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Gestão da Qualidade A qualidade de um produto ou serviço é relacionada à percepção do cliente do quanto atende às suas necessidades, desejos, expectativas. Marshall Junior et al. (2009, p. 40) ponderam que como as expectativas das pessoas podem mudar ao longo do tempo, os padrões de qualidade também devem ser ajustados. É fundamental acompanhar e controlar todos os processos, o que inclui até a criteriosa seleção de fornecedores, além de controles estatísticos, o uso de tabelas e gráficos para o monitoramento de resultados e tendências. A qualidade pode englobar diferentes dimensões, tais como as apresentadas a seguir: A qualidade sempre deve ser avaliada em conjunto com o custo. Você pode conceber um produto mais sofisticado, mas possivelmente terá um custo mais elevado. Será que o mercado terá condições de pagar por ele? Kaoru Ishakawa, desenvolveu no Japão o PROGRAMA 5 S. Envolve: • Seiri (descarte) separar o necessário do desnecessário; • Seiton (arrumação) colocar cada coisa em seu devido lugar; • Seisso (limpeza) limpar e cuidar do ambiente de trabalho; • Seiketsu (saúde) tornar saudável o ambiente de trabalho; • Shitsuke (disciplina) rotinizar e padronizar a aplicação dos “S” anteriores. A proposta para a melhoria contínua foi divulgada por Deming que envolve o ciclo PDCA: • Planejar (plan): baseado em fatos e dados; estabelecer métodos, medidas, recursos humanos, materiais, equipamentos e cuidados ambientais para a viabilização de objetivos e metas; • Fazer (do): executar, treinar os recursos humanos, colher dados de performance; • Verificar (check): utilizar os dados colhidos e avaliar a estabilidade do processo por meio de análises estatísticas; • Agir (act): com base nos dados levantados e fatos verificados em C, planejar as mudanças necessárias. Uma outra ferramenta, derivada do PDCA, é o MASP: Método de análise e solução de problemas. Campos (1994, p. 114) apresenta a seguinte sequência: Observe que o plano de ação envolve estabelecer • que fazer (What), • quem deve fazer (Who), • quando (When), • como (How), • Onde (Where), • Por que (Why). Este é o 5W1H, que ainda pode ser acrescentado pelo quanto em dinheiro (How Much), daí tem-se o 5W2H. Nos métodos para a busca de padronização e melhoria de qualidade, organizações têm adotado “Boas Práticas de Fabricação”, através do uso de: • Procedimento Operacional Padronizado - POP: procedimento escrito de forma objetiva que estabelece instruções sequenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na produção, armazenamento e transporte de produtos; • Manual de Boas Práticas de Fabricação: documento que descreve as operações realizadas pela organização, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários dos edifícios, equipamentos e utensílios, a manutenção e higienização das instalações, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, controle da higiene e saúde dos manipuladores e o controle e garantia de qualidade do produto final. Para a busca de melhor qualidade, as organizações também têm utilizado a Certificação de produtos ou serviços, sistemas de gestão e pessoas que é, por definição, realizada pela terceira parte, isto é, por uma organização independente acreditada para executar essa modalidade de Avaliação da Conformidade. Uma importante referência é a ISO (International Standardization Organization), no Brasil é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Conta com uma família de normas: diretrizes para construir um sistema de gerenciamento de qualidade efetivo e como garantir à empresa e ao cliente de que o sistema está funcionando. As práticas envolvem: foco no cliente; liderança; envolvimento dos funcionários; administração por processos; visão sistemática para o gerenciamento; melhoria contínua; tomada de decisão baseada em fatos; relação cliente-fornecedor mutuamente benéfica. A certificação abrange: sistema de gerenciamento da qualidade; responsabilidade da administração; gerenciamento de recursos; realização de produto; medição, análise e melhoria. Fluxograma sobre o ciclo de evolução através da ISO. Algumas organizações, com grande destaque para as que atuam no setor da saúde, têm utilizado a “Acreditação”. É um processo formal por meio do qual um órgão reconhecido avalia uma organização e verifica se ela cumpre critérios aplicáveis, pré-determinados e publicados. Na área da saúde, o processo de avaliação é desempenhado pela equipe de avaliadores das Instituições Acreditadoras Credenciadas, tendo como referência as Normas do Sistema Brasileiro de Acreditação e o Manual Brasileiro de Acreditação - ONA específico. Em todas as abordagens para a melhoria da qualidade, devem ser utilizados indicadores de desempenho: são grandezas resultantes da relação matemática entre duas ou mais medidas de desempenho, cujo objetivo é dimensionar o comportamento de um processo, inclusive seus resultados, permitindo, através da comparação com padrões pré-estabelecidos, melhor gerenciá-lo. Referem- -se a dimensões como: rapidez, clareza, qualidade, quantidade, etc. Devem ser: baseados em expectativas dos clientes; importantes para a organização; ligados às estratégias; mensuráveis (não existe gestão sem medidas de desempenho); ser simples, claros, específicos, facilmente disponíveis, com baixo custo de implementação (do sistema de medidas), a comparação deve ser simples; finalmente deve ser facilmente documentado, comunicado e entendido pelas pessoas. Tipos de indicadores: • Indicadores de Qualidade: representam a proporção entre o que foi feito em conformidade com os padrões requeridos e o total feito. Seu resultado é dado quase sempre em forma percentual. Mede a Eficácia do Processo (o que); • Indicador de Produtividade: representam a competência no uso dos recursos necessários à produção de um bem ou serviço. Representa o resultado da relação entre as saídas de um processo e os recursos utilizados para sua produção. Mede a Eficiência do Processo (como); • Indicadores de Capacidade: representam a quantidade de produtos e/ou serviços gerados em um determinado período de tempo. Exemplo: carros produzidos/dia, atendimentos na enfermaria/dia, etc. Mede a Produção do Processo no Tempo. A interpretação de resultados pode ser muito facilitada através do uso de gráficos. A seguir são apresentados dois modelos, o Histograma e o de Correlação. As abordagens para a melhoria de qualidade envolvem o desenvolvimento de produtos que atendam às expectativas dos clientes, através de processos que transformem os recursos necessários. Eventuais problemas devem ser avaliados criteriosamente, as suas causas mais representativas, como eliminá-las, ou reduzi-las. Os processos devem ser documentados e contar com indicadores de desempenho para serem monitorados. Referência: Gestão Organizacional – Claudio Colucci