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801) Literatura para Oficial (PMMA/CBMMA) 2023 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY Ordenação: Por Matéria e Assunto (data) www.tecconcursos.com.br/questoes/765531 ITA - Vest (ITA)/ITA/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Considere o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, à luz da reprodução da pintura de Edvard Munch a que ele se refere. O grito (Munch) A natureza grita, apavorante. Doem os ouvidos, dói o quadro. O grito – Edvard Munch (1863-1944), Noruega O texto de Drummond I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura. II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente. III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura. IV. interpreta poeticamente a pintura. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II. b) apenas I, II e IV. c) apenas II, III e IV. d) apenas III e IV. e) todas. https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765531 802) 803) 804) www.tecconcursos.com.br/questoes/362225 IBFC - PEB (SEDF)/SEDF/Língua Portuguesa/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Leia a primeira estrofe de Póetica, de Vinicius de Moraes, para responder à questão: De manhã escureco De dia tardo De tarde anoiteço De noite ardo. Como dito, a estrofe apresentada pertence a um dos poemas de Vinicius de Moraes. Sobre o referido autor, não é correto afirmar que: a) Produziu sua obra durante o período modernista da literatura brasileira. b) É famoso por seus notórios sonetos, que tematizam em grande parte o amor erótico. c) Sua poesia nunca contemplou a crítica social. d) Em suas primeiras obras, produziu uma poesia neo-simbolista, de inspiração religiosa. www.tecconcursos.com.br/questoes/765518 ITA - Vest (ITA)/ITA/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Acerca da representação da infância em Vidas secas, de Graciliano Ramos, é INCORRETO dizer que a) tanto o menino mais velho como o mais novo encontram pouca alegria no ambiente inóspito em que vivem. b) os dois meninos sentem muito afeto pela cachorra Baleia, companheira inseparável da família. c) o menino mais velho se rebela contra a situação da família e contra a brutalidade de Sinhá Vitória. d) o menino mais novo quer ser igual ao pai e o mais velho entra em conflito com a mãe quando falam sobre o inferno. e) quando o menino mais velho associa o lugar em que vive com a ideia de inferno, começa a deixar de ser criança. www.tecconcursos.com.br/questoes/765525 ITA - Vest (ITA)/ITA/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Acerca do romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, assinale a opção CORRETA. a) A história central, que retrata o amor entre Gabriela e Nacib, segue estritamente o modelo realista- naturalista de paixão sexual. b) O final revela que a união amorosa de Gabriela e Nacib não condiz com as regras e valores sociais ligados ao matrimônio oficial. c) O adultério de Gabriela com Mundinho Falcão determina o final realista do romance. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/362225 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765518 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765525 805) 806) d) As mulheres, exceto Gabriela, têm destinos semelhantes ao de Sinhazinha, morta pelo marido ao surpreendê-la com Osmundo. e) O adultério de Gabriela é secundário na obra, mais preocupada em denunciar o coronelismo no Nordeste. www.tecconcursos.com.br/questoes/765521 ITA - Vest (ITA)/ITA/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) O poema abaixo é de Cecília Meireles: Epigrama 8 Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí. É CORRETO afirmar que o texto a) contém uma expressão exagerada de dor e tristeza, decorrente do fim de um envolvimento amoroso. b) fala sobre o rompimento de duas pessoas, que, por já ser previsto, não causou dor no sujeito lírico. c) registra o término de um envolvimento afetivo superficial, pois os amantes não se entregaram totalmente. d) contém ambiguidade, pois, apesar de o sujeito lírico dizer que não chorou, o poema exprime tristeza. e) garante que a forma mais aconselhável de lidar com as desilusões é estarmos de antemão preparados para ela. www.tecconcursos.com.br/questoes/1187169 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) TEXTO I Poema de sete faces Mundo mundo vasto mundo, Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento). TEXTO II https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765521 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187169 807) CDA (imitado) Ó vida, triste vida! Se eu me chamasse Aparecida dava na mesma. FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos Drummond de Andrade, e entre parênteses indica “imitado” porque, como nos versos de Drummond, a) apresenta o receio de colocar os dramas pessoais no mundo vasto. b) expõe o egocentrismo de sentir o coração maior que o mundo. c) aponta a insuficiência da poesia para solucionar os problemas da vida. d) adota tom melancólico para evidenciar a desesperança com a vida. e) invoca a tristeza da vida para potencializar a ineficácia da rima. www.tecconcursos.com.br/questoes/1027424 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Ai, palavras, ai, palavras que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia a vossa porta: o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora... E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil, como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam... MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento). O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem: a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras. b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027424 808) 809) c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida. d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças. e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos. www.tecconcursos.com.br/questoes/752871 ITA - Vest (ITA)/ITA/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Sobre o romance Capitães da areia, de Jorge Amado, é INCORRETO afirmar que a) ( ) se trata de um livro cuja personagem central é coletiva, um grupo de meninos de rua, e isso o aproxima de O cortiço. b) ( ) as principais personagens masculinas são Pedro Bala, Sem Pernas, Volta Seca, Pirulito e Professor,e a figura feminina central é Dora. c) ( ) há uma certa herança naturalista, visível na precoce e promíscua vida sexual dos adolescentes. d) ( ) os vestígios românticos aparecem em algumas cenas de jogos e brincadeiras infantis e na caracterização de Dora. e) ( ) todos os meninos acabam encontrando um bom rumo na vida, apesar das dificuldades. www.tecconcursos.com.br/questoes/1059986 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Texto I Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações... AMADO, J. Capitães de Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento). Texto II À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado, TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento). Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos, a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752871 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1059986 810) 811) b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens. c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social. d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão. e) a crítica à indiferença da sociedade pelos margina - lizados é direta, www.tecconcursos.com.br/questoes/752872 ITA - Vest (ITA)/ITA/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) O poema ao lado, “Gioconda (Da Vinci)”, de Carlos Drummond de Andrade, refere-se a uma célebre tela renascentista: O ardiloso sorriso alonga-se em silêncio para contemporâneos e pósteros ansiosos, em vão, por decifrá-lo. Não há decifração. Há o sorriso. (Em: Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996.) NÃO se pode afirmar que o poema a) ( ) faz uso de metalinguagem num sentido amplo, pois é uma obra de arte que fala de outra. b) ( ) procura se inserir no debate que a tela Gioconda provoca desde a Renascença. c) ( ) mostra que são inúmeros os significados do sorriso da Gioconda. d) ( ) garante não haver razão alguma para a polêmica, como diz o último verso. e) ( ) ilustra a polissemia de obras de arte, inclusive do próprio poema. www.tecconcursos.com.br/questoes/1061637 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e [comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e [sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752872 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1061637 812) De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade. b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos. c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo. d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira. e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos. www.tecconcursos.com.br/questoes/1060855 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e que denunciavam um passado ilustre, gerações de Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora, uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era fácil perceber o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na sombra, suas pratas semi-empoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas opalinas – ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor latente em suas entranhas. CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002 (adaptado). O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência dessa família, mas é, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1060855 813) ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O recurso expressivo que formula literariamente essa desagregação histórica é o de descrever a casa dos Meneses como a) ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família. b) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência da aristocracia rural mineira. c) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano, compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos. d) símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolução graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa. e) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repousa como lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente. www.tecconcursos.com.br/questoes/995284 INEP (ENEM) - Part(ENEM)/ENEM/Regular/2007 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Texto I Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo. Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75. Texto II Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes. Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254. No texto II, verifica-se que o autor utiliza a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular. b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/995284 814) c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca. d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar determinado momento da literatura brasileira. e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto. www.tecconcursos.com.br/questoes/995279 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2007 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Texto I Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo. Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75. Texto II Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes. Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254. A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas. I O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30. II A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares. III Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional. É correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/995279 815) 816) c) III. d) I e II. e) II e III. www.tecconcursos.com.br/questoes/1048175 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2006 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação. (...) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (...) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave? Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14. Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas: a) a nostalgia do passado colonialista revisitado. b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura. c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos. d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética. e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria. www.tecconcursos.com.br/questoes/1047280 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2003 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele torna mais viva a linguagem. Carlos Drummond de Andrade escreveu um dos mais belos versos da língua portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1048175 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1047280 817) Um cão cheirando o futuro (Entrevista com Mário Carvalho. Folha de SP, 24/05/1988. adaptação) O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi a) o modo raro como foi tratado o “futuro”. b) a referência ao cão como “animal de estimação”. c) a flexão pouco comum do verbo “cheirar” (gerúndio). d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de “cheirar”. e) o emprego do artigo indefinido “um” e do artigo definido “o” na mesma frase. www.tecconcursos.com.br/questoes/1048676 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2001 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha: “A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muito, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais Diamantes tem à vontade Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui”. MENDES, Murilo.Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em: a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1048676 818) 819) www.tecconcursos.com.br/questoes/1051414 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989) III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por a) reiteração de imagens. b) oposição de idéias. c) falta de criatividade. d) negação dos versos. e) ausência de recursos. www.tecconcursos.com.br/questoes/1051476 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc) E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1051414 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1051476 820) 821) Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.) O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga: O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela. Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é a) uma narrativa direta e econômica. b) real, palpável. c) sentimento de realidade. d) seu expediente de homem. e) seu remédio. www.tecconcursos.com.br/questoes/2410376 CETREDE - Prof (Pref Caucaia)/Pref Caucaia/Língua Portuguesa/2023 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Ariano Suassuna foi um grande escritor e dramaturgo brasileiro, autor do Auto da Compadecida, obra-prima adaptada para o cinema e a televisão. Embora suas obras tenham características de diferentes movimentos, Suassuna foi alinhado ao a) Realismo. b) Parnasianismo. c) Romantismo. d) Pré-Modernismo. e) Modernismo – Geração de 45. www.tecconcursos.com.br/questoes/2410625 OBJETIVA CONCURSOS - Prof (Pref Candiota)/Pref Candiota/Língua Portuguesa/2023 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Considerando-se a obra Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: (_) São 21 estórias que dão a impressão de homogeneidade perfeita, mas que são diversas na abordagem dos assuntos. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2410376 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2410625 822) (_) A maioria dos contos desenrola-se numa região não especificada, mas identificável como a das obras anteriores do autor: o mundo da sua infância e da sua mocidade. (_) O autor cria suspense e produz a expectativa de catástrofes; essa expectativa, porém, não é satisfeita frequentemente: as estórias acabam sem explosão, os conflitos esvaziam-se em resignação ou apaziguamento, causando frustração no leitor. a) C - C - E. b) C - C - C. c) E - E - E. d) E - C - C. e) C - E - C. www.tecconcursos.com.br/questoes/2333159 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Considere, a seguir, dois trechos de Sagarana, de João Guimarães Rosa, extraídos de “Corpo fechado” e “A hora e vez de Augusto Matraga”, respectivamente. E, quando espiei outra vez, vi exato: Targino, fixo, como um manequim, e Manuel Fulô pulando nele e o esfaqueando, pela altura do peito – tudo com rara elegância e suma precisão. Targino girou na perna esquerda ceifando o ar com a direita; capotou; e desviveu, num átimo. Seu rosto guardou um ar de temor salutar. – Conheceu, diabo, o que é raça de Peixoto?! (ROSA, João Guimarães. Corpo fechado. In: ______. Sagarana. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 400. v. 1.) Mas Nhô Augusto tinha o rosto radiante, e falou: – Perguntem quem é que aí algum dia ouviu falar no nome de Nhô Augusto Esteves, das Pindaíbas? – Virgem Santa! Eu logo vi que só podia ser você, meu primo Nhô Augusto... Era o João Lomba, conhecido velho e meio parente. Nhô Augusto riu: – E hein, hein João?! – P’ ra ver... Então Augusto Matraga fechou um pouco os olhos, com sorriso intenso nos lábios lambuzados de sangue, e de seu rosto subia um sério contentamento. Daí mais, olhou, procurando João Lomba, e disse, agora sussurrando, sumido: – Põe a benção na minha filha...seja lá onde for que ela esteja...E, Dionora...Fala com a Dionora que está tudo em ordem! Depois morreu. (ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In: ______. Sagarana. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 462. v. 1.) Com base nas informações apresentadas e na obra completa, assinale a alternativa correta. a) Jureminho mata Matraga motivado pela disputa interna que travavam para conquistar a liderança do bando de jagunços, após a morte do antigo chefe, Seu Joãozinho Bem-Bem. b) O fazendeiro Joãozinho Bem-Bem contratou Manuel Fulô, famoso jagunço da localidade, para assassinar Targino, por causa de uma disputa de terras que havia entre os dois. c) Matraga repete o seu lema “todo mundo tem sua hora e sua vez”, fazendo alusão ao dia em que faria seu acerto de contas com João Lomba, que lhe havia roubado a mulher, Dona Dionora. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2333159 823) d) Targino, mesmo com o corpo fechado por seu grupo de ciganos, não consegue se livrar da morte no duelo com Manuel Fulô, provocado pela disputa da égua Beija-Fulô. e) A morte de Matraga é o desfecho de um combate que resulta em morte dupla, sinalizando a redenção que Nhô Augusto prenuncia quando diz “P’ra o céu eu vou,nem que seja a porrete!...”. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340943 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Para responder a questão, leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor moçambicano Mia Couto (1955- ). Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração batia só de quando em enquantos. A mãe sabia que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o dedo e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal: — Mãe, venha ouvir: está a bater! A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas, presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando a arrastosa vida. Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sentiu a transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou: — Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros. A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros selou-se o segredo, só entre as duas.[...] Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida. Até que essa imobilidade se prolongou por consecutivas demoras. A menina falecera? Não se vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia praticando vivências, brincando, sempre cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe não escutava os piares. — Agora não sonha, filha? — Ai mãe, está tão escuro no meu sonho! Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade: — Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu sinal. O médico corrigiu os óculos como se entendesse rectificar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se autorizar. E disse: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2340943 824) — Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu. — Morta, a minha menina? Mas, assim...? — Esta é a sua maneira de estar morta. A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta: — Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade. A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem. Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor. — Então, minha querida não escutou nada? Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro. Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante. Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito. E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãe deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as vozearias das aves. (Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.) A linguagem poética, o emprego de neologismos e as marcas de oralidade, que podem ser identificados no texto de Mia Couto, caracterizam também a prosa do seguinte escritor brasileiro: a) Guimarães Rosa. b) Graciliano Ramos. c) Machado de Assis. d) Euclides da Cunha. e) Aluísio de Azevedo. www.tecconcursos.com.br/questoes/2333155 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale a alternativa correta a respeito de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto. a) Severino constata a presença reiterada da morte em seu percurso e afirma: “só a morte deparei / e às vezes até festiva”; a festa a que ele se refere comemorava o Dia de Finados, também conhecido como Dia dos Mortos. b) Chegando à Zona da Mata, Severino se anima ao perceber que os rios que correm naquela região não se interrompem, o que torna a terra mais fértil, porém em seguida ele se depara com mais um enterro. c) Após escutar uma conversa entre dois coveiros que trabalham em cemitérios de Recife, Severino compreende que só a morte pode igualar as pessoas, pois, a partir do momento em que os corpos são enterrados, as diferenças sociais deixam de existir. d) O auto se encerra com uma fala em que, antevendo que seu filho recém-nascido teria uma vida tão difícil quanto a do retirante que ele conhecera um pouco antes, Seu José pergunta se não seria melhor para Severino desistir de viver. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2333155 825) 826) e) As referências ao tamanho pequeno das covas nos cemitérios do interior, como por exemplo em “Esta cova em que estás / com palmos medida”, relacionam-se ao tamanho dos próprios versos de Morte e vida severina, que têm sempre a mesma medida. www.tecconcursos.com.br/questoes/2397054 EAPC - Vest (SLMANDIC)/SLMANDIC/Medicina/Campus Araras/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto “A sua poesia, que se estende no arco de 1942 (Pedra do Sono) a 1996 Educação pela Pedra) tem dado um exemplo fortemente persuasivo de “volta às próprias coisas” como estrada real para apreender e transformar uma realidade que, opaca e renitente, desafia sem cessar a nossa inteligência. Na esteira de Drummond e Murilo Mendes, o poeta recifense estreou com a preocupação de desbastar suas imagens de toda ganga de resíduos sentimentais ou pitorescos, ficando-lhes nas mãos apenas a nua intuição das formas (de onde o geometrismo de alguns poemas seus) e a sensação aguda dos objetos que delimitam o espaço do homem moderno. (...)” BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. ed. Cultrix, 1996. O crítico literário Alfredo Bosi, no excerto acima, faz referência ao autor a) Raul Pompéia. b) Vinicius de Moraes. c) Ferreira Gullar. d) Érico Veríssimo. e) João Cabral de Melo Neto. www.tecconcursos.com.br/questoes/2372004 IBGP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia o poema a seguir, extraído do livro “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto. O retirante resolve apressar os passos para chegar logo ao Recife – Nunca esperei muita coisa, digo a Vossas Senhorias. O que me fez retirar não foi a grande cobiça; o que apenas busquei foi defender minha vida da tal velhice que chega antes de se inteirar trinta; se na serra vivi vinte, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2397054 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2372004 se alcancei lá tal medida, o que pensei, retirando, foi estendê-la um pouco ainda. Mas não senti diferença entre o agreste e a caatinga, e entre a caatinga e aqui a mata a diferença é a mais mínima. Está apenas em que a terra é por aqui mais macia; está apenas no pavio, oumelhor, na lamparina: pois é igual o querosene que em toda parte ilumina, e quer nesta terra gorda quer na serra, de caliça, a vida arde sempre com a mesma chama mortiça. Agora é que compreendo por que em paragens tão ricas o rio não corta em poços como ele faz na Caatinga: vive a fugir dos remansos a que a paisagem o convida, com medo de se deter, grande que seja a fadiga. Sim, o melhor é apressar o fim desta ladainha, fim do rosário de nomes 827) que a linha do rio enfia; é chegar logo ao Recife, derradeira ave-maria do rosário, derradeira invocação da ladainha, Recife, onde o rio some e esta minha viagem se fina. Fonte: ELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 186-187. Sobre os versos, é INCORRETO afirmar que: a) O retirante se dirige aos leitores, dizendo, como se estivesse desfiando uma ladainha, quais são suas pretensões ao se retirar. b) Os desejos do retirante não são imensos, pois ele demanda apenas uma vida minimamente digna. c) Nos versos “e quer nesta terra gorda / quer na serra, de caliça, / a vida arde sempre com / a mesma chama mortiça”, o retirante nos diz da efemeridade da vida humana, o que promove no poema uma crítica social e também uma reflexão existencial. d) O fato de o rio não se deter nos remansos “a que a paisagem o convida” é o medo de que a sua vida pare; mas isso, no poema, não tem nada a ver com a vida do retirante. www.tecconcursos.com.br/questoes/2411605 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista. Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres, revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, atirou quanto ele tão bem — no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar, que o homenzinho o procurava. ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967. Os procedimentos de construção conferem originalidade ao estilo do autor e produzem, no fragmento, efeito de sentido apoiado na a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida. b) tensão progressiva ante a chegada do estranho. c) nota irônica do perfil intelectual do personagem. d) curiosidade natural despertada pelo anonimato. e) erudição sutil da alusão ao pensamento grego. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2411605 828) 829) www.tecconcursos.com.br/questoes/2219460 FGV - Adv (SEN)/SEN/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale o segmento que pertence à obra, de estilo muito particular, do escritor modernista João Guimarães Rosa. a) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.” b) “Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra natal. Aí campeia o destemido vaqueiro cearense, que à unha de cavalo acossa o touro indômito no cerrado mais espesso, e o derriba pela cauda com admirável destreza. Aí, ao morrer do dia, reboa entre os mugidos das reses, a voz saudosa e plangente do rapaz que abóia o gado para o recolher aos currais no tempo da ferra. Quando te tomarei a ver, sertão da minha terra, que atravessei há muitos anos na aurora serena e feliz da minha infância?” c) “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.” d) “Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.” e) “— Chá... tchá... chá... tchá. Era um pássaro madrugador que anunciava a antemanhã, primeiro que o galo-de-campina, que toda a orquestração das matinas. Um xexéu desgracioso, cor das barreiras enferrujadas, a que os escravos davam caça, a bodoque , nos dias de folga, porque — regulador que não se atrasa — lhes marcava, pontualmente , o início das tarefas diárias. O feitor, como ainda chamam a esse arauto importuno, pegava no estribilho temporão, tirando do sono a cabroeira extenuada, como contratado pelo senhor rural: chá... tchá...” www.tecconcursos.com.br/questoes/1910303 RBO - AFisc (Navegantes)/Pref Navegantes/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Considere o trecho de "A quinta história", de Clarice Lispector, para responder à questão. A quinta história Esta história poderia chamar-se "As Estátuas". Outro nome possível é "O Assassinato". E também "Como Matar Baratas". Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras, porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem. A primeira, "Como Matar Baratas", começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro delas. Assim fiz. Morreram. A outra história é a primeira mesmo e chama-se "O Assassinato". Começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em abstrato me havia queixado de baratas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam os canos do edifício até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas também. Em nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concentração um pouco mais intensa. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2219460 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1910303 830) Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e ninguém acreditaria no mal secreto que roía casa tão tranqüila. Mas se elas, como os males secretos, dormiam de dia, ali estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir da longa morte. Um medo excitado e meu próprio mal secreto me guiavam. Agora eu só queria gelidamente uma coisa: matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente, cansada, sonha. E eis que a receita estava pronta, tão branca. Como para baratas espertas como eu, espalhei habilmente o pó até que este mais parecia fazer parte da natureza. De minha cama, no silêncio do apartamento, eu as imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só uma toalha alerta no varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada. Atravessei a cozinha. No chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara. Sobre o texto, assinale a alternativa correta. a) No trecho, a autora narra a tentativa de matar cada barata que existe, aindaque acorde de sobressalto durante a noite, envolta em remorso e arrependimento. b) "O Assassinato" revela diversos pensamentos sobre o ato de matar baratas, surgidos após a realização da primeira história "Como Matar Baratas". c) As duas narrativas apresentadas no texto refletem dois pontos de vistas diferentes sobre a mesma ação: a primeira objetiva e a segunda com aspectos psicológicos da autora. d) Ao alegar que as baratas "passaram a ser dela também", a autora se exime das maldades que guiavam seu ímpeto na preparação da mistura mortal. e) O assassinato das baratas é justificado por seu comportamento notívago, uma vez que o hábito diurno das baratas causa "um senso de ultraje". www.tecconcursos.com.br/questoes/1869846 ITA - Vest (ITA)/ITA/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia atentamente o trecho do conto “A mão no ombro” e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA. Deixou cair a folha seca, enfurnou as mãos nos bolsos e seguiu pisando com a mesma prudência da estátua. Contornou o tufo de begônias, vacilou entre os dois ciprestes (mas o que significava essa estátua?) e enveredou por uma alameda que lhe pareceu menos sombria. Um jardim inocente. a) é um narrador predominantemente em terceira pessoa, que utiliza, por vezes, o discurso indireto livre para se confundir com a personagem protagonista. b) é um narrador em primeira pessoa que constrói um monólogo interior. c) é um narrador protagonista, que relata, em primeira pessoa, as experiências que outra personagem lhe contou. d) é um narrador em terceira pessoa pouco atento aos pensamentos da personagem protagonista. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869846 831) 832) e) é um narrador judicativo que recrimina a culpa que a personagem protagonista sente e, por isso, faz perguntas a si próprio. www.tecconcursos.com.br/questoes/1686561 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) A respeito da temática da violência nos contos de Sagarana, de Guimarães Rosa, assinale a alternativa correta. a) Em “Minha gente”, o narrador vai visitar o tio numa região rural e acaba testemunhando um assassinato a foice que tem motivação política, ligado ao envolvimento da família com a disputa eleitoral que está em curso na região. b) Em “Duelo”, a violência é um círculo vicioso, já que a mulher de Turíbio comete adultério com Cassiano, o que leva o marido a matar por engano o irmão do amante; a partir daí, Turíbio e Cassiano passam a se perseguir longamente e os dois acabam morrendo. c) Em “O burrinho pedrês”, um dos vaqueiros que saem de manhã para conduzir a boiada do fazendeiro Major Saulo até a cidade para embarcar no trem de carga planeja a morte de um companheiro por ciúme de uma moça, mas só executa o crime à noite, na volta para a fazenda. d) Em “A hora e vez de Augusto Matraga”, o protagonista é um homem violento que acaba ele próprio sendo vítima de uma tentativa de homicídio à qual sobrevive; esse acontecimento o leva a uma mudança radical e ele abre mão definitivamente de seu comportamento violento. e) Em “Corpo fechado”, citam-se casos de vários valentões de uma pequena cidade, mas o tom é de humor e a violência não é diretamente encenada, já que o personagem principal é um rapaz que não tem medo dos valentões, porque desde pequeno tem o corpo fechado por um feiticeiro. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476122 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale a alternativa que não contribui para a compreensão do desfecho do conto “Tigrela”. a) “Só eu sei que cresceu, só eu notei que está ocupando mais lugar embora continue do mesmo tamanho, ultimamente mal cabemos as duas, uma de nós teria mesmo que... Interrompeu para acender a cigarrilha, a chama vacilante na mão trêmula.” b) “No fim, quis se atirar do parapeito do terraço, que nem gente, igual. Igual, repetiu Romana procurando o relógio no meu pulso.” c) “Uma noite dessas, quando eu voltar para casa o porteiro pode vir correndo me dizer. A senhora sabe? De algum desses terraços...” d) “Finge que não liga mas a pupila se dilata e transborda como tinta preta derramando no olho inteiro, eu já falei nesse olho? É nele que vejo a emoção. O ciúme. Fica intratável.” e) “Fiquei olhando para o pequeno círculo de água que seu copo deixou na mesa. Mas, Romana, não seria mais humano se a mandasse para o zoológico?” www.tecconcursos.com.br/questoes/1476120 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1686561 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476122 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476120 833) 834) Assinale a alternativa que não apresenta um trecho que contribui para o entendimento do desfecho de “As Formigas”. a) “Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.” b) “O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho.” c) “– Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente, extra. Telefone, também.” d) “No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o outro olho era penumbra.” e) “Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas. Na volta, senti que no quarto tinha algo mais, está me entendendo?” www.tecconcursos.com.br/questoes/1953468 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…) Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio. Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres. Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro a morte. Clarice Lispector. Morte de uma baleia. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as características do Modernismo brasileiro. No texto, a pessoa que narra os acontecimentos se recusa a ver as baleias que agonizam nas praias, porque teme agir como aqueles que as atacam. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1953466 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1953468https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1953466 835) 836) Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…) Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio. Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres. Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro a morte. Clarice Lispector. Morte de uma baleia. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as características do Modernismo brasileiro. Segundo a narrativa apresentada, come-se a carne das baleias porque elas são animais ferozes. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1953463 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…) Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio. Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres. Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro a morte. Clarice Lispector. Morte de uma baleia. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1953463 837) 838) A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as características do Modernismo brasileiro. A narrativa apresentada reforça a ligação de Clarice Lispector com o Modernismo brasileiro, aproximando-a especialmente do Regionalismo de 1930, que tratou de temas como a desigualdade e a fome. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1415436 CEBRASPE (CESPE) - Prof (B Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/Português/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em 2020, a escritora Clarice Lispector completaria cem anos de idade. Autora de prosa e ficção, ela é uma representante da terceira geração modernista. As obras produzidas pelos escritores dessa geração ficaram marcadas, entre outras características, a) pela importância dada à forma, o que fez muitos autores serem considerados experimentalistas. b) pela preocupação exagerada com a forma, o que impedia que esses autores fossem considerados experimentalistas. c) pela despreocupação com o conteúdo, o que tornava esses autores instrumentalistas. d) pelo descuido da forma e pela preocupação com o conteúdo, representando a tendência poética denominada práxis. e) pela valorização excessiva da tradição das gerações anteriores, embora de forma renovada. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476192 DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Enfermagem/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Vergonha de viver Clarice Lispector Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...) Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado na vida. Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...). De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...) Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...) www.cronicabrasileira.org.br No último parágrafo, a autora https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1415436 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476192 839) 840) a) apresenta, por meio de reminiscências da infância, a valorização de seu dom como escritora. b) mostra que a insistência em escrever histórias foi determinante para o reconhecimento de uma grande cronista. c) sugere que a teimosia em escrever, apesar das recusas, pode têla impulsionado para a senda da literatura. d) leva à conclusão, por ser autobiográfico e contraditório, de que escrever na infância foi o embrião de seu futuro ofício. www.tecconcursos.com.br/questoes/1953467 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…) Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio. Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dospobres. Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro a morte. Clarice Lispector. Morte de uma baleia. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as características do Modernismo brasileiro. Por tratar de um fato do cotidiano de forma pessoal e com linguagem poética, o texto apresentado pode ser caracterizado como uma crônica. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1778185 CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) TEXTO 1 Com licença poética Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1953467 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1778185 841) Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu souD. PRADO, Adélia Prado. Com Licença Poética. In: PRADO, Adélia. Adélia Prado: Poesia reunida. 6. ed. São Paulo: Siciliano, 1996. p. 11. A escritora Adélia Prado, autora modernista mineira, surpreende a crítica e encanta os leitores pela originalidade de sua poesia marcada pelo feminino e pelo misticismo. No texto 1, acima, de sua autoria, observa-se que o eu lírico é alguém que se vê como a) vítima de sua condição, conforme os versos: “[...] vai carregar bandeira./Cargo muito pesado pra mulher [...]”. (linhas 03-04) b) militante radical de causas políticas, dividindo o mundo em dois polos quando diz: “Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem”. (linha 17) c) submisso aos caprichos do destino, como demonstra nos versos: “Aceito os subterfúgios que me cabem,/sem precisar mentir”. (linhas 06-07) d) irresignado ao que o destino vaticinou na ocasião de seu nascimento ao afirmar: “Mulher é desdobrável. Eu sou”. (linha 18) www.tecconcursos.com.br/questoes/1987797 Instituto Consulplan - Vest (UNEC)/UNEC/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Quanto à mãe de Ofélia, ela temia que à força de morarmos no mesmo andar houvesse intimidade e, sem saber que também eu me resguardava, evitava-me. A única intimidade fora a do banco do jardim, onde, com olheiras e boca fina, falara sobre enfeitar bolos. Eu não soubera o que retrucar e terminara dizendo para que soubesse que eu gostava dela, que o curso dos bolos me agradaria. Esse único momento mútuo afastaranos ainda mais, por receio de um abuso de compreensão. A mãe de Ofélia chegara mesmo a ser grosseira no elevador: no dia seguinte eu estava com um dos meninos pela mão, o elevador descia devagar, e eu, opressa pelo silêncio que, à outra, fortificava – dissera num tom de agrado que no mesmo instante também a mim repugnara: – Estamos indo para a casa da avó dele. E ela, para meu espanto: – Não perguntei nada, nunca me meto na vida dos vizinhos. (Clarice Lispector, no livro “Felicidade clandestina”. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.) O contexto de produção literária que abrange a terceira fase do Modernismo no Brasil aponta aspectos que podem ser evidenciados no trecho da obra de Clarice Lispector, como: a) O grande crescimento urbano. b) A expansão das indústrias de um modo geral. c) Importação de tendências artísticas e arquitetônicas. d) O fortalecimento dos empreendimentos em comunicação. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1987797 842) 843) www.tecconcursos.com.br/questoes/1476119 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a narradora protagonista de “Senhor Diretor”. a) exagerada compulsividade por limpeza, como no trecho: “E se fosse tranquilamente ler na praça? Mas a praça devia estar tão suja, que prazer podia se encontrar numa praça assim?”. b) sincera dedicação à família, como no trecho: “Agradeço muito, meus queridos, mas hoje já tenho um compromisso com um grupo de amigas, vão me oferecer um chá, vocês não se importam se marcarmos um outro dia?” c) fiel dedicação às amigas, como no trecho: “Eleonora, de bacia quebrada, a coitadinha. Mariana, se embaralhando em alguma mesa, a cabeça já não dava nem para um sete e meio e inventou de aprender bridge, não estava na moda? Beatriz, pajeando o bando de netos enquanto a nora adernava o oitavo mês. E Elza estava morta.” d) senso de dever cívico, como no trecho: “Compete à professora, Senhor Diretor, estudar urgentemente um projeto de educação desse povo que tem a idade mental daquelas meninas que eu ia fiscalizar quando saíam do reservado, Puxou a descarga? eu perguntava. E a cara inocente de susto, Ai! Esqueci. Mas será que só eu no meio dessa multidão se importa?” e) recalque sexual, como no trecho: “Ela foi afundando na poltrona enquanto a loura emergia do fundo na direção do homem, Meus Céus, também aqui?! Fixou o olhar no casal todo enrolado na fileira da frente. Beijavam-se com tanta fúria que o som pegajoso era ainda mais nítido do que o barulho dos dois corpos amassando a folhagem na tela.” www.tecconcursos.com.br/questoes/1476191 DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Topografia/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Vergonha de viver Clarice Lispector Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...) Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado na vida. Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...). De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...) Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...) www.cronicabrasileira.org.br Pode-se dizer que, na crônica Vergonha de Viver, Clarice Lispector tem por objetivo a) confidenciar que a timidez é, na verdade, uma arma paraaqueles que são ousados. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476119 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476191 844) 845) b) mostrar que aos tímidos, entre os quais ela se inclui, resta só a constatação de que o medo lhes fechará todas as portas. c) revelar, com os sinais de sua história, que todo tímido deseja chegar ao outro, no entanto tem ele de gritar contra a solidão porque sua alma grita. d) esclarecer ao leitor que, apesar dos momentos de ousadia dos tímidos, suas tentativas acabam em fracassos, como os vários exemplos de sua vida. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476138 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia atentamente o trecho destacado de “Presença”: “Ele pousou a mala no chão e pediu um apartamento. Por quanto tempo? Não estava bem certo, talvez uns vinte dias. Ou mais. O porteiro examinou-o da cabeça aos pés. Forçou o sorriso paternal, disfarçando o espanto com uma cordialidade exagerada, Mas o jovem queria um apartamento? Ali, naquele hotel?!” Assinale a alternativa correta relativamente ao grifo do pronome demonstrativo e o uso da pontuação. a) indicam a enorme distância entre as personagens e o hotel. b) sugerem que havia outros hotéis à disposição. c) cumprem a função de destacar o absurdo da escolha do jovem. d) enfatizam o momento oportuno para as férias do rapaz. e) indicam que o porteiro desejava enfaticamente que o jovem se hospedasse naquele hotel. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476145 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia as asserções destacadas e, em seguida, assinale a alternativa correta: I. Em “Senhor Diretor”, Maria Emília é uma mulher marcada por uma rígida repressão sexual. II. Em “A Sauna”, após repassar sua vida a limpo, o narrador protagonista se arrepende de seus atos egoístas e mesquinhos. III. Em “WM”, os fatos da vida de Wlado não são revelados ao leitor. IV. Em “Seminário dos ratos”, a invasão dos ratos simboliza uma aterrorizante ameaça ao poder representado pelo Secretário do Bem-Estar Público e Privado e pelo Chefe de Relações Públicas. a) são todas asserções verdadeiras. b) I, III e IV são falsas. c) I e II são verdadeiras. d) I e IV são verdadeiras. e) são todas asserções falsas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476138 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476145 846) 847) www.tecconcursos.com.br/questoes/1476146 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Sobre “WM”, é correto afirmar que: a) é uma narrativa sobre uma família dilacerada por um filho que resolve se relacionar com uma prostituta para se vingar da mãe. b) é a narrativa de um filho caçula, cuja família foi dilacerada pela morte precoce de sua irmã mais velha. c) é uma história narrada em primeira pessoa, por um garoto que se sacrifica para cuidar da família após o pai abandoná-los. d) é a narrativa em primeira pessoa de uma jovem obrigada a cuidar do irmão caçula uma vez que seus pais, cada um à sua maneira, abandonaram os filhos. e) é a narrativa em primeira pessoa de uma garota cuja mãe, envaidecida pela própria beleza e talento, abandona os filhos à própria sorte. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476126 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia as asserções destacadas acerca de “As Formigas” e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. A descrição da pensão, a caracterização da sua dona, o cheiro, a janela quebrada, os pesadelos e o desaparecimento das formigas são elementos que contribuem para a construção de uma atmosfera de suspense. II. O trecho a seguir exemplifica a dubiedade da narrativa: “– Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.” III. A vulnerabilidade das protagonistas pode ser constatada em seus atos corriqueiros, como ter um ursinho de pelúcia e o cuidado recíproco que têm uma pela outra. a) são verdadeiras apenas I e II. b) são falsas apenas II e III. c) são verdadeiras apenas I e III. d) são todas asserções falsas. e) nenhuma das asserções é falsa. www.tecconcursos.com.br/questoes/1537219 DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476146 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476126 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1537219 848) 849) 850) “Esses gerais sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte” O fragmento acima, de Guimarães Rosa, marca a) os limites do regional. b) o determinismo do meio. c) o sertão universal. d) o sertanejo e sua cor local. e) sofrimento regional. www.tecconcursos.com.br/questoes/1476124 ITA - Vest (ITA)/ITA/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em “A Sauna”, os diferentes epítetos de Rosa usados pelo narrador protagonista revelam: a) a sua genuína opinião a respeito da ex-companheira. b) o que ele gostaria que a ex-companheira fosse. c) a maneira como ele gostaria que as outras pessoas a enxergassem. d) a verdadeira natureza de Rosa. e) a maneira como ele gostaria que Marina enxergasse Rosa. www.tecconcursos.com.br/questoes/1953465 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…) Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio. Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres. Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro a morte. Clarice Lispector. Morte de uma baleia. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as características do Modernismo brasileiro. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1476124 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1953465 851) 852) A consciência ecológica da personagem evidencia-se com sua responsabilidade quanto aos seres vivos, confirmada na caracterização dos pássaros como inocentes. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1439718 Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) “Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindoos porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes.” (LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Fragmento.) A escritora Clarice Lispector é um dos principais nomes da terceira fase do Modernismo que apresenta obras em que predominam: a) Nacionalismo e objetividade. b) Racionalismo e crítica aos valores religiosos. c) Complexidade estética e densidade psicológica. d) Expressão do realismo no plano da poesia e objetividade. e) Crítica ao monarquismo e análise psicológica dos personagens. www.tecconcursos.com.br/questoes/1963923 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para o item. De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem- querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também — mas Diadorim é a minha neblina. [...] Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1439718 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963923 853) sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto. João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com adaptações). A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto de João Guimarães Rosa, julgue o item a seguir. O último período do texto é um exemplo de linguagem denotativa, em meio a tantos recursos linguísticos e poéticos inovadores que permeiam a linguagem de Guimarães Rosa. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1188405 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce dos buracões e sobe a serra. O guará- lobo trota a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir matar os bichinhos assustados — o tatú que se agarra no chão dando guinchos suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que está sendo perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe — e os cachorros estão rasgando o sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado, na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o casal de tamanduás, encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás estavam dormindo. Os homens empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho. ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros. Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na a) plasticidade de cores e sons dos elementos nativos. b) dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivência. c) religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus costumes. d) correspondência entre práticas e tradições e a hostilidade do campo. e) humanização da presa em contraste com o desdém e a ferocidade do homem. www.tecconcursos.com.br/questoes/1121906 Instituto Consulplan - Vest (FIMCA)/FIMCA/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1188405 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1121906 854) 855) A terceira fase do Modernismo, 1945 a 1960, é vista como o “apuro da forma”, entre os autores que se destacam estão: João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues e Ariano Suassuna. Assinale, a seguir, a alternativa concernente à terceira fase modernista. a) Na prosa e na poesia observa-se a imersão dos escritores na linguagem e na psicologia das personagens. b) O regionalismo e a literatura de investigação psicológica deixaram de ser apreciados como temas abordados pelos autores. c) A literatura regionalista romântica é retomada tal como apresentou-se no século XIX, retomando assim a tradição daquele período. d) Observa-se, entre os escritores, a afirmação da identidade de uma nova geração, rejeitando plenamente as características das gerações anteriores. e) A linguagem predominante é a culta havendo um distanciamento e até mesmo um choque cultural entre a linguagem dos personagens e a realidade da linguagem coloquial. www.tecconcursos.com.br/questoes/1103370 CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São Cristóvão/Português/Educação Básica/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar foi o “nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu aproveitamento do rock, da cultura de massa, da guitarra elétrica, acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e comportamental, portanto, bifronte: ora de esquerda, ora de direita. E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a guitarra, a linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália, contra Caetano cantando em inglês, é interessante lembrar o comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa língua, que ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando em inglês com pronúncia nordestina registra um momento substancial de nossa história e imaginação”. Flora Süssekind. Literatura e vida literária: polêmicas, diários e retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações). Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro um monumento no planalto central Do país Caetano Veloso. Tropicália. 1968. A partir dos textos apresentados, julgue o item, a respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo. O Tropicalismo, com representantes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Torquato Neto, foi um movimento estético iniciado após o ápice do Modernismo, com oqual guarda relações estéticas. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1103370 856) 857) 858) www.tecconcursos.com.br/questoes/1125379 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale a característica a seguir que NÃO pode ser indicada como uma das principais características da terceira geração modernista brasileira. a) Retrocesso em relação às conquistas de 1922. b) Introdução de uma nova cultura internacional. c) Início da influência das vanguardas artísticas europeias. d) Valorização da rima, da métrica e do vocabulário erudito. www.tecconcursos.com.br/questoes/1165735 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Tradicional/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) “O meu nome é Severino,/ não tenho outro da pia,/ Como há muitos Severinos,/ que é santo de romaria,/ deram então de me chamar/ Severino de Maria; como há muitos Severinos/ com mães chamadas Maria/ fiquei sendo o da Maria/ do finado Zacarias.” Estes versos iniciais de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, apresentam o narrador e principal protagonista do poema cabralino. Sobre este poema, podemos afirmar: a) Apesar de ser analfabeto, Severino é, do ponto de vista financeiro, uma pessoa bem sucedida na vida. b) Não tendo sobrenome, Severino se faz conhecer por meio da filiação materna e paterna. c) Severino é um antigo cangaceiro do bando de Lampião errando pelo Nordeste. d) O personagem de Severino se destaca pelo egoísmo e pelo desprezo que tem pelas outras pessoas. e) Severino evoca a sua filiação materna e paterna por ser ela descendente da nobreza. www.tecconcursos.com.br/questoes/1963869 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para o item. De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem- querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também — mas Diadorim é a minha neblina. [...] Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125379 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1165735 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963869 859) parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto. João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com adaptações). Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, julgue o item a seguir. O texto atesta uma característica central da obra de Guimarães Rosa: o tratamento literário dado pelo autor à oralidade popular. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1963867 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para o item. De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem- querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também — mas Diadorim é a minha neblina. [...] Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto. João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com adaptações). Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, julgue o item a seguir. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963867 860) 861) A expressividade literária do texto baseia-se, entre outros elementos, na precisão com que o mundo natural é descrito pelo autor. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1161612 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) A Literatura continua a ser, também, um instrumento de denúncia social e de empoderamento, buscando tornar públicas as marcas da opressão e a exclusão social sofrida pela população, bem como as mazelas advindas de uma sociedade ainda marcada pela desigualdade e pela intolerância. Embora em diferentes épocas, são representantes dessa tendência da Literatura, autores como: 1) Olavo Bilac, no poema Canção do exílio. 2) João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina. 3) Graciliano Ramos, em Vidas Secas. 4) Castro Alves, no poema Ao romper d’alva. Estão corretas as informações em: a) 1, 2, 3 e 4. b) 2, 3 e 4, apenas. c) 3 e 4, apenas. d) 1 e 2, apenas. e) 1 e 3, apenas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1419903 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O fragmento a seguir é a explicação que o retirante de Morte Vida Severina faz ao seu interlocutor; marque a opção correta: O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. a) O texto retrata a realidade, hoje extinta, do migrante nordestino; b) Severino é um nome pouco comum; https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1161612 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419903862) 863) c) Severino é a personificação do retirante pobre; d) A autodescrição que Severino faz é o reflexo da modernidade; e) Severino orgulha-se de sua família. www.tecconcursos.com.br/questoes/1125366 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para responder a questão a seguir. A hora da estrela (fragmento) Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer. [...] Como é que sei tudo o que vai se seguir e que ainda o desconheço, já que nunca o vivi? É que numa rua do Rio de Janeiro peguei no ar de relance o sentimento de perdição no rosto de uma moça nordestina. Sem falar que eu em menino me criei no Nordeste. Também sei das coisas por estar vivendo. Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe. [...] Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei. [...] O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. É dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. [...] Sei que há moças que vendem o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez de um sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás – descubro eu agora – também eu não faço a menor falta, e até o que escrevo, um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas. (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de janeiro: José Olympio, 1981.) Considerando o estilo peculiar de Clarice Lispector e o fragmento anterior de A hora da estrela pode-se afirmar que lhe são características próprias, EXCETO: a) Obra fundamentalmente introspectiva. b) Referência à intimidade dos personagens. c) Prosa marcada pelo fluxo psicológico dos personagens. d) Narrativa baseada em fatos isolados, mas de grande importância. www.tecconcursos.com.br/questoes/1125364 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para responder a questão a seguir. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125366 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125364 864) A hora da estrela (fragmento) Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer. [...] Como é que sei tudo o que vai se seguir e que ainda o desconheço, já que nunca o vivi? É que numa rua do Rio de Janeiro peguei no ar de relance o sentimento de perdição no rosto de uma moça nordestina. Sem falar que eu em menino me criei no Nordeste. Também sei das coisas por estar vivendo. Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe. [...] Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei. [...] O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. É dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. [...] Sei que há moças que vendem o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez de um sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás – descubro eu agora – também eu não faço a menor falta, e até o que escrevo, um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas. (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de janeiro: José Olympio, 1981.) Indique C (certo) ou E (errado). O fragmento lido ( ) tem em sua construção marcas da metalinguagem sobre o ato de escrever e o texto. ( ) é de autoria de uma escritora que compõe o grupo dos principais escritores da terceira geração modernista. ( ) pertence ao grupo modernista por apresentar características da linguagem oral tais como repetições de palavras. A sequência está correta em a) C, C, E. b) E, C, E. c) E, E, C. d) C, E, C. www.tecconcursos.com.br/questoes/1165553 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Segundo Afrânio Coutinho, o fragmento “Notas de Teoria literária”: “A ficção distingue-se de história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais. A ficção é produto da imaginação criadora, embora, como toda arte, suas raízes mergulhem na experiência humana. Mas o que a distingue das outras formas de narrativa é que ela é uma transfiguração ou transmutação da realidade, feita pelo espírito do artista, este imprevisível e inesgotável laboratório. A https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1165553 865) ficção não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas antes criar uma imagem da realidade, uma reinterpretação, uma revisão. É o espetáculo da vida através do olhar interpretativo do artista, a interpretação artística da realidade”. (Afrânio Coutinho. Notas de Teoria Literária). O fragmento apresentado acima confirma a concepção de que a narrativa de ficção, embora tenha origem na experiência real, seja uma transfiguração da realidade, a exemplo das seguintes criações do Romance brasileiro: 1) Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, que dá voz a um defunto, que narra, logo no primeiro capítulo, os pormenores de sua morte. 2) Graciliano Ramos, em Vidas Secas, que pretendendo manter indícios do Simbolismo, afastou-se dos princípios literários românticos. 3) Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, que optou por transfigurar não apenas traços da realidade, mas entrou pela área linguística e a reinterpretou também. 4) Clarice Lispector, em A hora da Estrela, que, fiel à ficção, questiona sua própria habilidade para compor uma narração no gênero ‘romance’. Estão corretas: a) 1, 2, 3 e 4. b) 2 e 3, apenas. c) 2, 3 e 4, apenas d) 1 e 2, apenas. e) 1, 3 e 4, apenas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1963884 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para o item. De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem- querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também — mas Diadorim é a minha neblina. [...] Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963884 866) sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, comele calado eu a ele estava obedecendo quieto. João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com adaptações). Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, julgue o item a seguir. O modelo narrativo escolhido por Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas aproxima a prosa da poesia pelo uso abundante de figuras de linguagem, como a que se observa em “Diadorim é a minha neblina. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1963886 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Texto para o item. De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem- querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também — mas Diadorim é a minha neblina. [...] Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto. João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com adaptações). Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, julgue o item a seguir. Em termos de historiografia literária, considera-se a prosa regionalista de Guimarães Rosa integrante do primeiro momento modernista, caracterizado pelo nacionalismo pitoresco. Certo https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963886 867) Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/730113 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Anatol Rosenfeld, um importante estudioso da cena teatral brasileira, faz no trecho abaixo uma síntese que explica as motivações para o emprego de recursos narrativos na dramaturgia que, segundo ele, começa a ser realizada no Brasil ao fim da década de 50 do século XX. O uso de recursos épicos por parte de dramaturgos e diretores teatrais não é arbitrário, correspondendo, ao contrário, a transformações históricas que suscitam o surgir de novas temáticas, novos problemas, novas valorações e novas concepções de mundo. (ROSENFELD, Anatol: O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 12.) Considerando o trecho citado e a leitura integral de Morte e Vida Severina, Auto de Natal Pernambucano, de João Cabral de Melo Neto, e Eles não usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, assinale a alternativa correta. a) O auto de João Cabral de Melo Neto utiliza o verso e recursos da tradição oral popular do Nordeste para reforçar o caráter religioso da peça, excluindo indícios de crítica social aos problemas regionais. b) O conflito entre pai e filho em Eles não usam Black-tie transpõe para o ambiente cotidiano de uma família os conflitos e impasses da classe operária diante dos desmandos dos patrões. c) A peça de Guarnieri faz referências à cultura e ao ambiente da favela, incluindo até letras de sambas antigos, o que reforça a imagem idealizada do morro e da figura do malandro. d) Morte e vida Severina utiliza versos de metrificação idêntica em todo o texto, o que prejudica o ritmo musical e melódico, ao contrário do que se observa na peça de Guarnieri. e) Os personagens da peça de Guarnieri são considerados alegóricos, porque não apresentam conflitos psicológicos, enquanto os de João Cabral são personagens individualizados e diversos entre si. www.tecconcursos.com.br/questoes/932326 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/730113 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932326 868) 869) A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária. b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história. c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas. d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais. e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição. www.tecconcursos.com.br/questoes/940520 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2017 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Dois parlamentos Nestes cemitérios gerais não há morte pessoal. Nenhum morto se viu com modelo seu, especial. Vão todos com a morte padrão, em série fabricada. Morte que não se escolhe e aqui é fornecida de graça. Que acaba sempre por se impor sobre a que já medrasse. Vence a que, mais pessoal, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/940520 870) alguém já trouxesse na carne. Mas afinal tem suas vantagens esta morte em série. Faz defuntos funcionais, próprios a uma terra sem vermes. MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés temático muito presente em João Cabral de Melo Neto. No fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a) a) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte. b) aspecto desumano dos cemitérios da população carente. c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte. d) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra. e) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277321 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Antiode Poesia, não será esse o sentido em que ainda te escrevo: flor! (Te escrevo: flor! Não uma flor, nem aquela flor-virtude - em disfarçados urinóis). Flor é a palavra flor; verso inscrito no verso, como as manhãs no tempo. Flor é o salto da ave para o voo: o salto fora do sono quando seu tecido se rompe; é uma explosão posta a funcionar, como uma máquina, uma jarra de flores. MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277321 871) 872) a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados. b) um urinol, em referência às artes visuais ligadasàs vanguardas do início do século XX. c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética. d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial. e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico. www.tecconcursos.com.br/questoes/994777 FACET - Prof (Pref Sobrado)/Pref Sobrado/Português/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Assinale a alternativa na qual o par formado por ator = obra está INCORRETO: a) José de Alencar = Til b) João Cabral de Melo Neto = Morte e vida Severina c) Machado de Assis = Senhora d) João Ubaldo Ribeiro = Viva o Povo Brasileiro e) Marcelo Rubens Paiva = Feliz Ano Velho www.tecconcursos.com.br/questoes/1193064 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como “este foi difícil” “prateou no ar dando rabanadas” e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991. O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos, apresenta a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma https://www.tecconcursos.com.br/questoes/994777 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1193064 873) 874) a) expectativa do marido em relação à esposa. b) imposição dos afazeres conjugais. c) disposição para realizar tarefas masculinas. d) dissonância entre as vozes masculina e feminina. e) forma de consagração da cumplicidade no casamento. www.tecconcursos.com.br/questoes/1174187 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Desde o seu primeiro livro — Perto do coração selvagem — que Clarice Lispector (1926-1977) chamou a atenção da melhor crítica brasileira para os aspectos inovadores e de vanguarda da sua obra ficcional. Tendo vivido a sua infância no Recife, Clarice consagra algumas crônicas e contos a esse período da sua vida. No entanto, é com um romance publicado em 1977 — A Hora da Estrela — que ela coloca como o centro da estória não apenas uma personagem nordestina, mas também constrói uma das personagens mais marcantes da nossa literatura. Como se chama a personagem principal de A Hora da Estrela? a) Macabeia. b) Maria Moura. c) Gabriela Cravo e Canela. d) Capitu. e) Sinhá Vitória. www.tecconcursos.com.br/questoes/969059 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Famigerado Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente. Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar. O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos, insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava. E, pá: — Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... faz- me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...? ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1174187 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/969059 875) A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de destaque na literatura brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se estabelece porque a) o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim evitar a perigosa pergunta de seu interlocutor. b) o sertanejo emprega um discurso cifrado, com enigmas, como se vê em “a conversa era para teias de aranha". c) entre os dois homens cria-se uma comunicação impossível, decorrente de suas diferenças socioculturais. d) a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de impaciência do narrador, decidido a mudar o assunto da conversa. e) a palavra desconhecida adquire o poder de gerar conflito e separar as personagens em planos incomunicáveis. www.tecconcursos.com.br/questoes/969121 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: "Coitado, até essa hora no serviço pesado". Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo. PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991. Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a poesia desses elementos a partir do(a) a) reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe. b) sentimentalismo, oposto à visão pragmática que reconhecia na mãe. c) olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho pesado. d) reconhecimento do amor num gesto de aparente banalidade. e) enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida conjugal. www.tecconcursos.com.br/questoes/1172198 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/969121 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1172198 876) ... Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, Lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue Que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. (João Cabral de Melo Neto. Morte e Vida Severina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, p. 29-30. Fragmento). O poema de João Cabral pode ser considerado como uma produção artística que: a) recorre aos arquétipos do Barroco, pela ênfase na referência aos contrastes e conflitos entre a vida no campo e a vida na cidade. b) renuncia a recursos da linguagem figurada (sobretudo da metáfora e da metonímia), por pretender uma literatura mais próxima da narrativa. c) respeita os padrões estéticos e formais da poética parnasiana,embora mantendo o idealismo da poesia do Romantismo. 877) 878) d) paralelamente a seu caráter literário, exerce a função de denúncia frente aos problemas sociais e econômicos que afligem a população. e) se opõe ao Realismo, pois procura retratar os devaneios e as fantasias de quem espera vencer as teias da problemática social. www.tecconcursos.com.br/questoes/1538882 DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia o trecho a seguir e responda. “O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos -gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. Os gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.” Quanto ao trecho, é correto afirmar que a) não há ponto de vista do narrador, que apenas relata as impressões alheias. b) apresenta alguns neologismos, como “toleima”, “almargem”, “opiniães” e “oestes”. c) não há abordagem universal, a passagem constitui apenas uma descrição do sertão. d) o trecho transpõe os limites do regional, alcançando a dimensão universal. e) transparece todo misticismo sertanejo, baseado apenas nos dois extremos: o bem e o mal. www.tecconcursos.com.br/questoes/1538886 DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia os versos a seguir e responda. Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas “Catar Feijão Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e o oco, palha eco,” Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional. b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da poesia. c) preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1538882 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1538886 879) 880) d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético. e) valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de linguagem rebuscada. www.tecconcursos.com.br/questoes/1174188 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O escritor alagoano Ledo Ivo (1924-2012) foi múltiplo nas suas atividades intelectuais: jornalista, ensaísta, tradutor, poeta, contista e crítico literário. Mas é como poeta que o seu nome se consagra como um dos maiores da sua geração, que é, no caso, a mesma geração de João Cabral de Mello Neto, Paulo Mendes Campos, Mauro Mota, dentre outros poetas. Como ficou consagrada e conhecida a geração em que se inscreve Ledo Ivo? a) Geração de 45. b) Geração do Regionalismo de 1926. c) Geração do Modernismo de 1922. d) Geração da Poesia Concreta. e) Geração da Poesia Pau-Brasil. www.tecconcursos.com.br/questoes/1983067 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Embora, em muitos aspectos, a literatura de Clarice contraste com a de Guimarães Rosa, ela tem em comum com a dele a experimentação da linguagem, a eliminação da fronteira entre a prosa e a poesia, uma dimensão mística e metafísica, bem como características barrocas. O barroco de um é, porém, diametralmente oposto ao do outro: em Guimarães Rosa, há criação vocabular, exuberância linguística, muitas narrativas entrelaçadas; em Clarice, há economia de palavras e ausência de narrativa, a aproximação ao barroco ocorre, sobretudo, através da repetição, que realça um significado cada vez mais fugidio à medida que se tenta explicitá-lo. [...] A poesia em Guimarães Rosa está nos ritmos, nas rimas internas, nas onomatopeias, nas aliterações, no aspecto formal do texto e também na criação de significados através da junção inusitada de palavras. A de Clarice, na vertigem de sentido e no “movimento em círculo da palavra ao silêncio e do silêncio à palavra”, enquanto seus textos vão desvendando um território em direção ao nada ou então ao reinício. J. Almino. De Machado a Clarice: a força da literatura. In: C.G. Mota. Viagem incompleta: a experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000, p. 72-3. Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item a seguir. Segundo o autor do texto, tanto a obra de Clarice Lispector quanto a de Guimarães Rosa apresentam características pré-modernistas, sobretudo no que se refere à utilização da linguagem literária. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1174188 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1983067 881) 882) www.tecconcursos.com.br/questoes/766963 ITA - Vest (ITA)/ITA/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O poema abaixo, de João Cabral de Melo Neto, integra o livro A escola das facas. A voz do canavial Voz sem saliva da cigarra, do papel seco que se amassa, de quando se dobra o jornal: assim canta o canavial, ao vento que por suas folhas, de navalha a navalha, soa, vento que o dia e a noite toda o folheia, e nele se esfola. Sobre o poema, é INCORRETO afirmar que a descrição a) compara o som das folhas do canavial com o da cigarra. b) põe em relevo a rusticidade da plantação de cana de açúcar. c) destaca o som do vento que passa pela plantação. d) associa o som do canavial com o amassar das folhas de papel. e) faz do vento a navalha que corta o canavial. www.tecconcursos.com.br/questoes/1077649 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O correr da vida embrulha tudo. A vida e assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente e coragem. ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a) a) diário, por trazer lembranças pessoais. b) fábula, por apresentar uma lição de moral. c) notícia, por informar sobre um acontecimento. d) aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras. e) crônica, por tratar de fatos do cotidiano. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/766963 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1077649 883) 884) www.tecconcursos.com.br/questoes/1155484 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito:indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência. ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento). Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da linguagem, identificada como a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições. b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa. c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”. d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”. e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”. www.tecconcursos.com.br/questoes/766961 ITA - Vest (ITA)/ITA/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) O título do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector, diz respeito ao seguinte momento do romance: a) O despertar amoroso de Macabéa no namoro com Olímpico. b) A descoberta de Macabéa de que Olímpico a traía com Glória. c) A obtenção por Macabéa de um bom emprego como datilógrafa. d) A previsão do grande futuro de Macabéa, feita pela cartomante. e) A morte de Macabéa, atropelada por um carro de luxo. www.tecconcursos.com.br/questoes/941888 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1155484 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/766961 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/941888 885) 886) Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou. [...] Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da prépré- história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes. Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos antecedentes. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento). A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens. b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem. c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso. d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas. e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção. www.tecconcursos.com.br/questoes/762911 ITA - Vest (ITA)/ITA/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. Tomezinho tinha ido se esconder. – Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim... E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito. – Olha, agora! Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O senhor bebia café com eles. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/762911 887) Era o doutor José Lourenço, do Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descompassado, ele careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: – “Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazinha...” Quando voltou, o doutor José Lourenço já tinha ido embora. (Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. “Campo Geral”) Os diminutivos do segmento contribuem para criar uma linguagem a) ( ) afetada. b) ( ) afetiva. c) ( ) arcaica. d) ( ) objetiva. e) ( ) rebuscada. www.tecconcursos.com.br/questoes/762908 ITA - Vest (ITA)/ITA/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. Tomezinho tinha ido se esconder. – Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim... E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito. – Olha, agora! Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O senhor bebia café com eles. Era o doutor José Lourenço, do Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descompassado, ele careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: – “Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazinha...” Quando voltou, o doutor José Lourenço já tinha ido embora. (Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. “Campo Geral”) A narrativa I. desenvolve-se num universo fantástico, corroborado pela subversão da linguagem. II. não retrata as experiências afetivas entre Miguilim e as outras personagens, pois o foco está nas ações dele. III. é escrita em terceira pessoa, mas a história é filtrada pela perspectiva do menino Miguilim. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/762908 888) Está(ão) correta(s) a) ( ) apenas I. b) ( ) apenas I e II. c) ( ) apenas II. d) ( ) apenas III. e) ( ) todas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1187160 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) TEXTO I A canção do africano Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em prantoSaudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia-voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não o escutar! “Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem.” ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento) TEXTO II No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico. MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento). O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico. b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo. c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187160 889) d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social. e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria. www.tecconcursos.com.br/questoes/958956 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) TEXTO I O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias, mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento). TEXTO II João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre partilhados por outros homens. SECCHIN, A. O. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento). Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso Iiterariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador. b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação. c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua condição. d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise existencial. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958956 890) e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188124 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Ele se aproximou e com a voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe: ― E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear? ― Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa, antes que ele mudasse de ideia. ― E se me permite, qual é mesmo a sua graça? ― Macabea. ― Maca ― o quê? ― Bea, foi ela obrigada a completar. ― Me desculpe mas até parece doença, doença de pele. ― Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor ― pois como o senhor vê eu vinguei... pois é... [...] Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome. ― Olímpico de Jesus Moreira Chaves ― mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. [...] ― Eu não entendo o seu nome ― disse ela. ― Olímpico? Macabea fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: ― Eu sei mas não quero dizer! ― Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978 (fragmento). Na passagem transcrita, a caracterização das personagens e o diálogo que elas estabelecem revelam alguns aspectos centrais da obra, entre os quais se destaca a a) ênfase metalinguística nas falas dos personagens, conscientes de sua limitação linguística e discursiva. b) relação afetiva dos personagens, por meio da qual tentam superar as dificuldades de comunicação. c) expressividade poética dos personagens, que procuram compreender a origem de seus nomes. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1188124 891) 892) d) privação da palavra, que denota um dos fatores da exclusão social vivida pelos personagens. e) consciência dos personagens de que o fingimento é uma estratégia argumentativa de persuasão. www.tecconcursos.com.br/questoes/752875 ITA - Vest (ITA)/ITA/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Considere o poema ao lado, “A cantiga”, de Adélia Prado: “Ai cigana ciganinha, ciganinha, meu amor”. Quando escutei essa cantiga era hora do almoço, há muitos anos. A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha, ai ciganinha, a voz de bambu rachado continua tinindo, esganiçada, linda, viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor. Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal, canta mais, canta que eu acho minha mãe, meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela, canta que eu acho minha vida. (Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.) Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que a) ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido. b) ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de raiz romântica. c) ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas. d) ( ) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico. e) ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica. www.tecconcursos.com.br/questoes/17502 CEBRASPE (CESPE) - CL (SEN)/SEN/Assessoramento Legislativo/Pronunciamentos/2002 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) A literatura brasileira do período colonial - se é que assim podia-se chamar - era uma extensão da portuguesa e recebia, via Portugal, a influência francesa, inglesa, espanhola e italiana. A situação de país colonizado explica que a questão da afirmação nacional seja central à fase de formação da literatura brasileira, que começa com o Arcadismo e se completa com o Romantismo. Ao longo do tempo, houve diferentes respostas dadas pelos escritores às questões que eles próprios se colocavam quanto à busca ou à afirmação de uma identidade nacional. Os românticos inicialmente frisaram a originalidade do Brasil, realçando a cor local em suas produções literárias. O Realismo corresponde a uma busca de objetividade ou de neutralidade do ponto de vista. A obra do carioca Machado de Assis é um marco na literatura brasileira e guarda atualidadeaté nossos dias. A partir da década de oitenta do século XIX, ele assume o papel central numa tradição brasileira de literatura urbana, geralmente realista e pouco orientada para o pitoresco. O Modernismo, cujo marco é a Semana de Arte Moderna de 1922, operará uma grande síntese na cultura brasileira. O Realismo, o Barroco e o Romantismo nele estão de alguma forma presentes. Vive- https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752875 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/17502 893) se no Brasil um momento de crises, de efervescência política, de imigrações, de transformações econômicas. Existe o contágio das vanguardas estéticas européias. João Almino. "De Machado a Clarice: a força da literatura". In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem Incompleta - a experiência brasileira (1500-2000): a grande transação. São Paulo: Editora SENAC, 2000, p. 45-6, 50, 52, 57-8 (com adaptações). Com o auxílio do texto, julgue o item seguinte, referente à literatura brasileira do século XX. Em uma época em que o país acordava para a utopia da vitória sobre o subdesenvolvimento e conscientizava-se da necessidade de enfrentar as desigualdades regionais e sociais, quadro marcante dos anos cinqüenta, Guimarães Rosa - Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, ambos de 1956 - e Érico Veríssimo - O Tempo e o Vento, entre 1949 e 1962 - escreviam a respeito da saga heróica do povo brasileiro, estivesse no sertão, nos pampas ou nas coxilhas. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1047324 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2000 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados. Veja um exemplo: O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é: a) Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela – Foi poeta – sonhou – e amou na vida. (AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971) b) Essa cova em que estás Com palmos medida, é a conta menor que tiraste em vida. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1047324 É de bom tamanho, Nem largo nem fundo, É a parte que te cabe deste latifúndio. (MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 1967) c) Medir é a medida mede A terra, medo do homem, a lavra; lavra duro campo, muito cerco, vária várzea. (CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978) d) Vou contar para vocês um caso que sucedeu na Paraíba do Norte com um homem que se chamava Pedro João Boa-Morte, lavrador de Chapadinha: talvez tenha morte boa porque vida ele não tinha. (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983) e) Trago-te flores, – restos arrancados Da terra que nos viu passar E ora mortos nos deixa e separados. (ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986) 894) 895) www.tecconcursos.com.br/questoes/1051394 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999 Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: “Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste.” Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor. www.tecconcursos.com.br/questoes/2411609 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O boato insiste em ser um gênero da comunicação. Um rumor pode nascer da má-fé, do mal- entendido ou de uma trapalhada qualquer. O primeiro impulso é acreditar, porque: 1 - confiamos em quem o transmite; 2 - é fisicamente impossível verificar a veracidade de tudo; 3 - os meios de comunicação estão sistematicamente relapsos com a verificação de seus conteúdos e, se eles fazem isso, o que nos impede? O boato não informa, mas ensina: mostra como uma sociedade se prepara para tomar posição. A nossa tem se aplicado na tarefa de desmantelar equipes de jornalistas que dão nome de “informação” a todo tipo de “copia e cola” difundido pela internet como se fosse um fato verídico. A comunicação atual depende, cada vez mais, do modo como vamos lidar com os rumores. PEREIRA JR., L. C. Língua Portuguesa, n. 93, jul. 2013 (adaptado). Em relação aos boatos que circulam ininterruptamente na internet, esse texto reconhece a importância da posição tomada pelo internauta leitor ao a) confiar nos contatos pessoais que transmitiram a informação. b) acompanhar e reproduzir o comportamento dos meios de comunicação. c) seguir as contas dos jornalistas nas diversas redes sociais existentes. d) excluir de seus contatos usuários que não confirmam a veracidade das notícias. e) pesquisar em diferentes mídias a veracidade das notícias que circulam na rede. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1051394 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2411609 896) 897) www.tecconcursos.com.br/questoes/2333158 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Considere o seguinte texto: ... As vezes mudam algumas famílias para a favela, com crianças. No inicio são iducadas, amaveis. Dias depois usam o calão, são soezes e repugnantes. São diamantes que transformam em chumbo. Transformam-se em objetos que estavam na sala de visita e foram para o quarto de despejo. (JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. p. 38.) A respeito de Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, considere as seguintes afirmativas: 1. Carolina acredita que a vida na favela é perniciosa para a formação das crianças, porém, como ali não chegam informações relevantes sobre a vida pública, ela é incapaz de emitir opiniões políticas ou de se revoltar. 2. João, José Carlos e Vera tendem a se “transformar em chumbo” porque, ao priorizar a escrita e divulgação de seu diário, Carolina muitas vezes descuida das atividades domésticas e da atenção aos próprios filhos. 3. A metáfora “quarto de despejo” é repetida em várias passagens do diário para significar a exclusão, o não pertencimento a espaços em que a dignidade da vida humana estivesse garantida. 4. Palavras escritas sem obediência à norma padrão aparecem com frequência, porém os raciocínios que a autora elabora são complexos e o cotidiano é muitas vezes descrito com lirismo. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. www.tecconcursos.com.br/questoes/2040505 VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O homem vigia. Dentro dele, estumados (*), uivam os cães da memória. Aquela noite,o luar e o vento no cipó-prata e ele, o medo a cavalo nele ele a cavalo em fuga das folhas do cipó-prata. A mãe no fogão cantando, os zangões, a poeira, o ar anímico. Ladra seu sonho insone, em saudade, vinagre e doçura. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2333158 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2040505 898) (Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.) (*) Estumados: atiçados, provocados É correto afirmar que o poema sugere que o eu lírico está a) sonhando com perspectivas de uma vida de liberdade. b) buscando a oportunidade de visitar lugares desconhecidos. c) vivendo situações aflitivas provocadas pelo uivo de cães. d) lamentando a falta de perspectiva de seu futuro. e) recompondo imagens e lembranças de sua existência. www.tecconcursos.com.br/questoes/1976453 FAUEL - AuxLg (CM Douradina)/CM Douradina/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores LÍNGUA PORTUGUESA Leia atentamente o texto a seguir, extraído de uma das crônicas de Rachel de Queiroz, para responder as próximas questões. “Se me perguntassem qual é o aspecto mais desolante da civilização moderna, eu diria que é a sua padronização. Neste mundo em que vivemos está se acabando realmente a invenção, a originalidade, a marca pessoal. Hoje, no mais longínquo sertão, as moças se vestem pelo figurino de Hollywood — talvez com uns toques de Brigitte Bardot ― tão igual, tão igual que dá bocejos, quando não dá risadas. Os concursos de beleza, então. As meninas são tão estereotipadas, tão decalcadas umas pelas outras, tão estandardizadas, dentro de dois ou três tipos, que parecem bonecas saídas de uma linha de montagem. Nem mesmo na roupa se diferenciam. Ou antes, muito menos se diferenciam na roupa, se justamente é a roupa o elemento principal da padronização. E se fossem só as misses. Mas ande-se em Copacabana e a impressão que se tem é que um colégio soltou as suas meninas pelas ruas do bairro sul. Tudo de blusa de listra horizontal e calça comprida colante — ou saia branca de tergal. Os penteados, os colares, a pintura, os sapatos (agora no inverno é mocassim) são também uniformes. E note- -se o traço mais curioso da coisa — elas têm prazer de se sentir idênticas, fazem questão de parecer reproduções fotográficas do mesmo modelo, adoram ser uma unidade num rebanho uniforme. Alguma que venha diferente, mesmo elegante, mesmo bem vestida, choca ― só mesmo porque é diferente. Parece que morreu aquela preocupação feminina da originalidade, que fazia as mulheres ricas pagarem fortunas por um ‘modelo’ único de grande costureiro, ou as moças pobres rasgarem a página escolhida no figurino da modista, para evitar outras cópias. Será que a humanidade está marchando mesmo para a padronização geral, será que o fim próprio do aperfeiçoamento da técnica, o progresso da indústria, o avanço danado da ciência vai nos levar a isso? Tudo parecido, como andorinhas no fio ou misses na passarela?”. (Rebanho, de Rachel de Queiroz, com adaptações). Em sua crônica, Rachel de Queiroz argumenta que o mundo moderno tem se caracterizado pelo declínio de algumas coisas. Marque a alternativa que NÃO indica uma delas. a) Invenção. b) Marca pessoal. c) Originalidade. d) Padronização. www.tecconcursos.com.br/questoes/2372006 IBGP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2022 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1976453 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2372006 899) 900) Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o poema a seguir, extraído do livro “O coração disparado”, de Adélia Prado. Órfã na janela Estou com saudade de Deus, uma saudade tão funda que me seca. Estou como palha e nada me conforta. O amor hoje está tão pobre, tem gripe, meu hálito não está para salões. Fico em casa esperando Deus, cavacando a unha, fungando meu nariz choroso, querendo um pôster dele no meu quarto, gostando igual antigamente da palavra crepúsculo. Que o mundo é desterro eu toda vida soube. Quando o sol vai-se embora é pra casa de Deus que vai, pra casa onde está meu pai. Fonte: PRADO, Adélia. Poesia reunida. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2015. p. 158. Sobre o texto, é INCORRETO afirmar que: a) Sentir-se como palha é ter a sensação de leveza, de dádiva divina; trata-se de um estado em que o sujeito se encontra prestes a voar para Deus. b) Cavacar a unha e fungar o nariz choroso conotam, respectivamente, um estado de impaciência e sentimentalismo por parte do sujeito feminino. c) O desejo de um pôster de Deus no quarto aponta para a necessidade de algo concreto, de algo que possa trazer a lembrança do Ser Divino. d) Em todo o poema predominam versos brancos, à exceção dos dois últimos. www.tecconcursos.com.br/questoes/2333161 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o poema a seguir. Tenho quebrado copos Tenho quebrado copos é o que tenho feito raramente me machuco embora uma vez sim https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2333161 uma vez quebrei um copo com as mãos era frágil demais foi o que pensei era feito para quebrar-se foi o que pensei e não: eu fui feita para quebrar em geral eles apenas se espatifam na pia entre a louça branca e os talheres (esses não quebram nunca) ou no chão espalhando-se então com um baque luminoso tenho recolhido cacos tenho observado brevemente seu formato pensando que acontecer é irreversível pensando em como é fácil destroçar tenho embrulhado os cacos com jornal para que ninguém se machuque como minha mãe me ensinou como se fosse mesmo possível evitar os cortes (mas que não seja eu a ferir) tenho andado a tentar não me ferir e não ferir os outros enquanto esgoto o estoque de copos mas não tenho quebrado minhas próprias mãos golpeando os azulejos não tenho passado a noite deitada no chão de mármore estudando as trocas de calor não tenho mastigado o vidro procurando separar na boca o sabor do sangue o sabor do sabão nem tenho feito uma oração pelo destino variado do que antes era um e por minha força morre múltiplo tenho quebrado copos para isso parece deram-me mãos tenho depois encontrado cacos que não recolhi e que identifico por um brilho súbito no chão da cozinha de manhã tenho andado com cuidado com os olhos no chão à procura de algo que brilhe e tenho quebrado copos é o que tenho feito (MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo. Companhia das Letras, 2015. p. 101-102.) Considerando esse poema e a integralidade da obra de que foi retirado, assinale a alternativa correta. a) O poema apresenta eventos sobrenaturais, envolvendo objetos raros e incomuns. b) O verbo “quebrar”, quando se refere ao eu do poema, é empregado em sentido figurado. c) O poema usa parênteses em dois versos, sendo que no primeiro a expressão retomada é a pia da cozinha. d) O texto afirma que os copos são mastigados à noite e deixam na boca um gosto de sabão misturado ao de sangue. e) Os cacos de copo são deixados no chão de mármore, onde é costume se deitar à noite. 