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O psicopedagogo no contexto escolar e o processo de aprendizagem, qual a relação

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O psicopedagogo no contexto escolar e o processo de aprendizagem, qual a relação?
Taiane Aparecida Ribeiro Nepomoceno
Mestre em Ciências Ambientais (Unioeste), licenciada em Biologia (Faculdade Assis Gurgacz), pedagoga (Universidade Paranaense) e formada em Língua Portuguesa (Instituto Superior
de Educação Elvira Dayrell)
O presente trabalho tem como tema o papel do psicopedagogo frente aos problemas de aprendizagem existentes no sistema escolar, principalmente no que  trata
dos aspectos relacionados ao trabalho de entender o aluno em suas múltiplas dimensões e na oferta de meios e estratégias necessárias para superar os impasses
do fracasso escolar.
Quando se pensa em processo de ensino-aprendizagem na perspectiva da educação brasileira atual, pressupõe-se que muitas são as dificuldades enfrentadas
cotidianamente em sala de aula. Por este motivo, emerge a inquietação de investigar a relação entre a Psicopedagogia no contexto escolar e o papel do
profissional diante dos problemas de aprendizagem.
Dentro dessa perspectiva, a “Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a
família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos” (ABPP, 2011,
p.1) , voltados para a resolução de problemas do processo educativo.
A atividade psicopedagógica tem como objetivos promover a aprendizagem, de forma a colaborar com a inclusão social e escolar; entender e oferecer novas ações
ante os problemas de aprendizagem; desenvolver estudos científicos no campo da Psicopedagogia e intermediar embates concernentes ao processo de ensino-
aprendizagem (ABPP, 2011) em diversos níveis e modalidades da educação.
Dentro dessa perspectiva, este artigo tem como principal objetivo discutir e apresentar o papel do psicopedagogo em suas áreas de atuação, especialmente no
contexto escolar.
Para atingir os objetivos deste estudo, utilizou-se como metodologia o levantamento bibliográfico, realizado a partir da análise detalhada de materiais já
publicados na literatura, livros e artigos científicos. O texto final segue as ideias e concepções de autores como Oliveira (2014), Anjos e Dias (2015), Claro (2018),
dentre outros.
Trajetória histórica e conceituação da Psicopedagogia
A Psicopedagogia surgiu na Europa, no século XIX; recebeu inicialmente uma conotação nitidamente patologizante, pois buscava naquela época entender as
influências de origem orgânica, responsáveis pelo insucesso escolar. Já no século XX, ela recebeu enfoque curativo, o qual era caracterizado pela ação terapêutica
no tratamento de crianças com problemas de aprendizagem (Bossa, 2011).
Ainda segundo o autor citado no parágrafo anterior, os primeiros centros psicopedagógicos foram criados em 1946, e tinham direção médica e pedagógica. Esses
centros buscavam tratar comportamentos sociais inadequados. No entanto, em 1948, a pedagogia curativa recebeu uma nova reorientação e passou a ser
entendida como uma terapia voltada para a readaptação escolar de alunos que, apesar de inteligentes, apresentavam resultados escolares insatisfatórios. 
A partir de então, a Psicopedagogia foi se desenvolvendo em vários países. Na década de 1970, na Argentina, aconteceu um marco importante para o modo de
abordagem da atual Psicopedagogia, que, de unicamente reeducativa, passou também para clínica (Silva, 2012).
Nessa mesma época, no Brasil, ela também passa a ser difundida. E assim como na Europa e na Argentina, segundo Bossa (2011), os problemas de aprendizagem
eram entendidos como ocasionados por fatores orgânicos; a partir disso, os problemas de aprendizagem passaram a ser entendidos como uma disfunção
neurológica, conhecida como disfunção cerebral mínima (DCM).
É somente no início dos anos 80 que começaram a surgir novas especulações sobre o fracasso escolar; então, os problemas de aprendizagem passaram a ser
entendidos como resultados das falhas no processo de ensino (BOSSA, 2011). Nessa mesma época, começavam a surgir os primeiros cursos livres voltados para a
área da Psicopedagogia no Brasil, mas somente nos anos 90 é que os cursos de especialização lato sensu em Psicopedagogia se difundiram em diversos estados.
