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Apostila_Introdução_aos_Seguros_de_Danos_2023

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INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS

Como abordado no material de Teoria Geral do Seguro (TGS), os seguros são fruto da evolução dos riscos e da necessidade de protegê-los. Os Seguros de Danos, que por sua natureza também são classificados como Ramos Elementares, se definem como aqueles que visam garantir perdas por danos ou responsabilidades provenientes de riscos de incêndio, transporte, acidentes, roubos/furtos e outros eventos que possam ocorrer e afetar pessoas, coisas ou bens. Como sabemos, “seguro” é um mecanismo de transferência de riscos, que visa restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de um evento coberto. Nesse contexto, os seguros contra danos são importantes, pois, por meio deles, pessoas e empresas conseguem transferir às seguradoras os riscos aos quais seu patrimônio está exposto, minimizando assim os impactos financeiros ocasionados na hipótese de ocorrência desses riscos. Quando falamos de seguros de danos, podemos citar dentre outros: residências, empresas equipamentos, cargas, veículos automotores, indústrias, obras, valores, bens diversos, além das responsabilidades envolvidas. Nos seguros de danos, temos um grupo específico denominado Grupo Patrimonial (Circular Susep nº 535/2016 – Grupo 01), o qual é composto pelos ramos relacionados abaixo, cujas regras e cujos critérios de operação foram alterados pelas Circulares Susep nº 620/2020 e 621/2021 e Resolução CNSP nº 407/2021 e que serão alvo de nossos estudos neste manual:


a) Ramo 14 – Compreensivo Residencial, Ramo 16 – Compreensivo Condomínio, Ramo 18 – Compreensivo Empresarial
b) Riscos Nomeados e Operacionais (RNO), Global de Bancos, Outros Ramos
c) Apuração de Danos, Regulação, Liquidação

What are the elements that must be known about the contractual conditions used in property insurance?


a) Minimum and mandatory elements in the contractual conditions of insurance.
b) Flexibility of contractual rules in property insurance.
c) The history of property insurance regulations.

Como em qualquer outro contrato de prestação de serviços, a cláusula de objetivo ou objeto apresenta a finalidade específica do compromisso que está sendo firmado. Ao definir a Cláusula de Objetivo de Seguro, a seguradora esclarece o compromisso que será assumido perante o segurado, as coberturas oferecidas e os prejuízos indenizáveis. Exemplo de texto: O objetivo deste seguro é garantir ao segurado, até o valor do Limite Máximo de Indenização – LMI, em cada uma das garantias contratadas, o pagamento de indenização por eventos ocorridos no local segurado, decorrentes de perdas e danos causados aos bens segurados, em consequência de risco coberto especificado no texto da apólice.


Como já ocorre em todos os ramos de seguros, as seguradoras apresentam obrigatoriamente um glossário com a definição dos termos técnicos usados nas condições contratuais, utilizando linguagem clara e de fácil entendimento, incluindo traduções e definições de eventuais termos em língua estrangeira.


Esta cláusula define e explica como se dará a forma de cálculo das indenizações devidas em caso de sinistros. Os termos usados para definir as formas de contratação de cada cobertura oferecida são: Seguro a risco total, Seguro a risco absoluto, Seguro a risco relativo.


Trata-se da cláusula que define a abrangência territorial de atuação da cobertura de seguro contratada. Exemplo de Texto: Considera-se âmbito geográfico das coberturas todo o território nacional, salvo disposição em contrário, que deverá constar das condições contratuais.


A seguradora define e apresenta de forma inequívoca cada risco, evento ou condição que pretende excluir da cobertura do seguro, evitando textos ambíguos que não permitam identificar situações concretas de exclusão de cobertura.


É vedado constar no rol de riscos excluídos do seguro eventos decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de embriaguez ou sob efeito de substâncias tóxicas.


A seguradora especifica nesta cláusula as condições para aceitação ou recusa do risco assim como o prazo que dispõe para se manifestar sobre sua decisão.


A data da aceitação da proposta será aquela que ocorrer primeiro entre:
I - a data da manifestação expressa de aceitação da proposta pela seguradora (menos usual).
II - a data de emissão da apólice ou certificado individual com consequente envio e/ou disponibilização do documento contratual; ou
III – o fim do prazo determinado de aceite da proposta de seguros sem qualquer manifestação por parte da seguradora, o que caracterizará a aceitação tácita do seguro proposto.
Normalmente, as seguradoras optam por, em caso de aceite do seguro proposto, simplesmente deixar o prazo de aceitação expirar e/ou partirem para a emissão do seguro, se pronunciando apenas no caso de negativa do seguro proposto, neste caso obrigatoriamente dentro dos prazos de aceite definidos por elas. �o da cobertura de resseguro facultativo, até que o ressegurador se manifeste formalmen- te, devendo a seguradora comunicar tal fato, por escrito, ao proponente, ressaltando a consequente inexistência de cobertura, enquanto perdurar a suspensão.
Na hipótese de não aceitação da proposta de seguro, a seguradora deve providenciar comunicação formal ao proponente, seu representante ou corretor, apresentando a justificativa da recusa.
A recepção de propostas pela seguradora com antecipação de pagamento parcial ou total de prêmio é admitida em caso de oferecimento de cobertura provisória de seguros para sinistros ocorridos durante o período de análise da proposta e desde que tal cobertura seja solicitada pelo proponente no documento proposta.
No caso de aceitação da proposta com antecipação de prêmio, a seguradora poderá considerar o período de cobertura provisória como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos documentos contratuais.
No caso de recusa de seguros com antecipação de prêmio e vigência inferior a 12 meses, encerra-se a cobertura provisória a partir da comunicação formal ao proponente, seu representante legal ou corretor de seguros. Para os seguros com vigência igual ou superior a 12 meses, o encerramento da cobertura provisória em decorrência da recusa do risco, somente poderá ocorrer após, no mínimo, 2 dias úteis contados da comunicação formal. Devem ser restituídos pela seguradora, em até 10 dias corridos a contar da data de formalização da recusa da proposta pela seguradora, pelo menos, a diferença entre o valor pago pelo proponente e o valor correspondente ao período em que tiver prevalecido a cobertura.
Segundo a Circular Susep nº 668/2022, artigo 4º, os valores a serem resti- tuídos ao segurado estão sujeitos a atualização monetária, segundo índice a ser definido no seguro contratado, a partir da data do recebimento do prêmio pago antecipadamente pelo segurado à seguradora.
Se ultrapassado o limite de 10 dias corridos para a restituição pela segura- dora ao segurado, conforme parágrafo anterior, os valores a serem resti- 19 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS tuídos serão acrescidos de multa, quando prevista, e juros moratórios. Os juros moratórios serão aplicados a partir do 11º dia e deverão ter sua taxa fixada nas condições contratuais do seguro (Circular Susep nº 668/2022).
Para a recepção de proposta sem antecipação de prêmio, a seguradora indicará neste documento a data de início de vigência ou o critério para sua indicação conforme lhe convier, podendo coincidir com a data de aceitação da proposta.
A emissão e o envio e/ou disponibilização ao segurado, por meio físico ou remoto, da apólice, do endosso e do certificado individual deverão ser feitos em até 15 (quinze) dias a partir da data de aceitação da proposta.
— Cláusula de Vigência e Renovação
É a cláusula que indica o critério de fixação do início e término de vigência das coberturas.
Os seguros poderão ser estruturados com qualquer período de vigência e/ ou com período intermitente de cobertura dentro de seu período de vigência.


Renovação do Seguro
A seguradora deve informar se aceita que a primeira renovação do seguro ocorra de forma automática e, nesse caso, deve deixar claro que esse procedimento somente poderá ocorrer uma única vez e pelo mesmo prazo, devendo as renovações posteriores serem solicitadas, obrigatoriamente, de forma expressa pelo segurado.
Na hipótese de não haver interesse da seguradora em renovar a apólice, tal fato deverá ser comunicado ao segurado e, no caso de apólice coletiva, ao estipulante, mediante aviso prévio de, no mínimo, 30 dias de antecedência ao final de vigência da apólice.


Pagamento antecipado do prêmio
Nos contratos cujas propostas de seguro forem recepcionadas com antecipação do pagamento parcial ou total de prêmio, a seguradora poderá considerar o período de cobertura provisória concedido como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos documentos contratuais.


Cláusula de Concorrência de Apólices e Bilhetes
Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados em caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade proporcional de cada seguro existente.
Normalmente, as seguradoras utilizam os seguintes critérios:
Primeiramente, cada seguradora apura o prejuízo individual da cobertura sinistrada, como se o respectivo seguro fosse o único vigente. Em seguida, ajusta esse valor, considerando, quando for o caso, franquias, participações obrigatórias do segurado, limite máximo de indenização da cobertura e cláusulas de rateio, se houver.
A partir desse cálculo realizado por cada seguradora, obtém-se o somatório de todas as indenizações individuais ajustadas, para então se adotar os seguintes procedimentos:
I. se esse somatório for igual ou inferior ao prejuízo total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará com a respectiva indenização individual, assumindo o segurado a responsabilidade pela diferença, se houver;
II. no entanto, se esse mesmo somatório for maior que o prejuízo total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará da indenização com percentual do prejuízo correspondente à razão entre a respectiva indenização individual e o somatório dessas indenizações individuais.


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Questões resolvidas

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS

Como abordado no material de Teoria Geral do Seguro (TGS), os seguros são fruto da evolução dos riscos e da necessidade de protegê-los. Os Seguros de Danos, que por sua natureza também são classificados como Ramos Elementares, se definem como aqueles que visam garantir perdas por danos ou responsabilidades provenientes de riscos de incêndio, transporte, acidentes, roubos/furtos e outros eventos que possam ocorrer e afetar pessoas, coisas ou bens. Como sabemos, “seguro” é um mecanismo de transferência de riscos, que visa restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de um evento coberto. Nesse contexto, os seguros contra danos são importantes, pois, por meio deles, pessoas e empresas conseguem transferir às seguradoras os riscos aos quais seu patrimônio está exposto, minimizando assim os impactos financeiros ocasionados na hipótese de ocorrência desses riscos. Quando falamos de seguros de danos, podemos citar dentre outros: residências, empresas equipamentos, cargas, veículos automotores, indústrias, obras, valores, bens diversos, além das responsabilidades envolvidas. Nos seguros de danos, temos um grupo específico denominado Grupo Patrimonial (Circular Susep nº 535/2016 – Grupo 01), o qual é composto pelos ramos relacionados abaixo, cujas regras e cujos critérios de operação foram alterados pelas Circulares Susep nº 620/2020 e 621/2021 e Resolução CNSP nº 407/2021 e que serão alvo de nossos estudos neste manual:


a) Ramo 14 – Compreensivo Residencial, Ramo 16 – Compreensivo Condomínio, Ramo 18 – Compreensivo Empresarial
b) Riscos Nomeados e Operacionais (RNO), Global de Bancos, Outros Ramos
c) Apuração de Danos, Regulação, Liquidação

What are the elements that must be known about the contractual conditions used in property insurance?


a) Minimum and mandatory elements in the contractual conditions of insurance.
b) Flexibility of contractual rules in property insurance.
c) The history of property insurance regulations.

Como em qualquer outro contrato de prestação de serviços, a cláusula de objetivo ou objeto apresenta a finalidade específica do compromisso que está sendo firmado. Ao definir a Cláusula de Objetivo de Seguro, a seguradora esclarece o compromisso que será assumido perante o segurado, as coberturas oferecidas e os prejuízos indenizáveis. Exemplo de texto: O objetivo deste seguro é garantir ao segurado, até o valor do Limite Máximo de Indenização – LMI, em cada uma das garantias contratadas, o pagamento de indenização por eventos ocorridos no local segurado, decorrentes de perdas e danos causados aos bens segurados, em consequência de risco coberto especificado no texto da apólice.


Como já ocorre em todos os ramos de seguros, as seguradoras apresentam obrigatoriamente um glossário com a definição dos termos técnicos usados nas condições contratuais, utilizando linguagem clara e de fácil entendimento, incluindo traduções e definições de eventuais termos em língua estrangeira.


Esta cláusula define e explica como se dará a forma de cálculo das indenizações devidas em caso de sinistros. Os termos usados para definir as formas de contratação de cada cobertura oferecida são: Seguro a risco total, Seguro a risco absoluto, Seguro a risco relativo.


Trata-se da cláusula que define a abrangência territorial de atuação da cobertura de seguro contratada. Exemplo de Texto: Considera-se âmbito geográfico das coberturas todo o território nacional, salvo disposição em contrário, que deverá constar das condições contratuais.


A seguradora define e apresenta de forma inequívoca cada risco, evento ou condição que pretende excluir da cobertura do seguro, evitando textos ambíguos que não permitam identificar situações concretas de exclusão de cobertura.


É vedado constar no rol de riscos excluídos do seguro eventos decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de embriaguez ou sob efeito de substâncias tóxicas.


A seguradora especifica nesta cláusula as condições para aceitação ou recusa do risco assim como o prazo que dispõe para se manifestar sobre sua decisão.


A data da aceitação da proposta será aquela que ocorrer primeiro entre:
I - a data da manifestação expressa de aceitação da proposta pela seguradora (menos usual).
II - a data de emissão da apólice ou certificado individual com consequente envio e/ou disponibilização do documento contratual; ou
III – o fim do prazo determinado de aceite da proposta de seguros sem qualquer manifestação por parte da seguradora, o que caracterizará a aceitação tácita do seguro proposto.
Normalmente, as seguradoras optam por, em caso de aceite do seguro proposto, simplesmente deixar o prazo de aceitação expirar e/ou partirem para a emissão do seguro, se pronunciando apenas no caso de negativa do seguro proposto, neste caso obrigatoriamente dentro dos prazos de aceite definidos por elas. �o da cobertura de resseguro facultativo, até que o ressegurador se manifeste formalmen- te, devendo a seguradora comunicar tal fato, por escrito, ao proponente, ressaltando a consequente inexistência de cobertura, enquanto perdurar a suspensão.
Na hipótese de não aceitação da proposta de seguro, a seguradora deve providenciar comunicação formal ao proponente, seu representante ou corretor, apresentando a justificativa da recusa.
A recepção de propostas pela seguradora com antecipação de pagamento parcial ou total de prêmio é admitida em caso de oferecimento de cobertura provisória de seguros para sinistros ocorridos durante o período de análise da proposta e desde que tal cobertura seja solicitada pelo proponente no documento proposta.
No caso de aceitação da proposta com antecipação de prêmio, a seguradora poderá considerar o período de cobertura provisória como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos documentos contratuais.
No caso de recusa de seguros com antecipação de prêmio e vigência inferior a 12 meses, encerra-se a cobertura provisória a partir da comunicação formal ao proponente, seu representante legal ou corretor de seguros. Para os seguros com vigência igual ou superior a 12 meses, o encerramento da cobertura provisória em decorrência da recusa do risco, somente poderá ocorrer após, no mínimo, 2 dias úteis contados da comunicação formal. Devem ser restituídos pela seguradora, em até 10 dias corridos a contar da data de formalização da recusa da proposta pela seguradora, pelo menos, a diferença entre o valor pago pelo proponente e o valor correspondente ao período em que tiver prevalecido a cobertura.
Segundo a Circular Susep nº 668/2022, artigo 4º, os valores a serem resti- tuídos ao segurado estão sujeitos a atualização monetária, segundo índice a ser definido no seguro contratado, a partir da data do recebimento do prêmio pago antecipadamente pelo segurado à seguradora.
Se ultrapassado o limite de 10 dias corridos para a restituição pela segura- dora ao segurado, conforme parágrafo anterior, os valores a serem resti- 19 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS tuídos serão acrescidos de multa, quando prevista, e juros moratórios. Os juros moratórios serão aplicados a partir do 11º dia e deverão ter sua taxa fixada nas condições contratuais do seguro (Circular Susep nº 668/2022).
Para a recepção de proposta sem antecipação de prêmio, a seguradora indicará neste documento a data de início de vigência ou o critério para sua indicação conforme lhe convier, podendo coincidir com a data de aceitação da proposta.
A emissão e o envio e/ou disponibilização ao segurado, por meio físico ou remoto, da apólice, do endosso e do certificado individual deverão ser feitos em até 15 (quinze) dias a partir da data de aceitação da proposta.
— Cláusula de Vigência e Renovação
É a cláusula que indica o critério de fixação do início e término de vigência das coberturas.
Os seguros poderão ser estruturados com qualquer período de vigência e/ ou com período intermitente de cobertura dentro de seu período de vigência.


Renovação do Seguro
A seguradora deve informar se aceita que a primeira renovação do seguro ocorra de forma automática e, nesse caso, deve deixar claro que esse procedimento somente poderá ocorrer uma única vez e pelo mesmo prazo, devendo as renovações posteriores serem solicitadas, obrigatoriamente, de forma expressa pelo segurado.
Na hipótese de não haver interesse da seguradora em renovar a apólice, tal fato deverá ser comunicado ao segurado e, no caso de apólice coletiva, ao estipulante, mediante aviso prévio de, no mínimo, 30 dias de antecedência ao final de vigência da apólice.


Pagamento antecipado do prêmio
Nos contratos cujas propostas de seguro forem recepcionadas com antecipação do pagamento parcial ou total de prêmio, a seguradora poderá considerar o período de cobertura provisória concedido como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos documentos contratuais.


Cláusula de Concorrência de Apólices e Bilhetes
Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados em caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade proporcional de cada seguro existente.
Normalmente, as seguradoras utilizam os seguintes critérios:
Primeiramente, cada seguradora apura o prejuízo individual da cobertura sinistrada, como se o respectivo seguro fosse o único vigente. Em seguida, ajusta esse valor, considerando, quando for o caso, franquias, participações obrigatórias do segurado, limite máximo de indenização da cobertura e cláusulas de rateio, se houver.
A partir desse cálculo realizado por cada seguradora, obtém-se o somatório de todas as indenizações individuais ajustadas, para então se adotar os seguintes procedimentos:
I. se esse somatório for igual ou inferior ao prejuízo total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará com a respectiva indenização individual, assumindo o segurado a responsabilidade pela diferença, se houver;
II. no entanto, se esse mesmo somatório for maior que o prejuízo total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará da indenização com percentual do prejuízo correspondente à razão entre a respectiva indenização individual e o somatório dessas indenizações individuais.


Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS
 E73i Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Introdução ao seguro de danos / Supervisão e Coordenação metodológica 
 da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Jose Eduardo Teixeira 
 Arias, Frederico Martins Peres e Claudio Bizerra de Oliveira. -- 3.ed. -- Rio de
 Janeiro : ENS, 2023.
 3,21 Mb ; PDF
 
 1. Seguro de danos. 2. Ramos elementares. I. Arias, Eduardo Teixeira. 
 II. Peres, Frederico Martins. III. Oliveira, Claudio Bizerra de. IV. Título. 
 
 
 0021-2672 CDU 368(072) 
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
CLAUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2023/ 2022/2021
FREDERICO MARTINS PERES – 2023/ 2022/ 2021
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2023/ 2022/ 2021 
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
RIO DE JANEIRO
3ª EDIÇÃO
2023
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
A 
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diversas 
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um 
mercado de seguros, previdência complementar, capitalização 
e resseguro cada vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 8
 1. CONDIÇÕES CONTRATUAIS – 
 SEGUROS GRUPO PATRIMONIAL 12
ELEMENTOS MÍNIMOS E OBRIGATÓRIOS 
NAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS DO SEGURO 14
Cláusula de Objetivo do Seguro 14
Glossário de Definições 14
Cláusula de Formas de Contratação 14
Cláusula de Âmbito Geográfico 15
Cláusulas de Coberturas 15
Cláusula de Riscos Excluídos 16
Cláusula de Aceitação 17
Cláusula de Vigência e Renovação 19
Cláusula de Concorrência de Apólices e Bilhetes 20
Cláusula de Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) 22
Cláusula de Atualização e Alteração de Valores 22
Cláusula de Pagamento do Prêmio 23
Cláusula de Indenização 24
Cláusula de Comunicação, Regulação e Liquidação de Sinistros 25
Cláusula de Reintegração 26
Cláusula de Perda de Direitos 27
Cláusula de Rescisão e Cancelamento do Contrato de Seguro 27
Outras Disposições Contratuais 29
 FIXANDO CONCEITOS 1 30
SUMÁRIO
INTERATIVO
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 2. O PRODUTO DE SEGURO DE DANOS 
 E SEUS ELEMENTOS 32
 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO 33
Concepção 33
Processos (Operação) 34
Avaliação, Revisão e Manutenção do Produto 34
 ELEMENTOS DE UM PRODUTO DE SEGUROS 35
Política de Aceitação de Riscos 35
Segmentação 36
Atividades e Riscos Excluídos 38
Precificação 39
 FIXANDO CONCEITOS 2 46
 3. FORMAS DE CONTRATAÇÃO 
 DE SEGUROS DE DANOS – SEGUROS 
 PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS 47
 SEGUROS PROPORCIONAIS 49
Seguro a Risco Total 49
Seguro a Risco Relativo 53
Rateio Parcial 56
Prêmios nos Seguros a Risco Relativo: 57
 SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS 58
Seguro a Risco Absoluto 58
 FIXANDO CONCEITOS 3 61
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 4. SEGUROS DE GRANDES RISCOS – 
 GRUPO PATRIMONIAL 62 
 PRINCÍPIOS GERAIS 63
 ENQUADRAMENTO 64
 REGRAS PARA DESENVOLVIMENTO DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS 65
 ELEMENTOS MÍNIMOS DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS 67
Elementos de Livre Negociação 68
 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA OS SEGUROS 
 DO GRUPO PATRIMONIAL 01 DA SUSEP (ALVO DE NOSSOS ESTUDOS) 69
Riscos Nomeados e Operacionais (RNO) 69
Global de Bancos 69
Outros Ramos 70
 FIXANDO CONCEITOS 4 71
 5. O SINISTRO E SEUS PROCESSOS 72 
 ETAPAS DO PROCESSO DE SINISTRO DE BENS 73
Apuração de Danos 73
Regulação 74
Liquidação 75
 VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO 75
Prejuízos Indenizáveis 75
Salvados 76
Ressarcimento 76
Sub-rogação 76
Indenização 77
Franquia 77
Participação Obrigatória do Segurado (POS) 78
Valor de Novo e Valor Atual 80
Depreciação 81
 FIXANDO CONCEITOS 5 84
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 GABARITO 85
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 86
8INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Como abordado no material de Teoria Geral do Seguro (TGS), os seguros 
são fruto da evolução dos riscos e da necessidade de protegê-los. Os 
Seguros de Danos, que por sua natureza também são classificados como 
Ramos Elementares, se definem como aqueles que visam garantir per-
das por danos ou responsabilidades provenientes de riscos de incêndio, 
transporte, acidentes, roubos/furtos e outros eventos que possam ocor-
rer e afetar pessoas, coisas ou bens. 
Como sabemos, “seguro” é um mecanismo de transferência de riscos, que 
visa restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de 
um evento coberto. Nesse contexto, os seguros contra danos são impor-
tantes, pois, por meio deles, pessoas e empresas conseguem transferir às 
seguradoras os riscos aos quais seu patrimônio está exposto, minimizan-
do assim os impactos financeiros ocasionados na hipótese de ocorrência 
desses riscos. 
Quando falamos de seguros de danos, podemos citar dentre outros: resi-
dências, empresas equipamentos, cargas, veículos automotores, indústrias, 
obras, valores, bens diversos, além das responsabilidades envolvidas. 
Nos seguros de danos, temos um grupo específico denominado Grupo 
 Patrimonial (Circular Susep nº 535/2016 – Grupo 01), o qual é composto pelos 
ramos relacionados abaixo, cujas regras e cujos critérios de operação foram 
alterados pelas Circulares Susep nº 620/2020 e 621/2021 e Resolução CNSP 
nº 407/2021 e que serão alvo de nossos estudos neste manual:
 ■ Ramo 14 – Compreensivo Residencial
 ■ Ramo 16 – Compreensivo Condomínio
 ■ Ramo 18 – Compreensivo Empresarial
9INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ Ramo 41 – Lucros Cessantes
 ■ Ramo 67 – Riscos de Engenharia 
 ■ Ramo 71 – Riscos Diversos
 ■ Ramo 73 – Global de Bancos 
 ■ Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais
Observação: Enquadram-se também no segmento patrimonial os serviços 
e as coberturas de assistência (todos os bens) bem como as coberturas de 
garantia estendida.
 — O Mercado
Você sabe apontar o porquê de a comercialização dos seguros de danos, no 
mercado brasileiro, ainda ser muito tímida, diferentemente de outros países? 
O cenário econômico, a baixa divulgação de seus benefícios e a falta de 
conscientização da população sobre a relevância desse segmento no 
contexto de proteção do patrimônio podem, em parte, explicar as razões 
para que esses seguros ainda não tenham atingido o seu ápice. 
Vejamos um exemplo sobre a importância da proteção patrimonial e seu 
impacto no aspecto social:
Exemplo
A direção de uma pequena indústria com 100 funcionários resolveu segurar seu 
patrimônio contra o risco de incêndio e garantir a recomposição de lucros cessantes 
(despesas fixas e lucro líquido) no caso da ocorrência de um eventual sinistro. 
Supondo a ocorrência de um sinistro de incêndio que tenha dentre as consequências a 
paralisação das atividades da empresa, por seis meses, estariam garantidos, além dos 
danos contra o patrimônio, a perda do lucro líquido desse período e as despesas fixas, 
tais como: salário, FGTS, INSS, impostos, entre outras.
 — Relevância
Ainda com base no exemplo anterior, o que podemos destacar comorele-
vante com relação à contratação desse seguro e à hipótese da ocorrência 
do sinistro?
Podemos relacionar aspectos relevantes para a empresa e para os funcio-
nários. Veja:
10INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Para empresa 
(aspectos da proteção patrimonial)
1. Recuperação do patrimônio, garantindo a continuidade da atividade.
2. Garantia da lucratividade e despesas.
3. Retenção de seus talentos (pela não necessidade de demissões).
4. Recuperação de mercado.
Para os funcionários (aspectos sociais)
1. Garantia de emprego.
2. Manutenção dos proventos.
3. Manutenção do padrão de vida e consumo (alimentação, vestuário, 
moradia, escola de filhos etc.).
4. Giro econômico (consumo). 
 — Conceito Histórico
Como vimos anteriormente no estudo de TGS, a atividade seguradora no 
Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio internacional, em 
1808, e ganhou força com a publicação do Código Comercial Brasileiro, em 
1850, que foi também de fundamental importância para o desenvolvimento 
dos seguros terrestres, termo que definia o que conhecemos hoje como 
seguros patrimoniais.
Mais especificamente sobre a evolução histórica da área de seguros de 
danos, podemos citar os seguintes eventos:
1964
A Lei Nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, também conhecida 
como “lei dos condomínios”, estabeleceu, dentre outros aspec-
tos, a obrigatoriedade da contratação do seguro contra incêndio, 
abrangendo todas as unidades autônomas e partes comuns dos 
edifícios em condomínio. A referida lei continua em vigor com 
modificações introduzidas por diversos outros instrumentos legais, 
sendo importante destacar, para o nosso estudo, o artigo 1346 do 
Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), que diz: “É obrigatório 
o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou des-
truição, total ou parcial”.
1967
O Decreto-Lei 61.867, de 11 de dezembro de 1967, estabeleceu a 
obrigatoriedade da contratação de seguro para garantia contra ris-
cos de incêndio de bens pertencentes a pessoas jurídicas.
11INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
1975
A Circular Susep 58, de 29 de dezembro de 1975, aprovou as pri-
meiras disposições tarifárias para a modalidade de seguros de edifí-
cios em condomínio, ainda comercializados no ramo de Riscos.
1978
A Circular Susep 23, de 06 de abril de 1978, precursora do que 
conhecemos hoje como seguros multirriscos, estabeleceu no mer-
cado a criação da modalidade Compreensivos de Imóveis Diver-
sos (Empresa e Residência).
1985 a 1988 
Surgiram os Multirriscos – coberturas de vários ramos em uma 
apólice.
2002 
A Resolução CNSP 86, de 19 de agosto de 2002, transformou “Pla-
nos de Seguros” (Compreensivos) em “Ramos”:
 » Compreensivo Residencial – Ramo 14
 » Compreensivo Condominial – Ramo 16
 » Compreensivo Empresarial – Ramo 18
2004
As Circulares Susep 256 e 265, respectivamente, de 16 de junho de 
2004 a 16 de agosto de 2004, deram início à fase de maior padro-
nização das condições contratuais – condições gerais, especiais e 
particulares, das notas técnicas atuariais dos contratos de seguros 
de danos e definição sobre os planos de seguros padronizados e 
não padronizados. 
2006
Dando seguimento ao processo de padronização, a Circular 
Susep 321, de 21 de março de 2006, apresentou o texto das con-
dições padronizadas de diversos ramos que compõem os segu-
ros compreensivos.
2020/2021
A partir de um amplo processo de consultas ao mercado segura-
dor, iniciado em meados de 2020, a Susep deu início a um novo 
marco regulatório, privilegiando a livre iniciativa das seguradoras 
para a criação dos termos e das condições de seus produtos. 
Nesse sentido, foram emitidas as circulares 620, 621 e a resolução 
CNSP 407, datadas respectivamente de 29/12/2020, 12/02/2021 
e 29/03/2021, que revogam todas as normas que tratavam da 
padronização das condições contratuais dos seguros patrimoniais.
12
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
01
SEGUROS GRUPO PATRIMONIAL
CONDIÇÕES
CONTRATUAIS –
 ■ Conhecer os elementos 
mínimos e obrigatórios 
relativos às condições 
contratuais utilizadas 
nos seguros de danos 
considerando a literatura 
especializada. 
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Entender as regras 
contidas em cada cláusula 
obrigatória das condições 
contratuais de um seguro 
de danos.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
⊲ ELEMENTOS MÍNIMOS E 
OBRIGATÓRIOS NAS CONDIÇÕES 
CONTRATUAIS DO SEGURO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
13
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
As Circulares Susep nº 620/2020 e 621/2021, citadas anteriormente no 
tópico Conceito Histórico, estabelecem a flexibilização das regras con-
tratuais para o mercado de seguros de danos, antes fortemente regu-
lamentado por diversas outras circulares normativas. Essa iniciativa 
representou um importante avanço no propósito de simplificar o desen-
volvimento, a operação e a aquisição de novos produtos massificados e, 
consequentemente, de modernizar o segmento e ampliar seu mercado 
consumidor.
Estudando um pouco mais a fundo esse novo marco regulatório, podemos 
concluir que, mesmo com a maior liberdade para a criação de condições 
contratuais dos seguros de danos, o mercado precisa passar por uma fase 
de acomodação, necessária à interpretação, aos estudos e à aplicação 
dessas novas regras. No entanto, não se pode esquecer de que, apesar 
de regras mais flexíveis de formatação para os novos produtos, ainda é 
necessário respeitar todos os deveres e as obrigações contratuais estabe-
lecidos pelo Código Civil Brasileiro, assim como as regras específicas de 
cada ramo de seguro.
É esperado que, pelo menos por agora, as seguradoras ainda continuem a 
praticar a segmentação de seus clausulados na formatação antiga exigida 
pela Susep, apresentando as Condições Gerais como sendo as cláusulas 
comuns a toda e qualquer apólice de seguro daquele tipo de produto; as 
Condições Especiais para definir as cláusulas específicas das coberturas 
contratadas e as Condições Particulares em que, eventualmente, se parti-
culariza alguma condição para uma apólice específica.
Importante
Definição de Condições Contratuais, segundo a Circular Susep 621/2021
“Conjunto de disposições que regem a contratação de um mesmo plano de seguro”.
Em outros termos, as condições contratuais passam a ser entendidas como o conjunto 
de textos do contrato de seguro, nos quais as seguradoras devem apresentar todos os 
termos e as condições de seus produtos. Os deveres, as obrigações, os riscos cober-
tos e excluídos também devem figurar aqui, sendo redigidos de forma clara e objetiva, 
não dando margem a possíveis dúvidas ou mesmo dupla interpretação.
14
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ELEMENTOS MÍNIMOS E 
 OBRIGATÓRIOS NAS CONDIÇÕES 
 CONTRATUAIS DO SEGURO 
 — Cláusula de Objetivo do Seguro
Como em qualquer outro contrato de prestação de serviços, a cláusula de 
objetivo ou objeto apresenta a finalidade específica do compromisso que 
está sendo firmado. Ao definir a Cláusula de Objetivo de Seguro, a segura-
dora esclarece o compromisso que será assumido perante o segurado, as 
coberturas oferecidas e os prejuízos indenizáveis. 
Exemplo de texto: 
O objetivo deste seguro é garantir ao segurado, até o valor do Limite 
Máximo de Indenização – LMI, em cada uma das garantias contratadas, 
o pagamento de indenização por eventos ocorridos no local segurado, 
decorrentes de perdas e danos causados aos bens segurados , em con-
sequência de risco coberto especificado no texto da apólice.
 — Glossário de Definições
Como já ocorre em todos os ramos de seguros, as seguradoras apresen-
tam obrigatoriamente um glossário com a definição dos termos técnicos 
usados nas condições contratuais, utilizando linguagem clara e de fácil 
entendimento, incluindo traduções e definições de eventuais termos em 
língua estrangeira. 
 — Cláusula de Formas de Contratação 
Esta cláusula define e explica como se dará a forma de cálculo das inde-nizações devidas em caso de sinistros. Os termos usados para definir as 
formas de contratação de cada cobertura oferecida são:
 ■ Seguro a risco total.
 ■ Seguro a risco absoluto. 
 ■ Seguro a risco relativo.
15
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Importante
Sobre as formas de contratação a Susep determina o seguinte:
Nos seguros contratados a risco total, deve ser estabelecido que o seguro de um inte-
resse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização. 
Nos seguros contratados a risco relativo, o critério de rateio dos prejuízos indenizáveis 
em caso de sinistro, tem de ser informado devendo ser especificado se o valor em risco 
apurado (VRA) será calculado com base no valor de novo ou no valor atual do bem. 
Os textos das cláusulas de formas de contratação dos seguros de danos, 
os exemplos e outras definições serão estudados detalhadamente na Uni-
dade 3 deste manual.
 — Cláusula de Âmbito Geográfico
Trata-se da cláusula que define a abrangência territorial de atuação da 
cobertura de seguro contratada. 
Exemplo de Texto:
Considera-se âmbito geográfico das coberturas todo o território nacio-
nal, salvo disposição em contrário, que deverá constar das condições 
contratuais.
 — Cláusulas de Coberturas 
As cláusulas de cobertura definem de forma clara e objetiva os termos e 
as condições das coberturas referentes ao tipo de seguro contratado, não 
podendo deixar de mencionar as seguintes condições:
 ■ Tipos de bens segurados.
 ■ Bens excluídos ou não compreendidos no seguro.
 ■ Riscos cobertos.
 ■ Riscos excluídos.
Vejamos algumas regras obrigatoriamente seguidas pelas seguradoras:
 ■ Os riscos excluídos são inseridos imediatamente após a descrição 
dos riscos cobertos.
 ■ A seguradora deve possuir autorização para operar em todos os 
ramos relativos às coberturas previstas nas condições contratuais.
16
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ Nos planos de seguro que conjuguem mais de uma cobertura, a 
seguradora deverá informar, em destaque, se as coberturas pode-
rão ser contratadas isoladamente.
Existem ainda algumas recomendações para as seguradoras:
 ■ É possível a estruturação de plano de seguro com cobertura para 
quaisquer eventos, na forma all risks (todos os riscos), com exce-
ção dos riscos expressamente excluídos.
 ■ As condições contratuais poderão prever coberturas relativas a 
diferentes ramos de seguros, observadas as regulamentações 
específicas de cada ramo e a regulamentação contábil vigente. 
 ■ Para as coberturas em que a indenização se dê por meio de pres-
tação de serviços, poderá ser prevista a livre escolha dos presta-
dores de serviços pelo segurado e/ou a indicação de rede referen-
ciada pela sociedade seguradora.
São exemplos de coberturas:
Cobertura Básica, Cobertura de Roubo/Furto Qualificado de Bens, Cobertura 
de Danos Elétricos, Vendaval, Desmoronamento, Alagamento e outras que se 
