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SEGUROS DE PESSOAS Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de pessoas / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de ensino Técnico; assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo e Bruno Kelly. – 19. ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2023. 3,47 Mb ; PDF 1. Seguros de pessoas. I. Bartolo, Elizabeth Vieira Valente. II. Kelly, Bruno. III. Título. 0023-2686 CDU 368.91(072) REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA BRUNO KELLY – 2023 ELIZABETH VIEIRA VALENTE BARTOLO – 2023/ 2022/ 2021 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO PICTORAMA DESIGN É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. 19ª EDIÇÃO RIO DE JANEIRO 2023 SEGUROS DE PESSOAS A Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. SEGUROS DE PESSOAS 1. CONCEITOS BÁSICOS 8 UM POUCO DE HISTÓRIA 9 O Seguro de Pessoas no Tempo 9 SEGURO DE PESSOAS NOCÓDIGO CIVIL BRASILEIRO (LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002) 10 NOÇÕES GERAIS 12 SUJEITOS DA OPERAÇÃO 13 FORMAS DE CONTRATAÇÃO 15 CUSTEIO DO PLANO 16 MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS 16 Benefício Definido 16 Contribuição Variável 17 VALORES GARANTIDOS 18 ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 19 CARREGAMENTO 19 MIGRAÇÃO DE APÓLICES 21 ENCAMPAÇÃO DE APÓLICES 21 FIXANDO CONCEITOS 1 22 SUMÁRIO INTERATIVO SEGUROS DE PESSOAS 2. COBERTURAS DE RISCO 23 INTRODUÇÃO 24 CONTRATAÇÃO 24 Proposta de Contratação 25 Proposta de Adesão 26 Apólice 27 Bilhete de Seguro 27 Certificado Individual 27 PERÍODO DE COBERTURA 28 CÁLCULO DO PRÊMIO 28 COBERTURAS 29 Morte (Natural ou Acidental) 29 Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD) 30 Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD) 31 Doenças Graves 32 Acidentes Pessoais 32 Diárias por Incapacidade (DI) 37 Diárias por Internação Hospitalar (DIH) 37 Perda de Renda 38 Perda De Certificado De Habilitação De Voo (PCHV) 38 Auxílio-Funeral 38 SEGURO EDUCACIONAL 39 SEGURO PRESTAMISTA 40 SEGUROS COLETIVOS E COBERTURAS PARA SEGURADOS DEPENDENTES 41 REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE VIGILANTES 43 REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE ACIDENTES PESSOAIS DE PASSAGEIROS 43 CAPITAL SEGURADO 43 VIGÊNCIA 45 CARÊNCIA 45 CESSAÇÃO DE COBERTURA 46 SEGUROS DE PESSOAS PERDA DE DIREITOS 47 CANCELAMENTO E REABILITAÇÃO DA APÓLICE 48 RENOVAÇÃO DA APÓLICE 49 RISCOS EXCLUÍDOS 49 DISTRIBUIÇÃO DE EXCEDENTE TÉCNICO 51 FORMA DE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO 52 FIXANDO CONCEITOS 2 54 3. COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 55 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 56 CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 56 FIXANDO CONCEITOS 3 58 4. NOÇÕES DE RISCO E PRECIFICAÇÃO NOS SEGUROS DE PESSOAS 59 NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS E SUA FINALIDADE 60 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 61 Porcentagem Extra de Agravamento 61 Agravamento Temporário 61 Agravamento Permanente 61 ANTISSELEÇÃO DE RISCOS 62 MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS 62 TÁBUAS DE MORTALIDADE 63 Elementos de uma Tábua de Mortalidade 64 A UTILIZAÇÃO DA TÁBUA DE MORTALIDADE 65 TAXA PURA 65 REGIMES FINANCEIROS 67 SEGUROS DE PESSOAS Regime Financeiro de Repartição Simples 68 Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura 68 Regime Financeiro de Capitalização 69 FATORES QUE INFLUENCIAM NO CÁLCULO DO PREÇO DOS SEGUROS DE PESSOAS E DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74 Seguros de Pessoas – Cobertura por Morte 74 Previdência Complementar – Renda Mensal Vitalícia Imediata (Anuidade Imediata Vitalícia) 76 FIXANDO CONCEITOS 4 79 5. NOÇÕES DE REGULAÇÃO DE SINISTRO E ATUALIZAÇÃO DE VALORES 80 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O PROCESSO DE REGULAÇÃO DE SINISTROS 81 REGULAÇÃO DO PROCESSO DE SINISTRO 82 UMA NOÇÃO HISTÓRICA SOBRE ATUALIZAÇÃO DE VALORES 83 AS REGRAS ATUAIS DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES 83 FIXANDO CONCEITOS 5 85 ESTUDOS DE CASO 87 ANEXOS 89 Tábuas de Mortalidade 93 GABARITO 97 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 99 8 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS 01 BÁSICOS CONCEITOS ■ Conhecer os aspectos históricos do ramo de seguro de pessoas e a evolução histórica da legislação de seguros do Brasil, correlacionando tais aspectos com a operação do mercado de seguros da atualidade. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Reconhecer os conceitos básicos relacionados aos seguros de pessoas, bem como os sujeitos envolvidos na contratação deste tipo de seguro; Conhecer as formas de contratação, os tipos de planos e coberturas oferecidas pelos seguros de pessoas, diferenciando os tipos de planos e serviços. TÓPICOS DESTA UNIDADE ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA ⊲ SEGURO DE PESSOAS NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO (LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002) ⊲ NOÇÕES GERAIS ⊲ SUJEITOS DA OPERAÇÃO ⊲ FORMAS DE CONTRATAÇÃO ⊲ CUSTEIO DO PLANO ⊲ MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS ⊲ VALORES GARANTIDOS ⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA ⊲ CARREGAMENTO ⊲ MIGRAÇÃO DE APÓLICES ⊲ FIXANDO CONCEITOS 9 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS UM POUCO DE HISTÓRIA A necessidade de segurança é inerente ao ser humano. Desde sua origem, sofrendo as consequências das situações climáticas e dos ataques de animais e de outros homens, de doenças, invalidez e morte, o homem sentiu a necessidade de buscar formas de proteção, desde a integração em tribos ou grupos até a criação de moradias que minimizassem certos perigos. Posteriormente, o homem comprovou haver situações que poderiam determinar a perda de seus bens e observou que, para desenvolver suas atividades com segurança, teria que descobrir alguma maneira de estar protegido. Surgiu então a “ideia” do seguro. — O Seguro de Pessoas no Tempo O Código Comercial Brasileiro, publicado em 1850 e ainda em vigor – apenas nos itens referentes ao Direito Comercial Marítimo –, determinava a proibição da contratação dos seguros de vida de pessoas livres. Era permitida somente a contratação de seguros para as vidas dos escravos, já que não eram considerados pessoas, e sim mercadorias. Dessa forma, no Brasil, o seguro de vida teve sua prática retardada por ter sido considerado, durante longo tempo, uma especulação imoral. Em 1905, surgiu um “plano” que cobria as vidas dos empregados de uma cadeia de armazéns varejistas, contratado por meio de diversas apólices individuais que exigiam a realização prévia de exames médicos. O “plano” utilizado foi o denominado seguro temporário renovável automaticamente e os prêmios das apólices eram recolhidos e pagos à seguradora pelo empregador. Em 1910, foi emitida, nos EUA, a primeira apólice de Seguro de Vida em Grupo, que apresentava como condições: não realização dos exames médicos individuais prévios, prêmios quitados pelos segurados e benefício por morte do funcionário pago ao beneficiário por ele indicado. Saiba mais Com a publicação do Código Civil Brasileiro, em 2002, foinecessário que a SUSEP e o CNSP revisassem todos os normativos, inclusive aqueles relacionados aos Seguros de Pessoas. Naquela oportunidade, foram consolidadas disposições dispersas em inúmeros normativos, com o objetivo de propiciar aos segurados mais informações e transparência quanto às suas obrigações aos seus direitos. 10 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS O Código Civil Brasileiro, publicado em 1916 e já inteiramente revogado, passou a considerar a vida e as faculdades humanas objetos seguráveis, o que foi mantido pelo Código Civil publicado em 2002 (Lei 10.406/02). Em 1929, o Seguro de Vida em Grupo surgiu no Brasil, época em que o referido ramo já estava consolidado e modernizado nos EUA. Foi introduzido em nosso mercado, seguindo o modelo americano no que se referia a taxas e condições. Em 1954, no Brasil, foi publicada uma portaria que definiu padrões para o ramo de acidentes pessoais, sendo aquele ano considerado o marco inicial para o desenvolvimento da carteira. SEGURO DE PESSOAS NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO (LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002) O Código Civil Brasileiro apresenta uma série de artigos aplicáveis aos seguros, sendo alguns voltados, exclusivamente, para os contratos de seguros de pessoas. Os principais são: [...] Art. 789 – Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipula- do pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. Art. 790 – No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preserva- ção da vida do segurado. Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interes- se, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente. Art. 791 – Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de última vontade. Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado opor- tunamente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário. 11 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Art. 792 – Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qual- quer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária. Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência. Art. 793 – É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato. Art. 794 – No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de mor- te, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito. Art. 795 – É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamen- to reduzido do capital segurado. Art. 796 – O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida do segurado. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente ao prêmio pago. Art. 797 – No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. Parágrafo único. No caso deste artigo, o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada. Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, obser- vado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado. Art. 799 – O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem. 12 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Art. 800 – Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro. Art. 801 – O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito do grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule. § 1º O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais. § 2º A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa de segurados que representam 3/4 do grupo. Art. 802 – Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado. NOÇÕES GERAIS Os planos de seguros de pessoas são aqueles destinados a oferecer coberturas de risco (por exemplo, morte, invalidez, doenças graves) ou coberturas por sobrevivência. Atenção A cobertura por sobrevivência é aquela que garante o pagamento do capital segurado pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratado ou a compra, mediante pagamento único, de renda imediata. As coberturas de risco são aquelas coberturas dos seguros de pessoas cujo evento gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data predeterminada. Em resumo, todas aquelas situações que não se enquadram no conceito de cobertura de sobrevivência apresentado acima, automaticamente, são entendidas como cobertu- ra de risco. 13 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS SUJEITOS DA OPERAÇÃO Na contratação de um plano de seguros de pessoas estão envolvidas as seguintes partes: Segurado Pessoa física que contrata o plano ou, no caso de contratação sob a forma coletiva, que adere ao plano. Seguradora Pessoa jurídica obrigatoriamente constituída sob a forma de socie- dade anônima – S/A, que assume a responsabilidade pela cobertura dos riscos especificados na apólice, mediante o recebimento do prê- mio correspondente. Corretor Pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação do plano. Beneficiário Desde que respeitadas as determinações legais e regulamentares, beneficiário é a pessoa física ou jurídica livremente indicada pelo segurado para receber os valores dos capitais segurados – indeni- zações –, na hipótese de ocorrência do sinistro. Estipulante Pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo, ficando investido de poderes de representação do segurado, nos termos da legislação e regulamentação em vigor. Sobre o Estipulante O estipulante só pode ser beneficiário em um plano de seguros de pessoas se comprovado o legítimo interesse para que ele figure nessa condição. Esse é o caso, por exemplo, do Seguro Prestamista, que veremos mais adiante. O estipulante será identificado como: ■ estipulante-instituidor: aquele que participa, total ou parcial- mente do custeio do plano; ■ estipulante-averbador: aquele que não participa do custeio do plano. Não podem ser estipulantes, salvo quando estiverem estipulando apólices para seus próprios funcionários: Atenção A figura do Estipulante existe somente nos planos de seguros coletivos. 14 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS ■ corretoras de seguros, seus sócios,dirigentes, administradores, empregados, prepostos ou representantes; ■ corretores; ■ sociedades seguradoras, seus dirigentes, administradores, empre- gados, prepostos ou representantes. O estipulante tem várias obrigações a cumprir, como: ■ fornecer à seguradora todas as informações necessárias para a análise e a aceitação do risco; ■ manter a seguradora informada a respeito dos dados cadastrais dos segurados, das alterações na natureza do risco coberto, bem como de quaisquer eventos que possam, no futuro, resultar em sinistro; ■ fornecer ao segurado, sempre que solicitado, quaisquer informações relativas ao contrato de seguro; ■ comunicar de imediato à seguradora a ocorrência de qualquer sinistro ou expectativa de sinistro, referente ao grupo que repre- senta, assim que delas tiver conhecimento, quando tal comunica- ção estiver sob sua responsabilidade; ■ dar ciência aos segurados dos procedimentos e prazos estipula- dos para a liquidação dos sinistros; ■ comunicar de imediato à SUSEP quaisquer procedimentos que considerar irregulares quanto ao seguro contratado, bem como fornecer àquela autarquia quaisquer informações solicitadas den- tro do prazo por ela estabelecido. Sempre que houver qualquer alteração nas condições contratuais que implique modificação nas escolhas dos segurados, ônus ou dever para eles, a referida alteração somente será válida com a anuência prévia e expressa de segurados que representem, no mínimo, 3/4 do grupo segurado. Quando o plano for contratado com previsão de consignação em folha, as condições gerais deverão conter dispositivo determinando que a ausência do repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo consig- nante à seguradora não poderá causar qualquer prejuízo aos segurados ou respectivos beneficiários, no que se refere à cobertura e aos demais direitos. Nos seguros contributários, ou seja, quando os segurados são respon- sáveis pelo pagamento, total ou parcial, dos valores dos prêmios, o não repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo estipulan- te à seguradora, nos prazos contratualmente estabelecidos, poderá acar- retar a suspensão ou o cancelamento da cobertura, a critério da segurado- ra, além de sujeitar o estipulante às cominações legais. 15 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Nas apólices coletivas, em que o estipulante possui com o grupo segurado, exclusivamente, o vínculo de natureza securitária referente à contratação do seguro, deverá haver tratamento de apólice individual, no que concerne ao relacionamento dos segurados com a seguradora. Nos seguros contributários, é vedado ao estipulante: I - cobrar dos segurados quaisquer valores relativos ao seguro além dos especificados pela seguradora; II - rescindir o contrato sem anuência prévia e expressa de um número de segurados que represente, no mínimo, 3/4 do grupo segurado; III - efetuar propaganda e promoção do seguro sem prévia anuência da seguradora; IV - vincular a contratação de seguros a qualquer de seus produtos. Os sujeitos vinculados ao estipulante são caracterizados da seguinte forma: ■ componente segurado: pessoa que já aderiu ao seguro, tendo sido aceita pela sociedade seguradora, ou seja, que já participa do pla- no coletivo de seguros de pessoas contratado pelo estipulante; ■ componente segurável: pessoa que pode vir a ser incluída no pla- no, ou seja, pessoa passível de se tornar um componente segurado. Saiba mais A regulamentação vigente estabelece que na proposta e nas condições gerais do pla- no deverá constar a informação de que o segurado poderá consultar a situação cadas- tral de seu corretor de seguros no site www.susep.gov.br, por meio do número de seu registro na SUSEP, nome completo, CNPJ ou CPF. FORMAS DE CONTRATAÇÃO Os planos de seguros de pessoas podem ser contratados de duas formas: individual ou coletiva. ■ individual: quando a relação entre os segurados e a seguradora é direta; ■ coletiva: quando a relação entre os segurados e a seguradora é indireta, por meio do estipulante. http://www.susep.gov.br 16 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Atenção A contratação coletiva se destina a garantir coberturas para grupos de pessoas que, de uma forma lícita, vinculem-se ao estipulante, devendo o vínculo entre essas pessoas e o estipulante estar definido no contrato de forma clara e objetiva. CUSTEIO DO PLANO O custeio do plano pode ser: ■ não contributário: quando os segurados não pagam os valores dos prêmios, sendo o plano inteiramente custeado pelo estipulante; ■ contributário: quando os segurados são responsáveis pelo paga- mento, total ou parcial, dos valores dos prêmios. MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS As coberturas podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável. — Benefício Definido A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em que o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, e o valor do prêmio são previamente estabelecidos na proposta. 17 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Importante Todas as coberturas de risco são estruturadas na modalidade de benefício definido. Exemplos: 1) Quando o segurado contrata um plano com cobertura de morte (cobertura de risco), ele está contratando uma cobertura que é estruturada na modalidade de benefício de- finido, pois os valores do capital segurado e do prêmio já estão previamente definidos na proposta. 