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Prévia do material em texto

401) 
Língua Portuguesa para Oficial (PMMA/CBMMA) 2023
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzX
Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
www.tecconcursos.com.br/questoes/1277284
Marinha - Alun (CN)/CN/2017
Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos
Encontros e desencontros
 
Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já
me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao
garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção
exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à
bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço
inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha
Medeiros.
 
Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo
com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos
nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo,
sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou
surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.
 
O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a
ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para
convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a
alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente,
contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o
sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia
Couto é contundente: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão
dramática a nossa solidão." Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no
mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão
diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que
nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu
cheiro, o seu humor ...
 
Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente,
bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-
se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas
que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp
é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da
utilização desse instrumento moderno.
 
Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu
sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não
copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de
comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de
falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não
se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do
telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.
 
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzX
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277284
402) 
Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas
censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a
chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é
vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o
conquistador de garganta, o saudosista ... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar
desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.
 
Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da
confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo,
dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa
natureza humana, a maior valia da vida.
 
Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A
pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para
aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local
calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e
uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a
vida está passando tão depressa ...
 
Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: ht!p:/Icarlos.eduardouchoa.com.br/blog/
 
Assinale a opção correta referente aos pronomes relativos e pessoais destacados.
a) Em ''[. .. ] o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa" [ ... ] (1°§) - o
pronome exerce papel anafórico.
b) Em "Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje" [ ... ] (4°§) - o pronome,
excepcionalmente, exerce a função de objeto direto.
c) Em ''[. .. ] pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito." (1°§) - o primeiro
pronome exerce função de sujeito e o segundo, de adjunto adnominal.
d) Em "Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual" [ ... ] - (8°§)
- ambos os pronomes não têm função sintática, pois os verbos são pronominais.
e) Em "O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece"
[ ... ]. (3°§) - o primeiro pronome exerce função de sujeito e o segundo, de objeto direto.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1464369
VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2010
Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos
A questão toma por base o seguinte fragmento do diálogo Fedro, de Platão (427-347 a.C.).
 
Fedro
 
SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que
seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal.
 
FEDRO: – Isso mesmo.
 
SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado
sobre a verdade do assunto de que vai tratar?
 
FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não
é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1464369
ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o
que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade.
 
SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela
significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção.
 
FEDRO: – Tens razão.
 
SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação.
 
FEDRO: – Sim.
 
SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos,
mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro,
o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”...
 
FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates.
 
SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses
um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esseanimal
para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, 
para transportar bagagens e para vários outros misteres.
 
FEDRO: – Isso seria ainda ridículo.
 
SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e
nocivo?
 
FEDRO: – Não há dúvida.
 
SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos
na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo
bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses
casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou?
 
FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto.
 
SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte
retórica? Pode suceder que ela responda: “que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo
ninguém – dirá ela – que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará
de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma
coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para
engendrar a persuasão”.
 
FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso?
 
SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma
arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas
sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica
propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”.
 
(Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)
 
... para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas
sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber
tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal ...
 
403) 
Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas oracionais
recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a retomada do
demonstrativo o e do pronome relativo que em o que de fato é justo, o que parece justo, os que
decidem, o que é bom ou belo, o que parece tal. Em todos esses contextos, o relativo que exerce a
mesma função sintática nas orações de que faz parte. Indique-a.
a) Sujeito.
b) Predicativo do sujeito.
c) Adjunto adnominal.
d) Objeto direto.
e) Objeto indireto.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1275913
Marinha - Alun (CN)/CN/2004
Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos
INFÂNCIA
 
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
 
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca mais se 
 [esqueceu
 
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
 
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu ... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro ... que fundo!
 
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé
 
(Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.53-4.)
 
Em relação ao texto, qual a classe gramatical e a função sintática, respectivamente, da palavra que da
oração: "comprida história que não acaba mais."?
a) Pronome relativo - sujeito determinado simples.
b) Pronome relativo - sujeito determinado composto.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1275913
404) 
c) Conjunção integrante - sujeito determinado simples.
d) Pronome substantivo - sujeito determinado elíptico.
e) Pronome substantivo - sujeito indeterminado.
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IBGP - Vest (UNIVAÇO)/UNIVAÇO/Medicina/2015
Língua Portuguesa (Português) - Função sintática dos pronomes pessoais átonos
Leia o texto abaixo para responder a questão.
 
É preciso prever o imprevisível
 
Gustavo Cerbasi
 
Orçamento doméstico? Para muitos, é o conjunto de previsões de uso de nosso dinheiro que, por mais
que nos esforcemos, sempre dá errado! Parece incrível, mas, na prática, fazer um orçamento é relacionar
os gastos com os quais nos comprometemos, somá-los e, se houver espaço, decidir por novos gastos ou
investimentos. É matemática simples, não deveria falhar.
 
Sempre temos um culpado para o erro: o tal do imprevisto. Quando falta dinheiro, é porque ocorreu algo
que não estava nos planos. Às vezes, um incidente. Às vezes, um aumento ou correção de preço. Muitas
outras vezes, um esquecimento. A maioria das situações de erro no orçamento tem a ver com a
insistência em acreditar que imprevistos não ocorrem.
 
Isso poderia ser chamado de otimismo, quando se trata de acidentes e problemas de saúde. Mas, na
verdade, os maiores erros ao planejar um orçamento acontecem por puro pessimismo. Se você
perguntar, hoje, por que as pessoas fecharam o mês de março no vermelho, a maioria dirá que a causa
foi o gasto excessivo no Carnaval. No próximo mês, dirão que os ovos de Páscoa estavam muito caros.
No mês seguinte, culpa do presente de Dia das Mães, depois do Dia dos Namorados. Em agosto,
choradeira por causa das férias escolares. O tal do imprevisto não é tão imprevisível assim. O Carnaval
foi inventado agora? Não. Jura que não está pensando em presentear sua mãe ou a pessoa que você
ama? É pessimismo, pois o brasileiro acredita que celebrar não faz parte de seus planos.
 
Se houvesse o hábito de planejar o orçamento não com base no que queremos gastar, mas sim com
base no que gastamos no ano anterior, menos brasileiros estariam no vermelho. É errado ocupar todo
nosso orçamento com prestações de alimentação, saúde, transporte e moradia, sem margem para
imprevistos. É natural que ocorram gastos fora do padrão, todos os meses. Se não acontecerem, é
porque sua vida está burocrática demais, sem margens para novas experiências, sem convívio social ou
planos de última hora.
 
Acredite: imprevistos acontecerão, para o bem ou para o mal. Você terá de cancelar gastos planejados
para poder cobrir os imprevistos. Aparecerão convites de última hora para uma festa, um bom amigo
pode convidá-lo para ser seu padrinho, você desejará pagar uma atração não planejada nas próximas
férias.
 
Esse tipo de gasto é tratado de duas maneiras: com boas reservas para emergências ou com um
orçamento que tenha menos prestações acumuladas. Compre menos a prazo, poupe mais, reserve
verbas regulares para imprevistos. Se eles não acontecerem, use esse dinheiro para celebrar com sua
família.
 
Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/gustavo-cerbasi/noticia/2015/05/epreciso- prever-o-
imprevisivel.html> Acesso em: 20 out. 2015
 
A função sintática, exercida pelo vocábulo espaço, no trecho “Parece incrível, mas, na prática, fazer um
orçamento é relacionar os gastos com os quais nos comprometemos, somá-los e, se houver espaço,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2165068
405) 
decidir por novos gastos ou investimentos.”, é a mesma exercida pelo termo destacado em:
a) Sempre temos um culpado para o erro: o tal do imprevisto.
b) Mas, na verdade, os maiores erros ao planejar um orçamento acontecem por puro pessimismo.
c) Aparecerão convites de última hora para uma festa, um bom amigo pode convidá-lo para ser seu
padrinho, [...].
d) Se eles não acontecerem, use esse dinheiro para celebrar com sua família.
www.tecconcursos.com.br/questoes/2228526
Marinha - Alun (CN)/CN/2022
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
Texto
 
Atalhos
 
Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos
inteiros. Depoisde nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra
entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos.
Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo
amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo,
demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48.
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar
sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo
empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas
desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho
do gol.
 
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma
certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor
atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.
 
Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e
voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.
 
Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.
 
O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
 
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
 
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um
cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência
para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.
 
MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado)
 
Observe o trecho a seguir:
 
"O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
A resposta do emprego não veio?[ ... ]" (5º- 6º§)
 
Os termos destacados são classificados, respectivamente, como:
a) sujeito, objeto direto, adjunto adnominal.
b) sujeito, complemento nominal, adjunto adnominal.
c) sujeito, objeto indireto, complemento nominal.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2228526
406) 
d) objeto direto, sujeito, adjunto adverbial.
e) sujeito, objeto direto, complemento nominal.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1924119
VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
Para responder à questão, leia a crônica “Almas penadas”, de Olavo Bilac, publicada originalmente
em 1902.
 
Outro fantasma?... é verdade: outro fantasma. Já tardava. O Rio de Janeiro não pode passar muito
tempo sem o seu lobisomem. Parece que tudo aqui concorre para nos impelir ao amor do sobrenatural
[...]. Agora, já se não adormecem as crianças com histórias de fadas e de almas do outro mundo. Mas,
ainda há menos de cinquenta anos, este era um povo de beatos [...]. [...] Os tempos melhoraram, mas
guardam ainda um pouco dessa primitiva credulidade. Inventar um fantasma é ainda um magnífico
recurso para quem quer levar a bom termo qualquer grossa patifaria. As almas simples vão propagando
o terror, e, sob a capa e a salvaguarda desse temor, os patifes vão rejubilando.
 
O novo espectro que nos aparece é o de Catumbi. Começou a surgir vagamente, sem espalhafato, pelo
pacato bairro — como um fantasma de grande e louvável modéstia. E tão esbatido1 passava o seu vulto
na treva, tão sutilmente deslizava ao longo das casas adormecidas — que as primeiras pessoas que o
viram não puderam em consciência dizer se era duende macho ou duende fêmea. [...] O fantasma não
falava — naturalmente por saber de longa data que pela boca é que morrem os peixes e os fantasmas...
Também, ninguém lhe falava — não por experiência, mas por medo. Porque, enfim, pode um homem ter
nascido num século de luzes e de descrenças, e ter mamado o leite do liberalismo nos estafados seios da
Revolução Francesa, e não acreditar nem em Deus nem no Diabo — e, apesar disso, sentir a voz presa
na garganta, quando encontra na rua, a desoras2, uma avantesma3...
 
Assim, um profundo mistério cercava a existência do lobisomem de Catumbi — quando começaram de
aparecer vestígios assinalados de sua passagem, não já pelas ruas, mas pelo interior das casas. Não
vades agora crer que se tenham sumido, por exemplo, as hóstias consagradas da igreja de Catumbi, ou
que os empregados do cemitério de S. Francisco de Paula tenham achado alguma sepultura vazia, ou
que algum circunspecto pai de família, certa manhã, ao despertar, tenha dado pela falta... da própria
alma. Nada disso. Os fenômenos eram outros. Desta casa sumiram-se as arandelas, daquela outra as
galinhas, daquela outra as joias... E a polícia, finalmente, adquiriu a convicção de que o lobisomem, para
perpétua e suprema vergonha de toda a sua classe, andava acumulando novos pecados sobre os
pecados antigos, e dando-se à prática de excessos menos merecedores de exorcismos que de cadeia.
 
Dizem as folhas4 que a polícia, competentemente munida de bentinhos5 e de revólveres, de amuletos e
de sabres, assaltou anteontem o reduto do fantasma. Um jornal, dando conta da diligência, disse que o
delegado achou dentro da casa sinistra — um velho pardieiro6 que fica no topo de uma ladeira íngreme
— alguns objetos singulares que pareciam instrumentos “pertencentes a gatunos”. E acrescentou:
“alguns morcegos esvoaçavam espavoridos, tentando apagar as velas acesas que os sitiantes7
empunhavam”.
 
Esta nota de morcegos deve ser um chique romântico do noticiarista. No fundo da alma de todo o
repórter há sempre um poeta... Vamos lá! nestes tempos, que correm, já nem há morcegos. Esses feios
quirópteros, esses medonhos ratos alados, companheiros clássicos do terror noturno, já não aparecem
pelo bairro civilizado de Catumbi. Os animais, que esvoaçavam espavoridos, eram sem dúvida os
frangões roubados aos quintais das casas... Ai dos fantasmas! e mal dos lobisomens! o seu tempo
passou.
 
(Olavo Bilac. Melhores crônicas, 2005.)
 
1 esbatido: de tom pálido.
2 a desoras: muito tarde.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1924119
407) 
408) 
3 avantesma: alma do outro mundo, fantasma, espectro.
4 folha: periódico diário, jornal.
5 bentinho: objeto de devoção contendo orações escritas.
6 pardieiro: prédio velho ou arruinado.
7 sitiante: policial.
 
A expressão sublinhada em “No fundo da alma de todo o repórter há sempre um poeta...” (5º parágrafo)
exerce a mesma função sintática da expressão sublinhada em
a) “Esta nota de morcegos deve ser um chique romântico do noticiarista.” (5º parágrafo)
b) “Os tempos melhoraram, mas guardam ainda um pouco dessa primitiva credulidade.” (1º
parágrafo)
c) “Os animais, que esvoaçavam espavoridos, eram sem dúvida os frangões roubados aos quintais
das casas...” (5º parágrafo)
d) “Desta casa sumiram-se as arandelas, daquela outra as galinhas, daquela outra as joias...” (3º
parágrafo)
e) “Dizem as folhas que a polícia, competentemente munida de bentinhos e de revólveres, de
amuletos e de sabres, assaltou anteontem o reduto do fantasma.” (4º parágrafo)
www.tecconcursos.com.br/questoes/1867892
Marinha - Alun (CN)/CN/2021
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
Texto 3
 
Assinale a opção correta quanto à classificação morfossintática dos termos destacados.
 
"Já fiz muita coisa esquisita nesta vida, mas nunca imaginei que um dia eu teria que dar banho nas
compras."
a) Verbo transitivo direto, adjunto adnominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto.
b) Verbo intransitivo, adjunto adnominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto.
c) Verbo intransitivo, complemento nominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto.
d) Verbo transitivo direto, complemento nominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto
direto.
e) Verbo transitivo direto, adjunto adnominal, adjunto adverbial, pronome relativo, complemento
nominal.
www.tecconcursos.com.br/questoes/2155905IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2020
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
Texto 1
 
UMA BIOGRAFIA IMPROVÁVEL
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1867892
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2155905
O vírus é o parasita por excelência, incapaz de ser protagonista da própria vida. Ele precisa da ajuda de
uma célula, da qual se apropria à força, sequestrando certas partes, para conseguir se replicar. Quando
não está usufruindo do seu hospedeiro, o vírus navega pelo mundo, como um barco à deriva,
esperançoso de encontrar uma ilha – um ser vivo dotado de células compatíveis com o seu material
genético – onde possa atracar. Por vezes, o encontro é violento, ou patogênico, em termos técnicos: o
náufrago se faz dono da ilha, consome todos seus recursos e vai embora depois, ainda faminto, rumo a
ilhas similares (não sem antes se reproduzir aos milhares, para otimizar a nova empreitada). É essa a
relação que temos com o novo coronavírus.
 
A segunda forma de o vírus se relacionar com o hospedeiro, e a mais comum, pelo que se sabe, é
classificada na categoria “comensal”. Nesse encontro, o náufrago habita a ilha de forma sustentável,
pesca seus peixes, bebe seus cocos, tomando cuidado para não extinguir nenhum recurso natural. Em
outras palavras: o vírus vive dentro da célula, faz uso do maquinário dela, mas não a adoece. Não
espalha seu material genético com tanta rapidez nem tenta matar aquela que tão bem o acolheu. É o
tipo de relação menos estudada, justamente porque não provoca nenhum dano constatável.
 
Há ainda um tipo de interação de característica “mutualista”, em que tanto o vírus quanto o hospedeiro
se beneficiam. Nesse encontro, o náufrago não só respeita as condições da ilha, como resolve aproveitar
um terreno baldio para cultivar uma horta. A relação mutualista é como um casamento arranjado que
tem tudo para não funcionar, mas acaba prosperando, por obra do acaso e pela capacidade de adaptação
de cada cônjuge. Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o piolho-cinzento-da-
macieira desenvolve asas que o ajudam a alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se
tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando infectadas por uma espécie de potyvírus.
Há vários casos. Uma infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste bubônica. O vírus
da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV em humanos.
 
Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo. A estimativa é
hipotética, dado que apenas 6 590 espécies foram catalogadas (a título de comparação, cientistas já
descreveram mais de 1,2 milhão de organismos celulares). Ainda assim, faz sentido quando se pensa que
cada espécie de bactéria, protozoário, fungo, planta e animal é infectada por seus vírus particulares. O
Sars-CoV-2 é ilustrativo: habitava morcegos e pangolins, com os quais tinha uma relação saudável –
como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação espontânea, que o
tornou compatível com humanos. Foi assim que surgiu a Covid-19, sigla em inglês para a doença do
coronavírus de 2019, quando o primeiro caso foi registrado na província chinesa de Wuhan.
 
“Quando um vírus encontra um novo hospedeiro, ele costuma causar uma doença muito severa, já que o
corpo ainda não está preparado para combatê-lo”, explicou Zerbini [virologista, Francisco Murilo Zerbini,
da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.] “Com o passar do tempo, a tendência é que ele se
torne menos nocivo.” A reconfiguração ocorre tanto por obra do organismo infectado, que vai criando
anticorpos para combater o intruso, quanto do próprio vírus, que lucra mais, em termos de perpetuação
genética, se mantiver o hospedeiro vivo, espalhando suas cópias como uma arma biológica. “Um vírus
que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para muita gente”, disse
Zerbini. “Nesse sentido o novo coronavírus está na infância, já que nunca coevoluiu com o ser humano. É
capaz de ele causar uma doença muito menos grave daqui a cinco ou dez anos.”
 
KAZ, Roberto. Uma biografia improvável. Revista Piauí, Edição 164, maio 2020. Disponível em:
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/umabiografia- improvavel/. Acesso em: 7 de junho de 2020.
 
Releia o enunciado a seguir:
 
“Ainda assim, faz sentido quando se pensa que cada espécie de bactéria, protozoário, fungo,
planta e animal é infectada por seus vírus particulares.”
 
Em relação às relações de coordenação e subordinação nos períodos, considere a classificação da oração
em destaque nesse enunciado e assinale a alternativa em que a oração sublinhada TEM essa mesma
classificação.
a) É essa a relação que temos com o novo coronavírus.
409) 
b) Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo.
c) [...] – como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação
espontânea [...]
d) Um vírus que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para
muita gente.
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CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2020
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
TEXTO 5
Pela primeira vez na história, nova geração tem QI mais baixo que seus antecessores
 
 A BBC News Brasil publicou uma matéria explicando um novo fenômeno em que a geração atual está
demonstrando um QI (Quociente de inteligência) mais baixo do que a anterior. Conhecidos como "nativos
digitais", esses são os primeiros filhos com QI inferior aos pais e estão sendo registrados em diversos
países ao redor do mundo, incluindo Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda, França, etc. De acordo
com o neurocientista francês Michel Desmurget, o QI diminui proporcionalmente ao uso da TV e
videogame.
 Os testes de QI têm apontado que as novas gerações são menos inteligentes que as anteriores, mas
ainda não há uma comprovação do porquê isso está acontecendo. Desmurget diz que a poluição e
exposição a telas podem ser fatores muito influentes atualmente. A saúde, concentração e memória, que
contribuem para um QI mais alto, podem ser facilmente prejudicadas por pesticidas inalados no ar e
perturbação do sono, respectivamente.
 O neurocientista deu outros exemplos do porquê o uso de dispositivos digitais pode afetar nossa
inteligência. Quanto mais tempo passamos num computador ou celular, temos menos interações pessoais
reais, a prática de outros exercícios e atividades diminuem e a qualidade do sono é reduzida. Isso resulta
em distúrbios na concentração, aprendizagem e impulsividade, além do sedentarismo que pode afetar a
maturação cerebral.
 O neurocientista também diz que nosso cotidiano contribui para a evolução do nosso QI. A nossa
forma de vida modifica tanto a estrutura quanto o funcionamento do cérebro. Por isso, o tempo em
frente a uma tela poderia diminuir o trabalho intelectual, já que não estaríamos praticando outras
atividades para manter nosso cérebro sempre bem treinado em outras funções.
 Apesar da análise, Desmurget defende que a revolução digital não é maléfica ou algo que deve ser
interrompido. Muitas pessoas trabalham com ferramentas digitais. Softwares e soluções como a internet
vieram para facilitar nossos trabalhos, interações à longa distância e cotidiano também. A crítica feita
pelo neurocientista é relacionada à falta de "exercitação" do cérebro das gerações atuais, o que resultou
em um QI mais baixo que a anterior pela primeira vez na história.
CANCELIER, Mariela. Pela primeira vez na história, nova geração tem QI mais baixo que seus
antecessores. Mundo conectado.com.br. 31 de outubro de 2020.
O termo “A BBC News Brasil” (linha 99) tem a mesma função sintática do termo
a) “o QI” (linha 111).
b) “os primeiros filhos” (linha 105).
c) “prejudicadas” (linha 122).
d) “o funcionamento do cérebro” (linhas 140-141).
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Marinha - Alun (CN)/CN/2020
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
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410) Texto referente a questão.
 
Texto I
 
Precisamos falar sobre fake news
 
Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele
que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas.
 
Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de
engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia
uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a
vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
 
Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os
chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até
constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
 
Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a
comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
 
Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na
revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês),
dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e
alcançam muito mais gente.
 
Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para
notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo
atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a
critérios de apuração e checagem.
 
O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais
não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de
compartilhar, sem questionar.
 
O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos
influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado
versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí.
 
Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que
deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial.
E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
 
No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas
reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem
alterada ou uma legenda falsa.
 
A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade
afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas
fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
 
Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho
seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
 
No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente
debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
 
411) 
O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de
combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
 
O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação
de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de
qualquer tipo de controle que não seja democrático.
 
D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019.
 
Em “Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado no ano
passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts [...]'. (5º§), os
termos destacados exercem, respectivamente, a função sintática de:
a) adjunto adverbial e agente da passiva.
b) objeto indireto e complemento nominal.
c) complemento nominal e objeto indireto.
d) adjunto adverbial e predicativo do objeto.
e) predicativo do sujeito e agente da passiva.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2020
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
Texto referente a questão.
 
Texto I
 
Precisamos falar sobre fake news
 
Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele
que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas.
 
Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de
engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia
uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a
vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
 
Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os
chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até
constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
 
Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a
comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
 
Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na
revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês),
dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e
alcançam muito mais gente.
 
Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para
notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo
atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a
critérios de apuração e checagem.
 
O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais
não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572623
412) 
compartilhar, sem questionar.
 
O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos
influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado
versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí.
 
Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que
deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial.
E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
 
No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas
reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem
alterada ou uma legenda falsa.
 
A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade
afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas
fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
 
Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho
seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
 
No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente
debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
 
O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentosde
combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
 
O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação
de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de
qualquer tipo de controle que não seja democrático.
 
D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019.
 
Assinale a opção em que a oração destacada estabelece o mesmo tipo de relação de sentido existente na
seguinte passagem do texto “[...] a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do
mundo, da História, das Ciências 'ao gosto do cliente”, como dizem por aí."(8º§)
a) Como existem muitas fake news, a revista "Science" fez um estudo sobre esse assunto.
b) Tanto para o autor como para milhares de pessoas no mundo, o celular pode ser uma fonte de
engano.
c) No mundo atual, as notícias falsas e mentirosas se espalham como um virus no corpo humano.
d) Como afirmam os estudos sobre a disseminação de notícias falsas, estamos em um novo
momento cultural e social,
e) Como desconhecia a origem das notícias recebidas pelo WhatsApp, decidiu não repassar a
mensagem.
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IME - CFG (IME)/IME/2019
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO.
A primeira publicação do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na revista
carioca A Estação, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma época, uma grande reforma educacional
efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clínica Psiquiátrica. É nesse contexto de uma
psiquiatria ainda embrionária que Machado propõe sua crítica ácida, reveladora da escassez de
conhecimento científico e da abundância de vaidades, concomitantemente. A obra deixa ver as relações
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promíscuas entre o poder médico que se pretendia baluarte da ciência e o poder político tal como era
exercido em Itaguaí, então uma vila, distante apenas alguns quilômetros da capital Rio de Janeiro. O
conto se desenvolve em treze breves capítulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas
experimentações cientificistas até que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que
reconhece em si mesmo a única pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas, sendo ele,
portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se.
 
Texto 1
Capítulo IV
UMA TEORIA NOVA
 
Ao passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão Bacamarte estudava por
todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria a alargar as bases da psicologia. Todo o tempo
que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa,
conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos
mais heroicos.
 
Um dia de manhã, – eram passadas três semanas, – estando Crispim Soares ocupado em temperar um
medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar.
 
– Tratava-se de negócio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador.
 
Crispim empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da comitiva, e
especialmente da mulher? Porque este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os
cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um só dia. Assim se
explicam os monólogos que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam muita vez: – “Anda, bem feito,
quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador, torpe bajulador! Só para adular ao Dr
Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te, alma de lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes
amém a tudo, não é? Aí tens o lucro, biltre!”. – E muitos outros nomes feios, que um homem não deve
dizer aos outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. Tão depressa
ele recebeu como abriu mão das drogas e voou à Casa Verde.
 
Simão Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada de circunspeção
até o pescoço.
 
– Estou muito contente, disse ele.
 
– Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.
 
O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu:
 
– Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me
atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma
investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face
da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão;
começo a suspeitar que é um continente.
 
Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. Depois explicou compridamente a sua ideia.
No conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros; e desenvolveu isto com grande
cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. Os exemplos achou-os na história e em Itaguaí mas, como
um raro espírito que era, reconheceu o perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na
história. Assim, apontou com especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio familiar,
Pascal, que via um abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano, Calígula etc., uma enfiada de casos
e pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridículas. E porque o boticário se
admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, e até acrescentou
sentenciosamente:
 
– A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério.
 
– Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu.
 
Quanto à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante; mas a modéstia,
principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar outra coisa além de um nobre entusiasmo;
declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”. Esta expressão não tem
equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itaguaí, que como as demais vilas, arraiais e povoações
da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia: ou por meio de
cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio de matraca.
 
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as
ruas do povoado, com uma matraca na mão.
 
De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um
remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da
vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era
conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores, – aquele
justamente que mais se opusera à criação da Casa Verde, – desfrutava a reputação de perfeito educador
de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer
trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto
cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta
confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regime mereciam o
desprezo do nosso século.
 
– Há melhor do que anunciar a minha ideia, é praticá-la, respondeu o alienista à insinuação do boticário.
 
E o boticário, não divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que era melhor
começar pela execução.
 
– Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele.
 
Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse:
 
– Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola,
que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A
razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia.
 
O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declaroulisamente que não chegava a entendê-la,
que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo colossal que não merecia princípio de
execução.
 
– Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão estão
perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca?
 
Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso, em que o
desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias entranhas.
 
A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a teologia não soube
enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma revolução.
 
ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1939>. Acesso em:
12/08/2019.
 
 _____________________________________
 
O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da
antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha
413) 
da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no
entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no
continente europeu.
 
Texto 2
 
XIII
 
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
 
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
 
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
 
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
 
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019.
 
“Todo o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em
casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia
medo aos mais heroicos.”
 
Assinale a opção em que o vocábulo em negrito nos fragmentos a seguir exerce a mesma função
sintática das palavras destacadas no trecho acima:
a) “Tão depressa ele o recebeu como abriu mão das drogas e voou à casa verde.”
b) “– Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.”
c) “Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário.”
d) “E porque o boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo
a mesma coisa, [...]”
e) “– Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele.”
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CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2019
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
TEXTO 05: Uso das novas tecnologias em sala de aula
 
Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula a inda é pouco frequente e um
desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não considera essas tecnologias, e se restringe ao
teórico, ou seja, o professor precisa buscar esse conhecimento em outros espaços. Isso nem sempre
funciona, pois frequentar cursos de poucas horas nem sempre garante ao professor segurança e domínio
dessas tecnologias.
 
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414) 
Embora alguns ainda se sintam inseguros e despreparados, muitos educadores já perceberam o potencial
dessas ferramentas e procuram levar novidades para a sala de aula, seja com uma atividade prática no
computador, com videogame, tablets e até mesmo com o celular.
 
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na
exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de mero receptor, que só observa e
nem sempre compreende, para um sujeito mais ativo e participativo. O ideal seria testar as novas
tecnologias e identificar quais se enquadram na realidade da escola e dos alunos. Uma das dificuldades é
a falta de infraestrutura de algumas escolas e a falta de formação de qualidade para os professores
quanto ao uso dessas novas tecnologias.
 
A tecnologia também auxilia o professor na busca por conteúdos a serem trabalhados. O Google, por
exemplo, criou um espaço próprio para a educação, o Google Play for Education - que será lançado no
segundo semestre, sendo a versão em português ainda sem data de lançamento. A finalidade é auxiliar
professores que buscam atividades educacionais com tecnologia. O programa faz uma peneira por
disciplina e série para sugerir aplicativos educacionais específicos para tablets. O professor pode, por
exemplo, criar um grupo da sala em que todos os alunos poderão acessar o aplicativo, facilitando a
participação.
 
5°§ Hoje, com todos os avanços, existe a necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de
tornar as aulas mais atraentes, participativas e eficientes. A ideia não é abandonar o quadro negro, mas
usar das novas tecnologias em sala de aula.
 
Disponivel em: https://www.gazetadopovo.com. br
/vozes/educacao-e-midia/uso-das-novas-tecnologias-em-sala-deaula/ Copyright © 201 9, Gazeta do Povo. Acesso:
21 /05/2013 13.
 
O seguinte período "O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de
ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa.", trazido do 3° parágrafo do texto 05, tem
análise ERRÔNEA na seguinte opção:
a) Apresenta seus termos na ordem indireta e é formado por oração principal e oração coordenada
sindética, a qual dotada de conjunção oracional coordenativa aditiva.
b) É uma frase articulada com três orações, na qual a segunda predica a primeira, e a terceira é um
acréscimo de informação positiva relacionada ao fato temático.
c) Tem tanto oração desenvolvida quanto reduzida, com a qual torna o texto mais enxuto.
d) Apresenta conector em forma de locução prepositiva como recurso de união de ideia aditiva.
e) A primeira oração é a matriz, desencadeadora da seguinte.
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2019
Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe
TEXTO V
 
Uma expedição feita no Rio Branco, em Roraima, coletou mais de 2 mil amostras para identificar os níveis
de contaminação por mercúrio nos peixes do estado. A pesquisa foi feita em 12 dias por membros do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa).
 