apliquem às características dos bens que são objeto do seguro e às atividades 
exercidas no local segurado. 
Veja um exemplo de texto para Cobertura Básica:
Para fins deste seguro consideram-se Riscos Cobertos, até o Limite Máxi-
mo de Indenização estabelecido no texto da apólice, para indenização por 
perdas e danos materiais diretamente causados aos bens segurados por:
a) incêndio de qualquer de qualquer natureza;
b) queda de raio, desde que atinja diretamente a área do terreno ou 
o edifício onde os bens segurados estiverem localizados;
c) explosão de qualquer natureza, onde quer que tenha ocorrido.
 — Cláusula de Riscos Excluídos
A seguradora define e apresenta de forma inequívoca cada risco, 
evento ou condição que pretende excluir da cobertura do seguro, 
evitando textos ambíguos que não permitam identificar situações 
concretas de exclusão de cobertura.
Saiba mais
All Risks é um tipo de cobertura 
de seguro de danos materiais 
que inclui garantia para todos e 
quaisquer prejuízos que possam 
atingir os bens segurados, 
decorrentes de qualquer 
evento, com exceção dos riscos 
que tenham sido excluídos da 
cobertura da apólice.
17
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Importante
É vedado constar no rol de riscos excluídos do seguro eventos decorrentes de atos 
praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de embriaguez ou sob 
efeito de substâncias tóxicas. 
O estado de insanidade mental, a embriaguez e o uso de substâncias tóxicas pelo 
segurado podem ser considerados como causas de agravamento de risco suscetível 
de levar à perda da cobertura, desde que a sociedade seguradora demonstre no caso 
concreto que tais situações tenham sido determinantes para a ocorrência do sinistro.
 — Cláusula de Aceitação
A seguradora especifica nesta cláusula as condições para aceitação ou recusa 
do risco assim como o prazo que dispõe para se manifestar sobre sua decisão.
A Circular Susep nº 642/2021, aditada pelas Circulares 651/2021 e 
654/2022, alterou algumas regras de aceitação de seguros, com prazo de 
01/05/2022 para a implementação por parte das Seguradoras.
A proposta de seguros e suas condições contratuais deverão prever um 
prazo máximo para aceitação ou recusa, a partir da recepção pela Segura-
dora do seguro proposto.
Normalmente, as seguradoras se utilizam do prazo de 15 dias a partir 
da recepção da proposta de seguros. Entretanto, a partir da Circular nº 
642/2021, as seguradoras podem adotar prazos diferentes, inclusive supe-
riores a 15 dias para aceitação. Independentemente do prazo de aceitação 
adotado, se ultrapassados 15 dias, as seguradoras não poderão efetivar 
cobrança de qualquer valor a título de prêmio antes da confirmação de 
manutenção de interesse e autorização expressa pelo proponente.
A data da aceitação da proposta será aquela que ocorrer primeiro entre:
I - a data da manifestação expressa de aceitação da proposta pela segura-
dora (menos usual).
II - a data de emissão da apólice ou certificado individual com consequente 
envio e/ou disponibilização do documento contratual; ou
III – o fim do prazo determinado de aceite da proposta de seguros sem 
qualquer manifestação por parte da seguradora, o que caracterizará a 
aceitação tácita do seguro proposto.
Normalmente, as seguradoras optam por, em caso de aceite do seguro 
proposto, simplesmente deixar o prazo de aceitação expirar e/ou partirem 
para a emissão do seguro, se pronunciando apenas no caso de negativa 
do seguro proposto, neste caso obrigatoriamente dentro dos prazos de 
aceite definidos por elas.
18
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Durante o prazo de aceitação, podem ser solicitados documentos ou infor-
mações complementares para análise e aceitação do risco, desde que a 
seguradora fundamente o pedido. Nesses casos, o prazo de aceite ficará 
suspenso, voltando a correr a partir da data de recebimento das informa-
ções ou dos documentos solicitados pela seguradora. 
O prazo de aceite também é suspenso nos casos em que a aceitação da 
proposta de seguro depende de contratação ou alteração da cobertura 
de resseguro facultativo, até que o ressegurador se manifeste formalmen-
te, devendo a seguradora comunicar tal fato, por escrito, ao proponente, 
ressaltando a consequente inexistência de cobertura, enquanto perdurar 
a suspensão.
Na hipótese de não aceitação da proposta de seguro, a seguradora deve 
providenciar comunicação formal ao proponente, seu representante ou 
corretor, apresentando a justificativa da recusa.
A recepção de propostas pela seguradora com antecipação de pagamento 
parcial ou total de prêmio é admitida em caso de oferecimento de cober-
tura provisória de seguros para sinistros ocorridos durante o período de 
análise da proposta e desde que tal cobertura seja solicitada pelo propo-
nente no documento proposta.
No caso de aceitação da proposta com antecipação de prêmio, a segura-
dora poderá considerar o período de cobertura provisória como de efetiva 
vigência, desde que hajatal previsão nos documentos contratuais.
No caso de recusa de seguros com antecipação de prêmio e vigência 
 inferior a 12 meses, encerra-se a cobertura provisória a partir da comunica-
ção formal ao proponente, seu representante legal ou corretor de seguros. 
Para os seguros com vigência igual ou superior a 12 meses, o encerramento 
da cobertura provisória em decorrência da recusa do risco, somente poderá 
ocorrer após, no mínimo, 2 dias úteis contados da comunicação formal. 
Devem ser restituídos pela seguradora, em até 10 dias corridos a contar da 
data de formalização da recusa da proposta pela seguradora, pelo menos, a 
diferença entre o valor pago pelo proponente e o valor correspondente ao 
período em que tiver prevalecido a cobertura.
Segundo a Circular Susep nº 668/2022, artigo 4º, os valores a serem resti-
tuídos ao segurado estão sujeitos a atualização monetária, segundo índice 
a ser definido no seguro contratado, a partir da data do recebimento do 
prêmio pago antecipadamente pelo segurado à seguradora.
Se ultrapassado o limite de 10 dias corridos para a restituição pela segura-
dora ao segurado, conforme parágrafo anterior, os valores a serem resti-
19
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
tuídos serão acrescidos de multa, quando prevista, e juros moratórios. Os 
juros moratórios serão aplicados a partir do 11º dia e deverão ter sua taxa 
fixada nas condições contratuais do seguro (Circular Susep nº 668/2022).
Para a recepção de proposta sem antecipação de prêmio, a seguradora indicará 
neste documento a data de início de vigência ou o critério para sua indicação 
conforme lhe convier, podendo coincidir com a data de aceitação da proposta.
A emissão e o envio e/ou disponibilização ao segurado, por meio físico 
ou remoto, da apólice, do endosso e do certificado individual deverão ser 
feitos em até 15 (quinze) dias a partir da data de aceitação da proposta.
 — Cláusula de Vigência e Renovação
É a cláusula que indica o critério de fixação do início e término de vigência 
das coberturas.
Os seguros poderão ser estruturados com qualquer período de vigência e/
ou com período intermitente de cobertura dentro de seu período de vigência.
Na falta de indicação expressa de horário nos documentos do seguro, o 
início e término de vigência do seguro será às 24 (vinte e quatro horas) das 
datas para tal fim neles indicadas.
Nos casos de seguros intermitentes, os parâmetros de vigência deverão 
estar expressos nos documentos contratuais do seguro
Também deverão constar dessa cláusula dois importantes procedimentos:
Renovação do Seguro
A seguradora deve informar se aceita que a primeira renovação do 
seguro ocorra de forma automática e, nesse caso, deve deixar cla-
ro que esse procedimento somente poderá ocorrer uma única vez 
e pelo mesmo prazo, devendo as renovações posteriores serem 
solicitadas, obrigatoriamente, de forma expressa pelo segurado.
Na hipótese de não haver interesse da seguradora em renovar a 
apólice, tal fato deverá ser comunicado ao segurado e, no caso 
de apólice coletiva, ao estipulante, mediante aviso prévio de, no 
mínimo, 30 dias de antecedência ao final de vigência da apólice.
Pagamento antecipado do prêmio
Nos contratos cujas propostas de seguro forem recepcionadas 
com antecipação do pagamento parcial ou total de prêmio, a segu-
radora poderá considerar o período de cobertura provisória con-
cedido como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos 
documentos contratuais.
Importante
Definição de Período 
Intermitente de 
Cobertura, conforme 
Circular Susep 
nº 642/2021
Período de cobertura fixado de 
forma descontinuada, a partir 
de critérios determinados nas 
condições contratuais, que 
estabelecem sua interrupção e 
reinício, bem como inclusão ou 
exclusão de cobertura dos riscos.
20
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Não havendo qualquer pagamento antecipado do prêmio de segu-
ro, a seguradora adotará a data de início de vigência ou o critério 
para sua indicação conforme lhe convier, podendo coincidir com a 
data de aceitação da proposta. A respectiva vigência ou critério de 
vigência devem estar previstos na proposta de seguros.
Os prêmios para os seguros emitidos com vigência reduzida ou 
com período intermitente são calculados de acordo com os cri-
térios da seguradora para o tempo de cobertura contratado. Na 
hipótese de cancelamento, os prêmios a devolver são calculados 
proporcionalmente ao tempo de cobertura decorrido em compara-
ção ao tempo de cobertura contratado.
 — Cláusula de Concorrência 
de Apólices e Bilhetes
Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados em 
caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos 
bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade propor-
cional de cada seguro existente.
Normalmente, as seguradoras utilizam os seguintes critérios:
Primeiramente, cada seguradora apura o prejuízo individual da cobertura 
sinistrada, como se o respectivo seguro fosse o único vigente. Em seguida, 
ajusta esse valor, considerando, quando for o caso, franquias, participações 
obrigatórias do segurado, limite máximo de indenização da cobertura e cláu-
sulas de rateio, se houver.
A partir desse cálculo realizado por cada seguradora, obtém-se o somató-
rio de todas as indenizações individuais ajustadas, para então se adotar os 
seguintes procedimentos:
I. se esse somatório for igual ou inferior ao prejuízo total apurado, cada 
sociedade seguradora envolvida participará com a respectiva inde-
nização individual, assumindo o segurado a responsabilidade pela 
diferença, se houver;
II. no entanto, se esse mesmo somatório for maior que o prejuízo 
total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará da 
indenização com percentual do prejuízo correspondente à razão 
entre a respectiva indenização individual e o somatório dessas 
indenizações individuais.
Para melhor compreensão, analisaremos o seguinte exemplo:
I. Dados das Apólices:
 » Apólice “A”
21
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
LMI = R$ 200.000,00
Franquia = R$ 10.000,00
 » Apólice “B”
LMI = R$ 100.000,00 
Franquia = Contratado sem franquia
II. Sinistro:
Prejuízo apurado = R$ 35.000,00
III. Cálculo das Indenizações Ajustadas (cada apólice envolvida):
 » Apólice “A”
Indenização Ajustada = (P - F) 
= R$ 35.000,00 - R$ 10.000,00 = R$ 25.000,00
 » Apólice “B”
Indenização Ajustada = (P - F) 
= R$ 35.000,00 - R$ 0,00 = R$ 35.000,00
Onde: 
P = Prejuízo Apurado
F = Franquia
IV. Cálculo da Indenização Total (Apólice “A” + Apólice “B”):
R$ 25.000,00 + R$ 35.000,00 = R$ 60.000,00
Como a soma das indenizações individuais ajustadas, das apólices concor-
rentes, é superior ao prejuízo apurado (R$ 54.000,00 > R$ 35.000,00), a 
responsabilidade de cada apólice deve então ser recalculada com base na 
seguinte fórmula:
INDENIZAÇÃO INDIVIDUAL AJUSTADA × PREJUÍZO APURADO
SOMATÓRIO DAS INDENIZAÇÕES INDIVIDUAIS AJUSTADAS
 » Apólice “A”
Indenização = R$ 25.000,00 × R$ 35.000,00 = R$ 14.583,33
 R$ 60.000,00
 » Apólice “B”
Indenização = R$ 35.000,00 × R$ 35.000,00 = R$ 20.416,67
 R$ 60.000,00
Indenização Total: R$ 14.583,33 + R$ 20.416,67 = R$ 35.000,00
22
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Saiba mais
Código Civil Brasileiro
Art. 778. Nos seguros de danos, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do 
interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no 
art. 766 e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre 
o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente 
comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende 
segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no art. 778.
 — Cláusula de Franquia e Participação 
Obrigatória do Segurado (POS)
Conforme estudamos anteriormente,as franquias e as participações obri-
gatórias são valores estabelecidos na apólice de seguros, que represen-
tam a participação do segurado nos prejuízos em casos de sinistros.
A Susep determina que, quando forem utilizadas essas condições, os critérios de 
aplicação, valores e demais termos deverão constar em destaque nas condições 
contratuais, na proposta, na apólice, no bilhete ou certificado individual de seguro.
Pode ser prevista a aplicação de mais de um tipo de franquia em um 
mesmo sinistro, desde que sua ordem de aplicação seja especificada nas 
condições contratuais.
Contudo, não é permitida a aplicação de mais de uma franquia do mesmo 
tipo para a mesma cobertura e na mesma seguradora. 
A diferença prática entre a aplicação de Franquia e Participação Obrigatória do 
Segurado será objeto de estudo mais detalhado na Unidade 5 deste manual.
 — Cláusula de Atualização 
e Alteração de Valores
Em todas as condições contratuais, as seguradoras devem estabelecer quais 
são os critérios para a realização de mudanças dos valores segurados, seja 
pela simples necessidade de inclusão, na apólice, de novos bens segurados, 
seja pelo estabelecimento de critérios mais específicos para atualização dos 
valores já segurados. 
Em qualquer caso, além da clara menção desses critérios, deverão ain-
da constar a periodicidade dessas correções e as respectivas formas de 
pagamento do prêmio.
Importante
Definições, segundo a 
Circular Susep 621/2021
Prêmio periódico: valor 
a ser pago para a garantia 
do risco, com qualquer 
periodicidade compatível 
com as suas características e 
com a vigência da cobertura, 
conforme opção especificada 
na proposta ou no bilhete.
Prêmio Único: valor a ser 
pago para a garantia do risco, 
calculado para a vigência 
integral da apólice, podendo 
ser pago à vista ou parcelado.
O prêmio único poderá ser 
fracionado e, nesse caso, não 
será permitida a cobrança de 
quaisquer valores adicionais a 
título de custo administrativo 
de fracionamento. Exemplo: 
custo de cobrança – boletos.
23
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Nas alterações de valores no seguro que resultarem em restituição de prê-
mio ao segurado (endossos de restituição), os valores a serem restituídos 
estarão sujeitos à atualização monetária segundo índice a ser definido na 
condição contratual do seguro contratado.
 — Cláusula de Pagamento do Prêmio
Esta cláusula prevê as formas disponibilizadas ao segurado para pagamento 
do prêmio de seguro especificado na apólice, indicando as possibilidades 
de pagamento à vista ou de forma fracionada conforme acordado quando 
da negociação do seguro.
O prêmio de seguro poderá ser único, periódico ou possuir outra estrutu-
ração prevista nas condições contratuais.
No caso dos seguros que possuírem coberturas intermitentes, os prêmios pode-
rão ser calculados e pagos em função do período de utilização da cobertura.
Falta de Pagamento de Prêmios
O texto da cláusula de pagamentos também prevê as providências a serem 
adotadas no caso de falta de pagamento.
Acarreta o cancelamento da apólice:
Nos seguros com parcela única – o não pagamento do prêmio na respec-
tiva data limite.
Nos seguros com prêmio fracionado – o não pagamento da primeira par-
cela na respectiva data limite.
E o não pagamento de parcela subsequente à primeira nos seguros com 
prêmio fracionado?
Segundo a Circular Susep 621/2021, tal fato implicará no ajuste do prazo 
de vigência da respectiva cobertura em função da relação proporcional 
entre o prêmio efetivamente pago e a totalidade do prêmio de seguros. 
Exemplo: Tendo pago 50% do prêmio devido, o segurado teria direito a 
50% da vigência do seguro (critério pro rata temporis).
Entretanto, pode ser definido outro critério para essa mesma situação, des-
de que leve em consideração a relação entre o prêmio já pago e a totalida-
de do prêmio do seguro.
Exemplo: Critério do Prazo Curto (prática atual do mercado).
O que ocorre com o não pagamento se o prazo de vigência não houver expirado?
Se o novo prazo de vigência não houver expirado, o segurado poderá res-
tabelecer o pagamento do prêmio da parcela vencida, dentro desse novo 
prazo, acrescido dos juros moratórios.
24
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
E quando o novo prazo expirar sem que o pagamento tenha sido feito?
Findo o novo prazo de vigência ajustado, sem que tenha sido efetuado o 
pagamento do prêmio, a cobertura será automaticamente suspensa e a 
seguradora cancelará a apólice, tão somente comunicando esse fato por 
escrito ao segurado.
E em relação ao prêmio periódico?
Quando o prêmio for periódico, caso o pagamento não seja efetuado no pra-
zo estipulado, a sociedade seguradora poderá cancelar o seguro ou, alter-
nativamente, de forma isolada ou combinada, adotar as seguintes regras:
I. Garantir a cobertura dos sinistros ocorridos durante o período de ina-
dimplência, podendo haver a cobrança do prêmio devido ou, quan-
do for o caso, seu abatimento do valor da indenização.
II. Suspender a cobertura durante o período de inadimplência, não sen-
do permitida a cobrança dos prêmios referentes a este período.
Importante
1. Obrigatoriamente deve ser previamente comunicado ao segurado ou ao seu represen-
tante legal, por escrito ou por qualquer meio que se possa comprovar nas formas pre-
vistas em lei, sobre qualquer providência que venha a ser adotada pela seguradora nos 
