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UNIVALI ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ECS Disciplina: Psicologia Hospitalar Professora: Vitória do Nascimento Acadêmicas: Ana Flávia de Cezaro, Bárbara Caroline Georg Psicologia Hospitalar, origem, objetivos, campos de atuação e intervenções A Psicologia Hospitalar no Brasil teve seu início nas décadas de 1970, 1980 e 1990, com a implantação de Serviços de Psicologia em hospitais universitários e o alicerçamento da área como referência. Essa evolução atendeu às demandas de crianças e adolescentes e legitimou a prática psicológica no contexto hospitalar. A literatura especializada também emergiu nesse período, com autores como Angerami-Camon contribuindo para a formação e o crescimento da área. O desenvolvimento da Psicologia Hospitalar no Brasil foi marcado por políticas públicas de saúde, reconhecendo a importância dos psicólogos nos hospitais, especialmente em contextos como unidades de terapia intensiva e oncologia. A avaliação psicológica e as intervenções direcionadas às necessidades emocionais dos pacientes e suas famílias foram fundamentais para a efetivação dessa área. No entanto, é destacado que a Psicologia da Saúde deve abranger todos os pontos de atenção, do primário ao terciário, integrando equipes multidisciplinares e participando ativamente das políticas públicas de saúde para uma assistência abrangente e qualificada aos pacientes. A atuação do psicólogo no contexto da saúde no Brasil é desafiadora, sendo que exige uma compreensão profunda das intrincadas realidades sociais do país. O papel do psicólogo em ambientes hospitalares é crucial para apoiar pacientes e suas famílias em momentos de vulnerabilidade, além de colaborar com equipes interdisciplinares para fornecer cuidados abrangentes. No entanto, a falta de clareza sobre o papel do psicólogo no sistema de saúde e as desigualdades econômicas e sociais do Brasil têm levantado questões sobre a adequação das práticas tradicionais de psicoterapia individual. A formação profissional do psicólogo deve ser abrangente e multidimensional, indo além do modelo clínico tradicional. A demanda por intervenções psicológicas em contextos de saúde é diversificada e requer habilidades que transcendem a abordagem individual. A Psicologia da Saúde emerge como um campo que incorpora a compreensão das implicações psicológicas, sociais e físicas da saúde e da doença. No entanto, a formação em Psicologia no Brasil muitas vezes não está alinhada com as demandas da realidade sanitária do país, resultando em lacunas na preparação dos profissionais para lidar com as desigualdades e necessidades variadas da população. Além disso, a prática da psicoterapia individual nem sempre é a abordagem mais apropriada, especialmente em contextos de carência. A utilização indiscriminada dessa modalidade pode excluir aqueles que mais necessitam de ajuda. Portanto, é imperativo que os psicólogos se adaptem às realidades do Brasil, optando por intervenções que atendam às necessidades específicas da população. O trabalho em equipes interdisciplinares também se torna essencial, permitindo uma abordagem mais abrangente para lidar com as complexas questões de saúde mental. A atuação dos psicólogos hospitalares envolve uma ampla gama de intervenções que visam contribuir para a recuperação física e emocional dos pacientes, bem como oferecer suporte psicológico tanto para os pacientes quanto para suas famílias durante a hospitalização. Considerando os conceitos apresentados nos textos anteriores, é possível destacar algumas das intervenções mais comuns realizadas por psicólogos hospitalares e como essas ações contribuem para o bem-estar dos pacientes. - Apoio Emocional e Psicoeducação: Psicólogos hospitalares frequentemente oferecem apoio emocional aos pacientes, ajudando-os a lidar com os sentimentos de ansiedade, medo e incerteza associados à hospitalização e ao tratamento médico. Além disso, fornecem informações relevantes sobre o processo de tratamento, procedimentos médicos e possíveis efeitos colaterais, auxiliando na compreensão e adaptação às mudanças decorrentes da condição de saúde. - Psicoterapia Individual e em Grupo: Psicoterapia é uma intervenção crucial na atuação do psicólogo hospitalar. Terapias individuais e em grupo permitem explorar questões emocionais, dificuldades de adaptação e estratégias de enfrentamento relacionadas