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Arquitetura Hospitalar
Unidade 2
Planejamento do Ambiente Hospitalar
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ÉLIDA LACERDA
AUTORIA
Élida Lacerda
Olá! Sou formada em Administração de Empresas e Design de 
Interiores, e pós-graduada em Docência do Ensino Superior, com 
experiência técnico-profissional na área de Design de Interiores há 10 
anos. Atuei em empresas de arquitetura de interiores e, atualmente, tenho 
meu próprio escritório, além de ministrar aulas de Decoração de Interiores. 
Sou apaixonada pela minha profissão, adoro ensinar e estar em constante 
aprendizado. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Entendendo o fluxo de circulação e movimentação de 
pessoas ............................................................................................................ 10
O fluxo de pessoas ......................................................................................................................... 10
Tipologia de fluxos ...................................................................................................... 12
Circulação ............................................................................................................................................. 15
Setorização .......................................................................................................................................... 19
Compreendendo o ambiente hospitalar e o projeto de 
Arquitetura .....................................................................................................24
Edifícios e o ambiente hospitalar.........................................................................................24
O projeto ................................................................................................................................................27
O projeto arquitetônico .............................................................................................................. 30
Conhecendo a interface entre as áreas e o pré-
dimensionamento .......................................................................................34
A interface entre as áreas críticas e não críticas ......................................................34
Pré-dimensionamento de ambientes.............................................................................. 38
Planejando o ambiente hospitalar ....................................................... 41
A importância do planejamento ........................................................................................... 41
Planejamento hospitalar ............................................................................................................43
7
UNIDADE
02
Arquitetura Hospitalar
8
INTRODUÇÃO
Um bom projeto de Arquitetura Hospitalar deve ser funcional e 
garantir bem-estar aos pacientes, visitantes e profissionais que ali vão 
permanecer, além de se preocupar com o controle de disseminação 
de agentes contaminantes. Compreender a ligação entre fluxos 
e circulações é determinante para chegar a esse objetivo e, para 
conseguir definir tudo isso, é preciso antes setorizar cada ambiente. O 
projeto necessita ser planejado minuciosamente e cada detalhe deve 
ser estudado com visão de futuro a fim de proporcionar facilidade em 
alterações que se façam necessárias. Todas as áreas de uma unidade 
de saúde se integram entre si, sendo elas críticas ou não críticas. O 
planejamento e o controle de fluxos e circulação auxiliam a facilitar 
essa interação entre as áreas. Deve haver facilidade de acesso entre 
uma e outra, mas também cuidado para que cada pessoa ou bem 
que irá circular nessas áreas limite-se às restrições impostas. Por fim, 
para que todo esse conjunto seja funcional, é necessário fazer um 
pré-dimensionamento do ambiente, para que cada área tenha sua 
dimensão devida, pensando nas possibilidades de alterações futuras 
e na funcionalidade. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai 
mergulhar neste universo!
Arquitetura Hospitalar
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Compreender o fluxo de circulação e movimentação de pessoas.
2. Interpretar o ambiente hospitalar e o projeto de Arquitetura.
3. Definir a interface entre as áreas e o pré-dimensionamento das 
unidades funcionais básicas de um hospital.
4. Planejar e organizar o ambiente hospitalar como um todo.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Arquitetura Hospitalar
10
Entendendo o fluxo de circulação e 
movimentação de pessoas
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
o fluxo de circulação e movimentação de pessoas. Isso é 
fundamental para desenvolver projetos corretamente. E 
então? Determinado para desenvolver essa competência? 
Então, vamos lá!
O fluxo de pessoas
Planejar um ambiente com grande circulação de pessoas é um 
imenso desafio para os profissionais de Arquitetura; afinal, não se deve 
considerar somente a beleza e modernidade, mas é crucial que seja 
funcional. O hospital tem grande fluxo de pessoas, cada uma vai em 
um ambiente em busca de determinado atendimento. Para facilitar o 
entendimento do paciente, o projeto deve dispor de boa sinalização e 
setorização.
A sinalização implica ter uma comunicação visual intuitiva e objetiva. 
É comum nos hospitais as alas de atendimento serem diferenciadas pelas 
cores, inclusive com setas-guias no piso que orientam o caminho a ser 
percorrido. Em conjunto com essa sinalização, também são colocadas 
placas identificando e até apontando a direção de determinado ambiente.
O fluxo arquitetônico é o objetivo a ser alcançado ao projetar 
ambientes. Afinal, existe uma diferença significativa entre um edifício que 
abriga uma variedade de funções independentes que coexistem próximas 
umas das outras em comparação a um prédio que promove funções que 
se harmonizam entre si à medida que de cada uma delas se aproveita. 
Essa é uma característica importante do fluxo arquitetônico – no qual uma 
narrativa de ocupante emerge de uma narrativa ambiental bem projetada.
Arquitetura Hospitalar
11
Ao projetar um hospital, como a área da sala de espera fluiria para a 
sala de tratamento do paciente? Para projetar esse microfluxo, é benéfico 
pensar em como a sala de espera pode ser projetada para ajudar o paciente 
(reduzir o estresse ou até reduzir a dor ou o desconforto)enquanto são 
preparados para o exame médico e/ou tratamento. O fluxo arquitetônico 
visa ajudar o ocupante do edifício a fazer a transição de um espaço para 
outro, para que ele possa processar o que acabou de experimentar e se 
preparar para o que experimentará da maneira mais otimizada.
NOTA:
De acordo com o Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa 
(2021), a definição de fluxo é “escoamento ou movimento 
contínuo que segue um curso”.
Os fluxos devem proporcionar melhor utilização dos espaços e 
desenvolvimento das funções, além disso, deve ser claro e simples. Em 
Arquitetura, pode-se dizer que o fluxo se refere ao movimento não só de 
pessoas, mas também de bens na circulação de uma edificação.
Na Arquitetura Hospitalar, o fluxo é um elemento de extrema 
importância para a elaboração do projeto, uma vez que é determinante 
para a distribuição dos espaços. A análise do fluxo hospitalar contribui 
tanto para o operacional quanto para a evitar contaminação e reduzir 
infecções. Como visto na história do ambiente hospitalar, no final do 
século XVIII os hospitais começaram a ser observados com mais cuidado 
e foi constatada a sua relação com taxas de mortalidade. Nesse momento, 
os fluxos hospitalares começaram a ser analisados, resultando em novas 
linhas de projetos hospitalares.
NOTA:
Segundo Foucault (1979), o inglês John Howard, filantropo, 
e o médico francês Jacques-René Tenon, por meio 
de suas pesquisas, relacionaram o fluxo e o espaço 
arquitetônico com as taxas de mortalidade e de sucesso 
nos atendimentos.
Arquitetura Hospitalar
12
Seus estudos deram mais visibilidade a questões funcionais e de 
espaço nos projetos de Arquitetura Hospitalar. Foi assim que surgiu a ideia 
de que o hospital deve curar e recuperar, e não somente ser um “depósito” 
de doentes. Portanto, a tipologia dos fluxos é essencial para a Arquitetura 
promover recuperação dos doentes e garantir a funcionalidade das 
atividades dos hospitais.
IMPORTANTE:
Em 1865, o cirurgião escocês Lister, com base na teoria 
dos germes de Louis Pasteur, passou a defender o uso de 
procedimentos antissépticos. Para ele, a questão da divisão 
arquitetônica para separar as doenças por ambiente não era 
o mais importante. Foi então que se começou a questionar 
o sistema pavilhonar, e o sistema monobloco ganhou força 
também pelo fato de que a construção em pavilhões exigia 
um longo percurso para funcionários, pacientes e até para 
a instalação de infraestruturas.
Com as novas tecnologias do elevador e do betão ou concreto 
aramado, foi possível construir os edifícios verticais. Assim passou-se a 
economizar nas questões relacionadas ao terreno, pois esse modelo já 
não exigia terrenos enormes como o de pavilhão.
Analisando a questão do fluxo hospitalar, o mais interessante é que, 
com o sistema monobloco, foram unificados em um só local os serviços 
de alimentação, esterilização, lavagem de roupas, entre outros, enquanto 
que no modelo anterior, cada pavilhão tinha uma unidade desses serviços.
Tipologia de fluxos
Ao projetar um ambiente hospitalar, é necessário observar os vários 
tipos de fluxos existentes, que são: 
 • Paciente de ambulatório. 
 • Paciente de urgência. 
 • Paciente para diagnóstico e terapia. 
 • Equipe de saúde. 
Arquitetura Hospitalar
13
 • Amostras dos pacientes. 
 • Roupa limpa e suja. 
