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TCC Penal - Maria da Penha - Violência Doméstica

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS – SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
ARTHUR ANTÔNIO FARRIA TORRES 
 
 
 
 
 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO ÂMBITO FAMILIAR DOMÉSTICO E A 
(IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS NO COMBATE AO FEMINICÍDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
ARTHUR ANTÔNIO FARRIA TORRES 
 
 
 
 
 
 
 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO ÂMBITO FAMILIAR DOMÉSTICO E A 
(IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS NO COMBATE AO FEMINICÍDIO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao 
Curso de Direito da Universidade São Judas – São 
Paulo como requisito parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Direito. 
 
Orientadora: Prª. Rossana Leques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO ÂMBITO FAMILIAR DOMÉSTICO E A 
 (IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS NO COMBATE AO FEMINICÍDIO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao 
Curso de Direito da Universidade São Judas – São 
Paulo como requisito parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Direito. 
 
 
 
Aprovado em: ___/___/____. 
 
 
 
_________________________________________________ 
Membro: Prof. 
 
 
_________________________________________________ 
Membro: Prof. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a Deus por toda força, 
ânimo e coragem que me ofereceu para ter alcançado minha meta. 
 
À Universidade quero deixar uma palavra de gratidão por ter me recebido de braços abertos e com 
todas as condições que me proporcionaram dias de aprendizagem. 
 
Aos professores reconheço um esforço gigante com muita paciência e sabedoria. Foram eles que me 
deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os dias. 
 
É claro que não posso esquecer da minha família e amigos, porque foram eles que me incentivaram e 
inspiraram através de gestos e palavras a superar todas as dificuldades. 
 
A todas as pessoas que de uma alguma forma me ajudaram a acreditar em mim eu quero deixar um 
agradecimento eterno, porque sem elas não teria sido possível. 
 
Essa conquista reflete muito mais do que um desafio vencido, é um sonho alcançado, algo pelo qual 
foi preciso vencer dia após dia, vários obstáculos, e que há uma grande parcela de envolvidos. Somos 
responsáveis por nossas vidas e somente a nossa fé pode nos guiar em busca dos nossos sonhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Cuida-te quando fazes uma Mulher chorar, pois Deus 
conta as suas lágrimas. A Mulher foi feita da costela do 
Homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para 
ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do 
braço para ser protegida e do lado do coração para ser 
amada". 
 
Rabino Chelbo, Talmude hebraico, Bava Metzia 59ª 
 
 . 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem por escopo, inicialmente, emergir através de uma análise histórica e 
contemporânea do comportamento masculino, o seu protagonismo em um dos crimes mais comuns 
da atualidade, transformando-se assim em um grave problema social. Durante muitos anos, a 
submissão feminina e o sistema patriarcal, o qual nas mais diversas épocas, demonstram a 
subordinação das mulheres até mesmo nas legislações diversas anteriores, desencadearam essa 
realidade machista, a qual ainda persiste nos dias atuais. Em consequência, um enorme leque de 
desigualdades, desfavorecem as mulheres na sociedade, sem poder contar efetivamente com os 
mesmos direitos que os homens. A violência doméstica e/ou violência de gênero é nutrida pela forma 
que a sociedade vem sendo educada, ideias conservadoras, machistas, relação de poder, fazem com 
que cada vez aumente mais o rol taxativo de crimes cometidos em razão do gênero. A Lei 
11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, compreende os direitos da mulher nas mais 
diversas modalidades de violência, inclui políticas públicas que visam assegurar as garantias 
fundamentais das mulheres no âmbito doméstico e familiar, possui caráter preventivo e mecanismos 
assecuratórios da integridade das vítimas de violência doméstica. Visa coibir e erradicar a violência 
doméstica e familiar no Brasil. Após uma análise sobre a referida lei e suas prerrogativas, verificando 
as possibilidades previstas de medidas protetivas de urgência, as quais impossibilitam o agressor de 
se aproximar da vítima, bem como a mesma elenca as medidas de prevenção, os programas de 
assistencialismo, os quais envolvem uma série de projetos que têm como objetivo proporcionar 
proteção e um direcionamento à mulher vítima de violência, atuando o psicológico da mesma, bem 
como os mais diversos métodos criados com intuito de amenizar a dor causada a vítima, o diminuindo 
assim, o alto índice de crimes cometidos dessa natureza. Analisa-se as modalidades previstas no crime 
de lesão corporal, em especial o crime de lesão corporal leve, o mais comum praticado no âmbito 
familiar. Por fim, abordaremos o crime previsto na Lei 13.104/2015, abordando-se a circunstância 
qualificadora mais detalhadamente, conceituando-a, apresentando-se as estatísticas dos crimes de 
feminicídios praticados contra mulheres, expondo os números alarmantes a nível nacional e estadual, 
e a necessidade da sua criação, indicando através dessas altas taxas a ineficácia das medidas protetivas 
em muitos casos, discorrendo sobre a vitimologia e o papel da vítima diante de um crime. 
 
Palavras-chave: Lei Maria da Penha. Violência Doméstica. Lesão Corporal. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present work aims, initially, to emerge through a historical and contemporary analysis of male behavior, its 
role in one of the most common crimes today, thus transforming it into a serious social problem. For many 
years, female submission and the patriarchal system, which in the most diverse eras, demonstrate the 
subordination of women even in the previous diverse legislation, triggered this sexist reality, which still persists 
today. As a result, a huge range of inequalities disadvantage women in society, without being able to effectively 
count on the same rights as men. Domestic violence and/or gender violence is nurtured by the way society has 
been educated, conservative ideas, sexist, power relations, make the list of crimes committed on grounds of 
gender increasingly increase. Law 11.340/2006, known as the Maria da Penha Law, encompasses women's 
rights in the most diverse forms of violence, includes public policies aimed at ensuring the fundamental 
guarantees of women in the domestic and family sphere, has a preventive character and mechanisms to ensure 
the integrity of victims of domestic violence. It aims to curb and eradicate domestic and family violence in 
Brazil. After an analysis of the aforementioned law and its prerogatives, verifying the foreseen possibilities of 
urgent protective measures, which make it impossible for the aggressor to approach the victim, as well as the 
same lists the prevention measures, the welfare programs, which involve a series of projects that aim to provide 
protection and guidance to women victims of violence, acting on their psychology, as well as the most diverse 
methods created with the aim of easing the pain caused to the victim, thus reducing the high rate of crimes 
committed of this nature. The modalities foreseen in the crime of bodily injury are analyzed, in particular the 
crime of light bodily injury, the most common one practiced within the family. Finally, we will address the 
crime provided for in Law 13.104/2015, addressing the qualifying circumstance in more detail, conceptualizing 
it, presenting the statistics of femicide crimes committed against women, exposing the alarming numbers at 
national and state level, and the need for its creation, indicating through these high rates the ineffectiveness of 
protective measures in many cases, discussing victimology andthe role of the victim in the face of a crime. 
 
