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Hidrologia O que é ciclo hidrológico? • É a constante mudança de estado da água na natureza; • É a circulação incessante da água entre seus reservatórios oceânico, terrestre e atmosférico; • É todo o caminho que a água percorre a partir da atmosfera passando pela super- fície e sub-superfície da Terra até retornar à atmosfera. Ciclo hidrólogico Exercícios: A resposta de um problema hidrológico em geral é valor de uma grandeza hidrológica associada a probabilidade de que essa grandeza sela igualada ou excedida FASES DO CICLO HIDROLOGICO • Evaporação • Transpiração • Condensação • Precipitação • Escoamento superficial • Infiltração • Percolação ESCOAMENTOS • Escoamento sub-superficial • Escoamento superficial • Escoamento subterrâneo HIDROGRAMA Representação gráfica da vazão ao lon- go do tempo. Equação do Balanço Hídrico • Numa dada área, a quantidade de água envolvida em cada fase do ciclo hidrológico é avaliada através da lei da conservação da massa. 1- Uma bacia hidrográfica de 25 km² de área recebe uma precipitação média anual de 1.200 mm. Considerando que as perdas médias anuais por evapotranspiração valem 800 mm, determinar a vazão média de longo período na exutória, em m³/s. 2- Uma microbacia recebeu um total de 1219 mm de chuva durante um dado ano. O deflúvio medido foi de 660 mm e a evapotranspiração totalizou 762 mm no mesmo período. Houve ganho ou perda no balançohídrico? Explique 3- O sistema de abastecimento de água de uma cidade deve utilizar como manancial um curso d’água natural cuja área de drenagem, relativa à seção de captação, é igual a 100 km² A precipitação média anual na região é de 1200 mm e as perdas por evapotranspiração são estimadas em 800 mm. Sabendo-se que o consumo médio previsto é de 50000m³/dia, verifique se esse manancial tem capacidade para abastecer a cidade. Hidrologia Bacia HidrograficaÉ uma área drenada por um curso ou cursos de água, conectados, que convergem direta ou indiretamente para um leito ou espelho de água. A bacia hidrográfica é separada de outra por uma linha divisória, chamada DIVISOR DE ÁGUAS. As chuvas que precipitam nesse ponto dirigem-se ao curso de água principal. Caracterização de Bacias Hidrográficas • Estudo das potencialidades e limitações da Bacia hidrográfica. • Síntese dos aspectos dominantes da Bacia. • Comparação entre diferentes bacias. • Transferência de dados entre regiões fisiograficamente semelhantes. • Possibilita a elaboração do: PLANEJAMENTO GLOBAL DA BACIA HIDROGRÁFICA e PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA >>Divisor de água Linha imaginária que une os pontos de máxima cota, sendo cortada pelo curso d’água no ponto de saída. Uma bacia hidrográfica costuma ser definida e influenciada pela área de captação de água de um determinado rio. O divisor subterrâneo é mais difícil de ser localizado e varia com o tempo. À medida que o lençol freático (LF) sobe, ele tende ao divisor superficial. O divisor subterrâneo estabelece os limites dos reservatórios de água subterrânea de onde é derivado o deflúvio básico da bacia. Na prática, assume-se por facilidade que o superficial também é o subterrâneo. Divisores de água: divisor superficial (topográfico) e o divisor freático (subterrâneo). Principais Características Físicas de uma Bacia Hidrográfica: >>Área de drenagem; >>Comprimento do rio principal; >>Declividade média do rio principal; >>Densidade de drenagem; >>Desnível. >>Área de drenagem É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre os seus divisores topográficos. É normalmente obtida por planimetria, geoprocessamento, pesagem do papel em balança de precisão e ferramentas digitais (Autocad/Idrisi). >>Forma da bacia Afeta diretamente o tempo de transformação da chuva em escoamento. Tem efeito sobre o comportamento hidrológico da bacia, como por exemplo, no tempo de concentração (Tc). Tc é definido como sendo o tempo, a partir do início da precipitação, necessário para que toda a bacia contribua com a vazão na seção de controle. - fator de forma (Kf): índice de conformidade: é a razão entre a largura média da bacia (L)e o comprimento do eixo da bacia (L) (da foz ao ponto mais longínquo da área). - coeficiente de compacidade (Kc): é a relação entre o perímetro da bacia e o perímetro de um círculo de mesma área que a bacia. - Índice