2) Quando o segurado contrata um plano e define, no momento da contratação, o capi- tal segurado que irá receber à vista ao final do período de diferimento, caso sobreviva, ele está contratando uma cobertura estruturada na modalidade de benefício definido. — Contribuição Variável Na cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável, o segurado tem a opção de poder efetuar contribuições ao plano a qual- quer tempo e de valor definido por ele, independentemente dos valores e prazos de pagamento de prêmios estarem definidos na proposta de contratação. Ou seja, nas coberturas estruturadas na modalidade de con- tribuição variável, não é obrigatório que o valor da contribuição e o prazo de pagamento dos prêmios estejam previamente definidos na proposta. Destaca-se que o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do período de diferimento, com base no saldo acumulado na Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) e no fator de cálculo. A Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) corresponde aos com- promissos da Seguradora para com os segurados de seus respectivos planos, relativos aos benefícios a conceder sob o regime financeiro de capitalização. Parágrafo Único. A provisão deve ser constituída para a cobertura de benefícios decor rentes de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização. Fator de cálculo Resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros e tábua de mortali- dade, quando for o caso, utilizado para obtenção do capital segurado a ser pago sob a forma de renda. 18 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Atenção Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de contribuição variável. Exemplo: o Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL – é um plano em que o segu- rado paga prêmios que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao final do período de diferimento, a seguradora calcula o valor do capital segurado, pago sob a forma de renda, com base no valor acumulado na PMBaC e no fator de cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o segurado tiver acumulado, maior será o valor de renda que ele irá receber. Período de diferimento Período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por sobrevivên- cia e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado. VALORES GARANTIDOS Representam direitosdos segurados ou dos beneficiários previstos nos planos com cobertura de morte, estruturada no regime financeiro de capi- talização, e nos planos com cobertura por sobrevivência. São eles: Resgate Corresponde ao direito que os segurados e, quando tecnicamen- te possível, os beneficiários têm de retirar os recursos da PMBaC durante o período de diferimento, desde que observadas determi- nadas regras; Portabilidade É o direito garantido aos segurados de movimentar os recursos da PMBaC durante o período de diferimento, desde que observadas determinadas regras. Saldamento Consiste na manutenção da cobertura originalmente contratada, com redução proporcional do capital segurado contratado, na eventualidade da paralisação do pagamento dos prêmios. Quando previsto nas condições gerais, o saldamento pode ser efetuado automaticamente pela sociedade seguradora, quando o segurado deixa de pagar o plano e não solicita o resgate dos recursos acumulados na PMBaC. Nesses casos, a sociedade segu- Atenção No caso de portabilidade, os recursos financeiros deverão ser movimentados diretamente entre as sociedades seguradoras, ficando vedado que transitem, de qualquer forma, pelo segurado ou pelo estipulante. O saldamento e o benefício prolongado deverão manter as principais características da cobertura originalmente contratada, sendo facultada a utilização de tábua de mortalidade distinta para cálculo do benefício prolongado, desde que prevista na nota técnica atuarial. 19 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS radora deve comunicar ao segurado o fato, de forma a ficar claro que o segurado tem direito a uma cobertura com capital segurado menor do que aquele inicialmente contratado sem a necessidade de continuar a pagar prêmios. Benefício prolongado Consiste na manutenção temporária da cobertura contratada, mantendo o capital segurado originalmente contratado, na even- tualidade de ocorrer a paralisação do pagamento dos prêmios. Nos planos com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: resgate e portabilidade. Em contrapartida, nos planos com cobertura de risco, e desde que tal cobertura seja estruturada no regime financeiro de capitalização, é possível a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate, portabilidade, saldamento e benefício prolongado. ASSISTÊNCIA FINANCEIRA A assistência financeira é o empréstimo financeiro oferecido ao titular do plano, sendo vedada a concessão ao segurado que possua, exclusivamente, plano estruturado no regime financeiro de repartição. Para tal, é firmado contrato entre o segurado e a seguradora, e a assistência financeira somente poderá ser concedida durante o período anterior ao pagamento da indenização do seguro. CARREGAMENTO O Carregamento é a denominação da remuneração que as seguradoras recebem para custear a manutenção de sua operação. O critério e a forma de cobrança do carregamento deverão constar da proposta de contratação e da proposta de adesão, do regulamento, da nota técnica atuarial e, no caso de planos coletivos, do contrato, devendo ser observados os seguintes limites, conforme o tipo de estruturação: Cobertura de Risco Não há limite de carregamento. 20 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS Cobertura por Sobrevivência » 10% para as coberturas estruturadas na modalidade de contri- buição variável; » 30% para as coberturas estruturadas na modalidade de bene- fício definido. Os percentuais de carregamento deverão constar da proposta de contratação e da proposta de adesão, bem como do contrato. Para os planos individuais, os percentuais de carregamento também deverão constar do regulamento e da nota técnica atuarial. Os percentuais de carregamento incidirão, exclusivamente, sobre o valor dos prêmios efetivamente pagos à seguradora, ficando vedada a cobrança de quaisquer outros valores. O carregamento poderá ser cobrado: ■ no pagamento dos prêmios; ■ no resgate ou na portabilidade de recursos. Nota Técnica Atuarial Documento técnico elaborado por atuário contendo a formulação utilizada nos cálculos do prêmio, as formas de custeio e as obrigações, considerando os regimes financeiros adotados no plano. Saiba mais Existem planos que admitem a cobrança de carregamento em percentual superior aos 30%, aplicado, exclusivamente, sobre os prêmios pagos durante os primeiros 120 dias de vigência do plano, desde que o valor do carregamento nivelado durante a vigência do plano não seja superior a 30% do prêmio efetuado para a cobertura de sobrevivência e a periodicidade de pagamento do prêmio seja, no máximo, anual. As sociedades seguradoras ficam obrigadas, caso estruturem planos na forma prevista acima, a devolverem 100% dos prêmios pagos referentes à cobertura por sobrevivência bem como a parcela do prêmio da cobertura de risco referente ao risco a decorrer, no caso de solicitação de cancelamento do plano, por qualquer motivo, dentro dos primeiros 120 dias de vigência do plano. 21 UNIDADE 1 SEGUROS DE PESSOAS MIGRAÇÃO DE APÓLICES A migração de apólices consiste na transferência de apólice coletiva, em período não coincidente com o término da respectiva vigência. No caso de recepção de grupo de segurados e assistidos, originado em processo de migração de apólices, deverão ser admitidos todos os componentes do grupo cuja cobertura esteja em vigor, inclusive aqueles afastados do serviço ativo por acidente ou doença, podendo ser estendidas à nova seguradora as condições gerais, as condições especiais, o contrato e a nota técnica atuarial, mediante autorização da SUSEP, na forma da regulação específica. Nos casos de migração de apólices, não será iniciada a contagem de novo prazo de carência para segurados já incluídos no seguro pela apólice anterior, em relação às coberturas e aos respectivos valores já contratados. ENCAMPAÇÃO DE APÓLICES A encampação de apólices consiste na substituição de apólice coletiva, ao fim de sua vigência, por nova apólice emitida por outra seguradora. No caso de encampação de apólice de seguro não contributário estipula- do por empregador em favor de seus empregados, é admitida a dispensa de proposta de adesão, desde que não haja modificação na apólice que implique ônus ou dever para os segurados ou redução de seus direitos. Em que pese estar prevista a dispensa de proposta de adesão, isso não implica dispensa, por parte da seguradora, de emissão e de envio ou dis- ponibilização dos certificados individuais aos segurados. 22 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE PESSOAS FIXANDO CONCEITOS 1 1. A empresa ABC contratou um seguro coletivo para seus funcionários, sob a forma de seguro contributário. Sabemos que as contratações de seguros coletivos tem uma relação entre os segurados de forma indireta, por meio do Estipulante que, neste caso, é representado pela empresa ABC. Sob as características dessa forma de contratação, podemos afirmar que: (a) Nos seguros contributários, sempre que houver alteração nas con- dições contratuais que implique em modificação nas escolhas dos segurados, em ônus ou em dever para eles, a referida alteração somente será válida com a anuência prévia e expressa de segura- dos que representem, no máximo, 3/4 do grupo segurado. (b) Nos seguros contributários, o não repasse dos prêmios à segurado- ra, nos prazos contratualmente estabelecidos, não poderá acarretar a suspensão ou o cancelamento da cobertura. (c) Componente segurado é a pessoa que pode vir a ser incluída no plano. (d) Migração de apólice consiste na transferência de apólice coletiva, em período não coincidente com o término da respectiva vigência. (e) Quando o estipulante paga parte dos prêmios, fica facultado a ele rescindir o contrato, sem necessidade de anuência dos segurados. 