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Artes Visuais
Fotografia
JORGE KIMIECK
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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6637-7
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 3 7 7
Código Logístico
59401
Esta obra busca apresentar e discutir a fotografia desde 
os seus primórdios até os dias atuais; os equipamentos uti-
lizados, seus princípios técnicos e teóricos; e os processos 
de pós-produção inerentes à arte fotográfica. Além disso, 
procura diferenciar os gêneros fotográficos mais impor-
tantes e apresentar as principais técnicas de fotografia para 
ensaio externo e em estúdio. Tendo como um dos objetivos 
a utilização da fotografia como ferramenta pedagógica, em 
cada capítulo são sugeridas atividades práticas que poderão 
ser realizadas com o intuito de aplicar os conceitos estuda-
dos na aula de Arte.
Artes visuais - 
Fotografia
Jorge Kimieck
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e 
do detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: pio3/ Koldunov/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
K62a
Kimieck, Jorge
Artes visuais : fotografia / Jorge Kimieck. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE, 2020. 
138 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6637-7
1. Artes. 2. Fotografia - História. I. Título.
20-64232 CDD: 700.9
CDU: 77(09)
Jorge Kimieck Mestre em Tecnologia – Educação Tecnológica pela 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 
Especialista em Metodologia do Ensino Superior pelo 
Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX). 
Graduado em Educação Artística – Licenciatura Plena 
pela Faculdade de Educação Musical do Paraná (Femp). 
Professor de graduação em cursos de Design, Arquitetura 
e Urbanismo, Publicidade e Propaganda, Jornalismo 
e Pedagogia e em especializações direcionadas à 
formação de professores. Pesquisador na área de novas 
tecnologias em educação. Atua também como artista 
multimeios e fotógrafo conceitual.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
1 História da fotografia 9
1.1 Os primórdios: a câmara escura, o daguerreótipo e o filme fotográfico 9
1.2 O papel do fotojornalismo na fotografia 17
1.3 A fotografia no Brasil 21
1.4 Fotógrafos que marcaram a história 23
1.5 O surgimento da fotografia digital 26
2 Equipamento fotográfico 31
2.1 Câmeras analógicas 31
2.2 Câmeras digitais 34
2.3 Smartphones: a mobgrafia 37
2.4 Equipamentos de iluminação 40
2.5 Lentes fotográficas 43
3 Princípios da fotografia 49
3.1 A luz na fotografia 49
3.2 Relações entre abertura, velocidade e ISO 53
3.3 Fotometria básica 58
4 Composição fotográfica 65
4.1 Forma e imagem 65
4.2 Regras de composição: razão áurea e regra dos terços 70
4.3 Regras de composição: ponto de vista e perspectiva 72
4.4 Outros estilos de composição 78
5 Edição e tratamento de imagens 83
5.1 Softwares para edição de imagens 84
5.2 Aplicativos para edição de imagens 90
5.3 Fluxo de trabalho (workflow) 92
5.4 Formatos de imagem e sua aplicação 98
6 Gêneros fotográficos 104
6.1 Paisagem e natureza-morta 104
6.2 Retrato e modelo vivo 109
6.3 O fotojornalismo 113
6.4 A fotografia artística 116
6.5 A fotografia publicitária 117
7 Ensaio fotográfico 122
7.1 Ensaio externo 122
7.2 Ensaio em estúdio e técnicas de iluminação 127
7.3 Fotometria em estúdio 133
7.4 A direção de modelos 135
APRESENTAÇÃO
Esta obra busca apresentar e discutir a fotografia desde os seus primórdios 
até os dias atuais; os equipamentos utilizados, seus princípios técnicos 
e teóricos; e os processos de pós-produção inerentes à arte fotográfica. 
Além disso, procura diferenciar os gêneros fotográficos mais importantes 
e apresentar as principais técnicas de fotografia para ensaio externo e em 
estúdio. Tendo como um dos objetivos a utilização da fotografia como 
ferramenta pedagógica, em cada capítulo sugerimos atividades práticas que 
poderão ser realizadas com o intuito de aplicar os conceitos estudados na 
aula de Arte.
Desse modo, no primeiro capítulo conheceremos a história e a evolução 
da fotografia, além dos principais fotógrafos que influenciaram a fotografia 
no Brasil e no mundo. No segundo capítulo, abordaremos os equipamentos 
fotográficos visando compreender as principais diferenças entre as câmeras 
fotográficas analógicas, digitais e de smartphones; conhecer equipamentos de 
iluminação e os tipos de lentes fotográficas; e entender como podemos tornar 
o smartphone um equipamento fotográfico na aula de Arte.
Para entendermos os princípios básicos da fotografia, discutiremos no 
terceiro capítulo sua matéria-prima: a luz. Também abordaremos o processo 
de fotometria básico, recurso presente nas câmeras digitais atuais. Para a 
aula de Arte, sugerimos uma atividade estabelecendo relações entre a luz na 
fotografia e na arte pictórica.
Um diferencial na fotografia é saber como fazer um bom enquadramento. 
Para isso, no quarto capítulo, exploraremos a composição fotográfica, 
entendendo as principais regras de composição e diferenciando seus 
elementos formais. Ao final, preparamos uma atividade prática para exercitar 
o olhar fotográfico.
Nos dias atuais, praticamente todas as imagens sofrem alterações e 
tratamento digital. Para compreendermos como ocorre esse processo, no 
quinto capítulo, conheceremos as técnicas e os aplicativos mais usados para 
realizar o tratamento de imagens, e o fluxo de trabalho na pós-produção em 
fotografia.
O sexto capítulo busca apresentar os gêneros fotográficos – fotografia de 
paisagem, retrato, fotojornalismo, fotografia artística e fotografia publicitária 
– e suas particularidades, para que saibamos diferenciá-los e escolher 
adequadamente as lentes e os equipamentos apropriados para cada um 
deles. O último capítulo é dedicado ao ensaio fotográfico, tanto externo como 
em estúdio, e apresenta as técnicas de iluminação em estúdio, os processos 
de fotometria e a direção de modelos.
Bons estudos!
Vídeo
História da fotografia 9
1
História da fotografia
A fotografia é uma arte que coexiste com a tecnologia desde os seus pri-
mórdios, no desenvolvimento de dispositivos fotográficos e de mídias para a 
gravação e reprodução das imagens capturadas, combinando óptica, física e 
química e, atualmente, computadores e meios digitais.
A partir de meados do século XIX, sua popularização gerou vários experi-
mentos, tanto técnicos como estéticos. Isso fez com que a fotografia fosse con-
siderada arte por alguns, enquanto outros chegaram a declará-la um inimigo da 
arte, reduzindo-a ao mero resultado obtido por um dispositivo técnico e sem 
valor artístico.
Neste capítulo, abordaremos a história da fotografia e como ela seguiu cami-
nhos que a popularizaram, da câmara escura até o advento das câmeras digitais 
presentes em nosso cotidiano. Além disso, conheceremos alguns fotógrafos que 
marcaram época. Para complementar,sugerimos algumas propostas de ativida-
des para serem aplicadas em aulas de arte.
1.1 Os primórdios: a câmara escura, o 
daguerreótipo e o filme fotográfico Vídeo
A palavra fotografia tem origem grega (foto = luz; grafia = escrita) 
e significa “escrita com a luz”. Segundo o dicionário Houaiss (2020), 
“é a arte ou processo de reproduzir imagens sobre uma superfície 
fotossensível (como um filme), pela ação de energia radiante, a luz”.
O desenvolvimento da óptica fotográfica, ou seja, de lentes e dis-
positivos, é relacionado à astronomia, com as pesquisas e descober-
tas de Galileo (1564-1642), Kepler (1571-1630), Newton (1643-1727), 
Maxwel (1831-1879), Einstein (1879-1955) e Hubble (1889-1953).
A história da fotografia tem como marco inicial a primeira ima-
gem capturada por Joseph Nicéphore Niépce, em 1827. No entanto, 
ao analisarmos o desenvolvimento tecnológico necessário para que 
esse fato ocorresse, podemos dizer que a fotografia iniciou-se bem 
antes, tendo suas origens em dispositivos como a câmara escura.
Biografia
Joseph Nicéphore Niépce 
(1765-1833) foi um inventor 
francês, conhecido por registrar 
a primeira fotografia perma-
nente do mundo, processo 
denominado, por ele, como 
heliografia, ou seja, gravura 
com a luz solar.
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10 Artes visuais - Fotografia
1.1.1 A câmara escura
As origens da câmara escura, ou câmara obscura, são controversas. Alguns his-
toriadores atribuem seu princípio óptico ao chinês Mo Tzu, no século V a.C., en-
quanto outros ao filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que teria esboçado os 
primeiros esquemas do dispositivo. Essa câmara foi muito utilizada na antiguidade 
para observação de eclipses solares e por artistas, para auxiliar no processo de 
desenho e pintura de retratos e paisagens.
Em 1021, o físico e matemático árabe Alhazen (965-1040) definiu, cientificamen-
te, as bases da natureza da luz e da óptica no sétimo volume de sua obra, intitulada 
Book of Optics, livro considerado o mais importante sobre o assunto durante os 600 
anos seguintes. Ele foi o primeiro a utilizar métodos lógicos e experimentais para 
definir aspectos essenciais da luz, a saber: que emanava de uma fonte de luz ex-
terna e que a luz viajava em raios, os quais viajavam em linhas retas. Dessa forma, 
ele fundamentou como construir uma câmara escura e como ampliar um objeto de 
maneira nítida, reduzindo-se o tamanho do pinhole (pin = alfinete; hole = orifício); 
quanto menor ele for, maior será sua nitidez.
A câmara escura consistia, basicamente, em uma sala totalmente escura. Po-
rém, em um dos seus lados havia um pequeno orifício, denominado pinhole, pelo 
qual a luz passava e projetava a imagem invertida na parede oposta. Esse disposi-
tivo, que era do tamanho de uma sala (Figura 1), foi descri-
to e ilustrado em 1646, pelo jesuíta Athanasius 
Kircher. Em 1685, Johan Zahn descreveu a 
utilização de um espelho acoplado ao dis-
positivo, que possibilitava redirecionar a 
imagem ao plano horizontal, facilitando o 
processo do desenho.
