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APG 12 - ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA

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IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
APG 14 – Alterações da 
memória 
 
Memória 
Definição 
- Memória: Capacidade de codificar, 
armazenar e evocar as experiências, 
impressões e fatos que ocorrem em nossas 
vidas. 
 
Essas informações armazenadas dizem 
respeito às nossas experiências perceptivas e 
motoras, assim como às vivências internas 
(nossos pensamentos e emoções). 
 
 
- Aprendizado é o processo pelo qual 
adquirimos conhecimento sobre o mundo; já a 
memória representa o armazenamento desse 
conhecimento. 
 
 
 - A memória é um processo ativo, no qual 
vários elementos do indivíduo participam da 
codificação e da evocação, como elementos 
sensoriais, imaginativos, semânticos e 
afetivos. 
 
 
- A memória é frequentemente reeditada, 
ou seja, as informações de eventos, cenas e 
acontecimentos do passado, que já foram 
armazenadas, podem ser reconfiguradas com 
acréscimos de elementos novos (vividos ou 
imaginados pelo próprio indivíduo ou 
instigados por estímulos externos, conscientes 
ou não). 
 
 
 
 
 
Etapas do processo mnêmico 
 
-Fixação/aquisição/codificação 
Captar, adquirir e codificar novas informações; 
e depende da preservação do nível da 
consciência (vigilância), da atenção 
(especialmente, da tenacidade), da 
sensopercepção e da capacidade de 
apreensão (apercepção). 
 
 
 Fixam-se mais facilmente as informações 
que despertam o nosso interesse e 
possuem maior conotação emocional, 
as que têm um caráter de novidade, as 
que podem ser associadas às 
informações anteriormente adquiridas e 
as que envolvem ao mesmo tempo mais 
de um canal sensorial (p. ex., visão e 
audição). 
 
 
 
Conservação/retenção/armazenamento 
Manutenção, em estado de latência, das 
informações que foram fixadas. As 
informações conservadas vão, ao longo do 
tempo, sofrendo um processo lento de 
desintegração (lei de regressão mnêmica de 
Ribot). 
 
 
 Nesta lei, a perda das informações 
armazenadas se faz das mais recentes 
para as mais antigas, das mais 
complexas para as mais simples e das 
menos organizadas para as mais 
organizadas. 
 
 
 
 
Evocação/rememoração/recuperação 
 
Retorno, espontâneo ou voluntário, à 
consciência das informações armazenadas. 
• Alternativamente, no caso da memória 
implícita, a evocação corresponde à 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
expressão no comportamento do 
aprendizado prévio. 
 
 
• Fatores afetivos podem influenciar a 
evocação. 
 
◦ Em regra nos esquecemos mais 
facilmente do que nos desagrada ou 
angustia. 
 
• Assim como a percepção não é uma 
cópia fiel do mundo externo, a evocação 
também nunca é idêntica à imagem 
perceptiva fixada: cada vez que 
evocamos estamos reconstruindo, 
sempre com alterações, a imagem 
armazenada. 
 
 
• Dentro da evocação, existiria uma etapa 
extra do processo mnêmico: a do 
reconhecimento como pretérito 
(identificação da imagem evocada como 
algo do passado, já vivenciado 
anteriormente, e não do presente). 
OBS: Conceitos importantes: 
 
• Lembrança: Capacidade de acessar 
elementos no banco da memória de 
longo prazo; 
 
 
 
• Reconhecimento: Capacidade de 
identificar uma informação apresentada 
ao sujeito com informações já 
disponíveis na memória de longo prazo; 
 
 
 
• Esquecimento: Impossibilidade de 
evocar e recordar. 
 
 
 
- Memória sensorial (até 1 segundo): 
Dura menos de 1 seg. Permanece ativa 
apenas o tempo necessário para se dar a 
percepção. É muito frágil e possui uma 
capacidade muitíssimo limitada. 
 
• É mais propriamente uma função da 
atenção do que da memória. 
 
• Percepção, atenção e memória se 
sobrepõem. 
 
• As memórias sensoriais são ricas 
(muitos conteúdos), mas muitíssimo 
breves (os conteúdos se apagam 
rapidamente). 
 