2. Um proponente foi conversar com o seu corretor para melhor entender como os preços de um seguro de vida pode variar em funçãoda modalidade de estruturação de coberturas. O corretor informou que existem planos estruturados sob a modalidade de benefício definido e outros estruturados sob a modalidade de contribuição variável e esclareceu que: (a) Coberturas dos seguros de pessoas somente podem ser estrutura- das na modalidade de benefício definido. (b) Cobertura estruturada na modalidade de benefício definido é aque- la em que os valores do capital segurado e do prêmio podem ser estabelecidos previamente, na proposta. (c) Cobertura por sobrevivência é sempre estruturada na modalidade de benefício definido. (d) Cobertura de morte natural não pode ser estruturada na modalida- de de benefício definido. (e) Cobertura de invalidez é sempre estruturada na modalidade de benefício definido. Consulte o gabarito clicando aqui. 23 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS 02 COBERTURAS de RISCO ■ Entender as nuances técnicas e operacionais das coberturas de risco, permitindo a comercialização de produtos de seguros em conformidade com as condições gerais propostas. ■ Reconhecer os instrumentos de contratação de um plano de seguros, compreendendo as principais características dos seguros de pessoas. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Entender os fatores que influenciam o cálculo do prêmio da cobertura de morte, bem como distinguir o Seguro Auxílio Funeral da Assistência Funeral. ■ Assimilar as características dos planos e coberturas de risco, sendo capaz de correlacionar cada uma delas com as respectivas necessidades dos clientes. TÓPICOS DESTA UNIDADE ⊲ INTRODUÇÃO ⊲ CONTRATAÇÃO ⊲ PERÍODO DE COBERTURA ⊲ CÁLCULO DO PRÊMIO ⊲ COBERTURAS ⊲ SEGURO EDUCACIONAL ⊲ SEGURO PRESTAMISTA ⊲ CAPITAL SEGURADO ⊲ VIGÊNCIA ⊲ CARÊNCIA ⊲ CESSAÇÃO DE COBERTURA ⊲ PERDA DE DIREITOS ⊲ CANCELAMENTO E REABILITAÇÃO DA APÓLICE ⊲ RENOVAÇÃO DA APÓLICE ⊲ RISCOS EXCLUÍDOS ⊲ DISTRIBUIÇÃO DE EXCEDENTE TÉCNICO ⊲ FORMA DE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 24 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS INTRODUÇÃO Os planos com coberturas de risco (morte, invalidez, doenças graves) têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segura- do e aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as garantias contratadas. Como exemplo desses planos, temos o Seguro de Vida, o Seguro Fune- ral, o Seguro de Acidentes Pessoais, o Seguro Educacional, o Seguro Via- gem, o Seguro Prestamista, o Seguro de Diária por Internação Hospitalar, o Seguro-Desemprego (perda de renda), o Seguro de Diária por Incapacida- de e o Seguro de Perda de Certificado de Habilitação de Voo. As coberturas de risco são aquelas coberturas dos seguros de pessoas cujo evento gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data pre- determinada. Recentemente, por meio da circular 667, de 4 de julho de 2022, a Susep flexibilizou a estruturação de coberturas, gerando, assim, maior liberdade para a criação de novas garantias. O objetivo é permitir que o mercado cresça nesse segmento, com a oferta de produtos mais completos e ade- quados às necessidades do consumidor. Capital Contratado é o valor a ser pago pela seguradora na ocorrência do sinistro, limitado ao valor do capital segurado da respectiva cobertura contratada. CONTRATAÇÃO Na formalização da contratação de um plano de seguros de pessoas com cobertura de risco são utilizados os seguintes instrumentos contra- tuais: proposta de contratação, proposta de adesão, apólice, bilhete e certificado individual. 25 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Quando da assinatura da proposta ou da solicitação de aumento do valor do capital segurado, para efeito de subscrição, é facultado à seguradora solicitar informação ao proponente ou ao segurado a respeito da contra- tação de outros seguros de pessoas com coberturas concomitantes. Por outro lado, é vedado o estabelecimento de cláusula que obrigue o segu- rado a comunicar à seguradora sobre a contratação posterior de outros seguros de pessoas com coberturas concomitantes. A rejeição de proponente pela razão única de ser portador de deficiência configurará discriminação e será passível de punição, nos termos da legis- lação específica. Nas condições contratuais, é vedada a inclusão de cláusula de concorrência de apólices, exceto no caso de coberturas que garantam o reembolso de despesas. Atenção O contrato coletivo poderá estabelecer critérios específicos sobre a variação da quantidade de componentes do grupo segurado em relação à quantidade original que ensejem o dever de comunicação à seguradora para fins de avaliação de necessidade de repactuação do valor do capital segurado global. — Proposta de Contratação A proposta de contratação é o documento que contém a declaração do risco e dos elementos essenciais do interesse a ser garantido. Na proposta de contratação, o proponente, pessoa física ou jurídica, expressa a intenção de contratar uma cobertura (ou coberturas), manifes- tando pleno conhecimento das condições contratuais. Atenção Proponente é o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), no caso de con- tratação individual, ou em aderir ao contrato, no caso de contratação coletiva. Na contratação de um plano coletivo, quem assina a proposta de contratação é o esti- pulante. Já na contratação de um plano individual, quem assina a proposta de contra- tação é o segurado. 26 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS — Proposta de Adesão A proposta de adesão é o documento que contém a declaração do risco e dos elementos essenciais do interesse a ser garantido. Na proposta de adesão, o proponente, pessoa física, expressa a intenção de aderir à contratação coletiva, manifestando pleno conhecimento das condições contratuais. Com o objetivo de dar transparência aos segurados quanto aos seus direi- tos e suas obrigações, a regulamentação das coberturas de risco prevê que as propostas de contratação e as de adesão deverão: ■ informar o percentual (ou percentuais) de reversão de excedente técnico bem como o prazo de carência, quando previsto pelo plano; ■ fazer constar: a) os valores, em moeda corrente nacional, do prê- mio à vista, e, quando for o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas; b) a taxa de juros remuneratórios pactua- da; c) o número e a periodicidade das parcelas; d) os juros de mora ou outros acréscimos legalmente previstos; ■ discriminar a forma e o critério de custeio de cada cobertura con- tratada; ■ estabelecer os valores dos prêmios e dos capitais segurados, dis- criminados por cobertura. Os valores deverão ser estabelecidos na proposta de contratação, nos casos de planos individuais, e na proposta de adesão, nos casos de planos coletivos; ■ conter a informação de que: – se o segurado, seu representante legal, ou seu corretor de segu- ros fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio, ficará preju- dicado o direito à indenização, além de estar o segurado obrigado ao pagamento do prêmio vencido; – a aceitação do seguro estará sujeita à análise do risco; – o registro do plano na SUSEP não implica, por parte da SUSEP, incentivo ou recomendação à sua comercialização. – o segurado poderá consultar a situação cadastral de seu corretor de seguros, no site www.susep.gov.br, utilizando-se do número de registro profissional na SUSEP, nome completo, CNPJ ou CPF. Importante A informação do registro do plano na SUSEP não implica, por parte daquela Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. Essa informação deverá ser inserida, necessariamente, em todo e qualquer material de comercialização e propaganda utilizado pela seguradora. http://www.susep.gov.br 27 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS — Apólice Após receber a proposta de contratação, a seguradora emite a apólice, assinada por um representante legal da seguradora, que é o documentoque formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo proponente, nos planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos coletivos. — Bilhete de Seguro Documento jurídico emitido pela seguradora que dispensa a obrigato- riedade da proposta e substitui a apólice. É utilizado para agilizar a contra- tação de determinada modalidade de seguro. — Certificado Individual O certificado individual é o documento destinado ao segurado, emitido pela seguradora no caso de contratação coletiva, quando da aceitação do pro- ponente, das renovações do seguro e nas alterações de valores do capital segurado ou do prêmio. Seu envio aos segurados é obrigatório, não se apli- cando apenas nos casos de seguros de pessoas com capital global. A mesma regulamentação estabelece ainda que: ■ deverão constar da proposta de contratação (no caso de planos individuais) ou da proposta de adesão (no caso de planos coleti- vos) e da respectiva apólice os valores do prêmio à vista e, quando for o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas, ambos expressos em moeda nacional, além da taxa de juros remu- neratórios pactuada, do número de parcelas, sua periodicidade e os juros de mora ou outros acréscimos legalmente previstos; ■ o início e o final da vigência das coberturas contratadas deverão ser especificados na apólice, no certificado individual e nas pro- postas de contratação e de adesão; ■ para os seguros que não tenham cobertura vitalícia, deverá constar em destaque, na proposta de contratação, na proposta de adesão, na apólice e do certificado individual, a seguinte informação: “Este segu- ro é por prazo determinado, tendo a seguradora a faculdade de não renovar a apólice na data de vencimento, sem devolução dos prêmios pagos nos termos da apólice”. 