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SIMULADO5 Literatura para Oficial (PMMA-CBMMA) 2023

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Questões resolvidas

O texto de Drummond

I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura.

II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente.

III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura.

IV. interpreta poeticamente a pintura.

Está(ão) correta(s)


a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.

Acerca da representação da infância em Vidas secas, de Graciliano Ramos, é INCORRETO dizer
que


a) tanto o menino mais velho como o mais novo encontram pouca alegria no ambiente inóspito em
que vivem.
b) os dois meninos sentem muito afeto pela cachorra Baleia, companheira inseparável da família.
c) o menino mais velho se rebela contra a situação da família e contra a brutalidade de Sinhá Vitória.
d) o menino mais novo quer ser igual ao pai e o mais velho entra em conflito com a mãe quando
falam sobre o inferno.
e) quando o menino mais velho associa o lugar em que vive com a ideia de inferno, começa a deixar
de ser criança.

O poema abaixo é de Cecília Meireles:

Epigrama 8

Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.

É CORRETO afirmar que o texto


a) contém uma expressão exagerada de dor e tristeza, decorrente do fim de um envolvimento

O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:


a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.

Sobre o romance Capitães da areia, de Jorge Amado, é INCORRETO afirmar que


( ) se trata de um livro cuja personagem central é coletiva, um grupo de meninos de rua, e isso o aproxima de O cortiço.
( ) as principais personagens masculinas são Pedro Bala, Sem Pernas, Volta Seca, Pirulito e Professor, e a figura feminina central é Dora.
( ) há uma certa herança naturalista, visível na precoce e promíscua vida sexual dos adolescentes.
( ) os vestígios românticos aparecem em algumas cenas de jogos e brincadeiras infantis e na caracterização de Dora.
( ) todos os meninos acabam encontrando um bom rumo na vida, apesar das dificuldades.

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Questões resolvidas

O texto de Drummond

I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura.

II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente.

III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura.

IV. interpreta poeticamente a pintura.

Está(ão) correta(s)


a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.

Acerca da representação da infância em Vidas secas, de Graciliano Ramos, é INCORRETO dizer
que


a) tanto o menino mais velho como o mais novo encontram pouca alegria no ambiente inóspito em
que vivem.
b) os dois meninos sentem muito afeto pela cachorra Baleia, companheira inseparável da família.
c) o menino mais velho se rebela contra a situação da família e contra a brutalidade de Sinhá Vitória.
d) o menino mais novo quer ser igual ao pai e o mais velho entra em conflito com a mãe quando
falam sobre o inferno.
e) quando o menino mais velho associa o lugar em que vive com a ideia de inferno, começa a deixar
de ser criança.

O poema abaixo é de Cecília Meireles:

Epigrama 8

Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.

É CORRETO afirmar que o texto


a) contém uma expressão exagerada de dor e tristeza, decorrente do fim de um envolvimento

O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:


a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.

Sobre o romance Capitães da areia, de Jorge Amado, é INCORRETO afirmar que


( ) se trata de um livro cuja personagem central é coletiva, um grupo de meninos de rua, e isso o aproxima de O cortiço.
( ) as principais personagens masculinas são Pedro Bala, Sem Pernas, Volta Seca, Pirulito e Professor, e a figura feminina central é Dora.
( ) há uma certa herança naturalista, visível na precoce e promíscua vida sexual dos adolescentes.
( ) os vestígios românticos aparecem em algumas cenas de jogos e brincadeiras infantis e na caracterização de Dora.
( ) todos os meninos acabam encontrando um bom rumo na vida, apesar das dificuldades.

Prévia do material em texto

801) 
Literatura para Oficial (PMMA/CBMMA) 2023
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY
Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
www.tecconcursos.com.br/questoes/765531
ITA - Vest (ITA)/ITA/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Considere o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, à luz da reprodução da pintura de
Edvard Munch a que ele se refere.
 
O grito (Munch)
 
A natureza grita, apavorante.
Doem os ouvidos, dói o quadro.
 
O grito – Edvard Munch (1863-1944), Noruega
 
O texto de Drummond
 
I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura.
 
II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente.
 
III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura.
 
IV. interpreta poeticamente a pintura.
 
Está(ão) correta(s)
a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765531
802) 
803) 
804) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/362225
IBFC - PEB (SEDF)/SEDF/Língua Portuguesa/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Leia a primeira estrofe de Póetica, de Vinicius de Moraes, para responder à questão:
De manhã escureco
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
 
Como dito, a estrofe apresentada pertence a um dos poemas de Vinicius de Moraes. Sobre o referido
autor, não é correto afirmar que:
a) Produziu sua obra durante o período modernista da literatura brasileira.
b) É famoso por seus notórios sonetos, que tematizam em grande parte o amor erótico.
c) Sua poesia nunca contemplou a crítica social.
d) Em suas primeiras obras, produziu uma poesia neo-simbolista, de inspiração religiosa.
www.tecconcursos.com.br/questoes/765518
ITA - Vest (ITA)/ITA/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Acerca da representação da infância em Vidas secas, de Graciliano Ramos, é INCORRETO dizer
que
a) tanto o menino mais velho como o mais novo encontram pouca alegria no ambiente inóspito em
que vivem.
b) os dois meninos sentem muito afeto pela cachorra Baleia, companheira inseparável da família.
c) o menino mais velho se rebela contra a situação da família e contra a brutalidade de Sinhá Vitória.
d) o menino mais novo quer ser igual ao pai e o mais velho entra em conflito com a mãe quando
falam sobre o inferno.
e) quando o menino mais velho associa o lugar em que vive com a ideia de inferno, começa a deixar
de ser criança.
www.tecconcursos.com.br/questoes/765525
ITA - Vest (ITA)/ITA/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Acerca do romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, assinale a opção CORRETA.
a) A história central, que retrata o amor entre Gabriela e Nacib, segue estritamente o modelo realista-
naturalista de paixão sexual.
b) O final revela que a união amorosa de Gabriela e Nacib não condiz com as regras e valores sociais
ligados ao matrimônio oficial.
c) O adultério de Gabriela com Mundinho Falcão determina o final realista do romance.
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765518
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765525
805) 
806) 
d) As mulheres, exceto Gabriela, têm destinos semelhantes ao de Sinhazinha, morta pelo marido ao
surpreendê-la com Osmundo.
e) O adultério de Gabriela é secundário na obra, mais preocupada em denunciar o coronelismo no
Nordeste.
www.tecconcursos.com.br/questoes/765521
ITA - Vest (ITA)/ITA/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
O poema abaixo é de Cecília Meireles:
 
Epigrama 8
 
Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.
 
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
 
É CORRETO afirmar que o texto
a) contém uma expressão exagerada de dor e tristeza, decorrente do fim de um envolvimento
amoroso.
b) fala sobre o rompimento de duas pessoas, que, por já ser previsto, não causou dor no sujeito
lírico.
c) registra o término de um envolvimento afetivo superficial, pois os amantes não se entregaram
totalmente.
d) contém ambiguidade, pois, apesar de o sujeito lírico dizer que não chorou, o poema exprime
tristeza.
e) garante que a forma mais aconselhável de lidar com as desilusões é estarmos de antemão
preparados para ela.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1187169
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
TEXTO I
 
Poema de sete faces
 
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse
Raimundo seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
 
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).
 
TEXTO II
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/765521
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187169
807) 
CDA (imitado)
 
Ó vida, triste vida!
Se eu me chamasse
Aparecida dava na mesma.
 
FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.
 
Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos Drummond de Andrade, e entre parênteses indica
“imitado” porque, como nos versos de Drummond,
a) apresenta o receio de colocar os dramas pessoais no mundo vasto.
b) expõe o egocentrismo de sentir o coração maior que o mundo.
c) aponta a insuficiência da poesia para solucionar os problemas da vida.
d) adota tom melancólico para evidenciar a desesperança com a vida.
e) invoca a tristeza da vida para potencializar a ineficácia da rima.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1027424
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Ai, palavras, ai, palavras
que estranha potência a vossa!
 
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
 
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
 
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).
 
O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada
no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla
sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:
a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das
palavras.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1027424
808) 
809) 
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem
pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas
crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e
gestos.
www.tecconcursos.com.br/questoes/752871
ITA - Vest (ITA)/ITA/2010
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Sobre o romance Capitães da areia, de Jorge Amado, é INCORRETO afirmar que
a) ( ) se trata de um livro cuja personagem central é coletiva, um grupo de meninos de rua, e isso o
aproxima de O cortiço.
b) ( ) as principais personagens masculinas são Pedro Bala, Sem Pernas, Volta Seca, Pirulito e
Professor,e a figura feminina central é Dora.
c) ( ) há uma certa herança naturalista, visível na precoce e promíscua vida sexual dos adolescentes.
d) ( ) os vestígios românticos aparecem em algumas cenas de jogos e brincadeiras infantis e na
caracterização de Dora.
e) ( ) todos os meninos acabam encontrando um bom rumo na vida, apesar das dificuldades.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1059986
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2010
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Texto I
 
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que
aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento
que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos
puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
 
AMADO, J. Capitães de Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
 
Texto II
 
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os
bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e
pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado,
 
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
 
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente
na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752871
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1059986
810) 
811) 
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens.
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão.
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos margina - lizados é direta,
www.tecconcursos.com.br/questoes/752872
ITA - Vest (ITA)/ITA/2010
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
O poema ao lado, “Gioconda (Da Vinci)”, de Carlos Drummond de Andrade, refere-se a uma
célebre tela renascentista:
 
O ardiloso sorriso
alonga-se em silêncio
para contemporâneos e pósteros
ansiosos, em vão, por decifrá-lo.
Não há decifração. Há o sorriso.
 
(Em: Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996.)
 
NÃO se pode afirmar que o poema
a) ( ) faz uso de metalinguagem num sentido amplo, pois é uma obra de arte que fala de outra.
b) ( ) procura se inserir no debate que a tela Gioconda provoca desde a Renascença.
c) ( ) mostra que são inúmeros os significados do sorriso da Gioconda.
d) ( ) garante não haver razão alguma para a polêmica, como diz o último verso.
e) ( ) ilustra a polissemia de obras de arte, inclusive do próprio poema.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1061637
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Confidência do Itabirano
 
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
[sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752872
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1061637
812) 
 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
 
ANDRADE, C. D. Poesia completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
 
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus
poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas
humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe
claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de
construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima
a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de
expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e
dados históricos.
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que
representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em
comparação com as prendas resgatadas de Itabira.
e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e
do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1060855
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão
característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e
que denunciavam um passado ilustre, gerações de Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora,
uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era
fácil perceber o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na
sombra, suas pratas semi-empoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas
opalinas – ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas
idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor
latente em suas entranhas.
 
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).
 
O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família da
aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência dessa família, mas é,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1060855
813) 
ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O
recurso expressivo que formula literariamente essa desagregação histórica é o de descrever a casa dos
Meneses como
a) ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família.
b) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência da
aristocracia rural mineira.
c) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano,
compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.
d) símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolução
graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
e) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repousa como
lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente.
www.tecconcursos.com.br/questoes/995284
INEP (ENEM) - Part(ENEM)/ENEM/Regular/2007
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Texto I
 
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o
pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha
Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem,
guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado
amarelo.
 
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
 
Texto II
 
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca,
uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande
medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a
despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda
categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas 
Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza
humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
 
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.
 
 
No texto II, verifica-se que o autor utiliza
a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a
relação entre o escritor e o personagem popular.
b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao
leitor.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/995284
814) 
c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de
forma pitoresca.
d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar
determinado momento da literatura brasileira.
e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo,
para facilitar o entendimento do texto.
www.tecconcursos.com.br/questoes/995279
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2007
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Texto I
 
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o
pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha
Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem,
guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado
amarelo.
 
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
 
Texto II
 
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca,
uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande
medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a
despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda
categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas
faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana
de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
 
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.
 
 
A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções
artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
 
I O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em
protagonista privilegiado do romance social de 30.
 
II A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da
década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
 
III Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar
a posição social do sertanejo na realidade nacional.
 
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
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815) 
816) 
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de
se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica
essa afirmação.
(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.
 
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
a) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura.
c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos.
d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética.
e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M, etc)
Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele
torna mais viva a linguagem. Carlos Drummond de Andrade escreveu um dos mais belos versos da língua
portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando.
 
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817) 
Um cão cheirando o futuro
 
(Entrevista com Mário Carvalho. Folha de SP, 24/05/1988. adaptação)
 
O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi
a) o modo raro como foi tratado o “futuro”.
b) a referência ao cão como “animal de estimação”.
c) a flexão pouco comum do verbo “cheirar” (gerúndio).
d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de “cheirar”.
e) o emprego do artigo indefinido “um” e do artigo definido “o” na mesma frase.
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Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
 
“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui”.
 
MENDES, Murilo.Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
 
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre
em:
a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca
c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade
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818) 
819) 
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Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas
em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação
de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
 
I. Quando nasci, um anjo torto
 Desses que vivem na sombra
 Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)
 
II. Quando nasci veio um anjo safado
 O chato dum querubim
 E decretou que eu tava predestinado
 A ser errado assim
 Já de saída a minha estrada entortou
 Mas vou até o fim.
 
 (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
 
III. Quando nasci um anjo esbelto
 Desses que tocam trombeta, anunciou:
 Vai carregar bandeira.
 Carga muito pesada pra mulher
 Esta espécie ainda envergonhada.
 
 (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
 
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de
Andrade, por
a) reiteração de imagens.
b) oposição de idéias.
c) falta de criatividade.
d) negação dos versos.
e) ausência de recursos.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J.
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E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas
andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos.
O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um
arco-íris de plumas.
 
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820) 
821) 
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de
elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
 
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e
estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de
glórias e me faz magnífico.
 
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.)
 
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
 
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e
econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da
realidade e o remédio para ela.
 
Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes
com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond
de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é
a) uma narrativa direta e econômica.
b) real, palpável.
c) sentimento de realidade.
d) seu expediente de homem.
e) seu remédio.
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CETREDE - Prof (Pref Caucaia)/Pref Caucaia/Língua Portuguesa/2023
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM
Neto etc)
Ariano Suassuna foi um grande escritor e dramaturgo brasileiro, autor do Auto da Compadecida,
obra-prima adaptada para o cinema e a televisão. Embora suas obras tenham características de
diferentes movimentos, Suassuna foi alinhado ao
a) Realismo.
b) Parnasianismo.
c) Romantismo.
d) Pré-Modernismo.
e) Modernismo – Geração de 45.
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OBJETIVA CONCURSOS - Prof (Pref Candiota)/Pref Candiota/Língua Portuguesa/2023
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM
Neto etc)
Considerando-se a obra Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, marcar C para as afirmativas
Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
 
(_) São 21 estórias que dão a impressão de homogeneidade perfeita, mas que são diversas na
abordagem dos assuntos.
 
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2410625
822) 
(_) A maioria dos contos desenrola-se numa região não especificada, mas identificável como a das
obras anteriores do autor: o mundo da sua infância e da sua mocidade.
 
(_) O autor cria suspense e produz a expectativa de catástrofes; essa expectativa, porém, não é
satisfeita frequentemente: as estórias acabam sem explosão, os conflitos esvaziam-se em resignação
ou apaziguamento, causando frustração no leitor.
a) C - C - E.
b) C - C - C.
c) E - E - E.
d) E - C - C.
e) C - E - C.
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Considere, a seguir, dois trechos de Sagarana, de João Guimarães Rosa, extraídos de “Corpo
fechado” e “A hora e vez de Augusto Matraga”, respectivamente.
E, quando espiei outra vez, vi exato: Targino, fixo, como um manequim, e Manuel Fulô pulando nele e o
esfaqueando, pela altura do peito – tudo com rara elegância e suma precisão. Targino girou na perna
esquerda ceifando o ar com a direita; capotou; e desviveu, num átimo. Seu rosto guardou um ar de
temor salutar.
– Conheceu, diabo, o que é raça de Peixoto?!
(ROSA, João Guimarães. Corpo fechado. In: ______. Sagarana. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
p. 400. v. 1.)
Mas Nhô Augusto tinha o rosto radiante, e falou:
– Perguntem quem é que aí algum dia ouviu falar no nome de Nhô Augusto Esteves, das Pindaíbas?
– Virgem Santa! Eu logo vi que só podia ser você, meu primo Nhô Augusto...
Era o João Lomba, conhecido velho e meio parente. Nhô Augusto riu:
– E hein, hein João?!
– P’ ra ver...
Então Augusto Matraga fechou um pouco os olhos, com sorriso intenso nos lábios lambuzados de
sangue, e de seu rosto subia
um sério contentamento.
Daí mais, olhou, procurando João Lomba, e disse, agora sussurrando, sumido:
– Põe a benção na minha filha...seja lá onde for que ela esteja...E, Dionora...Fala com a Dionora que está
tudo em ordem!
Depois morreu.
(ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de
Augusto Matraga. In: ______. Sagarana. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 462. v. 1.)
 
Com base nas informações apresentadas e na obra completa, assinale a alternativa correta.
a) Jureminho mata Matraga motivado pela disputa interna que travavam para conquistar a liderança
do bando de jagunços, após a morte do antigo chefe, Seu Joãozinho Bem-Bem.
b) O fazendeiro Joãozinho Bem-Bem contratou Manuel Fulô, famoso jagunço da localidade, para
assassinar Targino, por causa de uma disputa de terras que havia entre os dois.
c) Matraga repete o seu lema “todo mundo tem sua hora e sua vez”, fazendo alusão ao dia em que
faria seu acerto de contas com João Lomba, que lhe havia roubado a mulher, Dona Dionora.
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823) 
d) Targino, mesmo com o corpo fechado por seu grupo de ciganos, não consegue se livrar da morte
no duelo com Manuel Fulô, provocado pela disputa da égua Beija-Fulô.
e) A morte de Matraga é o desfecho de um combate que resulta em morte dupla, sinalizando a
redenção que Nhô Augusto prenuncia quando diz “P’ra o céu eu vou,nem que seja a porrete!...”.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Para responder a questão, leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor
moçambicano Mia Couto (1955- ).
 
Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração batia só de quando em enquantos. A mãe sabia
que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por
demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o dedo
e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal:
 
— Mãe, venha ouvir: está a bater!
 
A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas,
presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando
a arrastosa vida.
 
Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na
cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se
ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sentiu a
transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou:
 
— Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros.
 
A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no
lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma,
algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante
plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de
escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros
selou-se o segredo, só entre as duas.[...]
 
Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida.
Até que essa imobilidade se prolongou por consecutivas demoras. A menina falecera? Não se
vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia praticando vivências, brincando, sempre
cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe não escutava os piares.
 
— Agora não sonha, filha?
 
— Ai mãe, está tão escuro no meu sonho!
 
Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade:
 
— Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu
sinal.
 
O médico corrigiu os óculos como se entendesse rectificar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se
autorizar. E disse:
 
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824) 
— Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu.
— Morta, a minha menina? Mas, assim...?
— Esta é a sua maneira de estar morta.
 
A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico.
Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com tanta
leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta:
 
— Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade.
 
A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem.
Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor.
 
— Então, minha querida não escutou nada?
 
Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro.
Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante.
 
Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra
flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e
os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito.
 
E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãe
deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as vozearias
das aves.
 
(Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.)
 
A linguagem poética, o emprego de neologismos e as marcas de oralidade, que podem ser identificados
no texto de Mia Couto, caracterizam também a prosa do seguinte escritor brasileiro:
a) Guimarães Rosa.
b) Graciliano Ramos.
c) Machado de Assis.
d) Euclides da Cunha.
e) Aluísio de Azevedo.
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Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa correta a respeito de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
a) Severino constata a presença reiterada da morte em seu percurso e afirma: “só a morte deparei /
e às vezes até festiva”; a festa a que ele se refere comemorava o Dia de Finados, também conhecido
como Dia dos Mortos.
b) Chegando à Zona da Mata, Severino se anima ao perceber que os rios que correm naquela região
não se interrompem, o que torna a terra mais fértil, porém em seguida ele se depara com mais um
enterro.
c) Após escutar uma conversa entre dois coveiros que trabalham em cemitérios de Recife, Severino
compreende que só a morte pode igualar as pessoas, pois, a partir do momento em que os corpos
são enterrados, as diferenças sociais deixam de existir.
d) O auto se encerra com uma fala em que, antevendo que seu filho recém-nascido teria uma vida
tão difícil quanto a do retirante que ele conhecera um pouco antes, Seu José pergunta se não seria
melhor para Severino desistir de viver.
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825) 
826) 
e) As referências ao tamanho pequeno das covas nos cemitérios do interior, como por exemplo em
“Esta cova em que estás / com palmos medida”, relacionam-se ao tamanho dos próprios versos de
Morte e vida severina, que têm sempre a mesma medida.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM
Neto etc)
Texto
 
“A sua poesia, que se estende no arco de 1942 (Pedra do Sono) a 1996 Educação pela Pedra) tem dado
um exemplo fortemente persuasivo de “volta às próprias coisas” como estrada real para apreender e
transformar uma realidade que, opaca e renitente, desafia sem cessar a nossa inteligência. Na esteira de
Drummond e Murilo Mendes, o poeta recifense estreou com a preocupação de desbastar suas imagens
de toda ganga de resíduos sentimentais ou pitorescos, ficando-lhes nas mãos apenas a nua intuição das
formas (de onde o geometrismo de alguns poemas seus) e a sensação aguda dos objetos que delimitam
o espaço do homem moderno. (...)”
 