Durante o Renascimento (1300-1600), a 
ideia do uso do pinhole na câmara escura 
foi amplamente discutida por: Leonardo 
da Vinci, na obra Codex Atlanticus, de 1502; 
por Gemma Frisius, no livro De Radio Astro-
nomico Et Geometric Liber, de 1545; e por 
Giovanni Battista della Porta, no livro Magiae Naturalis, de 1558. Enquanto isso, 
Girolama Cardano, em 1550, e Daniel Barbaro, em 1569, sugeriram aperfeiçoamen-
tos ópticos à câmara escura. Durante esse período, esse dispositivo tornou-se am-
plamente utilizado para fins científicos e artísticos.
Em 1604, Johannes Kepler publicou, em seu livro The optical part of Astronomy, 
o primeiro projeto de uma câmara escura portátil, com uma lente rotativa e um 
espelho para projetar a imagem em uma superfície de desenho, como podemos 
observar na Figura 2. Isso facilitava o trabalho do artista, que podia levar o disposi-
tivo para o local onde estava trabalhando a fim de capturar e desenhar a imagem 
que desejava.
Autor desconhecido/Wikimedia Commons
Figura 1
Câmara escura
História da fotografia 11
Figura 2
Primeira câmara escura portátil
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Em 1727, Johann Heinrich Schulze (1687-1744) descobriu que o nitrato de prata 
ficava escuro quando exposto a uma fonte de luz. Ao deixar uma garrafa cheia 
de cal com nitrato de prata sobre uma mesa, ele verificou que o lado da garrafa 
que estava exposto à luz havia escurecido, enquanto o outro lado não. A partir de 
então, passaram-se cem anos para que Joseph Nicéphore Niépce utilizasse esse 
princípio e realizasse a primeira fotografia permanente obtida com uma câmera.
Figura 3
Vista da janela em Le Gras, fotografada por Nicéphore Niépce, entre 1826 e 1827.
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12 Artes visuais - Fotografia
Para se registrar a imagem, foram necessárias oito horas de exposição 1 . Essa 
foto (Figura 3) é conhecida como Vista da janela em Le Gras e foi tirada entre 1826 
e 1827 – não há precisão no registro da data correta em que Niépce a fotografou.
Na prática
Que tal montar sua própria câmara escura? Na aula de Arte, podemos explorar o conceito da câmara 
escura produzindo um dispositivo para que os alunos possam entender o processo de captura de uma 
imagem. Você pode adaptar essa atividade para diversas faixas etárias e anos escolares.
1. Prepare a caixa: forre-a internamente com o papel preto ou pinte-a internamente com tinta preta; 
faça um tubo de papel preto com o diâmetro da lente da lupa; retire a lente do suporte original e 
fixe-a no tubo, utilizando fita isolante; em um dos lados da caixa, faça um orifício, do tamanho do 
tubo da lente, centralizado na caixa; na face oposta, recorte uma “janela” quadrada ou retangular.
2. Cole a folha de papel vegetal na “janela”.
3. Certifique-se de que não há nenhuma entrada de luz no interior da caixa.
• 1 caixa de sapatos (ou similar). 
• Papel preto ou tinta preta.
• 1 folha A4 de papel vegetal. 
• Tesoura. 
• Cola.
• Fita isolante ou fita adesiva preta. 
• Lupa de escritório.
Materiais necessários:
Modo de fazer: 
Pronto! Agora é só apontar o dispositivo para uma cena iluminada e, na “janela”, aparecerá a imagem 
invertida, como nas primeiras câmaras escuras. Experimente ajustar o foco da imagem usando o tubo, 
como se fosse o zoom de uma lente fotográfica.
Você pode explorar mais conceitos envolvidos, como distância focal, propriedades da luz etc. Pode, tam-
bém, convidar o professor de Ciências para realizar a atividade de modo interdisciplinar.
O fator surpresa é fundamental, então deixe para mostrar imagens das primeiras câmaras escuras e 
comentar fotos e fatos da história da fotografia depois que os alunos já tiverem montado e experimen-
tado suas câmaras escuras, fazendo com que inúmeras perguntas, como “por quê?” e “como?”, surjam 
naturalmente para serem elucidadas por você, professor.
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Figura 4
Montagem da câmara
O tempo de exposição refere-se 
ao tempo em que o obturador 
da câmara fica aberto, expondo 
o material sensível à luz para se 
registrar a imagem.
1
Explique o funcionamento de 
uma câmara escura.
Atividade 1
História da fotografia 13
1.1.2 O daguerreótipo
Em colaboração com Niépce, Louis Daguerre (1787-1851) criou o da-
guerreótipo (Figura 5), que consistia em uma câmara escura de tamanho 
reduzido, contendo uma chapa de metal sensibilizada com nitrato de pra-
ta, que, após sua exposição, revelava a imagem impressa na chapa e que 
era fixada utilizando-se vapor de mercúrio. Esse dispositivo foi apresen-
tado à Academia Francesa de Ciências em 1839. A partir de então, sur-
giram vários daguerreotipistas, que registravam as imagens da época.
Na Figura 6, podemos observar a primeira fotografia com pessoas 
vivas, que foi tirada entre 1838 e 1839 por Daguerre, com seu daguerreó-
tipo. Presume-se que o tempo de exposição tenha sido de aproximadamente 
dez minutos; dessa forma,muito do movimento não foi registrado, tendo em vista 
que, quando a exposição é prolongada, as pessoas que passam diante da câmera 
não são registradas na fotografia. Assim, notamos de imediato apenas a imagem 
de um homem, no canto inferior direito, polindo sua bota, e um outro homem 
lendo um jornal, em um banco à esquerda. Se olharmos com atenção, notaremos 
outros personagens que foram capturados na imagem.
Figura 6
Boulevard tu Temple, fotografada por Daguerre, entre 1838 e 1839.
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A desvantagem do daguerreótipo era a impossibilidade de tirar cópias da ima-
gem obtida, o que levou William Henry Fox Talbot (1800-1877), em 1839, a desen-
volver o sistema negativo/positivo. Para isso, ele utilizou papel coberto com nitrato 
de prata e, no processo de revelação, um banho de hipossulfito de sódio, o qual 
eliminava o nitrato de prata que não havia se fixado no papel para, depois, ser 
justaposto em outro papel sensibilizado com nitrato de prata, sendo ambos pren-
sados entre chapas de vidro e expostos à luz solar, o que invertia o resultado, trans-
formando o negativo em positivo. Esse processo foi denominado de talbotipia ou 
calotipia. Na Figura 7, temos um exemplo de uma fotografia obtida nesse método.
Figura 5
Daguerreótipo 
Liudmila
 e Nelso
n/Wikim
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Biografia
Louis Jacques Mandé Daguerre 
(1787-1851), inventor de origem 
basca, foi pintor, cenógrafo e 
inventor. Patenteou o daguerreó-
tipo em 1835, sendo a primeira 
patente registrada para um 
processo fotográfico.
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Biografia
Willian Henry Fox Talbot 
(1800-1877) foi membro do 
parlamento britânico, escritor 
e cientista. Responsável por 
descobrir como fixar imagens 
fotográficas em papel por meio 
de processos químicos.
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14 Artes visuais - Fotografia
Figura 7
Carpinteiros no trabalho, por William Talbot, entre 1842 e 1843.
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Talbot e Daguerre protagonizaram uma verdadeira competição no desenvolvi-
mento e criação de processos fotográficos revolucionários. Daguerre venceu em 
popularidade e sucesso, mas foi Talbot que, com seu processo, produziu imagens 
negativas no papel, as quais podiam ser reproduzidas como positivas, estabelecen-
do as bases dos métodos fotográficos modernos.
1.1.3 O filme fotográfico
As placas de metal e vidro, além de frágeis, eram pesadas, difíceis de trabalhar e 
tinham custo elevado. Com isso em mente, George Eastman, que tinha como lema 
“você aperta o botão e nós fazemos o resto” (apud GURIGLIA, 1996), criou, em 1888, 
um rolo de filme de fácil manuseio, o que transformou a empresa Eastman Kodak 
em uma força motriz na popularização mundial da fotografia.
Figura 8
Anúncio da Kodak em 1888
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Biografia
George Eastman (1854-1932) 
fundou a Kodak e inventou o 
filme em rolo, o que popularizou 
a fotografia.
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História da fotografia 15
Em 1889, a Kodak lançou oficialmente no mercado o primeiro rolo de filme celu-
loide transparente e flexível, dando início à fotografia amadora. Com essa invenção, 
a fotografia entrou em uma nova era, permitindo que um grande número de fotó-
grafos amadores pudesse produzir imagens fotográficas de modo menos complexo. 
Esse rolo de filme consistia em uma tira de plástico transparente e flexível com 
um de seus lados coberto com uma emulsão gelatinosa de cristais de halogeneto de 
prata sensíveis à luz. Quando esses componentes químicos são expostos à luz por 
uma câmera fotográfica, eles se alteram quimicamente e, dependendo da quanti-
dade de luz absorvida por cada cristal, essas alterações criam uma imagem invisível 
na emulsão, que, após sofrer um processo de revelação, tornando-a visível, é fixada 
e transferida para um papel fotográfico por meio de processos específicos. Nos 
filmes em preto e branco há uma camada de halogeneto de prata, enquanto os 
filmes coloridos são compostos de, no mínimo, três camadas, cada uma sensível a 
uma cor diferente.
Com base nessa ideia, foram introduzidos no mercado fotográfico diferentes 
formatos de filmes, direcionados tanto a fotógrafos iniciantes quanto a profissio-
nais. A Kodak lançou, em 1901, o filme no formato 120 mm (médio formato), com 
um quadro de 9x12 cm, para ser utilizado em sua câmera Brownie 2. Com esse fil-
me, permitia-se obter vários formatos de imagem, sendo o mais comum o formato 
quadrado de 56x56 mm. Os formatos retangulares possuem 6x9 cm, também cha-
mado de 120 full frame, e 6x4,5 cm, chamado de half frame. O Quadro 1 apresenta 
os tamanhos padrão, obtidos com o filme 120 mm.
Quadro 1
Tamanhos de quadro de filme 120 mm.
Tamanho Tamanho nominal Quadros 
Centímetros Polegadas Milímetros
6x4,5 ------------ 56x44 15 ou 16
6x6 2¼ x 2¼ 56x56 12
6x7 ------------ 56x70 10
6x8 ------------ 56x75 9
6x9 2¼ x 3¼ 56x84 8
6x10 ------------ 56x93 7
Fonte: Adaptado de Camerapedia, 2020.
Outro formato que se tornou popular foi o filme de 35 mm, desenvolvido e pro-
duzido em escala experimental nos laboratórios de Thomas A. Edison, com base em 
um filme de 70 mm, utilizado principalmente para filmes e câmeras fotográficas em 
miniatura, denominação para as câmeras portáteis da época. O quadro de imagem 
de um filme de 35 mm possuía as dimensões de 18x24 mm, em formato vertical.