Dentro dessa perspectiva, a Psicopedagogia hoje no Brasil é conhecida como uma área interdisciplinar, em que se dá grande ênfase para a aprendizagem e seus
processos. Segundo Bossa (2011), ela abrange diversos campos, como psicologia, pedagogia, epistemologia, fonoaudiologia, psicanálise, neurociência, medicina,
entre outros.
De modo geral, a Psicopedagogia é definida como uma área do conhecimento, de pesquisa e atuação que trabalha com os processos de aprendizagem humana na
perspectiva da inclusão e da diversidade, objetivando apoio para todos os envolvidos neste processo (ABPP, 2019). Mas, por se tratar de um campo amplo e
emergente, ela não possui uma única definição. Assim, também é entendida como uma ciência que
propõe-se a buscar uma resposta para os conflitos na aprendizagem com técnicas de trabalho que podem ser desenvolvidas de maneira individual ou em grupo, para
assim resgatar a vontade de aprender, de modo a observar quais fatores, possivelmente, podem contribuir ou não para o processo de ensino-aprendizagem (Anjos;
Dias, 2015, p. 2).
ISSN: 1984-6290
Qualis B1 - avaliação CAPES 2020-2024
DOI: 10-18264/REP
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Nesse sentido, ela surgiu com a intenção de intermediar os problemas de aprendizado, individuais ou coletivos. Assim, a Psicopedagogia implica diretamente o ato
de ensinar-aprender; no entanto, ela considera outros fatores que podem interferir neste processo, assim como fatores psicomotores, ambientais e familiares, ou
seja, ela analisa “a construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais
que lhe estão implícitos” (Bossa, 2011, p. 21).
Dentro desse contexto, na perspectiva da educação brasileira, a Psicopedagogia emerge como elemento essencial para auxiliar na criação de medidas e ações
voltadas para a melhoria da prática pedagógica no ensino formal. Segundo Bossa (2011), o campo de ação da Psicopedagogia pretende desconstruir o fracasso
escolar, por meio da análise e entendimento das dificuldades apresentadas pelos indivíduos no processo de construção do seu conhecimento e de efetivação da
aprendizagem significativa.
As áreas de atuação e o papel do psicopedagogo
A Psicopedagogia pode abranger diferentes cenários. Nesse sentido, segundo o § 2º do Código de Ética da Psicopedagogia (2011, p. 1), “a intervenção
psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico”.
Assim, nota-se que o psicopedagogo pode atuar nessas duas áreas, oferecendo atendimento em clínicas e também no contexto institucional, como em escolas e
empresas. Conforme Bossa (2011) na perspectiva clínica, o atendimento é voltado à terapia e visa a recuperação; nesse caso, o atendimento é feito em consultórios,
enquanto no campo institucional, ela tem enfoque preventivo e seu objetivo consiste em facilitar a construção do conhecimento.
De modo mais específico, na Psicopedagogia clínica, o trabalho está voltado para o sujeito, o processo de aprendizagem e sua história pessoal, ou seja:
A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que
interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais,
professores, orientadoreseducacionais e demais especialistas que transitam o universo educacional do aluno (Bossa, 2011, p. 67).
Com base nisso, percebe-se que o foco da Psicopedagogia está sempre voltado para a aprendizagem. No caso da clínica, ela dá enfoque para o diagnóstico dos
problemas relacionados com o processo de aprendizagem.
Na perspectiva da Psicopedagogia institucional, especialmente no ambiente escolar, ela pretende “auxiliar professores, coordenadores pedagógicos e gestores a
refletir sobre o papel da educação diante das dificuldades de aprendizagem” (Claro, 2018, p. 88). 
No âmbito escolar, o papel do psicopedagogo é o de desenvolver um amplo trabalho na prevenção de obstáculos de aprendizagem. Portanto, o profissional deve
pensar, desenvolver e aplicar ações que:
• Fomentem interações interpessoais; ·Incentive os sujeitos da ação educativa a atuarem considerando integradamente as bagagens intelectual e moral;
• Estimulem a postura transformadora de toda a comunidade educativa para, de fato, inovar a prática escolar; contextualizando-a;
• Enfatizem o essencial: conceitos e conteúdos estruturantes, com significado relevante, de acordo com a demanda em questão;·
• Orientem e interajam com o corpo docente no sentido de desenvolver mais o raciocínio do aluno, ajudando-o a aprender a pensar e a estabelecer relações
entre os diversos conteúdos trabalhados;
• Reforcem a parceria entre escola e família;
• Lancem as bases para a orientação do aluno na construção de seu projeto de vida, com clareza de raciocínio e equilíbrio; ·
• Incentivem a implementação de projetos que estimulem a autonomia de professores e alunos;
• Atuem junto ao corpo docente para que se conscientize de sua posição de “eterno aprendiz”, de sua importância e envolvimento no processo de
aprendizagem, com ênfase na avaliação do aluno, evitando mecanismos menores de seleção, que dirigem apenas ao vestibular e não à vida (Di Santo, 2007,
p. 2).
