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401) Língua Portuguesa para Oficial (PMMA/CBMMA) 2023 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzX Ordenação: Por Matéria e Assunto (data) www.tecconcursos.com.br/questoes/1277284 Marinha - Alun (CN)/CN/2017 Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos Encontros e desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão." Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor ... Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa- se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno. Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes. https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2uvzX https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277284 402) Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa ... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: ht!p:/Icarlos.eduardouchoa.com.br/blog/ Assinale a opção correta referente aos pronomes relativos e pessoais destacados. a) Em ''[. .. ] o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa" [ ... ] (1°§) - o pronome exerce papel anafórico. b) Em "Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje" [ ... ] (4°§) - o pronome, excepcionalmente, exerce a função de objeto direto. c) Em ''[. .. ] pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito." (1°§) - o primeiro pronome exerce função de sujeito e o segundo, de adjunto adnominal. d) Em "Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual" [ ... ] - (8°§) - ambos os pronomes não têm função sintática, pois os verbos são pronominais. e) Em "O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece" [ ... ]. (3°§) - o primeiro pronome exerce função de sujeito e o segundo, de objeto direto. www.tecconcursos.com.br/questoes/1464369 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2010 Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos A questão toma por base o seguinte fragmento do diálogo Fedro, de Platão (427-347 a.C.). Fedro SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal. FEDRO: – Isso mesmo. SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar? FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1464369 ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade. SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção. FEDRO: – Tens razão. SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação. FEDRO: – Sim. SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”... FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates. SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esseanimal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres. FEDRO: – Isso seria ainda ridículo. SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo? FEDRO: – Não há dúvida. SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou? FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto. SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte retórica? Pode suceder que ela responda: “que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela – que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para engendrar a persuasão”. FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso? SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”. (Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.) ... para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal ... 403) Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a retomada do demonstrativo o e do pronome relativo que em o que de fato é justo, o que parece justo, os que decidem, o que é bom ou belo, o que parece tal. Em todos esses contextos, o relativo que exerce a mesma função sintática nas orações de que faz parte. Indique-a. a) Sujeito. b) Predicativo do sujeito. c) Adjunto adnominal. d) Objeto direto. e) Objeto indireto. www.tecconcursos.com.br/questoes/1275913 Marinha - Alun (CN)/CN/2004 Língua Portuguesa (Português) - Funções sintáticas dos pronomes relativos INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca mais se [esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu ... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro ... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé (Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.53-4.) Em relação ao texto, qual a classe gramatical e a função sintática, respectivamente, da palavra que da oração: "comprida história que não acaba mais."? a) Pronome relativo - sujeito determinado simples. b) Pronome relativo - sujeito determinado composto. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1275913 404) c) Conjunção integrante - sujeito determinado simples. d) Pronome substantivo - sujeito determinado elíptico. e) Pronome substantivo - sujeito indeterminado. www.tecconcursos.com.br/questoes/2165068 IBGP - Vest (UNIVAÇO)/UNIVAÇO/Medicina/2015 Língua Portuguesa (Português) - Função sintática dos pronomes pessoais átonos Leia o texto abaixo para responder a questão. É preciso prever o imprevisível Gustavo Cerbasi Orçamento doméstico? Para muitos, é o conjunto de previsões de uso de nosso dinheiro que, por mais que nos esforcemos, sempre dá errado! Parece incrível, mas, na prática, fazer um orçamento é relacionar os gastos com os quais nos comprometemos, somá-los e, se houver espaço, decidir por novos gastos ou investimentos. É matemática simples, não deveria falhar. Sempre temos um culpado para o erro: o tal do imprevisto. Quando falta dinheiro, é porque ocorreu algo que não estava nos planos. Às vezes, um incidente. Às vezes, um aumento ou correção de preço. Muitas outras vezes, um esquecimento. A maioria das situações de erro no orçamento tem a ver com a insistência em acreditar que imprevistos não ocorrem. Isso poderia ser chamado de otimismo, quando se trata de acidentes e problemas de saúde. Mas, na verdade, os maiores erros ao planejar um orçamento acontecem por puro pessimismo. Se você perguntar, hoje, por que as pessoas fecharam o mês de março no vermelho, a maioria dirá que a causa foi o gasto excessivo no Carnaval. No próximo mês, dirão que os ovos de Páscoa estavam muito caros. No mês seguinte, culpa do presente de Dia das Mães, depois do Dia dos Namorados. Em agosto, choradeira por causa das férias escolares. O tal do imprevisto não é tão imprevisível assim. O Carnaval foi inventado agora? Não. Jura que não está pensando em presentear sua mãe ou a pessoa que você ama? É pessimismo, pois o brasileiro acredita que celebrar não faz parte de seus planos. Se houvesse o hábito de planejar o orçamento não com base no que queremos gastar, mas sim com base no que gastamos no ano anterior, menos brasileiros estariam no vermelho. É errado ocupar todo nosso orçamento com prestações de alimentação, saúde, transporte e moradia, sem margem para imprevistos. É natural que ocorram gastos fora do padrão, todos os meses. Se não acontecerem, é porque sua vida está burocrática demais, sem margens para novas experiências, sem convívio social ou planos de última hora. Acredite: imprevistos acontecerão, para o bem ou para o mal. Você terá de cancelar gastos planejados para poder cobrir os imprevistos. Aparecerão convites de última hora para uma festa, um bom amigo pode convidá-lo para ser seu padrinho, você desejará pagar uma atração não planejada nas próximas férias. Esse tipo de gasto é tratado de duas maneiras: com boas reservas para emergências ou com um orçamento que tenha menos prestações acumuladas. Compre menos a prazo, poupe mais, reserve verbas regulares para imprevistos. Se eles não acontecerem, use esse dinheiro para celebrar com sua família. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/gustavo-cerbasi/noticia/2015/05/epreciso- prever-o- imprevisivel.html> Acesso em: 20 out. 2015 A função sintática, exercida pelo vocábulo espaço, no trecho “Parece incrível, mas, na prática, fazer um orçamento é relacionar os gastos com os quais nos comprometemos, somá-los e, se houver espaço, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2165068 405) decidir por novos gastos ou investimentos.”, é a mesma exercida pelo termo destacado em: a) Sempre temos um culpado para o erro: o tal do imprevisto. b) Mas, na verdade, os maiores erros ao planejar um orçamento acontecem por puro pessimismo. c) Aparecerão convites de última hora para uma festa, um bom amigo pode convidá-lo para ser seu padrinho, [...]. d) Se eles não acontecerem, use esse dinheiro para celebrar com sua família. www.tecconcursos.com.br/questoes/2228526 Marinha - Alun (CN)/CN/2022 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe Texto Atalhos Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depoisde nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol. Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade. Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada. Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela. O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro. A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera. Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho. MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado) Observe o trecho a seguir: "O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro. A resposta do emprego não veio?[ ... ]" (5º- 6º§) Os termos destacados são classificados, respectivamente, como: a) sujeito, objeto direto, adjunto adnominal. b) sujeito, complemento nominal, adjunto adnominal. c) sujeito, objeto indireto, complemento nominal. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2228526 406) d) objeto direto, sujeito, adjunto adverbial. e) sujeito, objeto direto, complemento nominal. www.tecconcursos.com.br/questoes/1924119 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2021 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe Para responder à questão, leia a crônica “Almas penadas”, de Olavo Bilac, publicada originalmente em 1902. Outro fantasma?... é verdade: outro fantasma. Já tardava. O Rio de Janeiro não pode passar muito tempo sem o seu lobisomem. Parece que tudo aqui concorre para nos impelir ao amor do sobrenatural [...]. Agora, já se não adormecem as crianças com histórias de fadas e de almas do outro mundo. Mas, ainda há menos de cinquenta anos, este era um povo de beatos [...]. [...] Os tempos melhoraram, mas guardam ainda um pouco dessa primitiva credulidade. Inventar um fantasma é ainda um magnífico recurso para quem quer levar a bom termo qualquer grossa patifaria. As almas simples vão propagando o terror, e, sob a capa e a salvaguarda desse temor, os patifes vão rejubilando. O novo espectro que nos aparece é o de Catumbi. Começou a surgir vagamente, sem espalhafato, pelo pacato bairro — como um fantasma de grande e louvável modéstia. E tão esbatido1 passava o seu vulto na treva, tão sutilmente deslizava ao longo das casas adormecidas — que as primeiras pessoas que o viram não puderam em consciência dizer se era duende macho ou duende fêmea. [...] O fantasma não falava — naturalmente por saber de longa data que pela boca é que morrem os peixes e os fantasmas... Também, ninguém lhe falava — não por experiência, mas por medo. Porque, enfim, pode um homem ter nascido num século de luzes e de descrenças, e ter mamado o leite do liberalismo nos estafados seios da Revolução Francesa, e não acreditar nem em Deus nem no Diabo — e, apesar disso, sentir a voz presa na garganta, quando encontra na rua, a desoras2, uma avantesma3... Assim, um profundo mistério cercava a existência do lobisomem de Catumbi — quando começaram de aparecer vestígios assinalados de sua passagem, não já pelas ruas, mas pelo interior das casas. Não vades agora crer que se tenham sumido, por exemplo, as hóstias consagradas da igreja de Catumbi, ou que os empregados do cemitério de S. Francisco de Paula tenham achado alguma sepultura vazia, ou que algum circunspecto pai de família, certa manhã, ao despertar, tenha dado pela falta... da própria alma. Nada disso. Os fenômenos eram outros. Desta casa sumiram-se as arandelas, daquela outra as galinhas, daquela outra as joias... E a polícia, finalmente, adquiriu a convicção de que o lobisomem, para perpétua e suprema vergonha de toda a sua classe, andava acumulando novos pecados sobre os pecados antigos, e dando-se à prática de excessos menos merecedores de exorcismos que de cadeia. Dizem as folhas4 que a polícia, competentemente munida de bentinhos5 e de revólveres, de amuletos e de sabres, assaltou anteontem o reduto do fantasma. Um jornal, dando conta da diligência, disse que o delegado achou dentro da casa sinistra — um velho pardieiro6 que fica no topo de uma ladeira íngreme — alguns objetos singulares que pareciam instrumentos “pertencentes a gatunos”. E acrescentou: “alguns morcegos esvoaçavam espavoridos, tentando apagar as velas acesas que os sitiantes7 empunhavam”. Esta nota de morcegos deve ser um chique romântico do noticiarista. No fundo da alma de todo o repórter há sempre um poeta... Vamos lá! nestes tempos, que correm, já nem há morcegos. Esses feios quirópteros, esses medonhos ratos alados, companheiros clássicos do terror noturno, já não aparecem pelo bairro civilizado de Catumbi. Os animais, que esvoaçavam espavoridos, eram sem dúvida os frangões roubados aos quintais das casas... Ai dos fantasmas! e mal dos lobisomens! o seu tempo passou. (Olavo Bilac. Melhores crônicas, 2005.) 1 esbatido: de tom pálido. 2 a desoras: muito tarde. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1924119 407) 408) 3 avantesma: alma do outro mundo, fantasma, espectro. 4 folha: periódico diário, jornal. 5 bentinho: objeto de devoção contendo orações escritas. 6 pardieiro: prédio velho ou arruinado. 7 sitiante: policial. A expressão sublinhada em “No fundo da alma de todo o repórter há sempre um poeta...” (5º parágrafo) exerce a mesma função sintática da expressão sublinhada em a) “Esta nota de morcegos deve ser um chique romântico do noticiarista.” (5º parágrafo) b) “Os tempos melhoraram, mas guardam ainda um pouco dessa primitiva credulidade.” (1º parágrafo) c) “Os animais, que esvoaçavam espavoridos, eram sem dúvida os frangões roubados aos quintais das casas...” (5º parágrafo) d) “Desta casa sumiram-se as arandelas, daquela outra as galinhas, daquela outra as joias...” (3º parágrafo) e) “Dizem as folhas que a polícia, competentemente munida de bentinhos e de revólveres, de amuletos e de sabres, assaltou anteontem o reduto do fantasma.” (4º parágrafo) www.tecconcursos.com.br/questoes/1867892 Marinha - Alun (CN)/CN/2021 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe Texto 3 Assinale a opção correta quanto à classificação morfossintática dos termos destacados. "Já fiz muita coisa esquisita nesta vida, mas nunca imaginei que um dia eu teria que dar banho nas compras." a) Verbo transitivo direto, adjunto adnominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto. b) Verbo intransitivo, adjunto adnominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto. c) Verbo intransitivo, complemento nominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto. d) Verbo transitivo direto, complemento nominal, adjunto adverbial, conjunção integrante, objeto direto. e) Verbo transitivo direto, adjunto adnominal, adjunto adverbial, pronome relativo, complemento nominal. www.tecconcursos.com.br/questoes/2155905IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2020 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe Texto 1 UMA BIOGRAFIA IMPROVÁVEL https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1867892 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2155905 O vírus é o parasita por excelência, incapaz de ser protagonista da própria vida. Ele precisa da ajuda de uma célula, da qual se apropria à força, sequestrando certas partes, para conseguir se replicar. Quando não está usufruindo do seu hospedeiro, o vírus navega pelo mundo, como um barco à deriva, esperançoso de encontrar uma ilha – um ser vivo dotado de células compatíveis com o seu material genético – onde possa atracar. Por vezes, o encontro é violento, ou patogênico, em termos técnicos: o náufrago se faz dono da ilha, consome todos seus recursos e vai embora depois, ainda faminto, rumo a ilhas similares (não sem antes se reproduzir aos milhares, para otimizar a nova empreitada). É essa a relação que temos com o novo coronavírus. A segunda forma de o vírus se relacionar com o hospedeiro, e a mais comum, pelo que se sabe, é classificada na categoria “comensal”. Nesse encontro, o náufrago habita a ilha de forma sustentável, pesca seus peixes, bebe seus cocos, tomando cuidado para não extinguir nenhum recurso natural. Em outras palavras: o vírus vive dentro da célula, faz uso do maquinário dela, mas não a adoece. Não espalha seu material genético com tanta rapidez nem tenta matar aquela que tão bem o acolheu. É o tipo de relação menos estudada, justamente porque não provoca nenhum dano constatável. Há ainda um tipo de interação de característica “mutualista”, em que tanto o vírus quanto o hospedeiro se beneficiam. Nesse encontro, o náufrago não só respeita as condições da ilha, como resolve aproveitar um terreno baldio para cultivar uma horta. A relação mutualista é como um casamento arranjado que tem tudo para não funcionar, mas acaba prosperando, por obra do acaso e pela capacidade de adaptação de cada cônjuge. Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o piolho-cinzento-da- macieira desenvolve asas que o ajudam a alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando infectadas por uma espécie de potyvírus. Há vários casos. Uma infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste bubônica. O vírus da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV em humanos. Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo. A estimativa é hipotética, dado que apenas 6 590 espécies foram catalogadas (a título de comparação, cientistas já descreveram mais de 1,2 milhão de organismos celulares). Ainda assim, faz sentido quando se pensa que cada espécie de bactéria, protozoário, fungo, planta e animal é infectada por seus vírus particulares. O Sars-CoV-2 é ilustrativo: habitava morcegos e pangolins, com os quais tinha uma relação saudável – como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação espontânea, que o tornou compatível com humanos. Foi assim que surgiu a Covid-19, sigla em inglês para a doença do coronavírus de 2019, quando o primeiro caso foi registrado na província chinesa de Wuhan. “Quando um vírus encontra um novo hospedeiro, ele costuma causar uma doença muito severa, já que o corpo ainda não está preparado para combatê-lo”, explicou Zerbini [virologista, Francisco Murilo Zerbini, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.] “Com o passar do tempo, a tendência é que ele se torne menos nocivo.” A reconfiguração ocorre tanto por obra do organismo infectado, que vai criando anticorpos para combater o intruso, quanto do próprio vírus, que lucra mais, em termos de perpetuação genética, se mantiver o hospedeiro vivo, espalhando suas cópias como uma arma biológica. “Um vírus que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para muita gente”, disse Zerbini. “Nesse sentido o novo coronavírus está na infância, já que nunca coevoluiu com o ser humano. É capaz de ele causar uma doença muito menos grave daqui a cinco ou dez anos.” KAZ, Roberto. Uma biografia improvável. Revista Piauí, Edição 164, maio 2020. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/umabiografia- improvavel/. Acesso em: 7 de junho de 2020. Releia o enunciado a seguir: “Ainda assim, faz sentido quando se pensa que cada espécie de bactéria, protozoário, fungo, planta e animal é infectada por seus vírus particulares.” Em relação às relações de coordenação e subordinação nos períodos, considere a classificação da oração em destaque nesse enunciado e assinale a alternativa em que a oração sublinhada TEM essa mesma classificação. a) É essa a relação que temos com o novo coronavírus. 409) b) Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo. c) [...] – como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação espontânea [...] d) Um vírus que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para muita gente. www.tecconcursos.com.br/questoes/1780685 CEV UECE - Vest (UECE)/UECE/2020 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe TEXTO 5 Pela primeira vez na história, nova geração tem QI mais baixo que seus antecessores A BBC News Brasil publicou uma matéria explicando um novo fenômeno em que a geração atual está demonstrando um QI (Quociente de inteligência) mais baixo do que a anterior. Conhecidos como "nativos digitais", esses são os primeiros filhos com QI inferior aos pais e estão sendo registrados em diversos países ao redor do mundo, incluindo Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda, França, etc. De acordo com o neurocientista francês Michel Desmurget, o QI diminui proporcionalmente ao uso da TV e videogame. Os testes de QI têm apontado que as novas gerações são menos inteligentes que as anteriores, mas ainda não há uma comprovação do porquê isso está acontecendo. Desmurget diz que a poluição e exposição a telas podem ser fatores muito influentes atualmente. A saúde, concentração e memória, que contribuem para um QI mais alto, podem ser facilmente prejudicadas por pesticidas inalados no ar e perturbação do sono, respectivamente. O neurocientista deu outros exemplos do porquê o uso de dispositivos digitais pode afetar nossa inteligência. Quanto mais tempo passamos num computador ou celular, temos menos interações pessoais reais, a prática de outros exercícios e atividades diminuem e a qualidade do sono é reduzida. Isso resulta em distúrbios na concentração, aprendizagem e impulsividade, além do sedentarismo que pode afetar a maturação cerebral. O neurocientista também diz que nosso cotidiano contribui para a evolução do nosso QI. A nossa forma de vida modifica tanto a estrutura quanto o funcionamento do cérebro. Por isso, o tempo em frente a uma tela poderia diminuir o trabalho intelectual, já que não estaríamos praticando outras atividades para manter nosso cérebro sempre bem treinado em outras funções. Apesar da análise, Desmurget defende que a revolução digital não é maléfica ou algo que deve ser interrompido. Muitas pessoas trabalham com ferramentas digitais. Softwares e soluções como a internet vieram para facilitar nossos trabalhos, interações à longa distância e cotidiano também. A crítica feita pelo neurocientista é relacionada à falta de "exercitação" do cérebro das gerações atuais, o que resultou em um QI mais baixo que a anterior pela primeira vez na história. CANCELIER, Mariela. Pela primeira vez na história, nova geração tem QI mais baixo que seus antecessores. Mundo conectado.com.br. 31 de outubro de 2020. O termo “A BBC News Brasil” (linha 99) tem a mesma função sintática do termo a) “o QI” (linha 111). b) “os primeiros filhos” (linha 105). c) “prejudicadas” (linha 122). d) “o funcionamento do cérebro” (linhas 140-141). www.tecconcursos.com.br/questoes/1572614 Marinha - Alun (CN)/CN/2020 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1780685https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572614 410) Texto referente a questão. Texto I Precisamos falar sobre fake news Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas. Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar. Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida. Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news. Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente. Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem. O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí. Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física. No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa. A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco. Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação. No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil. 411) O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento. O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático. D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019. Em “Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado no ano passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts [...]'. (5º§), os termos destacados exercem, respectivamente, a função sintática de: a) adjunto adverbial e agente da passiva. b) objeto indireto e complemento nominal. c) complemento nominal e objeto indireto. d) adjunto adverbial e predicativo do objeto. e) predicativo do sujeito e agente da passiva. www.tecconcursos.com.br/questoes/1572623 Marinha - Alun (CN)/CN/2020 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe Texto referente a questão. Texto I Precisamos falar sobre fake news Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas. Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar. Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida. Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news. Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente. Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem. O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572623 412) compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí. Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física. No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa. A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco. Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação. No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil. O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentosde combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento. O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático. D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019. Assinale a opção em que a oração destacada estabelece o mesmo tipo de relação de sentido existente na seguinte passagem do texto “[...] a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências 'ao gosto do cliente”, como dizem por aí."(8º§) a) Como existem muitas fake news, a revista "Science" fez um estudo sobre esse assunto. b) Tanto para o autor como para milhares de pessoas no mundo, o celular pode ser uma fonte de engano. c) No mundo atual, as notícias falsas e mentirosas se espalham como um virus no corpo humano. d) Como afirmam os estudos sobre a disseminação de notícias falsas, estamos em um novo momento cultural e social, e) Como desconhecia a origem das notícias recebidas pelo WhatsApp, decidiu não repassar a mensagem. www.tecconcursos.com.br/questoes/2043519 IME - CFG (IME)/IME/2019 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO. A primeira publicação do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na revista carioca A Estação, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma época, uma grande reforma educacional efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clínica Psiquiátrica. É nesse contexto de uma psiquiatria ainda embrionária que Machado propõe sua crítica ácida, reveladora da escassez de conhecimento científico e da abundância de vaidades, concomitantemente. A obra deixa ver as relações https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2043519 promíscuas entre o poder médico que se pretendia baluarte da ciência e o poder político tal como era exercido em Itaguaí, então uma vila, distante apenas alguns quilômetros da capital Rio de Janeiro. O conto se desenvolve em treze breves capítulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas experimentações cientificistas até que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que reconhece em si mesmo a única pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas, sendo ele, portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se. Texto 1 Capítulo IV UMA TEORIA NOVA Ao passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão Bacamarte estudava por todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria a alargar as bases da psicologia. Todo o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos. Um dia de manhã, – eram passadas três semanas, – estando Crispim Soares ocupado em temperar um medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar. – Tratava-se de negócio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador. Crispim empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da comitiva, e especialmente da mulher? Porque este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um só dia. Assim se explicam os monólogos que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam muita vez: – “Anda, bem feito, quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador, torpe bajulador! Só para adular ao Dr Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te, alma de lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes amém a tudo, não é? Aí tens o lucro, biltre!”. – E muitos outros nomes feios, que um homem não deve dizer aos outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. Tão depressa ele recebeu como abriu mão das drogas e voou à Casa Verde. Simão Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada de circunspeção até o pescoço. – Estou muito contente, disse ele. – Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula. O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu: – Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. Depois explicou compridamente a sua ideia. No conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros; e desenvolveu isto com grande cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. Os exemplos achou-os na história e em Itaguaí mas, como um raro espírito que era, reconheceu o perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na história. Assim, apontou com especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio familiar, Pascal, que via um abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano, Calígula etc., uma enfiada de casos e pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridículas. E porque o boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, e até acrescentou sentenciosamente: – A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério. – Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu. Quanto à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante; mas a modéstia, principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar outra coisa além de um nobre entusiasmo; declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”. Esta expressão não tem equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itaguaí, que como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia: ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio de matraca. Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores, – aquele justamente que mais se opusera à criação da Casa Verde, – desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regime mereciam o desprezo do nosso século. – Há melhor do que anunciar a minha ideia, é praticá-la, respondeu o alienista à insinuação do boticário. E o boticário, não divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que era melhor começar pela execução. – Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele. Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse: – Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia. O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declaroulisamente que não chegava a entendê-la, que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo colossal que não merecia princípio de execução. – Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca? Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso, em que o desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias entranhas. A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a teologia não soube enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma revolução. ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível em: <http:// www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1939>. Acesso em: 12/08/2019. _____________________________________ O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha 413) da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu. Texto 2 XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019. “Todo o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos.” Assinale a opção em que o vocábulo em negrito nos fragmentos a seguir exerce a mesma função sintática das palavras destacadas no trecho acima: a) “Tão depressa ele o recebeu como abriu mão das drogas e voou à casa verde.” b) “– Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.” c) “Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário.” d) “E porque o boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, [...]” e) “– Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele.” www.tecconcursos.com.br/questoes/1595368 CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2019 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe TEXTO 05: Uso das novas tecnologias em sala de aula Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula a inda é pouco frequente e um desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não considera essas tecnologias, e se restringe ao teórico, ou seja, o professor precisa buscar esse conhecimento em outros espaços. Isso nem sempre funciona, pois frequentar cursos de poucas horas nem sempre garante ao professor segurança e domínio dessas tecnologias. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1595368 414) Embora alguns ainda se sintam inseguros e despreparados, muitos educadores já perceberam o potencial dessas ferramentas e procuram levar novidades para a sala de aula, seja com uma atividade prática no computador, com videogame, tablets e até mesmo com o celular. O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais ativo e participativo. O ideal seria testar as novas tecnologias e identificar quais se enquadram na realidade da escola e dos alunos. Uma das dificuldades é a falta de infraestrutura de algumas escolas e a falta de formação de qualidade para os professores quanto ao uso dessas novas tecnologias. A tecnologia também auxilia o professor na busca por conteúdos a serem trabalhados. O Google, por exemplo, criou um espaço próprio para a educação, o Google Play for Education - que será lançado no segundo semestre, sendo a versão em português ainda sem data de lançamento. A finalidade é auxiliar professores que buscam atividades educacionais com tecnologia. O programa faz uma peneira por disciplina e série para sugerir aplicativos educacionais específicos para tablets. O professor pode, por exemplo, criar um grupo da sala em que todos os alunos poderão acessar o aplicativo, facilitando a participação. 5°§ Hoje, com todos os avanços, existe a necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de tornar as aulas mais atraentes, participativas e eficientes. A ideia não é abandonar o quadro negro, mas usar das novas tecnologias em sala de aula. Disponivel em: https://www.gazetadopovo.com. br /vozes/educacao-e-midia/uso-das-novas-tecnologias-em-sala-deaula/ Copyright © 201 9, Gazeta do Povo. Acesso: 21 /05/2013 13. O seguinte período "O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa.", trazido do 3° parágrafo do texto 05, tem análise ERRÔNEA na seguinte opção: a) Apresenta seus termos na ordem indireta e é formado por oração principal e oração coordenada sindética, a qual dotada de conjunção oracional coordenativa aditiva. b) É uma frase articulada com três orações, na qual a segunda predica a primeira, e a terceira é um acréscimo de informação positiva relacionada ao fato temático. c) Tem tanto oração desenvolvida quanto reduzida, com a qual torna o texto mais enxuto. d) Apresenta conector em forma de locução prepositiva como recurso de união de ideia aditiva. e) A primeira oração é a matriz, desencadeadora da seguinte. www.tecconcursos.com.br/questoes/2260767 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2019 Língua Portuguesa (Português) - Questões mescladas de sintaxe TEXTO V Uma expedição feita no Rio Branco, em Roraima, coletou mais de 2 mil amostras para identificar os níveis de contaminação por mercúrio nos peixes do estado. A pesquisa foi feita em 12 dias por membros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Para fazer o diagnóstico foram coletados peixes nos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera, incluindo a compra de pescado nos mercados de peixe das cidades de Caracaraí e Mucajaí. O metal pesado mercúrio é utilizado no garimpo ilegal de ouro sendo liberado no ambiente e atingindo os rios e igarapés. Estudos anteriores realizados pela Fundação Oswaldo Cruz revelaram alto índice de https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2260767 415) contaminação do metal na terra indígena ianomâmi. Os maios afetados são indígenas que vivem nas proximidades das áreas de garimpo. https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2018/11/13/pesquisa-queridentificar- nivel-de- contaminacao-por-mercurio-em-peixes-nos-rios-deroraima. ghtml. Texto Adaptado. Considerando o texto V, assinale a alternativa VERDADEIRA. a) “Que vivem nas proximidades das áreas de garimpo”, último parágrafo, é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. b) “Para identificar os níveis de contaminação por mercúrio nos peixes do estado”, primeiro parágrafo, é uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo. c) “Para fazer o diagnóstico”, segundo parágrafo, é uma oração coordenada sindética. d) Em “incluindo a compra de pescado nos mercados de peixe das cidades de Caracaraí e Mucajaí”,último parágrafo, há uma oração reduzida de particípio. e) “Feita no Rio Branco” é uma oração adjetiva reduzida de particípio. www.tecconcursos.com.br/questoes/2268559 IME - CFG (IME)/IME/2022 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 1 Erico Verissimo (1905 – 1975), nascido em Cruz Alta (RS), foi um dos escritores mais populares da chamada segunda fase modernista, que começou na década de 1930. Sua obra mais conhecida é o “Tempo e o Vento”, uma trilogia de romances, na qual ele narra a história de um clã familiar, os Terra Cambarás, de 1745 até 1945, tendo como contexto a formação da fronteira nacional na região sul. O espaço central desses romances é a cidade fictícia de Santa Fé, situada no noroeste do Rio Grande do Sul. O texto “O Sobrado”, que integra o romance “O Continente”, versa sobre o chefe do clã, Licurgo Cambará, que resiste em casa ao cerco dos inimigos pertencentes ao clã oposto, dos Amaral. Na obra, é abordado um episódio da Revolução Federalista (1893 – 1895), uma guerra civil entre dois grupos de ideias opostas: um que desejava aumentar os poderes do presidente da República e outro que desejava uma maior autonomia aos estados. O SOBRADO Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé , que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado. Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão. Agachado atrás dum muro, José Lírio preparava-se para a última corrida. Quantos passos dali até a igreja? Talvez uns dez ou doze, bem puxados. Recebera ordens para revezar o companheiro que estava de vigia no alto duma das torres da Matriz. “Tenente Liroca”, dissera-lhe o coronel, havia poucos minutos, “suba pro alto do campanário e fique de olho firme no quintal do Sobrado. Se alguém aparecer pra tirar ´agua do poço, faça fogo sem piedade.” José Lírio olhava a rua. Dez passos até a igreja. Mas quantos passos até a morte? Talvez cinco... ou dois. Havia um atirador infernal na água-furtada do Sobrado, à espreita dos imprudentes que se aventurassem a cruzar a praça ou alguma rua a descoberto. Os segundos passavam. Era preciso cumprir a ordem. Liroca não queria que ninguém percebesse que ele hesitava, que era um covarde. Sim, covarde. Podia enganar os outros, mas não conseguia iludir-se a si mesmo. Estava metido naquela revolução porque era federalista e tinha vergonha na cara. Mas não se habituava nunca ao perigo. Sentira medo desde o primeiro dia, desde a primeira hora — um medo que lhe vinha de baixo, das tripas, e lhe subia pelo estômago até a goela, como uma geada, amolecendo-lhe as pernas, os braços, a vontade. Medo é doença; medo é febre. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2268559 Engraçado. A noite estava fria mas o suor escorria-lhe pela cara barbuda e entrava-lhe na boca, com gosto de salmoura. O tiroteio cessara ao entardecer. Talvez a munição da gente do Sobrado tivesse acabado. Ele podia atravessar a rua devagarinho, assobiando e acendendo um cigarro. Seria até uma provocação bonita. Vamos, Liroca, honra o lenço encarnado. Mas qual! Lá estava aquela sensação fria de vazio e enjoo na boca do estômago, o minuano gelado nos miúdos. Donde lhe vinha tanto medo? Decerto do sangue da mãe, pois as gentes do lado paterno eram corajosas. O avô de Liroca fora um bravo em 35. O pai lhe morrera naquela mesma revolução, havia pouco mais dum ano tombara estripado numa carga de lança, mas lutando até o último momento. “Lírio é macho”, murmurou Liroca para si mesmo. “Lírio é macho.” Sempre que ia entrar num combate, repetia estas palavras: “Lírio é macho”. Levantou-se devagarinho, apertando a carabina com ambas as mãos. Sentia o corpo dorido, a garganta seca. Tornou a olhar para a igreja. Dez passos. 30 Podia percorrê-los nuns cinco segundos, quando muito. Era só um upa e estava tudo terminado. Fez avançar cautelosamente a cabeça e, com a quina do muro a tocar-lhe o meio da testa e a ponta do nariz, fechou o olho direito e com o esquerdo ficou espiando o Sobrado que lá estava, do outro lado da praça, com sua fachada branca, a dupla fileira de janelas, a sacada de ferro e os altos muros de fortaleza. Havia no casar˜ao algo de terrivelmente humano que fez o coração de José Lírio pulsar com mais força. Os federalistas tinham tomado a cidade havia quase uma semana, mas Licurgo Cambará, o intendente e chefe político republicano do município, encastelara-se em sua casa com toda a família e um grupo de correligionários, e de lá ainda oferecia resistência. Enquanto o Sobrado não capitulasse, os revolucionários não poderiam considerar-se senhores de Santa Fé, pois os atiradores da água-furtada praticamente dominavam a praça e as ruas em derredor. Por alguns instantes José Lírio ficou a mirar a fachada do casarão, e de repente a lembrança de que Maria Valéria estava lá dentro lhe varou o peito como um pontaço de lança. Soltou um suspiro fundo e entrecortado, que foi quase um soluço. De novo se encolheu atrás do muro e tornou a olhar para a igreja. Se conseguisse chegar a salvo até a parede lateral, ficaria fora do alcance do atirador do Sobrado, e poderia entrar no campanário pela porta da sacristia. Vamos, Liroca, só uma corrida. Que te pode acontecer? O homem te enxerga, faz pontaria, atira e acerta. Uma bala na cabeça. Pronto! Cais de cara no chão e está tudo liquidado. Acaba-se a agonia. Dizem que quando a bala entra no corpo da gente, no primeiro momento não dói. Depois é que vem a ardência, como se ela fosse de ferro em brasa. Mas quando o ferimento é mortal não se sente nada. O pior é arma branca. Vamos, Liroca. Dez passos. Cinco segundos. Lírio é macho, Lírio é macho. José Lírio continuava imóvel, olhando a rua. Ainda ontem um companheiro seu ousara atravessar aquele trecho à luz do dia, num momento em que o tiroteio cessara. Ia cantando e fanfarronando. Viu-se de repente na água-furtada do sobrado um clarão acompanhado dum estampido, e o homem tombou. O sangue começou a borbotar-lhe do peito e a empapar a terra. “Vamos, menino!” Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lírio. Sua voz áspera como lixa vinha de longe, de um certo dia da infância em que Liroca faltara à escola e ao chegar a casa encontrara o pai atrás da porta com um rebenque na mão. “Agora tu me pagas, salafrário!” Liroca saíra a correr como um doido na direção do fundo do quintal. “Espera, poltrão!” E de repente o que o velho Maneco tinha nas mãos não era mais o chicote, e sim as próprias vísceras, que lhe escorriam moles e visguentas da ferida do ventre. “Vamos, covarde!” De súbito, como tomado dum demônio, Liroca ergueu-se, apertou a carabina contra o peito e deitou a correr na direção da igreja. Seus passos soaram fofos na terra. Deu cinco passadas e a meio caminho, 416) sem olhar para o Sobrado, numa voz frenética de quem pede socorro, gritou: “Pica-paus do inferno! Sou homem!”. Continuou a correr e, ao chegar ao ponto morto atrás da parede lateral da igreja, rojou-se ao solo e ali ficou, arquejante, com o peito colado à terra, o coração a bater acelerado, e sentindo entrar-lhe na boca e nas narinas talos de grama úmida de sereno. “A la fresca!”, murmurou ele. “A la fresca!” Estava inteiro, estava salvo. Fechou os olhos e deixou-se quedar onde estava, babujando a terra com sua saliva grossa, a garganta a arder, e o corpo todo amolentado por uma fraqueza que lhe dava um trêmulo desejo de chorar. VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento, parte I: O Continente. 4ª ed. S˜ao Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 17- 19 (texto adaptado). Em relação ao texto 1, considere a regra utilizada para a colocação da vírgula no trecho em negrito a seguir: “Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lírio” A alternativa que segue a mesma regra: a) “[...] como uma geada, amolecendo-lhe as pernas, os braços, a vontade.” b) “Sempre que ia entrar num combate, repetia estaspalavras: “Lírio ´e macho”.” c) “[...] mas Licurgo Cambará, o intendente e chefe político republicano do município, encastelara-se [...]” d) “Vamos, Liroca, só uma corrida.” e) “De súbito, como tomado dum demônio [...]” www.tecconcursos.com.br/questoes/2460400 FCC - Vest (UNILUS)/UNILUS/Medicina/2022 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Atenção: Leia o texto do escritor Moacyr Scliar para responder à questão. “Se um médico abriu um tumor ou tratou com faca uma ferida grave e isso curou o doente, ele receberá dez siclos [unidade de peso usado no antigo Oriente] de prata se o paciente for um homem livre; cinco siclos se for um descendente de plebeus; dois siclos se for um escravo. Se um médico abriu um tumor ou tratou com faca uma ferida grave e isso causou a morte da pessoa, então suas mãos serão cortadas, se se tratar de um homem livre, ou deverá fornecer outro escravo, se se tratar do escravo de um plebeu.” Trechos do código de Hamurabi, escrito na Mesopotâmia por volta de 1.700 a.C. Várias civilizações desenvolveram-se na região entre o Tigre e o Eufrates, e muitas delas chegaram a um alto grau de sofisticação em termos de arquitetura e arte. Ali surgiram conceitos básicos de matemática; ali foram feitas importantes colaborações à astronomia e à metalurgia. Em termos de saúde e doença, contudo, esses povos compartilhavam a crença geral do mundo antigo, segundo a qual a enfermidade era um castigo imposto pelos deuses aos pecadores. Demônios encarregavam-se de proporcionar males específicos: Nergal trazia a febre, Namtaru, dor de garganta, Tiu, dor de cabeça. Havia divindades da cura, Ningishzida, cujo símbolo era uma cobra de duas cabeças – a serpente viria a se tornar depois o emblema da medicina. Os médicos da Mesopotâmia recorriam aos métodos divinatórios para descobrir o pecado cometido pelo doente; para isso, inspecionavam as entranhas de animais abatidos para apaziguar os deuses. Os médicos se dividiam em três categorias: o baru encarregava-se dos procedimentos divinatórios, o ashipu realizava o exorcismo e o asu fazia as curas propriamente ditas, nas quais, além de preces e rituais, várias substâncias eram usadas. O código de Hamurabi mostra que vários tipos de operações eram feitas. Que o resultado nem sempre era satisfatório, mostram as punições prescritas para o caso de fracasso. Cortar as mãos é uma pena até hoje aplicada no Oriente Médio (para ladrões); no caso, destinava-se obviamente a evitar que um doutor desastrado repetisse o erro. Mas o pagamento também era compensador, quando se considera que um artesão ganhava um décimo de siclo por dia, segundo os documentos da época. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2460400 417) (Adaptado de: SCLIAR, Moacyr. A paixão transformada: história da medicina na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 1996) No segundo parágrafo, há uma vírgula empregada para assinalar a elipse de um verbo. O verbo elidido é a) havia. b) surgiram. c) era. d) encarregavam. e) trazia. www.tecconcursos.com.br/questoes/2239180 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2022 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Pessoas recebem sangue criado em laboratório em teste inédito Por: James Gallagher, Correspondente de Ciência e Saúde, 7 novembro 2022. Voluntários receberam transfusões de sangue criado em laboratório, no primeiro ensaio clínico do tipo no mundo, realizado por pesquisadores do Reino Unido. Pequenas quantidades estão sendo testadas para ver como o sangue de laboratório se comporta dentro do corpo. O objetivo desse teste não é substituir as doações de sangue por completo — a maior parte das transfusões de sangue vai sempre depender de doadores voluntários. A meta do experimento é fabricar sangue para grupos sanguíneos ultrarraros, difíceis de se obter com doadores. É o caso de pacientes que dependem de transfusões de sangue regulares para condições como anemia falciforme. Se o sangue não for exatamente compatível, o corpo começa a rejeitá-lo, e o tratamento não funciona. Este nível de compatibilidade de tecidos vai além dos conhecidos grupos sanguíneos A, B, AB e O. A professora Ashley Toye, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, afirma que alguns grupos são "muito, muito raros" — e "pode haver apenas 10 pessoas no país" capazes de doar. No momento, existem apenas três unidades do grupo sanguíneo "Bombay" — identificado pela primeira vez na Índia — em estoque em todo o Reino Unido, por exemplo. Como o sangue é criado? O projeto de pesquisa é conduzido por equipes de Bristol, Cambridge, Londres e do NHS Blood and Transplant, órgão do sistema público de saúde do Reino Unido. Ele se concentra nos glóbulos vermelhos que transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. É assim que funciona: O teste começa com uma doação normal de cerca de 470 ml de sangue; Esferas magnéticas são usadas para "pescar" células-tronco flexíveis que são capazes de se tornar um glóbulo vermelho; Essas células-tronco são incentivadas a crescer em grande número nos laboratórios; https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2239180 Depois, elas são direcionadas a se tornar glóbulos vermelhos. O processo leva cerca de três semanas e uma reserva inicial de cerca de meio milhão de células-tronco resulta em 50 bilhões de glóbulos vermelhos. Estes são então filtrados para se obter cerca de 15 bilhões de glóbulos vermelhos que estão no estágio certo de desenvolvimento para transplante. "Queremos produzir o máximo de sangue possível no futuro, então vejo na minha cabeça uma sala cheia de máquinas produzindo continuamente a partir de uma doação de sangue normal", conta Toye. Duas pessoas já participaram do ensaio, que visa testar o sangue em pelo menos 10 voluntários saudáveis. Eles vão receber duas transfusões de 5 a 10 ml com pelo menos quatro meses de intervalo — uma de sangue normal e outra de sangue criado em laboratório. O sangue foi marcado com uma substância radioativa, frequentemente usada em procedimentos médicos, para que os cientistas possam ver quanto tempo dura no corpo. Espera-se que o sangue cultivado em laboratório seja mais potente que o normal. Os glóbulos vermelhos duram normalmente cerca de 120 dias antes de precisarem ser substituídos. Uma doação de sangue típica contém uma mistura de glóbulos vermelhos jovens e velhos, enquanto o sangue cultivado em laboratório é feito na hora, então deve durar os 120 dias completos. Os pesquisadores suspeitam que isso poderá permitir doações menores e menos frequentes no futuro. Há, no entanto, desafios financeiros e tecnológicos consideráveis. A doação de sangue comum custa ao NHS cerca de 130 libras (R$ 750). O cultivo de sangue custará muito mais, embora a equipe não diga quanto. Outro desafio é que as células-tronco colhidas acabam se exaurindo, o que limita a quantidade de sangue a ser fabricado. Serão necessárias mais pesquisas para produzir os volumes que seriam necessários clinicamente. "Esta pesquisa líder a nível mundial estabelece as bases para a fabricação de glóbulos vermelhos que podem ser usados com segurança para fazer transfusão em pessoas com distúrbios como anemia falciforme", afirma Farrukh Shah, diretor médico de transfusão do NHS Blood and Transplant. "O potencial deste estudo para beneficiar pacientes com dificuldade para fazer transfusão é muito significativo." Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-63514883 Acesso em: 07 de novembro de 2022. (Adaptado). Releia o trecho a seguir: - Esferas magnéticas são usadas para "pescar" células- tronco flexíveis que são capazes de se tornar um glóbulo vermelho; É CORRETO afirmar que as aspas foram usadas para: a) Apontar um neologismo. b) Explicitar uma ironia. c) Indicar um uso metafórico. 418) 419) d) Sinalizar o discurso direto. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340971 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2022 Língua Portuguesa (Português)- Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Para responder a questão, leia o trecho de um ensaio de Michel de Montaigne (1533-1592). Há alguma razão em fazer o julgamento de um homem pelos aspectos mais comuns de sua vida; mas, tendo em vista a natural instabilidade de nossos costumes e opiniões, muitas vezes me pareceu que mesmo os bons autores estão errados em se obstinarem em formar de nós uma ideia constante e sólida. Escolhem um caráter universal e, seguindo essa imagem, vão arrumando e interpretando todas as ações de um personagem, e, se não conseguem torcê-las o suficiente, atribuem-nas à dissimulação. Creio mais dificilmente na constância dos homens do que em qualquer outra coisa, e em nada mais facilmente do que na inconstância. Quem os julgasse nos pormenores e separadamente, peça por peça, teria mais ocasiões de dizer a verdade. Em toda a Antiguidade é difícil escolher uma dúzia de homens que tenham ordenado sua vida num projeto definido e seguro, que é o principal objetivo da sabedoria. Pois para resumi-la por inteiro numa só palavra e abranger em uma só todas as regras de nossa vida, “a sabedoria”, diz um antigo, “é sempre querer a mesma coisa, é sempre não querer a mesma coisa”, “eu não me dignaria”, diz ele, “a acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre seja uma só e a mesma.” Na verdade, aprendi outrora que o vício é apenas o desregramento e a falta de moderação; e, por conseguinte, é impossível o imaginarmos constante. É uma frase de Demóstenes, dizem, que “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância”. Se, guiados pela reflexão, pegássemos certa via, pegaríamos a mais bela, mas ninguém pensa antes de agir: “O que ele pediu, desdenha; exige o que acaba de abandonar; agita-se e sua vida não se dobra a nenhuma ordem.” (Michel de Montaigne. Os ensaios: uma seleção, 2010. Adaptado.) “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância” (2º parágrafo) Nesse trecho, a segunda vírgula é empregada com a finalidade de a) separar o vocativo. b) indicar a supressão de um verbo. c) separar dois objetos diretos. d) separar o sujeito de seu predicado. e) indicar a supressão do conectivo “e”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1969184 FGV - Vest (FEMPAR)/FEMPAR/Medicina/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Quanto ao emprego de vírgulas, as frases listadas a seguir, que têm a saúde como tema, estão corretas, a exceção de uma. Assinale-a. a) Hipocondríaco: uma pessoa que só se sente bem, quando se sente mal. b) Antes sofria de amnésia, agora não me recordo. c) Coma direito, faça exercícios regularmente e, de qualquer modo, morra. d) Deve haver algo bom na Acupuntura, pois, afinal, você nunca vê porcos-espinhos doentes. e) Hipocondria é a única doença, que eu não tenho. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2340971 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1969184 420) www.tecconcursos.com.br/questoes/1867870 Marinha - Alun (CN)/CN/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 1 Nunca imaginei um dia Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira, e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por sorte, minha ficha caiu há tempo. Começou quando iniciei um relacionamento com alguém completamente diferente de mim, diferente a um ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro "nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a dois planetas de distância um do outro. Mas o amor não respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão confortável num mundo planejado, inaugurei a instabilidade emocional na minha vida. Prendi a respiração e dei um belo mergulho. A partir daí, comecei a fazer coisas que nunca havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos afundei em busca de tartarugas gigantes e peixes coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada com cavalos (por causa de um equino que quase me levou ao chão quando eu tinha oito anos), participei da minha primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um show: do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo Fenômeno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico num jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo colorada. Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a provar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo" receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na minha vida. Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um caminho sem volta. Um mês atrás participei de outro capítulo da série "Nunca imaginei um dia". Viajei numa excursão, eu que sempre rejeitei essa modalidade turística. Sigo preferindo viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como destino um pais do circuito Elizabeth Arden (Paris-Londres-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e desértico. Aliás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano. E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua. Pode colocar a culpa no espírito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa, surpreendendo minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem coração. E o que mais me estarrece: estou apaixonada por ele. Ainda há muitas experiências a conferir: fazer compras pela internet, andar num balão cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle, viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também: deixei de ser tão cética. Já que é improvável que o próximo ano seja diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1867870 421) Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei- um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021. Sobre pontuação é correto afirmar que a) em "fazer compras pela internet, andar num balão, cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle, viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido." (9º§), todas as vírgulas foram utilizadas para separar palavras ou orações de mesma função sintática. b) nos trechos "Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como 'eu jamais vou fazer isso' ou 'nem morta eu faço aquilo' [ ... ]" (1º§) e "A partir daí, comecei a fazer coisas que nunca havia feito." (3º§), as vírgulas foram empregadas com a mesma função. c) nos trechos "Às vezes, leva-se uma vida inteira [ ... ]" (1º§) e "Mergulhar, aliás, foi uma delas." (3º§), o emprego das vírgulas, utilizadas com a mesma função, é facultativo. d) nos trechos "[ ... ] o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável 'nunca imaginei um dia' do próximo ano." (6º§) e"[ ... ] eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua." (7º§), as vírgulas foram utilizadas para demarcar a função de aposto. e) no trecho "Pode colocar a culpa no espírito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa, surpreendendo minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem coração." (8º§), a vírgula depois de "filhas" configura desvio da norma padrão da língua. www.tecconcursos.com.br/questoes/2090364 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do EnsinoFundamental/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o texto abaixo e responda à questão. Numa sala de aula, o professor conta a história dos Três Porquinhos ... - Então, o primeiro porquinho encontrou um homem que transportava uma carroça de palha e pediu educadamente: "O senhor poderia me dar um pouco da sua palha, para que eu possa construir uma casa e me proteger do lobo mau?" E agora, quem sabe me dizer o que o homem respondeu? Joãozinho ... levanta a mão rapidamente. - Eu! Eu! - Pode falar, Joãozinho. - O homem saiu correndo, gritando: Socorro! Um porco falante! Piada para rachar o bico. São Paulo: Fundamento, 2010. p. 13(com adaptações). Analise com atenção o trecho abaixo: "- O homem saiu correndo, gritando: Socorro! Um porco falante!" Acerca das ideias contidas no trecho acima, assinale a alternativa que representa corretamente o sentido obtido no uso dos dois-pontos. a) Introduzir a fala do personagem. b) Explicar um termo antecedente. c) Resumir o texto "Os três porquinhos". d) Isolar a fala do Joãozinho. e) Apontar a emoção do garoto ao finalizar a história. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2090364 422) www.tecconcursos.com.br/questoes/2158157 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o texto para responder a questão. O câncer é uma doença relacionada com o crescimento desordenado de células, que mata cerca de sete milhões de pessoas por ano. Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, que podem surgir em qualquer parte do corpo, sendo que os mais comuns são os de pulmão, mama, colorretal, estômago, fígado e esôfago. O câncer de pulmão lidera o ranking de maior número de mortes atualmente. A grande variedade de tipos de câncer e os diversos sintomas que eles causam acabam dificultando o tratamento. Com o tempo, percebeu-se que muitos cânceres, que eram considerados como sendo de um tipo, na realidade eram tipos diferentes. Diante disso, um tratamento totalmente eficaz torna-se difícil. Tradicionalmente, o tratamento dos diversos tipos de câncer baseia-se na quimioterapia, radioterapia, cirurgias e, quando atinge o sangue, no transplante de medula óssea. A quimioterapia, um dos métodos mais conhecidos, baseia-se na utilização de medicamentos para atacar as células cancerosas. Geralmente a administração ocorre de forma intravenosa, entretanto pode ser feita por via oral, intramuscular, subcutânea, intracraneal e tópica. Os efeitos colaterais são os mais diversos, tais como perda de cabelo, enjoo, vômito, diarreia, feridas na boca, fraqueza e tonteiras. O paciente deve ficar atento caso surjam febres altas, manchas no corpo, ardência ao urinar, dores, sangramentos e dificuldades respiratórias, sendo que, nesses casos, é essencial procurar um médico. Diante da grande quantidade de efeitos desagradáveis ocasionados pela quimioterapia, é grande o número de pesquisas para a fabricação de medicamentos que diminuam esses sintomas. Recentemente a ANVISA liberou um novo medicamento [...] que atua no tratamento de um tipo de câncer de mama chamado de HER2 positivo. [...] Em virtude da baixa toxicidade, esse medicamento pode ser usado por um longo período. A radioterapia, em vez de medicamentos, utiliza radiação para destruir os tumores ou reduzir o tamanho deles. A pessoa que se submete a esse tratamento geralmente apresenta cansaço, perda de apetite e irritações na pele. Esse tratamento pode ser empregado após a cirurgia e em conjunto à quimioterapia. Além da quimioterapia e radioterapia, podem ser realizadas cirurgias com o intuito de remover o tumor. Em doenças do sangue, como a leucemia, pode ser necessário o transplante de medula óssea, que só é feito depois que o paciente apresenta resultados ruins diante de outros tratamentos, como a quimioterapia. Para o transplante, é necessário achar um doador compatível, que inicialmente é buscado dentro da família ou em um registro de doadores ao redor do mundo. As vacinas contra o câncer ainda são um dos grandes desafios para os pesquisadores, sendo que ainda há um grande caminho a se percorrer até que se consiga produzir uma vacina realmente capaz de eliminar os tumores. O que temos hoje são algumas vacinas terapêuticas, que conseguem impedir o crescimento dos tumores, o que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar a expectativa de vida. Diante da variedade de tipos de câncer e o número de mortes todo ano em decorrência da doença, as pesquisas sobre as formas de tratamento são constantes. Um estudo publicado [...] na revista Science Translational Medicine demonstrou que é possível impedir a formação de tumores invasivos na mama através da injeção de RNA nas células cancerosas. Pesquisadores criaram uma molécula de RNA com o objetivo de desligar o gene que era indutor desse tipo de câncer (HoxA1). Esse estudo pode ser um grande avanço no que diz respeito ao tratamento de câncer de mama e, quem sabe, de outros tipos. [...] As pesquisas para achar uma cura para a doença são frequentes e estão obtendo resultados cada vez mais promissores. Entretanto, muito ainda deve ser feito para que seja encontrada uma cura. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2158157 423) SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Avanços no tratamento do câncer. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude/avancos-notratamento- cancer.htm. Acesso em: 27 de outubro de 2021. Assinale a alternativa em que o emprego da(s) vírgula(s) está CORRETAMENTE justificado. a) Em “Tradicionalmente, o tratamento dos diversos tipos de câncer baseia-se na quimioterapia”, usou-se vírgula para indicar uma elipse, isto é, a omissão de um termo na oração. b) Em “A quimioterapia, um dos métodos mais conhecidos, baseia-se na utilização de medicamentos para atacar as células cancerosas”, as vírgulas foram usadas para se separar uma oração subordinada intercalada. c) Em “Geralmente a administração ocorre de forma intravenosa, entretanto pode ser feita por via oral”, empregou-se a vírgula para se isolar uma palavra de natureza explicativa que introduz uma oração subordinada de natureza adverbial. d) Em “O paciente deve ficar atento caso surjam febres altas, manchas no corpo, ardência ao urinar, dores, sangramentos e dificuldades respiratórias”, usaram-se as vírgulas para separar termos de uma enumeração com idêntica função sintática. www.tecconcursos.com.br/questoes/1837523 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UB)/UB/Medicina/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 1A6-I Em Barbalha, no interior do Ceará, uma inusitada parceria entre a poesia rimada e a medicina tradicional tem sido instrumento para informar e educar comunidades sobre saúde e cuidados com o corpo, sem arrodeio ou complicações. Traduzindo conceitos e termos clínicos para uma linguagem acessível e relacionável, estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela professora Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação, criando pontes eficientes de diálogo entre a comunidade e a academia sobre temas urgentes à saúde pública. A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e atraente possível. Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais, desenvolveu oficinas, visitou dezenas de escolas e unidades de saúde, entregando informações corretas em saúde e prevenção, por meio de declamações da literatura popular, com a linguagem que é a cara do povo. A adesão é tamanha que outras instituições, associações e ligas acadêmicas “encomendam” cordéis temáticos ao grupo. Essa improvável aliança entre cordel e medicina pode ser personificada na mentora do projeto, Sally Lacerda, professora da Faculdade de Medicina da UFCA, odontóloga e doutora em biologia molecular. Nesse projeto, ela encontrou a fórmula para escrever,pesquisar e disseminar conhecimentos acadêmicos e técnicos por meio de sua mais antiga paixão: o cordel. Certeira, Sally viu a oportunidade para divulgar a literatura à medida que promove saúde e conscientização. Sem arrodeio, explica a ideia: “o objetivo principal seria utilizar o cordel como uma ferramenta de educação e prevenção em saúde”. Driblando críticas de colegas academicistas, conquistou o coração de alunos que se uniram ao projeto em 2017. Assim como Paulo Freire, defende a adaptação do conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente. “Não adianta chegar com termos técnicos, tentando explicar para o paciente a complexidade da sua doença. O melhor é usar a mesma linguagem dele”, resume. Internet: <brasildefato.com.br> (com adaptações) Assinale a opção que reproduz trecho do texto 1A6-I em que o emprego de vírgula se deve ao mesmo motivo que justifica o uso dessa pontuação no trecho “Assim como Paulo Freire, defende a adaptação do conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente” (último parágrafo). https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1837523 424) a) “estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela professora Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação” (primeiro parágrafo) b) “A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e atraente possível” (segundo parágrafo) c) “Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais” (segundo parágrafo) d) “ela encontrou a fórmula para escrever, pesquisar e disseminar conhecimentos” (terceiro parágrafo) e) “'O melhor é usar a mesma linguagem dele”, resume” (último parágrafo) www.tecconcursos.com.br/questoes/1872238 CMCG - CA (CMCG)/CMCG/6º Ano do Ensino Fundamental/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o conto escrito por Lygia Fagundes Teles, para responder ao item. A DISCIPLINA DO AMOR Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua v ida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias. Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, "mas quem esse cachorro está esperando?". Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho sempre voltado para "aquela" direção. TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 99-100. Adaptado. Analise o período abaixo extraído do conto. "Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho." O uso dos dois pontos justifica-se por a) iniciar a enumeração de características do personagem principal. b) apresentar um diálogo entre os personagens presentes na narrativa. c) introduzir o contexto, apresentando previamente alguns personagens. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1872238 425) 426) d) anteceder a citação ou fala de um conceituado autor como Lygia Fagundes Telles. e) explicar um fato já citado, possivelmente no conto que antecede este na obra completa. www.tecconcursos.com.br/questoes/1702813 FUVEST - Vest (USP)/USP/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO PARA A QUESTÃO Uma última gargalhada estrondosa. E depois, o silêncio. O palhaço jazia imóvel no chão. Mas seu rosto continua sorrindo, para sempre. Porque a carreira original do Coringa era para durar apenas 30 páginas. O tempo de envenenar Gotham, sequestrar Robin, enfiar um par de sopapos no Homem-Morcego e disparar o primeiro “vou te matar” da sua relação. Na briga final do Batman nº 1, o “horripilante bufão” sofria um final digno de sua desumana ironia: ao tropeçar, cravava sua própria adaga no peito. Assim decidiram e desenharam seus pais, os artistas Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Entretanto, o criminoso mostrou, já em sua primeira aventura, um enorme talento para se rebelar contra a ordem estabelecida. Seu carisma seduziu a editora DC Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho. Já dentro da ambulância, vinha à tona “um dado desconcertante”. E então um médico sentenciava: “Continua vivo. E vai sobreviver!”. Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha ganha duas HQs, que inspiram debates filosóficos sobre a liberdade”. El País. Junho/2020. As vírgulas em “E depois, o silêncio.” e em “Mas seu rosto continua sorrindo, para sempre.” são usadas, respectivamente, com a mesma finalidade que as vírgulas em a) “Após a queda, tomaram mais cuidado.” e “Quanto mais espaço, mais liberdade.”. b) “Aos estrangeiros, ofereceram iguarias.” e “Limpavam a casa, e preparávamos as refeições.”. c) “Colheram trigo e nós, algodão.” e “Eles se encontraram nas férias, mas não viajaram.”. d) “Para meus amigos, o melhor.” e “Organizava tudo, cautelosamente.”. e) “Viu o espetáculo, considerado o maior fenômeno de bilheteria.” e “Conheço muito bem”, afirmou o rapaz.”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1872254 CMCG - CA (CMCG)/CMCG/6º Ano do Ensino Fundamental/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia os textos I e II para responder ao item. TEXTO I https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1702813 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1872254 ADOTE UMA VIDA. Disponível em: https://cm-Sintra.pt. Acesso em: 27 de JUN de 2021. Adaptado. TEXTO II Disponível em: https: / /www.petinabag.com. br/post/qua is-os-benef%C3%ADcios-de-ter-um-animal-de- estima%C3%A 7%C3%A3o Acesso em: 27 de JUN de 2021 Ainda sobre o texto I, leia e analise o trecho, a seguir, descrito no item 3 do referido texto. " Proporciona um modo de vida mais ativo! Correr, brincar, treinar, são algumas das atividades [...]" O uso das vírgulas justifica-se por a) desintegrar um constituinte adicional do período. b) omitir um termo que já foi citado anteriormente no texto. c) enumerar elementos que possuem o mesmo valor sintático. d) isolar os vocábulos constituintes de uma hipótese ou circunstância. e) separar os elementos que exprimem explicações dentro do período. 427) www.tecconcursos.com.br/questoes/1864660 STRIX - Vest (EBMSP)/EBMSP/Saúde/2021 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da vésperasobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock- out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: — Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?” Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes, lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”. Assim, ficara sabendo que não era ninguém… Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E, às vezes, me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e, dentro do meu coração, eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre: “Não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas. BRAGA, Rubem. O padeiro. Disponível em: <https://www.revistaprosaversoearte.com/o- padeiro-rubem-braga/>. Acesso em: mai.2021. No texto, foram usados pelo mesmo motivo os sinais de pontuação indicados em a) O travessão que aparece no trecho “e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro.” e na frase “–– Não é ninguém, é o padeiro!”. b) As aspas que destacam a expressão “greve do pão dormido” e a oração “Então você não é ninguém? ”. c) As vírgulas presentes em “é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno” e “E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente.”. d) O ponto colocado no término das sentenças “Ele abriu um sorriso largo.” e “E assobiava pelas escadas.”. e) Os dois-pontos colocados depois de “para dentro” e “alegre” nos excertos “e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ‘não é ninguém, não, senhora, é o padeiro’ ” e “eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre: ‘Não é ninguém, é o padeiro!’ ”. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1864660 428) 429) www.tecconcursos.com.br/questoes/1679749 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto. Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior. Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria. LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011. Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma a) opinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins. b) explicação sobre a simbologia de sapatos e roupas. c) conclusão acerca da oposição entre otimismo e realidade. d) comparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário. e) retomada da ideia de negociação discutida no primeiro parágrafo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1572615 Marinha - Alun (CN)/CN/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto referente a questão. Texto I Precisamos falar sobre fake news Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas. Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar. Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1679749 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572615 Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news. Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente. Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem. O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí. Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física. No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa. A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco. Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmosum caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação. No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil. O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento. O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático. D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019. Em “Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.” (3º§), o texto entre parênteses indica uma: a) ideia irônica que passa pela cabeça do autor no momento em que ele escrevia. b) informação acessória, podendo ser retirada sem prejuízo de entendimento, c) questão de estilo pessoal, bastante caracteristica nos textos jornalísticos atuais. d) informação bastante relevante, a qual não pode passar despercebida pelo leitor. e) confissão feita ao leitor, fazendo-o enxergar, claramente, os sentimentos do autor. 430) www.tecconcursos.com.br/questoes/2072172 IME - CFG (IME)/IME/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO. Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivação e reinvenção lexical. Texto 1 CAPÍTULO 3 A GUERRA DAS CAATINGAS Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando- lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível... As caatingas não o escondem apenas, amparam-no. Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando, tranquilamente heroicos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2072172 A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada veem. Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda... Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo em cheio nas fileiras. A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicasD). Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da caatinga. As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que lhes arrebata das mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos. Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas de acúleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordemC); — enquanto em torno, circulando-os, rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu. As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam comose saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos... (...) A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fomeA), reflui à retaguarda, fugindo ante o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exércitos. CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181- 186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLÊNCIA A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços, seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundosB). Sem mesmo falar das táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento, técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjunto de suas forças vivas para se medirem? Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas: duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados, garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...) Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por virE). É preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o 431) instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio? Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência. Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição. GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva. Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere a regra usada para a colocação das vírgulas no trecho destacado do Texto 2 a seguir: “(...) é preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência” A alternativa que utiliza a mesma regra é: a) “(...) Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome...” b) “Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos.” c) “Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem”. d) “A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas.” e) “Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por vir”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1681464 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Em relação ao efeito de sentido acarretado pelo emprego do ponto de exclamação, presente no Texto 4, considere as afirmações: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1681464 432) 433) I) O emprego da exclamação acentua o estado de espírito das crianças. II) A utilização da exclamação revela a ironia implícita no texto. III) O uso da exclamação exalta a entonação vívida dos personagens ao falarem. IV) A exclamação indica uma interrupção na fala dos personagens. Estão corretas as afirmativas: a) I e III. b) II, III e IV. c) I, II e III. d) II e III. e) III e IV. www.tecconcursos.com.br/questoes/1679691INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) O ouro do século 21 Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração. SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para a) imprimir um tom irônico à reportagem. b) incorporar citações de especialistas à reportagem. c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem. d) esclarecer termos científicos empregados na reportagem. e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem. www.tecconcursos.com.br/questoes/2155900 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 1 UMA BIOGRAFIA IMPROVÁVEL O vírus é o parasita por excelência, incapaz de ser protagonista da própria vida. Ele precisa da ajuda de uma célula, da qual se apropria à força, sequestrando certas partes, para conseguir se replicar. Quando https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1679691 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2155900 não está usufruindo do seu hospedeiro, o vírus navega pelo mundo, como um barco à deriva, esperançoso de encontrar uma ilha – um ser vivo dotado de células compatíveis com o seu material genético – onde possa atracar. Por vezes, o encontro é violento, ou patogênico, em termos técnicos: o náufrago se faz dono da ilha, consome todos seus recursos e vai embora depois, ainda faminto, rumo a ilhas similares (não sem antes se reproduzir aos milhares, para otimizar a nova empreitada). É essa a relação que temos com o novo coronavírus. A segunda forma de o vírus se relacionar com o hospedeiro, e a mais comum, pelo que se sabe, é classificada na categoria “comensal”. Nesse encontro, o náufrago habita a ilha de forma sustentável, pesca seus peixes, bebe seus cocos, tomando cuidado para não extinguir nenhum recurso natural. Em outras palavras: o vírus vive dentro da célula, faz uso do maquinário dela, mas não a adoece. Não espalha seu material genético com tanta rapidez nem tenta matar aquela que tão bem o acolheu. É o tipo de relação menos estudada, justamente porque não provoca nenhum dano constatável. Há ainda um tipo de interação de característica “mutualista”, em que tanto o vírus quanto o hospedeiro se beneficiam. Nesse encontro, o náufrago não só respeita as condições da ilha, como resolve aproveitar um terreno baldio para cultivar uma horta. A relação mutualista é como um casamento arranjado que tem tudo para não funcionar, mas acaba prosperando, por obra do acaso e pela capacidade de adaptação de cada cônjuge. Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o piolho-cinzento-da- macieira desenvolve asas que o ajudam a alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando infectadas por uma espécie de potyvírus. Há vários casos. Uma infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste bubônica. O vírus da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV em humanos. Virologistas gostam de dizer que o vírus é o organismo mais abundante no mundo. A estimativa é hipotética, dado que apenas 6 590 espécies foram catalogadas (a título de comparação, cientistas já descreveram mais de 1,2 milhão de organismos celulares). Ainda assim, faz sentido quando se pensa que cada espécie de bactéria, protozoário, fungo, planta e animal é infectada por seus vírus particulares. O Sars-CoV-2 é ilustrativo: habitava morcegos e pangolins, com os quais tinha uma relação saudável – como a do náufrago que usufrui da ilha sem esgotá-la – até sofrer uma mutação espontânea, que o tornou compatível com humanos. Foi assim que surgiu a Covid-19, sigla em inglês para a doença do coronavírus de 2019, quando o primeiro caso foi registrado na província chinesa de Wuhan. “Quando um vírus encontra um novo hospedeiro, ele costuma causar uma doença muito severa, já que o corpo ainda não está preparado para combatê-lo”, explicou Zerbini [virologista, Francisco Murilo Zerbini, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.] “Com o passar do tempo, a tendência é que ele se torne menos nocivo.” A reconfiguração ocorre tanto por obra do organismo infectado, que vai criando anticorpos para combater o intruso, quanto do próprio vírus, que lucra mais, em termos de perpetuação genética, se mantiver o hospedeiro vivo, espalhando suas cópias como uma arma biológica. “Um vírus que te deixa de cama e te mata em questão de dias não vai ser transmitido para muita gente”, disse Zerbini. “Nesse sentido o novo coronavírus está na infância, já que nunca coevoluiu com o ser humano. É capaz de ele causar uma doença muito menos grave daqui a cinco ou dez anos.” KAZ, Roberto. Uma biografia improvável. Revista Piauí, Edição 164, maio 2020. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/umabiografia- improvavel/. Acesso em: 7 de junho de 2020. Releia este trecho: Um exemplo: quando infectado com um tipo de densovírus, o piolho-cinzento-da-macieira desenvolve asas que o ajudam a alcançar novas plantas. Outro exemplo: certas abóboras se tornam menos atraentes para o besouro – uma praga – quando infectadas por uma espécie de potyvírus. Há vários casos. Uma infecção por herpes pode proteger camundongos contra a peste bubônica. O vírus da hepatite G retarda o desenvolvimento do HIV em humanos. 434) Considerando-se os sinais de pontuação e os princípios gerais de utilização prescritos nas gramáticas normativas, é CORRETO afirmar que: a) Os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo do sentido da frase, por indicarem uma explicação. b) Os dois-pontos poderiam ser substituídos, sem prejuízo da estrutura e do sentido da frase, por ponto e vírgula. c) O uso do ponto final após “Há vários casos” está incorreto na frase e deveria ser substituído por vírgula. d) O emprego da vírgula em lugar dos dois-pontos não alteraria o sentido da frase, e indicaria a intercalação de um termo. www.tecconcursos.com.br/questoes/2071995 IME - CFG (IME)/IME/2020 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO. Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecerum novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivação e reinvenção lexical. Texto 1 CAPÍTULO 3 A GUERRA DAS CAATINGAS Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando- lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível... As caatingas não o escondem apenas, amparam-no. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2071995 Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando, tranquilamente heroicos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada veem. Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda... Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo em cheio nas fileiras. A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da caatinga. As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que lhes arrebata das mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos. Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas de acúleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; — enquanto em torno, circulando-os, rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu. As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos... (...) A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exércitos. CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181- 186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLÊNCIA A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços, seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos. Sem mesmo falar das táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento, técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjuntode suas forças vivas para se medirem? Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas: duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados, garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) 435) Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...) Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por vir. É preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio? Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência. Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição. GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva. Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). “E voltam como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechadas de espinhos...”. No trecho acima, os dois pontos servem para introduzir um(a) a) síntese. b) citação. c) explicação. d) enumeração. e) diálogo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1535917 FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Médio/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Objetivos dos fios de sustentação Os fios de sustentação podem ser colocados em diferentes níveis do rosto e do corpo para tratar a pele flácida. (1)Eles permitem reapertar a pele e, assim, rejuvenescer as características sem cirurgia. (2)Esse procedimento tem resultados expressivos, podendo dar uma aparência mais jovem para a pessoa que o realiza. Nem todas as pessoas podem realizar o tratamento, como por exemplo, (3)aquelas com a pele fina, muito relaxada ou enrugada. Isso acontece geralmente nas pessoas com a idade muito avançada, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1535917 436) 437) (4)onde o procedimento seria muito agressivo. (Disponível em: https://www.cirurgia.net/fios-desustentacao, acessado em 08/07/2019.) O uso da pontuação é importante, entre outras coisas, para manter o texto coeso e coerente. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela na qual há um problema no uso da vírgula que compromete a correção do texto. a) Eles permitem reapertar a pele e, assim, rejuvenescer as características sem cirurgia. b) Nem todas as pessoas podem realizar o tratamento, como por exemplo, aquelas com a pele fina, muito relaxada ou enrugada. c) Esse procedimento tem resultados expressivos, podendo dar uma aparência mais jovem para a pessoa que o realiza. d) Isso acontece geralmente nas pessoas com a idade muito avançada, onde o procedimento seria muito agressivo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1389382 FUVEST - Vest (USP)/USP/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no Brasil e no mundo. (...) Um estudo identificou que as fake news são 70% mais propensas a serem retweetadas do que fatos verdadeiros. (...) Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do que muitos pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas. Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias verdadeiras”. Maio/2019. No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.”, os dois‐pontos são utilizados para introduzir uma a) conclusão. b) concessão. c) explicação. d) contradição. e) condição. www.tecconcursos.com.br/questoes/1116671 Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Assinale a alternativa em que as vírgulas foram empregadas pelo mesmo motivo de uso em “A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa.”. a) “Naquela festa feliz, quem se lembraria dele?”. b) “Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta.” c) “[…] ele, sozinho naquela sala.” https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1389382 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116671 438) 439) d) “Vestia-se, saía, ia para a festa [...]”. e) “Bachelard, ausente [...]”