16 Artes visuais - Fotografia
Embora o primeiro design de uma câmera que utilizava esse formato tenha sido 
patenteado em 1908, a primeira câmera de 35 mm foi disponibilizada comercial-
mente somente em 1913 – a Tourist Multiple, que era utilizada tanto para filmes 
quanto para fotografias. O filme 35 mm passou por aperfeiçoamentos, que culmi-
naram com o formato 24x36 mm, resultando em um 35 mm horizontal, padrão que 
se tornou o mais popular em toda a história da fotografia, sendo utilizado até hoje, 
inclusive nas câmeras digitais profissionais full-frame, nas quais o sensor CCD, que 
é análogo ao filme, possui esse tamanho.
No Quadro 2, podemos observar os formatos de filme quanto ao seu tamanho, 
modelo/tipo e período de produção.
Quadro 2
Formatos de filme e período de produção.
Tamanho (mm) Modelo/tipo Período de produção
70 116 1899-1984
60 
120 1901-presente
220 1965-presente
620 1932-1995
40 127 1912-presente
35
126 1963-2008
135 1934-presente
828 1935-1985
24 APS 1996-2011
16 110 1972-presente
Fonte: Elaborado pelo autor com base em The Dark Room, 2020.
Os rolos de filmes possuem tamanhos diferenciados, de acordo com o seu for-
mato. Podemos observar isso na Figura 9, que apresenta os rolos de filme 135 
(35 mm), 127 (40 mm) e 120 (60 mm), produzidos pela Kodak e outras empresas.
Os primeiros filmes coloridos surgiram na década de 1930, 
porém as imagens que produziam eram muito escuras. Em uma 
tentativa de contornar esse fato, a Kodak, em 1936, começou a co-
mercializar o Kodachrome, um filme que utilizava o método de co-
res subtrativas para ser utilizado em fotografias caseiras e câmeras 
fotográficas. A novidade ainda produzia imagens escuras e tinha 
um custo mais elevado do que os filmes em preto e branco (PB), 
que eram padrão na época.
Somente após 40 anos, o filme colorido tornou-se padrão e o 
filme em preto e branco passou a ser mais utilizado na fotografia 
de arte. Inclusive, surgiram novos processos para revelação dos fil-
mes, alguns de modo caseiro com a utilização de produtos de fácil 
obtenção, como café instantâneo, vitamina C, carbonato de cálcio 
(utilizado para limpeza de piscinas) etc., abrindo um horizonte para 
a experimentação artística da fotografia analógica. 
Figura 9
Comparação entre os rolos de 
filme 135, 127 e 120.
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História da fotografia 17
Desse modo, mesmo com a popularização da fotografia digital, empresas como 
a Kodak, Fujifilm,Cinestill, Rollei, entre outras, continuam produzindo alguns tipos 
de filmes para utilização em câmeras analógicas, com o foco direcionado aos entu-
siastas desse modo de fotografia.
Podemos, então, separar os tipos de filmes fotográficos de acordo com sua apli-
cação, a saber:
 • Negativo colorido: foi muito popular entre retratistas e fotógrafos de casa-
mento devido às cores vivas e ao alto contraste obtido.
 • Positivo colorido: utilizado para produzir slides, com imagens de cores 
vibrantes.
 • Negativo PB: apresentado em dois tipos, o tradicional e o C-41. O tradicional 
usa pequenos cristais de sal de prata dispersos sobre uma gelatina, sendo 
considerado o mais estável e com processo de revelação simplificado. Já o 
C-41 possui várias camadas sensíveis à luz, o que pode torná-lo instável, ge-
rando resultados inconsistentes.
 • Filme infravermelho: é um filme sensível a um espectro mais amplo de luz 
que a visão humana pode ver, o que produz imagens com uma aparência 
surreal, desde que exposto corretamente.
As pesquisas e o desenvolvimento de novas técnicas de produção de filmes fo-
tográficos, a redução de peso e de tamanho dos equipamentos e o aporte tec-
nológico foram sendo implementados de maneira que os fotógrafos passaram a 
documentar os fatos, que antes eram narrados na sua forma escrita, por meio do 
registro da imagem, criando novas maneiras de narrativa.
De acordo com Grácio (2012, p. 32),
com o aperfeiçoamento de algumas técnicas a fotografia documental 
[mudou] radicalmente devido à facilidade do seu uso, aos filmes maleáveis 
e aos aparelhos portáteis. A fotografia [deu] origem a uma nova forma de 
documentação, até aí reservada à escrita. Alguns fotógrafos [começaram] a 
compreender a força de denúncia que uma fotografia [poderia] conter.
Isso significa que o desenvolvimento de novas tecnologias – as quais impacta-
ram diretamente na redução do tamanho das câmeras fotográficas e na melhora 
dos processos de gravação e revelação das imagens – fez com que a fotografia se 
tornasse o principal meio de registro de fatos importantes da história e, assim, uma 
ferramenta essencial aos fotojornalistas.
Acesse o site Caffenol e 
encontre todas as dicas e 
receitas para revelar um fil-
me analógico PB, utilizando 
um processo alternativo, 
com produtos como café 
instantâneo, vitamina C e 
carbonato de cálcio.
Disponível em: https://caffenol.com.
br. Acesso em: 29 abr. 2020.
Site
Elabore uma linha do tempo 
representando a história da 
fotografia até o surgimento dos 
filmes coloridos.
Atividade 2
1.2 O papel do fotojornalismo na fotografia
Vídeo O conceito de fotojornalismo surge da necessidade humana de se infor-
mar e contar um fato ou assunto de interesse jornalístico por meio de imagens. 
Kobré (2011, p. 21) assinala que “o estilo fotojornalístico depende da captura de 
momentos espontâneos, [e que] bons jornalistas desenvolveram a intuição de es-
tar no lugar certo, no momento certo, com a objetiva certa e a câmera certa”.
Em 1842, o fotógrafo Carl F. Stelzner, utilizando um daguerreótipo, retrata a 
primeira fotografia de um evento, que foi um incêndio que devastou um bairro da 
18 Artes visuais - Fotografia
cidade de Hamburgo. A imagem foi reproduzida e impressa em halftone, na revista 
semanal The Illustrated London News.
A primeira reportagem fotográfica que se tem registro é atribuída a Roger Fenton 
(1819-1869), que realizou a cobertura da Guerra da Crimeia (1853-1856). Nota-se que 
as imagens não retratavam o conflito, pois, como os soldados tinham conhecimento 
da presença do fotógrafo, acabavam representando situações previamente acorda-
das. Essa situação pode ser observada na Figura 10, em que os oficiais posam para a 
foto, passando um ar de tranquilidade; dessa forma, Fenton retratou apenas os acam-
pamentos e situações que não representavam os verdadeiros horrores da batalha.
Figura 10
Fotografia de Roger Fenton na Guerra da Crimeia, em 1855.
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A cobertura da Guerra da Secessão (1861-1865) é tida como a primeira realizada 
para um meio impresso, em que Mathew Brady (1822-1896), Alexander Gardner 
(1821-1882), George N. Barnard (1819-1902) e Timothy O’Sullivan (1840-1882) for-
maram a primeira associação de fotógrafos, semelhante a uma agência de foto-
grafia dos tempos atuais. Em 1863, O’Sullivan retratou os horrores dessa guerra 
ao fotografar cadáveres cobrindo o solo em um campo de batalha, na fotografia 
intitulada A Ceifa da Morte (Figura 11), tornando público que a guerra era uma cena 
cruel, ao contrário das imagens que Fenton havia feito em 1855.
halftone: meio tom, reprodução 
de uma fotografia ou outra 
imagem na qual os diversos tons 
de cinza, ou cores, são produzidos 
por vários tamanhos de pontos 
de tinta (Lexico, 2020, tradução 
nossa).
Glossário
História da fotografia 19
Figura 11
A Ceifa da Morte, por Timothy O´Sullivan, em 4 de julho de 1863.
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Aos poucos, o fotojornalismo foi consolidando um novo modelo de documentação 
fotográfica e, por volta dos anos 1930, os fotógrafos passaram a retratar cenas do coti-
diano, personagens anônimos, problemas sociais, lugares e cidades remotas. Somente 
a partir do século XX, contudo, a fotografia tem o seu valor jornalístico reconhecido.
Don McCullin (1935- ), já no século XX, explora em suas fotografias a dor e a fome 
que as guerras causam, provocando questionamentos sobre sua validade. Sua esté-
tica fica conhecida como a “estética do horror” devido ao forte apelo emocional de-
monstrado nas imagens retratadas. Nas palavras de McCullin (2020, tradução nossa): 
“fotografia para mim não é olhar, é sentir. Se você não consegue sentir o que está 
vendo, nunca fará com que outras pessoas sintam algo quando olharem suas fotos”.
Em outro viés, no início do século XX, Erich Salomon (1886-1944) inicia um tra-
balho de retratar pessoas influentes da época em momentos espontâneos e sem 
pose, muitas vezes utilizando uma câmera escondida e sem uso de flash, para regis-
trar pessoas e locais onde os fotógrafos não eram permitidos, fato que lhe conferiu 
o apelido de “o rei dos indiscretos”. É, ainda, considerado um dos pais do foto-
jornalismo como hoje conhecemos. Em uma foto de 1931 (Figura 12), o primeiro 
ministro francês, Aristide Briand, surpreendeu Salomon ao percebê-lo tirando uma 
fotografia, ato que o fotógrafo sempre fazia com sigilo.
Quando Hitler chegou ao poder, em 1933, Salomon, por ser judeu, foi persegui-
do, capturado e levado com sua mulher e filho caçula para Auschwitz, onde foram 
assassinados, em 1944.
Acesse o site Flickr e con-
fira um álbum de imagens 
contendo 22 fotos tiradas 
por McCullin, que retratam 
os horrores da guerra do 
Vietnã, em 1968.
Disponível em: https://flic.kr/s/aHsm-
G17xYJ. Acesso em: 29 abr. 2020.
Site
https://flic.kr/s/aHsmG17xYJ
https://flic.kr/s/aHsmG17xYJ
20 Artes visuais - Fotografia
Figura 12
Paul Reynaud e Aristide Briand, fotografados por Erich Salomon, em 1931.
