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Tratamento da hipertensão arterial sistemica – HAS Profª Ana Paula Helfer Schneider CONCEITOS BÁSICOS • A pressão arterial pode ser definida como sendo uma pressão hidráulica que se aplica ao sistema arterial, de modo pulsátil, determinando o fluxo sanguíneo em toda a rede arterial. Os principais determinantes fisiológicos da pressão arterial são: • débito cardíaco; • resistência vascular periférica; • volume sanguíneo; • elasticidade arterial. Neural Pressão arterial Fatores ambientais Fatores genéticos Humoral Local Órgãos efetores Débito cardíaco Resistência vascular periférica Volume sanguíneo Mecanismos de controle MANUTENÇÃO DA PA 1 - Quando a pressão arterial cai (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), os rins liberam a enzima renina na corrente sanguínea. 2 - A renina se divide o angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma parte é a angiotensina I. 3 - A angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA). Uma parte é a angiotensina II, um hormônio que é muito ativo. 4 - A angiotensina II faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético) pela hipófise. 5 - A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio (sal). A aldosterona também faz com que os rins excretem potássio. O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial. EPIDEMIOLOGIA • A prevalência da hipertensão arterial aumenta progressivamente com a idade em ambos os sexos; • No Brasil, a prevalência se situa na casa de 30% da população geral adulta; • Os negros e os seguimentos sociais mais pobres são os que possuem maior prevalência e também mais complicações como acidente vascular cerebral; • As regiões rurais possuem menor prevalência; EPIDEMIOLOGIA CAUSAS DE HIPERTENSÃO • Hipertensão primária ou essencial → 95% • Sem causa específica. • Na maioria das vezes existe uma história familiar positiva e a participação de outros fatores de risco relacionados aos hábitos de vida. • Hipertensão secundária → 5% • Causada por uma doença específica que pode ser renal, cardiovascular, endócrina e, mais raramente, tumoral. FATORES DE RISCO • História familiar • Idade acima de 60 anos • Tabagismo • Dislipidemia • Raça • Hábitos alimentares (consumo de sal) • Obesidade • Diabetes mellitus • Abuso de álcool • Vida sedentária • Uso de drogas (medicamentos, cocaína) Diretrizes para seleção de um medicamento: 1 - Definir o problema (diagnóstico) 2 - Especificar o objetivo terapêutico 3 - Fazer um levantamento de grupos eficazes de medicamentos 4 - Escolher um grupo eficaz de acordo com critérios de: EFICÁCIA SEGURANÇA APLICABILIDADE CUSTO Impresso no receituário: Nome e endereço do profissional Número do telefone (se possível) Preencher: Data da prescrição Nome e endereço do paciente Via de administração (oral, intramuscular, endovenosa, etc.) Medicamento: - Forma farmacêutica - Quantidade total - Forma de uso (quantidade, intervalo, tempo de uso) Assinatura Fornecer aos pacientes instruções ou recomendações quanto a: - Efeitos do medicamento, quando o medicamento fará efeito; - Efeitos colaterais: quais podem surgir, gravidade, o que fazer a respeito; - Instruções sobre como o medicamento deve ser usado; - Alertas; - Consultas futuras. 13 Caso 1 • Paciente de 40 anos, bancário, procura consultório médico, em uma primeira aferição, constata-se níveis pressóricos de 150x100 mmHg. • Qual seria sua conduta? • a) IECA • b) beta-bloqueador • c) diurético • d) algum outro fármaco? 