Tanatologia processo de morte e morrer e terminalidade de vida

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TANATOLOGIA
O que é tanatologia? 
A tanatologia é uma ciência independente 
e integrada que estuda a morte. É uma 
palavra de origem grega, tânatos e logos. 
Tem o significado de estudo da morte. 
Tânatos = morte 
Logos = estudo 
Figura 1 - Imagem do ser mitológico que 
representa a morte 
Fonte: HORROREX (2011) 
A tanatologia estuda: 
• A morte. 
• Os processos de morrer. 
• O luto e as perdas. 
• Evidencia o momento único da morte. 
• Identifica meios de lidar e avaliar a 
dor psíquica e as dificuldades 
impostas pela morte. 
 
Tipos de tanatologia: 
Tanatologia forense: 
É a parte da medicina legal, estuda os 
aspectos científicos da morte, como 
necrópsia, exumação, autópsia, direito 
sobre o cadáver. Ajuda a esclarecer a 
causa da morte. 
Figura 2 - Necrópsia 
Fonte: LE JOURNAL DES FEMMES 
(2019). 
Tanatologia policial: 
Está relacionada à medicina legal, este 
tipo de tanatologia atua nas cenas de 
crimes desvendando-o, também atua no 
transporte de cadáveres e laudos 
policiais. 
 
 
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Tanatologia na filosofia: 
É uma forma de entender a morte, para 
conseguirmos aceitá-la. 
Exemplo: 
“A morte não é nada 
para nós, pois, quando 
existimos, não existe a 
morte, e quando existe a 
morte, não existimos 
mais.” 
- Epicuro 
Tanatopraxia: 
A tanatopraxia foi descoberta pelos 
egípcios, conhecida como mumificação. 
Tem o objetivo de manter o cadáver 
preservado. Cuidar internamente dele. A 
tanatopraxia acontece antes da 
tanatoestética. 
1. Limpá-lo e preservá-lo. 
2. Suturar feridas e tampar todos os 
orifícios. 
3. No caso de cadáver amputado, pode 
reconstruir a parte que falta. 
Figura 3 - Mumificação egípcia. 
Fonte: ANCIENT PAGES (2017). 
Tanatoestética: 
Cuidar da higiene e estética do corpo 
morto, a fim de “estar apresentável” nos 
rituais fúnebres. Cuidar externamente 
do morto, maquiá-lo. 
1. Hidratar as áreas ressecadas. 
2. Ocultar com maquiagem hematomas, 
feridas e fazer com que o morto 
apresente um tom de pele natural do 
vivo. 
3. Pentear o cabelo ou raspá-lo, caso 
necessário. 
4. Cortar as unhas e pintá-las. 
5. Aplicar uma cobertura ocular para 
manter a pálpebra fechada. 
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Figura 4 - Tanatoestética. 
Fonte: SEFHOR (2019). 
Tanatologia e enfermagem 
A equipe de enfermagem desempenha um 
importante papel no processo de morte e 
morrer, visto que, seu trabalho envolve a 
proximidade com o paciente, seus 
familiares e amigos, fazendo com que 
presenciem os momentos mais difíceis, as 
dores e sofrimentos deles. E a 
enfermagem é a área da saúde que 
primeiro chega no cenário de óbito e a 
que coloca em prática as primeiras 
providências. 
Percebe-se que o estudo da disciplina de 
tanatologia pelos profissionais de saúde, 
em especial os da área de enfermagem, é 
de extrema importância, a fim de 
saberem consolar e acolher 
adequadamente o paciente em processo 
de morte e seus familiares e amigos. 
Os últimos momentos de vida merecem 
uma atenção especial, cuidar do morrer 
significa garantir dignidade e conforto 
até o último momento da vida do 
paciente. Esse momento traz 
aprendizados profissionais, pessoais, 
individuais e coletivos. 
Intervenções de enfermagem na 
tanatologia: 
Proporcionar um espaço de escuta 
terapêutica. 
Proporcionar rituais de despedida. 
Acolhimento psicoemocional dos 
pacientes e de seus familiares e amigos. 
Respeitar a espiritualidade ou 
religiosidade dos pacientes e seus 
familiares. 
Figura 5 – Tanatologia, empatia e 
acolhimento psicoemocional ao paciente. 
Fonte: ACCESALUD (2020). 
Cuidados aos profissionais cuidadores 
dos pacientes em processo de morte 
ou morrer: 
Ofertar espaços de escuta terapêutica e 
para realizar práticas religiosas ou 
espiritualistas. 
Se possível, ofertar um espaço 
individualizado e confortável. 
Encorajar a falar sobre seus medos e 
angústias e dar suporte psicoemocional 
contínuo. 
Ofertar condições e infraestrutura de 
trabalho adequadas ao momento, por 
exemplo, sala de repouso, refeitório. 
 
