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Noções Básicas de Pedologia e Geologia

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1 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
PEDOLOGIA E GEOLOGIA: NOÇÕES BÁSICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
PEDOLOGIA 
 
O Solo 
 
 
O solo é a parte exterior da litosfera, sua espessura varia entre 30 cm e 40 cm, é um dos mais 
importantes recursos naturais, é composto por fragmentos de rocha formados pela alteração química 
(ocorre quando os minerais de uma rocha são quimicamente alterados ou dissolvidos) e física (ocorre 
quando a rocha é fragmentada por processos mecânicos que não mudam a sua composição química) da 
rocha-matriz e pela matéria orgânica produzida por organismo que nele vivem (fator biológico). 
 
Consideram-se dois fatores na formação do solo: 
 
1
o
 A desintegração e decomposição das rochas. 
2
o
 A incorporação e decomposição de organismos vivos. 
 
A rocha matriz, ou rocha mãe, ao sofrer ação de agentes atmosféricos (clima) decompõe-se através 
do intemperismo, ou também chamado meteorização, além do clima, outros fatores também são 
responsáveis pela formação do solo, como elementos orgânicos e a topografia. 
A natureza da rocha matriz controla o intemperismo e define o tempo de formação do solo. O regolito 
é a primeira parte do solo a ser formada, é o material decomposto que ainda não sofreu ação de agentes 
como ventos, clima... 
O intemperismo e a erosão são processos geológicos importantes no ciclo das rochas e nos sistemas 
da Terra, eles modelam a superfície e alteram os materiais rochosos assim, formando os solos. 
 
Perfil do Solo 
À medida que o solo se forma, camadas peculiares são desenhadas originando assim os horizontes 
ou camadas do solo. 
Imaginando-se um corte vertical que vai da superfície até o material rochoso (rocha matriz) o conjunto 
de horizontes forma o perfil do solo. 
Quando o solo é bem desenvolvido, apresenta 4 horizontes principais: O, A, B, C, todos sobre a rocha 
matriz (R). 
 
EVOLUÇÃO E PERFIL DE UM SOLO 
 
 
 
 3 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
 
Horizonte Características 
O 
 
É o horizonte superficial. Pode conter mais de 20% de matéria orgânica (animal e 
vegetal) em diferentes graus de decomposição. 
A 
 
Apresenta maior quantidade de matéria orgânica decomposta e misturada com 
elementos minerais. Sofre perdas de minerais (ferro, alumínio) pela lixiviação (ação 
das águas). Nas áreas cultivadas, está em contato direto com a atmosfera. 
Contém as raízes dos vegetais. 
B 
 
Bastante intemperizado. Pouco afetado pela erosão natural e pela ação do homem. 
Pouca matéria orgânica, muita matéria mineral e cor geralmente vermelha ou amarela. 
Recebe materiais lixiviados do A. 
C Chamado de regolito, material decomposto, proveniente da rocha matriz. 
R Rocha matriz ou rocha não-alterada. 
Fontes: baseado em FONT-ALTABA, M. e ARRIBAS, A. San Miguel. Atlas de geologia. p. E-1; GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico e geomorfológico. Rio de Janeiro, 
IBGE, 1972. 
 
Origem dos Solos 
Quanto à origem, os solos podem ser: eluviais ou zonais, Azonais ou Aluviais e Intrazonais. 
 
1.Eluviais ou Zonais 
 
Quando os solos se formam no mesmo lugar a partir da degradação e da decomposição das rochas, 
o clima é o principal agente formador; são solos maduros, relativamente profundos, com horizontes A,B e C 
bem caracterizados. 
 
EXEMPLO: 
Massapê, terra roxa, laterítico, podzol, solontchac, prairie, tchernozion. 
 
 
 4 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 Laterítico: Também chamado de Latossolo, domina em áreas de clima tropical, devido à intensa 
lixiviação e à laterização. É um solo pobre para a agricultura, sendo de coloração avermelhada, 
alaranjada ou amarelada. Tem profunda espessura e grande porosidade. Destina-se as pastagens, 
aparece no Amazonas ou Centro-Oeste. 
 Pdzol: Comum nas áreas de coníferas, de clima temperado ou frio. De cor cinzenta, seus horizontes são 
bem definidos, podem chegar até a 30m de profundidade, é pobre em húmus (matéria orgânica). É fértil, 
porém, ácido é raro encontrar esse tipo de solo no Brasil, sendo mais comum em países como; Rússia, 
Ucrânia, Canadá, EUA e países Escandinavos. 
 Solontchach: Comum em áreas de climas semiáridos quentes, sendo coberto pela Caatinga. Os 
horizontes são pouco individualizados, são ricos em sais minerais primários e pobres em húmus. São 
rasos, pedregosos e arenosos, e caso sejam devidamente irrigados, são viáveis á agricultura. 
 Prairie: Abrange áreas de clima temperado subúmido onde a vegetação é de gramíneas (pradarias e 
estepes). É bastante fértil, apresentando coloração parda; é muito usado na sojicultura e triticultura. 
Predomina na Argentina e na América do Norte, Ucrânia e sul da Rússia. 
 Tchernozion: Domina em regiões de clima semiárido e corresponde ao domínio das estepes semiáridas 
frias. É destinado basicamente a triticultura e aparece no centro sul da antiga URSS. É um solo 
extremamente fértil e de coloração escura. 
 Terra roxa: Solo vulcânico resultante da degradação do basalto e diabásio. Tem cor castanho-
avermelhada, tem boa espessura e desenvolve-se em clima tropical. Fértil, serve a cafeicultura, 
dominando principalmente no norte do Paraná e Planalto Paulista. 
 Massapê: Originado da decomposição do granito, do gnaisse e às vezes do calcário, é usado 
principalmente para a plantação de cana, fumo e cacau. No Brasil, surge na zona da mata nordestina, 
recôncavo baiano e sul da Bahia. É rico em húmus e tem coloração escura. 
 
2. Aluviais ou Azonais 
 
Quando os solos são formados a partir do transporte e acúmulo de materiais transportados pelas 
águas correntes e pelos ventos, podem ser chamados também de Litossolos. O fator determinante é a 
rocha matriz. Não são bem desenvolvidos e apresentam a sequência de horizontes A-C ou A-R, não 
possuem horizonte B. 
 
EXEMPLO: 
 
Solos de várzea e de deltas fluviais (pela água) e solos de Loess: 
 
 Solos Intrazonais: O relevo ou a rocha matriz são os fatores determinantes na formação desse tipo de 
solo. 
 Solo de várzea: É oriundo do acúmulo de aluviões transportados pelos rios. Serve principalmente a 
rizicultura e também, às culturas de subsistência. Este solo é presença marcante ao longo dos principais 
rios asiáticos, norte-americanos, sul-americanos e africanos. É de alta fertilidade e destina-se a cultivos 
temporários. 
 Solo de Loess: É bastante fértil, sendo formado pelo acúmulo eólico de poeira amarelada. Abrange o sul 
da China, Planície do Mississipi (EUA) e os pampas argentinos. Serve a rizicultura, sojicultura, 
cotonicultura e triticultura. 
 
Classificação dos solos 
 
1. Quanto à cor: 
 
Brancos: Solos brancos indicam ausência de ferro e matéria orgânica (húmus). 
Escuros: são ricos em húmus. 
Avermelhados ou alaranjados: indicam presença de óxido de ferro. 
Cinzentos: revelam a presença constante de água. 
 
 5 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
2. Quanto à estrutura 
 
Argiloso: são finos e pouco permeáveis. 
Arenosos: tem granulação maior e possuem boa permeabilidade. 
Argiloarenoso: apresentam granulométrica média. 
 
Fertilidade do solo 
 
Um organismo vivo 
 
Você pode imaginar o solo como um organismo vivo, que recicla detritos, promove 
crescimento, armazena e limpa a água e age como uma fonte básica de vida para todos os 
seres vivos. E como todos os seres vivos, o solo pode estar saudável ou não. 
Um solo saudável apresenta um equilíbrio de água, gases, frações minerais, ph neutro 
(6,5; 7,5), organismos vivos e matéria orgânica em decomposição. Juntos, estes componentes 
interagem para dar vida ao solo. 
Atualmente, falhas na composição do solo podem ser corrigidas pelo homem. Hoje, 
lugares desérticos, como o deserto de Neguev (Israel), ondemodernas técnicas de irrigação 
transformaram esses lugares em áreas extremamente produtivas. 
 
Conservação dos Solos 
 
São numerosas as razões para que os solos se tornem doentes e até estéreis. No 
entanto, a principal causa do declínio da qualidade é a remoção da vegetação de cobertura e o 
excessivo uso além fertilizantes artificiais. O excessivo uso de fertilizantes além de prejudicar 
os solos, contaminam águas superficiais e lençóis freáticos, já que o excedente de fertilizantes 
que não é utilizado pelas plantas é levado pela chuva até rios, lagos, cursos d’água... 
As queimadas das matas destroem micronutrientes e os micro-organismos necessários à 
saúde da terra. O produtor se ilude com a brotação mais rápida, sem saber que de cada cem 
plantas-mães apenas quarenta voltam a nascer. 
 
Preservando, restaurando e melhorando 
solos danificados. 
 
Os solos podem ser rapidamente restaurados e 
reconstituídos. 
A restauração do solo é fundamental para a produtividade e a 
saúde. Os métodos utilizados variam de acordo com o clima e com 
as características do local. No entanto, em qualquer situação, a 
matéria orgânica é o melhor aditivo para melhorar o solo. Muitas 
técnicas ajudam a melhorar a qualidade dos solos; uso de adubos 
minerais ou orgânicos em solos pobres de nutrientes, aplicação de 
calcário em terrenos com grande acidez (calagem), utilização 
adequada de máquinas agrícolas de acordo com o tipo de solo, conservar micro-organismos 
vitais a sua fertilidade, como por exemplo; minhocas e muitas outras técnicas. 
Um solo em agonia tem características básicas: ausência de cobertura vegetal, superfície 
exposta ao Sol, presença de voçorocas, forte evaporação da água contida no solo e perda de 
micro-organismos. 
 
 6 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
Fonte: Ricardo Azoury / Pulsar 
 
 
 
 
 
Fonte: Agliberto Lima / AE 
 
Queimadas, como esta em Rondônia, e a ação das chuvas e enxurradas (aqui na Cidade 
Tiradentes, Região Metropolitana de São Paulo, em 2000) são duas formas de degradação dos 
solos, bastante comuns no Brasil. 
 