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. ed. Cultrix, 1996.
 
O crítico literário Alfredo Bosi, no excerto acima, faz referência ao autor
a) Raul Pompéia.
b) Vinicius de Moraes.
c) Ferreira Gullar.
d) Érico Veríssimo.
e) João Cabral de Melo Neto.
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IBGP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM
Neto etc)
Leia o poema a seguir, extraído do livro “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto.
 
O retirante resolve apressar os passos para chegar logo ao Recife
 
 – Nunca esperei muita coisa, 
 
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
da tal velhice que chega
antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
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se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença
entre o agreste e a caatinga,
e entre a caatinga e aqui a mata
 
a diferença é a mais mínima.
Está apenas em que a terra
é por aqui mais macia;
está apenas no pavio,
oumelhor, na lamparina:
pois é igual o querosene
que em toda parte ilumina,
e quer nesta terra gorda
quer na serra, de caliça,
a vida arde sempre com
a mesma chama mortiça.
Agora é que compreendo
por que em paragens tão ricas
o rio não corta em poços
como ele faz na Caatinga:
 
vive a fugir dos remansos
a que a paisagem o convida,
com medo de se deter,
grande que seja a fadiga.
Sim, o melhor é apressar
o fim desta ladainha,
fim do rosário de nomes
827) 
que a linha do rio enfia;
é chegar logo ao Recife,
derradeira ave-maria
do rosário, derradeira
invocação da ladainha,
Recife, onde o rio some
e esta minha viagem se fina.
 
Fonte: ELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 186-187.
 
 Sobre os versos, é INCORRETO afirmar que:
a) O retirante se dirige aos leitores, dizendo, como se estivesse desfiando uma ladainha, quais são
suas pretensões ao se retirar.
b) Os desejos do retirante não são imensos, pois ele demanda apenas uma vida minimamente digna.
c) Nos versos “e quer nesta terra gorda / quer na serra, de caliça, / a vida arde sempre com / a
mesma chama mortiça”, o retirante nos diz da efemeridade da vida humana, o que promove no
poema uma crítica social e também uma reflexão existencial.
d) O fato de o rio não se deter nos remansos “a que a paisagem o convida” é o medo de que a sua
vida pare; mas isso, no poema, não tem nada a ver com a vida do retirante.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM
Neto etc)
Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por
questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor,
ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser
humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor
raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista.
 
Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres,
revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, atirou quanto ele tão bem
— no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava
justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas
possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar,
que o homenzinho o procurava.
 
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967.
 
Os procedimentos de construção conferem originalidade ao estilo do autor e produzem, no fragmento,
efeito de sentido apoiado na
a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida.
b) tensão progressiva ante a chegada do estranho.
c) nota irônica do perfil intelectual do personagem.
d) curiosidade natural despertada pelo anonimato.
e) erudição sutil da alusão ao pensamento grego.
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828) 
829) 
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FGV - Adv (SEN)/SEN/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Assinale o segmento que pertence à obra, de estilo muito particular, do escritor modernista João
Guimarães Rosa.
a) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário.
Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.”
b) “Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra natal. Aí
campeia o destemido vaqueiro cearense, que à unha de cavalo acossa o touro indômito no cerrado
mais espesso, e o derriba pela cauda com admirável destreza. Aí, ao morrer do dia, reboa entre os
mugidos das reses, a voz saudosa e plangente do rapaz que abóia o gado para o recolher aos currais
no tempo da ferra. Quando te tomarei a ver, sertão da minha terra, que atravessei há muitos anos na
aurora serena e feliz da minha infância?”
c) “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como
haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas
que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados
da catinga rala.”
d) “Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa,
mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto,
dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.”
e) “— Chá... tchá... chá... tchá. Era um pássaro madrugador que anunciava a antemanhã, primeiro
que o galo-de-campina, que toda a orquestração das matinas. Um xexéu desgracioso, cor das
barreiras enferrujadas, a que os escravos davam caça, a bodoque , nos dias de folga, porque —
regulador que não se atrasa — lhes marcava, pontualmente , o início das tarefas diárias. O feitor,
como ainda chamam a esse arauto importuno, pegava no estribilho temporão, tirando do sono a
cabroeira extenuada, como contratado pelo senhor rural: chá... tchá...”
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RBO - AFisc (Navegantes)/Pref Navegantes/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Considere o trecho de "A quinta história", de Clarice Lispector, para responder à questão.
 
A quinta história
 
Esta história poderia chamar-se "As Estátuas". Outro nome possível é "O Assassinato". E também "Como
Matar Baratas". Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras, porque nenhuma delas mente a outra.
Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
A primeira, "Como Matar Baratas", começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a
queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A
farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro delas. Assim fiz. Morreram.
A outra história é a primeira mesmo e chama-se "O Assassinato". Começa assim: queixei-me de baratas.
Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em abstrato
me havia queixado de baratas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam os canos
do edifício até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas também. Em
nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concentração um pouco mais intensa.
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830) 
Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e ninguém acreditaria
no mal secreto que roía casa tão tranqüila. Mas se elas, como os males secretos, dormiam de dia, ali
estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir da longa morte. Um
medo excitado e meu próprio mal secreto me guiavam. Agora eu só queria gelidamente uma coisa:
matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente, cansada, sonha. E eis que a
receita estava pronta, tão branca. Como para baratas espertas como eu, espalhei habilmente o pó até
que este mais parecia fazer parte da natureza. De minha cama, no silêncio do apartamento, eu as
imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só uma toalha alerta no
varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada. Atravessei a cozinha. No
chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara.
 
Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
a) No trecho, a autora narra a tentativa de matar cada barata que existe, aindaque acorde de
sobressalto durante a noite, envolta em remorso e arrependimento.
b) "O Assassinato" revela diversos pensamentos sobre o ato de matar baratas, surgidos após a
realização da primeira história "Como Matar Baratas".
c) As duas narrativas apresentadas no texto refletem dois pontos de vistas diferentes sobre a mesma
ação: a primeira objetiva e a segunda com aspectos psicológicos da autora.
d) Ao alegar que as baratas "passaram a ser dela também", a autora se exime das maldades que
guiavam seu ímpeto na preparação da mistura mortal.
e) O assassinato das baratas é justificado por seu comportamento notívago, uma vez que o hábito
diurno das baratas causa "um senso de ultraje".
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia atentamente o trecho do conto “A mão no ombro” e, em seguida, assinale a alternativa
CORRETA.
 
Deixou cair a folha seca,
enfurnou as mãos nos bolsos e
seguiu pisando com a mesma
prudência da estátua.
Contornou o tufo de begônias,
vacilou entre os dois ciprestes
(mas o que significava essa
estátua?) e enveredou por uma
alameda que lhe pareceu menos
sombria. Um jardim inocente.
a) é um narrador predominantemente em terceira pessoa, que utiliza, por vezes, o discurso indireto
livre para se confundir com a personagem protagonista.
b) é um narrador em primeira pessoa que constrói um monólogo interior.
c) é um narrador protagonista, que relata, em primeira pessoa, as experiências que outra
personagem lhe contou.
d) é um narrador em terceira pessoa pouco atento aos pensamentos da personagem protagonista.
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831) 
832) 
e) é um narrador judicativo que recrimina a culpa que a personagem protagonista sente e, por isso,
faz perguntas a si próprio.
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
A respeito da temática da violência nos contos de Sagarana, de Guimarães Rosa, assinale a
alternativa correta.
a) Em “Minha gente”, o narrador vai visitar o tio numa região rural e acaba testemunhando um
assassinato a foice que tem motivação política, ligado ao envolvimento da família com a disputa
eleitoral que está em curso na região.
b) Em “Duelo”, a violência é um círculo vicioso, já que a mulher de Turíbio comete adultério com
Cassiano, o que leva o marido a matar por engano o irmão do amante; a partir daí, Turíbio e Cassiano
passam a se perseguir longamente e os dois acabam morrendo.
c) Em “O burrinho pedrês”, um dos vaqueiros que saem de manhã para conduzir a boiada do
fazendeiro Major Saulo até a cidade para embarcar no trem de carga planeja a morte de um
companheiro por ciúme de uma moça, mas só executa o crime à noite, na volta para a fazenda.
d) Em “A hora e vez de Augusto Matraga”, o protagonista é um homem violento que acaba ele
próprio sendo vítima de uma tentativa de homicídio à qual sobrevive; esse acontecimento o leva a
uma mudança radical e ele abre mão definitivamente de seu comportamento violento.
e) Em “Corpo fechado”, citam-se casos de vários valentões de uma pequena cidade, mas o tom é de
humor e a violência não é diretamente encenada, já que o personagem principal é um rapaz que não
tem medo dos valentões, porque desde pequeno tem o corpo fechado por um feiticeiro.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa que não contribui para a compreensão do desfecho do conto “Tigrela”.
a) “Só eu sei que cresceu, só eu notei que está ocupando mais lugar embora continue do mesmo
tamanho, ultimamente mal cabemos as duas, uma de nós teria mesmo que... Interrompeu para
acender a cigarrilha, a chama vacilante na mão trêmula.”
b) “No fim, quis se atirar do parapeito do terraço, que nem gente, igual. Igual, repetiu Romana
procurando o relógio no meu pulso.”
c) “Uma noite dessas, quando eu voltar para casa o porteiro pode vir correndo me dizer. A senhora
sabe? De algum desses terraços...”
d) “Finge que não liga mas a pupila se dilata e transborda como tinta preta derramando no olho
inteiro, eu já falei nesse olho? É nele que vejo a emoção. O ciúme. Fica intratável.”
e) “Fiquei olhando para o pequeno círculo de água que seu copo deixou na mesa. Mas, Romana, não
seria mais humano se a mandasse para o zoológico?”
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
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833) 
834) 
Assinale a alternativa que não apresenta um trecho que contribui para o entendimento do desfecho
de “As Formigas”.
a) “Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um
deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.”
b) “O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não
era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho.”
c) “– Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao
lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente, extra. Telefone, também.”
d) “No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via,
o outro olho era penumbra.”
e) “Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas. Na volta, senti que no quarto tinha algo mais,
está me entendendo?”
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon
haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito
seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
No texto, a pessoa que narra os acontecimentos se recusa a ver as baleias que agonizam nas praias,
porque teme agir como aqueles que as atacam.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
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835) 
836) 
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon
haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito
seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
Segundo a narrativa apresentada, come-se a carne das baleias porque elas são animais ferozes.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon
haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito
seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
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837) 
838) 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
A narrativa apresentada reforça a ligação de Clarice Lispector com o Modernismo brasileiro,
aproximando-a especialmente do Regionalismo de 1930, que tratou de temas como a desigualdade e a
fome.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof (B Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/Português/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em 2020, a escritora Clarice Lispector completaria cem anos de idade. Autora de prosa e ficção, ela
é uma representante da terceira geração modernista. As obras produzidas pelos escritores dessa geração
ficaram marcadas, entre outras características,
a) pela importância dada à forma, o que fez muitos autores serem considerados experimentalistas.
b) pela preocupação exagerada com a forma, o que impedia que esses autores fossem considerados
experimentalistas.
c) pela despreocupação com o conteúdo, o que tornava esses autores instrumentalistas.
d) pelo descuido da forma e pela preocupação com o conteúdo, representando a tendência poética
denominada práxis.
e) pela valorização excessiva da tradição das gerações anteriores, embora de forma renovada.
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DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Enfermagem/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Vergonha de viver
Clarice Lispector
 
 Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido
que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...)
 Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa
grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a
fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a
fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado
na vida.
 Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite
fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me
verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando
finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...).
 De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia
ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...)
 Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num
diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...)
 
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No último parágrafo, a autora
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839) 
840) 
a) apresenta, por meio de reminiscências da infância, a valorização de seu dom como escritora.
b) mostra que a insistência em escrever histórias foi determinante para o reconhecimento de uma
grande cronista.
c) sugere que a teimosia em escrever, apesar das recusas, pode têla impulsionado para a senda da
literatura.
d) leva à conclusão, por ser autobiográfico e contraditório, de que escrever na infância foi o embrião
de seu futuro ofício.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon
haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito
seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dospobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
Por tratar de um fato do cotidiano de forma pessoal e com linguagem poética, o texto apresentado pode
ser caracterizado como uma crônica.
Certo
Errado
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CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
TEXTO 1
 
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada.
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841) 
Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto
sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu souD.
 
PRADO, Adélia Prado. Com Licença Poética. In: PRADO, Adélia. Adélia Prado: Poesia reunida. 6. ed.
São Paulo: Siciliano, 1996. p. 11.
A escritora Adélia Prado, autora modernista mineira, surpreende a crítica e encanta os leitores pela
originalidade de sua poesia marcada pelo feminino e pelo misticismo. No texto 1, acima, de sua autoria,
observa-se que o eu lírico é alguém que se vê como
a) vítima de sua condição, conforme os versos: “[...] vai carregar bandeira./Cargo muito pesado pra
mulher [...]”. (linhas 03-04)
b) militante radical de causas políticas, dividindo o mundo em dois polos quando diz: “Vai ser coxo na
vida, é maldição pra homem”. (linha 17)
c) submisso aos caprichos do destino, como demonstra nos versos: “Aceito os subterfúgios que me
cabem,/sem precisar mentir”. (linhas 06-07)
d) irresignado ao que o destino vaticinou na ocasião de seu nascimento ao afirmar: “Mulher é
desdobrável. Eu sou”. (linha 18)
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Instituto Consulplan - Vest (UNEC)/UNEC/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Quanto à mãe de Ofélia, ela temia que à força de morarmos no mesmo andar houvesse intimidade
e, sem saber que também eu me resguardava, evitava-me. A única intimidade fora a do banco do jardim,
onde, com olheiras e boca fina, falara sobre enfeitar bolos.
 
Eu não soubera o que retrucar e terminara dizendo para que soubesse que eu gostava dela, que o curso
dos bolos me agradaria. Esse único momento mútuo afastaranos ainda mais, por receio de um abuso de
compreensão. A mãe de Ofélia chegara mesmo a ser grosseira no elevador: no dia seguinte eu estava
com um dos meninos pela mão, o elevador descia devagar, e eu, opressa pelo silêncio que, à outra,
fortificava – dissera num tom de agrado que no mesmo instante também a mim repugnara: – Estamos
indo para a casa da avó dele. E ela, para meu espanto: – Não perguntei nada, nunca me meto na vida
dos vizinhos.
 
(Clarice Lispector, no livro “Felicidade clandestina”. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
 
O contexto de produção literária que abrange a terceira fase do Modernismo no Brasil aponta aspectos
que podem ser evidenciados no trecho da obra de Clarice Lispector, como:
a) O grande crescimento urbano.
b) A expansão das indústrias de um modo geral.
c) Importação de tendências artísticas e arquitetônicas.
d) O fortalecimento dos empreendimentos em comunicação.
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842) 
843) 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a narradora protagonista de “Senhor Diretor”.
a) exagerada compulsividade por limpeza, como no trecho: “E se fosse tranquilamente ler na praça?
Mas a praça devia estar tão suja, que prazer podia se encontrar numa praça assim?”.
b) sincera dedicação à família, como no trecho: “Agradeço muito, meus queridos, mas hoje já tenho
um compromisso com um grupo de amigas, vão me oferecer um chá, vocês não se importam se
marcarmos um outro dia?”
c) fiel dedicação às amigas, como no trecho: “Eleonora, de bacia quebrada, a coitadinha. Mariana, se
embaralhando em alguma mesa, a cabeça já não dava nem para um sete e meio e inventou de
aprender bridge, não estava na moda? Beatriz, pajeando o bando de netos enquanto a nora adernava
o oitavo mês. E Elza estava morta.”
d) senso de dever cívico, como no trecho: “Compete à professora, Senhor Diretor, estudar
urgentemente um projeto de educação desse povo que tem a idade mental daquelas meninas que eu
ia fiscalizar quando saíam do reservado, Puxou a descarga? eu perguntava. E a cara inocente de
susto, Ai! Esqueci. Mas será que só eu no meio dessa multidão se importa?”
e) recalque sexual, como no trecho: “Ela foi afundando na poltrona enquanto a loura emergia do
fundo na direção do homem, Meus Céus, também aqui?! Fixou o olhar no casal todo enrolado na
fileira da frente. Beijavam-se com tanta fúria que o som pegajoso era ainda mais nítido do que o
barulho dos dois corpos amassando a folhagem na tela.”
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DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Topografia/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Vergonha de viver
Clarice Lispector
 
 Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido
que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...)
 Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa
grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a
fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a
fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado
na vida.
 Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite
fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me
verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando
finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...).
 De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia
ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...)
 Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num
diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...)
 
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Pode-se dizer que, na crônica Vergonha de Viver, Clarice Lispector tem por objetivo
a) confidenciar que a timidez é, na verdade, uma arma paraaqueles que são ousados.
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844) 
845) 
b) mostrar que aos tímidos, entre os quais ela se inclui, resta só a constatação de que o medo lhes
fechará todas as portas.
c) revelar, com os sinais de sua história, que todo tímido deseja chegar ao outro, no entanto tem ele
de gritar contra a solidão porque sua alma grita.
d) esclarecer ao leitor que, apesar dos momentos de ousadia dos tímidos, suas tentativas acabam
em fracassos, como os vários exemplos de sua vida.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia atentamente o trecho destacado de “Presença”: “Ele pousou a mala no chão e pediu um
apartamento. Por quanto tempo? Não estava bem certo, talvez uns vinte dias. Ou mais. O porteiro
examinou-o da cabeça aos pés. Forçou o sorriso paternal, disfarçando o espanto com uma cordialidade
exagerada, Mas o jovem queria um apartamento? Ali, naquele hotel?!”
 
Assinale a alternativa correta relativamente ao grifo do pronome demonstrativo e o uso da pontuação.
a) indicam a enorme distância entre as personagens e o hotel.
b) sugerem que havia outros hotéis à disposição.
c) cumprem a função de destacar o absurdo da escolha do jovem.
d) enfatizam o momento oportuno para as férias do rapaz.
e) indicam que o porteiro desejava enfaticamente que o jovem se hospedasse naquele hotel.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia as asserções destacadas e, em seguida, assinale a alternativa correta:
I. Em “Senhor Diretor”, Maria Emília é uma mulher marcada por uma rígida repressão sexual.
II. Em “A Sauna”, após repassar sua vida a limpo, o narrador protagonista se arrepende de seus
atos egoístas e mesquinhos.
III. Em “WM”, os fatos da vida de Wlado não são revelados ao leitor.
IV. Em “Seminário dos ratos”, a invasão dos ratos simboliza uma aterrorizante ameaça ao poder
representado pelo Secretário do Bem-Estar Público e Privado e pelo Chefe de Relações Públicas.
 
a) são todas asserções verdadeiras.
b) I, III e IV são falsas.
c) I e II são verdadeiras.
d) I e IV são verdadeiras.
e) são todas asserções falsas.
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846) 
847) 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Sobre “WM”, é correto afirmar que:
a) é uma narrativa sobre uma família dilacerada por um filho que resolve se relacionar com uma
prostituta para se vingar da mãe.
b) é a narrativa de um filho caçula, cuja família foi dilacerada pela morte precoce de sua irmã mais
velha.
c) é uma história narrada em primeira pessoa, por um garoto que se sacrifica para cuidar da família
após o pai abandoná-los.
d) é a narrativa em primeira pessoa de uma jovem obrigada a cuidar do irmão caçula uma vez que
seus pais, cada um à sua maneira, abandonaram os filhos.
e) é a narrativa em primeira pessoa de uma garota cuja mãe, envaidecida pela própria beleza e
talento, abandona os filhos à própria sorte.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia as asserções destacadas acerca de “As Formigas” e, em seguida, assinale a alternativa
correta.
 
I. A descrição da pensão, a caracterização da sua dona, o cheiro, a janela quebrada, os pesadelos e
o desaparecimento das formigas são elementos que contribuem para a construção de uma atmosfera
de suspense.
 
II. O trecho a seguir exemplifica a dubiedade da narrativa: “– Um anão. Raríssimo, entende? E acho
que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a
montar ele.”
 
III. A vulnerabilidade das protagonistas pode ser constatada em seus atos corriqueiros, como ter
um ursinho de pelúcia e o cuidado recíproco que têm uma pela outra.
 
a) são verdadeiras apenas I e II.
b) são falsas apenas II e III.
c) são verdadeiras apenas I e III.
d) são todas asserções falsas.
e) nenhuma das asserções é falsa.
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DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
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848) 
849) 
850) 
“Esses gerais sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é
questão de opiniães... O sertão está em toda parte”
O fragmento acima, de Guimarães Rosa, marca
a) os limites do regional.
b) o determinismo do meio.
c) o sertão universal.
d) o sertanejo e sua cor local.
e) sofrimento regional.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em “A Sauna”, os diferentes epítetos de Rosa usados pelo narrador protagonista revelam:
a) a sua genuína opinião a respeito da ex-companheira.
b) o que ele gostaria que a ex-companheira fosse.
c) a maneira como ele gostaria que as outras pessoas a enxergassem.
d) a verdadeira natureza de Rosa.
e) a maneira como ele gostaria que Marina enxergasse Rosa.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon
haviam surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei: maldito
seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
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851) 
852) 
A consciência ecológica da personagem evidencia-se com sua responsabilidade quanto aos seres vivos,
confirmada na caracterização dos pássaros como inocentes.
Certo
Errado
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Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
“Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e
meio venho aos poucos descobrindoos porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais
tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.”
 
(LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Fragmento.)
 
A escritora Clarice Lispector é um dos principais nomes da terceira fase do Modernismo que
apresenta obras em que predominam:
a) Nacionalismo e objetividade.
b) Racionalismo e crítica aos valores religiosos.
c) Complexidade estética e densidade psicológica.
d) Expressão do realismo no plano da poesia e objetividade.
e) Crítica ao monarquismo e análise psicológica dos personagens.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava.
Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente
parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha
fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui
buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos
ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não
sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro
dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1439718
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853) 
sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca;
mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que
tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto de João Guimarães Rosa, julgue o item a
seguir.
 
O último período do texto é um exemplo de linguagem denotativa, em meio a tantos recursos linguísticos
e poéticos inovadores que permeiam a linguagem de Guimarães Rosa.
Certo
Errado
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-
lobo trota a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. Soltam e estumam
cachorros, para ir matar os bichinhos assustados — o tatú que se agarra no chão dando guinchos
suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que
está sendo perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe — e os cachorros estão
rasgando o sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado, na beira do
capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido deles
campeando socôrro. Todo choro suplicando por socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a
salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o
casal de tamanduás, encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás estavam dormindo. Os
homens empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu som
surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho.
 
ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
 
 
Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros.
Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na
a) plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.
b) dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivência.
c) religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus costumes.
d) correspondência entre práticas e tradições e a hostilidade do campo.
e) humanização da presa em contraste com o desdém e a ferocidade do homem.
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Instituto Consulplan - Vest (FIMCA)/FIMCA/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
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854) 
855) 
A terceira fase do Modernismo, 1945 a 1960, é vista como o “apuro da forma”, entre os autores
que se destacam estão: João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues e
Ariano Suassuna. Assinale, a seguir, a alternativa concernente à terceira fase modernista.
a) Na prosa e na poesia observa-se a imersão dos escritores na linguagem e na psicologia das
personagens.
b) O regionalismo e a literatura de investigação psicológica deixaram de ser apreciados como temas
abordados pelos autores.
c) A literatura regionalista romântica é retomada tal como apresentou-se no século XIX, retomando
assim a tradição daquele período.
d) Observa-se, entre os escritores, a afirmação da identidade de uma nova geração, rejeitando
plenamente as características das gerações anteriores.
e) A linguagem predominante é a culta havendo um distanciamento e até mesmo um choque cultural
entre a linguagem dos personagens e a realidade da linguagem coloquial.
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CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São
Cristóvão/Português/Educação Básica/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar
foi o “nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu aproveitamento do rock, da cultura de
massa, da guitarra elétrica, acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da
esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e comportamental, portanto, bifronte: ora
de esquerda, ora de direita. E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a guitarra, a
linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália, contra Caetano cantando em inglês, é
interessante lembrar o comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa língua, que
ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando em inglês com pronúncia nordestina registra um
momento substancial de nossa história e imaginação”.
Flora Süssekind. Literatura e vida literária:
polêmicas, diários e retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações).
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro um monumento no planalto central
Do país
Caetano Veloso. Tropicália. 1968.
A partir dos textos apresentados, julgue o item, a respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo.
O Tropicalismo, com representantes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Torquato Neto, foi um
movimento estético iniciado após o ápice do Modernismo, com oqual guarda relações estéticas.
Certo
Errado
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856) 
857) 
858) 
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Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a característica a seguir que NÃO pode ser indicada como uma das principais
características da terceira geração modernista brasileira.
a) Retrocesso em relação às conquistas de 1922.
b) Introdução de uma nova cultura internacional.
c) Início da influência das vanguardas artísticas europeias.
d) Valorização da rima, da métrica e do vocabulário erudito.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Tradicional/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
“O meu nome é Severino,/ não tenho outro da pia,/ Como há muitos Severinos,/ que é santo de
romaria,/ deram então de me chamar/ Severino de Maria; como há muitos Severinos/ com mães
chamadas Maria/ fiquei sendo o da Maria/ do finado Zacarias.” Estes versos iniciais de Morte e vida
Severina, de João Cabral de Melo Neto, apresentam o narrador e principal protagonista do poema
cabralino. Sobre este poema, podemos afirmar:
a) Apesar de ser analfabeto, Severino é, do ponto de vista financeiro, uma pessoa bem sucedida na
vida.
b) Não tendo sobrenome, Severino se faz conhecer por meio da filiação materna e paterna.
c) Severino é um antigo cangaceiro do bando de Lampião errando pelo Nordeste.
d) O personagem de Severino se destaca pelo egoísmo e pelo desprezo que tem pelas outras
pessoas.
e) Severino evoca a sua filiação materna e paterna por ser ela descendente da nobreza.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava.
Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente
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859) 
parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha
fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui
buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos
ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não
sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro
dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos
sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca;
mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que
tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
O texto atesta uma característica central da obra de Guimarães Rosa: o tratamento literário dado pelo
autor à oralidade popular.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava.
Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente
parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha
fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui
buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos
ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não
sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro
dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos
sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca;
mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que
tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
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860) 
861) 
A expressividade literária do texto baseia-se, entre outros elementos, na precisão com que o mundo
natural é descrito pelo autor.
Certo
Errado
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
A Literatura continua a ser, também, um instrumento de denúncia social e de empoderamento,
buscando tornar públicas as marcas da opressão e a exclusão social sofrida pela população, bem como
as mazelas advindas de uma sociedade ainda marcada pela desigualdade e pela intolerância. Embora em
diferentes épocas, são representantes dessa tendência da Literatura, autores como:
 
1) Olavo Bilac, no poema Canção do exílio.
2) João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina.
3) Graciliano Ramos, em Vidas Secas.
4) Castro Alves, no poema Ao romper d’alva.
 
Estão corretas as informações em:
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 2, 3 e 4, apenas.
c) 3 e 4, apenas.
d) 1 e 2, apenas.
e) 1 e 3, apenas.
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O fragmento a seguir é a explicação que o retirante de Morte Vida Severina faz ao seu interlocutor;
marque a opção correta:
 
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
 
a) O texto retrata a realidade, hoje extinta, do migrante nordestino;
b) Severino é um nome pouco comum;
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419903862) 
863) 
c) Severino é a personificação do retirante pobre;
d) A autodescrição que Severino faz é o reflexo da modernidade;
e) Severino orgulha-se de sua família.
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Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para responder a questão a seguir.
 
A hora da estrela (fragmento)
 
Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e
explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer. [...]
 
Como é que sei tudo o que vai se seguir e que ainda o desconheço, já que nunca o vivi? É que numa rua
do Rio de Janeiro peguei no ar de relance o sentimento de perdição no rosto de uma moça nordestina.
Sem falar que eu em menino me criei no Nordeste. Também sei das coisas por estar vivendo. Quem vive
sabe, mesmo sem saber que sabe. [...]
 
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei.
 
[...]
 
O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas.
É dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. [...]
 
Sei que há moças que vendem o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez de um
sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é
virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás – descubro eu agora – também eu não faço a menor
falta, e até o que escrevo, um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque
escritora mulher pode lacrimejar piegas.
 
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de janeiro: José Olympio, 1981.)
 
Considerando o estilo peculiar de Clarice Lispector e o fragmento anterior de A hora da estrela pode-se
afirmar que lhe são características próprias, EXCETO:
a) Obra fundamentalmente introspectiva.
b) Referência à intimidade dos personagens.
c) Prosa marcada pelo fluxo psicológico dos personagens.
d) Narrativa baseada em fatos isolados, mas de grande importância.
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Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para responder a questão a seguir.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125366
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125364
864) 
A hora da estrela (fragmento)
 
Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e
explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer. [...]
 
Como é que sei tudo o que vai se seguir e que ainda o desconheço, já que nunca o vivi? É que numa rua
do Rio de Janeiro peguei no ar de relance o sentimento de perdição no rosto de uma moça nordestina.
Sem falar que eu em menino me criei no Nordeste. Também sei das coisas por estar vivendo. Quem vive
sabe, mesmo sem saber que sabe. [...]
 
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei.
 
[...]
 
O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas.
É dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. [...]
 
Sei que há moças que vendem o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez de um
sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é
virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás – descubro eu agora – também eu não faço a menor
falta, e até o que escrevo, um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque
escritora mulher pode lacrimejar piegas.
 
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de janeiro: José Olympio, 1981.)
 
Indique C (certo) ou E (errado). O fragmento lido
 
( ) tem em sua construção marcas da metalinguagem sobre o ato de escrever e o texto.
 
( ) é de autoria de uma escritora que compõe o grupo dos principais escritores da terceira geração
modernista.
 
( ) pertence ao grupo modernista por apresentar características da linguagem oral tais como
repetições de palavras.
 
A sequência está correta em
a) C, C, E.
b) E, C, E.
c) E, E, C.
d) C, E, C.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Segundo Afrânio Coutinho, o fragmento “Notas de Teoria literária”:
 
“A ficção distingue-se de história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais. A ficção é
produto da imaginação criadora, embora, como toda arte, suas raízes mergulhem na experiência
humana. Mas o que a distingue das outras formas de narrativa é que ela é uma transfiguração ou
transmutação da realidade, feita pelo espírito do artista, este imprevisível e inesgotável laboratório. A
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1165553
865) 
ficção não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas antes criar uma imagem da realidade,
uma reinterpretação, uma revisão. É o espetáculo da vida através do olhar interpretativo do artista, a
interpretação artística da realidade”.
 
(Afrânio Coutinho. Notas de Teoria Literária).
 
O fragmento apresentado acima confirma a concepção de que a narrativa de ficção, embora tenha
origem na experiência real, seja uma transfiguração da realidade, a exemplo das seguintes criações do
Romance brasileiro:
 
1) Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, que dá voz a um defunto, que narra,
logo no primeiro capítulo, os pormenores de sua morte.
 
2) Graciliano Ramos, em Vidas Secas, que pretendendo manter indícios do Simbolismo, afastou-se
dos princípios literários românticos.
 
3) Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, que optou por transfigurar não apenas traços da
realidade, mas entrou pela área linguística e a reinterpretou também.
 
4) Clarice Lispector, em A hora da Estrela, que, fiel à ficção, questiona sua própria habilidade para
compor uma narração no gênero ‘romance’.
 
Estão corretas:
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 2 e 3, apenas.
c) 2, 3 e 4, apenas
d) 1 e 2, apenas.
e) 1, 3 e 4, apenas.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava.
Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente
parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha
fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui
buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos
ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963884
866) 
sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro
dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos
sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca;
mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que
tontura de vexame, comele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
O modelo narrativo escolhido por Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas aproxima a prosa da
poesia pelo uso abundante de figuras de linguagem, como a que se observa em “Diadorim é a minha
neblina.
Certo
Errado
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros — porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava.
Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de ver a gente
parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de velha
fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui
buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos
ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não
sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro
dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos
sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca;
mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que
tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
Em termos de historiografia literária, considera-se a prosa regionalista de Guimarães Rosa integrante do
primeiro momento modernista, caracterizado pelo nacionalismo pitoresco.
Certo
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867) 
Errado
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Anatol Rosenfeld, um importante estudioso da cena teatral brasileira, faz no trecho abaixo uma
síntese que explica as motivações para o emprego de recursos narrativos na dramaturgia que, segundo
ele, começa a ser realizada no Brasil ao fim da década de 50 do século XX.
 
O uso de recursos épicos por parte de dramaturgos e diretores teatrais não é arbitrário, correspondendo,
ao contrário, a transformações históricas que suscitam o surgir de novas temáticas, novos problemas,
novas valorações e novas concepções de mundo.
 
(ROSENFELD, Anatol: O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 12.)
 
Considerando o trecho citado e a leitura integral de Morte e Vida Severina, Auto de Natal Pernambucano,
de João Cabral de Melo Neto, e Eles não usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, assinale a
alternativa correta.
a) O auto de João Cabral de Melo Neto utiliza o verso e recursos da tradição oral popular do
Nordeste para reforçar o caráter religioso da peça, excluindo indícios de crítica social aos problemas
regionais.
b) O conflito entre pai e filho em Eles não usam Black-tie transpõe para o ambiente cotidiano de uma
família os conflitos e impasses da classe operária diante dos desmandos dos patrões.
c) A peça de Guarnieri faz referências à cultura e ao ambiente da favela, incluindo até letras de
sambas antigos, o que reforça a imagem idealizada do morro e da figura do malandro.
d) Morte e vida Severina utiliza versos de metrificação idêntica em todo o texto, o que prejudica o
ritmo musical e melódico, ao contrário do que se observa na peça de Guarnieri.
e) Os personagens da peça de Guarnieri são considerados alegóricos, porque não apresentam
conflitos psicológicos, enquanto os de João Cabral são personagens individualizados e diversos entre
si.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/730113
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932326
868) 
869) 
 
A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por
a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária.
b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história.
c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas.
d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais.
e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2017
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Dois parlamentos
 
Nestes cemitérios gerais
não há morte pessoal.
Nenhum morto se viu
com modelo seu, especial.
Vão todos com a morte padrão,
em série fabricada.
Morte que não se escolhe
e aqui é fornecida de graça.
Que acaba sempre por se impor
sobre a que já medrasse.
Vence a que, mais pessoal,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/940520
870) 
alguém já trouxesse na carne.
Mas afinal tem suas vantagens
esta morte em série.
Faz defuntos funcionais,
próprios a uma terra sem vermes.
 
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).
 
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés temático muito presente em João Cabral de
Melo Neto. No fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a)
a) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte.
b) aspecto desumano dos cemitérios da população carente.
c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte.
d) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra.
e) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Antiode
Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-virtude - em
disfarçados urinóis).
Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.
Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.
 
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).
 
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo.
Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a
recriação poética de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277321
871) 
872) 
a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos
significados.
b) um urinol, em referência às artes visuais ligadasàs vanguardas do início do século XX.
c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra
poética.
d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução
Industrial.
e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.
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FACET - Prof (Pref Sobrado)/Pref Sobrado/Português/2016
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa na qual o par formado por ator = obra está INCORRETO:
a) José de Alencar = Til
b) João Cabral de Melo Neto = Morte e vida Severina
c) Machado de Assis = Senhora
d) João Ubaldo Ribeiro = Viva o Povo Brasileiro
e) Marcelo Rubens Paiva = Feliz Ano Velho
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Casamento
 
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
 
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
 
O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos, apresenta
a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/994777
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873) 
874) 
a) expectativa do marido em relação à esposa.
b) imposição dos afazeres conjugais.
c) disposição para realizar tarefas masculinas.
d) dissonância entre as vozes masculina e feminina.
e) forma de consagração da cumplicidade no casamento.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Desde o seu primeiro livro — Perto do coração selvagem — que Clarice Lispector (1926-1977)
chamou a atenção da melhor crítica brasileira para os aspectos inovadores e de vanguarda da sua obra
ficcional. Tendo vivido a sua infância no Recife, Clarice consagra algumas crônicas e contos a esse
período da sua vida. No entanto, é com um romance publicado em 1977 — A Hora da Estrela — que ela
coloca como o centro da estória não apenas uma personagem nordestina, mas também constrói uma das
personagens mais marcantes da nossa literatura. Como se chama a personagem principal de A Hora da
Estrela?
a) Macabeia.
b) Maria Moura.
c) Gabriela Cravo e Canela.
d) Capitu.
e) Sinhá Vitória.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Famigerado
 
Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente. Contra que
aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu.
Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só se fito à
meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.
 
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as
mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me
iludir, ele enigmava. E, pá:
 
— Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... faz-
me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?
 
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
 
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875) 
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de destaque na
literatura brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se estabelece porque
a) o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim evitar a perigosa pergunta de seu
interlocutor.
b) o sertanejo emprega um discurso cifrado, com enigmas, como se vê em “a conversa era para teias
de aranha".
c) entre os dois homens cria-se uma comunicação impossível, decorrente de suas diferenças
socioculturais.
d) a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de impaciência do narrador, decidido a mudar o
assunto da conversa.
e) a palavra desconhecida adquire o poder de gerar conflito e separar as personagens em planos
incomunicáveis.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com
água quente.
 
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
 
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
 
Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo presente nas cenas
e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a poesia desses elementos a partir
do(a)
a) reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe.
b) sentimentalismo, oposto à visão pragmática que reconhecia na mãe.
c) olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho pesado.
d) reconhecimento do amor num gesto de aparente banalidade.
e) enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida conjugal.
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Lispector, JCM Neto etc)
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876) ...
 
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias,
Lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
Que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
 
(João Cabral de Melo Neto. Morte e Vida Severina. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1994, p. 29-30. Fragmento).
 
O poema de João Cabral pode ser considerado como uma produção artística que:
a) recorre aos arquétipos do Barroco, pela ênfase na referência aos contrastes e conflitos entre a
vida no campo e a vida na cidade.
b) renuncia a recursos da linguagem figurada (sobretudo da metáfora e da metonímia), por
pretender uma literatura mais próxima da narrativa.
c) respeita os padrões estéticos e formais da poética parnasiana,embora mantendo o idealismo da
poesia do Romantismo.
877) 
878) 
d) paralelamente a seu caráter literário, exerce a função de denúncia frente aos problemas sociais e
econômicos que afligem a população.
e) se opõe ao Realismo, pois procura retratar os devaneios e as fantasias de quem espera vencer as
teias da problemática social.
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DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia o trecho a seguir e responda.
“O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos -gerais a
fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do
Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde
criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes.
Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as
vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. Os
gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor
sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.”
Quanto ao trecho, é correto afirmar que
a) não há ponto de vista do narrador, que apenas relata as impressões alheias.
b) apresenta alguns neologismos, como “toleima”, “almargem”, “opiniães” e “oestes”.
c) não há abordagem universal, a passagem constitui apenas uma descrição do sertão.
d) o trecho transpõe os limites do regional, alcançando a dimensão universal.
e) transparece todo misticismo sertanejo, baseado apenas nos dois extremos: o bem e o mal.
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DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia os versos a seguir e responda.
 
Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas
 
“Catar Feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e o oco, palha eco,”
Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela
a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional.
b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da
poesia.
c) preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso.
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879) 
880) 
d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético.
e) valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de
linguagem rebuscada.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O escritor alagoano Ledo Ivo (1924-2012) foi múltiplo nas suas atividades intelectuais: jornalista,
ensaísta, tradutor, poeta, contista e crítico literário. Mas é como poeta que o seu nome se consagra como
um dos maiores da sua geração, que é, no caso, a mesma geração de João Cabral de Mello Neto, Paulo
Mendes Campos, Mauro Mota, dentre outros poetas. Como ficou consagrada e conhecida a geração em
que se inscreve Ledo Ivo?
a) Geração de 45.
b) Geração do Regionalismo de 1926.
c) Geração do Modernismo de 1922.
d) Geração da Poesia Concreta.
e) Geração da Poesia Pau-Brasil.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Embora, em muitos aspectos, a literatura de Clarice contraste com a de Guimarães Rosa, ela tem
em comum com a dele a experimentação da linguagem, a eliminação da fronteira entre a prosa e a
poesia, uma dimensão mística e metafísica, bem como características barrocas. O barroco de um é,
porém, diametralmente oposto ao do outro: em Guimarães Rosa, há criação vocabular, exuberância
linguística, muitas narrativas entrelaçadas; em Clarice, há economia de palavras e ausência de narrativa,
a aproximação ao barroco ocorre, sobretudo, através da repetição, que realça um significado cada vez
mais fugidio à medida que se tenta explicitá-lo. [...] A poesia em Guimarães Rosa está nos ritmos, nas
rimas internas, nas onomatopeias, nas aliterações, no aspecto formal do texto e também na criação de
significados através da junção inusitada de palavras. A de Clarice, na vertigem de sentido e no
“movimento em círculo da palavra ao silêncio e do silêncio à palavra”, enquanto seus textos vão
desvendando um território em direção ao nada ou então ao reinício.
 
J. Almino. De Machado a Clarice: a força da literatura. In: C.G. Mota. Viagem
incompleta: a experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000, p. 72-3.
 
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item a seguir.
 
Segundo o autor do texto, tanto a obra de Clarice Lispector quanto a de Guimarães Rosa apresentam
características pré-modernistas, sobretudo no que se refere à utilização da linguagem literária.
Certo
Errado
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881) 
882) 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O poema abaixo, de João Cabral de Melo Neto, integra o livro A escola das facas.
 
A voz do canavial
 
Voz sem saliva da cigarra,
do papel seco que se amassa,
 
de quando se dobra o jornal:
assim canta o canavial,
 
ao vento que por suas folhas,
de navalha a navalha, soa,
 
vento que o dia e a noite toda
o folheia, e nele se esfola.
 
Sobre o poema, é INCORRETO afirmar que a descrição
a) compara o som das folhas do canavial com o da cigarra.
b) põe em relevo a rusticidade da plantação de cana de açúcar.
c) destaca o som do vento que passa pela plantação.
d) associa o som do canavial com o amassar das folhas de papel.
e) faz do vento a navalha que corta o canavial.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O correr da vida embrulha tudo. A vida e assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e
depois desinquieta. O que ela quer da gente e coragem.
 