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Esse estilo ficou conhecido como fotografia cândida, que é obtida sem que o 
fotógrafo seja percebido, na busca de capturar um instante em um cenário urbano, 
geralmente de situações por vezes despercebidas pelas pessoas e sem criar uma 
aparência posada. Desse modo, engloba a fotografia de cenas urbanas noturnas e 
a fotografia de rua (street photography), como podemos ver na imagem de Andre 
Kertesz (Figura 13), na qual a fotografia flagra um casal espiando por um buraco na 
cerca de um circo em Budapest.
Figura 13
Circus, Budapest, fotografia cândida de Andre Kertesz, em 1920.
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História da fotografia 21
A partir da publicação de fotografias em jornais da época, como o Daily Mirror, 
desencadeia-se uma enorme busca por imagens e fotógrafos, fazendo com que sur-
gissem fotorrepórteres, normalmente provenientes da aristocracia,bem formados 
e com conhecimentos de belas artes. Os avanços tecnológicos, como o flash de lâm-
pada, o formato 35 mm e as lentes intercambiáveis introduzidos pela Leica, fazem 
surgir uma geração de fotógrafos de imprensa, como Carl Mydans (1907-2004), Robert 
Capa (1913-1954), Henri Cartier-Bresson (1908-2004), Margaret Bourke-White 
(1904-1971), George Brassaï (1899-1984), Robert Doisneau (1912-1994), David 
Douglas Duncan (1916-2018), David Seymour (1911-1956), entre outros que estabe-
leceram as raízes e fundamentos do fotojornalismo contemporâneo.
Biografia
Hercule Florence (1804-1879) 
foi desenhista, tipógrafo, 
naturalista e fotógrafo. Participou 
como segundo desenhista da 
expedição Langsdorff, entre 1825 
e 1829, na qual era responsável 
por retratar a natureza e os 
habitantes indígenas do Brasil 
por meio de desenhos.
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1.3 A fotografia no Brasil 
Vídeo A fotografia no Brasil tem seu marco histórico com a chegada do 
primeiro daguerreótipo ao Rio de Janeiro, no ano de 1839, e do fran-
cês Hercule Florence (1804-1879). De acordo com Kossoy (2006, 
p. 295), Florence registra, no dia 24 de junho de 1833, em seu diário 
intitulado Livre d’annotations et de premiers matériaux 2 , a indagação: 
“não teria eu iniciado a arte mais do que maravilhosa de desenhar 
qualquer objeto, sem dar-me ao trabalho de o fazer com a própria 
mão?”, referindo-se ao seu experimento em produzir rótulos para 
frascos farmacêuticos. Nesse experimento, sobre uma chapa de vi-
dro escurecida com fuligem e goma arábica, e utilizando-se de uma 
agulha, ele fazia o desenho sobre esta superfície, que era a matriz, a 
qual, após ser prensada com um papel sensibilizado por cloreto de 
prata ou ouro e exposta à luz solar, tinha como resultado uma ima-
gem positiva. Mais tarde, Florence construiu uma câmera escura ru-
dimentar e conseguiu obter uma imagem da vista da janela de sua 
casa. Infelizmente, essa fotografia ficou perdida no tempo.
Apesar de suas descobertas, seu método fotográfico somente foi 
comprovado cientificamente em 1976, quando testado nos labora-
tórios do Rochester Institute of Technology, nos Estados Unidos. Em 
1980, o pesquisador Boris Kossoy (1941- ) publicou o livro 1833: a 
descoberta isolada da fotografia no Brasil, tornando Hercule Florence 
conhecido internacionalmente pelo seu feito.
Entre as décadas de 1840 e 1860, a fotografia é difundida no país 
por fotógrafos como Victor Frond (1821-1881), Marc Ferrez (1843-1923), Augusto 
Malta (1864-1957), José Christiano Júnior (1832-1902), entre outros, os quais regis-
tram de maneira documental a sociedade brasileira da época. Podemos observar 
como exemplos a Figura 14, que apresenta um retrato de uma mãe e sua filha, e a 
Figura 15, que registra a visita do imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Tereza 
Cristina às obras do Túnel da Mantiqueira, em 1882.
2
Do francês, “livro de anotações e 
primeiros materiais”.
22 Artes visuais - Fotografia
Figura 14
Mãe e filha, fotografia de José 
Christiano Junior, em cerca de 
1865.
Figura 15
Inauguração do Túnel da Man-
tiqueira, fotografada por Marc 
Ferrez, em 25 de junho de 1882.
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Em fins da década de 1940, a fotografia no Brasil se aproxima da arte, em especial dos 
movimentos concretista e neoconcretista, conforme aponta Etcheverry (2010, p. 208),
o contexto é de crescimento econômico, atrelado a uma urbanização acelera-
da, principalmente em São Paulo, e a um fomento da cultura através da cria-
ção de espaços de arte. Em contraposição ao figurativismo, o campo artístico 
desenvolvia-se em direção à abstração e, então, o concretismo e o neocon-
cretismo eram os principais movimentos. Assim, o horizonte de perspectivas 
de desenvolvimento para estes fotógrafos [Geraldo de Barros e José Oiticica 
Filho] era, pode-se perceber, promissor.
Ao lado de artistas americanos e europeus – como Man Ray, Moholy-Nagy, 
Rodchenko e Alvin Langdon Coburn, que buscavam se expressar por meio da 
fotografia, rompendo com o modelo figurativo tradicional –, Geraldo de Barros 
(1923-1998) utilizava técnicas de sobreposição de imagens, que originaram a série 
Fotoformas, expostas no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1951, e que estão 
disponíveis no álbum Fotoformas do SESCSP, no Flickr 3 .
José Oiticica Filho (1906-1964), por sua vez, teve uma trajetória diversificada. No 
início, se dedicou à fotografia utilitária, fotografava insetos, passando posterior-
mente para uma fase simbolista, com um grande rigor compositivo. Após contato 
com a arte moderna e grupos de vanguarda, começou a explorar e dedicar-se à 
fotografia abstrata e, em seguida, à fotografia concreta 4 .
A partir da década de 1950, surge um mercado editorial brasileiro direcionado 
à fotografia, com a criação de revistas especializadas, por exemplo, a Novidades 
Fotoptica, e a expansão do fotojornalismo, com revistas como a Manchete, na qual a 
fotografia se torna o elemento ativo da reportagem. Os jornais, como o Última Hora, 
Conheça o Fotoformas acessando 
o Flickr. Disponível em: https://
www.flickr.com/photos/sescsp/
albums/72157621667478371/. 
Acesso em: 30 abr. 2020. 
3
Você pode ver algumas das obras 
fotográficas de José Oiticica 
Filho na Enciclopedia Itaú 
Cultural. Disponível em: https://
enciclopedia.itaucultural.org.br/
pessoa10674/jose-oiticica-filho. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
4
História da fotografia 23
passam a dar destaque à fotografia, contratando alguns fotógrafos profissionais, 
entre eles Orlando Brito (1950- ) e Pedro Martinelli (1950- ).
Nas décadas de 1960 e 1970, a fotografia no Brasil passa a transitar entre o do-
cumental e o experimental, em que os fotógrafos focam questões sociais e políticas 
na realidade social, em cenas urbanas e no retrato do cotidiano.
Atualmente, o panorama da fotografia no Brasil acompanha as tendências mun-
diais, segmentando-se em diversas áreas, seja nas artes visuais, no fotojornalismo 
ou no registro do cotidiano por pessoas comuns, munidas de seus smartphones, 
cada uma contribuindo para a documentação visual da sociedade contemporânea.
Elabore uma síntese sobre a 
fotografia no Brasil.
Atividade 3
1.4 Fotógrafos que marcaram a história 
Vídeo Alguns fotógrafos tiveram um papel fundamental para o desen-
volvimento da fotografia, tanto na arte quanto no mercado editorial 
e no fotojornalismo, com grandes contribuições para a nossa com-
preensão do poder de comunicação de uma imagem. A seguir, fare-
mos uma breve apresentação de alguns deles.
Robert Doisneau (1912-1994)
 “Fotografo para mostrar que o mundo em que gostaria de viver existe.”
(DOISNEAU apud BARRADAS, 2013)
De origem francesa, Robert Doisneau foi um fotógrafo de rua, 
que registrava o cotidiano das pessoas que moravam em Paris. Ele 
afirmava que não fotografava a vida tal qual ela é, mas, sim, como 
gostaria que a vida fosse. Sua fotografia mais conhecida é O Beijo do 
Hotel de Ville, feita na França, no ano de 1950, retratando um casal se 
beijando em uma rua de Paris. A cópia original, que estava com Fran-
çoise Bornet, a moça que aparece na fotografia, foi leiloada em 2005 
por 155 mil euros.
Henri Cartier-Bresson (1908-2004)
“Fotografar é colocar no mesmo eixo a cabeça, o olho e o coração.”
(CARTIER-BRESSON apud BARRADAS, 2013)
Foi responsável pelo conceito de instante decisivo, ou seja, o mo-
mento exato em que o fotógrafo aperta o botão da sua máquina foto-
gráfica. De acordo com ele, nesse momento se alinham a cabeça, o 
olho e o coração. Em 1947, fundou a agência Magnum Photos com os 
fotógrafos Robert Capa, George Rodger, David Seymour e William 
Vandivert, estabelecendo um modelo do que seriam as atuais agên-
cias fotográficas. É considerado um dos pais do fotojornalismo, sendo 
pioneiro no uso de câmeras com filme 35 mm, uma Leica I. Trabalhou, 
ainda, para revistas como Vogue, Life e Harpe’s Bazaar.Site
No site GettyImages, você 
tem acesso às fotografias de 
Robert Doisneau.
Disponível em: https://www.gettyima-
ges.pt/fotos/robert-doisneau. Acesso 
em: 29 abr. 2020.
Site
Acesse o site Flickr e conhe-
ça uma parte do trabalho 
de Henri Cartier-Bresson.
Disponível em: https://www.flickr.
com/photos/136879256@N02/
with/36338162823/. Acesso em: 29 
abr. 2020.
https://www.gettyimages.pt/fotos/robert-doisneau
https://www.gettyimages.pt/fotos/robert-doisneau
24 Artes visuais - Fotografia
Robert Capa (1913-1954)
“Se uma foto não está suficientemente boa, 
é porque você não se aproximou o suficiente do fato.”
(CAPA apud BARRADAS, 2013)
Integrante da agência Magnum Photos, foi um fotógrafo de guerra que cobriu 
a Guerra Civil Espanhola, a Guerra da Indochina, a Segunda Guerra Mundial, além 
de guerras do mundo árabe. Sua foto mais famosa é a Morte de um Miliciano ou O 
Soldado Caído, de 1936, publicada na revista Time, que mostra um soldado sendo 
atingido por uma rajada de metralhadora. Utilizava lentes de curto alcance, pois, 
para ele, se suas fotos não estão boas o suficiente, você não está perto o suficiente. 
