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SISTEMA NERVOSO E _ CÉREBRO - aula 01

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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO E 
CÉREBRO: ORGANIZAÇÃO 
ANATÔMICA E FUNCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alisson Rogério Caetano de Siqueira 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
O organismo humano possui uma estrutura complexa que o mantém em 
funcionamento. O Sistema Nervoso (SN) é um dos sistemas que esse complexo 
compreende. O SN tem funções muito específicas e, como tal, é entendido como 
o responsável pela comunicação dentro do organismo humano. Considera-se que 
seja um sistema complexo por envolver muitos integrantes com funções muito 
específicas. Outra característica do SN é o fator “alcance”, visto que ele se 
desdobra em todas as áreas do organismo, permitindo uma real integração da 
informação. 
Esta aula tem como objetivo compreender o funcionamento do Sistema 
Nervoso e descrever suas divisões estruturais. Sendo assim, o assunto está 
distribuído em: 
1- O Sistema Nervoso no organismo humano 
2- A formação do Sistema Nervoso 
3- O Sistema Nervoso Central 
4- O Sistema Nervoso Periférico 
5- A Barreira Hematoencefálica 
O conteúdo a ser abordado nos direcionará aos esclarecimentos 
necessários propostos pela disciplina. 
CONTEXTUALIZANDO 
Usando um processo analógico, podemos comparar determinadas 
limitações do Sistema Nervoso com o desenvolvimento tecnológico. Durante o 
processo de estruturação da informação, o item principal é a quebra da barreira 
física chamada de distância. Os processos desse desenvolvimento evoluíram de 
uma condição na qual a informação levava inúmeros dias para chegar até a 
realidade de que, hoje, a informação é quase instantânea. 
Essa condição só é possível em decorrência da tecnologia, que tem 
apresentado avanços na transmissão de informações, surpreendendo as 
expectativas. A informação pode ser acessada em qualquer lugar. Todavia, há um 
fator muito importante nesse processo tão dinâmico: a condição de interligação 
da estrutura que tem essa informação. Neste caso, basta usarmos a rede mundial 
de computadores, e o acesso a essa rede requer que sejam atendidos alguns pré-
requisitos. 
03 
Dentro do processo analógico, podemos ver essa tecnologia toda no 
organismo humano, que funciona da mesma forma. O Sistema Nervoso é o 
responsável pela interligação de toda essa estrutura complexa. Qualquer parte do 
organismo pode ser acessada. O pré-requisito é estar ligado ao cabeamento do 
Sistema Nervoso. Assim, compreendemos que o organismo desempenha de 
forma otimizada a sua função, pois a comunicação é realizada de forma efetiva. 
Um Sistema Nervoso que não funciona em sua integralidade e que não 
consegue transmitir informação deixará o organismo às escuras, sem 
possibilidades de interagir ou de reagir a qualquer ação. O Sistema Nervoso é o 
responsável por manter essa estrutura se comunicando e, consequentemente, 
viva. 
TEMA 1 – O SISTEMA NERVOSO NO ORGANISMO HUMANO 
O organismo humano mantém estruturas que permitem o seu 
funcionamento de forma organizada, trabalhando sempre em conjunto. Sua 
estrutura e funcionalidade procuram sempre estar interligadas. Nessa interligação 
há sempre uma ação de comando e controle (Kandel, 2012). Como é uma 
estrutura complexa, tem divisões que permitem que suas ações possam ser 
executadas de forma mais efetiva. Essas divisões são conhecidas como sistemas. 
Os sistemas do organismo humano envolvem órgãos que são fundamentais para 
manter as funções vitais do organismo, bem como todas as estruturas e 
componentes que pertencem a ele. 
Podemos identificar esses sistemas por sua funcionalidade: cardiovascular, 
respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, 
reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar (Moore, 
2007). 
O Sistema Nervoso, como parte integrante desse organismo complexo, é 
responsável pela comunicação entre órgãos e sistemas do organismo humano. 
O Sistema Nervoso é compreendido como uma rede de comunicações que 
interliga todo o organismo, cobrindo-o como um sistema de transmissão de 
informação, não permitindo que nenhuma área fique descoberta. 
A principal função do Sistema Nervoso é dupla: captar informações em 
forma de mensagens ou estímulos oriundos do ambiente e realizar o processo de 
transmissão através de seus componentes para que chegue ao responsável da 
 
