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Auditoria Ambiental

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AUDITORIA AMBIENTAL
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Eliana Menezes dos Santos
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
AUDITORIA AMBIENTAL
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinscky Breternitz
Revisor
Caroline Hatada de Lima
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)__________________________________________________________________________________________ 
Santos, Eliana Menezes dos
S237a Auditoria Ambiental/ Eliana Menezes dos Santos, – 
 Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 42 p.
 ISBN 978-65-5903-072-9
1. Auditoria interna. 2. Sistema de gestão ambiental. 3. ISO. I. Título.
 
CDD 372.357
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 6/2786
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Histórico das questões ambientais e adoção da auditoria ambiental nas 
organizações ________________________________________________________ 05
Normas aplicadas a auditoria ambiental ___________________________ 18
Planejamento e condução da auditoria ambiental interna __________ 35
Processo de certificação e o papel do auditor ambiental ____________ 51
AUDITORIA AMBIENTAL
5
Histórico das questões ambientais 
e adoção da auditoria ambiental 
nas organizações
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Caroline Hatada de Lima
Objetivos
• Conhecer a história e a evolução da questão 
ambiental.
• Compreender o papel da auditoria ambiental em 
organizações.
• Contextualizar os tipos de auditorias ambientais.
6
1. Introdução
Nesta Leitura Digital, você estudará a evolução da auditoria ambiental 
e sua relação direta com o panorama histórico da conscientização e 
questões ambientais, bem como conhecerá a aplicabilidade e limitações 
das auditorias ambientais nas organizações privadas e/ou no setor 
público, podendo ser utilizada como instrumento de políticas públicas 
ou controle gerencial.
A auditoria é um instrumento importante para a gestão ambiental, e 
possui diversas classificações que podem ser implementadas de acordo 
com o objetivo que se espera alcançar, seja de modo preventivo ou 
corretivo, aplicando-se às diversas organizações. É possível adotar 
aspectos mais restritos a uma área de atuação específica, como a 
auditoria de uma estação de tratamento de água ou esgoto, ou poderá 
ampliar e abranger aspectos operacionais e de controle em um polo 
petroquímico, por exemplo.
2. Evolução histórica da questão ambiental
As mudanças e adaptações realizadas no meio ambiente com intuito de 
satisfazer as necessidades da humanidade, contribuíram com impactos 
no ambiente natural, e foram intensificados com a era da Revolução 
Industrial e com o crescimento das aglomerações urbanas. O processo 
de industrialização e o consumo de combustíveis fósseis, iniciados por 
volta de 1800, foram os percursores de contaminações antrópicas que 
atingiram o ser humano e o meio ambiente.
A preocupação e a discussão acerca deste assunto, tornaram-
se relevantes após a ocorrência de acidentes ambientais, como o 
lançamento de mercúrio pela indústria Chisso na Baía de Minamata, 
localizada no sul do Japão, onde a poluição da água levou à morte 
7
centenas de pessoas da região (O GLOBO, 2016). Outro exemplo foi a 
explosão e liberação de resíduos radioativos da usina nuclear Mayak, em 
1957, localizada nos Montes Urais, na Rússia, que provocou mortes e o 
desalojamento de 10 mil pessoas (AGÊNCIA EFE, 2011).
Em 1962, foi lançado o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), da autora 
norte-americana Raquel Carson. Esta obra literária é considerada um 
marco histórico, pois denunciou o uso indiscriminado de pesticida 
Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), relacionando-o com os danos 
ambientais encontrados na fauna e flora. A publicação repercutiu 
investigações sobre o efeito do DDT e instigou a criação de legislação 
ambiental nos Estados Unidos, além de trazer à sociedade o despertar 
para a conscientização ambiental.
Outros marcos históricos surgiram ao longo do tempo, e reforçam 
o início da preocupação com a temática ambiental, dentre eles a 
publicação, em 1972, do relatório Os Limites do Crescimento, elaborado 
pelo Clube de Roma, grupo composto por cientistas de diferentes áreas 
do conhecimento. Tal grupo discutiu o consumo dos recursos naturais 
com vistas ao esgotamento que, consequentemente, ocasionaria uma 
desestabilidade na sociedade.
A Conferência de Estocolmo foi um evento organizado e intermediado 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), que reuniu chefes de 
Estado de 113 países. As principais discussões foram as mudanças 
climáticas, a qualidade da água e a utilização de agrotóxicos. A reunião 
resultou na criação do Programa da ONU para o Meio Ambiente, e fez 
surgir os preceitos do desenvolvimento sustentável, além do Programa 
Internacional de Educação Ambiental das Nações Unidas para a 
Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), e do Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Neste contexto, em resposta 
aos impactos ambientais que estavam resultando em mortes humanas, 
foram criadas políticas ambientais, agências e órgãos de proteção 
ambiental em alguns países, como a Environmental Protection Agency 
8
(EPA) dos Estados Unidos, a Environmental Canada (EC), do Canadá, 
a Agência de Proteção Ambiental Alemã e a Swedish Environmental 
Protection Agency, da Suécia (PHILIPPI JUNIOR; ROMERO; BRUNA, 2014).
No Brasil, diversos órgãos foram criados, dentre eles a agência brasileira 
de controle ambiental, fundada em 1968, no Estado de São Paulo, 
denominada Centro Tecnológico de Saneamento Básico, com alteração 
no nome em 2009, passando a se chamar Companhia Ambiental do 
Estado de São Paulo (CETESB). Na esfera federal, foi criada a Secretaria 
Especial de Meio Ambiente (SEMA), órgão responsável pela execução de 
ações de conservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos 
naturais, conforme disposto no Decreto nº 73.030 de 30 setembro de 
1973. Em 22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA).
Na esfera jurídica, a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), 
instituída pela Lei nº 6.938/1981, formulada com o intuito de orientar 
as ações da União, dos Estados e dos municípios, bem como implantar 
a gestão ambiental no território brasileiro, em seu art. 2 (BRASIL, 1981) 
descreve que “o objetivo é a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida”. Ainda, ao longo de seu texto traz 
a definição do termo poluidor, bem como a imposição da reparação de 
danos causados ao meio ambiente, por meio da restauração natural e/
ou da indenização econômica.
Diante dos acidentes ambientais, da criação e estabelecimento de leis 
mais rígidas sobre a questão ambientale dos questionamentos acerca 
do impacto das ações da humanidade sobre o planeta Terra, surgiu a 
necessidade da adoção da gestão ambiental nas instituições, buscando 
melhorar a relação entre as atividades realizadas pela organização 
e com o meio ambiente. Jabbour e Jabbour (2013), definem a gestão 
ambiental nas organizações como:
9
[...] a adoção de práticas gerenciais de planejamento e organização, de 
gestão operacional (em desenvolvimento de produtos e processos) e de 
comunicação que objetivam a melhoria da relação entre organização 
e o meio ambiente, reduzindo impactos e aproveitando os benefícios 
associados à melhoria do desempenho ambiental. (JABBOUR & JABBOUR, 
2013, p. 7)
A implantação de um sistema estruturado que permite avaliar os 
impactos ambientais de processos produtivos, atividades ou serviços 
das instituições, consagram o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), cuja 
definição, segundo a ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015) é: “parte 
do sistema de gestão usado para gerenciar aspectos ambientais, cumprir 
requisitos legais e outros requisitos, e abordar riscos e oportunidades”.
O sistema de gestão ambiental possui princípios e elementos 
importantes descritos na ABNT NBR ISO 14001:2015, e a implementação 
do SGA se baseia na metodologia do ciclo PDCA (panejar, fazer, checar e 
agir), conforme observado na Figura 1.
10
Figura 1 – Principais elementos do Sistema de Gestão Ambiental 
(SGA)
Fonte: adaptada de NBR 14001 (ABNT, 2015).
A implantação do Sistema de Gestão Ambiental, requer o apoio da 
direção para que as etapas possam ser implantadas. As etapas que 
compõem o SGA dentro do ciclo PDCA, conforme ABNT NBR ISO 14001 
(ABNT, 2015), são apresentadas a seguir:
• Política ambiental: documento em que a organização apresenta 
suas intenções e princípios referentes ao meio ambiente, devendo 
traçar seus objetivos e metas.
• Planejamento: contempla os aspectos ambientais, requisitos legais, 
objetivos e metas e os programas de gestão ambiental.
11
• Implementação e operação: deve elencar a estrutura 
organizacional e responsabilidade, treinamento e conscientização, 
comunicação, documentação do sistema de gestão ambiental, 
controle de documentos, controle operacional e atendimento a 
emergências.
• Verificação e ação corretiva: etapa de identificar os aspectos 
indesejáveis e promover ações de mitigação dos impactos 
negativos, bem como avaliar o desempenho ambiental, buscando 
a melhoria contínua do sistema. Nesta fase está incluso o 
monitoramento e medições, não conformidades, ações corretivas 
e preventivas e os registros.
• Revisão gerencial: é a etapa da análise crítica dos resultados e a 
execução da melhoria contínua.
3. A auditoria ambiental
A auditoria ambiental, mesmo sendo um ato considerado voluntário ou 
compulsório, é vista como excelente ferramenta para a gestão ambiental 
a ser implantada nas instituições, pois o conjunto de ações desprendidas 
para aplicação da auditoria, proporciona um retrato da situação atual 
da organização. A ABNT NBR ISO 19011:2018 descreve a auditoria 
como “processo sistemático, independente e documentado para obter 
evidência objetiva e avaliá-la objetivamente, para determinar a extensão 
na qual os critérios de auditoria são atendidos” (ABNT, 2018, p. 1).
