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1 6 - INTERVALOS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

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INTERVALOS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 
 
Pedro Edmundo Boll 1 
Pedro Edmundo Boll Júnior 2 
Vanessa Carolina Boll 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Pedro Edmundo Boll é Mestre em Ciências Empresariais e Especialista em Contabilidade e Auditoria pela UFP – 
Universidade Fernando Pessoa de Portugal, Especialista em Administração e Planejamento para Docentes e Bacharel 
em Ciências Contábeis pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Bacharel em Direito pela UNISINOS – 
Universidade do Vale do Rio dos Sinos. É sócio de escritório contábil desde 1988, atuando em assessoria e consultoria 
empresarial nas áreas contábil, fiscal, tributária, pessoal e societária. É perito-contador atuando em processo judiciais 
desde 1992 nas esferas trabalhista, cível e federal. 
2 Pedro Edmundo Boll Júnior é Contador, bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Luterana do Brasil - 
ULBRA. Especialista em Perícias Judiciais, pós-graduado em Gestão de Perícias Judiciais pelo Instituto de Ensino 
Superior Meridional - IMED. E, está cursando a graduação em Ciências Atuariais pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul – UFRGS. 
3 Vanessa Carolina Boll é Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho e Bacharel em Direito pela 
UniRitter – Centro Universitário Ritter dos Reis. É servidora pública concursada do Tribunal Regional do Trabalho da 4ᵃ 
Região. 
INTERVALO INTERJORNADA 
 É o intervalo que deve ser observado entre duas jornadas de trabalho. Entre o término de 
uma jornada e o início de uma nova jornada deve haver um intervalo mínimo de 11 horas 
consecutivas de descanso, conforme prevê o art. 66 da CLT. 
Esse intervalo é garantido por lei, mas não conta como tempo de serviço, logo, não é 
remunerado. Contudo, caso o empregador não observe esse intervalo, as horas de descanso 
suprimidas do empregado deverão ser pagas como horas extraordinárias (Orientação 
Jurisprudencial n. 355 da SDI-1 do TST). 
O intervalo interjornada não se confunde com o descanso semanal remunerado - DSR, o 
qual se trata de 24 horas consecutivas de descanso. Deste modo, quando houver concessão do 
DSR também deve ser observado o intervalo de 11 horas, de modo que haja um descanso de 35 
horas consecutivas entre o final de uma jornada e início de uma nova jornada (24 horas + 11 
horas). 
Se, porventura, o empregado trabalha em duas ou mais empresas, este intervalo deve ser 
observado em relação a cada uma delas. Por exemplo, um empregado trabalha na empresa X das 
8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, e na empresa Y das 20 às 2 horas, teremos que: na empresa 
X, a jornada do dia seguinte poderá ser iniciada às 4 horas (17+11=4 horas do dia seguinte) e na 
empresa Y, às 13 horas (2+11=13 horas). 
 
 
INTERVALO INTRAJORNADA 
 É o intervalo destinado para descanso, alimentação e higiene do empregado durante a 
jornada de trabalho. Esse intervalo não conta como tempo à disposição do empregador, logo, não 
é computado na jornada do empregado e não é remunerado como tempo de serviço. 
 Infere-se do art.72 da CLT que a concessão e a duração do intervalo intrajornada varia de 
acordo a quantidade de horas trabalhadas na jornada. Assim, observe-se: 
 a) Jornada de até 4 horas  Não há previsão legal de intervalo intrajornada a ser 
concedido ao empregado. Ressalta-se, contudo, que pode haver previsão em negociação coletiva. 
b) Jornada de 4 até 6 horas  Necessária a concessão de intervalo intrajornada com 
duração de 15 minutos. Entretanto, ressalva-se que, caso o empregador exija horas extras 
habituais de modo a exceder a jornada de 6 horas, deverá ser concedido intervalo de 1 hora. 
c) Jornada acima de 6 horas  Necessária a concessão de intervalo intrajornada com 
duração de, no mínimo, 1 hora e, no máximo, 2 horas. Contudo, é possível jornada com duração 
superior a 2 horas mediante negociação coletiva. 
 