. www.tecconcursos.com.br/questoes/1535803 FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Médio/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) I) Uma pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi com mais de 18 mil estudantes do 3º ano do ensino médio revelou que 59% desses alunos já escolheram a carreira que querem seguir. Porém entre aqueles que já estão decididos, menos da metade, revelou já ter algum contato com a profissão escolhida. (...) II) Essa falta de foco do jovem na escolha gera outro problemagrave, a evasão. No Brasil cerca de 56% dos estudantes que ingressaram em uma universidade acabaram desistindo no meio do caminho ou trocaram de curso no decorrer da graduação. III) Na região Nordeste, por exemplo, dos mais de 376 mil ingressantes, quase 200 mil universitários desistiram do curso alcançando a porcentagem de 52,8%. Ou seja, mais da metade dos ingressantes abandonam a faculdade, boa parte delas por falta de identificação com o curso. IV) Para evitar essa situação, o jovem tem algumas alternativas em busca de decidir bem o seu futuro. Testes vocacionais contribuem para determinar seu curso com relação à sua personalidade tais quais suas habilidades. V) Mas existem cursos mais completos para não só construir uma identidade de auto responsabilidade no jovem de 12 a17 anos, e sim contribuir para a formação de um líder no futuro. Em relação à pontuação do texto, assinale a alternativa correta. a) Está incorreto o uso da vírgula após a palavra "metade", no trecho I. b) O uso da vírgula após a palavra "grave", no trecho II, está correto. c) No trecho II, justifica-se a ausência da vírgula antes de "ou". d) A utilização de vírgula depois da palavra "situação", no trecho IV, está incorreta. www.tecconcursos.com.br/questoes/1419932 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia a estrofe de Navio Negreiro, do poeta Castro Alves, e responda corretamente sobre o uso da vírgula: Esperai! esperai! deixai que eu beba Esta selvagem, livre poesia Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, E o vento, que nas cordas assobia... a) Isola oração adverbial; b) Isola o vocativo; c) Aparece entre orações de sujeitos diferentes; d) Isola oração adjetiva explicativa; https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1535803 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1419932 440) 441) e) Isola oração reduzida. www.tecconcursos.com.br/questoes/1165372 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Tradicional/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) (Fuvest-SP, adaptada) Os sinais de pontuação são elementos gráficos que contribuem para a coerência e coesão de textos, representando os recursos atribuídos à escrita. Escolha a alternativa em que o texto é apresentado com a pontuação mais adequada: a) depois que há algumas gerações, o arsênico deixou de ser vendido, em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio, ou envenenamento criminoso, mas aumentou e — quanto... o número de ratos. b) depois que há algumas gerações o arsênico, deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou: e quanto! o número de ratos. c) depois que, há algumas gerações, o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou — e quanto! — o número de ratos. d) depois que há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias — não diminuíram os casos de suicídio, ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto — o número de ratos. e) depois que, há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto, o número de ratos! www.tecconcursos.com.br/questoes/1116656 Instituto AOCP - Vest (FCN)/FCN/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) A solidão amiga A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão… O que mais você deseja é não estar em solidão… Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir música… Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrarse com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa… Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão… A noite estava perdida. Faço-lhe uma sugestão: leia o livro “A chama de uma vela”, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1165372 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1116656 442) cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis”. A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?” Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida. Adaptado de: <https://rubemalves.wordpress.com/>. Acesso: em 26set. 2019. Sobre a pontuação utilizada no texto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Em leia o livro “A chama de uma vela”, de Bachelard, as aspas duplas indicam a citação a um discurso alheio. ( ) As reticências são utilizadas ao longo da crônica para indicar uma suspensão no discurso de natureza emotiva. ( ) Os pontos de interrogação utilizados no final do texto demarcam questionamentos que levam o leitor à reflexão, não exigindo necessariamente uma resposta ao produtor do texto. a) F – V – V. b) V – V – V. c) F – V – F. d) V – F – F. e) F – F – V. www.tecconcursos.com.br/questoes/1268084 Marinha - Alun (CN)/CN/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um "bom dia, amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa. Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para mim, em quem confia 100%. Como não chamá-Ia para a próxima ceia de Natal aqui em casa? Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando condolências pela morte do avô de alguém que malcumprimento quando encontro num bar. Acompanho a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas. Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim, mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das distâncias suprimidas: nunca fomos tão Intimas de todos. Pena que esse mundo fofo é de faz de conta. Intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o que,' infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1268084 443) amam você, mesmo sem conhecê-Ia de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou". Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. E/e não está nem ai para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que você o adote. A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se Intimo a seu modo. Já alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum. Martha Medeiros - http://www.revistaversar.com.br/redes-sociais-Intimidade/::(com adaptações) Sobre pontuação, é correto afirmar que: a) em "Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa". (1°§), a vírgula depois de "aniversário" implica um desvio da norma padrão da língua. b) em "Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora". (6°§), as duas vírgulas são facultativas. c) em "No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um 'bom dia, amiga"'. (1°§), as aspas em "bom dia, amiga" foram empregadas para destacar o coloquialismo da linguagem. d) em "Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-Ia de verdade." (5°§), a vírgula foi utilizada para introduzir oração subordinada. e) em "Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário". (1°§), as vírgulas foram utilizadas para separar vocativo. www.tecconcursos.com.br/questoes/2043478 IME - CFG (IME)/IME/2019 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO. A primeira publicação do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na revista carioca A Estação, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma época, uma grande reforma educacional efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clínica Psiquiátrica. É nesse contexto de uma psiquiatria ainda embrionária que Machado propõe sua crítica ácida, reveladora da escassez de conhecimento científico e da abundância de vaidades, concomitantemente. A obra deixa ver as relações promíscuas entre o poder médico que se pretendia baluarte da ciência e o poder político tal como era exercido em Itaguaí, então uma vila, distante apenas alguns quilômetros da capital Rio de Janeiro. O conto se desenvolve em treze breves capítulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas experimentações cientificistas até que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que reconhece em si mesmo a única pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas, sendo ele, portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se. Texto 1 Capítulo IV UMA TEORIA NOVA Ao passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão Bacamarte estudava por todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria a alargar as bases da psicologia. Todo o tempo https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2043478 que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos. Um dia de manhã, – eram passadas três semanas, – estando Crispim Soares ocupado em temperar um medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar. – Tratava-se de negócio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador. Crispim empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da comitiva, e especialmente da mulher? Porque este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um só dia. Assim se explicam os monólogos que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam muita vez: – “Anda, bem feito, quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador, torpe bajulador! Só para adular ao Dr Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te, alma de lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes amém a tudo, não é? Aí tens o lucro, biltre!”. – E muitos outros nomes feios, que um homem não deve dizer aos outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. Tão depressa ele recebeu como abriu mão das drogas e voou à Casa Verde. Simão Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada de circunspeção até o pescoço. – Estou muito contente, disse ele. – Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula. O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu: – Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. Depois explicou compridamente a sua ideia. No conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros; e desenvolveu isto com grande cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. Os exemplos achou-os na história e em Itaguaí mas, como um raro espírito que era, reconheceu o perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na história. Assim, apontou com especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio familiar, Pascal, que via um abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano, Calígula etc., uma enfiada de casos e pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridículas. E porque o boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, e até acrescentou sentenciosamente: – A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério. – Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu. Quanto à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante; mas a modéstia, principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar outra coisa além de um nobre entusiasmo; declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”. Esta expressão não tem equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itaguaí, que como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia: ou por meio de cartazes manuscritos e pregadosna porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio de matraca. Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores, – aquele justamente que mais se opusera à criação da Casa Verde, – desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regime mereciam o desprezo do nosso século. – Há melhor do que anunciar a minha ideia, é praticá-la, respondeu o alienista à insinuação do boticário. E o boticário, não divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que era melhor começar pela execução. – Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele. Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse: – Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia. O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declarou lisamente que não chegava a entendê-la, que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo colossal que não merecia princípio de execução. – Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca? Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso, em que o desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias entranhas. A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a teologia não soube enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma revolução. ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível em: <http:// www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1939>. Acesso em: 12/08/2019. _____________________________________ O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu. Texto 2 XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… 444) E conversamos toda a noite, enquanto A Via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019. “– Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face da Terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.” À luz da gramática normativa, considere as seguintes afirmações: I. O travessão utilizado em “– Trata-se de coisa mais alta [...]” especifica a mudança de interlocutor no diálogo. II. As vírgulas empregadas em “A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora [...]” podem ser substituídas por travessões, sem prejuízo para a correção. III. No trecho “[...] nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante.”, as vírgulas são empregadas com a finalidade de isolar o termo de valor explicativo. Em relação às afirmações, está(ão) correta(s): a) apenas a afirmação I. b) apenas a afirmação II. c) apenas as afirmações I e II. d) apenas as afirmações I e III. e) todas as afirmações estão corretas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1008042 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO 1 Importância da leitura Além de aumentar o conhecimento, o hábito da leitura aprimora o vocabulário e ajuda na construção textual. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1008042 A melhor forma de obter conhecimento é cercar-se de bons livros Um dos grandes desafios dos professo;es da educação básica é ensinar a leitura para os alunos, mas ensinar não só a decifrar códigos, mas também a ter o hábito de ler. Seja por prazer, seja para estudar ou para se informar, a prática da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a interpretação. Infelizmente, com o avanço das tecnologias do mundo moderno, cada vez menos as pessoas interessam- se pela leitura. Um ato de grande, importância para a aprendizagem do ser humano, a leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento. Dessa forma, a apreciação de uma obra Iiterária é uma aliada na hora de elaborar uma redação. A leitura também pode ser uma opção para as férias, pois é uma ótima técnica para memorização de conteúdos. Assim, o aluno continua em contato com a escola, mesmo não indo às aulas. O hábito da leitura pode também funcionar como um exercício de fixação, pois boa parte dos assuntos estudados na escola é ensinada apenas na teoria. Além disso, durante a leitura, é possível notar faces diferentes de um mesmo assunto, descobrindo um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas. Criar o hábito É comum algumas pessoas dizerem que não têm paciência para ler um livro, no entanto, é tudo urna questão de hábito, de transformar a leitura em prazer. Vale lembrar que, além dos livros didáticos, previstos em diversas etapas dos estudos, é importante buscar outras obras de interesse, independentes do conteúdo. Por isso, mesmo cumprindo o cronograma escolar ou lendo as obras para o vestibular, por exemplo, os estudantes podem dedicar-se a leituras descompromissadas, fazendo das férias tempo propício para isso. Poesias, romances, epopeias, vale tudo quando a intenção é viajar pelas páginas de urna obra literária. Jornais, revistas e periódicos também são ótimos aliados de leitores assíduos. O hábito da leitura deve ser estimulado ainda na infância para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e, acima de tudo, prazeroso. Uma leitura realizada com prazer desenvolve a imaginação, a escuta atenta e a linguagem das crianças. (Disponivel em: <https://brasilescola.uol.com.br/ferias/a-importancia-leitura.htm> Acesso em 01/10/2018. ADAPTADO) Em relação ao uso da vírgula no TEXTO 1, marque a alternativa em que ela foi empregada para isolar um,expressão explicativa. a) "Infelizmente, com p avanço das tecnologias do mundo moderno( ... )" b) "( .. ,) mesmo cumprindo o cronograma escolar ou lendo as obras para o vestibular, por exemplo, os estudantes podem dedicar-se a leituras descompromissadas." c) "( ... ) durante a leitura, é possível notar faces diferentes de um mesmo assunto ( ... )" 445) 446) d) "É comum algumas pessoas dizerem que não têm paciência para ler um livro, no entanto, é tudo uma questão de hábito ( ... )" e) "Jornais, revistas e periódicos também são ótimos aliados de leitores assíduos." www.tecconcursos.com.br/questoes/1008147 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO 9 As reticências na fala do primeiro quadrinho do TEXTO 9 indicam a) uma interrupção a fala do personagem. b) uma ironia. c) um realce de uma palavra. d) um prolongamento da fala. e) um suspense. www.tecconcursos.com.br/questoes/1008148 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO 9 As aspas na fala do primeiro quadrinho do TEXTO 9 indicam a) um realce de uma frase . https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1008147 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1008148 447) 448) b) um texto de outro autor. c) uma fala da mãe do Cascão. d) um nome de um livro. e) um texto estrangeiro. www.tecconcursos.com.br/questoes/988657 FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Arquitetura e Urbanismo/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) A consciência de si O labrador dourado saltando com a criança no gramado; o balé acrobático do sagui; a liberdade alada da arara-azul cortando o céu sem nuvens – quem nunca sentiu inveja dos animais que não sabem para que vivem nem sabem que não o sabem? Inveja dos seres que não sentem continuamente a falta do que não existe; que não se exaurem e gemem sobre a sua condição; que não se deitam insones e choram pelos seus desacertos; que não se perdem nos labirintos da culpa e do desejo; que não se deixam enlouquecer pela mania de possuir mais e mais coisas. O ônus da vida consciente de si desperta no animal humano a nostalgia do simples existir: o desejo intermitente de retornar a uma condição anterior à conquista da consciência. Esse propósito padece, contudo, de uma contradição fatal. A intenção de se livrar da autoconsciência visando a completa imersão no fluxo espontâneo e irrefletido da vida pressupõe uma aguda consciência de si por parte de quem a alimenta. Ela é como o fruto tardio sonhando em retornar à semente da qual veio ao galho. A consciência é, em si mesma, irreparável; dela, como do tempo, ninguém torna atrás ou se desfaz. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 40-41) Está plenamente adequado o emprego das vírgulas na seguinte frase: a) Sobretudo, dessa condição fatal, padece tal propósito, aquele que pretende atendê-lo, ainda que veja tal missão como impossível. b) Para se ver livre, da autoconsciência que o mortifica, o homem ironicamente, e de modo compulsório, deve recorrer à consciência. c) É bonita a alegoria utilizada pelo autor, segundo a qual, quando tardio, o fruto sonha em retornar à semente que o gerou. d) Se há ônus, no emprego da consciência, que é uma fatalidade nossa, não há por outro lado, algum modo de contorná-la para dela nos libertarmos. e) É de se lamentar, que muitos homens se deixem levar pela mania da posse desmedida, inclusive, daquilo de que não têm carência verdadeira. www.tecconcursos.com.br/questoes/1584869 COTEC FADENOR - Vest (FASA Itabuna)/FASA/Medicina/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Para que serve a filosofia? Todos nós deveríamos dedicar um pouco do nosso tempo a fazer perguntas das mais simples às mais complexas sem medo de parecermos bobos. As pessoas ficam compreensivelmente confusas sobre o que é a filosofia. De longe, parece estranha, irrelevante, chata e, ao mesmo tempo, também — um pouquinho — intrigante, mas é difícil explicar exatamente do que se trata. O que são filósofos? O que fazem? Por que precisamos deles? Felizmente, a resposta já está na própria palavra “filosofia”. Em grego, philo significa amor — ou devoção — e sophia https://www.tecconcursos.com.br/questoes/988657 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1584869 quer dizer “sabedoria”. Filósofos são, assim, pessoas dedicadas à sabedoria. Embora seja um termo um tanto abstrato, o conceito de “sabedoria” não é nebuloso. Ser sábio significa tentar viver e morrer bem, levar a melhor vida possível dentro das condições problemáticas da existência. A meta da sabedoria é a realização. Você pode até dizer que é a “felicidade”, mas “felicidade” é ilusória, pois sugere alegria e animação constantes, enquanto “realização” parece compatível com muita dor e sofrimento, que toda vida decente deve necessariamente ter. Então um filósofo, ou “pessoa dedicada à sabedoria”, é alguém que se aplica à especialização sistemática em descobrir a melhor maneira de encontrar realização individual e coletiva. Em sua busca pela sabedoria, os filósofos desenvolveram um conjunto muito específico de habilidades. Ao longo dos séculos, eles se especializaram em muitas das questões amplas e gerais que tornam as pessoas não muito sábias. Identificamos seis: Qual é o sentido da vida? O que devo fazer com meu trabalho? O que vamos fazer como uma sociedade? O que é o amor? A maioria de nós pensa nessas questões em algum momento (com frequência durante a noite), mas ficamos desesperados ao tentar respondê-las. Elas têm o status de piada na maioria dos círculos sociais, e ficamos tímidos ao expressá-las (exceto por alguns breves momentos na adolescência) por medo de sermos considerados pretensiosos e não chegarmos a lugar algum. No entanto, essas questões são profundamente importantes, porque somente com respostas fundamentadas a elas é que podemos direcionar nossa energia significativamente. Filósofos são pessoas que não têm medo das grandes perguntas. Ao longo dos séculos, fizeram as maiores delas. Percebem que essas questões sempre podem ser divididas em partes mais gerenciáveis, e a única coisa realmente pretensiosa é alguém pensar que está acima de fazer periodicamente questionamentos que parecem ingênuos. A opinião pública — ou o que é chamado de “senso comum” — é sensata e racional em inúmeras áreas. É o que você ouve de amigos e vizinhos, as coisas simplesmente presumidas como verdadeiras, que você absorve sem ao menos pensar nelas. A mídia jorra isso diariamente, mas, em alguns casos, o senso comum também é cheio de absurdos, distorções e preconceitos dos mais lamentáveis. A filosofia nos faz submeter todos os aspectos do senso comum à razão. Ela quer que pensemos por conta própria, sejamos mais independentes. É de fato verdade o que dizem sobre amor, dinheiro, filhos, viagens, trabalho? Os filósofos querem saber se uma ideia é lógica — em vez de simplesmente presumir que deve estar certa só porque sempre se pensou dessa maneira. Não somos muito bons em saber o que acontece em nossa mente. Sabemos que realmente gostamos de uma música, mas temos dificuldade em dizer exatamente o porquê. Ou alguém que conhecemos é muito irritante, mas não conseguimos apontar exatamente qual é o problema. Ou, então, perdemos a calma, mas não sabemos identificar o que nos incomoda tanto. Não temos uma boa percepção de nossas próprias satisfações e desgostos. É por isso que precisamos examinar nossa própria mente. A filosofia está comprometida com o autoconhecimento, e seu preceito central — articulado pelo pioneiro e maior filósofo, Sócrates — é curto: “Conhece a ti mesmo”. Somos incrivelmente determinados a tentar ser felizes, mas constantemente falhamos nesse processo. Exageramos o poder que algumascoisas têm de melhorar nossa vida — e subestimamos outras. Em uma sociedade consumista, fazemos escolhas erradas porque, guiados por um glamour falso, ficamos imaginando que um tipo em particular de férias, carro ou computador fará uma diferença maior do que a possível. Ao mesmo tempo, subestimamos a contribuição de outras coisas — como dar uma caminhada, arrumar um armário, ter uma conversa estruturada ou ir dormir cedo —, o que pode ter pouco prestígio, mas contribui profundamente para a natureza da existência. Filósofos buscam ser sábios ao serem mais precisos quanto às atividades e atitudes que podem realmente ajudar nossa vida a ser melhor. Somos inevitavelmente seres emotivos, mas com frequência esquecemos esse fato desconfortável. Às vezes, algumas emoções — certos tipos de raiva, inveja ou ressentimento — nos levam a problemas sérios. Os filósofos nos ensinam a pensar em nossas emoções em vez de simplesmente senti-las. Ao entender e analisar nossos sentimentos, aprendemos a ver como as emoções afetam nosso comportamento de formas inesperadas, contraintuitivas e, às vezes, perigosas. Filósofos foram os primeiros terapeutas. Estamos sempre perdendo a noção do que é importante e do que não é. Estamos — como diz a expressão — constantemente “perdendo a perspectiva”. Os filósofos são bons em mantê-la. Ao ouvir a notícia de que havia perdido todas as suas posses em um naufrágio, o filósofo estoico Zenão simplesmente disse: “A fortuna [o acaso, o destino] me leva a ser um filósofo menos sobrecarregado”. São respostas assim que tornaram o termo “filosófico” um sinônimo de pensamento calmo e de longo prazo e de força mental, resumidamente, para ter perspectiva. O que chamamos de “história da filosofia” é composto de tentativas repetidas ao longo dos séculos de abordar formas nas quais não somos sábios. Então, por exemplo, na Atenas antiga, Sócrates deu atenção especial ao problema de 449) como as pessoas ficam confusas. Ele ficava incomodado por as pessoas não saberem exatamente explicar o que eram conceitos essenciais como coragem, justiça ou sucesso, embora fossem os mais usados ao falarem sobre a própria vida. Sócrates desenvolveu um método (que ainda tem seu nome) pelo qual é possível aprender a ter mais clareza sobre o que se quer dizer ao ser o advogado do diabo com qualquer ideia. O objetivo não é necessariamente mudar de opinião, mas sim testar se os conceitos que orientam sua vida são firmes. Algumas décadas depois, o filósofo Aristóteles tentou nos deixar mais confiantes em torno das grandes perguntas. Ele achava que as melhores questões eram aquelas que indagavam para que algo serve. Fez muito isso e, em vários livros, questionou: para que serve o governo? Para que serve a economia? Para que serve o dinheiro? Para que serve a arte? Hoje, ele nos incentivaria a perguntar: para que serve a mídia jornalística? Para que serve o casamento? Para que servem as escolas? Para que serve a pornografia? Os filósofos estoicos, interessados no pânico, também eram ativos na Grécia antiga. Eles notaram uma característica realmente central do pânico: entramos nele não apenas quando algo ruim acontece, mas quando acontece muito inesperadamente, quando presumíamos que tudo correria bem. Então sugeriram que deveríamos nos proteger do pânico ao nos acostumarmos com a ideia de que perigo, problemas e dificuldades muito provavelmente surgirão a qualquer momento. A tarefa geral de estudar filosofia é absorver essas e muitas outras lições e colocá-las para funcionar no mundo hoje. A questão não é apenas saber o que este ou aquele filósofo diziam, mas tentar exercitar a sabedoria no nível individual e social — a partir de agora. A sabedoria da filosofia é entregue — nos tempos modernos — na maior parte em forma de livros, mas, no passado, os filósofos ficavam sentados em praças e discutiam suas ideias com os pedestres ou entravam em gabinetes e palácios de governo para dar conselhos. Não era anormal ter um filósofo na folha de pagamento. A filosofia era considerada uma atividade normal e básica — não um item opcional incomum e esotérico. Atualmente, não é que neguemos abertamente esse pensamento — sempre ouvimos frases de sabedoria aqui e ali —, mas simplesmente não temos as instituições certas estabelecidas para promulgar a sabedoria de forma coerente no mundo. No futuro, entretanto, quando o valor da filosofia estiver um pouco mais claro para todos, poderemos esperar encontrar mais filósofos na vida cotidiana. Eles não estarão trancados, vivendo principalmente em departamentos de universidades ou em escolas, porque os momentos em que nossa falta de sabedoria aparece — e bagunça nossa vida — são inúmeros e precisam de atenção imediata. Fonte: ARMSTRONG, John. Para que serve a filosofia? Disponível em: <http://vidasimples.co/pensar/filosofia.phtml#.W_LemehKiUk>. Acesso em: 20 nov. 2018. Considere o trecho: “Somos incrivelmente determinados a tentar ser felizes, mas constantemente falhamos nesse processo. Exageramos o poder que algumas coisas têm de melhorar nossa vida — e subestimamos outras. Em uma sociedade consumista, fazemos escolhas erradas porque, guiados por um glamour falso, ficamos imaginando que um tipo em particular de férias, carro ou computador fará uma diferença maior do que a possível.” (Texto 1 – linhas 38-41) Tendo em vista a gramática normativa, analise a organização morfossintática desse trecho e assinale a alternativa INCORRETA. a) O verbo “têm” foi acentuado graficamente, pois encontra-se no plural, fazendo a concordância com o seu sujeito “algumas coisas”. b) O uso da vírgula que intercala o termo “Em uma sociedade consumista” é facultativo, já que essa expressão se classifica como adjunto adverbial antecipado. c) O uso da vírgula, no primeiro período do trecho, é obrigatório para intercalar uma oração coordenada sindética adversativa. d) O uso do travessão poderia ser substituído pelo uso da vírgula sem que houvesse alteração no sentido do trecho. www.tecconcursos.com.br/questoes/988856 FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Direito/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Instintos e civilização Quão robusta é a ordem civilizada ocidental? A julgar pelo século XX, e mesmo sem levar em conta as https://www.tecconcursos.com.br/questoes/988856 450) duas guerras mundiais, talvez menos do que pareça. O padrão é conhecido: situações de conflito armado, cataclismos naturais e colapso econômico agudo, tragédias em massa e violências de toda ordem revelaram a fragilidade da fina superfície de civilidade e decoro sobre a qual assenta a nossa civilização. Sob o impacto do abalo provocado por grandes desastres, o comportamento das pessoas sofre uma drástica mutação: enquanto alguns, em geral poucos, agem de forma solidária e até mesmo heroica, a maior parte da população atingida regride a um estado de violência e selvageria. Imposta a ordem do “salve-se quem puder”, tudo deságua na rápida escalada dos furtos, assaltos, saques, crimes, estupros e vandalismo. Quase que num piscar de olhos, o cordato cidadão civilizado se transforma em besta feroz, capaz das piores atrocidades. Uma interpretação possível: o ser humano no fundo é um animal selvagem e terrível. Remova os sustentáculos elementares da ordem civilizada; dispa a camisa de força social; suspenda a vigilância e a punição aos infratores do código legal, e, em pouco tempo, retrocedemos ao que Hobbes* chamou de “estado natural”, à guerra de todos contra todos. *Thomas Hobbes: Filósofo inglês do século XVII. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 124-125) Ao se dar nova redação a um trecho do texto, a pontuação permanece correta em: a) Ainda que não se considerem, as duas guerras mundiais, o século XX mostrou-se: menos civilizado do que parece. b) Tudo, uma vez imposta a ordem do “salve-se” quem puder deságua na rápida escalada dos furtos. c) O cordato cidadão civilizado, num piscar de olhos como uma besta feroz,é capaz, das piores atrocidades. d) O ser humano, numa interpretação possível é terrível e no fundo, um animal selvagem. e) Retrocederemos ao que Hobbes chamou “estado natural”, caso se venham a suspender, em dado momento, a vigilância e a punição. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277582 Marinha - Alun (CN)/CN/2018 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto para a questão. Correndo risco de vida Em uma de suas histórias geniais, Monteiro Lobato nos apresenta o reformador da natureza, Américo Pisca-Pisca. Questionando o perfeito equilíbrio do mundo natural, Américo Pisca-Pisca apontava um desequilíbrio flagrante no fato de uma enorme árvore, como a jabuticabeira, sustentar frutos tão pequeninos, enquanto a colossal abóbora é sustentada pelo caule fino de uma planta rasteira. Satisfeito com sua grande descoberta, Américo deita-se sob a sombra de uma das jabuticabeiras e adormece. Lá pelas tantas, uma frutinha lhe cai bem na ponta do seu nariz. Aturdido, o reformador se dá conta de sua lógica. Se os reformadores da natureza, como Américo Pisca-Pisca, já caíram no ridículo, os reformadores da língua ainda gozam de muito prestígio. Durante muito tempo era possível usar a expressão "fulano não corre mais risco de vida". Qualquer falante normal decodificava a expressão "risco de vida" como "ter a vida em risco". E tudo ia muito bem, até que um desses reformadores da língua sentenciou, do alto da sua vã inteligência: "'não é risco de vida, é risco de morte". Quer dizer que só ele teve essa brilhante percepção, todos os outros falantes da língua não passavam de obtusos irrecuperáveis. É: o tipo de sujeito que acredita ter inventado a roda. E impressiona a fortuna crítica de tal asneira. Desde então, todos os jornais propalam "o grande Iíder sicrano ainda corre o risco de morte". E me desculpem, mas risco de morte é muito pernóstico. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277582 451) Assim como o reformador da natureza não entende nada da dinâmica do mundo natural, esses gramáticos que pretendem reformar o uso linguístico invocando sua pretensa racionalidade não percebem coisa alguma da lógica de funcionamento da língua. Como bem ensinou Saussure, fundador da linguística moderna, tudo na língua é convenção. A expressão "risco de vida", estava consagrada pelo uso e não se criava problemas na comunicação, porque nenhum falante, ao ouvir tal expressão, pensava que o sujeito corra risco de viver. A relação entre as formas linguísticas e o seu conteúdo é arbitrária e convencionada socialmente. Em Japonês, por exemplo, o objeto precede o verbo. Diz-se "João o bolo comeu" em vez de "João comeu o bolo", como em português. Se o nosso reformador da língua baixasse por lá, tentaria convencer os japoneses de que o verbo preceder o seu objeto é muito mais lógico! Mas os ingênuos poderiam argumentar: o nosso oráculo gramatical não melhorou a língua tornando-a mais lógica? Não, meus caros, ele a empobreceu. Pois, ao lado da expressão mais trivial "correr o risco de cair do cavalo", a língua tem uma expressão mais sofisticada: correr risco de vida. Tal construção dissonante amplia as possibilidades expressivas da língua, criando um veio que pode vir a ser explorado por poetas e demais criadores da língua. "Corrigir" risco de vida por risco de morte é substituir uma expressão mais sutil e sofisticada por sua versão mais imediata, trivial e óbvia. E um recurso expressivo passou a correr risco de vida pela ação nefanda dos fariseus no templo democrático da língua. LUCCHESI, Dante, Correndo risco de vida. A Tarde, 17 set.2006, p.3, Opinião - adaptado. No trecho "Como bem ensinou Saussure, fundador da Iinguística moderna, tudo na Iíngua é convenção" (§3º), o emprego das vírgulas se justifica por a) separar uma oração coordenada assindética. b) isolar uma expressão apositiva. c) separar termos com a mesma função sintática. d) isolar um advérbio deslocado. e) separar uma oração subordinada adjetiva explicativa. www.tecconcursos.com.br/questoes/1473197 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2017 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira (1608-1697), Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?”. Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades, e interpretar as significações, a uns e outros, definiu com o mesmo nome: [...] Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a escrever uma tal sentença em Roma, reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1473197 452) os nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos, ou para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca, e que se não podem ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão, porque lhes pode tocar. [...] Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...]. Não são só ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. (Essencial, 2011.) Verifica-se o emprego de vírgula para indicar a elipse (supressão) do verbo em: a) “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?” (1o parágrafo) b) “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...].” (3o parágrafo) c) “O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.” (1o parágrafo) d) “Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.” (1o parágrafo) e) “Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.” (3o parágrafo) www.tecconcursos.com.br/questoes/851950 IME - CFG (IME)/IME/2017 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) APÓS A LEITURA ATENTA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO. Texto 1 A CONDIÇÃO HUMANA A Vita Activa e a Condição HumanaCom a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação . Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra. O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria vida. (a) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/851950 O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie , e cuja mortalidade não é compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição humana do trabalho é a mundanidade. A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines esse desinere). Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicação . A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento, se os homens não passassem de repetições interminavelmente reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir. As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. O labor e o trabalho, bem como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é produzir e preservar o mundopara o constante influxo de recém chegados que vêm a este mundo na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta Não obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade o novo começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico. A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da existência humana. É por isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complementam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes da existência humana. (b) 1 Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher, refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher foi criada “do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação. Especialmente interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a existir vários de uma só vez” (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie da vida animal, em oposição à singularidade da existência humana. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp. 15-17 (texto adaptado). Texto 2 DAS VANTAGENS DE SER BOBO O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando.". Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia . O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão:ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo, enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" . Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem. (c) (e) 453) Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas . É quase impossível evitar o excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo. LISPECTOR, Clarice. Das vantagens de ser bobo. Disponível em: http://www.revistapazes.com/das-vantagens- de-ser-bobo/. Acesso em 10 de maio de 2017. Originalmente publicado no Jornal do Brasil em 12 de setembro de 1970. Texto 3 EXAUSTO Eu quero uma licença de dormir, perdão pra descansar horas a fio, sem ao menos sonhar a leve palha de um pequeno sonho. Quero o que antes da vida foi o sono profundo das espécies, a graça de um estado. Semente. Muito mais que raízes. PRADO, Adelia. Exausto. Disponível em <http://byluleoa-tecendopalavras.blogspot.com.br/>. Acesso em 31/07/17. Marque a opção em que a regra usada para a colocação das vírgulas é a mesma encontrada no trecho abaixo destacado: (…) cujos crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida . a) (…) labor, trabalho e ação (texto 1). b) O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie (…) (texto 1). c) o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia (texto 2). d) Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas (texto 2). e) "Até tu, Brutus?" (texto 2). www.tecconcursos.com.br/questoes/1009959 CMR - CA (CMR)/CMR/6º Ano do Ensino Fundamental/2017 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO III: Eu sou único (d) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1009959 454) Você tem um nome e um sobrenome que o identificam. Esse nome é registrado em cartório, que é um lugar onde guardam documentos importantes . Ao sermos registrados: no cartório recebemos o nosso primeiro documento, que se chama Registro Civil ou Certidão de Nascimento. Ele contém dados importantes da nossa vida como: nome, sobrenome, local, data e hora em que nascemos, o nome de nossos pais e avós. Em, "Ele contém dados importantes da nossa vida como: nome, sobrenome, local, data e hora em que nascemos, o nome dos nossos pais e avós.", as vírgulas foram utilizadas a) para separar um adjunto adverbial antecipado. b) para separar um adjunto adverbial intercalado. c) para separar o aposto e o vocativo. d) para separar expressões explicativas .. e) para isolar termos dispostos em enumeração. www.tecconcursos.com.br/questoes/1012487 CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2017 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO IX Oração do Pai Nosso na Bíblia (Mateus 6:9-13) Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1012487 455) (Disponível em: https://www.bibliaon.com/oracao_do_pai_nosso/ Acesso: 04OUT2017) Marque o item que dá a CORRETA explicação, conforme a gramática normativa, para o emprego da vírgula na Oração do Pai nosso. Volte ao texto para conferir. a) Pai nosso, que estás nos céus! (Vírgula que demarca uma oposição de ideia) b) Pai nosso, que estás nos céus! (vírgula que estabelece uma restrição de sentido) c) seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. ( Vírgula para separar a ação de suas circunstâncias) d) em tentação, mas livra-nos do mal, (Vírgula que marca uma ideia de conclusão) e) mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino (Vírgula que coordena ideia de conclusão) www.tecconcursos.com.br/questoes/1477560 VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2017 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e Cássio Leite Vieira, para responder à questão. “Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase – que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos, cujo teor constitui um marco histórico da civilização. Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955). Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se ao arcabouço teórico que havia construído como um “castelo alto no ar”. O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito, sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas décadas seguintes. Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana. Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria. Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac Newton (1642- 1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que massas são bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s). Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”, na qual populariza suashttps://www.tecconcursos.com.br/questoes/1477560 456) duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar. Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela década. Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra. Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses em outros campos do conhecimento. (Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.) Emprega-se a vírgula para indicar, às vezes, a elipse do verbo: “Ele sai agora: eu, logo mais.” (Evanildo Bechara. Moderna gramática portuguesa, 2009. Adaptado.) Verifica-se a ocorrência de vírgula para indicar a elipse do verbo no seguinte trecho: a) “Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia [...]” (8º parágrafo) b) “[...] em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.” (8º parágrafo) c) “[...] a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.” (5º parágrafo) d) “[...] Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera.” (9º parágrafo) e) “Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener [...]” (10º parágrafo) www.tecconcursos.com.br/questoes/1168342 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Saúde, sociedade e qualidade de vida. Saúde é um direito humano fundamental, reconhecido por todos os foros mundiais e em todas as sociedades. Como tal, se encontra em pé de igualdade com outros direitos garantidos pela Declaração dos Direitos Humanos, de 1948: liberdade, alimentação, educação, segurança, nacionalidade etc. A saúde é amplamente reconhecida como o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, e como uma importante dimensão da qualidade de vida. Saúde e qualidade de vida são, assim, dois temas corelacionados, aspecto com o qual pesquisadores e cientistas concordam. A saúde contribui para a qualidade de vida, e esta é fundamental para a saúde. A Carta de Ottawa – um dos documentos mais importantes que se produziram no cenário mundial sobre o tema da saúde e da qualidade de vida – afirma que são recursos indispensáveis para se ter saúde: paz, renda, habitação, educação, alimentação adequada, ambiente saudável, recursos sustentáveis, equidade, justiça social. Isto implica o entendimento de que a saúde não é nem uma conquista, nem uma responsabilidade exclusiva do setor saúde. É o resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos, políticos e culturais, coletivos e individuais, que se combinam, daí resultando sociedades mais ou menos saudáveis. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1168342 457) Na maior parte do tempo de suas vidas, a maioria das pessoas é saudável. Isto significa que, na maior parte do tempo, a maioria das pessoas não necessita de hospitais, ou de complexos procedimentos médicos ou terapêuticos. Mas durante toda a vida, todas as pessoas necessitam de água e ar puros, ambiente saudável, alimentação adequada, situações social, econômica e cultural favoráveis, prevenção de problemas de saúde, educação e informação. Isto quer dizer que fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer, como prejudicar a saúde. Para se melhorar realmente as condições de saúde de uma população, são necessárias mudanças profundas dos padrões econômicos no interior destas sociedades e intensificação de políticas sociais, eminentemente políticas públicas. Para que uma sociedade conquiste saúde para seus membros, são necessárias uma verdadeira ação intersetorial e políticas públicas saudáveis, isto é, comprometidas com a qualidade de vida e a saúde da população. Além destes elementos estruturais, que dependem da decisão e da ação dos indivíduos, a saúde também é decorrência de fatores comportamentais. Isto é, as pessoas desenvolvem padrões alimentares, de atividade física, de maior ou menor estresse na vida quotidiana, entre outros, que também têm grande influência sobre a saúde. Se cada pessoa se preocupar em desenvolver um padrão comportamental favorável à sua saúde e lutar para que as condições sociais e econômicas sejam favoráveis à qualidade de vida e à saúde de todos, certamente estará dando uma poderosa contribuição para que tenhamos uma população mais saudável, com vida mais longa e prazerosa. (Paulo M. Buss. Folha de S. Paulo) Observe o seguinte trecho: “todas as pessoas necessitam de água e ar puros, ambiente saudável, alimentação adequada, situações social, econômica e cultural favoráveis, prevenção de problemas de saúde, educação e informação. Isto quer dizer que fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde”. Uma análise dos sinais de pontuação vistos nesse trecho indica que o uso das vírgulas se deve ao fato de que se trata de: a) itens de sentido argumentativo. b) palavras com teor explicativo. c) termos sintaticamente intercalados. d) de um segmento enumerativo. e) de um fragmento conclusivo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277398 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor. OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento). A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de a) comparar elementos opostos. b) relacionar informações gradativas. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277398 458) c) intensificar um problema conceitual. d) introduzir um argumento esclarecedor. e) assinalar uma consequência hipotética. www.tecconcursos.com.br/questoes/2183796 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o Texto 1 com atenção e, com base nele, responda a questão. TEXTO 1 Por que enviamos nossas crianças e jovens à escola? Hoje, não temos uma única resposta para essa questão, mas várias, e muitas delas não têm relação direta com a função original da educação escolar. Enviamos as crianças à escola porque é obrigatório: o Estatuto da Criança e do Adolescente assim o determina. Mas, acima de ser obrigatório, é um direito dos mais novos aprenderem a ler o mundo pelo conhecimento sistematizado, e é na escola que eles terão essa oportunidade. Com o estilo de vida corrido que adotamos, com o caos do trânsito que torna os trajetos muito mais longos e com a pressão do trabalho, muitos pais enviam seus filhos à escola para que eles sejam cuidados em um ambiente que consideram salutar. É por esse motivo que cresceram a oferta da escola em período integral e a programação nas férias dos alunos. Assim, a escola passou a ser tambémum espaço para acolher os mais novos. Com a pressão social sobre os pais para a preparação dos filhos para um futuro promissor, cuja passagem se daria, necessariamente, pelo vestibular, a escola passou a ser preparadora de realizadores de testes de determinados estilos. Há pais que, já na educação infantil, preocupam-se com o vestibular que só ocorrerá dez, 12 anos mais tarde. Dessa maneira, a escola passou a ser instrutora de conteúdos. Com a retirada das crianças do espaço público por medo da violência, muitas vão à escola para encontrar pares. A escola tornou-se, portanto, o ponto de encontro de crianças e adolescentes. Vou ficar apenas nesses motivos que se distanciaram do sentido original da escola para tratar especificamente deste: a escola deve servir, basicamente, para introduzir o aluno no mundo público por meio do conhecimento, ensiná-lo a pensar por si mesmo e de maneira crítica, oferecer condições para que ele possa fazer as melhores escolhas possíveis, e aprender a ser cidadão. A escola é que faz a transição, para os mais novos, do espaço privado familiar para o mundo. Este é, cada vez mais, plural, em todos os sentidos. E as famílias cada vez mais singulares e diferentes entre si nas crenças, nos conceitos e preconceitos, no estilo de vida, na moral, nos valores que priorizam, nas virtudes que prezam etc. Por isso, a escola tem de ter partido. O partido do ensino do conhecimento sem seleção prévia, da justiça, da convivência e respeito com as diferenças, da liberdade – inclusive de pensamento –, da autonomia, do pensamento crítico, da democracia, entre outros. Caro leitor, você já deve ter ouvido a frase "meu filho, minhas regras". Nada mais opressor e prepotente do que esse conceito, porque ele significa restringir a vida dos filhos. Você deve lembrar-se de vários aprendizados que teve com seus pais que, mais tarde, deixou de lado por não dizer respeito a você. Pois é a escola que dará a chance aos filhos de se verem livres, se quiserem, de alguns – ou muitos – ensinamentos que receberam da família. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2183796 459) Por isso, caro leitor, lute para que seu filho encontre na escola a oportunidade de tornar-se um cidadão justo, livre, respeitoso, autônomo e crítico em relação a essa excessiva oferta de informações, notícias, imagens, produtos etc. que temos na atualidade. É a escola sem limitações que possibilitará isso a ele. Disponível no site: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/08/1797863-escola-faz-transicao-do- espacoprivado- para-o-mundo-e-tem-de-ter-partido.shtml. Acesso em: 20 out. 2016. De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, a vírgula foi usada para separar uma oração coordenada sindética explicativa em: a) Assim, a escola passou a ser também um espaço para acolher os mais novos. b) A escola tornou-se, portanto, o ponto de encontro de crianças e adolescentes. c) Nada mais opressor e prepotente do que esse conceito, porque ele significa restringir a vida dos filhos. d) Por isso, caro leitor, lute para que seu filho encontre na escola a oportunidade de tornar-se um cidadão justo [...]. www.tecconcursos.com.br/questoes/1283987 Marinha - Alun (CN)/CN/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos. Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância, nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do "sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e, até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de "burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta. [ ... ] Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de nós mesmos. Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em que ato que está faltando entre nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro. É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1283987 460) diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela mesma - é algo bem diferente. (TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações) Assinale a opção na qual o texto foi pontuado corretamente. a) Segundo pesquisas, brasileiros, leem mais que paraguaios e bolivianos; por outro lado, utilizam bem menos, as bibliotecas públicas. b) Na infância, as crianças aprendem que, a leitura exige concentração, mas traz, como recompensa, bastantes alegrias e conhecimento. c) Não existe, em parte alguma, povo civilizado que despreze a leitura, o conhecimento, as experiências advindas das bibliotecas, e gabinetes de leitura. d) Os leitores adquirem, ao longo dos anos, muitas experiências preciosas; enquanto isso, os não leitores, sem perceber, furtam-se de um universo incontável de saber. e) Sem perceber as pessoas vão deixando para trás, quando abandonam a leitura, um universo completamente precioso; ao mesmo tempo os leitores fiéis acumulam sabedoria e ideias novas. www.tecconcursos.com.br/questoes/2019791 IME - CFG (IME)/IME/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 1 A CRISE AMBIENTAL Benedito Braga Segundo Miller (1985), nosso planeta pode ser comparado a uma astronave que dispõe de um eficiente sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria,deslocando-se a cem mil quilômetros por hora pelo espaço sideral. Há atualmente na astronave ar, água e comida suficientes para manter seus passageiros. Tendo em vista o progressivo aumento do número desses passageiros, em forma exponencial, e a ausência de portos para reabastecimento, podem-se vislumbrar, em médio e longo prazos, problemas sérios para a manutenção de sua população. Pela segunda lei da termodinâmica, o uso da energia implica degradação de sua qualidade. Como consequênciada lei da conservação da massa, os resíduos energéticos, principalmente na forma de calor, somados aos resíduos de matéria, alteram a qualidade do meio ambiente no interior dessa astronave. A tendência natural de qualquer sistema, como um todo, é de aumento de sua entropia (grau de desordem). Assim, os passageiros, utilizando-se da inesgotável energia solar, processam, por meio de sua tecnologia e de seu metabolismo, os recursos naturais finitos, gerando, inexoravelmente, algum tipo de poluição.I O nível de qualidade de vida no planeta dependerá do equilíbrio entre estes três elementos: população, recursos naturais e poluição. Os aspectos mais relevantes de cada vértice do triângulo formado por esses elementos e suas interligações são analisados nos itens subsequentes. 1.1 População A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6,2 bilhões no ano 2002 (...) e, atualmente, a taxa de crescimento se aproxima de 1,13% ao ano. De acordo com a analogia da astronave, isso significa que, nos dias de hoje, ela transporta 6,2 bilhões de passageiros e, a cada ano, outros 74 milhões de passageiros nela embarcam. Esses passageiros estão divididos em 227 nações nos cinco continentes, poucas das quais pertencem aos chamados países desenvolvidos, com 19% da população https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2019791 total. As demais são os chamados países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, com os restantes 81% da população. Novamente, usando a analogia com a astronave, é como se os habitantes dos países desenvolvidos fossem passageiros de primeira classe, enquanto os demais viajam no porão. Em decorrência das altas taxas de crescimento populacional que hoje somente ocorrem nos países menos desenvolvidos, essa situação de desequilíbrio tende a se agravar ainda mais: em 1950, os países desenvolvidos tinham 31,5% da população mundial; em 2002, apenas 19,3%; e, em 2050, terão 13,7% (…). Um casal que tenha cinco filhos, os quais, por sua vez, tenham cinco filhos cada um, representa, a partir de duas pessoas, uma população familiar de 25 pessoas em duas gerações. Esse fenômeno vem ocorrendo mundialmente desde meados do século XIX, com a Revolução Industrial. A partir dessa revolução, a tecnologia proporcionou uma redução da taxa bruta de mortalidade, responsável pelo aumento da taxa de crescimento populacional anual, apesar de a taxa de natalidade estar se reduzindo desde aquela época até os dias atuais. (…) Dentro dessa perspectiva de crescimento, cabe questionar até quando os recursos naturais serão suficientes para sustentar os passageiros da astronave Terra. Existem autores, como Lappe e Collins (1977), que contestam a tese de insuficiência de recursos naturais e responsabilizam a má distribuição da renda e a má orientação da produção agrícola pela fome do mundo hoje. 1.2 Recursos naturais Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam para sua manutenção, sendo, portanto, algo útil. Há uma estreita relação entre recursos naturais e tecnologia, toda vez que ocorrerem processos tecnológicos para utilização de um recurso. Exemplo típico é o magnésio, até pouco tempo não era considerado um recurso natural e passou a sê-lo quando se descobriu como utilizá-lo na confecção de ligas metálicas para aviões. Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, pois algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que, antes da crise do petróleo de 1973, apresentava custos de produção extremamente elevados em relação aos custos de exploração de petróleo. Hoje, no Brasil, apesar da diminuição do Proálcool, o álcool ainda pode ser considerado um importante combustível para automóveis e um recurso natural estratégico de alta significância uma vez que há possibilidade de sua renovação e consequente disponibilidade. Sua utilização efetiva depende de análises políticas e econômicas que poderão ser revistas sempre que necessário. Finalmente, algo se torna recurso natural caso sua exploração, processamento e utilização não causem danos ao meio ambiente. Assim, na definição de recurso natural, encontramos três tópicos relacionados: tecnologia, economia e meio ambiente. 1.3 Poluição Completando o terceiro vértice do triângulo, como resultado da utilização dos recursos naturais pela população surge a poluição que é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera, podendo causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras espécies ou ainda deteriorar materiais. Para fins práticos, em especial do ponto de vista legal de controle da poluição, acrescentamos que o conceito de poluição deve ser associado às alterações indesejáveis provocadas pelas atividades e intervenções humanas no ambiente. Desse modo, uma erupção vulcânica, apesar de poder ser considerada uma fonte poluidora, é um fenômeno natural não provocado pelo homemII e que foge ao seu controle, assim como outros fenômenos naturais, como incêndios florestais, grandes secas ou inundações. Poluentes são resíduos gerados pelas atividades humanas, causando um impacto ambiental negativo, ou seja, uma alteração indesejável. Dessa maneira, a poluição está ligada à concentração,ou quantidade de resíduos presentes no ar, na água ou no solo. Para que se possa exercer o controle da poluição de acordo com a legislação ambiental, definem-se padrões e indicadores de qualidade do ar (concentrações de CO, NOx, SOx, Pb etc.), da água (concentração de O2, fenóis e Hg, pH, temperatura etc.) e do solo (taxa de erosão etc.) que se deseja respeitar em um determinado ambiente. Os efeitos detectados mais recentemente, como o efeito estufa e a redução da camada de ozônio, ainda não são bem conhecidos, mas podem trazer consequências que afetarão o clima e o equilíbrio do planeta como um todo. É importante um esforço conjunto e sem precedentes para que se possa conhecer esses efeitos e controlá-los de modo eficaz. Os efeitos globais têm contribuído bastante para a sensibilização recente da sociedade sobre questões ambientais, merecendo destaque na mídia e na agenda de políticos e grupos ambientalistas em todo o planeta. Isso talvez possa ser explicado pela incerteza que os humanos passaram a experimentar em relação à própria sobrevivência da espécie e pela constatação de sua incapacidade de entender e controlar os processos e as transformações ambientais decorrentes de suas atividades. Até recentemente, acreditava-se que a inteligência e a tecnologia resolveriam qualquer problema e que não havia limites para o desenvolvimento da espécie e para a utilização de matéria e energia na busca de conforto e qualidade de vida. BRAGA, Benedito et alli. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, 2a Ed, pp. 2-6. (Texto adaptado). Texto 2 O HOMEM: AS VIAGENS Carlos Drummond de Andrade O homem, bicho da Terra tão pequeno chateia-se na Terra lugar de muita miséria e pouca diversão, faz um foguete, uma cápsula, um módulo toca para a Lua desce cauteloso na Lua pisa na Lua planta bandeirola na Lua experimenta a Lua coloniza a Lua civiliza a Lua humaniza a Lua Lua humanizada: tão igual à Terra. O homem chateia-se na Lua. Vamos para Marte – ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em Marte pisa em Marte experimenta coloniza civiliza humaniza Marte com engenho e arte. Marte humanizado, que lugar quadrado. Vamos a outra parte? Claro – diz o engenho sofisticado e dócil. Vamos a Vênus. O homem põe o pé em Vênus, vê o visto – é isto? idem idem idem. O homem funde a cuca se não for a Júpiter proclamar justiça junto com injustiça repetir a fossa repetir o inquieto repetitório. Outros planetas restam para outras colônias. O espaço todo vira Terra-a-terra. O homem chega ao Sol ou dá uma volta só para tever? Não-vê que ele inventa roupa insiderável de viver no Sol. Põe o pé e: mas que chato é o Sol, falso touro espanholdomado. Restam outros sistemas fora do solar a colonizar. Ao acabarem todos só resta ao homem (estará equipado?) a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver. ANDRADE, Carlos Drummond. Nova reunião: 19 livros de poesia – 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 448-450. Texto 3 OS LUSÍADAS CANTO PRIMEIRO Luís de Camões As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; 461) E também as memórias gloriosas Daqueles Reis, que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando; E aqueles, que por obras valerosas Se vão da lei da morte libertando; Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. (…) No mar tanta tormenta e tanto dano Tantas vezes a morte apercebida Na terra tanta guerra, tanto engano, Tanta necessidade aborrecida Onde pode acolher-se um fraco humano Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno? CAMÕES, Luís de (1524-1580). Os Lusíadas. São Paulo: Abril Cultural, [1572] 1979, pp. 29- 31 e 61. Observe a pontuação apresentada nos trechos abaixo destacados: I. (…) os passageiros, utilizando-se da inesgotável energia solar, processam, por meio de sua tecnologia e de seu metabolismo, os recursos naturais finitos, gerando, inexoravelmente, algum tipo de poluição. (linhas 12 a 14 do Texto 1) II. (…) uma erupção vulcânica, apesar de poder ser considerada uma fonte poluidora, é um fenômeno natural não provocado pelo homem (…). (linhas 71 e 72 do Texto 1) O uso de vírgulas nos trechos destacadas indicam a) a separação de elementos sintáticos coordenados entre si. b) a separação de elementos que têm a mesma função sintática. c) a supressão proposital de um elemento sintático. d) a intercalação de advérbios e de orações adverbiais. e) a separação de orações coordenadas assindéticas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277505 INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) L.J.C . — 5 tiros? — É. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277505 462) 463) — Brincando de pegador? — É. O PM pensou que… — Hoje? — Cedinho. COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004. Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar a) uma fala hesitante. b) uma informação implícita. c) uma situação incoerente. d) a eliminação de uma ideia. e) a interrupção de uma ação. www.tecconcursos.com.br/questoes/2506708 SUCONS UEMA - Vest (UEMA)/UEMA/Educação a Distância (EAD)/2016 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Leia o texto III para responder à questão. Texto III A Terra vista de Marte é minúscula. Nós, humanos, no espectro do universo, menores ainda. Há menos de um ano, a Nasa detectou a existência de água em Marte. E se existe água, existe sentido para a vida. Na grandeza cósmica, somos pequenos, insignificantes. Somos pequenos, sim, mas também somos grandes. Se nos olharmos com outras lentes, veremos que significamos muito. Na Terra, cada vida tem a importância de um universo. O microcosmo do planeta já é grande o bastante. Tanta complexidade às vezes nos confunde. Este início de milênio é daqueles momentos em que a crença na humanidade é questionada. Diante da violência, quase sempre gratuita, da intolerância, do desrespeito à natureza, é inevitável perguntar: qual é o sentido disso tudo? Qual é o sentido da vida? Revista Planeta, ago 2016, Edição 523, Editora Planeta. Os sinais de pontuação podem servir como recursos argumentativos. Em relação aos sinais de pontuação, pode-se afirmar que a) as vírgulas, indicam um absurdo depreciativo. b) os dois pontos, na penúltima linha, cortam, estilisticamente, a lógica da frase. c) os pontos de interrogação, nas duas últimas linhas, sinalizam uma provocação reflexiva. d) o ponto final em "Tanta complexidade às vezes nos confunde." expressa ironia da autora. e) a vírgula em "E se existe água, existe sentido para a vida" reforça o sentido categórico dessa oração. www.tecconcursos.com.br/questoes/1281857 Marinha - Alun (CN)/CN/2015 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) Texto 01 Quando se pergunta à população brasileira, em uma pesquisa de opinião, qual seria o problema fundamental dos Brasil, a maioria indica a precariedade da educação. Os entrevistados costumam apontar que o sistema educacional brasileiro não é capaz de preparar os jovens para a compreensão de https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2506708 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1281857 textos simples, elaboração de cálculos aritméticos de operações básicas, conhecimento elementar de física e química, e outros fornecidos pelas escolas fundamentais. [...] Certa vez, participava de uma reunião de pais e professores em uma escola privada brasileira de destaque e notei que muitos pais expressavam o desejo de ter bons professores, salas de aula com poucos alunos, mas não se sentiam responsáveis para participarem ativamente das atividades educacionais, inclusive custeando os seus serviços. Se os pais não conseguiam entender que esta aritmética não fecha e que a sua aspiração estaria no campo do milagre, parece difícil que consigam transmitir aos seus filhos o mínimo de educação. Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado dos exemplos dados pelos pais. Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver os outros problemas de uma sociedade como a brasileira parece lógico. No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende somente das autoridades. Ela começa com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar essa responsabilidade. Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a sociedade como um todo esteja convencida de que todos precisam contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que partilhem desta convicção e não estejam pensando somente nos seus benefícios pessoais. Sobre a educação formal, aquela que pode ser conseguida nos muitos cursos que estão se tornando disponíveis no Brasil, nota-se que muitos estão se convencendo de que eles ajudam na sua ascensão social, mesmo sendo precários. O número daqueles que trabalham para obter o seu sustento e ajudar a sua família, e ao mesmo tempo se dispõe a fazer um sacrifício adicional frequentando cursos até noturnos, parece estar aumentando. A demanda por cursos técnicos que elevam suas habilidades para o bom exercício da profissão está em alta. É tratada como prioridade tanto no governo como em instituições representativas das empresas. O mercado observa a carência de pessoa qualificado para elevar a eficiência do trabalho. Muitos reconhecem que o Brasil é um dos países emergentes que estão melhorando, a duras penas, a sua distribuição de renda. Mas, para que este processo de melhoria do bem-estar da população seja sustentável, há que se conseguir um aumento da produtividade do trabalho, que permita, também, o aumento da parcela da renda destinada à poupança, que vai sustentar os investimentos indispensáveis. A população que deseja melhoresserviços das autoridades precisa ter a consciência de que uma boa educação, não necessariamente formal, é fundamental para atender melhor as suas aspirações. (YOKOTA, Paulo. Os problemas a educação no Brasil. Em http://www.cartacapital.com.br/educacao/os-problemas- da-educacao-no-brasil-657.html-Com adaptações) Em qual opção a pontuação do período está plenamente adequada? a) Ano passado durante uma reunião, pais, que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar algumas mudanças precisaram ser implementadas. b) Ano passado, durante uma reunião, pais que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino oferecido pela escola protestaram veementemente e, embora a direção procurasse contemporizar, algumas mudanças precisaram ser implementadas. c) Ano passado, durante uma reunião, pais, que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino oferecido, pela escola, protestaram veementemente e, embora a direção procurasse contemporizar, algumas mudanças precisaram ser implementadas. 464) d) Ano passado, durante uma reunião pais que se sentiam insatisfeitos com a qualidade do ensino oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar, algumas mudanças precisaram ser implementadas. e) Ano passado, durante uma reunião, pais que se sentiam insatisfeitos, com a qualidade do ensino oferecido pela escola, protestaram veementemente e embora a direção procurasse contemporizar, algumas mudanças precisaram ser implementadas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1534135 FUNTEF - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Superior/2015 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) TEXTO DE REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO. Contra adensamento, cidades escolherão entre condomínios e espaços públicos As projeções das Nações Unidas sobre os rumos da população mundial em 2050 não deixam dúvidas: os humanos serão ainda mais numerosos e, em sua maioria, viverão em cidades superpopulosas sob ameaça de escassez de recursos naturais. Para responder às demandas das próximas décadas, na opinião do urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor da FGV, a população e o poder público irão articular-se em torno de duas tendências opostas, já em curso: o isolamento e a busca por convívio. A primeira, do autoconfinamento e da vida intramuros, expressa-se na proliferação de condomínios fechados, nas torres de escritórios e na hegemonia do carro. Esse modelo, inspirado em cidades norte-americanas, começou a se disseminar no Brasil na década de 1970 e ganhou força nos últimos anos. “Ele reflete a segregação dos espaços baseada na vida ‘entre iguais’ e requer controle do acesso e sistemas de vigilância”, diz ele. A segunda tendência é a da valorização da convivência da diversidade. São reflexos dessa vertente a apropriação de espaços públicos para eventos, o uso de bicicletas, a proliferação dos coletivos culturais e as ecovilas urbanas. Segundo Nakano, os dois movimentos devem continuar existindo nas próximas décadas. “Mas arrisco-me a dizer que a tendência de ocupação dos espaços públicos deve se fortalecer por vontade das pessoas, que não querem mais viver confinadas em espaços privatizados.” Fora do Brasil, esse movimento vem sendo chamado de “new urbanism” (novo urbanismo). Ele influencia a criação de zonas mistas, onde comércio e residências se misturam, as calçadas são amplas e há locais de uso coletivo, favorecendo a convivência entre os moradores. O caminho para um espaço urbano que facilite a interação, no entanto, não será rápido, na visão de Rosa Alegria, especialista em prospectiva estratégica (área que estuda tendências do futuro). Na visão dela, a transição para um modelo mais colaborativo de cidades só será possível depois que o atual padrão competitivo e centrado no indivíduo entrar em colapso. “Esse modelo é a base do sistema econômico em que vivemos hoje e está refletido na organização das grandes cidades”, afirma (...). ANDREA VIALLI (Disponível em http:// www1.folha.uol.com.br/ilustrada. Acesso em 20.10.2015) Em relação ao texto, considere as afirmativas a seguir. I) No segundo parágrafo, os dois pontos (:) foram empregados para introduzir um esclarecimento a expressão duas tendências opostas. II) No segundo parágrafo, as aspas foram empregadas para indicar uma citação textual da fala do urbanista Anderson Kazuo Nakano. III) No terceiro parágrafo, a conjunção no entanto introduz uma ideia de concessão à oração https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1534135 465) anterior . Está(ão) correta(s): a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) I e II. www.tecconcursos.com.br/questoes/2105762 IME - CFG (IME)/IME/2015 Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) LEIA OS TEXTOS A SEGUIR E UTILIZE-OS PARA SOLUÇÃO DA QUESTÃO. Texto 1 A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS Carlos Corrêa Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros. A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas. Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados? Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose. Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas? https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2105762 A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas“substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo. O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais. Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação. Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos. Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas. CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php? oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado) Texto 2 CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA Ênio Rodrigo Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda. Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como a nossa", acrescenta. Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso à informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa a perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza. Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados". Cavallini considera que há três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania. O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou a apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz. Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php? pid=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015. Texto 3 SOLUÇÃO João Paiva Eu quero uma solução homogênea, preparada, coisa certa, controlada para ter tudo na mão. Solução para questão que não ouso resolver. Diluída num balão elixir pra me entreter. Faço centrifugação parater ar uniforme uso varinha conforme, seja mágica ou não. Busco uma solução tudo lindo, direitinho eu quero ter tudo certinho ter o mundo nesta mão. Procuro mistura, então aqueço tudo em cadinho. E vejo não ter solução mas apenas um caminho... PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em: <http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase- poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf> Acesso em: 22/04/2015. TEXTO 4 PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Augusto dos Anjos Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. Marque a opção em que o uso de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos. a) “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias" (…) (texto 1, 6º parágrafo) b) "Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos Livros, 2007), afirma" (…) (texto 2, 3º parágrafo) c) "Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita." (texto 1, 5º parágrafo) d) "Eu, filho do carbono e do amoníaco," (...) (texto 4, verso 1) e) "Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga" (...) (texto 2, 2º parágrafo) 466) www.tecconcursos.com.br/questoes/2228535 Marinha - Alun (CN)/CN/2022 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Texto Atalhos Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol. Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade. Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada. Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela. O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro. A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera. Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho. MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado) Em"[ ... ] demoramos para perdoar um amigo," (1º§), há um desvio da modalidade padrão da língua quanto à regência verbal. Em que opção isso também ocorre? a) Enquanto alguns esperam não perder tempo na vida, outros, mais afoitos, necessitam de um pouco mais de calma. b) Preferimos milhões de vezes desacelerar o ritmo da nossa vida do que perder tempo com rotinas estressantes. c) Na vida acelerada de hoje, a paciência ajuda a quem quer um pouco mais de energia e resistência mental. d) Na música, o eu lírico previne o leitor de que é necessário aproveitar cada momento da sua existência. e) Na atual situação em que vivemos, com o tempo conduzindo a vida, não tem como não desagradar à nossa família. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2228535 467) www.tecconcursos.com.br/questoes/1867886 Marinha - Alun (CN)/CN/2021 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Texto 2 Epitáfio Titãs ( BRITO,Sérgio - adaptado) Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado As pessoas como elas são Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor Queria ter aceitado A vida como ela é A cada um cabe alegrias E a tristeza que vier [ ... ] Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Assinale a opção na qual a regência do verbo NÃO foi utilizada de acordo com a modalidade padrão. a) Eu, com certeza, queria ter errado mais e ter assistido mais ao sol nascer. b) Eu preferia ter me arriscado mais do que ter essa dor profunda no coração. c) Eu deveria ter desobedecido mais às regras e ter descomplicado mais a minha vida. d) O acaso vai me perdoar e eu vou me esquecer de todas as minhas tristezas. e) O acaso ensinará as crianças a se importarem menos com os pequenos problemas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1974588 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2020 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1867886 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1974588 468) 469) 470) “É claro que o sintoma mais visível e gritante desse boicote consciente ao português brasileiro é a putrefacta colocação pronominal. A próclise, isto é, o pronome antes do verbo, é veementemente combatida, ainda que ela seja a única regra natural de colocação dos pronomes oblíquos na nossa língua. O combate é tão furibundo que até mesmo onde a tradição gramatical exige a próclise ela é ignorada, e os livros saem com coisas como ‘não conheço-te’, ‘já formei-me’, ‘porque viram-nos’. Isso para não mencionar a jurássica mesóclise, que alguns necrófilos ainda acham que é uma opção de colocação pronominal, desprezando o fato de que se trata de um fenômeno gramatical morto e enterrado na língua dos brasileiros há séculos.” (BAGNO, Marcos. Caros Amigos, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 39-42, fev. 2009. Adaptado.) De acordo com o fenômeno da transitividade entre as palavras regentes e os termos regidos, pode-se afirmar que os termos destacados possuem a mesma classificação, EXCETO: a) “Testando os ratos...” b) “... criou um alto nível de atividade rítmica...” c) “... estavam familiarizados uns com os outros...” d) “Emoção e memória coordenadas influenciam encontro social” www.tecconcursos.com.br/questoes/1572627 Marinha - Alun (CN)/CN/2020 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Assinale a opção na qual a regência do verbo em destaque está de acordo com a modalidade padrão. a) Os criadores das fake news, em todo o mundo, não obedecem nenhuma regraque prime pela ética e pelo respeito aos cidadãos. b) Notícias, sejam elas de que natureza forem, tornamse importantes e necessárias apenas quando servem o bem comum. c) Todos aspiramos a um mundo no qual a verdade, a transparência e o respeito estejam a serviço da humanidade. d) Pessoas que não pesquisam a origem das notícias pagam a altos preços quando acreditam e divulgam fake news. e) Não esqueça de conferir se as notícias que serão postadas em suas mídias contemplarão a informação relevante e digna. www.tecconcursos.com.br/questoes/1124382 Instituto Consulplan - Vest (FMO)/FMO/Medicina/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Reflexões sobre o filme “Extraordinário” Após assistir ao filme Extraordinário ouvi alguns comentários de amigos que me chamaram a atenção. Me disseram que ficaram com medo, que sentiam pena, ou que a imagem do menino no cartaz do filme era muito impressionante. Todas essas observações vieram de adultos que se sentiam impactados pela imagem, que vivenciavam um estranhamento e permaneciam nele. Senti então uma vontade de escrever e refletir aqui sobre as questões às quais o filme nos convoca. Auggie Pullman é um garoto de 10 anos que carrega no rosto as marcas de sua história. Desde que nasceu sua família se dedica aos seus cuidados, buscando suprir suas necessidades afetivas, de saúde e escolares, mas também, protege-o dos olhares de estranhamento dos outros. Chega então a hora dele encarar a vida fora do universo protegido da sua família e de suas fantasias, e ir para a escola se relacionar com as crianças, professores e todo o universo escolar. É momento de ele https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572627 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1124382 471) estar entre seus pares, de aprender a lidar com o olhar, as perguntas e a curiosidade dos outros. De estar mais perto, mesmo que a distância pareça intransponível. Não dá para não se emocionar com o olhar aflito daquela mãe ao entregá-lo ao mundo. Todos naquela família precisam dar um grande passo no escuro, apostando que são capazes de sustentar as dificuldades, incertezas e o real limite: ele será quase sempre olhado primeiro pela sua diferença. É um filme que encanta e emociona, que fala das relações e dos encontros. Encontro com o outro e com nós mesmos, encontro com as diferenças, tão humanas. Um filme que escancara a diferença, a diferença que existe entre todos nós e que tanto nos assusta e também nos fascina. Um filme que toca na ferida narcísica de todos os pais, do medo de gerar um filho que não seja perfeito, à sua imagem e semelhança, que necessite de cuidados especiais e, principalmente, que sofra bullying e tenha dificuldade para ser aceito. Um filme que dialoga com as crianças, as que possuem amigos e as que não possuem, e as que vivenciam alguma dificuldade, pois, em algum grau, todo mundo já sentiu o que aquele menino e sua família sentem no filme, medo de estarem “aprisionados” em uma condição física, social ou emocional. O melhor do filme, na minha opinião, é a oportunidade que ele nos traz de olharmos através da perspectiva de vários dos personagens. Ali são contadas algumas histórias, todas carregam dores, aprendizados e superações. O filme é um grande exercício de empatia; ele desperta a capacidade de sentirmos o que o outro vivencia, fazendo mover as sensações para além do estranhamento e do medo. Abre espaço para que possam surgir identificações com os outros, ou simplesmente um encontro humano. (Reflexões sobre o filme “Extraordinário”. Talita Pryngler, psicanalista. Estadão, 20/12/2017. Disponível em: https://bora.ai/blog/reflexoes-sobre-ofilme- extraordinario. Adaptado.) A regência vista em “Após assistir ao filme Extraordinário” demonstra a correta relação do verbo com seu complemento de acordo com a norma padrão da língua; tal correção só NÃO pode ser reconhecida em: a) É necessário responder a todas as questões que foram propostas. b) À regulamentação não obedece desde que assumiu o cargo de chefia. c) O discurso não foi tão interessante a ponto de agradar o público ali presente. d) Certo é que toda ação implica uma reação que pode apresentar resultados distintos. www.tecconcursos.com.br/questoes/1268104 Marinha - Alun (CN)/CN/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Assinale a opção que NÃO apresenta um desvio da modalidade padrão quanto à regência verbal. a) Leandro, sempre agradeça aos amigos a cessão da senha do Wi-fi. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1268104 472) 473) b) Os adolescentes aspiram o uso da internet o dia todo, em todo lugar. c) Não perdoaremos as funcionárias que utilizarem o Wi-fi na reunião. d) Muitas pessoas desfrutam do Wi-fi alheio sem a menor cerimônia. e) Todos vocês lembram sempre da senha do Wi-fi da minha casa? www.tecconcursos.com.br/questoes/2157020 IBGP - Vest (UNIPAC)/UNIPAC/Medicina/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Em relação à regência, constata-se que a crase foi empregada para introduzir um complemento nominal em: a) Afirmar o contrário é, mais uma vez, ceder à superstição. b) [...] pelo menos três órgãos governamentais sérios chegaram, cada um deles, à mesma conclusão[...]. c) [...] um mecanismo psicológico que faz com que o corpo reaja melhor à doença [...]. d) [...] um mecanismo psicológico que faz com que a pessoa se sinta melhor [...] apenas graças à ilusão de tratamento. www.tecconcursos.com.br/questoes/1269999 FUNDATEC - Vest (ESE)/ESE/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Instrução: A questão pode referir-se ao texto abaixo; consulte-o, quando necessário. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões. Empreendedores e suas bolinhas de gude Por Romero Rodrigues Outro dia me perguntaram se as startups iriam matar as grandes corporações, os incumbentes. Não sou grande fã de profecias radicais e apocalípticas. A provocação ia ainda mais longe: será que as corporações, ao se tornarem cada vez mais ágeis, vão competir de igual para igual com as startups? O que vai, de fato, acontecer? Como será o futuro? Quem morre e quem predomina? Quando olho para trás e faço uma retrospectiva, racionalizando sobre o que aconteceu até hoje, fica claro para mim que a dinâmica não vai mudar. A grande vantagem competitiva da startup em relação grande corporação é como numa referência à Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin: a sua adaptabilidade. A corporação é mais forte (do ponto de vista econômico) e mais inteligente (quando consideramos todo o seu capital humano); portanto, a startup deve se adaptar mais rápido. Não importa quão rápida e grande a corporação se torne, sempre existirá espaço para a inovação se manifestar no ecossistema de startups. Como não nego meu passado de engenheiro, vou me permitir fazer uma analogia para descrever essa dinâmica entre startups e corporações: visualize uma sala quadrada e com pé direito alto. Imagine quatro esferas grandes ocupam toda sala, sendo que cada uma delas encosta na outra e todas encostam no chão, no teto e nas paredes, ocupando todo espaço. Repare que as esferas se encostam umas nas outras, num único ponto. É também num único ponto que as esferas tocam as paredes, o teto e o chão. Digamos que essa sala seja um grande mercado, um mercado qualquer que você queira escolher, o https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2157020 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1269999 474) mercado financeiro ou de comércio eletrônico, por exemplo. As esferas são as grandes empresas desse mercado, as corporações, os incumbentes, os big players. Você diria que nesse mercado existe espaço para crescer? Sob o olhar dos céticos, com certeza não. Os céticos têm seus olhos exatamente na metade da altura da sala. A única coisa que eles enxergam é uma esfera tocando a outra e não há um vão sequer entre elas. O mercado está quase todo tomado. Já os empreendedores estãodeitados no chão da sala, brincando com suas bolinhas de gude. Da perspectiva deles, é possível visualizar as quatro esferas, só tocam o chão em quatro pequeninos pontos. Para eles, o mercado é completamente inexplorado, virgem, um oceano azul. As empresas que estão montando são, por enquanto, pequenas bolas de gude, soltas no chão dessa sala. Elas têm muito espaço para rolar, experimentar e descobrir. A corporação, já grande e disputando market share com outras corporações, dispõe de muito menos liberdade. Além de mais liberdade para experimentar, a startup também tem muita oportunidade gerada pela sombra das quatro grandes esferas que estão lá no alto. A startup ainda vai ter muito espaço para crescer antes de começar a incomodar as esferas que estão acima dela. Num determinado momento, já grande o suficiente, a esfera da startup finalmente toca a esfera da corporação. A startup começa, então, a empurrar as demais esferas. Nesse momento, há alguns caminhos alternativos: a sala (mercado) cresce para acomodar o crescimento da nova esfera; alguma das outras esferas diminui de tamanho, perdendo espaço, ou uma das esferas grandes adquire a esfera que a está incomodando. A verdade é que não importa quão grande seja o mercado ou quão grande sejam as grandes empresas. As startups sempre estarão mais próximas do problema, em contato mais próximo com o cliente e com maior velocidade para se adaptar. A startup é desenhada para continuar experimentando, para ter uma estrutura organizacional rasa, para testar hipóteses de forma despretensiosa e repetitiva. (Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br – 25/09/19 – texto adaptado) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas. a) à – as quais – as quais b) a – as quais – nas quais c) à – os quais – das quais d) a – os quais – as quais e) à – as quais – nas quais www.tecconcursos.com.br/questoes/1125350 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Principais ameaças à saúde em 2019 Rio – Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista com as principais ameaças à saúde para 2019. Como esperado, a lista fala de doenças perigosas como Ebola, Influenza e Dengue, mas também de temas que, embora não estritamente médicos, têm relação direta com a saúde de populações inteiras, como a qualidade dos sistemas de saúde e contextos de extrema vulnerabilidade. Outro item que chamou atenção foi o movimento antivacinas, um dos fatores por trás do ressurgimento de doenças como sarampo em países onde já estava controlado. A relutância a vacinar normalmente ocorre em países onde há acesso a vacinas. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e é um desafio diário levá-las até as pessoas. Nesses contextos nossas equipes observam tanto o efeito https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125350 devastador de doenças que podem ser prevenidas como a grande esperança e alegria em torno de uma campanha de vacinação. Vacinas são uma importante ferramenta em crises humanitárias, como a crise migratória do Mediterrâneo, que pode ser encarada como o que a OMS chama de “contexto vulnerável”. Nessa crise, tal como em outros contextos, a pneumonia é a principal causa de morte entre as crianças. Desde 2016, MSF busca ampliar a vacinação contra a pneumonia na Grécia, mas um dos obstáculos foi o preço da vacina, de U$ 210 por criança. Foi preciso uma campanha internacional para convencer os fabricantes a reduzirem o preço para organizações como MSF, que atuam em crises humanitárias. No final de 2018 avançou uma negociação para que MSF adquira a vacina na Grécia por U$ 9 por criança, o que vai permitir a vacinação de mais de 2 mil crianças nos próximos meses. Superar a barreira dos preços é um esforço árduo, mas necessário. A cobertura da vacina de pneumonia ainda é inaceitavelmente baixa no mundo e muitos países já afirmaram que o preço é um dos motivos. Caso a vacinação chegasse para todos, haveria uma significativa redução no uso de antibióticos para tratar a pneumonia. Essa seria uma grande contribuição para enfrentar outra ameaça apontada pela OMS: a resistência a antibióticos, que surge em parte devido ao uso inadequado. Mas para fazer com que as vacinas cheguem aonde precisam, não basta uma mudança na forma como os preços são definidos, é preciso também mudar o fato de que os investimentos em pesquisa se concentram em doenças que afetam países ricos. Em 2014 e 2015, por exemplo, o mundo assistiu em choque a uma devastadora epidemia de Ebola na África Ocidental. MSF estava na linha de frente do combate à doença, mas nossas equipes se viram de mãos vazias, pois não haviam vacinas e tratamentos a serem usados. Vacinas promissoras estavam em fase de pesquisa, mas a falta de interesse fez com que não fosse possível desenvolvê-las a tempo para enfrentar a epidemia. Sem contar que é bastante frequente vacinas serem desenvolvidas sem levar em conta as condições climáticas e infraestruturais dos países em desenvolvimento. A maioria das vacinas por exemplo não pode ser exposta ao calor, o que gera dificuldades enormes para organizações como MSF que realizam vacinação em áreas remotas e sem eletricidade. As vacinas serão importantes para lidar com vários desafios apontados pela OMS, mas elas precisam ser desenvolvidas e distribuídas com foco em quem mais precisa. Muitos países apresentam recuo da cobertura vacinal, inclusive o Brasil, e as ameaças comportamentais, econômicas e políticas por trás desses dados precisam ser igualmente enfrentadas, lembrando sempre que nenhuma ameaça é insuperável se formos capazes de superar a indiferença com o sofrimento do outro. (Felipe Carvalho, coordenador no Brasil da Campanha de Acesso de Médicos Sem Fronteiras. Disponível em: https://odia.ig.com.br/opiniao/2019/01/5616700-felipe-carvalho-- principais-ameacas-a-saude-em-2019.html#foto=1.) A expressão utilizada no texto “combate à doença” está estruturada de acordo com as regras de regência estabelecidas pela norma culta da língua. Observe as imagens a seguir e indique a proposição correta. (Disponível em: http://www.pmbg.es.gov.br/v1/?page=lernoticia ¬icia=2199#.XLRcX-hKi70.) 