queima do coque e regeneração do catalisador; ✓ Uso inicial de argilas modificadas; ✓ Maior rendimento em gasolina; ✓ Menor formação de gases leves; Craqueamento Catalítico Craqueamento Catalítico – Zeólitas 1962 Mobil Oil testa um catalisador com zeólita trocada com terras raras SiO2-Al2O3 Zeólita Coque 4% 4% Conversão 55% 65% Gasolina 38% 51% Gás combustível 7% 6% GLP 17% 16% Conversor FCC Conversor FCC Química de Craqueamento Hidrocarboneto Térmico Catalítico n-Alcanos (n-C16H34) CH4, C2 principais Pouca ramificação C3-C6 principais Muita ramificação Olefinas Pouca isomerização da dupla e da cadeia Muita ramificação da dupla e da cadeia Naftênicos Craqueamento mais lento que n-alcanos Craqueamento similar a n- alcanos Alquilaromáticos Quebra ao longo da cadeia lateral Desalquilação da cadeia Química de Craqueamento Craqueamento térmico radicais livres Craqueamento catalítico carbocátions C-C energia de ligação cerca 85 kcal/mol C-H energia de ligação cerca 95 kcal/mol Craqueamento endotérmico Química de Craqueamento Craqueamento térmico • pouca seletividade na química de radicais livres • baixa seletividade em gasolina e diesel • grande formação de gases (H2 e CH4) • produtos com pouca ramificação e aromaticidade • produção de olefinas Craqueamento Térmico + H + H + H + H2 + + H + C2H4 + C2H5 Craqueamento Térmico Craqueamento Catalítico • grande seletividade na química de carbocátions • alta seletividade em gasolina e diesel • pouca formação de gases (H2 e CH4) • produtos com muita ramificação e aromaticos • produção de olefinas Química de Craqueamento Craqueamento Catalítico Reações de craqueamento catalítico +RR Cisão b R + RR + R Transferência de hidreto Craqueamento Catalítico Reações de isomerização H H H H H Craqueamento Catalítico Reações de aromatização R + R H R R H+ Craqueamento Catalítico Formação de coque Coque: material polimérico formado pela condensação de moléculas de olefinas Craqueamento Catalítico Reações primárias (endotérmicas) ➢ quebra de parafinas e olefinas ➢ desalquilação de aromáticos ➢ quebra de naftênicos Reações secundárias (exotérmicas) ➢ transferência de hidrogênio ➢ condensação de aromáticos e olefinas ➢ isomerização de olefinas ➢ ciclização de olefinas Exercício 2 Você é Executivo de uma multinacional de Petróleo que possui uma série de poços cada um produzindo óleos com distintas características químicas, porém com lifting cost similares. O petróleo está em alta e sua empresa também tem uma refinaria está operando no momento com 66% da capacidade total, por motivos de estratégia. Entretanto, os técnicos da refinaria reportaram que ainda há uma sobra maior de capacidade na unidade de FCC da refinaria. Além disso, os economistas da empresa alertaram a você que normalmente em cenário de volatilidade dos preços de petróleo os descontos em relação as referências (Brent, WTI) tendem a se manter constantes. Nesse momento, equipe operacional aguarda a sua decisão sobre quais poços devem receber recursos para ampliar a produção através de recuperação avançada (EOR), adicionando um custo de menos 0,01% ao lifiting cost. Com base nos seus conhecimentos em refino decida, justificando. PS: Base de cálculo barril referência está 100 USD FIM
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