Em regra, é vedada a redução ou fracionamento dos intervalos acima referidos, inclusive 
no caso de negociação coletiva. As exceções são: a) mediante autorização do MTE (atual 
Ministério da Economia – Secretaria do Trabalho), nos termos do art. 71, § 3°, da CLT; b) no caso 
de motorista de transporte coletivo de passageiros, nos termos do art. 71, § 5°, da CLT; e c) no 
caso de empregado doméstico, nos termos do art. 13 da Lei Complementar n° 150/2015. 
 A não concessão do intervalo intrajornanda ou a sua concessão de forma parcial enseja o 
seu pagamento indenizatório no valor do salário-hora normal do trabalho acrescido de 50% sobre 
a hora intervalar integral ou sobre o período suprimido, no segundo caso. 
 
 
 
OUTROS INTERVALOS 
 A legislação trabalhista também prevê outros intervalos inseridos na jornada de trabalho, 
ou seja, contados como tempo de serviço e remunerados como tal. Por exemplo: 
 Serviços permanentes de mecanografia, digitação, datilografia, escrituração ou cálculo  
Previsto no art. 72 da CLT e na Súmula n.° 346 do TST. A cada período de 90 minutos de trabalho 
contínuo, o empregado tem direito a um intervalo de 10 minutos de descanso. 
 Serviços subterrâneos  Previsto no art. 298 da CLT. Por exemplo, a prestação de serviço 
em minas de subsolo. Após 3 horas consecutivas de trabalho, o empregado tem direito a um 
intervalo de 15 minutos de descanso. 
 Serviços em frigoríficos e câmaras frias  Previsto no art. 253 da CLT. A cada 1h40min de 
trabalho contínuo, o empregado terá direito a um intervalo de 20 minutos de descanso. 
 Amamentação  Previsto no art. 396 da CLT. A emprega com filho até 6 meses de vida 
terá direito a dois intervalos, de meia hora cada, para amamentação. 
 
Além destes intervalos, o empregador poderá conceder intervalos não previstos em lei por 
simples liberalidade. Esses intervalos também contarão como tempo à disposição do empregador 
e deverão ser remunerados como hora extraordinária caso excedam a jornada normal (vide 
Súmula n.° 118 do TST). 
 
 
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO – DSR E FERIADOS 
Todo empregado urbano, rural ou doméstico tem direito a descanso semanal de 24 horas 
consecutivas. Além do descanso, faz jus também o empregado à respectiva remuneração, 
conforme determina a Lei n.º 605/1949. A Constituição Federal também prevê no seu art. 7°, 
inciso XV, o direito do trabalhador ao descanso semanal preferencialmente aos domingos. 
É necessário que o empregado preencha dois requisitos para ter direito à remuneração do 
repouso semanal: freqüência e pontualidade. 
Deve haver freqüência do empregado na semana que usufruir o descanso, ou seja, não 
pode haver faltas injustificadas na semana. A falta injustificada autoriza o desconto do dia em que 
houve a falta e do descanso na remuneração do empregado. Se for falta justificada, como as 
previstas nas hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, não haverá desconto na 
remuneração. 
Deve haver pontualidade do empregado na semana que usufruir o descanso. Da mesma 
forma que as faltas, os atrasos injustificados durante a semana autorizam o não pagamento do 
DSR. 
Salienta-se que as faltas e atrasos injustificados autorizam o não pagamento do DSR, mas 
o empregado ainda possui direito ao gozo do descanso. Logo, o empregado poderá usufruir de 24 
horas consecutivas de descanso, mas não será remunerado. 
 