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
 
No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do
trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a)
a) diário, por trazer lembranças pessoais.
b) fábula, por apresentar uma lição de moral.
c) notícia, por informar sobre um acontecimento.
d) aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras.
e) crônica, por tratar de fatos do cotidiano.
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883) 
884) 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em
todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se
hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito:indivíduo pedante,
importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra
inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele
por se negar nominalmente a própria existência.
 
ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).
 
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da
linguagem, identificada como
a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar
a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito
ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso
o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso
o emprego de “hipotrélico”.
e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do
advérbio de dúvida “talvez”.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
O título do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector, diz respeito ao seguinte momento do
romance:
a) O despertar amoroso de Macabéa no namoro com Olímpico.
b) A descoberta de Macabéa de que Olímpico a traía com Glória.
c) A obtenção por Macabéa de um bom emprego como datilógrafa.
d) A previsão do grande futuro de Macabéa, feita pela cartomante.
e) A morte de Macabéa, atropelada por um carro de luxo.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
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885) 
886) 
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida.
Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
 
[...]
 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se
as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da prépré- história já havia os monstros apocalípticos?
Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu
que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas
nordestinas que andam por aí aos montes.
 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
 
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).
 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector,
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se
essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às
personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que
a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as
palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2012
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. Tomezinho tinha ido se esconder.
 
– Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim...
 
E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito.
 
– Olha, agora!
 
Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as
coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas
menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta
coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo
como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo
mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O senhor bebia café com eles.
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887) 
Era o doutor José Lourenço, do Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descompassado, ele
careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: –
“Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazinha...”
 
Quando voltou, o doutor José Lourenço já tinha ido embora.
 
(Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. “Campo Geral”)
 
Os diminutivos do segmento contribuem para criar uma linguagem
a) ( ) afetada.
b) ( ) afetiva.
c) ( ) arcaica.
d) ( ) objetiva.
e) ( ) rebuscada.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2012
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. Tomezinho tinha ido se esconder.
 
– Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim...
 
E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito.
 
– Olha, agora!
 
Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as
coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas
menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta
coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo
como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo
mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O senhor bebia café com eles.
Era o doutor José Lourenço, do Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descompassado, ele
careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: –
“Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazinha...”
 
Quando voltou, o doutor José Lourenço já tinha ido embora.
 
(Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. “Campo Geral”)
 
A narrativa
 
I. desenvolve-se num universo fantástico, corroborado pela subversão da linguagem.
 
II. não retrata as experiências afetivas entre Miguilim e as outras personagens, pois o foco está nas
ações dele.
 
III. é escrita em terceira pessoa, mas a história é filtrada pela perspectiva do menino Miguilim.
 
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888) 
Está(ão) correta(s)
a) ( ) apenas I.
b) ( ) apenas I e II.
c) ( ) apenas II.
d) ( ) apenas III.
e) ( ) todas.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
TEXTO I
 
A canção do africano
 
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em prantoSaudades do seu torrão...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia-voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez p’ra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.”
 
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento)
 
TEXTO II
 
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido
mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em
relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito
romântico.
 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento).
 
O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.
b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo.
c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.
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889) 
d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social.
e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2011
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
TEXTO I
 
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
 
TEXTO II
 
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do
texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços
biográficos são sempre partilhados por outros homens.
 
SECCHIN, A. O. João Cabral: a poesia do menos.
Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).
 
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a
relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social
expresso Iiterariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A
resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador.
b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.
c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua
condição.
d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise
existencial.
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890) 
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel
Zacarias.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Ele se aproximou e com a voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
― E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
― Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa, antes que ele mudasse de ideia.
― E se me permite, qual é mesmo a sua graça?
― Macabea.
― Maca ― o quê?
― Bea, foi ela obrigada a completar.
― Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
― Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se
eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a
nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um
instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor
― pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
[...]
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.
― Olímpico de Jesus Moreira Chaves ― mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus,
sobrenome dos que não têm pai. [...]
― Eu não entendo o seu nome ― disse ela. ― Olímpico?
Macabea fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso
era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não
sabia responder. Disse aborrecido:
― Eu sei mas não quero dizer!
― Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978 (fragmento).
Na passagem transcrita, a caracterização das personagens e o diálogo que elas estabelecem revelam
alguns aspectos centrais da obra, entre os quais se destaca a
a) ênfase metalinguística nas falas dos personagens, conscientes de sua limitação linguística e
discursiva.
b) relação afetiva dos personagens, por meio da qual tentam superar as dificuldades de comunicação.
c) expressividade poética dos personagens, que procuram compreender a origem de seus nomes.
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891) 
892) 
d) privação da palavra, que denota um dos fatores da exclusão social vivida pelos personagens.
e) consciência dos personagens de que o fingimento é uma estratégia argumentativa de persuasão.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2010
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Considere o poema ao lado, “A cantiga”, de Adélia Prado:
 
“Ai cigana ciganinha,
ciganinha, meu amor”.
Quando escutei essa cantiga
era hora do almoço, há muitos anos.
A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,
ai ciganinha, a voz de bambu rachado
continua tinindo, esganiçada, linda,
viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor.
Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal,
canta mais, canta que eu acho minha mãe,
meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela,
canta que eu acho minha vida.
 
(Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.)
 
Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que
a) ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido.
b) ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de raiz romântica.
c) ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas.
d) ( ) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico.
e) ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica.
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CEBRASPE (CESPE) - CL (SEN)/SEN/Assessoramento
Legislativo/Pronunciamentos/2002
Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
A literatura brasileira do período colonial - se é que assim podia-se chamar - era uma extensão da
portuguesa e recebia, via Portugal, a influência francesa, inglesa, espanhola e italiana. A situação de país
colonizado explica que a questão da afirmação nacional seja central à fase de formação da literatura
brasileira, que começa com o Arcadismo e se completa com o Romantismo. Ao longo do tempo, houve
diferentes respostas dadas pelos escritores às questões que eles próprios se colocavam quanto à busca
ou à afirmação de uma identidade nacional. Os românticos inicialmente frisaram a originalidade do Brasil,
realçando a cor local em suas produções literárias. O Realismo corresponde a uma busca de objetividade
ou de neutralidade do ponto de vista. A obra do carioca Machado de Assis é um marco na literatura
brasileira e guarda atualidadeaté nossos dias. A partir da década de oitenta do século XIX, ele assume o
papel central numa tradição brasileira de literatura urbana, geralmente realista e pouco orientada para o
pitoresco. O Modernismo, cujo marco é a Semana de Arte Moderna de 1922, operará uma grande síntese
na cultura brasileira. O Realismo, o Barroco e o Romantismo nele estão de alguma forma presentes. Vive-
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/752875
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/17502
893) 
se no Brasil um momento de crises, de efervescência política, de imigrações, de transformações
econômicas. Existe o contágio das vanguardas estéticas européias.
 
João Almino. "De Machado a Clarice: a força da literatura". In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem Incompleta
- a experiência brasileira (1500-2000): a grande transação. São Paulo: Editora SENAC, 2000, p. 45-6, 50,
52, 57-8 (com adaptações).
Com o auxílio do texto, julgue o item seguinte, referente à literatura brasileira do século XX.
Em uma época em que o país acordava para a utopia da vitória sobre o subdesenvolvimento e
conscientizava-se da necessidade de enfrentar as desigualdades regionais e sociais, quadro marcante dos
anos cinqüenta, Guimarães Rosa - Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, ambos de 1956 - e
Érico Veríssimo - O Tempo e o Vento, entre 1949 e 1962 - escreviam a respeito da saga heróica do
povo brasileiro, estivesse no sertão, nos pampas ou nas coxilhas.
 
Certo
Errado
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados.
Veja um exemplo:
 
 
O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é:
a) Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971)
 
b) Essa cova em que estás
Com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
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É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
deste latifúndio.
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 1967)
 
c) Medir é a medida
mede
A terra, medo do homem, a lavra;
lavra
duro campo, muito cerco, vária várzea.
(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978)
 
d) Vou contar para vocês
um caso que sucedeu
na Paraíba do Norte
com um homem que se chamava
Pedro João Boa-Morte,
lavrador de Chapadinha:
talvez tenha morte boa
porque vida ele não tinha.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)
 
e) Trago-te flores, – restos arrancados
Da terra que nos viu passar
E ora mortos nos deixa e separados.
(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)
 
 
 
894) 
895) 
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C.
Lispector, JCM Neto etc)
Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
 
“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a
vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a
situação da miséria no Nordeste.”
 
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para
determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu
texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do
leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos
os leitores.
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o
leitor.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O boato insiste em ser um gênero da comunicação. Um rumor pode nascer da má-fé, do mal-
entendido ou de uma trapalhada qualquer. O primeiro impulso é acreditar, porque: 1 - confiamos em
quem o transmite; 2 - é fisicamente impossível verificar a veracidade de tudo; 3 - os meios de
comunicação estão sistematicamente relapsos com a verificação de seus conteúdos e, se eles fazem isso,
o que nos impede?
 
O boato não informa, mas ensina: mostra como uma sociedade se prepara para tomar posição. A nossa
tem se aplicado na tarefa de desmantelar equipes de jornalistas que dão nome de “informação” a todo
tipo de “copia e cola” difundido pela internet como se fosse um fato verídico. A comunicação atual
depende, cada vez mais, do modo como vamos lidar com os rumores.
 
PEREIRA JR., L. C. Língua Portuguesa, n. 93, jul. 2013 (adaptado).
 
Em relação aos boatos que circulam ininterruptamente na internet, esse texto reconhece a importância
da posição tomada pelo internauta leitor ao
a) confiar nos contatos pessoais que transmitiram a informação.
b) acompanhar e reproduzir o comportamento dos meios de comunicação.
c) seguir as contas dos jornalistas nas diversas redes sociais existentes.
d) excluir de seus contatos usuários que não confirmam a veracidade das notícias.
e) pesquisar em diferentes mídias a veracidade das notícias que circulam na rede.
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896) 
897) 
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Considere o seguinte texto:
 
... As vezes mudam algumas famílias para a favela, com crianças. No inicio são iducadas, amaveis. Dias
depois usam o calão, são soezes e repugnantes. São diamantes que transformam em chumbo.
Transformam-se em objetos que estavam na sala de visita e foram para o quarto de despejo.
 
(JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. p. 38.)
 
A respeito de Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, considere as
seguintes afirmativas:
 
1. Carolina acredita que a vida na favela é perniciosa para a formação das crianças, porém, como ali
não chegam informações relevantes sobre a vida pública, ela é incapaz de emitir opiniões políticas ou
de se revoltar.
 
2. João, José Carlos e Vera tendem a se “transformar em chumbo” porque, ao priorizar a escrita e
divulgação de seu diário, Carolina muitas vezes descuida das atividades domésticas e da atenção aos
próprios filhos.
 
3. A metáfora “quarto de despejo” é repetida em várias passagens do diário para significar a
exclusão, o não pertencimento a espaços em que a dignidade da vida humana estivesse garantida.
 
4. Palavras escritas sem obediência à norma padrão aparecem com frequência, porém os raciocínios
que a autora elabora são complexos e o cotidiano é muitas vezes descrito com lirismo.
 
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O homem vigia.
Dentro dele, estumados (*),
uivam os cães da memória.
Aquela noite,o luar
e o vento no cipó-prata e ele,
o medo a cavalo nele
ele a cavalo em fuga
das folhas do cipó-prata.
A mãe no fogão cantando,
os zangões, a poeira, o ar anímico.
Ladra seu sonho insone,
em saudade, vinagre e doçura.
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898) 
 
(Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.)
 
(*) Estumados: atiçados, provocados
 
É correto afirmar que o poema sugere que o eu lírico está
a) sonhando com perspectivas de uma vida de liberdade.
b) buscando a oportunidade de visitar lugares desconhecidos.
c) vivendo situações aflitivas provocadas pelo uivo de cães.
d) lamentando a falta de perspectiva de seu futuro.
e) recompondo imagens e lembranças de sua existência.
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FAUEL - AuxLg (CM Douradina)/CM Douradina/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
LÍNGUA PORTUGUESA
 
Leia atentamente o texto a seguir, extraído de uma das crônicas de Rachel de Queiroz, para responder as
próximas questões.
 
“Se me perguntassem qual é o aspecto mais desolante da civilização moderna, eu diria que é a sua
padronização. Neste mundo em que vivemos está se acabando realmente a invenção, a originalidade, a
marca pessoal. Hoje, no mais longínquo sertão, as moças se vestem pelo figurino de Hollywood — talvez
com uns toques de Brigitte Bardot ― tão igual, tão igual que dá bocejos, quando não dá risadas. Os
concursos de beleza, então. As meninas são tão estereotipadas, tão decalcadas umas pelas outras, tão
estandardizadas, dentro de dois ou três tipos, que parecem bonecas saídas de uma linha de montagem.
Nem mesmo na roupa se diferenciam. Ou antes, muito menos se diferenciam na roupa, se justamente é
a roupa o elemento principal da padronização. E se fossem só as misses. Mas ande-se em Copacabana e
a impressão que se tem é que um colégio soltou as suas meninas pelas ruas do bairro sul. Tudo de blusa
de listra horizontal e calça comprida colante — ou saia branca de tergal. Os penteados, os colares, a
pintura, os sapatos (agora no inverno é mocassim) são também uniformes. E note- -se o traço mais
curioso da coisa — elas têm prazer de se sentir idênticas, fazem questão de parecer reproduções
fotográficas do mesmo modelo, adoram ser uma unidade num rebanho uniforme. Alguma que venha
diferente, mesmo elegante, mesmo bem vestida, choca ― só mesmo porque é diferente. Parece que
morreu aquela preocupação feminina da originalidade, que fazia as mulheres ricas pagarem fortunas por
um ‘modelo’ único de grande costureiro, ou as moças pobres rasgarem a página escolhida no figurino da
modista, para evitar outras cópias. Será que a humanidade está marchando mesmo para a padronização
geral, será que o fim próprio do aperfeiçoamento da técnica, o progresso da indústria, o avanço danado
da ciência vai nos levar a isso? Tudo parecido, como andorinhas no fio ou misses na passarela?”.
(Rebanho, de Rachel de Queiroz, com adaptações).
 
Em sua crônica, Rachel de Queiroz argumenta que o mundo moderno tem se caracterizado pelo declínio
de algumas coisas. Marque a alternativa que NÃO indica uma delas.
a) Invenção.
b) Marca pessoal.
c) Originalidade.
d) Padronização.
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IBGP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2022
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899) 
900) 
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Leia o poema a seguir, extraído do livro “O coração disparado”, de Adélia Prado.
 
Órfã na janela
 
Estou com saudade de Deus,
 
uma saudade tão funda que me seca.
 
Estou como palha e nada me conforta.
 
O amor hoje está tão pobre, tem gripe,
 
meu hálito não está para salões.
 
Fico em casa esperando Deus,
 
cavacando a unha, fungando meu nariz choroso,
 
querendo um pôster dele no meu quarto,
 
gostando igual antigamente
 
da palavra crepúsculo.
 
Que o mundo é desterro eu toda vida soube.
 
Quando o sol vai-se embora é pra casa de Deus que vai,
 
pra casa onde está meu pai.
 
Fonte: PRADO, Adélia. Poesia reunida. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2015. p. 158.
 
Sobre o texto, é INCORRETO afirmar que:
a) Sentir-se como palha é ter a sensação de leveza, de dádiva divina; trata-se de um estado em que
o sujeito se encontra prestes a voar para Deus.
b) Cavacar a unha e fungar o nariz choroso conotam, respectivamente, um estado de impaciência e
sentimentalismo por parte do sujeito feminino.
c) O desejo de um pôster de Deus no quarto aponta para a necessidade de algo concreto, de algo
que possa trazer a lembrança do Ser Divino.
d) Em todo o poema predominam versos brancos, à exceção dos dois últimos.
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Leia o poema a seguir.
 
Tenho quebrado copos
 
Tenho quebrado copos
é o que tenho feito
raramente me machuco embora uma vez sim
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uma vez quebrei um copo com as mãos
era frágil demais foi o que pensei
era feito para quebrar-se foi o que pensei
e não: eu fui feita para quebrar
em geral eles apenas se espatifam
na pia entre a louça branca e os talheres
(esses não quebram nunca) ou no chão
espalhando-se então com um baque luminoso
tenho recolhido cacos
tenho observado brevemente seu formato
pensando que acontecer é irreversível
pensando em como é fácil destroçar
tenho embrulhado os cacos com jornal
para que ninguém se machuque
como minha mãe me ensinou
como se fosse mesmo possível
evitar os cortes
(mas que não seja eu a ferir)
tenho andado a tentar
não me ferir e não ferir os outros
enquanto esgoto o estoque de copos
mas não tenho quebrado minhas próprias mãos
golpeando os azulejos
não tenho passado a noite
deitada no chão de mármore
estudando as trocas de calor
não tenho mastigado o vidro
procurando separar na boca
o sabor do sangue o sabor do sabão
nem tenho feito uma oração
pelo destino variado
do que antes era um
e por minha força morre múltiplo
tenho quebrado copos
para isso parece deram-me mãos
tenho depois encontrado
cacos que não recolhi
e que identifico por um brilho súbito
no chão da cozinha de manhã
tenho andado com cuidado
com os olhos no chão
à procura de algo que brilhe
e tenho quebrado copos
é o que tenho feito
 
(MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo. Companhia das Letras, 2015. p. 101-102.)
 
Considerando esse poema e a integralidade da obra de que foi retirado, assinale a alternativa correta.
a) O poema apresenta eventos sobrenaturais, envolvendo objetos raros e incomuns.
b) O verbo “quebrar”, quando se refere ao eu do poema, é empregado em sentido figurado.
c) O poema usa parênteses em dois versos, sendo que no primeiro a expressão retomada é a pia da
cozinha.
d) O texto afirma que os copos são mastigados à noite e deixam na boca um gosto de sabão
misturado ao de sangue.
e) Os cacos de copo são deixados no chão de mármore, onde é costume se deitar à noite.
901) 
902) 
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COMVEST UNICAMP - Vest (UNICAMP)/UNICAMP/Vestibular Indígena (VI)/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O trecho a seguir foi retirado do artigo “Etno-histórias nas escolas brasileiras: um caminho de
aproximação com os povos indígenas”. No artigo, os autores distinguem três tipos de literaturas:
 
Literaturas indígenas: produções artístico-literárias criadas por pessoas indígenas. Têm forma e
conteúdo diversificados e tratam de questões étnicas (tradições, resistências), subjetivas (sentimentos),
identitárias (sentimento de não pertencimento, por exemplo) e/ou sociais (alcoolismo, violência, suicídio).
 
Literaturas indigenistas: falam sobre os indígenas, sobre seus modos de ser e outros temas
relacionados, de forma a dialogar com a luta dos diferentes povos e de favorecer o protagonismoindígena.
 
Literaturas indianistas: trazem a figura do indígena como o “bom selvagem”, em geral de forma
romantizada ou estereotipada, por vezes caracterizando-a como preguiçosa e não civilizada.
 
(Adaptado de Rogério Back, Ana Paula Marques Beato-Canato e Marcel Alvaro de Amorim. Etno-
histórias nas escolas brasileiras: um caminho de aproximação com os povos indígenas, Gragoatá,
Niterói, v.26, n. 56, 2021.)
Considerando os três tipos de literatura, as literaturas indígenas são aquelas que
a) abordam a vivência do povo indígena, retratando lendas e mitos de sua cultura, mesmo que do
ponto de vista de um não-índio.
b) representam o índio como personagem idealizado ou caricato, não condizem com a realidade
indígena e são escritas por um não-índio.
c) tratam de questões indígenas de cultura, identidade, mitos fundadores, além de outros temas, e
são escritas por indígenas.
d) representam o indígena na visão do movimento literário Romantismo que o vê como herói de
acordo com a visão do colonizador.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Harmonia do equilíbrio!
Cega dinâmica embaraçada entre linhas
De força magnética!
Em hélices seguindo e refletindo: dança de elétrons
[e prótons
 
Matéria-máter do mundo.
Poeira do sol, poeira do som, poeira de luz
Poeira!
Poeira da memória, da memória dos homens
Que irá se perder um dia no universo
— Cada átomo possui um número infinito de
[partículas
— Cada partícula um número infinito de partículas
— Cada partícula de partícula um número...
 
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903) 
Poeira de ausências e lembranças: poeira do
[tempo-matéria.
 
Que são feitas as ondas e as partículas
Num torvelinho de moídos corpos simples:
— Farinha de energias finíssimas e raras —
Selênio, Rubídio, Colúmbio, Germânio,
Samário, Rutênio, Paládio, Lutécio.
 
CARDOZO, J. Poemas selecionados. Recife: Bagaço, 1996 (fragmento).
 
O fragmento remete a uma composição poética inspirada no Futurismo das vanguardas modernistas, pois
a) propõe a ruptura com a racionalidade.
b) configura um lirismo ausente de emotividade.
c) extrai do repertório científico estética expressiva.
d) sugere uma literatura a serviço da indústria emergente.
e) revela o desencanto do eu lírico ante o contexto de guerra.
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VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O homem vigia.
Dentro dele, estumados (*),
uivam os cães da memória.
Aquela noite, o luar
e o vento no cipó-prata e ele,
o medo a cavalo nele
ele a cavalo em fuga
das folhas do cipó-prata.
A mãe no fogão cantando,
os zangões, a poeira, o ar anímico.
Ladra seu sonho insone,
em saudade, vinagre e doçura.
 
(Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.)
 
(*) Estumados: atiçados, provocados
 
É correto afirmar que, no poema, a expressão é marcada pela presença de
a) comparações insólitas, que se mostram em frases como – os zangões, a poeira.
b) construções pleonásticas, que se mostram em frases como – Ladra seu sonho insone.
c) referências metafóricas, que se mostram em frases como – uivam os cães da memória.
d) onomatopeias, que se mostram em frases como – A mãe no fogão cantando.
e) catacreses, que se mostram em frases como – em saudade, vinagre e doçura.
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904) 
905) 
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FCC - Vest (UNILUS)/UNILUS/Medicina/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Dizem os antigos que a lebre e o camaleão resolveram ir pelos caminhos das caravanas levando
borracha para permutar pelos belos tecidos vindos de Oriente e Ocidente. Muitas vezes a acelerada lebre
ultrapassou e cruzou o lento camaleão nos longos caminhos do mato, levando produtos e trazendo
panos, gritando-lhe enquanto desaparecia: – Cá vou eu! Ao desafio respondia o camaleão: – Chegarei a
meu tempo. Finalmente, a lebre, assim como adquiriu bonitos panos, também os perdeu, nos percalços
da desordenada pressa, e anda para aí vestida dum cinzento escuro e sem cor. O lento e pautado
camaleão juntou farta fazenda, e tanta e tão diferente, que ainda hoje muda, a todo o instante, panos de
variado colorido.
 
(Tavares, Ana Paula. “A Lebre e o Camaleão”. In: Um rio preso nas mãos. São Paulo: Kapulana, 2019, edição
digital)
 
Extrai-se do conto um preceito moral semelhante ao do provérbio:
a) Devagar se vai ao longe.
b) Deus ajuda quem cedo madruga.
c) Quem semeia vento colhe tempestade.
d) A boa vida é mãe de todos os vícios.
e) À noite todos os gatos são pardos.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise
 
Todo início de ano as pessoas fazem uma lista de propósitos para serem perseguidos ao longo dos
próximos 12 meses. Ao que tudo indica, o próximo ano será um período de extrema dificuldade. Reciclar
pode ser uma alternativa.
 
Esse conceito — por ser muito abrangente — nos propicia uma reflexão. No dia a dia pessoal, dentro de
casa, podemos reciclar roupas, sapatos, objetos de uso pessoal etc. Ou seja, ao adotarmos tal atitude,
não gastamos o escasso e suado dinheiro disponível. Vale também minimizar desperdícios. A vantagem
dessa “consciência ecológica” acaba por beneficiar o meio ambiente e também o bolso.
 
Reciclar hábitos é muito difícil. Quantos se lembram de apagar a luz quando deixam um ambiente? E de
desligar o chuveiro quando estão se ensaboando?
 
Se estou desempregado ou com pouco dinheiro, não preciso ir à academia (e me endividar ainda mais)
para cuidar da saúde. Caminhar pelos parques ou jardins pode ser uma alternativa. Quantas vezes nos
deparamos com pessoas andando — ou correndo — nas ruas? Isso pode ser imitado. Não tem custo
algum!
 
E nas finanças pessoais? Disciplina, disciplina. Reduzir o consumo desenfreado, os gastos desnecessários
e pesquisar muito antes de comprar o que é realmente essencial: supermercado, farmácia etc. Na
verdade, as compras passam por gestão. Se compro roupa nova (necessária), deixo para comprar sapato
ou bolsa no mês que vem. Além de evitar o endividamento numa hora de emprego difícil e renda baixa,
o planejamento de gastos torna-se essencial.
 
Quem consegue poupar R$ 10,00 por semana terá R$ 40,00 no final do mês. Ao longo do ano, terá
acumulado quase R$ 500. Sem sofrimento. Não foi uma reciclagem de hábito?
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906) 
907) 
 
CALIL, M. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).
 
Para convencer o leitor de que a reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise, o autor desse texto
a) sugere o planejamento dos gastos familiares com o acompanhamento de um gestor.
b) revela o sofrimento ocasionado pela reciclagem de hábitos já arraigados na sociedade.
c) utiliza perguntas retóricas direcionadas a um público leitor engajado em causas ambientais.
d) apresenta sua preocupação em relação à dificuldade enfrentada pela indústria da reciclagem.
e) faz um paralelo entre os ganhos da reciclagem para o meio ambiente e para as finanças pessoais.
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2022
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O romance Ponciá Vicêncio - EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. 3ªedição. Rio de Janeiro:
Pallas, 2017, p.70-72, narra uma parte da estória de vida da protagonista que dá título ao livro. É uma
mulher negra, de família pobre, que, após a morte do pai, sai da casa na roça pra procurar outras
oportunidades nacidade. O mesmo ocorre com os demais personagens de seu núcleo familiar – o irmão
também sai à procura de uma vida melhor na cidade e a mãe, por último, sai em busca dos 2 filhos,
porque estava envelhecendo sozinha. O romance cria um mosaico-miniatura de uma diáspora familiar,
repetindo o destino de negros africanos escravizados em África e trazidos ao Brasil, famílias separadas. A
procura por identidade e pertencimento atinge os personagens de maneira semelhante, embora tenham
sonhos diferentes. Percebemos o sofrimento e a angústia que levam Ponciá à insatisfação e
desesperança, porque sentia falta dos familiares mais próximos com quem conviveu na roça – mãe e
irmão, cada um deles num local diferente, buscando um novo destino.
 
Com base na descrição acima, pode-se afirmar que:
a) As perdas sucessivas de filhos vivenciadas por Ponciá geraram seu questionamento e revolta
buscando uma resposta pela arte.
b) Mesmo as famílias negras tendo recebido alforria por lei no Brasil do século XIX, muitos anos
depois muitas delas continuam sofrendo e escravas da pobreza e miséria.
c) Sua infância na roça era vivida com muita igualdade de recursos entre as famílias de brancos e
negros.
d) Sua vida na cidade atendeu a suas expectativas de uma vida melhor do que aquela da qual tinha
fugido.
e) Os exemplos familiares levaram Ponciá a acreditar que teria uma vida melhor que a de seus
antepassados.
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VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Para responder a questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em
1972.
 
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
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908) 
Está provado:
Quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
 
(www.chicobuarque.com.br)
 
Considerando-se o contexto histórico-social em que a canção foi composta, o verso “Vou pra rua e bebo
a tempestade” (3ª estrofe) sugere a ideia de manifestações populares que ocorreram no Brasil por
ocasião
a) do Regime Civil-Militar.
b) do fim do Estado Novo.
c) da deposição de João Goulart.
d) do Movimento Diretas Já.
e) do Movimento Grevista dos Metalúrgicos do ABC.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Leia atentamente o trecho destacado do conto “Noturno amarelo” e, em seguida, assinale a
alternativa CORRETA.
 
Tudo então aconteceu muito rápido.
Ou foi lento? Vi o Avô dirigir-se
para a porta que ficava no fundo da
sala, pegar a chave que estava no
chão, abrir a porta, deixar a chave
no mesmo lugar e sair fechando a
porta atrás de si. Foi a vez da Avó,
que passou por mim com sua
bengala e seu lorgnon, me fez um
aceno e deixando a chave no mesmo
lugar, seguiu o Avô. Vi Eduarda de
longe, ajudando o noivo a vestir a
capa, Mas onde foram todos?
perguntei e ela não ouviu ou não
entendeu.
a) a visita de Laura, protagonista do conto, à antiga casa de sua família, aconteceu realmente, mas
isso não a afeta em nada.
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909) 
b) a visita de Laura à antiga casa de sua família só aconteceu na sua imaginação, o que revela a
futilidade da personagem.
c) por nunca ter nutrido sentimentos de amor por sua família, Laura decide voltar no meio do
caminho e cancelar a visita.
d) mais importante do que saber se a visita de Laura à antiga casa de sua família aconteceu
realmente ou não é entender que as suas memórias a levam a passar a sua vida a limpo.
e) mais importante do que saber se a visita de Laura à antiga casa de sua família aconteceu
realmente ou não é entender que nenhuma lembrança é capaz de alterar a sua falsidade e
dissimulação em relação ao passado.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O Bom-Crioulo
 
Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um homem robusto, uma dessas organizações privilegiadas
que trazem no corpo a sobranceira resistência do bronze e que esmagam com o peso dos músculos.
 
[…]
A chibata não lhe fazia mossa; tinha costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso do guardião
Agostinho. Já nem se lembrava do número das vezes que apanhara de chibata.
[…]
Entretanto, já iam cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, nem percebera uma contorção,
um gesto qualquer de dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as marcas do junco, umas sobre as
outras, entrecruzando-se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, cortando a pele em todos
os sentidos.
[…]
Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe.
- Cento e cinquenta!
Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no espinhaço negro do
marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa fita de sangue.
CAM1NHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006.
A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo cientificismo e pelo determinismo. No fragmento,
a cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas concepções, expressas pela
a) exaltação da resistência inata para legitimar a exploração de uma etnia.
b) defesa do estoicismo individual como forma de superação das adversidades.
c) concepção do ser humano como uma espécie predadora e afeita à morbidez.
d) observação detalhada do corpo para a identificação de características de raça.
e) apologia à superioridade dos organismos saudáveis para a sobrevivência da espécie.
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910) 
911) 
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FUVEST - Vest (USP)/USP/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Por narrativas paralelas entende-se um procedimento literário segundo o qual dois ou mais fios
narrativos pertencentes a níveis distintos de realidade se desenrolam intercaladamente formando um
todo. Considerando-se a sua estrutura, as duas narrativas que podem ser identificadas com base nessa
definição são:
a) Quincas Borba e Nove noites
b) Campo geral e Terra sonâmbula
c) Angústia e Campo geral
d) Nove noites e Terra sonâmbula
e) Quincas Borba e Angústia
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FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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A mim pouco importava. Tendo descoberto o mundo da palavra escrita, eu estava feliz, muito feliz.
[...] Bastava-me o ato de escrever. Colocar no pergaminho letra após letra, palavra após palavra, era algo
que me deliciava. Não era só um texto que eu estava produzindo; era beleza, a beleza que resulta da
ordem, da harmonia. Eu descobria que uma letra atrai outra, que uma palavra atrai outra, essa afinidade
organizando não apenas o texto, como a vida, o universo. O que eu via, no pergaminho, quando
terminava o trabalho, era um mapa, como os mapas celestes que indicavam a posição das estrelas e
planetas, posição essa que não resulta do acaso, mas da composição de misteriosas forças, as mesmas
que, em escala menor, guiavam minha mão quando ela deixava seus sinais sobre o pergaminho. [...] A
única pessoa a quem eu tinha vontade de contar o que acontecia era o pastorzinho. Diria a ele que
minha vida tinha agora um sentido, um significado: feia, eu era, contudo, capaz de criar beleza. Não a
falsa beleza que os espelhos enganosamente refletem, mas a verdadeira e duradoura beleza dos textos
que eu escrevia, dia apósdia, semana após semana – como se estivesse num estado de permanente e
deliciosa embriaguez.
SCLIAR, Moacyr. In: PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Obra Aberta. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento,
Ano 5. n.66, abr.2011, p.34-35.
Disponível em: <https://poetriz.wordpress.com/2011/04/16/bastava-escrever/>.
 
A partir da leitura desse texto, verifica-se que o escritor Moacyr Scliar
a) apresenta a personagem Sherazade, de As mil e uma noites, e sua obrigação de narrar
infinitamente sua história.
b) conclui que a personagem alcançou sucesso por sua habilidade de criar beleza por escrito ao
produzir harmonia em seu texto.
c) descreve o êxtase da personagem diante da descoberta das possibilidades expressivas da escrita e
da criação do texto.
d) lamenta que a personagem, assumidamente sem atributos de beleza, tenha elegido um único
interlocutor para sua escrita.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
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912) 
913) 
914) 
Marina Colassanti publicou uma crônica em que diz: “[...] não existem meninos De rua. Existem
meninos Na rua”, um tema que guarda familiaridade com “Capitães de Areia” de Jorge Amado. A troca de
“DE” por “Na” surtiu um efeito de sentido, capaz de emprestar às expressões:
a) relevância e gosto estético.
b) significação concessiva.
c) acepção sinonímica.
d) definição aleatória.
e) uma infração poética.
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CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021
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O alenquerense Benedicto Monteiro publicou, em 1975, o conto “O carro dos milagres”, em que
narra as aventuras de um romeiro, vindo do interior do estado do Pará para Belém, no período do Círio
de Nazaré, a fim de pagar promessa feita por sua mãe. Leia um excerto da narrativa.
 
“Olhe, compadre, deixa o Círio tomar forma. Beba mais este trago. Lhe juro que é cachaça da boa. Deixe
o povo ingrossar. Deixe tomar parecença e solenidade justa de uma digna procissão. Quando este poder
de povo tiver unido-unido, carne e unha, ombro com ombro, cabeça com cabeça, esprimido nas paredes,
que zolho não for mais zolho, cara não for mais cara e cor não for mais cor... então é porque vem vindo
o Carro dos Milagres”.
 
MONTEIRO, Benedicto. O carro dos milagres. Rio de Janeiro: Nova Cultura, 1975, p. 9.
 
Sobre o trecho, é correto afirmar:
a) Critica o aspecto festivo do Círio, aqui representado pelo consumo de álcool, e traz a
recomendação de que o romeiro se concentre em sua tarefa de cumprir sua promessa.
b) Expressa, na linguagem objetiva típica da literatura regionalista, o quanto a religião é usada pelos
poderosos como instrumento de alienação do povo.
c) Revela a valorização, por Monteiro, da oralidade e de expressões regionais, num procedimento
que recria o clima e as vozes da festa popular religiosa.
d) Indica que, apenas quando o povo estiver unido e realmente “ingrossar”, não necessitará mais de
promessas ou milagres para alcançar uma vida melhor.
e) Exemplifica como o autor, espelhando-se nos modelos do primeiro Modernismo de 22, recupera
uma personagem histórica que encarna as lutas populares regionais.
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CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Leia o poema do paulista Sérgio Vaz, que tematiza uma conversa sobre poesia com jovens privados
de liberdade e sob medidas socioeducativas na Fundação Casa, de São Paulo.
 
Na Fundação Casa... (Sérgio Vaz)
 
- Quem gosta de poesia?
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1897835
915) 
-Ninguém senhor.
Aí recitei Negro drama dos Racionais.
- Senhor, isso é poesia?
-É.
-Então nóis gosta.
É isso. Todo mundo gosta de poesia.
Só não sabe que gosta.
 
VAZ, Sérgio. Flores de Alvenaria. São Paulo: Global, 2016, p. 114.
 
A partir da leitura do poema, é correto afirmar que
a) Vaz é representante de uma poesia urbana e marginal que se esforça para se legitimar e
diferenciar-se do RAP e do Hip Hop, manifestações artísticas menores das periferias.
b) o poema não abre mão da forma fixa e das rimas rigorosas, o que o aproxima do RAP, gênero
musical que homenageia.
c) Vaz critica a precariedade das ações educativas da Fundação Casa, que propõem aos internos
atividades de baixo valor cultural e os tornam incompetentes no uso da própria língua.
d) a reprodução de erros de ortografia e gramática reforça a noção de que menores infratores
apenas são capazes de se relacionar com a lírica através da música.
e) o poema adota uma visão mais ampla e democrática, menos canônica de poesia e defende que,
mesmo sem o saber, todos já gostam dela.
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CEPS UFPA - PROSEL (FORMA PARÁ)/FORMA PARÁ/2021
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Leia o trecho do conto “Velas, por quem?”, da escritora paraense Maria Lúcia Medeiros.
 
“A família dormia ainda. Soubeste logo que havia menino, que havia menina, um doutor e sua mulher a
quem devias servir, branca e alta mulher. [...]
 
Nem cor definida nem peitos tinhas, só os carocinhos que doíam e que a cozinheira te ensinou a apertar
dois caroços de milho e dar pro galo para que não crescessem tanto. Mas cresceram e logo o doutor e
logo o menino, horário estranho, pesada hora, apertavam também, bolinavam, teu corpo ereto, tua
cabeça baixa, coração aos pulos. Virou hábito deles, ficou pra costume, nem ousaste compreender, só
aprender, Ó pequena!”
 
MEDEIROS, Maria Lúcia. Velas, por quem? In: Velas, por quem? Belém: CEJUP/SECULT, 1997, p. 7-8.
 
Acerca do conto, é correto afirmar:
a) Como mulher branca, representante da classe dominante amazônica, Medeiros expressa a
preocupação pelas mudanças socioeconômicas da sociedade brasileira e a consequente dificuldade
que as famílias passaram a ter para conseguir empregadas domésticas.
b) O conto valoriza a modalidade oral da língua, o que é contraditório se notarmos a crítica explícita
que a narradora faz à cultura popular quando trata da “simpatia” para evitar que os seios da menina
crescessem.
c) A narrativa denuncia a situação análoga à escravidão vivida por meninas que chegam do interior
para servir como domésticas em casas da cidade grande e que têm suas vidas anuladas, chegando
mesmo a sofrer violência sexual praticada pelos patrões.
d) O conto de Medeiros se integra ao esforço naturalista de descrever, nos mínimos detalhes, cenas
em que o ser humano se comporta como qualquer outro animal.
e) É a menina que narra, em primeira pessoa, suas desventuras na casa dos patrões. Ela relata, nos
moldes românticos, episódios nefastos como o do abuso sexual, além de sua relação com outros
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916) 
917) 
empregados.
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FUVEST - Vest (USP)/USP/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Alferes, Ouro Preto em sombras
Espera pelo batizado,
Ainda que tarde sobre a morte do sonhador
Ainda que tarde sobre as bocas do traidor.
Raios de sol brilharão nos sinos:
Dez vias dar.
Ai Marília, as liras e o amor
Não posso mais sufocar
E a minha voz irá
Pra muito além do desterro e do sal,
Maior que a voz do rei.
Aldir Blanc e João Bosco, trecho da canção “Alferes”, de 1973.
 