Keywords: Maria da Penha Law. Domestic violence. Bodily injury. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1- Mapa das taxas de feminicídios 2016-2022. ........................................................................ 25 
Figura 2: Taxas de feminicídios por mês, 2019-2021.......................................................................... 26 
Figura 3: Taxas de feminicídios - 2021. .............................................................................................. 26 
Figura 4: Estados com maior índice de homicídios ............................................................................. 27 
Figura 5: Estados com menor índice de feminicídios .......................................................................... 28 
Figura 7: Índices de base 100 da evolução das taxas de homicídio de mulheres dentro e fora da 
residência e ainda por arma de fogo (2012-2017) ............................................................................... 28 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 1 – NÚMEROS DE ASSASSINATOS............................................................29 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APUD - CITADO POR 
ADI – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
CEDAW - CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE 
DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER 
ART. – ARTIGO 
CF – CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
CP – CÓDIGO PENAL 
CPP – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES 
CPMI – COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO 
CPMIVCM – COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO DE VIOLÊNCIA 
CONTRA A MULHER 
MP – MEDIDA PROVISÓRIA 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................11 
2.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ............................................................. 13 
2.2 AS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR .................................. 15 
2.4 COMO FUNCIONAM OS PROCEDIMENTOS POLICIAIS EM CASOS DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA .......................................................................................... 16 
2.4.1 Lei 13.827/2019 e as alterações na lei Maria da Penha ................................................ 17 
2.5 OS TIPOS DE ASSISTÊNCIA QUE SÃO PROPORCIONADOS ÀS MULHERES 
EM SITUAÇÃO DE RISCO .......................................................................................... 18 
2.6 AS MEDIDAS DE URGÊNCIA QUE PROTEGEM A OFENDIDA ......................... 18 
3. LESÕES CORPORAL .........................................................................................22 
3.1 SOBRE A NECESSIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ............... 23 
3.2 O FEMINICÍDIO E SEU LEVANTAMENTO DE DADOS....................................... 24 
4. A (IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTEÇÃO ............................................29 
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................30 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 33 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Mulher, um ser único e especial, dotada de direitos e virtudes. Entretanto, nesta sociedade 
patriarcal em que vivemos, os direitos foram subtraídos enquanto a cultura machista se perpetrava já 
na educação das mulheres. Impondo-as a um tratamento sempre de subordinação, explicitamente 
desigual. Tratadas como um mero objeto, do qual um homem deverá ter sua posse, sem vontades, 
sem poder e controle sobre suas próprias vidas. Condenadas a viver sob a sombra dos homens, 
submissas. 
 
O Brasil é o 5º país de um grupo de 83, que mais mata mulheres, segundo o Mapa da Violência 
de 2015, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Entre 2003 e 2013, o número 
de feminicídios passou de 3.937 para 4.762 por dia, registrando um aumento de 21%. Segundo a 
Central de Atendimento à Mulher, em 74% dos relatos recebidos pelo serviço “Ligue 180”, a 
violência era frequente, diária ou semanal. Os relatos de violência que antecederam essa última 
pesquisa, demonstraram que: 10,8% como violência física, 48,3% como agressão psicológica, 7,8% 
como coerção sexual e 4,7% como injúria. No que se refere à prática de violência contra os filhos, 
70,5% das mulheres relataram agressão psicológica, 51,4% admitiram o uso de punição corporal e 
9,8% praticaram maus-tratos físicos. (SUDRÉ; COCOLO; 2016, p. 01) 
 
Este trabalho versará sobre uma questão de extrema relevância social, os dados repercutem 
cada vez mais a violência sofrida por muitas mulheres. Tratando - se de um crime que ocorre 
frequentemente no interior dos lares, chegando a até mesmo, passar despercebido por muitas vítimas. 
Após as diversas tentativas de homicídios sofridas por Maria da Penha Maia Fernandes, e sua 
repercussão internacional, o Brasil sancionou em 2006, a Lei de nº 11.340, conhecida como Lei Maria 
da Penha. 
 
Com o advento da referida lei, ampliou-se a discussão sobre o tema, dando especial atenção 
ao crescente número de vítimas. Além disso, aumentou-se a proteção e a assistência destinada às 
mulheres vítimas de violência doméstica. Contudo, no art. 41 da Lei Maria da Penha, houve um 
grande avanço na legislação, com as novas alterações, ampliando a proteção das vítimas de várias 
formas, como a exclusão da competência dos Juizados Especiais Criminais, previstos na Lei de nº 
9.099/95, para julgamentos de crimes, quando esses se tratarem de violência doméstica ou familiar. 
12 
 
 
Houve também a Ação Direta de Inconstitucionalidade de nº 4.424, quando o Supremo 
Tribunal Federal decidiu que no crime de lesão corporal leve, a ação penal cabível é pública 
incondicionada, não necessitando da representação da ofendida para procedibilidade da demanda 
judicial. Dessa forma, o Ministério Público, titular da ação penal, no exercício de sua função, poderá 
ingressar com a demanda, independentemente de manifestação de vontade da vítima. 
 
Desta forma, para melhor compreensão e delimitação do tema, o trabalho foi dividido em 
capítulos que abordará a Lei Maria da Penha, no que tange as formas de proteção e assistência que 
deverão ser prestados às vítimas, analisaremos as modalidades de medidas protetivas que poderão ser 
deferidas, tanto em favor da vítima, como do agressor, e a punição que poderá ser a ele imposta. A 
conceituação de lesão corporal, um dos delitos mais comuns nos casos de violência doméstica, logo, 
uma breve análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade de nº 4.424, a qual versa o tipo de ação 
penal que é cabível nos casos lesões corporais leves envolvendo violência doméstica. 
 