Um solo em agonia tem características básicas: ausência de cobertura vegetal, superfície 
exposta ao Sol, presença de voçorocas, forte evaporação da água contida no solo e perda de 
micro-organismos. 
 
Laterização e erosão 
Os maiores problemas enfrentados pelos solos brasileiros são a laterização e erosão. 
Laterização 
Processo típico de áreas com uma estação seca e outra chuvosa. O solo sofre ação das 
chuvas, que removem sais minerais primários e ocasionam forte concentração de ferro e 
alumínio. A acidez do solo torna-se alta, formando a canga ou a laterita, que domina 
principalmente no centro-oeste. 
 
Erosão 
 
Pode ser produzida por ações naturais e atividades antrópicas, como queimadas de 
matas, monocultura repetitiva, desmatamento de encostas formando as ravinas. 
 
GEOLOGIA: NOÇÕES BÁSICAS 
 
A ciência que trata do estudo da constituição e da evolução física da Terra é a Geologia. 
Terra, um Planeta em Mutação. 
A aparente solidez da Terra esconde um turbilhão interior que remota à sua origem, há 
cerca de 4,5 bilhões de anos. Acreditasse que o planeta tenha se formado a partir de nuvens 
de poeira transformadas numa esfera pela ação da gravidade. A pressão e o calor intensos 
provocaram a fusão parcial do interior do planeta, dando origem a um “oceano” de magma 
derretido 200 a 400Km abaixo da superfície. Aos poucos, essa massa dividiu-se em camadas 
com a rocha menos densa formando uma crosta exterior e os materiais mais densos, ferro e 
níquel, aprisionados no núcleo central. Ainda hoje podemos observar manifestações da energia 
contida no interior da Terra, nos processos violentos e dinâmicos dos vulcões e terremotos (ou 
sismos). Tais fenômenos estão relacionados com as placas tectônicas, que formam a crosta 
terrestre e, no seu constante movimento, arrastam continentes e oceanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
A Terra e suas Camadas 
 
A TERRA É UM SISTEMA ABERTO QUE TROCA ENERGIA E MASSA COM SEU 
ENTORNO 
 
 
 
O SISTEMA TERRA É CONSTITUÍDO POR TODAS AS PARTES DE NOSSO PLANETA 
E SUA INTERAÇÕES. 
 
 
Fonte: Para entender a Terra. Bookman, p. 37. 
 
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ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
Principais componentes e subsistemas do sistema da Terra. As interações entre os componentes 
são governadas pela energia do Sol e do interior do planeta e organizadas em três geossistemas globais: 
o sistema do clima, o sistema das placas tectônicas e o sistema do geodínamo (O núcleo terrestre é 
metálico, sólido e gira numa velocidade diferente do manto pastoso que o reveste). 
 
Litosfera ou crosta terrestre: possui uma espessura de aproximadamente 70 Km, 
sendo subdividida em sial e sima. 
O sial é a parte mais externa da litosfera correspondendo ao solo e subsolo. É rica em 
silício e alumínio, além de apresentar muito granito. 
O sima é a região mais inferior da crosta, sendo comum a presença de silício e magnésio. 
Predominam as rochas de origem basáltica. 
A espessura da litosfera é variável. Sob os continentes varia de 20 a 70 Km sendo que a 
espessura máxima ocorre nos locais sob montanhas. Abaixo dos oceanos, a espessura varia de 
5 a 15 Km. 
Manto: Encontra-se logo abaixo do Sima, tendo uma espessura de 1200 Km e 
temperatura em torno de 3.400°C. 
É formado por rochas mais pesadas, como magnésio, ferro e silício. A parte mais externa 
do manto é conhecida como astenosfera, composta por um material pastoso denominado 
magma. 
No manto, verificam-se os movimentos de convecção, pelos quais têm origem os 
terremotos e vulcanismo. 
Núcleo: Está subdividido em duas camadas: o núcleo externo, que tudo indica ser líquido 
e vai até cerca de 5150 km, e o Núcleo Interno, que é sólido e encontra-se formado por níquel 
e ferro, a elevadas temperaturas. 
O núcleo interno chega a 6378 km de profundidade, ou seja, é o raio do planeta. 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Teoria da isostasia defende a ideia que o sial estaria flutuando sobre o sima. Desse 
modo, quando um bloco continental é sobrecarregado, o sial afunda sobre o sima, enquanto 
regiões próximas sofrem elevação. Por isso, que o sima apresenta uma espessura máxima nos 
lugares abaixo das montanhas. 
 
 9 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
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VILAS 
 
Módulo III 
 
 http://domingos.home.sapo.pt/estruterra_4.html 
 
 
Eras Geológicas 
 
Após sua formação, a Terra passou por um longo período de resfriamento. 
As Eras Geológicas e seus períodos marcam o tempo decorrido, como a evolução dos 
seres vivos desde os seus primórdios até o aparecimento da humanidade. 
 
ESCOLA GEOLÓGICA DO TEMPO 
 
 10 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
Fontes: A. T. Guerra e A. J. T. Guerra, Novo dicionário geológico-geomorfológico, p. 228; A Terra, 
série Atlas Visuais, p. 31; L. Marrero, La Tierra y sus recursos, p. 47. (Com adaptação). 
 
 
A Deriva dos Continentes e a Tectônica de Placas 
 
A teoria da deriva continental 
surgiu no século XX, foi confirmada 
pelos vestígios existentes nas rochas 
dos continentes e dos fundos 
oceânicos. Como exemplo, as 
plataformas continentais das 
margens do Brasil e da África 
Ocidental encaixam-se como peças 
de quebra-cabeça, tendo sido 
encontrados fósseis similares nos 
dois continentes. 
Essa e outras evidências 
comprovam a teoria segundo a qual 
há 200 milhões de anos existia um 
super continente (Pangeia) que as forças tectônicas fragmentaram, formando os continentes 
da atualidade. 
 
 
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ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
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VILAS 
 
Módulo III 
Um mundo em movimento 
 
As massas terrestres são placas da crosta continentalseparadas por placas do assoalho 
oceânico. Todas estão em movimento permanente e lento. Há 200 milhões de anos formavam 
um supercontinente chamado Pangeia dividido pelas forças tectônicas em dois continentes e 
depois nos atuais, menores continentes. Os limites das placas são de três tipos: Dorsais 
mesoceânicas (forças tectônicas afastam as placas uma da outra); zonas de colisão, onde uma 
placa mergulha sob a outra (subducção) e falhas transformantes (duas placas ou mais 
deslizam em direções opostas) 
 
TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL 
 
 
 
 
Fonte: Stephane Groueff, O enigma da Terra, p. 255. Fonte: Para entender a Terra. Bookman, p. 49 
 
Colisão de placas 
 
Em uma zona de colisão ou subducção a crosta terrestre é consumida quando uma placa 
mergulha sob a outra. Forma-se uma profunda fossa oceânica e a rocha fundida é impelida do 
interior dos vulcões. 
O Himalaia surgiu há 45 milhões de anos, quando as placas indiana e eurasiana colidiram 
e o fundo oceânico entre elas se dobrou, dando origem à cadeia de montanhas. O cume do 
Everest outrora ficava no fundo do mar. 
 
 
 
 12 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
 
 
Tectonismo ou Movimentos Tectônicos 
 
O movimento entre placas fratura as rochas, provoca terremotos e permite que o magma 
do interior da Terra chegue à superfície, formando vulcões. Dos cerca de 600 vulcões ativos da 
Terra, a maioria formou-se nas áreas de colisão de duas placas. Uma dessas zonas envolve o 
Oceano Pacífico, originando falhas na Nova Zelândia e no Japão, e o Círculo do Fogo, que 
abrange vulcões desde o monte Erebus, na Antártida, passando pela orla do pacífico, até os 
Andes. Outros terremotos e placas se afastam, dando origem a novas rochas no fundo 
oceânico. 
 
 
Fonte: Para entender a Terra. Bookman, p. 57. 
 
 13 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
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VILAS 
 
Módulo III 
Três tipos de limites convergentes. (a) Subducção de uma placa oceânica em outra placa oceânica, 
formando uma fossa profunda e um arco de ilha vulcânico. (b) Subducção de uma placa oceânica em 
uma margem continental, formando um cinturão de montanhas vulcânico na margem deformada do 
continente em vez de um arco de ilha. (c) Uma colisão de placa continente-continente, que amassa e 
espessa a crosta continental, formando altas montanhas e um amplo planalto. 
 
As placas tectônicas no Mundo. 
 
PLACAS TECTÔNICAS E DIREÇÃO DE SEUS DESLOCAMENTOS 
 
 
Fonte: Graça M. Lemos Ferreira, Moderno atlas geográfico, 3. ed., p. 49. 
 
MINERAIS E ROCHA 
Mineral é um elemento ou um composto químico encontrado naturalmente na crosta 
terrestre. 
Geralmente, os minerais são sólidos, exceto a água e o mercúrio em condições normais de 
temperatura e pressão. Possuem várias propriedades, entre as quais a mais importante é a 
estrutura, isto é, a maneira segundo a qual os átomos componentes estão dispostos. Quase 
todos os minerais têm estrutura cristalina, formando sistemas cúbicos, hexagonais, trigonais 
etc. 
Os minerais costumam ser classificados em dois grandes grupos: metálicos e não-
metálicos. Cada um desses grupos pode admitir subdivisões, como as que aparecem na 
Tabela. 
 
Tabela Classificação dos minerais 
Minerais metálicos 
Abundantes (ferro, manganês, alumínio etc.) 
Escassos (ouro, prata, chumbo, zinco etc.) 
 
 
Minerais não-metálicos 
De usos químicos, fertilizantes e especiais (fosfatos, nitratos, enxofre, cloreto de 
sódio etc.) 
Materiais de construção (cimento, areia, cascalho, gesso, amianto etc.) 
Combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural, xisto etc.) 
Água (lagos, rios, lençóis subterrâneos etc.) 
 