Para fazer o diagnóstico foram coletados peixes nos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera, incluindo a compra
de pescado nos mercados de peixe das cidades de Caracaraí e Mucajaí.
 
O metal pesado mercúrio é utilizado no garimpo ilegal de ouro sendo liberado no ambiente e atingindo os
rios e igarapés. Estudos anteriores realizados pela Fundação Oswaldo Cruz revelaram alto índice de
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415) 
contaminação do metal na terra indígena ianomâmi. Os maios afetados são indígenas que vivem nas
proximidades das áreas de garimpo.
 
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2018/11/13/pesquisa-queridentificar- nivel-de-
contaminacao-por-mercurio-em-peixes-nos-rios-deroraima. ghtml. Texto Adaptado.
 
Considerando o texto V, assinale a alternativa VERDADEIRA.
a) “Que vivem nas proximidades das áreas de garimpo”, último parágrafo, é uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.
b) “Para identificar os níveis de contaminação por mercúrio nos peixes do estado”, primeiro
parágrafo, é uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo.
c) “Para fazer o diagnóstico”, segundo parágrafo, é uma oração coordenada sindética.
d) Em “incluindo a compra de pescado nos mercados de peixe das cidades de Caracaraí e Mucajaí”,último parágrafo, há uma oração reduzida de particípio.
e) “Feita no Rio Branco” é uma oração adjetiva reduzida de particípio.
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parênteses etc)
Texto 1
 
Erico Verissimo (1905 – 1975), nascido em Cruz Alta (RS), foi um dos escritores mais populares da
chamada segunda fase modernista, que começou na década de 1930. Sua obra mais conhecida é o
“Tempo e o Vento”, uma trilogia de romances, na qual ele narra a história de um clã familiar, os Terra
Cambarás, de 1745 até 1945, tendo como contexto a formação da fronteira nacional na região sul. O
espaço central desses romances é a cidade fictícia de Santa Fé, situada no noroeste do Rio Grande do
Sul. O texto “O Sobrado”, que integra o romance “O Continente”, versa sobre o chefe do clã, Licurgo
Cambará, que resiste em casa ao cerco dos inimigos pertencentes ao clã oposto, dos Amaral. Na obra, é
abordado um episódio da Revolução Federalista (1893 – 1895), uma guerra civil entre dois grupos de
ideias opostas: um que desejava aumentar os poderes do presidente da República e outro que desejava
uma maior autonomia aos estados.
 
O SOBRADO
 
Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé , que de tão quieta e
deserta parecia um cemitério abandonado. Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o
ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão.
 
Agachado atrás dum muro, José Lírio preparava-se para a última corrida. Quantos passos dali até a
igreja? Talvez uns dez ou doze, bem puxados. Recebera ordens para revezar o companheiro que estava
de vigia no alto duma das torres da Matriz. “Tenente Liroca”, dissera-lhe o coronel, havia poucos minutos,
“suba pro alto do campanário e fique de olho firme no quintal do Sobrado. Se alguém aparecer pra tirar
´agua do poço, faça fogo sem piedade.”
 
José Lírio olhava a rua. Dez passos até a igreja. Mas quantos passos até a morte? Talvez cinco... ou dois.
Havia um atirador infernal na água-furtada do Sobrado, à espreita dos imprudentes que se aventurassem
a cruzar a praça ou alguma rua a descoberto.
 
Os segundos passavam. Era preciso cumprir a ordem. Liroca não queria que ninguém percebesse que ele
hesitava, que era um covarde. Sim, covarde. Podia enganar os outros, mas não conseguia iludir-se a si
mesmo. Estava metido naquela revolução porque era federalista e tinha vergonha na cara. Mas não se
habituava nunca ao perigo. Sentira medo desde o primeiro dia, desde a primeira hora — um medo que
lhe vinha de baixo, das tripas, e lhe subia pelo estômago até a goela, como uma geada, amolecendo-lhe
as pernas, os braços, a vontade. Medo é doença; medo é febre.
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Engraçado. A noite estava fria mas o suor escorria-lhe pela cara barbuda e entrava-lhe na boca, com
gosto de salmoura.
 
O tiroteio cessara ao entardecer. Talvez a munição da gente do Sobrado tivesse acabado. Ele podia
atravessar a rua devagarinho, assobiando e acendendo um cigarro. Seria até uma provocação bonita.
Vamos, Liroca, honra o lenço encarnado. Mas qual! Lá estava aquela sensação fria de vazio e enjoo na
boca do estômago, o minuano gelado nos miúdos.
 
Donde lhe vinha tanto medo? Decerto do sangue da mãe, pois as gentes do lado paterno eram
corajosas.
 
O avô de Liroca fora um bravo em 35. O pai lhe morrera naquela mesma revolução, havia pouco mais
dum ano tombara estripado numa carga de lança, mas lutando até o último momento.
 
“Lírio é macho”, murmurou Liroca para si mesmo. “Lírio é macho.” Sempre que ia entrar num combate,
repetia estas palavras: “Lírio é macho”.
 
Levantou-se devagarinho, apertando a carabina com ambas as mãos. Sentia o corpo dorido, a garganta
seca. Tornou a olhar para a igreja. Dez passos. 30 Podia percorrê-los nuns cinco segundos, quando
muito. Era só um upa e estava tudo terminado. Fez avançar cautelosamente a cabeça e, com a quina do
muro a tocar-lhe o meio da testa e a ponta do nariz, fechou o olho direito e com o esquerdo ficou
espiando o Sobrado que lá estava, do outro lado da praça, com sua fachada branca, a dupla fileira de
janelas, a sacada de ferro e os altos muros de fortaleza. Havia no casar˜ao algo de terrivelmente
humano que fez o coração de José Lírio pulsar com mais força.
 
Os federalistas tinham tomado a cidade havia quase uma semana, mas Licurgo Cambará, o intendente e
chefe político republicano do município, encastelara-se em sua casa com toda a família e um grupo de
correligionários, e de lá ainda oferecia resistência. Enquanto o Sobrado não capitulasse, os
revolucionários não poderiam considerar-se senhores de Santa Fé, pois os atiradores da água-furtada
praticamente dominavam a praça e as ruas em derredor.
 
Por alguns instantes José Lírio ficou a mirar a fachada do casarão, e de repente a lembrança de que
Maria Valéria estava lá dentro lhe varou o peito como um pontaço de lança. Soltou um suspiro fundo e
entrecortado, que foi quase um soluço. De novo se encolheu atrás do muro e tornou a olhar para a
igreja. Se conseguisse chegar a salvo até a parede lateral, ficaria fora do alcance do atirador do Sobrado,
e poderia entrar no campanário pela porta da sacristia.
 
Vamos, Liroca, só uma corrida. Que te pode acontecer? O homem te enxerga, faz pontaria, atira e
acerta. Uma bala na cabeça. Pronto! Cais de cara no chão e está tudo liquidado. Acaba-se a agonia.
Dizem que quando a bala entra no corpo da gente, no primeiro momento não dói. Depois é que vem a
ardência, como se ela fosse de ferro em brasa. Mas quando o ferimento é mortal não se sente nada. O
pior é arma branca. Vamos, Liroca. Dez passos. Cinco segundos. Lírio é macho, Lírio é macho.
 
José Lírio continuava imóvel, olhando a rua. Ainda ontem um companheiro seu ousara atravessar aquele
trecho à luz do dia, num momento em que o tiroteio cessara. Ia cantando e fanfarronando. Viu-se de
repente na água-furtada do sobrado um clarão acompanhado dum estampido, e o homem tombou. O
sangue começou a borbotar-lhe do peito e a empapar a terra.
 
“Vamos, menino!” Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lírio. Sua
voz áspera como lixa vinha de longe, de um certo dia da infância em que Liroca faltara à escola e ao
chegar a casa encontrara o pai atrás da porta com um rebenque na mão. “Agora tu me pagas,
salafrário!” Liroca saíra a correr como um doido na direção do fundo do quintal. “Espera, poltrão!” E de
repente o que o velho Maneco tinha nas mãos não era mais o chicote, e sim as próprias vísceras, que lhe
escorriam moles e visguentas da ferida do ventre. “Vamos, covarde!”
 
De súbito, como tomado dum demônio, Liroca ergueu-se, apertou a carabina contra o peito e deitou a
correr na direção da igreja. Seus passos soaram fofos na terra. Deu cinco passadas e a meio caminho,
416) 
sem olhar para o Sobrado, numa voz frenética de quem pede socorro, gritou: “Pica-paus do inferno! Sou
homem!”. Continuou a correr e, ao chegar ao ponto morto atrás da parede lateral da igreja, rojou-se ao
solo e ali ficou, arquejante, com o peito colado à terra, o coração a bater acelerado, e sentindo entrar-lhe
na boca e nas narinas talos de grama úmida de sereno. “A la fresca!”, murmurou ele. “A la fresca!”
 
Estava inteiro, estava salvo. Fechou os olhos e deixou-se quedar onde estava, babujando a terra com sua
saliva grossa, a garganta a arder, e o corpo todo amolentado por uma fraqueza que lhe dava um trêmulo
desejo de chorar.
 
VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento, parte I: O Continente. 4ª ed. S˜ao Paulo: Companhia das Letras, 2013, p.
17- 19 (texto adaptado).
 
Em relação ao texto 1, considere a regra utilizada para a colocação da vírgula no trecho em negrito a
seguir: “Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lírio”
 
A alternativa que segue a mesma regra:
a) “[...] como uma geada, amolecendo-lhe as pernas, os braços, a vontade.”
b) “Sempre que ia entrar num combate, repetia estaspalavras: “Lírio ´e macho”.”
c) “[...] mas Licurgo Cambará, o intendente e chefe político republicano do município, encastelara-se
[...]”
d) “Vamos, Liroca, só uma corrida.”
e) “De súbito, como tomado dum demônio [...]”
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Atenção: Leia o texto do escritor Moacyr Scliar para responder à questão.
 
“Se um médico abriu um tumor ou tratou com faca uma ferida grave e isso curou o doente, ele receberá
dez siclos [unidade de peso usado no antigo Oriente] de prata se o paciente for um homem livre; cinco
siclos se for um descendente de plebeus; dois siclos se for um escravo. Se um médico abriu um tumor ou
tratou com faca uma ferida grave e isso causou a morte da pessoa, então suas mãos serão cortadas, se
se tratar de um homem livre, ou deverá fornecer outro escravo, se se tratar do escravo de um plebeu.”
 
Trechos do código de Hamurabi, escrito na Mesopotâmia por volta de 1.700 a.C. Várias civilizações
desenvolveram-se na região entre o Tigre e o Eufrates, e muitas delas chegaram a um alto grau de
sofisticação em termos de arquitetura e arte. Ali surgiram conceitos básicos de matemática; ali foram
feitas importantes colaborações à astronomia e à metalurgia. Em termos de saúde e doença, contudo,
esses povos compartilhavam a crença geral do mundo antigo, segundo a qual a enfermidade era um
castigo imposto pelos deuses aos pecadores. Demônios encarregavam-se de proporcionar males
específicos: Nergal trazia a febre, Namtaru, dor de garganta, Tiu, dor de cabeça. Havia divindades da
cura, Ningishzida, cujo símbolo era uma cobra de duas cabeças – a serpente viria a se tornar depois o
emblema da medicina.
 
Os médicos da Mesopotâmia recorriam aos métodos divinatórios para descobrir o pecado cometido pelo
doente; para isso, inspecionavam as entranhas de animais abatidos para apaziguar os deuses. Os
médicos se dividiam em três categorias: o baru encarregava-se dos procedimentos divinatórios, o ashipu
realizava o exorcismo e o asu fazia as curas propriamente ditas, nas quais, além de preces e rituais,
várias substâncias eram usadas. O código de Hamurabi mostra que vários tipos de operações eram
feitas. Que o resultado nem sempre era satisfatório, mostram as punições prescritas para o caso de
fracasso. Cortar as mãos é uma pena até hoje aplicada no Oriente Médio (para ladrões); no caso,
destinava-se obviamente a evitar que um doutor desastrado repetisse o erro. Mas o pagamento também
era compensador, quando se considera que um artesão ganhava um décimo de siclo por dia, segundo os
documentos da época.
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417) 
 
(Adaptado de: SCLIAR, Moacyr. A paixão transformada: história da medicina na literatura. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996)
 
No segundo parágrafo, há uma vírgula empregada para assinalar a elipse de um verbo. O verbo elidido é
a) havia.
b) surgiram.
c) era.
d) encarregavam.
e) trazia.
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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
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Pessoas recebem sangue criado em laboratório em teste inédito
 
Por: James Gallagher, Correspondente de Ciência e Saúde, 7 novembro 2022.
 
Voluntários receberam transfusões de sangue criado em laboratório, no primeiro ensaio clínico do tipo no
mundo, realizado por pesquisadores do Reino Unido.
 
Pequenas quantidades estão sendo testadas para ver como o sangue de laboratório se comporta dentro
do corpo.
 
O objetivo desse teste não é substituir as doações de sangue por completo — a maior parte das
transfusões de sangue vai sempre depender de doadores voluntários. A meta do experimento é fabricar
sangue para grupos sanguíneos ultrarraros, difíceis de se obter com doadores.
 
É o caso de pacientes que dependem de transfusões de sangue regulares para condições como anemia
falciforme.
 
Se o sangue não for exatamente compatível, o corpo começa a rejeitá-lo, e o tratamento não funciona.
Este nível de compatibilidade de tecidos vai além dos conhecidos grupos sanguíneos A, B, AB e O.
 
A professora Ashley Toye, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, afirma que alguns grupos são
"muito, muito raros" — e "pode haver apenas 10 pessoas no país" capazes de doar.
 
No momento, existem apenas três unidades do grupo sanguíneo "Bombay" — identificado pela primeira
vez na Índia — em estoque em todo o Reino Unido, por exemplo.
 
Como o sangue é criado?
 
O projeto de pesquisa é conduzido por equipes de Bristol, Cambridge, Londres e do NHS Blood and
Transplant, órgão do sistema público de saúde do Reino Unido. Ele se concentra nos glóbulos vermelhos
que transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo.
 
É assim que funciona:
 
O teste começa com uma doação normal de cerca de 470 ml de sangue;
 
Esferas magnéticas são usadas para "pescar" células-tronco flexíveis que são capazes de se tornar um
glóbulo vermelho;
 
Essas células-tronco são incentivadas a crescer em grande número nos laboratórios;
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Depois, elas são direcionadas a se tornar glóbulos vermelhos.
 
O processo leva cerca de três semanas e uma reserva inicial de cerca de meio milhão de células-tronco
resulta em 50 bilhões de glóbulos vermelhos.
 
Estes são então filtrados para se obter cerca de 15 bilhões de glóbulos vermelhos que estão no estágio
certo de desenvolvimento para transplante.
 
"Queremos produzir o máximo de sangue possível no futuro, então vejo na minha cabeça uma sala cheia
de máquinas produzindo continuamente a partir de uma doação de sangue normal", conta Toye.
 
Duas pessoas já participaram do ensaio, que visa testar o sangue em pelo menos 10 voluntários
saudáveis. Eles vão receber duas transfusões de 5 a 10 ml com pelo menos quatro meses de intervalo —
uma de sangue normal e outra de sangue criado em laboratório.
 
O sangue foi marcado com uma substância radioativa, frequentemente usada em procedimentos
médicos, para que os cientistas possam ver quanto tempo dura no corpo.
 
Espera-se que o sangue cultivado em laboratório seja mais potente que o normal.
 
Os glóbulos vermelhos duram normalmente cerca de 120 dias antes de precisarem ser substituídos. Uma
doação de sangue típica contém uma mistura de glóbulos vermelhos jovens e velhos, enquanto o sangue
cultivado em laboratório é feito na hora, então deve durar os 120 dias completos.
 
Os pesquisadores suspeitam que isso poderá permitir doações menores e menos frequentes no futuro.
 
Há, no entanto, desafios financeiros e tecnológicos consideráveis.
 
A doação de sangue comum custa ao NHS cerca de 130 libras (R$ 750). O cultivo de sangue custará
muito mais, embora a equipe não diga quanto.
 
Outro desafio é que as células-tronco colhidas acabam se exaurindo, o que limita a quantidade de
sangue a ser fabricado. Serão necessárias mais pesquisas para produzir os volumes que seriam
necessários clinicamente.
 
"Esta pesquisa líder a nível mundial estabelece as bases para a fabricação de glóbulos vermelhos que
podem ser usados com segurança para fazer transfusão em pessoas com distúrbios como anemia
falciforme", afirma Farrukh Shah, diretor médico de transfusão do NHS Blood and Transplant.
 
"O potencial deste estudo para beneficiar pacientes com dificuldade para fazer transfusão é muito
significativo."
 
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-63514883 Acesso em: 07 de novembro de 2022.
(Adaptado).
 
Releia o trecho a seguir:
 
- Esferas magnéticas são usadas para "pescar" células-
tronco flexíveis que são capazes de se tornar um glóbulo
vermelho;
 
É CORRETO afirmar que as aspas foram usadas para:
a) Apontar um neologismo.
b) Explicitar uma ironia.
c) Indicar um uso metafórico.
418) 
419) 
d) Sinalizar o discurso direto.
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VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2022
Língua Portuguesa (Português)- Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Para responder a questão, leia o trecho de um ensaio de Michel de Montaigne (1533-1592).
 
Há alguma razão em fazer o julgamento de um homem pelos aspectos mais comuns de sua vida; mas,
tendo em vista a natural instabilidade de nossos costumes e opiniões, muitas vezes me pareceu que
mesmo os bons autores estão errados em se obstinarem em formar de nós uma ideia constante e sólida.
Escolhem um caráter universal e, seguindo essa imagem, vão arrumando e interpretando todas as ações
de um personagem, e, se não conseguem torcê-las o suficiente, atribuem-nas à dissimulação. Creio mais
dificilmente na constância dos homens do que em qualquer outra coisa, e em nada mais facilmente do
que na inconstância. Quem os julgasse nos pormenores e separadamente, peça por peça, teria mais
ocasiões de dizer a verdade.
 
Em toda a Antiguidade é difícil escolher uma dúzia de homens que tenham ordenado sua vida num
projeto definido e seguro, que é o principal objetivo da sabedoria. Pois para resumi-la por inteiro numa
só palavra e abranger em uma só todas as regras de nossa vida, “a sabedoria”, diz um antigo, “é sempre
querer a mesma coisa, é sempre não querer a mesma coisa”, “eu não me dignaria”, diz ele, “a
acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre
seja uma só e a mesma.” Na verdade, aprendi outrora que o vício é apenas o desregramento e a falta de
moderação; e, por conseguinte, é impossível o imaginarmos constante. É uma frase de Demóstenes,
dizem, que “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a
constância”. Se, guiados pela reflexão, pegássemos certa via, pegaríamos a mais bela, mas ninguém
pensa antes de agir: “O que ele pediu, desdenha; exige o que acaba de abandonar; agita-se e sua vida
não se dobra a nenhuma ordem.”
 
(Michel de Montaigne. Os ensaios: uma seleção, 2010. Adaptado.)
 
“o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância” (2º
parágrafo)
 
Nesse trecho, a segunda vírgula é empregada com a finalidade de
a) separar o vocativo.
b) indicar a supressão de um verbo.
c) separar dois objetos diretos.
d) separar o sujeito de seu predicado.
e) indicar a supressão do conectivo “e”.
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FGV - Vest (FEMPAR)/FEMPAR/Medicina/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Quanto ao emprego de vírgulas, as frases listadas a seguir, que têm a saúde como tema, estão
corretas, a exceção de uma. Assinale-a.
a) Hipocondríaco: uma pessoa que só se sente bem, quando se sente mal.
b) Antes sofria de amnésia, agora não me recordo.
c) Coma direito, faça exercícios regularmente e, de qualquer modo, morra.
d) Deve haver algo bom na Acupuntura, pois, afinal, você nunca vê porcos-espinhos doentes.
e) Hipocondria é a única doença, que eu não tenho.
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420) 
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Marinha - Alun (CN)/CN/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Texto 1
 
Nunca imaginei um dia
 
Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço
aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e emoção. Não é fácil libertar-se do manual de
instruções que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira, e nem assim conseguimos viabilizar
esse projeto. Por sorte, minha ficha caiu há tempo.
 
Começou quando iniciei um relacionamento com alguém completamente diferente de mim, diferente a
um ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro "nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a
dois planetas de distância um do outro. Mas o amor não respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão
confortável num mundo planejado, inaugurei a instabilidade emocional na minha vida. Prendi a
respiração e dei um belo mergulho.
 
A partir daí, comecei a fazer coisas que nunca havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre
respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos afundei em busca de tartarugas gigantes e peixes
coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada com cavalos (por causa de um equino que
quase me levou ao chão quando eu tinha oito anos), participei da minha primeira cavalgada depois dos
40, em São Francisco de Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um show: do Zeca
Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo Fenômeno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico num
jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo colorada.
 
Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a provar alimentos que nunca havia provado antes. E
muitas outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo" receberam alvará de soltura. O ridículo
deixou de existir na minha vida.
 
Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um
caminho sem volta.
 
Um mês atrás participei de outro capítulo da série "Nunca imaginei um dia". Viajei numa excursão, eu
que sempre rejeitei essa modalidade turística. Sigo preferindo viajar a dois ou sozinha, mas foi uma
experiência fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como destino um pais do circuito Elizabeth
Arden (Paris-Londres-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e desértico. Aliás, o deserto de
Atacama, no Chile, será meu provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano.
 
E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria
merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de
rua.
 
Pode colocar a culpa no espírito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa, surpreendendo
minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem coração. E o que mais me
estarrece: estou apaixonada por ele.
 
Ainda há muitas experiências a conferir: fazer compras pela internet, andar num balão cozinhar
dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle, viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei
fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também: deixei de ser tão cética.
 
Já que é improvável que o próximo ano seja diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.
 
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421) 
Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível em:
http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei- um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev.
2021.
 
Sobre pontuação é correto afirmar que
a) em "fazer compras pela internet, andar num balão, cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo
kindle, viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não
duvido." (9º§), todas as vírgulas foram utilizadas para separar palavras ou orações de mesma função
sintática.
b) nos trechos "Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como 'eu jamais vou fazer isso' ou
'nem morta eu faço aquilo' [ ... ]" (1º§) e "A partir daí, comecei a fazer coisas que nunca havia feito."
(3º§), as vírgulas foram empregadas com a mesma função.
c) nos trechos "Às vezes, leva-se uma vida inteira [ ... ]" (1º§) e "Mergulhar, aliás, foi uma delas."
(3º§), o emprego das vírgulas, utilizadas com a mesma função, é facultativo.
d) nos trechos "[ ... ] o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável 'nunca imaginei um dia' do
próximo ano." (6º§) e"[ ... ] eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de
rua." (7º§), as vírgulas foram utilizadas para demarcar a função de aposto.
e) no trecho "Pode colocar a culpa no espírito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa,
surpreendendo minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem
coração." (8º§), a vírgula depois de "filhas" configura desvio da norma padrão da língua.
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CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do EnsinoFundamental/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia o texto abaixo e responda à questão.
 
Numa sala de aula, o professor conta a história dos Três Porquinhos ...
 
- Então, o primeiro porquinho encontrou um homem que transportava uma carroça de palha e pediu
educadamente: "O senhor poderia me dar um pouco da sua palha, para que eu possa construir uma casa
e me proteger do lobo mau?" E agora, quem sabe me dizer o que o homem respondeu?
 
Joãozinho ... levanta a mão rapidamente.
 
- Eu! Eu! - Pode falar, Joãozinho.
 
- O homem saiu correndo, gritando: Socorro! Um porco falante!
 
Piada para rachar o bico. São Paulo: Fundamento, 2010. p. 13(com adaptações).
 
Analise com atenção o trecho abaixo:
 
"- O homem saiu correndo, gritando: Socorro! Um porco falante!"
 
Acerca das ideias contidas no trecho acima, assinale a alternativa que representa corretamente o sentido
obtido no uso dos dois-pontos.
a) Introduzir a fala do personagem.
b) Explicar um termo antecedente.
c) Resumir o texto "Os três porquinhos".
d) Isolar a fala do Joãozinho.
e) Apontar a emoção do garoto ao finalizar a história.
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422) 
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IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia o texto para responder a questão.
 
O câncer é uma doença relacionada com o crescimento desordenado de células, que mata cerca de sete
milhões de pessoas por ano. Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, que podem surgir em
qualquer parte do corpo, sendo que os mais comuns são os de pulmão, mama, colorretal, estômago,
fígado e esôfago. O câncer de pulmão lidera o ranking de maior número de mortes atualmente.
 
A grande variedade de tipos de câncer e os diversos sintomas que eles causam acabam dificultando o
tratamento. Com o tempo, percebeu-se que muitos cânceres, que eram considerados como sendo de um
tipo, na realidade eram tipos diferentes. Diante disso, um tratamento totalmente eficaz torna-se difícil.
 
Tradicionalmente, o tratamento dos diversos tipos de câncer baseia-se na quimioterapia, radioterapia,
cirurgias e, quando atinge o sangue, no transplante de medula óssea. A quimioterapia, um dos métodos
mais conhecidos, baseia-se na utilização de medicamentos para atacar as células cancerosas. Geralmente
a administração ocorre de forma intravenosa, entretanto pode ser feita por via oral, intramuscular,
subcutânea, intracraneal e tópica. Os efeitos colaterais são os mais diversos, tais como perda de cabelo,
enjoo, vômito, diarreia, feridas na boca, fraqueza e tonteiras. O paciente deve ficar atento caso surjam
febres altas, manchas no corpo, ardência ao urinar, dores, sangramentos e dificuldades respiratórias,
sendo que, nesses casos, é essencial procurar um médico.
 
Diante da grande quantidade de efeitos desagradáveis ocasionados pela quimioterapia, é grande o
número de pesquisas para a fabricação de medicamentos que diminuam esses sintomas. Recentemente a
ANVISA liberou um novo medicamento [...] que atua no tratamento de um tipo de câncer de mama
chamado de HER2 positivo. [...] Em virtude da baixa toxicidade, esse medicamento pode ser usado por
um longo período.
 
A radioterapia, em vez de medicamentos, utiliza radiação para destruir os tumores ou reduzir o tamanho
deles. A pessoa que se submete a esse tratamento geralmente apresenta cansaço, perda de apetite e
irritações na pele. Esse tratamento pode ser empregado após a cirurgia e em conjunto à quimioterapia.
 
Além da quimioterapia e radioterapia, podem ser realizadas cirurgias com o intuito de remover o tumor.
Em doenças do sangue, como a leucemia, pode ser necessário o transplante de medula óssea, que só é
feito depois que o paciente apresenta resultados ruins diante de outros tratamentos, como a
quimioterapia. Para o transplante, é necessário achar um doador compatível, que inicialmente é buscado
dentro da família ou em um registro de doadores ao redor do mundo.
 
As vacinas contra o câncer ainda são um dos grandes desafios para os pesquisadores, sendo que ainda
há um grande caminho a se percorrer até que se consiga produzir uma vacina realmente capaz de
eliminar os tumores. O que temos hoje são algumas vacinas terapêuticas, que conseguem impedir o
crescimento dos tumores, o que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar a
expectativa de vida.
 
Diante da variedade de tipos de câncer e o número de mortes todo ano em decorrência da doença, as
pesquisas sobre as formas de tratamento são constantes. Um estudo publicado [...] na revista Science
Translational Medicine demonstrou que é possível impedir a formação de tumores invasivos na mama
através da injeção de RNA nas células cancerosas. Pesquisadores criaram uma molécula de RNA com o
objetivo de desligar o gene que era indutor desse tipo de câncer (HoxA1). Esse estudo pode ser um
grande avanço no que diz respeito ao tratamento de câncer de mama e, quem sabe, de outros tipos. [...]
As pesquisas para achar uma cura para a doença são frequentes e estão obtendo resultados cada vez
mais promissores. Entretanto, muito ainda deve ser feito para que seja encontrada uma cura.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2158157
423) 
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Avanços no tratamento do câncer. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/saude/avancos-notratamento- cancer.htm. Acesso em: 27 de outubro de 2021.
 
Assinale a alternativa em que o emprego da(s) vírgula(s) está CORRETAMENTE justificado.
a) Em “Tradicionalmente, o tratamento dos diversos tipos de câncer baseia-se na quimioterapia”,
usou-se vírgula para indicar uma elipse, isto é, a omissão de um termo na oração.
b) Em “A quimioterapia, um dos métodos mais conhecidos, baseia-se na utilização de medicamentos
para atacar as células cancerosas”, as vírgulas foram usadas para se separar uma oração subordinada
intercalada.
c) Em “Geralmente a administração ocorre de forma intravenosa, entretanto pode ser feita por via
oral”, empregou-se a vírgula para se isolar uma palavra de natureza explicativa que introduz uma
oração subordinada de natureza adverbial.
d) Em “O paciente deve ficar atento caso surjam febres altas, manchas no corpo, ardência ao urinar,
dores, sangramentos e dificuldades respiratórias”, usaram-se as vírgulas para separar termos de uma
enumeração com idêntica função sintática.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UB)/UB/Medicina/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Texto 1A6-I
 
Em Barbalha, no interior do Ceará, uma inusitada parceria entre a poesia rimada e a medicina tradicional
tem sido instrumento para informar e educar comunidades sobre saúde e cuidados com o corpo, sem
arrodeio ou complicações. Traduzindo conceitos e termos clínicos para uma linguagem acessível e
relacionável, estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela
professora Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação, criando pontes eficientes de
diálogo entre a comunidade e a academia sobre temas urgentes à saúde pública.
 
A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e atraente
possível. Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais,
desenvolveu oficinas, visitou dezenas de escolas e unidades de saúde, entregando informações corretas
em saúde e prevenção, por meio de declamações da literatura popular, com a linguagem que é a cara do
povo. A adesão é tamanha que outras instituições, associações e ligas acadêmicas “encomendam”
cordéis temáticos ao grupo.
 
Essa improvável aliança entre cordel e medicina pode ser personificada na mentora do projeto, Sally
Lacerda, professora da Faculdade de Medicina da UFCA, odontóloga e doutora em biologia molecular.
Nesse projeto, ela encontrou a fórmula para escrever,pesquisar e disseminar conhecimentos acadêmicos
e técnicos por meio de sua mais antiga paixão: o cordel.
 