Por fim, o último capítulo será dedicado a análise e conceituação do crime de feminicídio, a 
criação de órgãos públicos nacionais como a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência 
Contra Mulher, a qual realizou estudos com a finalidade de investigar as situações de violência contra 
a mulher e suas formas de combatê-las, os tipos de vítimas, e os crescentes números de mulheres que 
ainda são assassinadas, apresentando gráficos exemplificativos e a efetividade das medidas no 
combate ao feminicídio. 
 
Para a realizar este trabalho de conclusão de curso utilizou-se o método indutivo, tendo como 
principais fontes de pesquisas: obras doutrinárias, artigos científicos, legislação além de materiais 
disponíveis na internet. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
2. ANÁLISE HISTÓRICA E CONTEMPORÂNEA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
O presente capítulo visa realizar uma análise histórica e contemporânea sobre a inferiorização da 
mulher nas relações domésticas. Mulher tratada como mero objeto, uma identidade construída a partir 
dos preceitos patriarcais, numa cultura machista impetrada até os dias atuais. Em pleno século XXI, 
a violência doméstica representa um grave problemasocial, gerando grandes prejuízos não somente 
às vítimas, mas à sociedade em geral. 
 
Karla Cuellar cita uma observação de Mellatti (2011) 
 
Como se observa, todo tipo de violência envolve a coisificação do sujeito, ou 
seja, o outro é considerado como um objeto, sendo as relações sociais 
colocadas no mesmo nível de mercadorias, possivelmente influenciado pelo 
sistema de produção capitalista. Há uma supervalorização das coisas em 
detrimento das pessoas, acarretando na perda de referências e valores 
humanos. (2017, p, 1). 
 
A desigualdade de gênero sempre foi muito forte, baseada na educação em que homens e 
mulheres receberam, diferentes uma da outra. A mulher era educada para ser dona de casa, esposa e 
mãe. Permitindo-se até um determinado período da história, que o homem disciplinasse sua esposa, 
caso a mesma não se comportasse como o marido assim desejasse. 
 
Lembrando que a discriminação contra a mulher viola os princípios da 
igualdade de direitos e do respeito à dignidade humana, dificultando a 
participação da mulher, nas mesmas condições que o homem, na vida política, 
social, econômica e cultural de seu país, constituindo um obstáculo ao 
aumento do bem-estar da sociedade e da família e impedindo a mulher de 
servir o seu país e a humanidade em toda a extensão das suas possiblidades. 
(Cunha; Pinto; 2007, p. 150) 
 
2.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
Mas primeiramente extrai-se do texto da Lei Maria da Penha a configuração da expressão dita 
“violência doméstica”. O caput do art. 5º da Lei nº 11.340/2006 de violência doméstica e familiar 
14 
 
contra a mulher como toda a espécie de agressão (ação ou omissão) dirigida contra mulher num 
determinado ambiente, o qual pode ser: doméstico, familiar ou de intimidade, lhe causando morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou até mesmo patrimonial, conceituando 
juridicamente a violência doméstica e familiar, visto esse ser um grave problema social. 
 
 Entretanto é imprescindível alguns requisitos para que haja a configuração dos crimes 
incursos na Lei Maria da Penha. É necessário que tal conduta delituosa haja em decorrência de uma 
relação entre as partes, podendo essa ser doméstica, familiar ou íntima, sendo dispensável a 
coabitação, visto que ambos não precisam residir na mesma casa para que se configure tal prática, 
desde que haja algum vínculo, relação afetiva entre o agressor e a vítima. 
 
Na prática independe de a conduta criminosa ser praticada no interior do imóvel em que ambos 
residam ou em local público, desde que a violência derive de uma relação íntima de afeto, bem como 
uma agressão oriunda de um estranho no interior da própria residência da vítima, não caracteriza 
violência doméstica ou familiar. 
 
Conforme Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto (2007, p. 30) “Agressão no âmbito 
da unidade doméstica compreende aquela praticada no espaço caseiro, envolvendo pessoas com ou 
sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas”. 
 
Maria Berenice Dias (2008, p. 43) cita o alerta de Guilherme Nucci: 
 
[...] a mulher agredida no âmbito da unidade doméstica deve fazer parte dessa 
relação doméstica. Não seria lógico que qualquer mulher, bastando estar na 
casa de alguém, onde há relação doméstica entre terceiros, se agredida fosse, 
gerasse a aplicação da agravante trazida pela Lei Maria da Penha. 
 
Maria Berenice Dias (2008, p. 40) ressalta que: 
 
É obrigatório que a ação ou omissão ocorra na unidade doméstica ou familiar 
ou em razão de qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva 
ou tenha convivido com a ofendida, independente de coabitação. Modo 
expresso, ressalva a Lei que não há necessidade de vítima e agressor viverem 
sobre o mesmo tempo para a configuração da violência como doméstica ou 
15 
 
familiar. Basta que agressor e agredida mantenham, ou já tenham mantido, 
um vínculo de natureza familiar. 
 
Podemos complementar que para restar configurado os delitos previstos nos termos do art. 5º 
da Lei n. 11.340/06, é necessário que haja entre o agressor e a ofendida uma ligação entre a relação 
de afeto e a conduta delitiva, e que o ato de violência praticado tenha sido decorrente dessa relação 
doméstica familiar, dessa forma caracterizará os crimes previstos na Lei nº 11.340/06. 
 
Nota-se que o conceito de família atualmente abrange sentidos amplos, não mais limitando-a 
a tradicional família, composta por pai, mãe e filhos. O que representa um grande avanço na legislação 
brasileira, na forma com que o direito vai evoluindo paralelamente com a sociedade, fazendo com 
que as leis se adequem à medida que as mudanças sociais vão ocorrendo, pois, o direito não pode ser 
uma norma estática. Embora a sociedade evolua de maneira bem mais célere, na medida em que novas 
situações vão surgindo no meio jurídico, consequentemente devem ser feitas as alterações necessárias 
a fim de suprir a demanda. 
 