28 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS PERÍODO DE COBERTURA O período de cobertura é aquele durante o qual o segurado ou os benefi- ciários, quando for o caso, farão jus aos capitais segurados contratados. O período de cobertura pode ser temporário ou vitalício. Período de cobertura temporário é aquele em que o pagamento do capi- tal segurado somente será feito se o evento ocorrer dentro de período perfeitamente determinado no contrato. Período de cobertura vitalício é aquele em que o pagamento do capital segurado será feito quando ocorrer o evento, a qualquer tempo. CÁLCULO DO PRÊMIO O valor do prêmio é fundamental para a manutenção dos níveis de equilí- brio das apólices. Seu cálculo leva em consideração o perfil do proponente ou do segurado, bem como da cobertura contratada. É da junção desses dois fatores que os subscritores, após analisar a massa segurada nos casos de contratação coletiva, precificam o valor do prêmio. Nesse sentido, é importantíssimo que sejam analisadas a idade do propo- nente/segurado, em paralelo com seu perfil médico, componentes heredi- tários, esportes praticados, estilo de vida (profissão, sedentarismo, tabagis- mo, obesidade) e doenças preexistentes. Tal análise deve ser acrescida por aquela das coberturas contratadas, já que o subscritor terá que levar em consideração a junção das caracterís- ticas pessoais do proponente/segurado com as coberturas pretendidas, para poder fixar o valor do prêmio. Exemplo: se o proponente pretende a contratação de uma cobertura de acidentes pessoais e, em seu perfil, consta que ele pratica salto de paraquedas, a fixação do valor do prêmio levará em consideração essa junção do perfil com a cobertura contratada gerando, possivelmente, um prêmio agravado. Dessa forma, podemos dizer que a fixação do valor do prêmio influen- cia, sobremodo, os custos da apólice e, consequentemente, a comissão de corretagem da renovação, a distribuição do Excedente Técnico e a manutenção do relacionamento das partes envolvidas na contratação. Exemplo Um plano de seguros de pessoas com cobertura de morte por qualquer causa pode ter um período de cobertura temporário ou vitalício. No primeiro caso, os beneficiários somente receberão o capital segurado se a morte do segurado ocorrer dentro de período perfeitamente determinado no contrato, enquanto no segundo caso, o capital segurado será pago quando ocorrer a morte do segurado, a qualquer tempo. 29 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Nas contratações de planos coletivos, o primeiro passo para o cálculo do prêmio é calcular a taxa pura. Essa taxa pode ser única para todo o grupo segurado ou diferenciada por idade ou faixa etária. Ela é chamada de “pura” porque não considera os carregamentos para custeios comerciais e administrativos, apenas o risco. COBERTURAS Os planos podem oferecer, juntos ou separadamente, as coberturas deta- lhadas a seguir. — Morte (Natural ou Acidental) O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento do capital segurado ao beneficiário em caso de morte do segurado principal, tanto por causas naturais como acidentais. Atenção É importante que fique claro para o segurado que, além da atualização monetária, o valor dos prêmios sofrerá acréscimo anualmente, em decorrência da mudança de idade do segurado. Sofrerá acréscimo também em consequência do aumento do risco, com a finalidade de manter o equilíbrio atuarial, financeiro e econômico do plano. Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária, deverá ser estabeleci- do, nas condições gerais, que os prêmios serão alterados de acordo com a faixa etária do segurado. Nos planos contratados de forma coletiva, o modo como os prêmios serão alterados de acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais, deverão constar das condições contratuais e ser disponibilizados aos proponentes quando da adesão ao seguro. No caso dos planos contratados de forma individual, deverá constar das condições gerais, um item estabelecendo a forma como os prêmios serão altera- dos de acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais. A nova regulamentação, diferentemente da anterior, não estabelece mais as taxas para as coberturas, devendo a nota técnica atuarial especificá-las. 30 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Importante A denominação do plano de seguro, incluindo o nome fantasia dos planos de seguros comercializados, se utilizado, não poderá induzir os segurados a erro quanto à abran- gência das coberturas oferecidas. As sociedades seguradoras são responsáveis direta ou indiretamente pelas informa- ções e serviços prestados por seus intermediários e por todos aqueles que comerciali- zarem seus produtos. A garantia de morte para os segurados menores de 14 anos destina-se ao reembolso das despesas com funeral, devidamente comprovadas. As condições contratuais poderão prever coberturas relativas a diferentes ramos de se- guros, observadas as regulamentações específicas de cada ramo e a regulamentação específica sobre contabilização em ramos. — Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD) O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em caso de invalidez laborativa permanente total, consequente de doença. A invalidez laborativa permanente total por doença é aquela para a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os recursos tera- pêuticos disponíveis no momento de sua constatação, para a atividade laborativa principal do segurado, ou seja, para aquela pela qual o segurado obteve maior renda dentro de determinado exercício anual, definido nas condições contratuais. Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal atestada por profissional legalmente habilitado. Não podem figurar como segurados dessa cobertura as pessoas que não exerçam qualquer atividade laborativa, sendo vedado o oferecimento e a cobrança de prêmio para o seu custeio, por parte da seguradora. Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização deveser paga de uma só vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas, conforme acordado entre as partes. 31 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga sob a forma de renda, o segurado poderá ser automaticamente excluído da apólice, conforme a estruturação técnica do plano, com a consequente devolução de valores eventualmente pagos após a constatação da invali- dez, devidamente atualizados nos termos da regulamentação específica. No caso de o segurado não ser excluído da apólice, se o estado de inva- lidez laborativa cessar antes do término do pagamento da renda contra- tada, o valor do capital segurado da cobertura de ILPD será reintegrado. Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga sob a forma de renda, caso o segurado permaneça na apólice, o valor do prêmio deverá ser ajustado, de acordo com as coberturas remanescentes, a partir da respectiva data de pagamento da indenização. — Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD) O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em caso de invalidez funcional permanente total, consequente de doença que cause a perda da existência independente do segurado. É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrên- cia de quadro clínico incapacitante que inviabilize de forma irreversível o pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado na forma definida nas condições gerais ou especiais do seguro. Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos para os efei- tos dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal, atestada por profissional legalmente habilitado. A forma e a periodicidade de pagamento da indenização seguem os mesmos critérios da garantia de invalidez laborativa permanente total por doença. Importante Os casos de invalidez permanente por doença, previstos nas coberturas apresentadas anteriormente, devem ser comprovados pela apresentação de declaração médica. A aposentadoria por invalidez concedida por instituições oficiais de previdência ou assemelhadas não caracteriza por si só o estado de invalidez permanente. Atenção É vedado o oferecimento de cobertura em que o pagamento da indenização esteja condicionado à impossibilidade do exercício, pelo segurado, de toda e qualquer atividade laborativa. 