 • Abastecimento. 
 • Lixo. 
 • Cadáver. 
EXPLICANDO MELHOR:
Esses fluxos podem ser classificados, de acordo com sua 
natureza, em: fluxo de utilizadores; de insumos; de resíduos 
hospitalares e de cadáveres.
Sobre o fluxo de utilizadores, que diz respeito à movimentação de 
pessoas no interior do hospital, pode-se dividi-lo ainda em:
 • Utilizadores externos: paciente externo, acompanhante e visitante.
 • Utilizadores internos: paciente interno e funcionário.
Segundo Toledo (2002), para entender melhor a que os fluxos estão 
sujeitos, é necessário dividi-los em dois grandes grupos: interfuncionais e 
intrafuncionais. Os fluxos interfuncionais acontecem em unidades funcionais 
distintas, ou seja, entre uma e outra unidade, e são divididos em:
 • Paciente externo: neste caso, consideram-se os pacientes que não 
ultrapassam mais de 24 horas no hospital. Seu fluxo é restringido 
aos serviços de urgência, meios terapêuticos, de diagnósticos e 
ambulatório. Por isso, é essencial que o paciente externo e seus 
acompanhantes não percorram pela circulação branca, restrita 
aos pacientes internos e profissionais de saúde.
Circulação branca diz respeito às circulações com alto nível de risco 
de contaminação, como salas de operações, laboratórios e outros. 
 • Paciente interno: são aqueles que permanecem por mais de 24 horas 
na unidade de saúde, os que são internados. Seu fluxo não é restrito 
à unidade de internação, pois podem acessar outras unidades 
funcionais, como de diagnósticos, de terapias, entre outras.
Arquitetura Hospitalar
14
 • Acompanhantes: são todos os que encaminham e acompanham os 
pacientes em geral e seu fluxo é restrito aos ambientes de espera.
 • Funcionários: são todos os profissionais que exercem alguma 
função, prestam qualquer tipo de cuidado com os pacientes, desde 
médicos até cozinheiros. Seu fluxo deve ser restrito à sua unidade 
de trabalho, mas, em geral, têm circulação livre por todo o hospital.
 • Insumos: circulação de recursos materiais gerados ou não pelo 
hospital, que são classificados em equipamentos, medicamentos, 
alimentos, roupa limpa, alimentos, entre outros. É imprescindível 
uma boa disposição das circulações por onde esses bens passam.
 • Materiais contaminados e resíduos sólidos: resíduos hospitalares 
utilizados e descartados. Esses resíduos podem conter elementos 
que apresentam risco de contaminação, por isso seu fluxo deve 
ser restrito às áreas críticas.
 • Cadáver: pacientes que vêm a óbito no hospital. É necessário ter 
atenção à circulação por dois motivos: evitar risco de contaminação 
e reduzir o impacto emocional em pacientes e acompanhantes ao 
ver um cadáver.
 • Visitas e visitantes: pessoas externas que não necessitam de 
atendimento de saúde. As visitas são pessoas que visitam os 
pacientes, e os visitantes são as que vão a trabalho para reuniões 
etc. O fluxo deve ser limitado por área e deve haver restrição de 
tempo e espaço.
Os fluxos intrafuncionais acontecem em uma única unidade 
funcional e podem ser distribuídos em dois tipos: contaminados e sem 
risco de contaminação. Fazer essa distinção dos fluxos intrafuncionais é 
fundamental para evitar a infecção hospitalar.
O planejamento de quantificação e localização dos acessos ao 
hospital deve se adequar ao tipo de fluxo, para fins de controle. Essa 
quantificação vai depender da complexidade do hospital, já que quanto 
mais acessos, mais necessidade de controle e, por consequência, maior 
o custo operacional.
Arquitetura Hospitalar
15
Circulação
O Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa (2021) define circulação 
como “o deslocamento contínuo de pessoas ou coisas”.
A circulação deve facilitar a movimentação para a correta execução 
das tarefas corriqueiras e permitir acesso otimizado. Pode ser dividida em 
fluxo natural (quando ocorre sem desvios) ou forçado (quando há desvios 
estéticos ou funcionais).
Na Arquitetura, circulação é como os caminhos definidos por meio 
de uma planta baixa. O desenho dessas vias tem um efeito enorme no 
sucesso ou fracasso de um projeto. Os espaços de circulação devem ser 
tão interessantes quanto qualquer outra parte de um edifício. Sempre há 
oportunidades únicas para tornar a circulação interessante.
EXPLICANDO MELHOR:
Os caminhos óbvios incluem corredores (circulação 
horizontal) e escadas (circulação vertical). Mas todo espaço 
que podemos ocupar faz parte do sistema de circulação 
de um edifício. A circulação vertical pode incluir elevadores 
e escadas. Caminhos menos óbvios são os espaços entre 
e ao redor dos móveis: os espaços nos ambientes ondeas 
pessoas provavelmente andam. Todas essas variações na 
circulação são aspectos importantes da Arquitetura, porque 
é o movimento que faz a Arquitetura uma experiência 
tridimensional. Sem movimento, a Arquitetura é apenas 
um cenário: divertido de se olhar, talvez, mas sem relação 
direta com o usuário.
A boa circulação é essencial para uma Arquitetura bem-sucedida. 
Como o fluxo de sangue em um corpo, a circulação funciona melhor 
quando a rota é clara e desobstruída. Afinal, como você pode apreciar 
belos espaços se não sabe para onde ir ou se está constantemente 
encontrando obstáculos? 
Arquitetura Hospitalar
16
REFLITA:
Quando confrontamos pessoas com uma pista de 
obstáculos, seus olhos estão nos obstáculos, não na 
Arquitetura.
A palavra “circulação” significa o movimento do sangue ao redor do 
corpo humano quando se trata de ciência. Na Arquitetura, o conceito de 
circulação não é tão diferente: refere-se à maneira como as pessoas, o 
sangue dos edifícios, se movem pelo espaço.
Em particular, rotas de circulação são os caminhos que as 
pessoas percorrem ao redor de prédios ou locais urbanos. A circulação 
é frequentemente vista como o “espaço entre os espaços”, tendo uma 
função conectiva, mas pode ser muito mais do que isso. É o conceito que 
captura a experiência de mover nossos corpos em torno de um edifício, 
tridimensionalmente e ao longo do tempo. 
A circulação na Arquitetura refere-se à forma como os espaços 
ou os edifícios são projetados para facilitar o fluxo humano. A circulação 
nos edifícios geralmente é efetuada vertical e horizontalmente com o 
uso de escadas e elevadores. Também se pode dizer que a circulação 
se refere à maneira de entrar, percorrer e contornar um edifício. A função 
da circulação arquitetônica, predominada pelos movimentos humanos e 
funções programáticas, determina a organização dos espaços, que inclui 
a ideia de linearidade e verticalidade.
Embora todos os espaços que uma pessoa possa acessar ou ocupar 
façam parte do sistema de circulação de um edifício, quando se fala de 
circulação normalmente não se tenta explicar para onde cada pessoa 
pode ir. Os arquitetos geralmente projetam de acordo com os diferentes 
tipos de circulação, que se sobrepõem ao planejamento geral. O tipo e a 
extensão dessas divisões dependerão do projeto, mas podem incluir: 
 • Direção do movimento: horizontal ou vertical. 
 • Tipo de uso: público ou privado.
 • Frequência de uso: comum ou de emergência.
 • Horário de uso: manhã, dia, noite, contínuo. 
Arquitetura Hospitalar
17
REFLITA:
Cada um desses tipos de circulação exigirá uma 
consideração arquitetônica diferente. O movimento pode 
ser rápido ou lento, mecânico ou manual, realizado no 
escuro ou totalmente iluminado, lotado ou individualmente. 
Os caminhos podem ser de lazer e sinuosos, ou estreitos e 
diretos. Devido aos tipos de circulação, a direção e o uso 
são frequentemente críticos para o layout de um edifício.
A circulação horizontal pode incluir corredores, entradas e saídas. 
Também é afetada pelo layout da mobília ou por outros objetos no 
espaço, como colunas, árvores ou alterações topográficas. É por isso que 
os arquitetos costumam mobiliar como parte de um design conceitual, 
porque isso está criticamente ligado ao fluxo, à função e à sensação do 
espaço. 
A circulação vertical é a maneira como as pessoas se movem 
para cima e para baixo dentro do edifício, incluindo escadas, elevadores, 
rampas, tudo que possibilita passar de um nível para outro. 
