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Direito Penal - Ponto 1 (20-01-2023)

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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
1 
 
DIREITO PENAL | PONTO 1 
 
Noções gerais de Direito Penal. 
Doutrinas e Escolas Penais 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: www.mege.com.br 
Celular / Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Turma: Clube da Magistratura 
Material: Ponto 1 (Direito Penal) 
Professora: Bárbara Saraiva 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
(Ponto 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4 
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 5 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 6 
1.1. CONCEITOS DE DIREITO PENAL ................................................................................. 6 
1.2. ESCOLAS PENAIS ........................................................................................................ 7 
1.3. MODELOS DE DIREITO PENAL .................................................................................. 11 
1.4. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL ........................................................................... 12 
1.5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ................................................................................... 13 
1.6. BEM JURÍDICO ......................................................................................................... 14 
2. QUESTÕES ................................................................................................................... 16 
3. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 19 
 
 
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO PENAL – Professora Bárbara Saraiva 
Noções gerais de Direito Penal. Doutrinas e Escolas Penais. (Ponto 1) 
 
 
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5 
DIREITO PENAL (conteúdo atualizado em 20-01-2023) 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Oie! 
Neste primeiro ponto, tratei de aspectos introdutórios do Direito Penal. A 
parte histórica de Direito Penal vem sendo cobrada em concursos públicos. Vista disto, 
procuramos destacar exatamente os itens que mais caíram nas últimas provas. De 
todo modo, alguns pontos serão retomados e até aprofundados ao longo do nosso 
estudo, nos próximos materiais. 
Ademais, saliento que, neste ponto, não há legislação a ser destacada nem 
jurisprudência a ser apresentada. Trata-se de tema eminentemente doutrinário, o que 
passaremos a estudar juntos nas páginas que seguem. 
Bárbara Saraiva. 
 
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6 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. CONCEITOS DE DIREITO PENAL 
 
Direito Penal 
sob o aspecto 
formal ou 
estático 
Conjunto de normas voltadas a disciplinar a proibição de 
determinados comportamentos humanos, dando-lhes os 
contornos de crime ou de contravenção penal, fixando as sanções 
aplicáveis em caso de descumprimento. 
Direito Penal 
sob o aspecto 
material 
O Direito Penal refere-se a comportamentos humanos 
considerados como altamente reprováveis ou danosos ao 
organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à 
conservação e progresso da sociedade. 
Direito Penal 
sob o aspecto 
sociológico ou 
dinâmico 
Instrumento de controle social visando a assegurar a necessária 
disciplina para a harmônica convivência dos membros da 
sociedade. A manutenção da paz social demanda a existência de 
normas destinadas a estabelecer diretrizes de conduta. 
OBS.: Na tarefa de controle social atuam vários outros ramos do 
direito. No entanto, se determinada conduta atentar contra bens 
jurídicos de especial importância, haverá a incidência do Direito 
Penal pelo Estado. 
 
Direito Penal 
Objetivo 
Conjunto de normas penais (incriminadoras e não incriminadoras) 
positivadas pelo Estado. 
Direito Penal 
Subjetivo 
Direito de punir do estado (jus puniendi). 
Jus puniendi positivo Jus puniendi negativo 
Poder estatal de criar normas 
penais incriminadoras e 
executar as decisões 
condenatórias delas 
decorrentes. 
Decorre do art. 102, §2º, da 
CF/88, que atribui ao STF a 
competência para declarar a 
inconstitucionalidade de uma 
norma penal com efeitos 
vinculantes e eficácia erga 
omnes. 
 
Direito Penal de 
Emergência 
Hipertrofia do Direito Penal (expansão do Direito Penal) com a 
criação de novos tipos penais (legislação excepcional), com vistas 
ao combate da alta criminalidade, mas com flexibilização de 
garantias penais e processuais penais. Ex.: Lei dos Crimes 
Hediondos e Lei das Organizações Criminosas. 
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7 
Direito Penal 
Simbólico 
Utilização do Direito Penal para produção de uma falsa sensação 
de paz social e geração de sentimento de segurança e 
tranquilidade (aspecto positivo). Nesse sentido, a criação da lei 
penal incriminadora não modifica a realidade social, fazendo com 
que o Direito Penal exerça apenas uma função simbólica (aspecto 
negativo). Ex.: punição dos jogos de azar (art. 50 da Lei de 
Contravenções Penais). 
Direito Penal 
Promocional 
O Direito Penal é utilizado com um viés político exercendo uma 
função promocional. Assim, o Estado se utiliza das normas penais 
incriminadoras, já que é um excelente “instrumento” de 
desenvolvimento e transformação social, para consecução de 
suas finalidades políticas. Ex.: Lei de Crimes Ambientais. 
Direito Penal do 
Inimigo 
O Estado se comporta de duas formas diferentes ao aplicar o seu 
poder de punir: a) o Direito Penal do Inimigo é aplicado ao 
“delinquente-inimigo”, sujeitos contumazes e nocivos que 
ameaçam a convivência em sociedade e violam o contrato social; 
b) o Direito Penal do Cidadão é aplicado ao “delinquente-
cidadão”, com respeito às garantias dos cidadãos. 
Direito Penal do 
Autor 
Caracteriza-se pela punição do homem pelos seus pensamentos, 
condições pessoais, modo de ser ou características, ainda que 
não tenha praticado nenhuma conduta. 
Direito Penal do 
Fato 
É o que temos no Direito Penal Brasileiro, em que as leis penais, 
pelo menos em tese, punem fatos, ou seja, manifestações 
exteriores do homem. 
 