 
04 
interpretação, que responderá. Consequentemente, torna-se possível realizar o 
devido arquivamento. 
Não é possível compreender o organismo humano sem o Sistema Nervoso. 
Sua existência é fundamental. Caso o Sistema Nervoso não existisse, haveria 
ilhas de informação. Logo, o organismo seria inerte devido à ausência de interação 
como conjunto. Desta forma, podemos compreender o porquê de o Sistema 
Nervoso estar na formação primária do organismo humano. 
TEMA 2 – A FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
O Sistema Nervoso tem sua constituição no processo embrionário. Não é 
demais lembrarmos como ocorre a origem do ser humano. É necessário que duas 
células gametas (um óvulo, feminino, e um espermatozoide, masculino) entrem 
em contato e transformem-se em uma célula embrionária. Este ato ocorre na 
fecundação do óvulo pelo espermatozoide, produzindo um zigoto que será 
implantado na parede uterina, desenvolvendo-se ali por aproximadamente 40 
semanas. 
Após a fecundação ocorre um processo de transformação desses gametas 
em um zigoto. Por volta do 8º dia, ele passa a ser um blastocisto, que é implantado 
no útero em um estágio denominado “nidação”. Nesta fase o embrião está fixando-
se no útero e formando sua estrutura de alimentação e manutenção, que é a 
placenta. 
Com a instalação do embrião no útero, por volta do 17º dia, temos o início 
da formação do Sistema Nervoso. O Sistema Nervoso tem sua origem no tubo 
neural. 
2.1 Tubo neural 
No processo embrionário, por volta do 17º dia, temos a formação da placa 
neural. Essa placa sofre um achatamento e um estreitamento que a levam a uma 
dobragem. Essa dobragem é realizada levando as pregas neurais a se fecharem 
por volta do 27º dia. 
O fechamento do tubo neural dá origem às fases do desenvolvimento do 
Sistema Nervoso. No detalhamento do tubo neural pode-se observar os 
marcadores do desenvolvimento do Sistema Nervoso. A estrutura base do tubo 
neural dará forma ao Sistema Nervoso central. Observando o tubo neural em sua 
parte rostral (de cima), teremos a formação do encéfalo e seu fechamento na parte 
 
 
05 
caudal (de baixo) da medula espinhal. O desenho do tubo neural fechado é o de 
um invólucro lacrado em sua parte medial. 
As pregas neurais estão na parte medial do tubo neural; no processo do 
seu fechamento, saem células que formarão as cristas neurais. Como em todo 
processo de desenvolvimento, algumas células migram para outras áreas. São 
elas que darão origem a outras estruturas, como os gânglios, os nervos 
raquidianos, as meninges, os músculos, a medula da adrenal e os melanócitos. 
A estrutura neural originária no tubo neural tem fim vital para o organismo. 
A formação errada ou incompleta desse tubo pode produzir a morte do embrião 
ou uma deformação gravíssima. 
2.2 Divisões do Sistema Nervoso 
A formação do tubo neural será a base da constituição do Sistema Nervoso. 
Esse desenvolvimento ocorre durante a gestação, entre o 17º e o 90º dia. O 
Sistema Nervoso, quando estiver completamente formado, será uma estrutura 
complexa, pois desde a sua formação já está vocacionado a conectar o 
organismo, interligando-o. 
Compreendendo esse sistema de forma didática, podemos estruturalmente 
dividi-lo em: 
• Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelo comando e controle de 
todo o organismo. 
• Sistema Nervoso Periférico (SNP), responsável pela transmissão da 
informação entre o corpo e o Sistema Nervoso central e vice-versa. 
TEMA 3 – O SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é a parte do Sistema Nervoso 
responsável pelocomando do organismo. Sua localização é superior e central no 
corpo. Sua atividade é desenvolvida dentro de uma situação de controle geral. 
Com isso, toda informação deve chegar ou sair do SNC. A estrutura do SNC é 
dividida em encéfalo e medula espinhal. 
3.1 O encéfalo 
O encéfalo é responsável pelo controle do organismo humano de maneira 
abrangente. Ele comanda todos os nossos órgãos e sentidos. Seu formato é de 
 