Morreu na guerra da Indochina, em 1954, quando pisou em uma mina terrestre.
Dorothea Lange (1895-1965)
 “A câmera é um instrumento que ensina as pessoas a verem sem câmera.”
(LANGE apud BARRADAS, 2013)
Conhecida como a fotógrafa da Grande Depressão, que ocorreu nos EUA du-
rante a década de 1930, por documentar o impacto da crise econômica na socieda-
de americana e por denunciar o preconceito vivido por imigrantes. Sua fotografia 
mais famosa foi Mãe migrante (Figura 16), de 1936, na qual ela retrata a migrante 
Florence Owens Thompson com três de seus sete filhos.
Figura 16
Mãe migrante, por Dorothea Lange, em 1936.
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Entre 1935 e 1939, Dorothea Lange, trabalhando para o departamento de go-
verno FSA (Farm Security Administration), registrou o sofrimento dos pobres e das 
famílias rurais que migravam para as cidades em busca de emprego.
Acesse o site Fashion 
Forward e conheça mais 
sobre o trabalho de 
Robert Capa.
Disponível em: https://ffw.uol.com.
br/noticias/cultura-pop/icones-da-
-fotografia-robert-capa-entre-a-
-guerra-e-o-new-look/galeria/1/. 
Acesso em: 29 abr. 2020.
Site
Acesse o vídeo Dorothea 
Lange – Fotos diversas da 
fotógrafa estadunidense, 
publicado pelo canal 
senhorfotografia.com, e 
conheça o trabalho da 
fotógrafa.
Disponível em: https://youtu.be/G-F-
3d7or9pM. Acesso em: 29 abr. 2020.
Vídeo
https://ffw.uol.com.br/noticias/cultura-pop/icones-da-fotografia-robert-capa-entre-a-guerra-e-o-new-look/galeria/1/
https://ffw.uol.com.br/noticias/cultura-pop/icones-da-fotografia-robert-capa-entre-a-guerra-e-o-new-look/galeria/1/
https://ffw.uol.com.br/noticias/cultura-pop/icones-da-fotografia-robert-capa-entre-a-guerra-e-o-new-look/galeria/1/
https://ffw.uol.com.br/noticias/cultura-pop/icones-da-fotografia-robert-capa-entre-a-guerra-e-o-new-look/galeria/1/
História da fotografia 25
Sebastião Salgado (1944- )
 “Você não fotografa com sua máquina, você fotografa com toda sua cultura.”
(SALGADO apud BARRADAS, 2013)
Fotógrafo brasileiro, inicia, em 1974, seu trabalho na agência Sygma e, depois, na 
Gamma, em Paris, documentando os acontecimentos sociais e políticos da Europa 
e África. Em 1979, começa a trabalhar para a agência Magnum Photos até 1994, 
quando cria sua própria agência, a Amazonas Imagens. Passa, então, a documen-
tar as condições de vida de camponeses e índios da América Latina, publicando 
as fotografias no livro Autres Ameriques, em 1986. A série Trabalhadores, realizada 
entre 1986 e 1992, retrata e documenta o trabalho manual em diversas regiões 
do mundo. No seu livro Gênesis, projeto realizado entre 2004 e 2012, apresenta a 
natureza em 500 páginas, organizadas em: Extremo Sul do Planeta, Extremo Norte 
do Planeta, África, Amazônia/Pantanal e Santuários do Planeta.
Annie Leibovitz (1949- )
“Quando digo que quero fotografar alguém, o que realmente 
significa é que gostaria de conhecê-las.”
(LEIBOVITZ apud MUNARI, 2020)
Fotógrafa americana, iniciou seu trabalho na década de 1960, sendo conhecida 
por retratos e fotografias de moda. Foi a primeira mulher a expor na conceituada 
National Portrait Gallery, de Londres. Também é a fotógrafa de celebridades, como 
Andy Warhol, Brad Pitt, Angelina Jolie, Adele, Yoko Ono, John Lennon, entre outros. 
Fez o último registro de John Lennon, horas antes de ele ser assassinado, em de-
zembro de 1980.
Steve McCurry (1950- )
“Se você esperar, as pessoas vão esquecer a sua câmera 
 e a alma do fotografado transparece.”
(MCCURRY apud SANTOS, 2017)
Membro da Magnum Photos desde 1986, foi ganhador do prêmio Robert Capa 
Medal pela melhor reportagem fotográfica do exterior, quando cobriu a invasão da 
Rússia no Afeganistão. Sua fotografia mais famosa é a Menina Afegã, capa de junho 
de 1985 da revista National Geographic. A imagem da menina Sharbat Gula tornou-
-se um símbolo do conflito entre os afegãos.
Ansel Adams (1902-1984)
“Não há regras de boas fotografias, existem apenas boas fotografias.”
(ADAMS apud BARRADAS, 2013)
Conhecido pelas fotografias do vale Yosemite, nos Estados Unidos, Ansel Adams 
realizou sua primeira mostra individual em 1928. Defensor de causas ambien-
tais, sua fotografia mais famosa é Monolith, the Face of Half Dome, feita no parque 
Yosemite, em 1926. Criou o sistema de zonas, estabelecendo dez zonas de tom, que 
vão do preto puro, passando por tons de cinza e culminando no branco máximo, 
para predeterminar, com precisão, o tom de cada parte de uma cena fotografada.
Acesse o vídeo Melhores 
fotos do mestre Sebastião 
Salgado, publicado pelo 
canal Alex K, e conheça 
mais sobre o trabalho 
desse artista.
Disponível em: https://youtu.
be/3QyOj9Y8qfA. Acesso em: 29 
abr. 2020.
Vídeo
Assista a este documentá-
rio, Annie Leibovitz - A vida 
através das lentes, publicado 
pelo canal de Manoel 
Júnior, e conheça um 
pouco mais da história de 
Annie Leibovitz.
Disponível em: https://youtu.be/
ZvulXR9TUiU. Acesso em: 29 abr. 2020.
Vídeo
Acesse o site Steve McCurry 
e conheça a galeria desse 
fotógrafo.
Disponível em: https://www.
stevemccurry.com/galleries. Acesso 
em: 29 abr. 2020.
Site
No site Oscar en Fotos, você 
pode ter acesso a uma 
galeria de Ansel Adams.
Disponível em: https://oscarenfotos.
com/2012/11/28/galeria_ansel_
adam/. Acesso em: 29 abr. 2020. 
Site
https://youtu.be/ZvulXR9TUiU
https://youtu.be/ZvulXR9TUiU
https://www.stevemccurry.com/galleries
https://www.stevemccurry.com/galleries
26 Artes visuais - Fotografia
Nesta amostra, elencamos oito fotógrafos que influenciaram e continuam a ins-
pirar novos fotógrafos a buscar a sua imagem perfeita, seja ela documental, jor-
nalística, publicitária ou artística. Cabe sempre ao fotógrafo estimular seu olhar, 
recortando a realidade e congelando o momento de acordo com sua percepção de 
tempo e espaço, transformando-a em um registro único e exclusivo.
Na prática
Em um mundo saturado diariamente por imagens, você pode estimular seus alunos nas aulas de Arte 
com atividades que explorem mais detalhadamente o trabalho dos fotógrafos, percebendo detalhes de 
composição, uso da luz e sombra, dos contrastes, das cores, imaginando o momento em que foi dado o 
clique, qual a narrativa da imagem etc., e, dessa forma, propiciando meios efetivos para o desenvolvi-
mento de uma percepção visual mais apurada. 
Escolha uma ou mais imagens, projete e instigue seus alunos a analisar elementos característicos, a 
narrativa da imagem. Outra maneira seria projetar duas imagens com narrativas semelhantes, mas de 
fotógrafos diferentes, para buscar a leitura das imagens em relação aos fatores comparativos e estimular 
questionamentos, como: o que as torna diferentes? 
1.5 O surgimento da fotografia digital 
Vídeo A primeira fotografia digitalmente obtida foi criada nos laboratórios da Kodak, 
em 1975. O dispositivo (Figura 17) pesava em torno de quatroquilos, produzia imagens somente em preto e branco e levava 
23 segundos para capturar uma imagem de 0,01 MP 5 , 
que era gravada em uma fita cassete, sendo que as 
câmeras fotográficas atuais, inclusive as de 
smartphones, capturam imagens acima de dez 
megapixels.
A substituição do filme analógico se deu graças 
ao desenvolvimento do CCD (charge-coupled-
-device) (Figura 18), que consiste em um sensor de 
imagem com a função de converter a luz em códi-
gos digitais para serem processados e armazena-
dos digitalmente. Os primeiros CCDs foram 
desenvolvidos por George Smith e Willard Boyle, 
dos Laboratórios Bell, em 1969, e incorporados em 
câmeras de vídeo a partir de 1970.
Entre as primeiras câmeras digitais, nas décadas de 1980 e 1990, 
havia vários modelos que eram tidos como point-and-shoot, ou seja, 
bastava apontar para o assunto e clicar no botão, sem necessitar de 
ajustes prévios, pois todo o processo de fotometria era automatiza-
do, o que limitava seu uso profissionalmente. Em 1981, a Sony lan-
çou a Mavica (Magnetic Video Camera), uma câmera de vídeo que 
capturava fotografias de 0,72 MP e as gravava em um disquete de 
computador.
Figura 17
Primeira câmera digital 
da Kodak
Ko
da
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Fl
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0,01 megapixel – um pixel 
equivale a menor unidade que 
compõe uma imagem. Já um 
megapixel é igual a um milhão 
de pixels.
5
Figura 18
 CCD de uma câmera digital
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História da fotografia 27
Desde 1989 até o início dos anos 2000, a Fujifilm e a Kodak colaboraram com 
as empresas Canon e Nikon para desenvolver câmeras voltadas ao público pro-
fissional. Outras empresas também se aventuraram a produzir câmeras digitais, 
como a Apple Quicktake-100, em 1994, e a Casio QV-10, de 1995 (Figura 19), que 
foi a primeira câmera a possuir uma tela LCD em sua parte posterior, permitindo a 
pré-visualização das imagens pelo fotógrafo.
Figura 19
Apple Quicktake-100 e Casio QV-10
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Philippe Kahn, engenheiro e um pioneiro das tecnologias de transmissão de 
dados sem fio, criou, em 1997, um protótipo de telefone celular equipado com uma 
câmera e compartilhou uma imagem de sua filha recém-nascida (Figura 20) para 
cerca de 2 mil pessoas, indicando novos rumos para a fotografia digital.