 
 
 
 
 14 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
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VILAS 
 
Módulo III 
As Rochas 
 
Todas as rochas da Terra pertencem a um de três grupos. Formam o primeiro grupo, as 
rochas ígneas ou magmáticas, que cristalizam-se a partir do magma. Quando o 
resfriamento é rápido e acontece na superfície da Terra, a rocha que se forma tem uma 
estrutura de grão fino, essas são chamadas extrusivas ou vulcânicas. Algumas vezes rochas 
sofrem resfriamento no interior da crosta, essas são chamadas intrusivas ou plutônicas. 
As rochas sedimentares, o segundo grupo, são formados por acúmulo de areia, silte, 
argila, e outros sedimentos, compactados e cimentados pela pressão. Os agentes de erosão-
água, vento, gelo e calor- podem dar formas fantásticas e essas rochas, como o Grand 
Canyon, no Arizona. 
 
As rochas sedimentares podem ser de três tipos: 
 
- Clásticas ou detríticas: Formadas por fragmentos de outras rochas. 
EXEMPLOS: 
Argila, areia, cascalho, folhelho e arenito. 
- Químicas: Resultam, geralmente, da dissolução e precipitação. 
EXEMPLOS: 
Sal-gema, estalactite e estalagmite. 
- Orgânicas: Originadas pela acumulação de vegetais e animais. 
EXEMPLOS: 
Carvão mineral e calcário. 
 
As rochas metamórficas, o terceiro grupo, são formadas de rochas já existentes 
transformadas pela pressão e calor. 
EXEMPLOS: 
Mármore, quartzito e graisse. 
 
Estrutura Geológica do Brasil 
Existem três tipos fundamentais de estrutura geológica no globo terrestre: os escudos 
cristalinos, as bacias sedimentares e os dobramentos (cordilheiras). 
Escudos cristalinos ou maciços antigos são estruturas geológicas muito antigas, ou 
pré-cambrianas, formadas por rochas cristalinas. São, portanto, estruturas rígidas, resistentes, 
estáveis e geralmente associadas à ocorrência de minerais metálicos. Como exemplos, 
podemos citar os seguintes escudos cristalinos: Escandinavo, Siberiano, Canadense, Sul-
Africano, Guiano, Brasileiro e Patagônico. 
Bacias sedimentares são depressões preenchidas por detritos ou sedimentos 
provenientes das áreas circunvizinhas. As bacias formaram-se nas Eras Paleozóica, Mesozóica 
e Cenozóica e são importantes, principalmente devido à ocorrência de combustíveis fósseis, 
tais como petróleo, gás, carvão e xisto. São exemplos de bacias sedimentares: Amazônica, 
Pantanal, Paranaica, do Recôncavo Baiano, Parisiense, de Londres etc. 
Dobramentos modernos são as estruturas rochosas que sofreram a ação de forças 
tectônicas, resultando na formação de extensas e elevadas cordilheiras, tais como Himalaia, 
Andes, Alpes, Rochosas e outras, durante a Era Terciária (Cenozóica). Essas áreas são 
caracterizadas pelas instabilidades tectônicas, com ocorrência de terremotos e vulcanismos e 
também pela existência de elevadas altitudes. 
O território brasileiro é formado, fundamentalmente, por duas estruturas 
geológicas: os escudos ou maciços antigos e as bacias sedimentares. Não existem, 
portanto, os dobramentos modernos. 
A base estrutural do nosso território é de natureza cristalina, portanto muito antiga e 
rígida, embora a maior parte da superfície esteja coberta por terrenos sedimentares sob a 
forma de planícies, bacias, planaltos ou chapadas. Os afloramentos superficiais do 
 
 15 
 
 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
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VILAS 
 
Módulo III 
embasamento cristalino só representam 36% do total da superfície do país, ao passo que as 
áreas sedimentares representam 64%. 
 
Escudos ou maciços antigos 
Abrangem 36% da superfície total do país e formam dois grandes blocos principais: o escudo 
das Guianas, no norte do país, e o escudo Brasileiro, nas porções central, oriental e sul do país. O 
escudo Brasileiro subdivide-se em seis núcleos: Sul-amazônico, Atlântico, Araguaio-tocantino, 
Bolívio-matogrossense, Uruguaio-sul-rio-grandense e Gurupi. Do total dos escudos (36%), cujos 
terrenos são cristalinos, temos: 
— Os terrenos formados no Arqueozoico e que correspondem a 32% e formam o chamado 
Embasamento ou Complexo Cristalino Brasileiro, a que estão associadas as rochas magmáticas e 
metamórficas, como o granito e o gnaisse, principalmente. 
— Os terrenos formados no Proterozoico e que correspondem apenas a 4% são, entretanto, de 
grande importância porquegeralmente aparecem associados às jazidas minerais tais como as de 
ferro e de manganês 
do Quadrilátero Ferrífero (MG), do maciço de Urucum (MS) e de Carajás (PA), as de bauxita 
de Oriximina (PA) e Ouro Preto (MG), as de cassiterita (RO) etc. 
 
 
 
Bacias sedimentares 
As bacias sedimentares, ou mais precisamente, os terrenos sedimentares, correspondem a 64% 
do território brasileiro, sendo que: 
— quanto à idade, podem ser do Paleozóico (São-franciscana e Paranaica), do Mesozóico 
(Parnaíba e do Recôncavo Baiano) ou do Cenozóico Terciário (Amazônica, Central e Costeira) e 
Quaternário (do Pantanal e Amazônica); 
— quanto à extensão, podemos agrupá-las em duas categorias: as grandes bacias (Amazônica, 
do Meio-Norte ou do Maranhão e Piauí, Paranaica, São Franciscana e do Pantanal) e pequenas 
bacias, geralmente alojadas em compartimentos de planaltos (bacias de São Paulo, Curitiba e 
Taubaté). As bacias são particularmente importantes porque podem apresentar recursos como 
petróleo, gás e carvão mineral. O petróleo é extraído tanto em bacias sedimentares continentais 
(Recôncavo Baiano, por exemplo) como em bacias marítimas (bacia de Campos, RJ). O carvão 
mineral é encontrado em terrenos sedimentares paleozóicos, principalmente no sul do país. 
 
 
 16 
 
 
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Módulo III 
Geomorfologia 
 
Geomorfologia é a “... ciência que estuda as formas de relevo, tendo em vista a origem, 
estrutura, natureza das rochas, o clima da região e as diferentes forças endógenas e exógenas 
que, de modo geral, entram como fatores construtores e destruidores do relevo terrestre.” 
(Guerra, 1989, pg. 204). 
 
O relevo terrestre e seus agentes O relevo corresponde às diversas configurações 
(formas) da superfície terrestre, como montanhas e planaltos, por exemplo. Ele resulta da 
atuação de dois conjuntos de fatores, chamados de agentes do relevo, que são os seguintes: 
• Agentes internos ou endógenos – são os geradores (construtores) das formas de 
relevo, sendo eles o tectonismo (horizontal e vertical), o vulcanismo e os abalos sísmicos. 
• Agentes externos ou exógenos – são os modeladores ou modificadores do relevo 
terrestre, representados pela ação do intemperismo (físico e químico), das águas correntes e 
marinhas, dos ventos, das geleiras, dos seres vivos, dentre outros. 
 
Agentes endógenos do relevo 
 
São processos estruturais que atuam do interior para a superfície da Terra, com 
intensidade, criando ou modificando a fisionomia do relevo. Tais processos relacionam-se com 
o movimento das placas tectônicas e a fenômenos magmáticos podendo, às vezes, ocorrer 
com grande violência e rapidez. 
 
1. Tectonismo ou movimentos tectônicos ou Diastrofismo 
 
São movimentos lentos e prolongados provocados por forças do interior da Terra que 
atuam na crosta terrestre. 
 
O tectonismo pode ser de dois tipos: 
 
• Orogênese ou Tectonismo horizontal – quando as pressões, no interior da crosta, 
agem horizontalmente sobre as camadas de rochas mais plásticas, provocando o 
encurvamento (dobramento) dessas camadas, podendo originar montanhas e cordilheiras 
(relevo dobrado ou em dobras). São exemplos desse tipo de relevo os Andes (América do Sul), 
as Rochosas (América do Norte), os Alpes (Europa) e o Himalaia (Ásia), dentre outros. 
 
DOBRAMENTOS 
 
Fonte: FONT – ALTABA, M. e ARRIBAS, na Miguel A. Atlas de geologia p. D- 2. 
 
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Módulo III 
 
 
 
 
 
 
• Epirogênese ou Tectonismo vertical – quando as pressões, no interior da crosta, 
atuam verticalmente e lentamente sobre camadas de rochas resistentes e de pouca 
plasticidade, podendo provocar diversas rupturas e desnivelamentos das camadas do relevo. 
Quando ocorre a ruptura dessas camadas sem desnivelamento do terreno, diz-se que o 
mesmo está fraturado ou com fraturas. Já quando acontece a ruptura com soerguimento de 
um bloco e rebaixamento de outro, diz-se que ocorreu falhamento ou o terreno está com 
falhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: FONT – ALTABA, M. e ARRIBAS, A San Miguel. 
Atlas de geologia. Rio de Janeiro, Livro Ibero-Americano, 
1975. p.D- 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Vulcanismo 
 
Refere-se à atividade por meio da qual o magma é expulso do interior da Terra para a 
superfície. Vulcão é a montanha formada a partir das erupções – devido à solidificação do 
magma ao redor de onde ele é expelido para a superfície – com uma cratera por onde saem 
lavas, fragmentos de rochas em estado sólido, cinzas, gases e vapores. 
NÃO ESQUECER! 
 
Uma dobra é constituída por duas partes: 
 Sinclinal = parte mais baixa, côncava. 
 Anticlinal = parte mais alta, convexa. 
NÃO ESQUECER! 
Num relevo de falha, tem-se: 
 Horst ou pilar = bloco soerguido; 
 Graben ou fossa tectônica = bloco rebaixado. 
Forças descomunais provenientes do interior da 
Terra podem provocar falhas de milímetros ou 
de quilômetros nas rochas. Na Falha de San 
Andréas, na Califórnia (EUA), o movimento das 
placas tectônicas deixou marcas visíveis na 
paisagem (foto de 1995). 
 