14 e) Seguir o passo 1 da PRM ! Definir o problema (diagnóstico) PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. Fisiopatologia da doença. Definir o problema (vai tratar o quê?). Há realmente hipertensão? Pode ser secundária? Qual ESTÁGIO ? Qual estilo de vida? Tem co-morbidade? Tem lesão de órgãos alvo? Fármacos podem causar hipertensão? Quais? Que mecanismos estão envolvidos? 15 FÁRMACOS QUE ELEVAM A P.A. 16 CORTICOSTERÓIDES ESTROGÊNIOS AINEs CICLOSPORINA TACROLIMO ERITROPOETINA VENLAFAXINA SIRBUTRAMINA 17 FÁRMACOS QUE ELEVAM A P.A. 18 PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Passo 2 - ESPECIFICAR O OBJETIVO TERAPÊUTICO. Definir qual será o objetivo terapêutico (vai tratar para quê?). Prevenção de morbi-mortalidade cardiovascular DEFINIR METAS 19 V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, Revista Brasileira de Hipertensão 2006; 13(4):256-312 METAS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL 20 • Passo 3 – INVENTÁRIO DE MEDIDAS TERAPÊUTICAS Medidas não farmacológicas devem ser adotadas? Quais? 21 BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO ANTI- HIPERTENSIVO FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS • Princípios gerais do medicamento: • Ser eficaz por via oral; • Ser bem tolerado; • Se possível tomada única diária; • Iniciar com menores doses efetivas e aumentá-las gradativamente e/ou associar outra classe farmacológica; • Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de efeitos indesejáveis; • Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou a associação de medicamento de outra classe, salvo em situações especiais; • Esclarecer o paciente sobre a doença, efeitos colaterais dos medicamentos, planificação e objetivos terapêuticos; • Considerar custo e condições sócio-econômicas. 1.1 DIURÉTICOS TIAZÍDICOS E SIMILARES • 1. Clássicos: Hidroclorotiazida • 2. Derivados das Sulfonamidas : Clortalidona e Indapamida • 3. Mecanismo de Ação Hipotensora • Depleção do volume plasmático; • Eliminação do edema da parede do vaso; • Redução da reatividade vascular; • Ação vasodilatadora direta. • 4. Uso Clínico • É eficaz em todos os graus de hipertensão; • Tem maior eficiência na raça negra; • A tendencia atual é a de usar a menor dose possível (25mg/dia para clortalidona e de 25 a 50mg/dia de hidroclorotiazida); • Doses maiores levam à ocorrência de distúrbios metabólicos sem aumento da eficácia antihipertensiva. 1.1 DIURÉTICOS TIAZÍDICOS E SIMILARES • 5. Contra indicações e cuidados especiais • Contra indicação absoluta: Anúria e hipersensibilidade a droga. • 6. Efeitos colaterais • Cefaléia, tonturas, fadiga, fraqueza, mal estar, caimbras, letargia, nervosismo, tensão , ansiedade, irritabilidade, agitação, parestesias, sensação de peso nas pernas e impotência. De forma mais rara podem ocorrer náuseas, vômitos, vertigens, cólicas abdominais, palpitações e rash cutâneo. • 7. Alterações metabólicas • Hipocalemia: ocorre em 25% de todos os pacientes tratados, de forma clinicamente relevante, mesmo em doses baixas; • Alteração do metabolismo glicídico: por aumento da resistência à insulina; • Dislipidemia: secundária à resistência insulínica, pelo desvio do metabolismo. Altera o LDL; • Hiperuricemia: aumenta em 2 a 3 mg% os níveis de ácido úrico em todos os pacientes, mas não causa crises de gota em pacientes não propensos à doença. Hidroclorotiazida 12,50 a 50mg/dia 1 vez /dia Clortalidona 12,50 a 50 mg/dia 1 vez /dia Indapamina 1,25 a 2,50 mg/dia 1 vez /dia 1.1 DIURÉTICOS TIAZÍDICOS E SIMILARES Constitui o tipo preferido de diuréticos para pacientes hipertensos Inibem a reabsorção de sódio, cloreto e água. Aumenta a excreção de potássio e magnésio. 