 
06 
uma grande noz, e está localizado na parte superior do corpo, na cabeça, dentro 
da caixa craniana. Há uma proteção que recobre o encéfalo, feita pelas meninges 
e pelo líquido raquidiano. Essa proteção permite um certo isolamento do encéfalo 
e uma manutenção da pressão intracraniana. 
As meninges são estruturas compostas interligadas, recebendo o nome de: 
dura-máter, aracnoide e pia-máter. Qualquer alteração na meninge é considerada 
grave, pois coloca em risco e em exposição o encéfalo. A doença que atinge a 
meninge é denominada meningite. 
O encéfalo possui uma superfície enrugada e com muitas dobras. Há, de 
forma observável, algumas divisões no encéfalo: os espaços que realizam essas 
divisões são chamados de sulcos e, os que são muito profundos, de fissuras. 
3.1.1 A formação do encéfalo 
O tubo neural é ponto de origem de todo o Sistema Nervoso. Todavia, de 
uma forma mais evidente, podemos compreender a formação do encéfalo a partir 
do fechamento do tubo neural. 
Na parte rostral do tubo neural há uma estrutura formada por três vesículas 
encefálicas primárias: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Essa estrutura 
evolui por volta da 5ª semana e se expande, formando: telencéfalo, diencéfalo 
(epitálamo, tálamo, hipotálamo), mesencéfalo, metencéfalo (ponte e cerebelo) e 
mielencéfalo (bulbo). 
3.1.2 Estruturas do encéfalo 
O encéfalo é formado por: 
• Cérebro (telencéfalo e diencéfalo): o cérebro é constituído por uma parte 
maior, chamada de telencéfalo, e outra menor, diencéfalo. As duas partes 
são interligadas, sendo o diencéfalo a base de sustentação do telencéfalo. 
O telencéfalo ocupa 90% do cérebro. É nessa estrutura que podemos 
verificar a presença de uma massa acinzentada denominada de córtex. A 
cor acinzentada se deve à alta concentração de corpos celulares de 
neurônios. Verifica-se também a presença de uma área mais 
esbranquiçada, a qual denominamos de corpo caloso. O diencéfalo tem sua 
localização na base do cérebro. Sua estrutura é composta pelo tálamo e 
pelo hipotálamo. 
 
 
07 
• Cerebelo: o cerebelo tem a mesma origem da ponte, ou seja, no 
metencéfalo, sendo constituído por uma massa branca. A localização do 
cerebelo é a parte dorsal da caixa craniana. Como sua estrutura está em 
uma posição posterior, ele acaba mantendo ligação com todas as grandes 
estruturas do encéfalo. É uma relação de circunvizinhança. O cerebelo atua 
de forma funcional em ações relacionadas com os sentidos e a motricidade. 
Como o processo motor é primário, desde a formação do feto, o cerebelo 
atua de maneira direta no movimento da cabeça, dos olhos e dos membros 
de forma coordenada. Essa ação se dá pelo fato de o cerebelo ser 
responsável também pelo equilíbrio do corpo e sua condição postural. É 
possível ver a atuação do cerebelo em ações simples, como mexer a 
cabeça, piscar, manter-se ereto, caminhar sem tombar, consideradas como 
primitivas, pois ocorrem sem uma condição muito elaborada. 
• Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo): o mesencéfalo localiza-
se entre a ponte, o cerebelo e o telencéfalo. Ele se mantém em 
desenvolvimento desde o tubo neural, exercendo sempre a mesma função, 
que é a de realizar a recepção de informações musculares e a participação 
no controle das contrações musculares e da postura corporal. Ponte: o 
tubo neural, em sua primeira estrutura com três vesículas, possui uma 
cauda denominada de rombencéfalo. Quando as vesículas encefálicas se 
desenvolvem, o rombencéfalo se divide em metencéfalo e mielencéfalo. A 
ponte tem sua origem no metencéfalo. Com o desenvolvimento completo 
do Sistema Nervoso central, a ponte passa a ocupar o espaço entre o bulbo 
e o mesencéfalo. A função da ponte está ligada às operações cerebelares 
de movimento e equilíbrio. Bulbo: o bulbo tem sua origem no mielencéfalo. 
Localiza-se abaixo da ponte e está em contato com a medula espinhal. É 
uma estrutura tangente à medula, mas localizada na posição fronto-
posterior. A função do bulbo é controlar os centros vitais, sendo 
responsável por manter as funções fisiológicas vitais do organismo em 
perfeito funcionamento. É possível verificar a sua atuação direta na 
manutenção do ritmo cardíaco, da respiração, da pressão arterial, ou de 
funções motoras básicas, como engolir. O bulbo, como estrutura que 
pertence à área de controle vital do organismo, também exerce 
interferência no sono, trabalhando na sua regulação. 
 