 18 
 
 
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Módulo III 
A morfologia de um vulcão pode ser observada na figura abaixo: 
 
ESQUEMA GERAL DE UM VULCÃO 
 
1. Edifício ou cone vulcânico: montanha formada pelo acúmulo de materiais magnéticos. 2. Cratera: 
cavidade superior (boca). 3. Chaminé ou conduto: abertura ou fenda pela qual os materiais são expelidos do 
interior para a superfície. 4. Caldeira ou câmara magmática: bolsão ou cavidade profunda preenchida pelo 
magma. 5. Lacólito: intrusão de magma com estreitamento inferior e alargamento da massa superior. 6. 
Material piroclástico: blocos, pedras, fragmentos de lava solidificada. 7. Gases sulfurosos. 8 Gêise: As 
rochas quentes do subsolo aquecem a água, aumentando a pressão. Jatos de água e vapor quentes são 
expelidos de forma contínua ou intermitente. 9. Fumarolas: nuvens ardentes provenientes da água 
superaquecida, com temperaturas que podem alcançar 800ºC. 
O Círculo de Fogo do Pacífico, principalmente, e o Círculo de Fogo do Atlântico são as áreas que 
concentram a maior parte dos vulcões no planeta. 
 
 
DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DOS VULCÕES 
 
Fonte: Adaptado de Atlas of the world. Nova Iorque, Oxford University Press, 1998.p. 10. 
 
 19 
 
 
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Módulo III 
 
Monte Saint Helens (Washington, EUA) em erupção, em 1980. Além das lavas, muitas vezes 
com temperaturas superiores a 1.000 ºC, são expelidas cinzas que cobrem extensas áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de POPP, José H. Geologia geral. Sãp Paulo,Livros Técnicos e Científi cos, 1988. p. 212 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE 
No Brasil, não existem vulcões ativos atualmente. Entretanto, diversas atividades 
vulcânicas ocorreram neste país em épocas geológicas passadas. Dentre elas, a mais 
recente aconteceu na Era Cenozoica (Terciário), originando as ilhas oceânicas brasileiras 
(Fernando de Noronha, Trindade, São Pedro e São Paulo). Durante a Era Mesozoica, o 
vulcanismo foi muito intenso no nosso país. 
NÃO ESQUECER! 
Gêiseres – são jatos de água quente e 
vapor em rupturas de terrenos vulcânicos. 
Tais jatos ocorrem em intervalos regulares de 
tempo e com grande força, sendo 
acompanhados, com frequência, por um som 
ruidoso. Regiões vulcânicas nos Estados 
Unidos, Chile, Nova Zelândia e Islândia são 
conhecidas mundialmente por seus campos de 
gêiseres. 
Campos de gêiseres El Tatio, Chile. Foto: C. M. Noce. 
 
 20 
 
 
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Módulo III 
3. Abalos Sísmicos ou terremotos 
 
São movimentos naturais da crosta terrestre os quais se propagam por meio de vibrações 
(ondas sísmicas), podendo provocar drásticas mudanças nasuperfície terrestre num curto 
período de tempo. 
A intensidade dos terremotos é bastante variável. São dois os fatores que mais influem 
nessa intensidade: 1) distância entre o local de origem do terremoto, chamado de hipocentro 
ou foco, e o local onde ele se manifesta, denominado epicentro; e 2) heterogeneidade das 
rochas. Quanto maior for a referida distância, menor será a intensidade e, quanto mais 
resistentes forem as rochas, menores serão os danos. 
 
Origem e propagação dos terremotos. 
 
 
Fonte: PARKER, Steve, MORGAN, Sally e STEELE, Philip. Quase tudo sobre o mundo. São Paulo, Impala, 1998. p. 14. 
Origem e propagação dos terremotos. No local de origem ou hipocentro, as tensões acumuladas por longo período 
de tempo provocam a ruptura das camadas de rochas, às vezes seguida da formação de fraturas. Em consequência, 
ocorre uma propagação de ondas sísmicas ou tremores, que se manifestam em determinados lugares da superfície 
terrestre, constituindo o epicentro do terremoto. 
 
Os terremotos podem provocar efeitos de grandes proporções sobre o relevo, como 
deslizamentos, desmoronamentos, formação de fendas no solo, entre outros. Eles têm sua 
ocorrência relacionada a três tipos de causas que são as seguintes: 
 Tectonismo – os maiores e mais violentos terremotos ocorrem nas bordas das placas 
tectônicas. 
 Vulcanismo – os terremotos, geralmente de pequena intensidade, são provocados por 
explosões internas ou acomodações de materiais nos bolsões (vazios) que surgem após a 
expulsão do magma do interior do planeta. 
 Desmoronamentos internos – terremotos, em geral locais e de pequena intensidade, 
costumam ser provocados por desmoronamentos de camadas de rochas no interior da 
Terra. A acomodação de camadas de sedimentos, em razão do seu próprio peso, pode 
CURIOSIDADES 
A Escala de Richter é a mais utilizada, atualmente, para a medição da intensidade dos 
abalos sísmicos. Tremores pequenos, sentidos num raio de poucos quilômetros e sem 
causar danos, têm magnitude da ordem de 3. Sismos moderados, que podem causar algum 
dano, têm magnitudes na faixa de 5 e 6. Os terremotos com grande poder de destruição 
têm magnitudes acima de 7. As maiores magnitudes já registradas, neste início de século e 
no passado, chegaram a 8,5 (terremotos no Himalaia em 1920 e 1950, e no Chile em 
1960). 
Os sismógrafos são os instrumentos utilizados no registro da intensidade dos 
terremotos. 
 
 21 
 
 
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Módulo III 
provocar também terremotos locais e de pequena intensidade. Tal fato é a causa de 
alguns tremores de terra verificados no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sismicidade Mundial. Mapa de epicentros do período 1964 a 1995 de sismos com magnitude ≥ 5,0 Fonte: U.S. 
Geological Survey. Efeitos de um terremoto ocorrido em Taiwan, em 1999. Foto: Reuters. 
 
Os terremotos e os tremores de terra podem provocar maremotos se ocorrerem 
próximos ao litoral ou no fundo submarino. 
Os maremotos, também chamados de raz de maré ou ainda tsunami pelos japoneses, 
são ondas extremamente violentas. 
Elas podem se fazer sentir a vários quilômetros da zona litorânea, como ocorreu, por 
exemplo, na Indonésia em 2004 (ver leitura complementar). 
 
AGENTES EXÓGENOS DO RELEVO 
 
Os agentes externos do relevo realizam um trabalho escultural ou de modelagem da 
paisagem terrestre, tendo atuação contínua e prolongada. A participação de cada um deles 
difere bastante a depender da área de atuação. Nas regiões de elevadas latitudes e altitudes, 
por exemplo, o trabalho do gelo na esculturação do relevo é muito mais notável e intenso do 
que o dos demais agentes. 
Os agentes externos modificam a fisionomia do relevo, provocando erosão (destruição) 
de rochas e solos, gerando sedimentos que são transportados pelos mesmos agentes e 
depositados (sedimentação) em locais mais baixos do terreno. 
 
 
CURIOSIDADES 
No Círculo de Fogo do Pacífico, situam-se cerca de 42% dos epicentros de terremotos 
do globo. Normalmente, 25% deles são verificados no Himalaia, Alpes, Atlas e Apeninos e, 
23% em regiões de falhas, a exemplo da África oriental e dos Bálcãs. 
CURIOSIDADES 
O terremoto que ocorreu em Shensi (China) em 1556 provocou a maior mortalidade 
da história, com 830.000 mortos. Já o maior terremoto do século XX, com magnitude de 
8,5, ocorreu no Sul do Chile em 1960. 
 
 22 
 
 
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Módulo III 
1. Intemperismo ou Meteorização 
 
Corresponde ao conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a 
desintegração e decomposição das rochas. Sendo assim, podemos observar os seguintes tipos 
de intemperismo: 
• Intemperismo físico – é o processo de desagregação sofrido pelas rochas 
ocasionado, principalmente, pela ação da temperatura. Esta provoca a dilatação e contração 
do material que compõe as rochas, fragmentando-as. Este intemperismo é predominante em 
regiões áridas e semi-áridas como, por exemplo, os desertos e o Semiárido Nordestino. 
• Intemperismo químico – é o processo de decomposição sofrido pelas rochas, sendo 
resultante, principalmente, da ação das águas que provoca a decomposição do material 
rochoso, removendo e transportando partículas de minerais em solução. Tal intemperismo é 
predominante em regiões úmidas do globo, a exemplo das florestas equatoriais e tropicais. 
OBSERVAÇÃO: Quando a ação bioquímica ou física de seres vivos ou da matéria 
orgânica proveniente de sua decomposição participa do processo intempérico, este é 
denominado intemperismo químico-biológico ou físico-biológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Ação das águas fluviais 
 
Dentre os agentes naturais, os rios são os maiores modificadores do relevo terrestre. Sua 
ação dá-se das seguintes formas: 
 
• Erosão fluvial – é a destruição causada pelos rios, ao longo do seu percurso, 
escavando a superfície terrestre e formando os vales que podem assumir várias formas (ser 
mais abertos, mais fechados). Estes podem ser extremamente escarpados, com margens 
abruptas, recebendo o nome de cañon (nome de origem espanhola). Podemos citar como 
exemplos o cañon do rio Colorado (oeste dos EUA) e o do São Francisco (nordeste brasileiro). 
• Acumulação fluvial – é o trabalho de deposição de sedimentos transportados pelos 
rios. Este pode originar várias feições morfológicas, como planícies aluviais (extensas áreas 
sedimentares próximas à desembocadura dos rios) e deltas (depósitos aluviais na foz de certos 
rios, originando ilhas e canais). Um exemplo disso é o delta do rio Parnaíba, na fronteira do 
Maranhão com o Piauí. 
 
NÃO ESQUECER! 
A ação e intensidade do intemperismo são controladas pelo clima (variação da 
temperatura e distribuição das chuvas), relevo (influência na infiltração e drenagem das 
águas pluviais), fl ora e fauna, tipo de rocha (apresentando resistência diferenciada ao 
intemperismo, segundo sua natureza) e tempo de exposição da rocha aos agentes 
intempéricos. 
IMPORTANTE 
O manto de intemperismo geralmente evolui, em suas porções superficiais, através 
dos processos pedogenéticos, para a formação dos solos. 
 
 23 
 
 
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Módulo III 
Nível d’água 
Sulcos ou ravinas Zona temporariamente 
encharcada 
Boçoroca 
O TRABALHO DAS GELEIRAS E DOS RIOS, MODELANDO PAISAGENS 
 
 
3. Ação das águas pluviais 
 
Além dos rios, as águas de escoamento superficial originadas pelas chuvas, como as 
enxurradas e as torrentes (cursos d’água periódicos produzidos por fortes enxurradas) são 
importantes modificadores da paisagem. Elas podem provocar o aparecimento de duas feições 
bem características, a seguir: 
• Ravinas – sucos (escavações) produzidos nos terrenos. 
• Voçoroca, vossoroca ou boçoroca – escavação ou rasgão do solo ou de rocha 
decomposta, ocasionado pela erosão do lençol de escoamento superficial.OBSERVAÇÃO: A erosão decorrente das chuvas é denominada erosão pluvial. 
 