de conformação - Ic Representa a relação entre a área da bacia e um quadrado de lado igual ao comprimento axial da bacia. Este índice pode ser matematicamente expresso por: Em que: Laxial é o comprimento axial da BH. Este índice também expressa a capacidade da bacia em gerar enchentes. Quanto mais próximo de 1, maior a propensão à enchentes, pois a bacia fica cada vez mais próxima de um quadrado e com maior concentração do fluxo. >>Rede de drenagem O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários; o estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois ele indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. Classificação dos cursos d’água: a) Perenes: contém água durante todo o tempo. O lençol freático mantém uma alimentação contínua. b) Intermitentes: em geral, escoam durante as estações de chuvas e secam nas de estiagem. Durante as estações chuvosas, transportam todos os tipos de deflúvio, pois o lençol d’água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial e alimentando o curso d’água, o que não ocorre na época de estiagem, quando o lençol freático se encontra em um nível inferior ao do leito. c) Efêmeros: existem apenas durante ou imediatamente após os períodos de precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície freática se encontra sempre a um nível inferior ao do leito fluvial, não havendo a possibilidade de escoamento de deflúvio subterrâneo. Bacias com drenagem pobre : Dd < 0,5 km/km2 Bacias com drenagem regular : 0,5 < Dd < 1,5 km/km2 Bacias com drenagem boa : 1,5 < Dd < 2,5 km/km2 Bacias com drenagem muito boa : 2,5 < Dd < 3,5 km/km2 Bacias excepcionalmente bem drenadas : Dd > 3,5 km/km Densidade de drenagem (Dd). Expressa a relação entre o comprimento total dos cursos d’água de uma bacia e a sua área total. Para avaliar Dd, deve-se marcar em fotografias aéreas, toda a rede de drenagem, inclusive os cursos efêmeros, e depois medi-los com o curvímetro. Hidrologia Estudo estatístico de eventos hidrológicos >>Eventos Hidrológicos como Variáveis Aleatórias • Definição variável aleatória • Probabilidade de ocorrência • Técnicas estatísticas (estatística de extremos) PERIODO DE RETORNO é o intervalo estimado entre ocorrências de igual magnitude de um fenômeno natural, como chuvas, ventos intensos, granizo, etc. Onde: - p:é a probabilidade do evento ser igualado ou superado. A unidade de T, geralmente em anos, será a mesma utilizada para calcular p. PROBABILIDADE DE NÃO OCORRÊNCIA EM UM ANO q(1)= 1 - p PROBABILIDADE DE NÃO OCORRÊNCIA EM UM PERIODO "n" (n= anos) q(n)= (1 - p)^n RISCO DE OCORRÊNCIA DE UM DETERMINADO PERIODO "n" em que: T é o período de retorno, em anos; n é a vida útil da obra, em anos; R é o risco permissível. (%) 1-Qual o risco que a canalização do rio Tamanduateí tem de falhar pelo menos uma vez durante sua vida útil, estimada em 50 anos? A obra foi projetada para T = 500 anos . Exemplos: 2-Uma obra de proteção contra inundações foiprojetada com período de retorno de 50 anos. Durante os primeiros 49 anos de operação da obra não se observou nenhuma vazão maior ou igual à vazão de projeto. A probabilidade de que no 50º ano ocorra uma vazão maior ou igual à vazão de projeto será? 3-Qual o risco de ocorrência (uma ou mais vezes) de um determinado evento em um período igual ao seu período de retorno (n=T)? >>>>>Aplicação: Estudo das Cheias Chuvas anuais e a distribuição normal • O total de chuva que cai ao longo de um ano pode ser considerado uma variável aleatória com distribuição aproximadamente normal As chuvas anuais no posto pluviométricolocalizado em Lamounier, em Minas Gerai seguem, aproximadamente, uma distribuiçãonormal,com média igual a 1433 mm e desvio padrão igual a 299 mm. Qual é a probabilidade deocorrer um ano com chuva total superior a 2000 mm? Exemplos: As chuvas anuais no posto pluviométrico localizado em Lamounier, em Minas Gerais seguem, aproximadamente, uma distribuição normal, com média igual a 1433 mm e desvio padrão igual a 299 mm. Qual é a probabilidade de ocorrer um ano com chuva total inferior a 550 mm? Determinar a probabilidade de ocorrência, em um ano qualquer, de precipitações superiores a 2300 mm. >>Vazões máximas • Série de vazões máximas • Análises estatísticas relacionando vazão com probabilidade. • As séries de vazões disponíveis na maior parte dos locais (postos fluviométricos) são