casos de atraso ou falta de pagamento do prêmio do seguro.
2. O cancelamento do seguro não pode ser realizado caso o prêmio tenha sido pago à 
vista, mediante financiamento obtido junto a instituições financeiras, nos casos em que o 
segurado deixar de pagar o financiamento.
 — Cláusula de Indenização 
A presente cláusula estabelece que haverá obrigatoriamente, por conta da 
sociedade seguradora, até os limites máximos de indenização estabeleci-
dos, dos seguintes custos:
 ■ as despesas de salvamento comprovadamente efetuadas pelo 
segurado durante e/ou após a ocorrência de um sinistro; 
 ■ os valores referentes aos danos patrimoniais comprovadamente cau-
sados pelo segurado e/ou por terceiros na tentativa de evitar o sinistro, 
minorar o dano ou salvar a coisa.
25
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Observação
Pode ser oferecida cobertura específica exclusivamente para cobrir as despesas de sal-
vamento e os valores referentes aos danos patrimoniais previstos nesta condição.
Apuração de Prejuízos
O texto da cláusula de indenização esclarece também se a apuração dos 
prejuízos, em caso de sinistros, será realizada com base no valor de novo 
ou no valor atual do bem sinistrado, sem prejuízo de combinação de cri-
térios em diferentes períodos, devendo ainda ser observado o seguinte:
 ■ Para apuração dos prejuízos com base no valor atual do bem, os crité-
rios de depreciação devem ser especificados quando da contratação 
do seguro ou de sua renovação. 
 ■ Quando forem utilizados valores de referência para a quantificação da 
indenização, deverão ser informadas a fonte e a data para sua apuração.
Estudaremos em mais detalhes, na unidade 5, exemplos sobre valor atual, 
valor de novo e depreciação.
 — Cláusula de Comunicação, 
Regulação e Liquidação de Sinistros
Esta cláusula informa quanto aos procedimentos para comunicação, regu-
lação e liquidação de sinistros, incluindo a listagem dos documentos bási-
cos previstos a serem apresentados para cada cobertura. 
A comunicação do sinistro à seguradora deverá ser feita por escrito e ime-
diatamente após sua ocorrência, indicando:
 ■ data, hora, local, descrição detalhada da ocorrência e das causas 
prováveis do sinistro, bens sinistrados e estimativa dos prejuízos;
 ■ relação dos bens sinistrados e comprovação da preexistência dos 
mesmos (notas fiscais, demonstrativos contábeis);
 ■ relação de todos os seguros que existem sobre os mesmos bens 
ou responsabilidades.
O segurado deverá estar ciente de que: 
 ■ Não pode iniciarreparos dos danos sem prévia autorização da 
seguradora, salvo para atender interesse público ou evitar agrava-
ção dos prejuízos. 
 ■ Não há fixado prazo máximo para a comunicação de sinistros à 
seguradora. 
26
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ O prazo máximo para recebimento dos sinistros é de 30 dias, 
contados a partir da entrega de todos os documentos básicos, e, 
havendo solicitação de documentação complementar, esse prazo 
será suspenso, voltando a correr a partir do dia útil subsequente 
àquele em que forem atendidas as exigências.
 ■ O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará a 
aplicação de juros de mora, estabelecidos na condição contratual 
do seguro, a partir daquela data, sem prejuízo de sua atualização, 
nos termos da legislação específica.
 ■ O não pagamento da indenização no prazo previsto também impli-
cará a aplicação de atualização monetária, segundo índice expres-
so na condição contratual do seguro, a ser aplicada a partir da data 
da ocorrência do sinistro.
Direitos do Segurado
Caso o processo de regulação de sinistros conclua que a indenização não 
é devida, o segurado deverá ser comunicado formalmente, com a justifica-
va para o não pagamento, dentro do prazo previsto. 
As condições contratuais poderão admitir, para fins de indenização, pre-
ferencialmente, as hipóteses de pagamento em dinheiro, reposição ou 
reparo do bem ou prestação de serviços, sem prejuízo de outras formas 
pactuadas mediante acordo entre as partes.
Na impossibilidade de reposição ou reparo do bem segurado à época da 
liquidação, dentro do prazo previsto, a indenização deverá ser paga obri-
gatoriamente em dinheiro.
Na hipótese de reparo do bem, o prazo para liquidação do sinistro poderá 
ser estendido, de acordo com o previsto nas condições contratuais, pelo 
tempo necessário à conclusão desse reparo.
 — Cláusula de Reintegração
É cláusula que especifica se o limite máximo de garantia poderá ser reinte-
grado quando da ocorrência do sinistro.
Reintegrar o limite máximo de indenização de um seguro é fazer com que 
seu valor, após a liquidação de um sinistro parcial, volte ao valor original. 
Para que o seguro não se torne insuficiente, é necessário que o limite máxi-
mo de indenização seja reintegrado. 
Segundo a Circular nº 621/2021, a reintegração poderá ser facultativa, 
mediante eventual cobrança de prêmio adicional, calculado a partir da data 
da ocorrência do sinistro até o término de vigência do contrato, ou auto-
mática, observada a regulamentação específica de cada ramo de seguro. 
27
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Cláusula de Perda de Direitos
Trata-se de cláusula específica que prevê em quais situações o segurado 
perderá o direito à indenização tais como:
 ■ Agravação intencional do risco.
 ■ Apresentação de declarações inexatas ou omissão de circunstâncias 
que possam influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio.
O segurado deverá estar ciente ainda de que tem a obrigação de comuni-
car à seguradora, logo que saiba, sobre qualquer fato que possa agravar 
consideravelmente o risco coberto.
Quando a inexatidão ou a omissão nas declarações não resultar de má-fé 
do segurado, a sociedade seguradora poderá tomar algumas medidas, 
desde que seja no prazo de quinze dias após o recebimento do aviso. Veja 
quais são essas medidas:
I. na hipótese de não ocorrência de sinistro: 
a) cancelar o seguro, podendo reter do prêmio originalmente 
pactuado a parcela proporcional ao tempo decorrido; 
b) mediante acordo, permitir a continuidade do seguro, poden-
do cobrar a diferença de prêmio cabível ou restringir termos e 
condições da cobertura contratada. 
II. na hipótese de ocorrência de sinistro sem indenização integral: 
a) após o pagamento da indenização, cancelar o seguro, poden-
do reter do prêmio originalmente pactuado a parcela calcu-
lada proporcionalmente ao tempo decorrido, acrescido da 
diferença cabível;
b) permitir a continuidade do seguro, podendo cobrar a diferença 
de prêmio cabível ou deduzi-la do valor a ser indenizado, ou 
restringir termos e condições da cobertura contratada.
III. na hipótese de ocorrência de sinistro com indenização integral:
a) após o pagamento da indenização, cancelar o seguro, podendo 
deduzir do valor a ser indenizado a diferença de prêmio cabível.
 — Cláusula de Rescisão e 
Cancelamento do Contrato de Seguro
A presente cláusula adotada pelo mercado visa fixar as regras de rescisão 
e cancelamento do contrato de seguro, no todo ou em parte, consistindo, 
basicamente, nas seguintes situações:
28
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ por inadimplemento do segurado;
 ■ por perda de direito do segurado;
 ■ por esgotamento do limite máximo de garantia da apólice;
 ■ quando a indenização ou série de indenizações pagas atingirem 
o limite máximo de indenização de uma determinada cobertura, 
situação em que o cancelamento afetará apenas essa cobertura;
 ■ pela concordância recíproca entre segurado e seguradora, por 
escrito, caso em que o cancelamento será denominado rescisão. Na 
hipótese de rescisão a pedido da seguradora, esta retém do prêmio 
recebido, além dos emolumentos, a parte proporcional ao tempo 
decorrido (critério pro rata). Na hipótese de rescisão a pedido do 
segurado, além dos emolumentos, o mercado pratica a retenção do 
prêmio calculado de acordo com a seguinte Tabela de Prazo Curto:
PRAZO (ATÉ) % DO PRÊMIO RETIDO PRAZO (ATÉ)
% DO PRÊMIO 
RETIDO
15 dias 13 195 dias 73
30 dias 20 210 dias 75
45 dias 27 225 dias 78
60 dias 30 240 dias 80
75 dias 37 255 dias 83
90 dias 40 270 dias 85
105 dias 46 285 dias 88
120 dias 50 300 dias 90
135 dias 56 315 dias 93
150 dias 60 330 dias 95
165 dias 66 345 dias 98
180 dias 70 365 dias 100
Os percentuais correspondentes aos prazos registrados na tabela são apli-
cados ao valor do prêmio anual do seguro. Para percentuais diferentes da 
tabela, adotam-se os percentuais imediatamente inferiores.
Entretanto, a Circular Susep 621/2020 passou a desobrigar o uso da tabela 
de prazo curto e permite que o mercado passe a adotar o critério propor-
cional ao tempo decorrido (pro rata) mesmo para a rescisão solicitada pelo 
segurado.
Nos casos de rescisão que gerar restituição, os valores devidos a título de 
devolução de prêmios, no caso de cancelamento do contrato e estarão 
sujeitos à atualização monetária. Tal atualização monetária, segundo índice 
29
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
a ser definido no seguro contratado, aplica-se a partir da data do recebi-
mento da solicitação de rescisão, se solicitada pelo segurado, ou da data 
da emissão da rescisão, se solicitada pela seguradora. (Circular Susep nº 
668/2022).
 — Outras Disposições Contratuais
As condições contratuais abordam ainda os seguintes temas:
 ■ As questões judiciais entre o segurado e a sociedade seguradora 
serão processadas no foro do domicílio do segurado ou beneficiá-
rio, conforme o caso. 
 ■ A definição do beneficiário do seguro, quando couber, se dará por 
cláusula específica.
 ■ A sub-rogação de direitos, quando couber, se dará por cláusula 
específica. 
30
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Analise as proposições e marque a alternativa correta
1. Todos os produtos necessitam de um conjunto de textos que compõem 
o contrato de seguro, os quais apresentam todos os termos e as condi-
ções daquele determinado produto, tais como: deveres, obrigações, riscos 
cobertos e excluídos, e que devem estar redigidos de forma clara e objeti-
va, não dando margem a possíveis dúvidas ou mesmo dupla interpretação. 
Esse conjunto de textos é chamado de:
(a) Condições Especiais.
(b) Condições Internas.
(c) Condições Contratuais.
(d) Condições Particulares.
(e) Cláusulas Acessórias.
2. Por meio da Cláusula de Formas de Contratação, deve ser estabelecido 
o modo como se dará a fórmula do cálculo da indenização dascoberturas 
em caso de eventual sinistro. Essas formas podem variar entre os produ-
tos existentes no mercado. Os contratos de danos podem apresentar as 
seguintes formas de contratação: 
(a) Risco Absoluto, Risco Relativo e Risco Total.
(b) Condições Gerais, Especiais e Particulares.
(c) Prêmio de Risco, Prêmio Estatístico e Prêmio Comercial.
(d) Apólice, Bilhete e Averbação.
(e) Condições Contratuais e Condições Gerais.
3. Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados 
em caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos 
bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade propor-
cional de cada seguro existente. Estamos falando da Cláusula de: 
(a) Renovação.
(b) Formas de Contratação.
(c) Bens Excluídos.
(d) Concorrência de Apólices.
(e) Sub-rogação de Direitos.
31
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
4. Ela poderá ser facultativa, mediante eventual cobrança de prêmio adi-
cional, calculado a partir da data da ocorrência do sinistro até o término de 
vigência do contrato, ou automática, observada a regulamentação especí-
fica de cada ramo de seguro. Estamos falando da: 
(a) Cláusula de Indenização.
(b) Cláusula de Reintegração. 
(c) Cláusula de Sub-rogação.
(d) Cláusula de Concorrência de Apólices.
(e) Cláusula de Renovação.
Consulte o gabarito clicando aqui.
32
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
02
O PRODUTO de 
SEGURO DE DANOS
e seus ELEMENTOS
 ■ Conhecer os elementos que fazem parte 
da concepção de um produto de seguro 
de danos, compreendendo as etapas do 
desenvolvimento de um produto de seguros. 
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
⊲ ELEMENTOS DE UM 
 PRODUTO DE SEGUROS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
33
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Esta unidade visa demonstrar os elementos que compõem um produto de 
seguros de danos, ou seja, que fazem parte de sua concepção.
É de muita importância que o corretor adquira conhecimento acerca do 
que está contido em um produto de seguro disponível no mercado, pois tal 
conhecimento explicará muito de seu dia a dia em relação à contratação 
de seguros e à sua relação com a seguradora que representa.
 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO 
 — Concepção
Os produtos de seguro do mercado são concebidos com base em demanda 
de mercado percebida e para um público-alvo definido (clientes potenciais).
Este é o momento em que são definidos pontos fundamentais, como: bens 
a garantir, riscos cobertos e excluídos; coberturas a oferecer para o seg-
mento focado; políticas de aceitação, segmentação e precificação. 
É importante que o corretor tome conhecimento de como se dá uma con-
cepção dessa natureza e seus pontos-chaves, pois explica muito o cotidia-
no da operação de cotação e aceitação do produto a ele disponibilizado 
pelas seguradoras. O correto entendimento desse processo acrescenta 
muito, tendo em vista que o corretor é o principal distribuidor dos seguros 
de danos e o foco das seguradoras no momento da concepção dos produ-
tos, em função do importante canal que representa.
34
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
As políticas de aceitação, segmentação e precificação integram as regras 
de subscrição do produto desenvolvido. 
Pode-se dizer que as regras de subscrição de um produto são a tradução 
de sua estratégia de atuação, pois devem conter os elementos técnicos 
que possibilitam a atuação do produto no mercado, tal como planejado, e 
o atingimento dos resultados almejados. 
 — Processos (Operação)
De extrema importância, a definição de processos e sistemas oferece sus-
tentação a toda a operação do produto. 
São ferramentas e rotinas que otimizam a operação do produto em todos 
seus processos, o que inclui: cotação, emissão, inspeção, aceitação, remu-
neração, sinistros, entre outros.
As seguradoras planejam, executam e testam tais processos e sistemas 
para se certificarem de que tudo está fluindo da forma mais eficiente.
Para seguros massificados, o fator custo de operação é muito importante e 
passa necessariamente por processos e sistemas otimizados.
 — Avaliação, Revisão e 
Manutenção do Produto
Administrar produtos massificados requer necessariamente avaliar cons-
tantemente se o produto continua atendendo aos seus objetivos, o que 
inclui verificar se os processos estão fluindo de forma satisfatória e se os 
resultados atingidos estão dentro do planejado. 
As seguradoras estão atentas a esses pontos e podem promover ajustes 
se algo fugir do planejado, o que definimos como manutenção constante.
São manutenções que podem atingir todos os pontos da concepção dos 
produtos, abrangendo ajustes de precificação, segmentação, aceitação, 
processos ou sistemas, entre outros, dependendo da necessidade de cor-
reção para manter os objetivos. 
35
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ELEMENTOS DE UM 
 PRODUTO DE SEGUROS 
 — Política de Aceitação de Riscos 
Todo produto de seguro dos ramos elementares possui algum tipo de 
política de aceitação, normalmente, relacionada ao chamado “apetite para 
assumir riscos”, que se resume na capacidade que cada seguradora apre-
senta para administrar um determinado ramo de seguro ou, simplesmente, 
determinados riscos.
Na política de aceitação estão definidos os segmentos em que se preten-
de atuar, evitar ou excluir durante a operação do produto (será abordado 
adiante no tópico Atividade e Riscos Excluídos).
Conheça os instrumentos ou meios de aplicação de uma política de acei-
tação, a seguir.
Sistema de cálculo
Permite a obtenção, na “ponta de vendas”, de cotações perfeita-
mente ajustadas à política do produto.
Guidelines
São os manuais de aceitação (documentos internos da segurado-
ra) que traduzem todas as regras de aceitação do produto para 
seus mais variados segmentos de atuação. Orientam as equipes 
de subscrição da seguradora em sua atuação cotidiana e podem 
nortear a atuação da área comercial na busca pelos riscos ajusta-
dos à estratégia de atuação dos produtos.
Regimento de alçada
Constante do guideline do produto, especifica quais alçadas 
devem ser consultadas formalmente para fins de aceitação dos 
riscos, levando em conta as características do objeto segurado. 
A utilização desse instrumento agrega maior segurança ao gerencia-
mento da operação, principalmente, na análise de riscos mais gravosos.
Regras de inspeção
Indicam aqueles casos que necessitam da visita de técnicos quali-
ficados ao local do risco, com o objetivo de analisar as condições 
físicas e protetivas das instalações e a adequação dos riscos frente 
às coberturas que se pretende segurar. 
36
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Outros meios
Uma política de aceitação pode também expressar-se na aplica-
ção de regras de franquias, preços ou comissionamento diferen-
ciados, conforme o segmento do risco envolvido. 
A política de aceitação pode contemplar condicionantes para 
determinados tipos de risco, ou seja, pré-requisitos obrigatórios 
que permitam o aceite de determinados segmentos como siste-
mas de proteção, renovação sem sinistro, região de localização, 
características construtivas, idade do risco etc.
 — Segmentação 
Todo produto de ramos elementares prevê algum tipo de segmentação 
em sua tarifa (critérios tarifários) que diferenciará a taxa a ser aplicada em 
função das características do bem segurado e da cobertura oferecida.
A segmentação faz parte da colocação em prática da estratégia de atua-
ção do produto conforme o foco de atuação pretendido.
A liberdade tarifária existente hoje no mercado faz com que cada segura-
dora possua seus próprios critérios, ou seja, precifique seus riscos segun-
do regras próprias, o que explica a existência de tarifas diferentes, entre as 
