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401) 402) Literatura para Oficial (PMMA/CBMMA) 2023 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY Ordenação: Por Matéria e Assunto (data) www.tecconcursos.com.br/questoes/2155961 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2017 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Em relação aos estilos de época, seus contextos sociais e características, assinale a alternativa INCORRETA. a) Apesar de cativar bom número de poetas, por sua rica musicalidade e imagens inovadoras, o Simbolismo não conseguiu rivalizar com o Parnasianismo em termos de popularidade. b) Ao tomar textos científicos como referência para a construção de sua literatura e ao dar tratamento sensual aos textos de temática amorosa, o Romantismo renega aspectos do Naturalismo. c) O Parnasianismo é uma tendência exclusivamente poética situada na segunda metade do séc. XIX e divide espaço tanto com o Naturalismo quanto com o Realismo. d) A segunda fase do Modernismo brasileiro dialoga com estéticas do final do séc. XIX: o romance regionalista de 1930 tem raízes em textos do Romantismo e há ecos do Simbolismo na corrente espiritualista. www.tecconcursos.com.br/questoes/2065935 Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2017 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma coisa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros,(...) E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general,uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo, o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que ... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. O trecho acima integra o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Considerando o trecho e o romance como um todo, o pensamento suspenso no final do parágrafo, indicia ações futuras da personagem em pauta. Indique a alternativa errada com relação ao que de fato ocorreu com Quincas Borba. a) reaparece na história, já adulto, como um maltrapilho mendigo, no passeio público e, sorrateiramente, surrupia um relógio de Brás Cubas. b) vai para Minas, recebe uma herança de um tio, em Barbacena, escreve uma carta a Brás Cubas, desculpando-se do roubo do relógio e envia-lhe um outro como substituição. c) cria o sistema filosófico chamado Humanitismo, teoria que, segundo ele, suprime a dor, assegura a felicidade e enche de imensa glória o país, e, com isso, ganha notoriedade e fama. d) enlouquece, volta para o Rio e morre, na casa de Brás Cubas, acometido da demência que o perseguia desde a invenção do Humanitismo, jurando que a dor era uma ilusão. https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzY https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2155961 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2065935 403) 404) www.tecconcursos.com.br/questoes/1873391 STRIX - Vest (EBMSP)/EBMSP/Medicina/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Mas, como digo, a mais engenhosa de todas as nossas experiências, foi a de Diogo Meireles. Lavrava então na cidade uma singular doença, que consistia em fazer inchar os narizes, tanto e tanto, que tomavam metade e mais da cara do paciente, e não só a punham horrenda, senão que era molesto carregar tamanho peso. Conquanto os físicos da terra propusessem extrair os narizes inchados, para alívio e melhoria dos enfermos, nenhum destes consentia em prestar-se ao curativo, preferindo o excesso à lacuna, e tendo por mais aborrecível que nenhuma outra coisa a ausência daquele órgão. Diogo Meireles, que desde algum tempo praticava a medicina, segundo ficou dito atrás, estudou a moléstia e reconheceu que não havia perigo em desnarigar os doentes, antes era vantajoso por lhes levar o mal, sem trazer fealdade, pois tanto valia um nariz disforme e pesado como nenhum; não alcançou, todavia, persuadir os infelizes ao sacrifício. Então, ocorreu-lhe uma graciosa invenção. Assim foi que, reunindo muitos físicos, filósofos, bonzos, autoridades e povo, comunicou-lhes que tinha um segredo para eliminar o órgão; e esse segredo era nada menos que substituir o nariz achacado por um nariz são, mas de pura natureza metafísica, isto é, inacessível aos sentidos humanos, e contudo tão verdadeiro ou ainda mais do que o cortado; cura esta praticada por ele em várias partes, e muito aceita aos físicos de Malabar. O assombro da assembleia foi imenso, e não menor a incredulidade de alguns, não digo de todos, sendo que a maioria não sabia em que acreditar, pois se lhe repugnava a metafísica do nariz, cedia, entretanto, à energia das palavras de Diogo Meireles, ao tom alto e convencido com que ele expôs e definiu o seu remédio. ASSIS, Machado de. O Segredo do Bonzo. Papéis Avulsos. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000236.pdf>. Acesso em: 14 set. 2016. Adaptado. O fragmento do conto “O Segredo do Bonzo”, de Machado de Assis, revela a) uma censura aos médicos que, por não conhecerem o verdadeiro diagnóstico de uma patologia, inventam soluções terapêuticas absurdas e arriscadas. b) a vaidade humana diante da possibilidade, ainda que abstrata, de receber um nariz mais bonito do que o congênito, ora disforme pela enfermidade. c) a ausência de posicionamento crítico do povo e também de autoridades sociais diante de discursos envolventes, mas sem qualquer comprovação científica. d) os interesses escusos de alguns profissionais da saúde que, mesmo sabendo que não há necessidade de intervenção cirúrgica, põem seus pacientes em risco. e) o desdém manifesto por uma sociedade que está mais preocupada com a aparência do que com a essência a ponto de se convencer da eficácia do remédio proposto por Diogo Meireles. www.tecconcursos.com.br/questoes/2099043 Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Trecho A Todavia, importa dizer que este livro é escrito com pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado da brevidade do século, obra supinamente filosófica, de uma filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, coisa que não edifica nem destrói, não inflama nem regela, e é todavia mais do que passatempo e menos do que apostolado. Trecho B Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1873391 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2099043 405) 406) Os trechos acima, do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, apresentam, ambos, dominantemente linguagem de idêntica função, ou seja, a) Metalinguística, por explicitar os conteúdos do livro e explicar a forma de produção de seu estilo. b) Conativa, por incidir persuasivamente sobre o leitor e convencê-lo da verdade da obra. c) Poética, por usar significativo processo de seleção e de combinação das palavras, caracterizando a montagem estética do texto. d) Referencial, por informar dominantemente sobre a filosofia do livro e os movimentos pachorrentos do autor. www.tecconcursos.com.br/questoes/990721 FACET - Prof (Pref Sta Rita)/Pref Sta Rita (PB)/Língua Portuguesa/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Aponte a obra literária que NÃO é da autoriade Machado de Assis: a) Angústia b) Esaú e Jacó c) Helena d) Dom Casmurro e) Memórias póstumas de Brás Cubas www.tecconcursos.com.br/questoes/994772 FACET - Prof (Pref Sobrado)/Pref Sobrado/Português/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) “No plano da invenção ficcional e poética, o primeiro reflexo sensível é a descida de tom no modo de o escritor relacionar-se com a matéria de sua obra. O liame que se estabelecia entre o autor romântico e o mundo estava