A circulação pública são as áreas mais amplas e facilmente 
acessíveis do edifício. Nesse aspecto, a circulação geralmente se sobrepõe 
a outras funções, como um saguão, átrio ou galeria, e é aprimorada para 
um alto nível de qualidade arquitetônica. Questões de visibilidade, como 
as multidões se movem e caminhos de fuga claros são fundamentais. 
A circulação privada é responsável pelos movimentos mais íntimos 
dentro do edifício, ou os que exigem certo grau de privacidade. Em uma 
casa, pode ser a porta dos fundos; em um prédio grande, a parte de trás 
da casa; escritórios de funcionários ou zonas de armazenamento. 
Um espaço de circulação pode ser:
 • Fechado: forma um espaço de passagem público ou corredor 
privado relacionado aos espaços que ele liga, por meio de 
entradas em um plano de parede.
 • Aberto de um lado: forma uma varanda ou galeria que forneça 
continuidade visual e espacial ao espaço que ele vincula.
Arquitetura Hospitalar
18
 • Aberto em ambos os lados: forma uma passagem com colunas 
que se torna uma extensão física do espaço por onde passa.
Assim como os órgãos do corpo e a medula espinhal, os prédios da 
Arquitetura também têm seus próprios “órgãos” e “medula espinhal” para 
que sejam completos. Para Madrigano (2006), quando as circulações não 
são disponibilizadas corretamente, podem acarretar grandes problemas, 
visto que são elas que definem a funcionalidade do ambiente hospitalar. 
Desse modo, é imprescindível categorizar os fluxos e controlar os acessos.
O plano de circulação tem de ser aplicável a modificações futuras, 
para que o edifício possa se expandir sem prejudicar as operações dos 
setores existentes.
As circulações estabelecem a estrutura de um hospital, e os seus 
itinerários devem ser estruturados de forma a diminuir as distâncias e 
separar e controlar os fluxos.
Existem dois tipos de circulações:
 • Externas (ou intersetoriais): trajetos principais que conectam as 
unidades funcionais.
 • Internas (ou intrassetoriais): trajetos secundários que conectam as 
diversas dependências de uma unidade funcional. 
Veja um exemplo no organograma disposto na Figura 1. 
Figura 1 – Organograma do sistema intersetorial e intrassetorial
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
Os tipos de circulações coincidem com os tipos de relações entre 
as unidades funcionais e entre as respectivas repartições. 
Exemplo: No caso de uma unidade funcional de processos 
médico-hospitalares, a relação intrasetorial entre os ambientes que 
prestam atendimento ao paciente e os ambientes de apoio é definida por 
intermédio de uma circulação interna. 
Arquitetura Hospitalar
19
As circulações na área hospitalar devem ser classificadas como:
 • Abertas: baixa restrição de acesso (ex.: entrada e elevadores de 
visitantes).
 • Semirrestritas: intersetoriais com alguma restrição para visitantes 
(ex.: quartos de internação).
 • Restritas: intrasetoriais exclusivas a profissionais da saúde (ex.: 
circulação interna obstetrícia).
 • Altamente restritas: intrasetoriais exclusivas profissionais da saúde 
(ex.: ambientes de isolamento).
Para controlar a distribuição dos fluxos, as circulações devem 
reduzir os cruzamentos e os conflitos entre os vários tipos de fluxo e 
reduzir suas distâncias.
Setorização
Para Toledo (2002), a setorização é um método que observa a 
disposição espacial das unidades funcionais e das repartições que as 
compõem, por meio do qual são definidos, analisados e organizados os 
fluxos hospitalares.
EXPLICANDO MELHOR:
No método de setorização, também é necessário 
considerar os fatores climáticos, como questões de direção 
em relação à insolação e ventos dominantes, topografia, 
drenagem, peculiaridades do terreno e classificação dos 
acessos em torno dele.
Os fluxos hospitalares são os que mais estabelecem a disposição 
espacial das unidades funcionais. Por esse motivo, para ter uma distribuição 
espacial adequada é fundamental entender os diferentes tipos de fluxos.
Projetar ambientes mais simples torna o trabalho menos árduo. 
Porém, ao se deparar com ambientes mais complexos, com fluxo de 
pessoas mais intenso, a necessidade de um auxílio para organizar o 
projeto é iminente e a solução nesse caso é utilizar a setorização.
Arquitetura Hospitalar
20
É comum ver em construções complexas, como universidades, a 
nomenclatura setor x ou y, entre outros. Essa divisão não acontece somente 
para ajudar os usuáriosou visitantes a se localizarem, mas para auxiliar os 
profissionais da construção a projetar de forma mais fácil. O princípio da 
setorização é simplificar e o conceito é criar ou dividir em setores.
Exemplo: Considere um ambiente para ser projetado com 30 
ambientes, sabendo que 10 serão de serviços e outros 10 são de acesso 
público. Aqui já se fez uma divisão em dois setores (serviços e acesso 
público). Restam ainda mais 10 ambientes, que, porventura, têm ligação 
entre si, pois são áreas de apoio. Note que agora já foi definido o terceiro 
setor, então os 30 ambientes foram simplificados em três setores. Esta 
setorização é essencial para trabalhar em partes, ou seja, antes existiam 
30 ambientes complexos para projetar, agora são três setores que podem 
ser trabalhados um a um, sem a necessidade de retrabalho, pois cada 
setor se relaciona entre si.
A setorização também pode ser utilizada em ambientes pequenos. 
Talvez, sem perceber, isso já é realizado no dia a dia dos profissionais. No 
caso de uma clínica pequena, ao se dividir o ambiente em recepção e 
atendimento, já ocorreu a setorização.
A setorização garante a redução de problemas de fluxos e permite 
o uso do edifício de maneira mais adequada. Mas é evidente que a 
setorização facilita mais alguns projetos que outros, veja cada um deles: 
 • Programa de necessidades complexos: são os casos em que o 
número de ambientes não é tão grande, mas os espaços são 
complexos, como clínicas com atendimento de pediatria e 
psicologia. Nesse caso, o ideal é que a setorização seja feita para 
deixar esses ambientes separados. Afinal, terapia não combina 
com barulho e é quase impossível fazer com que uma criança não 
fale alto.
 • Programa de necessidades extensas: é o caso dos 30 ambientes 
exemplificado. Imagine um projeto com 30 ambientes sendo 
dividido em 10 setores e esses 10 podendo ser agrupados em 3 
macrossetores.
Arquitetura Hospitalar
21
 • Mais de um pavimento: nesse caso, os pavimentos podem ser os 
setores.
Deve-se ficar atento a exigências que a setorização faz, como 
estabelecer afinidade dos ambientes, não reduzir programas complexos em 
apenas alguns setores, obedecer a fluxos e hierarquia no projeto, atentar-
se à tecnologia de construção e levar em conta a tridimensionalidade do 
projeto. A setorização é uma ferramenta simples e usual, mas que, ao se 
pensar em projetos mais complexos, pode ser deixada de lado.
Em Arquitetura, setorizar é reunir os ambientes solicitados no 
programa de necessidades em setores que tenham alguma peculiaridade 
de correlação entre si, a fim de facilitar a elaboração do projeto e 
proporcionar um fluxo ideal após construído.
IMPORTANTE:
Com relação à setorização na área hospitalar, o projeto 
requer muita atenção à distribuição das unidades funcionais 
e de suas repartições. É indispensável analisar as ligações 
entre as diferentes unidades funcionais, assim como os 
fluxos gerados por elas.
Ao definir a ligação entre as unidades funcionais, é possível verificar 
a necessidade de proximidade entre elas. Como pode-se observar no 
Quadro 1.
Quadro 1– Unidades funcionais
Atendi-
mento
Operatório
Cuidados 
intensivos
Obstétrica Urgências
Labora-
tório
Exames
Atendimento x x
Operatório x x x x
Cuidados 
intensivos
x x
Obstétrica x x
Urgências x x
Laboratório x
Exames x
Boa ligação, Razoável ligação, Ótima ligação
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Arquitetura Hospitalar
22
Para definir a melhor disposição de uma unidade funcional, é 
necessário observar suas particularidades. E uma maneira de verificar 
como elas se relacionam é elaborando fluxogramas (Figura 2), uma 
ferramenta indispensável ao processo de setorização. Ao detalhar o 
fluxograma, é possível constatar erros como a presença de pacientes 
externos em áreas restritas.
Figura 2 – Fluxograma
Fonte: Teixeira (s. d.).
Após elaborar o fluxograma, é possível dimensionar as unidades 
funcionais e fazer sua distribuição espacial.
Arquitetura Hospitalar
23
RESUMINDO:
E então? Conseguiu aprender tudo o que foi demonstrado? 