O processo de auditoria envolve diversos atores, em que as principais 
partes envolvidas são o cliente, a parte interessada (que custeia a 
auditoria), o auditado (responsável por apresentar os processos que 
serão avaliados), e o auditor (profissional responsável pela condução da 
auditoria) (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2014). A auditoria ambiental 
12
é uma das ferramentas de gestão ambiental que contempla em seu 
programa as características apresentadas na Figura 2.
Figura 2 – Características relevantes do processo de auditoria
 
Fonte: adaptada de Hedstrom (1994 apud PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2014, p. 937).
A entidade internacional de padronização e normatização, denominada 
International Organization for Standardization (ISO), é uma organização 
não governamental fundada em 1946 na Suíça, composta por diversos 
especialistas que compartilham conhecimento e estabelecem padrões 
(ISO, 2020). No Brasil, as normas aplicadas à auditoria são elaboradas 
e traduzidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 
uma entidade privada sem fins lucrativos, e membro fundador da 
International Organization for Standardization (ISO). A norma ISO, utilizada 
13
para auditoria no território brasileiro, é a ABNT NBR ISO 19011:2018, que 
apresenta as diretrizes para a auditoria de sistemas de gestão.
Existe um conjunto de normas que auxilia na implantação do sistema 
de gestão ambiental, denominado série ISO 14000. Cada norma que 
compõe esse grupo, tem características distintas; dentre elas destaca-se:
• NBR ISO 14001:2015 – apresenta requisitos e orientações do 
Sistema de Gestão Ambiental.
• NBR ISO 14004:2015 – apresenta diretrizes gerais para a 
implementação do Sistema de Gestão Ambiental.
• NBR ISO 14006:2014 – apresenta diretrizes para implantar 
ecodesign.
• NBR ISO 19011:2018 – apresenta requisitos da auditoria ambiental.
• NBR ISO 14020:2004 – apresenta os princípios gerais para a 
rotulagem ambiental.
• NBR ISO 14021:2004 – autodeclarações para a rotulagem 
ambiental.
• NBR ISO 14024:2004 – declarações tipo II para a rotulagem 
ambiental.
• NBR ISO 14025:2004 – declarações tipo III para a rotulagem 
ambiental.
• NBR ISO 14031:2015 – apresenta avaliação de desempenho 
ambiental.
• NBR ISO 14044:2015 – apresenta requisitos da avaliação do ciclo de 
vida.
14
• NBR ISO 14063:2009 – apresenta diretrizes da comunicação 
ambiental.
3.1 Classificações da auditoria
Existem diferentes tipos de auditoria ambiental, sendo possível 
classificá-las quanto à natureza da parte auditora, quanto aos critérios, 
ou quanto aos objetivos que se espera alcançar (PHILIPPI JR.; ROMERO; 
BRUNA, 2014). Os conceitos empregados na auditoria, classificada de 
acordo com a parte auditora, derivam do sistema de qualidade, e se 
subdividem em três partes conforme a Figura 3.
Figura 3 – Classificação de acordo com a parte auditora
Fonte: adaptada de Philippi Junior, Romero e Bruna (2014, p. 940).
15
A classificação, de acordo com os critérios de auditoria, é empregada 
baseando-se em um padrão de referência:
• Auditoria de conformidade legal: utilizada para verificar a 
adequação da organização com a legislação ambiental. Pode ser 
utilizada como prévia para o recebimento de agente fiscalizador 
em processo de renovação de licença de operação, por exemplo.
• Auditoria de desempenho ambiental: compara os indicadores de 
desempenho ambiental, como o consumo de água e a geração de 
efluentes.
• Auditoria de sistemas: é a auditoria do Sistema de Gestão 
Ambiental (SGA) implantado na organização, identificando o 
cumprimento dos procedimentos do SGA, seguindo os preceitos 
estabelecidos na ABNT NBR ISO 14.001:2015 (ABNT, 2015).
O terceiro tipo de auditoria é classificado de acordo com os objetivos 
que se pretende alcançar.
• Auditoria de certificação ambiental: realizada por empresas 
sem vínculo com a organização auditada, cujo objetivo é obter a 
certificação.
• Auditoria ambiental de acompanhamento: é a auditoria que 
averigua se existem inconformidades ou pontos de melhorias.
• Auditoria ambiental de correção (Follow-Up): averigua se as 
inconformidades foram solucionadas.
• Auditoria de responsabilidade (Due Diligence): está relacionada 
com passivos ambientais existentes na empresa. Muito utilizada 
em processos de aquisições de outras organizações ou no 
descomissionamento de instalações industriais, processo de 
encerramento de indústrias.
16
• Auditoria ambiental de sítio: avalia o grau de contaminação de 
uma área.
• Auditoria compulsória: utilizada para verificar o cumprimento legal 
de uma auditoria ambiental.
A auditoria ambiental é um excelente indicador da situação do sistema 
de gestão ambiental implantada na instituição,podendo proporcionar 
os mais diversos benefícios, dentre eles a avaliação e melhoria 
contínua das atividades desenvolvidas pela organização, bem como a 
melhoria da imagem da marca, tornando-se uma vantagem diante dos 
concorrentes. É possível mensurar o desempenho ambiental a partir 
da auditoria, permitindo, assim, estabelecer relações financeiras entre 
as organizações, pois o resultado da auditoria permitirá avaliar custos 
de passivos ambientais, por exemplo. Outra forma da aplicabilidade 
da auditoria ambiental a partir das relações financeiras é subsidiar 
informações à contabilidade ambiental.
O ramo ambiental dentro da contabilidade, ganhou destaque a partir da 
publicação, em 1997, do “relatório financeiro e contábil sobre passivo e 
custos ambientais” emitido pelo United Nations Intergovernmental Working 
Group of Experts on International Standards of Accouting and Reporting 
(ISAR), grupo de especialistas em padrões internacionais das Nações 
Unidas, no qual sugeriu-se um modelo que evidenciasse informações 
ambientais nas demonstrações contábeis das organizações (FERREIRA; 
SIQUEIRA; GOMES, 2012).
O processo de auditoria, bem como outros instrumentos de avaliação, 
possui limitações, sejam elas operacionais, amostrais, impossibilidade 
de averiguar todos os equipamentos ou documentos da empresa, 
incapacidade de prever possível cenários, sendo possível apenas estimar 
os riscos inerentes a atividades desenvolvidas pela organização atrelada 
ao cenário atual em que se encontra (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 
2014, p. 948).
17
O resultado da auditoria é uma excelente fonte de informações sobre 
a situação da organização; os dados coletados subsidiam gestores nas 
tomadas de decisão, e determinam ações corretivas e preventivas, 
contribuindo, também, com adoção de ações de melhoria contínua.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 19011-2018 – 
Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001-2015 – 
Sistema de Gestão Ambiental – requisitos e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
AGÊNCIA EFE. Principais acidentes em usinas nucleares no mundo. G1, [s.l.], 20 
de abril de 2011. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/04/
principais-acidentes-em-usinas-nucleares-no-mundo.html. Acesso em: 18 set. 2020.
BRASIL. Lex: Coletânea: legislação de Direito Ambiental: Política Nacional de Meio 
Ambiente – Lei 6.938. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
FERREIRA, Aracéli C. de S.; SIQUEIRA, José R. M. de; GOMES, Mônica Z. 
Contabilidade ambiental e relatórios sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ISO. OUR STORY BEGINS IN 1946. 2020. Disponível em: https://www.iso.org/about-
us.html#4. Acesso em: 18 set. 2020
JABBOUR, Ana B. L. de S.; JABBOUR, Charbel J. C. Gestão Ambiental nas 
Organizações: fundamentos e tendências. São Paulo: Atlas, 2013.
O GLOBO. Desastre de Minamata, crime ecológico que deixou marcas por décadas 
no Japão. O Globo, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.
com/fatos-historicos/desastre-de-minamata-crime-ecologico-que-deixou-marcas-
por-decadas-no-japao-10102255. Acesso em: 18 set. 2020.
PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. 2 ed. 
São Paulo: Manole, 2014.
18
Normas aplicadas a auditoria 
ambiental
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Caroline Hatada de Lima
Objetivos
• Conhecer as diretrizes da ABNT NBR ISO 14001:2015.
• Compreender a importância da ABNT NBR ISO 
9001:2015.
19
• Entender os requisitos da ABNT NBR ISO 19011:2018.
1. Introdução
Neste material, você estudará as leis e normas aplicadas à auditoria 
ambiental e sua importância para a implementação do sistema de 
gestão. O sistema de gestão é composto por diversas normas, dentre 
elas temos a ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015b) que contribui 
na melhoria do desempenho das organizações, pois insere a temática 
ambiental na estratégia das empregas. A adoção de práticas de gestão 
ambiental, como a redução de desperdícios no processo produtivo e/
ou utilização eficiente dos recursos, proporciona à organização uma 
melhor visibilidade no mercado em que atua, e uma adequação às 
exigências internacionais, podendo melhorar a competividade entre 
os concorrentes de mercado e contribuir na exportação de seus 
produtos. É importante para as intuições avaliarem o sistema de gestão 
implantado, pois a análise permite identificação da situação atual da 
gestão ambiental da empresa. Essa avaliação por ser realizada com a 
implementação de auditoria por meio das orientações estabelecidas na 
ABNT NBR ISO 19011:2018, versão corrigida de 2019 (ABNT, 2019).
2. Noções da NBR ISO 14001
ISO é a sigla da entidade não governamental International Organization 
for Standardization (Organização Internacional de Padronização), 
responsável por desenvolver e atualizar as normas por ela emitida. 