1.2. ESCOLAS PENAIS 
 
Conjunto de doutrinas que, em dado momento histórico-político, 
investigaram os institutos do crime, do delinquente e da pena. 
 
1.2.1. ESCOLA CLÁSSICA OU IDEALISTA OU PRIMEIRA ESCOLA 
 
No final do século XVIII, verifica-se uma tendênciade reforma nas leis e na 
administração da justiça, propiciada por um extraordinário movimento de ideias, 
denominado de Iluminismo. 
A escola Clássica surge na Itália, de onde se espalhou para todo o mundo, 
principalmente para a Alemanha e França. Os clássicos, baseados na ciência 
dogmática, adotavam o método dedutivo de trabalho no estudo do Direito Penal, pois 
a análise do jurista deveria partir do direito positivo vigente, para, então, passar às 
questões jurídico-penais. 
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8 
Seu marco ocorre em 1764, em Milão, com a publicação da obra Dos delitos e 
das penas, de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, considerado o fundador da 
moderna ciência do Direito Penal. O livro deu origem ao período teórico ou teórico-
filosófico da chamada Escola Clássica de Direito Penal. 
A obra constitui um libelo contra leis draconianas, excessivamente rigorosas e 
de penas desproporcionais, tipos vagos e arbitrariedades da época, pregando a 
humanização das penas, que não poderiam ter caráter meramente retributivo. Afirma 
o autor, ainda, que o fundamento para a punição do delinquente é o contrato social. 
A imagem do homem como ser racional, igual e livre, a teoria do pacto social, 
como fundamento da sociedade civil e do poder, assim como a concepção utilitária do 
castigo, não desprovida de apoio ético, constituem os três sólidos pilares do 
pensamento clássico. 
Outro expoente da escola clássica foi o italiano Francesco Carrara (período 
prático ou ético-jurídico da escola clássica). O autor fixou, como princípio fundamental, 
do qual poderia ser deduzido toda a ciência criminal, a ideia do crime como ente 
jurídico, e não ente de fato (definido como “uma infração, por ato humano externo, 
positivo ou negativo e moralmente imputável, de uma lei do Estado promulgada para 
proteger a segurança dos cidadãos”). 
Heleno Cláudio Fragoso resume os princípios fundamentais, tidos como 
postulados da escola clássica: a) O crime é um ente jurídico, é a violação do direito, 
como exigência racional (e não como norma jurídica do direito positivo); b) 
Responsabilidade penal fundada no livre arbítrio, sendo a liberdade de querer um 
axioma fundamental para todo o sistema do direito punitivo; c) A pena é retribuição 
jurídica e restabelecimento da ordem externa violada pelo delito; (Lições de direito 
penal: parte geral, 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 52-53). 
 
1.2.2. ESCOLA POSITIVA 
 
Surge no final do século XIX, com avanço das ciências humanas e biológicas e 
época de predomínio do pensamento positivista. Também há, nesta fase, crescente 
preocupação com o fenômeno da criminalidade. 
Os positivistas utilizam-se do método indutivo e de observação dos fatos 
(método empírico) no estudo do Direito Penal. A Escola Positiva encarava o crime 
como fato social e humano, contemplando o delito em seu aspecto real. Além disso, o 
estudo da ciência criminal foi voltado para a figura do ‘delinquente’. 
A Escola Positiva passou por três fases: 
1) A Fase Antropológica, com Cesare Lombroso: 
O início desta fase ocorre com a publicação de O Homem Delinquente (1876), 
de Cesare Lombroso. Lombroso introduziu a aplicação do método experimental no 
estudo da criminalidade, desenvolvendo a teoria do criminoso nato (atavismo), cujas 
características morfológicas constituiriam um tipo antropológico específico. Apesar do 
fracasso da sua teoria, Lombroso teve o mérito de fundar a Antropologia Criminal, que 
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visa a encontrar, por meio do estudo antropológico do criminoso, uma explicação 
causal de seu comportamento. 
2) A Fase Sociológica, com Enrico Ferri: 
Enrico Ferri, por sua parte, representa a diretriz sociológica do positivismo. O 
delito, para Ferri, não é produto exclusivo de nenhuma patologia individual (o que 
contraria a tese antropológica de Lombroso), senão – como qualquer outro 
acontecimento natural ou social – resultado da contribuição de diversos fatores: 
individuais, físicos e sociais. Entende, pois, que a criminalidade é um fenômeno social 
como outros, que se rege por sua própria dinâmica, de modo que o cientista poderia 
antecipar o número exato de delitos e a classe deles, em uma determinada sociedade 
e em um momento concreto, se contasse com todos os fatores individuais, físicos e 
sociais antes citados e fosse capaz de quantificar a incidência de cada um deles, 
porque, sob tais premissas, não se comete nenhum delito a mais nem a menos (lei da 
“saturação criminal”). 
3) A Fase Jurídica, com Rafael Garófalo: 
Garófalo, embora fiel às premissas metodológicas do positivismo (método 
empírico), distanciou-se tanto da Antropologia lombrosiana como do sociologismo de 
Ferri. O autor se destacou pelo seu conceito de delito natural, sua teoria da 
criminalidade e pela fundamentação do castigo (ou teoria da pena). 
Por fim, cumpre ressaltar que para essa escola, a pena (baseada, sobretudo, 
na periculosidade do agente) não tinha papel retributivo, mas fundamentalmente 
preventivo, ou seja, era instrumento de defesa social, já que a correção dos criminosos 
era impossível. 
 