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Cuidados com o corpo pós-morte: 
O corpo pós-morte também passa por 
importantes cuidados (NIC, 2016), a 
saber: 
• Identificação do corpo. 
• Limpeza e preservação da aparência 
natural do corpo. 
• Retirada de sondas, cateteres, 
cânulas e equipamentos conectados ao 
corpo. 
• Alinhamento dos membros superiores 
e inferiores. 
• Colocação de próteses dentárias, se 
houver. 
• Tamponamento dos orifícios naturais 
ou orifícios realizados em 
decorrência da assistência 
multiprofissional para evitar a saída 
de gazes, odores e secreções. 
• Elevação da cabeceira da cama para 
evitar acúmulo de líquido na cabeça. 
A morte do outro 
Ao se deparar com a morte do outro ser 
vivo, pode acarretar reações de negação 
ou aceitação da morte. 
Reações de negação da morte como 
um acontecimento natural: 
• Evitação. 
Tem o objetivo de evitar os sentimentos 
ruins que a morte traz à pessoa e 
pensamentos de que um dia a morte 
também chegará para ela. 
“Antes ele do que eu.” 
• Transcedência. 
Reações de aceitação da morte 
como acontecimento natural: 
• Conformidade. 
• Identificação. 
É importante pensar na 
morte, para rever 
propósitos de vida e 
prioridades diárias, 
ajudando a aceitar a 
morte como algo natural. 
Significado do preto no velório: 
Utilizar roupa, véus na cor preta e 
pinturas nos rostos em velórios, tinha o 
objetivo de enganar a morte e o morto a 
fim de proteger o vivo deles. 
Fases do paciente terminal e de seus 
familiares: 
Conforme a psiquiatra Elisabeth Kübler-
Ross, há cinco estágios emocionais que as 
pessoas passam diante do processo de 
morrer. 
Os diferentes estágios poderão ter 
durações diversas e estão interligados 
entre si, podendo um substituir o outro 
ou mesmo acontecer concomitantemente. 
(CHAVES, 2011). 
1. Estágio de negação e isolamento. 
2. Estágio de raiva. 
3. Estágio de barganha. 
4. Estágio de depressão. 
5. Estágio de aceitação. 
 
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1. Negação e isolamento. 
Uma forma de suavizar a notícia ruim. 
Geralmente, ocorre quando se recebe o 
diagnóstico da doença ou no início da 
manifestação dos seus sintomas. 
 Para Kübler-Ross, a negação dos 
pacientes está ligada à maneira de 
informar a notícia difícil ao paciente. 
 Por exemplo, falar de modo breve, 
abrupta, sem empatia e acolhimento 
favorece e potencializa o surgimento da 
negação. 
“Não, não pode ser verdade, não 
comigo.” 
Primeiramente a pessoa fica em choque, 
após isso ela pensa sobre a situação e não 
aceitam a condição e buscam ouvir o que 
gostaria que fosse falado, no caso, que 
vão viver e que a doença tem cura. 
Costumam acreditar que o diagnóstico 
está errado. 
Como um profissional de saúde deve 
agir nas situações de um paciente em 
estágio de negação? 
• Discutir o assunto da morte e do 
morrer com o paciente, sempre e 
desde que ele desejar. 
• Respeitar o tempo que o paciente 
precisa para compreender a nova 
realidade. 
• Respeitar o desejo do paciente de 
não aceitar a doença. 
• Manter rotina de visitas. 
• Trabalhar os próprios estigmas 
diante da morte e do morrer, de 
modo a manter-se ao lado do 
paciente sempre que ele desejar. 
• Evitar julgamentos diante das 
atitudes dos pacientes. 
• Pesquisar as necessidades do 
paciente, identificar suas forças e 
medos e, a partir de então, 
estabelecer estratégias de 
comunicação e cuidados assertivos. 
2. Raiva. 
Sentimentos de ira, revolta, inveja e 
ressentimento, por não ter controle da 
situação. Comum em pessoas ricas, 
influentes e de postura dominadora. 
“Vocês podem escutar minha voz, 
ainda não estou morto” 
“Não esqueçam que ainda estou 
vivo.” 
As queixas são muito frequentes e os 
profissionais que estão em contato com 
o paciente são julgadas como culpadas 
por tudo de ruim que estáacontecendo 
com ela. 
Como agir nessas situações de ira? 
• Respeitar e compreender o paciente. 
• Jamais evitar o atendimento ao 
paciente terminal. 
• Evitar reações de cunho pessoal e 
entender que a raiva está relacionada 
ao momento peculiar do indivíduo. 
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• Dar tempo e atenção. 
• Tolerar a raiva e evitar rejeições. 
• Oferecer espaço para que os 
pacientes possam manifestar seus 
sentimentos. 
3. Barganha 
Começam a pensar que estão sendo 
“castigados” com a doença por algo de 
ruim que fizeram, e para aliviar seus 
sentimentos e sofrimento, buscam fazer 
troca, de que vão adquirir hábitos 
saudáveis, geralmente essas trocas são 
feitas com alguma divindade, às vezes, 
com profissionais de saúde. 
4. Depressão 
Ao perceber que o seu problema não pode 
ser amenizado, inicia o estágio da 
depressão. 
Extremo sofrimento causado pelo 
impacto da doença, alterações 
familiares, perdas financeiras, 
enfraquecimento de vínculos e 
reorganização de papéis familiares. 
Depressão preparatória: 
O paciente passa por um “Vale a Pena 
Ver de Novo” de sua trajetória de vida e 
de seus sentimentos. 
É o início da aceitação. 
(BASSO E WAINER, 2011). 
Depressão reativa: 
Sofrimento de perdas sociais, 
econômicas, psicoemocionais. 
Sensação de impotência diante da vida. 
 