No Brasil, o representante responsável pelas normas é a Associação 
Nacional de Técnicas (ABNT), juntamente com seus Comitês Brasileiros 
(ABNT/CB), Organismos de Normatização Setorial (ABNT/ONS) e 
Comissões de Estudos Especiais (ABNT/CEE). A ABNT NBR ISO 14001 
20
é a responsável por orientar a implementação do sistema de gestão 
ambiental nas organizações, e passou por diversas atualizações desde 
sua criação em 1996. Cada atualização buscou melhorias na ferramenta 
de gestão, conforme podemos observar na Figura 1.
Figura 1 – Evolução histórica da ABNT NBR ISO 14001
Fonte: adaptada de Dias (2019, p. 115).
A ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015b) estabelece requisitos 
mínimos para a implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) 
em uma organização, contribuindo na comparação entre o sistema de 
gestão implantado com a legislação ambiental vigente. Dessa maneira, 
poderá proporcionar o aprimoramento dos controles internos aplicados 
à instituição e, ao mesmo tempo, atender os limites estabelecidos na lei. 
Segundo Dias (2019), a ABNT NBR ISO 14001:2015 tem como objetivo:
[...] conduzir a organização dentro do SGA certificável, estruturado e 
integrado à atividade geral da gestão, especificando os requisitos que 
deve apresentar e que sejam aplicáveis a qualquer tipo e tamanho de 
organização. [...] a norma ISO 14001, embora bastante detalhada na 
21
exigência dos procedimentos que devem ser adotados para a implantação 
de um SGA, não estabelece metas e pode ser adotada por empresas de 
qualquer tipo e tamanho. (DIAS, 2019, p.111)
A implementação do sistema de gestão ambiental pode garantir à 
empresa uma rastreabilidade documental da gestão, e ser capaz de 
subsidiar uma melhoria contínua no desempenho ambiental. Neste 
contexto, as empresas detentoras do certificado ABNT NBR ISO 
14001:2015 (ABNT, 2015b) não podem ser consideradas ausentes 
de emissões de poluição frente as atividades que desempenham. A 
certificação apenas atesta que a instituição opera dentro de práticas 
adotadas segundo as normas NBR ISO, a fim de mitigar os impactos 
ambientais provocados por suas atividades e em conformidade com as 
normas ambientais.
A ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015b) possui componentes 
essenciais para a implementação do SGA. De acordo com a própria 
norma, os elementos são:
• Política ambiental: parâmetro norteador das intenções da 
instituição, estabelecendo a estratégia ambiental da organização. 
Deve conter em seu texto elementos apropriados ao propósito e 
ao contexto da organização, descrevendo os objetivos ambientais, 
o comprometimento com a proteção ambiental e a prevenção da 
poluição, atendendo aos requisitos legais e o comprometimento 
com a melhoria contínua do sistema de gestão ambiental.
• Liderança: o item 5 da norma ABNT ISO 14001:2015 apresenta 
a necessidade do comprometimento da alta administração 
quanto à prestação de contas referentes à eficácia do sistema, 
bem como disponibilização de recursos financeiros, sociais que 
forem necessários para a implementação do sistemade gestão 
ambiental. Apoiar e dirigir os colaboradores que contribuem na 
eficácia do processo, além de assegurar a comunicação à toda 
22
organização acerca da importância do sistema de gestão ambiental 
também são essenciais para o SGA.
• Planejamento: consiste em elencar e implantar procedimentos 
capazes de identificar os aspectos ambientais de suas atividades 
que interagem com o meio ambiente de maneira positiva ou 
negativa, garantindo que os aspectos geradores de impactos 
significativos possam ser mapeados em atendimento aos 
requisitos legais.
• Implementação e operação: tem a finalidade de garantir as 
condições necessárias para o cumprimento dos requisitos 
estabelecidos na política ambiental da organização, bem como 
conduzir a execução dos programas definidos na etapa de 
planejamento (PESSOA et al., 2018).
• Avaliação de desempenho: o item 9 da norma ABNT ISO 
14001:2015, esclarece a importância da realização do 
monitoramento, medições e análises para caracterizar a eficácia 
e o desempenho do sistema de gestão ambiental, considerando 
os aspectos ambientais significativos, a determinação dos 
métodos que serão adotados na medição, análise e avaliação 
dos resultados, bem como o atendimento aos requisitos legais, 
estabelecendo a frequência da avaliação. A implementação 
da auditoria ambiental interna é um exemplo de avaliação de 
desempenho. O uso dessa ferramenta descreverá o cenário atual 
da instituição diante dos requisitos estabelecidos pela própria 
organização e da norma ABNT NBR ISO 14001:2015. Outra 
maneira de realizar a avaliação de desempenho é por meio da 
análise crítica da direção da organização, devendo ser realizado de 
maneira periódica com intervalos planejados.
• Melhoria: é a oportunidade de a organização elencar a adoção 
de ações de melhoria estabelecidas nos objetivos do sistema 
de gestão ambiental. Nesta etapa, a instituição considera os 
resultados obtidos na avaliação de desempenho e propõem as 
23
ações de melhoria contínua que podem ser ações corretivas ou 
adoção de instrumentos de prevenção da poluição.
De acordo com Dias (2019), as organizações certificadas pela versão 
de 2004 da ABNT NBR ISO 14001, tiveram um prazo de três anos para 
adaptarem seu sistema de gestão ambiental às novas exigências legais 
estabelecidas pela atualização da ISO 14001:2015.
3. ABNT NBR ISO 14063:2009
A norma ABNT NBR ISO 14063:2009 (ABNT, 2009) estabelece diretrizes 
e exemplos de comunicação ambiental. Comunicar o desempenho, 
valores e ações adotadas pela organização frente a temática ambiental 
tem se tornado cada vez mais comum, e a exigência dessa abordagem 
tem crescido, principalmente entre os clientes mais consciente. De 
acordo com Oliveira (2014), o papel da comunicação organizacional é:
[...] o resultado do desenvolvimento da gestão estratégica nas empresas, 
onde se busca, principalmente, resultados financeiros e o fortalecimento 
da imagem, a comunicação tem ganhado papel de destaque e a busca 
pela sua eficácia se mostra, não apenas necessária, mas essencial para o 
atendimento dos objetivos propostos pela empresa. (OLIVEIRA, 2014, p. 3)
A norma ABNT NBR ISO 14063:2009 apresenta a definição da 
comunicação ambiental como um diálogo a ser realizado entre as partes 
interessadas, ilustrando de modo sugestivo um fluxo de comunicação 
ambiental dentro da organização. Os elementos estruturantes da norma 
de comunicação ambiental ABNT NBR ISO 14063:2009 (ABNT, 2009) 
são: escopo, termos e definições, princípios da comunicação ambiental, 
política da comunicação ambiental, estratégias da comunicação 
ambiental e atividades da comunicação ambiental.
24
Os cinco princípios norteadores da comunicação ambiental descritos na 
norma ABNT NBR ISO 14063:2009 (ABNT, 2009) são:
• Transparência: fazer com que os processos, métodos, fontes 
de informação e suposições usadas na comunicação ambiental 
estejam à disposição das partes interessadas.
• Propriedade: fazer com que a informação fornecida na 
comunicação ambiental seja pertinente para as partes 
interessadas.
• Credibilidade: conduzir a comunicação ambiental de forma 
honesta, justa e fornecer informações que sejam verdadeiras.
• Receptividade: assegurar que a comunicação ambiental seja aberta 
às necessidades das partes interessadas.
• Clareza: assegurar que as abordagens e a linguagem da 
comunicação ambiental sejam compreensivas às partes 
interessadas. (ABNT, 2009. p, 2-3)
A comunicação ambiental organizacional, ainda que seja uma ação 
voluntária, reflete as práticas adotas e a importância que a instituição 
atribui a temática ambiental dentro de sua estratégia de gestão.
4. ABNT NBR ISO 14031
A norma ABNT NBR ISO 14031:2015 (ABNT, 2015c) apresenta 
as diretrizes para avaliação de desempenho ambiental de uma 
organização. A norma de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), 
pode ser aplicada em conjunto com a ABNT NBR ISO 14001:2015, 
fornecendo-lhe suporte ou sendo implementada separadamente. 
Buscar caminhos para entender, melhorar e demonstrar o desempenho 
25
ambiental da organização pode ser uma estratégia importante para 
identificar setores que necessitam de melhorias (ABNT, 2015b).
Os elementos que compõem a estrutura da ABNT NBR ISO 14031:2015 
(ABNT, 2015) em termos práticos, conforme fluxo apresentado na norma 
são:
• Planejar: fase que engloba o planejamento da avaliação de 
desempenho e seleção dos indicadores a serem utilizados na 
avaliação.
• Executar: fase composta por coleta de dados, análise de conversão 
de dados, acesso a informações e relato e comunicações.
• Verificar e agir: etapa que contempla a análise crítica e a melhoria 
da avaliação de desempenho ambiental.
A avaliação de desempenho ambiental e a auditoria ambiental, como 
esclarece a própria ABNT NBR ISO 14031:2015, são ferramentas 
complementares. Os dados e informações coletados na auditoria 
ambiental, poderão subsidiar a ADA.