32 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS — Doenças Graves Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização em decorrência do diagnóstico de doenças devidamente especificadas e caracterizadas nas condições gerais ou especiais do plano de seguro como “graves”, sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capi- tal segurado com base nas despesas médicas e hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença. — Acidentes Pessoais As coberturas relacionadas a acidentes pessoais, normalmente incluídas nos planos de Seguro de Acidentes Pessoais, têm por objetivo garantir aos beneficiários do segurado ou a ele próprio o pagamento de uma indeniza- ção, caso venha a falecer ou se tornar inválido em decorrência de acidente pessoal ou, ainda, tenha a necessidade de se submeter a tratamento médi- co em função de acidente. Incluem-se no conceito de acidente pessoal os danos físicos decorrentes de: ■ ação da temperatura do ambiente ou influência atmosférica, quando a elas o segurado ficar sujeito, em decorrência de acidente coberto; ■ escapamento acidental de gases e vapores; ■ sequestros e tentativas de sequestros; ■ alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral, de ori- gem traumática, causadas, exclusivamente, por fraturas ou luxa- ções, radiologicamente comprovadas. Nas situações em que está prevista a indenização por suicídio, esta deverá ocorrer como acidente pessoal e não como morte natural. Estão excluídos do conceito de acidentes pessoais: ■ doenças, incluídas as profissionais, quaisquer que sejam suas cau- sas, ainda que provocadas, desencadeadas ou agravadas, direta ou indiretamente por acidente, ressalvadas as infecções, os esta- dos septicêmicos e as embolias resultantes de ferimento visível causado em decorrência de acidente coberto; ■ intercorrências ou complicações consequentes da realização de exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos, quando não decorren- tes de acidente coberto; ■ lesões decorrentes, dependentes, predispostas ou facilitadas por esforços repetitivos ou microtraumas cumulativos, ou que tenham relação de causa e efeito com eles, assim como as lesões classificadas como: Lesão por Esforços Repetitivos – LER, Doenças Osteomuscula- Observação A Circular 667, de julho de 2022, desobrigou as seguradoras de seguirem o conceito usual de acidentes pessoais. No entanto, as companhias, em seu dia a dia, ainda utilizam o conceito tradicional, a saber: Acidente pessoal é o evento com data caracterizada, exclusivo e diretamente externo, súbito, involuntário, violento e causador de lesão física, que, por si só e independentemente de toda e qualquer outra causa, tenha como consequência direta a morte ou a invalidez permanente, total ou parcial, do segurado ou que torne necessário tratamento médico. 33 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS res Relacionadas ao Trabalho – DORT, Lesão por Trauma Continuado ou Contínuo – LTC ou similares que venham a ser aceitas pela classe médico-científica bem como suas consequências pós-tratamentos, inclusive cirúrgicos, em qualquer tempo; ■ situações reconhecidas por instituições oficiais de previdência ou assemelhadas como “invalidez acidentária”, nas quais o evento causador da lesão não se enquadre integralmente na caracteriza- ção de invalidez por acidente pessoal. Exemplo As situações descritas, a seguir, evidenciam riscos cobertos, ou seja, apresentam casos que dão direito à cobertura de Acidentes Pessoais: 1) um segurado sofre um grave acidente que o impossibilita de se locomover em busca de socorro. Se as condições meteorológicas forem adversas, como chuva e frio, ficando o segurado por muito tempo exposto até ser socorrido e, em decorrência disso, contrair pneumonia que lhe venha a ser fatal, esse evento terá cobertura, visto ter sido motiva- do por traumatismos que impediram sua mobilidade; 2) um segurado sofre um atropelamento e, em consequência desse acidente, tem um braço amputado; 3) um segurado é vítima de assalto, ocasião em que é ferido. O ferimento gera séria infecção. Morte Acidental Esta cobertura tem por objetivo garantir aos beneficiários designados pelo segurado o pagamento de indenização específica, caso o falecimento do segurado tenha sido ocasionado por acidente pessoal coberto. Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente (IPA) Esta cobertura tem por objetivo garantir ao próprio segurado o paga- mento de uma indenização referente à perda, redução ou impotência funcional definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, ocasionada por acidente coberto. 34 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Atenção As indenizações por morte ou invalidez permanente total ou parcial por acidente, geralmente, são pagas de uma só vez, podendo haver a opção expressa, do segurado, pela transformação da indenização em renda. Na hipótese de indenização sob a forma de renda, a taxa de juros deve observar o limite máximo de 6% a.a. ou sua equivalente efetiva mensal. As indenizações pagáveis por morte e por invalidez permanente total ou parcial por aci- dente não são cumulativas. Dessa forma, se o segurado receber indenização por invali- dez decorrente de acidente e, mais tarde, vier a falecer em função do mesmo acidente, a indenização recebida pela invalidez será deduzida daquela que lhe é devida por morte. A indenização paga por invalidez permanente total ou parcial por acidente é devida ao próprio segurado, quando caracterizada suainvalidez. Após a conclusão do tratamento, ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para sua recuperação, e constatada e avaliada a invalidez permanente quando da alta médica definitiva, a seguradora deve pagar a respectiva indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas con- dições gerais ou especiais do seguro. Não ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesa- do, a indenização por perda parcial é calculada pela aplicação, à porcenta- gem prevista no plano para sua perda total, do grau de redução funcional apresentado. A tabela para o cálculo da indenização da cobertura de IPA, usualmente utilizada pelo mercado, consta dos Anexos deste manual. 35 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Atenção Quando a indicação médica sobre a extensão das lesões for estabelecida em termos de grau máximo, médio ou mínimo, sem a indicação exata do grau de redução funcional apresentado, a indenização será calculada, respectivamente, com base nas seguintes percentagens: ■ Grau máximo: 75% dos percentuais constantes da tabela. ■ Grau médio: 50% dos percentuais constantes da tabela. ■ Grau mínimo: 25% dos percentuais constantes da tabela. Exemplo: Um segurado contratou uma cobertura de Acidentes Pessoais com capital de R$ 100.000,00 na garantia de IPA (Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente) e sofreu um acidente que lhe atinge um dos pés. Segundo a indicação médica, trata-se de uma lesão de grau mínimo. Supondo-se que a tabela constante dos Anexos tenha sido utilizada, verifica-se que a porcentagem para a perda total do uso de um dos pés é de 50% da importância segu- rada. Todavia, como o médico indicou que o grau da lesão foi mínimo, ele só terá direito a 25% desse R$ 50.000,00. Dessa forma, sua indenização será de R$ 12.500,00. São ainda procedimentos relativos à invalidez permanente total ou parcial por acidente: ■ nos casos cuja especificação não consta da tabela, a indenização deve ser estabelecida, levando em consideração a diminuição per- manente da capacidade física do segurado, sem que a sua profis- são tenha qualquer peso nesta aferição; ■ se mais de um órgão ou membro for lesionado no mesmo aci- dente, a indenização será determinada pela soma dos percen- tuais respectivos constantes da tabela. A indenização resultan- te não poderá, em qualquer hipótese, ser superior a 100% do capital segurado para a garantia. ■ quando membros ou órgãos não forem íntegros ou inteiramen- te funcionais antes do acidente, a indenização será estabelecida deduzindo-se, da porcentagem indicada na tabela, a porcentagem correspondente à invalidez preexistente; ■ os danos de natureza estética, ou seja, aqueles que apenas afetam a aparência do segurado, sem implicarem perda ou redução da funcionalidade das partes afetadas, estão excluídos da cobertu- ra de invalidez permanente assim como a perda de dentes; ■ a invalidez permanente indenizável deve sempre ser comprovada mediante a apresentação de laudo médico detalhado à seguradora; Exemplo Em um mesmo acidente pessoal, um segurado sofreu perda total do uso de uma das mãos e perda total da visão de ambos os olhos. Considerando-se que ele contratou um seguro com garantia básica (IPA) de R$ 100.000,00, contendo a Tabela de Indenização apresentada no Anexo, verificamos que ele teria direito à seguinte indenização: 60% do capital segurado pela perda da mão (R$ 60.000,00) e 100% do capital segurado pela perda da visão de ambos os olhos (R$ 100.000,00). Logo, a indenização total seria de R$ 160.000,00. Todavia, como o máximo a ser pago num mesmo acidente é 100% do capital da garantia contratada, o segurado receberá R$ 100.000,00. 36 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Saiba mais No caso de divergências sobre a causa, natureza ou extensão de lesões, bem como sobre a avaliação da incapacidade relacionada ao segurado, a seguradora deverá propor ao segurado, por meio de correspondência escrita, dentro do prazo de 15 dias, a contar da data da contestação, a constituição de junta médica. Essa junta será formada por três membros, sendo um nomeado pela seguradora, outro pelo segurado e um terceiro, desempatador, escolhido pelos dois nomeados. Cada uma das partes pagará os honorários do médico que tiver designado; os do terceiro serão pagos, em partes iguais, pelo segurado e pela seguradora. O prazo para a constituição da junta médica será de, no máximo, 15 dias a contar da data da indicação do membro nomeado pelo segurado. Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas (DMHO) Esta cobertura tem por objetivo garantir o reembolso, limitado ao capital segurado, das despesas efetuadas pelo segurado para o tratamento das consequências de acidente coberto, iniciado sob orientação médica, nos 30 primeiros dias contados da data do acidente. Ela cobre as despesas médicas e dentárias, assim como os custos de diárias hospitalares que, a critério médico, sejam necessárias à recuperação do segurado. Cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores dos serviços médico-hospitalares e odontológicos, desde que legalmente habilitados. As seguradoras estão autorizadas a estabelecer acordos ou convênios com prestadores de serviços médico-hospitalares e odontológicos, a fim de facilitar a prestação da assistência ao segurado, mas preservando sem- pre a livre escolha que esse segurado venha a fazer fora daquela rede. É possível a contratação da cláusula prevendo franquia dedutível do total a reembolsar, com redução da taxa. ■ Franquia – valor previsto na apólice com o qual o segurado parti- cipará em caso de sinistro. ■ Franquia dedutível – tipo de franquia mais utilizado, cujo valor é deduzido de todos os prejuízos. Para fins de ressarcimento, parcial ou total, das despesas médico-hospita- lares efetuadas, são exigidos comprovantes originais e relatórios do médi- co assistente ou do dentista. São ressarcidas, também, as despesas cobertas efetuadas no exterior. Nesse caso, o ressarcimento toma como base o câmbio oficial de venda Importante Não estão abrangidas as despesas decorrentes de: - acompanhantes; - estados de convalescença (após o recebimento da alta médica); - aparelhos referentes a órteses de qualquer natureza e a próteses de caráter permanente, excetuadas as próteses pela perda de dentes naturais. 37 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS da moeda estrangeira na data do efetivo pagamento realizado pelo segu- rado. A conversão à moeda nacional é atualizada monetariamente, pela seguradora, quando da liquidação do sinistro. Importante As coberturas relacionadas a acidentes pessoais podem ser oferecidas em um plano de seguro de acidentes pessoais ou em qualquer outro plano de seguros de pessoas como, por exemplo, o seguro de vida em grupo. Um plano de seguros de pessoas bastante comum no mercado é o seguro viagem, que tem por objetivo garantir aos segurados, durante o período de viagem previamente determinado, o pagamento de indenização quando da ocorrência de riscos previstos e cobertos nos termos das condições gerais e especiais contratadas. Entretanto, deve-se observar que esse tipo de seguro deve oferecer, no mínimo, as cober- turas básicas de morte acidental ou de invalidez permanente total ou parcial por acidente. Além disso, outras coberturas poderão ser oferecidas no seguro viagem, desde que estejam relacionadas a viagens. Um exemplo seria a indenização referente à perda de bagagem. — Diárias por Incapacidade (DI) Esta cobertura consiste no pagamento de diárias a partir da caracterização da impossibilidade contínua e ininterrupta de o segurado exercer a sua profissão ou ocupação. O pagamento das diárias ocorrerá durante o período em que o segura- do se encontrar sob tratamento, sendo efetuado a partir do 1º dia após o período de franquia de, no máximo, 15 dias. Geralmente, é oferecido o limite máximo de 360 diárias por período con-tratual. Esse limite também é o máximo pagável por um mesmo evento. O valor do capital segurado pode ser definido em forma de diárias de inde- nização ou ainda por meio de pagamento único. — Diárias por Internação Hospitalar (DIH) Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização pro- porcional ao período de internação do segurado, observados o período de franquia e o limite contratual máximo por evento, fixados nas condições gerais ou especiais. 38 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS O período de franquia deve ser, no máximo, de 15 dias a contar da data do evento. E o valor do capital segurado poderá ser estabelecido sob a forma de diária ou pagamento único, independentemente das despesas efetuadas pelo segurado. Importante As coberturas de Diárias por Incapacidade (DI) e Diárias por Internação Hospitalar (DIH) podem ser decorrentes de acidente pessoal ou não. A abrangência dessas cobertu- ras é determinada pela seguradora nas condições gerais do plano. — Perda de Renda Esta cobertura garante o pagamento de indenização em caso de perda de emprego. Deverão ser observados os critérios estabelecidos no plano tais como: tempo mínimo de carteira profissional assinada, tempo mínimo no último emprego, motivos de demissão, entre outros. — Perda De Certificado De Habilitação De Voo (PCHV) Esta cobertura foi criada, especialmente, para profissionais de aviação. Garante uma indenização ao segurado, na hipótese da perda definitiva do Certificado de Habilitação Técnica de Voo, decorrente de acidente ou doença durante a vigência do seguro. — Auxílio-Funeral Esta cobertura garante o reembolso das despesas com o funeral até o limite do capital segurado. É importante destacar que, ainda que a seguradora ofereça a alternativa de prestação de serviços, é garantida a livre escolha dos prestadores de serviço pelos beneficiários, com o respectivo reembolso das despesas efetuadas. 39 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Atenção Você sabe qual é a diferença entre o Seguro Auxílio-Funeral e a Assistência Funeral? O Seguro Auxílio-Funeral é uma modalidade do Seguros de Pessoas. Portanto, todas as seguradoras autorizadas a operar no Ramo Vida podem comercializar essa cobertura, desde que incluída em algum plano devidamente protocolado na SUSEP. A cobertura de Auxílio-Funeral, geralmente com capital segurado de baixo valor, tem por objetivo reembolsar os gastos referentes ao funeral no caso de morte do segurado. Sua caracterização como seguro está condicionada à livre escolha dos prestado- res de serviços, com cobrança de prêmio e constituição de provisão. De forma distinta, a Assistência Funeral é tratada como um serviço complementar ao contrato de seguro, não havendo direito à livre escolha, ou seja, o segurado fica limita- do aos prestadores de serviço indicados pela seguradora. Nesse caso, deve ser observado que: 1) os serviços não podem ser prestados diretamente pela seguradora; 2) os serviços terão seus regulamentos previstos em documento próprio, apartado das condições contratuais do seguro; 3) quando cobrado do segurado, o pagamento dos serviços deverá estar discriminado em apartado ao prêmio de seguro; 4) o regulamento não poderá prever o pagamento em espécie ou reembolso ao segurado. SEGURO EDUCACIONAL O seguro educacional visa auxiliar o custeio das despesas com a educa- ção do beneficiário, em razão da ocorrência dos eventos cobertos. O seguro educacional deverá conter condições gerais elaboradas espe- cialmente para o produto, em que o beneficiário das indenizações poderá ser tanto o educando quanto a instituição de ensino, conforme estabeleci- do nas condições gerais citadas. Nos seguros contributários, deverá ser garantida a possibilidade de substi- tuição do estabelecimento de ensino que recebe diretamente a indenização. O plano de seguro educacional poderá ser estruturado com quaisquer coberturas de risco. 40 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Atenção O capital segurado deve ser estabelecido para auxiliar o pagamento das mensalidades. E as condições contratuais deverão explicitar, de forma clara, as eventuais consequên- cias decorrentes da possibilidade de descasamento entre os critérios de atualização das mensalidades escolares e do capital segurado. Importante Considerando que existe a possibilidade de diferenciação nos critérios de atualização das mensalidades escolares e do capital segurado, deverá ser observado que o capital segurado pode não ser suficiente para quitar integralmente as mensalidades. Por esse motivo, é vedada a utilização da terminologia “garantia de custeio educacional” na designação do Seguro Educacional. Além disso, deve ficar claro que não se incluem, na modalidade educacional, os segu- ros de acidentes pessoais que visem, exclusivamente, à cobertura de acidentes dos educandos durante a permanência no estabelecimento de ensino ou em seu trajeto. SEGURO PRESTAMISTA O Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor da compra de bens adquiridos pelo segurado ou da tomada de empréstimos por ele realizada. Esse seguro se configura como uma pro- teção financeira para empresas que vendem a crédito bem como ao segura- do que fica livre da responsabilidade em caso de sinistro. Por essa razão, a apólice deve especificar a obrigação à qual o seguro está vinculado. O valor da cobertura pode ser fixo ou variar de acordo com parâmetros objetivos relacionados à obrigação a que o seguro está atrelado. Já a vigência não pode superar o prazo da obrigação a que o seguro está vin- culado, quando houver data de término. 