 
 
- Memória de curto prazo (de poucos 
minutos até 3 a 6 horas): Possui uma 
capacidade de armazenamento limitada e dura 
de segundos a minutos. 
 
- Essas informações provêm dos 
estímulos correntes, cuja impressão é 
prolongada, ou da recuperação de elementos 
da memória de longo prazo. Diversas 
informações são mantidas ativas 
simultaneamente, para que possam ser 
integradas e manipuladas. 
 
 
• Depende de estruturas cerebrais das 
partes mediais dos lobos temporais, 
como a região CA1 do hipocampo, do 
córtex entorrinal, assim como do córtex 
parietal posterior. 
 
 
• Também pode ser denominada de 
memória de trabalho (ou operacional) 
referindo-se ao armazenamento 
temporário de informações para a 
realização de tarefas cognitivas. 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 ◦ Possui 4 componentes: 
 
- Verbal (fonológico), que armazena 
informação auditiva sob a forma de linguagem 
falada; 
 
- Visuoespacial, que mantém ativas imagens 
visuais de objetos e informações de 
localização no espaço; 
 
- Executivo central, que coordena os 2 
anteriores e direciona a atenção; 
 
- Retentor episódico, que permite a interação 
da memória de trabalho com a memória de 
longo prazo. 
 
 
 
- Memória de longo prazo/remota (de dias, 
meses até muitos anos): O processo que 
converte as memórias de curto prazo em 
memórias de longo prazo chama-se 
consolidação. 
 
 Facilitada pela repetição da informação, ela 
necessita de 5 a 10 min para que ocorra 
minimamente e de pelo menos 60 min para que 
ocorra de forma plena. Representa o 
armazenamento permanente de informações. 
 
• Informações que foram fixadas há 
alguns minutos poderão ser evocadas 
por anos ou até por toda a vida. 
 
 
• Informações são arquivadas e 
conservadas de acordo com seu 
significado, em redes semânticas nas 
quais conceitos semelhantes ou 
semanticamente relacionados são 
armazenados de maneira vinculada, 
próximos uns dos outros. 
 
 
• A capacidade de armazenamento da 
memória de longo prazo é enorme, bem 
maior do que a da memória de curto 
prazo. 
 
 
• Relaciona-se com o hipocampo e 
amplas e difusas áreas corticais de 
associação em todos os lobos cerebrais 
(mas, principalmente, nos frontais). 
 
 
• As memórias de longo prazo podem ser 
divididas em explícitas (ou declarativas) 
e implícitas (ou não declarativas). 
 
 
Bases neurobiológicas da memória 
 
 
- Para a formação das unidades de memória, 
asestruturas límbicas temporomediais, 
principalmente, relacionadas ao hipocampo, à 
amígdala e ao córtex entorrinal, são 
fundamentais. 
 
 Elas atuam, em especial, na 
consolidação dos registros e na 
transferência das unidades de memória 
de curto e médio prazos (intermediária) 
para a de longo prazo (estocagem da 
memória remota). 
 
 
- Memórias recentes: Mudanças e 
consolidações de sinapses neuronais 
relacionadas a complexas cascatas de eventos 
moleculares e celulares necessárias para a 
primeira estabilização de informações 
recentemente adquiridas, nas redes neuronais 
coordenadas pelo hipocampo. 
 
 
 
- Memorizações lentas e de longo 
prazo: A consolidação das memórias se 
baseia em processos de nível sistêmico (redes 
neuronais), lentos, tempodependentes, que 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
convertem os traços lábeis de memória recente 
em formas mais permanentes, estáveis e 
ampliadas, baseadas na reorganização de 
redes neurais de suporte à memória, também 
coordenadas pelos hipocampos. 
 
 
• O substrato neural da memória de longo 
prazo (registros bem consolidados) 
repousa, basicamente, no córtex 
cerebral, ou seja, nas áreas de 
associação neocorticais, 
principalmente, frontais e 
temporoparietoccipitais. 
 
 
OBS: Hipocampo direito e esquerdo: 
Localizado na parte medial dos lobos 
temporais, filogeneticamente antigas, de 
importância central para os processos de 
aprendizagem e memória. 
 