1.2.3. TERCEIRA ESCOLA OU ESCOLA ECLÉTICA 
 
Posteriormente, surgiram movimentos ecléticos, que buscaram conciliar os 
postulados das duas escolas penais anteriores. Assim, a chamada Terceira Escola 
(Terza Scuola) defendia a manutenção da autonomia do Direito Penal, mas aliada à 
Filosofia do Direito, ao mesmo tempo em que se deveriam promover investigações 
antropológicas e sociológicas do crime. 
A Terceira Escola prestigia o método lógico-abstrato e dedutivo, em 
contraposição ao experimental, além de negar a existência do criminoso nato. 
 
1.2.4. ESCOLA CORRECIONALISTA 
 
A Escola Correcionalista, também conhecida como Correcionalismo Penal, 
surgiu na Alemanha, em 1839, pautada nas contribuições de Karl David Augusto 
Röeder e de sua obra “Comentatio na poena malum esse debeat”. 
As duas principais colaborações da Escola Correcionalista podem ser descritas 
como uma nova visão sob infrator e sob a pena, da seguinte maneira: 
 
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1 - O infrator é um ser incapaz, munido de debilidade, 
perversidade e que, ao cometer o delito, pratica uma injustiça 
social. 
2 - A pena é, assim, um meio para a realização do bem social, 
baseada em uma política correcional e pedagógica, com a 
finalidade terapêutica de corrigir a injusta e a perversa vontade 
do criminoso. Dessa forma, a pena possui uma função de 
prevenção especial e tem como consequência a regeneração do 
criminoso. 
 
Por fim, cabe ressaltar que, segundo essa corrente, a sanção penal não pode 
ser fixa, ou seja, deve ser aplicada por tempo indeterminado, enquanto perdurar o 
estado de perigo do agente. 
 
1.2.5. TECNICISMO JURÍDICO-PENAL 
 
O tecnicismo nasceu a partir das ideias de Arturo Rocco, em 1910, na Itália, e 
tem como principal diretriz o estudo do Direito Penal com fundamento em método 
dogmático ou técnico-jurídico. 
O Tecnicismo passou por dois momentos históricos: 
1) Primeira Fase 
Teve como colaboradores Arturo Rocco, Vicenzo Manzini, Massari e Delitala e 
se caracterizou pela ideia de que análise do Direito Penal deve ser estritamente 
dedicada às leis e à exegese, de forma que deve ser afastado o seguimento causal-
explicativo inerente à antropologia, à sociologia e à filosofia. Por consequência, nega-
sea existência do direito natural, bem como da análise do livre arbítrio. 
O estudioso do direito deve, então, largar a investigação filosófica e passar a 
se dedicar aos estudos do direito positivo, com base em técnicas de exegese, 
dogmática e crítica. 
2) Segunda Fase 
Teve como colaboradores Maggiore, Giuseppe Bettiol, Petrocelli e Giulio 
Battaglini, e, apesar de continuar com uma vertente bem teórica, diferentemente da 
primeira fase, passou a admitir a existência do direito natural, acolhendo o livre-
arbítrio a reestruturando a pena em sua perspectiva retributiva. 
 
1.2.6. DEFESA SOCIAL 
 
Marcada também por duas distintas fases, a Defesa Social surgiu no século XX 
e foi capitaneada por Fillipo Gramatica, Marc Ancel, Von Liszt, Van Hamel e Adolphe 
Prins. 
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11 
1) Primeira Fase, desenvolvida por Fillipo Gramatica, que em 1945, fundou o 
Centro Internacional de Estudos de Defesa Social 
No primeiro momento, sustentava-se que o Direito Penal deveria somar 
esforços na luta contra a criminalidade, mas vista como fenômeno social. Em vista do 
ideal de defesa da sociedade, praticava-se a utilização de medidas de neutralização do 
indivíduo por prazo indeterminado, o que protege a sociedade, mas marginaliza e 
segrega o agente. 
2) Segunda Fase, desenvolvida por Marc Ancel 
Com a maturação da sociedade após o período das duas grandes Guerras 
Mundiais, a Defesa Social, já sob uma perspectiva de profilaxia criminal, passou a 
objetivar o aprimoramento da sociedade, partindo do melhoramento do indivíduo. 
Isso porque entendia-se que a delinquência era produto de uma disfuncionalidade da 
organização social. 
Assim, o dever de punir do Estado passou a ser estudado como o dever de 
agir de forma preventiva e pautado no respeito pela dignidade da pessoa humana (ex.: 
prevenção de crimes, tratamento do menor delinquente e reforma penitenciária). 
Nesse prisma, pregava-se a utilização de medidas educativas, curativas e 
dosadas em conformidade com as características pessoais do infrator. 
 