4. Ação das geleiras (glacial) 
 
As geleiras são massas continentais de gelo com 
limites bem definidos, originadas pela acumulação e 
compactação por pressão de neve transformando em 
gelo. Elas se movimentam continuamente devido à 
gravidade, provocando mudanças significativas no 
relevo. Sua ação, nesse sentido, dá-se da seguinte 
forma: 
 
 
 
Morfologia de sulcos e boçorocas. 
• Erosão glacial – envolve a incorporação e remoção, pelas geleiras, de detritos ou 
partículas (rochosas) da superfície sobre a qual elas se deslocam. A água de degelo glacial 
NÃO ESQUECER! 
No alto curso do rio (onde se situa a nascente), predomina a erosão fluvial. Já no 
baixo curso (onde se situa a foz), verifica-se o predomínio da acumulação fluvial. 
Normalmente, a depender do rio, no médio curso há o transporte e a acumulação de 
sedimentos. 
 
 24 
 
 
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Módulo III 
também produz erosão mecanicamente (assemelhando-se à erosão fluvial) ou por ação 
química. 
A ação abrasiva do gelo resulta em modificação, por exemplo, do perfil dos vales fluviais 
de “V” para “U” em vales glaciais. Estes últimos são chamados de fiordes, presentes, dentre 
outros lugares, na costa do Chile. 
• Acumulação glacial – corresponde ao depósito de partículas de rochas e outros 
materiais que foram transportados pela língua da geleira (descida de uma geleira que sofreu 
derretimento) das vertentes das montanhas para sua base, onde são depositados. Ao longo do 
tempo geológico, esses depósitos formam as chamadas morenas ou morainas. 
 
Tipos de morenas em geleira de vale. a) mediana; b) lateral; c) terminal. 
 
5. Ação Marinha 
O mar realiza um forte trabalho de destruição e construção do relevo das áreas 
litorâneas, modificando expressivamente as paisagens costeiras. A ação marinha pode se fazer 
através de: 
• erosão marinha – trabalho de destruição e construção feito pelo mar, também chamado 
de abrasão marinha. 
O exemplo mais evidente de forma de relevo resultante disso são as falésias (costas 
abruptas e escarpadas no litoral), que podem ser observadas na foto abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Afloramento da Formação Barreiras. 
 
 acumulação marinha – trabalho realizado pelo mar de deposição de sedimentos. Isso 
pode originar vários tipos de feições, tais como praias (depósitos de areias, com 
predomínio de grãos de quartzo), tômbolos (depósitos de areia que ligam uma ilha a 
um continente) e restingas ou cordões litorâneos (faixas de areia depositadas paralelas 
à costa, podendo originar lagunas ou lagoas costeiras). 
 
CURIOSIDADES 
Quando pedaços das geleiras continentais se desprendem, formam blocos de gelo 
que são transportados pelas correntes marítimas denominados icebergs. 
 
 25 
 
 
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Módulo III 
5. Ação eólica ou dos ventos 
 
A ação eólica fica registrada no relevo seja de forma destrutiva (erosão) ou construtiva 
(sedimentação). Dessa forma, os ventos realizam as seguintes ações: 
• Erosão eólica – caracterizada pelos processos de deflação ou corrasão (trabalho 
executado pelos ventos sobre a superfície das rochas, carregando os detritos desagregados 
pela erosão mecânica) e abrasão (intenso processo de desgaste e polimento das feições do 
relevo provocado pelo impacto de partículas de areia transportadas pelo vento). 
Outro exemplo da ação do vento no modelado do relevo: a 
Taça, no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR, 
2001). 
• Acumulação eólica – a ação dos ventos de transporte e 
posterior deposição de partículas podem formar dunas, mares 
de areia e depósitos de loess. As dunas são montes de areia 
que podem ser classificadas em estacionárias (permanecem fi- 
xas) ou migratórias (se deslocam). Os mares de areia são 
grandes áreas cobertas de areia (dunas), a exemplo da Arábia 
Saudita com cerca de 1.000.000 km² da superfície cobertos por 
areia atualmente. Já os depósitos de loess consistem de 
sedimentos muito finos (argila e silte), homogêneos e 
comumente amarelados. No nordeste da China, os depósitos de 
loess atingem mais de 150 metros de espessura, embora 
apresentem uma média de 30 metros. 
 
 
 
 
Pequeno lago represado por duna 
transversal, exibindo marcas onduladas 
(direção preferencial do vento da direita 
para esquerda). Campo de dunas dos 
Lençóis Maranhenses (MA). Foto: I. D. 
Wahnfried. 
 
 
 
Erosão causada por enxurradas provocou o 
desabamento de parte da BR – 381 (Fernão Dias), na 
saída de Belo Horizonte (MG, 2002). O trabalho humano 
transforma a paisagem e provoca a erosão antrópica. 
acelerando os processos naturais. 
 
 
IMPORTANTE 
A erosão antrópica refere-se à intervenção humana na paisagem, modificando suas feições 
através da construção e/ou destruição de formas de relevo. Devido ao fato de acelerarem 
os efeitos dos processos naturais, tais ações são também chamadas de erosão acelerada. 
São exemplos disso a prática de desmatamento ou o corte de barrancos para a construção 
de estradas que aceleram a erosão superficial. 
 
 26 
 
 
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Módulo III 
Formas de Relevo 
 
Os principais tipos de relevo são os seguintes: 
 
1. Planície – corresponde a uma extensão de terreno mais ou menos plano delimitado 
por aclives, onde os processos de deposição de sedimentos superam os de erosão. Em 
decorrência disso, as planícies são de natureza sedimentar. 
Ex: planície da bacia Congolesa (África). 
2. Planalto – é uma extensão de terrenos elevados mais ou menos planos delimitados 
por declives, onde os processos erosivos predominam em detrimento dos deposicionais. Ex: 
planalto do Colorado (EUA). 
OBSERVAÇÃO: Chapada – denominação usada no Brasil para os planaltos sedimentares 
típicos que aparecem nas regiões Centro-Oeste (Guimarães, Parecis) e Nordeste (Araripe, 
Diamantina) do país. 
Chapadões – sucessão de chapadas. 
3. Montanha – é uma grande elevação natural do terreno constituída por um agrupamento de 
morros. As montanhas podem ser originadas por dobramentos, falhamentos, vulcanismo (o 
cone vulcânico) ou erosão (restringe-se a morros testemunhos e são de pequena extensão). 
Quanto à idade, as montanhas podem ser jovens – originadas, de modo geral, no Terciário – 
preservando suas formas aguçadas (pontiagudas), ou podem ser velhas, com formas e 
altitudes bastante suavizadas e rebaixadas por terem sofrido vários ciclos de erosão. Como 
exemplo das primeiras, podemos citar os Andes (América do Sul) e os Atlas (África 
Setentrional) e, com relação a essas últimas, podemos mencionar as Montanhas Laurencianas 
(Canadá) e as montanhas da Serra do Mar (Sudeste brasileiro). 
 
OBSERVAÇÃO: a montanha típica é aquela formada por forças tectônicas 
orogenéticas. São exemplos os grandes dobramentos modernos, como o Himalaia. 
4. Depressão – é uma forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica inferior 
à das áreas vizinhas. Ela pode ser de dois tipos: 
• Depressão absoluta – área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar. Ex: Mar 
Morto (Oriente Médio – Ásia) situado a 395 metros abaixo do nível do mar. 
• Depressão relativa – área ou porção do relevo situada abaixo do nível das regiões que 
lhe estão próximas, com altitude acima do nível do mar. Ex: depressão do Tocantins (Brasil). 
 
REPRESENTAÇÃO DE UMA DEPRESSÃO RELATIVA 
 
5. Cuesta – é uma forma dissimétrica de relevo constituída por uma sucessão alternada 
de camadas, com diferentes resistências ao desgaste, e que se inclinam numa direção, 
formando um declive suave no terreno de um lado, e um corte abrupto ou íngreme na 
chamada frente de cuesta de outro. Constitui-se como o tipo de relevo predominante nas 
bordas de bacias sedimentares e em velhas plataformas. A bacia de Paris (França)e a do 
Parnaíba (Brasil) são dois exemplos clássicos de estruturas de cuestas. 
Planalto 
Planície 
Escarpa 
Depressão relativa 
 
 27 
 
 
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Módulo III 
ESQUEMA REPRESENTATIVO DA ESCARPA E DA FRENTE DA CUESTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Cornija: abrupto saliente capeado por camada de rocha resistente. 
 
6. Morro Testemunho – refere-se a uma colina de topo mais ou menos plano situado 
adiante de uma escarpa de cuesta, mantido pela camada mais resistente. 
7. Inselbergue – elevações residuais “ilhadas” que aparecem em regiões de clima árido 
e semiárido, resultantes de pediplanação (processo de aplainamento de extensas superfícies 
por agentes externos do relevo). 
8. Serra – refere-se a terrenos acidentados com fortes desníveis. No Brasil, as serras 
designam, às vezes, acidentes variados, como escarpas de planaltos com altura de 50 a 100 
metros. As serras brasileiras ora constituem escarpas de blocos falhados (a exemplo da Serra 
do Espinhaço); ora escarpas de erosão (como a Serra Geral); ora escarpas de chapadas 
residuais (como a Serra do Araripe); dentre tantas outras formações. 
 
 Relevo Brasileiro 
 
O território brasileiro apresenta uma grande variedade morfológica, como planaltos, 
planícies, chapadas, serras e cuestas, dentre outras. Isso resulta, principalmente, da ação dos 
agentes exógenos – destacando-se a atuação da temperatura, dos ventos, das chuvas e dos 
rios – sobre estruturas geológicas de diferentes naturezas e, no geral, antigas. 
As formas atuais do relevo brasileiro foram esculpidas, principalmente, ao longo do 
período Terciário da Era Cenozoica. 
Pelo fato de se constituírem predominantemente por estruturas geológicas antigas que 
sofreram um longo tempo de atuação dos agentes modeladores do relevo, este possui formas 
bem trabalhadas pela erosão e com níveis altimétricos baixos predominando altitudes 
inferiores a 800 metros. 
 