5. ABNT NBR ISO 19011:2018
A norma ABNT NBR ISO 19011:2002 consolidou as diretrizes para 
auditoria do sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. A 
atualização, em 2012, trouxe a alteração para todos os sistemas de 
gestão. A versão da norma em 2018, corrigida em 2019, traz no prefácio 
da própria norma ABNT (2019) as principais alterações realizadas em 
relação a edição anterior. São elas:
- inclusão da abordagem baseada sobre a gestão de um programa de 
auditoria incluindo riscos do programa de auditoria;
26
- ampliação da orientação sobre a gestão de um programa de auditoria, 
incluindo riscos do programa de auditoria;
- ampliação da orientação para conduzir uma auditoria, particularmente na 
Seção sobre planejamento da auditoria;
- ajuste na terminologia para refletir o processo e não objeto (“coisa”);
- remoção do Anexo contendo requisitos de competência para auditar 
disciplinas específicas do sistema de gestão (devido ao grande número 
de normas particulares de sistemas de gestão, não seria prático incluir 
requisitos de competência para todas as disciplinas);
- ampliação do Anexo A para fornecer orientação sobre (novos) conceitos 
de auditoria, como contexto organizacional, liderança e comprometimento, 
auditorias virtuais, compliance e cadeia de suprimento. (ABNT, 2019, p. 7)
Os elementos que estruturam a ABNT NBR ISO 19011:2018 são definidos 
conforme Figura 2.
Figura 2 – Estrutura da ISO 19011:2018
27
Fonte: adaptado de ABNT (2019).
A ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) estrutura-se em itens 
norteadores, e quando implementados, garantem uma auditoria 
eficiente, demonstram as não conformidade a serem tratadas pela 
instituição, e subsidiam as decisões da administração da organização 
que poderão propor ações corretiva ou mitigadora. Cada item elencado 
na estrutura tem seu papel na implementação da auditoria dos sistemas 
de gestão que poderá ser da qualidade, meio ambiente, saúde e 
segurança ou mesmo sistema de gestão integrado:
• Escopo: fornece orientações quanto à aplicação da norma.
• Termos e definições: abordam os significadosde diversas 
terminologias utilizadas ao longo do texto.
• Princípios: refere-se às condutas a serem seguida pelos auditores.
28
• Gerenciamento de um programa de auditoria: contempla as 
orientações para a gestão da auditoria.
• Condução da auditoria: elenca as etapas e atividades a serem 
desempenhadas.
• Competência e avaliação de auditores: trata da confiança no 
processo de auditoria, relacionadas à capacidade de aplicar 
conhecimento, e às habilidades técnicas e experiência na área a 
ser auditada.
Dentre as orientações abordadas na ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 
2019) os princípios da auditoria têm papel fundamental, e devem ser 
seguidos pelos auditores no momento da condução e gerenciamento 
do programa de auditoria. O conjunto de elementos que determinam 
a conduta esperada pelos auditores são baseadas nos seguintes 
princípios:
• Integridade: caraterística esperada referente à idoneidade dos 
auditores quanto à honestidade, responsabilidade e dedicação, 
bem como o desempenho da atividade com imparcialidade.
• Apresentação justa: apresentar as conclusões e relatórios com 
veracidade de informações, sendo retratada opiniões divergentes 
entre a equipe de auditoria e o auditado.
• Devido cuidado profissional: caracteriza-se pela capacidade do 
auditor em fazer julgamentos ponderados, ou seja, agir de maneira 
diplomática e cautelosa.
• Confidencialidade: necessidade de discrição no uso e proteção das 
informações coletadas no decorrer da auditoria.
• Independência: imparcialidade e objetividade na análise e 
conclusões durante a execução da auditoria, de forma que as 
29
atividades possam ser conduzidas ausente de viés tendenciosos e/
ou conflitos de interesse.
• Abordagem baseada em evidências: adoção de métodos 
racionais e planejados, de forma que possam ser verificados e 
disponibilizados no momento da auditoria. Alguns documentos 
existentes no setor podem ser considerados evidências; um 
exemplo é a forma como determinado funcionário executa uma 
tarefa. Essa ação pode ser avaliada mediante análise de manuais 
ou instrução de trabalho que contêm a descrição de como a 
atividade deve ser realizada. Dessa forma, mesmo que haja 
alteração do funcionário, o serviço continua sendo realizado do 
mesmo modo.
• Abordagem baseada em risco: assegurar que a condução da 
auditoria seja focada em assuntos inerentes ao alcance do 
programa de auditoria.
6. Semelhança entre a ABNT NBR ISO 
14001:2015 e ABNT NBR ISO 9001:2015
A última revisão realizada na norma ABNT NBR ISO 14001:2015 atribuiu 
uma estrutura semelhante à ABNT NBR ISO 9001:2015, pontos comuns 
como escopo, referencias normativas, termos e definições, contexto 
organizacional, liderança, planejamento, suporte, operação, avaliação de 
desempenho e melhoria são itens encontrados em ambas as normas. 
Essa similaridade entre as duas normas facilita a aplicação de uma 
auditoria ambiental interna de sistemas de gestão integrado, caso seja a 
vontade da organização. A norma “conhecer a ABNT NBR ISO 9001:2015” 
e sua aplicação, podem colaborar para a auditoria ambiental interna, 
em termos de cooperação entre os departamentos de meio ambiente 
e qualidade, visto que algumas organizações adotam a unificação das 
equipes de auditoria de primeira parte. A ABNT NBR ISO 9001:2005 é 
30
parte integrante do conjunto de normas que compõem e série ISO 9000, 
responsável pela gestão da qualidade nas organizações (ABNT, 2015a). 
A norma da qualidade, pode ser aplicada em conjunto com outras 
normas, por exemplo a ABNT NBR ISO 14001:2015 – Sistema de Gestão 
ambiental (ABNT, 2015b), pois ambas se assemelham quanto ao uso do 
método PDCA (do inglês: plan – do – check – act). Entretanto, a diferença é 
o objetivo aplicado à gestão da qualidade e a outra a gestão ambiental.
As organizações que almejam a certificação da ABNT NBR ISO 9001:2015, 
precisam cumprir os requisitos exigidos na presente norma, que 
podem trazer benefícios significativos para as instituições. Segundo a 
ABNT (2015a): “a adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma 
decisão estratégica para uma organização que pode ajudar a melhorar 
seu desempenho global e a prover uma base sólida para iniciativas de 
desenvolvimento sustentável.”
A implementação da gestão da qualidade nas organizações, poderá se 
subsidiar no uso das diversas normas que compõem a série ISO 9000. As 
principais são:
• ABNT NBR ISO 9000:2015 – apresenta os fundamentos e 
vocabulários do Sistema de gestão da qualidade.
• ABNT NBR ISO 9001:2015 – apresenta os requisitos do sistema de 
gestão da qualidade.
• ABNT NBR ISO 9004:2019 – apresenta orientação para alcançar o 
sucesso sustentado da gestão da qualidade.
• ABNT NBR ISO 10005:2007 – apresenta as diretrizes para os planos 
da qualidade.
• ABNT NBR ISO 10004:2013 – apresenta diretrizes para o 
monitoramento e medição da satisfação do cliente.
31
A ABNT NBR ISO 9001:2015 tem um papel importante na melhoria 
da qualidade dos processos, podendo funcionar como instrumento 
que contribui para a correção de processos ineficientes e inerentes 
a atividades desenvolvidas em uma organização. Segundo Carpinetti 
e Gerolamo (2019) o objetivo da implementação do sistema de 
gestão da qualidade é “a redução de riscos da não conformidade no 
atendimento de requisitos dos clientes e a consequente melhoria da 
eficácia e eficiência da organização, contribuindo para com a satisfação 
dos stakeholders”. Os stakeholders são as partes interessadas da 
organização. Outra tradução para o termo é “público de interesse”, ou 
seja, todos aqueles que influenciam ou estão envolvidos com a gestão, 
por exemplo, alta administração, acionistas, órgão públicos entre outros.
A norma ABNT NBR ISO 9001:2015 possui um conjunto de requisitos 
que deverão ser atendidos, semelhante à ABNT NBR ISO 14001:2015. 
Os princípios norteiam e alicerçam a norma, e são compostos por 
elementos, conforme apresentado na Figura 3.
Figura 3 – Princípios da ABNT NBR ISO 9001:2015
32
Fonte: adaptada de ABNT (2015a).
Os requisitos fundamentais baseados nos princípios da ABNT NBR 
ISO 9001:2015 (ABNT, 2015a) a serem implementados na organização 
podem ser observados a seguir:
• Contexto da organização: entender, avaliar e analisar o contexto 
em que a organização está inserida, considerando fatores 
internos e externos que possam interferir em seu funcionamento. 
O contexto da organização, também deve contemplar as 
necessidades e expectativas das partes interessadas, ou 
seja, identificar todos os envolvidos que se importam com a 
organização, bem como os objetivos que cada um almeja alcançar. 
A norma ABNT NBR ISO 9001:2015, elenca a necessidade de 
determinar o escopo do sistema de gestão ambiental e o sistema 
de gestão da qualidade e seus processos.
33
• Liderança: entendido como um papel importante em termos de 
atitude e comprometimento dos líderes. A liderança é responsável 
por avaliar e revisar a política da qualidade, realizar uma análise 
crítica do sistema de gestão, bem como se comprometer na 
definição dos papéis organizacionais (CARPINETTI; GEROLAMO, 
2019).
• Planejamento: o item 6 da norma esclarece a necessidade da 
organização considerar o contexto em que a instituição está 
inserida, as necessidade das partes interessadas, além de adotar 
ações para abordar riscos e oportunidades, ou seja, prever o 
gerenciamento dos efeitos desejais e indesejáveis que possam 
impactar a organização.
• Apoio: o item 7 da norma apresenta requisitos que envolvem os 
recursos de pessoas, infraestrutura, ambiente para operação de 
processos e para o monitoramento. Devem ser consideradas as 
limitações internas e a obtenção de ajuda externa. A organização 
deve determinar as competências necessárias dos envolvidos na 
implantação e que podem comprometer o desenvolvimento do 
sistema. A instituição, também deverá prover conscientização 
e comunicação pertinentes ao sistema de gestão da qualidade. 