1.3. MODELOS DE DIREITO PENAL 
 
Abolicionismo 
(Política criminal 
verde) 
 Direito Penal 
Mínimo 
(Minimalismo 
penal ou 
Abolicionismo 
moderado) 
 
Direito Penal 
Máximo 
(Eficientismo 
penal) 
 
1.3.1. DIREITO PENAL MÍNIMO (MINIMALISMO PENAL OU ABOLICIONISMO 
MODERADO) 
 
Intimamente ligado à ideia de intervenção mínima, segundo a qual o Direito 
Penal deve ser utilizado apenas em se tratando dos ataques mais graves aos bens 
jurídicos mais relevantes e apenas quando outros instrumentos, jurídicos ou não, 
forem insuficientes à sua tutela. 
 
1.3.1.1. Garantismo 
 
Nesse contexto, surge o garantismo, cujo maior expoente é Luigi Ferrajoli. O 
garantismo é um modelo normativo de Direito Penal e Processual Penal, caracterizado 
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12 
pela estrita legalidade, voltado a minimizar a violência e a maximizar a liberdade. O 
garantismo prega a intervenção mínima do Direito Penal. 
Dez axiomas garantistas desenvolvidos por Ferrajoli: 
 
1. Não há pena sem crime. 
2. Não há crime sem lei. 
3. Não há lei sem necessidade. 
4. Não há necessidade sem ofensa a bem jurídico. 
5. Não há ofensa a bem jurídico sem conduta. 
6. Não há conduta sem culpabilidade. 
7. Não há culpabilidade sem o devido processo legal. 
8. Não há processo sem acusação. 
9. Não há acusação sem provas. 
10. Não há provas sem defesa. 
 
1.3.2. ABOLICIONISMO PENAL (POLÍTICA CRIMINAL VERDE) 
 
Os abolicionistas pretendem a eliminação do Direito Penal, considerando que 
a sua existência traz mais prejuízos que benefícios. O Direito Penal serviria apenas para 
legitimar injustiças sociais, sendo caracterizado pelo seletivismo e pelo elitismo. Alguns 
dos expoentes do abolicionismo são Louk Hulsman, Thomas Mathiesen e Nils Christie. 
 
1.3.3. DIREITO PENAL MÁXIMO (EFICIENTISMO PENAL) 
 
Associado aos movimentos “Lei e ordem” e “Tolerância zero”, parte da ideia 
de que, se o Direito Penal não é eficaz, é porque não é suficientemente severo. Deve-
se punir as pequenas infrações, para evitar infrações maiores, bem como recrudescer 
as sanções penais. Nenhum culpado deve sair impune, ainda que às custas do sacrifício 
de algum inocente. Trata-se, portanto, de um modelo antigarantista, que visa ao uso 
do Direito Penal em busca da máxima efetividade do controle social. 
 
1.4. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL 
 
Segundo Silva Sánchez, três são as “velocidades” do Direito Penal: 
 
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13 
DIREITO PENAL DE 
PRIMEIRA 
VELOCIDADE 
Modelo de Direito Penal clássico, que utiliza 
preferencialmente a pena privativa de liberdade, mas se 
funda em direitos e garantias individuais. Nesta velocidade, o 
Direito Penal se restringe ao seu núcleo central (Direito Penal 
Nuclear). Há respeito às garantias constitucionais básicas, o 
que gera um procedimento mais lento. 
DIREITO PENAL DE 
SEGUNDA 
VELOCIDADE 
Admite a flexibilização de determinadas garantias penais e 
processuais, porém, aliadas à adoção das medidas 
alternativas à prisão (penas restritivas de direito, pecuniárias 
etc.). Ou seja, há uma expansão do Direito Penal para uma 
zona lateral ao Direito Penal Nuclear. Temos, então, o Direito 
Penal Periférico. Trata-se de um procedimento mais célere e 
flexível. 
A Lei n. 9.099/95 é reflexo do Direito Penal de segunda 
velocidade, introduzindo institutos despenalizadores e um 
procedimento mais simplificado, destinado aos crimes de 
menor potencial ofensivo. Nela, há uma flexibilização de 
direito e garantias penais e processuais em face da 
persecução de delitos cujos preceitos secundários não 
implicam na privação da liberdade do acusado. 
DIREITO PENAL DE 
TERCEIRA 
VELOCIDADE 
Consiste numa mistura das características acima, utilizando-
se da pena privativa de liberdade (Direito Penal de primeira 
velocidade), mas permitindo a flexibilização de direitos e 
garantias (Direito Penal de segunda velocidade). Compatível 
com o denominado Direito Penal do Inimigo. 
 
Há quem fale, ainda, do Direito Penal de quarta velocidade (ou 
neopunitivismo). De acordo com esse modelo, há restrição e supressão de garantias 
penais e processuais penais de réus que foram chefes de Estado e, nesta condição, 
foram responsáveis pela violação grave a tratados internacionais de direitos humanos. 
Os graves crimes cometidos contra a humanidade por líderes de governo estão 
enquadrados na quarta velocidade do Direito Penal. O neopunitivismo possui relação 
com o Direito Penal Internacional. Nesse sentido, a criação do Tribunal Penal 
Internacional, relaciona-se com a presente velocidade do Direito Penal. 
 