Cálculo do descanso semanal remunerado 
Para os empregados contratados por mês ou quinzena, o salário fixado já engloba os 
descansos semanais. 
Para os empregados contratados por dia, semana ou hora, a remuneração do descanso 
semanal corresponde a um dia de trabalho. 
https://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-346
https://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_101_150.html#SUM-118
Na hipótese de a jornada normal diária não ser uniforme em todos os dias de trabalho da 
semana, o descanso semanal corresponderá a 1/6 do totalde horas normais trabalhadas no 
período de segunda-feira a sábado (ainda que este tenha sido compensado). 
Por exemplo, um empregado contratado com salário de R$ 420,00 para laborar 44 horas 
semanais: 44 horas ÷ 6 dias = 7,333 horas ou 7h20min. Salário-hora normal é R$ 420,00 ÷ 44 
horas = R$ 9,54. Logo, o descanso semanal é 7,333 horas x R$ 9,54 = R$ 69,95. 
A súmula n.º 60 do TST, consagrou a integração das horas noturnas, no cálculo do 
descanso semanal remunerado. O art. 7 da Lei 605/1949 também refere que as horas extras 
habitualmente prestadas deverão ser computadas no DSR. 
Tal integração deverá ser feita conforme média diária do número de horas extras e/ou 
noturnas realizadas na semana, quinzena ou mês.Em termos práticos, o reflexo das horas extras 
em descansos semanais remunerados e feriados deverá ser calculado levando-se em conta o 
número de dias úteis e o número de dias de descansos semanais e feriados no mês. 
 Por exemplo em Janeiro/2021 um empregado trabalhou 40 horas extras e a empresa 
precisa efetuar o cálculo do respectivo reflexo em DSR e Feriados, como segue: 
 
 Horas extras no mês = 40 horas extras 
 Número de dias úteis no mês = 25 dias úteis 
 Número de dias de descanso e feriados = 6 dias 
 Apuração = 40 horas extras ÷ 25 dias úteis x 6 dias de descanso = 9,60 horas 
 O valor do reflexo das horas extras em DSR e Feriados será: 
 = 9,60 horas de reflexo multiplicadas pelo respectivo salário-hora. 
 
Trabalho nos domingos e feriados 
Como já dito, o DSR deve ser preferencialmente aos domingos. Entretanto, em alguns 
casos torna-se indispensável a continuidade dos serviços em razão do interesse público, das 
condições peculiares de certos tipos de atividades ou do local em as mesmas sejam efetuadas. 
Deste modo, alguns estabelecimentos são autorizados para funcionar nos dias destinados ao 
repouso como, por exemplo, hotéis, supermercados, farmácias, transportes públicos, etc. Tais 
atividades constam de relação anexa ao Decreto n.º 27.048/1949. 
Para aqueles estabelecimentos autorizados a funcionar aos domingos deve-se elaborar 
escala de revezamento mensal para determinar o dia de folga aos empregados, conforme art. 67 
da CLT. Observe-se que a escala deve ser feita de maneira tal que, de 7 em 7 semanas, o 
descanso semanal remunerado coincida com o domingo. O art. 386 CLT prevê especificamente 
para a mulher empregada a escala de revezamento de quinzenal, de modo que o descanso 
semanal coincida com dois domingos por mês. 
Conforme art. 70 da CLT, a regra geral é a proibição do trabalho em feriados civis e 
religiosos. No entanto, na atividade de comércio, pode ser autorizado o trabalho mediante 
expressa previsão em convenção coletiva. Em outras atividades, é necessária a prévia 
autorização do Ministério da Economia – Secretaria do Trabalho. 
 
Ressalta-se que os empregados que trabalharem em domingos e feriados terão direito à 
remuneração em dobro (adicional de 100%), salvo se a empresa estabelecer outro dia de folga. 
No caso de trabalho realizado em dia destinado a repouso, a empresa pagará ao 
empregado a remuneração relativa ao repouso, bem como às horas trabalhadas nesse dia, isto é, 
o pagamento será em dobro. Por exemplo, empregado contratado para jornada de 7 horas 
https://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_51_100.html#SUM-60
normais diárias é convocado para trabalhar no domingo. Suponha-se que seu salário seja de R$ 
2,00 por hora. Teremos: 
- R$ 2,00 x 7 horas (um dia de serviço) = R$ 14,00 (remuneração do RSR) 
- R$ 2,00 x 7 horas (jornada de Domingo) = R$ 14,00 (remuneração do serviço no Domingo) 
- Total a receber relativo a esse dia = R$ 28,00

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