Portanto, o psicopedagogo no contexto escolar tem o papel de auxiliar na formação do aluno para o seu sucesso escolar e também para a vida, por meio de
métodos e técnicas capazes de reduzir os índices de fracasso escolar e solucionar problemas do processo educativo. Nesse contexto, a ação psicopedagógica
consiste na interpretação “do processo de aprendizagem, bem como da aplicabilidade de conceitos teóricos que lhe deem novos contornos e significados, gerando
práticas mais consistentes, que respeitem a singularidade de cada um” (Nogaro et al., 2014, p. 169). E este trabalho deve sempre estar atrelado à ação da
comunidade e equipe escolar.
Mas, para além dos muros da escola, o psicopedagogo também pode atuar em hospitais, empresas e organizações assistenciais. Na perspectiva hospitalar, o
profissional irá atuar no desenvolvimento da aprendizagem, da criatividade e na resolução de problemas de ordem emocional, cognitiva e motivacional, por meio
do lúdico e de oficinas psicopedagógicas (Claro, 2018).
Sobre o papel do psicopedagogo no contexto empresarial, Saito (2010, p. 43) relata:
auxiliará as organizações no processo de reflexão sobre si, sobre sua prática e como articulá-las a fim de ampliar as possibilidades de desenvolvimento de
competências que levem a resultados significativos, inovadores e criativos, além de atuar sobre as relações entre a corporação e seus membros e dos indivíduos entre
si, buscando estabelecer vínculos positivos que ajudem a promover a transformação.
Nesse sentido, o psicopedagogo empresarial colabora com o desenvolvimento e crescimento dos colaboradores da empresa, e isso pode gerar resultados
positivos para a companhia.
Dentro do contexto de atuação do psicopedagogo, nas organizações assistenciais e não governamentais (ONGs), o profissional da Psicopedagogia geralmente
desenvolve e trabalha com ações que objetivam o resgate da cidadania das pessoas (Claro, 2018). E isso pode fortalecer a atuação efetiva dos indivíduos na
sociedade.
No entanto, para atuar em todas essas vertentes, o profissional deve ter recebido instrução adequada. Conforme o Capítulo II, Art. 5º do Código de Ética da
Psicopedagogia,
a formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação – especialização lato sensu em Psicopedagogia –, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos competentes, de acordo com a legislação em vigor (ABPP, 2011, p. 2).
E, além dessas obrigatoriedades de formação acadêmica, o psicopedagogo também tem alguns deveres a serem seguidos fielmente ao longo do exercício de sua
prática, devendo:
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a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem da aprendizagem humana; b) desenvolver e manter relações profissionais
pautadas pelo respeito, pela atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais; c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica; d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição
clara do seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente; f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a
título de exemplos e estudos de casos; g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da classe e a manutenção do conceito público
(ABPP, 2011, p. 3)
Com base em todo esse apanhado, verifica-se que o psicopedagogo tem uma vasta área de atuação, tendo papel fundamental nos processos de aprendizagem e
crescimento humano.
A Psicopedagogia escolar e o processo de aprendizagem
Um dos campos mais difundidos da Psicopedagogia atualmente é o escolar. Na Psicopedagogia escolar, o profissional pode atuar como assessor ou também pode
ser contratado pela instituição. Mas, como a Psicopedagogia no Brasil ainda não é uma profissão regulamentada, a contratação está relacionada à graduação.
Nesse sentido, um pedagogo especialista em Psicopedagogia exercerá a função de pedagogo, no entanto, com uma percepção psicopedagógica. Ele pode atuar
sem ter vínculo de emprego com a instituição, como assessor, para mediar aspectos que estejam acometendo o processo de aprendizagem da escola contratante
(Oliveira, 2014).