seguradoras, para uma mesma modalidade de seguro.
Com o advento das ferramentas sistêmicas de cálculo, contratação e emis-
são de seguros, hoje é possívelconceber tarifas mais segmentadas e com-
plexas, de acordo com a especificidade de cada produto.
Uma correta segmentação evita o uso de taxas médias para riscos de 
características diferentes, pois identificar exatamente cada atividade segu-
rada permite ajustar o preço da forma mais personalizada possível, tra-
zendo maior competitividade para a tarifa nos segmentos mais atrativos e 
atribuindo maior peso ao preço de riscos mais gravosos.
Alguns exemplos de segmentação praticada pelo mercado em função do 
tipo de produto podem ser vistos no quadro a seguir:
37
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
EXEMPLOS DE SEGMENTAÇÃO EM FUNÇÃO DO TIPO DE PRODUTO
■ Região de circulação
■ CEP de domicílio
■ Marca/Modelo/Ano-modelo
■ Classe de bônus
■ Características dos usuários 
(Perfil)
■ Outras
■ Região de localização (CEP)
■ Tipo de imóvel (casa ou 
apartamento
■ Tipo de utilização (habitual ou 
veraneio)
■ Se o condomínio é fechado
■ Tipo de construção (Se alvenaria 
ou não alvenaria)
■ Outras
■ Porte da empresa
■ Região de localização (CEP)
■ Natureza da atividade 
(industrial, comercial ou serviços)
■ Atividade (Ex.: metalúrgica, ind. 
plásticos, química etc.)
■ Tipo de construção (superior, 
sólida, mista ou inferior)
■ Tipo de proteção contra 
incêncio (extintores, hidrantes etc.)
■ Tipo de proteção contra roubo 
(alarme, vigilância etc.)
■ Outras 
■ Tipo de condomínio (residencial, 
comercial, misto, etc.)
■ Região de localização (CEP)
■ Número de pavimentos 
■ Tipo de construção (superior, 
sólida, mista ou inferior)
■ Tipo de proteção contra 
incêndio (extintores, hidrantes etc.)
■ Tipo de proteção contra roubo 
(alarme, vigilância etc.)
■ Números de vagas de garagem
■ Outras
■ Natureza do equipamento 
(móvel, estacionário)
■ Tipo do equipamento (trator, 
guindaste, empilhadeira, torno, tear etc.)
■ Aplicação (comércio, indústria 
metalúrgica, obras, minas, atividade 
sobre ou próxima à água etc.)
■ Idade do equipamento
■ Uso próprio ou locação 
■ Região de atuação
■ Outras
■ Porte da embarcação
■ Tipo de embarcação (motor, vela etc.)
■ Tipo de construção (fibra, 
madeira, mista, borracha etc.)
■ Idade da embarcação
■ Região de localização
■ Perfil de quem comanda (tempo 
e tipo de habilitação)
■ Acondicionamento em 
marina/iate clube ou não 
acondicionada 
■ Se participa de competição 
(Vela, velocidade, pesca etc.)
■ Âmbito de navegação (rios, 
lagos, baía, mares internos etc.)
■ Outras
Seguro de 
Automóvel
Seguro de 
Condomínio
Seguro de 
Equipamento
Seguro de 
Embarcações de recreio
Seguro 
Residencial
Seguro 
Empresarial
Cabe ao corretor conhecer bem o produto que tem ao seu dispor, para 
poder obter a cotação de seguro que melhor se adapte às necessidades 
de seu cliente. 
Quanto mais informações ele obtiver de seu cliente, mais adequado e até 
mais competitivo será o seguro oferecido. A informação completa é deter-
minante não apenas para obter um seguro adequado, mas também para 
evitar problemas futuros no momento de um eventual sinistro. 
38
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Atividades e Riscos Excluídos
A capacidade de lidar com os riscos excluídos, na maioria das vezes, está 
relacionada aos prejuízos experimentados em algum momento pela segu-
radora. Outra razão pode ser atribuída à periculosidade intrínseca que uma 
determinada atividade apresente como, por exemplo, uma fábrica de arti-
gos de madeira que, sem sistemas protecionais de combate a incêndio, 
certamente será um risco recusável em qualquer seguradora.
Outra hipótese que pode levar uma seguradora a incluir um determinado 
risco ou uma atividade no rol de riscos excluídos pode estar relacionada a 
uma condição do contrato de resseguro, pois os mesmos critérios que pos-
sam afetar os resultados de uma operação de seguros também afetarão os 
resultados da resseguradora.
As seguradoras normalmente dividem sua política de aceitação de riscos em:
 ■ riscos recusáveis: conhecidos como aqueles que não serão 
garantidos em hipótese alguma; 
 ■ riscos de aceitação restrita ou sob análise: aqueles que pode-
rão ser aceitos, dependendo da excelência dos sistemas de prote-
ção, combinada com a adoção de condições mais restritivas (fran-
quias elevadas, por exemplo).
Conheça a seguir alguns tipos de edificação, bens, riscos ou atividades 
que podem não ser aceitos.
Tipos de Edificações
 » Construções abertas, entendidas como toda edificação consti-
tuída de cobertura de telhado e desguarnecida de parede em 
todos os seus lados.
 » Construções semiabertas, sendo aquelas edificações consti-
tuídas de cobertura de telhado e desguarnecida de paredes 
ou portas em um dos lados.
 » Construção Mista/Inferior, definida como o imóvel que apresen-
ta estrutura, paredes ou cobertura com mais de 25% (vinte e cin-
co por cento) de material combustível (madeira, por exemplo). 
Bens
 » Dinheiro em espécie.
 » Obras de arte ou de valor estimativo de difícil avaliação.
 » Equipamentos, móveis ou utensílios instalados ao ar livre.
 » Determinados tipos de máquinas da indústria pesada (cami-
nhões, tratores, gruas, guindastes etc.).
39
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 » Equipamentos que operam sobre a água.
 » Equipamentos importados sem similar nacional.
Riscos
 » Riscos nucleares.
 » Cobertura de roubo para casa de veraneio.
 » Cobertura de valores em determinadas atividades.
 » Cobertura de vendaval, alagamento e outros eventos da natu-
reza em determinadas regiões do país.
Atividades
 » Armazéns que recebem mercadorias indiscriminadamente.
 » Fábricas de artigos de madeira.
 » Fábricas de colchões.
 » Fábricas de produtos químicos.
 » Boates.
 » Mineradoras.
 » Fábricas, depósito ou lojas de armas e munições.
 » Fábricas e depósitos de gás.
 » Lojas e depósitos de venda de peças de veículos usados.
 » Indústrias de produtos siderúrgicos.
 — Precificação
O objetivo básico da precificação de um produto é desenvolver taxas de 
seguro que cubram os sinistros e suas despesas, as despesas administra-
tivas e as despesas de angariação, resultando em lucro.
Saiba mais
O ato de precificar um produto de seguro é um processo prospectivo em que, ava-
liando resultados do passado, projeta-se um preço a ser praticado a partir de técnicas 
atuariais e estatísticas, tudo associado a um certo grau de incerteza. O desafio é, ao 
utilizar essas técnicas, prospectar de forma mais assertiva com base nos dados estatísti-
cos disponíveis que permitam atingir os resultados desejados.
Esse é um dos pontos mais sensíveis de um produto de seguros: a fixação 
de preços que integrarão sua tarifa de seguros.
40
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
É importante que o corretor de seguros possua um mínimo de conhe-
cimento sobre a dinâmica da formação do preço final de um seguro e 
seus componentes.
O objetivo aqui é abordar o assunto precificação de forma simples para o 
perfeito entendimento de seus princípios gerais.
O prêmio de seguro deve ser calibrado de forma a abranger os seguintes 
componentes que incidem sobre a operação dos seguros de danos:
 ■ Sinistros e despesas de sinistro.
 ■ Despesas administrativas das seguradoras.
 ■ Despesas de angariação.
 ■ Lucro.
Sinistros e despesas de sinistro
Sinistros: na composição do prêmio de seguro deve-se contemplar 
sinistros pagos aqueles que se encontram pendentes de pagamen-
to e aqueles que já ocorreram, mas ainda não foram avisados à 
seguradora. É a reserva IBNR, do inglês incurred but not reported, 
que significa Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados.
Despesas: incluem-se ainda no prêmio de seguro as despesas 
associadas ao processo de regulação e liquidação de sinistros 
(pagamentos de serviços de regulação terceirizados, por exemplo). 
Despesas administrativas das seguradoras
São as despesas que envolvem a operação do produto – por 
exemplo, custos de processamento, instalações daempresa, equi-
pamentos, estrutura, pessoal etc. – e que devem ser consideradas. 
Despesas de Angariação
Comissionamentos ou pró-labores pagos pela comercialização do 
produto que também deve estar previsto.
Também estão incluídas neste componente as campanhas comer-
ciais de remuneração a corretores.
Lucro
É a remuneração, esperada pela seguradora para seus acionistas, 
oriunda diretamente do produto e que deve estar incluída na pre-
cificação do seguro.
Existem diferentes etapas do prêmio de seguros até alcançar seu 
patamar de colocação no mercado.
Com base nos componentes do prêmio de seguro que estudamos 
até aqui, ou seja, aquilo que deve estar abrangido pela tarifa de um 
seguro, tal prêmio assume as seguintes denominações:
41
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 » Prêmio de Risco ou Estatístico.
 » Prêmio Puro.
 » Prêmio Comercial.
 » Prêmio Bruto ou Total.
Prêmio de Risco ou Estatístico
A precificação de um seguro de danos é um procedimento esta-
tístico, pelo qual se avalia o comportamento de uma carteira de 
seguros real ou projetada para a montagem de uma tarifa.
Desse conceito inicial advém o Prêmio de Risco ou Estatístico.
Prêmio de Risco é a parcela de prêmio angariado que é respon-
sável por arcar com o pagamento dos sinistros e suas despesas.
Essa variável é calculada por meio da multiplicação da frequência 
de sinistros pela indenização média ou pela divisão do total de 
indenizações pagas pela exposição de riscos segurados.
Pode também ser definido como o valor que deveria ser cobrado 
de cada item segurado para suportar o pagamento total de sinis-
tros da carteira (conceito do mutualismo). 
Alguns autores também denominam o prêmio de risco como 
“prêmio estatístico”.
42
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Para avaliar o Prêmio de Risco em uma carteira de clientes analisada no período de um 
ano, foram apurados os seguintes números:
Total de Clientes segurados = 3.250
Total de Sinistros pagos = R$ 720.000,00
Entende-se que:
PR é o Prêmio de Risco
PT é o Prejuízo Total
NR é o Número de Registros
Temos que: PR = PT Logo: PR = 720.000,00 = R$ 221,54
 NR 3.250
Conclusão: O prêmio de risco, que deve ser cobrado de cada item segurado da carteira 
analisada, necessário para arcar com o prejuízo total apurado é de R$ 221,54. Na hipóte-
se de a seguradora identificar que está praticando um prêmio menor que esse valor, uma 
das possibilidades de correção será providenciar a imediata revisão da composição do 
prêmio de seguro daquela carteira.
Prêmio Puro
O cálculo do Prêmio Puro se dá pela inserção de um coeficiente de 
segurança sobre o Prêmio de Risco.
Esse coeficiente de segurança é calculado pelo Departamento 
Atuarial e Estatístico da seguradora e objetiva proporcionar maior 
segurança nas análises contra flutuações indesejáveis de riscos 
futuros, evitando com que o componente sinistro e suas despesas 
possam variar.
Sua aplicação também se justifica em função do tamanho da amos-
tra estatística estudada e sua confiabilidade.
Em outras palavras, tal coeficiente amplia a margem de segurança 
contra variações inesperadas nos índices de sinistralidade previstos.
43
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Tomando ainda por base os dados do exemplo anterior, a seguradora sabe que para 
o período seguinte ao analisado, há uma expectativa de aumento da sinistralidade em 
função de análises prévias do produto. Para tanto, ela resolveu incluir uma margem de 
segurança de 20%.
Assim, temos que: PP = PR × (1 + MS) Logo: PP = R$ 221,54 × 1,2 = R$ 265,85 
Entende-se que:
PP é o Prêmio Puro 
PR é o Prêmio de Risco
MS é a Margem de Segurança
Prêmio Comercial
O Prêmio Puro por si só não é suficiente para cobrir a operação 
de comercialização do seguro em sua integralidade. Lembre-se de 
que ele é suficiente apenas para arcar com o componente sinistro 
e suas despesas.
Sabemos que a operação de comercialização de um seguro 
prevê a necessidade de que o prêmio de seguro seja capaz 
também de arcar, em sua totalidade, com os componentes Des-
pesas Administrativas (DA), Despesas de Angariação (Despesas 
Comerciais) e Lucro.
Sendo assim, chegou o momento de agravar ou, como se diz no 
mercado, carregar o Prêmio Puro com as parcelas que cubram tais 
componentes.
Em outras palavras, o Prêmio Comercial corresponde ao Prêmio 
Puro acrescido dos carregamentos referentes à Despesa Adminis-
trativa + Despesas Comerciais + Lucro. 
44
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Continuando com os dados do exemplo anterior, consideremos agora a aplicação de um 
carregamento de 40%, assim composto:
Despesas Administrativas = 15%
Despesas Comerciais = 15% 
Lucro = 10%
Entende-se que:
DA = Despesas Administrativas
DC = Despesas Comerciais
L = Lucro 
PC = PP
 1 - (DA + DC + L)
Logo PC = 265,85 ou 265,85 = R$ 443,08
 (1-0,4) 0,60
O Prêmio de R$ 443,08 é suficiente para arcar com os componentes de sinistro e suas 
despesas (com margem de segurança), despesas administrativas, despesas de angaria-
ção e lucro desejado.
Prêmio Bruto ou Prêmio Total 
Este componente do prêmio configura-se como a última etapa do 
cálculo do prêmio de seguro, em que deverão ser acrescentados 
ao Prêmio Comercial os encargos correspondentes aos juros de 
parcelamento (adicional de fracionamento) e aos impostos (IOF).
45
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Ainda com base nos dados anteriores, temos:
PB = (PC + AF) × (1 + IOF)
Onde:
PB = Prêmio Bruto
PC = Prêmio Comercial
AF = Adicional de Fracionamento
IOF = Imposto Sobre Operações Financeiras
Obs.:
1. Admita que o adicional de fracionamento seja um valor fixo de R$ 35,00.
2. O percentual do IOF para os seguros patrimoniais é de 7,38%.
Assim temos:
PB = (443,08 + 35,00) × (1 + 0,738)
PB = 478,08 × 1,0738 
PB = R$ 513,36
PRÊMIO COMPOSIÇÃO FINALIDADE
Prêmio de Risco ou 
Prêmio Estatístico
Calculado pela relação, veri-
fica entre o total de clientes 
segurados de um ramo de 
seguros e o total de sinistros 
pagos nessa mesma carteira.
Arcar com o pagamento dos sinis-
tros e suas despesas, sem consi-
derar as despesas administrativas, 
despesas de angariação e lucro.
Prêmio Puro Calculado pela inserção de 
um coeficiente de segurança 
aplicado sobre o prêmio de 
risco.
Ampliar a margem de segurança 
contra variações inesperadas nos 
índices de sinistralidade previstos.
Prêmio Comercial Corresponde ao prêmio puro 
carregado dos custos refe-
rentes às despesas adminis-
trativas, despesas comerciais 
e lucro.
Arcar com o pagamento dos sinis-
tros e com as despesas de uma 
carteira, considerando as despe-
sas administrativas, despesas de 
angariação e lucro.
Prêmio Bruto Corresponde ao prêmio 
comercial acrescido dos 
encargos correspondentes 
ao adicional de fracionamen-
to e IOF.
Definir prêmio final cobrado do 
segurado.
46
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. As seguradoras têm autonomia para aceitar ou não determinados riscos, 
estabelecer limites, segmentar produtos, tudo em função da sua estratégia 
mercadológica. Para isso, elas desenvolvem materiais internos que defi-
nem claramente essas regras (políticas). Estamos falando da Política de: 
(a) Aceitação.
(b) Preço. 
(c) Cálculo.
(d) Mercado.
(e) Manutenção.
2. A precificação de um seguro de danos é um procedimento estatístico, 
em que se avalia o comportamento de uma carteira de seguros real ou 
projetada para a montagem de uma tarifa. O prêmio a ser cobrado pela 
contratação do seguro é tipificado de acordo com o estágio da precifica-
ção. O tipo de prêmio que visa garantir à seguradora o mínimo para que 
ela possa arcar com os prejuízos de sinistros de uma determinada carteira 
é denominado:
(a) Prêmio Comercial. 
(b) Prêmio Bruto.
(c) Prêmio Total.
(d) Prêmio de Risco.
(e) Prêmio Líquido.Consulte o gabarito clicando aqui.
47
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
03
FORMAS de 
CONTRATAÇÃO de
SEGUROS de DANOS
SEGUROS PROPORCIONAIS e 
NÃO PROPORCIONAIS
 ■ Entender as formas de contratação dos 
seguros de danos – proporcionais e 
não proporcionais, percebendo assim a 
influência de cada modalidade no cálculo 
das indenizações de sinistros.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
⊲ SEGUROS PROPORCIONAIS
⊲ SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
48
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
O objetivo da presente unidade é adquirir conhecimento sobre as formas 
de contratação dos seguros de danos:
 ■ Seguros Proporcionais
 » Risco Total
 » Risco Relativo
 ■ Seguros Não Proporcionais
 » Risco Absoluto
A Circular Susep 621, de 2021, exige que os Planos de Seguros caracterizem 
sua forma de contratação, devendo ser a Risco Total, Risco Relativo ou Risco 
Absoluto. As duas primeiras formas pertencem à classificação de Seguros 
Proporcionais e a última é classificada como Seguro Não Proporcional 
Conhecer esses conceitos é de suma importância para o corretor de segu-
ro, para que ele compreenda as diferenças e assim possa identificar a 
melhor forma de contratação ou o produto que mais se adapta à necessi-
dade do seu cliente, visto que cada seguradora desenvolve seu produto 
com suas próprias regras. 
A correta orientação sobre as formas de contratação dos seguros de danos 
também previne quanto a problemas no momento de cálculo da indenização 
de um sinistro futuro. 
Dependendo da forma de contratação, um seguro mal dimensionado pode 
resultar na aplicação de rateio, penalizando o segurado no momento do 
cálculo da indenização final de um sinistro. 
Nota
Definições
Limite Máximo de 
Garantia (LMG)
É o valor fixado pela 
seguradora, com base nos 
critérios constantes na apólice. 
Ele representa a importância 
máxima a ser indenizada, 
resultante da ocorrência de 
um determinado evento, ou 
série de eventos, ocorridos 
durante a vigência da apólice, 
abrangendo uma ou mais 
coberturas contratadas.
Limite Máximo de 
Indenização (LMI)
É o valor fixado 
especificamente para a 
cobertura contratada pelo 
segurado. Ele representa o 
valor máximo a ser pago pela 
seguradora em decorrência 
de um sinistro ou série de 
sinistros garantidos por 
aquela cobertura específica, 