• Quase toda a cognição está relacionada 
a eles, pois os hipocampos se conectam 
a múltiplas áreas do córtex cerebral, 
organizam eventos relacionados entre si 
em uma rede estruturada de memórias,além de atuarem na percepção e na 
organização mental, espacial e temporal 
dos eventos. 
 
 
• Hipocampo dos mamíferos tem 3 
grandes regiões: o giro denteado (GD), 
o corno de Ammon (CA1, CA2, CA3 e 
CA4) e o córtex entorrinal lateral e 
medial. 
 
 
• Funcionalmente, os hipocampos são 
divididos em hipocampo dorsal (mais 
ligado especificamente ao aprendizado 
e à memória) e hipocampo ventral (mais 
ligado ao processamento emocional). 
 
Tipos específicos de memória 
 
 Memória explícita/declarativa: Informações 
sobre o que é o mundo, informações essas que 
são acessíveis à consciência, podem ser 
evocadas voluntariamente, e podem ser 
expressas em palavras. 
 
• Memória episódica: Refere-se a 
eventos autobiográficos, a vivências 
pessoais do indivíduo que estão 
vinculadas a determinado local e 
ocasião; 
 
 
• Memória semântica: Refere-se a 
conhecimentos factuais, 
compartilháveis com as outras pessoas. 
 
 
 
- Memória implícita (sem consciência ou 
não declarativa): Refere-se ao aprendizado de 
como fazer as coisas. Expressa-se como 
melhora de desempenho em determinada 
atividade, que se dá em função de 
experiências prévias. É um tipo de memória 
automática e reflexa, que não pode ser 
expressa em palavras e que independe da 
recuperação consciente das experiências que 
produziram o aprendizado. Pode resultar da 
repetição de memórias explícitas (ex: aprender 
a dirigir). 
 
 
• Memória de procedimento: Memória 
automática, não consciente. Refere-se a 
práticas e habilidades motoras (andar 
de bicicleta, amarrar o sapato, tocar 
piano, escrever), perceptivas (montar 
quebra cabeças, descobrir a solução de 
labirintos gráficos, ler) e cognitivas (usar 
e compreender regras gramaticais). 
 
 
◦ De modo geral, é implícita e não 
declarativa; 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
◦ Ocorre de forma lenta, por meio de 
repetições e múltiplas tentativas. 
 
◦ As principais áreas envolvidas são a 
área motora suplementar (lobos 
frontais), os núcleos da base 
(sobretudo, o striatum) e o cerebelo. 
 
 
• Condicionamento clássico: 
Pareamento de 2 estímulos: o estímulo 
incondicionado (EI), que é forte e 
naturalmente bastante eficaz na 
produção de determinada resposta no 
animal, e o estímulo condicionado (EC), 
que é fraco ou neutro e ineficaz quanto 
a produzir a mesma resposta. 
 
 
◦ O condicionamento clássico permite 
ao animal fazer previsões sobre 
eventos no seu ambiente. 
 
 
◦ Ex: Uma pessoa que sofreu um grave 
acidente de carro e, naquele 
momento, estava ouvindo uma 
música agradável, pode passar a se 
sentir ansiosa toda vez que voltar a 
ouvir a música. 
 
 
• Condicionamento operante: As ações 
que são recompensadas tendem a se 
repetir, enquanto as ações seguidas de 
consequências aversivas tendem a não 
se repetir. Nesse sentido, o reforço leva 
a um aumento da resposta, enquanto a 
punição causa uma redução desta. 
 
 
 
• Aprendizagem não associativa: 
Animal é exposto a somente 1 estímulo 
(habituação) ou a 2 estímulos que não 
guardam qualquer relação entre si 
(sensibilização). 
 
• A habituação é a forma mais simples de 
aprendizagem. Consiste em 
progressiva diminuição da resposta a 
estímulos inócuos repetitivos. Quando 
um estímulo é novo, ele produz uma 
resposta intensa, mas, não tendo 
qualquer consequência, o animal 
aprende a ignorá-lo. 
 
 
◦ Ex: Na festa de Ano Novo, nos 
assustamos com o barulho dos 
primeiros fogos de artifício, mas logo 
depois nos acostumamos com eles. 
 