Figura 20
Primeira fotografia de uma câmera de telefone celular
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28 Artes visuais - Fotografia
Em 1999, a Nikon lançou o modelo D1 (Figura 21), estabelecendo um marco na 
produção de câmeras profissionais com sistema digital, as DSLRs (Digital Single 
Lens Reflex). A câmera possuía um sensor de 2,7 MP e permitia a utilização de len-
tes intercambiáveis.
A Canon, por sua vez, deu um salto significativo ao lançar, em 2000, a câ-
mera EOS D30 (Figura 22). Com um sensor de 8,2 MP, contando com ajustes 
manuais e automáticos, expandiu seu uso para fotógrafos amadores e pro-
fissionais, além de utilizar lentes intercambiáveis.
Em 2004, a Canon fabricou um sensor CCD, capaz de capturar uma ima-
gem com resolução superior à de um filme 35 mm Kodachrome padrão, e 
equipou a câmera Canon EOS 1D Mark II.
A partir de 2006, a Nikon deixa de fabricar grande 
parte de suas câmeras analógicas, dedicando-se a desen-
volver sistemas digitais para suas DSLRs.
Atualmente, as câmeras digitais e as imagens 
digitais são utilizadas em todo o mundo, 
para diversos propósitos, de acordo com 
dados publicados pela plataforma de com-
partilhamento de fotos, Flickr 6 . Em seu re-
latório anual, denominado Year in review, 
de 2017, os uploads de fotos originárias 
de câmeras de smartphones representa-
vam 50% de todas as imagens do site, con-
tra 33% de câmeras DSLR e 12% de câmeras 
point-and-shoot (JENKINS, 2017). Isso se deve ao fato de que os dispositivos de cap-
tura de imagem estão disponíveis em telefones celulares (smartphones), câmeras 
de fotografia e vídeo, câmeras de segurança, drones, entre outros, democratizando 
o acesso à fotografia.
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Como pudemos observar, a fotografia evoluiu por meio de esforços de pesqui-
sadores de diversas áreas ao longo do tempo. A cada dia que passa, o acesso a dis-
positivos que capturam imagens se torna mais acessível e popular, transformando 
praticamente todas as pessoas em fotógrafas ocasionais, que registram seu cotidiano, 
documentam sua vida e o mundo ao seu redor.
Entretanto, com a elevada disseminação de imagens nas redes sociais, já é per-
ceptível a produção de imagens em excesso, de pouco significado e sem expressi-
vidade. Dessa forma, devemos voltar nossa atenção para a história da fotografia e 
buscar inspiração nos grandes fotógrafos, que se permitiram a um olhar mais atento 
à sua volta, buscando situações, contextos e momentos decisivos para, só então, 
apertar o botão da câmera, capturando momentos únicos e inesquecíveis, que, hoje, 
fazem parte de nossa memória.
Figura 21
Corpo da câmera Nikon D1 
DSLR sem lentes
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Figura 22
Canon EOS D30, corpo da 
câmera sem lentes.
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O Flickr é uma plataforma de 
compartilhamento de fotografias 
que “processa milhões de fotos e 
vídeos todos os dias, com bilhões 
de fotos online. É utilizada por 
mais de 100 milhões de fotógra-
fos registrados” (FLICKR, 2020, 
tradução nossa).
6
No site Time 100 Photos, 
você tem acesso às fotos 
que mais influenciaram a 
história. Você pode nave-
gar pelas fotos e explorar 
cada uma delas.
Disponível em: http://100photos.
time.com. Acesso em: 29 abr. 2020.
Site
http://100photos.time.com
http://100photos.time.com
História da fotografia 29
REFERÊNCIAS
BARRADAS, J. 20 frases de fotógrafos sobre fotografia. Fotografia Total, 2013. Disponível em: https://
fotografiatotal.com/20-frases-de-fotografos-sobre-fotografia. Acesso em: 29 abr. 2020.
CAMERAPEDIA. 120 film. Fandom. Disponível em: http://camerapedia.fandom.com/wiki/120_film. Acesso 
em: 30 abr. 2020.
ETCHEVERRY, C. Geraldo de Barros e José Oiticica Filho: experimentação em fotografia (1950-1964). Anais 
do Museu Paulista. São Paulo, v. 18, n. 1, p. 207-228, jan./jul. 2010.
FLICKR. Work at Flickr, 2020. Disponível em: https://www.flickr.com/jobs/. Acesso em: 18 mar. 2020.
GRÁCIO, M. F. S. A comunicação através da imagem e a linguagem fotográfica na imprensa. Portugal/Tomar: 
Instituto Politécnico de Tomar, 2012.
GURIGLIA, A. M. Fotografia fez fortuna e fama locais. Folha de S. Paulo, São Paulo, 25 nov. 1996. Disponível 
em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/11/25/turismo/31.html. Acesso em: 30 abr. 2020.
HOUAISS. Grande Dicionário Houaiss. 2020. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/
v5-2/html/index.php#0. Acesso em: 29 abr. 2020.
JENKINS, Z. Top Devices of 2017 on Flickr. Flickr, 2017. Disponível em: https://blog.flickr.net/en/2017/12/07/
top-devices-of-2017/. Acesso em: 18 mar. 2020.
KOBRÉ, K. Fotojornalismo: uma abordagem profissional. Rio de Janeiro: Campus Media Technology, 2011.
KOSSOY, B. Hercule Florence: a descoberta isolada da fotografia no Brasil. São Paulo: EdUSP, 2006.
LEXICO. Dicionário Online da Oxford. 2020. Disponível em: https://www.lexico.com/definition/halftone. 
Acesso em: 12 mar. 2020.
McCULLIN, D. DON McCULLIN, 2020. Página inicial. Disponível em: https://donmccullin.com/don-mccullin/. 
Acesso em: 12 mar. 2020.
MUNARI, V. Frases sobre fotografia: 61 citações inspiradoras. Fotografia Profissional, 2020. Disponível em: 
https://fotografiaprofissional.org/frases-sobre-fotografia-61-citacoes-inspiradoras/. Acesso em: 29 abr. 
2020.
SANTOS, C. L. Fotógrafos clássicos internacionais. Focus Escola de Fotografia, 2017. Disponível em: https://
focusfoto.com.br/fotografos-classicos-internacionais/. Acesso em: 30 abr. 2020.
THE DARK ROOM. A guide of popular film formats, 2020. Disponível em: https://thedarkroom.com/film-
formats/. Acesso em: 21 mar. 2020.
GABARITO1. O princípio básico do funcionamento de uma câmara escura está em se ter uma caixa ou sala, total-
mente selada da entrada de luz, e um pequeno orifício, chamado de pinhole, em um de seus lados. 
Dessa forma, a luz que entra por esse orifício é projetada na parede oposta e invertida. Quanto me-
nor o diâmetro do pinhole, maior será a nitidez da imagem projetada.
2. Linha do tempo da história da fotografia até o surgimento dos filmes coloridos:
• 1021 – Alhazen (965 d.C.-1040) – Book of optics – define cientificamente as bases da natureza da luz da 
óptica: bases para a câmara escura.
• 1502 – Pinhole: no Codex Atlanticus – Leonardo da Vinci.
• 1545 – Pinhole: De Radio Astronomico et geometric liber – Gemma Frisius.
• 1550 – Girolama Cardano – aperfeiçoamentos ópticos à câmara escura.
• 1558 – Pinhole: Magiae Naturalis – Giovanni Battista della Porta.
• 1569 – Daniel Barbaro – aperfeiçoamento ópticos à câmara escura.
• 1604 – Johannes Kepler – The optical part of astonomy: projeto de câmara escura portátil, com lente 
rotativa.
• 1727 – Johann Heinrich Schulze descobre que o nitrato de prata ficava escuro quando exposto a uma 
fonte de luz.
• 1839 – Niépce e Louis Daguerre criam o daguerreótipo.
• 1839 – Primeira fotografia, em um daguerreótipo, de pessoas vivas.
• 1839 – William Henry Fox Talbot desenvolve o sistema negativo/positivo.
30 Artes visuais - Fotografia
• 1888 – George Eastman (Eastman Kodak) cria um rolo de filme de fácil manuseio.
• 1889 – Eastman Kodak lança o primeiro rolo de filme de celuloide transparente e flexível.
• 1901 – A Kodak lança o filme 120 mm (médio formato).
• 1908 – Os laboratórios Thomas A. Edison patenteiam o filme de 35 mm.
• 1913 – Primeira câmera com filme de 35 mm é disponibilizada comercialmente.
• 1930 – Surgem os primeiros filmes coloridos.
• 1936 – A Kodak lança o Kodachrome, com cores subtrativas.
3. A fotografia no Brasil teve início em 1839, com a chegada do primeiro daguerreótipo ao Rio de 
Janeiro e a vinda do desenhista francês Hercule Florence, para a expedição Langsdorff, que foi realiza-
da entre 1825 e 1829. Florence construiu uma câmara escura rudimentar e desenvolveu processos de 
reprodução de desenhos de rótulos farmacêuticos utilizando técnicas fotográficas. Entre 1840 e 1860, 
a fotografia documental é difundida no país por fotógrafos como Marc Ferrez, por exemplo. No final 
da década de 1940, a fotografia brasileira se aproxima da arte, relacionando-se com os movimentos 
concretista e neoconcretista. A partir de 1950, surge o mercado editorial brasileiro, relacionado di-
retamente à fotografia, e há uma expansão no fotojornalismo. Entre as décadas de 1960 e 1970, a 
fotografia no Brasil passa a transitar entre o documental e o experimental, retratando a política e a 
sociedade.
Equipamento fotográfico 31
2
Equipamento fotográfico
Os equipamentos fotográficos estão em constante evolução tecnológi-
ca. A cada dia, surpreendemo-nos com novas lentes e novos acessórios e 
com a incorporação de recursos avançados de fotografia em smartphones, 
incrementando cada vez mais a qualidade de imagem e os recursos em 
dispositivos móveis.
Neste capítulo, abordaremos as câmeras analógicas e digitais, seus ti-
pos e funcionamentos, o uso de smartphones no movimento mobgrafia e 
os equipamentos de iluminação. Trataremos, também, das lentes, do ân-
gulo de visão e da distância focal. Pensando em arte-educação, sugerimos 
uma atividade envolvendo os conceitos da mobgrafia para ser aplicada em 
aulas de Arte.