Certeira, Sally viu a oportunidade para divulgar a literatura à medida que promove saúde e
conscientização. Sem arrodeio, explica a ideia: “o objetivo principal seria utilizar o cordel como uma
ferramenta de educação e prevenção em saúde”. Driblando críticas de colegas academicistas, conquistou
o coração de alunos que se uniram ao projeto em 2017. Assim como Paulo Freire, defende a adaptação
do conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente. “Não adianta chegar com termos
técnicos, tentando explicar para o paciente a complexidade da sua doença. O melhor é usar a mesma
linguagem dele”, resume.
 
Internet: <brasildefato.com.br> (com adaptações)
 
Assinale a opção que reproduz trecho do texto 1A6-I em que o emprego de vírgula se deve ao mesmo
motivo que justifica o uso dessa pontuação no trecho “Assim como Paulo Freire, defende a adaptação do
conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente” (último parágrafo).
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424) 
a) “estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela professora
Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação” (primeiro parágrafo)
b) “A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e
atraente possível” (segundo parágrafo)
c) “Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais” (segundo
parágrafo)
d) “ela encontrou a fórmula para escrever, pesquisar e disseminar conhecimentos” (terceiro
parágrafo)
e) “'O melhor é usar a mesma linguagem dele”, resume” (último parágrafo)
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CMCG - CA (CMCG)/CMCG/6º Ano do Ensino Fundamental/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia o conto escrito por Lygia Fagundes Teles, para responder ao item.
 
A DISCIPLINA DO AMOR
 
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde.
Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho
saltitante de volta à casa.
 
A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia,
chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
 
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de
esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé,
atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele
voltava para casa e levava sua v ida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera.
 
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança.
Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias.
 
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado
que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os
amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a
esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, "mas quem esse cachorro está esperando?". Uma
tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho sempre voltado para "aquela" direção.
 
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 99-100. Adaptado.
 
Analise o período abaixo extraído do conto.
 
"Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra:
um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho."
 
O uso dos dois pontos justifica-se por
a) iniciar a enumeração de características do personagem principal.
b) apresentar um diálogo entre os personagens presentes na narrativa.
c) introduzir o contexto, apresentando previamente alguns personagens.
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425) 
426) 
d) anteceder a citação ou fala de um conceituado autor como Lygia Fagundes Telles.
e) explicar um fato já citado, possivelmente no conto que antecede este na obra completa.
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FUVEST - Vest (USP)/USP/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
TEXTO PARA A QUESTÃO
 
Uma última gargalhada estrondosa. E depois, o silêncio. O palhaço jazia imóvel no chão. Mas seu rosto
continua sorrindo, para sempre. Porque a carreira original do Coringa era para durar apenas 30 páginas.
O tempo de envenenar Gotham, sequestrar Robin, enfiar um par de sopapos no Homem-Morcego e
disparar o primeiro “vou te matar” da sua relação. Na briga final do Batman nº 1, o “horripilante bufão”
sofria um final digno de sua desumana ironia: ao tropeçar, cravava sua própria adaga no peito. Assim
decidiram e desenharam seus pais, os artistas Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Entretanto, o
criminoso mostrou, já em sua primeira aventura, um enorme talento para se rebelar contra a ordem
estabelecida. Seu carisma seduziu a editora DC Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho. Já
dentro da ambulância, vinha à tona “um dado desconcertante”. E então um médico sentenciava:
“Continua vivo. E vai sobreviver!”.
 
Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha
ganha duas HQs, que inspiram debates filosóficos sobre a liberdade”. El País. Junho/2020.
 
As vírgulas em “E depois, o silêncio.” e em “Mas seu rosto continua sorrindo, para sempre.” são usadas,
respectivamente, com a mesma finalidade que as vírgulas em
a) “Após a queda, tomaram mais cuidado.” e “Quanto mais espaço, mais liberdade.”.
b) “Aos estrangeiros, ofereceram iguarias.” e “Limpavam a casa, e preparávamos as refeições.”.
c) “Colheram trigo e nós, algodão.” e “Eles se encontraram nas férias, mas não viajaram.”.
d) “Para meus amigos, o melhor.” e “Organizava tudo, cautelosamente.”.
e) “Viu o espetáculo, considerado o maior fenômeno de bilheteria.” e “Conheço muito bem”, afirmou
o rapaz.”.
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CMCG - CA (CMCG)/CMCG/6º Ano do Ensino Fundamental/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia os textos I e II para responder ao item.
 
TEXTO I
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1872254
ADOTE UMA VIDA. Disponível em: https://cm-Sintra.pt. Acesso em: 27 de JUN de 2021. Adaptado.
 
TEXTO II
Disponível em: https: / /www.petinabag.com. br/post/qua is-os-benef%C3%ADcios-de-ter-um-animal-de-
estima%C3%A 7%C3%A3o Acesso em: 27 de JUN de 2021
 
Ainda sobre o texto I, leia e analise o trecho, a seguir, descrito no item 3 do referido texto.
 
" Proporciona um modo de vida mais ativo!
Correr, brincar, treinar, são algumas das
atividades [...]"
 
O uso das vírgulas justifica-se por
a) desintegrar um constituinte adicional do período.
b) omitir um termo que já foi citado anteriormente no texto.
c) enumerar elementos que possuem o mesmo valor sintático.
d) isolar os vocábulos constituintes de uma hipótese ou circunstância.
e) separar os elementos que exprimem explicações dentro do período.
427) 
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STRIX - Vest (EBMSP)/EBMSP/Saúde/2021
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma
coisa nos jornais da vésperasobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-
out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu
café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
 
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou
me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do
apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
 
— Não é ninguém, é o padeiro!
 
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
 
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes, lhe acontecera bater a
campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz
que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é
ninguém, não, senhora, é o padeiro”. Assim, ficara sabendo que não era ninguém…
 
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar
que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os
padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre
depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros
exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
 
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E, às vezes, me julgava importante porque, no jornal que
levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo
com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e, dentro do meu
coração, eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre: “Não é
ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
 
BRAGA, Rubem. O padeiro. Disponível em: <https://www.revistaprosaversoearte.com/o-
padeiro-rubem-braga/>. Acesso em: mai.2021.
 
No texto, foram usados pelo mesmo motivo os sinais de pontuação indicados em
a) O travessão que aparece no trecho “e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão
costumeiro.” e na frase “–– Não é ninguém, é o padeiro!”.
b) As aspas que destacam a expressão “greve do pão dormido” e a oração “Então você não é
ninguém? ”.
c) As vírgulas presentes em “é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno”
e “E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente.”.
d) O ponto colocado no término das sentenças “Ele abriu um sorriso largo.” e “E assobiava pelas
escadas.”.
e) Os dois-pontos colocados depois de “para dentro” e “alegre” nos excertos “e ouvir a pessoa que o
atendera dizer para dentro: ‘não é ninguém, não, senhora, é o padeiro’ ” e “eu recebi a lição de
humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre: ‘Não é ninguém, é o padeiro!’ ”.
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428) 
429) 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a
gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação
do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e
ainda por cima detesto.
 
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu
jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais
divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida,
uma postura interior.
 
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos
armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser
crescimento, e muito mais alegria.
 
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011.
 
Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das
negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma
a) opinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins.
b) explicação sobre a simbologia de sapatos e roupas.
c) conclusão acerca da oposição entre otimismo e realidade.
d) comparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário.
e) retomada da ideia de negociação discutida no primeiro parágrafo.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Texto referente a questão.
 
Texto I
 
Precisamos falar sobre fake news
 
Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele
que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas.
 
Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de
engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia
uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a
vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
 
Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os
chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até
constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
 
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572615
Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a
comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
 
Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na
revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês),
dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e
alcançam muito mais gente.
 
Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para
notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo
atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a
critérios de apuração e checagem.
 
O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais
não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de
compartilhar, sem questionar.
 
O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos
influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado
versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí.
 
Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que
deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial.
E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
 
No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas
reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem
alterada ou uma legenda falsa.
 
A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade
afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas
fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
 
Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmosum caminho
seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
 
No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente
debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
 
O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de
combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
 
O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação
de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de
qualquer tipo de controle que não seja democrático.
 
D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019.
 
Em “Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo
estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.” (3º§), o texto entre
parênteses indica uma:
a) ideia irônica que passa pela cabeça do autor no momento em que ele escrevia.
b) informação acessória, podendo ser retirada sem prejuízo de entendimento,
c) questão de estilo pessoal, bastante caracteristica nos textos jornalísticos atuais.
d) informação bastante relevante, a qual não pode passar despercebida pelo leitor.
e) confissão feita ao leitor, fazendo-o enxergar, claramente, os sentimentos do autor.
430) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/2072172
IME - CFG (IME)/IME/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO.
 
Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A
Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia
Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos
da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o
Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a
compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil
profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão
dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do
estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano
de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica
adjetivação e reinvenção lexical.
 
Texto 1
CAPÍTULO 3
A GUERRA DAS CAATINGAS
 
Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando-
lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação
as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou
defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico
trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida
e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do
território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e
impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das
campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma
penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que
a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra,
capaz dos mais opostos valores.
 
Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo
modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas
abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu.
 
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
 
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.
 
Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos,
aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo.
Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das
conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal
sofreados.
 
É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão
varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é
crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando,
tranquilamente heroicos...
 
De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro...
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2072172
A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras,
passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se,
impacientes, em roda. Nada veem.
 
Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras.
 
E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente
agora, irrompendo de toda a banda...
 
Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto.
Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos
na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de
balas rola estrugidoramente dentro das galhadas...
 
Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo
em cheio nas fileiras.
 
A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicasD). Destacam-se outras unidades
combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o
comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de
baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com
rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da
caatinga.
 
As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira
flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que lhes arrebata das
mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de
queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios
do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra
espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis,
fervilhando espinhos...
 
Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos.
Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos
tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas
de acúleos recurvos das macambiras...
 
Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a
ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria, numa
indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes
reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordemC); — enquanto em torno, circulando-os,
rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário.
 
De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu.
 
As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam comose
saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas;
golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes;
frechados de espinhos...
 
(...)
 
A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o
sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o
minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a
garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fomeA), reflui à retaguarda, fugindo ante o
deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo.
 
(...)
 
A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo
vacilar a marcha dos exércitos.
 
CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-
186.
 
Texto 2
ESTADOS DE VIOLÊNCIA
 
A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços,
seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras,
equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos,
desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas
dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundosB). Sem mesmo falar das
táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a
distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa
forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis,
afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu
princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as
grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só
possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento,
técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de
negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem,
contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjunto de suas
forças vivas para se medirem?
 
Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem
cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor,
colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em
ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas:
duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma
multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o
engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes
dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para
a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não
levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos
como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande
silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em
torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados,
garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro
de feira para divertimentos atrozes (...)
 
Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência
armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a
guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que
os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...)
 
Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos
quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por virE). É preciso dizer que a
polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem
seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se
mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar
guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons
velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o
431) 
instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas
acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas
esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio?
 
Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência.
Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem
fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar
do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia
clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos
estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição.
 
GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva.
Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado).
 
 
Considere a regra usada para a colocação das vírgulas no trecho destacado do Texto 2 a seguir:
 
“(...) é preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes
estados de violência” 
 
A alternativa que utiliza a mesma regra é:
a) “(...) Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e
grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome...”
b) “Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros
rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas dentadas,
muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos.”
c) “Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem”.
d) “A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas.”
e) “Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou
codificáveis nos quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por
vir”.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1681464
CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Em relação ao efeito de sentido acarretado pelo emprego do ponto de exclamação, presente no Texto 4,
considere as afirmações:
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1681464
432) 
433) 
I) O emprego da exclamação acentua o estado de espírito das crianças.
 
II) A utilização da exclamação revela a ironia implícita no texto.
 
III) O uso da exclamação exalta a entonação vívida dos personagens ao falarem.
 
IV) A exclamação indica uma interrupção na fala dos personagens.
 
Estão corretas as afirmativas:
a) I e III.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) II e III.
e) III e IV.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1679691INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
O ouro do século 21
 
Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista
de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda
teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17
metais, chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta.
Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles
estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares,
motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da
segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a
pensar em retomar sua exploração.
 
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br.
Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).
 
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.
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IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Texto 1
 
UMA BIOGRAFIA IMPROVÁVEL
 
O vírus é o parasita por excelência, incapaz de ser protagonista da própria vida. Ele precisa da ajuda de
uma célula, da qual se apropria à força, sequestrando certas partes, para conseguir se replicar. Quando
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1679691
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2155900
não está usufruindo do seu hospedeiro, o vírus navega pelo mundo, como um barco à deriva,
esperançoso de encontrar uma ilha – um ser vivo dotado de células compatíveis com o seu material
genético – onde possa atracar. Por vezes, o encontro é violento, ou patogênico, em termos técnicos: o
náufrago se faz dono da ilha, consome todos seus recursos e vai embora depois, ainda faminto, rumo a
ilhas similares (não sem antes se reproduzir aos milhares, para otimizar a nova empreitada). É essa a
relação que temos com o novo coronavírus.
 
A segunda forma de o vírus se relacionar com o hospedeiro, e a mais comum, pelo que se sabe, é
classificada na categoria “comensal”. Nesse encontro, o náufrago habita a ilha de forma sustentável,
pesca seus peixes, bebe seus cocos, tomando cuidado para não extinguir nenhum recurso natural. Em
outras palavras: o vírus vive dentro da célula, faz uso do maquinário dela, mas não a adoece. Não
espalha seu material genético com tanta rapidez nem tenta matar aquela que tão bem o acolheu. É o
tipo de relação menos estudada, justamente porque não provoca nenhum dano constatável.
 
Há ainda um tipo de interação de característica “mutualista”, em que tanto o vírus quanto o hospedeiro
se beneficiam. Nesse encontro, o náufrago não só respeita as condições da ilha, como resolve aproveitar
um terreno baldio para cultivar uma horta. A relação mutualista é como um casamento arranjado que
tem tudo para não funcionar, mas acaba prosperando, por obra do acaso e pela capacidade de adaptação
de cada cônjuge. Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o piolho-cinzento-da-
macieira desenvolve asas que o ajudam a alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se
tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando infectadas por uma espécie de potyvírus.
Há vários casos. Uma infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste bubônica. O vírus
da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV em humanos.
 
Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo. A estimativa é
hipotética, dado que apenas 6 590 espécies foram catalogadas (a título de comparação, cientistas já
descreveram mais de 1,2 milhão de organismos celulares). Ainda assim, faz sentido quando se pensa que
cada espécie de bactéria, protozoário, fungo, planta e animal é infectada por seus vírus particulares. O
Sars-CoV-2 é ilustrativo: habitava morcegos e pangolins, com os quais tinha uma relação saudável –
como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação espontânea, que o
tornou compatível com humanos. Foi assim que surgiu a Covid-19, sigla em inglês para a doença do
coronavírus de 2019, quando o primeiro caso foi registrado na província chinesa de Wuhan.
 
“Quando um vírus encontra um novo hospedeiro, ele costuma causar uma doença muito severa, já que o
corpo ainda não está preparado para combatê-lo”, explicou Zerbini [virologista, Francisco Murilo Zerbini,
da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.] “Com o passar do tempo, a tendência é que ele se
torne menos nocivo.” A reconfiguração ocorre tanto por obra do organismo infectado, que vai criando
anticorpos para combater o intruso, quanto do próprio vírus, que lucra mais, em termos de perpetuação
genética, se mantiver o hospedeiro vivo, espalhando suas cópias como uma arma biológica. “Um vírus
que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para muita gente”, disse
Zerbini. “Nesse sentido o novo coronavírus está na infância, já que nunca coevoluiu com o ser humano. É
capaz de ele causar uma doença muito menos grave daqui a cinco ou dez anos.”
 
KAZ, Roberto. Uma biografia improvável. Revista Piauí, Edição 164, maio 2020. Disponível em:
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/umabiografia- improvavel/. Acesso em: 7 de junho de 2020.
 
Releia este trecho:
 
Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o
piolho-cinzento-da-macieira desenvolve asas que o ajudam a
alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se
tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando
infectadas por uma espécie de potyvírus. Há vários casos. Uma
infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste
bubônica. O vírus da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV
em humanos.
 
434) 
Considerando-se os sinais de pontuação e os princípios gerais de utilização prescritos nas gramáticas
normativas, é CORRETO afirmar que:
a) Os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo do sentido da frase, por
indicarem uma explicação.
b) Os dois-pontos poderiam ser substituídos, sem prejuízo da estrutura e do sentido da frase, por
ponto e vírgula.
c) O uso do ponto final após “Há vários casos” está incorreto na frase e deveria ser substituído por
vírgula.
d) O emprego da vírgula em lugar dos dois-pontos não alteraria o sentido da frase, e indicaria a
intercalação de um termo.
www.tecconcursos.com.br/questoes/2071995
IME - CFG (IME)/IME/2020
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO.
 
Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A
Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia
Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos
da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o
Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a
compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil
profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão
dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do
estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecerum novo plano
de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica
adjetivação e reinvenção lexical.
 
Texto 1
CAPÍTULO 3
A GUERRA DAS CAATINGAS
 
Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando-
lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação
as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou
defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico
trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida
e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do
território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e
impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das
campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma
penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que
a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra,
capaz dos mais opostos valores.
 
Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo
modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas
abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu.
 
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
 
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2071995
Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos,
aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo.
Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das
conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal
sofreados.
 
É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão
varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é
crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando,
tranquilamente heroicos...
 
De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro...
 
A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras,
passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se,
impacientes, em roda. Nada veem.
 
Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras.
 
E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente
agora, irrompendo de toda a banda...
 
Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto.
Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos
na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de
balas rola estrugidoramente dentro das galhadas...
 
Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo
em cheio nas fileiras.
 
A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades
combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o
comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de
baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com
rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da
caatinga.
 
As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira
flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que lhes arrebata das
mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de
queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios
do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra
espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis,
fervilhando espinhos...
 
Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos.
Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos
tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas
de acúleos recurvos das macambiras...
 
Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a
ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria, numa
indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes
reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; — enquanto em torno, circulando-os,
rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário.
 
De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu.
 
As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam como se
saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas;
golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes;
frechados de espinhos...
 
(...)
 
A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o
sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o
minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a
garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante o
deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo.
 
(...)
 
A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo
vacilar a marcha dos exércitos.
 
CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-
186.
 
Texto 2
ESTADOS DE VIOLÊNCIA
 
A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços,
seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras,
equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos,
desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas
dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos. Sem mesmo falar das
táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a
distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa
forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis,
afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu
princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as
grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só
possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento,
técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de
negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem,
contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjuntode suas
forças vivas para se medirem?
 
Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem
cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor,
colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em
ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas:
duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma
multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o
engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes
dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para
a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não
levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos
como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande
silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em
torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados,
garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro
de feira para divertimentos atrozes (...)
 
435) 
Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência
armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a
guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que
os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...)
 
Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos
quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por vir. É preciso dizer que a
polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem
seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se
mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar
guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons
velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o
instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas
acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas
esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio?
 
Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência.
Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem
fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar
do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia
clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos
estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição.
 
GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva.
Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado).
 
 
“E voltam como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas
estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer
infernal das folhas urticantes; frechadas de espinhos...”. No trecho acima, os dois pontos servem para
introduzir um(a)
a) síntese.
b) citação.
c) explicação.
d) enumeração.
e) diálogo.
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FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Médio/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Objetivos dos fios de sustentação
 
Os fios de sustentação podem ser colocados em diferentes níveis do rosto e do corpo para tratar a pele
flácida. (1)Eles permitem reapertar a pele e, assim, rejuvenescer as características sem cirurgia.
 
(2)Esse procedimento tem resultados expressivos, podendo dar uma aparência mais jovem para a
pessoa que o realiza.
 
Nem todas as pessoas podem realizar o tratamento, como por exemplo, (3)aquelas com a pele fina,
muito relaxada ou enrugada. Isso acontece geralmente nas pessoas com a idade muito avançada,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1535917
436) 
437) 
(4)onde o procedimento seria muito agressivo.
 
(Disponível em: https://www.cirurgia.net/fios-desustentacao,
acessado em 08/07/2019.)
 
O uso da pontuação é importante, entre outras coisas, para manter o texto coeso e coerente. Entre as
alternativas abaixo, assinale aquela na qual há um problema no uso da vírgula que compromete a
correção do texto.
a) Eles permitem reapertar a pele e, assim, rejuvenescer as características sem cirurgia.
b) Nem todas as pessoas podem realizar o tratamento, como por exemplo, aquelas com a pele fina,
muito relaxada ou enrugada.
c) Esse procedimento tem resultados expressivos, podendo dar uma aparência mais jovem para a
pessoa que o realiza.
d) Isso acontece geralmente nas pessoas com a idade muito avançada, onde o procedimento seria
muito agressivo.
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FUVEST - Vest (USP)/USP/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no Brasil e no mundo. (...) Um estudo
identificou que as fake news são 70% mais propensas a serem retweetadas do que fatos verdadeiros.
(...) Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do que muitos
pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo
comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que
divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.
 
Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido
que notícias verdadeiras”. Maio/2019.
 
No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações
mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.”,
os dois‐pontos são utilizados para introduzir uma
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação.
d) contradição.
e) condição.
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Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Assinale a alternativa em que as vírgulas foram empregadas pelo mesmo motivo de uso em “A
noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa.”.
a) “Naquela festa feliz, quem se lembraria dele?”.
b) “Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta.”
c) “[…] ele, sozinho naquela sala.”
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1389382
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116671
438) 
439) 
d) “Vestia-se, saía, ia para a festa [...]”.
e) “Bachelard, ausente [...]”.
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FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Médio/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
I) Uma pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi com mais de 18 mil estudantes do
3º ano do ensino médio revelou que 59% desses alunos já escolheram a carreira que querem seguir.
Porém entre aqueles que já estão decididos, menos da metade, revelou já ter algum contato com a
profissão escolhida. (...)
 
II) Essa falta de foco do jovem na escolha gera outro problemagrave, a evasão. No Brasil cerca
de 56% dos estudantes que ingressaram em uma universidade acabaram desistindo no meio do
caminho ou trocaram de curso no decorrer da graduação.
 
III) Na região Nordeste, por exemplo, dos mais de 376 mil ingressantes, quase 200 mil
universitários desistiram do curso alcançando a porcentagem de 52,8%. Ou seja, mais da metade
dos ingressantes abandonam a faculdade, boa parte delas por falta de identificação com o curso.
 
IV) Para evitar essa situação, o jovem tem algumas alternativas em busca de decidir bem o seu
futuro. Testes vocacionais contribuem para determinar seu curso com relação à sua personalidade
tais quais suas habilidades.
 
V) Mas existem cursos mais completos para não só construir uma identidade de auto
responsabilidade no jovem de 12 a17 anos, e sim contribuir para a formação de um líder no futuro.
 
Em relação à pontuação do texto, assinale a alternativa correta.
a) Está incorreto o uso da vírgula após a palavra "metade", no trecho I.
b) O uso da vírgula após a palavra "grave", no trecho II, está correto.
c) No trecho II, justifica-se a ausência da vírgula antes de "ou".
d) A utilização de vírgula depois da palavra "situação", no trecho IV, está incorreta.
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia a estrofe de Navio Negreiro, do poeta Castro Alves, e responda corretamente sobre o uso da
vírgula:
 
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
 
a) Isola oração adverbial;
b) Isola o vocativo;
c) Aparece entre orações de sujeitos diferentes;
d) Isola oração adjetiva explicativa;
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1535803
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419932
440) 
441) 
e) Isola oração reduzida.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Tradicional/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
(Fuvest-SP, adaptada) Os sinais de pontuação são elementos gráficos que contribuem para a
coerência e coesão de textos, representando os recursos atribuídos à escrita. Escolha a alternativa em
que o texto é apresentado com a pontuação mais adequada:
a) depois que há algumas gerações, o arsênico deixou de ser vendido, em farmácias, não diminuíram
os casos de suicídio, ou envenenamento criminoso, mas aumentou e — quanto... o número de ratos.
b) depois que há algumas gerações o arsênico, deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram
os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou: e quanto! o número de ratos.
c) depois que, há algumas gerações, o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram
os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou — e quanto! — o número de ratos.
d) depois que há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias — não
diminuíram os casos de suicídio, ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto — o número
de ratos.
e) depois que, há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram
os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto, o número de ratos!
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Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
A solidão amiga
A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a
televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a
tristeza da solidão… O que mais você deseja é não estar em solidão…
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão.
Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir música… Assim, aos sábados, ele
se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias
surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a
cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela
festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga
solidão. O remédio era sair, encontrarse com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia
para a festa… Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um
desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão… A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro “A chama de uma vela”, de Bachelard. É um dos livros mais solitários
e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é
sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde
nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o
silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário
de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões
não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro.
Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o
abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1165372
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116656
442) 
cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis”.
A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem
quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você,
como motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?” Minha solidão? Há uma solidão que é
minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela
não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Adaptado de: <https://rubemalves.wordpress.com/>. Acesso: em 26set. 2019.
 
Sobre a pontuação utilizada no texto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) Em leia o livro “A chama de uma vela”, de Bachelard, as aspas duplas indicam a citação a um
discurso alheio.
( ) As reticências são utilizadas ao longo da crônica para indicar uma suspensão no discurso de
natureza emotiva.
( ) Os pontos de interrogação utilizados no final do texto demarcam questionamentos que levam o
leitor à reflexão, não exigindo necessariamente uma resposta ao produtor do texto.
a) F – V – V.
b) V – V – V.
c) F – V – F.
d) V – F – F.
e) F – F – V.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta
 
Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu
meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia
evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um "bom dia,
amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa.
 
Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse
que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para
mim, em quem confia 100%. Como não chamá-Ia para a próxima ceia de Natal aqui em casa?
 
Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando
condolências pela morte do avô de alguém que malcumprimento quando encontro num bar. Acompanho
a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as
fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me
comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas.
 
Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário
deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim,
mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das
distâncias suprimidas: nunca fomos tão Intimas de todos.
 
Pena que esse mundo fofo é de faz de conta. Intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o
que,' infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1268084
443) 
amam você, mesmo sem conhecê-Ia de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em
entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou".
 
Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um
amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. E/e não
está nem ai para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que
você o adote.
 
A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns
aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo
sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente
por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se Intimo a seu modo. Já
alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do
outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum.
 
Martha Medeiros - http://www.revistaversar.com.br/redes-sociais-Intimidade/::(com adaptações)
Sobre pontuação, é correto afirmar que:
a) em "Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa". (1°§), a vírgula depois de
"aniversário" implica um desvio da norma padrão da língua.
b) em "Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha
um amigo na hora". (6°§), as duas vírgulas são facultativas.
c) em "No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um 'bom dia, amiga"'. (1°§), as aspas em "bom
dia, amiga" foram empregadas para destacar o coloquialismo da linguagem.
d) em "Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-Ia de
verdade." (5°§), a vírgula foi utilizada para introduzir oração subordinada.
e) em "Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário". (1°§), as vírgulas foram utilizadas
para separar vocativo.
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IME - CFG (IME)/IME/2019
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO.
A primeira publicação do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na revista
carioca A Estação, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma época, uma grande reforma educacional
efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clínica Psiquiátrica. É nesse contexto de uma
psiquiatria ainda embrionária que Machado propõe sua crítica ácida, reveladora da escassez de
conhecimento científico e da abundância de vaidades, concomitantemente. A obra deixa ver as relações
promíscuas entre o poder médico que se pretendia baluarte da ciência e o poder político tal como era
exercido em Itaguaí, então uma vila, distante apenas alguns quilômetros da capital Rio de Janeiro. O
conto se desenvolve em treze breves capítulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas
experimentações cientificistas até que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que
reconhece em si mesmo a única pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas, sendo ele,
portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se.
 
Texto 1
Capítulo IV
UMA TEORIA NOVA
 
Ao passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão Bacamarte estudava por
todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria a alargar as bases da psicologia. Todo o tempo
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2043478
que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa,
conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos
mais heroicos.
 
Um dia de manhã, – eram passadas três semanas, – estando Crispim Soares ocupado em temperar um
medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar.
 
– Tratava-se de negócio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador.
 
Crispim empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da comitiva, e
especialmente da mulher? Porque este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os
cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um só dia. Assim se
explicam os monólogos que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam muita vez: – “Anda, bem feito,
quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador, torpe bajulador! Só para adular ao Dr
Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te, alma de lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes
amém a tudo, não é? Aí tens o lucro, biltre!”. – E muitos outros nomes feios, que um homem não deve
dizer aos outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. Tão depressa
ele recebeu como abriu mão das drogas e voou à Casa Verde.
 
Simão Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada de circunspeção
até o pescoço.
 
– Estou muito contente, disse ele.
 
– Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.
 
O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu:
 
– Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me
atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma
investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face
da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão;
começo a suspeitar que é um continente.
 
Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. Depois explicou compridamente a sua ideia.
No conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros; e desenvolveu isto com grande
cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. Os exemplos achou-os na história e em Itaguaí mas, como
um raro espírito que era, reconheceu o perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na
história. Assim, apontou com especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio familiar,
Pascal, que via um abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano, Calígula etc., uma enfiada de casos
e pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridículas. E porque o boticário se
admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, e até acrescentou
sentenciosamente:
 
– A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério.
 
– Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu.
 
Quanto à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante; mas a modéstia,
principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar outra coisa além de um nobre entusiasmo;
declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”. Esta expressão não tem
equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itaguaí, que como as demais vilas, arraiais e povoações
da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia: ou por meio de
cartazes manuscritos e pregadosna porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio de matraca.
 
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as
ruas do povoado, com uma matraca na mão.
 
De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um
remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da
vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era
conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores, – aquele
justamente que mais se opusera à criação da Casa Verde, – desfrutava a reputação de perfeito educador
de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer
trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto
cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta
confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regime mereciam o
desprezo do nosso século.
 
– Há melhor do que anunciar a minha ideia, é praticá-la, respondeu o alienista à insinuação do boticário.
 
E o boticário, não divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que era melhor
começar pela execução.
 
– Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele.
 
Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse:
 
– Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola,
que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A
razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia.
 
O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declarou lisamente que não chegava a entendê-la,
que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo colossal que não merecia princípio de
execução.
 
– Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão estão
perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca?
 
Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso, em que o
desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias entranhas.
 
A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a teologia não soube
enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma revolução.
 
ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1939>. Acesso em:
12/08/2019.
 
 _____________________________________
 
O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da
antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha
da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no
entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no
continente europeu.
 
Texto 2
 
XIII
 
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
 
444) 
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
 
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
 
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
 
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019.
 
“– Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me
atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma
investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face
da Terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão;
começo a suspeitar que é um continente.”
 
À luz da gramática normativa, considere as seguintes afirmações:
 
I. O travessão utilizado em “– Trata-se de coisa mais alta [...]” especifica a mudança de interlocutor
no diálogo.
 
II. As vírgulas empregadas em “A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora [...]” podem ser
substituídas por travessões, sem prejuízo para a correção.
 
III. No trecho “[...] nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante.”, as
vírgulas são empregadas com a finalidade de isolar o termo de valor explicativo.
 
Em relação às afirmações, está(ão) correta(s):
a) apenas a afirmação I.
b) apenas a afirmação II.
c) apenas as afirmações I e II.
d) apenas as afirmações I e III.
e) todas as afirmações estão corretas.
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CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
TEXTO 1
 
Importância da leitura
Além de aumentar o conhecimento, o hábito da leitura aprimora o vocabulário e ajuda na construção
textual.
 
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A melhor forma de obter conhecimento é cercar-se de bons livros
 
Um dos grandes desafios dos professo;es da educação básica é ensinar a leitura para os alunos, mas
ensinar não só a decifrar códigos, mas também a ter o hábito de ler. Seja por prazer, seja para estudar
ou para se informar, a prática da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a interpretação.
Infelizmente, com o avanço das tecnologias do mundo moderno, cada vez menos as pessoas interessam-
se pela leitura.
 
Um ato de grande, importância para a aprendizagem do ser humano, a leitura, além de favorecer o
aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular
e organizar uma linha de pensamento. Dessa forma, a apreciação de uma obra Iiterária é uma aliada na
hora de elaborar uma redação.
 
A leitura também pode ser uma opção para as férias, pois é uma ótima técnica para memorização de
conteúdos. Assim, o aluno continua em contato com a escola, mesmo não indo às aulas.
 
O hábito da leitura pode também funcionar como um exercício de fixação, pois boa parte dos assuntos
estudados na escola é ensinada apenas na teoria. Além disso, durante a leitura, é possível notar faces
diferentes de um mesmo assunto, descobrindo um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.
 
Criar o hábito
 
É comum algumas pessoas dizerem que não têm paciência para ler um livro, no entanto, é tudo urna
questão de hábito, de transformar a leitura em prazer. Vale lembrar que, além dos livros didáticos,
previstos em diversas etapas dos estudos, é importante buscar outras obras de interesse, independentes
do conteúdo.
 
Por isso, mesmo cumprindo o cronograma escolar ou lendo as obras para o vestibular, por exemplo, os
estudantes podem dedicar-se a leituras descompromissadas, fazendo das férias tempo propício para isso.
Poesias, romances, epopeias, vale tudo quando a intenção é viajar pelas páginas de urna obra literária.
Jornais, revistas e periódicos também são ótimos aliados de leitores assíduos.
 
O hábito da leitura deve ser estimulado ainda na infância para que o indivíduo aprenda desde pequeno
que ler é algo importante e, acima de tudo, prazeroso. Uma leitura realizada com prazer desenvolve a
imaginação, a escuta atenta e a linguagem das crianças.
 
(Disponivel em: <https://brasilescola.uol.com.br/ferias/a-importancia-leitura.htm> Acesso em 01/10/2018.
ADAPTADO)
 
Em relação ao uso da vírgula no TEXTO 1, marque a alternativa em que ela foi empregada para isolar
um,expressão explicativa.
a) "Infelizmente, com p avanço das tecnologias do mundo moderno( ... )"
b) "( .. ,) mesmo cumprindo o cronograma escolar ou lendo as obras para o vestibular, por exemplo,
os estudantes podem dedicar-se a leituras descompromissadas."
c) "( ... ) durante a leitura, é possível notar faces diferentes de um mesmo assunto ( ... )"
445) 
446) 
d) "É comum algumas pessoas dizerem que não têm paciência para ler um livro, no entanto, é tudo
uma questão de hábito ( ... )"
e) "Jornais, revistas e periódicos também são ótimos aliados de leitores assíduos."
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CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
TEXTO 9
 
As reticências na fala do primeiro quadrinho do TEXTO 9 indicam
a) uma interrupção a fala do personagem.
b) uma ironia.
c) um realce de uma palavra.
d) um prolongamento da fala.
e) um suspense.
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CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
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TEXTO 9
 
As aspas na fala do primeiro quadrinho do TEXTO 9 indicam
a) um realce de uma frase .
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447) 
448) 
b) um texto de outro autor.
c) uma fala da mãe do Cascão.
d) um nome de um livro.
e) um texto estrangeiro.
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FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Arquitetura e Urbanismo/2018
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
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A consciência de si
O labrador dourado saltando com a criança no gramado; o balé acrobático do sagui; a liberdade alada da
arara-azul cortando o céu sem nuvens – quem nunca sentiu inveja dos animais que não sabem para que
vivem nem sabem que não o sabem? Inveja dos seres que não sentem continuamente a falta do que não
existe; que não se exaurem e gemem sobre a sua condição; que não se deitam insones e choram pelos
seus desacertos; que não se perdem nos labirintos da culpa e do desejo; que não se deixam enlouquecer
pela mania de possuir mais e mais coisas.
O ônus da vida consciente de si desperta no animal humano a nostalgia do simples existir: o desejo
intermitente de retornar a uma condição anterior à conquista da consciência. Esse propósito padece,
contudo, de uma contradição fatal. A intenção de se livrar da autoconsciência visando a completa
imersão no fluxo espontâneo e irrefletido da vida pressupõe uma aguda consciência de si por parte de
quem a alimenta. Ela é como o fruto tardio sonhando em retornar à semente da qual veio ao galho. A
consciência é, em si mesma, irreparável; dela, como do tempo, ninguém torna atrás ou se desfaz.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 40-41)
 
Está plenamente adequado o emprego das vírgulas na seguinte frase:
a) Sobretudo, dessa condição fatal, padece tal propósito, aquele que pretende atendê-lo, ainda que
veja tal missão como impossível.
b) Para se ver livre, da autoconsciência que o mortifica, o homem ironicamente, e de modo
compulsório, deve recorrer à consciência.
c) É bonita a alegoria utilizada pelo autor, segundo a qual, quando tardio, o fruto sonha em retornar
à semente que o gerou.
d) Se há ônus, no emprego da consciência, que é uma fatalidade nossa, não há por outro lado,
algum modo de contorná-la para dela nos libertarmos.
e) É de se lamentar, que muitos homens se deixem levar pela mania da posse desmedida, inclusive,
daquilo de que não têm carência verdadeira.
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COTEC FADENOR - Vest (FASA Itabuna)/FASA/Medicina/2018
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Para que serve a filosofia?
 
 Todos nós deveríamos dedicar um pouco do nosso tempo a fazer perguntas das mais simples às mais
complexas sem medo de parecermos bobos.
 As pessoas ficam compreensivelmente confusas sobre o que é a filosofia. De longe, parece estranha,
irrelevante, chata e, ao mesmo tempo, também — um pouquinho — intrigante, mas é difícil explicar
exatamente do que se trata. O que são filósofos? O que fazem? Por que precisamos deles? Felizmente, a
resposta já está na própria palavra “filosofia”. Em grego, philo significa amor — ou devoção — e sophia
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quer dizer “sabedoria”. Filósofos são, assim, pessoas dedicadas à sabedoria. Embora seja um termo um
tanto abstrato, o conceito de “sabedoria” não é nebuloso. Ser sábio significa tentar viver e morrer bem,
levar a melhor vida possível dentro das condições problemáticas da existência. A meta da sabedoria é a
realização. Você pode até dizer que é a “felicidade”, mas “felicidade” é ilusória, pois sugere alegria e
animação constantes, enquanto “realização” parece compatível com muita dor e sofrimento, que toda
vida decente deve necessariamente ter. Então um filósofo, ou “pessoa dedicada à sabedoria”, é alguém
que se aplica à especialização sistemática em descobrir a melhor maneira de encontrar realização
individual e coletiva. Em sua busca pela sabedoria, os filósofos desenvolveram um conjunto muito
específico de habilidades. Ao longo dos séculos, eles se especializaram em muitas das questões amplas e
gerais que tornam as pessoas não muito sábias. Identificamos seis: Qual é o sentido da vida? O que
devo fazer com meu trabalho? O que vamos fazer como uma sociedade? O que é o amor? A maioria de
nós pensa nessas questões em algum momento (com frequência durante a noite), mas ficamos
desesperados ao tentar respondê-las. Elas têm o status de piada na maioria dos círculos sociais, e
ficamos tímidos ao expressá-las (exceto por alguns breves momentos na adolescência) por medo de
sermos considerados pretensiosos e não chegarmos a lugar algum. No entanto, essas questões são
profundamente importantes, porque somente com respostas fundamentadas a elas é que podemos
direcionar nossa energia significativamente. Filósofos são pessoas que não têm medo das grandes
perguntas. Ao longo dos séculos, fizeram as maiores delas. Percebem que essas questões sempre podem
ser divididas em partes mais gerenciáveis, e a única coisa realmente pretensiosa é alguém pensar que
está acima de fazer periodicamente questionamentos que parecem ingênuos.
 A opinião pública — ou o que é chamado de “senso comum” — é sensata e racional em inúmeras
áreas. É o que você ouve de amigos e vizinhos, as coisas simplesmente presumidas como verdadeiras,
que você absorve sem ao menos pensar nelas. A mídia jorra isso diariamente, mas, em alguns casos, o
senso comum também é cheio de absurdos, distorções e preconceitos dos mais lamentáveis. A filosofia
nos faz submeter todos os aspectos do senso comum à razão. Ela quer que pensemos por conta própria,
sejamos mais independentes. É de fato verdade o que dizem sobre amor, dinheiro, filhos, viagens,
trabalho? Os filósofos querem saber se uma ideia é lógica — em vez de simplesmente presumir que deve
estar certa só porque sempre se pensou dessa maneira.
 Não somos muito bons em saber o que acontece em nossa mente. Sabemos que realmente gostamos
de uma música, mas temos dificuldade em dizer exatamente o porquê. Ou alguém que conhecemos é
muito irritante, mas não conseguimos apontar exatamente qual é o problema. Ou, então, perdemos a
calma, mas não sabemos identificar o que nos incomoda tanto. Não temos uma boa percepção de nossas
próprias satisfações e desgostos. É por isso que precisamos examinar nossa própria mente. A filosofia
está comprometida com o autoconhecimento, e seu preceito central — articulado pelo pioneiro e maior
filósofo, Sócrates — é curto: “Conhece a ti mesmo”.
 Somos incrivelmente determinados a tentar ser felizes, mas constantemente falhamos nesse
processo. Exageramos o poder que algumascoisas têm de melhorar nossa vida — e subestimamos
outras. Em uma sociedade consumista, fazemos escolhas erradas porque, guiados por um glamour falso,
ficamos imaginando que um tipo em particular de férias, carro ou computador fará uma diferença maior
do que a possível. Ao mesmo tempo, subestimamos a contribuição de outras coisas — como dar uma
caminhada, arrumar um armário, ter uma conversa estruturada ou ir dormir cedo —, o que pode ter
pouco prestígio, mas contribui profundamente para a natureza da existência. Filósofos buscam ser sábios
ao serem mais precisos quanto às atividades e atitudes que podem realmente ajudar nossa vida a ser
melhor. Somos inevitavelmente seres emotivos, mas com frequência esquecemos esse fato
desconfortável. Às vezes, algumas emoções — certos tipos de raiva, inveja ou ressentimento — nos
levam a problemas sérios. Os filósofos nos ensinam a pensar em nossas emoções em vez de
simplesmente senti-las. Ao entender e analisar nossos sentimentos, aprendemos a ver como as emoções
afetam nosso comportamento de formas inesperadas, contraintuitivas e, às vezes, perigosas. Filósofos
foram os primeiros terapeutas.
 Estamos sempre perdendo a noção do que é importante e do que não é. Estamos — como diz a
expressão — constantemente “perdendo a perspectiva”. Os filósofos são bons em mantê-la. Ao ouvir a
notícia de que havia perdido todas as suas posses em um naufrágio, o filósofo estoico Zenão
simplesmente disse: “A fortuna [o acaso, o destino] me leva a ser um filósofo menos sobrecarregado”.
São respostas assim que tornaram o termo “filosófico” um sinônimo de pensamento calmo e de longo
prazo e de força mental, resumidamente, para ter perspectiva. O que chamamos de “história da filosofia”
é composto de tentativas repetidas ao longo dos séculos de abordar formas nas quais não somos sábios.
Então, por exemplo, na Atenas antiga, Sócrates deu atenção especial ao problema de
449) 
como as pessoas ficam confusas. Ele ficava incomodado por as pessoas não saberem exatamente
explicar o que eram conceitos essenciais como coragem, justiça ou sucesso, embora fossem os mais
usados ao falarem sobre a própria vida. Sócrates desenvolveu um método (que ainda tem seu nome)
pelo qual é possível aprender a ter mais clareza sobre o que se quer dizer ao ser o advogado do diabo
com qualquer ideia. O objetivo não é necessariamente mudar de opinião, mas sim testar se os conceitos
que orientam sua vida são firmes. Algumas décadas depois, o filósofo Aristóteles tentou nos deixar mais
confiantes em torno das grandes perguntas. Ele achava que as melhores questões eram aquelas que
indagavam para que algo serve. Fez muito isso e, em vários livros, questionou: para que serve o
governo? Para que serve a economia? Para que serve o dinheiro? Para que serve a arte? Hoje, ele nos
incentivaria a perguntar: para que serve a mídia jornalística? Para que serve o casamento? Para que
servem as escolas? Para que serve a pornografia? Os filósofos estoicos, interessados no pânico, também
eram ativos na Grécia antiga. Eles notaram uma característica realmente central do pânico: entramos
nele não apenas quando algo ruim acontece, mas quando acontece muito inesperadamente, quando
presumíamos que tudo correria bem. Então sugeriram que deveríamos nos proteger do pânico ao nos
acostumarmos com a ideia de que perigo, problemas e dificuldades muito provavelmente surgirão a
qualquer momento. A tarefa geral de estudar filosofia é absorver essas e muitas outras lições e colocá-las
para funcionar no mundo hoje. A questão não é apenas saber o que este ou aquele filósofo diziam, mas
tentar exercitar a sabedoria no nível individual e social — a partir de agora. A sabedoria da filosofia é
entregue — nos tempos modernos — na maior parte em forma de livros, mas, no passado, os filósofos
ficavam sentados em praças e discutiam suas ideias com os pedestres ou entravam em gabinetes e
palácios de governo para dar conselhos. Não era anormal ter um filósofo na folha de pagamento. A
filosofia era considerada uma atividade normal e básica — não um item opcional incomum e esotérico.
Atualmente, não é que neguemos abertamente esse pensamento — sempre ouvimos frases de sabedoria
aqui e ali —, mas simplesmente não temos as instituições certas estabelecidas para promulgar a
sabedoria de forma coerente no mundo. No futuro, entretanto, quando o valor da filosofia estiver um
pouco mais claro para todos, poderemos esperar encontrar mais filósofos na vida cotidiana. Eles não
estarão trancados, vivendo principalmente em departamentos de universidades ou em escolas, porque os
momentos em que nossa falta de sabedoria aparece — e bagunça nossa vida — são inúmeros e precisam
de atenção imediata.
 
Fonte: ARMSTRONG, John. Para que serve a filosofia? Disponível em:
<http://vidasimples.co/pensar/filosofia.phtml#.W_LemehKiUk>. Acesso em: 20 nov. 2018.
 
Considere o trecho: “Somos incrivelmente determinados a tentar ser felizes, mas constantemente
falhamos nesse processo. Exageramos o poder que algumas coisas têm de melhorar nossa vida — e
subestimamos outras. Em uma sociedade consumista, fazemos escolhas erradas porque, guiados por um
glamour falso, ficamos imaginando que um tipo em particular de férias, carro ou computador fará uma
diferença maior do que a possível.” (Texto 1 – linhas 38-41) Tendo em vista a gramática normativa,
analise a organização morfossintática desse trecho e assinale a alternativa INCORRETA.
a) O verbo “têm” foi acentuado graficamente, pois encontra-se no plural, fazendo a concordância
com o seu sujeito “algumas coisas”.
b) O uso da vírgula que intercala o termo “Em uma sociedade consumista” é facultativo, já que essa
expressão se classifica como adjunto adverbial antecipado.
c) O uso da vírgula, no primeiro período do trecho, é obrigatório para intercalar uma oração
coordenada sindética adversativa.
d) O uso do travessão poderia ser substituído pelo uso da vírgula sem que houvesse alteração no
sentido do trecho.
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FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Direito/2018
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Instintos e civilização
Quão robusta é a ordem civilizada ocidental? A julgar pelo século XX, e mesmo sem levar em conta as
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450) 
duas guerras mundiais, talvez menos do que pareça. O padrão é conhecido: situações de conflito
armado, cataclismos naturais e colapso econômico agudo, tragédias em massa e violências de toda
ordem revelaram a fragilidade da fina superfície de civilidade e decoro sobre a qual assenta a nossa
civilização. Sob o impacto do abalo provocado por grandes desastres, o comportamento das pessoas
sofre uma drástica mutação: enquanto alguns, em geral poucos, agem de forma solidária e até mesmo
heroica, a maior parte da população atingida regride a um estado de violência e selvageria.
Imposta a ordem do “salve-se quem puder”, tudo deságua na rápida escalada dos furtos, assaltos,
saques, crimes, estupros e vandalismo. Quase que num piscar de olhos, o cordato cidadão civilizado se
transforma em besta feroz, capaz das piores atrocidades.
Uma interpretação possível: o ser humano no fundo é um animal selvagem e terrível. Remova os
sustentáculos elementares da ordem civilizada; dispa a camisa de força social; suspenda a vigilância e a
punição aos infratores do código legal, e, em pouco tempo, retrocedemos ao que Hobbes* chamou de
“estado natural”, à guerra de todos contra todos.
*Thomas Hobbes: Filósofo inglês do século XVII.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 124-125)
 
Ao se dar nova redação a um trecho do texto, a pontuação permanece correta em:
a) Ainda que não se considerem, as duas guerras mundiais, o século XX mostrou-se: menos
civilizado do que parece.
b) Tudo, uma vez imposta a ordem do “salve-se” quem puder deságua na rápida escalada dos furtos.
c) O cordato cidadão civilizado, num piscar de olhos como uma besta feroz,é capaz, das piores
atrocidades.
d) O ser humano, numa interpretação possível é terrível e no fundo, um animal selvagem.
e) Retrocederemos ao que Hobbes chamou “estado natural”, caso se venham a suspender, em dado
momento, a vigilância e a punição.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2018
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parênteses etc)
Texto para a questão.
 
Correndo risco de vida
 
Em uma de suas histórias geniais, Monteiro Lobato nos apresenta o reformador da natureza, Américo
Pisca-Pisca. Questionando o perfeito equilíbrio do mundo natural, Américo Pisca-Pisca apontava um
desequilíbrio flagrante no fato de uma enorme árvore, como a jabuticabeira, sustentar frutos tão
pequeninos, enquanto a colossal abóbora é sustentada pelo caule fino de uma planta rasteira. Satisfeito
com sua grande descoberta, Américo deita-se sob a sombra de uma das jabuticabeiras e adormece. Lá
pelas tantas, uma frutinha lhe cai bem na ponta do seu nariz. Aturdido, o reformador se dá conta de sua
lógica.
 
Se os reformadores da natureza, como Américo Pisca-Pisca, já caíram no ridículo, os reformadores da
língua ainda gozam de muito prestígio. Durante muito tempo era possível usar a expressão "fulano não
corre mais risco de vida". Qualquer falante normal decodificava a expressão "risco de vida" como "ter a
vida em risco". E tudo ia muito bem, até que um desses reformadores da língua sentenciou, do alto da
sua vã inteligência: "'não é risco de vida, é risco de morte". Quer dizer que só ele teve essa brilhante
percepção, todos os outros falantes da língua não passavam de obtusos irrecuperáveis. É: o tipo de
sujeito que acredita ter inventado a roda. E impressiona a fortuna crítica de tal asneira. Desde então,
todos os jornais propalam "o grande Iíder sicrano ainda corre o risco de morte". E me desculpem, mas
risco de morte é muito pernóstico.
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451) 
 
Assim como o reformador da natureza não entende nada da dinâmica do mundo natural, esses
gramáticos que pretendem reformar o uso linguístico invocando sua pretensa racionalidade não
percebem coisa alguma da lógica de funcionamento da língua. Como bem ensinou Saussure, fundador da
linguística moderna, tudo na língua é convenção. A expressão "risco de vida", estava consagrada pelo
uso e não se criava problemas na comunicação, porque nenhum falante, ao ouvir tal expressão, pensava
que o sujeito corra risco de viver.
 
A relação entre as formas linguísticas e o seu conteúdo é arbitrária e convencionada socialmente. Em
Japonês, por exemplo, o objeto precede o verbo. Diz-se "João o bolo comeu" em vez de "João comeu o
bolo", como em português. Se o nosso reformador da língua baixasse por lá, tentaria convencer os
japoneses de que o verbo preceder o seu objeto é muito mais lógico!
 
Mas os ingênuos poderiam argumentar: o nosso oráculo gramatical não melhorou a língua tornando-a
mais lógica? Não, meus caros, ele a empobreceu. Pois, ao lado da expressão mais trivial "correr o risco
de cair do cavalo", a língua tem uma expressão mais sofisticada: correr risco de vida. Tal construção
dissonante amplia as possibilidades expressivas da língua, criando um veio que pode vir a ser explorado
por poetas e demais criadores da língua. "Corrigir" risco de vida por risco de morte é substituir uma
expressão mais sutil e sofisticada por sua versão mais imediata, trivial e óbvia. E um recurso expressivo
passou a correr risco de vida pela ação nefanda dos fariseus no templo democrático da língua.
 
LUCCHESI, Dante, Correndo risco de vida. A Tarde, 17 set.2006, p.3, Opinião - adaptado.
 
 
 
No trecho "Como bem ensinou Saussure, fundador da Iinguística moderna, tudo na Iíngua é convenção"
(§3º), o emprego das vírgulas se justifica por
a) separar uma oração coordenada assindética.
b) isolar uma expressão apositiva.
c) separar termos com a mesma função sintática.
d) isolar um advérbio deslocado.
e) separar uma oração subordinada adjetiva explicativa.
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VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2017
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
“Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira (1608-1697),
 
 Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e
como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o
muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu
assim: “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
armada, sois imperador?”. Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com
pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as
qualidades, e interpretar as significações, a uns e outros, definiu com o mesmo nome: [...] Se o rei de
Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o
mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
 
 Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a escrever
uma tal sentença em Roma, reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que
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452) 
os nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos, ou para a emenda, ou para a cautela,
não preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que
calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca, e que
se não podem ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão, porque lhes pode
tocar. [...]
 
 Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e
vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o
seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas
levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...]. Não são só ladrões, diz
o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher
a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os
quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem,
estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os
outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
 
(Essencial, 2011.)
 
Verifica-se o emprego de vírgula para indicar a elipse (supressão) do verbo em:
a) “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
armada, sois imperador?” (1o parágrafo)
b) “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de
que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...].” (3o parágrafo)
c) “O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres.” (1o parágrafo)
d) “Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e
o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.” (1o parágrafo)
e) “Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo
do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e
enforcam.” (3o parágrafo)
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IME - CFG (IME)/IME/2017
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
APÓS A LEITURA ATENTA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO.
 
Texto 1
 
A CONDIÇÃO HUMANA
 
A Vita Activa e a Condição HumanaCom a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e
ação . Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições
básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.
 
O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos crescimento
espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e
introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria vida.
(a)
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O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não
necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie , e cuja mortalidade não é compensada por
este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer
ambiente natural. Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual embora esse mundo se destine a
sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição humana do trabalho é a mundanidade.
 
A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da
matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem
na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política;
mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio
per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que
conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre os homens” (inter
homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines esse desinere). Mas, em
sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e
fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da
outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a
pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicação . A ação seria um luxo
desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento, se os homens não
passassem de repetições interminavelmente reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma
natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. A pluralidade
é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém
seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.
 
As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da
existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas
a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano,
emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo
humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e preservar corpos políticos, cria a condição
para a lembrança, ou seja, para a história. O labor e o trabalho, bem como a ação, têm também raízes
na natalidade, na medida em que sua tarefa é produzir e preservar o mundopara o constante influxo de
recém chegados que vêm a este mundo na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em
conta Não obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição
humana da natalidade o novo começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo
somente porque o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido
de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de
natalidade. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a
mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao
pensamento metafísico.
 
A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os
homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se
imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em
coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência
exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das condições nas
quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens constantemente
criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a
mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em
duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da existência humana. É por
isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres condicionados. Tudo o que
espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo esforço humano, torna-se parte
da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido
como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu caráter de coisa ou objeto – e a condição
humana complementam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria
impossível sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses
artigos não fossem condicionantes da existência humana.
 
 
(b)
1
Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas
versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de
Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher, refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido
que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião
semelhante, insiste em que a mulher foi criada “do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida
atenue um pouco a dependência: “nem o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A
diferença indica muito mais que uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era
intimamente relacionada com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação.
Especialmente interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera
inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de ter sido o
homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a existir vários de uma só vez”
(plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação constitui boa oportunidade para salientar-se o
caráter de espécie da vida animal, em oposição à singularidade da existência humana.
 
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981.
pp. 15-17 (texto adaptado).
 
 
Texto 2
 
DAS VANTAGENS DE SER BOBO
 
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz
de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa,
responde: "Estou fazendo. Estou pensando.".
 
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da
esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia .
 
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão
atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples
pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No
entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
 
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a
compra de um ar refrigerado de segunda mão:ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso
porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer.
Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão
estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem
de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo, enquanto o esperto não dorme à
noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que
venceu.
 
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos
espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu,
Brutus?" .
 
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
 
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não
teria morrido na cruz.
 
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma
criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por
bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os
bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
 
(c)
(e)
453) 
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com
fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
 
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas . É quase impossível evitar o
excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o
bobo.
 
LISPECTOR, Clarice. Das vantagens de ser bobo. Disponível em: http://www.revistapazes.com/das-vantagens-
de-ser-bobo/. Acesso em 10 de maio de 2017. Originalmente publicado no Jornal do Brasil em 12 de setembro de
1970.
 
 
Texto 3
 
EXAUSTO
 
Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.
 
PRADO, Adelia. Exausto. Disponível em <http://byluleoa-tecendopalavras.blogspot.com.br/>. Acesso em 31/07/17.
 
 
 
Marque a opção em que a regra usada para a colocação das vírgulas é a mesma encontrada no trecho
abaixo destacado:
 
(…) cujos crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais
produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida .
 
a) (…) labor, trabalho e ação (texto 1).
b) O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta
não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie (…) (texto 1).
c) o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia (texto 2).
d) Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas (texto 2).
e) "Até tu, Brutus?" (texto 2).
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CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2017
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parênteses etc)
TEXTO III:
 
Eu sou único
 
(d)
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454) 
Você tem um nome e um sobrenome que o identificam.
 
Esse nome é registrado em cartório, que é um lugar onde guardam documentos importantes .
 
Ao sermos registrados: no cartório recebemos o nosso primeiro documento, que se chama Registro Civil
ou Certidão de Nascimento.
 
Ele contém dados importantes da nossa vida como: nome, sobrenome, local, data e hora em que
nascemos, o nome de nossos pais e avós.
 
 
 
Em, "Ele contém dados importantes da nossa vida como: nome, sobrenome, local, data e hora em que
nascemos, o nome dos nossos pais e avós.", as vírgulas foram utilizadas
a) para separar um adjunto adverbial antecipado.
b) para separar um adjunto adverbial intercalado.
c) para separar o aposto e o vocativo.
d) para separar expressões explicativas ..
e) para isolar termos dispostos em enumeração.
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CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2017
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TEXTO IX Oração do Pai Nosso na Bíblia (Mateus 6:9-13)
 
Pai nosso, que estás nos céus!
Santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso
pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, 
assim como perdoamos
aos nossos devedores. E não nos deixeis cair
em tentação,
mas livra-nos do mal
porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1012487
455) 
(Disponível em: https://www.bibliaon.com/oracao_do_pai_nosso/ Acesso: 04OUT2017)
 
Marque o item que dá a CORRETA explicação, conforme a gramática normativa, para o emprego da
vírgula na Oração do Pai nosso. Volte ao texto para conferir.
a) Pai nosso, que estás nos céus! (Vírgula que demarca uma oposição de ideia)
b) Pai nosso, que estás nos céus! (vírgula que estabelece uma restrição de sentido)
c) seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. ( Vírgula para separar a ação de suas
circunstâncias)
d) em tentação, mas livra-nos do mal, (Vírgula que marca uma ideia de conclusão)
e) mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino (Vírgula que coordena ideia de conclusão)
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VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2017
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Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e Cássio
Leite Vieira, para responder à questão.
 
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase – que tem algo
da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost
(1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos, cujo teor constitui um marco
histórico da civilização.
 
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com tinta estampada
em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o
Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955).
 
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo que o que
produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se ao arcabouço teórico que
havia construído como um “castelo alto no ar”.
 
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito, sem fronteiras
e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas décadas
seguintes.
 
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro de 1917 nos
Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo
usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em
1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura
humana.
 
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria que explica os
fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco
negro devora avidamente luz e matéria.
 
Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac Newton (1642-
1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que massas são bem menores do
que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
 
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado
tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”, na qual populariza suashttps://www.tecconcursos.com.br/questoes/1477560
456) 
duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condições, o espaço pode
encurtar, e o tempo, dilatar.
 
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein adoeceu, com
problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela década.
 
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora
da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de
“cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos
continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da
Terra.
 
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar seus objetos
de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses em outros campos do
conhecimento.
 
(Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.)
 
Emprega-se a vírgula para indicar, às vezes, a elipse do verbo: “Ele sai agora: eu, logo mais.”
 
(Evanildo Bechara. Moderna gramática portuguesa, 2009. Adaptado.)
 