 
 
 
• Pré-ativação/facilitação: Exposição 
prévia ao estímulo favorece o seu 
reconhecimento posterior a partir de 
fragmentos dele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Alterações patológicas da memória 
Quantitativas 
 
Conceitos importantes: 
• Amnésia: Abolição da capacidade 
mnêmica; 
 
• Hipomnésia: Diminuição da 
capacidade mnêmica; 
 
 
• Hipermnésia: Aumento da 
capacidade mnêmica. 
 
 
Amnésia (hipomnésia) anterógrada: 
Impossibilidade (ou dificuldade) de formar 
novas lembranças de longo prazo (de adquirir 
novas informações) a partir do momento em 
que o agente patogênico casou dano cerebral. 
 
• Ocorre no transtorno amnésico, nas 
demenciais, no delirium e estados 
crepusculares (atenção e apreensão da 
realidade prejudicadas), na ansiedade e 
agitação psicomotora (mania) 
(diminuição na capacidade de 
concentração), no retardo mental grave 
(lesão cerebral e dificuldade de 
apercepção), na depressão (prejuízo na 
atenção provocado pelo desinteresse), 
nos blackouts (lacunas de memória 
referentes a episódios de embriaguez 
alcoólica). 
 
 
 
• Pacientes, frequentemente, perdem 
objetos, não conseguem guardar 
recados que deveriam transmitir; 
esquecem-se dos nomes e das faces de 
pessoas que acabaram de conhecer; 
perdem-se na rua e têm dificuldade em 
registrar a data corrente. 
 
 
Amnésia (hipomnésia) retrógrada ou 
deevocação 
- Impossibilidade (ou dificuldade) de 
recordar eventos anteriores à atuação do fator 
causal do distúrbio mnêmico; não se consegue 
recuperar memórias de longo prazo, as quais 
tinham sido adequadamente fixadas. A 
amnésia retrógrada afeta mais a recordação de 
eventos recentes do que de remotos. 
 
 
 Ocorre em quadros dissociativos 
histéricos, em traumatismos 
cranioencefálicos (TCE), em 
intoxicação por CO e em lesões 
talâmicas. 
 
 
 
 
Amnésia (hipomnésia) retroanterógrada 
(mistaou de fixaçãoevocação) 
 
- É a forma mais comum; déficits de 
fixação para o que ocorreu dias, semanas ou 
meses antes e depois do evento patógeno. 
 
 Presente nos quadros demenciais e no 
delirium, após um traumatismo 
cranioencefálico e aplicação de 
eletroconvulsoterapia. 
 
 
 
Amnésia (hipomnésia) generalizada 
 Estão afetadas todas as recordações de 
grande parte do passado, compreendendo os 
últimos meses ou anos, ou mesmo a vida 
inteira. 
 
• Tipo pouco frequente . 
 
• Pode ocorrer em seguida a um grave 
TCE, em fase terminal de demência e 
em transtornos dissociativos histéricos 
(fuga psicogênica). 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Amnésia (hipomnésia) lacunar ou 
localizada 
 
- A falha de memória abrange 
especificamente determinado espaço de 
tempo, de limites relativamente precisos, 
durante o qual houve um prejuízo na 
capacidade de fixação. Todos os eventos 
anteriores e posteriores a esse período foram 
normalmente fixados e são normalmente 
evocados. 
 
 
 Ocorre posteriormente a um estado de 
coma ou de delirium, a estados 
crepusculares epilépticos e histéricos, 
graves agitações maníacas ou 
psicóticas, um ataque de pânico ou um 
evento psicológico traumático. 
 
 
 
Amnésia (hipomnésia) seletiva ou 
sistemática: 
 
- As lembranças têm um conteúdo e 
significado afetivo em comum. 
• Observada em quadros dissociativos 
histéricos (amnésia psicogênica). 
 
 
- Hipermnésia anterógrada ou 
hipertrofia de memória: 
Capacidade exagerada de 
armazenamento de novas informações. 
Geralmente, está restrita a uma 
habilidade específica: memorizar uma 
grande quantidade de números ou 
nomes; reproduzir na íntegra uma 
música ou um texto extenso após terem 
sido ouvidos uma única vez; ou efetuar 
cálculos matemáticos muito complexos. 
 
 
• Pode ocorrer em pessoas normais, 
porém é mais frequente em indivíduos 
com retardo mental e, mais ainda, em 
autistas. 
• A memorização se dá de forma 
mecânica, em geral, sem que haja uma 
compreensão do significado do que está 
sendo fixado. 
 