 
 
 28 
 
 
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Módulo III 
BRASIL: HIPSOMETRIA 
 
Graça Maria Lemos Ferreira, Moderno atlas geográfico, p. 4. 
 
 
 
 
 
 
Existem três classificações bastante difundidas do relevo brasileiro. A seguir podemos ver 
cada uma delas com suas principais características. 
 
a) Classificação do relevo brasileiro, segundo Aroldo de Azevedo Criada em 1940 
por Aroldo de Azevedo (professor do Departamento de Geografia da USP), esta classificação 
leva em conta a altimetria do relevo, definindo planaltos como possuindo mais de 200 metros 
de altitude e, planícies como possuindo menos de 200 metros de altitude. Nota-se, com isso, 
que Aroldo de Azevedo valorizou a terminologia geomorfológica na classificação das grandes 
unidades do relevo. 
CURIOSIDADES 
O ponto mais alto do Brasil é o Pico da Neblina com 3.014 metros de altitude, localizado no 
Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. 
NÃO ESQUECER! 
Não existem dobramentos modernos no território brasileiro pelo fato de o mesmo situar-se 
no interior da placa litosférica Sul-Americana. Assim como, na sua parte continental, não 
existem formas oriundas da atuação recente de vulcanismo. 
 
 29 
 
 
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Módulo III 
Para caracterização das unidades menores, ele considerou as características geológicas 
(ver figura abaixo). 
 
DIVISÕES DO REVELO BRASILEIRO, SEGUNDO AROLDO DE AZEVEDO 
 
Fonte: Aroldo de Azevedo, O Planalto Brasileiro e o problema de classificação de suas formas de relevo, in 
Boletim da AGB, 1949, p. 43 – 50. 
 
OBSERVAÇÃO: nesta classificação do relevo, os planaltos respondem por 59% e as 
planícies por 41% da área territorial do Brasil. 
b) Classificação do relevo, segundo Aziz N. Ab’Sáber O geógrafo Aziz N. Ab’ Saber 
(professor do Departamento de Geografia da USP) propôs uma nova divisão do relevo 
brasileiro em 1962. Ele manteve grande parte da proposta elaborada por Aroldo de Azevedo, 
acrescentando, entretanto, novos conhecimentos a respeito do relevo, como o acréscimo de 
novas unidades. Todavia, Aziz partiu de uma definição de planalto e planície diferente da 
utilizada por aquele autor, considerando o primeiro como uma área onde os processos de 
erosão superam os de sedimentação e, o segundo como uma área onde os processos de 
sedimentação superam os de erosão, independentemente da altimetria. 
Segundo Aziz, o Brasil é composto por dez grandes unidades de relevo. Neste, os 
planaltos representam cerca de 75% e as planícies 25% do território do país (ver fi gura 
abaixo). 
 
CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO BRASILEIRO 
 
CURIOSIDADES 
Aziz Ab’Sáber contou com o uso da aerofotogrametria (medições precisas do terreno 
por meio de fotografia aérea), em algumas regiões, como suporte na divisão do relevo 
brasileiro. 
 
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Módulo III 
 
Fonte: Aziz Nacib Ab’Sáber, O relevo brasileiro e seus problemas, in Aroldo de Azevedo (org.), Brasil – a terra e 
o homem, volume I, As bases físicas, p. 155. 
 
Caracterização geral do relevo brasileiro 
 
1. Planalto das Guianas – Localizado ao norte da planície e terras baixas amazônicas, 
corresponde ao escudo cristalino das Guianas. Muito antigo, foi desgastado pela erosão, 
apresentando altitudes modestas, exceto na região serrana (fronteira com as Guianas e a 
Venezuela), onde estão os montes Roraima (2.875m), Trinta e Um de Março (2.992m) e o Pico 
da Neblina (3.014m), ponto culminante do território brasileiro. 
Nas terras fronteiras com a Venezuela e a Colômbia, no planalto das Guianas, está sendo 
implantado o projeto Calha Norte, que tem por objetivo razões geopolíticas e geoestratégicas, 
além da exploração de minérios (ouro, urânio, manganês) e de madeira. 
2. Planalto Brasileiro – Estende-se desde o sul da Amazônia até o Rio Grande do Sul. É 
formado por terrenos cristalinos, sedimentares e vulcânicos. Dada sua diversidade, é dividido 
em planalto Central, planalto do Maranhão-Piauí, planalto Nordestino, planalto Meridional e 
serras e planaltos do Leste e Sudeste. 
3. Planalto Central – Abrange as terras da região Centro-Oeste, do sul da Amazônia, da 
parte ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Seus terrenos são sedimentares (chapadas dos 
Veadeiros, Parecis e Guimarães) e cristalinos (planaltos Goiano, Norte-matogrossense e Sul-
amazônico). 
No planalto Central, encontram-se a cidade de Goiânia e o Distrito Federal. Os cerrados 
são dominantes e as principais atividades econômicas são a pecuária, a grande lavoura e a 
mineração. 
4. Planalto do Maranhão-Piauí – Apresenta planaltos rebaixados, cuestas e tabuleiros, 
como o Planalto de Ibiapaba. 
5. Planalto Nordestino – Apresenta também cuestas e depressões periféricas. 
Destacam-se as chapadas da Borborema, Baturité, Araripe e Apodi. 
 
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Módulo III 
 
 
ANOTAÇÕES: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Planalto Meridional – Abrange terras dos Estados de São Paulo, sul do Mato Grosso 
do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seus terrenos estão situados na bacia 
sedimentar Paranaica, que sofreu na Era Terciária sucessivos derrames de lavas básicas, 
originando basaltos e diabásicos. O planalto Meridional subdivide-se em planalto arenito-
basáltico e depressão periférica. No planalto arenito-basáltico situam-se os férteis solos de 
terra roxa oriundas da decomposição do basalto e do diabásico. Nas bordas do planalto, 
formaram-se escarpas, suavemente inclinadas em direção à depressão periférica, as chamadas 
cuestas. Possuem solos vulcânicos chamados de Trapps. 
7. Serras e planaltos do leste e sudeste – Correspondem ao planalto Atlântico do 
sudeste com os “mares dos morros”, o planalto Atlântico da Bahia, a serra do Mar e da 
Mantiqueira, a serrado Espinhaço e a Chapada Diamantina. 
 
As Planícies 
 
 
 
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Módulo III 
 
1. Planície Amazônica: É uma extensa planície sedimentar disposta no sentido Leste-
Oeste, localizada entre o Planalto Guiano e o Planalto Central. Nem toda essa área é de 
planície, pois ocorrem também os baixos “platôs”. A planície é dividida em: terra firme ou 
“caatê”, várzea (onde se planta arroz, juta e seringueira) e igapó. A planície em si mesma está 
representada pela zona da várzea. 
2. Planície do Pantanal: Localiza-se a oeste do MS. É de formação recente 
(Quaternária). É atravessada pelo rio Paraguai, que inunda a planície temporariamente, 
formando o lago Xaraiés. No Paraguai, é denominada de Chaco. Destaca-se, na região, o 
Maciço do Urucum, o qual é rico em ferro e manganês. 
3. Planície Costeira: Ocupa faixas ao longo do litoral. É de formação recente (Terciário 
e Quaternário). 
Destacam-se, nesta planície, as Baixadas Santista e Fluminense, além de inúmeras 
praias, restingas, falésias, tômbolos, recifes e dunas. 
OBSERVAÇÃO: Planície Gaúcha: Situa-se no extremo sul do país. Nela, as restingas 
aparecem em quantidade, especialmente na lagoa dos Patos e Mirim. A vegetação é de 
campos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO, SEGUNDO JURANDYR ROSS 
 
Essa classificação é produto da aerofotogrametria, onde um radar instalado na “barriga” 
de um avião fotografou todo o Brasil entre 1970 a 1985, por meio do Projeto Radambrasil. 
A partir dessa classificação, o Brasil passa a contar com 28 unidades geomorfológicas, 
tendo como grande novidade o aparecimento do conceito de depressão. 
Vejamos, a seguir, as principais características do nosso relevo, segundo Jurandyr Ross: 
• Os planaltos são a forma de relevo predominante no país, ocorrendo em número de 
onze. 
• No Brasil só ocorrem depressões relativas como, por exemplo, a Depressão do Vale do 
Paraíba do Sul (entre as Serras do Mar e Mantiqueira). 
• Nossos territórios são formados por planaltos, depressões e planícies. 
• As depressões são em número de onze, constituindo-se na segunda forma de relevo. 
As principais depressões são: 
√ Depressão Marginal Norte-Amazônica. 
√ Depressão Marginal Sul-Amazônica. 
√ Depressão Sertaneja. 
√ Depressão do São Francisco. 
√ Depressão Periférica do Paraná. 
• As planícies ocupam pequena parte de nosso relevo. 
• A planície do Rio Amazonas (nome atual), limita-se a uma estreita faixa de terras 
planas que margeiam o rio Amazonas e seus afluentes. 
 
 
 
 
 
 
 
CURIOSIDADES 
O Projeto RADAMBRASIL fotografou todo o território brasileiro por meio de um radar 
instalado na base de um avião de 1970 a 1985. Disso resultou um detalhado e completo 
levantamento da geologia, geomorfologia e dos recursos naturais (hidrografia, solos, 
vegetação, minérios, dentre outros). 
 
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Módulo III 
 
Cortes esquemáticos referentes às linhas A-B, C-D e E-F, aqui indicadas, são 
apresentados nas próximas figuras. 
 
 
CURIOSIDADES 
No planalto das Guianas, em áreas próximas à fronteira do Brasil com a Venezuela e a 
Colômbia, está sendo implantado o projeto Calha Norte cujos objetivos referem-se à 
exploração de minérios (ouro, urânio, manganês) e a razões geopolíticas e geoestratégicas. 
 