É previsto nesta cláusula de suporte que as informações sejam 
documentadase que haja controle, estando disponíveis de 
maneira adequada para o uso, em formato digital e impresso, por 
exemplo.
• Operação: requisito 8 da norma que esclarece a necessidade de 
a organização planejar, implementar e controlar as etapas do 
processo, pois a etapa da operação será a execução do que foi 
planejado. Ou seja o item da norma aborda o esclarecimento dos 
pontos elencados nos itens anteriores com o intuito de fornecer 
um produto ou serviço em conformidade.
• Avaliação de desempenho: é o momento em que se analisa e 
avalia o percurso da organização diante da implementação do 
34
sistema de gestão da qualidade. Os itens dessa etapa, englobam 
a avaliação e satisfação do cliente, o monitoramento, medição, 
análise e avaliação, auditoria interna e análise crítica da direção.
• Melhoria: é o requisito 10 da norma em que se estabelece a 
importância de a organização selecionar e adotar ações de 
melhoria que podem ser corretivas ou inovadoras, por exemplo.
Conhecer as noções básicas que são estabelecidas na norma ABNT NBR 
ISO 9001:2015, bem como da ABNT NBR ISO 14001:2015, pode contribuir 
no trabalho em equipe, principalmente nas organizações que almejam a 
certificação, seja da qualidade, ambiental ou ambas.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistemas 
de Gestão da Qualidade–Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001:2015 – Sistema 
de Gestão Ambiental – requisitos e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2015b.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14031:2015 – Avaliação 
de desempenho ambiental–Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2015c.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14063:2009 – Diretrizes 
da Comunicação Ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 19011:2018, versão 
corrigida de 14.05.2019 – Diretrizes para a auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2019.
CARPINETTI, Luiz C. R.; GEROLAMO, Mateus C. Gestão da Qualidade ISO 9001:2015: 
requisitos e integração com a ISO 14001:2015. São Paulo: Atlas, 2019.
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Atlas, 2019.
JORNAL GRANDE BAHIA. A história da Kodak, a pioneira da fotografia que parou no tempo. 
Jornal Grande Bahia, Feira de Santana, 14 de outubro de 2017. Disponível em: https://
www.jornalgrandebahia.com.br/2017/10/a-historia-da-kodak-a-pioneira-da-fotografia-que-
parou-no-tempo/. Acesso em: 26 set. 2020.
OLIVEIRA, Carlos R. de. Comunicação Ambiental como Estratégia 
Organizacional. CoMtempo, São Paulo, v. 1, n. 6, jun. 2014. Disponível em: , Acesso 
em: 30 set. 2020.
35
Planejamento e condução da 
auditoria ambiental interna
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Caroline Hatada de Lima
Objetivos
• Conhecer as etapas da auditoria.
• Compreender a importância do planejamento 
ambiental.
• Entender o processo que envolve a condução da 
auditoria.
36
1. Introdução
Nesta Leitura Digital, você irá conhecer o planejamento e a condução de 
uma auditora ambiental interna. Estudará as etapas que envolvem o 
processo de implementação da auditoria, incluindo o planejamento, o 
programa de trabalho, a execução e o relatório de execução. A auditoria 
ambiental interna é um instrumento importante que contribui na 
verificação das ações e programas que compõem o sistema de gestão 
ambiental (SGA). Na ABNT NBR ISO 14001:2015, a auditoria é definida 
como “processo sistemático, independente e documentado, para obter 
evidência de auditoria e avaliá-la objetivamente, para determinar a 
extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos” (ABNT, 2015, p. 
5).
As auditorias internas são realizadas de acordo com os preceitos 
estabelecidos na ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), e são 
classificadas de acordo com o objetivo que se pretende alcançar. 
Dentre os tipos existentes de auditoria, têm-se: a auditora de acordo 
com a parte auditora; auditoria de conformidade legal; auditoria 
de certificação; auditoria ambiental de correção; auditoria de 
responsabilidade; auditoria de sítio e; auditoria compulsória. No 
contexto ambiental, a auditoria interna avalia o sistema de gestão 
ambiental (SGA) implantado na organização em função do escopo e 
objetivos definidos pela organização.
2. A auditoria interna
O processo da auditoria ambiental interna é descrito no item 9.2 
da ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015). A norma apresenta a 
exigibilidade da implantação do processo de auditoria com intervalos 
planejados. É recomendado a avaliação das conformidades diante dos 
37
requisitos criados pela organização ou estabelecidos em normas e leis, 
bem como os planos estabelecido no sistema de gestão ambiental, 
sendo necessário a análise da efetividade e eficácia dos planos.
A norma ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 2015) estabelece a 
necessidade de criação do programa de auditoria, que deverá conter 
critérios, escopo, seleção da equipe de auditores, definição das 
atividades e áreas que serão visitadas, e os registros das informações 
que irão evidenciar a implementação da auditoria.
3. Planejamento da auditoria
A etapa de planejamento caracteriza-se como a fase de pré-auditoria, 
que envolve a definição e o estabelecimento de diversos pontos que 
irão influenciar na condução dos trabalhos, bem como no resultado 
que será apresentado no relatório de conclusão da auditoria. Os itens a 
serem abordados no planejamento tem o intuído de facilitar a condução 
e conclusão das etapas que envolvem o processo da auditoria (PHILIPPI 
JR.; AGUIAR, 2014, p. 957). Os elementos mais importantes são:
• Definição do objetivo: envolve o resultado que se espera alcançar 
com a implementação da auditoria. É definido pela direção da 
organização ou partes interessadas.
• Definição do escopo: inclui o contexto em que a organização 
está inserida e o objeto da auditoria, tais como os programas 
dos controles ambientais que compõem o sistema de gestão 
ambiental.
• Definição dos critérios da auditoria: requisitos elencados pela 
organização. Será analisado de acordo com o tipo de auditoria e 
o resultado que se espera alcançar, como o monitoramento do 
sistema de gestão ambiental na busca de conformidades e pontos 
38
de melhorias. Poderá, também, ser o atendimento aos padrões 
normativos, caso o objetivo seja a implementação de auditoria de 
conformidade legal.
• Definição da equipe de auditores e auditados: definir os papéis 
de cada auditor envolvido na auditoria, bem como definir a 
capacidade técnica mínima necessária que os auditores deverão 
possuir. É possível, nesta etapa, elencar os custos com cursos e 
treinamentos para a equipe de auditores.
• Definição dos recursos: são necessários para a condução da 
auditoria e deverão contemplar recursos humanos, financeiros 
para as despesas que envolvem a execução e finalização da 
auditoria. Dentre eles, é possível ter despesas financeiras com 
transporte dos futuros auditores internos na realização do curso 
de aperfeiçoamento, material para impressão do relatório, 
necessidade de aquisição de equipamentos de comunicação e de 
segurança, dentre outras despesas.
• Informações preliminares: é a etapa utilizada para coletar dados 
necessários que irão nortear a situação atual da organização, 
bem como contribuir para a delimitação de áreas ou aspectos 
que precisarão de atenção durante a execução da auditoria 
ambiental interna. Dependendo do aspecto ambiental, a situação 
pode ou não significar risco aos objetivos da organização e, 
portanto, requer prioridade durante a verificação in loco. É 
possível, por exemplo, analisar o inventário de fontes de poluição 
da organização em conjunto com o fluxo de processo e a planta 
da unidade, e perceber que no inventário não foi mencionada 
a caixa de gordura do refeitório ou caixa separadora de água e 
óleo da área de abastecimento de mercadorias.Essa situação iria 
exigir atenção do auditor interno durante a visita para identificar 
a existência ou não destes elementos. Priorizar áreas não significa 
negligenciar os demais setores. Outras fontes de informações são 
as licenças ambientais, relatórios das manutenções corretivas, 
39
preventiva e preditivas de todos os equipamentos da organização, 
mapa de riscos, registros de acidentes, entre outros. Cabe, neste 
item, verificar a existência de fluxogramas dos resíduos gerados na 
organização, visando nortear a visita de campo.
• Elaboração de questionário norteador: é utilizado na condução da 
auditoria. É comum adotar o modelo checklist que contemplará 
dados coletados na etapa das informações preliminares. O 
questionário servirá, também, de suporte/registro das informações 
e observações da visita de campo e subsidiará o relatório final. 
É comum que este questionário apresente dados como o nome 
organização, data da auditoria, o item da norma ABNT NBR ISO 
14001:2015 que está sendo avaliada, setor da organização e campo 
de observações ou informações adicionais.
• Estabelecimento de cronograma e das atividades dos auditores: 
envolve a montagem de um plano de ação, com as atividades que 
serão realizadas em campo.
Na etapa de planejamento, conforme norma ABNT NBR ISO 14001:2015 
(ABNT, 2015), a organização estabelece ações para abordar aspectos 
significativos, os requisitos legais e a identificação dos riscos e 
oportunidades.
É importante lembrar que o auditor responsável pela condução do 
processo precisa de conhecimento a respeito dos requisitos legais a 
qual a organização está sujeita, dos aspectos técnicos de controles 
operacionais de meio ambiente, para assim conduzir melhor o processo 
de auditoria. Estabelecidos os elementos do planejamento, norteadores 
da condução do processo de auditoria, cabe ao auditor dar início aos 
trabalhos de campo.