 
 
Hipermnésia retrógrada ou de evocação 
 Excesso de recordações em breve espaço de 
tempo. Embora mais numerosas, as 
lembranças em geral são pouco claras e 
precisas, não havendo controle voluntário 
sobre elas. 
 
• Pode ser observada na síndrome 
maníaca (primária ou secundária). 
 
 
• Memória panorâmicaou ecmnésia: 
Observada em pessoas que estão na 
iminência de morrer. Durante segundos 
ou poucos minutos passam pela mente 
do indivíduo sua vida inteira ou os 
acontecimentos mais importantes, 
como se fosse um filme projetado com 
enorme velocidade. 
 
 
• Acromnésia: Encontrada em estados 
crepusculares epilépticos e histéricos, 
no transe hipnótico, no sonho, no 
delirium e na intoxicação por 
alucinógenos. Súbito ressurgimento de 
recordações que estavam 
aparentemente esquecidas ou em uma 
alteração transitória em que certos 
eventos autobiográficos são 
recordados de forma mais vívida, 
detalhada e exata do que o habitual. 
 
 
 
- Hipermnésia lacunar: Observada em 
pacientes com transtorno de pânico, 
especialmente, em relação à rememoração do 
1 ataque; e no transtorno de estresse pós-
traumático, em relação ao evento traumático. 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
- Hipermnésia seletiva: Ocorre na 
depressão, quanto a fatos dolorosos ou que 
despertem o sentimento de culpa; na mania, 
quanto a sucessos e realizações pessoais; e 
nos quadros delirantes, quanto a fatos que 
pareçam confirmar o seu juízo patológico. 
 
 
Qualitativas 
 
Alomnésia/ilusão de memória 
- Recordações de um evento real são 
deturpadas, distorcidas pelo indivíduo de 
forma involuntária. 
 
 
 Ocorre em pessoas normais e em 
situações patológicas: no delirium, na 
demência, no transtorno amnésico e 
nos estados crepusculares; na mania e 
na melancolia, por influência do afeto 
dominante; e na esquizofrenia e no 
transtorno delirante, como expressão do 
conteúdo dos delírios. 
 
 
Paramnésia/alucinação de memória 
 Recordação de algo que de fato não ocorreu, 
de uma falsa lembrança, embora para o 
paciente ela seja verdadeira. 
 
• Há ilusões mnêmicas (acréscimo de 
elementos falsos a elementos da 
memória de fatos que realmente 
aconteceram) e alucinações mnêmicas 
(criações imaginativas, dotadas de 
sensorialidade, marcadamente com a 
aparência de lembranças ou 
reminiscências que não correspondem 
a qualquer elemento mnêmico, a uma 
lembrança verdadeira). 
 
 
• Ocorre na esquizofrenia (atividade 
delirante) e outras psicoses e nos 
transtornos de personalidade. 
• Fabulação/confabulação: Alucinações 
de memória que ocorrem em quadros 
amnésicos de origem orgânica como no 
transtorno amnésico, na demência e no 
delirium. Seria o preenchimento de 
lacunas de memória. 
 
 
◦ Ex: Um velhinho, internado há vários 
anos em um asilo, conta que foi 
visitado pelo filho na véspera, 
quando na verdade este não 
aparecia por lá há meses. 
 
 
◦ Essas alterações compreendem 
lesões nos corpos mamilares, no 
núcleo dorsomedial do tálamo, 
assim como no córtex orbitofrontal. 
 
 
Déjà vu (já visto) e jamais vu (nunca visto): 
No déjà vu , o indivíduo tem uma sensação de 
familiaridade diante de uma situação (ou 
objeto) inteiramente nova, como se ele já a 
houvesse vivenciado anteriormente. 
 
No jamais vu ocorre o oposto: há uma 
ausência da sensação de familiaridade diante 
de uma situação já vivenciada uma ou mais 
vezes no passado. 
 
 
• Ocorrem na epilepsia do lobo temporal, 
na esquizofrenia, em síndromes de 
ansiedade e em pessoas normais. 
 