A imagem de Tiradentes— a quem Cecília Meireles qualificou “o Alferes imortal, radiosa expressão dos
mais altos sonhos desta cidade, do Brasil e do próprio mundo”, em palestra feita em Ouro Preto — torna
a aparecer como símbolo da luta pela liberdade em vários momentos da cultura nacional. Os versos do
letrista Aldir Blanc evocam, emnovo contexto, o mártir sonhador para resistir ao discurso
a) da doutrina revolucionária de ligas politicamente engajadas.
b) da historiografia, que minimizou a importância de Tiradentes.
c) de autoritarismo e opressão, próprio da ditadura militar.
d) dos poetas árcades, que se dedicavam às suas liras amorosas.
e) da tirania portuguesa sobre os mineradores no ciclo do ouro.
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2021
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Assinale a alternativa correta em relação a Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum.
a) A narração do atropelamento da menina Soraya exemplifica o registro predominante ao longo de
todo o romance: relatos de memórias, apresentados em linguagem poética, contendo lacunas que
impedem saber exatamente o que aconteceu.
b) A leitura em conjunto dos vários depoimentos que compõem a obra esclarece detalhes
desconhecidos de um ou outro narrador, desfazendo, assim, os mistérios relativos ao passado da
família de libaneses cuja matriarca, Emilie, teve morte trágica.
c) A obra é representativa da literatura regionalista de cunho social por ter como tema a
desagregação de uma família de imigrantes libaneses motivada pelo prejuízo econômico que tiveram
em suas atividades comerciais; assim como Manaus, eles não resistiram ao declínio causado pelo fim
do ciclo da borracha.
d) Alguns descendentes de Emilie foram excluídos do convívio familiar por adotarem atitudes
rebeldes, motivadas por diferenças religiosas: uns optaram pela religião muçulmana do pai, enquanto
outros adotaram o cristianismo da matriarca.
e) O romance alterna a apresentação de espaços considerados exóticos, como a floresta amazônica e
a Cidade Flutuante, com cenas que se passam em paisagens urbanas europeias, nas cidades onde a
narradora principal e seu irmão biológico moraram.
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918) 
919) 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Relações amorosas desgastadas são uma constante nos contos de Lygia Fagundes Telles. Assinale
a alternativa que não ilustra essa afirmação.
a) “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental porque este estava no fim.
Não está, respondi, é que ele se enredou lá dentro, se a gente tirar esta plaqueta (tentei levantar a
plaqueta) a gente vê que o rolo está inteiro mas enredado e quando o fio se enreda desse jeito,
nunca mais!, melhor jogar fora e começar outro rolo. Não joguei.” (“Noturno amarelo”).
b) “Chega também de banho? ela perguntou enquanto dava tapinhas no queixo. Ele calçou os
chinelos: se não estivesse tão cansado, poderia odiá-la.” (“A mão no ombro”.
c) “Acho que você nunca amou ninguém a não ser você mesmo, ela disse apertando as palmas das
mãos contra os olhos. Amei você — quis dizer e não tive forças.” (“A sauna”).
d) “Fiz minha cara inocente: na véspera, ele me advertira que eu podia ser uma moça de mãos feias,
' Ainda não pensou nisso?”. Nunca tinha pensado antes, nunca me importei com as mãos, mas no
instante em que ele fez a pergunta comecei a me importar” (“Herbarium”).
e) “E achei que seria a oportunidade de me livrar dele, a troca era vantajosa, mas calculei mal, logo
nos primeiros encontros descobri que a traição faz apodrecer o amor. Na rua, no restaurante, no
cinema, na cama e em toda parte, Eduarda, você esteve presente.” (“Noturno amarelo”).
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
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Assinale a alternativa CORRETA acerca do conto “Herbarium”.
a) o conto narra um caso de sedução de um adulto por uma menor, como atesta o trecho:
“Herbarium, ensinou-me logo no primeiro dia em que chegou ao sítio. Fiquei repetindo a palavra,
herbarium. Herbarium.”
b) conto narra o ingresso da protagonista na adolescência, marcado pela sedução de um seu primo
adulto, como atesta o trecho: “Ele selecionava as folhas ainda pesadas de orvalho quando me
perguntou se já tinha ouvido falar em folha persistente.”
c) conto descrever o desabrochar do primeiro amor — platônico e delicado — da protagonista,
causado pela presença de um primo mais velho: “Dizer-lhe que diante dele, mais do que diante dos
outros, tinha de inventar e fantasiar para obrigá-lo a se demorar em mim como se demorava agora
na verbena — será que não percebia essa coisa tão simples?”
d) o conto narra o processo de amadurecimento traumático de uma adolescente, desencadeado pelo
assédio de um primo mais velho, como atesta o trecho: “Tia Marita me enlaçou pela cintura enquanto
se esforçava para lembrar o nome da recém-chegada, um nome de flor, como era mesmo?”
e) o conto narra a história de uma família de mulheres botânicas que viajam pelos sertões do Brasil e
sofrem todo tipo de assédio: “Aonde você vai com esse vestido de maria-mijona?”, perguntou minha
mãe me dando a xícara de café com leite.”
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869860
920) 
921) 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
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Leia atentamente o trecho destacado do conto “Seminário dos ratos”, no qual o Chefe das Relações
Públicas dirige-se ao Secretário do Bem-Estar Público e Privado. Em seguida, assinale a alternativa
CORRETA.
— Bueno, ontem à noite ele sofreu um pequeno acidente, Vossa Excelência sabe como anda o nosso
trânsito! Teve que engessar um braço. Só pode chegar amanhã, já providenciei o jatinho —
acrescentou o jovem com energia. — Na retaguarda fica toda uma equipe armada para a cobertura.
Nosso Assessor vai pingando o noticiário por telefone, criando suspense até o encerramento, quando
virão todos num jato especial, fotógrafos, canais de televisão, correspondentes estrangeiros, uma
apoteose. Finis coronat opus, o fim coroa a obra!
a) a passagem exprime a moral da história, qual seja: a política é impossível sem jatinhos.
b) a preocupação das personagens com as aparências e a comunicação com o público representa os
seus ideais republicanos e democráticos.
c) preocupação principal das personagens era promover uma comunicação transparente e honesta
com o público.
d) a linguagem do Chefe das Relações Públicas evidencia que ele não se preocupa apenas com os
objetivos, mas também com a dignidade dos meios para atingi-los.
e) a tradução do adágio latino, na última frase, indica a mentalidade utilitarista e a falta de princípios
superiores das personagens em questão.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.
A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de
fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando
apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.
Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado,
também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que
anteriormente.
RUB1ÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.
Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a
singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)
a) expressão direta e natural de uma situação insólita.
b) relato denso e introspectivo sobre a experiência da morte.
c) efeito paradoxal da irregularidade na organização temporal.
d) discrepância entre a falta de emotividade e o evento angustiante.
e) alternância entreos pontos de vista do narrador e do personagem.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1869866
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922) 
923) 
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VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Para responder a questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em
1972.
 
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança
 
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
 
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
 
(www.chicobuarque.com.br)
 
Na canção, o eu lírico modifica uma série de provérbios bastante conhecidos. A maioria das formulações
originais desses provérbios contém um apelo
a) ao livre-arbítrio.
b) ao otimismo.
c) à solidariedade.
d) ao conformismo.
e) à transgressão.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Pessoal intransferível
 
Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é
inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e
explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo: perigoso,divino, maravilhoso.
 
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os
versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa.
 
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924) 
Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está
sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por
cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que levaram a coisa até o fim e
continuam levando, graças a Deus.
 
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro.
O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão.
 
TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018.
 
Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições representativas da
Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto,
a) gírias e expressões coloquiais para criticar a linguagem adornada da tradição literária então
vigente.
b) intenções satíricas e humorísticas para delinear uma concepção de poesia voltada para a felicidade
dos leitores.
c) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar as tentativas de adequação do poema ao
gosto do público.
d) recursos da escrita em prosa e noções do senso comum para enfatizar as dificuldades inerentes
ao trabalho do poeta.
e) referências intertextuais e anedóticas para defender a importância de uma atitude destemida ante
os riscos da criação poética.
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Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Dentre alguns dos principais nomes da literatura contemporânea está o paulistano
Marçal Aquino cuja obra é composta por produções jornalísticas, roteirísticas e literárias. O
trecho a seguir é um exemplo de sua produção literária.
 
“Aos poucos, Berenice se instalou no apartamento. Ele
percebeu o que acontecia, mas não fez nada a respeito.
Gostava dela, ou ao menos pensou que gostava. Não do jeito
que gostara, gostara?, de Marlene. Menos.
Brito tinha esperança de que a coisa aumentasse de intensidade
com o tempo. Era só tirar os comprimidos de cena.
Berenice dava festas, recebia amigos para jantar. Gente
colorida, alegre, cuja noção de futuro não ia muito além da
programação das noites da semana. Brito e Marlene nunca
recebiam ninguém no apartamento, e ele ficou em dúvida se
o isolamento dos dois não contribuíra para o fim.
Os convidados de Berê o divertiam. Eram todos bem
mais jovens do que ele, mas o tratavam de igual para igual,
e Brito gostava daquilo. Uma vez, numa festa, um barbudo
cheio de brincos e anéis perguntou como ele ganhava a vida.
Eu mato gente.”
 
(AQUINO, Marçal. Cabeça a prêmio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. Fragmento.)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1439704
925) 
De acordo com as informações apresentadas e em relação ao trecho anterior pode-se
afirmar que possui como característica(s) literária(s):
 
a) Narrativa de fatos notáveis e históricos da sociedade contemporânea.
b) Linguagem concisa e subjetiva que retrata o ritmo da narrativa contemporânea.
c) Emprego da fala direta e sem rebuscamento no tratamento da situação apresentada.
d) Exploração da ironia e ambiguidade por meio das ações dos personagens na narrativa
apresentada.
e) Escolha do narrador personagem buscando a interlocução entre o narrador e os demais
personagens.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
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TEXTO I
 
A planta de Belo Horizonte
 
Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas vilas coloniais mineiras,nascidas das
necessidades das populações do século XVIII, que se desenvolveram sem nenhum planejamento. A
futura capital seria inovadora, moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o engenheiro
paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte causou curiosidade e entusiasmo.
 
É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas de Belo Horizonte:estados brasileiros,
tribos indígenas, rios etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais. Era, inclusive, uma
forma de ensinar a população, ainda carente de ensino formal.
 
Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).
 
TEXTO II
 
Ruas da cidade
 
Guaicurus, Caetés, Goitacazes
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
 
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Todos Timbiras, Tupis
Todos no chão
 
A parede das ruas não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
 
Passa bonde, passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1680363
926) 
 
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
 
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
 
A parede das ruas não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
 
BORGES, L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de Janeiro: EMI, 1978 (fragmento).
 
Os textos abordam a preservação da memória e da identidade nacional, presente na nomeação das ruas
belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto arquitetônico descrito no Texto I?
a) “Guaicurus, Caetés, Goitacazes” / “Tupinambás, Aimorés”.
b) “A parede das ruas não devolveu” / “Os abismos que se rolou”.
c) “Passa bonde, passa boiada” / “Passa trator, avião” / “Ruas e reis”.
d) “A cidade plantou no coração” / “Tantos nomes de quem morreu”.
e) “Horizonte perdido no meio da selva” / “Cresceu o arraial, arraial”.
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Instituto AOCP - Prof (Pref Betim)/Pref Betim/Língua Portuguesa/2020
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Leia o seguinte texto e responda a questão.
 
Agenda para a noite de núpcias
 
“Senhora Presidente:
 
Na qualidade de futuro Diretor-Gerente das empresas dirigidas por V. S., e também na qualidade de seu
futuro genro, submeto à sua apreciação a seguinte:
 
Agenda para a Noite de núpcias
 
1. Os trabalhos terão início às vintehoras na suíte 1.102 do Hotel Real Navarino. Trata-se de hotel, e de
aposento, habitualmente escolhido por nubentes para a noite de núpcias. O apartamento é simpático e
acolhedor; há música ambiental, suave e romântica; uma reprodução de Maja Desnuda proporciona,
particularmente para quem vem de um ambiente culto e refinado, como é o caso de sua filha, um sutil
estímulo erótico. Providenciarei champanhe, e do melhor; entrando, proporei de imediato um brinde.
Pretendo que o efeito inebriante da bebida elimine qualquer inibição ainda presente na noiva.
 
2. A seguir, usarei a palavra, fazendo um breve, mas emocionado retrospecto de um namoro apaixonado,
um noivado ardente; evocarei cenas pitorescas ou ternas, cômicas ou dramáticas; ao concluir, abraçarei a
noite, declarando enfaticamente que a amo.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1227070
927) 
3. Beijar-nos-emos. O beijo será muito prolongado, da variedade conhecida como ‘de língua’ na qual,
modéstia à parte, sou mestre. Com este beijo tenho despertado poderosas paixões, inclusive nas mais
frígidas. Ao final desse beijo, pode V. S. crer, sua filha estará gemendo de prazer.
 
4. Seguir-se-á a operação de retirada das roupas. Ajudá-la-ei, transformando este momento numa
ocasião para carícias e elogios: aos belos seios, à graciosa cintura, às coxas, que de acordo com Lorca,
compararei a peixes movendo-se na semi-obscuridade. Em seguida me despirei. Ela poderá constatar
que seu noivo é uma bela figura de macho, alto, forte, bronzeado; e se, ao avistar o membro viril, soltar
uma pequena exclamação, será, não de susto, mas sim de excitação.
 
5. Folguedos amorosos. Tomarei a iniciativa, começando por pequenos e úmidos beijos no pescoço, na
nuca, nas orelhinhas; e nos seios. Demorar-me-ei a explorar a ponta da língua os delicados mamilos,
passando depois à sucção o que arrancará a ela, estou seguro, numerosos e repetidos gemidos de
prazer. Descendo, prosseguirei, via ventre, nos pequenos lábios, que serão acariciados e sugados. Ela
então se renderá completamente e a levarei nos braços até a cama. Com a experiência acumulada de
muitos anos (em camas, bancos de automóveis e macegas) decidirei sobre o momento oportuno para a
penetração.
 
6. Cópula. Será o momento culminante do programa. Tenho para mim que será uma cópula
arrebatadora, uma torrente de paixão rompendo as comportas para, em meio a gemidos de prazer,
culminar num cataclísmico orgasmo: triunfo do amor!
 
Cópula realizada, direi, ainda que ofegante, breves palavras sobre os belos momentos vividos. Repetirei
que a amo, que a amo. E então sono reparador.
 
Para a segunda noite, a agenda será ligeiramente alterada, com introdução de novos tipos de folguedo, e
assim na terceira e na quarta noites (na quinta não haverá atividades). Ao cabo de meses um padrão
acabará por se estabelecer, e tudo cairá na rotina. O noivo, contudo, aguardará ansioso a oportunidade
de novas experiências: outra boca a se beijar, outras coxas a acariciar. Boca e coxas que poderão ser as
suas Senhora Presidente.”
 
Retirado de: SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
 
O conto “Agenda para a noite de núpcias”, do escritor gaúcho Moacyr Scliar, apresenta uma característica
que o alinha ao caráter plástico desse gênero literário em específico. Assinale a alternativa que identifica
essa característica.
a) A presença de elementos fantásticos.
b) A exposição de caracteres sociais.
c) A objetividade do fato narrado.
d) A ausência de narradores heterodiegéticos.
e) A incorporação de características de outros gêneros.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UNCISAL)/UNCISAL/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Oi, coração.
Não dá pra falar muito, não
Espera passar o avião.
Assim que o inverno passar,
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928) 
Eu acho que vou te buscar.
(...)
Tomei a costeira em Belém do Pará.
Puseram uma usina no mar.
Talvez fique ruim pra pescar,
Meu amor
(...)
Baby, bye bye.
Abraços na mãe e no pai.
Eu acho que vou desligar.
As fichas já vão terminar.
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió.
Peguei uma doença em Ilhéus,
Mas já tô quase bom
HOLLANDA, Chico Buarque. Bye, bye, Brasil. Vida. Polygram/Phillips, 1980.
Na canção Bye, bye Brasil, de Chico Buarque de Hollanda, tema do filme homônimo de Cacá Diegues,
de 1979, o personagem faz uma ligação telefônica em que sugere viver uma atmosfera de tensão. A
ligação é feita em um telefone público, um tipo de comunicação em declínio nas últimas décadas. O
telefone público se diferencia de outras formas modernas de tecnologias telefônicas pela
a) possibilidade de violação da privacidade do conteúdo da conversa.
b) redução das informações trocadas ao mínimo essencial para manter o diálogo.
c) gerência do tempo de uso por meio de créditos depositados diretamente no aparelho.
d) interferência dos ruídos externos que impossibilitam que a comunicação se estabeleça.
e) mediação das duas partes em conexão por um terceiro que principia e encerra a ligação.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956724
929) 
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
Graça Graúna emprega uma linguagem predominantemente denotativa ao falar dos quatro elementos da
natureza.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
 
O eu lírico se apresenta como uma pessoa alheia ao movimento de degradação da natureza.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956725
930) 
931) 
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.As repetições sonoras e a plurissignificação da linguagem são elementos da literariedade do poema.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956729
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956490
932) 
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
O poema está estruturado na constatação, pelo eu lírico, das semelhanças entre a vida dos “homens de
vida amarga” e a do “dono da mercearia”
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2073012
Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Leia o trecho do livro Bilhões e bilhões, de Carl Sagan, para responder à questão.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2073012
933) 
Espantosamente, a astrofísica moderna está prestes a determinar percepções fundamentais da origem,
natureza e destino de todo o universo. O universo está em expansão. Todas as galáxias estão se
afastando velozmente umas das outras no que é chamado de fluxo de Hubble, uma das três principais
evidências de uma enorme explosão na época em que o universo teve início — ou, pelo menos, sua
presente encarnação. A gravidade da Terra é bastante forte para atrair de volta uma pedra atirada para o
céu, mas não um foguete com velocidade de escape. E assim acontece com o universo: se ele contém
uma grande quantidade de matéria, a gravidade exercida por toda essa matéria vai diminuir e deter a
expansão. Um universo em expansão será convertido num universo em colapso. E se não há bastante
matéria, a expansão vai continuar para sempre. O presente inventário de matéria no universo é
insuficiente para diminuir a expansão, mas há razões para pensar que talvez exista uma grande
quantidade de matéria escura que não trai a sua existência emitindo luz, para a conveniência dos
astrônomos. Se o universo em expansão se revelar apenas temporário, sendo finalmente substituído por
um universo em contração, isso certamente criará a possibilidade de que o universo passa por um
número infinito de expansões e contrações, sendo infinitamente antigo. Um universo infinitamente antigo
não tem necessidade de ser criado. Sempre esteve ali. Por outro lado, se não há matéria suficiente para
reverter a expansão, isso seria coerente com um universo criado do nada. Essas são questões profundas
e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado enfrentar. Mas é só na nossa época que
temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas. Não por meio de conjeturas ou
histórias — mas por observações reais, verificáveis, passíveis de repetição.
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008.)
 
O autor manifesta-se explicitamente no texto em:
a) “Um universo infinitamente antigo não tem necessidade de ser criado”.
b) “Mas é só na nossa época que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas”.
c) “Por outro lado, se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso seria coerente com
um universo criado do nada”.
d) “Essas são questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado
enfrentar”.
e) “E se não há bastante matéria, a expansão vai continuar para sempre”.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro
nasce com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus
autos de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas
estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX,
o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os
grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e
penetrante.
 
Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações).
 
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.
 
Ao abordar aspectos do subconsciente e da desagregação das relações familiares, a peça Vestido de
noiva, de Nelson Rodrigues, inovou por sua temática, em comparação com as produções cênicas
brasileiras anteriores.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963818
934) 
935) 
936) 
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro
nasce com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus
autos de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas
estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX,
o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os
grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e
penetrante.
 
Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações).
 
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.
 
A peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, retrata os problemas sociais da realidade
brasileira dos anos 90 do século passado, de forma a privilegiar a perspectiva da ideologia política
dominante na época.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2302677
IBGP - Vest (UEMG)/UEMG/Tradicional/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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INSTRUÇÃO: A questão refere-se à obra “A barca dos amantes” de Antônio Barreto.
 
O livro de Antônio Barreto, “A barca dos amantes”, compreende quatro partes: 1) O homem que trazia o
mar, 2) Livro das figurações, 3) Os deuses disfarçados e 4) Mar de mármore, nas quais
a) É narrada a história de amor, que culmina em um final feliz, entre o poeta Tomás Antônio Gonzaga
e, sua eterna musa, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas.
b) Há citações de trechos de poesia árcade de incógnita autoria, ao longo de uma recriação ficcional
que remonta o ciclo do Ouro no final do século XVIII.
c) É construída uma “colcha de retalhos romanceada”, envolvendo personagens literárias e históricas
que viveram o período da insurreição mineira.
d) Há remissão a fatos da história colonial barroca em um romance sobre a vida na capital do
Império em que nobres desejavam ter experiências marítimas.
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IBGP- Vest (UEMG)/UEMG/Tradicional/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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INSTRUÇÃO: A questão refere-se à obra “A barca dos amantes” de Antônio Barreto.
 
NÃO há na composição da obra “A barca dos amantes”:
a) Referência a uma lenda nórdica, ingrediente mítico que evidencia o caráter intertextual literário do
romance.
b) Notas e bibliografia consultadas que remetem a fontes de pesquisa e de confirmação de
informações presentes na narrativa.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1963821
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2302677
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2302679
937) 
c) Bases históricas sobre a Inconfidência e sobre Tomás Antônio Gonzaga que favorecem a
verossimilhança do enredo.
d) Registro do lamento de pessoas que perderam entes queridos em naufrágios, denominadas pelo
autor de “órfãos do mar”.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956498
938) 
939) 
 
Na expressão “homens de vida amarga”, constata-se o uso do recurso literário da conotação para
qualificar a vida dos trabalhadores dos canaviais.
Certo
Errado
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FCC - Vest (UNIPAR)/UNIPAR/Medicina/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
São versos de um poema de Ferreira Gullar:
 
o poema não diz
o que a coisa é
 
mas diz outra coisa
que a coisa quer ser
 
pois nada se basta
contente de si
 
o poeta empresta
às coisas
sua voz – dialeto –
 
e o mundo
no poema
se sonha
completo
 
Ressalta nesses versos a convicção do poeta de que
a) a poesia se desliga radicalmente do mundo para viver da pura imaginação.
b) as formas da poesia moderna sonham em recuperar um equilíbrio estético.
c) a linguagem da poesia expressa a utopia de uma outra realidade.
d) as formas poéticas clássicas e equilibradas satisfazem-se como realidades.
e) a poesia é incompatível com a realidade e com nosso desejo de mudança.
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Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Sobre a obra Invasão, de Dias Gomes, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um texto teatral em que predominam os monólogos das personagens.
b) Caracteriza-se como uma comédia, pois constrói críticas sociais por meio do humor e da sátira.
c) Estrutura-se em três atos, cada qual representando uma invasão realizada em locais distintos do
Brasil.
d) Apresenta um grupo de favelados como protagonistas, por meio dos quais são denunciados
problemas permanentes no Brasil.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1173571
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116638
940) 
941) 
e) Trata-se de história pertencente à dramaturgia tradicional, sendo feita para entreter a classe
média brasileira.
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CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São
Cristóvão/Português/Educação Básica/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar
foi o “nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu aproveitamento do rock, da cultura de
massa, da guitarra elétrica, acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da
esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e comportamental, portanto, bifronte: ora
de esquerda, ora de direita. E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a guitarra, a
linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália, contra Caetano cantando em inglês, é
interessante lembrar o comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa língua, que
ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando em inglês com pronúncia nordestina registra um
momento substancial de nossa história e imaginação”.
Flora Süssekind. Literatura e vida literária:
polêmicas, diários e retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações).
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro um monumento no planalto central
Do país
Caetano Veloso. Tropicália. 1968.
A partir dos textos apresentados, julgue o item, a respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo.
 
O aproveitamento que os tropicalistas fizeram de culturas estrangeiras na sua própria produção distancia-
os dos modernistas que promoveram a Semana de Arte Moderna em 1922.
Certo
Errado
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Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
A partir da leitura do seguinte excerto do primeiro ato de Invasão, de Dias Gomes, assinale a
alternativa que apresenta, na fala de Malú, uma das temáticas encontradas na obra.
MALÚ
"Vocês aqui xingam a chuva. Lá no Norte, a gente reza pra ela vir. E a peste não vem. Acaba a gente
tendo que vender os teréns, comprar uma passagem num pau-de-arara e vir pra cá. Pra não morrer de
sede... pra vir morrer aqui de fome, de desabamento ou outra coisa qualquer." (p.22).
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1103372
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116643
942) 
a) A repressão policial contra a invasão dos sem-teto.
b) As saudades da terra natal.
c) A incapacidade de mudar as condições em que vivem.
d) As condições climáticas e o desvio de dinheiro público.
e) O despejo das famílias e o descaso político.
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CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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TEXTO 3
No Mundo das Letras
 
Vem à livraria nas horas de maior movimento, mas isso, já se sabe, é de propósito: facilita-lhe o trabalho.
 