Conseguinte, o afeto é que define essas relações, um novo conceito de família, o qual vem 
incutido nesta nova compreensão do que significa família na atualidade, o que sem dúvida vai além 
da consanguinidade entre o agressor e a vítima. 
 
2.2 AS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 
A violência doméstica e familiar acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é 
praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: 
abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono. 
 
O artigo 7º, engloba um rol exemplificativo de condutas que configuram atos de violência 
doméstica e familiar praticados contra a mulher, contemplando assim o texto enunciado no artigo 5º, 
caput, incutindo as diversas modalidades de ofensas à integridade feminina. Dessa forma, é possível 
delinear situações que ensejam práticas comportamentais ilícitas dentro do âmbito doméstico e 
familiar, de forma que, possam ser aplicadas não somente as punições ao agressor, mas prestar 
assistência de forma mais enfática às vítimas 
 
16 
 
2.3 DIFERENÇA ENTRE VIOLÊNCIA PSICOLOGICA E MORAL 
 
 O ato de violência psicológica, é a conduta que resulta em danos emocionais à vítima, a qual 
pode ocasionar prejuízos até mais graves à saúde mental, como humilhação, exposição, xingamentos 
ou a opressão e submissão que fazem com que a vítima seja coagida sem a necessidade de utilização 
da força física. Entende-se por violência moral qualquer conduta que importe em calúnia, quando o 
agressor ou agressora afirma falsamente que aquela praticou crime que ela não cometeu; difamação; 
quando o agressor atribui à mulher fatos que maculem a sua reputação, ou injúria, ofendendo a sua 
dignidade. 
 
2.4 COMO FUNCIONAM OS PROCEDIMENTOS POLICIAIS EM CASOS DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
Com o intuito de proporcionar celeridade no combate aos crimes praticados e previstos na 
Lei Maria da Penha, ampliou-se a participação policial nessa luta, através das Delegacias de Polícia 
especializadas na Proteção à Mulher, visando assim prestar melhor assistência às vítimas. 
 
Os policiais civis, geralmente, são os primeiros profissionais a terem contato pessoal com as 
vítimas em situação de violência doméstica. Portanto, nesses casos o primeiro contato é de suma 
importância é muito, podendo ser essencial para a queixa-crime e posteriormente a investigação 
criminal. É importante que os policiais que esses recebam as mulheres com apoio e acolhimento para 
obter um bom atendimento humanizado, com suma o discurso e preocupando-se com a privacidade 
da mulher no momento oportuno do depoimento. 
 
Assim sendo, é aconselhado que as equipes de acolhimento sejam do sexo feminino para que 
vítima se sinta com segurança. A lei 11.340/2006 narra que, aos artigos 10 a 12, o procedimento que 
a autoridade policial deve alcançar ao identificar uma prática efetiva ou eminência de violência 
doméstica contraa mulher. Portanto nesse contexto as providencias na lei os agentes são responsáveis 
para garantir a proteção a vítima informar o fato para o Ministério Público. 
 
17 
 
Dentre as providências previstas na lei, os policiais deverão agir para: garantir proteção da 
vítima; comunicar o fato ao Ministério Público; conduzir a vítima ao hospital, posto de saúde, ou IML 
fornecer o meio de transporte e abrigo à vítima e seus dependentes. 
 
2.4.1 Lei 13.827/2019 e as alterações na lei Maria da Penha 
 
Notadamente percebe-se que o afastamento imediato do agressor da vítima mediante 
autorização da medida protetiva de urgência é necessidade que se impõe, dadas as circunstâncias dos 
fatos. No entanto, devido a referida alteração no texto legal, a medida não mais necessita de 
autorização judicial caso o município não seja sede de comarca, visto a necessidade de proporcionar 
celeridade ao processo que se inicia, o Delegado de Polícia fica então autorizado a conceder a medida 
protetiva de urgência nos casos em que nota-se o risco de a vida ou a integridade física da mulher, e 
no intuito de assegurar ainda mais a vítima em segurança, o legislador encarregou também, na 
ausência do Delegado de Polícia, o policial disponível no ato da denúncia, a conceder a medida 
protetiva e o imediato afastamento do agressor, devendo o juiz competente ser comunicado no prazo 
de 24 horas, onde o magistrado irá avaliar o caso concreto, decidindo se mantém ou revoga a referida 
medida. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. Em seguida, o 
juiz registrará em banco de dados do Conselho Nacional de Justiça, com vistas ao Ministério Público. 
 
Embora a Lei Maria da Penha desde antes estabelecesse critérios a fim de assegurar a 
segurança e proteção às vítimas de violência doméstica, na prática não eram muito incisivas, o que 
acabava por dar margem ao agressor retornar à residência, tornando menos efetiva a proteção policial. 
 
Importante salientar que, até a entrada em vigor da Lei 13.827/2019, o prazo para a autoridade 
policial comunicar ao juízo competente da comarca a ocorrência do fato, era de 48 horas, logo, o 
magistrado possuía mais 48 horas após o recebimento da denúncia para decidir acerca das medidas 
que deveriam ser aplicadas, ou seja, na prática, facilitava o reingresso do agressor à residência, 
resultando num crime ainda pior. 
 
 
18 
 
2.5 OS TIPOS DE ASSISTÊNCIA QUE SÃO PROPORCIONADOS ÀS MULHERES EM 
SITUAÇÃO DE RISCO 
 
No que tange as mulheres em situação de risco, em decorrência da prática de violência em 
âmbito doméstico e familiar, cumpre destacar o artigo 9º da Lei Maria da Penha. Tratando neste 
momento de forma efetiva a situação, com ações reais, cujo objetivo é prestar assistência à vítima e 
não mais seguir a teoria, o legislador passa a dispor a mais claramente as fontes de recursos e 
instrumentos disponíveis, os quais viabilizarão a “política pública”. 
 
O artigo 9º da Lei Maria da Penha traz em seu texto, o dever do juiz em assegurar à mulher 
em situação de vulnerabilidade em decorrência da violência doméstica, a fim de preservar a 
integridade física e psicológica da vítima, facilitando a remoção, quando essa for funcionária pública, 
ou mantendo o vínculo trabalhista caso seja necessário o afastamento por até 6 meses, como também 
um abrigo seguro, quando a vítima estiver sob risco de vida, sofrendo ameaças ou até mesmo 
tentativas de homicídio. 
 