Bom, para ter certeza de que não restaram dúvidas sobre 
o tema de estudo deste capítulo, segue um resumo. Foi 
explicado sobre a importância dos fluxos de circulação 
e movimentação no ambiente hospitalar. Os fluxos e sua 
tipologia devem ser compreendidos e estudados para não 
gerar problemas futuros. A circulação deve ser bem definida 
a fim de otimizar os processos e controlar a distribuição 
dos fluxos. As circulações devem reduzir os cruzamentos 
e os conflitos entre os vários tipos de fluxo e reduzir suas 
distâncias. Para definir os fluxos e circulações, é muito 
importante fazer a setorização, ou seja, reunir os ambientes 
solicitados no programa de necessidades em setores que 
tenham alguma peculiaridade de correlação entre si. Com 
relação à setorização na área hospitalar, o projeto requer 
muita atenção à distribuição das unidades funcionais e 
de suas repartições. É indispensável analisar as ligações 
entre as diferentes unidades funcionais, assim como os 
fluxos gerados por elas. Em geral, setorizar os ambientes 
proporciona melhor divisão de fluxos e circulação para 
garantir um projeto de sucesso.
Arquitetura Hospitalar
24
Compreendendo o ambiente hospitalar e 
o projeto de Arquitetura
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender 
o projeto de Arquitetura no ambiente hospitalar a partir da 
integração entre as áreas do edifício. Isso é fundamental 
para garantir funcionalidade nos projetos. E então? 
Determinado para desenvolver essa competência? Então, 
vamos lá!
Edifícios e o ambiente hospitalar
A manutenção e o aprimoramento da saúde e a segurança e o 
conforto das pessoas nos estabelecimentos de saúde são seriamente 
afetados se requisitos específicos de construção não forem atendidos. Os 
edifícios para serviços de saúde são únicos e neles coexistem ambientes 
heterogêneos. 
Pessoas diferentes, diversas atividades em cada ambiente e muitos 
fatores de risco estão envolvidos na patogênese de um amplo espectro 
de doenças. Três situações devem ser levadas em consideração no 
ambiente hospitalar:
 • Os critérios funcionais da organização classificam os ambientes 
das unidades de saúde da seguinte maneira: unidades de 
enfermagem, salas de operações, instalações de diagnóstico 
(unidade de radiologia, unidades de laboratório e assim por diante), 
departamentos ambulatoriais, área de administração (escritórios), 
serviços, corredores e passagens. 
 • Os processos incluem atividades específicas de assistência à saúde 
(atividades de diagnóstico, atividades terapêuticas, atividades de 
enfermagem) e atividades comuns a muitos edifícios públicos 
(trabalho de escritório, manutenção tecnológica, preparação de 
alimentos e assim por diante). 
Arquitetura Hospitalar
25
 • Os fatores de risco são agentes físicos (radiação ionizante e não 
ionizante, ruído, iluminação e fatores microclimáticos), produtos 
químicos (solventes e desinfetantes orgânicos), agentes biológicos 
(vírus, bactérias, fungos e outros), ergonomia (posturas, elevação 
e assim por diante) e fatores psicológicos e organizacionais 
(percepções ambientais e horas de trabalho). 
EXPLICANDO MELHOR:
Os fatores relacionados aos acima citados variam de 
aborrecimento ou desconforto ambiental (desconforto 
térmico ou sintomas irritativos) a doenças graves (infecções 
adquiridas em hospitais e acidentes traumáticos). Nessa 
perspectiva, a avaliação e o controle de riscos requerem 
uma abordagem interdisciplinar envolvendo médicos, 
higienistas, engenheiros, arquitetos, economistas e assim 
por diante, e o cumprimento de medidas preventivas 
nas tarefas de planejamento, projeto, construção e 
gerenciamento de edifícios.
Os requisitos específicos de construção são extremamente 
importantes entre essas medidas preventivas e devem ser classificados 
da seguinte forma:
 • Requisitos de planejamento do local.• Requisitos de projeto arquitetônico.
 • Requisitos para materiais de construção e mobiliário.
 • Requisitos para sistemas de aquecimento, ventilação e ar-
condicionado e condições microclimáticas.
Esses requisitos enfocam edifícios hospitalares gerais e obviamente 
seriam necessárias adaptações para hospitais especializados (centros 
ortopédicos, hospitais oftalmológicos, maternidades, instituições 
psiquiátricas, instalações de cuidados de longa duração e institutos de 
reabilitação), para clínicas de atendimento ambulatorial e instalações 
de atendimento de urgência/emergência e consultórios individuais e 
práticas de grupo. 
Arquitetura Hospitalar
26
NOTA:
Esses requisitos são determinados pelo número e tipos 
de pacientes (incluindo seu estado físico e mental) e pelo 
número de profissionais de saúde e as tarefas que eles 
executam.
As considerações que promovem a segurança e o bem-estar de 
pacientes e funcionários comuns a todas as unidades de saúde incluem:
 • Ambiente, incluindo não apenas decoração, controle de iluminação 
e ruído, mas também posicionamento de móveis e equipamentos.
 • Sistemas de ventilação que minimizem a exposição a agentes 
infecciosos e produtos químicos e gases potencialmente tóxicos.
 • Instalações de armazenamento de roupas e efeitos de pacientes e 
visitantes que minimizem possíveis contaminações.
 • Armários, vestiários, lavatórios e banheiros para funcionários.
 • Instalações de lavagem das mãos convenientemente localizadas 
em cada sala e área de tratamento.
 • Portas, elevadores e banheiros que acomodam cadeiras de rodas 
e macas.
 • Áreas de armazenamento e arquivamento projetadas para 
minimizar a inclinação, curvatura, alcance e trabalho pesado dos 
trabalhadores.
 • Sistemas de comunicação e alarme automáticos e controlados 
por trabalhadores.
 • Mecanismos de coleta, armazenamento e disposição de resíduos 
tóxicos, roupas e roupas contaminadas e assim por diante.
O local da unidade de saúde deve ser escolhido de acordo com 
alguns critérios principais:
 • Fatores ambientais: o terreno deve estar o mais nivelado possível. 
A área deve estar longe de fontes que gerem poluição e ruído 
(especialmente fábricas e aterros sanitários). 
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27
 • Fatores urbanísticos: o local deve ser facilmente acessível a 
possíveis usuários, ambulâncias e veículos de serviço para 
fornecimento de mercadorias e descarte de resíduos. Transporte 
público e serviços públicos (água, gás, eletricidade e esgotos) 
devem estar disponíveis. Os bombeiros e seus aparelhos devem 
ter acesso imediato a todas as partes da instalação. 
 • Disponibilidade de espaço: o local deve permitir algumas 
possibilidades de expansão e fornecimento de estacionamento 
adequado.
Todas essas colocações são importantes e, se não forem observadas, 
colocam em risco o conforto e a segurança dos edifícios hospitalares.
O projeto
Escopo do projeto é o que precisa ser executado para a entregar um 
produto, serviço ou resultado com atributos e aplicações especificadas, 
ou seja, é o que deve ser feito para que o projeto obtenha resultado.
O escopo do projeto é uma métrica definidora, refletindo a totalidade 
do objetivo geral e da visão de um determinado projeto. Uma vez definido 
e aprovado, o escopo fornece um roteiro para o planejamento e a 
execução. Para alcançar resultados bem-sucedidos, deve ser claramente 
indicado em termos específicos e mensuráveis, prontos para negociação, 
aceitação e aprovação das partes interessadas. 
IMPORTANTE:
O escopo do projeto existe em vários níveis, começando 
pelo próprio resultado do projeto e expandindo-se para 
incluir o “esforço do processo” correspondente necessário 
para planejar, gerenciar e executar. Além disso, para atingir 
todas as metas e objetivos estabelecidos do projeto, as 
especificações do escopo devem ir além de “o que será 
feito” (inclusões do escopo) e indicar, também, o que não 
será feito (as exclusões do escopo).
Arquitetura Hospitalar
28
Para atender a todas as necessidades estratégicas e operacionais, 
o escopo do projeto é definido usando uma série de “modelos” lógicos e 
físicos, fornecendo as etapas e estratégias necessárias para determiná-lo, 
juntamente com os formatos de documentação física necessários para 
produzir os resultados tangíveis. 
Formatos tangíveis são essenciais para garantir consentimento e a 
aprovação, formando a base sobre a qual os termos do escopo podem ser 
revisados e negociados. E, quando se trata de definir e documentar, existe 
uma regra fundamental: torná-lo acionável.