relativamente curtas, não superando algumas dezenas de anos Determinar a vazão com período de retorno igual a 100 anos: Exemplos: Hidrologia Características climáticas e instrumentos de medição hidrometeorológicasDistribuição Binomial • Distribuição Binomial – V. A. discreta • Ocorre ou não ocorre o evento desejado – Sucesso P(A)=p – Insucesso >>Por exemplo, a ocorrência de precipitação em determinado dia do futuro, só tem dois resultados possíveis: ou chove (sucesso) ou não chove (insucesso) nesse dia. • Então, a probabilidade de chover é p, e a probabilidade de não chover será 1-p. Exemplos: A probabilidade da vazão de 10 anos de tempo de retorno seja igualada ou excedida num ano qualquer é de 10%. Qual é a probabilidade que ocorram duas cheias iguais ou superiores à cheia de TR = 10 anos em dois anos seguidos? Uma pequena barragem de terra foi construída com período de retorno de 25 anos. A barragem foi projetada para suportar até dois eventos de projeto durante sua vida útil, estimada em 15 anos. Qual é a probabilidade de falha da barragem? Monitoramento hidrológico: Superfície e atmosférico chuva, nível, vazão pressão, umidade, temperatura, direção e velocidade do vento qualidade da água Monitoramento de superfície: estações que coletam dados de precipitações (em solo) e nível de rios, córregos e represas, etc. Tipos: Monitoramento da atmosfera: radar meteorológico que monitora a precipitação na atmosfera, antes de chegar ao solo. Este monitoramento pode ser feito em qualquer altura. Características Climáticas • Temperatura • Pressão • Evaporação • Radiação solar • Umidade relativa do Ar • Ventos • Precipitação >>Temperatura • Variação no tempo – Estações – Hora do dia • Variação no espaço – Latitude – Vegetação – Presença de massas de água >>Pressão atmosférica • Medida – Barômetro • Variação: – Altitude – Umidade do ar >>Evaporação • Variação com : – Presenças com massa de água – Temperaturas – Ventos – Umidade do ar >>Radiação Solar • Um dos fatores determinantes do tempo e do clima • Afeta processos físicos (aquecimento e evaporação), biofísicos (transpiração) e biológicos (fotossíntese) • Instrumentos de medição – Heliógrafo: Esfera de Cristal que mede a duração da insolação local – Actinógrafo: Mede o nível de energia incidente no solo >>Umidade relativa do Ar • Definição – Pressão de Vapor local / Pressão de saturação • Medida – Psicrômetros – Higrógrafos >>Precipitação • Medida – Pluviômetros – Pluviógrafos Radar Meteorológico • No radar meteorológico são empregadas, ondas eletromagnéticas de alta energia para se alcançar grandes distâncias. • As ondas eletromagnéticas ao passarem por uma nuvem, causam em cada gota uma ressonância na frequência da onda incidente, de modo que cada gota produz ondas eletromagnéticas, irradiando em todas as direções. • Baseado no efeito Doppler • Para a maioria dos radares meteorológicos o limite inferior da taxa de precipitação é de mm/h, a uma distância de 190 km. • Localização e a intensidade da chuva podem ser disponibilizados em tempo real de 5 em 5 min. Mapa de Chuva Chuva acumulada Monitoramento da atmosfera: Principais produtos: Hidrologia PrecipitaçãoIntrodução • Fonte de água da bacia hidrográfica • Condiciona o regime do rio (vazões médias, estiagens e cheias) • Variações no tempo (sazonais, pluri-anuais e maior duração) • Variações no espaço • Enfim, fenômeno natural com elevado grau de aleatoriedade! >>Tipos de precipitação • Água Líquida • Orvalho • Sereno • Nevoeiro (Fog) • Geada • Granizo • Neve - Para as condições climáticas do Brasil, a chuva é mais significativa. - Os dados de precipitação são muito importantes para os projetos de drenagem, construção de barragens, etc Fatores Intervenientes • Condições Atmosféricas: – Temperatura; – Pressão; – Umidade; – Vento. • Condições de Superfície: – Relevo TIPOS DE CHUVA 1. Chuvas frontais • Provocadas por “frentes” . No Brasil predominam as frentes frias provindas do sul • É de fácil previsão (é só acompanhar o avanço da frente) • É de longa duração, intensidade baixa ou moderada, podendo causar abaixamento da temperatura; • Interessam em projetos de obras hidrelétricas, controle de cheias regionais e navegação. 2. Chuvas orográficas • São provocadas por grandes barreiras de Montanhas; • As chuvas são localizadas e intermitentes; • Possuem intensidade bastante elevada; • Geralmente são acompanhadas de neblina. 