Para Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto (2007, p. 50), tais mecanismos que 
visam prestar assistência a mulher, tripartem-se em: a) inclusão da ofendida no cadastro de programas 
assistenciais do governo federal, estadual e municipal; b) saúde (proporcionando assistência às 
vítimas, prestando-lhes acesso aos serviços básicos de saúde, bem como procedimentos médicos 
necessários e cabíveis nessas situações); c) segurança pública, garantindo à vítima abrigo em local 
seguro, prestando proteção policial necessária, bem como na retirada de seus pertences policiais, se 
necessário for, da residência que dividia com o agressor, a fim de que a vítima não sofra risco de vida. 
 
 
2.6 AS MEDIDAS DE URGÊNCIA QUE PROTEGEM A OFENDIDA 
 
Dentre as ações do poder público para salvaguardar a incolumidade física da vítima, estão 
essas previstas no artigo 23 da Lei Maria da Penha, na qual o legislador elencou um rol de medidas 
protetivas à ofendida. 
 
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: 
19 
 
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou 
comunitário de proteção ou de atendimento; 
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao 
respectivo domicílio, após afastamento do agressor; 
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos 
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; 
IV - determinar a separação de corpos. 
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de 
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para 
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei 
nº 13.882, de 2019) 
 
Sérgio Ricardo de Souza compreende acerca das medidas elencadas nesses dispositivos que 
servem: “para garantir a efetivação dos seus objetivos, mormente no que diz respeito a garantir a 
integridade moral, a integridade física, a integridade psicológica e a integridade material da mulher 
que tenha sido vítima de violência doméstica e familiar. 
 
Nesse contexto, o encaminhamento a Programas de Proteção e Atendimento: 
 
Para a efetivação dessa medida, necessário se faz que existam e estejam 
funcionando regularmente esses programas de proteção e atendimento, os 
quais devem ser criados não somente através de ações isoladas de grupos de 
apoios à mulher ou outras organizações sem fins lucrativos, mas também pelo 
Estado, até porque esses programas devem possuir uma estrutura de 
atendimento multidisciplinar e, além disso, devem ser dotados da necessária 
segurança, dada a particular situação em que se encontram a vítima e seus 
dependentes. (SOUZA, 2009, p. 137) 
 
Colhe-se da obra de Maria Berenice Dias (2007, p. 83): “O encaminhamento da ofendida e 
seus dependentes a programas comunitários de proteção, como estabelece o artigo 23, pode ser 
mediante ordem judicial ou pela autoridade policial nos termos do artigo 11, inciso III, da Lei nº 
11.340/06“. 
 
Leda Maria Hermann (2012, p. 178-179), exemplifica: 
 
A primeira das medidas elencadas no artigo 23 consistem no encaminhamento 
da ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção 
ou de atendimento (inciso I), respeitadas as peculiaridades do caso concreto. 
20 
 
[...] A medida prevista no inciso II do artigo 23 está atrelada, em princípio, 
àquela prevista no art. 22, II, que possibilita o afastamento do agressor do lar 
comum. Afastado o violador poderá o juiz, se entender necessário à proteção 
da ofendida e dependentes, determinar a recondução destes últimos ao 
respectivo domicílio. [...] A providência legal é aplicável sempre que a 
mulher vítima expressar temor justificado de retorno do violador ou de 
qualquer retomada de violência pelo agente, mesmo que este tenha deixado o 
lar comum por vontade própria. [...] O inciso III do artigo 23 prevê proteção 
e suporte à ofendida quando sua decisão for deixar o domicílio comum. A 
norma clarifica a possibilidade de autorizar o juiz o afastamento da ofendida 
do lar, sem prejuízo de direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos. 
 
A previsão legal que concede a separação de corpos está prevista no artigo 22 que trata das 
tutelas de urgência que obrigam o agressor, bem como no artigo 23 que dispõem acerca das tutelas 
de urgência que protegem a vítima. 
 
Importante salientar que a Lei 10.445/02 já trazia disposição idêntica, inclusive acrescentou-
seao parágrafo único do artigo 69 da Lei n. 9099/95, a possibilidade de o juiz determinar o 
afastamento do agressor do lar conjugal. (CUNHA; PINTO, 2007, p. 97) 
 
Sobre a separação de corpos e proibição de contato: 
 
O Código Civil vigente, em seu art. 1562, dispõe que: “Antes de mover ação 
de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de 
divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, 
comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida 
pelo juiz com a possível brevidade. ” Aqui no âmbito da Lei 11.340/2006 
cremos que a situação não é diferente e que o juiz competente deverá pautar 
a sua decisão pelos mesmos parâmetros traçados na norma civil referenciada, 
inclusive no que diz respeito à necessidade da medida, a qual, diante da 
verossimilhança em relação a uma agressão já concretizada ou prestes a se 
concretizar, estará presente. (SOUZA, 2009, p. 138) 
 
Nesse sentido, Maria Berenice Dias (2008, p. 84): 
 
Para garantir o fim da violência é possível a saída de qualquer deles da 
residência comum. Determinado o afastamento do ofensor do domicílio ou 
do local de convivência com a ofendida (art. 22, II), ela e seus dependentes 
podem ser reconduzidos ao lar (art. 23, II). Também pode ser autorizada a 
saída da mulher da residência comum, sem prejuízo dos direitos relativos a 
21 
 
bens, guarda de filhos e alimentos (art. 23, III) [...] trata-se de decreto de 
separação de corpos (art. 23, IV) decorrente de crime e não de outras questões 
de natureza exclusivamente civil. 
 
E continua: 
 
A separação de corpos pode ser requerida e consequentemente deferida, quer 
as partes sejam casadas ou vivam em união estável. Dentre as medidas 
cautelares expressamente previstas no Código de Processo Civil, o 
afastamento temporário de um dos cônjuges da residência do casal, poderia 
ensejar dúvida quanto à possibilidade, no entanto, a separação de corpos dos 
que mantém união estável, admite a separação de corpos como tutela 
antecipada à ação de dissolução de união estável, conforme dispõe o artigo 
1.562 do Código Civil. (DIAS, 2007, p. 84-85). 
 