à doença e à hospitalização. Essa abordagem visa promover a expressão de emoções, melhorar a resiliência e facilitar a adaptação às mudanças. - Apoio à Família: A psicologia hospitalar reconhece a importância do suporte psicológico para os familiares dos pacientes. Os psicólogos auxiliam as famílias a compreender e lidar com a doença do paciente, bem como a gerenciar o estresse e a ansiedade decorrentes do processo de hospitalização. Isso contribui para a criação de um ambiente mais favorável à recuperação. - Intervenções em Situações Críticas: Em situações de traumas, cirurgias complexas ou diagnósticos graves, os psicólogos hospitalares oferecem intervenções de crise, ajudando os pacientes a lidar com o impacto emocional imediato e a desenvolver estratégias para enfrentar a situação. - Trabalho com Equipes de Saúde: Os psicólogos hospitalares também desempenham um papel fundamental na colaboração com equipes multidisciplinares. Eles fornecem informações psicológicas que podem contribuir para um melhor entendimento das necessidades dos pacientes e para a tomada de decisões compartilhadas sobre o tratamento. - Preparação para Procedimentos e Cirurgias: Os psicólogos podem ajudar os pacientes a enfrentar procedimentos médicos invasivos ou cirurgias, reduzindo a ansiedade pré-operatória e melhorando a adesão ao tratamento. A contribuição da psicologia hospitalar para a recuperação física e emocional dos pacientes está relacionada à promoção de um ambiente mais acolhedor e humano durante o período de internação. As intervenções psicológicas visam não apenas aliviar o sofrimento emocional, mas também melhorar a adesão ao tratamento, otimizando assim os resultados clínicos. Ao abordar questões emocionais e psicossociais, os psicólogos contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, reduzem o estresse e a ansiedade, e fortalecem a capacidade de enfrentamento. O suporte psicológico oferecido aos pacientes e suas famílias durante a hospitalização é de suma importância. A hospitalização pode ser uma experiência assustadora e estressante, e as emoções negativas associadas a ela podem afetar a recuperação física. O suporte psicológico ajuda os pacientes a lidar com esses desafios emocionais, melhorando a sua resiliência e promovendo uma atitude mais positiva em relação ao tratamento. Além disso, o suporte aos familiares contribui para a redução do estresse e da ansiedade, permitindo que eles desempenhem um papel mais eficaz na assistência e apoio aos pacientes. Portanto, a psicologia hospitalar desempenha um papel crucial na promoção de saúde e bem-estar integral dos pacientes, tanto no aspecto físico quanto emocional, através de intervenções direcionadas e abordagens que consideram as necessidades individuais e contextuais de cada paciente e família. Referências: AZEVEDO, Adriano Valério dos Santos; CREPALDI, Maria Aparecida. A Psicologia no hospital geral: aspectos históricos, conceituais e práticos. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 33, p. 573-585, 2016. https://doi.org/10.1590/1982-02752016000400002 CASTRO, E. K; BORNHOLDT, E. Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Psicol. cienc. prof., set. 2004, vol.24, no.3, p.48-57. ISSN 1414-9893. https://doi.org/10.1590/S1414-98932004000300007 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Eixo 1, 2 e 3.In: CFP. Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) nos serviços hospitalares do SUS. Conselhos regionais de psicologia e Centro de Referência técnica em Psicologia e Políticas Públicas 1. Ed. Brasília: 2019. https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/ServHosp_web1.pdfRIBEIRO, José Carlos Santos; DACAL, Maria Del Pilar Ogando. A instituição hospitalar e as práticas psicológicas no contexto da Saúde Pública: notas para reflexão. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 65-84, dez. 2012. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582012000200006&ln g=pt&nrm=iso https://doi.org/10.1590/1982-02752016000400002 https://doi.org/10.1590/S1414-98932004000300007 https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/ServHosp_web1.pdf http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582012000200006&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582012000200006&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582012000200006&lng=pt&nrm=iso
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