afetado por uma série de mitos idealizantes: a natureza-mãe, a natureza refúgio, o amor-fatalidade, a mulher-diva, o herói-prometeu, sem falar na aura que cingia alguns ídolos como a “Nação”, a “Pátria”, a “Tradição”, etc. O romântico não teme as desmasias do sentimento nem os riscos da ênfase patriótica; nem falseia de propósito a realidade, como anacronicamente se poderia hoje inferir: é a sua forma mental que está saturada de projeções e identificações violentas, resultando-lhe natural a mitização dos temas que escolhe. Ora, é esse complexo ideo-afetivo que vai cedendo a um processo de crítica na literatura dita “realista”. Há um esforço, por parte do escritor antirromântico, de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas. E uma sede de objetividade que responda aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas do século.” Podemos considerar, de forma generalizada, que o texto evidencia uma ambivalência composta por duas escolas literárias de nossa literatura. Marque a opção que dispõe as duas escolas que compõem essa ambivalência, observando o plano de precedência cronológica: a) Barroco / Parnasianismo b) Realismo / Modernismo c) Realismo / Romantismo d) Romantismo / Simbolismo e) Romantismo / Realismo https://www.tecconcursos.com.br/questoes/990721 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/994772 407) 408) www.tecconcursos.com.br/questoes/1230064 FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) INSTRUÇÃO: A questão refere-se a noções de Teoria da Literatura: Gêneros Literários; Estilos de Época (do Barroco ao Modernismo - Brasil): Contexto Histórico, características e principais autores. Gênero literário é a categoria à qual pertence uma obra com base em suas características predominantes, que possibilitam o agrupamento por semelhanças. A literatura brasileira apresenta dois grandes períodos, o colonial e o nacional, divididos pela Proclamação da Independência do Brasil em 1822. Assinale a alternativa em que se apresenta o autor de destaque do movimento literário identificado entre parênteses. a) Cláudio Manuel da Costa (Romantismo – período nacional). b) Euclides da Cunha (Simbolismo – período nacional). c) Machado de Assis (Realismo – período nacional). d) Pero Vaz de Caminha (Barroco – período colonial). www.tecconcursos.com.br/questoes/583039 COSEAC UFF - Prof (FME Niterói)/Pref Niterói/II/Língua Portuguesa/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto 1 Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: – “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado”. (ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1971, volume I, p. 513-514.) Texto 2 Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos – e, antes de começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas, e assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças, esperei que outros mais https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1230064 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/583039 409) 410) aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas? (...) Certos escritores se desculpam de não haverem forjado coisas excelentes por falta de liberdade − talvez ingênuo recurso de justificar inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer. (RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. São Paulo: Record, 1996, volume I, p. 33-34.) Estão presentes no texto de Machado de Assis os seguintes aspectos: a) idealização amorosa e bucolismo. b) obsessão pela morte e sentimentalismo. c) religiosidade e concepção materialista dos fatos. d) egocentrismo e ruptura com a tradição clássica. e) utilização da ironia e crítica social. www.tecconcursos.com.br/questoes/2075594 Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Uma Reflexão imoral Ocorre-me uma reflexão imoral, que é ao mesmo tempo uma correção de estilo. Cuido haver dito, no capítulo 14, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. Esta é a reflexão imoral que eu pretendia fazer, a qual é ainda mais obscura do que imoral, porque não se entende bem o que eu quero dizer. O que eu quero dizer é que a mais bela testa do mundo não fica menos bela, se a cingir um diadema de pedras finas; nem menos bela, nem menos amada. Marcela, por exemplo, que era bem bonita, Marcela amou-me... (...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Do texto em pauta, integrante do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, É ERRADO entender que a) há nele um segundo sentido em relação ao que parece ser que se esconde atrás da linguagem e das atitudes. b) há uma ironia que perpassa o texto, e que faz dos joalheiros os garantidores do universal comércio dos corações.c) exemplifica, no amor de Marcela pelo narrador, a veracidade da reflexão imoral apresentada. d) chama de reflexão imoral e obscura porque não se faz entender nem no âmbito da linguagem nem no da interpretação dos sentimentos de Marcela. www.tecconcursos.com.br/questoes/605932 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Considere o parágrafo abaixo, extraído do conto “D. Paula”, que integra a coletânea Várias Histórias, de Machado de Assis: Já se entende que o outro Vasco, o antigo, também foi moço e amou. Amaram-se, fartaram-se um do https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2075594 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/605932 411) outro, à sombra do casamento, durante alguns anos, e, como o vento que passa não guarda a palestra dos homens, não há meio de escrever aqui o que então se disse da aventura. A aventura acabou; foi uma sucessão de horas doces e amargas, de delícias, de lágrimas, de cóleras, de arroubos, drogas várias com que encheram a esta senhora a taça das paixões. D. Paula esgotou-a inteira e emborcou-a depois para não mais beber. A saciedade trouxe-lhe a abstinência, e com o tempo foi esta última fase que fez a opinião. Morreu-lhe o marido e foram vindo os anos. D. Paula era agora uma pessoa austera e pia, cheia de prestígio e consideração. Sobre Várias Histórias, assinale a alternativa correta. a) “D. Paula” e “Entre santos” distinguem-se tematicamente dos demais contos da coletânea por tratarem do adultério feminino, antecipando assim o tema do ciúme de maridos enganados, que apareceria no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. b) O encantamento de um adolescente por D. Severina (no conto “Uns braços”) e a história revelada pela sobrinha à tia (em “D. Paula”) perturbam essas mulheres, por acenderem nelas, respectivamente, o desejo e a lembrança de sua realização. c) Nos contos “A Cartomante” e “D. Paula”, o narrador onisciente apresenta em detalhes os acontecimentos passados, dando a conhecer os fatos e o julgamento social sobre eles, permitindo que o leitor antecipe os desdobramentos da trama. d) Os personagens Evaristo (do conto “Mariana”) e D. Paula (do conto homônimo) lembram-se de episódios antigos de suas vidas afetivas. Referindo-se a esses episódios, os contos trazem digressões moralizantes a respeito das virtudes do casamento no século XIX. e) Nos contos desse livro, a moral cristã do século XIX impele as mulheres a viverem “à sombra do casamento”, isto é, distantes de aventuras extraconjugais, satisfeitas com a vida de prestígio e consideração que o matrimônio lhes assegura. www.tecconcursos.com.br/questoes/368768 IDECAN - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2016 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia os textos I e II para responder à questão. Texto I Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Disponível em: ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Martin Claret, 1999. p. 17.) Texto II https://www.tecconcursos.com.br/questoes/368768 412) 413) (Disponível em: http://quadroquadro.blog.br/wpcontent/uploads/2012/10/ast_14.jpeg.) “Machado de Assis, autor do texto II, produziu sua obra literária no século _____________ seguindo as tendências artísticas e estéticas do _________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior. a) XIX / Realismo b) XVIII / Realismo c) XIX / Naturalismo d) XVIII / Naturalismo www.tecconcursos.com.br/questoes/768444 ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Acerca das personagens femininas de O cortiço, de Aluísio Azevedo, podemos dizer que a) Rita Baiana seduz Jerônimo somente para vingar-se de Firmo, seu amante. b) Pombinha, aos domingos, escreve as cartas ditadas pelos moradores do cortiço. c) Estela não ama Miranda, mas é fiel a ele, ainda que por mera conveniência. d) Bertoleza dedica, até o final do romance, um amor platônico a João Romão. e) Leónie, que não mora no cortiço, se sustenta sozinha, trabalhando como lojista. www.tecconcursos.com.br/questoes/768442 ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Sobre Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é INCORRETO afirmar que o protagonista a) destaca, no período de sua adolescência, a paixão por Marcela. b) se mostra melancólico no negativo balanço final de suas lembranças. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/768444 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/768442 414) 415) c) relata com franqueza e sem autocomplacência as experiências que viveu. d) narra o envolvimento adúltero que teve com Virgília, esposa de Lobo Neves. e) confessa que a passagem mais triste de sua vida foi a morte precoce de Eulália. www.tecconcursos.com.br/questoes/1941287 Com. Org. (IFSP) - PEBTT (IFSP)/IF SP/Letras/Português e Espanhol/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Podendo acontecer que algum dos meus leitores tenha pulado o capítulo anterior, observo que é preciso lê-lo para entender o que eu disse comigo, logo depois que D. Plácida saiu da sala. O que eu disse foi isto: – Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando à missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram- se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: “Aqui estou. Para que me chamastes?” E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: “Chamamos- te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”. ASSIS, Machado de. “Comigo”. In: Memórias Póstumas de Brás Cubas. Cotia: Ateliê Editorial, 2008. No excerto, estão presentes algumas das principais características machadianas, a saber: a) intimismo, digressão e regionalismo. b) pessimismo, diálogo com o leitor e ironia. c) diálogo com o leitor, determinismo e ironia. d) digressão, análise psicológica e regionalismo. e) análise da realidade brasileira, religiosidade e regionalismo. www.tecconcursos.com.br/questoes/2059720 Nucvest PUC SP - Vest (FICSAE)/FICSAE/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Um dos capítulos do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, denomina-se O Humanitismo. Partilha da grande sátira que constitui a obra e se torna um “nonsense” das memórias nela apresentadas. – Assim, a respeito do Humanitismo, de acordo com o romance, é INCORRETO afirmar que a) é uma teoria que, criada por Brás Cubas e difundida por Quincas Borba, apoia-se no princípio de humanitas que, segundo seu autor,rege as condicionantes da vida e da morte, não obstante revigorar o sintoma da hipocondria e exaltar a existência da dor. b) é uma teoria, espécie de mescla bufa de pensamentos filosóficos que vão da tradição grega até o século XIX, utilizada por Machado de Assis para fazer caricatura do Positivismo e do Evolucionismo, teorias científicas e filosóficas em voga na época. c) é uma doutrina de valorização da vida, defendida por um mendigo que acaba seus dias em plena loucura, caracterizando, essa situação, forte ironia como marca estruturante desta obra machadiana. d) é uma teoria que convém a Brás Cubas para justificar a vacuidade de sua existência e dar a ele uma ilusão da descoberta de um sentido para sua vida e pela qual ele acaba se orientando. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1941287 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2059720 416) 417) www.tecconcursos.com.br/questoes/760071 NC UFPR (FUNPAR) - Cad (PM PR)/PM PR/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Considere as seguintes afirmativas feitas em relação a alguns contos do livro Várias Histórias, de Machado de Assis: 1. O conto “Um homem célebre” assinala que nem a arte, nem o artista conseguem ficar alheios aos interesses mercadológicos e às motivações mais torpes da política. 2. “A Causa Secreta” apresenta uma relação peculiar entre dois homens e uma mulher, na qual a efetivação da relação adúltera entre dois amantes alegra um marido masoquista. 3. O “Conto de escola” indica que, mesmo no ambiente corretivo e punitivo de uma escola severa, é possível aprender valores morais deturpados e nocivos. 4. O conto “D. Paula” é narrado a partir de uma perspectiva feminina, e nele a mulher pode escolher o seu destino, mesmo que a ordem patriarcal estabelecida a impeça. 5. O conto “O Cônego ou a metafísica do estilo” apresenta várias teorias sobre a natureza do estilo; entre elas, uma segundo a qual as palavras possuem sexo e residem em áreas diferentes do cérebro. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 4 e 5 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. www.tecconcursos.com.br/questoes/1174234 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Machado de Assis (1839-1908) escreveu ao longo da sua vida nove romances. Obras que se caracterizam pelo aprofundamento psicológico dos personagens, por retratar os costumes das elites brasileiras e, principalmente, por se valer da ironia enquanto forma. Dentre os títulos abaixo, quais foram escritos pelo escritor carioca? a) O Ateneu, Quincas Borba e Memorial de Ayres. b) Iracema, O Guarani e Quincas Borba. c) Ressurreição, Helena e Memorial de Ayres. d) Helena, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Inocência. e) Esaú e Jacó, Iaiá Garcia e O Ateneu. www.tecconcursos.com.br/questoes/1402909 FUVEST - Vest (USP)/USP/2014 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/760071 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1174234 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1402909 418) 419) Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) TEXTO PARA A QUESTÃO Capítulo CVII Bilhete "Não houve nada, mas ele suspeita alguma cousa; está muito sério e não fala; agora saiu. Sorriu uma vez somente, para Nhonhô, depois de o fitar muito tempo, carrancudo. Não me tratou mal nem bem. Não sei o que vai acontecer; Deus queira que isto passe. Muita cautela, por ora, muita cautela." Capítulo CVIII Que se não entende Eis aí o drama, eis aí a ponta da orelha trágica de Shakespeare. Esse retalhinho de papel, garatujado em partes, machucado das mãos, era um documento de análise, que eu não farei neste capítulo, nem na autro, nem talvez em todo o resto do livro. Poderia eu tirar ao leitor o gosto de notar por si mesmo a frieza, a perspicácia e a ânimo dessas poucas linhas traçadas à pressa; e por trás delas a tempestade de outro cérebro, a raiva dissimulada, a desespero que se constrange e medita, porque tem de resolver-se na lama, ou no sangue, ou nas lágrimas? Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. Atente para o excerto, considerando-o no contexto da obra a que pertence. Nele, figura, primeiramente, o bilhete enviado a Brás Cubas por Virgília, na ocasião em que se torna patente que o marido da dama suspeita de suas relações adúlteras. Segue-se ao bilhete um comentário do narrador (cap. CVIII). Feito isso, considere a afirmação que segue: No excerto, o narrador frisa aspectos cuja presença se costuma reconhecer no próprio romance machadiano da fase madura, entre eles, I. o realce da argúcia, da capacidade de exame acurado das situações e da firmeza de propósito, ainda quando impliquem malignidade; II. a relevância da observação das relações interpessoais e dos funcionamentos mentais correspondentes; III. a operação consciente dos elementos envolvidos no processo de composição literária: narração, personagens, motivação, trama, intertextualidade, recepção etc. Está correto o que se indica em a) I, somente. b) lI, somente. c) I e lI, somente. d) II e III, somente. e) I,II e III. www.tecconcursos.com.br/questoes/1155474 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O mulato Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1155474 420) perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue. AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento). O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça. b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX. c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres. d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente. e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros. www.tecconcursos.com.br/questoes/255832 CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor Legislativo/Área XX/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Instinto de nacionalidade Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro. As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga, como aquelescontinuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento nacional. Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitas trabalharão para ela até perfazê-la de todo. Sente-se aquele instinto até nas manifestações da opinião, aliás mal formada ainda, restrita em extremo, pouco solícita, e ainda menos apaixonada nestas questões de poesia e literatura. Há nela um instinto que leva a aplaudir principalmente as obras que trazem os toques nacionais. A juventude literária, sobretudo, faz deste ponto uma questão de legítimo amor-próprio. Nem toda ela terá meditado os poemas de Uruguai e Caramuru com aquela atenção que tais obras estão pedindo; mas os nomes de Basílio da Gama e Durão são citados e amados, como precursores da poesia brasileira. A razão é que eles buscaram em roda de si os elementos de uma poesia nova e deram os primeiros https://www.tecconcursos.com.br/questoes/255832 421) traços de nossa fisionomia literária, enquanto que outros, Gonzaga por exemplo, respirando aliás os ares da pátria, não souberam desligar-se das faixas da Arcádia nem dos preceitos do tempo. Admira-se-lhes o talento, mas não se lhes perdoa o cajado e a pastora, e nisto há mais erro que acerto. Dado que as condições deste escrito o permitissem, não tomaria eu sobre mim a defesa do mau gosto dos poetas arcádicos nem o fatal estrago que essa escola produziu nas literaturas portuguesa e brasileira. Não me parece, todavia, justa a censura aos nossos poetas coloniais, iscados daquele mal; nem igualmente justa a de não haverem trabalhado para a independência literária, quando a independência política jazia ainda no ventre do futuro, e mais que tudo à metrópole e à colônia criara a história da homogeneidade das tradições, dos costumes e da educação. As mesmas obras de Basílio da Gama e Durão quiseram antes ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora. Reconhecido o instinto de nacionalidade que se manifesta nas obras destes últimos tempos, conviria examinar se possuímos todas as condições e motivos históricos de uma nacionalidade literária, esta investigação (ponto de divergência entre literatos), além de superior às minhas forças, daria em resultado levar-me longe dos limites deste escrito. Meu principal objeto é atestar o fato atual; ora, o fato é o instinto de que falei, o geral desejo de criar uma literatura mais independente. Machado de Assis. Crítica: notícia da atual literatura brasileira. (1.ª ed., 1873) São Paulo: Agir, 1959, p. 28-34. Considerando as ideias apresentadas nesse fragmento de texto, julgue o item que se segue, relativo à literatura brasileira e à obra de Machado de Assis. A obra ficcional de Machado de Assis confirma os seus pressupostos críticos, sendo dividida comumente em duas fases: a primeira, em que não se configura o instinto de nacionalidade, e a segunda, na qual o instinto de nacionalidade se expressa em uma escrita marcada pelo pitoresco e por figurações do nativismo. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/255833 CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor Legislativo/Área XX/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Instinto de nacionalidade Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro. As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga, como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento nacional. Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitas trabalharão para ela até perfazê-la de todo. Sente-se aquele instinto até nas manifestações da opinião, aliás mal formada ainda, restrita em extremo, pouco solícita, e ainda menos apaixonada nestas questões de poesia e literatura. Há nela um instinto que leva a aplaudir principalmente as obras que trazem os toques nacionais. A juventude literária, sobretudo, faz deste ponto uma questão de legítimo amor-próprio. Nem toda ela terá meditado os poemas de Uruguai e Caramuru com aquela atenção que tais obras estão pedindo; mas os nomes de Basílio da Gama e Durão são citados e amados, como precursores da poesia brasileira. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/255833 422) A razão é que eles buscaram em roda de si os elementos de uma poesia nova e deram os primeiros traços de nossa fisionomia literária, enquanto que outros, Gonzaga por exemplo, respirando aliás os ares da pátria, não souberam desligar-se das faixas da Arcádia nem dos preceitos do tempo. Admira-se-lhes o talento, mas não se lhes perdoa o cajado e a pastora, e nisto há mais erro que acerto. Dado que as condições deste escrito o permitissem, não tomaria eu sobre mim a defesa do mau gosto dos poetas arcádicos nem o fatal estrago que essa escola produziu nas literaturas portuguesa e brasileira. Não me parece, todavia, justa a censura aos nossos poetas coloniais, iscados daquele mal; nem igualmente justa a de não haverem trabalhado para a independência literária, quando a independência política jazia ainda no ventre do futuro, e mais que tudo à metrópole e à colônia criara a história da homogeneidade das tradições, dos costumes e da educação. As mesmas obras de Basílio da Gama e Durão quiseram antes ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora. Reconhecido o instinto de nacionalidade que se manifesta nas obras destes últimos tempos, conviria examinar se possuímos todas as condições e motivos históricos de uma nacionalidade literária, esta investigação (ponto de divergência entre literatos), além de superior às minhas forças, daria em resultado levar-me longe dos limites deste escrito. Meu principal objeto é atestar o fato atual; ora, o fato é o instinto de que falei, o geral desejo de criar uma literatura mais independente. Machado de Assis. Crítica: notícia da atual literatura brasileira. (1.