40
3.1 A auditoria ambiental e a matriz de risco
É possível utilizar a matriz de risco como ferramenta que irá auxiliar 
o planejamento da auditoria ambiental interna. A princípio, é preciso 
compreender a definição de risco e diferenciá-lo do conceito de perigo. 
Diversos são os conceitos atribuído ao termo risco, no setor financeiro, 
por exemplo, o termo está relacionado a perdas e incertezas. Oliveira 
e Pinheiro (2018, p. 50) descrevem risco como “dispersão de resultados 
inesperados decorrentes do movimento de variações financeiras, assim, 
o desvio tanto positivo como negativo deve ser considerado como fonte 
de risco”.
O risco também pode ser associado a uma percepção humana que 
determina o modo como o indivíduo irá agir diante de determinada 
situação, considerando muitas vezes sua experiência de vida e uma 
avaliação subjetiva da aceitação do risco. Quando o risco é pequeno se 
comparado aos benefícios que se espera alcançar, tende-se a tolerá-lo 
(AQUINO; PALETTA; ALMEIDA, 2017).
Diante do exposto é importante diferenciar risco do conceito de 
perigo. Embora exista uma relação entre ambos, o perigo retrata a 
potencialidade da ocorrência do risco. A NR 10 que trata da segurança 
em instalações e serviços em eletricidade (BRASIL, 1978, p.12), define 
perigo como “situação ou condição de risco com probabilidade de causar 
lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de 
controle”.
Assim, ao observarmos o termo risco no contexto das organizações, 
é possível identificar o conceito mais atrelado à probabilidade da 
ocorrência de determinado evento e os possíveis impactos que possam 
surgir, independentemente de ser positivo, como uma oportunidade, 
ou negativo, significando uma ameaça. Dessa forma, adotar medidas 
de controle pode ser uma maneira eficaz de gerenciar riscos as quais 
as organizações estão expostas diante da atividade que desempenham. 
41
As atividades realizadas por uma empresa pequena ou grande sempre 
apresentará risco, seja ele baixo ou alto o importante é conhecer, 
analisar e gerir os riscos inerentes ao seu processo. Oliveira e Pinheiro 
(2018) defendem que:
[...] conhecer os riscos, comprovar se existem ferramentas, decisões ou 
ações que possam reduzi-los ou eliminá-los e calcular os custos associados 
a essas iniciativas são algumas das questões que o gestor deve considerar 
antes de empreender ou conduzir qualquer atividade. (OLIVEIRA; 
PINHEIRO, 2018, p. 50)
A matriz de risco e suas análises, quando elaborada para o sistema de 
gestão ambiental, tem o papel de elencar os riscos das atividades da 
organização, bem como os riscos atrelados ao contexto que ela está 
inserida, podendo, também, contribuir para a prevenção de acidentes 
ambientais e permitir a exploração de oportunidades diante dos 
riscos positivos encontrados. A matriz é o resultado das ferramentas 
implantadas no gerenciamento de risco de uma organização. Assim, 
algumas organizações constroem sua matriz de risco e a utilizam como 
ferramenta para a tomada de decisão.
A construção da matriz de risco é realizada considerando a 
probabilidade da ocorrência de determinado evento e o impacto a 
ele associado. De acordo com o item 6.4 da norma ABNT NBR ISO 
31000:2018 (ABNT, 2018), o processo para a avaliação do risco consiste 
em:
• Identificação do risco: encontrar, reconhecer e descrever fatores 
que possam interferir no objetivo, finanças ou mesmo o processo 
da organização.
• Análise de risco: etapa responsável por compreender todos os 
elementos associados ao risco, tais como probabilidade do evento, 
natureza e magnitude de impacto, cenários possíveis, adoção de 
métodos de controle e a eficácia de controlar o risco.
42
• Avaliação do risco: etapa de comparação dos resultados e decisão 
sobre quais riscos serão tolerados e quais deverão receber ações 
da organização.
O modelo comum utilizado para representar a matriz de risco é 
composto por um eixo que apresenta a probabilidade de ocorrência de 
um evento e, no outro eixo, o impacto relacionado. A norma ABNT NBR 
ISO 31000:2018 (ABNT, 2018) recomenda monitoramento contínuo e a 
análise crítica do processo de gestão de riscos. Eles devem integrar de 
maneira estratégica a gestão de desempenho, medições e relatórios 
da organização. Dessa forma, o instrumento de auditoria ambiental 
interna pode contribuir para o monitoramento de risco e apontamento 
de melhorias no uso da matriz de risco, com o objetivo de analisar 
os aspectos e impactos ambientais de cada processo da instituição 
elencados no sistema de gestão ambiental, podemos notar uma 
interação entre a área de gerenciamento de risco da organização e o 
sistema de gestão ambiental.
As ações referentes aos riscos e oportunidades que as organizações 
estão sujeitas foram inseridas na norma ABNT NBR ISO 14001:2015 
(ABNT, 2015), onde estabeleceu-se que a etapa do planejamento do 
sistema de gestão ambiental deve contemplar ações para abordar riscos 
e oportunidades, relacionados aos seus aspectos ambientais, requisitos 
legais e outros requisitos relacionados ao contexto da organização e as 
necessidades das partes interessadas.
Dessa forma, a matriz de risco pode contribuir para a auditoria 
ambiental interna no planejamento e execução, conforme pontos 
estabelecidos na norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019):
• Etapa de planejamento: o objetivo da auditoria poderá utilizar os 
aspectos e impactos significativos elencados na matriz de risco 
da organização, bem como avaliar a capacidade do auditado de 
43
determinar risco e oportunidades e identificar e implementar 
ações eficazes para abordá-los.
• Etapa de execução da auditoria: a matriz poderá contribuir para 
verificar a eficiência dos controles adotados pela organização para 
mitigar risco.
O auditor interno não é responsável pela construção da matriz de 
risco, porém, é necessário que ele tenha visão de risco e oportunidades 
para planejar e conduzir a auditoria ambiental, conforme recomenta 
a norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019). Cabe a organização 
apresentá-la dentro do sistema de gestão ambiental elencandoos riscos 
e oportunidades, como menciona a norma ABNT NBR ISO 14001:2015 
(ABNT, 2015). O auditor pode recomendar à direção da organização que 
faça a construção da matriz de risco.
4. Condução do processo de auditoria
A auditoria se inicia com a reunião de abertura da auditoria. Nela, 
são apresentados os atores envolvidos no processo, como o auditor, 
facilitadores e auditados. Nesta reunião, são relatados os locais que 
serão auditados, bem como a explicação dos objetivos da auditoria. Este 
processo é observado na Figura 1.
44
Figura 1 – Etapas de execução da auditoria
Fonte: adaptada de ABNT (2019).
Seguir cada etapa que envolve a execução da auditoria é fundamental 
para a condução do processo. Assim, permite-se esclarecer os papeis 
de cada membro da equipe de auditores, a importância da auditoria 
para a organização e para os setores auditados e apresentar o método 
adotado que será implementado. É na fase da reunião de abertura que o 
auditor poderá esclarecer se haverá a necessidade de teste de avaliação 
de processo. Por exemplo, em caso de dúvidas, o auditor poderá abrir a 
torneira do chuveiro e lavar olhos para verificar se a água residual está 
sendo direcionada para algum ralo ou caixa de contenção.
É preciso conhecer o funcionamento de toda a unidade que será 
auditada, devendo-se, portanto, realizar uma visita inicial, mesmo nos 
casos de auditorias internas realizada por funcionários da própria 
organização. É preciso lembrar que os colaboradores que irão realizar a 
auditoria pertencem ao quadro de funcionários de outro departamento 
da empresa, portanto desconhece a área auditada.
45
Realizada a visita de reconhecimento dos setores, é o momento de 
iniciar a parte prática da auditoria. Existem diversas técnicas para 
a coleta de informações a serem observadas e verificadas em cada 
departamento. Por exemplo, ao adotar a técnica da entrevista com um 
funcionário que abastece as linhas de produção, é possível verificar 
se os resíduos provenientes de embalagens são deixados na linha de 
produção ou se retornam para o almoxarifado e dessa forma comparar 
com o fluxo de resíduos do setor. 
Outra técnica é observar as informações contidas na instrução de 
trabalho e a forma como ela é executada. Por exemplo, a instrução 
de trabalho do processo de prensagem do lodo da estação de 
tratamento de efluente, requer que o resíduo contenha a menor 
quantidade possível de água, com o intuito evitar vazamentos durante o 
transporte. Neste caso, o auditor poderá observar se o tempo de prensa 
estabelecido na instrução está sendo cumprido e se as “tortas” de lodo 
possuem teor de umidade, ou seja, se ainda estão líquidas.
Considerando que os setores auditados possuem ciência da 
possibilidade da realização de testes durante a auditoria ambiental 
interna, o auditor poderá requerer do operador da área de resíduos 
que ele realize a pesagem de algum material no setor, a fim de verificar 
se a balança funciona, ou mesmo se o operador segue o procedimento 
de operação da área. Essa e as demais técnicas de coleta de dados 
precisam estar descritos no escopo da auditoria e esclarecidos na 
reunião inicial (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2014). É durante a realização das 
vistorias que se observa o cumprimento dos requisitos estabelecidos 
pela organização, além dos pontos de melhorias que poderão ser 
descritos como recomendações no relatório final da auditoria.
A reunião de encerramento é a apresentação dos resultados e 
constatações observadas ao longo do processo de condução da 
auditoria ambiental interna à direção do auditado. Cabe salientar a 
46
necessidade de realizar uma comunicação clara e objetiva com intuito de 
reduzir dúvidas e contestações quanto às situações não conforme.