30 Por que o sal eleva a pressão arterial? • Isso acontece devido a uma característica química do cloreto de sódio (o sal de cozinha): ele atrai as moléculas de água para si. Quando uma pessoa ingere muito sal, essa substância se acumula o sangue e no fluido extracelular – ou seja, fora das células do corpo • O sódio aumenta a afinidade desses fluidos com a água eo organismo, por sua vez, tem que preservar a proporção habitual entre ela e o sal nesse espaço extracelular: é o que os cientistas chamam de equilíbrio osmótico. ara manter o equilíbrio, o corpo acaba retendo mais água e essa absorção faz aumentar a quantidade de sangue circulando nos vasos. Isso eleva a pressão arterial da pessoa. • Para poder suprir o corpo de água, existem duas formas: A primeira, óbvio, é bebê-la – para que seja rapidamente absorvida. Caso isso não ocorra, a segunda entra em ação naturalmente: hormônios antidiuréticos (que impedem a produção de urina) são liberados pelo cérebro, fazendo os rins reterem mais água. “Por isso a pessoa sente mais sede quando ingere alimentos muito salgados. 31 1.2 DIURÉTICOS DE ALÇA • 1. Principais: Furosemida, bumetamida, piretanida, ácido etacrínico. • 2. Mecanismo de ação hipotensora • Depleção de volume plasmático; • Diminuição do débito cardíaco. • 3. Uso clínico • Não são potentes hipotensores para as formas leve e moderada; • Só devem ser usados na hipertensão arterial em situações especiais como estados edematosos ou em emergências hipertensivas. • 4. Efeitos colaterais • Com exceção de não causar hipercalcemia, todos os efeitos descritos para os tiazídicos valem para os diuréticos de alça. Furosemida 20 a 80 mg/dia 1 ou 2 vezes/dia Bumetanida 0,50 a 4 mg/dia 1 ou 2 vezes/dia Torsemida 5 a 10 mg/dia 1 vez /dia 1.2 DIURÉTICOS DE ALÇA São os mais potentes, porém não constituem agentes anti-hipertensivos ideais, indicado para aliviar o edema, pacientes DRC 33 1.3 DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO • 1. Inibidor da aldosterona: Espironolactona • 2. Inibidores de canais de Na+: Amilorida, Triantereno (ambos disponiveis somente em fórmulas associadas) • 3. Mecanismo de ação • Espironolactona: Liga-se competitivamente a um receptor intra-celular para mineralocorticoides, das células dos túbulos distais e túbulos coletores, impedindo seu efeito normal; • Amilorida e triantereno: Bloqueio direto dos canais de sódio da membrana luminal das células dos tubulos distais e tubulos coletores. • 4. Uso Clínico • São pouco usados por não serem potentes hipotensores. Usados normalmente em associação com outros diuréticos por sua propriedade de evitar a hipocalemia. • 5. Efeitos colaterais • Todos podem causar hipercalemia, principalmente em caso de insuficiência renal. A espironolactona pode causar ginecomastia e impotência. Amilorida 5 a 10 mg 1 vez ao dia Espironolactona 12,5 a 100mg 1 vez ao dia 1.3 DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO 37 38 2. ALFA AGONISTAS DE AÇÃO CENTRAL • 1. Principais: Metildopa, Clonidina, Guanabenzo • 2. Mecanismo de ação • Os alfa-agonistas de ação central reduzem a pressão arterial através de um mecanismo que lembra um pouco o dos bloqueadores adrenérgicos. Ao estimular certos receptores no tronco cerebral, esses agonistas inibem os efeitos da rede simpática do sistema nervoso • 3. Uso Clínico • Não são primeira escolha por apresentarem grande número de efeitos colaterais. A dose usual da -metildopa é 500mg a 1g / dia, divididos em 2 ou 3 vezes. • Isoladamente tem ação hipotensora pequena, devendo ser associado a um diurético. A metildopa reduz a hipertrofia do VE. Os efeitos colaterais são menores se a dose diária não exceder 1g. • 4. Efeitos colaterais • Sedação, boca seca, tonturas, obstrução nasal e cefaléia, distúrbios do sono (pesadelos e insônia), diarreia, fraqueza, impotência, galactorreia, náuseas e vômitos, parestesias e incapacidade para ejaculação. Mais raros mas de importância são depressão psíquica, principalmente no idoso, alterações hepáticas com elevação das transaminases, podendo levar ao óbito e anemia hemolítica, que deve sempre ser suspeitada na presença de anemia. 