ª ed., 1873) São Paulo: Agir, 1959, p. 28-34. Considerando as ideias apresentadas nesse fragmento de texto, julgue o item que se segue, relativo à literatura brasileira e à obra de Machado de Assis. Da leitura do texto conclui-se que a história da literatura brasileira evidencia a descontinuidade entre as manifestações oitocentistas e setecentistas. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1077631 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-Io de bárbaro. O único fato alegado nesteparticular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiana: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador—personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1077631 423) 424) a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna. b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os escravos. c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara. d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades. e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1155208 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O Jornal do Commércio deu um brado esta semana contra as casas que vendem drogas para curar a gente, acusando-as de as vender para outros fins menos humanos. Citou os envenenamentos que tem havido na cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou bem, que são produzidos por engano das pessoas que manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e não há benefício humano que não custe mais ou menos duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim aos homens; por que não serão alguns destes, vítimas do que há de aproveitar aos contemporâneos e vindouros? Há um argumento que desfaz em parte todos esses ataques às boticas; é que o homem é em si mesmo um laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir que eu manipule e venda duas drogas perigosas? Se elas matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização que entender; se não matarem, nem curarem, é um acidente e um bom acidente, porque a vida fica. ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1967 (fragmento). No gênero crônica, Machado de Assis legou inestimável contribuição para o conhecimento do contexto social de seu tempo e seus hábitos culturais. O fragmento destacado comprova que o escritor avalia o(a) a) manipulação inconsequente dos remédios pela população. b) uso de animais em testes com remédios desconhecidos. c) fato de as drogas manipuladas não terem eficácia garantida. d) hábito coletivo de experimentar drogas com objetivos terapêuticos. e) ausência de normas jurídicas para regulamentar a venda nas boticas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1229851 QUADRIX - Prof (Pref St André)/Pref Santo André/Educação Fundamental II/Língua Portuguesa/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) A respeito da Literatura Brasileira, assinale a alternativa correta. a) Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Euclides da Cunha foram importantes autores do Pré- Modernismo. Os dois primeiros destacaram-se na poesia; o último, na prosa. b) Euclides da Cunha - importante expoente do Modernismo brasileiro - escreveu Grande Sertão: Veredas, romance que descreve a Guerra de Canudos. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1155208 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1229851 425) 426) c) Guimarães Rosa e Graciliano Ramos traçam um painel da literatura do Rio Grande do Sul e denunciam as mazelas sociais daquela região. d) Machado de Assis, representante do Realismo brasileiro, apresenta a conversa com o leitor e o jogo entre essência e aparência como características de seu estilo de narrar. e) O Naturalismo brasileiro tem Manuel Antônio de Almeida e Clarice Lispector como autores mais destacados. www.tecconcursos.com.br/questoes/766958 ITA - Vest (ITA)/ITA/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Em Dom Casmurro, de Machado de Assis, Bentinho toma alguns episódios como evidências da traição de Capitu, dentre os quais NÃO consta a) a impressionante semelhança entre Ezequiel, tanto criança como adulto, e Escobar. b) o encontro dele com Escobar na porta de sua casa, quando retorna mais cedo do teatro. c) o fato de Dona Glória, a mãe dele, começar a mostrar-se fria com a nora e com o neto. d) a emoção de Capitu no velório de Escobar, quando ela tenta em vão disfarçar o choro. e) a cena em que ele a vê escrevendo uma carta a Escobar, mas ela diz que está fazendo contas. www.tecconcursos.com.br/questoes/255836 CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor Legislativo/Área XX/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Instinto de nacionalidade Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro. As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga, como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento nacional. Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitas trabalharão para ela até perfazê-la de todo. Sente-se aquele instinto até nas manifestações da opinião, aliás mal formada ainda, restrita em extremo, pouco solícita, e ainda menos apaixonada nestas questões de poesia e literatura. Há nela um instinto que leva a aplaudir principalmente as obras que trazem os toques nacionais. A juventude literária, sobretudo, faz deste ponto uma questão de legítimo amor-próprio. Nem toda ela terá meditado os poemas de Uruguai e Caramuru com aquela atenção que tais obras estão pedindo; mas os nomes de Basílio da Gama e Durão são citados e amados, como precursores da poesia brasileira. A razão é que eles buscaram em roda de si os elementos de uma poesia nova e deram os primeiros traços de nossa fisionomia literária, enquanto que outros, Gonzaga por exemplo, respirando aliás os ares da pátria, não souberam desligar-se das faixas da Arcádia nem dos preceitos do tempo. Admira-se-lhes o talento, mas não se lhes perdoa o cajado e a pastora, e nisto há mais erro que acerto. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/766958 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/255836 427) 428) Dado que as condições deste escrito o permitissem, não tomaria eu sobre mim a defesa do mau gosto dospoetas arcádicos nem o fatal estrago que essa escola produziu nas literaturas portuguesa e brasileira. Não me parece, todavia, justa a censura aos nossos poetas coloniais, iscados daquele mal; nem igualmente justa a de não haverem trabalhado para a independência literária, quando a independência política jazia ainda no ventre do futuro, e mais que tudo à metrópole e à colônia criara a história da homogeneidade das tradições, dos costumes e da educação. As mesmas obras de Basílio da Gama e Durão quiseram antes ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora. Reconhecido o instinto de nacionalidade que se manifesta nas obras destes últimos tempos, conviria examinar se possuímos todas as condições e motivos históricos de uma nacionalidade literária, esta investigação (ponto de divergência entre literatos), além de superior às minhas forças, daria em resultado levar-me longe dos limites deste escrito. Meu principal objeto é atestar o fato atual; ora, o fato é o instinto de que falei, o geral desejo de criar uma literatura mais independente. Machado de Assis. Crítica: notícia da atual literatura brasileira. (1.