Ao planejar a reunião de encerramento, é importante que o auditor 
interno contemple elementos como descrever como foi a realização 
do evento, enfatizar a adequada receptividade dos setores auditados, 
apresentar as práticas positivas desempenhadas pela organização e 
relatar as constatações observadas consideradas como desvios do 
objetivo do sistema de gestão ambiental. Mattos e Gehlen (2018, p.´60) 
sugerem que “a pauta de encerramento de auditoria e o relatório devem 
ressaltar tanto os pontos negativos como os positivos identificados, já 
que a auditoria não é apenas um agente fiscalizador”.
Na reunião de encerramento o auditor interno deve abordar as não 
conformidades encontradas que precisam ser corrigidas em virtude dos 
riscos que apresentam para a organização. Neste momento, poderão 
ser alinhadas com a direção do auditado as possíveis ações de melhorias 
referentes aos desvios encontrados em cada setor. O auditor interno 
poderá enfatizar a importância do sistema de gestão ambiental para a 
empresa, pois permite melhor compreensão sobre os impactos positivos 
ou negativos inerentes a atividades desempenhadas pela organização e 
que a adoção de ciclos de auditorias ambientais internas pode contribuir 
para a melhoria contínua dos processos inerentes a instituição.
4.1 Documentos, dados e registros ambientais
Analisar os documentos pertinentes ao sistema de gestão ambiental 
é essencial na implementação da auditoria ambiental. É importante 
conhecer os planos e programas que compõem o sistema de gestão 
ambiental antes e após a visita de campo da auditoria, pois ele auxilia na 
aplicação prática da implementação do sistema, bem como comprova o 
cumprimento da norma. (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2014).
47
Existem diversos documentos a serem observados, entre eles 
procedimentos interno, licenças ambientais vigentes e seus 
condicionantes, cronogramas, planos de gerenciamento ambiental, 
registros ambientais, entre outros. Os registros ambientais são fatos 
que ocorreram em determinado momento da organização, devendo ser 
registrados e não alterados. Por exemplo, se a organização produziu 
20 toneladas de resíduos industriais em um mês, essa informação 
consta-se registrada no plano de gerenciamento de resíduos sólidos da 
organização, como o inventário dos resíduos e no manifesto de carga; no 
mês seguinte, esse volume pode variar, mas o registro do mês anterior 
não pode ser alterado. Os diversos tipos de documentos que compõem 
um sistema de gestão estão listados na Figura 2.
Figura 2 – Diferentes tipos de documentos que compõem o sistema 
de gestão
Fonte: adaptada de Philippi Jr. e Aguiar (2014, p. 962).
48
Os tipos de documentos elencados anteriormente são válidos para todos 
os sistemas de gestão, e o modo como estará disposto para consulta, 
dependerá da gestão de documentos adotado pela organização.
4.2 Comunicação e disponibilidade de acesso à 
informação
A norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) prevê no item 
6.4.4 a possibilidade e/ou necessidade de estabelecer comunicações 
entre a equipe de auditores, ou mesmo relatar informações às partes 
interessadas. Essa comunicação e troca de informações entre os 
auditores poderá ocorrer em horários pré-estabelecidos que poderão, 
após o encerramento do período de coleta de informações daquele 
dia ou turno de trabalho, momento que se avalia as situações de não 
conformidades (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2014).
A disponibilidade de acesso às informações, depende de vários fatores, 
dentre eles o objetivo, escopo e critérios da auditoria. A norma ABNT 
NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) esclarece que as informações 
coletadas dependerão do método escolhido para a realização da 
auditoria que foi definido na etapa de planejamento da auditoria, 
visto que os métodos dependem da interação ou não de relações 
humanas, e quanto ao local auditado, poderá ser remoto ou presencial. 
Ao final do processo de auditoria, é necessário realizar uma reunião 
de encerramento onde será abordado as informações coletadas nas 
entrevistas, não conformidades e observações identificadas.
5. Relatório final 
Finalizada a etapa de execução da auditoria, o relatório final entregue 
caracteriza a comunicação dos dados levantados, mostrando a 
situação do sistemade gestão ambiental da organização, bem como 
49
as recomendações de melhorias. Dessa maneira, a formalização dos 
resultados da auditoria, por meio, do relatório norteará as tomadas de 
decisões pela administração da organização.
A norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) recomenda que, no 
relatório final, sejam apresentadas as informações coletadas de maneira 
clara, objetiva, e que representem a situação real da organização. 
Como estrutura do relatório, a norma recomenda a inserção de pontos 
considerados relevantes como:
1. Identificação da organização.
2. Setores auditados.
3. Objetivo da auditoria.
4. Escopo.
5. Identificação da equipe de auditores.
6. Local e datas da auditoria.
7. Critérios da auditoria.
8. As constatações e evidencias registradas.
9. Conclusões.
10. Declaração de confidencialidade.
11. Lista de opiniões divergentes.
A ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), também elenca outros 
pontos e informações que poderão ser acrescidas ao relatório final, 
dentre elas o plano de auditoria, um resumo do processo de auditoria 
e os obstáculos encontrados. O relato das não conformidades 
encontradas durante a condução do processo de auditoria, precisam ser 
retratadas. Faz-se necessário, então, apontar o requisito não atendido 
em detrimento à norma, lei ou procedimento, bem como demonstrar as 
evidências observadas.
É importante ressaltar que outros pontos poderão ser inseridos no 
relatório, sendo necessário que se mantenha a clareza e objetividades 
das informações apresentadas. A auditoria interna do sistema de gestão 
50
ambiental se faz necessário como ferramenta capaz de identificar a 
aplicação prática dos requisitos estabelecidos em norma, leis e do 
próprio sistema de gestão ambiental implantado na organização. Os 
resultados obtidos após a execução da auditoria ambiental são capazes 
de subsidiar as ações dos gestores para correção de possíveis não 
conformidades e/ou adotar pontos de melhorias do sistema de gestão.
Referências Bibliográficas 
AQUINO, Afonso R. de; PALETTA, Francisco C.; ALMEIDA, Josimar R. de. Risco 
Ambiental. São Paulo: Blucher, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001-2015: 
Sistema de Gestão Ambiental – requisitos e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 31000-2018: 
Gestão de risco - Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 19011-2018: 
Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão, versão corrigida de 2019. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços 
em Eletricidade. 1978. Disponível em: http://www.ccb.usp.br/arquivos/
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MATTOS, João G. de; GEHLEN, Rubens Z. da C. Certificação. Porto Alegre: Sagah, 
2018.
OLIVEIRA, Virgínia I. de; PINHEIRO, Juliano L. (org.). Gestão de riscos no mercado 
financeiro: uma abordagem prática e contemporânea para as empresas. São 
Paulo: Saraiva, 2018.
PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; AGUIAR, Alexandre de O. Auditoria Ambiental. Curso de 
Gestão Ambiental. 2. ed. Barueri: Manole, 2014.
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51
Processo de certificação e o papel 
do auditor ambiental
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Caroline Hatada de Lima
Objetivos
• Conhecer o processo de certificação do SGA.
• Entender a diferença entre certificadoras e 
acreditadores.
• Conhecer as habilidades técnicas e pessoais de um 
auditor interno.
52
Introdução
Nesta Leitura Digital, você estudará o papel do auditor interno, as 
habilidades técnicas e pessoais que são necessárias para realizar a 
atividade, bem como aspectos importantes relativos ao comportamento 
do profissional que irá conduzir o processo da auditoria interna 
ambiental. Serão apresentados conceitos importantes referentes aos 
termos de certificação e acreditação, além da diferença entre os termos 
apresentados.
A norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) recomenda que 
os gestores da auditoria, no momento da escolha dos funcionários, 
considerem as habilidades necessárias e fundamentais que os auditores 
devem possuir. As habilidades técnicas e pessoais para ser um auditor 
são fundamentais para a condução da auditoria, e a ausência dessas 
habilidades poderá comprometer a condução do processo. A ausência 
de alguns atributos, como a coerência e a visão sistêmica, poderá 
comprometer a qualidade da coleta e análise de dados, e a compilação 
do relatório final.
2. O papel do auditor interno
O processo de auditoria interna, poderá contemplar a avaliação de 
mais de um sistema de gestão. Dessa forma, a equipe de auditores será 
multidisciplinar, ou seja, formado por pessoas com conhecimento em 
diversas áreas, como, meio ambiente, qualidade, segurança do trabalho, 
entre outros. É previsto na norma ABNT NBR ISO 14001:2015 (ABNT, 
2015) essa multidisciplinaridade, conforme descrito no item 5 da norma:
[...] um programa de auditoria seja estabelecido, o qual pode incluir 
auditorias que abordem uma ou mais normas de sistema de gestão ou 
53
requisitos, conduzidas separadamente ou em combinação. (ABNT, 2015, 
[s.p.])
É importante ressaltar que os colaboradores que exercerão o papel 
de auditores internos e desempenharão uma função importante e 
fundamental na condução da auditoria. Eles têm o objetivo de adicionar 
melhorias ao processo da organização, e não se comportar como um 
caçador de fraudes ou mesmo delator de erros. Segundo Philippi Jr., 
Romero e Bruna (2014, p. 942.), o papel básico de um auditor interno 
é “coletar informações por meio de entrevistas, exame de documentos 
e observação, compará-las com os critérios da auditoria e relatar o 
resultado ao cliente”.
A equipe de auditores internos, poderá ser formada por colaboradores 
internos do quadro de funcionários da própria organização, 
colaboradores da matriz da organização (sem vínculo direto com a filial), 
ou por auditor externo, contratado exclusivamente pela organização por 
meio da terceirização do serviço de auditoria.