REFLITA:
O escopo está no cerne do processo de definição do 
projeto, especificando “o que será feito” e “o que não será 
feito”. Se bem definido, elenca expectativas realistas e cria 
uma estrutura para a execução.
Embora os detalhes do escopo variem de acordo com a natureza 
e as condições do projeto, as especificações padronizadas devem 
compartilhar todas as seguintes características:
 • O escopo do projeto deve ser específico: deve ser definido em 
termos claros e específicos, abrangendo inclusões e exclusões 
declaradas. Isso é essencial para garantir que seja capaz de seja 
executado, considerando tarefas e atividades relacionadas ao 
esforço de trabalho. Além disso, as partes interessadas devem 
saber o que estão aprovando.
 • Deve ser mensurável: as especificações do escopo devem ser 
suficientemente mensuráveis para que possam ser verificadas 
com relação a status e critérios de qualidade específicos. As partes 
interessadas devem acreditar que sua precisão pode ser medida.
 • Deve ser relevante: as especificações devem ser suficientemente 
relevantes e alinhadas a necessidades, metas e objetivos do 
projeto. As partes interessadas devem acreditar que escopo e 
visão foram devidamente alinhados.
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29
 • Deve ser negociado: as especificações devem ser determinadas 
por meio de negociação e colaboração ativas. As partes 
interessadas devem participar do processo de desenvolvimento, 
contribuindo e comprometendo-se conforme a necessidade de 
alcançar resultados priorizados.
 • Deve ser aprovado: depois de concluídas, as especificações do 
escopo devem ser aprovadas e aceitas. A aprovação representa 
consentimento e aceitação informados. Por meio da aceitação 
documentada, as partes interessadas assumem a responsabilidade 
compartilhada pelo projeto.
Para negociar um escopo de sucesso, é necessário:
 • Identificar as necessidades e interesses das partes interessadas 
que influenciam e tomam decisões.
 • Criar um processo formal de negociação, definindo datas de 
vencimento e agendando reuniões.
 • Estabelecer parâmetros de negociação (metas, objetivos, papéis 
e responsabilidades).
 • Criar um escopo de linha de base como ponto de partida para 
negociações.
 • Documentar os resultados das reuniões e as ações de 
acompanhamento relacionadas.
 • Utilizar executivos do projeto para fornecer orientação, conforme 
necessário.
O gerenciamento do escopo é essencial para a entrega do 
projeto dentro do prazo. Como os melhores resultados dependem de 
necessidades e capacidades equilibradas, o escorregamento (isto é, 
quando é permitido expandir o escopo descontrolado) deve ser evitado. 
O escopo nunca deve exceder os limites negociados – não sem mais 
planejamento e comprometimento. O status deve ser monitorado 
continuamente, permitindo mudanças gerenciadas conforme necessário.
Arquitetura Hospitalar
https://www.ittoolkit.com/articles/project-change-management
30
O projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico das unidades de saúde em geral adota 
alguns parâmetros:
 • Classe do estabelecimento de saúde: hospital, centro de saúde 
grande ou pequeno, entre outros.
 • Dimensões da área de obtenção.
 • Gerenciamento: custos, flexibilidade.
 • Ventilação fornecida.
 • Relação edifício/área.
 • Qualidade ambiental: segurança e conforto são objetivos 
profundamente primordiais.Os fatores apresentados levam os profissionais de Arquitetura das 
unidades de saúde a escolher a melhor forma de construção para cada 
situação, variando particularmente de um hospital horizontal com edifícios 
separados a um edifício único vertical ou horizontal.
O primeiro (adequado para edifícios de baixa densidade) é 
normalmente usado para hospitais com até 300 leitos, devido aos baixos 
custos em construção e gerenciamento. O segundo (geralmente preferido 
para edifícios de alta densidade) torna-se econômico para hospitais com 
mais de 300 leitos.
As dimensões e distribuição do espaço interno precisam lidar com 
muitas variáveis, entre as quais se podem considerar: funções, processos, 
circulação e conexões com outras áreas, equipamentos, carga de trabalho 
prevista, custos e flexibilidade, conversibilidade e suscetibilidade de uso 
compartilhado. Compartimentos, saídas, alarmes de incêndio, sistemas 
de extinção automática e outras medidas de prevenção e proteção contra 
incêndio devem seguir os regulamentos locais. 
Vários requisitos específicos são sugeridos para cada área nas 
unidades de saúde, os quais são apresentados a seguir.
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31
 • Unidades de enfermagem: o layout interno das unidades de 
enfermagem geralmente segue um dos três modelos básicos 
subsequentes: 
 • Enfermaria aberta (ou enfermaria Nightingale): uma sala ampla 
com 20 a 30 camas, de cabeça para as janelas, ambas as paredes.
 • Layout rigs: nesse modelo, as camas eram colocadas paralelamente 
às janelas e, inicialmente, estavam em baías abertas em ambos os 
lados de um corredor central.
 • Hospitais posteriores: as baias eram muitas vezes fechadas, para 
que se tornassem quartos com 6 a 10 camas e, por fim, quartos 
pequenos, com 1 a 4 camas. 
IMPORTANTE:
Quatro variáveis devem levar o planejador a escolher o 
melhor layout: necessidade de cama (se alta, uma ala 
aberta é aconselhável), orçamento (se baixo, uma ala 
aberta é a mais barata), necessidades de privacidade (se 
consideradas altas, salas pequenas são inevitáveis) e nível 
de terapia intensiva (se alto, a ala aberta ou o layout das 
plataformas com 6 a 10 leitos são recomendados).
Nas enfermarias abertas, as instalações sanitárias devem estar 
próximas às camas dos pacientes. Para quartos individuais e múltiplos, 
devem ser fornecidas instalações de lavagem das mãos em cada quarto. 
 • Salas de operações: duas classes principais de elementos devem 
ser consideradas, que são as salas de cirurgia e áreas de serviço. 
As salas de cirurgia devem ser classificadas da seguinte forma:
 • Sala de operações geral.
 • Espaço para cirurgia ortopédica (opcional), necessitando de 
espaço de armazenamento fechado para talas e equipamentos.
 • Espaço para cirurgia cardiovascular (opcional), na área livre da sala 
cirúrgica, perto da sala de operações, deve ser projetada uma sala 
de bombeamento adicional, onde os suprimentos e acessórios 
extracorpóreos da bomba são armazenados e recuperados.
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32
 • Espaço para procedimentos de endoscópio.
 • Salas para pacientes em espera, indução anestésica e recuperação 
da anestesia.
As áreas de serviço devem incluir: instalação de esterilização 
com autoclave de alta velocidade, instalações de lavagem, instalações 
de armazenamento de gás medicinal e áreas de troca de roupas dos 
funcionários.
 • Instalações de diagnóstico: cada unidade de radiologia deve incluir:
 • Balcão de atendimento e áreas de espera.
 • Salas radiográficas de diagnóstico, área de controle blindada e 
estruturas de suporte rígidas para equipamentos montados no 
teto (quando necessário).
 • Quarto escuro (quando necessário), necessitando de ventilação 
adequada para o desenvolvedor.
 • Área de preparação de meios de contraste, instalações de limpeza.
As atividades de diagnóstico em unidades de saúde podem 
exigir testes em hematologia, química clínica, microbiologia, patologia e 
citologia. Cada área de laboratório deve ter áreas de trabalho, instalações 
para armazenamento de amostras e materiais (refrigerados ou não), 
instalações para coleta de amostras, instalações e equipamentos para 
esterilização terminal e eliminação de resíduos, e uma instalação especial 
para armazenamento de material radioativo (quando necessário).
 • Departamentos ambulatoriais: as instalações clínicas devem 
incluir salas de exame de uso geral, salas de exame de finalidade 
especial (variando com o equipamento específico necessário) e 
salas de tratamento. Além disso, são necessárias instalações 
administrativas para a admissão de pacientes ambulatoriais.
 • Área de administração (escritórios): são necessárias instalações 
como áreas comuns de construção de escritórios. Isso inclui 
áreas de armazenamento para recebimento de suprimentos e 
equipamentos e materiais de expedição não descartados pelo 
sistema separado de remoção de resíduos.
Arquitetura Hospitalar
33
 • Instalações de alimentação: devem fornecer os seguintes 
elementos, uma estação de controle para recebimento e controle 
de suprimentos de alimentos; espaços de armazenamento 
(incluindo armazenamento a frio); instalações de preparação de 
alimentos; instalações de lavagem das mãos e instalações de 
montagem e distribuição de refeições dos pacientes; espaço para 
refeições; espaço para lavar louça; instalações de armazenamento 
de resíduos.