3. Chuvas Convectivas •Típicas das regiões tropicais; • São de grande intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas; • Ocorrem em dias quentes, geralmente no fim da tarde ou começo da noite; • Podem ser acompanhadas de descargas elétricas e de rajadas de vento; • Interessam às obras em pequenas bacias, como para cálculo de bueiros, galerias de águas pluviais, etc. Expressa-se a quantidade de chuva (h) pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana e impermeável. • Altura pluviométrica (mm) • Intensidade de precipitação (mm/h) • Duração (h ou min) >>Medidas Pluviométricas • Intensidade – É a relação entre a altura pluviométrica e a duração expressa em (mm/h). – Uma chuva de 1 mm/min corresponde a uma vazão equivalente de 1 L/min afluindo em uma área de 1 m². • Frequência – Período de Retorno de um evento é o tempo médio (em anos) em que esse evento é superado ou igualado pelo menos uma vez. Precipitação média em uma bacia hidrográfica • Pluviômetro – Medida Pontual • Bacia hidrográfica – Conhecer o volume • Planejamento recursos hídricos Metodologias • Média aritmética • Polígonos de Thiessen • Isoietas Média aritmética • Regiões de topografia relativamente plana • Distribuição uniforme dos postos pluviométrico • Recomenda-se que o método da média aritmética somente seja aplicado quando Polígonos de Thiessen • Pode ser utilizado mesmo quando não há distribuição uniforme dos postos • Consiste em atribuir um fator de peso aos totais precipitados • Pode considerar postos na vizinhança da região estudada • Polígonos de Thiessen são áreas de “domínio” de um posto pluviométrico • Considera-se que no interior dessas áreas a altura pluviométrica é a mesma do respectivo posto Os polígonos são traçados da seguinte forma: 1º. Dois postos adjacentes são ligados por um segmento de reta 2º. Traça-se a mediatriz deste segmento de reta. Esta mediatriz divide para um lado e para outro, as regiões de “domínio” Isoietas • Na construção das isoietas, o analista deve considerar os efeitos orográficos e a morfologia da BH, de modo que o mapa final represente um modelo de precipitação mais real do que o que poderia ser obtido de medidas isoladas. • Construção das isoietas – SIG - Interpolador Método de Thiessen • Método dos polígonos de Thiessen • Variação espacial discreta da chuva • Resultado é único (independe do autor) • Não considera a distribuição espacial de um evento. • Seu cálculo é facilmente automatizado Método das Isoietas • Variação espacial contínua da chuva • Resultado não é único (depende do autor) • Considera a distribuição espacial de um evento. • Seu cálculo pode ser parcialmente automatizado (SIG). Hidrologia Precipitação: Análise de frequência Distribuição Temporal • A variação da precipitação no tempo é expressa pelo hietograma. • Uma série de precipitações ao longo do ano deve definir a duraçãodos intervalos, p.ex. diária, mensal ou mesmo anual. • No banco de dados da ANA (SNIRH, HidroWeb) podem-se obter chuvas para diversos postos espalhados pelo país: http://hidroweb.ana.gov.br/default.asp • Estes dados são utilizados para caracterizar o comportamento pluviométrico de uma área ou local. • A série de precipitações mensais permite caracterizar a sazonalidade climática do local. • A série de precipitações totais anuais caracteriza a série de longo período de chuvas de um local. • A série de um local (posto) não significa a ocorrência sobre uma determinada área Indicadores • Precipitação total anual média: é a média dos totais de chuva anual. • Precipitação total mensal média: média do mesmo mês de vários anos. • A distribuição estatística das variáveis acima define por exemplo as necessidades de água para determinados usos. Distribuição Temporal Precipitações Máximas • Entende-se como a ocorrência extrema, com duração, distribuição temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. • As chuvas intensas são as causas das cheias, causadoras de grandes prejuízos: inundações de casas, ruas, destroem plantações, pontes, rodovias e etc. EQUAÇÕES DE CHUVAS INTENSAS i: intensidade (mm/h) Tr: tempo de retorno(anos) t: duração da chuva(min) a,b,c e d parâmetros determinados para cada local. • Quanto maior o período de retorno maiores serão os picos de vazão, mais seguras e mais caras serão as obras. Assim, o período