Nas palavras de Leda Maria Hermann (2012, p. 180), conclui-se que na lei Maria da Penha a 
previsão de separação de corpos ganha relevância ante a possibilidade necessidade de aplicação 
cumulativa de medidas protetivas diversas, cuja conjugação harmônica resulte proteção mais eficaz 
e completa à mulher vitimada. 
 
O Juiz poderá conceder liminarmente em favor da ofendida, medidas de natureza 
eminentemente patrimonial, segundo consta no artigo 24, algumas medidas cautelares são voltadas a 
evitar a prática que comumente o agressor mantinha, de dilapidar o patrimônio comum do casal, ou 
até mesmo, causar prejuízo à vítima. Medidas que já eram diuturnamente requisitadas na esfera dos 
juízos de família, no entanto agora poderão ser aplicadas no juízo criminal, ampliando assim, a 
proteção dada à vítima. (DIAS, 2008, p. 84) 
 
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou 
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, 
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: 
I - Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; 
II - Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, 
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização 
judicial; 
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; 
IV - Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e 
danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar 
contra a ofendida. 
22 
 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins 
previstos nos incisos II e III deste artigo. (BRASIL, 2006, art. 24) 
 
Sobre o tema, Maria Berenice Dias ensina que: “No momento em que é assegurado à vítima 
o direito de buscar a restituição de seus bens, refere-se tanto aos bens particulares como aos que 
integram o acervo comum, pois a metade lhe pertence. ” (2008, p. 88) 
 
O pressuposto para concessão da medida é que bens tenham sido subtraídos por quem a vítima 
mantém um vínculo familiar, o que até então configurava o crime de furto, com o advento da Lei 
Maria da Penha transformou-se em violência patrimonial, não se aplicando as imunidades absoluta 
ou relativa, ambas previstas no Código Penal, em seus artigos 181 e 182. (DIAS, 2008, p. 88) 
 
O inciso I viabiliza determinação judicial, em caráter de urgência – cautelar 
e liminarmente – de restituição de bens indevidamente subtraídos pelo 
agressor à ofendida, seja qual for a relação, desde que inserida no âmbito 
doméstico ou familiar. São condições para a concessão da medida: 
a) que o bem em questão seja da ofendida; 
b) que lhe tenha sido subtraído pelo agressor; 
c) que esta subtração não encontre nenhum respaldo legal (seja indevida): 
[...] A indisponibilização temporária de propriedade comum, prevista no 
inciso II, inclui o exercício do direito de fruição civil (locação), protegendo 
mais especificamente a propriedade imóvel. Sua aplicação evita que o 
agressor desfrute indevidamente do bem ou crie situação que venha dificultar 
a partilha [...] O inciso III do artigo 24 prevê a possiblidade de suspensão das 
procurações conferidas pela ofendida ao agressor. [...] O inciso IV prevê 
prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos 
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a 
ofendida. (HERMANN, 2012, p. 182) 
 
Conclui-se que com o surgimento da Lei Maria da Penha, o intuito foi de atuar mais 
preventivamente e em busca de proteger as vítimas, do repreender os agressores. 
 
3. LESÕES CORPORAL 
 
 Portanto fica claro, que a figura da lesão corporal introduzida pelo nosso Código Penal com as 
modificações inserida pela Lei 10.866/2004, com interesse em melhorar o procedimento diferenciado 
23 
 
para a conduta no crime de lesão corporal previsto no Código Penal, aplicada na circunstância na 
violência doméstica ou familiar. Diante disso, vale ressaltar que a Lei A Lei 14.188/21 em seu artigo 
§ 13, no artigo 129, CP, cita uma nova qualificadora quando “a lesão for praticada contra o sexo 
feminino, por razões da condição do sexo feminino”, com pena cominada de “reclusão, de 1 (um) a 
4 (quatro) anos”. 
 O artigo 1º, na lei mencionada, relata que está qualificadora se aplica somente nos casos de 
lesões corporais leves, porém já nas lesões graves e gravíssimas ou ainda em seguida de morte, se 
enquadra as penas mais rigorosas deste delito. 
 
3.1 SOBRE A NECESSIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO 
 
Os altíssimos índices de mulheres sendo assassinadas no Brasil, seja em decorrência de 
violência no âmbito familiar e doméstico, ou seja, pelo desprezo, pelo simples fato dessa ser mulher, 
teve um crescimento contínuo, o que gera uma maior preocupação por parte do legislador. A 
objetificação da mulher para o homem, faz com que ele sinta - se como proprietário da mesma, uma 
vez que a maior ocorrência desse crime se dá através das relações afetivas, sendo muitas assassinadas 
dentro da própria residência. 
 
A Juíza de Direito, Adriana Ramos de Mello, esclarece que: 
 
O feminicídio constitui a forma mais extrema de violência contra a mulher 
produto das relações desiguais de poder entre os gêneros. Com a edição da 
Lei 13.104/2015, o Estado brasileiro completa o sistema de proteção às 
mulheres, criando como modalidade de homicídio qualificado, o chamado 
feminicídio, que ocorre quando uma mulher vem a ser vítima de homicídio 
simplesmente por razões de sua condição de sexo feminino. O fenômeno 
forma parte de um contínuo de violência de gênero expressada em estupros, 
torturas, lesões, ameaças, dentro e fora da família. Dar visibilidade aos 
assassinatos de mulheres, ao invés de tratá-los comomero crime passional, 
elevando-o a uma categoria jurídica, ainda é uma agenda pendente, para a 
qual a tipificação é um passo decisivo, e que pode fazer com que ocorram 
mudanças estruturais na nossa sociedade permitindo uma reforma geral de 
toda a legislação. (2015, p. 01) 
 
 
24 
 
No entanto, as diversas investidas do Estado ainda não foram condizentes com os elevados 
números de assassinatos de mulheres no Brasil, necessitando ainda de mais políticas públicas que 
sejam efetivas no combate ao feminicídio. A curva ascendente de feminicídios, bem como o elevado 
número de casos envolvendo as diversas formas de violência sofrida pelas mulheres, faz restar 
comprovado por meio de pesquisas e mapas da violência a nível nacional a necessidade de criar ainda 
mais medidas com caráter cada vez mais efetivo no enfrentamento ao feminicídio. 
 