Rouba livros. Faz isso há muitos anos, desde a infância, praticamente. Começou roubando um texto
escolar que precisava para o colégio: foi tão fácil que gostou; e passou a roubar romances de aventura,
livros de ficção científica, textos sobre arte, política, ciência, economia. Aperfeiçoou tanto a técnica que
chegava a furtar quatro, cinco livros de uma vez. Roubou livros em todas as cidades por onde passou.
Em Londres, uma vez, quase o pegaram; um incidente que recorda com divertida emoção.
 
No início, lia os livros que roubava. Depois, a leitura deixou de lhe interessar. A coisa era roubar por
roubar, por amor à arte; dava os livros de presente ou simplesmente os jogava fora. Mas cada vez tinha
menos tempo para ir às livrarias; os negócioso absorviam demais. Além disso, não podia, como
empresário, correr o risco de um flagrante. Um problema – que ele resolveu
como resolve todos os problemas, com argúcia, com arrojo, com imaginação.
 
Zás! Acabou de surrupiar um. Nada de espetacular nessa operação: simplesmente pegou um pequeno
livro e o enfiou no bolso. Olha para os lados; aparentemente ninguém notou nada. Cumprimenta-me e se
vai.
 
Um minuto depois retorna. Como é que me saí, pergunta, não sem ansiedade. Perfeito, respondo, e ele
sorri, agradecido. O que me deixa satisfeito; elogiá-lo é não apenas um ato de compaixão, é também
uma medida de prudência. Afinal, ele é o dono da livraria.
 
SCLIAR, Moacyr. No Mundo das Letras. In: SCLIAR, Moacyr; FONSECA, Rubem; MIRANDA, Ana. Pipocas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003.
 
Moacyr Scliar, autor da crônica No Mundo das Letras, é gaúcho e ganhou alguns prêmios, tais como
Prêmio Jabuti e Prêmio José Lins do Rego. Atente para as seguintes afirmações sobre o autor:
 
I. O estilo de Moacyr Scliar é leve e irônico.
II. O autor faz parte da literatura contemporânea.
III. Os textos de Moacyr Scliar são diretos e com escrita simples.
 
Está correto o que se afirma em
a) I e II apenas.
b) I, II e III.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
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943) 
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
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autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
Predomina no texto a função referencial da linguagem, haja vista o caráter de denúncia de problemas
sociais nele explícito.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956506
944) 
945) 
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
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(URCA/2019.1) Caboclo Roceiro, das plaga do Norte/ Que vive sem sorte, sem terra e sem lar/ A
tua desdita é tristonho que canto/ Se escuto o meu pranto me ponho a chorar.
Este fragmento pertence ao poema Caboclo Roceiro, de um(a) expressivo(a) representante da nossa
Literatura. Ao dá voz ao clamor do povo representa as figuras sociais do camponês, do agregado sem
terra, do vaqueiro, da pessoa que vive nas margens das camadas sociais; a linguagem do(A) poeta
realiza um vasto material para a pesquisa sociológica e esteticamente é a consumação de algo muito
diverso daquilo que acontece quando poetas de outra extração social vem falar destas mesmas
personagens. O poema e as informações referem-se a:
a) Adélia Prado;
b) Patativa do Assaré;
c) Machado de Assis;
d) Catulo da Paixão Cearense;
e) Aluísio de Azevedo
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CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2019
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TEXTO 3
 
O Açúcar
 
Ferreira Gullar
 
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por
milagre.
 
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
 
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o
Oliveira,
dono da mercearia.
 
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1418131
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1772964
946) 
 
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
 
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de
fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em
Ipanema.
 
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1980. p.277-278.
 
Ferreira Gullar, autor do texto 3, é um poeta maranhense, engajado em causas militantes, e foi
considerado, em 2014, imortal pela Academia Brasileira de Letras. Este poeta insere-se como importante
representante na literatura brasileira
a) do pré-modernismo, marcado por problematizar a realidade social e cultural brasileira.
b) da primeira fase do modernismo brasileiro, fortemente influenciado pelas vanguardas europeias.
c) do movimento regionalista de 1930, influenciado pelo desgaste da política Café com Leite.
d) do neoconcretismo, através da poesia que incorpora a temática social, ressaltando a palavra como
o elemento mais expressivo.
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
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Leia o poema da poetisa mineira Adélia Prado e responda o que se pede:
 
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419953
947) 
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
 
I. O texto é uma intertextualidade com a poesia de Drummond;
 
II. Há, no texto, uma forte oralidade e proximidade entre os interlocutores discursivos;
 
III. Erudita e com forte tendência ao estilo clássico, a poesia apresenta, no entanto, uma temática
cotidiana;
 
IV. O eu-lírico se expõe ao leitor, apresentando virtudes e defeitos.
 
a) Todas as opções são verdadeiras;
b) Todas as opções são falsas;
c) I, II, III são verdadeiras e IV é falsa;
d) II e III são verdadeiras, I e IV são falsas;
e) I, II e IV são verdadeiras, a III é falsa.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956720
948) 
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsilade A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
O poema expressa o sentimento lírico de preocupação com a devastação da natureza em prol do lucro.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956483
949) 
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
O eu lírico do poema é um trabalhador do setor canavieiro.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
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autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956486
950) 
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
É possível reconhecer no texto recursos literários que intensificam a experiência sensorial relatada, como
o uso da expressão “água na pele”
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
 
Um recurso literário utilizado pela autora no poema é a atribuição de características humanas a figuras
não humanas.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1956726
951) 
952) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/932546
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
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Quebranto
 
às vezes sou o policial que me suspeito
me peço documentos
e mesmo de posse deles
me prendo e me dou porrada
 
às vezes sou o porteiro
não me deixando entrar em mim mesmo
a não ser
pela porta de serviço
 
[...]
 
às vezes faço questão de não me ver
e entupido com a visão deles
sinto-me a miséria concebida como um eterno
começo
 
fecho-me o cerco
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto
e denuncio
o ponto em que me entrego.
 
às vezes!...
 
CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: MAzza,2007 (fragmento).
 
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem
experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico
a) incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.
b) submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.
c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.
d) sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.
e) acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2018
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esse cão que me segue
é minha família, minha vida
ele tem frio mas não late nem pede
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187981
953) 
ele sabe que o que eu tenho
divido com ele, o que eu não tenho
também divido com ele
ele é meu irmão
ele é que é meu dono
 
bicho se é por destino sina ou sorte
só faltando saber se bicho decente
bicho de casa, bicho de carro, bicho
no trânsito, se bicho sem norte na fila
se bicho no mangue, se bicho na brecha
se bicho na mira, se bicho no sangue
 
catar papel é profissão, catar papel
revela o segredo das coisas, tem
muita coisa sendo jogada fora
muita pessoa sendo jogada fora
 
OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014.
 
No poema, os elementos presentes do campo de percepção do eu lírico evocam um realinhamento de
significados, uma vez que
a) emerge a consciência do humano como matéria de descarte.
b) reside na eventualidade do acaso a condição do indivíduo.
c) ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu cão.
d) se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano.
e) se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista.
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NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2018
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Escritores de uma nova geração, Milton Hatoum (nascido em 1952) e Bernardo Carvalho (nascido
em 1960) já garantiram seu lugar no panorama multifacetado da literatura brasileira contemporânea.
Relato de um certo oriente, publicado em 1989, marcou a estreia de Milton Hatoum na literatura. Nove
noites, publicado em 2002, é o sétimo livro lançado por Bernardo Carvalho, que estreou na literatura em
1993 com o livro de contos Aberração.
 
A respeito das comparações entre Relato de um certo oriente e Nove noites, considere as seguintes
afirmativas:
 
1. Milton Hatoum consegue trazer para a sua ficção o espaço amazonense sem cair no exagero do
exotismo; Bernardo Carvalho, por sua vez, tensiona o realismo pela inclusão, na ficção, de fatos e
personagenshistóricos, autobiografia e experiências pessoais.
2. Através de estratégias diferentes, os dois romances buscam compreender o passado, conscientes da
obrigação histórica de recuperá-lo tal como aconteceu: Relato de um certo oriente resgata a
memória trágica de uma família que viveu em Manaus; Nove noites investiga a morte de um
antropólogo no sul do Maranhão, para entregar ao leitor a solução de um mistério até então não
resolvido.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/730110
954) 
3. A epígrafe de W.H. Auden – “Que a memória refaça/A praia e os passos/O rosto e o ponto do
encontro” (em tradução de Sandra Stroparo e Caetano Galindo) – anuncia o elemento central da
narrativa de Milton Hatoum. O título do romance de Bernardo Carvalho se refere às nove noites que
o antropólogo Buell Quain passou na companhia de Manoel Perna, durante a sua estada entre os
índios Krahô.
4. O tratamento dado aos nativos em Relato de um certo oriente pode ser verificado na humilhação e
nos abusos sofridos pelas caboclas e índias que trabalhavam na casa de Emilie, principalmente por
parte dos dois “inomináveis”. Em Nove noites, a narração do jornalista volta a momentos centrais da
história do Brasil no século XX – Estado Novo, Ditadura Militar e Período Democrático –, marcando a
situação de vulnerabilidade permanente dos índios num mundo de brancos.
5. Na Manaus multicultural da primeira metade do século XX, Emilie e seus filhos, com a curiosidade
natural do imigrante, atravessam constantemente o rio que separa a cidade da floresta. Da mesma
forma, o narrador-jornalista de Nove noites visita inúmeras vezes os índios Krahô, em busca de
informações sobre o suicídio de Buell Quain.
 
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras
b) Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
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autores
Eu sobrevivi do nada, do nada
Eu não existia
Não tinha uma existência
Não tinha uma matéria
Comecei existir com quinhentos milhões
e quinhentos mil anos
Logo de uma vez, já velha
Eu não nasci criança, nasci já velha
Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
Me transformei novamente numa velha
Voltei ao que eu era, uma velha
 
PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org). Reino dos bichos e dos animais é meu nome.
Rio de Janeiro: Azougue,2009.
 
Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da expressão lírica manifesta-se na
a) representação da infância, redimensionada no resgate da memória.
b) associação de imagens desconexas, articuladas por uma fala delirante.
c) expressão autobiográfica, fundada no relato de experiências de alteridade.
d) incorporação de elementos fantásticos, explicitada por versos incoerentes.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932395
955) 
956) 
e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017
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autores
Texto
 
 
Um desenho animado irônico, satírico e inteligente, feito pela cartunista norte-americana Nina Paley,
mostra o conflito histórico pelo domínio da região conhecida como Terra Santa. O desenho, intitulado
This Land is Mine, ilustra a matança dos povos habitantes daquela região. This Land is Mine é uma
paródia de The Exodus Song. Esta música era uma espécie de trilha sonora do sionismo norte-
americano nas décadas de 60 e 70 do século passado para expressar o direito judaico sobre Israel. Ao
colocar a música para todos os que estão em guerra cantarem, também se está criticando a canção
original. Respeitando a cronologia das guerras, o desenho animado representa todas elas em torno da
Terra Santa — nome bíblico que compreende o território de Israel, da Cisjordânia e de parte da Jordânia,
que teria sido prometida ao povo judeu no Antigo Testamento.
Internet: <http://blog.ninapaley.com>.
 
Considerando o texto e a imagem anteriormente apresentados, julgue o item.
 
Na concepção do referido desenho animado, a cartunista considerou dois campos — a arte e a política
—, cujo entrecruzamento engendrou as possibilidades da narrativa e da estética.
Certo
Errado
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IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2017
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Leia o Texto 2 com atenção e, com base nele, responda a questão.
 
TEXTO 2 – Angústia (Secos & Molhados)
 
Agonizo se tento
Retomar a origem das coisas
Sinto-me dentro delas e fujo
Salto para o meio da vida
Como uma navalha no ar
Que se espeta no chão
Não posso ficar colado
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2158535
957) 
A natureza como uma estampa
E representá-la no desenho
Que dela faço
Não posso
Em mim nada está como é
Tudo é um tremendo esforço de ser.
 
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/secos-molhados/283089/>. Acesso em: 20 abr. 2017.
 
Com base na letra da canção, é INCORRETO afirmar que:
a) A angústia e a agonia são forças antagônicas que conduzem o eu-lírico a obter respostas para
seus anseios.
b) A angústia sentida pelo eu-lírico é motivada pela agonia de tentar saber a origem das coisas.
c) O estado emocional evidenciado no texto pelo eu-lírico é comum entre as pessoas na
contemporaneidade.
d) O eu-lírico questiona seu papel, sua existência e chama atenção para a totalidade do esforço de
ser.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2016
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No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera muito
feminina,
 
Frasco de âmbar
 
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)
 
I. a voz lírica expressa-se de modo sentimental - daí o ponto de exclamação - revelando forte afeto
do "eu" em relação ao "tu".
 
II. a fala dirigida ao objeto contém um lamento pela sua perda, ocorrida apesar de todo o cuidado e
apego que a ele foram dedicados.
 
III. o teor metafórico do poema se reforça na associação estabelecida entre a volatilidade do
perfume e o sentimento amoroso.
 
 
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas II.
d) apenas II e III.
e) todas.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/770863
958) 
959) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/1965588
CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2016
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Seu rosto lembrava o dos índios sul-americanos mal-encarados das aventuras do Tintim. O nariz
adunco, a testa avançada sobre os olhos fundos, as faces encovadas entre os cabelos pretos e lisos que
caíam até os ombros. Era difícil entender o que aquela gente queria. Leusipo perguntou o que eu tinha
ido fazer na aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe
explicar o que era um romance.
(...)
Não sorria, não demonstrava nenhum gesto ou expressão de simpatia. Tinha um olhar impassível e
determinado. O motivo da sua visita era me encurralar. Repetia: “Os velhos estão preocupados”. E eu
pensava comigo: “O idiota deve ter ouvido alguma coisa e resolveu tomar a iniciativa de me pedir
satisfação”. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos
que não acreditam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e
antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O
que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à
evidência de que eunão sabia responder à sua pergunta. Não conseguia fazê-lo entender o que era
ficção (no fundo, ele não estava interessado), nem convencê-lo de que o meu interesse pelo passado não
teria consequências reais, no final seria tudo inventado.
Bernardo Carvalho. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento acima, do romance Nove noites, de Bernardo Carvalho, julgue os
seguintes itens.
 
Por trazer como tema, entre outros, a questão indígena, o romance Nove noites dá prosseguimento à
tradição de se transformar a figura do índio em símbolo da brasilidade, porém com estratégias
discursivas distintas das utilizadas no passado.
Certo
Errado
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FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016
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As enchentes de minha infância
Rubem Braga
 
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que
moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a
casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando
para o rio.
 
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras,
vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio
cresceu tanto que a família defronte teve medo.
 
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas
nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam
muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava
pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1965588
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/361548
960) 
a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo
para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes
chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas
nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que
aquela fosse a maior de todas as enchentes.
 
(BRAGA, Rubem. As enchentes de minha infância. In: Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1962, p. 157)
 
É correto afirmar sobre a crônica:
a) A organização compositiva da narrativa se dá no momento presente, mas “de repente”, algo
surge, que faz com que o narrador se recorde de algo que ele viveu em seu passado. A partir do
“estalo”, que é captado pelo narrador a partir de um detalhe, a narrativa toma outro rumo e
incursiona em algum momento do passado.
b) Após cercar-se dos acontecimentos diários, o narrador dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu
texto elementos como ficção, fantasia e criticismo. A crônica toma uma forma realista que se plasma
com essa matéria mesclada do cotidiano, aspirando à comunicação humana e fazendo da
solidariedade social um valor básico.
c) Prepondera uma atmosfera restauradora de painéis temporais pretéritos, dispostos na
recomposição de elementos relacionados à própria experiência de vida do autor. O narrador evoca
fatos, pessoas, objetos e espaços e os resgata à momentaneidade do presente.
d) Depois de falar de negócios, família, política e da vida de todo o dia. O narrador volta ao tempo
presente e exalta os cantos pitorescos de sua terra, fatos e valores substanciais que darão contornos,
através do manejo da linguagem, a um quadro de imagens nostálgicas.
e) O narrador ridiculariza e ironiza o fato, tema da crônica, e, sendo, sorrateiramente, corrosivo e
impiedoso, mas sob um tom que não perde o humor, fixa um olhar investigativo sobre a confluência
de dois planos temporais primordiais que assinalam a recordação contemplativa.
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FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016
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E é justamente pelo lirismo reflexivo que Rubem Braga, capixaba de Cachoeiro do Itapemirim,
ocupa um lugar de destaque na história da literatura brasileira contemporânea: corajosamente ele só tem
publicado crônicas, mesmo que em uma delas confesse ter escrito um soneto “para enfrentar o tédio dos
espelhos”. Sua opção é ainda mais corajosa porque, vivendo num país de frases bombásticas, ele cumpre
a principal característica do escritor: o despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta,
sem adjetivações.
 
(SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 1987, p. 13. Fragmento)
 
O “despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta, sem adjetivações” também se observa
no seguinte comentário sobre Braga:
a) Você (Rubem Braga) para mim é um poeta que teve pudor de escrever versos, e então inventou a
crônica (pois foi você que inventou esse gênero de literatura), crônica que é poesia em prosa, em
você. (Clarice Lispector).
b) De repente me deu o estalo e achei: eu estava era sentindo falta da crônica diária do velho Braga:
a semanal da Manchete não me bastava. Agora estou como quero: compro de manhã o Diário de
Notícias e vou logo a segunda página, ao puxa-puxa de Braga. Braga é sempre bom, e quando não
tem assunto então é ótimo. (Manuel Bandeira).
c) Os olhos do cronista, treinados no jornal para o flagrante do cotidiano, afeitos à experiência do
choque inesperado em qualquer esquina, estão preparados, em meio à vida fragmentária, aleatória e
fugaz dos tempos modernos, para a caça de instantâneos. (David Arrigucci Jr.).
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961) 
962) 
d) Esse estilo conciso (de Braga), que se comunga com a simplicidade, acaba por conceber um texto
claro, provido de construções oracionais e tópicos frasais ordenados em linearidade progressiva, e
com primazia de períodos coordenados. (Cícero Nicácio do Nascimento Lopes).
e) Sem dúvida, se tratava de um cronista, de um narrador comentarista dos fatos corriqueiros de
todo dia, mas algo ali transfigurava a crônica, dando-lhe uma consistência que ela jamais tivera.
(David Arrigucci Jr.).
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
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Noites do Bogart
 
O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente, não a levou para a mesa com o grupo.
Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam.
— Pouca vergonha.
— Deixa o Xavier.
— Podia ser a filha dele.
— Aliás, é colega da filha dele.
Na sua mesa, o Xavier pegara na mão da moça.
— Está gostando?
— Pô. Só.
— Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na dúvida. Ainda se dizia “chocante”?
Beberam em silêncio. E ele disse:
— Quer dançar?
E ela disse, sem pensar:
— Depois, tio.
E ficaram em silêncio. Ela pensando "será" que ele ouviu?”. E ele pensando “faço algum comentário a
respeito, ou deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da noite aquele "tio" ficou em cima da
mesa, entre os dois, latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois voltou. Sentou com os
amigos.
— Aí, Xavier. E a namorada?
Ele não respondeu.
 
VERISSIMO, L. F. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
 
O efeito de humor no texto é produzido com o auxílio da quebra de convenções sociais de uso da língua.
Na interação entre o casal de namorados, isso é decorrente
a) do registro inadequado para a interlocução em contexto romântico.
b) da iniciativa em discutir formalmente a relação amorosa.
c) das avaliações de escolhas lexicais pelos frequentadores do bar.
d) das gírias distorcidas intencionalmente na fala do namorado.
e) do uso deexpressões populares nas investidas amorosas do homem.
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963) 
Seu rosto lembrava o dos índios sul-americanos mal-encarados das aventuras do Tintim. O nariz adunco,
a testa avançada sobre os olhos fundos, as faces encovadas entre os cabelos pretos e lisos que caíam até
os ombros. Era difícil entender o que aquela gente queria. Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na
aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o
que era um romance.
(...)
Não sorria, não demonstrava nenhum gesto ou expressão de simpatia. Tinha um olhar impassível e
determinado. O motivo da sua visita era me encurralar. Repetia: “Os velhos estão preocupados”. E eu
pensava comigo: “O idiota deve ter ouvido alguma coisa e resolveu tomar a iniciativa de me pedir
satisfação”. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos
que não acreditam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e
antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O
que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à
evidência de que eu não sabia responder à sua pergunta. Não conseguia fazê-lo entender o que era
ficção (no fundo, ele não estava interessado), nem convencê-lo de que o meu interesse pelo passado não
teria consequências reais, no final seria tudo inventado.
Bernardo Carvalho. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento acima, do romance Nove noites, de Bernardo Carvalho, julgue os
seguintes itens.
 