de retorno pode ser estabelecido com base em estudos econômicos. • Entretanto, a necessidade de considerarem-se custos e benefícios de difícil quantificação ou impossíveis de serem traduzidos em unidades monetárias, limitam tal análise. • A ocorrência de uma chuva intensa ocasiona uma lâmina precipitada cujo valor é superior ao normal. • Esta lâmina pode promover escoamento superficial direto de grande magnitude, além de erosão e transporte de sedimentos. • Estes são os problemas que a drenagem do solo, a drenagem superficial e as práticas conservacionistas se propõem a solucionar. • Para isto, a chuva intensa é o elemento básico para o dimensionamento destas estruturas (barragens de terra, canais, terraços, bacias de contenção, dentre outras). • Barragens: 1.000 a 10.000 anos. • Galerias de águas pluviais: 5 a 10 anos. • Canais em terra: 10 anos. • Pontes e bueiros em córregos mais importantes; e que dificilmente permitirão ampliações futuras: 25 anos. • Obras em geral em pequenas bacias urbanas: 5 a 50 anos OBSERVAÇÕES Aplicação 1-Calcular a intensidade da chuva para seguintes- condições: período de retorno de 50 anos e duração de 80 minutos. 4- Os parâmetros de um projeto de drenagem foram: risco tolerável de 10% e intensidade média de 80 mm/h. Qual o tempo de duração? 5- Estimar qual o risco de um projeto com os seguintes parâmetros: intensidade média de 50 mm/h e tempo de duração de 2 horas 37 minutos. 2- Qual é a intensidade da chuva com duração de 40 minutos que tem 1% de probabilidade de ser igualada ou superada em um ano qualquer 3- Em 01/03/99, houve uma grande inundação, choveu cerca de 100 mm em 2 horas. Determinar o período de retorno dessa chuva. Análise de dados pluviométricos • O objetivo de um posto pluviométrico é produzir uma série ininterrupta de precipitações ao longo dos anos • Podem ocorrer períodos sem informações, ou com falhas nas observações, decorrentes de problemas com os aparelhos de registro e/ou ausência do operador do posto. • Por isso, os dados coletados devem ser submetidos a uma análise preliminar, antes de serem utilizados • Preliminarmente ao processamento de dados pluviométricos, é necessário proceder-se à detecção de erros grosseiros nas observações, originados normalmente de: i) registros em dias que não existem (30 de fev, por exemplo); ii) registros de quantidades absurdas; iii) erros de transcrição (preenchimento errado da caderneta de campo). • É necessário analisar a sua consistência dentro de uma visão regional, isto é, comprovar o grau de homogeneidade dos dados disponíveis num posto com relação às observações registradas em postos vizinhos. • Para este fim, é prática comum no Brasil utilizar se do método de análise de dupla massa (desenvolvido pelo U. S. Geological Survey), método este válido para as séries mensais anuais. • O Método da Dupla Massa é baseado no princípio que o gráfico de uma quantidade acumulada, plotada contra outra quantidade acumulada, durante o mesmo período, deve ser uma linha reta, sempre que as quantidades sejam proporcionais. • A declividade da reta ajustada nesse processo representa então, a constante de proporcionalidade. Hidrologia Tratamento de dados pluviométricos • Anormalidades na estação pluviométrica, decorrentes: – Mudança do local ou das condições de operação do aparelho; – Erros sistemáticos; – Mudanças climáticas; – Modificação no método de observação podem ser identificadas pela análise de dupla massa. Mudança de declividade • Este caso constitui exemplo típico da presença de erros sistemáticos, da mudança das condições de observação do aparelho ou de alterações climáticas no local • Para se corrigir os valores correspondentes ao posto sob análise, existem duas possibilidades: corrigir os valores mais antigos para a situação atual ou corrigir os valores mais recentes para a tendência antiga. Alinhamento dos pontos em retas paralelas • O alinhamento dos pontos segundo retas paralelas caracteriza a existência de erros de transcrição de um ou mais dados. Pode, ainda, decorrer da presença de anos extremos em uma das séries plotadas • A ocorrência de alinhamentos segundo duas ou mais retas aproximadamente horizontais (ou verticais) pode ser a evidência da comparação de postos com diferentes regimes pluviométricos. Distribuição errática dos pontos • A distribuição errática dos pontos é geralmente