 
08 
3.2 Medula espinhal 
O Sistema Nervoso central tem como seu segundo integrante, também 
originário na formação do tubo neural, a medula espinhal. A medula tem sua 
localização inicial no encéfalo, fazendo limite com o bulbo, começando no buraco 
occipital e prolongando-se até a segunda vértebra lombar. 
Na estrutura humana, a medula percorre aproximadamente 45 cm dentro 
de um canal vertebral, que é constituído por vértebras. A estrutura da medula é 
algo próximo de um cilindro, contudo, é mais achatada, apresentando um diâmetro 
de mais ou menos 1 cm em sua parte mais dilatada. 
A medula espinhal é responsável por estabelecer a comunicação entre o 
corpo e o Sistema Nervoso. Com isso, ela possui dupla função, a de condução 
nervosa e a de centro nervoso. 
A medula realiza uma comunicação reflexiva, permitindo que haja 
respostas de proteção ao corpo em situações de emergência. Ela também realiza 
a função de corrente motora do que se origina no encéfalo. Nessa ação, temos o 
efeito de comando e controle realizado pelo encéfalo e transmitido ao organismo 
pela medula. 
Em sua extensão, a medula apresenta duas dilatações: uma cervical e 
outra lombar. A localização desses pontos é correspondente à origem dos nervos 
que comandam os membros superiores e inferiores. Há ainda nesse 
prolongamento, numa extremidade inferior, o filum terminale, que a prolonga até 
a base do cóccix. Nessa região temos a cauda equina, formada pelos últimos 
nervos raquianos. 
A superfície da medula apresenta dois sulcos. Esses sulcos são 
observados em toda a extensão da medula, na direção longitudinal – um sulco 
anterior e outro posterior que dividem a medula em duas metades simétricas. 
Essas metades da medula também se dividem longitudinalmente em três 
cordões: o anterior, entre o sulco mediano anterior e a emergência das raízes 
anteriores; o lateral, entre a emergência das raízes anteriores e a das raízes 
posteriores; e o posterior, entre a emergência das raízes posteriores e o sulco 
mediano posterior. Há também, em todo o comprimento, o canal do epêndimo, 
aberto superiormente no quarto ventrículo e atingindo, inferiormente, a parte 
média do filum terminale. 
 
 
09 
Observando a medula por um corte transversal observa-se duas 
substâncias, uma externa que é uma substância branca e outra interna que é a 
substância cinzenta. 
A substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma 
de uma borboleta, ou de um “H”. É possível observar, em cada lado, três colunas, 
que aparecem nos cortes como cornos, ou chifres: são as colunas anterior, 
posterior e lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e em parte da 
medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da 
medula. 
A substância branca é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que 
sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três 
funículos ou cordões: o anterior, o lateral e posterior. 
Os sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenosfilamentos nervosos denominados de filamentos radiculares. Esses filamentos se 
unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. São essas 
raízes que dão origem aos nervos espinhais. Os nervos são oriundos de uma 
união que ocorre em um ponto distal ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. 
A proteção da medula espinhal, além de contar com seu invólucro ósseo, é 
realizada pelas meninges. Semelhante à proteção do encéfalo, as meninges são 
denominadas: dura-máter, aracnoide e pia-máter. Essas meninges possuem uma 
formação fibrosa, produzindo uma estrutura que envolve a medula. 
TEMA 4 – O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O Sistema Nervoso Periférico é parte integrante do Sistema Nervoso, e não 
menos importante. Sua estrutura é formada por nervos e gânglios. Sua função 
principal é realizar a transmissão de informações para o SNC e para órgãos 
periféricos. 
Os nervos são fibras nervosas dispostas paralelamente e envoltas por 
tecido conjuntivo dando um formato de corda. A tarefa dos nervos é a de unir o 
Sistema Nervoso central aos órgãos do nosso corpo, fazendo a transmissão, 
pelas fibras, dos impulsos nervosos. Observando o sentido da informação, 
classificamos as fibras que conduzem o estímulo até o SNC de aferentes ou 
sensitivas; de eferentes ou motoras aquelas que trazem a resposta do SNC; de 
mistas aquelas que fazem as duas funções, como, por exemplo, os nervos 
raquidianos. 
 