2.1 Câmeras analógicas
Vídeo Apesar da constante evolução da tecnologia de imagem digital, as câmeras ana-
lógicas continuam sendo dispositivos utilizados por fotógrafos e artistas apaixona-
dos por processos de criação que envolvam as técnicas consagradas pela fotografia 
ao longo do tempo.
Em 1913, Oskar Barnack, um engenheiro da empresa alemã Leitz, projetou e paten-
teou o protótipo Ur-Leica, uma câmera fotográfica que utilizava o filme de 35 mm, 
horizontalmente, produzindo um quadro de 24x36 mm (full 
frame). Somente em 1925, no entanto, a Leitz lançou a Leica I 
(Figura 1), com base no protótipo de 1913, o qual se tornou 
um sucesso de vendas à época.
Em 1934, a Kodak, para concorrer com a consa-
grada Leica I, lançou a câmera Retina (Figura 2), 
que foi produzida até 1960, também usando o 
filme de 35 mm, horizontalmente.
As câmeras analógicas capturam imagens expondo o filme fotográfi-
co à luz devido à reação química entre os halogenetos de prata e a pró-
pria luz. O filme é, então, revelado e transformado em uma impressão 
fotográfica real. Parece um processo fácil, mas é complicado, por con-
ta das implicações técnicas que exige, pois um simples erro pode 
ser fatal, perdendo-se, definitivamente, o registro de uma ou mais 
imagens.
Figura 1
Leica I 
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Figura 2
Kodak Retina, de 1934
32 Artes visuais - Fotografia
Em síntese, trabalhar com fotografia analógica e, portanto, com filme é, por nature-
za, mais complicado do que trabalhar com a fotografia digital, conforme alguns fatores:
 • A quantidade de fotos em um filme é limitada, desse modo, é preciso ser alta-
mente criterioso na escolha da imagem que se deseja registrar.
 • Não há uma opção de se cortar elementos indesejados ou ajustar a exposição 
de uma imagem muito escura de modo automatizado.
 • O processo de transformar o filme em uma fotografia real é trabalhoso e 
complicado, exigindo conhecimento técnico, equipamentos específicos, insu-
mos e técnicas adequadas.
Existem vários tipos de câmeras analógicas. Apresentaremos, a seguir, as caracte-
rísticas das que foram mais utilizadas no auge da fotografia analógica e que, apesar 
de as câmeras digitais estarem cada dia mais acessíveis, persistem em uso por alguns 
entusiastas e artistas visuais.
SLR (Single-Lens Reflex)
Esse tipo de câmera é equivalente às atuais DSLR (Digital Single Lens Reflex). 
Ela possui um mecanismo interno com um espelho, permitindo visualizar o que 
a lente está focando, propiciando uma prévia da imagem. Também utiliza len-
tes intercambiáveis, aumentando suas possibilidades de uso.
A câmera SLR (Figura 3) apresenta alguns mecanismos principais, conforme po-
demos observar na Figura 4.
Figura 4
Mecanismos principais da câmera SLR
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Conjunto de lentes 
frontal (intercambiável)
Espelho reflex a 
um ângulo de 45º
Tela de foco
Lente de 
condensação
Pentaprisma ou 
pentamirror (vidro óptico) Eyepiece
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Plano 
focal
Filme
TLR (Twin-Lens Reflex)
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Figura 3
Câmera SLR 
Eyepiece é um visualizador óptico, 
geralmente com ajuste de dioptria 
para correção de visualização, 
conforme o olho do fotógrafo.
1
Equipamento fotográfico 33
São câmeras equipadas com lentes objetivas duplas (Figura 5), de distâncias fo-
cais idênticas, e capazes de exibir continuamente a cena visualizada. Uma lente é 
utilizada para visualização enquanto a outra faz a exposição do filme, ou seja, 
você pode examinar a cena enquanto tira a foto, muito útil quando se exige 
uma velocidade mais alta do obturador.
Point-and-shoot
Desprovidas de espelhos ou de qualquer mecanismo mais complexo, geral-
mente são câmeras leves e compactas, sendo que alguns modelos lançados eram 
descartáveis e não podiam ser recarregados com um novo filme. Ao terminar de 
tirar as fotos, a câmera completa era enviada para o serviço de revelação; já ou-
tras desse tipo eram reutilizáveis, bastando substituir o filme por um novo.
A Figura 6 apresenta um modelo de câmera point-and-shoot reutilizável que foi 
muito comum em sua época. Esse tipo de câmera não possui qualquer outro coman-
do, tendo foco e exposição automatizados. Sua lente tem uma distância focal fixa, 
impossibilitando ao usuário aumentar ou diminuir o zoom. Os modelos des-
cartáveis ainda estão disponíveis paravenda pela Kodak, pela Fujifilm e por 
outras marcas, geralmente com filmes de 27 poses, e podem ser usados 
como brindes, distribuídos em festas de casamento ou em outras ocasiões 
para que os próprios convidados registrem os momentos.
Câmeras instantâneas
As câmeras instantâneas são equivalentes às point-and-shoot, 
mas revelam as imagens imediatamente após serem fotografadas. Alguns 
modelos contam com controles para ajustar o brilho ou escolher o tipo de cena. 
A fabricante Polaroid (Figura 7) é uma das mais importantes nesse segmento e seus 
produtos ainda são encontrados para venda no mercado. No 
Brasil, a Fujifilm produz a Instax Mini, que possui recursos 
como espelho na lente frontal para selfie, acoplamento para 
lente macro, filtros coloridos e outros recursos 
interessantes.
Toy câmeras
Normalmente, são câmeras confeccionadas 
de plástico, como a apresentada na Figura 8, 
com muita facilidade de manuseio, tornando-as 
adequadas para crianças. O movimento Lomogra-
fia, iniciado em 1992 por um grupo de estudantes vie-
nenses, utilizou uma câmera de origem russa, a 
Lomo LC-A, para capturar imagens de acor-
do com as dez regras de ouro da lomografia 2 . Na Figura 9, pode-
mos observar um exemplo dessa arte.
Figura 5
Câmera TLR
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Figura 6
Câmera point-and-shoot 
 reutilizável com filme 35
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Figura 7
Câmera instantânea 
Polaroid
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Figura 8
Câmera Lomo (toy câmera)
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Você pode conferir as dez regras de ouro da lomografia acessando o artigo disponível em: https://www.dxfoto.com.br/10-regras-da-
-lomografia/. Acesso em: 20 maio 2020. 
2
34 Artes visuais - Fotografia
Figura 9
Lomografia abstrata com fundo borrado e psicodélico
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 Hoje, mais populares entre entusiastas da fotografia e artistas, as câmeras ana-
lógicas ainda persistem e podem ser utilizadas como recurso didático em aulas 
de Arte, Ciências, Matemática e outras disciplinas para a realização de atividades 
interdisciplinares, explorando processos e conceitos da fotografia.
2.2 Câmeras digitais 
Vídeo Desde o desenvolvimento do primeiro dispositivo digital, pela Kodak, em 1975, 
para captura de fotografias, as câmeras digitais continuam em plena evolução, pro-
curando cada vez mais melhorar seu desempenho e sua qualidade, atingindo reso-
luções de imagem até então inimagináveis.
Essas câmeras possuem uma terminologia própria para suas partes, seus 
comandos e suas funções, conforme o fabricante e o modelo, como podemos 
observar no Quadro 1, de maneira genérica. Portanto devemos sempre consultar o 
manual de nossa câmera para compreender o seu funcionamento antes de come-
çar a fotografar, a fim de explorarmos ao máximo os seus recursos.
Quadro 1
Partes de uma câmera digital
Nomenclatura Descrição
Viewfinder
É o visor da câmera, que pode ser óptico ou digital, utilizado para visua-
lizar a imagem a ser fotografada e para referência na realização de 
alguns ajustes.
Corpo da câmera 
É a parte física, na qual se encontram botões, sensor, visor, obturador, 
entradas e saídas, slot de cartão de memória, sapata de flash etc.
Objetiva
É a lente propriamente dita. Pode ser intercambiável ou fixa no corpo 
da câmera.
Diafragma É a estrutura que controla a quantidade de luz que passará pela lente.
Obturador
É o dispositivo que controla o tempo de exposição, ou seja, quanto 
tempo o diafragma ficará aberto.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Visite o site oficial da 
Lomography Society para 
conhecer várias informa-
ções sobre o movimento 
da lomografia e ter acesso 
a galerias de lomografias 
produzidas no Brasil.
Disponível em: https://www.
lomography.com/countries/
30-brazil/photos. Acesso em: 20 
maio 2020. 
Site
Explique os fatores que tornam a 
fotografia analógica mais compli-
cada que a fotografia digital.
Atividade 1
Equipamento fotográfico 35
Podemos separar as câmeras digitais em categorias que atendem os fotó-
grafos amador/casual, entusiasta e profissional. Desse modo, teremos câmeras 
compactas, compactas com zoom, compactas avançadas, de ação, DSLRs, com-
pactas mirrorless e de médio formato.
Câmera digital compacta
Também conhecidas como point-and-shoot, são câmeras direcionadas aos fotó-
grafos amadores e casuais, como as analógicas, de bai-
xo custo e com recursos limitados. São leves, possuem 
tamanho pequeno e, geralmente, não têm um viewfin-
der óptico, o qual é substituído por uma tela de LCD 
na sua parte posterior, para visualização. Dada a sua 
simplicidade de operação, basta enquadrar o assunto e 
pressionar o botão, e todos os ajustes necessários são 
realizados pelo dispositivo, sem que o fotógrafo neces-
site intervir. Geralmente, esse tipo de câmera possui 
flash embutido e lentes zoom. Alguns modelos de câme-
ras permitem, ainda, determinado grau de controle da 
fotografia.
Câmera digital compacta com zoom
Nesse tipo, enquadram-se as câmeras que são equipadas com lente zoom na fai-
xa de 28 a 300 mm e que, geralmente, possuem controles automáticos e manuais, 
além de oferecerem gravação de vídeo em HD (high-definition). Muitos modelos 
têm, pelo menos, 12 MP de resolução, o que os tornam excelen-
tes para imagens pessoais, como registros de viagens, retratos 
de família, entre outros. Mas, como no caso de outros tipos de 
câmeras compactas, não têm seu uso profissional recomendado.