resultado da comparação de postos com diferentes regimes pluviométricos, sendo incorreta toda associação que se deseje fazer entre os dados dos postos plotados. Preenchimento de Falhas • Comum a existência de falhas ou interrupções – “Problemas técnicos” ausência de observador • Preencher falhas em séries históricas – Mensais, quinzenais, ou anuias • Máximas diárias – variabilidade espacial e temporal da chuva Métodos Aplicados ao Preenchimento de Falhas • Regressão Linear • Média aritmética de estações vizinhas – válido somente para regiões consideradas hidrologicamente homogêneas Em que Y são os dados da estação que se deseja preencher, e X os da estação vizinha. * As precipitações anuais não difiram em mais de 10%. Precipitação anual normal é um valor médio de um período mínimo de 30 anos • Método do vetor de ponderação regional – mensais ou anuais – No mínimo três postos com pelo menos 10 anos • Método da ponderação regional com base em regressões lineares – combinação da ponderação regional e da regressão linear Exemplo Dado os postos, verificar a consistência do posto X Preencher a falha do posto ES2 usando o método da ponderação regional Hidrologia Infiltração Infiltração é a passagem de água da superfície para o interior do solo. Pode-se definir também como sendo o fenômeno de penetração da água nas camadas de solo próximas à superfície do terreno, movendo-se para baixo, através de vazios, sob a ação da gravidade, até atingir uma camada suporte que a retém, formando então a água do solo. • Importante para: – crescimento da vegetação; – abastecimento dos aquíferos; (mantém vazão dos rios durante as estiagens) – reduzir escoamento superficial, cheias, erosão. Água subterrânea • Refere-se a água contida na zona de saturação; • Esta água subsuperficial constitui a maior reserva de água doce disponível, muitas vezes maior do que todos os rios, lagos e reservatórios. Infiltração x Percolação • O processo de infiltração define a entrada de água no solo. • Já o movimento da água dentro do perfil é comu- mente referido como percolação A infiltração depende: • Da água disponível para infiltrar; • Da constituição e declividade do solo; Fatoresque intervêem na infiltração Permeabilidade do solo: Por exemplo a presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração. • Da cobertura vegetal; • Das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no interior do solo (teor de umidade). Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado. Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração. Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. Umidade do Solo: Em um solo mais úmido a infiltração é menor do que um solo mais seco. Temperatura: Escoamento no solo é laminar (tranqüilo) em função da viscosidade da água. Quanto maior a temperatura maior a infiltração de água no solo CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO X TAXA DE INFILTRAÇÃO Capacidade de infiltração é a quantidade máxima de água que um solo em determinadas condições pode absorver. Ela varia no decorrer da chuva. Se uma precipitação atinge o solo com a uma intensidade menor que a capacidade de infiltração toda a água penetra no solo, provocando uma progressiva diminuição da própria capacidade de infiltração, já que o solo está se umedecendo. Velocidade de infiltração É a velocidade média do escoamento da água através de um solo saturado, determinada pela relação entre a quantidade de água que atravessa a unidade de área do material do solo e o tempo. Depende da Permeabilidade e do gradiente hidráulico e é determinada pela Lei de Darcy. Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. Quando o aporte de água à superfície cessa, isto é, deixa de haver infiltração, a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas. Método de Horton fo = é a capacidade de infiltração inicial (t = 0) fc = é a capacidade de infiltração final k = é uma constante empírica para cada curva f = é a capacidade de infiltração depois do tempo t. t - tempo transcorrido desde o início da chuva. Medição direta de capacidade de infiltração; Método de infiltrômetro de duplo-anel; Método do infiltrômetro de sulco; Método do balanço de entrada e saída de água no sulco; Método de irrigação por aspersão em uma pequena área de teste. Métodos de medição da capacidade de infiltração >>>>>>>>Método de infiltrômetro de