901) 902) www.tecconcursos.com.br/questoes/2192131 COMVEST UNICAMP - Vest (UNICAMP)/UNICAMP/Vestibular Indígena (VI)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O trecho a seguir foi retirado do artigo “Etno-histórias nas escolas brasileiras: um caminho de aproximação com os povos indígenas”. No artigo, os autores distinguem três tipos de literaturas: Literaturas indígenas: produções artístico-literárias criadas por pessoas indígenas. Têm forma e conteúdo diversificados e tratam de questões étnicas (tradições, resistências), subjetivas (sentimentos), identitárias (sentimento de não pertencimento, por exemplo) e/ou sociais (alcoolismo, violência, suicídio). Literaturas indigenistas: falam sobre os indígenas, sobre seus modos de ser e outros temas relacionados, de forma a dialogar com a luta dos diferentes povos e de favorecer o protagonismoindígena. Literaturas indianistas: trazem a figura do indígena como o “bom selvagem”, em geral de forma romantizada ou estereotipada, por vezes caracterizando-a como preguiçosa e não civilizada. (Adaptado de Rogério Back, Ana Paula Marques Beato-Canato e Marcel Alvaro de Amorim. Etno- histórias nas escolas brasileiras: um caminho de aproximação com os povos indígenas, Gragoatá, Niterói, v.26, n. 56, 2021.) Considerando os três tipos de literatura, as literaturas indígenas são aquelas que a) abordam a vivência do povo indígena, retratando lendas e mitos de sua cultura, mesmo que do ponto de vista de um não-índio. b) representam o índio como personagem idealizado ou caricato, não condizem com a realidade indígena e são escritas por um não-índio. c) tratam de questões indígenas de cultura, identidade, mitos fundadores, além de outros temas, e são escritas por indígenas. d) representam o indígena na visão do movimento literário Romantismo que o vê como herói de acordo com a visão do colonizador. www.tecconcursos.com.br/questoes/2411602 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Harmonia do equilíbrio! Cega dinâmica embaraçada entre linhas De força magnética! Em hélices seguindo e refletindo: dança de elétrons [e prótons Matéria-máter do mundo. Poeira do sol, poeira do som, poeira de luz Poeira! Poeira da memória, da memória dos homens Que irá se perder um dia no universo — Cada átomo possui um número infinito de [partículas — Cada partícula um número infinito de partículas — Cada partícula de partícula um número... https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2192131 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2411602 903) Poeira de ausências e lembranças: poeira do [tempo-matéria. Que são feitas as ondas e as partículas Num torvelinho de moídos corpos simples: — Farinha de energias finíssimas e raras — Selênio, Rubídio, Colúmbio, Germânio, Samário, Rutênio, Paládio, Lutécio. CARDOZO, J. Poemas selecionados. Recife: Bagaço, 1996 (fragmento). O fragmento remete a uma composição poética inspirada no Futurismo das vanguardas modernistas, pois a) propõe a ruptura com a racionalidade. b) configura um lirismo ausente de emotividade. c) extrai do repertório científico estética expressiva. d) sugere uma literatura a serviço da indústria emergente. e) revela o desencanto do eu lírico ante o contexto de guerra. www.tecconcursos.com.br/questoes/2040507 VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O homem vigia. Dentro dele, estumados (*), uivam os cães da memória. Aquela noite, o luar e o vento no cipó-prata e ele, o medo a cavalo nele ele a cavalo em fuga das folhas do cipó-prata. A mãe no fogão cantando, os zangões, a poeira, o ar anímico. Ladra seu sonho insone, em saudade, vinagre e doçura. (Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.) (*) Estumados: atiçados, provocados É correto afirmar que, no poema, a expressão é marcada pela presença de a) comparações insólitas, que se mostram em frases como – os zangões, a poeira. b) construções pleonásticas, que se mostram em frases como – Ladra seu sonho insone. c) referências metafóricas, que se mostram em frases como – uivam os cães da memória. d) onomatopeias, que se mostram em frases como – A mãe no fogão cantando. e) catacreses, que se mostram em frases como – em saudade, vinagre e doçura. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2040507 904) 905) www.tecconcursos.com.br/questoes/2460443 FCC - Vest (UNILUS)/UNILUS/Medicina/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Dizem os antigos que a lebre e o camaleão resolveram ir pelos caminhos das caravanas levando borracha para permutar pelos belos tecidos vindos de Oriente e Ocidente. Muitas vezes a acelerada lebre ultrapassou e cruzou o lento camaleão nos longos caminhos do mato, levando produtos e trazendo panos, gritando-lhe enquanto desaparecia: – Cá vou eu! Ao desafio respondia o camaleão: – Chegarei a meu tempo. Finalmente, a lebre, assim como adquiriu bonitos panos, também os perdeu, nos percalços da desordenada pressa, e anda para aí vestida dum cinzento escuro e sem cor. O lento e pautado camaleão juntou farta fazenda, e tanta e tão diferente, que ainda hoje muda, a todo o instante, panos de variado colorido. (Tavares, Ana Paula. “A Lebre e o Camaleão”. In: Um rio preso nas mãos. São Paulo: Kapulana, 2019, edição digital) Extrai-se do conto um preceito moral semelhante ao do provérbio: a) Devagar se vai ao longe. b) Deus ajuda quem cedo madruga. c) Quem semeia vento colhe tempestade. d) A boa vida é mãe de todos os vícios. e) À noite todos os gatos são pardos. www.tecconcursos.com.br/questoes/2411607 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise Todo início de ano as pessoas fazem uma lista de propósitos para serem perseguidos ao longo dos próximos 12 meses. Ao que tudo indica, o próximo ano será um período de extrema dificuldade. Reciclar pode ser uma alternativa. Esse conceito — por ser muito abrangente — nos propicia uma reflexão. No dia a dia pessoal, dentro de casa, podemos reciclar roupas, sapatos, objetos de uso pessoal etc. Ou seja, ao adotarmos tal atitude, não gastamos o escasso e suado dinheiro disponível. Vale também minimizar desperdícios. A vantagem dessa “consciência ecológica” acaba por beneficiar o meio ambiente e também o bolso. Reciclar hábitos é muito difícil. Quantos se lembram de apagar a luz quando deixam um ambiente? E de desligar o chuveiro quando estão se ensaboando? Se estou desempregado ou com pouco dinheiro, não preciso ir à academia (e me endividar ainda mais) para cuidar da saúde. Caminhar pelos parques ou jardins pode ser uma alternativa. Quantas vezes nos deparamos com pessoas andando — ou correndo — nas ruas? Isso pode ser imitado. Não tem custo algum! E nas finanças pessoais? Disciplina, disciplina. Reduzir o consumo desenfreado, os gastos desnecessários e pesquisar muito antes de comprar o que é realmente essencial: supermercado, farmácia etc. Na verdade, as compras passam por gestão. Se compro roupa nova (necessária), deixo para comprar sapato ou bolsa no mês que vem. Além de evitar o endividamento numa hora de emprego difícil e renda baixa, o planejamento de gastos torna-se essencial. Quem consegue poupar R$ 10,00 por semana terá R$ 40,00 no final do mês. Ao longo do ano, terá acumulado quase R$ 500. Sem sofrimento. Não foi uma reciclagem de hábito? https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2460443 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2411607 906) 907) CALIL, M. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado). Para convencer o leitor de que a reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise, o autor desse texto a) sugere o planejamento dos gastos familiares com o acompanhamento de um gestor. b) revela o sofrimento ocasionado pela reciclagem de hábitos já arraigados na sociedade. c) utiliza perguntas retóricas direcionadas a um público leitor engajado em causas ambientais. d) apresenta sua preocupação em relação à dificuldade enfrentada pela indústria da reciclagem. e) faz um paralelo entre os ganhos da reciclagem para o meio ambiente e para as finanças pessoais. www.tecconcursos.com.br/questoes/2260696 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2022 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O romance Ponciá Vicêncio - EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. 3ªedição. Rio de Janeiro: Pallas, 2017, p.70-72, narra uma parte da estória de vida da protagonista que dá título ao livro. É uma mulher negra, de família pobre, que, após a morte do pai, sai da casa na roça pra procurar outras oportunidades nacidade. O mesmo ocorre com os demais personagens de seu núcleo familiar – o irmão também sai à procura de uma vida melhor na cidade e a mãe, por último, sai em busca dos 2 filhos, porque estava envelhecendo sozinha. O romance cria um mosaico-miniatura de uma diáspora familiar, repetindo o destino de negros africanos escravizados em África e trazidos ao Brasil, famílias separadas. A procura por identidade e pertencimento atinge os personagens de maneira semelhante, embora tenham sonhos diferentes. Percebemos o sofrimento e a angústia que levam Ponciá à insatisfação e desesperança, porque sentia falta dos familiares mais próximos com quem conviveu na roça – mãe e irmão, cada um deles num local diferente, buscando um novo destino. Com base na descrição acima, pode-se afirmar que: a) As perdas sucessivas de filhos vivenciadas por Ponciá geraram seu questionamento e revolta buscando uma resposta pela arte. b) Mesmo as famílias negras tendo recebido alforria por lei no Brasil do século XIX, muitos anos depois muitas delas continuam sofrendo e escravas da pobreza e miséria. c) Sua infância na roça era vivida com muita igualdade de recursos entre as famílias de brancos e negros. d) Sua vida na cidade atendeu a suas expectativas de uma vida melhor do que aquela da qual tinha fugido. e) Os exemplos familiares levaram Ponciá a acreditar que teria uma vida melhor que a de seus antepassados. www.tecconcursos.com.br/questoes/1698453 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Para responder a questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972. Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2260696 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1698453 908) Está provado: Quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio vento na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade (www.chicobuarque.com.br) Considerando-se o contexto histórico-social em que a canção foi composta, o verso “Vou pra rua e bebo a tempestade” (3ª estrofe) sugere a ideia de manifestações populares que ocorreram no Brasil por ocasião a) do Regime Civil-Militar. b) do fim do Estado Novo. c) da deposição de João Goulart. d) do Movimento Diretas Já. e) do Movimento Grevista dos Metalúrgicos do ABC. www.tecconcursos.com.br/questoes/1869855 ITA - Vest (ITA)/ITA/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia atentamente o trecho destacado do conto “Noturno amarelo” e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA. Tudo então aconteceu muito rápido. Ou foi lento? Vi o Avô dirigir-se para a porta que ficava no fundo da sala, pegar a chave que estava no chão, abrir a porta, deixar a chave no mesmo lugar e sair fechando a porta atrás de si. Foi a vez da Avó, que passou por mim com sua bengala e seu lorgnon, me fez um aceno e deixando a chave no mesmo lugar, seguiu o Avô. Vi Eduarda de longe, ajudando o noivo a vestir a capa, Mas onde foram todos? perguntei e ela não ouviu ou não entendeu. a) a visita de Laura, protagonista do conto, à antiga casa de sua família, aconteceu realmente, mas isso não a afeta em nada. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869855 909) b) a visita de Laura à antiga casa de sua família só aconteceu na sua imaginação, o que revela a futilidade da personagem. c) por nunca ter nutrido sentimentos de amor por sua família, Laura decide voltar no meio do caminho e cancelar a visita. d) mais importante do que saber se a visita de Laura à antiga casa de sua família aconteceu realmente ou não é entender que as suas memórias a levam a passar a sua vida a limpo. e) mais importante do que saber se a visita de Laura à antiga casa de sua família aconteceu realmente ou não é entender que nenhuma lembrança é capaz de alterar a sua falsidade e dissimulação em relação ao passado. www.tecconcursos.com.br/questoes/1918135 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O Bom-Crioulo Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um homem robusto, uma dessas organizações privilegiadas que trazem no corpo a sobranceira resistência do bronze e que esmagam com o peso dos músculos. […] A chibata não lhe fazia mossa; tinha costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso do guardião Agostinho. Já nem se lembrava do número das vezes que apanhara de chibata. […] Entretanto, já iam cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, nem percebera uma contorção, um gesto qualquer de dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as marcas do junco, umas sobre as outras, entrecruzando-se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, cortando a pele em todos os sentidos. […] Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe. - Cento e cinquenta! Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no espinhaço negro do marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa fita de sangue. CAM1NHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006. A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo cientificismo e pelo determinismo. No fragmento, a cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas concepções, expressas pela a) exaltação da resistência inata para legitimar a exploração de uma etnia. b) defesa do estoicismo individual como forma de superação das adversidades. c) concepção do ser humano como uma espécie predadora e afeita à morbidez. d) observação detalhada do corpo para a identificação de características de raça. e) apologia à superioridade dos organismos saudáveis para a sobrevivência da espécie. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1918135 910) 911) www.tecconcursos.com.br/questoes/1921913 FUVEST - Vest (USP)/USP/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Por narrativas paralelas entende-se um procedimento literário segundo o qual dois ou mais fios narrativos pertencentes a níveis distintos de realidade se desenrolam intercaladamente formando um todo. Considerando-se a sua estrutura, as duas narrativas que podem ser identificadas com base nessa definição são: a) Quincas Borba e Nove noites b) Campo geral e Terra sonâmbula c) Angústia e Campo geral d) Nove noites e Terra sonâmbula e) Quincas Borba e Angústia www.tecconcursos.com.br/questoes/1769774 FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores A mim pouco importava. Tendo descoberto o mundo da palavra escrita, eu estava feliz, muito feliz. [...] Bastava-me o ato de escrever. Colocar no pergaminho letra após letra, palavra após palavra, era algo que me deliciava. Não era só um texto que eu estava produzindo; era beleza, a beleza que resulta da ordem, da harmonia. Eu descobria que uma letra atrai outra, que uma palavra atrai outra, essa afinidade organizando não apenas o texto, como a vida, o universo. O que eu via, no pergaminho, quando terminava o trabalho, era um mapa, como os mapas celestes que indicavam a posição das estrelas e planetas, posição essa que não resulta do acaso, mas da composição de misteriosas forças, as mesmas que, em escala menor, guiavam minha mão quando ela deixava seus sinais sobre o pergaminho. [...] A única pessoa a quem eu tinha vontade de contar o que acontecia era o pastorzinho. Diria a ele que minha vida tinha agora um sentido, um significado: feia, eu era, contudo, capaz de criar beleza. Não a falsa beleza que os espelhos enganosamente refletem, mas a verdadeira e duradoura beleza dos textos que eu escrevia, dia apósdia, semana após semana – como se estivesse num estado de permanente e deliciosa embriaguez. SCLIAR, Moacyr. In: PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Obra Aberta. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, Ano 5. n.66, abr.2011, p.34-35. Disponível em: <https://poetriz.wordpress.com/2011/04/16/bastava-escrever/>. A partir da leitura desse texto, verifica-se que o escritor Moacyr Scliar a) apresenta a personagem Sherazade, de As mil e uma noites, e sua obrigação de narrar infinitamente sua história. b) conclui que a personagem alcançou sucesso por sua habilidade de criar beleza por escrito ao produzir harmonia em seu texto. c) descreve o êxtase da personagem diante da descoberta das possibilidades expressivas da escrita e da criação do texto. d) lamenta que a personagem, assumidamente sem atributos de beleza, tenha elegido um único interlocutor para sua escrita. www.tecconcursos.com.br/questoes/816005 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1921913 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1769774 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/816005 912) 913) 914) Marina Colassanti publicou uma crônica em que diz: “[...] não existem meninos De rua. Existem meninos Na rua”, um tema que guarda familiaridade com “Capitães de Areia” de Jorge Amado. A troca de “DE” por “Na” surtiu um efeito de sentido, capaz de emprestar às expressões: a) relevância e gosto estético. b) significação concessiva. c) acepção sinonímica. d) definição aleatória. e) uma infração poética. www.tecconcursos.com.br/questoes/1897827 CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O alenquerense Benedicto Monteiro publicou, em 1975, o conto “O carro dos milagres”, em que narra as aventuras de um romeiro, vindo do interior do estado do Pará para Belém, no período do Círio de Nazaré, a fim de pagar promessa feita por sua mãe. Leia um excerto da narrativa. “Olhe, compadre, deixa o Círio tomar forma. Beba mais este trago. Lhe juro que é cachaça da boa. Deixe o povo ingrossar. Deixe tomar parecença e solenidade justa de uma digna procissão. Quando este poder de povo tiver unido-unido, carne e unha, ombro com ombro, cabeça com cabeça, esprimido nas paredes, que zolho não for mais zolho, cara não for mais cara e cor não for mais cor... então é porque vem vindo o Carro dos Milagres”. MONTEIRO, Benedicto. O carro dos milagres. Rio de Janeiro: Nova Cultura, 1975, p. 9. Sobre o trecho, é correto afirmar: a) Critica o aspecto festivo do Círio, aqui representado pelo consumo de álcool, e traz a recomendação de que o romeiro se concentre em sua tarefa de cumprir sua promessa. b) Expressa, na linguagem objetiva típica da literatura regionalista, o quanto a religião é usada pelos poderosos como instrumento de alienação do povo. c) Revela a valorização, por Monteiro, da oralidade e de expressões regionais, num procedimento que recria o clima e as vozes da festa popular religiosa. d) Indica que, apenas quando o povo estiver unido e realmente “ingrossar”, não necessitará mais de promessas ou milagres para alcançar uma vida melhor. e) Exemplifica como o autor, espelhando-se nos modelos do primeiro Modernismo de 22, recupera uma personagem histórica que encarna as lutas populares regionais. www.tecconcursos.com.br/questoes/1897835 CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o poema do paulista Sérgio Vaz, que tematiza uma conversa sobre poesia com jovens privados de liberdade e sob medidas socioeducativas na Fundação Casa, de São Paulo. Na Fundação Casa... (Sérgio Vaz) - Quem gosta de poesia? https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1897827 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1897835 915) -Ninguém senhor. Aí recitei Negro drama dos Racionais. - Senhor, isso é poesia? -É. -Então nóis gosta. É isso. Todo mundo gosta de poesia. Só não sabe que gosta. VAZ, Sérgio. Flores de Alvenaria. São Paulo: Global, 2016, p. 114. A partir da leitura do poema, é correto afirmar que a) Vaz é representante de uma poesia urbana e marginal que se esforça para se legitimar e diferenciar-se do RAP e do Hip Hop, manifestações artísticas menores das periferias. b) o poema não abre mão da forma fixa e das rimas rigorosas, o que o aproxima do RAP, gênero musical que homenageia. c) Vaz critica a precariedade das ações educativas da Fundação Casa, que propõem aos internos atividades de baixo valor cultural e os tornam incompetentes no uso da própria língua. d) a reprodução de erros de ortografia e gramática reforça a noção de que menores infratores apenas são capazes de se relacionar com a lírica através da música. e) o poema adota uma visão mais ampla e democrática, menos canônica de poesia e defende que, mesmo sem o saber, todos já gostam dela. www.tecconcursos.com.br/questoes/1897833 CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o trecho do conto “Velas, por quem?”, da escritora paraense Maria Lúcia Medeiros. “A família dormia ainda. Soubeste logo que havia menino, que havia menina, um doutor e sua mulher a quem devias servir, branca e alta mulher. [...] Nem cor definida nem peitos tinhas, só os carocinhos que doíam e que a cozinheira te ensinou a apertar dois caroços de milho e dar pro galo para que não crescessem tanto. Mas cresceram e logo o doutor e logo o menino, horário estranho, pesada hora, apertavam também, bolinavam, teu corpo ereto, tua cabeça baixa, coração aos pulos. Virou hábito deles, ficou pra costume, nem ousaste compreender, só aprender, Ó pequena!” MEDEIROS, Maria Lúcia. Velas, por quem? In: Velas, por quem? Belém: CEJUP/SECULT, 1997, p. 7-8. Acerca do conto, é correto afirmar: a) Como mulher branca, representante da classe dominante amazônica, Medeiros expressa a preocupação pelas mudanças socioeconômicas da sociedade brasileira e a consequente dificuldade que as famílias passaram a ter para conseguir empregadas domésticas. b) O conto valoriza a modalidade oral da língua, o que é contraditório se notarmos a crítica explícita que a narradora faz à cultura popular quando trata da “simpatia” para evitar que os seios da menina crescessem. c) A narrativa denuncia a situação análoga à escravidão vivida por meninas que chegam do interior para servir como domésticas em casas da cidade grande e que têm suas vidas anuladas, chegando mesmo a sofrer violência sexual praticada pelos patrões. d) O conto de Medeiros se integra ao esforço naturalista de descrever, nos mínimos detalhes, cenas em que o ser humano se comporta como qualquer outro animal. e) É a menina que narra, em primeira pessoa, suas desventuras na casa dos patrões. Ela relata, nos moldes românticos, episódios nefastos como o do abuso sexual, além de sua relação com outros https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1897833 916) 917) empregados. www.tecconcursos.com.br/questoes/1702883 FUVEST - Vest (USP)/USP/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Alferes, Ouro Preto em sombras Espera pelo batizado, Ainda que tarde sobre a morte do sonhador Ainda que tarde sobre as bocas do traidor. Raios de sol brilharão nos sinos: Dez vias dar. Ai Marília, as liras e o amor Não posso mais sufocar E a minha voz irá Pra muito além do desterro e do sal, Maior que a voz do rei. Aldir Blanc e João Bosco, trecho da canção “Alferes”, de 1973. A imagem de Tiradentes— a quem Cecília Meireles qualificou “o Alferes imortal, radiosa expressão dos mais altos sonhos desta cidade, do Brasil e do próprio mundo”, em palestra feita em Ouro Preto — torna a aparecer como símbolo da luta pela liberdade em vários momentos da cultura nacional. Os versos do letrista Aldir Blanc evocam, emnovo contexto, o mártir sonhador para resistir ao discurso a) da doutrina revolucionária de ligas politicamente engajadas. b) da historiografia, que minimizou a importância de Tiradentes. c) de autoritarismo e opressão, próprio da ditadura militar. d) dos poetas árcades, que se dedicavam às suas liras amorosas. e) da tirania portuguesa sobre os mineradores no ciclo do ouro. www.tecconcursos.com.br/questoes/1686564 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Assinale a alternativa correta em relação a Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum. a) A narração do atropelamento da menina Soraya exemplifica o registro predominante ao longo de todo o romance: relatos de memórias, apresentados em linguagem poética, contendo lacunas que impedem saber exatamente o que aconteceu. b) A leitura em conjunto dos vários depoimentos que compõem a obra esclarece detalhes desconhecidos de um ou outro narrador, desfazendo, assim, os mistérios relativos ao passado da família de libaneses cuja matriarca, Emilie, teve morte trágica. c) A obra é representativa da literatura regionalista de cunho social por ter como tema a desagregação de uma família de imigrantes libaneses motivada pelo prejuízo econômico que tiveram em suas atividades comerciais; assim como Manaus, eles não resistiram ao declínio causado pelo fim do ciclo da borracha. d) Alguns descendentes de Emilie foram excluídos do convívio familiar por adotarem atitudes rebeldes, motivadas por diferenças religiosas: uns optaram pela religião muçulmana do pai, enquanto outros adotaram o cristianismo da matriarca. e) O romance alterna a apresentação de espaços considerados exóticos, como a floresta amazônica e a Cidade Flutuante, com cenas que se passam em paisagens urbanas europeias, nas cidades onde a narradora principal e seu irmão biológico moraram. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1702883 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1686564 918) 919) www.tecconcursos.com.br/questoes/1869850 ITA - Vest (ITA)/ITA/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Relações amorosas desgastadas são uma constante nos contos de Lygia Fagundes Telles. Assinale a alternativa que não ilustra essa afirmação. a) “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental porque este estava no fim. Não está, respondi, é que ele se enredou lá dentro, se a gente tirar esta plaqueta (tentei levantar a plaqueta) a gente vê que o rolo está inteiro mas enredado e quando o fio se enreda desse jeito, nunca mais!, melhor jogar fora e começar outro rolo. Não joguei.” (“Noturno amarelo”). b) “Chega também de banho? ela perguntou enquanto dava tapinhas no queixo. Ele calçou os chinelos: se não estivesse tão cansado, poderia odiá-la.” (“A mão no ombro”. c) “Acho que você nunca amou ninguém a não ser você mesmo, ela disse apertando as palmas das mãos contra os olhos. Amei você — quis dizer e não tive forças.” (“A sauna”). d) “Fiz minha cara inocente: na véspera, ele me advertira que eu podia ser uma moça de mãos feias, ' Ainda não pensou nisso?”. Nunca tinha pensado antes, nunca me importei com as mãos, mas no instante em que ele fez a pergunta comecei a me importar” (“Herbarium”). e) “E achei que seria a oportunidade de me livrar dele, a troca era vantajosa, mas calculei mal, logo nos primeiros encontros descobri que a traição faz apodrecer o amor. Na rua, no restaurante, no cinema, na cama e em toda parte, Eduarda, você esteve presente.” (“Noturno amarelo”). www.tecconcursos.com.br/questoes/1869860 ITA - Vest (ITA)/ITA/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Assinale a alternativa CORRETA acerca do conto “Herbarium”. a) o conto narra um caso de sedução de um adulto por uma menor, como atesta o trecho: “Herbarium, ensinou-me logo no primeiro dia em que chegou ao sítio. Fiquei repetindo a palavra, herbarium. Herbarium.” b) conto narra o ingresso da protagonista na adolescência, marcado pela sedução de um seu primo adulto, como atesta o trecho: “Ele selecionava as folhas ainda pesadas de orvalho quando me perguntou se já tinha ouvido falar em folha persistente.” c) conto descrever o desabrochar do primeiro amor — platônico e delicado — da protagonista, causado pela presença de um primo mais velho: “Dizer-lhe que diante dele, mais do que diante dos outros, tinha de inventar e fantasiar para obrigá-lo a se demorar em mim como se demorava agora na verbena — será que não percebia essa coisa tão simples?” d) o conto narra o processo de amadurecimento traumático de uma adolescente, desencadeado pelo assédio de um primo mais velho, como atesta o trecho: “Tia Marita me enlaçou pela cintura enquanto se esforçava para lembrar o nome da recém-chegada, um nome de flor, como era mesmo?” e) o conto narra a história de uma família de mulheres botânicas que viajam pelos sertões do Brasil e sofrem todo tipo de assédio: “Aonde você vai com esse vestido de maria-mijona?”, perguntou minha mãe me dando a xícara de café com leite.” https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869850 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869860 920) 921) www.tecconcursos.com.br/questoes/1869866 ITA - Vest (ITA)/ITA/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia atentamente o trecho destacado do conto “Seminário dos ratos”, no qual o Chefe das Relações Públicas dirige-se ao Secretário do Bem-Estar Público e Privado. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA. — Bueno, ontem à noite ele sofreu um pequeno acidente, Vossa Excelência sabe como anda o nosso trânsito! Teve que engessar um braço. Só pode chegar amanhã, já providenciei o jatinho — acrescentou o jovem com energia. — Na retaguarda fica toda uma equipe armada para a cobertura. Nosso Assessor vai pingando o noticiário por telefone, criando suspense até o encerramento, quando virão todos num jato especial, fotógrafos, canais de televisão, correspondentes estrangeiros, uma apoteose. Finis coronat opus, o fim coroa a obra! a) a passagem exprime a moral da história, qual seja: a política é impossível sem jatinhos. b) a preocupação das personagens com as aparências e a comunicação com o público representa os seus ideais republicanos e democráticos. c) preocupação principal das personagens era promover uma comunicação transparente e honesta com o público. d) a linguagem do Chefe das Relações Públicas evidencia que ele não se preocupa apenas com os objetivos, mas também com a dignidade dos meios para atingi-los. e) a tradução do adágio latino, na última frase, indica a mentalidade utilitarista e a falta de princípios superiores das personagens em questão. www.tecconcursos.com.br/questoes/1918130 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado. A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra. Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente. RUB1ÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974. Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a) a) expressão direta e natural de uma situação insólita. b) relato denso e introspectivo sobre a experiência da morte. c) efeito paradoxal da irregularidade na organização temporal. d) discrepância entre a falta de emotividade e o evento angustiante. e) alternância entreos pontos de vista do narrador e do personagem. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869866 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1918130 922) 923) www.tecconcursos.com.br/questoes/1698449 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Para responder a questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972. Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado: Quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio vento na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade (www.chicobuarque.com.br) Na canção, o eu lírico modifica uma série de provérbios bastante conhecidos. A maioria das formulações originais desses provérbios contém um apelo a) ao livre-arbítrio. b) ao otimismo. c) à solidariedade. d) ao conformismo. e) à transgressão. www.tecconcursos.com.br/questoes/1680351 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Pessoal intransferível Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo: perigoso,divino, maravilhoso. Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1698449 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1680351 924) Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus. E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão. TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018. Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições representativas da Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto, a) gírias e expressões coloquiais para criticar a linguagem adornada da tradição literária então vigente. b) intenções satíricas e humorísticas para delinear uma concepção de poesia voltada para a felicidade dos leitores. c) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar as tentativas de adequação do poema ao gosto do público. d) recursos da escrita em prosa e noções do senso comum para enfatizar as dificuldades inerentes ao trabalho do poeta. e) referências intertextuais e anedóticas para defender a importância de uma atitude destemida ante os riscos da criação poética. www.tecconcursos.com.br/questoes/1439704 Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Dentre alguns dos principais nomes da literatura contemporânea está o paulistano Marçal Aquino cuja obra é composta por produções jornalísticas, roteirísticas e literárias. O trecho a seguir é um exemplo de sua produção literária. “Aos poucos, Berenice se instalou no apartamento. Ele percebeu o que acontecia, mas não fez nada a respeito. Gostava dela, ou ao menos pensou que gostava. Não do jeito que gostara, gostara?, de Marlene. Menos. Brito tinha esperança de que a coisa aumentasse de intensidade com o tempo. Era só tirar os comprimidos de cena. Berenice dava festas, recebia amigos para jantar. Gente colorida, alegre, cuja noção de futuro não ia muito além da programação das noites da semana. Brito e Marlene nunca recebiam ninguém no apartamento, e ele ficou em dúvida se o isolamento dos dois não contribuíra para o fim. Os convidados de Berê o divertiam. Eram todos bem mais jovens do que ele, mas o tratavam de igual para igual, e Brito gostava daquilo. Uma vez, numa festa, um barbudo cheio de brincos e anéis perguntou como ele ganhava a vida. Eu mato gente.” (AQUINO, Marçal. Cabeça a prêmio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. Fragmento.) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1439704 925) De acordo com as informações apresentadas e em relação ao trecho anterior pode-se afirmar que possui como característica(s) literária(s): a) Narrativa de fatos notáveis e históricos da sociedade contemporânea. b) Linguagem concisa e subjetiva que retrata o ritmo da narrativa contemporânea. c) Emprego da fala direta e sem rebuscamento no tratamento da situação apresentada. d) Exploração da ironia e ambiguidade por meio das ações dos personagens na narrativa apresentada. e) Escolha do narrador personagem buscando a interlocução entre o narrador e os demais personagens. www.tecconcursos.com.br/questoes/1680363 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores TEXTO I A planta de Belo Horizonte Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas vilas coloniais mineiras,nascidas das necessidades das populações do século XVIII, que se desenvolveram sem nenhum planejamento. A futura capital seria inovadora, moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o engenheiro paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte causou curiosidade e entusiasmo. É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas de Belo Horizonte:estados brasileiros, tribos indígenas, rios etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais. Era, inclusive, uma forma de ensinar a população, ainda carente de ensino formal. Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado). TEXTO II Ruas da cidade Guaicurus, Caetés, Goitacazes Tupinambás, Aimorés Todos no chão Guajajaras, Tamoios, Tapuias Todos Timbiras, Tupis Todos no chão A parede das ruas não devolveu Os abismos que se rolou Horizonte perdido no meio da selva Cresceu o arraial, arraial Passa bonde, passa boiada Passa trator, avião Ruas e reis https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1680363 926) Guajajaras, Tamoios, Tapuias Tupinambás, Aimorés Todos no chão A cidade plantou no coração Tantos nomes de quem morreu Horizonte perdido no meio da selva Cresceu o arraial, arraial A parede das ruas não devolveu Os abismos que se rolou Horizonte perdido no meio da selva BORGES, L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de Janeiro: EMI, 1978 (fragmento). Os textos abordam a preservação da memória e da identidade nacional, presente na nomeação das ruas belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto arquitetônico descrito no Texto I? a) “Guaicurus, Caetés, Goitacazes” / “Tupinambás, Aimorés”. b) “A parede das ruas não devolveu” / “Os abismos que se rolou”. c) “Passa bonde, passa boiada” / “Passa trator, avião” / “Ruas e reis”. d) “A cidade plantou no coração” / “Tantos nomes de quem morreu”. e) “Horizonte perdido no meio da selva” / “Cresceu o arraial, arraial”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1227070 Instituto AOCP - Prof (Pref Betim)/Pref Betim/Língua Portuguesa/2020 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o seguinte texto e responda a questão. Agenda para a noite de núpcias “Senhora Presidente: Na qualidade de futuro Diretor-Gerente das empresas dirigidas por V. S., e também na qualidade de seu futuro genro, submeto à sua apreciação a seguinte: Agenda para a Noite de núpcias 1. Os trabalhos terão início às vintehoras na suíte 1.102 do Hotel Real Navarino. Trata-se de hotel, e de aposento, habitualmente escolhido por nubentes para a noite de núpcias. O apartamento é simpático e acolhedor; há música ambiental, suave e romântica; uma reprodução de Maja Desnuda proporciona, particularmente para quem vem de um ambiente culto e refinado, como é o caso de sua filha, um sutil estímulo erótico. Providenciarei champanhe, e do melhor; entrando, proporei de imediato um brinde. Pretendo que o efeito inebriante da bebida elimine qualquer inibição ainda presente na noiva. 2. A seguir, usarei a palavra, fazendo um breve, mas emocionado retrospecto de um namoro apaixonado, um noivado ardente; evocarei cenas pitorescas ou ternas, cômicas ou dramáticas; ao concluir, abraçarei a noite, declarando enfaticamente que a amo. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1227070 927) 3. Beijar-nos-emos. O beijo será muito prolongado, da variedade conhecida como ‘de língua’ na qual, modéstia à parte, sou mestre. Com este beijo tenho despertado poderosas paixões, inclusive nas mais frígidas. Ao final desse beijo, pode V. S. crer, sua filha estará gemendo de prazer. 4. Seguir-se-á a operação de retirada das roupas. Ajudá-la-ei, transformando este momento numa ocasião para carícias e elogios: aos belos seios, à graciosa cintura, às coxas, que de acordo com Lorca, compararei a peixes movendo-se na semi-obscuridade. Em seguida me despirei. Ela poderá constatar que seu noivo é uma bela figura de macho, alto, forte, bronzeado; e se, ao avistar o membro viril, soltar uma pequena exclamação, será, não de susto, mas sim de excitação. 5. Folguedos amorosos. Tomarei a iniciativa, começando por pequenos e úmidos beijos no pescoço, na nuca, nas orelhinhas; e nos seios. Demorar-me-ei a explorar a ponta da língua os delicados mamilos, passando depois à sucção o que arrancará a ela, estou seguro, numerosos e repetidos gemidos de prazer. Descendo, prosseguirei, via ventre, nos pequenos lábios, que serão acariciados e sugados. Ela então se renderá completamente e a levarei nos braços até a cama. Com a experiência acumulada de muitos anos (em camas, bancos de automóveis e macegas) decidirei sobre o momento oportuno para a penetração. 6. Cópula. Será o momento culminante do programa. Tenho para mim que será uma cópula arrebatadora, uma torrente de paixão rompendo as comportas para, em meio a gemidos de prazer, culminar num cataclísmico orgasmo: triunfo do amor! Cópula realizada, direi, ainda que ofegante, breves palavras sobre os belos momentos vividos. Repetirei que a amo, que a amo. E então sono reparador. Para a segunda noite, a agenda será ligeiramente alterada, com introdução de novos tipos de folguedo, e assim na terceira e na quarta noites (na quinta não haverá atividades). Ao cabo de meses um padrão acabará por se estabelecer, e tudo cairá na rotina. O noivo, contudo, aguardará ansioso a oportunidade de novas experiências: outra boca a se beijar, outras coxas a acariciar. Boca e coxas que poderão ser as suas Senhora Presidente.” Retirado de: SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. O conto “Agenda para a noite de núpcias”, do escritor gaúcho Moacyr Scliar, apresenta uma característica que o alinha ao caráter plástico desse gênero literário em específico. Assinale a alternativa que identifica essa característica. a) A presença de elementos fantásticos. b) A exposição de caracteres sociais. c) A objetividade do fato narrado. d) A ausência de narradores heterodiegéticos. e) A incorporação de características de outros gêneros. www.tecconcursos.com.br/questoes/1461412 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UNCISAL)/UNCISAL/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Oi, coração. Não dá pra falar muito, não Espera passar o avião. Assim que o inverno passar, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1461412 928) Eu acho que vou te buscar. (...) Tomei a costeira em Belém do Pará. Puseram uma usina no mar. Talvez fique ruim pra pescar, Meu amor (...) Baby, bye bye. Abraços na mãe e no pai. Eu acho que vou desligar. As fichas já vão terminar. Eu vou me mandar de trenó Pra Rua do Sol, Maceió. Peguei uma doença em Ilhéus, Mas já tô quase bom HOLLANDA, Chico Buarque. Bye, bye, Brasil. Vida. Polygram/Phillips, 1980. Na canção Bye, bye Brasil, de Chico Buarque de Hollanda, tema do filme homônimo de Cacá Diegues, de 1979, o personagem faz uma ligação telefônica em que sugere viver uma atmosfera de tensão. A ligação é feita em um telefone público, um tipo de comunicação em declínio nas últimas décadas. O telefone público se diferencia de outras formas modernas de tecnologias telefônicas pela a) possibilidade de violação da privacidade do conteúdo da conversa. b) redução das informações trocadas ao mínimo essencial para manter o diálogo. c) gerência do tempo de uso por meio de créditos depositados diretamente no aparelho. d) interferência dos ruídos externos que impossibilitam que a comunicação se estabeleça. e) mediação das duas partes em conexão por um terceiro que principia e encerra a ligação. www.tecconcursos.com.br/questoes/1956724 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância, o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956724 929) É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146. Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir. Graça Graúna emprega uma linguagem predominantemente denotativa ao falar dos quatro elementos da natureza. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956725 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância, o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada. É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146. Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir. O eu lírico se apresenta como uma pessoa alheia ao movimento de degradação da natureza. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956725 930) 931) Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956729 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância, o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada. É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146. Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.As repetições sonoras e a plurissignificação da linguagem são elementos da literariedade do poema. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956490 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956729 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956490 932) não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2012. O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem poética, julgue o item a seguir. O poema está estruturado na constatação, pelo eu lírico, das semelhanças entre a vida dos “homens de vida amarga” e a do “dono da mercearia” Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/2073012 Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o trecho do livro Bilhões e bilhões, de Carl Sagan, para responder à questão. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2073012 933) Espantosamente, a astrofísica moderna está prestes a determinar percepções fundamentais da origem, natureza e destino de todo o universo. O universo está em expansão. Todas as galáxias estão se afastando velozmente umas das outras no que é chamado de fluxo de Hubble, uma das três principais evidências de uma enorme explosão na época em que o universo teve início — ou, pelo menos, sua presente encarnação. A gravidade da Terra é bastante forte para atrair de volta uma pedra atirada para o céu, mas não um foguete com velocidade de escape. E assim acontece com o universo: se ele contém uma grande quantidade de matéria, a gravidade exercida por toda essa matéria vai diminuir e deter a expansão. Um universo em expansão será convertido num universo em colapso. E se não há bastante matéria, a expansão vai continuar para sempre. O presente inventário de matéria no universo é insuficiente para diminuir a expansão, mas há razões para pensar que talvez exista uma grande quantidade de matéria escura que não trai a sua existência emitindo luz, para a conveniência dos astrônomos. Se o universo em expansão se revelar apenas temporário, sendo finalmente substituído por um universo em contração, isso certamente criará a possibilidade de que o universo passa por um número infinito de expansões e contrações, sendo infinitamente antigo. Um universo infinitamente antigo não tem necessidade de ser criado. Sempre esteve ali. Por outro lado, se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso seria coerente com um universo criado do nada. Essas são questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado enfrentar. Mas é só na nossa época que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas. Não por meio de conjeturas ou histórias — mas por observações reais, verificáveis, passíveis de repetição. (Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008.) O autor manifesta-se explicitamente no texto em: a) “Um universo infinitamente antigo não tem necessidade de ser criado”. b) “Mas é só na nossa época que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas”. c) “Por outro lado, se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso seria coerente com um universo criado do nada”. d) “Essas são questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado enfrentar”. e) “E se não há bastante matéria, a expansão vai continuar para sempre”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1963818 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro nasce com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus autos de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX, o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e penetrante. Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações). Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir. Ao abordar aspectos do subconsciente e da desagregação das relações familiares, a peça Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, inovou por sua temática, em comparação com as produções cênicas brasileiras anteriores. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963818 934) 935) 936) www.tecconcursos.com.br/questoes/1963821 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro nasce com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus autos de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX, o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e penetrante. Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações). Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir. A peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, retrata os problemas sociais da realidade brasileira dos anos 90 do século passado, de forma a privilegiar a perspectiva da ideologia política dominante na época. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/2302677 IBGP - Vest (UEMG)/UEMG/Tradicional/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores INSTRUÇÃO: A questão refere-se à obra “A barca dos amantes” de Antônio Barreto. O livro de Antônio Barreto, “A barca dos amantes”, compreende quatro partes: 1) O homem que trazia o mar, 2) Livro das figurações, 3) Os deuses disfarçados e 4) Mar de mármore, nas quais a) É narrada a história de amor, que culmina em um final feliz, entre o poeta Tomás Antônio Gonzaga e, sua eterna musa, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. b) Há citações de trechos de poesia árcade de incógnita autoria, ao longo de uma recriação ficcional que remonta o ciclo do Ouro no final do século XVIII. c) É construída uma “colcha de retalhos romanceada”, envolvendo personagens literárias e históricas que viveram o período da insurreição mineira. d) Há remissão a fatos da história colonial barroca em um romance sobre a vida na capital do Império em que nobres desejavam ter experiências marítimas. www.tecconcursos.com.br/questoes/2302679 IBGP- Vest (UEMG)/UEMG/Tradicional/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores INSTRUÇÃO: A questão refere-se à obra “A barca dos amantes” de Antônio Barreto. NÃO há na composição da obra “A barca dos amantes”: a) Referência a uma lenda nórdica, ingrediente mítico que evidencia o caráter intertextual literário do romance. b) Notas e bibliografia consultadas que remetem a fontes de pesquisa e de confirmação de informações presentes na narrativa. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963821 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2302677 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2302679 937) c) Bases históricas sobre a Inconfidência e sobre Tomás Antônio Gonzaga que favorecem a verossimilhança do enredo. d) Registro do lamento de pessoas que perderam entes queridos em naufrágios, denominadas pelo autor de “órfãos do mar”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1956498 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2012. O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem poética, julgue o item a seguir. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956498 938) 939) Na expressão “homens de vida amarga”, constata-se o uso do recurso literário da conotação para qualificar a vida dos trabalhadores dos canaviais. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1173571 FCC - Vest (UNIPAR)/UNIPAR/Medicina/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores São versos de um poema de Ferreira Gullar: o poema não diz o que a coisa é mas diz outra coisa que a coisa quer ser pois nada se basta contente de si o poeta empresta às coisas sua voz – dialeto – e o mundo no poema se sonha completo Ressalta nesses versos a convicção do poeta de que a) a poesia se desliga radicalmente do mundo para viver da pura imaginação. b) as formas da poesia moderna sonham em recuperar um equilíbrio estético. c) a linguagem da poesia expressa a utopia de uma outra realidade. d) as formas poéticas clássicas e equilibradas satisfazem-se como realidades. e) a poesia é incompatível com a realidade e com nosso desejo de mudança. www.tecconcursos.com.br/questoes/1116638 Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Sobre a obra Invasão, de Dias Gomes, assinale a alternativa correta. a) Trata-se de um texto teatral em que predominam os monólogos das personagens. b) Caracteriza-se como uma comédia, pois constrói críticas sociais por meio do humor e da sátira. c) Estrutura-se em três atos, cada qual representando uma invasão realizada em locais distintos do Brasil. d) Apresenta um grupo de favelados como protagonistas, por meio dos quais são denunciados problemas permanentes no Brasil. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1173571 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116638 940) 941) e) Trata-se de história pertencente à dramaturgia tradicional, sendo feita para entreter a classe média brasileira. www.tecconcursos.com.br/questoes/1103372 CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São Cristóvão/Português/Educação Básica/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar foi o “nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu aproveitamento do rock, da cultura de massa, da guitarra elétrica, acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e comportamental, portanto, bifronte: ora de esquerda, ora de direita. E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a guitarra, a linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália, contra Caetano cantando em inglês, é interessante lembrar o comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa língua, que ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando em inglês com pronúncia nordestina registra um momento substancial de nossa história e imaginação”. Flora Süssekind. Literatura e vida literária: polêmicas, diários e retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações). Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro um monumento no planalto central Do país Caetano Veloso. Tropicália. 1968. A partir dos textos apresentados, julgue o item, a respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo. O aproveitamento que os tropicalistas fizeram de culturas estrangeiras na sua própria produção distancia- os dos modernistas que promoveram a Semana de Arte Moderna em 1922. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1116643 Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores A partir da leitura do seguinte excerto do primeiro ato de Invasão, de Dias Gomes, assinale a alternativa que apresenta, na fala de Malú, uma das temáticas encontradas na obra. MALÚ "Vocês aqui xingam a chuva. Lá no Norte, a gente reza pra ela vir. E a peste não vem. Acaba a gente tendo que vender os teréns, comprar uma passagem num pau-de-arara e vir pra cá. Pra não morrer de sede... pra vir morrer aqui de fome, de desabamento ou outra coisa qualquer." (p.22). https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1103372 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116643 942) a) A repressão policial contra a invasão dos sem-teto. b) As saudades da terra natal. c) A incapacidade de mudar as condições em que vivem. d) As condições climáticas e o desvio de dinheiro público. e) O despejo das famílias e o descaso político. www.tecconcursos.com.br/questoes/1771608 CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores TEXTO 3 No Mundo das Letras Vem à livraria nas horas de maior movimento, mas isso, já se sabe, é de propósito: facilita-lhe o trabalho. Rouba livros. Faz isso há muitos anos, desde a infância, praticamente. Começou roubando um texto escolar que precisava para o colégio: foi tão fácil que gostou; e passou a roubar romances de aventura, livros de ficção científica, textos sobre arte, política, ciência, economia. Aperfeiçoou tanto a técnica que chegava a furtar quatro, cinco livros de uma vez. Roubou livros em todas as cidades por onde passou. Em Londres, uma vez, quase o pegaram; um incidente que recorda com divertida emoção. No início, lia os livros que roubava. Depois, a leitura deixou de lhe interessar. A coisa era roubar por roubar, por amor à arte; dava os livros de presente ou simplesmente os jogava fora. Mas cada vez tinha menos tempo para ir às livrarias; os negócioso absorviam demais. Além disso, não podia, como empresário, correr o risco de um flagrante. Um problema – que ele resolveu como resolve todos os problemas, com argúcia, com arrojo, com imaginação. Zás! Acabou de surrupiar um. Nada de espetacular nessa operação: simplesmente pegou um pequeno livro e o enfiou no bolso. Olha para os lados; aparentemente ninguém notou nada. Cumprimenta-me e se vai. Um minuto depois retorna. Como é que me saí, pergunta, não sem ansiedade. Perfeito, respondo, e ele sorri, agradecido. O que me deixa satisfeito; elogiá-lo é não apenas um ato de compaixão, é também uma medida de prudência. Afinal, ele é o dono da livraria. SCLIAR, Moacyr. No Mundo das Letras. In: SCLIAR, Moacyr; FONSECA, Rubem; MIRANDA, Ana. Pipocas. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Moacyr Scliar, autor da crônica No Mundo das Letras, é gaúcho e ganhou alguns prêmios, tais como Prêmio Jabuti e Prêmio José Lins do Rego. Atente para as seguintes afirmações sobre o autor: I. O estilo de Moacyr Scliar é leve e irônico. II. O autor faz parte da literatura contemporânea. III. Os textos de Moacyr Scliar são diretos e com escrita simples. Está correto o que se afirma em a) I e II apenas. b) I, II e III. c) I e III apenas. d) II e III apenas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1771608 943) www.tecconcursos.com.br/questoes/1956506 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2012. O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem poética, julgue o item a seguir. Predomina no texto a função referencial da linguagem, haja vista o caráter de denúncia de problemas sociais nele explícito. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956506 944) 945) www.tecconcursos.com.br/questoes/1418131 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores (URCA/2019.1) Caboclo Roceiro, das plaga do Norte/ Que vive sem sorte, sem terra e sem lar/ A tua desdita é tristonho que canto/ Se escuto o meu pranto me ponho a chorar. Este fragmento pertence ao poema Caboclo Roceiro, de um(a) expressivo(a) representante da nossa Literatura. Ao dá voz ao clamor do povo representa as figuras sociais do camponês, do agregado sem terra, do vaqueiro, da pessoa que vive nas margens das camadas sociais; a linguagem do(A) poeta realiza um vasto material para a pesquisa sociológica e esteticamente é a consumação de algo muito diverso daquilo que acontece quando poetas de outra extração social vem falar destas mesmas personagens. O poema e as informações referem-se a: a) Adélia Prado; b) Patativa do Assaré; c) Machado de Assis; d) Catulo da Paixão Cearense; e) Aluísio de Azevedo www.tecconcursos.com.br/questoes/1772964 CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores TEXTO 3 O Açúcar Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1418131 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1772964 946) Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. p.277-278. Ferreira Gullar, autor do texto 3, é um poeta maranhense, engajado em causas militantes, e foi considerado, em 2014, imortal pela Academia Brasileira de Letras. Este poeta insere-se como importante representante na literatura brasileira a) do pré-modernismo, marcado por problematizar a realidade social e cultural brasileira. b) da primeira fase do modernismo brasileiro, fortemente influenciado pelas vanguardas europeias. c) do movimento regionalista de 1930, influenciado pelo desgaste da política Café com Leite. d) do neoconcretismo, através da poesia que incorpora a temática social, ressaltando a palavra como o elemento mais expressivo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1419953 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o poema da poetisa mineira Adélia Prado e responda o que se pede: Com licença poética Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419953 947) Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. I. O texto é uma intertextualidade com a poesia de Drummond; II. Há, no texto, uma forte oralidade e proximidade entre os interlocutores discursivos; III. Erudita e com forte tendência ao estilo clássico, a poesia apresenta, no entanto, uma temática cotidiana; IV. O eu-lírico se expõe ao leitor, apresentando virtudes e defeitos. a) Todas as opções são verdadeiras; b) Todas as opções são falsas; c) I, II, III são verdadeiras e IV é falsa; d) II e III são verdadeiras, I e IV são falsas; e) I, II e IV são verdadeiras, a III é falsa. www.tecconcursos.com.br/questoes/1956720 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância, o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada. É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956720 948) o chamado do Fogo o clamor do Ar. Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsilade A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146. Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir. O poema expressa o sentimento lírico de preocupação com a devastação da natureza em prol do lucro. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956483 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956483 949) Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2012. O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem poética, julgue o item a seguir. O eu lírico do poema é um trabalhador do setor canavieiro. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956486 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956486 950) Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2012. O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem poética, julgue o item a seguir. É possível reconhecer no texto recursos literários que intensificam a experiência sensorial relatada, como o uso da expressão “água na pele” Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1956726 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância, o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada. É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146. Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir. Um recurso literário utilizado pela autora no poema é a atribuição de características humanas a figuras não humanas. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956726 951) 952) www.tecconcursos.com.br/questoes/932546 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Quebranto às vezes sou o policial que me suspeito me peço documentos e mesmo de posse deles me prendo e me dou porrada às vezes sou o porteiro não me deixando entrar em mim mesmo a não ser pela porta de serviço [...] às vezes faço questão de não me ver e entupido com a visão deles sinto-me a miséria concebida como um eterno começo fecho-me o cerco sendo o gesto que me nego a pinga que me bebo e me embebedo o dedo que me aponto e denuncio o ponto em que me entrego. às vezes!... CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: MAzza,2007 (fragmento). Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico a) incorpora seletivamente o discurso do seu opressor. b) submete-se à discriminação como meio de fortalecimento. c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças. d) sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento. e) acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária. www.tecconcursos.com.br/questoes/1187981 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores esse cão que me segue é minha família, minha vida ele tem frio mas não late nem pede https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932546 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187981 953) ele sabe que o que eu tenho divido com ele, o que eu não tenho também divido com ele ele é meu irmão ele é que é meu dono bicho se é por destino sina ou sorte só faltando saber se bicho decente bicho de casa, bicho de carro, bicho no trânsito, se bicho sem norte na fila se bicho no mangue, se bicho na brecha se bicho na mira, se bicho no sangue catar papel é profissão, catar papel revela o segredo das coisas, tem muita coisa sendo jogada fora muita pessoa sendo jogada fora OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014. No poema, os elementos presentes do campo de percepção do eu lírico evocam um realinhamento de significados, uma vez que a) emerge a consciência do humano como matéria de descarte. b) reside na eventualidade do acaso a condição do indivíduo. c) ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu cão. d) se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano. e) se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista. www.tecconcursos.com.br/questoes/730110 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Escritores de uma nova geração, Milton Hatoum (nascido em 1952) e Bernardo Carvalho (nascido em 1960) já garantiram seu lugar no panorama multifacetado da literatura brasileira contemporânea. Relato de um certo oriente, publicado em 1989, marcou a estreia de Milton Hatoum na literatura. Nove noites, publicado em 2002, é o sétimo livro lançado por Bernardo Carvalho, que estreou na literatura em 1993 com o livro de contos Aberração. A respeito das comparações entre Relato de um certo oriente e Nove noites, considere as seguintes afirmativas: 1. Milton Hatoum consegue trazer para a sua ficção o espaço amazonense sem cair no exagero do exotismo; Bernardo Carvalho, por sua vez, tensiona o realismo pela inclusão, na ficção, de fatos e personagenshistóricos, autobiografia e experiências pessoais. 2. Através de estratégias diferentes, os dois romances buscam compreender o passado, conscientes da obrigação histórica de recuperá-lo tal como aconteceu: Relato de um certo oriente resgata a memória trágica de uma família que viveu em Manaus; Nove noites investiga a morte de um antropólogo no sul do Maranhão, para entregar ao leitor a solução de um mistério até então não resolvido. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/730110 954) 3. A epígrafe de W.H. Auden – “Que a memória refaça/A praia e os passos/O rosto e o ponto do encontro” (em tradução de Sandra Stroparo e Caetano Galindo) – anuncia o elemento central da narrativa de Milton Hatoum. O título do romance de Bernardo Carvalho se refere às nove noites que o antropólogo Buell Quain passou na companhia de Manoel Perna, durante a sua estada entre os índios Krahô. 4. O tratamento dado aos nativos em Relato de um certo oriente pode ser verificado na humilhação e nos abusos sofridos pelas caboclas e índias que trabalhavam na casa de Emilie, principalmente por parte dos dois “inomináveis”. Em Nove noites, a narração do jornalista volta a momentos centrais da história do Brasil no século XX – Estado Novo, Ditadura Militar e Período Democrático –, marcando a situação de vulnerabilidade permanente dos índios num mundo de brancos. 5. Na Manaus multicultural da primeira metade do século XX, Emilie e seus filhos, com a curiosidade natural do imigrante, atravessam constantemente o rio que separa a cidade da floresta. Da mesma forma, o narrador-jornalista de Nove noites visita inúmeras vezes os índios Krahô, em busca de informações sobre o suicídio de Buell Quain. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras b) Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras d) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras. www.tecconcursos.com.br/questoes/932395 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Eu sobrevivi do nada, do nada Eu não existia Não tinha uma existência Não tinha uma matéria Comecei existir com quinhentos milhões e quinhentos mil anos Logo de uma vez, já velha Eu não nasci criança, nasci já velha Depois é que eu virei criança E agora continuei velha Me transformei novamente numa velha Voltei ao que eu era, uma velha PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org). Reino dos bichos e dos animais é meu nome. Rio de Janeiro: Azougue,2009. Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da expressão lírica manifesta-se na a) representação da infância, redimensionada no resgate da memória. b) associação de imagens desconexas, articuladas por uma fala delirante. c) expressão autobiográfica, fundada no relato de experiências de alteridade. d) incorporação de elementos fantásticos, explicitada por versos incoerentes. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932395 955) 956) e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais. www.tecconcursos.com.br/questoes/1955340 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Texto Um desenho animado irônico, satírico e inteligente, feito pela cartunista norte-americana Nina Paley, mostra o conflito histórico pelo domínio da região conhecida como Terra Santa. O desenho, intitulado This Land is Mine, ilustra a matança dos povos habitantes daquela região. This Land is Mine é uma paródia de The Exodus Song. Esta música era uma espécie de trilha sonora do sionismo norte- americano nas décadas de 60 e 70 do século passado para expressar o direito judaico sobre Israel. Ao colocar a música para todos os que estão em guerra cantarem, também se está criticando a canção original. Respeitando a cronologia das guerras, o desenho animado representa todas elas em torno da Terra Santa — nome bíblico que compreende o território de Israel, da Cisjordânia e de parte da Jordânia, que teria sido prometida ao povo judeu no Antigo Testamento. Internet: <http://blog.ninapaley.com>. Considerando o texto e a imagem anteriormente apresentados, julgue o item. Na concepção do referido desenho animado, a cartunista considerou dois campos — a arte e a política —, cujo entrecruzamento engendrou as possibilidades da narrativa e da estética. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/2158535 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2017 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Leia o Texto 2 com atenção e, com base nele, responda a questão. TEXTO 2 – Angústia (Secos & Molhados) Agonizo se tento Retomar a origem das coisas Sinto-me dentro delas e fujo Salto para o meio da vida Como uma navalha no ar Que se espeta no chão Não posso ficar colado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1955340 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2158535 957) A natureza como uma estampa E representá-la no desenho Que dela faço Não posso Em mim nada está como é Tudo é um tremendo esforço de ser. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/secos-molhados/283089/>. Acesso em: 20 abr. 2017. Com base na letra da canção, é INCORRETO afirmar que: a) A angústia e a agonia são forças antagônicas que conduzem o eu-lírico a obter respostas para seus anseios. b) A angústia sentida pelo eu-lírico é motivada pela agonia de tentar saber a origem das coisas. c) O estado emocional evidenciado no texto pelo eu-lírico é comum entre as pessoas na contemporaneidade. d) O eu-lírico questiona seu papel, sua existência e chama atenção para a totalidade do esforço de ser. www.tecconcursos.com.br/questoes/770863 ITA - Vest (ITA)/ITA/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera muito feminina, Frasco de âmbar À força de guardar-te evaporaste! (Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.) I. a voz lírica expressa-se de modo sentimental - daí o ponto de exclamação - revelando forte afeto do "eu" em relação ao "tu". II. a fala dirigida ao objeto contém um lamento pela sua perda, ocorrida apesar de todo o cuidado e apego que a ele foram dedicados. III. o teor metafórico do poema se reforça na associação estabelecida entre a volatilidade do perfume e o sentimento amoroso. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas I e II. c) apenas II. d) apenas II e III. e) todas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/770863 958) 959) www.tecconcursos.com.br/questoes/1965588 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Seu rosto lembrava o dos índios sul-americanos mal-encarados das aventuras do Tintim. O nariz adunco, a testa avançada sobre os olhos fundos, as faces encovadas entre os cabelos pretos e lisos que caíam até os ombros. Era difícil entender o que aquela gente queria. Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o que era um romance. (...) Não sorria, não demonstrava nenhum gesto ou expressão de simpatia. Tinha um olhar impassível e determinado. O motivo da sua visita era me encurralar. Repetia: “Os velhos estão preocupados”. E eu pensava comigo: “O idiota deve ter ouvido alguma coisa e resolveu tomar a iniciativa de me pedir satisfação”. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos que não acreditam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que eunão sabia responder à sua pergunta. Não conseguia fazê-lo entender o que era ficção (no fundo, ele não estava interessado), nem convencê-lo de que o meu interesse pelo passado não teria consequências reais, no final seria tudo inventado. Bernardo Carvalho. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (com adaptações). Tendo como referência o fragmento acima, do romance Nove noites, de Bernardo Carvalho, julgue os seguintes itens. Por trazer como tema, entre outros, a questão indígena, o romance Nove noites dá prosseguimento à tradição de se transformar a figura do índio em símbolo da brasilidade, porém com estratégias discursivas distintas das utilizadas no passado. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/361548 FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores As enchentes de minha infância Rubem Braga Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio. Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo. Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1965588 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/361548 960) a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes. (BRAGA, Rubem. As enchentes de minha infância. In: Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962, p. 157) É correto afirmar sobre a crônica: a) A organização compositiva da narrativa se dá no momento presente, mas “de repente”, algo surge, que faz com que o narrador se recorde de algo que ele viveu em seu passado. A partir do “estalo”, que é captado pelo narrador a partir de um detalhe, a narrativa toma outro rumo e incursiona em algum momento do passado. b) Após cercar-se dos acontecimentos diários, o narrador dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo. A crônica toma uma forma realista que se plasma com essa matéria mesclada do cotidiano, aspirando à comunicação humana e fazendo da solidariedade social um valor básico. c) Prepondera uma atmosfera restauradora de painéis temporais pretéritos, dispostos na recomposição de elementos relacionados à própria experiência de vida do autor. O narrador evoca fatos, pessoas, objetos e espaços e os resgata à momentaneidade do presente. d) Depois de falar de negócios, família, política e da vida de todo o dia. O narrador volta ao tempo presente e exalta os cantos pitorescos de sua terra, fatos e valores substanciais que darão contornos, através do manejo da linguagem, a um quadro de imagens nostálgicas. e) O narrador ridiculariza e ironiza o fato, tema da crônica, e, sendo, sorrateiramente, corrosivo e impiedoso, mas sob um tom que não perde o humor, fixa um olhar investigativo sobre a confluência de dois planos temporais primordiais que assinalam a recordação contemplativa. www.tecconcursos.com.br/questoes/361547 FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores E é justamente pelo lirismo reflexivo que Rubem Braga, capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, ocupa um lugar de destaque na história da literatura brasileira contemporânea: corajosamente ele só tem publicado crônicas, mesmo que em uma delas confesse ter escrito um soneto “para enfrentar o tédio dos espelhos”. Sua opção é ainda mais corajosa porque, vivendo num país de frases bombásticas, ele cumpre a principal característica do escritor: o despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta, sem adjetivações. (SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 1987, p. 13. Fragmento) O “despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta, sem adjetivações” também se observa no seguinte comentário sobre Braga: a) Você (Rubem Braga) para mim é um poeta que teve pudor de escrever versos, e então inventou a crônica (pois foi você que inventou esse gênero de literatura), crônica que é poesia em prosa, em você. (Clarice Lispector). b) De repente me deu o estalo e achei: eu estava era sentindo falta da crônica diária do velho Braga: a semanal da Manchete não me bastava. Agora estou como quero: compro de manhã o Diário de Notícias e vou logo a segunda página, ao puxa-puxa de Braga. Braga é sempre bom, e quando não tem assunto então é ótimo. (Manuel Bandeira). c) Os olhos do cronista, treinados no jornal para o flagrante do cotidiano, afeitos à experiência do choque inesperado em qualquer esquina, estão preparados, em meio à vida fragmentária, aleatória e fugaz dos tempos modernos, para a caça de instantâneos. (David Arrigucci Jr.). https://www.tecconcursos.com.br/questoes/361547 961) 962) d) Esse estilo conciso (de Braga), que se comunga com a simplicidade, acaba por conceber um texto claro, provido de construções oracionais e tópicos frasais ordenados em linearidade progressiva, e com primazia de períodos coordenados. (Cícero Nicácio do Nascimento Lopes). e) Sem dúvida, se tratava de um cronista, de um narrador comentarista dos fatos corriqueiros de todo dia, mas algo ali transfigurava a crônica, dando-lhe uma consistência que ela jamais tivera. (David Arrigucci Jr.). www.tecconcursos.com.br/questoes/1192570 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Noites do Bogart O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente, não a levou para a mesa com o grupo. Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam. — Pouca vergonha. — Deixa o Xavier. — Podia ser a filha dele. — Aliás, é colega da filha dele. Na sua mesa, o Xavier pegara na mão da moça. — Está gostando? — Pô. Só. — Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na dúvida. Ainda se dizia “chocante”? Beberam em silêncio. E ele disse: — Quer dançar? E ela disse, sem pensar: — Depois, tio. E ficaram em silêncio. Ela pensando "será" que ele ouviu?”. E ele pensando “faço algum comentário a respeito, ou deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da noite aquele "tio" ficou em cima da mesa, entre os dois, latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois voltou. Sentou com os amigos. — Aí, Xavier. E a namorada? Ele não respondeu. VERISSIMO, L. F. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. O efeito de humor no texto é produzido com o auxílio da quebra de convenções sociais de uso da língua. Na interação entre o casal de namorados, isso é decorrente a) do registro inadequado para a interlocução em contexto romântico. b) da iniciativa em discutir formalmente a relação amorosa. c) das avaliações de escolhas lexicais pelos frequentadores do bar. d) das gírias distorcidas intencionalmente na fala do namorado. e) do uso deexpressões populares nas investidas amorosas do homem. www.tecconcursos.com.br/questoes/1963216 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1192570 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963216 963) Seu rosto lembrava o dos índios sul-americanos mal-encarados das aventuras do Tintim. O nariz adunco, a testa avançada sobre os olhos fundos, as faces encovadas entre os cabelos pretos e lisos que caíam até os ombros. Era difícil entender o que aquela gente queria. Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o que era um romance. (...) Não sorria, não demonstrava nenhum gesto ou expressão de simpatia. Tinha um olhar impassível e determinado. O motivo da sua visita era me encurralar. Repetia: “Os velhos estão preocupados”. E eu pensava comigo: “O idiota deve ter ouvido alguma coisa e resolveu tomar a iniciativa de me pedir satisfação”. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos que não acreditam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que eu não sabia responder à sua pergunta. Não conseguia fazê-lo entender o que era ficção (no fundo, ele não estava interessado), nem convencê-lo de que o meu interesse pelo passado não teria consequências reais, no final seria tudo inventado. Bernardo Carvalho. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (com adaptações). Tendo como referência o fragmento acima, do romance Nove noites, de Bernardo Carvalho, julgue os seguintes itens. A discussão do estatuto da ficção em Nove noites reitera a metalinguagem como um dos recursos mais utilizados na literatura contemporânea, quando se busca investigar os sentidos da ficção no âmbito da narrativa ficcional. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1277351 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Sem acessórios nem som Escrever só para me livrar de escrever. Escrever sem ver, com riscos sentindo falta dos acompanhamentos com as mesmas lesmas e figuras sem força de expressão. Mas tudo desafina: o pensamento pesa tanto quanto o corpo enquanto corto os conectivos corto as palavras rentes com tesoura de jardim cega e bruta com facão de mato. Mas a marca deste corte tem que ficar nas palavras que sobraram. Qualquer coisa do que desapareceu continuou nas margens, nos talos no atalho aberto a talhe de foice no caminho de rato. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277351 964) 965) FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que põe em evidência o (a) a) angustiante necessidade de produção, presente em "Escrever só para me livrar/ de escrever". b) imprevisível percurso da composição, presente em "no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho de rato". c) agressivo trabalho de supressão, presente em "corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/ cega e bruta". d) inevitável frustração diante do poema, presente em "Mas tudo desafina:/ o pensamento pensa/ tanto quanto o corpo". e) conflituosa relação com a inspiração, presente em "sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras sem força de expressão". www.tecconcursos.com.br/questoes/768447 ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O poema abaixo é de José Paulo Paes: Bucólica O camponês sem terra Detém a charrua E pensa em colheitas Que nunca serão suas. (Em: Um por todos – poesia reunida. São Paulo: Brasiliense, 1986.) O texto apresenta a) uma oposição campo/cidade, de filiação árcade-romântica. b) um bucolismo típico da tradição árcade, indicado pelo título. c) uma representação tipicamente romântica do homem do campo. d) um contraste entre o arcadismo do título e o realismo social dos versos. e) uma total ruptura com a representação realista do homem do campo. www.tecconcursos.com.br/questoes/958625 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores À garrafa https://www.tecconcursos.com.br/questoes/768447 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958625 966) Contigo adquiro a astúcia de conter e de conter-me. Teu estreito gargalo é uma lição de angústia. Por translúcida pões o dentro fora e o fora dentro para que a forma se cumpra e o espaço ressoe. Até que, farta da constante prisão da forma, saltes da mão para o chão e te estilhaces, suicida, numa explosão de diamantes. PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992. A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a) a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão “Por translúcida pões". b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se observa em "prisão da forma". c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme expressa o verso " e te estilhaces, suicida". d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos "numa explosão / de diamantes". e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada". www.tecconcursos.com.br/questoes/768454 ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O poema ao lado é de Ivan Junqueira. O texto, Flor amarela Atrás daquela montanha tem uma flor amarela; https://www.tecconcursos.com.br/questoes/768454 967) dentro da flor amarela, o menino que você era. Porém, se atrás daquela montanha não houver a tal flor amarela, o importante é acreditar que atrás de outra montanha tenha uma flor amarela com o menino que você era guardado dentro dela. (Em: Poemas reunidos. Rio de Janeiro: Record, 1999.) I. na 1ª estrofe, trata da infância por meio de metáforas construídas com elementos naturais (“montanha” e “flor amarela”). II. na 2ª estrofe, por meio da conjunção “porém”, rompe com a representação metafórica presente na 1ª estrofe. III. na sequência da 1ª para a 2ª estrofe, faz com que as metáforas apontem mais para a interioridade do sujeito que para a exterioridade da natureza. Está(ão) correta(s) apenas a) ( ) I. b) ( ) I e II. c) ( ) I e III. d) ( ) II. e) ( ) II e III. www.tecconcursos.com.br/questoes/958605 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores da sua memória mil e mui tos out ros ros tos sol tos pou coa https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958605 968) pou coa pag amo meu ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998. Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretismo, o poema atinge uma expressividade que se caracteriza pela a) interrupção da fluência verbal, para testar os limites da lógica racional. b) reestruturação formal da palavra, para provocar o estranhamento no leitor. c) dispersão das unidades verbais, para questionar o sentido das lembranças. d) fragmentação da palavra, para representar o estreitamento das lembranças. e) renovação das formas tradicionais, para propor uma nova vanguarda poética. www.tecconcursos.com.br/questoes/958636INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançando em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...] Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...] É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. "E tem mais coisas ainda, minha queridinha", anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis? TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a) a) convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes. b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca. c) pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias. d) tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios. e) velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958636 969) 970) www.tecconcursos.com.br/questoes/766965 ITA - Vest (ITA)/ITA/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O poema abaixo, de Alice Ruiz, faz parte do livro Jardim de Haijin. passeio no Ibirapuera uma cerejeira florida interrompe a conversa No texto, NÃO há a) sentimento de amor pela natureza, exacerbado e de raiz romântica. b) emoção estética despertada pela vegetação naquele que passeia. c) descrição de parte da flora que integra o parque do Ibirapuera. d) surpresa, durante o passeio pelo parque, causada por uma beleza inesperada. e) referência a um local específico, o parque situado na cidade de São Paulo. www.tecconcursos.com.br/questoes/765528 ITA - Vest (ITA)/ITA/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O poema abaixo, sem título, é um haicai de Paulo Leminski: lua à vista brilhavas assim sobre auschwitz? (Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 1987.) Neste texto, I. há constraste entre a imagem natural e o fato histórico. II. o contraste entre “lua” e “auschwitz” provoca uma reação emotiva no sujeito lírico. III. o caráter interrogativo revela a perplexidade do sujeito lírico. Está(ão) correta(s): a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas II e III. d) apenas III. e) todas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/766965 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765528 971) 972) www.tecconcursos.com.br/questoes/1187983 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara por Zana. As cristãs maronitas de Manaus, velhas e moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com um muçulmano. Ficavam de vigília na calçada do Biblos, encomendavam novenas para que ela não se casasse com Halim. Diziam a Deus e ao mundo fuxicos assim: que ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude, um maometano das montanhas do sul do Líbano que se vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e praças de Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava o movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era só este: a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”. HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Cia. das Letras, 2006 (fragmento). Dois irmãos narra a história da família que Halim e Zana formaram na segunda metade do século XX. Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época, a oposição ao casamento dos dois evidencia a) as fortes barreiras erguidas pelas diferenças de nível financeiro. b) o impacto dos preceitos religiosos no campo das escolhas afetivas. c) a divisão das famílias em castas formadas pela origem geográfica. d) a intolerância com atos litúrgicos, aqui representados pelas novenas e ladainhas. e) a importância atribuída à ocupação exercida por um futuro chefe de família. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188086 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Grupo escolar Sonhei com um general de ombros largos que fedia e que no sonho me apontava a poesia enquanto um pássaro pensava suas penas e já sem resistência resistia. O general acordou e eu que sonhava face a face deslizei à dura via vi seus olhos que tremiam, ombros largos, vi seu queixo modelado a esquadria vi que o tempo galopando evaporava (deu para ver qual a sua dinastia) mas em tempo fixei no firmamento esta imagem que rebenta em ponta fria: poesia, esta química perversa, este arco que desvela e me repõe nestes tempos de alquimia. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187983 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1188086 973) BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998. O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente inserido no período da ditadura militar no Brasil. A forma encontrada pelo eu lírico para expressar poeticamente esse momento demonstra que a) a ênfase na força dos militares não é afetada por aspectos negativos, como o mau cheiro atribuído ao general. b) a descrição quase geométrica da aparência física do general expõe a rigidez e a racionalidade do governo. c) a constituição de dinastias ao longo da história parece não fazer diferença no presente em que o tempo evapora. d) a possibilidade de resistir está dada na renovação e transformação proposta pela poesia, química que desvela e repõe. e) a resistência não seria possível, uma vez que as vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam apenas nas próprias penas. www.tecconcursos.com.br/questoes/762905 ITA - Vest (ITA)/ITA/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O segmento do poema ao lado apresenta Eu e o sertão Patativa do Assaré Sertão, arguém te cantô Eu sempre tenho cantado E ainda cantando tô, Pruquê, meu torrão amado, Munto te prezo, te quero E vejo qui os teus mistero Ninguém sabe decifrá. A tua beleza é tanta, Qui o poeta canta, canta, E inda fica o qui cantá. [...] (Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1982) a) ( ) um testemunho de quem conhece o ambiente retratado. b) ( ) humor e ironia numa linguagem simples típica do sertanejo. c) ( ) uma descrição detalhada do espaço. d) ( ) a percepção do poeta de que seu canto é a melhor das interpretações. e) ( ) perceptível distanciamento entre o poeta e o objeto do seu canto. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/762905 974) 975) www.tecconcursos.com.br/questoes/1027425 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará. Ele está comprometido de monge. De tarde deambula no azedal entre torsos de cachorro, trampas,trapos, panos de regra, couros, de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos, linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em gotas de orvalho etc. etc. Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento Foi encontrado em osso. Ele tinha uma voz de oratórios perdidos. BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002. Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru porque a) entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos. b) elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina. c) valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as ruínas e a tradição. d) necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza. e) acompanha-o na opção pela insignificância das coisas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1027322 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Das irmãs os meus irmãos sujando-se na lama e eis-me aqui cercada de alvura e enxovais eles se provocando e provando do fogo e eu aqui fechada provendo a comida eles se lambuzando e arrotando na mesa e eu a temperada servindo, contida os meus irmãos jogando-se https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027425 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027322 976) na cama e eis-me afiançada por dote e marido QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama. b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres. c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres. d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico. e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais. www.tecconcursos.com.br/questoes/1027325 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O sedutor médio Vamos juntar Nossas rendas e expectativas de vida querida, o que me dizes? Ter 2, 3 filhos e ser meio felizes? VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica. b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final. c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges se sentiria realizado. d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher. e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027325 977) 978) www.tecconcursos.com.br/questoes/1027429 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí. CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002. O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada. www.tecconcursos.com.br/questoes/761120 ITA - Vest (ITA)/ITA/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Considere o poema, de Ana Cristina César (1952-1983). Fisionomia não é mentira é outra a dor que dói em mim é um projeto de passeio em círculo um malogro do objeto em foco a intensidade https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027429 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/761120 979) de luz de tarde no jardim é outra a dor que dói O título do poema está relacionado ao eu-lírico por um conflito de natureza a) ( ) amorosa. b) ( ) social. c) ( ) física. d) ( ) existencial. e) ( ) imaginária. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188121 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Brazil, capital Buenos Aires No dia em que a bossa nova inventou o Brazil Teve que fazer direito, senhores pares, Porque a nossa capital era Buenos Aires, A nossa capital era Buenos Aires. E na cultura-Hollywood o cinema dizia Que em Buenos Aires havia uma praia Chamada Rio de Janeiro Que como era gelada só podia ter Carnaval no mês de fevereiro. Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu E Mangueira o imortalizou na avenida Originária das tangas Com que as índias fingiam Cobrir a graça sagrada da vida. Tom Zé. Disponível em http://letras.terra.com.br. Acesso em: abr. 2010. O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto histórico e cultural que, dentro da cultura literária brasileira, define-se como a) contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado. b) sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas. c) expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas vanguardas europeias. d) representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo. e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1164369 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1188121 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1164369 980) 981) Açúcar O branco açúcar que adoçará meu café Nesta manhã de Ipanema Não foi produzido por mim Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. [...] Em lugares distantes, Onde não há hospital, Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome Aos 27 anos Plantaram e colheram a cana Que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga E dura Produziram este açúcar Branco e puro Com que adoço meu café esta manhã Em Ipanema. GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento). A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdade sociais. No fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico a) descreve as propriedades do açúcar. b) se revela mero consumidor de açúcar. c) destaca o modo de produção do açúcar. d) exalta o trabalho dos cortadores de cana. e) explicita a exploração dos trabalhadores. www.tecconcursos.com.br/questoes/1163557 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2010 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo.Desconstrucionismo. Outros autores Reclame Se o mundo não vai bem a seus olhos, use lentes ... ou transforme o mundo ótica olho vivo agradece a preferência CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006. Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza a) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso. b) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1163557 982) c) a construção do poema, em detrimento do conteúdo. d) a experimentação formal dos neossimbolistas. e) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica. www.tecconcursos.com.br/questoes/1061638 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Textos para a questão. Texto I [...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio — definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...]. NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. Texto II Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar. COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009. Considerando-se os textos apresentados e o contexto político e social no qual foi produzida a obra Um Copo de Cólera, verifica-se que o narrador, ao dirigir-se à sua parceira, nessa novela, tece um discurso a) conformista, que procura defender as instituições nas quais repousava a autoridade do regime militar no Brasil, a saber: a Igreja, a família e o Estado. b) pacifista, que procura defender os ideais libertários representativos da intelectualidade brasileira opositora à ditadura militar na década de 70 do século passado. c) desmistificador, escrito em um discurso ágil e contundente, que critica os grandes princípios humanitários supostamente defendidos por sua interlocutora. d) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos humanos como uma única forma de salvamento para a humanidade. e) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura militar, por meio da defesa de instituições como a família e a Igreja. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1061638 983) www.tecconcursos.com.br/questoes/1061639 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Textos para a questão. Texto I [...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio — definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...]. NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. Texto II Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar. COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009. Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da literatura produzida na década de 70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com relação à temática abordada e à concepção narrativa da novela, o texto I a) é escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e uma mulher em linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do período da ditadura militar. b) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de linguagem simples e objetiva, que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador. c) representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva e de ponto de vista distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras. d) evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal contínuo de tom agressivo. e) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas psicológicos da mulher moderna, às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento da vida familiar e amorosa. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1061639 984) www.tecconcursos.com.br/questoes/490087 CRS (PM MG) - Of (PM MG)/PM MG/Cadete/2007 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores Dura lex, sed lex Circula na internet uma lista de leis ridículas aqui e nos Estados Unidos, recolhença atribuída ao ilustre desembargador Antônio Pessoa Cardoso, do TJ-BA. Constatei no Google que o magistrado ingressou naquele Tribunal em 4/7/06, promovido por merecimento. Nada mais justo. Das leis recolhidas pelo meritíssimo, algumas são realmente hilariantes, como aquele decreto do prefeito Élcio Berti, de Bocaiúva do Sul (PR), proibindo a venda de camisinhas e anticoncepcionais, sob o argumento de que seu município estava perdendo receita do governo federal com a diminuição da população. A lei foi revogada no dia seguinte. Se o meritíssimo desembargador baiano vê a lei pela óptica do magistrado, vejo-a pela óptica de ex- advogado do Sindicato dos Padeiros. Divirjo de S. Exa. quando critica o projeto de lei apresentado pelo vereador José Filho, de Quixeramobim (CE.), obrigando que “todos os rabos de bovinos, ovinos e caprinos do município” fossempintados de amarelo fosforescente, para evitar que os motoristas, à noite, atropelassem os animais. Nos debates, surgiu emenda do vereador Rocélio Fernandes, propondo a pintura de todos os cascos e chifres dos animais citados acima, e as orelhas dos animais mochos. Os valorosos edis não conseguiram transformar seu projeto em lei. Foi pena. Certa vez, em noite de neblina, a vaca de um amigo meu, que tinha fazenda à beira do asfalto, destruiu um ônibus interestadual, provocando ferimentos em diversos passageiros. Antes que as autoridades descobrissem a marca do meu amigo no couro da vaca, ele correu ao local do acidente, amarrou a corrente do trator nos chifres da vaca e saiu arrastando a defunta pelo asfalto até que o atrito lixasse o couro marcado pelo ferro em brasa. Sem marca, a vaca passou à condição de animal sem dono, ou detentor, que pagasse os prejuízos por ela causados. Projeto do deputado Hélio Braun estabelecia em seu artigo primeiro: “Denomina-se presunto exclusivamente o produto obtido com o pernil do suíno ou com a sobrecoxa do peru”. O parágrafo único dizia que “o produto obtido com a matéria-prima do peru terá o nome de presunto de peru.” Justíssimo projeto. Se aprovado, pouparia o brasileiro de continuar comendo gato por lebre. Algo parecido deve ser feito no capítulo de vinhos, para separá-los dos fermentados de uva engarrafados e vendidos como vinhos, não somente no Brasil, como também no resto do mundo. Cavalheiro influenciável pra dedéu, dia desses comprei um rosé animado pelo que lia nos jornais. Passei mal durante quatro dias, não tanto pela bebida, que provei e joguei fora, mas pela burrice de emprenhar o ouvido. Para compensar a besteira, comprei um Codorníu rosé brut, espumante da melhor supimpitude. E bota supimpitude nisso. Nas legislações estaduais norte-americanas, o meritíssimo critica a lei que proíbe amarrar jacaré em hidrante. Desconcordo com Sua Excelência. Incêndios não têm hora para começar. Já pensaram na situação dos bombeiros encontrando um caimão amarrado no hidrante? Na Flórida, os loteamentos de luxo estão invadindo os pântanos em que abundam aligátores. O que tem de aligátor aparecendo nas piscinas e nas churrasqueiras não está no gibi. Como é proibido matar os reptis crocodilianos aligatorídeos, cujo focinho é mais curto e mais largo que o dos crocodilos e dos jacarés, o jeito é amarrá- los nos hidrantes até que o pessoal da repartição competente apareça para levá-los. (...) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/490087 985) Em Nova York, outra lei justíssima: pena de morte para quem pular de um edifício. Claro, claríssimo: é preciso pensar no risco para quem passa pela calçada. Em São Francisco, na Califórnia, pessoas feias são proibidas de passear pelas ruas. Sugiro que a lei sapientíssima seja adaptada para a televisão brasileira. Televisão tem compromisso com a estética e as imagens são exibidas para pessoas inocentes, dentro dos nossos lares. Em Utah, é proibido manter relações sexuais na parte de trás de uma ambulância, quando o veículo estiver prestando serviço de emergência. Cabe a pergunta: como pode um desembargador ilustre criticar essa lei? Já pensaram no susto do moribundo, ao encontrar seu médico transando na ambulância? Sou amigo de diversos médicos: nenhum deles é homem de mandar para o bispo. Felizmente, acho que todos já passaram da fase de trabalhar nas ambulâncias, veículos que se tornaram privativos de muitos deputados e senadores, neste país grande e bobo. Em Vermont, no extremo norte dos EUA, fronteira com o Canadá, as mulheres devem ter autorização escrita dos maridos para usar dentaduras postiças. Presumo que seja por causa da dentadura, à noite, no copo da mesinha de cabeceira. Ainda aí, dou carradas de razão aos legisladores de Vermont. Afinal, depois de passar quatro dias advogando para o Sindicato dos Padeiros do RJ, o cavalheiro assimila o espírito dos grandes jurisconsultos, capazes de condenar Fernando Paulo Nagle Gabeira, modelo 2007, e absolver o pessoal das ambulâncias, se animados pela promessa de muitas fatias de presunto legítimo, para acompanhar o já citado Codorníu rosé brut. REIS, Eduardo Almeida. Dura lex, sed lex. Estado de Minas, Belo Horizonte, 22/07/2007. Caderno Gerais, p. 30. Entre os acontecimentos finais do livro “O Encontro Marcado”, de Fernando Sabino, assinale a opção CORRETA: a) Todos os amigos foram ao encontro marcado por eles. b) Eduardo pediu demissão da repartição e tornou-se compadre de Misael. c) Eduardo teve um filho com Antonieta. d) Eugênio tornou-se cafetão. www.tecconcursos.com.br/questoes/1048053 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2004 Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa “epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam. Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem incorporados no poema “Epithalamium - II”, a) adquirem novo potencial de significação. b) eliminam a subjetividade do poema. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1048053 c) opõem-se ao tema principal do poema. d) invertem seu sentido original. e) tornam-se confusos e equivocados. Gabarito 801) E 802) C 803) C 804) B 805) D 806) C 807) B 808) E 809) D 810) D 811) C 812) E 813) A 814) D 815) C 816) A 817) A 818) A 819) A 820) E 821) A 822) E 823) A 824) B 825) E 826) D 827) C 828) D 829) C 830) A 831) B 832) E 833) C 834) Errado 835) Errado 836) Errado 837) A 838) C 839) Certo 840) D 841) A 842) E 843) C 844) C 845) D 846) B 847) C 848) C 849) A 850) Certo 851) C 852) Errado 853) E 854) A 855) Certo 856) C 857) B 858) Certo 859) Errado 860) B 861) C 862) D 863) A 864) E 865) Certo 866) Errado 867) B 868) D 869) C 870) A 871) C 872) E 873) A 874) E 875) D 876) D 877) D 878) C 879) A 880) Errado 881) E 882) D 883) A 884) E 885) C 886) B 887) D 888) E 889) C 890) D 891) A 892) Certo 893) B 894) A 895) E 896) C 897) E 898) D 899) A 900) B 901) C 902) C 903) C 904) A 905) E 906) B 907) A 908) D 909) A 910) D 911) C 912) A 913) C 914) E 915) C 916) C 917) A 918) D 919) C 920) E 921) A 922) D 923) E 924) C 925) B 926) E 927) C 928) Errado 929) Errado 930) Certo 931) Errado 932) B 933) Certo 934) Errado 935) C 936) D 937) Certo 938) C 939) D 940) Errado 941) C 942) B 943) Errado 944) B 945) D 946) E 947) Certo 948) Errado 949) Certo 950) Certo 951) A 952) A 953) C 954) E 955) Certo 956) A 957) E 958) Errado 959) C 960) D 961) A 962) Certo 963) C 964) D 965) D 966) C 967) D 968) C 969) A 970) E 971) B 972) D 973) A 974) E 975) E 976) B 977) D 978) D 979) E 980) E 981) A 982) C 983) D 984) B 985) A