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Módulo III 
 
Fonte: ROSS, Jurandyr L. S. Nova Escola. São Paulo, Abril, out. 1995. p.14. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ADAS, Melhem, Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafi os 
socioespaciais; Sérgio Adas (colaborador) 3a ed. São Paulo: Moderna, 1998. 
COELHO, Marcos de Amorim; TERRA, Lygia. Geografia Geral e do Brasil. Volume único. São 
Paulo: Moderna, 2003. 
COELHO, M. A.; TERRA, L. Geografia Geral: o espaço natural e socioeconômico. 4ª ed. São 
Paulo: Moderna, 2001. 
IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. 
MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São 
Paulo: Scipione, 2004. 
OLIVEIRA, C. Dicionário cartográfico. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1983. 
PRESS, Frank [et al] Para entender a Terra. 4a ed. Porto alegre: Bookman, 2006. 
SENE, E; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São 
Paulo: Scipione, 1998. 
SILVA, B. C. N. [et al]. Atlas Escolar da Bahia: espaço geo-histórico e cultural. 2ª ed. João 
Pessoa: Grafset, 2004. 
VEJA, São Paulo. Abril, V. 43, no 3, Janeiro, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
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Módulo III 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
O DIA EM QUE O MUNDO ACABOU 
Com a força de trinta bombas atômicas, o grande terremoto que sacudiu o Haiti 
destroçou a capital, Porto Príncipe, causou um número ainda "inimaginável" de mortos, 
vitimou brasileiros e deixou o país, já paupérrimo, mais arrasado do que nunca. 
Quando o mundo acabou no Haiti, às 4h53 da tarde de terça-feira, o mais terrível foi que, 
por algum tempo, os mortos viveram. Com a força infernal de trinta bombas atômicas, o 
terremoto aconteceu no pior lugar possível. Seu coração de terrível poder, o epicentro, 
praticamente coincidiu com as ruas e encostas esquálidas de Porto Príncipe, a capital. Pouca 
coisa resistiu. Os casebres, os prediozinhos precários, os escassos edifícios mais imponentes. 
O topo da catedral, com suas duas torres, desapareceu. O arcebispo morreu. O Congresso 
ruiu, com o presidente do Senado lá dentro. Hospitais, escolas, hotéis. Uma universidade 
inteira tragou 1000 viventes. No palácio presidencial, em pomposo estilo francês, foi como se 
uma foice gigante tivesse ceifado o prédio, na horizontal, e ele se reacomodasse, alguns 
metros mais abaixo. "Estou andando sobre corpos", disse Elisabeth Preval. A mulher do 
presidente, depois de escapar do choque mortífero que tudo engolfou. Zilda Arns, uma campeã 
da humanidade na luta para salvar crianças da desnutrição, não conseguiu escapar. Da mesma 
forma que quase duas dezenas de militares brasileiros da força da ONU no Haiti. O prédio de 
cinco andares ocupado pelos funcionários civis da ONU também veio abaixo, com mais de 200 
pessoas dentro, entre as quais o segundo no comando, o carioca Luiz Carlos da Costa. 
 
 
 
 
 
 
 
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Módulo III 
SISMÓLOGO EXPLICA MAREMOTO QUE PROVOCOU MILHARES DE MORTES NA 
ÁSIA 
da BBC Brasil 27/12/2004 
Pelo menos 300 mil pessoas morreram depois que ondas gigantes provocadas por um 
tremor atingiram áreas costeiras no sul e no leste da Ásia. O sismólogo Brian Baptie, um dos 
especialistas da British Geological Survey , explicou como a onda - ou tsunami - foi criada. 
Em termos geológicos, o que aconteceu? 
 
Sumatra, no noroeste da Indonésia, fica na junção das placas tectônicas. A superfície da 
Terra é formada por várias placas tectônicas diferentes, e elas estão todas se movendo. 
A placa que fica sob o Oceano Índico está se movendo mais ou menos para o nordeste, o 
que faz com que ela se colida com Sumatra. E, na medida em que a colisão ocorre, a placa do 
Oceano Índico é pressionada sob Sumatra e, com a pressão, ela se rompe. E é isso o que 
causa o tremor. 
Este abalo sísmico é um dos mais fortes já registrados. Houve uma ruptura ao longo da 
fissura de cerca de 1.000 km de comprimento, e isso gera um deslocamento vertical de cerca 
de dez metros. O deslocamento no leito marinho gerou este enorme tsunami. 
Como a onda se desenvolve? 
Há um enorme deslocamento vertical no leito do mar como resultado do tremor, e isso 
movimenta um enorme volume de água. 
Pode-se imaginar que, se a ruptura é de 1.000 km de comprimento com um 
deslocamento de dez metros no leito do mar, isso envolve centenas de quilômetros cúbicos de 
água e resulta em uma ondaque atravessa o oceano. 
Nas profundezas do oceano, a altura da onda pode ser de poucos metros, talvez cinco ou 
dez metros, e ela se move a umas poucas centenas de quilômetros por hora. 
Isto significa que ela se move relativamente devagar se comparado com as ondas 
sísmicas do tremor, e ela chegou horas depois às áreas costeiras que estão em volta de todo o 
Oceano Índico. 
Na medida em que a onda tsunami se aproxima do litoral, ela diminui de velocidade 
porque a água fica mais rasa e, com isso, a altura da onda aumenta bastante. 
Quando ela atinge a praia, pode ter de dez a vinte metros. 
Por que não houve aviso de que isto estava acontecendo? 
Há um sistema de alerta para tsunamis no Oceano Pacífico porque há um precedente 
histórico em que vários maremotos causaram tsunamis como este durante o século 20. 
Mas não há precedente real para um tsunami como este no Oceano Índico. Então, esta é 
a primeira vez que isto acontece e não há sistema de alerta. 
Pode haver mais ondas de escala semelhante? 
É pouco provável que ocorram mais tsunamis do mesmo tamanho. O que normalmente 
acontece quando você tem um grande tremor é que eles continuam por vários dias. 
Eles costumam ser um pouco menores do que o principal abalo, embora não seja 
impossível que possa ocorrer mais um. Mas pode haver abalos sísmicos, e eles podem criar 
tsunamis menores. 
 
TERREMOTO EM MINAS É O 1a A REGISTRAR MORTE NO PAÍS, AFIRMA 
ESPECIALISTA 
da Folha Online 09/12/2007 - 17h52 
O terremoto de 4,9 graus na escala Richter no norte de Minas Gerais é o primeiro a 
registrar uma morte, segundo o Obsis (Observatório Sismológico de Brasília), da UnB 
(Universidade de Brasília). 
 
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Módulo III 
O tremor foi sentido na comunidade rural de Caraíbas, distante 35 km de Itacarambi 
(MG), segundo o governo de Minas. Uma criança de cinco anos morreu esmagada pela parede 
de sua casa, que não resistiu ao abalo e caiu. 
Outras duas pessoas tiveram traumatismo craniano e quatro foram internadas com 
ferimentos leves. 
Segundo o governo de Minas, o tremor ocorreu na madrugada deste domingo e atingiu 
também, de forma mais leve, a cidade de Itacarambi e alguns pontos de Manga e Januária. 
Informações preliminares do Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) mostram que no 
total 60 casas foram atingidas. 
A Cedec informou que as famílias que tiveram suas casas destruídas serão removidas. 
Elas receberão cestas básicas, colchões e cobertores. A coordenadoria estuda ainda se outras 
remoções serão necessárias. 
Inédito 
Segundo o chefe do Obsis e professor de sismologia da UnB, Lucas Vieira Barros, o 
tremor no norte de Minas é o primeiro a provocar morte desde o início das medições feitas 
pelo observatório, em 1968. 
Barros afirma que a região é conhecida por falhas geológicas e dentre as possibilidades 
que podem ter provocado o tremor em Minas está a de um afundamento em uma caverna. 
Ele e outros dois técnicos da UnB devem chegar na manhã desta segunda-feira (10) para 
avaliar o que de fato ocorreu. 
Em maio, o Obsis já havia registrado um tremor de 3,5 graus no local e chegou a avisar a 
Defesa Civil para eventuais problemas, mas nenhuma ocorrência grave foi registrada. 
Em outubro deste ano, os técnicos do Obsis instalaram seis estações sismográficas para 
monitorar a região norte de Minas. A análise desses equipamentos deve auxiliar os técnicos a 
descobrir o que teria provocado o tremor. 
 
SAIBA MAIS SOBRE A ESCALA RICHTER 
da Folha Online 06/03/2007 - 20h20 
A escala de medida de energia sísmica liberada por terremotos conhecida como Richter 
surgiu em 1935, idealizada pelo sismólogo americano Charles F. Richter. Após recolher dados 
de inúmeras ondas sísmicas liberadas por terremotos, Richter criou um sistema para calcular 
as magnitudes dessas ondas. 
A escala Richter foi inicialmente criada para medir apenas a magnitude de tremores no 
sul da Califórnia, utilizando um equipamento específico – o sismógrafo Wood-Anderson. Apesar 
da limitação original e do surgimento de vários outros tipos de escalas para medir terremotos, 
a escala Richter continua sendo largamente utilizada hoje. 
A primeira escala Richter apontou o grau zero para o menor terremoto passível de 
medição pelos instrumentos existentes à época. Atualmente, a sofisticação dos equipamentos 
tornou possível a detecção de tremores ainda menores do que os associados ao grau zero, e 
ocorre a medição de terremotos de graus negativos na escala Richter. 
Teoricamente, a escala Richter não possui limite. 
De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, aconteceram três 
terremotos com magnitude maior do que nove na escala Richter desde que a medição 
começou a ser feita. De acordo com outras fontes, como a enciclopédia Britannica, tal marca 
nunca foi alcançada. Veja a tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
 
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Módulo III 
 
ENTENDA OS EFEITOS DOS TERREMOTOS 
Os sismólogos usam a escala de magnitude para representar a energia sísmica liberada 
por cada terremoto. 
Veja abaixo tabela com os defeitos típicos de cada terremoto em diversos níveis de 
magnitude. 
Escala Richter Efeito do terremoto 
Menos de 3,5 Geralmente não é sentido, mas pode ser registrado. 
3,5 a 5,4 Frequentemente não se sente, mas pode causar 
pequenos danos. 
5,5 a 6,0 Ocasiona pequenos danos em edificações. 
6,1 a 6,9 Pode causar danos graves em regiões onde vivem 
muitas pessoas. 
7,0 a 7,9 Terremoto de grande proporção, causa danos graves. 
de 8 graus ou mais Terremoto muito forte. Causa destruição total na 
comunidade atingida e em comunidades próximas. 
Esta tabela é “aberta”, portanto não é possível determinar um limite máximo de graus. 
Ainda que cada terremoto tenha uma magnitude única, os efeitos de cada abalo sísmico 
variam bastante devido à distância, às condições do terreno, às condições das edificações e de 
outros fatores. 
 