respeitado o Limite Máximo 
de Garantia (LMG) da apólice. 
49
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Importante
O rateio pode ser aplicado na forma de contratação proporcional e resulta na participa-
ção proporcional do segurado na indenização final, conforme o dimensionamento do 
seguro contratado, no que diz respeito aos valores em risco dos bens segurados.
A seguir, veremos mais detalhadamente os conceitos e as formas de con-
tratação dos Seguros Proporcionais e Seguros Não Proporcionais.
 SEGUROS PROPORCIONAIS 
Os Seguros Proporcionais recebem essa denominação porque estabele-
cem que em determinados casos de sinistros, em que haja a insuficiên-
cia de importância segurada ou o mal dimensionamento de valor em risco 
informado (conforme o tipo de seguro contratado), segurado e segurador 
participam, proporcionalmente, dos prejuízos. 
O art. 783 do Código Civil Brasileiro estabelece que: “Salvo disposição em 
contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a 
redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.”
Desse modo, o que caracteriza um seguro proporcional é a existência da cláu-
sula de rateio dos prejuízos entre o segurador e o segurado, quando o seguro 
é contratado de forma insuficiente, conforme estabelece o referido artigo.
A modalidade de contratação dos seguros proporcionais se divide em 
seguros a Risco Total e seguros a Risco Relativo, sendo este último mais 
frequente em boa parte dos contratos patrimoniais.
Vamos conhecer cada um deles:
 — Seguro a Risco Total 
É aquele em que, ao ser constatada a insuficiência do seguro, ou seja, 
quando o LMI é menor do que o valor do bem na data do sinistro (Valor em 
Risco Apurado - VRA), o segurado participa dos prejuízos na mesma pro-
porção dessa insuficiência, por meio do dispositivo contratual denominado 
cláusula de rateio. 
50
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Suponhamos, por exemplo, que um segurado realize o seu seguro cobrindo 
apenas 50% do seu bem. Em caso de sinistro parcial, sua indenização será 
equivalente a 50% dos seus prejuízos. Para o cálculo da indenização, nos 
Seguros Proporcionais a Risco Total, utilizam-se, portanto, os princípios da 
cláusula de rateio. Logo, o ônus recai sobre o segurado, que, em razão da insu-
ficiência de importância segurada, participa proporcionalmente dos prejuízos.
A razão de ser da aplicação da cláusula de rateio pode ser entendida nos 
exemplos apresentados a seguir:
Importante
Fórmula da Indenização - Risco Total:
I = LMI × P 
 VRA 
Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurados no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
51
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Na aplicação prática nº 1, o segurado contratou um LMI que, no momento da 
apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião do sinistro, se 
mostrou suficiente, portanto, não estará sujeito a rateio.
Exemplo
Aplicação Prática 1:
LMI = R$ 2.000.000,00 
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00 
Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
Assim temos:
I = LMI × P 
 VRA 
I = 2.000.000,00 × 500.000,00 = 500.000,00
 2.000.000,00 
Indenização final = R$ 500.000,00 (sem rateio)
52
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Na aplicação prática nº 2, o segurado contratou um LMI que, se mostrou 
insuficiente no momento da apuração do valor em risco (VRA) pela segu-
radora na ocasião do sinistro. Portanto, haverá rateio.
Determinação do LMI
Para a correta determinação do LMI, e assim não se preocupar com a apli-
cação da cláusula de rateio, o segurado deverá ser orientado a calcular, 
no momento da contratação do seguro de danos, o real valor dos bens 
expostos ao risco, ou seja, determinar qual seria o real valor de reposição 
e indicá-lo como a importância segurada da apólice (LMI). 
Nos seguros a Risco Total, o segurado não precisa declarar, no seguro, o 
Valor em Risco de seus bens, e sim apenas indicar o respectivo LMI para 
estes bens, calculado conforme definido anteriormente. 
É importante destacar que a seguradora não assume qualquer respon-
sabilidade por reconhecer o LMI como suficiente ou não ao interesse do 
seguro, uma vez que o segurado é sempre o responsável por todos os 
valores declarados na apólice.
Exemplo
Aplicação Prática 2:
LMI = R$ 1.000.000,00 
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00 
Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
Assim temos:
I = LMI × P 
 VRA 
I = 1.000.000,00 x 500.000,00 = 250.000,00
 2.000.000,00 
Indenização final = R$ 250.000,00 (houve rateio)
53
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Determinação do VRA
Na hipótese de sinistro, a seguradora apurará na data de ocorrência o Valor 
em Risco dos bens segurados, que receberá o nome de Valor em Risco 
 Apurado (VRA). Esse valor será então confrontado com o valor do LMI cons-
tante da apólice, com o objetivo de apurar a compatibilidade entre eles. 
Se ficar constatado que o valor em risco apurado (VRA -valor de reposição 
dos bens no dia do sinistro) é superior ao valor segurado (LMI), o segurado 
participará dos prejuízos. Já na situação inversa ou de igualdade, ou seja, 
se o VRA for igual ou menor que o LMI, o segurado não participará dos 
prejuízos e assim a cláusula de rateio não terá eficácia.
Concluindo:
No seguro a Risco Total, temos:
Se o LMI ≥ VRA = Não se Aplica Rateio. 
Se o LMI < VRA = Aplica-se o Rateio.
 — Seguro a Risco Relativo 
Como vimos anteriormente, nos seguros a risco total o segurado deve ser 
orientado a levantar o valor de reposição dos bens para nortear a fixação do 
LMI. Já nos seguros a Primeiro Risco Relativo, esse mesmo valor de repo-
sição deverá, obrigatoriamente, fazer parte da apólice e será identificado 
como Valor em Risco Declarado (VRD). 
Tanto o LMI quanto o VRD são informações que obrigatoriamente fazem 
parte da apólice de seguros a Risco Relativo.
Está estabelecida agora, para Riscos Relativos, uma relação entre LMI e 
VRD, ambos declarados no momento da contratação e, apesar de o VRD ser 
decisivo para a estipulação do LMI, eles não precisam necessariamente ser 
equivalentes em 100%. Essa relação implica no cálculo do prêmio de seguro, 
conforme veremos adiante.
Enquanto, nos seguros a Risco Total, o LMI deve corresponder ao VRA (valor 
em risco apurado no momento do sinistro) para não haver rateio da indeniza-
ção, no Risco Relativo, o VRD (valor em risco declarado no momento da con-
tratação do seguro) é que deve corresponder ao VRA para não haver rateio.
54
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Importante
Fórmula da Indenização – Risco Relativo:
I = VRD × P 
 VRA 
Onde:
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor em Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
Exemplo
Aplicação Prática 3:
LMI = R$ 1.600.000,00
VRD = R$ 2.000.000,00 
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00 
Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
Assim temos:
I = VRD × P 
 VRA 
I = 2.000.000,00 × 500.000,00 = 500.000,00
 2.000.000,00 
Indenização final = R$ 500.000,00 (sem rateio)
55
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Na aplicação prática nº 3, independentemente do LMI contratado, o segu-
rado declarou corretamente o valor em risco de seus bens (VRD) pois, no 
momento da apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião 
do sinistro, este VRD se mostrou adequado, não estando sujeito a rateio.
Exemplo
Aplicação Prática 4:
LMI = R$ R$ 1.000.000,00
VRD = R$ 1.000.000,00 
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00 
Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado 
Assim temos:
I = VRD × P 
 VRA 
I = 1.000.000,00 × 500.000,00 = 250.000,00
 2.000.000,00 
Indenização final = R$ 250.000,00 (houve rateio)
Na aplicação prática nº 4, independentemente do LMI contratado, o segu-
rado declarou incorretamente o valor em risco de seus bens (VRD) pois, no 
momento da apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião 
do sinistro, este VRD se mostrou inadequado, acarretando a aplicação 
de rateio.
Concluindo:
No seguro a Risco Relativo, temos:
Se o VRD > VRA = Não se Aplica Rateio 
Se o VRD < VRA = Aplica-se o Rateio
56
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Diante desse quadro, em que o VRD deve corresponder a, pelo menos, 
100% do VRA para que o segurado fique isento de rateio, resta o seguinte 
questionamento:
O mercado pode oferecer ao segurado uma certa flexibilidade no momento 
de estipular o VRD de seu seguro?
A resposta é sim e, para entender melhor esse ponto, temos de abordar o 
critério de Rateio Parcial.
 — Rateio Parcial
Quando utilizado, o critério de rateio parcial normalmente se manifesta de 
forma automática quando da contratação de seguros (exemplo: Seguros 
Empresariais no mercado).
O referido critério implica na redução da relação mínima prevista entre o 
VRD e o VRA do seguro que isente o segurado de rateio no momento do 
cálculo de sua indenização, reduzindo essa relação, por exemplo, de 100% 
para 80%.
Na prática, essa variação serve para atenuar os efeitos da aplicação do 
rateio tradicional bem como para compensar uma possível falha no cálculo 
do valor de reposição dos bens efetuado pelo segurado. 
Normalmente, os textos que estabelecem o seguro a risco relativo, apre-
sentam a seguinte redação básica de cláusula:
Fica entendido e acordado que se o valor em risco decla-
rado na apólice, para danos materiais, for inferior a 80% 
do valor em risco apurado no local, dia e hora do sinistro, o 
segurado participará da indenização em rateio.
O percentual de 80% indicado na cláusula é normalmente utilizado pelo 
mercado. Contudo, cada seguradora pode admitir valores diferentes. 
 A fórmula e a expressão para determinar a aplicação do rateio seriam:
1. Para a relação VRD > 80%, ou seja, VRD > 80% do VRA, então não 
se aplica rateio. VRA
2. Para a relação VRD < 80%, ou seja VRD < 80% do VRA, então o rateio 
será aplicado. VRA
Estudaremos os exemplos a seguir para fixar melhor esse conceito:
Um seguro é contratado a risco relativo com 80% de relação VRD/VRA.
57
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Exemplo 1
Prej. = R$ 50.000,00
LMI = R$ 100.000,00
VRD = R$ 120.000,00
VRA = R$ 150.000,00
Primeiro Passo: 
Calcular a relação VRD para determinar a aplicação ou não da cláusula de rateio.
 VRA
Relação VRD = 120.000 = 0,8 ou 80%
 VRA 150.000
Como o VRD não foi inferior a 80% do VRA, logo o rateio não será aplicado e a inde-
nização será então igual ao prejuízo (R$ 50.000,00).
Exemplo 2
Admita agora que o VRD constante da apólice seja igual a R$ 100.000,00
Relação VRD = 100.000 = 0,6666 ou 66,66%
 VRA 150.000
Conclusão: Como o VRD se mostrou inferior a 80% do VRA, logo o rateio será aplicado 
na seguinte proporção: 
Ind = 100.000 × 50.000 = 0,6666 × 50.000 = R$ 33.330,00
 150.000 
 — Prêmios nos Seguros a Risco Relativo:
Essa condição de contratação requer, normalmente, a aplicação de uma 
agravação no prêmio de seguro. 
De todo modo, e a título de informação, a tabela a seguir pode ser interpre-
tada como um exemplo de prática na cobrança dessa agravação, levando 
em conta a relação entre o LMI e o VRD:
58
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
RELAÇÃO LMI/VRD/COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO
LMI/VRD % COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO
100 1,00
90 1,08
80 1,16
70 1,26
60 1,37
50 1,50
40 1,68
Importante
Tanto em seguros a Risco Total como a Risco Relativo, nos sinistros em que houver fran-
quia e/ou Participação Obrigatória do Segurado (POS) e rateio, simultaneamente, serão 
calculados os prejuízos indenizáveis, aplicando-se as regras da franquia e da POS e 
depois as regras de rateio. 
 SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS 
 — Seguro a Risco Absoluto 
Os Seguros Não Proporcionais, também denominados Seguros a Risco Abso-
luto, são aqueles em que o segurador responde integralmente pelos prejuí-
zos até o montante do LMI (limite máximo de indenização) fixado na apólice.
Essa condição de contratação significa não aplicar rateio sobre os 
prejuízos apurados.
Nesse caso, durante o processo de regulação do sinistro, os prejuízos são 
confrontados apenas com o LMI da cobertura e, havendo suficiência de 
importânciasegurada, ou seja, Prejuízo < LMI da apólice, a indenização 
será processada com base em 100% dos prejuízos apurados, descontan-
do-se apenas a franquia ou POS, se houver.
59
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Essa forma de contratação objetiva simplificar o processo de regulação de 
sinistros e normalmente é aplicada em seguros com limites determinados 
de importância segurada como, por exemplo, em seguros empresariais.
Nos casos de seguros residenciais e condominiais, a prática de mercado é 
a contratação a risco absoluto.
Por fim, veja no quadro a seguir o significado e a aplicação das siglas estu-
dadas nessa unidade:
SIGLA SIGNIFICADO APLICAÇÃO
LMI Limite Máximo de Indenização
Valor fixado para garantia de 
uma cobertura específica. 
Representa o valor máximo de 
indenização.
VR Valor em Risco
Valor de reposição dos bens 
segurados. Deve servir de 
orientação no momento da 
contratação do seguro para a 
determinação do LMI.
VRD Valor em Risco Declarado
Valor de reposição dos bens 
segurados, obrigatoriamente, 
declarado na apólice, nas 
contratações a Primeiro Risco 
Relativo.
VRA Valor em Risco Apurado
Valor de reposição dos bens 
segurados, apurado pela 
seguradora, que será confron-
tado, no momento do sinistro, 
com o LMI, nos seguros con-
tratados a Risco Total, ou com 
o VRD, nos seguros a Risco 
Relativo.
Prej. (P) Prejuízo
Valor dos danos sofridos aos 
bens segurados, apurado pela 
seguradora no momento do 
sinistro. Serve de base para o 
cálculo da indenização.
Ind. (I) Indenização
Valor calculado pela segura-
dora para realizar o paga-
mento ao segurado pelos 
prejuízos sofridos.
60
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
QUADRO SIMPLIFICADO - FORMAS DE CONTRATAÇÃO
CONCEITOS
SEGUROS PROPORCIONAIS SEGURO NÃO PROPORCIONAL
RISCO TOTAL RISCO RELATIVO RISCO ABSOLUTO
POSSIBILIDADE 
DE RATEIO Sim. Sim. Não.
VRD (VALOR EM 
RISCO DECLARADO) Conceito não se aplica.
100% do VRA ou mínimo 
de 80% no Rateio parcial.
Não se aplica
LMI (LIMITE MÁXIMO 
DE INDENIZAÇÃO)
Obrigatoriamente igual 
ou maior que o VRA 
(LMI ≥ VRA).
Estipulação livre, de acor-
do com a necessidade do 
segurado.
Estipulação livre, de acordo com a 
necessidade do segurado.
VRA (VALOR EM 
RISCO APURADO)
Valor do bem no mo-
mento do sinistro (Valor 
de novo - Depreciação).
Valor do bem no momen-
to do sinistro (Valor de 
novo - Depreciação).
Valor do bem no momento do sinis-
tro (Valor de novo - Depreciação).
FÓRMULA
I = LMI x P
 VRA
I = VRD x P
 VRA
Indenização limitada 
ao LMI da Cobertura.
61
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 3 
1. É a forma de contratação em que, ao ser constatada insuficiência do 
seguro, ou seja, quando o LMI (limite máximo de indenização) for menor do 
que o valor do bem na data do sinistro (Valor em Risco Apurado - VRA), o 
segurado participará dos prejuízos na mesma proporção dessa insuficiên-
cia, por meio do dispositivo contratual denominado cláusula de rateio:
(a) Risco Absoluto.
(b) Risco Relativo.
(c) Risco Total.
(d) LMI.
(e) LMG.
2. Nesta forma de contratação, o segurado é responsável por declarar à 
seguradora o quanto vale seu patrimônio (Valor em Risco Declarado) no 
momento da contratação do seguro. Quando ocorre o sinistro, se a segura-
dora constatar que o Valor em Risco Declarado (informado na contratação) 
não condiz com o Valor em Risco Apurado (valor do bem na data e hora do 
sinistro), o segurado participará dos prejuízos na mesma proporção dessa 
insuficiência, por meio do dispositivo contratual denominado cláusula de 
rateio. Estamos falando do seguro contratado a: 
(a) Risco Absoluto.
(b) Risco Total. 
(c) Seguro não proporcional.
(d) LMG.
(e) Risco Relativo.
Consulte o gabarito clicando aqui.
62
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
04
 ■ Conhecer os critérios para classificação dos 
seguros de grandes riscos, compreendendo 
os limites e as regras estabelecidos para o 
desenvolvimento das condições contratuais.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
⊲ PRINCÍPIOS GERAIS
⊲ ENQUADRAMENTO
⊲ REGRAS PARA 
DESENVOLVIMENTO 
 DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS
⊲ ELEMENTOS MÍNIMOS DAS 
 CONDIÇÕES CONTRATUAIS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
 SEGUROS de
 GRANDES RISCOS
 GRUPO PATRIMONIAL
63
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 PRINCÍPIOS GERAIS 
A partir das normas estabelecidas pela Resolução CNSP 407, de 29/03/2021, 
as regras que regem os Seguros de Danos para cobertura de Grandes Riscos 
passam a ser estabelecidas mediante acordo entre segurado e seguradora. 
Estamos diante de um procedimento negocial extremamente flexível sob o 
ponto de vista do estabelecimento de contratos de seguro entre segurado 
e seguradora.
O conceito de maior liberdade negocial, introduzida pela resolução, se por 
um lado facilita as negociações entre segurado e seguradora e incentiva o 
conceito de inovação das coberturas de seguro, por outro, demanda dos 
corretores de seguro maior especialização e conhecimento técnico, neces-
sários para uma eficiente identificação e o direcionamento das necessida-
des de proteção de seus clientes.
As mudanças introduzidas para o desenvolvimento das condições contra-
tuais dos seguros classificados como grandes riscos não se limitam a fixar 
novas regras e limites de enquadramento. A partir de um conceito denomi-
nado “liberdade negocial ampla”, é possível descaracterizar o contrato de 
seguros de grandes riscos como um contrato de adesão, privilegiando 
assim a livre iniciativa entre as partes contratantes e desvinculando cada 
vez mais a atuação do Estado como agente normativo e regulador.
Saiba mais
O contrato de adesão se 
caracteriza pela obrigação de 
uma das partes (segurado) 
em aceitar, no todo e com 
pouquíssima possibilidade 
de alteração, os termos, as 
cláusulas e as condições 
estabelecidas pela outra parte 
(seguradora).