duplo-anel; Consiste em 2 anéis concêntricos. Os anéis devem ser instalados no solo com auxilio de uma marreta . Coloca-se água, ao mesmo tempo nos dois anéis; E com uma régua graduada acompanhasse a infiltração vertical no cilindro interno p/ vários intervalos de tempo. A capacidade de infiltração pode ser determinada por: Onde: V= Volume infiltrado: a= área do cilindro interno (cm); h= altura de água infiltrada (cm); f= é a capacidade de Infiltração instantânea (mm/h) Ajustar o modelo de Horton aos dados apresentados na tabela Hidrologia Curva de permanência Série histórica de vazões: Perguntas típicas >Qual é a porcentagem do tempo em que um rio tem vazão suficiente para atender determinada demanda? >Quanto de energia pode ser gerada durante uma determinada porcentagem do tempo? >Qual é a potência mínima garantida em uma porcentagem do tempo? >O rio tem uma vazão aproximadamente constante ou muito variável? >Qual porcentagem de tempo em que o rio apresenta vazões em determinada faixa? Essas e outras questões podem ser respondidas mais facilmente com o uso de curvas de duração ou curvas de permanência. GENERALIDADES • Uma curva de permanência de vazão é um traçado gráfico que informa com que frequência a vazão de dada magnitude é igualada ou excedida durante o período de registro das vazões. • Num sentido estatístico, representa uma curva de distribuição de frequências acumuladas de ocorrência das vazões em um rio. • A curva de permanência é utilizada na maioria dos problemas de recursos hídricos; • Relaciona a vazão com a sua probabilidade de ocorrência ao longo do tempo; • Despreza a autocorrelação entre as vazões; • Geralmente é definida com base em vazões diárias para o período da série histórica. CONSTRUÇÃO DA CURVA DE PERMANÊNCIA • A curva pode ser construída para as vazões – vazões médias diárias – vazões médias mensais – vazões médias anuais. i 1 dia P(i/N+1) i 1 dia P(i/N+1) i 1 dia P(i/N+1) 1 48 1,67 22 29,9 36,67 43 23,4 71,67 2 43,4 3,33 23 29,2 38,33 44 22,7 73,33 3 41,2 5,00 24 28,8 40,00 45 22 75,00 4 38,3 6,67 25 28,2 41,67 46 21,7 76,67 5 37,6 8,33 26 28 43,33 47 21,6 78,33 6 37,3 10,00 27 28 45,00 48 21,2 80,00 7 36,4 11,67 28 27,5 46,67 49 20,8 81,67 8 36,4 13,33 29 27,5 48,33 50 20,8 83,33 9 35,1 15,00 30 26,7 50,00 51 19,8 85,00 10 34,5 16,67 31 25,6 51,67 52 19 86,67 11 34,3 18,33 32 25,4 53,33 53 18 88,33 12 34,3 20,00 33 25,3 55,00 54 17,9 90,00 13 33,8 21,67 34 24,9 56,67 55 17,9 91,67 14 33,5 23,33 35 24,2 58,33 56 15,2 93,33 15 32,7 25,00 36 24,17 60,00 57 15,2 95,00 16 32 26,67 37 24,1 61,67 58 12,8 96,67 17 31,9 28,33 38 24 63,33 59 11,8 98,33 18 31,2 30,00 39 24 65,00 19 30,7 31,67 40 24 66,67 20 30,7 33,33 41 24 68,33 21 30,3 35,00 42 23,93 70,00 Análise e Interpretaçáo de uma Curva de Permanência >>A vazão de 75% da curva de permanência significa que 75% do tempo as vazões são maiores ou igual a Q75. >>O período das grandes estiagens geralmente ocorre para a probabilidade superior a 95%. >>Esta curva é utilizada para avaliar a distribuição do comportamento da vazão ao longo do tempo e não para valores extremos. VALORES CARACTERISTICOS Q95; vazão de 95%, utilizada como estimador de energia firme; Q50: mediana, significa que 50% dos valores estão acima/abaixo deste valor, mas geralmente é menor que a vazão média; A curva de permanência é utilizada para avaliação econômica de PCH, a navegação de um rio, as condições de variabilidade ambiental de um rio entre outras aplicações. Para maior facilidade de leitura das vazões menores (próximas a 100% de frequência excedência) pode-se colocar o eixo das vazões em escala logarítmica. Em meses de estiagem, as curvas de duração tem menor inclinação do que as dos meses chuvosos e também tem, em geral, valores extremos menores. EXERCÍCIOS 1) O curso d’água abaixo é capaz de conduzir a vazão de 10 m3 /s em 90% do tempo? 2) Qual a porcentagem do tempo em que a vazão de 20 m3/s é igualada ou excedida? 