1.5. DIREITO PENAL DO INIMIGO 
 
O Direito Penal do Inimigo está situado na terceira velocidade do Direito 
Penal. O modelo concebido por Günther Jakob, sustentando que determinados 
indivíduos, como terroristas e membros do crime organizado, que se afastam de modo 
permanente do Direito e não oferecem garantias cognitivas de que vão continuar fiéis 
à norma, perdem o estado de cidadania e, por conseguinte, não podem usufruir dos 
mesmos benefícios processuais concedidos às demais pessoas. 
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14 
Segundo Masson, na concepção de Jakobs é possível observar “a convivência 
de dois direitos em um mesmo ordenamento jurídico. Em primeiro lugar, um Direito 
Penal do Cidadão, amplo e dotado de todas as garantias constitucionais, processuais e 
penais, típico de um Estado Democrático de Direitos. Sem prejuízo, em parcela menor 
e restrita a grupos determinados, com ele coexiste o Direito Penal do Inimigo, no qual 
o seu sujeito deve ser enfrentado como fonte de perigo e, portanto, a sua eliminação 
da sociedade é o fim último do Estado.” (MASSON, Cleber. DIRETO PENAL 
ESQUEMATIZADO – Parte Geral. Editora: Método. Vol. 1. p. 114. Ano 2016). 
As principais características do Direito Penal para esses inimigos são: 
antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios; condutas 
descritas em tipos de mera conduta de perigo abstrato, flexibilizando o princípio da 
ofensividade; descrição vaga dos crimes e das penas; preponderância do Direito Penal 
do autor em contraposição ao Direito Penal do fato; surgimento das chamadas “leis de 
luta ou de combate”; endurecimento da execução penal. 
Principais linhas de ataque ao Direito Penal do inimigo: 
 
- Quem é o inimigo e a quem caberia elegê-lo? Esse conceito 
nunca foi bem estabelecido e pode dar margem a injustiças. Na 
inquisição, os inimigos eram os hereges; para os nazistas, os 
inimigos eram os judeus etc. 
- Quais os princípios a que se deve submeter esse ramo do 
Direito Penal? 
- O Direito Penal do Inimigo é uma contradição em seus 
próprios termos. Se não há regras, não é Direito. O Direito 
Penal é concebido justamente para impor limites ao arbítrio 
estatal. 
 
OBSERVAÇÃO: Jakobs é adepto do funcionalismo sistêmico, segundo o qual a função 
do Direito Penal não é a proteção de bens jurídicos, mas, sim, reafirmar a validade da 
própria norma. 
 
1.6. BEM JURÍDICO 
1.6.1. NOÇÕES 
 
Para uma compreensão inicial, segundo lição de Roxin, bens jurídicos podem 
ser definidos como circunstâncias reais dadas ou finalidades necessárias para uma vida 
segura e livre, que garanta a todos os direitos humanos e civis de cada um na 
sociedade ou para o funcionamento de um sistema estatal que se baseia nestes 
objetivos. Cabe ao legislador, na sua propícia função, proteger os mais diferentes tipos 
de bens jurídicos, cominando as respectivas sanções, de acordo com a sua importância 
para a sociedade. Assim, haverá o ilícito administrativo, o civil, o penal etc. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
15 
O bem jurídico-penal, por seu turno, compreende os bens existenciais 
valorados positivamente pelo Direito e protegidos dentro e nos limites de uma 
determinada relação social conflitiva por uma norma penal. 
No entanto, a elevação de um bem jurídico aos status de bem jurídico-penal 
não pode se afastar da execução de uma atividade seletiva dos valores existenciais 
estritamente ligados ao caráter fragmentário e subsidiário do Direito Penal, pois 
somente assim a atuação legiferante penal poderá ser considerada legítima e em 
consonância com os valores do Estado Democrático de Direito. 
O Direito Penal, assim, somente atua e protege os bens jurídicos mais 
importantes para o corpo social (vida, liberdade, patrimônio, liberdade sexual, 
administração pública etc.). 
 
OBSERVAÇÃO: Bem jurídico não se confunde com objeto material. Objeto material é a 
pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
 
Exemplo (1): homicídio – o bem jurídico tutelado, ou seja, o que se busca 
proteger com o tipo penal é a vida. O objeto material (ou seja, aquilo contra quem se 
volta o agente) é a pessoa. 
Exemplo (2): furto – o bem jurídico tutelado é o patrimônio. O objeto material 
é a coisa subtraída. 
 