5. Aceitação 
Leva tempo até a pessoa chegar nesse 
estágio. 
É o período de maior fragilidade física e 
para o paciente, parece ser mais difícil 
viver do que morrer. 
No estágio de aceitação, os pacientes 
sentem a necessidade de expressar seus 
sentimentos, por isso é importante que a 
equipe de saúde tenha preparo para agir 
corretamente nesse estágio, dando um 
suporte ao paciente. 
Cuidados paliativos: 
Tem o objetivo de promover a qualidade 
de vida de pacientes e seus familiares 
que estão diante de doenças 
ameaçadoras de vidas. 
Prevenir e aliviar o sofrimento, por meio 
da identificação precoce, avaliação 
correta (OMS,2018). 
Terminalidade da vida: 
É o período anterior ao momento da 
morte. Quando não há mais possibilidade 
de melhorar a saúde. 
Esse período exige tomada de decisão 
assertivas e dialogadas entre o paciente, 
equipe e família. 
Chamado também de cuidados ao fim de 
vida, é um conjunto de medidas para 
controlar os sintomas nos últimos dias de 
vida do paciente. Como se fosse a última 
etapa dos cuidados paliativos de 
qualidade. 
Manifestações clínicas de 
terminalidade da vida: 
Redução da resposta a estímulos verbais 
e visuais, 
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Delírio 
Torpor 
Coma 
Redução da perfusão periférica 
Taquicardia 
Hipotensão 
Extremidades frias 
Cianose 
Manchas na pele 
Ausência de pulso periférico 
Acúmulo de secreção em vias aéreas 
superiores (traqueobrônquica e/ou 
salivar) 
Perda do controle esfincteriano 
Redução da ingestão oral 
Dificuldade de deglutir 
Fraqueza muscular 
Redução da funcionalidade (KPS 20%) 
Mudança do padrão respiratório 
(INCA, 2021). 
Sinais e sintomas de terminalidade da 
vida de neonatais e crianças: 
Aumento progressivo do sono. 
Desconexão com o meio. 
Diminuição da interação com as pessoas. 
Confusão. 
Perceber estímulos que não existem. 
Perda de consciência. 
Permanência constante na cama. 
Perda acentuada do apetite. 
Maior perda de peso. 
Dificuldade de ingerir líquidos. 
Alterações respiratórias. 
Perda do controle esfincteriano. 
Sudorese fria. 
Cuidados de enfermagem na 
terminalidade da vida do paciente: 
É muito importante o controle dos 
sintomas, prevenir os agravos das últimas 
horas de vida e suavizar a agonia final. 
Também dando suporte psicoemocional e 
espiritual ao doente, seus familiares, 
cuidadores e amigos. 
Suavizar o sofrimento. 
• Manutenção da dieta 
Alimentos que dê a sensação de bem-
estar ao paciente, alimento preferido. 
Avaliar e adequar a dieta ao quadro cínico 
do paciente. 
Não há necessidade de realizar 
restrições alimentares e não há 
benefícios em aumentar a ingestão 
calórica ou manutenção de sonda 
nasoenteral (salvo se necessária para 
administração de medicamentos). 
A gastrostomia existente deve ser 
mantida, mas nunca realizada. 
Pacientes nos últimos dias de vida não se 
beneficiam de indicação de terapia 
nutricional. 
(INCA, 2021). 
• Cuidados com as mucosas 
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Modificar a mucosa oral com água ou 
saliva artificial e a mucosa ocular com 
soluções como carmelose, a fim de 
proporcionar conforto ao paciente e 
aliviar a angústia da família. 
• Oferta de hidratação 
A hidratação deve ser avaliada para cada 
paciente. 
