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Para que você possa elaborar atividades signi�cativas para o desenvolvimento da competência textual dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental, é fundamental aprendermos, agora, sobre os conceitos que envolvem o texto, sobre a textualidade e a textualização, bem como sobre os mecanismos de coesão e coerência. Texto e competência textual Há ainda uma di�culdade dos professores na escola de conceituar o que é texto. Muitos o caracterizam pela extensão, como um conjunto de frases e parágrafos que têm relação de sentido entre si ou, ainda, como a soma de enunciados. Segundo Koch e Travaglia (1998, p. 10): Texto será entendido como uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa especí�ca, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão. “ ”Dessa forma, conseguimos compreender que o texto é uma unidade de sentido, uma sequência coerente de enunciados numa situação de interação especí�ca (KOCH, 2002). A produção e a compreensão de texto, segundo Fávero (1997, p. 6), “derivam de uma competência especí�ca do falante — a competência textual”, que consiste [...] na capacidade de todo falante da língua distinguir um texto coerente de um aglomerado incoerente de enunciados [...] capaz de parafrasear um texto, de resumi-lo, de atribuir-lhe um título, de produzir um texto a partir de um título dado e de distinguir um texto segundo os vários tipos de texto. — FÁVERO, 1997, p. 6. “ ”Textualidade e textualização De acordo em Fávero (1997), os conceitos de texto, competência linguística, textualidade e textualização se entrelaçam. O conjunto de fatores que faz com que um texto seja um texto, e não apenas sequência de frases ou palavras, confere a sua textualidade. O processo que faz parte do conhecimento textual dos falantes e que os leva a aplicar às produções textuais um conjunto de fatores de textualidade é a textualização. Os fatores capazes de textualizar as produções textuais são: Contextualização Aprendizagem da Língua Portuguesa O trabalho com o processo de textualização Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-1 São elementos que ancoram o texto em uma situação comunicativa determinada. Podem ser de dois tipos: os contextualizadores propriamente ditos (data, local, assinatura, elementos grá�cos) e os mecanismos que avançam expectativas sobre o conteúdo do texto (título, autor, início do texto, etc.). Informatividade É o grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no texto. Um texto será tanto menos informativo quanto mais previsível ou esperada for a informação por ele trazida, ou mais informativo se a informação for imprevisível. Intencionalidade Refere-se ao modo como os interlocutores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados. Aceitabilidade Trata-se da avaliação da adequabilidade do texto em relação aos interlocutores. Situacionalidade Pode ser vista da situação comunicativa para o texto e do texto para a situação. A situação comunicativa interfere tanto na produção quanto na recepção do texto pelo leitor, pois na sua construção é necessário veri�car o que é adequado àquela situação especí�ca. Não existe um texto puramente escrito, o texto não expõe �elmente o retrato da realidade, mas, sim, é retratado pelos sentidos do produtor a partir de suas perspectivas e intenções. Intertextualidade Corresponde ao diálogo que se estabelece entre diferentes textos, consistindo na relação estabelecida entre eles quando um se refere a elementos do outro. Há ainda mais dois fatores de textualidade: a coesão e a coerência. Segundo Fávero (1997, p. 12), com base nas discussões de Beaugrande e Dressler (1981): [...] a coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma sequência. A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa con�guração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos. “ ”A partir das discussões dos pesquisadores estudados, pode-se considerar que há coerência sem que, necessariamente, haja coesão. Enquanto a coesão acontece por meio de mecanismos internos que “tecem” o texto, a coerência não se concentra nele, mas parte dele, e leva em consideração a situação comunicativa e fatores https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-2 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-3 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-4 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-5 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-1%20.item-6 de ordem sintática, estilística, pragmática e semântica. Isso quer dizer que, segundo Fávero (1997, p.11), “pode haver um sequenciamento coesivo de fatos isolados que não têm condição de formar um texto”. Segundo Fávero e Koch (1983), a coesão pode ser: Referencial A coesão referencial pode ser anafórica e faz uso de mecanismos como reiteração (feita usando-se pronomes ou advérbios), elipse e substituição. A referência é um movimento de recuperação de elementos textuais que podem estar dentro ou fora do texto. Lexical A coesão lexical é obtida por meio da reiteração de elementos lexicais idênticos ou que possuam o mesmo referente. Retoma-se um termo por meio de mecanismos de repetição ou de substituição – por um sinônimo, hipônimo, hiperônimo até mesmo nome genérico (“gente”, “pessoa”, etc.). Sequencial Segundo Koch (2002), a coesão sequencial está ligada à progressão das ideias de um texto. Há dois procedimentos de coesão sequencial: Sequenciação por progressão: obtida por meio de mecanismos de mesmo campo lexical, encadeamentos por justaposição ou por conectores (conjunção e preposições). Sequenciação por recorrência: obtida por mecanismos como paráfrase, aspectos e tempos verbais, recursos fonológicos (ritmo, rima, aliteração, entre outros), paralelismo e recorrência de termos. Quanto à coerência, os seus mecanismos podem ser de categoria: semântica, sintática, estilística e pragmática. Cada um desses mecanismos é importante para a construção do sentido global do texto, pois eles envolvem os signi�cados dos elementos, as relações de sentido, os aspectos sintáticos, os elementos linguísticos, o léxico, os tipos de estruturas frasais, entre outros (KOCH, 2002). Saiba mais a seguir. Coerência semântica Relaciona-se às expressões ou palavras em um texto em relação aos sentidos que procura construir. Para que haja coerência semântica, não pode haver nenhuma contradição ou sentidos desconexos. Coerência sintática Organiza as estruturas textuais com elementos lexicais conhecidos nas gramáticas, tais como os recursos coesivos, os conectores(conjunções e preposições), os pronomes, entre outros. Se houver inconsistência sintática, há possibilidade de uma estrutura ambígua. Coerência estilística Trata-se de adequação da linguagem à situação comunicativa para que o texto atinja a intenção desejada. Coerência pragmática Tem relação com a consistência de um diálogo ou sequência dos atos da fala. Na interação dialogal, para que https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-2%20.item-1 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-2%20.item-2 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-2%20.item-3 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-3%20.item-1 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-3%20.item-2 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-3%20.item-3 https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U3/S3/div#accordion-3%20.item-4 e e ação co a co s stê c a de u d á ogo ou sequê c a dos atos da a a. a te ação d a oga , pa a que haja coerência pragmática, precisa haver compreensão ativa, de modo que os interlocutores respondam coerentemente ao que o outro a�rmou, negou ou perguntou. Em vista do exposto, podemos constatar que a coesão e a coerência, embora sejam dois fatores inter- relacionados, muitas vezes confundidos, são distintos. Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.
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