Verifica-se a ocorrência de vírgula para indicar a elipse do verbo no seguinte trecho:
a) “Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter
achado tempo para escrever uma pequena joia [...]” (8º parágrafo)
b) “[...] em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.” (8º parágrafo)
c) “[...] a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a
maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.” (5º parágrafo)
d) “[...] Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera.” (9º parágrafo)
e) “Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener
[...]” (10º parágrafo)
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2016
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Saúde, sociedade e qualidade de vida.
 
Saúde é um direito humano fundamental, reconhecido por todos os foros mundiais e em todas as
sociedades. Como tal, se encontra em pé de igualdade com outros direitos garantidos pela Declaração
dos Direitos Humanos, de 1948: liberdade, alimentação, educação, segurança, nacionalidade etc. 
 
A saúde é amplamente reconhecida como o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e
pessoal, e como uma importante dimensão da qualidade de vida. Saúde e qualidade de vida são, assim,
dois temas corelacionados, aspecto com o qual pesquisadores e cientistas concordam. A saúde contribui
para a qualidade de vida, e esta é fundamental para a saúde. 
 
A Carta de Ottawa – um dos documentos mais importantes que se produziram no cenário mundial sobre
o tema da saúde e da qualidade de vida – afirma que são recursos indispensáveis para se ter saúde: paz,
renda, habitação, educação, alimentação adequada, ambiente saudável, recursos sustentáveis, equidade,
justiça social. Isto implica o entendimento de que a saúde não é nem uma conquista, nem uma
responsabilidade exclusiva do setor saúde. É o resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos,
políticos e culturais, coletivos e individuais, que se combinam, daí resultando sociedades mais ou menos
saudáveis.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1168342
457) 
 Na maior parte do tempo de suas vidas, a maioria das pessoas é saudável. Isto significa que, na maior
parte do tempo, a maioria das pessoas não necessita de hospitais, ou de complexos procedimentos
médicos ou terapêuticos. Mas durante toda a vida, todas as pessoas necessitam de água e ar puros,
ambiente saudável, alimentação adequada, situações social, econômica e cultural favoráveis, prevenção
de problemas de saúde, educação e informação. Isto quer dizer que fatores políticos, econômicos,
sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer, como prejudicar a
saúde.
 
Para se melhorar realmente as condições de saúde de uma população, são necessárias mudanças
profundas dos padrões econômicos no interior destas sociedades e intensificação de políticas sociais,
eminentemente políticas públicas. Para que uma sociedade conquiste saúde para seus membros, são
necessárias uma verdadeira ação intersetorial e políticas públicas saudáveis, isto é, comprometidas com a
qualidade de vida e a saúde da população.
 
Além destes elementos estruturais, que dependem da decisão e da ação dos indivíduos, a saúde também
é decorrência de fatores comportamentais. Isto é, as pessoas desenvolvem padrões alimentares, de
atividade física, de maior ou menor estresse na vida quotidiana, entre outros, que também têm grande
influência sobre a saúde. Se cada pessoa se preocupar em desenvolver um padrão comportamental
favorável à sua saúde e lutar para que as condições sociais e econômicas sejam favoráveis à qualidade
de vida e à saúde de todos, certamente estará dando uma poderosa contribuição para que tenhamos
uma população mais saudável, com vida mais longa e prazerosa. 
 
(Paulo M. Buss. Folha de S. Paulo)
 
Observe o seguinte trecho: “todas as pessoas necessitam de água e ar puros, ambiente saudável,
alimentação adequada, situações social, econômica e cultural favoráveis, prevenção de problemas de
saúde, educação e informação. Isto quer dizer que fatores políticos, econômicos, sociais, culturais,
ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde”. Uma análise
dos sinais de pontuação vistos nesse trecho indica que o uso das vírgulas se deve ao fato de que se trata
de: 
a) itens de sentido argumentativo.
b) palavras com teor explicativo.
c) termos sintaticamente intercalados. 
d) de um segmento enumerativo.
e) de um fragmento conclusivo. 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um
erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no
terreno que fica entre o texto e seu leitor.
OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).
 
A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre
os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação
textual realizada com a finalidade de
a) comparar elementos opostos.
b) relacionar informações gradativas.
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458) 
c) intensificar um problema conceitual.
d) introduzir um argumento esclarecedor.
e) assinalar uma consequência hipotética.
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IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2016
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Leia o Texto 1 com atenção e, com base nele, responda a questão.
 
TEXTO 1
 
Por que enviamos nossas crianças e jovens à escola? Hoje, não temos uma única resposta para essa
questão, mas várias, e muitas delas não têm relação direta com a função original da educação escolar.
 
Enviamos as crianças à escola porque é obrigatório: o Estatuto da Criança e do Adolescente assim o
determina. Mas, acima de ser obrigatório, é um direito dos mais novos aprenderem a ler o mundo pelo
conhecimento sistematizado, e é na escola que eles terão essa oportunidade.
 
Com o estilo de vida corrido que adotamos, com o caos do trânsito que torna os trajetos muito mais
longos e com a pressão do trabalho, muitos pais enviam seus filhos à escola para que eles sejam
cuidados em um ambiente que consideram salutar. É por esse motivo que cresceram a oferta da escola
em período integral e a programação nas férias dos alunos. Assim, a escola passou a ser tambémum
espaço para acolher os mais novos.
 
Com a pressão social sobre os pais para a preparação dos filhos para um futuro promissor, cuja
passagem se daria, necessariamente, pelo vestibular, a escola passou a ser preparadora de realizadores
de testes de determinados estilos. Há pais que, já na educação infantil, preocupam-se com o vestibular
que só ocorrerá dez, 12 anos mais tarde. Dessa maneira, a escola passou a ser instrutora de conteúdos.
 
Com a retirada das crianças do espaço público por medo da violência, muitas vão à escola para encontrar
pares. A escola tornou-se, portanto, o ponto de encontro de crianças e adolescentes.
 
Vou ficar apenas nesses motivos que se distanciaram do sentido original da escola para tratar
especificamente deste: a escola deve servir, basicamente, para introduzir o aluno no mundo público por
meio do conhecimento, ensiná-lo a pensar por si mesmo e de maneira crítica, oferecer condições para
que ele possa fazer as melhores escolhas possíveis, e aprender a ser cidadão.
 
A escola é que faz a transição, para os mais novos, do espaço privado familiar para o mundo. Este é,
cada vez mais, plural, em todos os sentidos. E as famílias cada vez mais singulares e diferentes entre si
nas crenças, nos conceitos e preconceitos, no estilo de vida, na moral, nos valores que priorizam, nas
virtudes que prezam etc.
 
Por isso, a escola tem de ter partido. O partido do ensino do conhecimento sem seleção prévia, da
justiça, da convivência e respeito com as diferenças, da liberdade – inclusive de pensamento –, da
autonomia, do pensamento crítico, da democracia, entre outros.
 
Caro leitor, você já deve ter ouvido a frase "meu filho, minhas regras". Nada mais opressor e prepotente
do que esse conceito, porque ele significa restringir a vida dos filhos.
 
Você deve lembrar-se de vários aprendizados que teve com seus pais que, mais tarde, deixou de lado por
não dizer respeito a você. Pois é a escola que dará a chance aos filhos de se verem livres, se quiserem,
de alguns – ou muitos – ensinamentos que receberam da família.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2183796
459) 
Por isso, caro leitor, lute para que seu filho encontre na escola a oportunidade de tornar-se um cidadão
justo, livre, respeitoso, autônomo e crítico em relação a essa excessiva oferta de informações, notícias,
imagens, produtos etc. que temos na atualidade.
 
É a escola sem limitações que possibilitará isso a ele.
 
Disponível no site: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/08/1797863-escola-faz-transicao-do-
espacoprivado- para-o-mundo-e-tem-de-ter-partido.shtml. Acesso em: 20 out. 2016.
 
De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, a vírgula foi usada para separar uma oração
coordenada sindética explicativa em:
a) Assim, a escola passou a ser também um espaço para acolher os mais novos.
b) A escola tornou-se, portanto, o ponto de encontro de crianças e adolescentes.
c) Nada mais opressor e prepotente do que esse conceito, porque ele significa restringir a vida dos
filhos.
d) Por isso, caro leitor, lute para que seu filho encontre na escola a oportunidade de tornar-se um
cidadão justo [...].
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Marinha - Alun (CN)/CN/2016
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parênteses etc)
O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando
sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos
perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos
brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos.
 
Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância,
nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são
potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do
"sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que
guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e,
até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de
"burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma
o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são
esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de
um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se
opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta.
 
[ ... ]
 
Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos
aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver
raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos
ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a
entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de
nós mesmos.
 
Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em que ato que está faltando entre
nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro.
É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação
são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca
prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos
que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha
descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1283987
460) 
diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela
mesma - é algo bem diferente.
 
(TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em
https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações)
 
Assinale a opção na qual o texto foi pontuado corretamente.
a) Segundo pesquisas, brasileiros, leem mais que paraguaios e bolivianos; por outro lado, utilizam
bem menos, as bibliotecas públicas.
b) Na infância, as crianças aprendem que, a leitura exige concentração, mas traz, como recompensa,
bastantes alegrias e conhecimento.
c) Não existe, em parte alguma, povo civilizado que despreze a leitura, o conhecimento, as
experiências advindas das bibliotecas, e gabinetes de leitura.
d) Os leitores adquirem, ao longo dos anos, muitas experiências preciosas; enquanto isso, os não
leitores, sem perceber, furtam-se de um universo incontável de saber.
e) Sem perceber as pessoas vão deixando para trás, quando abandonam a leitura, um universo
completamente precioso; ao mesmo tempo os leitores fiéis acumulam sabedoria e ideias novas.
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IME - CFG (IME)/IME/2016
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
Texto 1
A CRISE AMBIENTAL
Benedito Braga
Segundo Miller (1985), nosso planeta pode ser comparado a uma astronave que dispõe de um eficiente
sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria,deslocando-se a cem mil
quilômetros por hora pelo espaço sideral. Há atualmente na astronave ar, água e comida suficientes para
manter seus passageiros. Tendo em vista o progressivo aumento do número desses passageiros, em
forma exponencial, e a ausência de portos para reabastecimento, podem-se vislumbrar, em médio e
longo prazos, problemas sérios para a manutenção de sua população.
Pela segunda lei da termodinâmica, o uso da energia implica degradação de sua qualidade. Como
consequênciada lei da conservação da massa, os resíduos energéticos, principalmente na forma de calor,
somados aos resíduos de matéria, alteram a qualidade do meio ambiente no interior dessa astronave. A
tendência natural de qualquer sistema, como um todo, é de aumento de sua entropia (grau de
desordem). Assim, os passageiros, utilizando-se da inesgotável energia solar, processam, por meio de
sua tecnologia e de seu metabolismo, os recursos naturais finitos, gerando, inexoravelmente, algum tipo
de poluição.I O nível de qualidade de vida no planeta dependerá do equilíbrio entre estes três elementos:
população, recursos naturais e poluição. Os aspectos mais relevantes de cada vértice do triângulo
formado por esses elementos e suas interligações são analisados nos itens subsequentes.
1.1 População
A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6,2 bilhões no ano 2002 (...) e, atualmente, a
taxa de crescimento se aproxima de 1,13% ao ano. De acordo com a analogia da astronave, isso
significa que, nos dias de hoje, ela transporta 6,2 bilhões de passageiros e, a cada ano, outros 74
milhões de passageiros nela embarcam. Esses passageiros estão divididos em 227 nações nos cinco
continentes, poucas das quais pertencem aos chamados países desenvolvidos, com 19% da população
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total. As demais são os chamados países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, com os restantes
81% da população. Novamente, usando a analogia com a astronave, é como se os habitantes dos países
desenvolvidos fossem passageiros de primeira classe, enquanto os demais viajam no porão. Em
decorrência das altas taxas de crescimento populacional que hoje somente ocorrem nos países menos
desenvolvidos, essa situação de desequilíbrio tende a se agravar ainda mais: em 1950, os países
desenvolvidos tinham 31,5% da população mundial; em 2002, apenas 19,3%; e, em 2050, terão 13,7%
(…).
Um casal que tenha cinco filhos, os quais, por sua vez, tenham cinco filhos cada um, representa, a partir
de duas pessoas, uma população familiar de 25 pessoas em duas gerações. Esse fenômeno vem
ocorrendo mundialmente desde meados do século XIX, com a Revolução Industrial. A partir dessa
revolução, a tecnologia proporcionou uma redução da taxa bruta de mortalidade, responsável pelo
aumento da taxa de crescimento populacional anual, apesar de a taxa de natalidade estar se reduzindo
desde aquela época até os dias atuais.
(…)
Dentro dessa perspectiva de crescimento, cabe questionar até quando os recursos naturais serão
suficientes para sustentar os passageiros da astronave Terra. Existem autores, como Lappe e Collins
(1977), que contestam a tese de insuficiência de recursos naturais e responsabilizam a má distribuição
da renda e a má orientação da produção agrícola pela fome do mundo hoje.
1.2 Recursos naturais
Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam
para sua manutenção, sendo, portanto, algo útil. Há uma estreita relação entre recursos naturais e
tecnologia, toda vez que ocorrerem processos tecnológicos para utilização de um recurso. Exemplo típico
é o magnésio, até pouco tempo não era considerado um recurso natural e passou a sê-lo quando se
descobriu como utilizá-lo na confecção de ligas metálicas para aviões. Recursos naturais e economia
interagem de modo bastante evidente, pois algo é recurso na medida em que sua exploração é
economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que, antes da crise do petróleo de 1973,
apresentava custos de produção extremamente elevados em relação aos custos de exploração de
petróleo. Hoje, no Brasil, apesar da diminuição do Proálcool, o álcool ainda pode ser considerado um
importante combustível para automóveis e um recurso natural estratégico de alta significância uma vez
que há possibilidade de sua renovação e consequente disponibilidade. Sua utilização efetiva depende de
análises políticas e econômicas que poderão ser revistas sempre que necessário.
Finalmente, algo se torna recurso natural caso sua exploração, processamento e utilização não causem
danos ao meio ambiente. Assim, na definição de recurso natural, encontramos três tópicos relacionados:
tecnologia, economia e meio ambiente.
1.3 Poluição
Completando o terceiro vértice do triângulo, como resultado da utilização dos recursos naturais pela
população surge a poluição que é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou
biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera, podendo causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às
atividades dos seres humanos e outras espécies ou ainda deteriorar materiais. Para fins práticos, em
especial do ponto de vista legal de controle da poluição, acrescentamos que o conceito de poluição deve
ser associado às alterações indesejáveis provocadas pelas atividades e intervenções humanas no
ambiente. Desse modo, uma erupção vulcânica, apesar de poder ser considerada uma fonte poluidora, é
um fenômeno natural não provocado pelo homemII e que foge ao seu controle, assim como outros
fenômenos naturais, como incêndios florestais, grandes secas ou inundações.
Poluentes são resíduos gerados pelas atividades humanas, causando um impacto ambiental negativo, ou
seja, uma alteração indesejável. Dessa maneira, a poluição está ligada à concentração,ou quantidade de
resíduos presentes no ar, na água ou no solo. Para que se possa exercer o controle da poluição de
acordo com a legislação ambiental, definem-se padrões e indicadores de qualidade do ar (concentrações
de CO, NOx, SOx, Pb etc.), da água (concentração de O2, fenóis e Hg, pH, temperatura etc.) e do solo
(taxa de erosão etc.) que se deseja respeitar em um determinado ambiente.
Os efeitos detectados mais recentemente, como o efeito estufa e a redução da camada de ozônio, ainda
não são bem conhecidos, mas podem trazer consequências que afetarão o clima e o equilíbrio do planeta
como um todo. É importante um esforço conjunto e sem precedentes para que se possa conhecer esses
efeitos e controlá-los de modo eficaz. Os efeitos globais têm contribuído bastante para a sensibilização
recente da sociedade sobre questões ambientais, merecendo destaque na mídia e na agenda de políticos
e grupos ambientalistas em todo o planeta. Isso talvez possa ser explicado pela incerteza que os
humanos passaram a experimentar em relação à própria sobrevivência da espécie e pela constatação de
sua incapacidade de entender e controlar os processos e as transformações ambientais decorrentes de
suas atividades. Até recentemente, acreditava-se que a inteligência e a tecnologia resolveriam qualquer
problema e que não havia limites para o desenvolvimento da espécie e para a utilização de matéria e
energia na busca de conforto e qualidade de vida.
BRAGA, Benedito et alli. Introdução à Engenharia Ambiental.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, 2a Ed, pp. 2-6. (Texto adaptado).
 
Texto 2
O HOMEM: AS VIAGENS
Carlos Drummond de Andrade
 
 O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua 
 
 Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
 
Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
 
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
 
Claro – diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto – é isto?
idem
idem
idem.
 
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
 
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanholdomado.
 
Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
 
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
 
ANDRADE, Carlos Drummond.
Nova reunião: 19 livros de poesia – 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 448-450.
 
Texto 3
OS LUSÍADAS
CANTO PRIMEIRO
Luís de Camões
 
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
 
461) 
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
 
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
(…)
 
No mar tanta tormenta e tanto dano
Tantas vezes a morte apercebida
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida
Onde pode acolher-se um fraco humano
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?
 
CAMÕES, Luís de (1524-1580). Os Lusíadas. São Paulo: Abril Cultural, [1572] 1979, pp. 29- 31 e 61.
 
Observe a pontuação apresentada nos trechos abaixo destacados:
I. (…) os passageiros, utilizando-se da inesgotável energia solar, processam, por meio de sua
tecnologia e de seu metabolismo, os recursos naturais finitos, gerando, inexoravelmente, algum tipo
de poluição. (linhas 12 a 14 do Texto 1)
II. (…) uma erupção vulcânica, apesar de poder ser considerada uma fonte poluidora, é um
fenômeno natural não provocado pelo homem (…). (linhas 71 e 72 do Texto 1)
O uso de vírgulas nos trechos destacadas indicam
a) a separação de elementos sintáticos coordenados entre si.
b) a separação de elementos que têm a mesma função sintática.
c) a supressão proposital de um elemento sintático.
d) a intercalação de advérbios e de orações adverbiais.
e) a separação de orações coordenadas assindéticas.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas,
parênteses etc)
L.J.C
.
— 5 tiros?
— É.
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462) 
463) 
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que…
— Hoje?
— Cedinho.
COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
 
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse
miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar
a) uma fala hesitante.
b) uma informação implícita.
c) uma situação incoerente.
d) a eliminação de uma ideia.
e) a interrupção de uma ação.
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SUCONS UEMA - Vest (UEMA)/UEMA/Educação a Distância (EAD)/2016
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Leia o texto III para responder à questão.
 
Texto III
 
A Terra vista de Marte é minúscula. Nós, humanos, no espectro do universo, menores ainda. Há menos
de um ano, a Nasa detectou a existência de água em Marte. E se existe água, existe sentido para a vida.
Na grandeza cósmica, somos pequenos, insignificantes. Somos pequenos, sim, mas também somos
grandes. Se nos olharmos com outras lentes, veremos que significamos muito. Na Terra, cada vida tem a
importância de um universo. O microcosmo do planeta já é grande o bastante. Tanta complexidade às
vezes nos confunde. Este início de milênio é daqueles momentos em que a crença na humanidade é
questionada. Diante da violência, quase sempre gratuita, da intolerância, do desrespeito à natureza, é
inevitável perguntar: qual é o sentido disso tudo? Qual é o sentido da vida?
 
Revista Planeta, ago 2016, Edição 523, Editora Planeta.
 
Os sinais de pontuação podem servir como recursos argumentativos. Em relação aos sinais de
pontuação, pode-se afirmar que
a) as vírgulas, indicam um absurdo depreciativo.
b) os dois pontos, na penúltima linha, cortam, estilisticamente, a lógica da frase.
c) os pontos de interrogação, nas duas últimas linhas, sinalizam uma provocação reflexiva.
d) o ponto final em "Tanta complexidade às vezes nos confunde." expressa ironia da autora.
e) a vírgula em "E se existe água, existe sentido para a vida" reforça o sentido categórico dessa
oração.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2015
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parênteses etc)
Texto 01
 
Quando se pergunta à população brasileira, em uma pesquisa de opinião, qual seria o problema
fundamental dos Brasil, a maioria indica a precariedade da educação. Os entrevistados costumam
apontar que o sistema educacional brasileiro não é capaz de preparar os jovens para a compreensão de
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textos simples, elaboração de cálculos aritméticos de operações básicas, conhecimento elementar de
física e química, e outros fornecidos pelas escolas fundamentais.
 
[...]
 
Certa vez, participava de uma reunião de pais e professores em uma escola privada brasileira de
destaque e notei que muitos pais expressavam o desejo de ter bons professores, salas de aula com
poucos alunos, mas não se sentiam responsáveis para participarem ativamente das atividades
educacionais, inclusive custeando os seus serviços. Se os pais não conseguiam entender que esta
aritmética não fecha e que a sua aspiração estaria no campo do milagre, parece difícil que consigam
transmitir aos seus filhos o mínimo de educação.
 
Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado dos exemplos dados pelos pais.
 
Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver os outros problemas de uma sociedade como a
brasileira parece lógico. No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende somente das
autoridades. Ela começa com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar essa
responsabilidade.
 
Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a sociedade como um todo esteja convencida
de que todos precisam contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que partilhem desta
convicção e não estejam pensando somente nos seus benefícios pessoais.
 
Sobre a educação formal, aquela que pode ser conseguida nos muitos cursos que estão se tornando
disponíveis no Brasil, nota-se que muitos estão se convencendo de que eles ajudam na sua ascensão
social, mesmo sendo precários. O número daqueles que trabalham para obter o seu sustento e ajudar a
sua família, e ao mesmo tempo se dispõe a fazer um sacrifício adicional frequentando cursos até
noturnos, parece estar aumentando.
 
A demanda por cursos técnicos que elevam suas habilidades para o bom exercício da profissão está em
alta. É tratada como prioridade tanto no governo como em instituições representativas das empresas. O
mercado observa a carência de pessoa qualificado para elevar a eficiência do trabalho.
 
Muitos reconhecem que o Brasil é um dos países emergentes que estão melhorando, a duras penas, a
sua distribuição de renda. Mas, para que este processo de melhoria do bem-estar da população seja
sustentável, há que se conseguir um aumento da produtividade do trabalho, que permita, também, o
aumento da parcela da renda destinada à poupança, que vai sustentar os investimentos indispensáveis.
 
A população que deseja melhoresserviços das autoridades precisa ter a consciência de que uma boa
educação, não necessariamente formal, é fundamental para atender melhor as suas aspirações.
 
(YOKOTA, Paulo. Os problemas a educação no Brasil. Em http://www.cartacapital.com.br/educacao/os-problemas-
da-educacao-no-brasil-657.html-Com adaptações)
 
 
 
Em qual opção a pontuação do período está plenamente adequada?
a) Ano passado durante uma reunião, pais, que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino
oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar
algumas mudanças precisaram ser implementadas.
b) Ano passado, durante uma reunião, pais que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino
oferecido pela escola protestaram veementemente e, embora a direção procurasse contemporizar,
algumas mudanças precisaram ser implementadas.
c) Ano passado, durante uma reunião, pais, que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino
oferecido, pela escola, protestaram veementemente e, embora a direção procurasse contemporizar,
algumas mudanças precisaram ser implementadas.
464) 
d) Ano passado, durante uma reunião pais que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino
oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar,
algumas mudanças precisaram ser implementadas.
 
e) Ano passado, durante uma reunião, pais que se sentiam insatisfeitos, com a qualidade do ensino
oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar,
algumas mudanças precisaram ser implementadas.
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FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Superior/2015
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parênteses etc)
TEXTO DE REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO.
 
Contra adensamento, cidades escolherão entre
condomínios e espaços públicos
 
As projeções das Nações Unidas sobre os rumos da população mundial em 2050 não deixam dúvidas: os
humanos serão ainda mais numerosos e, em sua maioria, viverão em cidades superpopulosas sob
ameaça de escassez de recursos naturais.
 
Para responder às demandas das próximas décadas, na opinião do urbanista Anderson Kazuo Nakano,
professor da FGV, a população e o poder público irão articular-se em torno de duas tendências opostas,
já em curso: o isolamento e a busca por convívio. A primeira, do autoconfinamento e da vida intramuros,
expressa-se na proliferação de condomínios fechados, nas torres de escritórios e na hegemonia do carro.
Esse modelo, inspirado em cidades norte-americanas, começou a se disseminar no Brasil na década de
1970 e ganhou força nos últimos anos. “Ele reflete a segregação dos espaços baseada na vida ‘entre
iguais’ e requer controle do acesso e sistemas de vigilância”, diz ele. A segunda tendência é a da
valorização da convivência da diversidade. São reflexos dessa vertente a apropriação de espaços públicos
para eventos, o uso de bicicletas, a proliferação dos coletivos culturais e as ecovilas urbanas.
 
Segundo Nakano, os dois movimentos devem continuar existindo nas próximas décadas. “Mas arrisco-me
a dizer que a tendência de ocupação dos espaços públicos deve se fortalecer por vontade das pessoas,
que não querem mais viver confinadas em espaços privatizados.” Fora do Brasil, esse movimento vem
sendo chamado de “new urbanism” (novo urbanismo). Ele influencia a criação de zonas mistas, onde
comércio e residências se misturam, as calçadas são amplas e há locais de uso coletivo, favorecendo a
convivência entre os moradores. O caminho para um espaço urbano que facilite a interação, no
entanto, não será rápido, na visão de Rosa Alegria, especialista em prospectiva estratégica (área que
estuda tendências do futuro). Na visão dela, a transição para um modelo mais colaborativo de cidades só
será possível depois que o atual padrão competitivo e centrado no indivíduo entrar em colapso. “Esse
modelo é a base do sistema econômico em que vivemos hoje e está refletido na organização das grandes
cidades”, afirma (...).
 
ANDREA VIALLI (Disponível em http:// www1.folha.uol.com.br/ilustrada. Acesso em 20.10.2015)
 
Em relação ao texto, considere as afirmativas a seguir.
 
I) No segundo parágrafo, os dois pontos (:) foram empregados para introduzir um esclarecimento a
expressão duas tendências opostas.
II) No segundo parágrafo, as aspas foram empregadas para indicar uma citação textual da fala do
urbanista Anderson Kazuo Nakano.
III) No terceiro parágrafo, a conjunção no entanto introduz uma ideia de concessão à oração
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465) 
anterior .
 
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) I e II.
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IME - CFG (IME)/IME/2015
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parênteses etc)
LEIA OS TEXTOS A SEGUIR E UTILIZE-OS PARA SOLUÇÃO DA QUESTÃO.
 
Texto 1
A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS
Carlos Corrêa
 
Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do
homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada
de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas
bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem,
seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética.
 
Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o
isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos)
causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as
hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado)
que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e
muitos outros.
 
A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos
no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio
e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas.
 
Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo?
Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata
os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e
matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça,
intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de
metais pesados?
 
Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,
imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado
a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas
tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo
“químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são
“substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde!
Tudo depende da dose.
 
Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores
de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável
por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as
estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”?
Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?
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A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas“substâncias químicas” é desmentida pelas
estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer
do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do
número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e
cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos
químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo.
 
O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60,
com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo
maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as
“substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há
exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses,
inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.
 
Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado
positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão
resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente
relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das
substâncias pode justificar tal relação.
 
Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse
que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo
o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só
3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café
torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar
de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e
caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o
veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para
causar danos.
 
Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é
consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à
possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.
 
CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?
oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado)
 
Texto 2
CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É
VENDIDA
 
Ênio Rodrigo
 
Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de
beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos
"componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias",
por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados,
transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos
milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal.
Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza
um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.
 
Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e
professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse
processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta.
"A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é
amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma
sociedade informacional, como a nossa", acrescenta.
 
Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini,
consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos Livros, 2007), afirma
que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas
categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm
cada vez mais acesso à informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e
deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a
sociedade começa a perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se
depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico,
ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.
 
Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o
tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados
produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".
 
Cavallini considera que há três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do
recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um
produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos
similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos
"verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de
algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo
de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza
Silvania.
 
O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo
que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a
publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução
com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp) e que acompanhou a apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias
(inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o
sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.
 
Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo
Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem
veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das
pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou
resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados
apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem
dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que
podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos
investigatórios são raríssimos.
 
RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?
pid=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015.
 
Texto 3
SOLUÇÃO
 
João Paiva
 
Eu quero uma solução
homogênea, preparada,
coisa certa, controlada
para ter tudo na mão.
Solução para questão
que não ouso resolver.
Diluída num balão
elixir pra me entreter.
Faço centrifugação
parater ar uniforme
uso varinha conforme,
seja mágica ou não.
Busco uma solução
tudo lindo, direitinho
eu quero ter tudo certinho
ter o mundo nesta mão.
Procuro mistura,
então aqueço tudo em cadinho.
E vejo não ter solução
mas apenas um caminho...
 
PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em: <http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-
poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf> Acesso em: 22/04/2015.
 
TEXTO 4
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos
 
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
 
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
 
Marque a opção em que o uso de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos.
a) “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por
muitas mortes nas nossas praias" (…) (texto 1, 6º parágrafo)
b) "Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo
dos Livros, 2007), afirma" (…) (texto 2, 3º parágrafo)
c) "Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,
imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita." (texto 1, 5º parágrafo)
d) "Eu, filho do carbono e do amoníaco," (...) (texto 4, verso 1)
e) "Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade
Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
enxerga" (...) (texto 2, 2º parágrafo)
466) 
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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto
 
Atalhos
 
Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos
inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra
entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos.
Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo
amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo,
demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48.
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar
sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo
empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas
desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho
do gol.
 
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma
certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor
atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.
 
Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e
voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.
 
Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.
 
O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
 
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
 
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um
cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência
para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.
 
MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado)
 
Em"[ ... ] demoramos para perdoar um amigo," (1º§), há um desvio da modalidade padrão da língua
quanto à regência verbal. Em que opção isso também ocorre?
a) Enquanto alguns esperam não perder tempo na vida, outros, mais afoitos, necessitam de um
pouco mais de calma.
b) Preferimos milhões de vezes desacelerar o ritmo da nossa vida do que perder tempo com rotinas
estressantes.
c) Na vida acelerada de hoje, a paciência ajuda a quem quer um pouco mais de energia e resistência
mental.
d) Na música, o eu lírico previne o leitor de que é necessário aproveitar cada momento da sua
existência.
e) Na atual situação em que vivemos, com o tempo conduzindo a vida, não tem como não
desagradar à nossa família.
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Texto 2
 
Epitáfio
 
Titãs ( BRITO,Sérgio - adaptado)
 
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
 
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
 
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
 
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
 
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier
[ ... ]
 
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
 
Assinale a opção na qual a regência do verbo NÃO foi utilizada de acordo com a modalidade padrão.
a) Eu, com certeza, queria ter errado mais e ter assistido mais ao sol nascer.
b) Eu preferia ter me arriscado mais do que ter essa dor profunda no coração.
c) Eu deveria ter desobedecido mais às regras e ter descomplicado mais a minha vida.
d) O acaso vai me perdoar e eu vou me esquecer de todas as minhas tristezas.
e) O acaso ensinará as crianças a se importarem menos com os pequenos problemas.
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468) 
469) 
470) 
“É claro que o sintoma mais visível e gritante desse boicote consciente ao português brasileiro é a
putrefacta colocação pronominal. A próclise, isto é, o pronome antes do verbo, é veementemente
combatida, ainda que ela seja a única regra natural de colocação dos pronomes oblíquos na nossa língua.
O combate é tão furibundo que até mesmo onde a tradição gramatical exige a próclise ela é ignorada, e
os livros saem com coisas como ‘não conheço-te’, ‘já formei-me’, ‘porque viram-nos’. Isso para não
mencionar a jurássica mesóclise, que alguns necrófilos ainda acham que é uma opção de colocação
pronominal, desprezando o fato de que se trata de um fenômeno gramatical morto e enterrado na língua
dos brasileiros há séculos.”
 
(BAGNO, Marcos. Caros Amigos, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 39-42, fev. 2009. Adaptado.)
 
De acordo com o fenômeno da transitividade entre as palavras regentes e os termos regidos, pode-se
afirmar que os termos destacados possuem a mesma classificação, EXCETO:
a) “Testando os ratos...”
b) “... criou um alto nível de atividade rítmica...”
c) “... estavam familiarizados uns com os outros...”
d) “Emoção e memória coordenadas influenciam encontro social”
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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Assinale a opção na qual a regência do verbo em destaque está de acordo com a modalidade
padrão.
a) Os criadores das fake news, em todo o mundo, não obedecem nenhuma regraque prime pela
ética e pelo respeito aos cidadãos.
b) Notícias, sejam elas de que natureza forem, tornamse importantes e necessárias apenas quando
servem o bem comum.
c) Todos aspiramos a um mundo no qual a verdade, a transparência e o respeito estejam a serviço
da humanidade.
d) Pessoas que não pesquisam a origem das notícias pagam a altos preços quando acreditam e
divulgam fake news.
e) Não esqueça de conferir se as notícias que serão postadas em suas mídias contemplarão a
informação relevante e digna.
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Reflexões sobre o filme “Extraordinário”
Após assistir ao filme Extraordinário ouvi alguns comentários de amigos que me chamaram a atenção.
Me disseram que ficaram com medo, que sentiam pena, ou que a imagem do menino no cartaz do filme
era muito impressionante. Todas essas observações vieram de adultos que se sentiam impactados pela
imagem, que vivenciavam um estranhamento e permaneciam nele. Senti então uma vontade de escrever
e refletir aqui sobre as questões às quais o filme nos convoca.
Auggie Pullman é um garoto de 10 anos que carrega no rosto as marcas de sua história. Desde que
nasceu sua família se dedica aos seus cuidados, buscando suprir suas necessidades afetivas, de saúde e
escolares, mas também, protege-o dos olhares de estranhamento dos outros.
Chega então a hora dele encarar a vida fora do universo protegido da sua família e de suas fantasias, e ir
para a escola se relacionar com as crianças, professores e todo o universo escolar. É momento de ele
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471) 
estar entre seus pares, de aprender a lidar com o olhar, as perguntas e a curiosidade dos outros. De
estar mais perto, mesmo que a distância pareça intransponível.
Não dá para não se emocionar com o olhar aflito daquela mãe ao entregá-lo ao mundo. Todos naquela
família precisam dar um grande passo no escuro, apostando que são capazes de sustentar as
dificuldades, incertezas e o real limite: ele será quase sempre olhado primeiro pela sua diferença.
É um filme que encanta e emociona, que fala das relações e dos encontros. Encontro com o outro e com
nós mesmos, encontro com as diferenças, tão humanas. Um filme que escancara a diferença, a diferença
que existe entre todos nós e que tanto nos assusta e também nos fascina. Um filme que toca na ferida
narcísica de todos os pais, do medo de gerar um filho que não seja perfeito, à sua imagem e
semelhança, que necessite de cuidados especiais e, principalmente, que sofra bullying e tenha
dificuldade para ser aceito. Um filme que dialoga com as crianças, as que possuem amigos e as que não
possuem, e as que vivenciam alguma dificuldade, pois, em algum grau, todo mundo já sentiu o que
aquele menino e sua família sentem no filme, medo de estarem “aprisionados” em uma condição física,
social ou emocional.
O melhor do filme, na minha opinião, é a oportunidade que ele nos traz de olharmos através da
perspectiva de vários dos personagens. Ali são contadas algumas histórias, todas carregam dores,
aprendizados e superações. O filme é um grande exercício de empatia; ele desperta a capacidade de
sentirmos o que o outro vivencia, fazendo mover as sensações para além do estranhamento e do medo.
Abre espaço para que possam surgir identificações com os outros, ou simplesmente um encontro
humano.
(Reflexões sobre o filme “Extraordinário”. Talita Pryngler, psicanalista. Estadão, 20/12/2017.
Disponível em: https://bora.ai/blog/reflexoes-sobre-ofilme- extraordinario. Adaptado.)
A regência vista em “Após assistir ao filme Extraordinário” demonstra a correta relação do verbo com seu
complemento de acordo com a norma padrão da língua; tal correção só NÃO pode ser reconhecida em:
a) É necessário responder a todas as questões que foram propostas.
b) À regulamentação não obedece desde que assumiu o cargo de chefia.
c) O discurso não foi tão interessante a ponto de agradar o público ali presente.
d) Certo é que toda ação implica uma reação que pode apresentar resultados distintos.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2019
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
 
Assinale a opção que NÃO apresenta um desvio da modalidade padrão quanto à regência verbal.
a) Leandro, sempre agradeça aos amigos a cessão da senha do Wi-fi.
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472) 
473) 
b) Os adolescentes aspiram o uso da internet o dia todo, em todo lugar.
c) Não perdoaremos as funcionárias que utilizarem o Wi-fi na reunião.
d) Muitas pessoas desfrutam do Wi-fi alheio sem a menor cerimônia.
e) Todos vocês lembram sempre da senha do Wi-fi da minha casa?
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IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2019
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Em relação à regência, constata-se que a crase foi empregada para introduzir um complemento
nominal em:
a) Afirmar o contrário é, mais uma vez, ceder à superstição.
b) [...] pelo menos três órgãos governamentais sérios chegaram, cada um deles, à mesma
conclusão[...].
c) [...] um mecanismo psicológico que faz com que o corpo reaja melhor à doença [...].
d) [...] um mecanismo psicológico que faz com que a pessoa se sinta melhor [...] apenas graças à
ilusão de tratamento.
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FUNDATEC - Vest (ESE)/ESE/2019
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Instrução: A questão pode referir-se ao texto abaixo; consulte-o, quando necessário. Os
destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Empreendedores e suas bolinhas de gude
Por Romero Rodrigues
Outro dia me perguntaram se as startups iriam matar as grandes corporações, os incumbentes. Não sou
grande fã de profecias radicais e apocalípticas. A provocação ia ainda mais longe: será que as
corporações, ao se tornarem cada vez mais ágeis, vão competir de igual para igual com as startups?
O que vai, de fato, acontecer? Como será o futuro? Quem morre e quem predomina?
Quando olho para trás e faço uma retrospectiva, racionalizando sobre o que aconteceu até hoje, fica
claro para mim que a dinâmica não vai mudar. A grande vantagem competitiva da startup em relação 
grande corporação é como numa referência à Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin: a sua
adaptabilidade. A corporação é mais forte (do ponto de vista econômico) e mais inteligente (quando
consideramos todo o seu capital humano); portanto, a startup deve se adaptar mais rápido. Não importa
quão rápida e grande a corporação se torne, sempre existirá espaço para a inovação se manifestar no
ecossistema de startups.
Como não nego meu passado de engenheiro, vou me permitir fazer uma analogia para descrever essa
dinâmica entre startups e corporações: visualize uma sala quadrada e com pé direito alto. Imagine
quatro esferas grandes ocupam toda sala, sendo que cada uma delas encosta na outra e todas
encostam no chão, no teto e nas paredes, ocupando todo espaço. Repare que as esferas se encostam
umas nas outras, num único ponto. É também num único ponto que as esferas tocam as paredes, o teto
e o chão.
Digamos que essa sala seja um grande mercado, um mercado qualquer que você queira escolher, o
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474) 
mercado financeiro ou de comércio eletrônico, por exemplo. As esferas são as grandes empresas desse
mercado, as corporações, os incumbentes, os big players.
Você diria que nesse mercado existe espaço para crescer? Sob o olhar dos céticos, com certeza não. Os
céticos têm seus olhos exatamente na metade da altura da sala. A única coisa que eles enxergam é uma
esfera tocando a outra e não há um vão sequer entre elas. O mercado está quase todo tomado.
Já os empreendedores estãodeitados no chão da sala, brincando com suas bolinhas de gude. Da
perspectiva deles, é possível visualizar as quatro esferas, só tocam o chão em quatro pequeninos
pontos. Para eles, o mercado é completamente inexplorado, virgem, um oceano azul.
As empresas que estão montando são, por enquanto, pequenas bolas de gude, soltas no chão dessa
sala. Elas têm muito espaço para rolar, experimentar e descobrir. A corporação, já grande e disputando
market share com outras corporações, dispõe de muito menos liberdade. Além de mais liberdade para
experimentar, a startup também tem muita oportunidade gerada pela sombra das quatro grandes esferas
que estão lá no alto.
 
A startup ainda vai ter muito espaço para crescer antes de começar a incomodar as esferas que estão
acima dela. Num determinado momento, já grande o suficiente, a esfera da startup finalmente toca a
esfera da corporação. A startup começa, então, a empurrar as demais esferas. Nesse momento, há
alguns caminhos alternativos: a sala (mercado) cresce para acomodar o crescimento da nova esfera;
alguma das outras esferas diminui de tamanho, perdendo espaço, ou uma das esferas grandes adquire a
esfera que a está incomodando.
A verdade é que não importa quão grande seja o mercado ou quão grande sejam as grandes empresas.
As startups sempre estarão mais próximas do problema, em contato mais próximo com o cliente e com
maior velocidade para se adaptar. A startup é desenhada para continuar experimentando, para ter uma
estrutura organizacional rasa, para testar hipóteses de forma despretensiosa e repetitiva.
(Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br – 25/09/19 – texto adaptado)
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.
a) à – as quais – as quais
b) a – as quais – nas quais
c) à – os quais – das quais
d) a – os quais – as quais
e) à – as quais – nas quais
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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Principais ameaças à saúde em 2019
 
Rio – Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista com as principais
ameaças à saúde para 2019. Como esperado, a lista fala de doenças perigosas como Ebola, Influenza e
Dengue, mas também de temas que, embora não estritamente médicos, têm relação direta com a saúde
de populações inteiras, como a qualidade dos sistemas de saúde e contextos de extrema vulnerabilidade.
 
Outro item que chamou atenção foi o movimento antivacinas, um dos fatores por trás do ressurgimento
de doenças como sarampo em países onde já estava controlado. A relutância a vacinar normalmente
ocorre em países onde há acesso a vacinas.
 
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e é
um desafio diário levá-las até as pessoas. Nesses contextos nossas equipes observam tanto o efeito
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devastador de doenças que podem ser prevenidas como a grande esperança e alegria em torno de uma
campanha de vacinação.
 
Vacinas são uma importante ferramenta em crises humanitárias, como a crise migratória do
Mediterrâneo, que pode ser encarada como o que a OMS chama de “contexto vulnerável”. Nessa crise,
tal como em outros contextos, a pneumonia é a principal causa de morte entre as crianças.
 
Desde 2016, MSF busca ampliar a vacinação contra a pneumonia na Grécia, mas um dos obstáculos foi o
preço da vacina, de U$ 210 por criança. Foi preciso uma campanha internacional para convencer os
fabricantes a reduzirem o preço para organizações como MSF, que atuam em crises humanitárias. No
final de 2018 avançou uma negociação para que MSF adquira a vacina na Grécia por U$ 9 por criança, o
que vai permitir a vacinação de mais de 2 mil crianças nos próximos meses.
 
Superar a barreira dos preços é um esforço árduo, mas necessário. A cobertura da vacina de pneumonia
ainda é inaceitavelmente baixa no mundo e muitos países já afirmaram que o preço é um dos motivos.
Caso a vacinação chegasse para todos, haveria uma significativa redução no uso de antibióticos para
tratar a pneumonia. Essa seria uma grande contribuição para enfrentar outra ameaça apontada pela
OMS: a resistência a antibióticos, que surge em parte devido ao uso inadequado.
 
Mas para fazer com que as vacinas cheguem aonde precisam, não basta uma mudança na forma como
os preços são definidos, é preciso também mudar o fato de que os investimentos em pesquisa se
concentram em doenças que afetam países ricos. Em 2014 e 2015, por exemplo, o mundo assistiu em
choque a uma devastadora epidemia de Ebola na África Ocidental. MSF estava na linha de frente do
combate à doença, mas nossas equipes se viram de mãos vazias, pois não haviam vacinas e tratamentos
a serem usados. Vacinas promissoras estavam em fase de pesquisa, mas a falta de interesse fez com que
não fosse possível desenvolvê-las a tempo para enfrentar a epidemia. Sem contar que é bastante
frequente vacinas serem desenvolvidas sem levar em conta as condições climáticas e infraestruturais dos
países em desenvolvimento. A maioria das vacinas por exemplo não pode ser exposta ao calor, o que
gera dificuldades enormes para organizações como MSF que realizam vacinação em áreas remotas e sem
eletricidade.
 
As vacinas serão importantes para lidar com vários desafios apontados pela OMS, mas elas precisam ser
desenvolvidas e distribuídas com foco em quem mais precisa. Muitos países apresentam recuo da
cobertura vacinal, inclusive o Brasil, e as ameaças comportamentais, econômicas e políticas por trás
desses dados precisam ser igualmente enfrentadas, lembrando sempre que nenhuma ameaça é
insuperável se formos capazes de superar a indiferença com o sofrimento do outro.
 
(Felipe Carvalho, coordenador no Brasil da Campanha de Acesso de
Médicos Sem Fronteiras. Disponível em:
https://odia.ig.com.br/opiniao/2019/01/5616700-felipe-carvalho--
principais-ameacas-a-saude-em-2019.html#foto=1.)
 
A expressão utilizada no texto “combate à doença” está estruturada de acordo com as regras de regência
estabelecidas pela norma culta da língua. Observe as imagens a seguir e indique a proposição correta.
(Disponível em: http://www.pmbg.es.gov.br/v1/?page=lernoticia
&noticia=2199#.XLRcX-hKi70.)
475) 
(Disponível em: bado-e-o-dia-d-dehttps://
portalrolandia.com.br/noticias/sa combate-a-dengue.)
(Disponível em: https://cregional.com.br/geral/bahia/regiaometropolitana/
candeias/mutirao-contra-a-dengue-em-candeiascomeca-
nesta-segunda.)
 
a) A mudança de classe de palavras a que pertence o termo regente não influencia a regência que
deverá ser aplicada.
b) É possível reconhecer que em um dos textos apresentados a norma referente à regência não foi
aplicada corretamente.
c) Nos três textos apresentados há incorreções quanto à regência que não provocam prejuízo quanto
à transmissão da mensagem.
d) Tendo em vista que se trata de construções linguísticas diversas, a regência verbal foi empregada
adequadamente em cada um dos textos apresentados.
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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Principais ameaças à saúde em 2019
 
Rio – Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista com as principais
ameaças à saúde para 2019. Como esperado, a lista fala de doenças perigosas como Ebola, Influenza e
Dengue, mas também de temas que, embora não estritamente médicos, têm relação direta com a saúde
de populações inteiras, como a qualidade dos sistemas de saúde e contextos de extrema vulnerabilidade.
 
Outro item que chamou atenção foi o movimento antivacinas, um dos fatores por trás do ressurgimento
de doenças como sarampo em países onde já estava controlado. A relutância a vacinar normalmente
ocorre em países onde há acesso a vacinas.
 
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e éum desafio diário levá-las até as pessoas. Nesses contextos nossas equipes observam tanto o efeito
devastador de doenças que podem ser prevenidas como a grande esperança e alegria em torno de uma
campanha de vacinação.
 
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476) 
Vacinas são uma importante ferramenta em crises humanitárias, como a crise migratória do
Mediterrâneo, que pode ser encarada como o que a OMS chama de “contexto vulnerável”. Nessa crise,
tal como em outros contextos, a pneumonia é a principal causa de morte entre as crianças.
 
Desde 2016, MSF busca ampliar a vacinação contra a pneumonia na Grécia, mas um dos obstáculos foi o
preço da vacina, de U$ 210 por criança. Foi preciso uma campanha internacional para convencer os
fabricantes a reduzirem o preço para organizações como MSF, que atuam em crises humanitárias. No
final de 2018 avançou uma negociação para que MSF adquira a vacina na Grécia por U$ 9 por criança, o
que vai permitir a vacinação de mais de 2 mil crianças nos próximos meses.
 
Superar a barreira dos preços é um esforço árduo, mas necessário. A cobertura da vacina de pneumonia
ainda é inaceitavelmente baixa no mundo e muitos países já afirmaram que o preço é um dos motivos.
Caso a vacinação chegasse para todos, haveria uma significativa redução no uso de antibióticos para
tratar a pneumonia. Essa seria uma grande contribuição para enfrentar outra ameaça apontada pela
OMS: a resistência a antibióticos, que surge em parte devido ao uso inadequado.
 
Mas para fazer com que as vacinas cheguem aonde precisam, não basta uma mudança na forma como
os preços são definidos, é preciso também mudar o fato de que os investimentos em pesquisa se
concentram em doenças que afetam países ricos. Em 2014 e 2015, por exemplo, o mundo assistiu em
choque a uma devastadora epidemia de Ebola na África Ocidental. MSF estava na linha de frente do
combate à doença, mas nossas equipes se viram de mãos vazias, pois não haviam vacinas e tratamentos
a serem usados. Vacinas promissoras estavam em fase de pesquisa, mas a falta de interesse fez com que
não fosse possível desenvolvê-las a tempo para enfrentar a epidemia. Sem contar que é bastante
frequente vacinas serem desenvolvidas sem levar em conta as condições climáticas e infraestruturais dos
países em desenvolvimento. A maioria das vacinas por exemplo não pode ser exposta ao calor, o que
gera dificuldades enormes para organizações como MSF que realizam vacinação em áreas remotas e sem
eletricidade.
 
As vacinas serão importantes para lidar com vários desafios apontados pela OMS, mas elas precisam ser
desenvolvidas e distribuídas com foco em quem mais precisa. Muitos países apresentam recuo da
cobertura vacinal, inclusive o Brasil, e as ameaças comportamentais, econômicas e políticas por trás
desses dados precisam ser igualmente enfrentadas, lembrando sempre que nenhuma ameaça é
insuperável se formos capazes de superar a indiferença com o sofrimento do outro.
 
(Felipe Carvalho, coordenador no Brasil da Campanha de Acesso de
Médicos Sem Fronteiras. Disponível em:
https://odia.ig.com.br/opiniao/2019/01/5616700-felipe-carvalho--
principais-ameacas-a-saude-em-2019.html#foto=1.)
 
“A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e é
um desafio diário levá-las até as pessoas.” (3º§) Indique, a seguir, o trecho em que a forma verbal
destacada possui a mesma classificação, verbo intransitivo, vista em “faltam”.
a) Alfredo casou ontem, como havia anunciado dias atrás.
b) Aos mais desfavorecidos a ajuda chegará como prioridade.
c) Explicou que poderia realizar tal trabalho com a ajuda de todos.
d) Precisamos de grandes investimentos em saúde e educação.
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FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Administração/2018
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
[Vanguarda artística, ontem e hoje]
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477) 
478) 
As escolas de vanguarda artística depois dos anos 1960 não se empenhavam mais em revolucionar a
arte, mas em decretar sua falência. Vem daí o curioso retorno à arte conceitual e ao dadaísmo*. Nas
versões originais de 1914 e depois, não eram formas de revolucionar a arte e sim de aboli-la, ou ao
menos decretar sua irrelevância, por exemplo, pintando um bigode na Mona Lisa e tratando uma roda de
bicicleta como “obra de arte”, como fez Marcel Duchamp. Quando o público não entendeu, ele expôs seu
urinol com uma inventada assinatura de artista. Duchamp teve a sorte de fazer isso em Nova York, onde
se tornou um grande artista, e não em Paris, onde não passava de um brilhante piadista intelectual entre
muitos.
Dadá era sério mesmo em suas piadas mais desesperadas: não tinha nada de calmo, irônico e
indiferente. Queria destruir a arte junto com a burguesia, como parte do mundo que havia produzido a
Grande Guerra. Dadá não aceitava o mundo. Quando o pintor dadaísta alemão George Grosz se mudou
para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, perdeu sua força como artista.
*Dadaísmo ou Dadá: movimento artístico de cunho niilista, nascido durante a Primeira Guerra Mundial e que durou
de 1916 a 1922. (Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. de Berilo Vargas. São Paulo: Companhia
das Letras, 2013, p. 291-292)
 
Na frase George Grosz se mudou para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, a
sintaxe de regência permanecerá correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente,
por
a) radicou-se nos − pelo qual não tinha repulsa
b) transferiu-se aos − de cujo não desgostava
c) deslocou-se junto aos − do qual não detestava
d) se fixou aos − a cujo não recusava
e) instalou-se pelos − de que não alimentava censura
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Marinha - Alun (CN)/CN/2017
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Em que opção todas as preposições em destaque estão de acordo com a regência do nome?
a) Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar à Rua Martinez, local próximo ao quartel. 
b) Em nosso pais, temos ojeriza por guerra, mas temos capacidade para lutar sem medo.
c) Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos para conhecer Angra dos Reis.
d) Desejoso pela aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina.
e) É preferível não se alimentar do que alimentar-se com produtos nocivos ao organismo.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2016
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando
sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos
perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos
brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos.
 
Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância,
nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são
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479) 
potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do
"sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que
guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e,
até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de
"burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma
o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são
esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de
um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorânciaque nos permite saber se
opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta.
 
[ ... ]
 
Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos
aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver
raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos
ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a
entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de
nós mesmos.
 
Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em que ato que está faltando entre
nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro.
É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação
são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca
prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos
que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha
descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e
diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela
mesma - é algo bem diferente.
 
(TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em
https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações)
 
Em qual opção a regência do termo em destaque apresenta um desvio da modalidade padrão da língua?
a) Apesar de ter posição contrária sobre as causas da diminuição da leitura, o conferencionista foi
bastante afável com o estudante.
b) O articulista mostrou que é próprio das pessoas associarem leitura a pensamento.
c) O estudante argumentou que não estava apto a ler aquele livro, cuja linguagem era bastante
rebuscada.
d) Ele estava propenso de substituir o livro pela internet, mas foi convencido pelo professor a
perseverar.
e) Muitos indivíduos são imunes ao prazer despertado por um bom livro e preferem outros meios
tecnológicos de comunicação.
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CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2016
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
TEXTO V: EDITORIAL » O poder das mulheres do maracatu (Texto brevemente alterado -
Publicação: 05/11/2016 3:00)
 
Primeiro elas se libertaram do papel de cozinheiras. Depois, ganharam as ruas com roupas coloridas e
um som alegre. Desafiaram o machismo instaurado historicamente na brincadeira de maracatu rural.
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Hoje, estão mais empoderadas que ontem. Prontas, portanto, para receberem a homenagem merecida.
Doze anos depois de lançado, o Maracatu Feminino de Baque Solto Coração Nazareno, o único do Brasil
formado apenas por mulheres, será agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC), considerada a
condecoração mais importante da cultura brasileira e ofertada pelo Ministério da Cultura (MinC).
 
O evento acontece no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda-feira. Eliane Rodrigues,
idealizadora e coordenadora do maracatu, embarca sozinha para representar 72 mulheres, a maioria de
Nazaré da Mata, conhecida como a Capital do Maracatu. O grupo é diverso (...).
 
Até os anos de 1990, somente os homens podiam brincar no maracatu, explica Eliane Rodrigues. Às
mulheres, cabia apenas o papel de cozinhar para eles. Tabu quebrado, as participantes passaram de
coadjuvantes a protagonistas. No carnaval, reinam de igual para igual com os maracatus formados por
homens. Nas apresentações, tornam-se poderosas em qualquer idade. O Coração Nazareno tem
participantes de oito a oitenta anos de idade. Se não preservamos a cultura, perdemos aos poucos nossa
história. Primordial, portanto, passar essa informação valiosa para as crianças.
 
A importância da agremiação já foi contada no livro A mulher no maracatu rural, da historiadora da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tamar Thalez, e em curtas, produzidos, inclusive, por
estrangeiros em visita ao estado. Hoje, calcula-se 23 maracatus em Nazaré da Mata, sendo que 19 deles
estão em maior evidência.
 
O grupo foi formado em 8 de março de 2004, no Dia Internacional da Mulher, pelas integrantes da
Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam). Hoje, tem dois CD's, além de prêmios, como a
Cultura Popular nas Ondas do Rádio e o Prêmio Culturas Populares - 100 Anos Mazzaropi, do Ministério
da Cultura. Além de trabalhar o protagonismo feminino na dança, a Amunam investe na economia
criativa, através do Ponto de Cultura Engenhos dos Maracatus. Lá, são ofertadas ás mulheres e suas
famílias oficinas de artesanato voltadas para a produção de adereços de maracatus. Patrimônio Imaterial
do Brasil, o maracatu rural deixa Pernambuco por um dia para brilhar e fazer brilhar os olhos dos
habitantes de Brasília.
 
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/46,97,43,74/2016/11/05interna_opiniao.157335/o
poder-das-mulheres-do-maracatu.shtml Acesso: 05/11/2016
 
Ao ler este último período do texto, constatamos as relações de dependência entre os termos que o
constituem:
 
"Lá, são ofertadas às mulheres e suas famílias oficinas de artesanato voltadas para a produção de
adereços de maracatus. Patrimônio Imaterial do Brasil, o maracatu rural deixa Pernambuco por um dia
para brilhar e fazer brilhar o olhos dos habitantes de Brasília."
 
Vemos um caso de regência nominal em:
a) produção de adereços
b) Oficinas de artesanato
c) adereços de maracatu
d) Patrimônio material
e) um dia para brilhar
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Marinha - Alun (CN)/CN/2016
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
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480) 
481) 
O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando
sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos
perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos
brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos.
 
Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância,
nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são
potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do
"sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que
guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e,
até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de
"burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma
o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são
esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de
um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se
opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta.
 
[ ... ]
 
Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos
aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver
raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos
ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a
entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de
nós mesmos.
 
Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em queato que está faltando entre
nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro.
É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação
são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca
prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos
que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha
descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e
diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela
mesma - é algo bem diferente.
 
(TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em
https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações)
 
Assinale a opção na qual a regência do verbo destacado foi utilizada de acordo com a modalidade
padrão.
a) Eu custo a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores.
b) O professor sempre lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula.
c) Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis.
d) Todos dizem que este menino puxou o pai quando o assunto é esportes aquáticos.
e) Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa do que um programa de TV.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
TEXTO 1
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Questões de linguagem médica
 
A linguagem é livre. Essencial é a comunicação. Quando se sabe disso, os conceitos de "certo" e "errado"
são substituídos pelos conceitos de escolhas verbais - entre todas as formas existentes da língua, em
suas variedades de linguagem popular e culta - "adequadas" e "não adequadas".
 
Mesmo os termos mais chulos calham em situações emotivas extremas. Para exercício desta liberdade de
linguagem, precisa-se conhecer o patrimônio do idioma. É mister saber que as transformações pelas
quais uma língua passa determinam-se pelos seus usuários, seus verdadeiros autores, pelas
necessidades culturais e históricas de uso. Mais ainda, que o alcance das metas de comunicação daquela
situação específica - a efetividade do que se vai falar ou escrever - tem de guiar nossas decisões
gramaticais.
 
No entanto, quando se trata de linguagem científica, por sua seriedade e seu rigor, convém ter domínio
do padrão gramatical culto, normativo, descrito e organizado, ao longo de séculos, pelos profissionais de
Letras. A linguagem científica formal tem características próprias, apregoadas - em todos os tempos - por
bons orientadores médicos; se a precisão da linguagem é necessária a todos, ela é imprescindível aos
pesquisadores e cientistas, já que a imprecisão é incompatível com a ciência. A idade de um erro não lhe
confere exatidão, e desconhecer e teimar em usar termos impróprios não é sinal de independência e
nacionalidade.
 
Palavras homógrafas com significados diferentes devem ser evitadas na linguagem científica. O ideal é
que cada coisa seja designada por um só termo e que cada termo designe uma só coisa. Creio que já é
tempo de os professores das nossas faculdades de medicina interessarem-se pela terminologia. Sou
mesmo de parecer que, nos concursos, mesmo os de livre docência, dever-se-ia fazer questão cerrada da
uniformidade e do rigor terminológico.
 
De fato, é claro que quem se propõe a ensinar deve saber rigorosamente o que vai ensinar e, se não
conhecer o nome dos elementos das ciências que se propõe a lecionar, como poderá fazê-lo cabalmente?
 
Na linguagem científica, o ideal é nunca usar duas palavras para exprimir a mesma coisa, nem dar o
mesmo nome a duas coisas diferentes. Tendo em vista o que se leu e outras tantas considerações de
igual teor, convém conhecer os termos que, embora muito frequentes na linguagem médica, ensejam
controvérsias quanto a seu uso em padrão formal, mesmo no âmbito médico.
 
Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos sobre os quais não pesem questionamentos
ou sobre os quais haja menor possibilidade de questionamentos, o que é possível em quase todos os
casos. É recomendável, portanto - a fim de que se possa falar e escrever, principalmente no exercício
profissional, com clareza, precisão e efetividade - prestar cuidados para que termos científicos não sejam
oficializados com formas ou sentidos inadequados por influência da soberania da "lei do uso", assim
como é de boa norma sempre promover esforços para que a linguagem médica tenha também certo
"padrãoouro", como aqueles estabelecidos em outros aspectos da Medicina.
 