2. ALFA AGONISTAS DE AÇÃO CENTRAL 40 Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Clonidina 0,100 – 0,800 12 Metildopa 500 - 2.000 12-24 3. BETABLOQUEADORES – bloqueadores beta adrenérgicos • 1. Principais: Propranolol, Atenolol, Metoprolol, Esmolol, Timolol, Nadolol, Pindolol, Bucindolol, Carvedilol, Bisoprolol, Sotalol. • 2. Mecanismo de ação • Redução do tônus simpático por menor liberação de noradrenalina em decorrência de bloqueio pré-sinaptico; • Redução na liberação de renina, diminuição do DC, modulação da regulação da PA atuando no SNC; • Como antiisquêmicos reduzem o consumo de O2 miocárdico basicamente pela diminuição da freqüência cardíaca; • A diástole prolongada aumenta o tempo de perfusão coronariana; • Atuam reduzindo o aumento da PA induzida pelo exercício. • 3. Uso Clínico • Inicialmente usados como anti-anginosos, Promovem também a prevenção secundária do infarto, previnem crises de enxaqueca. • Os betabloqueadores se subdividem em cardioseletivos (Metoprolol) e não cardioseletivos (Propranolol) de acordo com a atividade bloqueadora 2. No entanto, a cardioseletividade é relativa para as doses terapêuticas usuais, não sendo confiável esta propriedade principalmente em asmáticos. 3. BETABLOQUEADORES – bloqueadores beta adrenérgicos • 4. Efeitos colaterais • Hipoglicemia, inibição de liberação de insulina no pâncreas, hiperglicemia, dislipidemia, aumento da creatinina sérica por diminuição do fluxo renal. • Fraqueza intensa, alterações do sono, bradicardia, broncoespasmo, insuficiência cardíaca, intensificação de bloqueio AV, parestesias, hipotensão, extremidades frias, depressão psíquica, labilidade emocional, náuseas, vômitos, peso epigástrico, diarreia ou constipação, colite isquêmica, impotência, arritmias com a parada da medicação, tinitus, turvação da visão, exantema cutâneo, alopecia reversível e hipo-hidrose. 3. BETABLOQUEADORES – bloqueadores beta adrenérgicos 5. Contra-indicações ➢Absoluta: Asmáticos, bloqueio AV de primeiro grau; ➢Outras: bradicardia, arteriopatia obstrutiva periférica especialmente se houver claudicação. ➢Atenção com diabéticos pois pode mascarar sintomas de hipoglicemia e prolongar o coma hipoglicêmico. ➢Não devem ser usados em associação com verapamil pela somação de cardiodepressão com possibilidade de bloqueio AV completo. Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Atenolol 25-100 24 Tartarato de Metroprolol 100-400 12 Succinato de Metroprolol 50-200 24 Bisoprolol 100-400 12 Nadolol 40-120 24 Propranolol 160-480 12 Propranolol LP 80-320 24 Timolol 10-40 24 Bloqueadores beta: EFEITOS ADVERSOS Pacientes predispostos: Broncoespasmos, insuficiência circulatória periférica, bradicardia, mascara os sintomas da hipoglicemia em diabéticos como:(tremor, taquicardia, palpitação). 