O Projeto de Lei n° 292/2013 esclarece a justificativa para tipificar o feminicídio como 
qualificadora: 
 
A importância de tipificar o feminicídio é reconhecer, na forma da lei, que 
mulheres estão sendo mortas pela razão de serem mulheres, expondo a fratura 
da desigualdade de gênero que persiste em nossa sociedade, e é social, por 
combater a impunidade, evitando que feminicidas sejam beneficiados por 
interpretações jurídicas anacrônicas e moralmente inaceitáveis, como o de 
terem cometido ‘crime passional’. Envia, outrossim, a mensagem positiva à 
sociedade de que o direito à vida é universal e de que não haverá impunidade. 
Protege, ainda, a dignidade da vítima, ao obstar de antemão as estratégias de 
se desqualificarem, midiaticamente, a condição de mulheres brutalmente 
assassinadas, atribuindo a elas a responsabilidade pelo crime de que foram 
vítimas. 
 
 
3.2 O FEMINICÍDIO E SEU LEVANTAMENTO DE DADOS 
 
O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser 
mulher (misoginia e menosprezo pela condição feminina ou discriminação de gênero, fatores que 
também podem envolver violência sexual) ou em decorrência de violência doméstica. A referida lei 
alterou o Código Penal em seu artigo 121, e a Lei de Crimes Hediondos, incutindo a esse uma 
qualificadora para o crime de homicídio, quando este for praticado contra mulheres em razão de 
violência doméstica ou discriminação do gênero. 
 
A situação de assassinatos de mulheres no Brasil tem crescido em números alarmantes. 
Prevalecendo a sensação de insegurança e de medo, pelas diversas tentativas de responsabilização e 
culpabilização dos seus agressores, porém sem uma efetividade da lei para que possa haver um 
25 
 
controle desses índices. Mulheres que, segundo estudos, são na grande maioria das vezes, 
assassinadas pelo próprio parceiro, no interior da sua própria residência. 
 
No Brasil, no período de 2016 a 2022, estima-se mais de 40 mil feminicídios, o que equivale 
a 3.000 mortes por ano, tendo sido registradas no Sistema de Informações sobre Mortalidade do 
Ministério da Saúde 13.071 feminicídios, equivalente a taxa de 4,48 óbitos por 100.000 mulheres. 
Após a correção, esse número aumentou para 16.993 mortes, resultando na taxa de 5,82 óbitos a cada 
100.000 mulheres. Estima-se a maior parte decorreram de situações de violência doméstica, uma vez 
que, um terço deles ocorreram dentro da residência da vítima. 
 
Nas figuras abaixo, estão representadas as estimativas das taxas de feminicídios, de acordo 
com estudos realizados pela SESP: 
 
Figura 1- Mapa das taxas de feminicídios 2016-2022. 
 
 
 
 
26 
 
 
Figura 2: Taxas de feminicídios por mês, 2019-2021. 
 
Figura 3: Taxas de feminicídios - 2021. 
 
 
A estimativa é de que em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 
472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia. Também verifica - se a maior incidência 
das taxas de feminicídios nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, no qual as taxas foram mais 
27 
 
elevadas, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100.000 mulheres. Sendo os estados com 
maior índice: Espírito Santo (1,7), Bahia (1,1), Alagoas (1,4), Roraima (1,8) e Pernambuco (1,7). E 
com menor índice, observou o estado do Piauí (2,2), ainda dentro desses números, os dados dizem 
que: 31% dessas mulheres tinham entre 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos, ou seja, mais da metade 
dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos. Segundo esses estudos, no Brasil, 50% dos 
feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou 
contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos. Maus tratos – incluindo 
agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras 
síndromes de maus tratos (abuso sexual, crueldade mental e tortura) – foram registrados em 3% dos 
óbitos. Cumpre ainda ressaltar que, 29% dos feminicídios ocorreram no domicílio, 31% em via 
pública e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde. 
 
Figura 4: Estados com maior índice de homicídios 
 
 
 
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 5: Estados com menor índice de feminicídios 
 
 
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. 
 
Figura 7: Índices de base 100 da evolução das taxas de homicídio de mulheres dentro e fora da 
residência e ainda por arma de fogo (2012-2017) 
 
 
 
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. 
29 
 
 
 
TABELA 1 – NÚMEROS DE ASSASSINATOS 
 
 
 
4. A (IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTEÇÃO 
 
 As medidas protetivas em casos de urgência oferecidas pelo magistrado, o sofredor de jeito 
nenhum possuí a eficácia por completo para solucionar os problemas necessários relativos ao sexo 
feminino que sofre a violência doméstica. Destaca- se que em geral as mulheres que sofrem a 
violência não representam contra o provocador e prosseguir com uma união amorosa. 
 
30 
 
 Portanto, entende-se que as medidas protetivas são medidas que a mulher tem a liberdade 
em escolher a respeito da sua proteção estatal contra seu ofensor., diante disso com a concessão das 
medidas protetivas em casos de urgência tem por objetivo a diminuir as agressões, e gera com que a 
vítima se sinta com mais segurança e paz. Vale ressaltar que a Lei 11.340/06 é um dos delitos mais 
efetuados no nosso País, e isto causa um choque perante a sociedade brasileira. Existem inúmeros 
casos de mulheres que são agredidas pelos seus parceiros tanto físicos, psicológica, sexual entre 
outras. Portanto as mulheres com esse sentimento de "apavoramento" que elas sofrem, a lei é falha 
em alguns sentidos. 
 
 É importante tanto o Estado tanto os Poderes Judiciários se juntam para a melhoria da Lei. 
Desta maneira a lei teria que se responsabilizar totalmente a seguridade da Mulher vítima de violência 
contra mulher com previsão legal 11.340/06, existem algumas imperfeições e falhas não sendo 
completamente eficaz. Assim sendo a Lei mencionada 11.340/06 realizada propriamente feita para as 
mulheres que sofrem todos os dias na maioria parte tem sua aplicabilidade ineficaz. Diante 
compreende se que a Lei Maria da Penha foi concebida para resguardar a mulher, mas por falta de 
estrutura tanto na parte policial, tanto governamental. 
 