(Simônides Bacelar; Elaine Alves; Wânia de Aragão-Costa; Paulo
Tubino. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
69912009000100017. Acesso em 10/05/15. Adaptado).
 
Observe como se fez a regência verbal do seguinte trecho: “Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva,
escolher usos sobre os quais não pesem questionamentos”. Assinale, em seguida, a alternativa em que
esse componente da sintaxe está também corretamente formulado.
a) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais todos admitem.
b) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais ninguém se tenha referido.
c) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos aos quais ninguém tenha conhecido.
482) 
d) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais ninguém segue.
e) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos aos quais ninguém tenha tido acesso.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2014
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa por muito
tempo. São tantos os estímulos e tanta a pressão para que o entorno seja completamente desvendado
que aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nós nos tornamos, à semelhança dos
computadores, pessoas multitarefa, não é verdade?
 
Vamos tomar como exemplo uma pessoa dirigindo. Ela precisa estar atenta aos veículos que vêm atrás,
ao lado e à frente, à velocidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de
programas que sinalizam o trânsito em tempo real, às informações de alguma emissora de rádio que
comenta o trânsito, ao planejamento mental feito e refeito várias vezes do trajeto que deve fazer para
chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc.
 
Quando me vejo em tal situação, eu me lembro que dirigir, após um dia de intenso trabalho no retorno
para casa, já foi uma atividade prazerosa e desestressante.
 
o uso da internet ajudou a transformar nossa maneira de olhar para o mundo. Não mais observamos os
detalhes, por causa de nossa ganância em relação a novas e diferentes informações. Quantas vezes
sentei em frente ao computador para buscar textos sobre um tema e, de repente, me dei conta de que
estava em temas que em nada se relacionavam com meu tema primeiro.
 
Aliás, a leitura também sofreu transformações pelo nosso costume de ler na internet. Sofremos de uma
tentação permanente de pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema
é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por frase, para que faça
sentido. Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido e beleza a um texto?
 
Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crianças. Elas já
nasceram neste mundo de profusão de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da
vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo; elas são estimuladas com diferentes objetos, sons,
imagens etc.
 
Ai, um belo dia elas vão para a escola. Professores e pais, a partir de então,querem que as crianças
prestem atenção em uma única coisa por muito tempo. E quando elas não conseguem, reclamamos,
levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam portadoras de síndromes que exigem tratamento
etc.
 
A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar programas complexos em
seus aparelhos eletrônicos, brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes
e, se deixarmos, passam horas em uma única atividade de que gostam.
 
Mas, nos estudos, queremos que elas prestem atenção no que é preciso, e não no que gostam. E isso,
caro leitor, exige a árdua aprendizagem da autodisciplina. Que leva tempo, é bom lembrar.
 
As crianças precisam de nós, pais e professores, para começar a aprender isso. Aliás, boa parte desse
trabalho é nosso, e não delas.
 
Não basta mandarmos que elas prestem atenção: isso de nada as ajuda. O que pode ajudar, por
exemplo, é analisarmos o contexto em que estão quando precisam focar a atenção e organizá-lo para
que seja favorável a tal exigência. E é preciso lembrar que não se pode esperar toda a atenção delas por
muito tempo: o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e gradual.
 
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483) 
SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. Folha de São Paulo, 11 fev. 2014 - adaptado
 
Em qual opção a regência do termo em destaque apresenta um desvio da modalidade padrão da língua?
a) " [ ... ] eu me lembro que dirigir, após um dia [ ... ] " ( 3°§)
b) " [ ... ] que deve fazer para chegar ao seu destino, [ ... ]." ( 2°§)
c) " [ ... ] passam horas em uma única atividade de que gostam." (8°§)
d) " [... ] alguns textos exigem a leitura atenta [... ] (5 ° §)
e) " [ ... ] mais observamos os detalhes, por causa [ ... ] (4 ° §)"
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FAUEL - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Superior/2014
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
FACULTATIVO
 
Carlos Drummond de Andrade
 
Estatuto dos Funcionários, artigo 249: “O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público (com
maiúsculas).
 
Então é feriado, raciona o escriturário, que, justamente, tem um “programa” na pauta para essas
emergências. Não, responde-lhe o governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é
feriado.
 
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groelandeses o que seja ponto
facultativo? (Os brasileiros sabem.) É descanso obrigatório, no duro. João Brandão, o de alma virginal,
não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: “céu azul, praia,
ponto facultativo”, não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua
“faculdade” de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda
as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
 
Hoje deve haver menos gente por lá, conjecturou; ótimo, porque assim trabalho à vontade.
 
Nossas repartições atingiram tal grau de dinamismo e fragor, que chega a ser desejável o não
comparecimento de 90 por cento dos funcionários, para que os restante possam, na calma, produzir um
bocadinho. E o inocente João via no ponto facultativo essa virtude de afastar os menos diligentes, ou os
mais futebolísticos, que cediam lugar à turma dos “caxias”.
 
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórtico, e nenhum sinal de vida nos arredores.
Nenhum – a não ser aquele gato que se lambia à sombra de um tinhorão. Era, pela naturalidade da
pose, dono do jardim que orna a fachada do Instituto, mas – sentia-se pela ágata dos olhos – não
possuía as chaves do prédio.
 
João Brandão tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas.
 
Correu a telefonar de uma confeitaria para a residência do chefe, mas o chefe pescava em Mangaratiba,
jogava pingue-pongue em Correias, estudava holandês com uma nativa, na Barra da Tijuca; é certo que
o telefone não respondeu. João decidiu-se a penetrar no edifício galgando-lhe a fachada e utilizando
vidraça que os serventes sempre deixam aberta, na previsão de casos como esse, talvez. E começava a
fazê-lo, com a teimosia calma dos Brandões, quando em vigia brotou na grama e puxou-o pela perna.
 
– Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar.
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484) 
 
– Perdão, é dia em que se pode ou não descansar, e eu estou com o expediente atrasado.
 
– Desce – repetiu o outro com tédio. – Olha que te encanam se você começa a virar macaco pela parede
acima.
 
– Mas, e o senhor porque então está vigiando, se é dia de descanso?
 
– Estou aqui porque a patroa me escaramuçou, dizendo que não quer vagabundo em casa. Não tenho
para onde ir, tá bem?
 
João Brandão aquiesceu, porque o outro parecia disposto a tudo, inclusive a trabalhar de braço, a fim
de impedir que ele trabalhasse de pena. Era como se o vigia lhe dissesse: “Veja bem, está estragando
meu dia. Então não sabe o que quer dizer facultativo?” João pensava saber, mas nesse momento teve a
intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas
fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e
essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras
cruzadas.
 
Assinale a alternativa cujo o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado em “dono do
jardim que orna a fachada do Instituto...”:
a) o dia se passou na dureza.
b) deliberou usar de sua faculdade.
c) se lambia à sombra de um tinhorão.
d) correu a telefonar de uma confeitaria.
e) foi decifrar palavras cruzadas.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2013
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
TEXTO I
 
Campeonato do desperdício
 
No campeonato do desperdício, somos campeões em várias modalidades. Algumas de que nos
orgulhamos e outras de que nem tanto. Meu amigo Adamastor, antropólogo das horas vagas, não me
deu as causas primeiras de nossa primazia, mas forneceu-me uma lista em que somos imbatíveis. Claro,
das modalidades que "nem tanto".
 
Vocês já ouviram falar em lixo rico? Somos os campeões. Nosso lixo faria a fartura de um Haiti. Com o
que jogamos fora e que poderia ser aproveitado, poder-se-ia alimentar muito mais do que a população
do Haiti. Há pesquisas do assunto e cálculos exatos que "nem tanto". Somos um país pobre com mania
de rico. E nosso lixo é mais rico do que o lixo dos países ricos. Meu falecido pai costumava dizer: rico
raspa o queijo com as costas da faca; remediado corta uma casca bem fininha; pobre, contudo, arranca
uma lasca imensa do queijo. Meu pai dizia, e tenho a impressão que meu pai era um homem
preconceituoso, mas em termos de manuseio dos alimentos nacionais, arrancamos uma lasca imensa do
queijo, ah, sim, arrancamos.
 
Outra modalidade em que somos campeões absolutos, o desperdício do transporte. Ninguém no mundo
consegue, tanto quanto nós, jogar grãos nas estradas. Não viajo pouco e me considero testemunha
ocular. A Anhanguera, por exemplo, tem verdadeiras plantações de soja em suas margens. Quando pego
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485) 
uma traseira de caminhão e aquela chuva de grãos me assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da
competição e temos de ser campeões.
 
Na construção civil o desperdício chega a ser escandaloso. Um dia o Adamastor, antropólogo das horas
vagas, me veio com uma folha de jornal onde se liam estatísticas indecentes. Com o que se joga fora de
material (do mais bruto ao mais sofisticado), o Brasil poderia construir todos os estádios que a FIFA
exige e ainda poderia exportar cidades para o mundo.
 
Antigamente, este que vos atormenta, levava um litro lavado para trocar por outro cheio de leite. Você,
caro leitor, talvez nem tenha notícia disso. Mas era assim. Agora, compra-se o leite e sua embalagem
internamente aluminizadapara jogá-la no lixo. Quanto de nosso petróleo vai para o lixo em forma de
sacos plásticos? Vocês já ouviram falar que o petróleo é um recurso inesgotável? Claro que não! Mas
sente algum remorso ao jogar os sacos trazidos do supermercado no lixo? Claro que não. Nossa cultura
de mosaico nos tirou a capacidade de ligar os fenômenos entre si.
 
E o que desperdiçamos de talentos, de esforço educacional? São advogados atendendo em balcão de
banco, engenheiros vendendo cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se
desperdiçam diariamente como se fossem recursos, eles também, inesgotáveis. No dia em que a gente
precisar, vai lá e pega. No dia em que a gente precisar, pode não existir mais. Não importa, vivemos no
melhor dos mundos, segundo a opinião do Adamastor, o gigante, plagiando um tal de Dr. pangloss, que
ironizava um tal de Leibniz.
 
BRAFF, Menalton. Em www.cartacapital.com.br - Acesso em 14 jan., 2013
- adaptado.
 
Dr.Pangloss - personagem de Cândido, de Voltaire. Caracteriza-se pelo extremo otimismo.
 
Leibniz - Autor da teoria de que nada acontece ao acaso. Estamos no melhor dos mundos possíveis, o ser
só é, só existe, porque é o melhor possível.
 
Adamastor, o gigante - personificação do Cabo das Tormentas, em Os Lusíadas, do escritor português
Luiz Vaz de Camões.
 
 
Em que opção a regência do termo destacado apresenta um desvio da norma padrão?
a) "Algumas de que nos orgulhamos e outras de que nem tanto." (1º§)
b) "[ ... ] construir todos os estádios que a FIFA exige [ ... ]." (4°§)
c) "[ ... ] gênios que se desperdiçam diariamente [ ... ]." (6°§)
d) "Meu pai dizia, e tenho a impressão que meu pai era [ ... ]." (2º§)
e) "[ ... ] a capacidade de ligar os fenômenos entre si." (5°§)
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2011
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
TEXTO 02
 
COMO TUDO O QUE É BOM, INTERNET
TAMBÉM PODE VICIAR
 
É muito difícil a gente pensar na vida sem Internet. Até há pouco tempo, para dar um alô a um amigo
que morasse em outra cidade você tinha de escrever uma carta, ir até o correio e esperar, no mínimo,
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486) 
alguns dias para receber uma resposta. Ou gastar uma boa graninha em ligações interurbanas. Hoje,
basta dar um clique para mandar um e-mail, bater papo pelos comunicadores,falar pelo Skype ou ainda
deixar um recado nas comunidades virtuais. Ou seja: é muito mais fácil manter o contato com quem está
longe ( ou nem tão longe assim!)
 
O problema é que muitas pessoas se envolvem tanto com a vida virtual que acabam deixando a real de
lado. Em vez de encontrar o rapaz que mora em seu prédio, a pessoa prefere falar com ele pelo
computador- sendo que ele está logo ali do lado! Ou um monte de e-mails e scraps acabam ocupando o
tempo em que ela sairia e se divertiria ao vivo com os amigos. Sem contar as outras atividades que vão
sendo esquecidas porque a pessoa não consegue se desgrudar do computador. Quem não tem um amigo
compulsivo que quase "passa mal" se não consegue checar seus e-mails?
 
Quando um hábito cresce nessa proporção e atrapalha outros pontos da nossa rotina é hora de
acendermos o sinal de alerta. É verdade! A Internet é muito bacana, mas ela não pode nos escravizar.
Ficar triste só porque você não conseguiu checar se há recados novos na sua caixa de emails é um pouco
de exagero, não acha?! Isso significa que você vai deixar de viajar com o pessoal só porque não tem
Internet na praia? Ou você vai trocar a areia pela lan-house porque não consegue ficar longe da Web?
Ou abandonar o jogo com os amigos para ficar naquela partida contra o computador?
 
Vários estudos têm mostrado que os adolescentes estão "dançando" na escola porque perdem a noção
de quanto tempo ficam conectados. Em vez de dormir, eles vão emendando uma coisa na outra
enquanto estão on-line e acabam se privando de sono. O resultado é que, no dia seguinte, não
conseguem levantar para ir à escola ou estão exaustos e não conseguem estudar direito. Não dá para
perder o controle assim, não é?
 
Ninguém precisa se afastar de vez do mundo virtual. Mas é preciso estabelecer limites. Programe quanto
tempo você realmente tem disponível para a Internet. E respeite esse período, desligando o computador
quando der o tempo estipulado. Nada de dar mais uma olhadinha aqui ou jogar mais uma partida on-line
ali. É para desligar mesmo! Principalmente se você se conecta à noite. Pelo menos duas horas antes do
seu horário de dormir é bom desligar o computador. Assim, dá tempo de a cabeça ir desacelerando e
você consegue pegar no sono mais fácil. Sem contar que é um modo de evitar a madrugada on-line, o
roubo das horas de sono e o estrago no dia seguinte.
 
(Jairo Bouer. http://blog.educacional.eom.br/jairo bouer)
 
Ao transcrever-se a frase com outro verbo, ocorre erro de regência em:
a) I- Todos nós sonhamos com dias melhores para o Brasil. II -Todos nós aspiramos dias melhores
para o Brasil.
b) I- Milhares de pessoas assistirão, pela TV, aos jogos Olímpicos do Brasil. II - Milhares de pessoas
irão entreter-se, pela TV, com os jogos Olímpicos do Brasil.
c) I - Não podemos concordar com tantos desmandos na política brasileira. II -Não podemos
condescender com tantos desmandos na política brasileira.
d) I - O juiz procedeu ao julgamento do rapaz em sessão fechada. II - O juiz iniciou o julgamento do
rapaz em sessão fechada.
e) I - A Campanha do Ministério da Saúde informa à população os riscos da relação sexual sem
preservativo. II - A Campanha do Ministério da Saúde avisa à população os riscos da relação sexual
sem preservativo.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2011
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Geração Y
 
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487) 
Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais, impacientes, preocupados consigo mesmos e até
egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o
mundo. São interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar conta do
planeta. Eis algumas outras de suas características: só fazem o que gostam; não conseguem passar mais
de três meses no mesmo trabalho. Concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família
tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer.
 
Com vinte e poucos anos, esses jovens são os representantes da chamada Geração Y, um grupo que
está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações
dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do
passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos.
 
A novidade é que esse "umbiguismo" não é, necessariamente, negativo. Dizem que esses jovens estão
aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi apenas um conceito. Questionando o que é
a realização pessoal e profissional e buscando agir de acordo com seus próprios interesses, estão
levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que conhecemos.
 
No trabalho, é comum os recém-contratados pularem de um emprego para o outro, tratarem os
superiores como colegas de turma ou baterem a porta quando não são reconhecidos. Não são revoltados
e têm valores éticos muito fortes; priorizam o aprendizado e as relações humanas. Mas é preciso, antes
de tudo, aprender a conversar com eles para que essas características sejam reveladas.
 
Essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com TV,
computador e comunicação rápida dentro de casa. Parece um dado sem importância, mas estudos
comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente. Uma
pesquisa do Departamento de Educação dos Estados Unidos revelou que crianças que usam programas
online para aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas.Para alguns, são indivíduos multitarefas: ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de ler notícias
na internet, checar a página do Facebook, escutar música e ainda prestar atenção na conversa ao lado.
Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes. É
mais ou menos como se os nascidos nas duas últimas décadas fossem um celular de última geração.
 
Revista Galileu (Adaptado)
Assinale a opção em que, no trecho, segundo a variedade padrão escrita da língua, ocorre um desvio de
regência.
a) " ... impacientes, preocupados consigo mesmos ... " (1 ° §)
b) "Mas se preocupam com o ambiente ... " (1 ° §)
c) " ... só fazem o que gostam ... " (1º§)
d) " ... estão aptos a desenvolver a ... " (3 ° §)
e) " ... estão levando a sociedade a um novo estágio ... " (3 ° §)
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Marinha - Alun (CN)/CN/2010
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Quando a rede vira um vício
 
Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet
Anônimos: "Estou muito dependente da web. Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério".
Logo obteve resposta de um colega da rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em
frente ao computador. Preciso de ajuda". O diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1310786
dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da
própria rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para
Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países
estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web – com concentração na faixa dos 15 aos
29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente
desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do
exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu
desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim,
momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos,
perdendo os elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo – e completamente virtual".
 
Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para
estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta
reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço
central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se
deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. " Como a internet faz parte do dia a
dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente
detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem
mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta – até culminar,
pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas
na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras
profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por
sanduíches – que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a
vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: " Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do
que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem".
 
Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para
isso – eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia –, mas pesa também uma
explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos
entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos
negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os
adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num
momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente
favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no
vício se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50%
deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário
que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vício, a maior adoração
é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção
de começo, meio ou fim.
 
Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a
dependência em internet é reconhecida – e tratada – como uma doença. Surgiram grupos especializados
por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta
um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80%
voltam a níveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se
mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à
bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de
conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a
questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas
horas diárias, o caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor.
Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os
filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade
de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados.
 
Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado.
 
 
488) 
Assinale a opção que apresenta a regência de verbos e nomes em conformidade com a modalidade
padrão da língua.
a) Muitos adolescentes desconhecem as regras que precisam obedecer para uso saudável e
produtivo da Rede.
b) A dependência em internet faz com que as pessoas se esqueçam que o mundo virtual não pode
substituir o real.
c) O mundo virtual em que o dependente em internet vive é extremamente prejudicial à saúde e às
relações sociais.
d) É preferível estabelecer limites quanto ao uso da internet do que sofrer as consequências
advindas de uma possível dependência.
e) O primeiro passo para cura visa em reconhecer a dependência em internet como uma doença que
deve ser tratada de forma responsável.
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IME - CFG (IME)/IME/2008
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto I
 
Imigração Japonesa no Brasil
 
A abolição da escravatura no Brasil em 1888 dá novo impulso à vinda de imigrantes europeus, cujo início
se deu com os alemães em 1824. Em 1895 é assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação
entre o Brasil e o Japão.
 
Com 781 japoneses a bordo, o navio Kasato-maru aporta em Santos. De lá eles são transportados para a
hospedaria dos imigrantes, em São Paulo.
 
Na cafeicultura, a imigração começa com péssimos resultados. Um ano após a chegada ao Brasil, dos
781 imigrantes, apenas 191 permaneceram nos locais de trabalho. A maioria estava em São Paulo,
Santos e Argentina. Apesar disso, a imigração continua com a chegada da segunda leva de imigrantes
em 1910.
 
Em 1952 é assinado o Tratado de Paz entre o Brasil e o Japão. Nova leva de imigrantes chega ao Brasil
para trabalharnas fazendas administradas pelos japoneses. Grupo de jovens que imigra através da
Cooperativa de Cotia recebe o nome de Cotia Seinen. O primeiro grupo chega em 1955.
 
O crescimento industrial no Japão e o período que foi chamado de “milagre econômico brasileiro” dão
origem a grandes investimentos japoneses no Brasil. Os nisseis acabam sendo uma ponte entre os novos
japoneses e os brasileiros.
 
As famílias agrícolas estabelecidas no Brasil passaram a procurar novas oportunidades e buscavam novos
espaços para seus filhos. O grande esforço familiar para o estudo de seus filhos faz com que grande
número de nisseis ocupe vagas nas melhores universidades do país.
 
Mais tarde, com o rápido crescimento econômico no Japão, as indústrias japonesas foram obrigadas a
contratar mão-de-obra estrangeira para os trabalhos mais pesados ou repetitivos. Disso, resultou o
movimento “dekassegui” por volta de 1985, que foi aumentando, no Brasil, à medida que os planos
econômicos fracassavam. Parte da família, cujos ascendentes eram japoneses, deixava o Brasil como
“dekassegui”, enquanto a outra permanecia para prosseguir os estudos ou administrar os negócios. Isso
ocasionou problemas sociais, tanto por parte daqueles que não se adaptaram à nova realidade, como
daqueles que foram abandonados pelos seus entes e até perderam contato.
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Com o passar dos anos, surgiram muitas empresas especializadas em agenciar os “dekasseguis”, como
também firmas comerciais no Japão que visaram especificamente o público brasileiro. Em algumas
cidades japonesas formaram-se verdadeiras colônias de brasileiros.
 
Disponível em: www.culturajaponesa.com.br ( texto adaptado). Acesso em: 29 ago 2008.
 
Texto II
 
Rio: uma cidade plural já em 1808
As mulheres se sentavam no chão, com as pernas cruzadas. Nas ruas o dinheiro corria no maior
entreposto de escravos da colônia.
 
SANDRA MOREYRA Jornal O Globo- 28/11/2007 (adaptado)
 
Uma cidade que era um grande porto, com gente de todas as colônias e feitorias portuguesas da África e
da Ásia. O Rio era uma cidade quase oriental em 1808. As mulheres se sentavam no chão, com as
pernas cruzadas. À mesa, os homens usavam a mesma faca que traziam presa à cintura, para se
defender de um inimigo, para descascar frutas ou partir a carne. Nas ruas o dinheiro corria no maior
entreposto de escravos da colônia. Corriam também dejetos nas ruas e valas. Negros escravos ou libertos
eram dois terços da população e se vestiam ainda de acordo com sua nação de origem. Não só pelo tipo
físico bem diferente, como pelas roupas, era possível saber quem vinha do Congo, de Angola ou do Mali;
quem era muçulmano, quem vinha da nobreza africana.
 
Nesta cidade, que já era plural, mas que não tinha infra-estrutura, onde havia assaltos e comércio ilegal
nas ruas, chegou um aviso em janeiro de 1808. A corte estava em pleno mar, escapara de Napoleão e
estava a caminho do Brasil.
 
O vice-rei começou a fazer os preparativos e saiu desalojando os maiores comerciantes locais de suas
casas, para cedê-las aos novos moradores. Eram pintadas nas portas das casas requisitadas para a Corte
as iniciais “PR”, de Príncipe Regente, que viraram “prédio roubado” ou “ponha-se na rua”. Era o jeito que
herdamos do sangue lusitano de rir de nossas próprias mazelas.
 
Quando as naus com a família real chegaram por aqui, em março de 1808, já haviam passado pela Bahia
e permanecido por um mês em Salvador.
 
Aqui a festa foi imensa e o relato mais divertido e detalhado é o do Padre Luis Gonçalves dos Santos, o
Padre Perereca. O padre que vivia no Brasil era um admirador incondicional da monarquia, dos ritos da
corte, da etiqueta. Quando descobre que a Corte está chegando, fica assanhadíssimo porque vai ver de
perto “Sua Alteza Real D. João Nosso Senhor”, como chamava o regente.
 
É ele quem conta que a chegada dos Bragança por aqui foi acompanhada de luzes, fogos de artifício,
badalar de sinos, aplausos e cânticos. Perereca diz que parecia que o sol não havia se posto, tamanha a
quantidade de tochas e velas que iluminavam as casas, o largo do Paço e as ruas do centro.
 
O Rio tinha 46 ruas naquela época. D João se dirigiu à Sé – provisoriamente instalada na Igreja do
Rosário dos Homens Pretos, porque a Igreja do Carmo, a Sé oficial, estava em obras. Houve uma
determinação de que os homens pretos e também os mestiços não deveriam comparecer à cerimônia, na
Igreja deles, porque o Príncipe poderia ficar assustado com a quantidade de negros na cidade. Eles se
esconderam numa esquina e quando o cortejo chegou à Igreja, entraram batucando e cantando e todos
se misturaram. Assim era o Rio. Assim era o Brasil.
De acordo com a norma culta da nossa língua, que período pode ser considerado correto?
a) A imigração obedece a regras restritas em todos os países.
b) Não conseguindo salvar minha família, preferia à morte.
c) Informei-lhe de todas as opiniões.
d) Muitos japoneses preferiam mais o trabalho em terras estrangeiras do que a pobreza em seu país.
e) Esquecia sempre dos compromissos de campanha.
489) 
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Marinha - Alun (CN)/CN/2007
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O aluno computador
 
Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o
filho que nasceria. Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que
felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito,
durante toda a gravidez. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque
julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização.
Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.
 
E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E não
reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não
faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não acontecia com
Memorioso.
 
Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas
de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A
memória de Memorioso era perfeita.
 
Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães
de colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins
com notas vermelhas, eles gritavam: " Por que você não é como Memorioso? "
 
Memorioso foi o primeiro no vestibular o cursinho que ele freqüentava publicou sua fotografia em
outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a
mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura.
 
Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para
doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam
todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso: " Eu gostaria de lhe fazer
urna pergunta " , disse a jovem. " Pode fazer " , respondeu Memorioso, confiante. Ele sabia todas as
respostas. Aí ela fez a pergunta: "De tudo o que você tem memorizado, o que mais te comove? ".
 
Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória
funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas ela não estava registrada em sua
memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de
repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua
cabeça, enquanto a fumaça saía por suas orelhas. Memorioso primeiro travou. Depois de responder a
estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores,
verificaramque o seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a
memória não consegue responder. É preciso coração.
 
Revista Educação, fevereiro de 2007 - com adaptação.
 
 
Em "Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração.", no
último parágrafo, qual o significado da regência verbal que aparece no trecho destacado?
a) Comunicar, em resposta, algo.
b) Responder algo a alguém.
c) Ficar em silêncio.
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490) 
491) 
d) Responsabilizar por algo.
e) Retribuir a algo.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2005
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O importante é escrever
 
o importante é escrever. Quem escreve é levado a isolar-se da agitação, a pensar, a refletir. Aí está o
mérito da redação. Quem escreve concentra-se, analisa, raciocina, critica, apresenta soluções próprias.
Quem escreve dá valor a si mesmo, aprende a ver em profundidade, descobre o mérito relativo das
coisas e põe às claras os enganos e os sofismas dos que nos pretendem ludibriar. Escrever é o mais
adequado meio para a formação de nossa personalidade, como seres livres, independentes, realizados
intimamente. Escrever é lutar contra os que nos impingem idéias prontas, frases feitas para substituir
nossos pensamentos e nossa linguagem. Pensemos nisso. Dediquemo-nos à redação, principalmente por
esses motivos. A redação faz-nos meditar sobre a vida, sobre os homens e sobre nós mesmos. Leva-nos
a ser mais humanos, a amar nosso semelhante, a respeitá lo, a comunicar-nos com ele mais
freqüentemente.
 
(In RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da Língua Portuguesa. Ed. Metáfora, 2003.)
 
Em " ... escreve dá valor a si mesmo ", o verbo destacado tem como regência dois complementos: um
sem preposição e outro com preposição. Assinale a opção em que a regência verbal ou nominal também
tenha sido respeitada.
a) Ele tem inclinação para a carreira militar.
b) Os adolescentes gostam de namorar com suas vizinhas.
c) O candidato aspira aprovação.
d) Os jovens sempre obedecem os pais.
e) O rapaz está apto com o serviço militar.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2004
Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O PORTUGUÊS DE PORTUGAL
 
(BAHIA,1964 - LÍNGUA PORTUGUESA )
 
Em Lisboa disseram a Luiz Forjaz Trigueiros que na Bahia o calor, além de tórrido, é constante, jamais faz
frio. Luiz viaja ao Brasil em missão cultural, pede a Maria Helena que coloque na mala apenas roupas
leves, as 5 mais leves. Assim desembarcou desvestido com elegância para o verão feroz.
 
Ora, em lugar de calor senegalês, uma onda abateu-se sobre a cidade, frio ainda mais difícil de suportar
devido à umidade, o escritor sentiu-se enregelar. Dado 10 que o inverno se manteve, não lhe coube
opção senão ir à compra de agasalho. Luiz se informou, rumou para a rua Chile, a de comércio fino e
caro de prendas de vestir cavalheiros e senhoras. Deteve-se ante uma loja: ali se 15 exibia a peça exata
que buscava para com ela resguardar o peito, evitar o resfriado, a gripe, a pneumonia: Luiz Forjaz
pretende-se chegado a enfermidades nos brônquios e pulmões, o perigo de gripe o horroriza. De lã,
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chique, discreta, na cor preferida, estava à sua espera. Luiz 20 adentrou o estabelecimento, o vendedor
acorreu solícito, colocou-se a seu serviço.
 
- Desejo comprar uma camisola - informou o literato luso, sorrindo com a delicadeza que o caracteriza.
 
Não menos delicado o balconista:
 
- O cavalheiro se enganou, aqui só vendemos artigos masculinos, mas na loja em frente, de artigos para
senhoras, o senhor encontrará variado estoque de camisolas ...
 
Não tenho entendido, algum engano havia, Luiz insistiu:
 
Eu disse camisola ...
 
- Já lhe disse que não temos. - O caixeiro elevou a voz desconfiado que o simpático freguês fosse surdo
de nascença.
 
- Como não tem, se acabo de ver na montra uma camisola castanha na medida própria.
 
- Onde disse ter visto camisola?
 
O balconista sentiu-se perdido, além de surdo o freguês falava língua desconhecida, nem espanhol, nem
francês, 40 menos ainda inglês, dialetos que o rapaz identificava, familiar de sotaques e pronúncias. Não
sabendo o que dizer, riu e coçou a cabeça. Um parvo, persuadiu-se Luiz Trigueiros, e, sem mais
delongas, tomando-o gentilmente.
 
pelo braço - aos parvos deve-se tratar com firmeza sem no entanto abandonar a cortesia -, levou-o até a
porta de onde, triunfante, mostrou-lhe na montra a camisola castanha:
 
- Ali está ela,a camisola, quanto vale?
 
A risada do rapaz não era mal-educada, mas continha uma ponta de deboche:
 
- Ilustre cavalheiro, fique sabendo que em bom português o senhor quer comprar um pulôver marrom
igual ao que está na vitrine, não é isso? Por que não disse logo? Um suéter porreta e o preço é de
arrasar ...
 