1.6.2. FUNÇÕES DESEMPENHADAS PELO BEM JURÍDICO 
 
FUNÇÃO 
FUNDAMENTADORA 
Não existe crime sem bem jurídico. Este dá fundamento, 
substrato, ao crime. 
FUNÇÃO 
SISTEMÁTICA 
O sistema é montado a partir de bens jurídicos. No próprio 
Código Penal, os crimes são classificados por bem jurídicos 
(crimes contra a pessoa, crimes contra o patrimônio etc.). 
FUNÇÃO 
INTERPRETATIVA 
O tipo penal deve ser interpretado conforme o bem jurídico. 
FUNÇÃO 
PROCESSUAL 
O bem jurídico atingido orienta a própria determinação da 
competência. Ex.: se o crime é contra o trabalhador individual, 
a competência, em princípio, é da Justiça Estadual. Se há lesão 
à organização do trabalho, como um todo, a competência 
passa a ser da Justiça Federal. 
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16 
2. QUESTÕES 
 
1. (TJM/SP/ VUNESP/2016) A corrente/teoria penal que se funda na ideia de que as 
normas jurídicas devem ser protegidas por si mesmas, pouco importando o bem 
jurídico por trás delas, é: 
a) a teoria do garantismo penal, de Luigi Ferrajoli. 
b) o funcionalismo teleológico-racional, de Claus Roxin. 
c) o funcionalismo sistêmico, de Günther Jakobs. 
d) a teoria da tipicidade conglobante, de Eugenio Zaffaroni. 
e) a teoria constitucionalista do delito. 
 
2. (TJBA/CESPE/2019) A explicação do crime como fenômeno coletivo cuja origem 
pode ser encontrada nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a 
família e o ambiente moral, corresponde à perspectiva criminológica denominada: 
a) sociologia criminal. 
b) criminologia da escola positiva. 
c) criminologia socialista. 
d) labeling approach, ou etiquetamento. 
e) ecologia criminal. 
 
3. (TJPR/CESPE/2019) Com relação às escolas e tendências penais, julgue os itens 
seguintes: 
I. De acordo com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na 
imputabilidade moral e no livre-arbítrio humano. 
II. A escola técnico-jurídica, que utiliza o método indutivo ou experimental, apresenta 
as fases antropológica, sociológica e jurídica. 
III. A escola correcionalista fundamenta-se na proposta de imposição de pena, com 
caráter intimidativo, para os delinquentes normais, e de medida de segurança para os 
perigosos. Para essa escola, o direito penal é a insuperável barreira da política criminal. 
IV. O movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a 
sua neutralização. Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um 
instrumento preventivo. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
 
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17 
4. (TJSC/CESPE/2019) Constitui uma das características do direito penal do inimigo: 
a) a legislação diferenciada. 
b) a punição a partir de atos executórios. 
c) a não utilização de medidas de segurança. 
d) a observância das garantias processuais penais. 
e) o abrandamento das penas na antecipação da tutela penal. 
 
5. (TJPA/FCC/2019) Considerável parcela de doutrinadores compreende a política 
criminal como o conjunto de princípios e atividades que tem por fim reagir contra o 
fenômeno delitivo, através do sistema penal, determinando os meios mais 
adequados para o controle da criminalidade. A partir dessa afirmação, julgue os itens 
a seguir. 
I - Os movimentos sociais conhecidos por Tolerância Zero, Nova Defesa Social e 
Despenalização das Contravenções são considerados instrumentos de endurecimento 
do Estado no combate ao crescimento da criminalidade. 
II - Os defensores do movimento Lei e Ordem reconhecem que o agravamento das 
penas é medida necessária para combater a violência, embora acreditem que não faça 
justiça às vítimas.III - O movimento Tolerância Zero parte da ideia de que o Estado não deve negligenciar 
fatos criminosos, por mais insignificantes que sejam, já que esses fatos contêm em si 
uma fonte de irradiação da criminalidade. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está certo. 
b) Apenas o item II está certo. 
c) Apenas o item III está certo. 
d) Apenas os itens I e II estão certos. 
e) Apenas os itens II e III estão certos. 
 
6. (TJMS/PUC-PR/2012) Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das 
velocidades do direito penal: 
a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do 
inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com 
penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. 
b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do 
inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com 
penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. 
c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como fundamento a aplicação 
de penas alternativas ou de multa, ou seja, está ligada à ideia de um direito penal de 
mínima intervenção. 
d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do neopunitivismo. 
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e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva Sánchez, está 
ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional, ou seja, à proposição de um direito 
penal para julgar crimes de guerra, de agressão, genocídio e de lesa humanidade. 
 
7. (TJAP-FGV-2022) Sobre o chamado “direito penal transitório”, houve quebra do 
princípio da continuidade normativo-típica, com a consequente abolitio criminis por 
meio da revogação de um tipo penal no caso de: 
a) apropriação indébita previdenciária; 
b) crimes contra a honra praticados por meio da imprensa; 
c) rapto violento ou mediante fraude; 
d) crimes contra a propriedade industrial; 
e) roubo majorado pelo emprego de arma branca. 
 