 
 
- Criptomnésia: Falha relativa ao 
reconhecimento como pretérito. Recordações 
voltam à mente do indivíduo, mas não são 
reconhecidas como tais, parecendo a ele 
ideias novas, criações originais suas. 
 
- É o mecanismo dos casos de plágio 
involuntário. 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
- Ecmnésia: Distúrbio quanto ao 
reconhecimento como pretérito. Trata-se de 
uma presentificação do passado: a recordação 
é tão intensa, quase alucinatória, que o 
paciente se comporta como se o evento 
pretérito estivesse ocorrendo naquele 
momento, como se ele estivesse vivendo em 
uma época anterior de sua vida. 
 
 
• Ocorre em estados crepusculares 
histéricos e epilépticos, em estados de 
obnubilação oniroide, na intoxicação por 
alucinógenos e na demência. 
 
• O fenômeno denominado visão 
panorâmica da vida, associado às 
chamadas experiências de quase-
morte, é, de certa forma, um tipo de 
ecmnésia, que ocorre geralmente 
associado à iminência da morte por 
acidente (sobretudo afogamento, 
sufocamento ou intoxicação). 
 
• Lembrança obsessiva/ideia 
fixa/representação prevalente: S 
urgimento espontâneo de imagens da 
memória ou conteúdos ideativos do 
passado que, uma vez instalados na 
consciência, não podem ser repelidos 
voluntariamente pelo indivíduo. 
 
• A imagem da memória, embora 
reconhecida como indesejável, 
reaparece de forma constante e 
permanece, como um incômodo, na 
consciência do paciente. 
 
• Ocorre em indivíduos com transtornos 
do espectro obsessivo-compulsivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A memória nos principais transtornos 
mentais 
 
Mania 
Hipermnésia de evocação e hipomnésia de 
fixação (estado de hipotenacidade e 
hipermobilidade da atenção); hipomnésia 
lacunar (referente ao período de maior 
agitação maníaca); alomnésias (recordações 
sendo distorcidas em função das ideias 
deliroides de grandeza). 
 
 
 
 
Depressão 
Capacidade de fixação reduzida (desinteresse 
em relação ao mundo externo); 
 
• Hipomnésia de evocação (inibição 
psíquica é muito intensa); 
 
• Hipermnésia seletiva (facilidade para 
evocar fatos ruins, geradores de culpa); 
 
• Alomnésias (distorções das 
recordações no sentido de um conteúdo 
de tristeza, ruína ou culpa). 
 
 
 
 
Esquizofrenia 
• Hipomnésia de fixação (apatia e 
desinteresse quanto ao mundo externo 
ou um quadro de grande ansiedade e 
agitação); 
 
• Hipermnésia seletiva (fatos que possam 
confirmar seus delírios) 
 
• Hipomnésia (fatos que possam 
contradizer seus delírios); 
 
• Alomnésias ou paramnésias 
(lembranças podem ser distorcidas ou 
criadas). 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
 
Delirium 
- Hipomnésia de fixação 
(hipotenacidade) 
 
- hipomnésia lacunar (período do 
rebaixamento do nível de consciência); 
dificuldade de evocação adequada e 
organizada das lembranças. 
 
 
 
Demência 
- Hipomnésia de fixação; memória de 
evocação comprometida (segue a lei de Ribot); 
 
- Consciência do déficit mnêmico; 
 
- Alomnésias e paramnésias 
(fabulações); 
 
- Memória explícita alterada e memória 
implícita pode estar preservada; 
 
- Memória episódica costuma estar mais 
prejudicada do que a semântica. 
 
 
 
Transtorno amnésico 
- A principal causa de transtorno 
amnésico é o alcoolismo crônico (síndrome de 
Korsakoff). 
 
- No transtorno amnésico observam-se: 
hipomnésia de fixação, desorientação 
temporoespacial e fabulação. Os distúrbios de 
memória são os mesmos dos quadros 
demenciais. 
 
 
 
 
Retardo mental 
 Memória de fixação afetada (dificuldade de 
apercepção); hipermnésia de fixação 
(hipertrofia de memória). 
 
 
Autismo 
- Ilhas de habilidades, as quais quase 
sempre incluem memória de fixação acima do 
normal. 
 