 • Serviços de lavanderia: devem fornecer os seguintes elementos, 
uma sala para receber e guardar roupas sujas; uma área de 
armazenamento de roupas limpas; uma área de inspeção e reparo 
de roupas limpas e instalações de lavagem das mãos.
 • Serviços de engenharia e áreas de equipamentos: áreas 
adequadas, variando em tamanho e características para cada 
unidade de saúde, devem ser fornecidas para instalação de 
suprimento elétrico, gerador de emergência, departamentos de 
manutenção, armazenamento gases medicinais.
 • Corredores e passagens: devem ser organizados para evitar 
transtornos aos visitantes e interrupções no trabalho do pessoal 
do hospital. A circulação de mercadorias limpas e sujas deve ser 
estritamente separada. As portas e elevadores devem ser grandes 
o suficiente para permitir a passagem fácil de macas e cadeiras 
de rodas.
RESUMINDO:
E então? Conseguiu aprender tudo o que foi demonstrado? 
Bom, para ter certeza de que não restaram dúvidas sobre 
o tema de estudo deste capítulo, segue um resumo. 
O ambiente hospitalar envolve uma complexidade de 
informações, cada área é específica com suas necessidades. 
Cada ambiente deve ser observado para que o projeto seja 
eficaz. O projeto deve ser elaborado conforme o programa 
de necessidades do empreendimento e observando o 
escopo, o qual deve ser muito bem elaborado.
Arquitetura Hospitalar
34
Conhecendo a interface entre as áreas e 
o pré-dimensionamento
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como acontece e por que é fundamental a integração 
entre as áreas do edifício. Isso será essencial para garantir 
funcionalidade nos projetos. E então? Determinado para 
desenvolver essa competência? Então, vamos lá!
A interface entre as áreas críticas e não 
críticas
A ligação entre as áreas críticas, de apoio técnico, administrativa e 
de serviço é um ponto que deve ser minuciosamente estudado. Três áreas 
específicas classificam o ambiente hospitalar: área crítica, área semicrítica 
e área não crítica. 
Na área crítica, o profissional está suscetível ao risco de contaminação 
infecciosa pela proximidade direta com pacientes infectados. Quanto 
maior o risco de transmissão da doença, mais crítico é o risco para o 
profissional.
As áreas denominadas como críticas abrangem o bloco cirúrgico, 
a UTI neonatal, a sala de hemodiálise, o banco de sangue, a unidade de 
queimados e unidade de isolamento, central de material e esterilização, a 
área da lavanderia, o laboratório de patologia clínica e a farmácia.
A área semicrítica propiciariscos de transmissão de microrganismos, 
mas em menor proporção. Normalmente, estão nelas os pacientes 
sem doenças contagiosas, mas que necessitam de cuidados para não 
se contaminarem. As áreas semicríticas são: enfermaria, ambulatórios, 
farmácia de medicamentos já preparados e banheiros.
As áreas não críticas não são frequentadas por pacientes e são as 
mais seguras do ambiente hospitalar, como secretaria, administração e 
almoxarifado.
Arquitetura Hospitalar
35
A portaria da Anvisa nº 3.012, de 1º de dezembro de 2009, faz 
algumas definições, que podem ser conferidas a seguir, sobre as áreas 
críticas e não críticas.
 • Área crítica: área na qual existe risco ampliado para desenvolvimento 
de infecções inerentes à assistência à saúde, pela aplicação de 
processos abrangendo artigos críticos ou material biológico, pela 
prática de procedimentos invasivos ou pela presença de pacientes 
com vulnerabilidade aumentada aos agentes infecciosos ou 
portadores de microrganismos de relevância epidemiológica.
 • Área semicrítica: área na qual existe risco razoável a baixo para 
a evolução de infecções relacionadas à saúde, pela aplicação 
de processos envolvendo artigos críticos e semicríticos ou pela 
prática de atividades assistenciais não invasivas em pacientes 
não-críticos e que não manifestem infecção ou colonização por 
microrganismos de importância epidemiológica.
Dentro da área não crítica está a área de apoio técnico, essencial 
para o bom funcionamento de todas as áreas e para auxiliar no controle 
da disseminação de infecção hospitalar.
EXPLICANDO MELHOR:
Este capítulo terá uma ênfase na identificação e análise das 
condições de desempenho e parâmetros de qualidade dos 
serviços classificados como de infraestrutura, em relação 
ao atendimento aos pré-requisitos para o controle de 
infecção hospitalar, visando verificar a interface entre essas 
áreas.
A mobilização pela qualidade nos serviços de saúde é um 
evento presente em todo o mundo em consequência da crescente 
conscientização de que a qualidade é vista como condição substancial à 
sobrevivência econômica e, mais importante ainda, uma responsabilidade 
ética e social.
A contenção de infecção hospitalar encontra-se entre os padrões 
utilizados na verificação de qualidade da assistência hospitalar. O 
benefício da utilização desse padrão é a predisposição que essa atividade 
Arquitetura Hospitalar
36
tem de mensurar três elementos: a condição existente para a prestação 
de serviços, a técnica de realização das atividades de atendimento e os 
resultados deste, com aumento ou diminuição da ocorrência de infecção 
hospitalar.
Para que um projeto de controle de infecção hospitalar tenha 
sucesso, é necessário que haja atuação ativa dos vários setores do hospital 
oferecendo a infraestrutura mínima necessária à sua concretização.
É seguro dizer que requisitos dos serviços de apoio, como laboratório 
de microbiologia, farmácia, lavanderia, higiene e limpeza, serviço de 
nutrição e banco de sangue, retratam a qualidade do serviço de controle 
de infecção hospitalar, já que buscam oferecer um bom modelo de serviço 
e atender às necessidades para a execução dos cuidados hospitalares.
O laboratório de microbiologia tem papel importante no apoio 
ao serviço de controle de infecção hospitalar nas inúmeras fases da 
investigação epidemiológica, pois ajuda pontualmente no diagnóstico de 
infecções e na identificação de pacientes com infecção ou colonização. 
Compete-lhe realizar, quando essencial, estudos para determinar as 
diferenças e semelhanças entre microrganismos, realizar estudos do 
ambiente hospitalar e orientar o pessoal para as atividades de controle.
A farmácia hospitalar atua para distribuir e controlar medicamentos, 
bem como padronizar germicidas e esterilizantes. Tem sido pautada a 
pressuposição de produtos farmacêuticos manipulados sob condições 
inadequadas como agentes causadores das infecções.
A lavanderia hospitalar tem a responsabilidade de processar as 
roupas e distribuí-las em condição impecável de higiene e conservação. 
Esse serviço de apoio requer muita atenção, já que as roupas são, 
frequentemente, consideradas veículos condutores de microrganismos.
A limpeza é um dos elementos principais e eficaz nos métodos de 
controle para disseminar a cadeia epidemiológica das infecções, pois 
está ligada diretamente à retirada de sujeiras e contaminação dos artigos 
e das superfícies do hospital, como maneira de assegurar aos usuários 
uma estada em local limpo e em ambiente com menor probabilidade de 
contaminação.
Arquitetura Hospitalar
37
A área de nutrição atua como componente da cadeia epidemiológica 
das infecções veiculadas por alimentos, pois são várias as doenças 
provocadas por contaminação alimentar que podem resultar em infecção 
cruzada ou intoxicação, devido à maneira de estocar e à manipulação 
inapropriada dos alimentos.
A área administrativa é essencial para assegurar a organização e a 
ordem em hospitais, clínicas e redes de saúde. Abrange tanto a garantia 
do bem-estar de seus pacientes como o dos funcionários.
A administração hospitalar visa planejar, organizar e gerenciar. E 
toda essa responsabilidade é em prol do bem-estar dos pacientes tanto 
em relação à atenção quanto à infraestrutura do espaço. De grande 
importância no ambiente hospitalar, a administração reúne toda a 
capacidade da equipe e designa suas tarefas de maneira equilibrada.
NOTA:
No que se refere a essa área, é de grande importância 
definir o número de médicos, enfermeiros e especialidades 
que o local atenderá. Da mesma forma, é preciso 
entender as necessidades do ambiente, planejando 
a manutenção preventiva de equipamentos médicos, 
controlando e organizando estoque de materiais e limpeza, 
e direcionando o descarte de resíduos hospitalares que 
possam comprometer a segurança e o bem-estar dos 
pacientes que ali surgem.
Entre as atribuições da área de administração hospitalar, estão:
 • Realizar contratos de compra e prestação de serviços.
 • Analisar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas 
contratadas.
 • Gerenciar estoques.
 • Elaborar pedidos de compra para formação ou reposição de seu 
estoque.