 
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3. GABARITO COMENTADO 
 
1. “C” 
O Funcionalismo sistêmico (ou radical), defendido por Gunther Jakobs, ensina que a 
função do Direito Penal é de assegurar o império da norma, ou seja, resguardar o 
sistema, mostrando que o direito posto existe e não pode ser violado, de modo que 
sua função primordial não pode ser a segurança de bens jurídicos, mas sim a garantia 
da validade do sistema. 
Já para o funcionalismo teleológico (ou moderado), que tem como maior expoente 
Claus Roxin, a função do Direito Penal é assegurar bens jurídicos indispensáveis à 
convivência harmônica em sociedade. A teoria vale-se de diversas medidas de política 
criminal. 
O modelo penal garantista estabelece critérios de racionalidade e civilidade à 
intervenção penal, deslegitimando normas ou formas de controle social que se 
sobreponham aos direitos e garantias individuais. O garantismo exerce a função de 
estabelecer o objeto e os limites do Direito Penal nas sociedades democráticas, 
utilizando-se dos direitos fundamentais, que adquirem status de intangibilidade. 
O objetivo da teoria da tipicidade conglobante é harmonizar os diversos ramos do 
Direito, partindo-se da premissa de unidade do ordenamento jurídico. É uma 
incoerência o Direito Penal estabelecer proibição de comportamento determinado ou 
incentivado por outro ramo do direito. 
Por fim, para a teoria constitucionalista do direito, os princípios, regras e valores 
constitucionais condicionam os fins do Direito Penal; a teoria do delito está 
diretamente atrelada ao modelo de Estado vigente, que é o Constitucional e 
Democrático de Direito. 
 
2. “A” 
(A) CORRETA. 
No final do século XIX, via-se um predomínio das ideias sociológicas no campo da 
explicação causal do delito (Lacassagne, Tarde e Durkheim). Suas obras encontraram 
grande aceitação, enxergando o crime como fenômeno coletivo, cujas raízes poderiam 
ser encontradas nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a 
família, o ambiente moral. Investigando--se esses focos, poderia se prever, com 
alguma segurança, o aumento da criminalidade e, então, combatendo--se essas 
causas, seria possível obter algum sucesso em sua redução. (André Estefam e Victor 
Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal esquematizado: parte geral) 
(B) INCORRETA. 
Pontua uma profunda mudança de foco na Ciência do Direito Penal, que deixa de se 
voltar para o sistema legal (Escola Clássica), deslocando-se para o delinquente e a 
pesquisa das causas do crime. Enquanto a Escola Clássica empregava o método 
dedutivo, de lógica abstrata, a Escola Positiva se socorria do método indutivo e 
experimental. A pena deveria cumprir um papel eminentemente preventivo, atuando 
como instrumento de defesa social. A sanção, portanto, não se balizava somente pela 
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gravidade do ilícito, mas, sobretudo, pela periculosidade do agente. (André Estefam e 
Victor Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal esquematizado: parte geral) 
(C) INCORRETA. 
A Criminologia socialista (Marx e Engels) considerava que as causas do crime 
prendiam-se à miséria, à cobiça e à ambição, que eram as bases do sistema capitalista 
e, portanto, ao combatê-lo, por meio do socialismo, se poria um fim às tragédias 
sociais e ao crime. (André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal 
esquematizado: parte geral) 
(D) INCORRETA. 
Cuida-se de uma abordagem que não enxerga no comportamento criminoso razões 
ontológicas ou intrínsecas para sua qualificação como tal, mas o encara como o 
resultado de uma abordagem decorrente do sistema de controle social. As instituições, 
portanto, é que rotulam ou “etiquetam” um agir como desviante. A sociedade torna o 
agente criminoso, pois decide o que é aceito e o que é proibido. Inexiste, nesta 
perspectiva, o delinquente, senão como personagem social que, por critérios eleitos 
pelas forças dominantes, dita normativamente o agir conforme as regras e o agir 
desviante. (André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal 
esquematizado: parte geral) 
(E) INCORRETA. 
A Ecologia Criminal, expressão também utilizada para se referir ao pensamento da 
Escola de Chicago, é o próprio princípio ecológico que, aplicado aos problemas 
humanos e sociais, postula o seu equacionamento na perspectiva do equilíbrio duma 
comunidade humana com o seu ambiente concreto. Respeitável setor da doutrina 
considera a Escola de Chicago um dos focos de expansão mais poderosos e influentes 
da Sociologia criminal. Dentro da perspectiva da Escola de Chicago, a compreensão do 
crime sistematiza-se a partir da observação de que a gênese delitiva relacionava-se 
diretamente com o conglomerado urbano que, muitas vezes, estruturava-se de modo 
desordenado e radical, o que favorecia a decomposição da solidariedade das 
estruturas sociais. Não por outra razão, seus teóricos desenvolviam uma “sociologia da 
grande cidade”. (Eduardo Viana – Criminologia) 
 
3. “B” 
(I) CORRETA. 
A Escola Clássica teve como seus principais adeptos Paul Feuerbach e Francesco 
Carrara. Tinha o livre arbítrio como seu fundamento indeclinável, sendo o homem 
moralmente imputável em razão dos seus atos externos, que podem ser praticados 
por ação ou omissão. 
(II) INCORRETA. 
A Escola Técnico-Jurídica teve Arturo Rocco como seu nome principal,pregando que 
nenhuma ciência jurídica deveria intervir no Direito Penal, que deve resumir-se ao que 
positivado. O Direito Penal não sofre intervenção da Antropologia e da sociologia. Tais 
intervenções são vistas na Escola Positiva (Lombroso, Ferri e Garofalo), que possui as 
fases antropológica, sociológica e jurídica. 
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21 
(III) INCORRETA. 
A Escola correcionalista almeja a correção ou emenda do delinquente, buscando a sua 
compreensão, proteção e a recuperação para o convívio em sociedade, em vez de 
intimidação. 
(IV) CORRETA. 
O movimento surge após a Segunda Guerra Mundial, liderado por Fillipo Gramatica e 
Marc Ancel. O Direito Penal deve ser um instrumento preventivo, tendo como foco 
evitar que o criminoso volte a delinquir, rejeitando-se o viés meramente retributivo 
 