41 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS Nos Seguros Prestamistas, o primeiro beneficiário será sempre o esti- pulante, pelo valor do saldo da dívida ou do compromisso, devendo a diferença que ultrapassá-lo, quando for o caso, ser paga ao beneficiário indicado pelo segurado, aos herdeiros legais ou ao próprio segurado, no caso de invalidez. O seguro prestamista também pode ser contratado para obrigações assumidas por pessoas jurídicas de direito privado, desde que haja rela- ção direta entre os riscos cobertos e a capacidade de a pessoa jurídica honrar o pagamento do valor referente à obrigação em caso de sinistro. Nesse caso, o seguro deve ser feito sobre a vida de um ou mais sócios, titulares, instituidores, administradores ou empresários. É comum a contratação dos seguros prestamistas contendo as coberturas de Morte, Invalidez por Acidente e/ou Doença. Eventualmente, a cobertura de Perda de Renda também pode ser contratada. Essa última cobertura eleva significativamente os prêmios do seguro. SEGUROS COLETIVOS E COBERTURAS PARA SEGURADOS DEPENDENTES Nos seguros coletivos, o segurado titular é aquele que mantém o vínculo direto com o estipulante. Como exemplo, podemos citar o funcionário da empresa que contratou apólice. Neste caso, o segurado titular é o funcioná- rio e a empresa é o estipulante. Alguns planos de seguros coletivos podem também prever a cobertura para os segurados dependentes do titular. Podem ser admitidos como segurados, desde que previsto no plano e contratados pelo estipulante: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os enteados e os menores, considerados dependentes econômicos do com- ponente principal do grupo, bem como outros membros da família. As duas cláusulas que permitem a inclusão de coberturas para os compo- nentes dependentes são: cláusula suplementar de inclusão de cônjuge e cláusula suplementar de inclusão de filhos. 42 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS A cláusula suplementar de inclusão de cônjuge define a inclusão no plano dos cônjuges dos segurados principais, que pode ser feita das seguintes formas: ■ automática – quando abranger os cônjuges de todos os segura- dos principais; ■ facultativa – quando abranger os cônjuges dos segurados princi- pais que assim o autorizarem. Equiparam-se aos cônjuges os companheirosdos segurados principais, se, ao tempo do contrato, o segurado era separado judicialmente ou já se encontrava separado de fato. O capital segurado do cônjuge e dos filhos não pode ser superior a 100% do capital segurado do respectivo segura- do principal. A cláusula suplementar de inclusão de filhos define a inclu- são no plano dos filhos do segurado principal e/ou do cônjuge segurado pela cláusula suplementar de inclusão de cônjuge, que pode ser feita das seguintes formas: ■ automática – quando abranger os filhos de todos os segurados principais ou dos cônjuges segurados; ■ facultativa – quando abranger os filhos dos segurados principais ou dos cônjuges segurados que assim o autorizarem. Para os menores de 14 anos é permitido, exclusivamente, o oferecimento e a contratação de coberturas relacionadas ao reembolso de despesas, seja na condição de segurado principal ou de dependente. Equiparam-se aos filhos os enteados e os menores considerados depen- dentes econômicos do segurado principal. Nos planos coletivos, quando ambos os cônjuges forem segurados princi- pais do mesmo grupo segurado, os filhos poderão ser incluídos, uma única vez, como dependentes daquele de maior capital segurado, sendo este denominado como “segurado principal” para efeito da cláusula. O capital segurado dos filhos não pode ser superior a 100% do capital segurado do respectivo segurado principal. Na hipótese de morte simultânea (comoriência) do segurado principal e do(s) segurado(s) dependente(s), os capitais segurados referentes às coberturas dos segurados, principal e dependente(s), deverão ser pagos aos respectivos beneficiários indicados ou, na ausência destes, aos her- deiros legais dos segurados. Atenção O critério para fixação do capital segurado da cláusula suplementar de inclusão de côn- juge e da cláusula suplementar de inclusão de filhos deve ser estabelecido na respecti- va cláusula ou nas condições especiais do plano de Seguros de Pessoas. 43 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE VIGILANTES Nos casos dos seguros para a atividade específica de vigilantes, deve ser contratada, no mínimo, a cobertura de morte por causas naturais e aciden- tais, observando-se os termos da convenção coletiva específica para defi- nição dos capitais segurados mínimos por vigilante e por cobertura. Outras coberturas poderão ser incluídas no seguro, a critério das partes contratan- tes, observadas as regulamentações vigentes. REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE ACIDENTES PESSOAIS DE PASSAGEIROS Nos casos dos seguros para passageiros, se contratados dentro do ramo de seguro de pessoas, essa garantia deve obedecer às seguintes premissas: I. Não identificação prévia da identidade das pessoas naturais expostas aos riscos segurados; II. Vinculação das coberturas a riscos relacionados à utilização do meio de transporte indicado na apólice, certificado ou bilhete de seguro. Nessa situação, é dispensado o preenchimento de proposta por parte dos segurados, devendo ser observados os requisitos de formalização da con- tratação do seguro. Em caso de indenização relativa à morte acidental, os beneficiários serão aqueles especificados no Código Civil vigente. CAPITAL SEGURADO Entende-se como capital segurado o valor máximo, vigente na data do evento para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado pela segu- radora, no caso de ocorrência de sinistro coberto pela apólice. Nos planos coletivos, para cada grupo pode haver uma ou mais classes de capitais segurados, devendo a respectiva escala ser fixada em função de fatores objetivos como: 44 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS ■ uniforme – os capitais segurados são iguais para todos os compo- nentes do grupo segurado; ■ múltiplo salarial – os capitais segurados são múltiplos do salário do componente principal; ■ escalonado – os capitais segurados acompanham um determinado critério preestabelecido em função da idade e do salário, por exemplo; ■ global – os capitais segurados referentes a cada componente sofrem variações decorrentes de mudanças na composição do grupo segurado. O capital segurado para a cobertura de despesas médicas, hospitalares e odontológicas representa o limite máximo de reembolso pelo mesmo evento. No caso de invalidez parcial por acidente, a reintegração do capital segurado é automática após cada sinistro, geralmente sem cobrança de prêmio adicional. Se após o pagamento da indenização por invalidez permanente por acidente, for verificada a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a importância já paga por invalidez permanente deverá ser deduzida do valor do capital segurado por morte, se esta cobertura tiver sido contratada. Nos seguros em que o segurado for responsável pelo custeio do plano, total ou parcialmente, será vedada a redução, por parte da seguradora, do valor do capital segurado contratado sem a devida solicitação expressa do segurado. Exemplo Um segurado tem um capital segurado de R$ 100.000,00 e sofre um acidente, em que perde totalmente o uso de uma das mãos, recebendo 60% de indenização. Seu capital segurado, no entanto, é reintegrado, ou seja, volta a ser de R$ 100.000,00. Se tiver novo acidente, terá direito à nova indenização. A reintegração se dá porque cada acidente é um evento aleatório, independente do anterior. Todavia, se for comprovada a Invalidez Permanente Total, não há reinte- gração. A indenização é paga e o segurado é excluído do grupo. Importante Considera-se como data do evento, para efeito de determinação do capital segurado, quando da liquidação dos sinistros: 1) para as coberturas de acidentes pessoais: a data do acidente; 2) para a cobertura de risco por invalidez, não consequente de acidente: a data indica- da na declaração médica; 3) para as demais coberturas de risco: a data da ocorrência do evento coberto, conforme definido nas condições gerais ou especiais, ressalvado o disposto nos itens 1 e 2 acima. 45 UNIDADE 2 SEGUROS DE PESSOAS VIGÊNCIA O início de vigência é a data a partir da qual as coberturas de risco propos- tas serão garantidas pela seguradora. A vigência de um plano com cober- tura de risco é normalmente de um ano, sendo facultada a contratação por período diferente (dias, meses, anos, vitalício). Deverão ser especificados nas apólices, nos certificados individuais e nas propostas o início e o final de vigência das coberturas contratadas, sendo que o início e o término de vigência ocorrerão sempre às 24 horas das datas neles indicadas. Para as propostas que tenham sido recepcionadas sem pagamento de prêmio, o início de vigência da cobertura deverá coincidir com a data de aceitação da proposta ou com data distinta, desde que expressamente acordada entre as partes. Em contrapartida, para as propostas que tenham sido recepcionadas com adiantamento de valor para futuro pagamento parcial ou total do prêmio, o início de vigência da cobertura será a partir da data de recepção da proposta pela seguradora. CARÊNCIA Entende-se como prazo de carência o período, contado a partir da data de início de vigência do seguro ou do aumento do capital segurado ou da recondução, no caso de suspensão, durante o qual, na ocorrência do sinistro, o segurado ou os beneficiários não terão direito à percepção dos capitais segurados contratados. Os planos com cobertura de risco poderão estabelecer prazo de carência, devendo ser respeitado o limite máximo de 2 anos. O prazo de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, não poderá exceder metade do prazo de vigência previsto pela apólice, no caso de contratação individual, ou pelo certificado, no caso de contratação coletiva. A carência poderá, a critério da seguradora, ser reduzida ou substituída por declaração pessoal de saúde ou de atividade ou exame médico. O prazo de carência, quando previsto pelo plano de seguro, deverá: 1) no caso
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