A composição da equipe da auditoria, dependerá dos requisitos 
estabelecidos pela própria organização descritos no programa de 
auditoria. Está previsto como uma recomendação normativa no item 
5.5.4 da ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) que os responsáveis 
pelo gerenciamento do programa de auditoria interna façam a indicação 
das pessoas que irão compor a equipe de auditores, bem como quem 
será o auditor-líder, considerando que os selecionados possuam 
habilidades necessárias para alcançar o objetivo da auditoria. Dessa 
forma, cada organização poderá apresentar uma equipe de auditores 
internos com características específicas e inerentes à sua gestão 
ambiental.
O item 5.5.4 da norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), 
recomenda que os gestores do programa de auditoria observem se 
os colaboradores selecionados para compor a equipe de auditores 
54
possuem competências necessárias para alcançar os objetivos da 
auditoria. Diante da quantidade de auditores é importante que a equipe 
de modo geral apresente:
Competência global necessária [...] para alcançar os objetivos de auditoria 
levando em conta o escopo e os critérios de auditoria; Asseguramento 
da objetividade imparcialidade para evitar qualquer conflito de interesse 
durante o processo de auditoria; Capacidade [...] para trabalhar é interagir 
eficazmente com os representantes do auditado. (ABNT, 2019, p. 16)
A norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), também contempla 
a possibilidade da utilização de auditores em treinamento que 
estarão sob a direção e orientações do auditor, e atuarão como 
observadores. Pode-se, ainda, realizar a substituição de alguns deles 
caso observado conflitos de interesse ou com a possibilidade de afetar 
o desempenho da auditoria interna. É importante que a condução da 
auditoria seja considerada uma ferramenta eficaz e eficiente, portanto, 
faz-se necessário garantir a independência do auditora fim de se 
estabelecer a imparcialidade na condução do processo, na coleta de 
informações e nos apontamentos. Em auditorias internas compostas 
por colaboradores da organização, recomenda-se que os auditores não 
possuam vínculo com o setor que está sendo auditado. As organizações 
que possuem mais de uma unidade podem, por exemplo, escolher 
funcionários da matriz para conduzir o processo da filial. Entretanto, 
situações em que a organização não possui funcionários independentes 
do setor a ser auditado, necessita que o auditor reforce a atenção para 
que seus apontamentos e conclusões possuam clareza, objetividade e 
ausência de relatos tendenciosos.
2.1 Competências dos auditores internos
Desenvolver-se na carreira de auditor interno, requer deste profissional 
o investimento constante no aprimoramento das habilidades pessoais e 
55
técnicas, exigindo dedicação aos estudos e treinamentos para manter-se 
sempre atualizado.
O item 7.2.3 da norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019) prevê 
os conhecimentos e habilidades importantes a serem observados em 
qualquer auditor, independentemente do sistema de gestão que ele 
audite. As competências genéricas necessárias podem ser observadas 
na Figura 1.
Figura 1 – Conhecimentos e habilidades do auditor interno
Fonte: adaptada de ABNT (2019).
As habilidades e conhecimentos a serem desempenhados em cada 
uma das áreas descritas no interior dos círculos apresentados na Figura 
1, permitem um melhor desempenho do auditor interno. Entretanto, 
requer dele a capacidade de ampliar outras competências específicas 
56
que serão necessárias para a condução da auditoria interna. Dessa 
forma, ao escolherem seus colaboradores para compor o grupo 
de auditores internos, as organizações precisam considerar essas 
habilidades e competências importantes na condução da auditoria. Em 
observância da ausência de competências necessárias, a organização 
poderá optar por realizar um treinamento dos futuros auditores 
internos.
2.2 Comportamento dos auditores internos
Espera-se que o auditor interno possua uma postura adequada às 
atividades que irá desempenhar no papel de condutor da auditoria 
interna. A norma ABNT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), elenca 
atributos necessários de comportamento que garantem o atendimento 
aos princípios da auditoria. As competências pessoais são:
• Ética – auditor com atributos de justiça e honestidade.
• Mente aberta – aceita pontos de vista diferentes.
• Diplomático – sensibilidade na tratativa com as pessoas.
• Observador – analisar criteriosamente o ambiente.
• Perceptível – entender as situações.
• Versátil – adaptabilidade a diferentes situações.
• Tenaz – persistente e focado.
• Decisivo – alcança conclusões.
• Autoconfiante – ações independentes enquanto realiza interações 
com outros.
57
• Capaz de agir com firmeza – atuação responsável.
• Aberto a melhorias – disposto a aprender.
• Culturalmente sensível – observa e respeita a cultura do auditado.
• Colaborativo – interage de maneira eficaz com os membros da 
equipe de auditores e os auditados.
As competências pessoais são essenciais para a condução adequada da 
auditoria interna, entretanto, é preciso buscar outras habilidades, por 
exemplo, a comunicação assertiva, que permita transmitir informações 
de maneira clara e objetiva.
Dessa forma, é importante ressaltar que a conduta adotada pelo auditor 
durante a coleta de informações poderá comprometer todo o processo 
da auditoria. É essencial manter um bom relacionamento entre auditor e 
auditado, conforme descrevem Mattos e Gehlen (2018):
A sintonia irá ditar o ritmo do trabalho e, por vezes, será determinante 
para o resultado, [...] pois é comum o auditor encontrar dificuldades, 
barreiras e pré-conceito das pessoas em relação ao seu trabalho. (MATTOS; 
GEHLEN, 2018, p. 104)
Durante as entrevistas, o auditor tem a oportunidades de coletar 
informações, identificar riscos que podem comprometer o objetivo da 
organização, complementar lacunas da documentação ou reconhecer 
pontos de melhorias que poderão ser apontados no relatório final. As 
entrevistas como fonte de coleta de informações, a depender do estágio 
da condução da auditoria interna (MATTOS; GEHLEN, 2018), podem ser:
• Entrevista informal: pode ocorrer durante a reunião de abertura 
dos trabalhos. São conversas informais entre auditor e auditado, 
que podem fornecer dados de outro departamento diferente 
do que está sendo auditado. Por exemplo, após a realização de 
algum teste como a pesagem de resíduos para verificar a balança, 
58
o colaborador comenta sobre como a balança funciona, quando 
é feita a manutenção ou mesmo informa dados sobre outro 
equipamento, como citar a eficiência, capacidade e manutenção da 
prensa de resíduos.
• Entrevista formal: realizada ao final da coleta de informações de 
campo e utilizada quando se suspeita de situações desconformes 
e que podem comprometer o objetivo da organização. É uma 
situação que precisa ser mais bem estruturada, sendo necessário 
a preservação dos direitos do entrevistado. Muitas vezes, faz-
se necessário o acompanhamento do departamento jurídico 
da organização. Por exemplo, durante um teste para verificar o 
manuseio de produtos químicos da estação de tratamento de 
efluente, o auditor ambiental interno é informado pelo operador 
que é comum reduzir o consumo de insumos adicionados ao 
efluente, pois é uma recomendação dada pelo supervisor da 
estação para que haja insumos até a próxima entrega. Essa 
situação, precisará ser confortada com diversas informações, 
dentre elas as notas fiscais de compra de produtos, registros que 
a estação de tratamento de efluente funcionou, bem como alertar 
a alta direção para verificar a necessidade da entrevista formal do 
supervisor.
Em situações onde for importante fazer uso da auditoria formal será 
necessário, antes das entrevistas, esclarecer ao auditado o motivo da 
entrevista, que ele não é obrigado a responder as perguntas e que 
a entrevista será gravada, como forma de registrar a conversa entre 
auditor e auditado.
2.3 A distribuição de papéis e responsabilidades na 
auditoria interna
A implementação do processo de auditoria interna requer o 
envolvimento de diversos atores que irão conduzir e gerenciar a 
59
auditoria. A norma ANBT NBR ISO 19011:2018 (ABNT, 2019), classifica os 
seguintes papéis a serem desempenhados.
• Gestor: estabelece a extensão do programa de auditoria, as 
restrições existentes, os riscos e oportunidades que podem afetar 
a auditoria, seleciona os colaboradores para compor a equipe, 
atribui papéis e apoia a equipe de auditores, além de assegurar 
recursos financeiros e de pessoas, monitora e criticar o programa 
de auditoria.
• Auditor-líder: planeja a auditoria baseada em risco, atribui 
responsabilidades, atividades e funções para cada membro da 
equipe.
• Membros da equipe de auditores: coleta e analisa as informações 
referentes às suas atribuições, registrando-as e disponibilizando 
para o auditor-líder.
• Guias e observadores: acompanham a equipe mediante 
autorização do auditor-líder. O papel de observador é auxiliar a 
equipe de auditoria e sem influenciar o processo ou os integrantes 
da auditoria. É previsto no item 6.4.2 da norma ANBT NBR ISO 
19011:2018 (ABNT, 2019) algumas responsabilidades que poderão 
ser desempenhadas pelos guias, dentre elas, testemunhar em 
nome do auditado e auxiliar na coleta de informação.
A delimitação de papéis e distribuição de responsabilidades é parte 
integrante do planejamento da auditoria que contribui para a condução 
do processo.
60
3. Certificação ambiental e a auditoria 
ambiental
É preciso compreender a diferença entre Sistema de Gestão Ambiental 
(SGA) e a Certificação Ambiental. A norma ANBT NBR ISO 14001:2015 
(ABNT, 2015) define que o SGA é uma estrutura implementada na 
organização com o intuito de monitorar, avaliar e controlar os impactos 
inerentes as atividades, buscando-se melhorar o desempenho 
ambiental, atendimento

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