 Há vários casos em que as mulheres não se apresentam nas delegacias para oferecer as 
denúncias, mas nos dias de hoje a porcentagem de casos de mulheres que denunciam tem sido 
aumentado fraquejado apenas na eficácia da Lei. Importante destacar que a violência doméstica exclui 
da Lei dos juizados especiais cíveis e criminais em visto disso que não se encaixa a dizer sobre a 
delinquência de menor potencial ofensivo abrangendo a violência doméstica. De modo igual 
compreende- se que os delitos com fundamento legal no art. 129 do Código Penal (Lesão Corporal), 
são de ação penal pública incondicionada de forma que não é admissível a desistência da apresentaçãoaté a suspensão da ação. Portanto, compreende- se que não tem ineficácia por parte da lei mencionada, 
porem sim nas medidas protetivas em casos de urgências não são plenamente eficazes em ligação ao 
agressor. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
O presente trabalho de conclusão de curso teve por escopo a análise histórica e a evolução dos 
direitos conquistados pela mulher, as alterações nas legislações, computando-lhes um tratamento 
31 
 
mais justo e igual. Para isso, examinou-se detalhadamente a Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006, 
conhecida com A Lei Maria da Penha, a qual inovou a legislação brasileira, conferindo finalmente às 
mulheres tratamento isonômico em razão do seu gênero. 
 
Nesse contexto, foram abordadas as inovações trazidas pelo legislador, as espécies de 
violência estabelecidas pela lei, principalmente no tocante as medidas protetivas de urgência e a 
assistência que deverá ser prestada às mesmas nas hipóteses de violência doméstica e familiar. 
 
Reconhecendo a importância da referida lei, bem como apresentando as razões que 
justificaram a sua concepção, visto que, a necessidade primordial era de implantar um dispositivo 
Estatal que de fato reduzisse as altas taxas de violência contra as mulheres, protegendo-as e prestando-
lhes a necessária assistência. 
 
Explanadas as espécies de lesões corporais, enfatizando o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade de 4.424 no que tange ao crime de lesão corporal 
leve, dentro do âmbito familiar e doméstico, segundo o entendimento da Suprema Corte, trata-se de 
uma ação penal pública incondicionada a representação, no entanto o Ministério Público, como titular 
da ação penal tem o dever de oferecer a denúncia nestes casos, dissociando-se da vontade da ofendida 
em querer representar, dando início a demanda judicial. Com a edição da Lei 11.340/06, a pena 
máxima para o crime previsto no § 9º do art. 129 do CP, aumentou para 3 anos, importando, dessa 
forma, na inaplicabilidade da Lei 9.099/95 a qualquer crime praticado no âmbito da Lei Maria da 
Penha, foi mais um grande avanço. 
 
Por fim, a Lei Maria da Penha almejou suprir a hipossuficiência da mulher em uma relação 
doméstica. Necessitando assim de meios efetivos de proteção, a fim de garantir a sua integridade 
física e psicológica. 
Explorou-se a Lei 13.104 de 09 de março de 2015, conhecida como Lei do Feminicídio, a qual 
teve nasceu devido o crescente números de assassinatos de mulheres, em grande parte, decorrentes 
de uma relação de intimidade. Restando claro ao legislador a necessidade de se incluir feminicídio 
como circunstância qualificadora do crime previsto no artigo 121 do Código Penal Brasileiro, 
acrescentando ainda tal conduta ilícita no rol de crimes hediondos. Desejou assim o legislador, um 
meio de garantir que o agressor seja punido. 
32 
 
 
Consequentemente, foi analisado os critérios que caracterizam o crime de feminicídio, 
estudando os tipos de vítimas e a vitimologia que consiste no estudo da personalidade da vítima, 
expondo os números de violência contra mulher, de feminicídios cometidos a nível nacional, a partir 
de mapas e gráficos que demonstram o crescente número. A partir daí, conclui-se acerca da real 
eficácia que as medidas vêm tendo, e qual o papel do Estado nessa situação, ampliando políticas 
públicas e criando projetos a fim de efetivar de assegurar a integridade das vítimas. 
33 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 10 de set. 2022. 
BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: 
http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 de set. 2022. 
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar 
contra a mulher… Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 10 set. 2022. 
CUELLAR, Karla. Violência de Gênero Feminicídio e Direitos Humanos das Mulheres. 2017. Disponível: 
https://jus.com.br/artigos/56827/violencia-de-genero-feminicidio-e-direitos-humanos-das-mulheres. 
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CUNHA, Carolina. Feminicídio – Brasil é o 5º país em mortes violentas de mulheres no mundo. Disponível 
em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/feminicidio-brasil-e-o-5-pais-em-
morte-violentas-de-mulheres-no-mundo.htm. Acesso em: 16 de nov. 2022. 
CUNHA, Rogério Sanches; Pinto, Ronaldo Batista; Violência doméstica: Lei Maria da Penha (11.340/2006) 
comentada por artigo por artigo. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais, 2007. 
DIAS, Maria Berenice. A lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 2ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. 
DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre Justiça e os crimes contra as mulheres. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado Ed., 2004. 
GARCIA, Leila Posenato et al. Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil. In Instituto de Pesquisa 
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http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagar cia.pdf. 
Acesso em: 15 out. 2022. 
GUEDES, Mª Eunice Figueiredo. Psicologia: Ciência e Profissão: Gênero, o que é isso? 1995. Disponível em: 
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http://jota.info/feminicidio-breves-comentarios-a-lei-13-10415 Acesso em: 20 out. 2022 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	1 introdução
	2.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
	2.2 AS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
	2.4 COMO FUNCIONAM OS PROCEDIMENTOS POLICIAIS EM CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
	2.4.1 Lei 13.827/2019 e as alterações na lei Maria da Penha
	2.5 OS TIPOS DE ASSISTÊNCIA QUE SÃO PROPORCIONADOS ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE RISCO
	2.6 AS MEDIDAS DE URGÊNCIA QUE PROTEGEM A OFENDIDA
	3. lesões corporal
	3.1 SOBRE A NECESSIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO
	3.2 O FEMINICÍDIO E SEU LEVANTAMENTO DE DADOS
	4. A (IN) EFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTEção
	5. CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS

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