Arquitetura Hospitalar
38
Pré-dimensionamento de ambientes
Todo conjunto útil de práticas de gerenciamento de projetos deve 
levar em consideração variações no tamanho do projeto. Nos termos do 
projeto, “tamanho” é uma designação abrangente, usada para quantificar 
a “extensão” geral do esforço do projeto, geralmente representando 
duração, custo, complexidade, requisitos de pessoal e parâmetros 
relacionados. Isso permite que os projetos sejam caracterizados em 
termos comparativos (pequeno, médio ou grande). 
As designações de tamanho colocam os projetos em perspectiva 
– usados para determinar a extensão e o grau em que as metodologias 
de gerenciamento estruturadas devem ser aplicadas a qualquer projeto. 
Quando se trata de projetos e práticas, um tamanho pode não servir 
para todos. O tamanho do projeto é um fator determinante do “escopo do 
processo”, definido mais simplesmente como o grau e a extensão em que 
as práticas de gerenciamento do projeto são formalmente aplicadas.
EXPLICANDO MELHOR:
O dimensionamento do projeto é um fator obrigatório 
para o planejamento do projeto, garantindo que os planos 
e atividades sejam relevantes e que os recursos sejam 
utilizados e aplicados adequadamente.
Na aplicação prática, o “tamanho” do projeto é determinado 
por vários fatores, mas, no nível mais alto, os projetos geralmente são 
visualizados em termos de tamanho padrão (grande, médio e pequeno). 
Muitos fatores entram no dimensionamento do projeto, incluindo duração 
estimada, requisitos de recursos, orçamento, complexidade, risco, 
visibilidade e assuntos relacionados. Estruturas de dimensionamento 
devem ser estabelecidas para definir cada “fator de dimensionamento” de 
acordo com o tamanho de cadaprojeto.
Embora as definições de tamanho possam não ser as mesmas 
para todas as organizações, é importante estabelecer diretrizes de 
dimensionamento para serem usadas como referências acionáveis para 
planejamento e análise. 
Arquitetura Hospitalar
39
As definições de tamanho são um começo importante. Qualquer 
conjunto útil de práticas de gerenciamento de projetos deve levar em 
conta variações na metodologia de acordo com o “tamanho do projeto”. 
As metodologias apropriadas para o tamanho podem ser definidas 
de acordo com as seguintes variáveis:
 • Aplicabilidade: o processo é apropriado para o projeto?
 • Formalidade: se o processo for apropriado, qual é o nível exigido 
de formalidade?
 • Flexibilidade: quanta flexibilidade será permitida?
 • Documentação: que tipos de documentos serão necessários?
 • Detalhe: que nível de detalhe será necessário em qualquer 
documento?
Para desenvolver diretrizes de dimensionamento eficazes, você 
deve estar preparado para identificar variáveis de medida específicas do 
tamanho do projeto, bem como os critérios específicos a serem aplicados 
em cada categoria de variável. Esses critérios criarão os limites nos quais 
o tamanho é determinado e aplicado. 
NOTA:
O dimensionamento é uma das fases de cálculo mais 
importantes na criação de um projeto da construção 
civil. É por meio dele que se define o uso dos materiais 
considerando disposição e dimensões de vigas, pilares e 
lajes.
Um preceito básico de um projeto é que, antes de suportar outras 
cargas, uma estrutura deve suportar seu próprio peso. O dimensionamento 
das lajes, nosso principal foco aqui, acontece por meio de fórmulas 
matemáticas para cálculo da espessura de acordo com as cargas previstas.
Na concepção do edifício, devem-se verificar previamente 
dimensões estruturais. Com o conhecimento do pré-dimensionamento, 
é possível realizar o cálculo de ligações entre os elementos da estrutura.
Arquitetura Hospitalar
40
A partir dessa previsão inicial, o engenheiro calculista realiza o 
dimensionamento completo do projeto, seguindo todos os protocolos e 
normas técnicas exigidas.
RESUMINDO:
E então? Conseguiu aprender tudo o que foi demonstrado? 
Bom, para ter certeza de que não restaram dúvidas sobre 
o tema de estudo deste capítulo, segue um resumo. A 
interface entre os ambientes revela muito sobre como o 
projeto deve ser implantado. O ambiente hospitalar conta 
com áreas críticas e não críticas. Devem ser observadas, 
ao projetar, questões de proximidade entre áreas que 
dependem umas das outras e também o fluxo de 
agentes contaminantes. Outro ponto a ser considerado 
na elaboração de um projeto é o pré-dimensionamento 
das disposições das áreas físicas, pois é preciso verificar a 
necessidade de intervenções futuras.
Arquitetura Hospitalar
41
Planejando o ambiente hospitalar
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de planejar 
o ambiente hospitalar. Isso é fundamental para garantir 
funcionalidade nos projetos. E então? Determinado para 
desenvolver essa competência? Então, vamos lá!
A importância do planejamento
O planejamento implica fundamentalmente em traçar 
o futuro e alcançá-lo, sua essência consiste em ver as 
oportunidades e problemas do futuro e explorá-los ou 
combatê-los conforme o caso. O planejamento é um 
processo que começa com a determinação de objetivos; 
define estratégias, políticas e detalha planos para 
consegui-los; estabelece um sistema de decisões e inclui 
uma revisão dos objetivos para alimentar um novo ciclo de 
planificação (CHIAVENATO,1987, p. 275). 
O planejamento é a função fundamental de gerenciamento que 
envolve a decisão antecipada, o que deve ser feito, quando e como, e 
como será feito. É um processo intelectual que estabelece os objetivos 
de uma organização e desenvolve vários cursos de ação, pelos quais a 
organização pode alcançar esses objetivos. Ele define exatamente como 
atingir um objetivo específico.
O planejamento nada mais é do que pensar antes que a ação ocorra. 
Isso nos ajuda a olhar o futuro e decidir com antecedência a maneira de 
lidar com as situações que encontraremos. Envolve pensamento lógico e 
tomada de decisão racional. Algumas considerações sobre a função do 
planejamento são:
 • Função gerencial: o planejamento é uma função gerencial que 
fornece a base para outras funções da gerência, como organização, 
pessoal, direção e controle, conforme são realizadas na periferia 
dos planos elaborados.
Arquitetura Hospitalar
42
 • Orientado a objetivos: concentra-se na definição dos objetivos 
da organização, na identificação de cursos de ações alternativas 
e na decisão do plano de ação apropriado, a ser realizado para 
alcançar os objetivos.
 • Pervasivo: é difundido no sentido de estar presente em todos 
os segmentos e ser exigido em todos os níveis da organização. 
Embora o escopo do planejamento varie em diferentes níveis e 
departamentos.
 • Processo contínuo: os planos são feitos para um termo 
específico, digamos, para um mês, trimestre, ano e assim por 
diante. Terminado esse período, novos planos são elaborados, 
considerando requisitos e condições presentes e futuros da 
organização. Portanto, é um processo contínuo, pois os planos são 
estruturados, executados e seguidos por outro plano.
 • Processo intelectual: é um exercício mental, envolve a aplicação 
da mente para pensar, prever, imaginar de forma inteligente e 
inovar etc.
 • Futurista: abrange olhar para o futuro, analisá-lo e prevê-lo, para 
que a organização possa enfrentar efetivamente os desafios 
futuros.
O planejamento se preocupa em estabelecer objetivos e metas, e 
formular planos para alcançá-los. Sua importância pode ser descrita da 
seguinte forma:
 • Ajuda a melhorar o desempenho futuro, estabelecendo objetivos e 
selecionando um curso de ação, para o benefício da organização.
 • Minimiza o risco e a incerteza ao olhar em frente para o futuro.
 • Facilita a coordenação das atividades. Assim, reduz a sobreposição 
entre as atividades e elimina o trabalho improdutivo.
 • Declara antecipadamente o que deve ser feito no futuro, para 
fornecer orientações para a ação.
 • Descobre e identifica oportunidades e ameaças futuras.
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 • Estabelece padrões para o controle, comparando o desempenho 
real com o desempenho padrão e os esforços que são feitos para 
correção.
REFLITA:
É preciso planejar porque o futuro é altamente incerto. As 
condições podem mudar a qualquer momento. Portanto, o 
planejamento é o requisito básico de qualquer organização 
para sobrevivência, crescimento e sucesso.
Planejamento hospitalar
Uma questão de grande importância é planejar para ter 
flexibilidade no ambiente hospitalar e aqui será tratado sobre expansão, 
desenvolvimento horizontal, circulação e flexibilidade de estrutura. No 
que diz respeito à expansão, os hospitais precisam ter flexibilidade para 
atender às necessidades atuais, futuras e tecnológicas.