ª ed., 1873) São Paulo: Agir, 1959, p. 28-34. A respeito da obra de Machado de Assis, julgue o item abaixo. As narrativas naturalistas da França oitocentista são os principais modelos ficcionais de que se vale Machado de Assis para construir um de seus mais célebres romances, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1584437 DECEx - CFGS (ESA)/ESA/Geral/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Marque a alternativa que apresenta informação correta sobre autor e obra representativos da literatura brasileira a) Aluísio de Azevedo escreveu “O Cortiço”, obra em que fica evidente a zoomorfização das personagens. b) Machado de Assis escreveu “Dom Casmurro”, romance idealista sobre a experiência do amor inacessível. c) Raul Pompéia escreveu “Lira dos Vinte Anos”, e é um representante do mal-do-século no Romantismo. d) Gregório de Matos escreveu peças teatrais populares e de conteúdo religioso para catequizar os indígenas. e) Olavo Bilac escreveu “Navio Negreiro” e “Vozes da África”, poemas com evidentes intenções abolicionistas. www.tecconcursos.com.br/questoes/2184130 COMVEST UNICAMP - Vest (UNICAMP)/UNICAMP/Vestibular Unicamp (VU)/2014 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia o seguinte excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1584437 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2184130 429) 430) Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.) Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado “o homem é uma errata pensante” significa a) a realização da contabilidade dos erros acumulados na vida porque, em última instância, não há “edição definitiva”. b) a tomada de consciência do caráter provisório da existência humana, levando à celebração de cada instante vivido. c) a tomada de consciência do caráter provisório da existência humana e a percepção de que esta é passível de correção. d) a ausência de sentido em “cada estação da vida”, já que a morte espera o homem em sua “edição definitiva”. www.tecconcursos.com.br/questoes/537129 Com. Exam. (MPE MS) - PJ (MPE MS)/MPE MS/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Observe o texto a seguir, nomeando a forma de descrição que encerra: “Imaginem um homem de trinta e oito a quarenta anos, alto, magro e pálido. As roupas, salvo o feitio, pareciam ter escapado ao cativeiro de Babilônia; o chapéu era o contemporâneo do de Gessler. Imaginem agora uma sobrecasaca, mais larga do que pediam as carnes, - ou, literalmente, os ossos da pessoa; a cor preta ia cedendo o passo a um amarelo sem brilho; o pelo desaparecia aos poucos; dos oito primitivos botões restavam três. As calças, de brim pardo, tinham duas fortes joelheiras, enquanto as bainhas eram roídas pelo tacão de um botim sem misericórdia nem graxa. Ao pescoço flutuavam as pintas de uma gravata de duas cores, ambas desmaiadas, apertando um colarinho de oito dias. Creio que trazia também colete, um colete de seda escura roto a espaços, e desabotoado”. (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas) Trata-se de descrição: a) Realista. b) De Tipo. c) Modernista. d) Romântica. e) De Ambiente. www.tecconcursos.com.br/questoes/1947851 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Razão contra Sandice Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair, clamando, e com melhor jus, as palavras de Tartufo: — La maison est à moi, c’est à vous d’en sortir. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/537129 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1947851 431) Mas é sestro antigo da Sandice criar amor às casas alheias, de modo que, apenas senhora de uma, dificilmente lha farão despejar. É sestro; não se tira daí; há muito que lhe calejou a vergonha. Agora, se advertirmos no imenso número de casas que ocupa, umas de vez, outras durante as suas estações calmosas, concluiremos que esta amável peregrina é o terror dos proprietários. No nosso caso, houve quase um distúrbio à porta do meu cérebro, porque a adventícia não queria entregar a casa, e a dona não cedia da intenção de tomar o que era seu. Afinal, já a Sandice se contentava com um cantinho no sótão. — Não, senhora, replicou a Razão, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto. — Está bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou na pista de um mistério... — Que mistério? — De dois, emendou a Sandice: o da vida e o da morte; peço-lhe só uns dez minutos. A Razão pôs-se a rir. — Hás de ser sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa. E, dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se 31 depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando... Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê, 2001, p.84-5. Tendo como base o texto acima, de Machado de Assis, e as questões por ele suscitadas, julgue o item. A citação do personagem Tartufo, sem tradução, soava natural na cultura brasileira, ao longo do século XIX e na Primeira República, visto que a França era o modelo a ser seguido, como se verifica, por exemplo, no governo Rodrigues Alves, quando se realizou a modernização urbanística do Rio de Janeiro, claramente inspirada em Paris. Certo Errado www.tecconcursos.com.br/questoes/1550029 CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC CE)/SEDUC CE/Língua Portuguesa/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Textos para a questão Texto I A beleza de Virgília tinha agora um tom grandioso, que não possuíra antes de casar. Era dessas figuras talhadas em pentélico, de um lavor nobre, rasgado e puro, tranquilamente bela, como as estátuas, mas não apática nem fria. Ao contrário, tinha o aspecto das naturezas cálidas, e podia-se dizer que, na realidade, resumia todo o amor. Resumia-o sobretudo naquela ocasião, em que exprimia mudamente tudo quantopode dizer a pupila humana. Mas o tempo urgia; deslacei-lhe as mãos, peguei-lhe nos pulsos, e, fito nela, perguntei-lhe se tinha coragem. — De quê? — De fugir. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1550029 432) Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. LXIII Fujamos. Porto Alegre: L&PM, 2004, p.110-1 Texto II Rita, essa noite, recolhera-se aflita e assustada. (...) Desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes. Aluísio Azevedo. O cortiço. Cap. XV. São Paulo: Ática, 1990, p. 117-8. A partir da leitura comparativa entre os textos I e II, assinale a opção correta acerca da diferença entre a produção literária realista e a naturalista no Brasil. a) No texto I, o narrador, onisciente, relata os acontecimentos em terceira pessoa e distanciado da ação; no texto II, o narrador participa da ação e narra em primeira pessoa. b) O texto machadiano apresenta uma relação amorosa legitimada pela sociedade da época, enquanto o de Azevedo refere-se a uma situação condenada socialmente: o adultério. c) No texto I, Virgília é descrita de maneira humanizada; no texto II, Rita é apresentada de forma zoomorfizada. d) Tal como se depreende da leitura dos textos I e II, as ações de Virgília eram regidas pelo instinto; as de Rita, impedidas pelo medo. e) Os personagens de Machado de Assis pertencem às classes populares e os de Aluísio Azevedo representam as classes dominantes. www.tecconcursos.com.br/questoes/941931 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Capítulo LIV — A pêndula Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estireime na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tiquetaque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim: — Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento). https://www.tecconcursos.com.br/questoes/941931 