NÚMERO DE MORTOS POR TERREMOTO NO CHILE CHEGA 795, DIZ BACHELET 
da Folha Online 02/03/2010 - 16h05 
O número de mortos no terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu o Chile no 
último sábado (27) subiu de 763 para 795, anunciou nesta terça-feira a presidente chilena, 
Michelle Bachelet. Ela deu as declarações durante visita a Curicó, cidade no sul do país afetada 
pelo tremor, segundo o site do jornal chileno "El Mercurio". 
Pouco antes, um funcionário do escritório nacional de emergências (Onemi), ligado ao 
governo, disse que havia 763 mortos. Os desabrigados continuam em 2 milhões, segundo o 
governo chileno. Além dos mortos, cerca de 500 pessoas ficaram feridas, disse o governo hoje. 
Essa é a primeira vez que o numero de feridos pelo tremor é informado oficialmente. 
O ministro da Saúde, Alvaro Erazu, disse a jornalistas que ao menos cem pessoas se 
encontram em estado grave. 
Cerca de 500 mil casas foram destruídas, de acordo com informações anteriores 
divulgadas por Bachelet. "Estamos enfrentando uma catástrofe gigantesca, que irá exigir um 
esforço de recuperação gigantesco", disse após encontro com ministros no palácio La Moneda. 
Pessoas recolhem objetos que sobreviveram ao terremoto nas ruas de Talcahuano, no 
Chile. 
Em Concepción, a maior cidade da área próxima do epicentro, muitas ruas da cidade 
ficaram cobertas de escombros e centenas de detentos escaparam da penitenciária após o 
tremor. 
Em 1960, o Chile foi atingido por um terremoto de magnitude 9,5, um dos mais fortes já 
registrados. 
O tremor devastou a cidade de Valdivia, matou 1.655 pessoas e causou um tsunami que 
atingiu a Ilha da Páscoa, distante 3.700 quilômetros da costa chilena. A onda continuou e 
chegou ao Havaí, Japão e Filipinas. 
As ondas que chegaram nas Filipinas demoraram cerca de 24 horas para atingir o país. 
 
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Módulo III 
O terremoto deste sábado foi sentido em São Paulo e também nas Províncias argentinas 
de Mendoza e San Juan. Uma série de abalos subseqüentes atingiram a região costeira do 
Chile. 
Saques 
A presidente Bachelet condenou nesta terça-feira os saques e violência registrados nas 
áreas mais afetadas pelo terremoto e afirmou que os criminosos "receberão todo o rigor da 
lei". 
Bachelet se reuniu nesta manhã com os comandantes das Forças Armadas para 
coordenar o envio de ajuda às zonas mais afetadas pelo terremoto, no centro-sul do país. 
A presidente pediu ainda a compreensão dos chilenos, já que "nunca antes na história do 
Chile" houve um terremoto tão devastador. 
"O que nos preocupa é levar segurança e tranqüilidade à população. Entendemos 
perfeitamente as angústias e as necessidades das pessoas, mas sabemos perfeitamente que 
há ações delinqüentes de pequenos grupos que estão provocando enormes danos materiais. 
Isso não vamos aceitar", disse. 
Brasileiros 
A Embaixada do Brasil continua buscando informações sobre um brasileiro que estaria 
desaparecido em Concepción, cidade mais afetada pelo terremoto. 
Estamos tentando localizar, 
mas estamos tendo dificuldade 
especialmente porque o 
comunicação com a região está 
bem complicada", disse o 
embaixador do Brasil no país, 
Mario Vilalva. O diplomata 
conversou com a Folha Online por 
telefone de Santiago. 
 
Mapa mostra a região atingida por tremor no Chile; terremoto foi o maior no país em 25 anos. 
Segundo ele, outro problema é que as informações que chegam à embaixada não são ofi- 
ciais, o que dificulta a busca porque há poucos detalhes sobre o desaparecido. 
Vilalva diz ainda que a embaixada já investigou três suspeitas de brasileiros entre as 
vítimas, que não se confirmaram. 
O único caso que ainda não foi encerrado é desse brasileiro que estaria em Concepción. 
A situação na cidade é crítica: ainda não foi implementado um canal de distribuição de 
alimentos e, apesar da forte presença militar nas ruas, os saques prosseguiam. 
Voos 
Um novo avião da FAB (Força Aérea Brasileira) deverá trazer mais brasileiros do Chile na 
próxima quinta-feira, segundo o embaixador. Na madrugada de hoje, uma aeronave trouxe 30 
brasileiros. 
O avião modelo Hercules, C-130, irá transportar aparelhos de hemodiálise, telefones 
satélites, um hospital de campanha da Marinha, além de técnicos em avaliação de estrutura -- 
parte do material foi doado por empresas e a outra pertence a FAB. No retorno ao Brasil, será 
possível trazer 70 pessoas. 
Ao todo, mais de mil brasileiros procuraram a embaixada do Brasil no Chile desde 
sábado, quando o terremoto de magnitude 8.8 atingiu o Chile. Eles buscam desde informações 
sobre o terremoto até orientações sobre como agir. 
 
 
 
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Módulo III 
PRESIDENTE DO HAITI DIZ QUE “QUASE 170 MIL” CORPOS JÁ FORAM 
RECOLHIDOS 
da Folha Online 27/01/2010 - 19h55 
 
O presidente do Haiti, René Préval, anunciou nesta quarta-feira que os corpos de “quase 
170 mil” vítimas do terremoto de 12 de janeiro já foram recolhidos, um número superior ao 
último balanço fornecido pelas autoridades. “Muitos esforços foram feitos em 15 dias. A 
Companhia Nacional de Equipamento já retirou quase 170 mil mortos das ruas e removeu 
grande parte dos escombros para facilitar a circulação”, disse. 
Segunda-feira, o ministro da Saúde, Alex Larsen, disse esperar um balanço final de 150 
mil mortos após o terremoto, destacando que as autoridades já tinham contado 90 mil. 
À agência de notícias Reuters, Préval confirmou ainda que as eleições legislativas do Haiti 
programadas para 28 de fevereiro estão adiadas por tempo indeterminado. “A campanha 
eleitoral deveria ser aberta amanhã, mas por razões óbvias isto não poderá acontecer.” 
Os escritórios do Conselho Eleitoral desabaram com o forte terremoto que matou até 200 
mil pessoas. Membros da ONU (Organização das Nações Unidas) que trabalhavam com o grupo 
morreram e materiais da eleição ficaram soterrados, afirmou Préval. “Por razões humanas e 
técnicas, é óbvio que o processo eleitoral não poderá proceder como o planejado. [...] Agora 
temos que discutir com os vários partidos o que irá acontecer, e qual será o próximo plano.” 
Préval disse que não se candidatará à reeleição. Seu atual mandato acaba em 11 de 
fevereiro de 2011. 
Hoje, agências da ONU presentes no Fórum Econômico de Davos pediram que seja doado 
ao Haiti “dinheiro vivo e não mercadorias”. “No que diz respeito a mercadorias há duas 
exceções: os haitianos necessitam desesperadamente de comida pronta para consumir e 
barracas”, diz Catherine Bragg, do órgão humanitário da ONU (Ocha, na sigla em inglês). Ela 
lembrou que se aproxima a temporada de chuvas no país. 
Em Washington, o FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou a entrega, ainda nesta 
semana, de US$ 114 milhões em ajuda emergencial ao Haiti. “As necessidades do Haiti são 
imensas e urgentes”, falou o diretor-geral do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, em uma nota. 
“O aumento das somas enviadas pelo Fundo (...) contribui para ajudar nos gastos que o país 
tem, permitindo que o governo local pague importações de primeira necessidade sem esgotar 
as reservas do Haiti”, acrescentou. 
Especial A Catástrofe Do Haiti | No Edição: 2097 | 15.Jan - 21:00 | Atualizado em 18.Jan.10 - 16:22 
 
O TREMOR QUE MATOU UM PAÍS 
Com um terço de sua miserável população atingida por um terremoto, o Haiti virou um 
dos mais graves casos de emergência humanitária da história e corre o risco de mergulhar, de 
novo, na selvageria. 
Claudio Dantas Sequeira e Luiza Villaméa 
 
 
 
TERRA ARRASADA - A capital Porto Príncipe, onde imperam a destruição e o caos. 
 
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ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA 
 
VESTIBULAR 
VILAS 
 
Módulo III 
 
Sete mil corpos já foram enterrados em valas comuns. Milhares de outros estão sob 
escombros ou empilhados pelas ruas da capital Porto Príncipe. 
Feridos e desabrigados caminham a esmo em busca de socorro. A água se tornou o bem 
mais precioso no Haiti arrasado por um terremoto com capacidade destrutiva equivalente à de 
25 bombas atômicas. Com epicentro a apenas 15 quilômetros de Porto Príncipe, o fenômeno 
registrado às 16h53 locais da terça-feira 12 multiplicou uma miséria secular. No dia seguinte à 
catástrofe “inimaginável”, como definiu o presidente René Préval, ele mesmo foi encontrado na 
rua por uma equipe da rede americana CNN em aparente estado de choque. Préval sintetizou 
então o sentimento de uma nação: “Não tenho onde dormir.” No dia seguinte, Préval ajudou a 
enterrar os primeiros corpos resgatados dos escombros. Com um terço da população de nove 
milhões de habitantes atingido pela catástrofe, o Haiti virou um dos mais graves episódios de 
emergência humanitária da história. 
Tragédia sem fim. O cenário é de absoluto terror. No país sem infraestrutura, os já 
precários sistemas de energia, de comunicação e de abastecimento de água entraram em 
colapso. Como o Haiti não tem Defesa Civil, os esforços iniciais de resgate foram feitos por 
funcionários da ONU, militares e cidadãos comuns, a maioria desesperada em busca de 
familiares desaparecidos. 
À medida que o tempo passa, aumentam os riscos de que epidemias se alastrem. Quando 
todos os mortos forem enterrados e os feridos tratados é que se começará a dimensionar o 
legado dessa tragédia sem fim. “A situação vai piorar. Muitas outras pessoas vão acabar 
morrendo”, afirma o radialista haitiano Carel Pedre. Algumas, no momento, querem apenas 
resgatar aqueles que amam. É o caso do vendedor ambulante Lionnel Dervil, pai de quatro 
filhos: “Eu só quero o corpo da minha mulher. Sei que estão ocupados tratando dos 
sobreviventes, mas há uma divisão cheia de corpos onde não consigo chegar”. 
 
 
VALA COMUM - Corpos amontoados, busca heroica e saques

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