64
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ENQUADRAMENTO 
Enquadram-se como Seguros de Danos para cobertura de Grandes Riscos, 
os seguintes ramos:
I. Riscos de petróleo.
II. Riscos nomeados e operacionais (RNO).
III. Global de bancos.
IV. Aeronáuticos.
V. Marítimos. 
VI. Riscos nucleares.
VII. Crédito Interno (Segurado Pessoa Jurídica).
VIII. Crédito à Exportação (Segurado Pessoa Jurídica).
Enquadram-se também como Grandes Riscos todos os Demais Ramos de 
Danos, desde que contratados por pessoas jurídicas (inclusive no caso 
Tomador) e que apresentem, pelo menos, uma das seguintes características: 
a) limite máximo de garantia (LMG) superior a R$ 15.000000,00 (quinze 
milhões de reais); 
b) ativo total superior a R$ 27.000.000,00 (vinte e sete milhões de 
reais), no exercício imediatamente anterior; 
c) faturamento bruto anual superior a R$ 57.000.000,00 (cinquenta e 
sete milhões de reais), no exercício imediatamente anterior.
Importante
Para fins de enquadramento como Seguros de Riscos Nomeados e/ou Operacionais 
(RNO), é obrigatório que o LMG da apólice seja superior R$ 15.000000,00 (quinze 
milhões de reais). Anteriormente, a Circular Susep 565, de 24 de dezembro de 2017, 
classificava como RNO aqueles seguros com LMG superior a R$ 100.000.000,00. 
Saiba mais
1. Tomador: 
As empresas ao assumirem 
obrigações contratuais, 
por vezes, são obrigadas 
a apresentar algum tipo de 
contrapartida para garantir a 
execução do contrato.
Portanto, tomador é toda 
empresa que busca 
uma seguradora para se 
responsabilizar perante a 
terceiros pelas obrigações por 
ela assumidas, enquanto esses 
terceiros são entendidos como 
o beneficiário do seguro, no 
caso, segurado.
Esse termo é utilizado nas 
diversas modalidades do 
Seguro Garantia.
65
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Riscos Nomeados e Operacionais 
(RNO)
Riscos de Petróleo
Global de Bancos
Aeronáuticos
Marítimos
Nucleares
Crédito Interno (Segurado Pessoa 
Jurídica)
Créditoà Exportação (Segurado 
Pessoa Jurídica)
Ramos Específicos
LMG > R$ 15.000.000,00
Sem Limite Mínimo de LMG
1 - LMG > R$ 15.000.000,00 
ou
2 - Ativo Total > R$ 27.000.000,00
ou
3 - Faturamento Bruto > R$ 
57.000.000,00
A - Segurado ou Tomador deverá 
atender pelo menos uma entre as 
condições 2 ou 3.
B - Para o Tomador ou Segurado, 
poderá também ser considerado o 
enquadramento do Grupo 
Financeiro a que eles pertençam, 
devendo ser atendidas, em 
conjunto, as condições 2 e 3.
Demais Ramos 
(Exceto para Segurados 
Pessoa Física) 
Seguro Garantia
Condições a Serem 
Atendidas
Grandes Riscos
 REGRAS PARA DESENVOLVIMENTO 
 DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS 
A elaboração e a comercialização de contratos de seguros de danos para 
a cobertura de grandes riscos devem respeitar as seguintes regras, defini-
das pela Resolução CNSP 407/2021: 
 ■ Liberdade negocial ampla
Estimula a criatividade para a definição de termos e condições 
mais modernos e facilita trazer para o nosso mercado coberturas 
já consagradas e comercializadas no mercado externo.
66
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ Boa-Fé
Conceito de honestidade mundialmente consagrado no mercado 
de seguros.
 ■ Transparência e objetividade nas informações
Os termos de difícil compreensão dão lugar a critérios mais objeti-
vos para definir e explicar as cláusulas dos contratos de seguros.
 ■ Tratamento paritário entre as partes contratantes
Também conhecido como princípio da igualdade, assegura aos con-
tratantes (Segurado e Seguradoras), em situações de litígio, a inexis-
tência de supremacia de uma parte sobre a outra, justamente pelo 
fato das condições contratuais do seguro passarem a ser livremente 
negociadas e acordadas de forma expressa entre todos, nenhuma 
das partes pode alegar que se viu obrigada a aderir a uma determi-
nada condição a que agora se mostra desfavorável. 
 ■ Estímulo às soluções alternativas de controvérsias
A ideia aqui é estimular as cláusulas de arbitragem, que preveem, 
em casos de controvérsia sobre a aplicação das cláusulas do con-
trato, que duas ou mais pessoas de reconhecida experiência no 
tema em discussão possam dirimir as dúvidas levantadas sem a 
necessidade de judicialização do caso.
 ■ Intervenção estatal subsidiária e excepcional na formatação 
dos produtos
Com o conceito de liberdade negocial, o Estado, como órgão regu-
lador, deixa cada vez mais de exercer a função de regular temas 
simples como, por exemplo, os textos das condições do seguro.
As regras da resolução do CNSP estabelecem ainda que:
 ■ As condições contratuais devem ser negociadas e acordadas, de forma 
que haja manifestação de vontade expressa dos segurados e tomado-
res, ou de seus representantes legais, e da sociedade seguradora. 
 ■ Fica facultada às partes contratantes a adoção das regras constan-
tes de regulamentações específicas de outros ramos de seguros de 
danos, inclusive em relação aos conceitos e às definições técnicas. 
 ■ Qualquer alteração no contrato de seguro em vigor somente pode 
ser realizada com a concordância expressa das partes contratantes.
67
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ELEMENTOS MÍNIMOS E 
 OBRIGATÓRIOS NAS CONDIÇÕES 
 CONTRATUAIS DO SEGURO 
Não obstante os critérios mais liberais para se estabelecer as cláusulas dos 
contratos de seguros, algumas regras devem ser obrigatoriamente respei-
tadas, tais como:
 ■ as condições contratuais devem ter ordenamento lógico e ser 
expressas em linguagem clara e objetiva;
 ■ as obrigações ou restrições de direito do segurado têm de ser apre-
sentadas com destaque e clareza, principalmente os prejuízos inde-
nizáveis, não indenizáveis e bens não compreendidos no seguro;
 ■ as definições dos termos técnicos utilizados no seguro precisam 
constar em Glossário;
 ■ as consequências pela inadimplência do pagamento do prêmio 
também devem ser expressas em linguagem clara e objetiva. 
Ainda em caráter obrigatório, devem constar expressamente nas condi-
ções contratuais cláusulas dispondo, no mínimo, sobre os seguintes temas: 
 ■ âmbito geográfico das coberturas; 
 ■ pagamento de prêmio; 
 ■ riscos cobertos e excluídos; 
 ■ exata definição do início e do término das obrigações; 
 ■ procedimento para renovação do seguro, quando for o caso; 
 ■ critério de alteração e atualização de valores; 
 ■ comunicação, regulação e liquidação de sinistros, incluindo a docu-
mentação mínima e o fluxo geral para regulação de sinistro; 
 ■ hipóteses de extinção contratual; 
 ■ franquias, participações obrigatórias do segurado, carências e 
reintegração, quando houver; 
 ■ limite máximo de indenização (LMI) e/ou limite máximo de garantia 
(LMG), conforme o caso; 
 ■ aplicabilidade da cláusula de concorrência de apólice, quando 
houver;
68
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 ■ perda de direitos.
 — Elementos de Livre Negociação
Os elementos de livre negociação a serem observados na elaboração das 
condições contratuais são os seguintes: 
 ■ Observada a regulamentação contábil vigente, os contratos de 
seguros poderão prever coberturas relativas aos diferentes ramos 
dos seguros de danos. 
 ■ As condições contratuais poderão prever cobertura para quais-
quer eventos, na forma all risks, com exceção dos riscos expres-
samente excluídos. 
 ■ Todas as anuências exigidas dos proponentes e segurados, ou 
seus representantes legais, tais como assinaturas, envios de docu-
mentos e/ou comunicados entre as partes contratantes, podem se 
dar com a utilização de meios remotos, nos termos da regulamen-
tação específica. 
 ■ As condições contratuais, as notas técnicas atuariais e a política 
de subscrição dos riscos não estão sujeitas à aprovação prévia por 
parte da Susep, devendo, no entanto, ser mantidos sob guarda da 
seguradora. Incluem-se nessa condição, os documentos compro-
batórios relativos à contratação do seguro. 
 ■ Na hipótese de seguros com averbação, as consequências pelo 
não pagamento de qualquer averbação deverão estar previstas 
nas condições contratuais do seguro, devendo ser observado que 
os bens ou interesses relativos aos prêmios já pagos continuarão 
com cobertura até o fim da vigência dos riscos averbados.
Saiba mais
Averbação é um documento 
pelo qual o segurado informa 
à seguradora os dados 
referentes aos bens que 
estão sendo periodicamente 
incluídos na apólice, com o 
objetivo de garantir a cobertura 
em caso de sinistro e permitir a 
devida cobrança do prêmio.
Nos seguros do ramo 
transportes, a averbação é 
o documento pelo qual o 
segurado informa à seguradora 
os dados referentes às notas 
fiscais e as características 
das mercadorias que foram 
embarcadas para transporte.
69
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA 
 OS SEGUROS DO GRUPO 
 PATRIMONIAL 01 DA SUSEP 
 (ALVO DE NOSSOS ESTUDOS) 
Para alguns ramos do Grupo Patrimonial, a resolução do CNSP estabeleceu 
as condições específicas, a seguir.
 — Riscos Nomeados e 
Operacionais (RNO)
Os seguros enquadrados no ramo Riscos Nomeados e Operacionais (RNO) 
visam garantir os riscos patrimoniais e são assim classificados: 
 ■ riscos nomeados: aqueles nos quais há clara identificação dos ris-
cos, possibilitando a enumeração das garantias oferecidas; 
 ■ riscos operacionais: aqueles nos quais a complexidade dos ris-
cos inviabiliza sua identificação. Portanto, ocorre a estipulação de 
cobertura de danos patrimoniais, estruturada na forma all risks, 
garantindo cobertura para quaisquer eventos, com exceção dos 
riscos expressamente excluídos. 
Como vimos anteriormente, os seguros de RN e RO deverão apresentar 
LMG superior a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).
 — Global de Bancos
O seguro global de bancos é destinado a bancos comerciais, bancos de 
investimento e demais instituições financeiras e visa cobrir, nos termos 
pactuados, os prejuízos sofridos pelo segurado em seus valores e bens 
face aos riscosde roubo, furto qualificado, destruição ou perecimento de 
valores e bens, dentre outros.
70
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Outros Ramos
Os ramos a seguir relacionados foram também objeto da resolução do 
CNSP e assim podem ser enquadrados como Seguros de Grandes Riscos:
 ■ Riscos de Petróleo.
 ■ Aeronáuticos.
 ■ Marítimos.
 ■ Riscos Nucleares.
 ■ Crédito Interno (Segurado Pessoa Jurídica).
 ■ Crédito à Exportação (Segurado Pessoa Jurídica).
O objetivo deste manual abrange apenas os seguros do Grupo Patrimonial 
(Grupo 01 Susep).
71
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 4 
Analise as proposições e marque a alternativa correta
1. Esses tipos de contratos de danos demandam uma maior especializa-
ção das seguradoras dadas as suas características e particularidades. Eles 
podem ter suas condições contratuais negociadas entre segurado e segu-
radora, desde que sejam observados os critérios mínimos estabelecidos 
pela resolução 407/2021 do CNSP. A atuação do corretor também é de 
fundamental importância nas negociações dos contratos. Estamos falando 
dos contratos de:
(a) Patrimoniais.
(b) Grandes Riscos.
(c) Multirriscos.
(d) Vida.
(e) Saúde.
2. A liberdade negocial ampla, um dos elementos a serem observados na 
elaboração das condições contratuais, estimula a criatividade para a defi-
nição de termos e condições de seguros mais modernos. Podemos dizer 
que uma das consequências diretas de elaborar condições contratuais 
com ampla liberdade negocial é:
(a) Promover cada vez mais a participação do Estado na regulação do 
mercado de seguros.
(b) Tornar a interpretação das condições contratuais cada vez mais complexas. 
(c) Facilitar a vinda para o nosso mercado de coberturas já consagra-
das e comercializadas no mercado externo.
(d) Promover a igualdade dos termos e condições contratuais entre 
todas as seguradoras do mercado.
(e) Facilitar a fiscalização por parte da Susep.
Consulte o gabarito clicando aqui.
72
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
05
 ■ Entender como se dá um processo de sinistro 
em uma seguradora, desde a apuração 
dos danos até a liquidação da indenização, 
conhecendo as variáveis técnicas envolvidas 
nos processos de sinistro.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
⊲ ETAPAS DO PROCESSO DE 
 SINISTRO DE BENS
⊲ VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 5
 O SINISTRO 
 e SEUS PROCESSOS
73
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
O sinistro é a manifestação concreta do risco (ocorrência), que é pre-
visto no contrato de seguro e ocasiona prejuízo ou responsabilidade. A 
cobertura de um sinistro somente tem amparo técnico quando prevista 
no contrato do seguro. 
O processo de sinistro se baseia no levantamento e na coleta de um conjun-
to de documentos necessários para que se possa regular e liquidar o sinistro. 
É o processo pelo qual examinam-se a ocorrência, a cobertura, as cláusulas 
do contrato, o pagamento do prêmio, assim como se calcula a indenização, 
e se define a possibilidade de ressarcimento e venda de salvados. 
É nesse momento que se percebe a importância do corretor de seguros, 
uma vez que o segurado precisa lidar com uma situação adversa (roubo, 
furto, colisão, incêndio, entre outros) e, em muitos casos, não tem ideia de 
como proceder. O corretor, pela experiência e pelo conhecimento técnico 
que possui, deve ser capaz de auxiliá-lo durante o processo de sinistro.
 ETAPAS DO PROCESSO DE 
 SINISTRO DE BENS 
Nos sinistros de bens, o processo geralmente abrange três etapas de ope-
ração interdependentes: a apuração de danos, a regulação e a liquidação. 
 — Apuração de Danos 
A apuração de danos consiste basicamente no levantamento de causa, 
natureza e extensão do sinistro.
Exemplo: Um incêndio em um imóvel, um roubo ou furto de uma residên-
cia, um dano a um equipamento, entre outros.
74
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Dependendo da natureza da ocorrência, a apuração dos danos pode ser feita 
por meio de vistorias, registros policiais, por meio remoto etc.
Uma das formas mais utilizadas para a apuração dos danos é a vistoria, 
quando os prejuízos são constatados por intermédio de exame do objeto 
sinistrado. Nesse momento, não se discute com segurado se o contrato 
cobre ou não o evento, cabendo ao vistoriador apenas o levantamento da 
ocorrência por meio da coleta de dados. 
 — Regulação 
A regulação tem por objetivo verificar se o sinistro está ou não coberto; 
constatar, em caso de indenização, quem será o beneficiário e qual o valor 
a ser indenizado.
A etapa da regulação destina-se a permitir à seguradora analisar o relatório 
ou certificado de vistoria. Nela, são solicitadas informações ou documen-
tos complementares ao segurado ou ao vistoriador, se for o caso, visando 
à decisão quanto à liquidação do sinistro. 
Nessa etapa, também é feita a análise dos documentos relativos ao risco, ao 
seguro e ao sinistro para fins de levantamento dos prejuízos indenizáveis. 
Cabe à seguradora verificar: 
 ■ A coerência entre as informações contidas nos documentos do 
seguro contratado e o apurado no laudo de vistoria. São analisa-
das, dentre outros documentos, notas fiscais e laudos periciais. 
 ■ O cumprimento dos prazos previstos no contrato, o pagamento de 
prêmio, se a ocorrência está dentro do período de vigência do segu-
ro e se as informações do questionário de avaliação estão condi-
zentes com os fatos apurados. 
 ■ A previsão da cobertura da natureza do sinistro no seguro contra-
tado, observadas as condições/garantias da apólice. 
 ■ A viabilidade de ressarcimento contra os terceiros responsáveis 
pelo sinistro. 
Após ser calculada a indenização devida, é elaborado o relatório da regu-
lação, que deverá definir o quanto deve ser pago e quem deve receber. 
O art. 779 do Código Civil estabelece que “o risco do seguro com-
preenderá todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como 
sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, 
ou salvar a coisa”. 
75
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Dessa forma, caso o sinistro esteja coberto, é necessário calcular a indeni-
zação, que abrange: 
 ■ Os prejuízos sofridos pelo objeto. 
 ■ As despesas realizadas pelas providências adotadas para se evitar 
o sinistro, minorar o dano ou salvar todo ou parte do bem sinistrado. 
Exemplo: estragos causados durante o combate a um incêndio coberto.
Importante
Um sinistro pode ser encerrado sem indenização por diversos motivos como, por exem-
plo, se ficar demonstrado que não há cobertura expressa pelo contrato, que os prejuí-
zos estão abaixo da franquia ou POS estabelecida na apólice ou em caso de fraude do 
segurado devidamente comprovada pela seguradora. 
 — Liquidação 
Considera-se a liquidação como a etapa final de todo o processo que 
envolve a ocorrência de um sinistro. 
Cabe então à seguradora providenciar as seguintes atividades: 
 ■ Efetuar o pagamento da indenização ou encerrar o processo sem 
indenização. 
 ■ Negociar eventuais salvados. 
 ■ Tentar o ressarcimento contra os causadores do sinistro (por meio 
da sub-rogação de direitos).
 VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO 
No processo de liquidação, são utilizadas variáveis técnicas, descritas a seguir.
 — Prejuízos Indenizáveis 
São os prejuízos passíveis de indenização relativos às coberturas que 
devem estar previstas nos contratos de seguros. 
Geralmente, dependendo da modalidade de seguro contratada, são inde-
nizáveis, além dos danos materiais, as despesas decorrentes de provi-
dências tomadas para o combate à propagação dos riscos cobertos, para 
76
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
salvamento e proteção dos bens descritos na apólice e para o desentulho 
do local. Essas despesas podem ser indenizadas, desde que obedecido o 
bom senso no ato do desembolso.
 — Salvados 
Dá-se o nome de salvados a tudo que restar dosbens sinistrados e 
que tenha valor econômico para qualquer das partes contratantes. 
 Consideram-se salvados tanto os bens que tenham ficado em perfeito 
estado quanto os parcialmente destruídos ou danificados, quando ocorre 
um sinistro. 
 — Ressarcimento 
O ressarcimento é a busca do reembolso feita pela seguradora, no caso 
de uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento 
danoso provocado por terceiros. 
É o exercício de direitos em que a seguradora se sub-roga quando paga 
uma indenização ao seu segurado por sinistro causado por terceiros. 
 — Sub-rogação 
A sub-rogação ocorre no seguro quando, após o sinistro causado por um 
terceiro ao segurado, a seguradora paga a indenização ao segurado e 
cobra judicialmente do terceiro. 
Quando o prejuízo sofrido pelo segurado tiver sido decorrente de ato doloso 
(intencional) ou culposo (involuntário, caracterizado pela negligência, impru-
dência ou imperícia) de um terceiro, a seguradora, após pagamento da inde-
nização, sub-roga-se (toma o lugar) no direito do segurado, podendo ingres-
sar na justiça com uma ação de regresso, ou seja, pleitear contra o causador 
do prejuízo (terceiro) o ressarcimento da indenização paga ao segurado. 
Importante
A sub-rogação está prevista no Código Civil Brasileiro, com a seguinte redação:
Art. 786 - Paga a indenização, o segurador sub-roga-se nos limites do valor 
 respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano. 
§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do 
segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins. 
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do 
segurador, os direitos a que se refere este artigo. 
77
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Indenização 
Indenização é a contraprestação da seguradora ao segurado ou aos seus 
beneficiários, decorrente de um sinistro coberto, observando-se as condi-
ções estabelecidas no contrato de seguro. 
Saiba mais
O art. 776 do Código Civil Brasileiro diz: “O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o 
prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa”.
Desse modo, geralmente, o pagamento da indenização dos sinistros é efetuado em 
dinheiro.
Pode-se, todavia, se convencionado na apólice, optar pela restauração ou reposição do 
bem sinistrado
Atenção:
A indenização não pode ser superior à importância segurada e nem ao valor real dos 
prejuízos, ou seja, é vedado por lei que o segurado obtenha lucro com o seguro.
 — Franquia 
É o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso 
de sinistro. Normalmente, a franquia serve para eliminar o pagamento de 
sinistros de baixo valor (perdas normais esperadas), geradores de custos 
administrativos para a seguradora e que elevam os resultados estatísticos 
envolvidos nos cálculos dos prêmios. 
Em alguns produtos, é prevista uma redução do prêmio de seguro pela 
adoção de franquias diferenciadas. Ocorre quando o segurado é bene-
ficiado com desconto no prêmio da cobertura contratada caso opte pela 
inclusão ou elevação de uma franquia, condição definida como “desconto 
de franquia facultativa”.
Tipos de franquia: 
 ■ Franquia dedutível: forma mais conhecida de franquia. É mais fre-
quentemente adotada nos Seguros de Danos. É aquela cujo valor 
é deduzido de todos os prejuízos. 
 ■ Franquia simples: forma rara de franquia e pouco utilizada pelas 
seguradoras. É aquela que deixa de ser considerada quando o 
prejuízo ultrapassa o seu valor. Tecnicamente, tem aplicação ade-
quada nas modalidades de seguro com grande incidência de pre-
juízos inexpressivos em relação aos valores segurados.
78
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Considere um seguro cuja importância segurada seja R$ 6.000.000,00 e a franquia 10% 
dessa importância. Se ocorrer um prejuízo de R$ 800.000,00, adotam-se os seguintes 
procedimentos: 
a) No caso de franquia dedutível 
Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00. Como o prejuízo (R$ 800.000,00) 
é maior do que a franquia, a indenização será: R$ 800.000,00 - R$ 600.000,00 = R$ 
200.000,00. 
b) No caso de franquia simples 
Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00 Como o prejuízo é maior do que 
a franquia, esta deixa de ser considerada. Logo, a indenização será igual ao prejuízo: R$ 
800.000,00.
O mercado segurador adota o conceito de franquia em outros formatos 
que não simplesmente um valor percentual, como no exemplo anterior. 
É comum verificar no mercado formatos que combinam percentuais com 
valores mínimos ou máximos, como nos exemplos a seguir:
 ■ Franquia de 5% do LMI.
 ■ Franquia de 10% dos prejuízos com mínimo de R$ 500,00.
 ■ Franquia de 10% dos prejuízos indenizáveis com mínimo de 
R$ 500,00 e máximo de R$ 2.000,00.
Importante
Normalmente, as seguradoras adotam em seus produtos a não aplicação de franquia 
em caso de perda total. 
 — Participação Obrigatória 
do Segurado (POS) 
Instrumento semelhante à franquia dedutível, a Participação Obrigatória do 
Segurado (POS) é aplicável a toda e qualquer indenização por sinistro, 
inclusive na eventual perda total do bem segurado. 
A POS é muito utilizada na subscrição de riscos pois, ao fazer com que o 
segurado participe de todos os prejuízos, obriga o segurado a privilegiar a 
gestão de seus riscos.
79
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
A aplicação de POS deve estar consignada na apólice de seguro, sendo 
normalmente expressa em porcentagem e com limite mínimo e/ou máximo.
Exemplo
Simulando as seguintes situações de sinistro, considerando que a POS seja de 10% da 
indenização, com um mínimo de R$ 500,00, teremos: 
a) Se a indenização for de R$ 80.000,00
Indenização sem POS = R$ 80.000,00
Aplicação do % da POS = 10% de R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00 
Como R$ 8.000,00 é superior a R$ 500,00 (valor mínimo da POS), este primeiro será o 
valor adotado como POS no cálculo da indenização. 
POS = R$ 8.000,00
Indenização final = R$ 80.000,00 - R$ 8.000,00 = R$ 72.000,00
b) Se a indenização for de R$ 4.000,00 
Indenização sem POS = R$ 4.000,00
Aplicação do % da POS = 10% de R$ 4.000,00 = R$ 400,00 
Como R$ 400,00 é inferior a R$ 500,00 (valor mínimo da POS), este último será o valor 
adotado como POS no cálculo da indenização. 
POS = R$ 500,00
Indenização final = R$ 4.000,00 - R$ 500,00 = R$ 3.500,00 
c) Se a indenização for de R$ 400,00 
Não haverá indenização, pois o valor dos prejuízos é inferior ao valor mínimo da POS, que 
é de R$ 500,00.
Outros exemplos de POS no mercado:
POS de 10% da indenização.
POS de 10% da indenização com mínimo de R$ 800,00.
POS de 10% da indenização com mínimo de R$ 400,00 e máximo de R$ 1.000,00. 
Saiba mais
A franquia é aplicada sobre os 
prejuízos indenizáveis e a POS 
sobre a indenização.
80
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Valor de Novo e Valor Atual 
A apuração dos prejuízos para o cálculo da indenização pode ser feita pelo 
Valor de Novo ou pelo Valor Atual do bem sinistrado. 
Valor de Novo (VN)
Esta modalidade de contratação de seguro permite a indenização 
pelo valor de novo do bem, ou seja, sem aplicação de deprecia-
ção. O valor recebido será referente ao preço de mercado do bem, 
desconsiderando seu desgaste e uso, limitado ao limite máximo 
de indenização contratado para a garantia sinistrada. 
Valor Atual (VA)
É a modalidade de contratação que prevê a indenização pelo valor 
do bem, no estado em que se encontra, no dia e local do sinistro, 
levando-se em conta uma depreciação relativa ao uso, à idade e 
ao estado de conservação. 
VALOR ATUAL (VA) = VALOR DE NOVO (VN) – DEPRECIAÇÃO (DP) 
Importante
Geralmente, os seguros com indenização pelo Valor Atual praticados pelo mercado 
preveem o reembolso do valor antes deduzido a título de depreciação, desde que o 
segurado comprove o início dos reparos ou a reposição dos bens sinistradosdentro 
de prazos indicados na apólice. Entretanto, a indenização final não pode ultrapassar o 
limite de duas vezes o Valor Atual (VA). 
Isso significa que, nesses casos, a indenização total final calculada pelo Valor Atual che-
ga ao Valor de Novo após reembolso dos valores depreciados em até 50%, desde que 
a reposição dos bens seja comprovada.
Importante lembrar que, independentemente da aplicação da regra apresentada acima, 
o valor a ser indenizado sempre estará limitado ao Limite Máximo de Indenização con-
tratado na cobertura ou apólice.
Observação:
Algumas seguradoras oferecem o valor de novo de forma automática em 
seus produtos. Outras oferecem como opção de contratação na forma 
de cláusula específica de Valor de Novo, em que o segurado, mediante 
pagamento de prêmio adicional, elimina o cálculo da depreciação, assim, 
a indenização será feita pelo valor do bem no estado de novo ou similar. 
81
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 — Depreciação 
A depreciação é a desvalorização sofrida pelo bem segurado em decor-
rência do uso, da idade e do estado de conservação. Ela corresponde à 
diferença entre o Valor de Novo e o Valor Atual. 
Conforme o tipo do bem segurado, ele estará sujeito à depreciação ou não:
 ■ Bens de Uso: máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações, 
entre outros, estão sujeitos à depreciação. 
 ■ Bens de Consumo: matérias-primas e mercadorias não estão sujei-
tas à depreciação. 
Na prática, geralmente, o vistoriador apura o Valor de Novo do bem sinistrado 
e o deprecia para atingir o Valor Atual, utilizando vários métodos de cálculo. 
A depreciação pode ser expressa tanto em valor quanto em um percentual 
do Valor de Novo.
Logo, a depreciação é o custo ou a despesa da obsolescência dos ativos 
imobilizados como máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações. 
Importante
A Circular Susep nº 621, de 12 de fevereiro de 2021, em seu artigo 40, parágrafo 2º, 
tornou obrigatória a prática das seguradoras fixarem em suas condições contratuais os 
parâmetros de depreciação aplicados aos bens segurados.
82
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Cálculo de indenização para seguro a Valor Atual (VA) 
1) Para um sinistro de roubo de computador com tempo de uso de pouco mais de 2 
(dois) anos, cujo valor de novo é de R$ 4.000,00 e admitindo que o LMI da cobertura 
suporta o cálculo da indenização, o pagamento do sinistro seria assim calculado:
Valor Atual (VA) = Valor de Novo (VN) – Depreciação (DP) 
VA = R$ 4.000 – R$ 1.200,00 (Depreciação estimada em 30%) 
VA = R$ 2.800,00 
Indenização = R$ 2.800,00.
Onde: 
VA: Valor Atual 
VN: Valor de Novo 
DP: Depreciação 
É previsto o reembolso da depreciação antes deduzida desde que o segurado comprove 
a reposição do bem sinistrado. O valor da depreciação reembolsado estará sempre limita-
do ao Valor Atual do bem, ou seja, a indenização final será limitada sempre a duas vezes o 
Valor Atual do Bem.
Como a Depreciação (DP) = R$ 1.200,00 e o Valor Atual (VA) = R$ 2.800,00, ou seja, 
DP < VA, cabe nesse caso o reembolso total da depreciação deduzida, ou seja:
Indenização final = VA + DP limitada ao VA = R$ 2.800,00 + R$ 1.200,00
Indenização Final = R$ 4.000,00 (nesse exemplo foi pago o valor de novo).
2) Considerando os mesmos números do exemplo anterior, porém com tempo de uso do 
computador em cerca de 5 (cinco) anos, a indenização seria assim calculada: 
Valor Atual (VA) = Valor de Novo (VN) – Depreciação (DP) 
VA = R$ 4.000,00 – R$ 3.000,00 (Depreciação estimada em 75%) 
VA = R$ 1.000,00. 
Indenização = R$ 1.000,00. 
É previsto o reembolso da depreciação antes deduzida desde que o segurado comprove 
a reposição do bem sinistrado. O valor da depreciação reembolsada estará sempre limita-
do ao Valor Atual do bem, ou seja, a indenização final será limitada sempre a duas vezes o 
Valor Atual do bem.
83
UNIDADE 5
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
Como a Depreciação (DP) = R$ 3.000,00 e o Valor Atual (VA) = R$ 1.000,00, ou 
seja, DP > VA, cabe neste caso o reembolso de parte da depreciação deduzida, pois a 
DP estará limitada ao VA, ou seja:
Como DP > VA, pois R$ 3.000,00 > R$ 1.000,00, o reembolso será de R$ 1.000,00 
(limite do VA).
Indenização final = VA + DP Limitada ao VA = R$ 1.000,00 + R$ 1.000,00
Indenização Final = R$ 2.000,00 (neste exemplo não foi pago o valor de novo).
FIGURA: RESUMO DO PROCESSO DE SINISTRO
Liquida indenização
e recupera perdas
Seguradora recebe 
o registro inicial 
das comunicações 
de sinistro
Analisa eventos e 
perdas com base 
no contrato
Define valor 
da indenização
84
FIXANDO CONCEITOS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 5 
Marque a alternativa correta das questões abaixo
1. Nos processos de sinistros de bens, geralmente, a seguradora segue as 
seguintes etapas:
(a) Subscrição e liquidação. 
(b) Apuração de danos e subscrição. 
(c) Apuração de danos, regulação e resseguro. 
(d) Regulação, liquidação e subscrição. 
(e) Apuração de danos, regulação e liquidação. 
2. Sabendo que a regulação de sinistro tem como objetivo verificar se o 
sinistro está ou não coberto, um sinistro pode ser encerrado sem indeni-
zação se: 
(a) Os prejuízos ultrapassarem a importância segurada. 
(b) O vistoriador constatar ato ilícito de terceiros. 
(c) Não houver possibilidade de a seguradora se ressarcir dos prejuí-
zos contra o terceiro causador do dano. 
(d) O segurado se recusar a participar dos prejuízos. 
(e) Os prejuízos estiverem abaixo da franquia.
Consulte o gabarito clicando aqui.
85
GABARITO
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 GABARITO 
Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3
1 – C 1 – A 1 – C
2 – A 2 – D 2 – E
3 – D
4 – B
UNIDADE 4 UNIDADE 5
1 – B 1 – E
2 – C 2 – E
86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARROS, Hamilcar S. C. de. Teoria geral do seguro. Rio de Janeiro: MIC/IRB, [s.d.].
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Funenseg, 2014. 196 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro I. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Funenseg, 2014. 116 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro I. Assessoria técnica de Alessandra de Souza Teixeira. 14. 
ed. 1ª reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 116 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro II. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Funenseg, 2015. 154 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro. Assessoria técnica de Alessandra de Souza Teixeira. 
Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 214 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral 
do seguro. Assessoria técnica de Manoela Louise Assayag de Magalhães 
Souza. 2. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 214 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral 
do seguro. Assessoria técnica de Manoela Louise Assayag de Magalhães Souza. 
2. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2018. 214 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro. Assessoria técnica de Ildebrando Neres Júnior e José 
Eduardo Teixeira Arias. 6. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2019. 151 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria 
geral do seguro. Assessoria técnica de José Eduardo Teixeira Arias. 8. ed. 
Rio de Janeiro: Funenseg, 2020. 151 p.
ESCOLA DE NEGOCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Intro-
dução aos Seguros de Danos. Assessoria técnica de José Eduardo Tei-
xeira Arias, Frederico Martins Peres e Cláudio Bizerra de Oliveira. 2. ed. Rio 
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Peres, Frederico Martins. Gestão de seguros e automóvel e de outros 
massificados RE. Frederico MartinsPeres; organização da Diretoria de 
87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Virtual e Pictorama Design. Rio de Janeiro : ENS, 2019. 
RIBEIRO, Paulo Gomes. História do seguro: um resumo. Rio de Janeiro: 
Funenseg, 1994.
SOUZA, Antonio Lober Ferreira et al. Dicionário de seguros: vocabulário 
conceituado de seguros. Rio de Janeiro: IRB-Brasil Re S/A/Funenseg, 2000.
TEIXEIRA, Antonio Carlos. Contrato de seguro, danos, risco e meio 
ambiente. Rio de Janeiro: Funenseg, 2004 (T264 C).
Sites
www.susep.gov.br
http://www.susep.gov.br
	 Considerações Iniciais 
	Condições
	Contratuais –
	SEGUROS GRUPO PATRIMONIAL
	 Elementos Mínimos e 
 Obrigatórios nas Condições 
 Contratuais do Seguro 
	Cláusula de Objetivo do Seguro
	Glossário de Definições
	Cláusula de Formas de Contratação 
	Cláusula de Âmbito Geográfico
	Cláusulas de Coberturas 
	Cláusula de Riscos Excluídos
	Cláusula de Aceitação
	Cláusula de Vigência e Renovação
	Cláusula de Concorrência de Apólices e Bilhetes
	Cláusula de Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS)
	Cláusula de Atualização 
e Alteração de Valores
	Cláusula de Pagamento do Prêmio
	Cláusula de Indenização 
	Cláusula de Comunicação, Regulação e Liquidação de Sinistros
	Cláusula de Reintegração
	Cláusula de Perda de Direitos
	Cláusula de Rescisão e Cancelamento do Contrato de Seguro
	Outras Disposições Contratuais
	 FIXANDO CONCEITOS 1 
	O PRODUTO de
SEGURO DE DANOS
	e seus ELEMENTOS
	 Etapas de Desenvolvimento 
	Concepção
	Processos (Operação)
	Avaliação, Revisão e Manutenção do Produto
	 Elementos de um 
 produto de seguros 
	Política de Aceitação de Riscos 
	Segmentação 
	Atividades e Riscos Excluídos
	Precificação
	 Fixando Conceitos 2 
	FORMAS de CONTRATAÇÃO de
	SEGUROS de DANOS
	Seguros Proporcionais e 
Não Proporcionais
	 SEGUROS PROPORCIONAIS 
	Seguro a Risco Total 
	Seguro a Risco Relativo 
	Rateio Parcial
	Prêmios nos Seguros a Risco Relativo:
	 SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS 
	Seguro a Risco Absoluto 
	 Fixando Conceitos 3 
	 Seguros de
	 Grandes Riscos
	 Grupo Patrimonial
	 Princípios Gerais 
	 Enquadramento 
	 Regras para desenvolvimento 
 das condições contratuais 
	 Elementos Mínimos das 
 Condições Contratuais 
	Elementos de Livre Negociação
	 Condições Específicas para 
 os seguros do Grupo 
 Patrimonial 01 da SUSEP 
 (alvo de nossos estudos) 
	Riscos Nomeados e Operacionais (RNO)
	Global de Bancos
	Outros Ramos
	 Fixando Conceitos 4 
	 O Sinistro 
	 e seus processos
	 ETAPAS DO PROCESSO DE 
 SINISTRO DE BENS 
	Apuração de Danos 
	Regulação 
	Liquidação 
	 VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO 
	Prejuízos Indenizáveis 
	Salvados 
	Ressarcimento 
	Sub-rogação 
	Indenização 
	Franquia 
	Participação Obrigatória 
do Segurado (Pos) 
	Valor de Novo e Valor Atual 
	Depreciação 
	 fixando conceitos 5 
	 Gabarito 
	 Referências Bibliográficas

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