433) O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros. b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo. c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas. d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas. e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio. www.tecconcursos.com.br/questoes/1947856 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2013 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Razão contra Sandice Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair, clamando, e com melhor jus, as palavras de Tartufo: — La maison est à moi, c’est à vous d’en sortir. Mas é sestro antigo da Sandice criar amor às casas alheias, de modo que, apenas senhora de uma, dificilmente lha farão despejar. É sestro; não se tira daí; há muito que lhe calejou a vergonha. Agora, se advertirmos no imenso número de casas que ocupa, umas de vez, outras durante as suas estações calmosas, concluiremos que esta amável peregrina é o terror dos proprietários. No nosso caso, houve quase um distúrbio à porta do meu cérebro, porque a adventícia não queria entregar a casa, e a dona não cedia da intenção de tomar o que era seu. Afinal, já a Sandice se contentava com um cantinho no sótão. — Não, senhora, replicou a Razão, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto. — Está bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou na pista de um mistério... — Que mistério? — De dois, emendou a Sandice: o da vida e o da morte; peço-lhe só uns dez minutos. A Razão pôs-se a rir. — Hás de ser sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa. E, dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se 31 depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando... Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê, 2001, p.84-5. Com base no capítulo apresentado da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e em relação às características da produção literária brasileira do século XIX, assinale a opção correta. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1947856 434) 435) a) A disputa alegórica entre a Razão e a Sandice representa um dos motivos temáticos do estilo machadiano, em que se evidencia a preferência pelos sãos, em detrimento dos loucos. b) A ironia, presente no fragmento apresentado, revela a preocupação do narrador-personagem em, entre a Razão e a Sandice, sobrevalorizar a Razão, o que constitui uma característica tipicamente machadiana. c) A escrita alegórica, característica típica do Realismo, evidencia a crítica social, muito presente nos textos de Machado de Assis. d) A escrita irônica de Machado de Assis, expressa, no fragmento apresentado, pela alegoria Razão e Sandice, revela a postura crítica do narrador-personagem, que convoca o leitor a se inteirar do destino da Sandice. www.tecconcursos.com.br/questoes/1187168 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) — É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado! — Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por falta de esforços de minha parte; creia! — Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes — hum... hum!... Não respondo pelo resto! — Então o Doutor acha que...? Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam! AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento).O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à mulher define-se por uma a) conivência com relação à rejeição feminina de assumir um casamento arranjado pelo pai. b) caracterização da personagem feminina como um estereótipo da mulher sensual e misteriosa. c) convicção de que a mulher é um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo. d) submissão da personagem feminina a um processo que a infantiliza e limita intelectualmente. e) incapacidade de resistir às pressões socialmente impostas, representadas pelo pai e pelo médico. www.tecconcursos.com.br/questoes/580388 FCC - PEB (SEE MG)/SEE MG/Língua Portuguesa/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Instruções: Texto para à questão. Prólogo da terceira edição A primeira edição destas Memórias póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187168 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/580388 436) O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama de “rabugens de pessimismo”. Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto que se pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo. Machado de Assis (Machado de Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986) Neste prólogo, há uma clara referência ao fato de que a) no século XIX, os romances que alcançavam prestígio nas livrarias popularizavam-se em seguida nas edições dos jornais. b) era muito comum, ao tempo dos nossos escritores românticos e realistas, publicar-se aos poucos o chamado romance de folhetim. c) um romance de autor iniciante era costumeiramente apresentado ao público por um crítico literário já consagrado. d) o autor se responsabiliza por ter acrescentado ao livro algumas notas de pessimismo, que o afasta do gosto predominante da época. www.tecconcursos.com.br/questoes/1250577 FCC - PEB (PM MG)/PM MG/Língua Portuguesa/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Prólogo da terceira edição A primeira edição destas Memórias póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas. O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama de “rabugens de pessimismo”. Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto que se pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo. Machado de Assis (Machado de Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986) Neste prólogo, há uma clara referência ao fato de que a) no século XIX, os romances que alcançavam prestígio nas livrarias popularizavam-se em seguida nas edições dos jornais. b) era muito comum, ao tempo dos nossos escritores românticos e realistas, publicar-se aos poucos o chamado romance de folhetim. c) um romance de autor iniciante era costumeiramente apresentado ao público por um crítico literário já consagrado. d) o autor se responsabiliza por ter acrescentado ao livro algumas notas de pessimismo, que o afasta do gosto predominante da época. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1250577 437) 438) 439) www.tecconcursos.com.br/questoes/1655049 DECEx - CFGS (ESA)/ESA/Geral/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Sobre as obras e os autores do Realismo-Naturalismo no Brasil é correto afirmar que a) o principal autor desse período é Adolfo Caminha que trabalhou dentro de uma linha realista mais definida. b) Raul Pompeia é um autor significativo dessa época, porém suas obras mostram apenas traços impressionistas. c) a parte mais significativa da obra de Machado de Assis é representada por seus romances e contos. d) o teatro dessa época teve muitos adeptos dentre os quais podemos citar José de Alencar. e) Aluizio Azevedo e Machado de Assis produziram obras numa linha naturalista bem definida. www.tecconcursos.com.br/questoes/1412220 FUVEST - Vest (USP)/USP/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Em quatro das alternativas abaixo, registram-se alguns dos aspectos que, para bem caracterizar o gênero e o estilo das Memórias póstumas de Brás Cubas, o crítico J. G. Merquior pôs em relevo nessa obra de Machado de Assis. A única alternativa que, invertendo, aliás, o juízo do mencionado crítico, aponta uma característica que NÃO se aplica à obra em questão é: a) ausência praticamente completa de distanciamento enobrecedor na figuração das personagens e de suas ações. b) mistura