Deve-se reduzir a hidratação venosa 
afim de melhorar a tosse, a congestão, 
reduzir o débito urinário e a secreção 
gastrointestinal (vômitos e diarreia). 
Líquido em grande quantidade nesse 
período pode causar acúmulo de secreção 
traqueobrônquica, piora da dispneia, 
tosse, desconforto e aumenta o risco de 
broncoaspiração. 
• Posicionamento e mobilidade do 
paciente no leito 
Quando a capacidade de deglutir está 
reduzida e há um maior acúmulo de 
secreções nas vias aéreas, deve-se 
manter a cabeceira do leito elevada a 
30°. 
Evitar transferência de leito para evitar 
dor e desgaste. 
• Realizar procedimentos invasivos 
Evitar procedimentos invasivos e 
incômodos, porque não há nenhum 
benefício clínico e para evitar 
desconforto. 
Exemplos: passagem de sonda, realização 
de punções venosas repetidamente, 
aspiração das vias aéreas. 
Para substituir essas intervenções pode 
utilizar medicamentos para controlar as 
secreções e fazer terapia subcutânea. 
• Administrar medicamentos 
A equipe deve constantemente rever a 
prescrição, avaliar a necessidade de 
manutenção de medicamentos e a 
prescrição de outros. Avaliar também a 
via de administração de medicamentos, a 
via subcutânea é a mais utilizada em 
pacientes ao fim de vida. 
A via subcutânea possui muitos 
benefícios, como maior conforto ao 
paciente, pode ser usada fora do 
hospital, podendo ser realizada pelos 
cuidadores quando treinados para 
realizar esse procedimento. Possibilita a 
administração de importantes 
medicamentos usados na fase terminal. 
• Ofertar ambiente acolhedor e calmo 
• Discutir, e pôr em prática 
implementações junto com a equipe 
multidisciplinar. 
• Integrar a família, amigos e 
cuidadores 
• Se possível, o paciente deve 
participar na tomada de decisões, 
mantenha-o por dentro do seu 
tratamento. 
• Horários estendidos de visitas. 
• Incentivo e oferta de espaço para 
práticas espirituais 
• Comunicação assertiva. 
Resolução n° 41/2018 
A Resolução nº 41/2018 do Ministério da 
Saúde dispõe sobre as diretrizes para 
a organização dos cuidados paliativos, 
à luz dos cuidados continuados 
integrados, no âmbito Sistema Único 
de Saúde (SUS). A resolução também 
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habilita o Estado, Município ou Distrito 
Federal a receber recursos destinados à 
aquisição de equipamentos e materiais 
permanentes para estabelecimentos de 
saúde. 
Após o óbito: 
Acolher os sentimentos e emoções da 
família enlutada e disponibilizar espaço 
de escuta. 
Sobre os problemas burocráticos 
relacionados ao funeral, a equipe de 
enfermagem deve encaminhar os 
familiares e cuidadores ao Serviço 
Social. 
Morte simbólica 
É um tipo de morte que ocorre quando a 
pessoa ainda está vida. Constitui a uma 
perda imaterial de situações ou algo que 
dê prazer, bem-estar e objetos de 
cobiça. Envolve o luto. 
Exemplos de mortes simbólicas: 
Perdas 
Doenças 
Separações 
Frustrações de expectativas 
Mudanças de fase de desenvolvimento 
Intervenções na morte simbólica: 
Acolher, ter empatia, paciência e 
incentivar a pessoa enlutada a 
compreender seus sentimentos e dá 
outro significado à eles. 
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@Nycole.Kethely 
10 
 
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