3) Um agricultor pretende utilizar 395 hm3/ano do rio abaixo para irrigação. Para adquirir os equipamentos necessários para irrigação esta buscando financiamento no Banco Rural, que libera o credito apenas se houver um risco menor que 5% de falha na produção agrícola. Perguntase: O agricultor conseguirá o crédito? Justifique sua resposta Hidrologia Fluviometria Por que medir vazões? • Criar séries históricas • Análise de vazões mínimas • Análise de vazões médias • Análise de vazões máximas: dimensionamento de vertedores, bacias de detenção, etc. • Operação em tempo real Como fazer a medição de vazões? • Medição Volumétrica • Conceito de vazão, Q = ΔV / Δt • Aplicável para pequenas vazões • Aplicável onde a água pode ser recolhida • Medição Colorimétrica (ou radiativa) • Aplicável a rios com turbulência (rios de montanha) para garantir mistura completa • Quando o “soluto” é radiativo, deve-se corrigir o efeito do decaimento no tempo Medição com Vertedores Vertedor triangular (90°): Q=1,42*h^2,5 Vertedor retangular com contrações: Q=1,838* b*h^1,5 Medição com Calhas Parshall – Qlivre = K.Hn – Qafogado = Qlivre . Coeficiente de Redução Medição a Vau –Molinete preso a uma haste; –Para pequenas profundidades (1,20 m) e pequenas vazões. Medição sobre Pontes –Problemas pela influência das estruturas; –Localização da ponte em boa sessão para medição Medição com barco fixo –É a mais frequente; –Marco fixado a um cabo de aço; –Cabo presonas margens; –Posições das verticais medidas no cabo. Perfil de velocidades Número de verticais de medição: Procura pela representatividade do perfil de velocidades Número de pontos por vertical: • Procura pela representatividade do perfil de velocidades – h<1m => 0,6h – h>1m => 0,2h e 0,8h • Velocidade média por vertical (aproximação): – V0,6h ou (V0,2h + V0,8h)/2 Requisitos para uma boa medição: • Número de verticais adequado • Evitar correntes inclinadas • Rapidez para evitar variação do NA • Evitar vibração do molinete • Evitar que o cabo do molinete fique inclinado Curva - Chave Introdução • Medição de vazão: Processo caro. – Técnicos qualificados, equipamentos específicos (como molinetes), guinchos, barcos... – Impossível realizar medições muito frequentes. • As medições de vazão são realizadas com o objetivo de determinar a relação entre o nível da água do rio em uma seção e a sua vazão. Forma Escalas Limnimétricas Postos Fluviométricos Limnígrafo Ultrassônico Posto de Medição de Vazão • Requisitos para uma boa seção: – local de fácil acesso – forma regular da seção – trecho retilíneo – margem e leito não erodíveis – velocidade entre 0.2 e 2 m/s – controle por regime uniforme ou crítico Curva Chave forma geral: Q = a *(H- H0) ^b onde: Q= vazão (m³/s) H= nível da água (m) H0,a e b= parâmetros de ajuste. Quem faz essas medições? Onde estão esses e outros dados? A lei 9433 e a construção do Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos (SNIRH). Vazões medidas em campo para diversos níveis do Arroio Sepultura, localizado na bacia hidrográfica do Sepultura, situada no Município de Caxias do Sul – RS. Estimar a curva-chave e indicar o erro que esta sendo cometido na estimava de vazões Hidrologia Análises estatísticas de série de vazões Principais séries • Médias anuais • Máximas ou cheias • Mínimas Estimativas de vazões máximas • Usos: – Dimensionamento de estruturas de drenagem – Dimensionamento de vertedores – Dimensionamento de proteções contra cheias – Análises de risco de inundação – Dimensionamento de pontes Estimativas de vazões mínimas • Usos: – Disponibilidade hídrica em períodos críticos – Legislação de qualidade de água Série de vazões máximas Média Média Anual Mínimas de cada ano Importância da curva de permanência • Algumas vazões da curva de permanência (por exemplo a Q90) são utilizadas como referências na legislação ambiental e de recursos hídricos. Importância da curva de permanência. • As ações e legislações existentes, nos Sistemas Estaduais de Gestão de Recursos Hídricos, apresentam critérios de estabelecimento de uma “vazão ecológica”, que visa evitar que o rio seque pelo excesso de uso. • Nesta forma de proceder, escolhe-se uma vazão de referência (baseada na curva de permanência de vazões ou num ajuste de probabilidade de ocorrência de vazões mínimas, Q90 ou Q7,10, por exemplo) e arbitra-se um percentual máximo desta vazão que pode ser outorgado. O restante da vazão de referência é considerado como sendo a “vazão ecológica”. Vazões de referência, máximas outorgáveis e remanescentes Vazões de referência, máximas outorgáveis e remanescentes definidas por órgãos ambientais de Estados Brasileiros: Calcule a vazão Q7,10 do rio Xingu em Altamira (PA).Compare com o valor obtido utilizando como referencia o valor de 90% de permanência.