O planejamento inicial do ambiente hospitalar deve levar em 
consideração a expansão isolada ou de diferentes departamentos, 
principalmente nas edificações verticais, onde as mudanças são sempre 
mais complexas. Quando se trata do desenvolvimento horizontal, algo 
importante de salientar é a questão da ligação entre blocos.
Exemplo: Em um andar reservado à maternidade, existe a 
preocupação de manter o berçário no mesmo andar em que ocorre a 
internação das mães.
A circulação é o que mais condiciona a disposição de um ambiente, 
e o planejamento é essencial para que ela funcione. A flexibilidade 
estrutural depende muito do projeto de construção, que pode originar 
ventilação cruzada, isolamento acústico, paredes e forros removíveis etc.
O conceito de concentração concorre para fundamentar o 
planejamento no âmbito de dispor de melhor utilização das instalações 
e dos espaços. As dependências e os equipamentos devem ter função e 
utilização que os justifique.Arquitetura Hospitalar
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Já o conceito de centralização de serviços, como farmácia, 
lavanderia, laboratório, entre outros, tem o objetivo de conquistar maior 
economia de tempo, energia e material. Determinadas áreas necessitam 
de atenção especial com o planejamento devido para o risco de 
disseminação de infecções. Vejamos algumas:
 • Lavanderia: tem um grande vínculo entre os pacientes e todas as 
áreas do hospital. Por esse motivo se torna vulnerável por meio 
das roupas sujas e limpas, que saem e entram, atuando como 
receptora e distribuidora central de germes. Dessa forma, é 
necessário criar barreiras físicas para evitar disseminação.
 • Sala de separação de roupa suja: deve haver classificação das 
roupas sujas, da área de isolamento etc.
 • Máquina de lavar específica para hospital.
 • Água de expurgo da máquina de lavar: deve-se ter muito cuidado 
e ter um mecanismo específico para essa limpeza.
 • Exaustão de ar: não deve ser próxima a qualquer abertura.
Antes de iniciar um projeto, é necessário planejar o programa de 
necessidades do hospital. Nele, devem constar os mínimos detalhes, 
como as necessidades de todos os departamentos.
Outra questão de suma importância é o planejamento da circulação 
externa, pois compreende entrada e saída de pacientes com automóveis 
ou a pé; estacionamento para visitantes; estacionamentos para os 
profissionais da saúde; entregas de fornecedores; saída de cadáveres etc. 
De forma geral, o delineamento estratégico hospitalar é um método 
que possui uma finalidade principal: a conservação e desenvolvimento 
de componentes de saúde, individualizando sua circunstância atual, a 
situação almejada e tomando um regimento para alcançar a referência 
que foi estabelecida.
Primordialmente, essas questões possuem forte ligação e geram 
resultados para o futuro do hospital, sejam resultados positivos ou 
negativos.
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Assim dizendo, com a maneira como o administrador o percebe ali 
na frente. O delineamento estratégico em saúde é essencial para guiar a 
administração. Para tal, é recomendado desenvolver e seguir as etapas 
fundamentais à materialização das finalidades da organização.
Com tal característica, independentemente de possuir uma 
solicitação revertido ao longo período, e ainda é possível relatar que 
possui colaboração para sistematizar as atitudes que têm que ser 
estabelecidas em um período de curto até médio limite para proporcionar 
as transformações esperadas.
Da mesma maneira que os resultados positivos de uma organização 
multiforme, como um hospital.
É necessário, em ambiente hospitalar, manter em ordem:
 • A supervisão das entradas e saídas.
 • Os recursos materiais.
 • Os recursos de humanos.
 • O desempenho da legislação.
 • A instituição de regulamentos de atendimento.
 • A instituição das equipes.
 • A responsabilidade pela qualidade.
Assim, esses são apenas alguns dos objetivos e pontos que devem 
ser levados em considerado e melhorados para a unidade de saúde obter 
o sucesso. Essencialmente, é imprescindível conceber as atividades em 
nível estratégico.
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https://telemedicinamorsch.com.br/blog/atendimento-clinica-medica
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/equipe-medica
https://www.fm2s.com.br/o-que-qualidade/
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Figura 3 – O planejamento em todos os âmbitos do hospital é fundamental
Fonte: Unsplash.
O delineamento planificado pode ser igualado a um norte bem-
definido, primeiramente, por recomendar a melhor direção para um hospital 
ou ambiente da área de Saúde, reduzindo os riscos garantindo o futuro 
mais aconselhável. O método é focado em alterações no comportamento 
de delineamento da organização. Em vista disso, proporciona o progresso 
e a conservação das unidades de serviço à saúde a longo período.
Assim, esse método de delineamento entre uma organização e o 
ambiente gera os resultados esperados.
Dessa forma, há os principais tipos de interação:
Figura 4 – Tipos de interação
Interação 
negativa
Interação 
positiva
Interação 
neutra
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
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 • Interação negativa – consiste em manter o limite de conservação 
ao pequeno período, determinando a falência da organização.
 • Interação positiva – consiste em guiar a conservação a um longo 
período, com o benefício de competidora do conhecimento e 
progresso.
 • Interação neutra – consiste no auxílio para a conservação a longo 
prazo, mas de forma estacionária.
Para que a administração em serviços da área de Saúde atinja as 
metas estabelecidas, é fundamental que haja comprometimento para 
conservação em grande período, colocando em prática o delineamento 
estratégico como aliado.
Assim sendo, é importante evitar o desperdício de insumos utilizados 
nos ambientes hospitalares para a realização de seus determinados 
serviços. Com tal característica, é possível designar a organização, com 
intuito de reduzir gastos.
Ainda, é necessário adquirir planos que tenham procedimentos a 
fim de elevar a produtividade e que consigam agregar valor ao paciente, 
auxiliando-o na agregação.
Um delineamento é essencial para o gerenciamento do ambiente 
hospitalar e deve ter como base três objetivos principais: 
Figura 5 – Os três principais fundamentos
Definição de 
objetivos
Escolha 
e realização 
de ações
Avaliação para 
ajustar o que 
foi feito
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
Esses três fundamentos são essenciais para realizar uma análise 
geral do serviço do hospital e de seu funcionamento.
Assim, é possível identificar os pontos a serem melhorados e 
aqueles que estão dando resultados positivos.
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https://telemedicinamorsch.com.br/blog/gestao-em-saude
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. O planejamento do 
ambiente hospitalar é a base de tudo o que foi estudado 
nesta unidade. Foi importante aprender todos os outros 
conceitos para, ao final, entender que sem planejamento 
nada alcança o resultado pretendido. No ambiente 
hospitalar, planejar é imprescindível para garantir segurança, 
flexibilidade e funcionalidade.
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REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: 
McGraw-Hill, 1987.
CIRCULAÇÃO. In: MICHAELIS moderno dicionário da Língua 
Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos. Disponível em: https://bit.
ly/3C8otJF. Acesso em: 03 set. 2019.
FLUXO. In: MICHAELIS moderno dicionário da Língua Portuguesa. 
São Paulo: Melhoramentos. Disponível em: https://bit.ly/3C8otJF. Acesso 
em: 03 set. 2019.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 
1979.
MADRIGANO, H. Hospitais: modernização e revitalização dos 
recursos físicos. In: CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Manual 
do administrador. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
TEIXEIRA, F. Fluxograma. Fernanda Teixeira, [s. d.]. Disponível em: 
https://fernandasteixeira.portfoliobox.net/edifciovertical-k8ju. Acesso em: 
02 nov. 2021.
TOLEDO, L. C. Feitos para curar: Arquitetura Hospitalar e processo 
projetual no Brasil. Orientador: Vicente del Rio. 2002. 184 f. Dissertação 
(Mestrado em Teoria e Projeto) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. 
UFRJ. Rio de Janeiro. 2002. Versões impressa e eletrônica.
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	_heading=h.ud11is5qgkzd
	_heading=h.1u28o72bxfht
	Entendendo o fluxo de circulação e movimentação de pessoas
	O fluxo de pessoas
	Tipologia de fluxos
	Circulação
	Setorização
	Compreendendo o ambiente hospitalar e o projeto de Arquitetura
	Edifícios e o ambiente hospitalar
	O projeto
	O projeto arquitetônico
	Conhecendo a interface entre as áreas e o pré-dimensionamento
	A interface entre as áreas críticas e não críticas
	Pré-dimensionamento de ambientes
	Planejando o ambiente hospitalar
	A importância do planejamentoPlanejamento hospitalar

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