 
Epilepsia 
- Hipomnésia de fixação, hipermnésia de 
evocação, déjà vu e ecmnésia nos estados 
crepusculares epilépticos; amnésia lacunar 
(períodos de abolição da consciência). 
 
 
Transtornos dissociativos 
- Alterações de memória são reversíveis; 
amnésia pode ser seletiva, lacunar ou 
generalizada, em geral é retrógrada, embora 
possa ser retroanterógrada; ecmnésias 
(sonambulismo); amnésia psicogênica; 
paciente está lúcido e tem consciência de estar 
apresentando um distúrbio de memória; 
teatralidade (relação temporal com 
aborrecimentos e contrariedades). 
 
 
 
Transtorno de estresse pós-traumático 
(TEPT): 
Hipermnésia retrógrada em relação ao trauma; 
flashbacks dissociativos (ecmnésias); amnésia 
em relação a aspectos importantes do evento 
traumático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Avaliação da memória 
Entrevista psiquiátrica- Em um simples diálogo com o paciente 
e na coleta dos dados da anamnese, já é 
possível ter uma estimativa razoável sobre a 
sua memória, especialmente, quanto a sua 
capacidade de evocação. 
 
 
- Observa-se se ele é capaz de precisar 
os detalhes dos fatos narrados e ordená-los 
cronologicamente. - Observação de como o 
paciente lida com as questões do dia a dia. 
 
 
 Indicam um déficit mnêmico a perda 
frequente de objetos, a repetição sem 
crítica das mesmas ideias nos diálogos 
com as outras pessoas, a dificuldade de 
localizar o próprio leito na enfermaria ou 
de guardar o nome do médico, a 
desorientação no tempo e no espaço, e 
o falso reconhecimento de pessoas. 
 
 
Testagem da memória de fixação 
- São apresentados ao paciente, verbal ou 
visualmente, uma série de dígitos, palavras ou 
sílabas desconexas, que devem ser repetidos 
de imediato e, de novo, segundos ou minutos 
depois. 
 
- Entre a 1ª e a 2ª repetição, pode ser 
introduzida uma atividade interferente: solicitar 
que ele memorize uma 2ª série ou que realize 
um teste de concentração, o que afasta a 
informação inicial da memória de trabalho: 
 
 
• Teste de enumeração de objetos: São 
mostrados ao paciente desenhos de 12 
objetos durante 20 segundos; algum 
tempo depois, pede-se que ele cite os 
objetos que viu. 
 
 
• Teste de memória lógica: Conta-se 
uma pequena história, com cerca de 15 
itens (ou núcleos lógicos), ao 
examinando, que mais tarde deve 
repeti-la. Ao final, contam-se os itens 
recuperados. 
 
Testagem da evocação de dados recentes 
- São feitas perguntas como: “Quem é o 
presidente do Brasil?”; “Quem é o técnico 
da seleção brasileira de futebol?”; “O que 
apareceu no noticiário nos últimos dias?”; 
“O que você comeu ontem no almoço?”. 
 
Testagem da evocação de dados remotos 
- São feitas perguntas relativas a informações 
autobiográficas, cujas respostas devem ser 
confirmadas por algum familiar ou pelos 
registros do prontuário: 
“Quais são os nomes dos seus filhos?”; 
“Em que data o senhor se casou?”; 
“Qual era o nome da 1ª escola que o senhor 
frequentou?”. 
 
- São feitas também perguntas relativas a 
eventos de conhecimento público ou a fatos 
históricos, levando-se em consideração o nível 
educacional do paciente: 
“Em que ano o Brasil foi tricampeão mundial de 
futebol?”; 
“Quem foi o presidente do Brasil que se 
suicidou?”; 
“Quem foi Carmem Miranda?”. 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Avaliação neuropsiscológia formal 
- Quando se faz necessária uma avaliação 
mais detalhada da memória, podem ser 
utilizados testes neuropsicológicos 
estandardizados, como o teste da figura 
complexa de Rey e alguns sub-testes da 
bateria Wechsler (dígitos nas ordens direta 
e indireta, aritmética, sequência de 
números e letras, completar figuras), entre 
outros. 
 
 
Validade da interpretação dos testes 
Na interpretação dos resultados dos testes, 
devem ser considerados fatores como 
ansiedade e desinteresse, que podem 
prejudicar o desempenho do paciente.

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