A Psicopedagogia no contexto escolar busca investigar, estudar e desenvolver formas que subsidiarão as dificuldades de aprendizagem do ser humano, coletando
o máximo de informações relacionadas ao processo e ao indivíduo avaliado. Com esta coleta de informações, busca-se identificar aspectos positivos, capacidades e
potencialidade do aluno, conforme afirma Nascimento:
a Psicopedagogia estuda os processos de aprendizagem, ou seja, os mecanismos do aprender e do não aprender, aquilo que interfere, as dificuldades e transtornos
de aprendizagem. A Psicopedagogia Institucional se propõe a analisar a instituição educacional como um todo, sujeitos que a compõe, metodologias de trabalho,
currículo, a fim de auxiliar no sucesso educacional (Nascimento, 2013, p. 3).
De modo genérico, pode-se dizer que a Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar pretende fazer um diagnóstico geral da instituição, de modo a confrontá-
lo com os resultados do processo de ensino-aprendizagem. E, para que isso seja possível, conforme Oliveira (2014), o psicopedagogo ocupa-se da atuação,
entendimento e avaliação da aprendizagem em um processo complexo, caracterizado por múltiplas formas de relação humana, individuais e grupais.
Dentro dessa perspectiva, o psicopedagogo não busca atender apenas os alunos com dificuldades de aprendizagem, mas também tem a intenção de oferecer
suporte pedagógico aos profissionais da escola. Nesse sentido, segundo Claro (2018), a atuação psicopedagógica no contexto escolar possui duas vertentes, a
primeira delas está voltada para o alunoe tem o objetivo de integrá-lo novamente à aprendizagem, conforme os objetivos da educação formal. Já o segundo tipo
de trabalho está relacionado com a ação conjunta entre pedagogos, professores e orientadores, tem como objetivo detectar os entraves que prejudicam o
processo de ensino-aprendizagem e ajudar o professor na adoção de estratégias apropriadas, que facilitem o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos.
Assim, o principal objetivo do trabalho do psicopedagogo na instituição escolar é o de contribuir com o crescimento dos alunos; mas antes de tudo, as
reorientações sugeridas devem ir ao encontro dos interesses, possibilidades e capacidades de cada aluno. Com relação a isso, Pontes (2010) cita que a atuação
psicopedagógica requer a postura do ouvir, do falar, do propor e do readequar. As intervenções psicopedagógicas precisam estar fundamentadas, regadas de saber
e de criatividade, para que se tenham resultados satisfatórios quanto ao processo de aprendizagem. 
A Psicopedagogia na escola assume papel essencial na melhoria do ensino; portanto, o psicopedagogo é aquele que auxilia no aprimoramento dos processos, no
fortalecimento da autoestima do aluno e no resgate da aprendizagem. Assim,
deve ser parceiro do professor, entrar na classe, construir junto com ele, detectar os nichos das crianças rejeitadas, das crianças atentas, das desatentas, das que
faltam e tantos outros problemas apresentados em sala de aula. A partir disso, construir um perfil da classe e conhecer a dinâmica do que acontece naquele lugar
específico de ensino e aprendizagem. Conhecer para intervir com competência (Sousa, 2013, p. 8).
Para que o profissional possa intervir com competência no espaço escolar, precisa também considerar alguns indicadores, que são fundamentais para a melhoria
dos processos. Nesse sentido, o psicopedagogo deve planejar seu trabalho de forma a contribuir para:
• melhorar o processo de ensino e a qualidade da aprendizagem, com base em uma visão ética e social;
• promover a aprendizagem cooperativa, em que cada aluno possa atingir seus objetivos de forma colaborativa, tendo a integração, o grupo, o trabalho em
equipe como pressuposto para essa aprendizagem;
• promover a cooperação entre escola e a família com base nos projetos educativos específicos;
• colaborar com a formação do professor;
• participar de equipes multidisciplinares, compartilhando ideias, procedimentos e materiais didáticos (Oliveira, 2014, p. 41).
Assim, a Psicopedagogia se mostra como elemento essencial dentro do sistema escolar, pois, além do trabalho integrado entre os profissionais, ela propõe o
desenvolvimento das capacidades dos alunos, oferecendo-lhes condições para conviver, produzir e se desenvolver com segurança e competência (Silva, 2012).