 
010 
Os nervos são classificados, segundo a sua origem, como espinhais (ou 
espinais) ou cranianos. Os nervos cranianos são ligados ao encéfalo e os nervos 
espinhais são ligados à medula espinhal. 
Os nervos cranianos são responsáveis por inervar principalmente 
estruturas da cabeça e do pescoço. Possuímos 12 pares de nervos cranianos: 
nervo olfatório, nervo óptico, nervo oculomotor, nervo troclear, nervo abducente, 
nervo trigêmeo, nervo facial, nervo vestíbulo-coclear, nervo glossofaríngeo, nervo 
vago, nervo acessório e nervo hipoglosso. 
Os nervos espinhais inervam tronco, membros e algumas regiões da 
cabeça. Os nervos espinhais mantêm ligação direta com a medula e partem dos 
forames intervertebrais, aberturas formadas pela articulação de duas incisuras 
vertebrais da coluna. Possuímos 31 pares de nervos espinhais. São denominados 
segundo a sua origem vertebral como: cervicais, torácicos, lombares, sacrais e 
coccígeos. 
Os gânglios são regiões dilatadas localizadas nos caminhos percorridos 
pelos nervos. Eles são formados por acúmulos de corpos celulares e estão 
situados fora do SNC, espalhados pelo organismo. É comum formarem uma 
estrutura aglutinada semelhante a uma esfera. 
4.1 Sistema Nervoso Somático 
O Sistema Nervoso Somático também pode ser chamado de voluntário, 
primordial para reagir a ordens expressas. O Sistema Nervoso Somático é 
responsável por regular as ações que estão sob o controle da nossa vontade, ou 
seja, ações voluntárias. 
O seu principal lugar de atuação é sob a musculatura esquelética de 
contração voluntária. Dessa forma, reage aos estímulos provenientes do ambiente 
externo. Essa comunicação é realizada por fibras motoras que conduzem 
impulsos do Sistema Nervoso central aos músculos esqueléticos. 
No Sistema Nervoso Somático podemos encontrar neurônios de 
aproximadamente 1 metro de comprimento. Isso é possível devido ao fato de que 
o corpo celular de uma fibra motora está localizado dentro do Sistema Nervoso 
central e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que 
inerva. 
 
 
011 
4.2 Sistema Nervoso Autônomo (SNA) 
O Sistema Nervoso Autônomo como agente integrante do SN atua de forma 
integrada com o SNC. O objetivo dessa integração é manter os órgãos e defesas 
do organismo sempre ativos. Sua ação é sempre involuntária, e sua principal 
atuação está na musculatura lisa e cardíaca. 
O organismo sofre ações de regulação que mantêm sempre o seu 
equilíbrio. Essa regulação é denominada de homeostase, condição de relativa 
estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções 
adequadamente. 
O Sistema Nervoso Autônomo trabalha em uma condição antagônica. Isso 
só é possível pelo fato de que as duas partes integrantes do SNA possuem 
trânsitos diferentes. Enquanto uma participa de um processo ativo, a outra está 
no processo de relaxamento. São integrantes do SNA: 
• Sistema Nervoso Simpático. 
• Sistema Nervoso Parassimpático. 
O Sistema Nervoso Simpático é formado pelos nervos espinhais da região 
torácica e lombar da medula. Ele estimula o funcionamento dos órgãos e as ações 
que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de 
estresse. 
Os principais neurotransmissores liberados pelo Sistema Nervoso 
Simpático são a noradrenalina e a adrenalina. Um exemplo dessa ação pode ser 
verificado na aceleração dos batimentos cardíacos, no aumento da pressão 
sanguínea, entre outros. 
O Sistema Nervoso Parassimpático é formado pelos nervos cranianos e 
espinhais das extremidades da medula. Atua como inibidor do funcionamento dos 
órgãos. Dessa forma, estimula principalmente atividades relaxantes. 
O principal neurotransmissor liberado pelo Sistema Nervoso 
Parassimpático é a acetilcolina. Como exemplos, podemos identificar as reduções 
do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea, entre outros. 
TEMA 5 – A BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA (BHE) 
A Barreira Hematoencefálica (BHE), é uma das descobertas mais 
importantes para desvendar a proteção que envolve o cérebro. Ela é conhecida 
como barreira sangue/cérebro. Sua principal função é impedir que elementos 
 