do sério e do cômico, de que resulta uma abordagem humorística das questões mais cruciais. c) ampla liberdade do texto em relação aos ditames da verossimilhança. d) emprego de uma linguagem que evita chamar a atenção sobre si mesma, apagando-se, assim, por detrás da coisa narrada. e) uso frequente de gêneros intercalados — por exemplo, cartas ou bilhetes, historietas etc. — embutidos no conjunto da obra global. www.tecconcursos.com.br/questoes/1845854 UNEMAT - Of (PM MT)/PM MT/Combatente/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Escritor que se dedicou a problematizar e a questionar a função da literatura, Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, inova na estrutura, na temática e na linguagem. Isto posto, assinale a alternativa incorreta. a) Na estrutura revela um modo peculiar de escrita, buscando inspirações no autor português Camilo Castelo Branco. b) Na temática investe na complexidade dos indivíduos. c) Cria suas personagens sem nenhuma idealização romântica. d) Sua linguagem personalista e ácida se estabelece no conjunto das características realistas. e) Critica, com voracidade e ironia, a sociedade na qual estava inserido. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1655049 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1412220 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1845854 440) www.tecconcursos.com.br/questoes/1946712 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) No fragmento de texto de Machado de Assis — O emplasto —, a referência ao episódio mítico edipiano soma-se à do episódio da medalha e suas duas faces, metáfora que se estende à ideia trapezista de Brás Cubas. No texto a seguir, de João Guimarães Rosa, a face, a imagem, está no âmbito da reflexão especular: real, virtual, simbólica. O espelho Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo. Surpreendo-me, porém, um tanto à parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja, na verdade — um espelho? Decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da ótica. Reporto-me ao transcendente, todavia... O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente inalterado, do qual lhe dão imagem fiel. Mas — que espelho? Há-os bons e maus, os que favorecem e osque detraem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, somos, no visível? O senhor dirá: as fotografias o comprovam. Respondo: que, além de prevalecerem para as lentes das máquinas objeções análogas, seus resultados apoiam antes que desmentem a minha tese, tanto revelam superporem-se aos dados iconográficos os índices do misterioso. Ainda que tirados de imediato, um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. E as máscaras, moldadas nos rostos? Valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão, o dinamismo fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando. Resta-lhe argumento: qualquer pessoa pode, a um tempo, ver o rosto de outra e sua reflexão no espelho. O experimento, por sinal ainda não realizado com rigor, careceria de valor científico, em vista das irredutíveis deformações, de ordem psicológica. Além de que a simultaneidade torna-se impossível, no fluir de valores instantâneos. Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim. Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz brecha para rir-se da gente... Vejo que começa a descontar um pouco de sua inicial desconfiança quanto ao meu são juízo. Fiquemos, porém, no terra a terra. Rimo-nos, nas barracas de diversões, daqueles caricatos espelhos, que nos reduzem a mostrengos, esticados ou globosos. Mas, se só usamos os planos, deve-se a que primeiro a humanidade mirou-se nas superfícies de água quieta, lagoas, fontes, delas aprendendo a fazer tais utensílios de metal ou cristal. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo Narciso que ele viveria apenas enquanto a si mesmo não se visse... Sim, são para se ter medo, os espelhos... João Guimarães Rosa. O espelho. In: Primeiras estórias. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, v. 2, p. 437-55 (com adaptações). Com referência ao texto O espelho, e a questões por ele suscitadas,julgue o item. A aproximação entre o discurso filosófico e o literário, proposta pelo narrador ao seu interlocutor, produz como efeito estético a composição de fechamento do texto em si mesmo, o que impede o leitor de mirar- se no espelho da narrativa. Certo Errado https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1946712 441) 442) www.tecconcursos.com.br/questoes/762896 ITA - Vest (ITA)/ITA/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O conto Missa do galo, de Machado de Assis, relata uma conversa do narrador, Sr. Nogueira, um jovem de 17 anos, com Conceição, de 30 anos, mulher do escrivão Meneses, um distante parente seu. O narrador, de Mangaratiba (RJ), hospedou-se durante alguns meses na casa de Meneses e Conceição, no Rio de Janeiro, a fim de estudar na capital. O foco do conto é a incompreensão do narrador sobre tal conversa com Conceição, momentos antes da missa do galo. O fragmento abaixo expressa um dos aspectos que contribuiu para a incompreensão do narrador. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranquilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho da cortina ou consertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas ideias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti- lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la. Esse aspecto, recorrente no conto, refere-se a) ( ) à movimentação de Conceição na sala. b) ( ) às razões da insônia de Conceição. c) ( ) ao acanhamento de Conceição. d) ( ) à conversa repetitiva de Conceição. e) ( ) aos sobressaltos de Conceição. www.tecconcursos.com.br/questoes/1845842 UNEMAT - Of (PM MT)/PM MT/Combatente/2012 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia o fragmento de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (ASSIS [1881], 2010, p. 17). Definindo-se como um “defunto autor”, é correto afirmar que o narrador: a) escreveu suas memórias antes de sua morte. b) escreveu a própria morte. c) descreveu a sua morte após o nascimento. d) pôde ressuscitar na sua obra após a morte. e) em vida, pôde obter o reconhecimento de sua obra. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/762896 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1845842 443) 444) www.tecconcursos.com.br/questoes/1188140 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O nascimento da crônica Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazemse algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem. ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento). Um dos traços fundamentais da vasta obra literária de Machado de Assis reside na preocupação com a expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever um escritor ciente das características da crônica, como a) texto breve, diálogo com o leitor e registro pessoal de fatos do cotidiano. b) síntese de um assunto, linguagem denotativa, exposição sucinta. c) linguagem literária, narrativa curta e conflitos internos. d) texto ficcional curto, linguagem subjetiva e criação de tensões. e) priorização da informação, linguagem impessoal e resumo de um fato. www.tecconcursos.com.br/questoes/761116 ITA - Vest (ITA)/ITA/2011 Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O texto abaixo é o início da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Uma noite dessas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço
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