3. BETABLOQUEADORES – bloqueadores beta adrenérgicos 44 4. BLOQUEADORES -ADRENÉRGICOS • 1. Principais: Prazosin, Doxazosin, Terazosim • 2. Mecanismo de ação • Bloqueio pós sináptico, levando a inbição da vasoconstrição induzida pelos receptores 1, levando a uma vasodilatação venosa e arteriolar. • A ação dos receptores 2 pré sinápticos fica preservada. • 3. Uso Clínico • Útil na insuficiência cardíaca por diminuir pré e pós carga sem alterar o débito cardíaco; • Prazosin tem como limitação a indução de taquifilaxia; • O Doxazosim e o Terazosim possuem um início de ação mais lento e tempo de ação mais longo, diminuindo a possibilidade de hipotensão de primeira dose, comum no Prazosim; • São eficazes na redução da pressão arterial, podem ser usados em portadores de insuficiência renal e produzem uma redução da resistência periférica com manutenção do débito cardíaco. • No entanto estudos demonstraram um maior risco de AVC e insuficiência cardíaca durante o uso do Doxazosim, quando comparado ao uso de diuréticos tiazídicos, durante monoterapia inicial; • Dessa forma não se recomenda o uso dos bloqueadores alfa como droga anti-hipertensiva de primeira escolha em monoterapia. Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Doxazosina 1 - 8 12 Prazosina 2 -20 8 - 12 Terazosina 1 - 20 12 -24 Prazosina, Terazosina,Doxazosina: Betabloqueadores seletivo alfa, inibem a recaptação de catecolaminas nas células musculares lisas dos vasos periféricos, resultando em vasodilatação. Pode ocorrer a retenção de sódio e água, são mais efetivos quando associados a um diurético, mantendo a ação anti-hipertensiva e minimizando a formação do edema. Doxazosina: Pode não ser tão protetor contra eventos CV, em comparação com outras terapias. Uso reservado para homens portadores de hiperplasia prostática benigna, deve ser administrado com agentes anti hipertensivos de primeira linha. Fenômeno de primeira dose, caracterizado por hipotensão ortostática, tontura, palpitação, e até mesmo síncope. 4. BLOQUEADORES -ADRENÉRGICOS 46 5. VASODILATADORES DE AÇÃO DIRETA • 1. Principais: Hidralazina, Minoxidil, Diazóxido, Nitroprussiato de Sódio. • 2. Mecanismo de ação • Relaxamento da musculatura lisa arteriolar. Não possui ação em vasos de capacitância, nem em leito venoso; • Seu mecanismo de ação está relacionado com a produção intracelular de inositol 1,4,5 trifosfato (IP3) e como consequência age inibindo a ligação de cálcio a atividade da miosina quinase. • 3. Uso Clínico • A vasodilatação da hidralazina induz atividade simpática intensa que causa taquicardia, aumento do débito cardiaco, ativação do eixo da renina e retenção hidrossalina, sendo portanto droga não recomendada para uso em monoterapia; • Deve ser associada a diurético e ou bloqueadores simpáticos; • Deve ser usada com cautela em pacientes com problemas coronarianos pois pode desencadear isquemia miocárdica, por não agir nos vasos epicárdicos (de capacitância). 6. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO • 1.Diidropiridinas: Nifedipina, Nitrendipina, Isradipina, Amlodipina, Felodipina, Nisoldipina,Lacidipina, Lercanidipina • 2. Fenil-alquilamina: Verapamil • 3. Benzotiazepina: Diltiazem • 4. Mecanismo de ação Inibição do influxo de cálcio na célula muscular lisa, por bloqueio competitivo com o Ca+ que entra pelos canais lentos voltagem dependentes. Isso causa o relaxamento do músculo liso vascular, dilatando principalmente as arteríolas. • 5. Uso Clínico • São vasodilatadores de primeira escolha no tratamento da HAS; • Possuem ação anti-anginosa; • O Verapamil e Diltiazem possuem ação anti-arrítmica; • O Verapamil e Diltiazem diferem das diidropiridinas pela ação depressora sobre o miocárdio. Boa opção para o tratamento da HAS no paciente idoso. Não causam retenção de sódio e não possuem efeito nocivo para a função renal, podendo ser usados sem correção de dose. Também não afetam o metabolismo lipídico e glicídico. • 6. Efeitos Colaterais e Contra-indicações • Verapamil e Diltiazem: Constipação intestinal, edema, cefaléia (mais freqüente do diltiazem), náuseas, tonturas, dispnéia e astenia; • Ação cardiodepressora, bradicardia, BAV de todos os graus. Verapamil nunca deve ser usado associado a betabloqueador. 6. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Nifedipino A.P 30-90 24 Anlodipino 2,5-10 24 Verapamil 120-480 12-24 Diltiazem 120-360 12-24 Felodipino 5-20 24 O Diltiazem e o Verapamil podem causar anormalidades da condução cardíaca, como bradicardia e insuficiência cardíaca, ambos podem provocar anorexia, náuseas, edema periférico e hipotensão 6. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Causam relaxamento dos músculos cardíacos e liso ao bloquear os Canais de Cálcio, levando a vasodilatação e uma redução da PA Causa efeito inotrópico negativo, diminui a força de contração, diminuindo o débito cardíaco, com exceção do Anlodipino e Felodipino O Verapamil diminui a frequência cardíaca e produz um efeito inotrópico negativo passível de precipitar a insuficiência cardíaca O Diltiazem e o Verapamil podem causar anormalidades da condução cardíaca, como bradicardia e insuficiência cardíaca, ambos podem provocar anorexia, náuseas, edema periférico e hipotensão Verapamil causa constipação intestinal O Anlodipino pode causar edema dos membros inferiores 7. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA) • 1. Principais: Captopril, Enalapril, Lisinopril, Benazepril, Fosinopril, Cilazapril, Ramipril, Quinapril, Perindopril, Trandolapril, Delapril. • 2. Uso Clínico • Eficientes em monoterapia ou em associação com diuréticos ou outros anti-hipertensivos; • Diminuem a resistência vascular periférica sem causar taquicardia reflexa e sem diminuição do débito cardíaco; • Aumentam o fluxo renal por ação preferencial de vasodilatação da arteríola eferente; • Desta forma podem piorar a filtração glomerular na estenose renal e na IRC; • Ocorre aumento de fluxo coronariano e até mesmo cerebral apesar do efeito hipotensor; • São primeira escolha para o hipertenso diabético, retardam a evolução da nefropatia diabética e a microalbuminuria. Não alteram os lípides. São úteis nos portadores de IC com ou sem hipertensão associada, melhorando inclusive a sobrevida. 7. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA) • 3. Efeitos Colaterais • Tosse seca e por vezes noturna, relacionada com o aumento da bradicinina nos pulmões; • Hipotensão só ocorre normalmente nos pacientes desidratados; • Hipercalemia é um efeito potencial, devendo-se ter cuidado com pacientes com IRC; • Rash Cutâneo, Urticária e perda do paladar são mais raros; • Edema de glote (também raro); • Neutropenia não é comum, relaciona-se com tratamento em doses elevadas de IECA. • 4. Contra-Indicações • Estenose bilateral das arterias renais ou estenose com rim único; • Gravidez (hipotensão fetal, insuficiência renal fetal, má formação do feto). 53 7.IECA Opção de primeira linha, se não for o primeiro agente administrado deve ser o segundo a serem tentados na maioria dos pacientes Bloqueiam a conversão de Angiotensina I em Angiotensina II, um potente vasoconstritor Bloqueiam a degradação da bradicinina e estimulam a síntese de outras substâncias vasodilatadoras (prostaglandina E² e prostaciclina) Tosse: principal efeito adverso As doses iniciais devem ser baixas, com aumento lento Inibidores da ECA diminuem a aldosterona e podem causar elevação da concentração de potássio. Ocorre hiperpotassemia, principalmente em pacientes DRC ou em pacientes usuários de suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio ou BRA Os inibidores da ECA, como os BRA estão contra indicados durante a gravidez 7. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA) 54 Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Captopril 12,5-150 8-12 Enalapril 5-40 12-24 Lisinopril 10-40 24 Ramipril 2,5-10 12-24 Perindopril 4-16 24 Fosinopril 10-40 24 55 7. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA) 56 Captopril INTERAÇÃO MEDICAMENTO/ALIMENTO A presença de alimentos no tubo gastrintestinal reduz a absorção em 30% a 40%, devendo, portanto, ser administrado 1 hora antes das refeições. A farmacocinética do Captopril não é alterada significativamente pela idade. Sendo assim, não é necessário ajuste de dose para pacientes idosos recebendo Captopril. 57 8. BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II • 1. Principais: Losartan , Valsartan, Irbesartan, Candersartan. • 2. Mecanismo de ação • Bloqueio dos receptores AT1 da angiotensina II; • O bloqueio do receptor AT1 resulta na redução da pressão arterial e nos efeitos benéficos na ICC; • Os efeitos são similares aos inibidores da enzima conversora, com as vantagens de não atuar sobre a bradicinina; • Atuam sobre o ponto final do eixo renina angiotensina, e portanto sobre a angiotensina II resultante das vias não dependentes da enzima conversora. • • 3. Uso Clínico • Eficaz como monoterapia para a HAS; • Não são tão eficazes na redução da PA quanto os IECA; • Substitutos do IECA, devido à intolerância aos efeitos colaterais; • São úteis também no tratamento da IC. 8. BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II • 4. Efeitos colaterais • Tosse seca ocorreem menos de 1% enquanto com o IECA chega a 5.5%; • Efeitos adversos raros atribuídos ao uso dos bloqueadores AT1 incluem: hepatotoxicidade, edema angioneurótico e sintomas neuropsiquiátricos.. • • 5. Precauções • Estenose renal bilateral, estenose renal em rim único. • 6. Contra-indicação • Risco de uso durante a gravidez. Princípio Ativo DOSE DIÁRIA (mg) INTERVALO DE DOSE (horas) Losartana 50-100 12-24 Candesartana 8-32 12-24 Valsartana 80-320 24 Ibersartana 150-300 24 Olmesartana 20-40 24 Azilsartana 40-80 24 Telmisartana 20-80 24 8. BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II 60 9. Inibidor direto da renina ➢ ALISQUIRENO (Rasilez) 150 e 300 mg; ➢ Mecanismo de ação: suprime o sistema renina-angiotensina em seu ponto de ativação – a enzima renina. ➢ Absorção pobre (bioavailability of <3%) Frampton and Curran, 2007). ➢ Alimentação gordurosa pode diminuir substancialmente a concentração plasmática. ➢ Difere dos IECAs e BRAs por reduzir tanto a atividade plasmática da renina quanto da angiotensina II. ➢ IECAs e BRAs levam ao aumento da produção de angiotensina I como substrato disponível para ser clivada em angiotensina II, podendo não proporcionar supressão abrangente do sistema renina-angiotensina, fator limitador da sua eficácia. 9. INIBIDOR DIRETO DA RENINA 62 • ALISQUIRENO (Rasilez) 150 e 300 mg; • Os efeitos adversos, comumente relatados, são diarréia, cefaléia e nasofaringite. • Nenhuma interação farmacocinética foi identificada quando o alisquireno foi utilizado em conjunto com outras drogas usualmente prescritas a pacientes hipertensos. 9. INIBIDOR DIRETO DA RENINA 63 64 65 66 67 CASO 1 • Paciente de 40 anos, hipertenso, retorna consultório médico, PERSISTINDO níveis pressóricos de 150x100 mmHg. • Qual seriam suas (1ª e 2ª) escolhas, considerando riscos e benefícios, caso apresente as comorbidades abaixo. Justifique. A)ansiedade (e tremor): B)diabetes mellitus tipo 2: C)edema de membros inferiores: D) gota: E) asma: 68
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