Desse modo, a Psicopedagogia coaduna-se com o desenvolvimento do aluno, mas também com o progresso da educação no geral, oferecendo condições de
acesso e permanência para todos.
Considerações finais
Diante do apresentado, concluiu-se que a atuação do psicopedagogo nos mais diversos contextos é um dos componentes essenciais para o sucesso do processo
de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento do ser humano. Sem que haja um trabalho psicopedagógico de competência e articulado, não há
aprendizagem de qualidade.
O psicopedagogo, enquanto agente que conhece, avalia e gera diagnósticos dos processos de aprendizagem dentro da escola, torna-se um agente essencial na
resolução dos problemas, cabendo a este, até mesmo, indicar meios para a concretização efetiva do aprendizado de todos os alunos. Além disso, seu trabalho deve
acontecer de forma integrada à família, aos professores e alunos, assim, ele conseguirá identificar com mais facilidade os fatores que influenciam e interferem no
processo de aprendizagem.  
Desse modo, constatou-se que o psicopedagogo, em seu trabalho de interventor e articulador, deve interpretar e analisar os impasses do contexto escolar em
todas as suas faces, mas preocupando-se sobremaneira com o atendimento das necessidades de aprendizagem e desenvolvimento das competências e habilidades
individuais.
Nesse ínterim, cabe ao psicopedagogo escolar trabalhar com a finalidade de eliminar os obstáculos presentes entre o aluno e o conhecimento, principalmente,
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criando estratégias em conjunto com os demais profissionais, que propiciem ao aluno vivenciar diferentes práticas educativas. Todos os apontamentos a serem
realizados na perspectiva psicopedagógica devem estar alicerçados na reconstrução do pensamento crítico, na equidade e na inclusão, onde o respeito seja uma
constante no ato educativo.
Referências
ABPP. Associação Brasileira de Psicopedagogia. Diretrizes da formação de psicopedagogos no Brasil. 2019. Disponível em: http://www.abpp.com.br
/documentos_referencias_diretrizes_formacao.html. Acesso em: 1 mar. 2020. 
______. Código de Ética da Psicopedagogia. 2011. Disponível em: http://www.abpp.com.br/wp-content/Código-de-Ética-última-revisão-Simpósio.pdf. Acesso em: 4
mar. 2020.
ANJOS, E. K. O; DIAS, J. R. A. Psicopedagogia: sua história, origem e campo de atuação. Revista Revela, v. 8, nº 18, p. 1-12, 2015.
BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.
CLARO, G. R. Fundamentos da Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2018.
DI SANTO, J. M. R. A ação psicopedagógica e a transformação da realidade escolar. São Paulo: Unisal, 2007.
NASCIMENTO, K. A. O. O trabalho do psicopedagogo institucional: experiência em uma escola de Teresina/PI. In: V FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA, 5.,
2013. Santa Maria. Anais... Santa Maria: UFSM, 2013. p. 1-11.
NOGARO, A. et al. Pensando a aprendizagem na perspectiva da Psicopedagogia institucional. In: JORNADAS TRANSANDINAS DE APRENDIZAJE, 15., 2014. La Plata.
Anais... La Plata: Transandinas, 2014. p.166-175.
OLIVEIRA, M. Â. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
PONTES, I. A. M. Atuação psicopedagógica no contexto escolar: manipulação, não; contribuição, sim. Revista Psicopedagogia, v. 27, nº 84, p. 417-427, 2010.
SAITO, L. M. Psicopedagogia empresarial como agente de transformação. Unopar Científica: Ciências Humanas e Educação, v. 11, nº 1, p. 39-46, 2010.
SILVA, K. C. Introdução à Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2012.
SOUSA, L. B. Psicopedagogia e escola: elementos do ontem e reflexões sobre o hoje. Entretextos, v. 1, nº 48, p. 2-24, 2013.
Publicado em 08 de dezembro de 2020
Como citar este artigo (ABNT)
NEPOMOCENO, Taiane Aparecida Ribeiro. O psicopedagogo no contexto escolar e o processo de aprendizagem, qual a relação? Revista Educação Pública, v. 20, nº 47, 8 de
dezembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/47/o-psicopedagogo-no-contexto-escolar-e-o-processo-de-aprendizagem-qual-a-relacao
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