 
012 
químicos não compatíveis com os elementos que acessam o cérebro cheguem a 
este por intermédio do sangue (Ballabh, 2004). 
A BHE possui uma ligação direta com o SNC. Isso permite que haja um 
efeito de proteção mais enérgico e imediato, fato comprovado com o acionamento 
dos tecidos periféricos a partir de um estímulo da BHE. 
A BHE tem uma função dupla. Ela limita e regula a entrada de elementos 
químicos dentro do cérebro. Essa ação de proteção é executada pelas células 
endoteliais. Sua função é servir de agente de filtragem nos capilares cerebrais. 
Assim como o fluxo sanguíneo tem função de transportar as substâncias que 
alimentam o cérebro, a função da BHE é a de realizar a restrição de elementos 
incompatíveis com o funcionamento cerebral. 
Há um fator negativo na função da BHE. A mesma proteção que impede a 
entrada de uma substância estranha também impede o acesso de medicamentos 
ao cérebro. Assim, é necessário que a medicação possua um código que informe 
a BHE característica de acesso. 
A BHE é uma das três estruturas que protege o Sistema Nervoso. As outras 
duas são a Barreira Sangue-Líquido Cefalorraquidiano (BSLCR) e a Barreira 
Sangue-Aracnoide (BSA). 
5.1 Componentes da Barreira Hematoencefálica 
Os componentes da BHE são: células endoteliais, ocludinas, claudina, 
astrócitos, pericito e matriz extracelular (MEC). 
5.1.1 As células endoteliais 
As células endoteliais controlam a abertura e o fechamento das junções 
célula-célula. Essas junções regulam a permeabilidade celular; elas apresentam 
dois tipos: junção apertada (JA) e junção endotelial aderente (JEA). As células 
endoteliais cerebrais são apoiadas sobre uma lâmina basal que tem contato direto 
com a matriz extracelular. A junção apertada é composta por três proteínas 
integrais: claudina, ocludina e moléculas de adesão. 
Segundo Roja, Ritter e Pizzol (2011), a ocludina tem função dentro do 
contexto regulador da BHE. Atua na conexão com o citoesqueleto, assegurando 
a alta resistência elétrica das monocamadas das células endoteliais e a 
diminuição da permeabilidade paracelular. 
 
 
013 
Já as claudinas atuam para regular a seleção paracelular de íons 
pequenos. Como as claudinas são proteínas integrais, agem de forma 
heteromérica, no plano da membrana, e de forma heterotípica (Roja, Ritter & 
PizzoL, 2011). 
5.1.2 Os astrócitosOs astrócitos são células da glia que liga a BHE à membrana basal. A sua 
ação controla o tônus vascular, realizando a manutenção e a sinalização das 
células endoteliais. 
5.1.3 O pericito 
Roja, Ritter e Pizzol (2011) descrevem o pericito como uma célula tipo 
mesenquimal, associada com as paredes de vasos sanguíneos pequenos. Neste 
sentido, atua com as células endoteliais, sendo essencial para a formação, 
maturação e manutenção da BHE. 
5.1.4 A matriz extracelular (MEC) 
A matriz extracelular (MEC) é um microambiente celular; uma rede bem 
organizada e formada por macromoléculas. A MEC ocupa cerca de 20% do 
volume do espaço extracelular do cérebro, e está em um espaço que se limita 
pelos vasos sanguíneos e a célula da glia. Trabalha na relação entre o tecido 
conjuntivo e o tecido epitelial. 
Na MEC, a área que distancia o tecido conjuntivo do tecido epitelial recebe 
o nome de membrana basal. É nessa área que a MEC pode produzir alterações 
no citoesqueleto das células endoteliais. Essas mudanças nas células permitem 
que elas sejam permeáveis. Isso significa que pode haver uma alteração na célula. 
A MEC é de grande importância para a BHE, bem como para o próprio 
cérebro. Na MEC podemos encontrar estruturas que podem ser benéficas e 
maléficas para o cérebro, com uma estrutura rica em suporte para este (Vieira & 
Souza, 2013). 
 
 
 
014 
FINALIZANDO 
Pudemos observar nesta aula um panorama da complexidade do Sistema 
Nervoso. Todavia, não podemos deixar de lembrar que é essa complexidade que 
mantém a comunicação no organismo. Semelhante à nossa analogia sobre a 
tecnologia da educação no começo desta aula, o Sistema Nervoso está presente 
em todas as áreas do organismo, por mais diferentes que sejam, e o acesso se 
dá de maneira eficiente. Isso nos relembra que o Sistema Nervoso íntegro é capaz 
de fazer comunicação entre os integrantes do organismo, evoluindo para atender 
às necessidades deste. 
A nossa origem embrionária nos reporta à importância do Sistema Nervoso. 
O tubo neural, que é a primeira estrutura consolidada para o Sistema Nervoso, 
apoia o desenvolvimento de todo o organismo. 
Dessa forma, podemos desenhar um diagrama que nos apresenta o 
Sistema Nervoso. 
Figura 1 – Sistema nervoso 
 
Fonte: Siqueira, A. R. C. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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