Câmera digital compacta avançada
Essas câmeras são adequadas para o fotógrafo amador entusiasta 
que deseja um maior controle em suas fotos do que o obtido por câmeras 
compactas básicas. Esse tipo de equipamento possui modo manual para ajustes de 
exposição e foco, além das opções automáticas e de outras tecnologias embarca-
das, como Wi-Fi e NFC. Sua resolução, geralmente, é maior do que a de muitas 
câmeras que equipam os smartphones atuais, gravando vídeos em for-
mato 4K e com recursos de slow motion (câmera lenta).
Câmera de ação
São câmeras compactas prepara-
das para enfrentar condições severas de 
clima e uso, às vezes, à prova d’água e de choque. 
Praticamente todas as suas funções são automá-
ticas e os modelos mais atuais permitem a grava-
ção de vídeos em resoluções até 4K – quatro vezes 
maior que a resolução de um vídeo HDTV, isto é, 
4096 x 2160 pixels. São recomendadas para captu-
rar imagens e ângulos inusitados nos mais diver-
Figura 10
Câmera fotográfica digital 
compacta
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Figura 11
Câmera digital compacta 
com zoom
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Figura 12
Câmera digital compacta 
avançada
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s
NFC: do inglês, Near Field 
Communication, é uma tecno-
logia de comunicação sem fio 
que requer aproximação entre os 
dispositivos.
Glossário
Figura 13
Câmera de ação
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s
36 Artes visuais - Fotografia
sos esportes, como no ciclismo, acoplada em uma bicicleta em meio a um circuito; 
em escaladas de montanhas; em saltos de paraquedas; em mergulhos; em drones; 
entre outros.
Câmeras DSLRs
As câmeras DSLRs são recomendadas para fotógrafos amadores avançados 
e profissionais. São equipamentos mais pesados e maiores que os compactos e 
seu design e sua função derivam das SRLs analógicas de 35 mm. Algumas pos-
suem sensor “cropado” (APS-C), ou seja, a imagem que é visualizada no viewfin-
der é cortada em sua abrangência pelo sensor CCD. Geralmente, essas câmeras 
são mais acessíveis em relação ao custo de uma câmera DSLR full frame. Elas 
utilizam lentes intercambiáveis, o que permite o manuseio de diversos tipos 
de lentes, atendendo, de maneira abrangente, às especificidades de cada fotó-
grafo. Seus controles abrangem os modos totalmente manuais, parcialmente 
manuais e automatizados, chamados de controles criativos.
Câmera compacta mirrorless
As câmeras compactas mirrorless são consideradas uma tendência para o 
futuro da fotografiadigital. Elas oferecem os recursos das câmeras DSLRs, mas 
são pequenas, leves e mais acessíveis. Versáteis e de alta performance, permi-
tem controle total sobre a captura da imagem, com controles manuais e au-
tomáticos, e contam com lentes intercambiáveis. Também possuem recursos 
embarcados, como reconhecimento facial, Wi-Fi, NFC, gravação de vídeo em 4K, 
pré-edição de fotos e vídeos, entre outros.
O nome mirrorless se deve ao fato de que essa câmera não possui um espe-
lho para refletir a imagem capturada pela lente para visualização no viewfinder. 
A luz vinda através da lente é capturada pelo sensor CCD que, então, transmite 
a imagem para uma tela LCD na parte posterior da câmera, permitindo, assim, 
uma prévia visualização antes de fotografar.
Câmera digital de formato médio
Trata-se das câmeras baseadas nos filmes de tamanho 120, utilizados nos 
modelos Hasselblad V. Sua versão digital possui um sensor maior do que o das 
câmeras DSLRs full frame. Geralmente, são utilizadas para fotografar campanhas 
publicitárias, nas quais são exigidas imagens de altíssimas resoluções. São equi-
pamentos de uso específico e profissional que não atendem um público genérico, 
além de possuírem alto custo.
Para efeito de comparação, realizamos um experimento utilizando cinco tipos 
de câmeras diferentes para fotografar um mesmo motivo em iguais condições de 
iluminação. Foram usadas as seguintes câmeras, todas ajustadas no modo auto-
mático: Canon 6D, full frame, com uma lente fixa de 50 mm; Canon 60D, cropada, 
com a mesma lente fixa de 50 mm; Samsung ES75 compacta; Canon G12 compacta 
avançada; GoPro Hero 6 de ação. O resultado pode ser observado na Figura 17.
Figura 14
Câmera DSLR
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Figura 15
Câmera mirrorless
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Figura 16
Câmera digital de médio 
formato
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Equipamento fotográfico 37
Figura 17
Comparativo de resultados entre tipos diferentes de câmeras 
DSLR – cropada
Câmera compacta Câmera de ação Câmera compacta 
avançada
DSLR: fotos obtidas no 
modo automático com 
lente de 50 mm
Canon 6D: full frame
Canon 60D: cropada
Compacta: Samsung ES75
Avançada: Canon G12
Ação: GoPro Hero 6
DSLR – full frame
Conforme podemos notar na Figura 17, nas DSLRs, há diferença entre o campo 
de visão obtido pela câmera full frame e pela com sensor cropado. Quanto às com-
pactas, a diferença mais perceptível é relacionada com a qualidade de contraste en-
tre as cores da imagem. Já a imagem obtida pela câmera de ação apresentou uma 
distorção do campo visual, devido à sua lente ser uma grande angular, utilizada 
para propiciar maior área no campo visual, necessária para imagens de atividades 
esportivas; em contrapartida, o contraste e as cores ficaram mais vivos.
Como vimos, existem vários tipos de câmeras fotográficas digitais, cada um com 
suas particularidades e especificidades. Devemos sempre estar atentos ao tipo de 
imagem que nos propomos a registrar, para não incorrer no risco de fazer um alto 
investimento em um equipamento que será subutilizado.
2.3 Smartphones: a mobgrafia 
Vídeo O primeiro telefone celular equipado com uma câmera foi lançado pela 
Samsung, no ano 2000, e contava com um sensor de apenas 0,35 MP. Mas o marco 
histórico que colocou os celulares como alternativas às câmeras digitais se deu em 
2010, com o lançamento dos primeiros smartphones e o incremento tecnológico 
em suas câmeras, aumentando a resolução e incorporando os novos recursos de 
captura e processamento de imagens nesses dispositivos.
Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, ainda há algumas restrições na 
utilização desses dispositivos de modo profissional, como a falta de profundidade 
de campo, o alcance de zoom e, também, a qualidade obtida para determinadas 
aplicações. Por outro lado, eles têm democratizado e popularizado o ato fotográfi-
co, permitindo o acesso a processos que outrora eram exclusivos de especialistas 
do ramo da fotografia.
De acordo com Cakebread (2017, tradução nossa), “graças aos smartphones, 
milhões de pessoas em todo o mundo estão se transformando em fotógrafos pro-
líficos. De acordo com estimativas da InfoTrends, as pessoas tirarão cem bilhões de 
38 Artes visuais - Fotografia
fotos a mais em 2017 do que em 2016. A grande maioria, 85%, destas fotos será 
tirada em smartphones”.
Esse fato se deve à popularidade das mídias sociais, como Facebook e Instagram, 
que, de certa maneira, estimulam as pessoas a registrarem o seu cotidiano e a 
documentarem a sua vida e o mundo ao seu redor, provocando à experimenta-
ção fotográfica, sem o devido cuidado com a memória. Fontcuberta (2012, p. 65) 
afirma que “a fotografia sobre processo de ‘desindexilização’, a representação fo-
tográfica se liberta da memória, o objeto se ausenta, o índice se evapora”. Assim, 
de acordo com o autor, essa nova fase da fotografia pode ser denominada como 
post-fotografia, na qual se amplia e fortalece o poder de registrar os fatos no exato 
momento em que acontecem.
A post-fotografia e a mobilidade propiciada pelo smartphone estimularam a 
formação de um coletivo artístico no Brasil, chamado de mObgraphia, liderado pe-
los fotógrafos Cadu Lemos e Ricardo Rojas. Esse coletivo faz parte do movimento 
mobgrafia – palavra derivada da junção de mob = mobile, e grafia = escrita (retirada 
da palavra fotografia) –, relacionado com a produção de imagens por dispositivos 
móveis, e que “estimula a arte fotográfica e visual produzida (captada, editada e 
compartilhada) em plataformas móveis. Celulares, tablets, não importa. Tudo é 
arte, imagem e conteúdo” (ROJAS, 2020).
A mobgrafia tem suas origens em movimentos culturais que, desde 2011, vêm 
engajando pessoas a treinarem seu olhar artístico e compartilharem suas imagens 
com o mundo. Várias exposições têm sido realizadas com o intuito de fomentar esse 
compartilhamento, como o FLAMOB (Festival Latino-Americano de Mobgrafias), que 
acontece desde 2013 durante a programação do evento “Maio Fotografia”, realizado 
pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
Na Figura 18, podemos observar um exemplo de mobgrafia sendo realizada ao 
pôr do sol que poderia estar na categoria paisagem.
Figura 18
Mobgrafia de um pôr de sol
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Em 2020, o evento 
passa a ser denominado 
“Mobile Photo Festival”, 
sendo considerado o 
maior evento da América 
Latina que trata da cultura 
fotográfica mobile, com 
categorias como arte, 
retrato, preto e branco, 
paisagem, documental, 
mobcollege e street. Para 
participar, o fotógrafo deve 
apenas tirar a foto com 
o celular e postar no seu 
Instagram com a hashtag 
#mobgraphia e uma outra 
específica da categoria, 
conforme o regulamento, 
que pode ser acessado no 
link a seguir.
Disponível em: mobgraphia.com. 
Acesso em: 20 maio 2020. 
Saiba mais
Equipamento fotográfico 39
Atualmente, existem vários modelos de smartphones de diversos fabricantes, 
todos equipados com câmeras que propiciam imagens de excelente qualidade, 
principalmente para visualização em tela, alguns com câmeras duplas, triplas, quá-
druplas, com zoom óptico e digital aprimorados e vários outros recursos tecnológi-
cos que impactam diretamente o preço do dispositivo, sendo fundamental analisar 
qual a relação custo-benefício antes de adquirir determinado equipamento. Por-
tanto, na hora de selecionar o seu smartphone para usar como câmera, pesquise 
atentamente e foque, principalmente, os recursos de fotografia que ele propicia, 
estando de acordo com as suas necessidades.
Na prática
Que tal realizar um festival de mobgrafias na escola? Para a geração atual, denominada de nativos digitais, 
ou seja, que já nasceram durante o evento da popularização dos meios digitais, utilizar um smartphone 
para registrar seus momentos é uma atividade corriqueira. O que podemos fazer é direcionar o olhar de 
nossos alunos para que a criatividade esteja presente no ato fotográfico, estimulando a

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