A discussão do estatuto da ficção em Nove noites reitera a metalinguagem como um dos recursos mais
utilizados na literatura contemporânea, quando se busca investigar os sentidos da ficção no âmbito da
narrativa ficcional.
Certo
Errado
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Sem acessórios nem som
Escrever só para me livrar
de escrever.
Escrever sem ver, com riscos
sentindo falta dos acompanhamentos
com as mesmas lesmas
e figuras sem força de expressão.
Mas tudo desafina:
o pensamento pesa
tanto quanto o corpo
enquanto corto os conectivos
corto as palavras rentes
com tesoura de jardim
cega e bruta
com facão de mato.
Mas a marca deste corte
tem que ficar
nas palavras que sobraram.
Qualquer coisa do que desapareceu
continuou nas margens, nos talos
no atalho aberto a talhe de foice
no caminho de rato.
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964) 
965) 
FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
 
Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que
põe em evidência o (a)
a) angustiante necessidade de produção, presente em "Escrever só para me livrar/ de escrever".
b) imprevisível percurso da composição, presente em "no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho
de rato".
c) agressivo trabalho de supressão, presente em "corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/
cega e bruta".
d) inevitável frustração diante do poema, presente em "Mas tudo desafina:/ o pensamento pensa/
tanto quanto o corpo".
e) conflituosa relação com a inspiração, presente em "sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras
sem força de expressão".
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O poema abaixo é de José Paulo Paes:
 
Bucólica
 
O camponês sem terra
Detém a charrua
E pensa em colheitas
Que nunca serão suas.
 
(Em: Um por todos – poesia reunida. São Paulo:
Brasiliense, 1986.)
 
O texto apresenta
a) uma oposição campo/cidade, de filiação árcade-romântica.
b) um bucolismo típico da tradição árcade, indicado pelo título.
c) uma representação tipicamente romântica do homem do campo.
d) um contraste entre o arcadismo do título e o realismo social dos versos.
e) uma total ruptura com a representação realista do homem do campo.
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À garrafa
 
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958625
966) 
Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
 
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
 
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
 
numa explosão
de diamantes.
 
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
 
A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária
contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a)
a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão
“Por translúcida pões".
b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se
observa em "prisão da forma".
c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme
expressa o verso " e te estilhaces, suicida".
d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos
"numa explosão / de diamantes".
e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente
comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".
 
 
 
 
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O poema ao lado é de Ivan Junqueira. O texto,
 
Flor amarela
 
Atrás daquela montanha
tem uma flor amarela;
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967) 
dentro da flor amarela,
o menino que você era.
 
Porém, se atrás daquela
montanha não houver
a tal flor amarela,
o importante é acreditar
que atrás de outra montanha
tenha uma flor amarela
com o menino que você era
guardado dentro dela.
 
(Em: Poemas reunidos. Rio de Janeiro:
Record, 1999.)
 
 
I. na 1ª estrofe, trata da infância por meio de metáforas construídas com elementos naturais
(“montanha” e “flor amarela”).
 
II. na 2ª estrofe, por meio da conjunção “porém”, rompe com a representação metafórica presente
na 1ª estrofe.
 
III. na sequência da 1ª para a 2ª estrofe, faz com que as metáforas apontem mais para a
interioridade do sujeito que para a exterioridade da natureza.
 
Está(ão) correta(s) apenas
a) ( ) I.
b) ( ) I e II.
c) ( ) I e III.
d) ( ) II.
e) ( ) II e III.
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da sua memória
 
mil
e
mui
tos
out
ros
ros
tos
sol
tos
pou
coa
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958605
968) 
pou
coa
pag
amo
meu
 
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998.
 
Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretismo, o poema atinge uma expressividade que
se caracteriza pela
a) interrupção da fluência verbal, para testar os limites da lógica racional.
b) reestruturação formal da palavra, para provocar o estranhamento no leitor.
c) dispersão das unidades verbais, para questionar o sentido das lembranças.
d) fragmentação da palavra, para representar o estreitamento das lembranças.
e) renovação das formas tradicionais, para propor uma nova vanguarda poética.
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Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do
álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais
perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançando
em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
 
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei
furiosa. [...]
 
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se
casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa
era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem
e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com
loucura e tudo. "E tem mais coisas ainda, minha queridinha", anunciou Margarida fazendo um agrado no
meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava
desmoralizar meus heróis?
 
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói
modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
a) convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
c) pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
d) tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios.
e) velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/958636
969) 
970) 
 
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2014
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O poema abaixo, de Alice Ruiz, faz parte do livro Jardim de Haijin.
 
passeio no Ibirapuera
uma cerejeira florida
interrompe a conversa
 
No texto, NÃO há
a) sentimento de amor pela natureza, exacerbado e de raiz romântica.
b) emoção estética despertada pela vegetação naquele que passeia.
c) descrição de parte da flora que integra o parque do Ibirapuera.
d) surpresa, durante o passeio pelo parque, causada por uma beleza inesperada.
e) referência a um local específico, o parque situado na cidade de São Paulo.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2013
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O poema abaixo, sem título, é um haicai de Paulo Leminski:
 
lua à vista
brilhavas assim
sobre auschwitz?
(Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 1987.)
 
Neste texto,
 
I. há constraste entre a imagem natural e o fato histórico.
 
II. o contraste entre “lua” e “auschwitz” provoca uma reação emotiva no sujeito lírico.
 
III. o caráter interrogativo revela a perplexidade do sujeito lírico.
 
Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) todas.
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971) 
972) 
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Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara por Zana. As cristãs maronitas de Manaus,
velhas e moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com um muçulmano. Ficavam de vigília na
calçada do Biblos, encomendavam novenas para que ela não se casasse com Halim. Diziam a Deus e ao
mundo fuxicos assim: que ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude, um maometano das
montanhas do sul do Líbano que se vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e praças de
Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava o
movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era
só este: a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”.
 
HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Cia. das Letras, 2006 (fragmento).
 
Dois irmãos narra a história da família que Halim e Zana formaram na segunda metade do século XX.
 
Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época, a oposição ao
casamento dos dois evidencia
a) as fortes barreiras erguidas pelas diferenças de nível financeiro.
b) o impacto dos preceitos religiosos no campo das escolhas afetivas.
c) a divisão das famílias em castas formadas pela origem geográfica.
d) a intolerância com atos litúrgicos, aqui representados pelas novenas e ladainhas.
e) a importância atribuída à ocupação exercida por um futuro chefe de família.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013
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Grupo escolar
 
Sonhei com um general de ombros largos
que fedia
e que no sonho me apontava a poesia
enquanto um pássaro pensava suas penas
e já sem resistência resistia.
O general acordou e eu que sonhava
face a face deslizei à dura via
vi seus olhos que tremiam, ombros largos,
vi seu queixo modelado a esquadria
vi que o tempo galopando evaporava
(deu para ver qual a sua dinastia)
mas em tempo fixei no firmamento
esta imagem que rebenta em ponta fria:
poesia, esta química perversa,
este arco que desvela e me repõe
nestes tempos de alquimia.
 
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973) 
BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia.
Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998.
 
O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente inserido no período da ditadura militar no Brasil. A
forma encontrada pelo eu lírico para expressar poeticamente esse momento demonstra que
a) a ênfase na força dos militares não é afetada por aspectos negativos, como o mau cheiro atribuído
ao general.
b) a descrição quase geométrica da aparência física do general expõe a rigidez e a racionalidade do
governo.
c) a constituição de dinastias ao longo da história parece não fazer diferença no presente em que o
tempo evapora.
d) a possibilidade de resistir está dada na renovação e transformação proposta pela poesia, química
que desvela e repõe.
e) a resistência não seria possível, uma vez que as vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam
apenas nas próprias penas.
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ITA - Vest (ITA)/ITA/2012
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O segmento do poema ao lado apresenta
 
Eu e o sertão
 
Patativa do Assaré
 
Sertão, arguém te cantô
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistero
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
[...]
 
(Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1982)
 
a) ( ) um testemunho de quem conhece o ambiente retratado.
b) ( ) humor e ironia numa linguagem simples típica do sertanejo.
c) ( ) uma descrição detalhada do espaço.
d) ( ) a percepção do poeta de que seu canto é a melhor das interpretações.
e) ( ) perceptível distanciamento entre o poeta e o objeto do seu canto.
 
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974) 
975) 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
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Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará.
Ele está comprometido de monge.
De tarde deambula no azedal entre torsos de
cachorro, trampas,trapos, panos de regra, couros,
de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas
albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,
linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em
gotas de orvalho etc. etc.
Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi encontrado em osso.
Ele tinha uma voz de oratórios perdidos.
 
BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002.
 
Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru
porque
a) entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos.
b) elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina.
c) valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as ruínas e a tradição.
d) necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza.
e) acompanha-o na opção pela insignificância das coisas.
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Das irmãs
 
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
 
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
 
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
e eu a temperada
servindo, contida
 
os meus irmãos jogando-se
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976) 
na cama
e eis-me afiançada
por dote e marido
 
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980.
 
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem
ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico.
e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.
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O sedutor médio
 
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
 
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
 
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas
a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges
poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é
acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento,
apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por
dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo
oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
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977) 
978) 
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Logia e mitologia
 
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e dois
já não palpita fagueiro
sabe que há morcegos de pesadas olheiras
que há cabras malignas que há
cardumes de hienas infiltradas
no vão da unha na alma
um porco belicoso de radar
e que sangra e ri
e que sangra e ri
a vida anoitece provisória
centuriões sentinelas
do Oiapoque ao Chuí.
 
CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
 
O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico
vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que
a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso.
b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente.
c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência.
d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto.
e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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Considere o poema, de Ana Cristina César (1952-1983).
 
Fisionomia
 
não é mentira
é outra
a dor que dói
em mim
é um projeto
de passeio
em círculo
um malogro
do objeto
em foco
a intensidade
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979) 
de luz
de tarde
no jardim
é outra
a dor que dói
 
O título do poema está relacionado ao eu-lírico por um conflito de natureza
a) ( ) amorosa.
b) ( ) social.
c) ( ) física.
d) ( ) existencial.
e) ( ) imaginária.
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Brazil, capital Buenos Aires
No dia em que a bossa nova inventou o Brazil
Teve que fazer direito, senhores pares,
Porque a nossa capital era Buenos Aires,
A nossa capital era Buenos Aires.
E na cultura-Hollywood o cinema dizia
Que em Buenos Aires havia uma praia
Chamada Rio de Janeiro
Que como era gelada só podia ter
Carnaval no mês de fevereiro.
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu
E Mangueira o imortalizou na avenida
Originária das tangas
Com que as índias fingiam
Cobrir a graça sagrada da vida.
Tom Zé. Disponível em http://letras.terra.com.br. Acesso em: abr. 2010.
 
O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto histórico e cultural que,
dentro da cultura literária brasileira, define-se como
a) contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado.
b) sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas.
c) expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas vanguardas europeias.
d) representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo.
e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo.
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980) 
981) 
Açúcar
 
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
 
GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento).
 
A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdade sociais. No
fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico 
a) descreve as propriedades do açúcar.
b) se revela mero consumidor de açúcar.
c) destaca o modo de produção do açúcar.
d) exalta o trabalho dos cortadores de cana.
e) explicita a exploração dos trabalhadores.
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Reclame
 
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
 
ótica olho vivo
agradece a preferência
 
CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.
 
Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração,
considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza
a) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.
b) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária.
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982) 
c) a construção do poema, em detrimento do conteúdo.
d) a experimentação formal dos neossimbolistas.
e) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.
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Textos para a questão.
 
Texto I
 
[...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente,
o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem
ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de
imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado
o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são
outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio
— definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você
que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o
mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não
mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me
apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o
exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].
 
NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
 
Texto II
 
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto
verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal
ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura
militar.
 
COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:
http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.
 
Considerando-se os textos apresentados e o contexto político e social no qual foi produzida a obra Um
Copo de Cólera, verifica-se que o narrador, ao dirigir-se à sua parceira, nessa novela, tece um discurso
a) conformista, que procura defender as instituições nas quais repousava a autoridade do regime
militar no Brasil, a saber: a Igreja, a família e o Estado.
b) pacifista, que procura defender os ideais libertários representativos da intelectualidade brasileira
opositora à ditadura militar na década de 70 do século passado.
c) desmistificador, escrito em um discurso ágil e contundente, que critica os grandes princípios
humanitários supostamente defendidos por sua interlocutora.
d) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos
humanos como uma única forma de salvamento para a humanidade.
e) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura
militar, por meio da defesa de instituições como a família e a Igreja.
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983) 
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Textos para a questão.
 
Texto I
 
[...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente,
o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem
ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de
imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado
o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são
outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio
— definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você
que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o
mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não
mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me
apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o
exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].
 
NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
 
Texto II
 
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto
verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal
ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura
militar.
 
COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:
http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.
 
Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da
literatura produzida na década de 70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio
Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com relação à temática abordada e à
concepção narrativa da novela, o texto I
a) é escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e
uma mulher em linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do período
da ditadura militar.
b) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de
linguagem simples e objetiva, que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador.
c) representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva
e de ponto de vista distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras.
d) evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal
contínuo de tom agressivo.
e) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas
psicológicos da mulher moderna, às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento
da vida familiar e amorosa.
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984) 
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CRS (PM MG) - Of (PM MG)/PM MG/Cadete/2007
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Dura lex, sed lex
Circula na internet uma lista de leis ridículas aqui e nos Estados Unidos, recolhença atribuída ao ilustre
desembargador Antônio Pessoa Cardoso, do TJ-BA. Constatei no Google que o magistrado ingressou
naquele Tribunal em 4/7/06, promovido por merecimento. Nada mais justo.
Das leis recolhidas pelo meritíssimo, algumas são realmente hilariantes, como aquele decreto do prefeito
Élcio Berti, de Bocaiúva do Sul (PR), proibindo a venda de camisinhas e anticoncepcionais, sob o
argumento de que seu município estava perdendo receita do governo federal com a diminuição da
população. A lei foi revogada no dia seguinte.
Se o meritíssimo desembargador baiano vê a lei pela óptica do magistrado, vejo-a pela óptica de ex-
advogado do Sindicato dos Padeiros.
Divirjo de S. Exa. quando critica o projeto de lei apresentado pelo vereador José Filho, de Quixeramobim
(CE.), obrigando que “todos os rabos de bovinos, ovinos e caprinos do município” fossempintados de
amarelo fosforescente, para evitar que os motoristas, à noite, atropelassem os animais.
Nos debates, surgiu emenda do vereador Rocélio Fernandes, propondo a pintura de todos os cascos e
chifres dos animais citados acima, e as orelhas dos animais mochos. Os valorosos edis não conseguiram
transformar seu projeto em lei. Foi pena. Certa vez, em noite de neblina, a vaca de um amigo meu, que
tinha fazenda à beira do asfalto, destruiu um ônibus interestadual, provocando ferimentos em diversos
passageiros.
Antes que as autoridades descobrissem a marca do meu amigo no couro da vaca, ele correu ao local do
acidente, amarrou a corrente do trator nos chifres da vaca e saiu arrastando a defunta pelo asfalto até
que o atrito lixasse o couro marcado pelo ferro em brasa. Sem marca, a vaca passou à condição de
animal sem dono, ou detentor, que pagasse os prejuízos por ela causados.
Projeto do deputado Hélio Braun estabelecia em seu artigo primeiro: “Denomina-se presunto
exclusivamente o produto obtido com o pernil do suíno ou com a sobrecoxa do peru”. O parágrafo único
dizia que “o produto obtido com a matéria-prima do peru terá o nome de presunto de peru.”
Justíssimo projeto. Se aprovado, pouparia o brasileiro de continuar comendo gato por lebre. Algo
parecido deve ser feito no capítulo de vinhos, para separá-los dos fermentados de uva engarrafados e
vendidos como vinhos, não somente no Brasil, como também no resto do mundo.
Cavalheiro influenciável pra dedéu, dia desses comprei um rosé animado pelo que lia nos jornais. Passei
mal durante quatro dias, não tanto pela bebida, que provei e joguei fora, mas pela burrice de emprenhar
o ouvido. Para compensar a besteira, comprei um Codorníu rosé brut, espumante da melhor
supimpitude. E bota supimpitude nisso.
Nas legislações estaduais norte-americanas, o meritíssimo critica a lei que proíbe amarrar jacaré em
hidrante. Desconcordo com Sua Excelência. Incêndios não têm hora para começar. Já pensaram na
situação dos bombeiros encontrando um caimão amarrado no hidrante? Na Flórida, os loteamentos de
luxo estão invadindo os pântanos em que abundam aligátores. O que tem de aligátor aparecendo nas
piscinas e nas churrasqueiras não está no gibi. Como é proibido matar os reptis crocodilianos
aligatorídeos, cujo focinho é mais curto e mais largo que o dos crocodilos e dos jacarés, o jeito é amarrá-
los nos hidrantes até que o pessoal da repartição competente apareça para levá-los. (...)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/490087
985) 
Em Nova York, outra lei justíssima: pena de morte para quem pular de um edifício. Claro, claríssimo: é
preciso pensar no risco para quem passa pela calçada.
Em São Francisco, na Califórnia, pessoas feias são proibidas de passear pelas ruas. Sugiro que a lei
sapientíssima seja adaptada para a televisão brasileira. Televisão tem compromisso com a estética e as
imagens são exibidas para pessoas inocentes, dentro dos nossos lares.
Em Utah, é proibido manter relações sexuais na parte de trás de uma ambulância, quando o veículo
estiver prestando serviço de emergência. Cabe a pergunta: como pode um desembargador ilustre criticar
essa lei? Já pensaram no susto do moribundo, ao encontrar seu médico transando na ambulância? Sou
amigo de diversos médicos: nenhum deles é homem de mandar para o bispo. Felizmente, acho que
todos já passaram da fase de trabalhar nas ambulâncias, veículos que se tornaram privativos de muitos
deputados e senadores, neste país grande e bobo.
Em Vermont, no extremo norte dos EUA, fronteira com o Canadá, as mulheres devem ter autorização
escrita dos maridos para usar dentaduras postiças. Presumo que seja por causa da dentadura, à noite,
no copo da mesinha de cabeceira. Ainda aí, dou carradas de razão aos legisladores de Vermont. Afinal,
depois de passar quatro dias advogando para o Sindicato dos Padeiros do RJ, o cavalheiro assimila o
espírito dos grandes jurisconsultos, capazes de condenar Fernando Paulo Nagle Gabeira, modelo 2007, e
absolver o pessoal das ambulâncias, se animados pela promessa de muitas fatias de presunto legítimo,
para acompanhar o já citado Codorníu rosé brut.
REIS, Eduardo Almeida. Dura lex, sed lex. Estado de Minas, Belo Horizonte, 22/07/2007. Caderno Gerais, p. 30.
 
Entre os acontecimentos finais do livro “O Encontro Marcado”, de Fernando Sabino, assinale a opção
CORRETA:
a) Todos os amigos foram ao encontro marcado por eles.
b) Eduardo pediu demissão da repartição e tornou-se compadre de Misael.
c) Eduardo teve um filho com Antonieta.
d) Eugênio tornou-se cafetão.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2004
Literatura Brasileira e Estrangeira - Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros
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O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa
“epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.
 
 
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem
incorporados no poema “Epithalamium - II”,
a) adquirem novo potencial de significação.
b) eliminam a subjetividade do poema.
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c) opõem-se ao tema principal do poema.
d) invertem seu sentido original.
e) tornam-se confusos e equivocados.
Gabarito
801) E 802) C 803) C 804) B 805) D 806) C 807) B
808) E 809) D 810) D 811) C 812) E 813) A 814) D
815) C 816) A 817) A 818) A 819) A 820) E 821) A
822) E 823) A 824) B 825) E 826) D 827) C 828) D
829) C 830) A 831) B 832) E 833) C 834) Errado 835) Errado
836) Errado 837) A 838) C 839) Certo 840) D 841) A 842) E
843) C 844) C 845) D 846) B 847) C 848) C 849) A
850) Certo 851) C 852) Errado 853) E 854) A 855) Certo 856) C
857) B 858) Certo 859) Errado 860) B 861) C 862) D 863) A
864) E 865) Certo 866) Errado 867) B 868) D 869) C 870) A
871) C 872) E 873) A 874) E 875) D 876) D 877) D
878) C 879) A 880) Errado 881) E 882) D 883) A 884) E
885) C 886) B 887) D 888) E 889) C 890) D 891) A
892) Certo 893) B 894) A 895) E 896) C 897) E 898) D
899) A 900) B 901) C 902) C 903) C 904) A 905) E
906) B 907) A 908) D 909) A 910) D 911) C 912) A
913) C 914) E 915) C 916) C 917) A 918) D 919) C
920) E 921) A 922) D 923) E 924) C 925) B 926) E
927) C 928) Errado 929) Errado 930) Certo 931) Errado 932) B 933) Certo
934) Errado 935) C 936) D 937) Certo 938) C 939) D 940) Errado
941) C 942) B 943) Errado 944) B 945) D 946) E 947) Certo
948) Errado 949) Certo 950) Certo 951) A 952) A 953) C 954) E
955) Certo 956) A 957) E 958) Errado 959) C 960) D 961) A
962) Certo 963) C 964) D 965) D 966) C 967) D 968) C
969) A 970) E 971) B 972) D 973) A 974) E 975) E
976) B 977) D 978) D 979) E 980) E 981) A 982) C
983) D 984) B 985) A

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