4. “A” 
De fato, a legislação diferenciada para aqueles considerados “inimigos” é uma das 
características do Direito Penal do Inimigo de Gunther Jakobs (ex.: Lei de Crimes 
Hediondos, Lei de Terrorismo etc). O Direito Penal do Inimigo também prevê a punição 
a partir de atos preparatórios. É possível a utilização de medidas de segurança. As 
garantias processuais penais tradicionais são flexibilizadas ou suprimidas e não há 
abrandamento das penas. 
 
5. “C” 
I – INCORRETA. A Nova Defesa Social é um movimento com traços de uma política 
criminal humanista, na busca de um Direito Penal de caráter preventivo e protetor da 
dignidade humana. Em sentido diametralmente oposto ao da Defesa Social, existem os 
chamados Movimentos de Lei e Ordem, cuja ideologia estabelecida é a repressão, 
pautada no regime punitivo-retributivo. A Despenalização das Contravenções, por seu 
turno, não é considerada como instrumento de endurecimento do Estado no combate 
ao crescimento da criminalidade. 
II – INCORRETA. Os defensores deste movimento acreditam que os criminosos 
somente poderão ser controlados através de leis severas, que imponham a pena de 
morte e longas penas privativas de liberdade. Estes seriam os únicos meios eficazes 
para intimidar e neutralizar os criminosos e, além disso, capazes de fazer justiça às 
vítimas. 
III – CORRETA. Tal movimento parte da premissa de que os pequenos delitos devem 
ser rechaçados, o que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro), 
atuando como prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser tutelados e 
preservados. 
a) Incorreta. 
b) Incorreta. 
c) Correta. 
d) Incorreta. 
e) Incorreta. 
 
6. “D” 
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22 
a) Incorreta. Primeira velocidade: Modelo de Direito Penal clássico, que utiliza 
preferencialmente a pena privativa de liberdade, mas se funda em direitos e garantias 
individuais. Nesta velocidade, o Direito Penal se restringe ao seu núcleo central 
(Direito Penal Nuclear). Há respeito às garantias constitucionais básicas, o que gera um 
procedimento mais lento. 
b) Incorreta. Segunda velocidade: Admite a flexibilização de determinadas garantias 
penais e processuais, porém, aliadas à adoção das medidas alternativas à prisão (penas 
restritivas de direito, pecuniárias etc.). Ou seja, há uma expansão do Direito Penal para 
uma zona lateral ao Direito Penal Nuclear. Temos, então, o Direito Penal Periférico. 
Trata-se de um procedimento mais célere e flexível. 
c) Incorreta. Terceira velocidade: Consiste numa mistura das características acima, 
utilizando-se da pena privativa de liberdade (Direito Penal de primeira velocidade), 
mas permitindo a flexibilização de direitos e garantias (Direito Penal de segunda 
velocidade). Compatível com o denominado Direito Penal do Inimigo. 
d) Correta. Quarta Velocidade: Há quem fale, ainda, do Direito Penal de quarta 
velocidade (ou neopunitivismo). De acordo com esse modelo, há restrição e supressão 
de garantias penais e processuais penais de réus que foram chefes de Estado e, nesta 
condição, foram responsáveis pela violação grave a tratados internacionais de direitos 
humanos. Os graves crimes cometidos contra a humanidade por líderes de governo 
estão enquadrados na quarta velocidade do Direito Penal. O neopunitivismo possui 
relação com o Direito Penal Internacional. Nesse sentido, a criação do Tribunal Penal 
Internacional, relaciona-se com a presente velocidade do Direito Penal. 
e) Incorreta. Vide alternativa “c”. 
 
7. “E” 
A) FALSO. Previsão legal de punição no art. 168 do CP. 
B) FALSO. Embora a Lei de Imprensa tenha sido revogada, os crimes contra a honra 
continuam punidos no Capítulo V do Código Penal. 
C) FALSO. Em que se pese a revogação do art. 219 do CP, as condutas nele previstas 
não constituem indiferentes penais, porquanto a sua responsabilização pode ser 
amoldada aos tipos penais previstos no art. 148, §1º, IV e V, no caso de rapto violento. 
Quanto ao rapto fraudulento, houve efetiva descriminalização. 
D) FALSO. Previsão legal de punição na Lei 9.279/96. 
E) VERDADEIRO. A alteração promovida pela Lei 13.654/2018 restou por configurar 
uma situação peculiar: apenas o emprego de arma de fogo continuava a ser uma 
hipótese de roubo circunstanciado. O uso de arma branca passou a ser punido apenas 
pelo roubo em seu tipo fundamental, com base no art. 157, caput, do Código Penal.

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