Encontrei Luiz no hotel envergando a camisola castanha, ou seja, o pulôver marrom, não sendo ainda o
brasileiro competente que viria a ser anos depois devido aos azares da política, o escritor estava
indignado:
 
- O gajo diz-me duas palavras em francês, uma em inglês e afirma estar falando em português, em bom
português.
 
Em nosso bom português, Luiz, o do Brasil.
 
Hoje Luiz Forjaz Trigueiros traça na maciota nosso misturado português de mestiços, mas para escrever
sua prosa escorreita, forte, tenra e colorida, conserva-se fiel ao português de Portugal, à língua de
Camões.
 
(Navegação de cabotagem)
 
Em "Luiz viaja ao Brasil em missão cultural ... ", a preposição sublinhada é usada por dar idéia de
movimento, respeitando-se a Regência Verbal. Assinale a opção que apresenta o uso correto da Regência
Verbal.
a) Ele assistiu o filme acompanhado de seu pai.
492) 
493) 
b) Os candidatos visam à aprovação no concurso.
c) Chegamos em casa muito tarde naquele dia.
d) Os pais querem bem os filhos.
e) Os jovens preferem cinema do que teatro.
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2022
Língua Portuguesa (Português) - Crase
O poema Corpo-África foi publicado no portal da literatura afro-brasileira – LITERAFRO - em
setembro de 2021, em cujo tema assim se lia: RESISTIR/EXISTIR: a poesia afro-brasileira nos Cadernos
Negros 39, um poema contemporâneo que é construído por meio da força criadora da linguagem
figurada como um desabafo do eu-lírico, em que 2 mundos em conflito estão apartados pelo racismo. Há
um jogo de algumas metonímias cuja maior expressão está resumida em seu título Corpo-África. Em
vários versos, percebemos as partes do corpo sendo mencionadas como representantes desse todo que
seria a identidade africana sendo negada e silenciada pelo racismo estrutural da sociedade ou, então,
partes do outro corpo adversário, causadores do sofrimento do eu-lírico.
 
Nesse contexto, considere as alternativas a seguir e assinale a que apresenta o uso CORRETO da crase.
a) Há a demonstração que devemos ser contrários àqueles que defendem o preconceito racial.
b) Há particularidades de vivência à ser vinculada ao mundo africano.
c) A representação do navio negreiro leva à pensar em pessoas que têm seu mundo compartilhado
com outros.
d) A implementação de uma concepção de inferiorização cria uma alusão à crimes com perdão.
e) O corpo intensifica à uma comunhão de forças e de raças.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2022
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Texto
 
Atalhos
 
Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos
inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra
entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos.
Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda paraum novo
amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo,
demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48.
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar
sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo
empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas
desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho
do gol.
 
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma
certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor
atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.
 
Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e
voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.
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494) 
495) 
 
Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.
 
O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
 
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
 
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um
cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência
para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.
 
MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado)
 
Assinale a opção abaixo na qual o emprego do acento indicador de crase está de acordo com a norma
culta da língua.
a) Todo àquele que amadurece, vai se tornando, a cada dia, menos teimoso e dramático.
b) Uma pessoa paciente, cara à cara com o estresse, mantém sempre a sua calma e o seu
autocontrole.
c) Pessoas experientes são contrárias àquelas que empatam a vida e não fazem os atalhos
necessários.
d) Aprender a viver requer muita paciência: paciência para enfrentar diversas situações e sobreviver
à todas elas.
e) A fim de ter uma vida plena, devemos aprender à conviver com pessoas impacientes, nervosas e
imaturas.
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EAPC - Vest (SLMANDIC)/SLMANDIC/Medicina/Campus Araras/2021
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Leia a tirinha Armandinho de Alexandre Beck para responder à questão.
 
Justifica-se, corretamente, o uso de acento indicador de crase no primeiro quadrinho, pois
a) a locução às vezes exige crase, assim como à medida que, à noite, à tarde, etc.
b) não se usa crase em locuções como a medida que, a noite, a tarde, etc.
c) o uso de crase em locuções é facultativo.
d) não se usa crase antes de palavras masculinas.
e) ao dizer que se trata de um paradoxo a personagem se equivoca e cria um grave equívoco
gramatical de crase.
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FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2021
Língua Portuguesa (Português) - Crase
O uso da norma culta da gramática portuguesa costuma ser socialmente valorizada, como algo
distintivo e de prestígio. Identifique a alternativa em que o uso da crase está em concordância com as
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496) 
497) 
normas sintáticas e ortográficas.
a) Dediquei o livro à meus filhos e à minhas filhas para incentivá-los à escrever.
b) À exposição mostrou as vanguardas europeias as visitantes brasileiras.
c) A exposição durou toda à semana; dia à dia, sem interrupção.
d) Graças às minhas alunas expositoras, não perdi nenhuma sessão apresentada.
e) Quando compreendi que às coisas são reais e todas diferentes, comecei à não saber que função
têm.
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2021
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Leia o período abaixo e analise as alternativas a seguir:
 
Para alguns, a obra Macunaíma não tem à ver com a preguiça do povo brasileiro. Para outros, o
personagem principal revela a verdadeira síntese do comodismo e o preconceito de que brasileiro não
gosta de trabalhar. Por conseguinte, Mário de Andrade determinou que muitos mentirosos fossem às
favas.
 
I. O uso da crase em “à ver” está de acordo com a norma gramatical vigente;
 
II. Em “a verdadeira”, o artigo “a” deveria estar com a crase porque “verdadeira” é uma palavra
feminina;
 
III. A expressão “às favas” está dentro dos padrões da Norma Culta.
 
IV. Em “brasileiro não gosta de trabalhar” o verbo gostar é intransitivo.
 
Está (ão) CORRETA (S):
a) Apenas I e III.
b) Apenas II.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III.
e) Apenas I, III e IV.
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UB)/UB/Medicina/2021
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Texto 1A6-I
 
Em Barbalha, no interior do Ceará, uma inusitada parceria entre a poesia rimada e a medicina tradicional
tem sido instrumento para informar e educar comunidades sobre saúde e cuidados com o corpo, sem
arrodeio ou complicações. Traduzindo conceitos e termos clínicos para uma linguagem acessível e
relacionável, estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela
professora Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação, criando pontes eficientes de
diálogo entre a comunidade e a academia sobre temas urgentes à saúde pública.
 
A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e atraente
possível. Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais,
desenvolveu oficinas, visitou dezenas de escolas e unidades de saúde, entregando informações corretas
em saúde e prevenção, por meio de declamações da literatura popular, com a linguagem que é a cara do
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498) 
povo. A adesão é tamanha que outras instituições, associações e ligas acadêmicas “encomendam”
cordéis temáticos ao grupo.
 
Essa improvável aliança entre cordel e medicina pode ser personificada na mentora do projeto, Sally
Lacerda, professora da Faculdade de Medicina da UFCA, odontóloga e doutora em biologia molecular.
Nesse projeto, ela encontrou a fórmula para escrever, pesquisar e disseminar conhecimentos acadêmicos
e técnicos por meio de sua mais antiga paixão: o cordel.
 
Certeira, Sally viu a oportunidade para divulgar a literatura à medida que promove saúde e
conscientização. Sem arrodeio, explica a ideia: “o objetivo principal seria utilizar o cordel como uma
ferramenta de educação e prevenção em saúde”. Driblando críticas de colegas academicistas, conquistou
o coração de alunos que se uniram ao projeto em 2017. Assim como Paulo Freire, defende a adaptação
do conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente. “Não adianta chegar com termos
técnicos, tentando explicar para o paciente a complexidade da sua doença. O melhor é usar a mesma
linguagem dele”, resume.
 
Internet: <brasildefato.com.br> (com adaptações)
 
No primeiro parágrafo do texto 1A6-I, o emprego do sinal indicativo de crase no trecho “temas urgentes
à saúde pública” justifica-se
a) pelo emprego do substantivo feminino “saúde”, que possui sentido geral e indeterminado.
b) pela contração da preposição regida pelo termo “urgentes” com o artigo feminino que confere
caráter definido ao termo “saúde pública".
c) pela regência verbal da oração principal e pela presença de artigo feminino diante da palavra
“saúde”.
d) pela função sintática exercida pelo termo “saúde pública” no período.
e) pela obrigatoriedade do acento grave na preposição que introduz locuções adverbiais formadas
por palavra feminina.
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IME - CFG (IME)/IME/2020
Língua Portuguesa (Português) - Crase
APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO.Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A
Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia
Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos
da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o
Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a
compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil
profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão
dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do
estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano
de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica
adjetivação e reinvenção lexical.
 
Texto 1
CAPÍTULO 3
A GUERRA DAS CAATINGAS
 
Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando-
lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação
as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou
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defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico
trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida
e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do
território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e
impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das
campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma
penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que
a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra,
capaz dos mais opostos valores.
 
Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo
modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas
abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu.
 
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
 
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.
 
Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos,
aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo.
Reagindo à canícula e com o desalinho naturalI) às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das
conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal
sofreados.
 
É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão
varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é
crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando,
tranquilamente heroicos...
 
De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro...
 
A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras,
passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se,
impacientes, em roda. Nada veem.
 
Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras.
 
E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente
agora, irrompendo de toda a banda...
 
Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto.
Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos
na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de
balas rola estrugidoramente dentro das galhadas...
 
Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo
em cheio nas fileiras.
 
A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades
combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o
comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de
baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com
rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da
caatinga.
 
As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira
flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoaIII), que lhes arrebata das
mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de
queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios
do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra
espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis,
fervilhando espinhos...
 
Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhosII).
Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos
tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas
de acúleos recurvos das macambiras...
 
Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a
ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmoIII), sem pontaria, numa
indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes
reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; — enquanto em torno, circulando-os,
rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário.
 
De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu.
 
As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam como se
saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas;
golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes;
frechados de espinhos...
 
(...)
 
A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o
sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o
minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a
garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante o
deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo.
 
(...)
 
A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo
vacilar a marcha dos exércitos.
 
CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-
186.
 
Texto 2
ESTADOS DE VIOLÊNCIA
 
A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços,
seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras,
equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos,
desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas
dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos. Sem mesmo falar das
táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas oque malgrado tudo ficaria e basearia a
distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa
forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis,
afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu
princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as
grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só
possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento,
técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de
negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem,
contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjunto de suas
forças vivas para se medirem?
 
Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem
cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor,
colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em
ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas:
duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma
multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o
engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes
dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para
a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não
levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos
como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande
silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em
torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados,
garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro
de feira para divertimentos atrozes (...)
 
Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência
armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a
guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que
os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...)
 
Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos
quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por vir. É preciso dizer que a
polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem
seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se
mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar
guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons
velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o
instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas
acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas
esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio?
 
Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência.
Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem
fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar
do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia
clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos
estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição.
 
GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva.
Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado).
 
 
Considere as assertivas a seguir:
I. Na expressão “Reagindo à canícula e com o desalinho natural (...)”, o emprego da crase se deve à
presença da forma verbal “reagindo” e do artigo definido feminino que precede o substantivo.
II. Em “Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos”, o acento grave está adequado, visto
que exemplifica o emprego facultativo da crase.
III. Nos segmentos “Enredam-se no cipoal que as agrilhoa (...)” e “Atiram a esmo”, os termos
grifados são, respectivamente, pronome pessoal oblíquo e preposição.
Está(ão) correta(s) a(s) assertiva(s):
499) 
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2020
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Texto referente a questão.
 
Texto I
 
Precisamos falar sobre fake news
 
Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele
que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas.
 
Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de
engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia
uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a
vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
 
Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os
chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até
constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
 
Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a
comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
 
Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na
revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês),
dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e
alcançam muito mais gente.
 
Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para
notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo
atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a
critérios de apuração e checagem.
 
O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais
não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de
compartilhar, sem questionar.
 
O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos
influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado
versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí.
 
Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que
deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial.
E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572621
500) 
 
No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionaisperdem suas
reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem
alterada ou uma legenda falsa.
 
A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade
afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas
fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
 
Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho
seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
 
No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente
debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
 
O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de
combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
 
O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação
de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de
qualquer tipo de controle que não seja democrático.
 
D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019.
 
Assinale a opção em que o acento indicativo de crase foi corretamente empregado.
a) As novas tecnologias têm gerado muito estranhamento à pessoas que não nasceram na era
digital.
b) As notícias falsas começam à chegar rapidamente através da internet, do WhatsApp e das redes
sociais.
c) O problema das fake news é um assunto sério e alarmante relativo à toda a sociedade
contemporânea.
d) Em relação as notícias falsas, devemos procurar iniciativas que nos levem à uma solução imediata.
e) Textos alarmistas e sensacionalistas ganham destaque à medida que vão sendo compartilhados.
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
Língua Portuguesa (Português) - Crase
(URCA/2019.1) De origem na Grécia, a palavra crase significa mistura ou fusão. Na língua
portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da
preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. Sempre que houver a fusão
desses elementos, o fenômeno será indicado por intermédio da presença do acento grave, também
chamado de acento indicador de crase.
Para usar corretamente o acento indicador de crase, é necessário compreender as situações de uso nas
quais o fenômeno está envolvido. Aprender a colocar o acento depende, sobretudo, da verificação da
ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
(https://portugues.uol.com.br/gramatica/cinco-dicas-simples-sobre-uso-crase.html)
Observe o excerto retirado do fragmento anterior: A criança. à medida que se desenvolve, deve aprender
passo a passo a se entender melhor.
Compreende a mesma regra do acento grave:
a) Refiro-me à aluna que estava presente na hora do incidente na sala de aula;
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1418178
501) 
b) Os participantes do campeonato saíram à procura de melhor estratégia de jogo;
c) A sala estava repleta de móveis à Luís XV;
d) Todos compareceram à confraternização de fim de ano;
e) Todos se encontravam assistindo à palestra do possível coordenador dos esportes.
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019
Língua Portuguesa (Português) - Crase
A FADA ORIANA
I - - FADAS BOAS E FADAS MÁS
Há duas espécies de fadas: as fadas boas e as fadas más. As fadas boas fazem coisas boas e as fadas
más fazem coisas más. As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram
pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite,
põem moedas de oiro dentro dos sapatos dos pobres. As fadas más fazem secar as fontes, apagam a
fogueira dos pastores, rasgam a roupa que está ao sol a secar, desencantam os jardins, arreliam as
crianças, atormentam os animais e roubam o dinheiro dos pobres.
Quando uma fada boa vê uma árvore morta, com os ramos secos e sem folhas, toca-lhe com a sua
varinha de condão e no mesmo instante a árvore cobre-se de folhas, de flores, de frutos e de pássaros a
cantar. Quando uma fada má vê uma árvore cheia de folhas, de flores,de frutos e de pássaros a cantar,
toca-lhe com a sua varinha mágica do mau fado, e no mesmo instante um vento gelado arranca as
folhas, os frutos apodrecem, as flores murcham e os pássaros caem mortos no chão.
II- ORIANA
Era uma vez uma fada chamada Oriana. Era uma fada boa e era muito bonita. Vivia livre, alegre e feliz
dançando nos campos, nos montes, nos bosques, nos jardins e nas praias. Um dia a Rainha das Fadas
chamou-a e disse-lhe:
- Oriana, vem comigo.
E voaram as duas por cima de planícies, lagos e montanhas. Até chegarem a um país onde havia uma
grande floresta.
- Oriana - disse a Rainha das Fadas -, entrego-te esta floresta. Todos os homens, animais e plantas que
aqui vivem, de hoje em diante, ficam à tua guarda. Tu és a fada desta floresta. Promete-me que nunca a
hás-de abandonar. Oriana disse:
- Prometo. (...)
 
(URCA/2020.1) Há relatos da escritora Sophia de Melo que começou a escrever para crianças e jovens
desde que seus filhos adoeceram e ela comprou livros infantis para eles. Perplexa com a infantilismo
destinado ao infante, a escritora diz: Mandei comprar alguns livros que tentei ler em voz alta. Mas não
suportei a pieguice da linguagem nem a sentimentalidade da “mensagem”: uma criança é uma criança,
não é um pateta. Atirei os livros fora e resolvi inventar.
http://derivadaspalavras.blogspot.com/2006/12/sophiade- mello-breyner-andresen-e-sua.html)
 
(URCA/2020.1) As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram pelo
bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite,
põem moedas de oiro dentro dos sapatos dos pobres. O termo em destaque apresenta a utilização do
acento indicador de crase. Das proposições a seguir, marque a que está corretamente grafada em
obediência ao acento grave:
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1421535
502) 
503) 
a) Não sei se ela chegou à falar sobre esse assunto: a proteção da natureza.
b) Você já pediu ajuda à alguém? Oriana acreditou que conseguisse cuidar de tudo sozinha.
c) Este passeio será feito à cavalo, a floresta é muito grande até mesmo para uma fada.
d) Este artigo se refere à pessoas que estão desempregadas, Oriana, porém deve cuidar de todos os
componentes da floresta.
e) Oriana apenas conseguiu o perdão à custa de muito esforço.
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CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2019
Língua Portuguesa (Português) - Crase
TEXTO 06: PROUNI: Prazo para concorrer às bolsas remanescentes é prorrogado até a
próxima sexta-feira (4)
 
Os estudantes que não foram selecionados na primeira e na segunda chamada do Programa
Universidade para Todos, o ProUni, além da lista de espera, poderão concorrer às bolsas remanescentes
até a próxima sexta-feira, dia 4 de outubro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (30), pelo Ministério
da Educação (MEC), e as vagas são para o segundo semestre do ano.
 
Para concorrer às bolsas remanescentes do ProUni é preciso ter participado de qualquer edição do Exame
Nacional do Ensino Médio, o Enem, a partir de 201 O, com nota superior a 450 pontos e sem ter zerado a
prova de redação e não ter diploma anterior de curso superior. As inscrições devem ser feitas pela
internet, no site prouni.mec.gov.br.
 
Vale destacar que nesta fase não há chamadas ou nota de corte diária e a ocupação das bolsas é feita de
acordo com a ordem de inscrição. Neste caso, ao finalizar a inscrição, a bolsa automaticamente é
reservada ao candidato.
 
Aqueles alunos que forem selecionados deverão ir à instituição de ensino nos dois dias úteis após a
inscrição para comprovar as informações prestadas.
 
Fonte: http://www.oriobranco.net/noticia/educacao/30-09-2019-prouni. Acesso: 01 outubro de 2019.
 
Quanto ao emprego do acento grave no texto 06,leia os enunciados e marque a alternativa
VERDADEIRA no que concerne à regra do emprego desse sinal diacrítico.
a) Houve um erro no título, pois dever-se-ia construir a frase com a seguinte sintaxe: "até à próxima
sexta-feira".
b) No título, a ocorrência do acento grave é obrigatória no primeiro caso, mas facultativa no
segundo.
c) No corpo da notícia, todas as ocorrências do acento grave se dão por se tratarem de casos de
complemento de nomes (substantivos) transitivos.
d) Nem sempre, em expressões adverbiais, a presença do acento grave é necessária; desse modo,
no texto, é facultativa a presença do artigo em: "ir à instituição".
e) No corpo do texto, houve erro ao não se pôr o acento no A da locução adverbial: "a partir de
2010,".
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Marinha - Alun (CN)/CN/2019
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta
 
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Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu
meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia
evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um "bom dia,
amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa.
 
Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse
que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para
mim, em quem confia 100%. Como não chamá-Ia para a próxima ceia de Natal aqui em casa?
 
Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando
condolências pela morte do avô de alguém que mal cumprimento quando encontro num bar. Acompanho
a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as
fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me
comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas.
 
Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário
deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim,
mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das
distâncias suprimidas: nunca fomos tão Intimas de todos.
 
Pena que esse mundo fofo é de faz de conta. Intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o
que,' infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas
amam você, mesmo sem conhecê-Ia de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em
entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou".
 
Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um
amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. E/e não
está nem ai para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que
você o adote.
 
A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns
aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo
sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente
por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se Intimo a seu modo. Já
alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do
outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum.
 
Martha Medeiros - http://www.revistaversar.com.br/redes-sociais-Intimidade/::(com adaptações) 
 
Assinale a opção na qual o acento indicativo de crase foi utilizado de acordo com a modalidade padrão.
a) O texto se refere somente à pessoas distantes geográfica e emocionalmente, mas que se julgam
próximas.
b) Algumas pessoas dizem coisas nas mídias digitais como se estivessem cara à cara com estranhos.
c) Seria correto dizer às pessoas desconhecidas segredos, particularidades e mágoas familiares?
d) A autora apresenta à cada leitor várias situações para que ele mesmo reflita e aja de modo
diferente.
e) Existem pessoas que não conhecem pessoalmente a autora, mas lhe enviam mensagens à esmo.
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FAUSCS - Vest (USCS)/USCS/Medicina/2019
Língua Portuguesa (Português) - Crase
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1484178
504) 
505) 
Considerando-se o uso, de acordo com a norma-padrão da língua, do acento indicativo de crase, é
(são) correta(s) a(s) ocorrência(s):
 
I. Não serão permitidos atrasos à partir de hoje.
 
II. O problema dizia respeito à ela.
 
III. O rapaz foi à São Paulo ontem.
 
IV. A aula começará às 7h00min.
a) II e IV apenas.
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) IV apenas.
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CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2018
Língua Portuguesa (Português) - Crase
TEXTO V
 
INCLUSÃO ESCOLAR: RELEVÂNCIA E POSSIBILIDADES
 
[ ... ]
 
O princípio fundamental dessa iniciativa está baseado em um direito de todo ser humano: o acesso à
educação.
 
Além disso, a inclusão escolar, nos espaços de estudo regulares, é importante para o desenvolvimento
socioemocional e psicológico das crianças com necessidades especiais.
 
A legislação brasileira (LDBEN 9394/96) busca garantir que a inclusão escolar permita que as crianças,
que apresentam algum tipo de necessidade especial, possam se socializar, desenvolver suas capacidades
pessoais e aprimorar sua inteligência emocional.
 
O acesso à escola não só promove o desenvolvimento pessoal, mas também é uma ferramenta social
importante para os relacionamentos interpessoais.
 
As escolas que promovem a escolarização de todos de maneira efetiva auxiliam para que esses alunos
sejam capazes de aprender e serem autônomos - algo importante para melhorar a autoestima e
estimular a busca de uma profissão.
 
Vale ressaltar que a inclusão escolar também promove uma ampla reflexão sobre a diversidade e o
respeito, que são temas importantes para a construção de uma sociedade de cidadãos emocionalmente
mais saudáveis.
 
O SUPORTE TECNOLÓGICO
 
Os benefícios de inserir as crianças com necessidades especiais em ambientes escolares regulares são
enormes, desde que haja recursos para que elas tenham condições de desenvolver o aprendizado.
 
Para isso. a tecnologia é a maior aliada das instituições de ensino.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1008925
506) 
Esse campo é conhecido como "tecnologia assistida", pois assiste, ou seja, ajuda no acesso técnico ao
conteúdo. Existem softwares de todo tipo, atendendo às necessidades específicas de cada aluno.
 
Os tablets e os tradutores simultâneos digitais para os alunos com deficiência auditiva, bem como, outros
aparelhos e softwares para os alunos com deficiência visual são exemplos que contribuem
significativamente para o aprendizado.
 
Há também os programas que permitem que pessoas tetraplégicas operem o computador usando
comandos de voz.
 
Para crianças com deficiência intelectual, existem diversos recursos pedagógicos que auxiliam na
aprendizagem como jogos e aplicativos.
 
Ou seja, a tecnologia é uma ferramenta pedagógica que busca atender às necessidades de todos os
alunos.
 
(Disponível em: <https://escoladainteligencia.com.br/inclusao-escolar/>Acesso em 27 out 18. Fragmento, adaptado
e modificado).
 
 
No fragmento: "Existem softwares de todo tipo, atendendo às necessidades específicas de cada aluno."
(L. 22/23), se o fragmento fosse assim reescrito, "Existem softwares de todo tipo, atendendo à
necessidades específicas de cada aluno." Qual é a alternativa correta em relação ao emprego da crase?
a) A reescrita está correta, pois a crase deve-se à regência do verbo atender.
b)A reescrita está errada, visto que o "a" é apenas uma preposição.
c) A reescrita está correta, pois "a" é um pronome demonstrativo.
d) A reescrita está errada, porque o "a" é apenas artigo exigido pela regência do substantivo.
e) A reescrita está correta, uma vez que temos a contração da preposição "a" exigida pelo verbo
atender e do artigo "a", pelo substantivo necessidades.
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CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Indígena/2017
Língua Portuguesa (Português) - Crase
O MAIOR ACAMPAMENTO TERRA LIVRE DA HISTÓRIA !
 
Indígenas se mobilizaram em número recorde e dão uma lição de democracia ao governo que trabalha
para acabar com os direitos originários.
 
O 14º Acampamento Terra Livre (ATL) terminou hoje (28/4), em Brasília, depois de quatro dias intensos
de atividades e protestos, e números históricos. Mais de quatro mil indígenas, de cerca de 200 povos de
todas as regiões do país, estiveram presentes, numa grande demonstração de força do movimento
indígena. A estimativa inicial era que cerca de 1,6 mil viessem à capital federal. Trata-se do maior ATL já
realizado. (...)
(Articulação dos povos indígenas do Brasil-Apib. O maior Acampamento Terra Livre da história! Disponível em:
<https://mobilizacaonacionalindigena.wordpress.com/>. Acesso em 17 de julho de 2017.)
 
Sobre a crase em “A estimativa inicial era que cerca de 1,6 mil viessem à capital federal.”, julgue as
proposições a seguir:
I. O acento grave é opcional e a construção “...viessem a capital federal.” também está correta.
II. A utilização do acento grave é obrigatória, pois há uma fusão da preposição a com o artigo
feminino a.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2242969
507) 
508) 
III. Se o verbo “vir” fosse substituído pelo verbo “ir”, a crase não ocorreria.
IV. Caso o nome da cidade de Brasília aparecesse explicitamente na frase, não acompanhado de
especificação, a crase não ocorreria, como em “...viessem a Brasília.”.
Estão corretas as proposições:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) II e III
e) III e IV
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CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2017
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não. No termo em destaque temos um
caso da utilização do acento grave. A alternativa em que o acento indicativo de crase não procede é:
a) O amor deve ser saboreado gota à gota, e não de uma só vez;
b) Tais informações são iguais às que recebi ontem;
c) Perdi uma caneta semelhante à sua;
d) A construção da casa obedece às especificações da Prefeitura;
e) Não assistiu a essa apresentação, mas à de seu irmão.
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Marinha - Alun (CN)/CN/2017
Língua Portuguesa (Português) - Crase
Encontros e desencontros
 
Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já
me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao
garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção
exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à
bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço
inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha
Medeiros.
 
Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo
com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos
nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo,
sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou
surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.
 
O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a
ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para
convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a
alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente,
contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o
sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia
Couto é contundente: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão
dramática a nossa solidão." Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no
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mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão
diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que
nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu
cheiro, o seu humor ...
 
Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente,
bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-
se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas
que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp
é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da
utilização desse instrumento moderno.
 
Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu
sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não
copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de
comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de
falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não
se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do
telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.
 
Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas
censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a
chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é
vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o
conquistador de garganta, o saudosista ... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar
desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.
 
Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da
confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo,
dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa
natureza humana, a maior valia da vida.
 
Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A
pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para
aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local
calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e
uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a
vida está passando tão depressa ...
 
Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: ht!p:/Icarlos.eduardouchoa.com.br/blog/
 
Em "Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam[ ... ]." (4°§), o acento indicador de
crase foi corretamente empregado. Em que opção isso também ocorre?
a) Suas ideias sobre o usa do whatsApp são semelhantes às de meus amigos.b) Dirijo-me à estas pessoas que preferem o mundo virtual ao real.
c) A conversa à que fiz referência não aconteceu no mundo virtual.
d) Conversas no mundo digital acontecem à qualquer hora.
e) Percebi às vezes que você trocou o real pelo virtual.
509) 
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IME - CFG (IME)/IME/2017
Língua Portuguesa (Português) - Crase
APÓS A LEITURA ATENTA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO.
 
Texto 1
 
A CONDIÇÃO HUMANA
 
A Vita Activa e a Condição Humana
 
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e
ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições
básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.
 
O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos crescimento
espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e
introduzidas pelo labor no processo da vida A condição humana do labor é a própria vida.
 
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não
necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é compensada por este
último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente
natural. Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual embora esse mundo se destine a sobreviver
e a transcender todas as vidas individuais. A condição humana do trabalho é a mundanidade.
 
A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da
matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem
na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política;
mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio
per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que
conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre os homens” (inter
homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines esse desinere). Mas, em
sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e
fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da
outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a
pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicação . A ação seria um luxo
desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento, se os homens não
passassem de repetições interminavelmente reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma
natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. A pluralidade
é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém
seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.
 
As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da
existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas
a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano,
emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo
humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e preservar corpos políticos, cria a condição
para a lembrança, ou seja, para a história. O labor e o trabalho, bem como a ação, têm também raízes
na natalidade, na medida em que sua tarefa é produzir e preservar o mundopara o constante influxo de
recém chegados que vêm a este mundo na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em
conta Não obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição
humana da natalidade o novo começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo
somente porque o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido
de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de
natalidade. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a
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mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao
pensamento metafísico.
 
A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os
homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se
imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em
coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência
exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das condições nas
quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens constantemente
criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a
mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em
duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da existência humana. É por
isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres condicionados. Tudo o que
espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo esforço humano, torna-se parte
da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido
como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu caráter de coisa ou objeto – e a condição
humana complementam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria
impossível sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses
artigos não fossem condicionantes da existência humana.
 
 
Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas
versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de
Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher, refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido
que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião
semelhante, insiste em que a mulher foi criada “do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida
atenue um pouco a dependência: “nem o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A
diferença indica muito mais que uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era
intimamente relacionada com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação.
Especialmente interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera
inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de ter sido o
homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a existir vários de uma só vez”
(plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação constitui boa oportunidade para salientar-se o
caráter de espécie da vida animal, em oposição à singularidade da existência humana.
 
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981.
pp. 15-17 (texto adaptado).
 
 
Texto 2
 
DAS VANTAGENS DE SER BOBO
 
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz
de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa,
responde: "Estou fazendo. Estou pensando.".
 
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da
esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente

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