475) (Disponível em: bado-e-o-dia-d-dehttps:// portalrolandia.com.br/noticias/sa combate-a-dengue.) (Disponível em: https://cregional.com.br/geral/bahia/regiaometropolitana/ candeias/mutirao-contra-a-dengue-em-candeiascomeca- nesta-segunda.) a) A mudança de classe de palavras a que pertence o termo regente não influencia a regência que deverá ser aplicada. b) É possível reconhecer que em um dos textos apresentados a norma referente à regência não foi aplicada corretamente. c) Nos três textos apresentados há incorreções quanto à regência que não provocam prejuízo quanto à transmissão da mensagem. d) Tendo em vista que se trata de construções linguísticas diversas, a regência verbal foi empregada adequadamente em cada um dos textos apresentados. www.tecconcursos.com.br/questoes/1125344 Instituto Consulplan - Vest (UNIFAGOC)/UNIFAGOC/Medicina/2019 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Principais ameaças à saúde em 2019 Rio – Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista com as principais ameaças à saúde para 2019. Como esperado, a lista fala de doenças perigosas como Ebola, Influenza e Dengue, mas também de temas que, embora não estritamente médicos, têm relação direta com a saúde de populações inteiras, como a qualidade dos sistemas de saúde e contextos de extrema vulnerabilidade. Outro item que chamou atenção foi o movimento antivacinas, um dos fatores por trás do ressurgimento de doenças como sarampo em países onde já estava controlado. A relutância a vacinar normalmente ocorre em países onde há acesso a vacinas. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e éum desafio diário levá-las até as pessoas. Nesses contextos nossas equipes observam tanto o efeito devastador de doenças que podem ser prevenidas como a grande esperança e alegria em torno de uma campanha de vacinação. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1125344 476) Vacinas são uma importante ferramenta em crises humanitárias, como a crise migratória do Mediterrâneo, que pode ser encarada como o que a OMS chama de “contexto vulnerável”. Nessa crise, tal como em outros contextos, a pneumonia é a principal causa de morte entre as crianças. Desde 2016, MSF busca ampliar a vacinação contra a pneumonia na Grécia, mas um dos obstáculos foi o preço da vacina, de U$ 210 por criança. Foi preciso uma campanha internacional para convencer os fabricantes a reduzirem o preço para organizações como MSF, que atuam em crises humanitárias. No final de 2018 avançou uma negociação para que MSF adquira a vacina na Grécia por U$ 9 por criança, o que vai permitir a vacinação de mais de 2 mil crianças nos próximos meses. Superar a barreira dos preços é um esforço árduo, mas necessário. A cobertura da vacina de pneumonia ainda é inaceitavelmente baixa no mundo e muitos países já afirmaram que o preço é um dos motivos. Caso a vacinação chegasse para todos, haveria uma significativa redução no uso de antibióticos para tratar a pneumonia. Essa seria uma grande contribuição para enfrentar outra ameaça apontada pela OMS: a resistência a antibióticos, que surge em parte devido ao uso inadequado. Mas para fazer com que as vacinas cheguem aonde precisam, não basta uma mudança na forma como os preços são definidos, é preciso também mudar o fato de que os investimentos em pesquisa se concentram em doenças que afetam países ricos. Em 2014 e 2015, por exemplo, o mundo assistiu em choque a uma devastadora epidemia de Ebola na África Ocidental. MSF estava na linha de frente do combate à doença, mas nossas equipes se viram de mãos vazias, pois não haviam vacinas e tratamentos a serem usados. Vacinas promissoras estavam em fase de pesquisa, mas a falta de interesse fez com que não fosse possível desenvolvê-las a tempo para enfrentar a epidemia. Sem contar que é bastante frequente vacinas serem desenvolvidas sem levar em conta as condições climáticas e infraestruturais dos países em desenvolvimento. A maioria das vacinas por exemplo não pode ser exposta ao calor, o que gera dificuldades enormes para organizações como MSF que realizam vacinação em áreas remotas e sem eletricidade. As vacinas serão importantes para lidar com vários desafios apontados pela OMS, mas elas precisam ser desenvolvidas e distribuídas com foco em quem mais precisa. Muitos países apresentam recuo da cobertura vacinal, inclusive o Brasil, e as ameaças comportamentais, econômicas e políticas por trás desses dados precisam ser igualmente enfrentadas, lembrando sempre que nenhuma ameaça é insuperável se formos capazes de superar a indiferença com o sofrimento do outro. (Felipe Carvalho, coordenador no Brasil da Campanha de Acesso de Médicos Sem Fronteiras. Disponível em: https://odia.ig.com.br/opiniao/2019/01/5616700-felipe-carvalho-- principais-ameacas-a-saude-em-2019.html#foto=1.) “A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no outro extremo, em locais onde faltam vacinas e é um desafio diário levá-las até as pessoas.” (3º§) Indique, a seguir, o trecho em que a forma verbal destacada possui a mesma classificação, verbo intransitivo, vista em “faltam”. a) Alfredo casou ontem, como havia anunciado dias atrás. b) Aos mais desfavorecidos a ajuda chegará como prioridade. c) Explicou que poderia realizar tal trabalho com a ajuda de todos. d) Precisamos de grandes investimentos em saúde e educação. www.tecconcursos.com.br/questoes/988358 FCC - Vest (IBMEC)/IBMEC/Administração/2018 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) [Vanguarda artística, ontem e hoje] https://www.tecconcursos.com.br/questoes/988358 477) 478) As escolas de vanguarda artística depois dos anos 1960 não se empenhavam mais em revolucionar a arte, mas em decretar sua falência. Vem daí o curioso retorno à arte conceitual e ao dadaísmo*. Nas versões originais de 1914 e depois, não eram formas de revolucionar a arte e sim de aboli-la, ou ao menos decretar sua irrelevância, por exemplo, pintando um bigode na Mona Lisa e tratando uma roda de bicicleta como “obra de arte”, como fez Marcel Duchamp. Quando o público não entendeu, ele expôs seu urinol com uma inventada assinatura de artista. Duchamp teve a sorte de fazer isso em Nova York, onde se tornou um grande artista, e não em Paris, onde não passava de um brilhante piadista intelectual entre muitos. Dadá era sério mesmo em suas piadas mais desesperadas: não tinha nada de calmo, irônico e indiferente. Queria destruir a arte junto com a burguesia, como parte do mundo que havia produzido a Grande Guerra. Dadá não aceitava o mundo. Quando o pintor dadaísta alemão George Grosz se mudou para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, perdeu sua força como artista. *Dadaísmo ou Dadá: movimento artístico de cunho niilista, nascido durante a Primeira Guerra Mundial e que durou de 1916 a 1922. (Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. de Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 291-292) Na frase George Grosz se mudou para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, a sintaxe de regência permanecerá correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por a) radicou-se nos − pelo qual não tinha repulsa b) transferiu-se aos − de cujo não desgostava c) deslocou-se junto aos − do qual não detestava d) se fixou aos − a cujo não recusava e) instalou-se pelos − de que não alimentava censura www.tecconcursos.com.br/questoes/1277345 Marinha - Alun (CN)/CN/2017 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Em que opção todas as preposições em destaque estão de acordo com a regência do nome? a) Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar à Rua Martinez, local próximo ao quartel. b) Em nosso pais, temos ojeriza por guerra, mas temos capacidade para lutar sem medo. c) Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos para conhecer Angra dos Reis. d) Desejoso pela aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina. e) É preferível não se alimentar do que alimentar-se com produtos nocivos ao organismo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1284000 Marinha - Alun (CN)/CN/2016 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos. Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância, nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277345 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1284000 479) potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do "sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e, até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de "burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorânciaque nos permite saber se opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta. [ ... ] Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de nós mesmos. Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em que ato que está faltando entre nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro. É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela mesma - é algo bem diferente. (TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações) Em qual opção a regência do termo em destaque apresenta um desvio da modalidade padrão da língua? a) Apesar de ter posição contrária sobre as causas da diminuição da leitura, o conferencionista foi bastante afável com o estudante. b) O articulista mostrou que é próprio das pessoas associarem leitura a pensamento. c) O estudante argumentou que não estava apto a ler aquele livro, cuja linguagem era bastante rebuscada. d) Ele estava propenso de substituir o livro pela internet, mas foi convencido pelo professor a perseverar. e) Muitos indivíduos são imunes ao prazer despertado por um bom livro e preferem outros meios tecnológicos de comunicação. www.tecconcursos.com.br/questoes/1028100 CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2016 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) TEXTO V: EDITORIAL » O poder das mulheres do maracatu (Texto brevemente alterado - Publicação: 05/11/2016 3:00) Primeiro elas se libertaram do papel de cozinheiras. Depois, ganharam as ruas com roupas coloridas e um som alegre. Desafiaram o machismo instaurado historicamente na brincadeira de maracatu rural. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1028100 Hoje, estão mais empoderadas que ontem. Prontas, portanto, para receberem a homenagem merecida. Doze anos depois de lançado, o Maracatu Feminino de Baque Solto Coração Nazareno, o único do Brasil formado apenas por mulheres, será agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC), considerada a condecoração mais importante da cultura brasileira e ofertada pelo Ministério da Cultura (MinC). O evento acontece no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda-feira. Eliane Rodrigues, idealizadora e coordenadora do maracatu, embarca sozinha para representar 72 mulheres, a maioria de Nazaré da Mata, conhecida como a Capital do Maracatu. O grupo é diverso (...). Até os anos de 1990, somente os homens podiam brincar no maracatu, explica Eliane Rodrigues. Às mulheres, cabia apenas o papel de cozinhar para eles. Tabu quebrado, as participantes passaram de coadjuvantes a protagonistas. No carnaval, reinam de igual para igual com os maracatus formados por homens. Nas apresentações, tornam-se poderosas em qualquer idade. O Coração Nazareno tem participantes de oito a oitenta anos de idade. Se não preservamos a cultura, perdemos aos poucos nossa história. Primordial, portanto, passar essa informação valiosa para as crianças. A importância da agremiação já foi contada no livro A mulher no maracatu rural, da historiadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tamar Thalez, e em curtas, produzidos, inclusive, por estrangeiros em visita ao estado. Hoje, calcula-se 23 maracatus em Nazaré da Mata, sendo que 19 deles estão em maior evidência. O grupo foi formado em 8 de março de 2004, no Dia Internacional da Mulher, pelas integrantes da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam). Hoje, tem dois CD's, além de prêmios, como a Cultura Popular nas Ondas do Rádio e o Prêmio Culturas Populares - 100 Anos Mazzaropi, do Ministério da Cultura. Além de trabalhar o protagonismo feminino na dança, a Amunam investe na economia criativa, através do Ponto de Cultura Engenhos dos Maracatus. Lá, são ofertadas ás mulheres e suas famílias oficinas de artesanato voltadas para a produção de adereços de maracatus. Patrimônio Imaterial do Brasil, o maracatu rural deixa Pernambuco por um dia para brilhar e fazer brilhar os olhos dos habitantes de Brasília. Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/46,97,43,74/2016/11/05interna_opiniao.157335/o poder-das-mulheres-do-maracatu.shtml Acesso: 05/11/2016 Ao ler este último período do texto, constatamos as relações de dependência entre os termos que o constituem: "Lá, são ofertadas às mulheres e suas famílias oficinas de artesanato voltadas para a produção de adereços de maracatus. Patrimônio Imaterial do Brasil, o maracatu rural deixa Pernambuco por um dia para brilhar e fazer brilhar o olhos dos habitantes de Brasília." Vemos um caso de regência nominal em: a) produção de adereços b) Oficinas de artesanato c) adereços de maracatu d) Patrimônio material e) um dia para brilhar www.tecconcursos.com.br/questoes/1284038 Marinha - Alun (CN)/CN/2016 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1284038 480) 481) O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos. Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância, nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do "sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e, até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de "burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são esquecidos. Eles são desnecessários corno "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta. [ ... ] Para aprender a perguntar, porque o pensamento dependa formal, mas porque ler é um precisamos aprender a ler. Não da gramática ou da língua tipo de experiência que nos ensina a desenvolver raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de nós mesmos. Pensar, esse muitas vezes em simples e ao lamentável que cultura em queato que está faltando entre nós, começa aí, silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto mesmo tempo complexo que é ler um livro. É as pessoas sucumbam ao clima programado da ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela mesma - é algo bem diferente. (TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em https://resvitacultural.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações) Assinale a opção na qual a regência do verbo destacado foi utilizada de acordo com a modalidade padrão. a) Eu custo a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores. b) O professor sempre lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula. c) Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis. d) Todos dizem que este menino puxou o pai quando o assunto é esportes aquáticos. e) Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa do que um programa de TV. www.tecconcursos.com.br/questoes/1174205 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2015 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) TEXTO 1 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1174205 Questões de linguagem médica A linguagem é livre. Essencial é a comunicação. Quando se sabe disso, os conceitos de "certo" e "errado" são substituídos pelos conceitos de escolhas verbais - entre todas as formas existentes da língua, em suas variedades de linguagem popular e culta - "adequadas" e "não adequadas". Mesmo os termos mais chulos calham em situações emotivas extremas. Para exercício desta liberdade de linguagem, precisa-se conhecer o patrimônio do idioma. É mister saber que as transformações pelas quais uma língua passa determinam-se pelos seus usuários, seus verdadeiros autores, pelas necessidades culturais e históricas de uso. Mais ainda, que o alcance das metas de comunicação daquela situação específica - a efetividade do que se vai falar ou escrever - tem de guiar nossas decisões gramaticais. No entanto, quando se trata de linguagem científica, por sua seriedade e seu rigor, convém ter domínio do padrão gramatical culto, normativo, descrito e organizado, ao longo de séculos, pelos profissionais de Letras. A linguagem científica formal tem características próprias, apregoadas - em todos os tempos - por bons orientadores médicos; se a precisão da linguagem é necessária a todos, ela é imprescindível aos pesquisadores e cientistas, já que a imprecisão é incompatível com a ciência. A idade de um erro não lhe confere exatidão, e desconhecer e teimar em usar termos impróprios não é sinal de independência e nacionalidade. Palavras homógrafas com significados diferentes devem ser evitadas na linguagem científica. O ideal é que cada coisa seja designada por um só termo e que cada termo designe uma só coisa. Creio que já é tempo de os professores das nossas faculdades de medicina interessarem-se pela terminologia. Sou mesmo de parecer que, nos concursos, mesmo os de livre docência, dever-se-ia fazer questão cerrada da uniformidade e do rigor terminológico. De fato, é claro que quem se propõe a ensinar deve saber rigorosamente o que vai ensinar e, se não conhecer o nome dos elementos das ciências que se propõe a lecionar, como poderá fazê-lo cabalmente? Na linguagem científica, o ideal é nunca usar duas palavras para exprimir a mesma coisa, nem dar o mesmo nome a duas coisas diferentes. Tendo em vista o que se leu e outras tantas considerações de igual teor, convém conhecer os termos que, embora muito frequentes na linguagem médica, ensejam controvérsias quanto a seu uso em padrão formal, mesmo no âmbito médico. Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos sobre os quais não pesem questionamentos ou sobre os quais haja menor possibilidade de questionamentos, o que é possível em quase todos os casos. É recomendável, portanto - a fim de que se possa falar e escrever, principalmente no exercício profissional, com clareza, precisão e efetividade - prestar cuidados para que termos científicos não sejam oficializados com formas ou sentidos inadequados por influência da soberania da "lei do uso", assim como é de boa norma sempre promover esforços para que a linguagem médica tenha também certo "padrãoouro", como aqueles estabelecidos em outros aspectos da Medicina. (Simônides Bacelar; Elaine Alves; Wânia de Aragão-Costa; Paulo Tubino. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 69912009000100017. Acesso em 10/05/15. Adaptado). Observe como se fez a regência verbal do seguinte trecho: “Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos sobre os quais não pesem questionamentos”. Assinale, em seguida, a alternativa em que esse componente da sintaxe está também corretamente formulado. a) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais todos admitem. b) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais ninguém se tenha referido. c) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos aos quais ninguém tenha conhecido. 482) d) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos dos quais ninguém segue. e) Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos aos quais ninguém tenha tido acesso. www.tecconcursos.com.br/questoes/1285619 Marinha - Alun (CN)/CN/2014 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa por muito tempo. São tantos os estímulos e tanta a pressão para que o entorno seja completamente desvendado que aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nós nos tornamos, à semelhança dos computadores, pessoas multitarefa, não é verdade? Vamos tomar como exemplo uma pessoa dirigindo. Ela precisa estar atenta aos veículos que vêm atrás, ao lado e à frente, à velocidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de programas que sinalizam o trânsito em tempo real, às informações de alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planejamento mental feito e refeito várias vezes do trajeto que deve fazer para chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc. Quando me vejo em tal situação, eu me lembro que dirigir, após um dia de intenso trabalho no retorno para casa, já foi uma atividade prazerosa e desestressante. o uso da internet ajudou a transformar nossa maneira de olhar para o mundo. Não mais observamos os detalhes, por causa de nossa ganância em relação a novas e diferentes informações. Quantas vezes sentei em frente ao computador para buscar textos sobre um tema e, de repente, me dei conta de que estava em temas que em nada se relacionavam com meu tema primeiro. Aliás, a leitura também sofreu transformações pelo nosso costume de ler na internet. Sofremos de uma tentação permanente de pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por frase, para que faça sentido. Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido e beleza a um texto? Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crianças. Elas já nasceram neste mundo de profusão de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo; elas são estimuladas com diferentes objetos, sons, imagens etc. Ai, um belo dia elas vão para a escola. Professores e pais, a partir de então,querem que as crianças prestem atenção em uma única coisa por muito tempo. E quando elas não conseguem, reclamamos, levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam portadoras de síndromes que exigem tratamento etc. A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos, brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes e, se deixarmos, passam horas em uma única atividade de que gostam. Mas, nos estudos, queremos que elas prestem atenção no que é preciso, e não no que gostam. E isso, caro leitor, exige a árdua aprendizagem da autodisciplina. Que leva tempo, é bom lembrar. As crianças precisam de nós, pais e professores, para começar a aprender isso. Aliás, boa parte desse trabalho é nosso, e não delas. Não basta mandarmos que elas prestem atenção: isso de nada as ajuda. O que pode ajudar, por exemplo, é analisarmos o contexto em que estão quando precisam focar a atenção e organizá-lo para que seja favorável a tal exigência. E é preciso lembrar que não se pode esperar toda a atenção delas por muito tempo: o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e gradual. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1285619 483) SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. Folha de São Paulo, 11 fev. 2014 - adaptado Em qual opção a regência do termo em destaque apresenta um desvio da modalidade padrão da língua? a) " [ ... ] eu me lembro que dirigir, após um dia [ ... ] " ( 3°§) b) " [ ... ] que deve fazer para chegar ao seu destino, [ ... ]." ( 2°§) c) " [ ... ] passam horas em uma única atividade de que gostam." (8°§) d) " [... ] alguns textos exigem a leitura atenta [... ] (5 ° §) e) " [ ... ] mais observamos os detalhes, por causa [ ... ] (4 ° §)" www.tecconcursos.com.br/questoes/1534489 FAUEL - Vest (IF PR)/IF PR/Nível Superior/2014 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) FACULTATIVO Carlos Drummond de Andrade Estatuto dos Funcionários, artigo 249: “O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público (com maiúsculas). Então é feriado, raciona o escriturário, que, justamente, tem um “programa” na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado. É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groelandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem.) É descanso obrigatório, no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: “céu azul, praia, ponto facultativo”, não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua “faculdade” de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas. Hoje deve haver menos gente por lá, conjecturou; ótimo, porque assim trabalho à vontade. Nossas repartições atingiram tal grau de dinamismo e fragor, que chega a ser desejável o não comparecimento de 90 por cento dos funcionários, para que os restante possam, na calma, produzir um bocadinho. E o inocente João via no ponto facultativo essa virtude de afastar os menos diligentes, ou os mais futebolísticos, que cediam lugar à turma dos “caxias”. Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórtico, e nenhum sinal de vida nos arredores. Nenhum – a não ser aquele gato que se lambia à sombra de um tinhorão. Era, pela naturalidade da pose, dono do jardim que orna a fachada do Instituto, mas – sentia-se pela ágata dos olhos – não possuía as chaves do prédio. João Brandão tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. Correu a telefonar de uma confeitaria para a residência do chefe, mas o chefe pescava em Mangaratiba, jogava pingue-pongue em Correias, estudava holandês com uma nativa, na Barra da Tijuca; é certo que o telefone não respondeu. João decidiu-se a penetrar no edifício galgando-lhe a fachada e utilizando vidraça que os serventes sempre deixam aberta, na previsão de casos como esse, talvez. E começava a fazê-lo, com a teimosia calma dos Brandões, quando em vigia brotou na grama e puxou-o pela perna. – Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1534489 484) – Perdão, é dia em que se pode ou não descansar, e eu estou com o expediente atrasado. – Desce – repetiu o outro com tédio. – Olha que te encanam se você começa a virar macaco pela parede acima. – Mas, e o senhor porque então está vigiando, se é dia de descanso? – Estou aqui porque a patroa me escaramuçou, dizendo que não quer vagabundo em casa. Não tenho para onde ir, tá bem? João Brandão aquiesceu, porque o outro parecia disposto a tudo, inclusive a trabalhar de braço, a fim de impedir que ele trabalhasse de pena. Era como se o vigia lhe dissesse: “Veja bem, está estragando meu dia. Então não sabe o que quer dizer facultativo?” João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas. Assinale a alternativa cujo o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado em “dono do jardim que orna a fachada do Instituto...”: a) o dia se passou na dureza. b) deliberou usar de sua faculdade. c) se lambia à sombra de um tinhorão. d) correu a telefonar de uma confeitaria. e) foi decifrar palavras cruzadas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277870 Marinha - Alun (CN)/CN/2013 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) TEXTO I Campeonato do desperdício No campeonato do desperdício, somos campeões em várias modalidades. Algumas de que nos orgulhamos e outras de que nem tanto. Meu amigo Adamastor, antropólogo das horas vagas, não me deu as causas primeiras de nossa primazia, mas forneceu-me uma lista em que somos imbatíveis. Claro, das modalidades que "nem tanto". Vocês já ouviram falar em lixo rico? Somos os campeões. Nosso lixo faria a fartura de um Haiti. Com o que jogamos fora e que poderia ser aproveitado, poder-se-ia alimentar muito mais do que a população do Haiti. Há pesquisas do assunto e cálculos exatos que "nem tanto". Somos um país pobre com mania de rico. E nosso lixo é mais rico do que o lixo dos países ricos. Meu falecido pai costumava dizer: rico raspa o queijo com as costas da faca; remediado corta uma casca bem fininha; pobre, contudo, arranca uma lasca imensa do queijo. Meu pai dizia, e tenho a impressão que meu pai era um homem preconceituoso, mas em termos de manuseio dos alimentos nacionais, arrancamos uma lasca imensa do queijo, ah, sim, arrancamos. Outra modalidade em que somos campeões absolutos, o desperdício do transporte. Ninguém no mundo consegue, tanto quanto nós, jogar grãos nas estradas. Não viajo pouco e me considero testemunha ocular. A Anhanguera, por exemplo, tem verdadeiras plantações de soja em suas margens. Quando pego https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277870 485) uma traseira de caminhão e aquela chuva de grãos me assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da competição e temos de ser campeões. Na construção civil o desperdício chega a ser escandaloso. Um dia o Adamastor, antropólogo das horas vagas, me veio com uma folha de jornal onde se liam estatísticas indecentes. Com o que se joga fora de material (do mais bruto ao mais sofisticado), o Brasil poderia construir todos os estádios que a FIFA exige e ainda poderia exportar cidades para o mundo. Antigamente, este que vos atormenta, levava um litro lavado para trocar por outro cheio de leite. Você, caro leitor, talvez nem tenha notícia disso. Mas era assim. Agora, compra-se o leite e sua embalagem internamente aluminizadapara jogá-la no lixo. Quanto de nosso petróleo vai para o lixo em forma de sacos plásticos? Vocês já ouviram falar que o petróleo é um recurso inesgotável? Claro que não! Mas sente algum remorso ao jogar os sacos trazidos do supermercado no lixo? Claro que não. Nossa cultura de mosaico nos tirou a capacidade de ligar os fenômenos entre si. E o que desperdiçamos de talentos, de esforço educacional? São advogados atendendo em balcão de banco, engenheiros vendendo cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se desperdiçam diariamente como se fossem recursos, eles também, inesgotáveis. No dia em que a gente precisar, vai lá e pega. No dia em que a gente precisar, pode não existir mais. Não importa, vivemos no melhor dos mundos, segundo a opinião do Adamastor, o gigante, plagiando um tal de Dr. pangloss, que ironizava um tal de Leibniz. BRAFF, Menalton. Em www.cartacapital.com.br - Acesso em 14 jan., 2013 - adaptado. Dr.Pangloss - personagem de Cândido, de Voltaire. Caracteriza-se pelo extremo otimismo. Leibniz - Autor da teoria de que nada acontece ao acaso. Estamos no melhor dos mundos possíveis, o ser só é, só existe, porque é o melhor possível. Adamastor, o gigante - personificação do Cabo das Tormentas, em Os Lusíadas, do escritor português Luiz Vaz de Camões. Em que opção a regência do termo destacado apresenta um desvio da norma padrão? a) "Algumas de que nos orgulhamos e outras de que nem tanto." (1º§) b) "[ ... ] construir todos os estádios que a FIFA exige [ ... ]." (4°§) c) "[ ... ] gênios que se desperdiçam diariamente [ ... ]." (6°§) d) "Meu pai dizia, e tenho a impressão que meu pai era [ ... ]." (2º§) e) "[ ... ] a capacidade de ligar os fenômenos entre si." (5°§) www.tecconcursos.com.br/questoes/2258453 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2011 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) TEXTO 02 COMO TUDO O QUE É BOM, INTERNET TAMBÉM PODE VICIAR É muito difícil a gente pensar na vida sem Internet. Até há pouco tempo, para dar um alô a um amigo que morasse em outra cidade você tinha de escrever uma carta, ir até o correio e esperar, no mínimo, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2258453 486) alguns dias para receber uma resposta. Ou gastar uma boa graninha em ligações interurbanas. Hoje, basta dar um clique para mandar um e-mail, bater papo pelos comunicadores,falar pelo Skype ou ainda deixar um recado nas comunidades virtuais. Ou seja: é muito mais fácil manter o contato com quem está longe ( ou nem tão longe assim!) O problema é que muitas pessoas se envolvem tanto com a vida virtual que acabam deixando a real de lado. Em vez de encontrar o rapaz que mora em seu prédio, a pessoa prefere falar com ele pelo computador- sendo que ele está logo ali do lado! Ou um monte de e-mails e scraps acabam ocupando o tempo em que ela sairia e se divertiria ao vivo com os amigos. Sem contar as outras atividades que vão sendo esquecidas porque a pessoa não consegue se desgrudar do computador. Quem não tem um amigo compulsivo que quase "passa mal" se não consegue checar seus e-mails? Quando um hábito cresce nessa proporção e atrapalha outros pontos da nossa rotina é hora de acendermos o sinal de alerta. É verdade! A Internet é muito bacana, mas ela não pode nos escravizar. Ficar triste só porque você não conseguiu checar se há recados novos na sua caixa de emails é um pouco de exagero, não acha?! Isso significa que você vai deixar de viajar com o pessoal só porque não tem Internet na praia? Ou você vai trocar a areia pela lan-house porque não consegue ficar longe da Web? Ou abandonar o jogo com os amigos para ficar naquela partida contra o computador? Vários estudos têm mostrado que os adolescentes estão "dançando" na escola porque perdem a noção de quanto tempo ficam conectados. Em vez de dormir, eles vão emendando uma coisa na outra enquanto estão on-line e acabam se privando de sono. O resultado é que, no dia seguinte, não conseguem levantar para ir à escola ou estão exaustos e não conseguem estudar direito. Não dá para perder o controle assim, não é? Ninguém precisa se afastar de vez do mundo virtual. Mas é preciso estabelecer limites. Programe quanto tempo você realmente tem disponível para a Internet. E respeite esse período, desligando o computador quando der o tempo estipulado. Nada de dar mais uma olhadinha aqui ou jogar mais uma partida on-line ali. É para desligar mesmo! Principalmente se você se conecta à noite. Pelo menos duas horas antes do seu horário de dormir é bom desligar o computador. Assim, dá tempo de a cabeça ir desacelerando e você consegue pegar no sono mais fácil. Sem contar que é um modo de evitar a madrugada on-line, o roubo das horas de sono e o estrago no dia seguinte. (Jairo Bouer. http://blog.educacional.eom.br/jairo bouer) Ao transcrever-se a frase com outro verbo, ocorre erro de regência em: a) I- Todos nós sonhamos com dias melhores para o Brasil. II -Todos nós aspiramos dias melhores para o Brasil. b) I- Milhares de pessoas assistirão, pela TV, aos jogos Olímpicos do Brasil. II - Milhares de pessoas irão entreter-se, pela TV, com os jogos Olímpicos do Brasil. c) I - Não podemos concordar com tantos desmandos na política brasileira. II -Não podemos condescender com tantos desmandos na política brasileira. d) I - O juiz procedeu ao julgamento do rapaz em sessão fechada. II - O juiz iniciou o julgamento do rapaz em sessão fechada. e) I - A Campanha do Ministério da Saúde informa à população os riscos da relação sexual sem preservativo. II - A Campanha do Ministério da Saúde avisa à população os riscos da relação sexual sem preservativo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1281918 Marinha - Alun (CN)/CN/2011 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Geração Y https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1281918 487) Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais, impacientes, preocupados consigo mesmos e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo. São interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar conta do planeta. Eis algumas outras de suas características: só fazem o que gostam; não conseguem passar mais de três meses no mesmo trabalho. Concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer. Com vinte e poucos anos, esses jovens são os representantes da chamada Geração Y, um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos. A novidade é que esse "umbiguismo" não é, necessariamente, negativo. Dizem que esses jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi apenas um conceito. Questionando o que é a realização pessoal e profissional e buscando agir de acordo com seus próprios interesses, estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que conhecemos. No trabalho, é comum os recém-contratados pularem de um emprego para o outro, tratarem os superiores como colegas de turma ou baterem a porta quando não são reconhecidos. Não são revoltados e têm valores éticos muito fortes; priorizam o aprendizado e as relações humanas. Mas é preciso, antes de tudo, aprender a conversar com eles para que essas características sejam reveladas. Essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa. Parece um dado sem importância, mas estudos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente. Uma pesquisa do Departamento de Educação dos Estados Unidos revelou que crianças que usam programas online para aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas.Para alguns, são indivíduos multitarefas: ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de ler notícias na internet, checar a página do Facebook, escutar música e ainda prestar atenção na conversa ao lado. Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes. É mais ou menos como se os nascidos nas duas últimas décadas fossem um celular de última geração. Revista Galileu (Adaptado) Assinale a opção em que, no trecho, segundo a variedade padrão escrita da língua, ocorre um desvio de regência. a) " ... impacientes, preocupados consigo mesmos ... " (1 ° §) b) "Mas se preocupam com o ambiente ... " (1 ° §) c) " ... só fazem o que gostam ... " (1º§) d) " ... estão aptos a desenvolver a ... " (3 ° §) e) " ... estão levando a sociedade a um novo estágio ... " (3 ° §) www.tecconcursos.com.br/questoes/1310786 Marinha - Alun (CN)/CN/2010 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Quando a rede vira um vício Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web. Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega da rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda". O diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1310786 dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web – com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo – e completamente virtual". Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. " Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta – até culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches – que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: " Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem". Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso – eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia –, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vício se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vício, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida – e tratada – como uma doença. Surgiram grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a níveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas diárias, o caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado. 488) Assinale a opção que apresenta a regência de verbos e nomes em conformidade com a modalidade padrão da língua. a) Muitos adolescentes desconhecem as regras que precisam obedecer para uso saudável e produtivo da Rede. b) A dependência em internet faz com que as pessoas se esqueçam que o mundo virtual não pode substituir o real. c) O mundo virtual em que o dependente em internet vive é extremamente prejudicial à saúde e às relações sociais. d) É preferível estabelecer limites quanto ao uso da internet do que sofrer as consequências advindas de uma possível dependência. e) O primeiro passo para cura visa em reconhecer a dependência em internet como uma doença que deve ser tratada de forma responsável. www.tecconcursos.com.br/questoes/2019977 IME - CFG (IME)/IME/2008 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) Texto I Imigração Japonesa no Brasil A abolição da escravatura no Brasil em 1888 dá novo impulso à vinda de imigrantes europeus, cujo início se deu com os alemães em 1824. Em 1895 é assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e o Japão. Com 781 japoneses a bordo, o navio Kasato-maru aporta em Santos. De lá eles são transportados para a hospedaria dos imigrantes, em São Paulo. Na cafeicultura, a imigração começa com péssimos resultados. Um ano após a chegada ao Brasil, dos 781 imigrantes, apenas 191 permaneceram nos locais de trabalho. A maioria estava em São Paulo, Santos e Argentina. Apesar disso, a imigração continua com a chegada da segunda leva de imigrantes em 1910. Em 1952 é assinado o Tratado de Paz entre o Brasil e o Japão. Nova leva de imigrantes chega ao Brasil para trabalharnas fazendas administradas pelos japoneses. Grupo de jovens que imigra através da Cooperativa de Cotia recebe o nome de Cotia Seinen. O primeiro grupo chega em 1955. O crescimento industrial no Japão e o período que foi chamado de “milagre econômico brasileiro” dão origem a grandes investimentos japoneses no Brasil. Os nisseis acabam sendo uma ponte entre os novos japoneses e os brasileiros. As famílias agrícolas estabelecidas no Brasil passaram a procurar novas oportunidades e buscavam novos espaços para seus filhos. O grande esforço familiar para o estudo de seus filhos faz com que grande número de nisseis ocupe vagas nas melhores universidades do país. Mais tarde, com o rápido crescimento econômico no Japão, as indústrias japonesas foram obrigadas a contratar mão-de-obra estrangeira para os trabalhos mais pesados ou repetitivos. Disso, resultou o movimento “dekassegui” por volta de 1985, que foi aumentando, no Brasil, à medida que os planos econômicos fracassavam. Parte da família, cujos ascendentes eram japoneses, deixava o Brasil como “dekassegui”, enquanto a outra permanecia para prosseguir os estudos ou administrar os negócios. Isso ocasionou problemas sociais, tanto por parte daqueles que não se adaptaram à nova realidade, como daqueles que foram abandonados pelos seus entes e até perderam contato. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2019977 Com o passar dos anos, surgiram muitas empresas especializadas em agenciar os “dekasseguis”, como também firmas comerciais no Japão que visaram especificamente o público brasileiro. Em algumas cidades japonesas formaram-se verdadeiras colônias de brasileiros. Disponível em: www.culturajaponesa.com.br ( texto adaptado). Acesso em: 29 ago 2008. Texto II Rio: uma cidade plural já em 1808 As mulheres se sentavam no chão, com as pernas cruzadas. Nas ruas o dinheiro corria no maior entreposto de escravos da colônia. SANDRA MOREYRA Jornal O Globo- 28/11/2007 (adaptado) Uma cidade que era um grande porto, com gente de todas as colônias e feitorias portuguesas da África e da Ásia. O Rio era uma cidade quase oriental em 1808. As mulheres se sentavam no chão, com as pernas cruzadas. À mesa, os homens usavam a mesma faca que traziam presa à cintura, para se defender de um inimigo, para descascar frutas ou partir a carne. Nas ruas o dinheiro corria no maior entreposto de escravos da colônia. Corriam também dejetos nas ruas e valas. Negros escravos ou libertos eram dois terços da população e se vestiam ainda de acordo com sua nação de origem. Não só pelo tipo físico bem diferente, como pelas roupas, era possível saber quem vinha do Congo, de Angola ou do Mali; quem era muçulmano, quem vinha da nobreza africana. Nesta cidade, que já era plural, mas que não tinha infra-estrutura, onde havia assaltos e comércio ilegal nas ruas, chegou um aviso em janeiro de 1808. A corte estava em pleno mar, escapara de Napoleão e estava a caminho do Brasil. O vice-rei começou a fazer os preparativos e saiu desalojando os maiores comerciantes locais de suas casas, para cedê-las aos novos moradores. Eram pintadas nas portas das casas requisitadas para a Corte as iniciais “PR”, de Príncipe Regente, que viraram “prédio roubado” ou “ponha-se na rua”. Era o jeito que herdamos do sangue lusitano de rir de nossas próprias mazelas. Quando as naus com a família real chegaram por aqui, em março de 1808, já haviam passado pela Bahia e permanecido por um mês em Salvador. Aqui a festa foi imensa e o relato mais divertido e detalhado é o do Padre Luis Gonçalves dos Santos, o Padre Perereca. O padre que vivia no Brasil era um admirador incondicional da monarquia, dos ritos da corte, da etiqueta. Quando descobre que a Corte está chegando, fica assanhadíssimo porque vai ver de perto “Sua Alteza Real D. João Nosso Senhor”, como chamava o regente. É ele quem conta que a chegada dos Bragança por aqui foi acompanhada de luzes, fogos de artifício, badalar de sinos, aplausos e cânticos. Perereca diz que parecia que o sol não havia se posto, tamanha a quantidade de tochas e velas que iluminavam as casas, o largo do Paço e as ruas do centro. O Rio tinha 46 ruas naquela época. D João se dirigiu à Sé – provisoriamente instalada na Igreja do Rosário dos Homens Pretos, porque a Igreja do Carmo, a Sé oficial, estava em obras. Houve uma determinação de que os homens pretos e também os mestiços não deveriam comparecer à cerimônia, na Igreja deles, porque o Príncipe poderia ficar assustado com a quantidade de negros na cidade. Eles se esconderam numa esquina e quando o cortejo chegou à Igreja, entraram batucando e cantando e todos se misturaram. Assim era o Rio. Assim era o Brasil. De acordo com a norma culta da nossa língua, que período pode ser considerado correto? a) A imigração obedece a regras restritas em todos os países. b) Não conseguindo salvar minha família, preferia à morte. c) Informei-lhe de todas as opiniões. d) Muitos japoneses preferiam mais o trabalho em terras estrangeiras do que a pobreza em seu país. e) Esquecia sempre dos compromissos de campanha. 489) www.tecconcursos.com.br/questoes/1298879 Marinha - Alun (CN)/CN/2007 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) O aluno computador Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o filho que nasceria. Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito, durante toda a gravidez. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular. E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não acontecia com Memorioso. Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A memória de Memorioso era perfeita. Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães de colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas vermelhas, eles gritavam: " Por que você não é como Memorioso? " Memorioso foi o primeiro no vestibular o cursinho que ele freqüentava publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura. Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso: " Eu gostaria de lhe fazer urna pergunta " , disse a jovem. " Pode fazer " , respondeu Memorioso, confiante. Ele sabia todas as respostas. Aí ela fez a pergunta: "De tudo o que você tem memorizado, o que mais te comove? ". Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas ela não estava registrada em sua memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto a fumaça saía por suas orelhas. Memorioso primeiro travou. Depois de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaramque o seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória não consegue responder. É preciso coração. Revista Educação, fevereiro de 2007 - com adaptação. Em "Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração.", no último parágrafo, qual o significado da regência verbal que aparece no trecho destacado? a) Comunicar, em resposta, algo. b) Responder algo a alguém. c) Ficar em silêncio. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1298879 490) 491) d) Responsabilizar por algo. e) Retribuir a algo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1276985 Marinha - Alun (CN)/CN/2005 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) O importante é escrever o importante é escrever. Quem escreve é levado a isolar-se da agitação, a pensar, a refletir. Aí está o mérito da redação. Quem escreve concentra-se, analisa, raciocina, critica, apresenta soluções próprias. Quem escreve dá valor a si mesmo, aprende a ver em profundidade, descobre o mérito relativo das coisas e põe às claras os enganos e os sofismas dos que nos pretendem ludibriar. Escrever é o mais adequado meio para a formação de nossa personalidade, como seres livres, independentes, realizados intimamente. Escrever é lutar contra os que nos impingem idéias prontas, frases feitas para substituir nossos pensamentos e nossa linguagem. Pensemos nisso. Dediquemo-nos à redação, principalmente por esses motivos. A redação faz-nos meditar sobre a vida, sobre os homens e sobre nós mesmos. Leva-nos a ser mais humanos, a amar nosso semelhante, a respeitá lo, a comunicar-nos com ele mais freqüentemente. (In RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da Língua Portuguesa. Ed. Metáfora, 2003.) Em " ... escreve dá valor a si mesmo ", o verbo destacado tem como regência dois complementos: um sem preposição e outro com preposição. Assinale a opção em que a regência verbal ou nominal também tenha sido respeitada. a) Ele tem inclinação para a carreira militar. b) Os adolescentes gostam de namorar com suas vizinhas. c) O candidato aspira aprovação. d) Os jovens sempre obedecem os pais. e) O rapaz está apto com o serviço militar. www.tecconcursos.com.br/questoes/1275877 Marinha - Alun (CN)/CN/2004 Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (casos gerais) O PORTUGUÊS DE PORTUGAL (BAHIA,1964 - LÍNGUA PORTUGUESA ) Em Lisboa disseram a Luiz Forjaz Trigueiros que na Bahia o calor, além de tórrido, é constante, jamais faz frio. Luiz viaja ao Brasil em missão cultural, pede a Maria Helena que coloque na mala apenas roupas leves, as 5 mais leves. Assim desembarcou desvestido com elegância para o verão feroz. Ora, em lugar de calor senegalês, uma onda abateu-se sobre a cidade, frio ainda mais difícil de suportar devido à umidade, o escritor sentiu-se enregelar. Dado 10 que o inverno se manteve, não lhe coube opção senão ir à compra de agasalho. Luiz se informou, rumou para a rua Chile, a de comércio fino e caro de prendas de vestir cavalheiros e senhoras. Deteve-se ante uma loja: ali se 15 exibia a peça exata que buscava para com ela resguardar o peito, evitar o resfriado, a gripe, a pneumonia: Luiz Forjaz pretende-se chegado a enfermidades nos brônquios e pulmões, o perigo de gripe o horroriza. De lã, https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1276985 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1275877 chique, discreta, na cor preferida, estava à sua espera. Luiz 20 adentrou o estabelecimento, o vendedor acorreu solícito, colocou-se a seu serviço. - Desejo comprar uma camisola - informou o literato luso, sorrindo com a delicadeza que o caracteriza. Não menos delicado o balconista: - O cavalheiro se enganou, aqui só vendemos artigos masculinos, mas na loja em frente, de artigos para senhoras, o senhor encontrará variado estoque de camisolas ... Não tenho entendido, algum engano havia, Luiz insistiu: Eu disse camisola ... - Já lhe disse que não temos. - O caixeiro elevou a voz desconfiado que o simpático freguês fosse surdo de nascença. - Como não tem, se acabo de ver na montra uma camisola castanha na medida própria. - Onde disse ter visto camisola? O balconista sentiu-se perdido, além de surdo o freguês falava língua desconhecida, nem espanhol, nem francês, 40 menos ainda inglês, dialetos que o rapaz identificava, familiar de sotaques e pronúncias. Não sabendo o que dizer, riu e coçou a cabeça. Um parvo, persuadiu-se Luiz Trigueiros, e, sem mais delongas, tomando-o gentilmente. pelo braço - aos parvos deve-se tratar com firmeza sem no entanto abandonar a cortesia -, levou-o até a porta de onde, triunfante, mostrou-lhe na montra a camisola castanha: - Ali está ela,a camisola, quanto vale? A risada do rapaz não era mal-educada, mas continha uma ponta de deboche: - Ilustre cavalheiro, fique sabendo que em bom português o senhor quer comprar um pulôver marrom igual ao que está na vitrine, não é isso? Por que não disse logo? Um suéter porreta e o preço é de arrasar ... Encontrei Luiz no hotel envergando a camisola castanha, ou seja, o pulôver marrom, não sendo ainda o brasileiro competente que viria a ser anos depois devido aos azares da política, o escritor estava indignado: - O gajo diz-me duas palavras em francês, uma em inglês e afirma estar falando em português, em bom português. Em nosso bom português, Luiz, o do Brasil. Hoje Luiz Forjaz Trigueiros traça na maciota nosso misturado português de mestiços, mas para escrever sua prosa escorreita, forte, tenra e colorida, conserva-se fiel ao português de Portugal, à língua de Camões. (Navegação de cabotagem) Em "Luiz viaja ao Brasil em missão cultural ... ", a preposição sublinhada é usada por dar idéia de movimento, respeitando-se a Regência Verbal. Assinale a opção que apresenta o uso correto da Regência Verbal. a) Ele assistiu o filme acompanhado de seu pai. 492) 493) b) Os candidatos visam à aprovação no concurso. c) Chegamos em casa muito tarde naquele dia. d) Os pais querem bem os filhos. e) Os jovens preferem cinema do que teatro. www.tecconcursos.com.br/questoes/2260699 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2022 Língua Portuguesa (Português) - Crase O poema Corpo-África foi publicado no portal da literatura afro-brasileira – LITERAFRO - em setembro de 2021, em cujo tema assim se lia: RESISTIR/EXISTIR: a poesia afro-brasileira nos Cadernos Negros 39, um poema contemporâneo que é construído por meio da força criadora da linguagem figurada como um desabafo do eu-lírico, em que 2 mundos em conflito estão apartados pelo racismo. Há um jogo de algumas metonímias cuja maior expressão está resumida em seu título Corpo-África. Em vários versos, percebemos as partes do corpo sendo mencionadas como representantes desse todo que seria a identidade africana sendo negada e silenciada pelo racismo estrutural da sociedade ou, então, partes do outro corpo adversário, causadores do sofrimento do eu-lírico. Nesse contexto, considere as alternativas a seguir e assinale a que apresenta o uso CORRETO da crase. a) Há a demonstração que devemos ser contrários àqueles que defendem o preconceito racial. b) Há particularidades de vivência à ser vinculada ao mundo africano. c) A representação do navio negreiro leva à pensar em pessoas que têm seu mundo compartilhado com outros. d) A implementação de uma concepção de inferiorização cria uma alusão à crimes com perdão. e) O corpo intensifica à uma comunhão de forças e de raças. www.tecconcursos.com.br/questoes/2228523 Marinha - Alun (CN)/CN/2022 Língua Portuguesa (Português) - Crase Texto Atalhos Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde .demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda paraum novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol. Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se nos momentos de afeto, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade. Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2260699 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2228523 494) 495) Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela. O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro. A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera. Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho. MEDEIROS, Martha. Atalhos, 2004.{adaptado) Assinale a opção abaixo na qual o emprego do acento indicador de crase está de acordo com a norma culta da língua. a) Todo àquele que amadurece, vai se tornando, a cada dia, menos teimoso e dramático. b) Uma pessoa paciente, cara à cara com o estresse, mantém sempre a sua calma e o seu autocontrole. c) Pessoas experientes são contrárias àquelas que empatam a vida e não fazem os atalhos necessários. d) Aprender a viver requer muita paciência: paciência para enfrentar diversas situações e sobreviver à todas elas. e) A fim de ter uma vida plena, devemos aprender à conviver com pessoas impacientes, nervosas e imaturas. www.tecconcursos.com.br/questoes/2396850 EAPC - Vest (SLMANDIC)/SLMANDIC/Medicina/Campus Araras/2021 Língua Portuguesa (Português) - Crase Leia a tirinha Armandinho de Alexandre Beck para responder à questão. Justifica-se, corretamente, o uso de acento indicador de crase no primeiro quadrinho, pois a) a locução às vezes exige crase, assim como à medida que, à noite, à tarde, etc. b) não se usa crase em locuções como a medida que, a noite, a tarde, etc. c) o uso de crase em locuções é facultativo. d) não se usa crase antes de palavras masculinas. e) ao dizer que se trata de um paradoxo a personagem se equivoca e cria um grave equívoco gramatical de crase. www.tecconcursos.com.br/questoes/1932267 FADURPE - Vest (CESMAC)/CESMAC/Medicina/2021 Língua Portuguesa (Português) - Crase O uso da norma culta da gramática portuguesa costuma ser socialmente valorizada, como algo distintivo e de prestígio. Identifique a alternativa em que o uso da crase está em concordância com as https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2396850 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1932267 496) 497) normas sintáticas e ortográficas. a) Dediquei o livro à meus filhos e à minhas filhas para incentivá-los à escrever. b) À exposição mostrou as vanguardas europeias as visitantes brasileiras. c) A exposição durou toda à semana; dia à dia, sem interrupção. d) Graças às minhas alunas expositoras, não perdi nenhuma sessão apresentada. e) Quando compreendi que às coisas são reais e todas diferentes, comecei à não saber que função têm. www.tecconcursos.com.br/questoes/2260998 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2021 Língua Portuguesa (Português) - Crase Leia o período abaixo e analise as alternativas a seguir: Para alguns, a obra Macunaíma não tem à ver com a preguiça do povo brasileiro. Para outros, o personagem principal revela a verdadeira síntese do comodismo e o preconceito de que brasileiro não gosta de trabalhar. Por conseguinte, Mário de Andrade determinou que muitos mentirosos fossem às favas. I. O uso da crase em “à ver” está de acordo com a norma gramatical vigente; II. Em “a verdadeira”, o artigo “a” deveria estar com a crase porque “verdadeira” é uma palavra feminina; III. A expressão “às favas” está dentro dos padrões da Norma Culta. IV. Em “brasileiro não gosta de trabalhar” o verbo gostar é intransitivo. Está (ão) CORRETA (S): a) Apenas I e III. b) Apenas II. c) Apenas II e IV. d) Apenas III. e) Apenas I, III e IV. www.tecconcursos.com.br/questoes/1837519 CEBRASPE (CESPE) - Vest (UB)/UB/Medicina/2021 Língua Portuguesa (Português) - Crase Texto 1A6-I Em Barbalha, no interior do Ceará, uma inusitada parceria entre a poesia rimada e a medicina tradicional tem sido instrumento para informar e educar comunidades sobre saúde e cuidados com o corpo, sem arrodeio ou complicações. Traduzindo conceitos e termos clínicos para uma linguagem acessível e relacionável, estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), orientados pela professora Sally de França Lacerda Pinheiro, aliam cultura e informação, criando pontes eficientes de diálogo entre a comunidade e a academia sobre temas urgentes à saúde pública. A intenção é tornar as informações sobre doenças, processos e prevenções o mais acessível e atraente possível. Em três anos, o projeto Cordel e Saúde publicou mais de quarenta folhetos originais, desenvolveu oficinas, visitou dezenas de escolas e unidades de saúde, entregando informações corretas em saúde e prevenção, por meio de declamações da literatura popular, com a linguagem que é a cara do https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2260998 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1837519 498) povo. A adesão é tamanha que outras instituições, associações e ligas acadêmicas “encomendam” cordéis temáticos ao grupo. Essa improvável aliança entre cordel e medicina pode ser personificada na mentora do projeto, Sally Lacerda, professora da Faculdade de Medicina da UFCA, odontóloga e doutora em biologia molecular. Nesse projeto, ela encontrou a fórmula para escrever, pesquisar e disseminar conhecimentos acadêmicos e técnicos por meio de sua mais antiga paixão: o cordel. Certeira, Sally viu a oportunidade para divulgar a literatura à medida que promove saúde e conscientização. Sem arrodeio, explica a ideia: “o objetivo principal seria utilizar o cordel como uma ferramenta de educação e prevenção em saúde”. Driblando críticas de colegas academicistas, conquistou o coração de alunos que se uniram ao projeto em 2017. Assim como Paulo Freire, defende a adaptação do conteúdo ao meio comunitário para uma comunicação eficiente. “Não adianta chegar com termos técnicos, tentando explicar para o paciente a complexidade da sua doença. O melhor é usar a mesma linguagem dele”, resume. Internet: <brasildefato.com.br> (com adaptações) No primeiro parágrafo do texto 1A6-I, o emprego do sinal indicativo de crase no trecho “temas urgentes à saúde pública” justifica-se a) pelo emprego do substantivo feminino “saúde”, que possui sentido geral e indeterminado. b) pela contração da preposição regida pelo termo “urgentes” com o artigo feminino que confere caráter definido ao termo “saúde pública". c) pela regência verbal da oração principal e pela presença de artigo feminino diante da palavra “saúde”. d) pela função sintática exercida pelo termo “saúde pública” no período. e) pela obrigatoriedade do acento grave na preposição que introduz locuções adverbiais formadas por palavra feminina. www.tecconcursos.com.br/questoes/2072024 IME - CFG (IME)/IME/2020 Língua Portuguesa (Português) - Crase APÓS A LEITURA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA À QUESTÃO.Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal “A Província de São Paulo” ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra “Os Sertões” aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular messiânico e o Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatória para a compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um “Brasil profundo”, desconhecido pela elite intelectual e política do litoral, e se tornou obra canônica de expressão dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, “Os Sertões” se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivação e reinvenção lexical. Texto 1 CAPÍTULO 3 A GUERRA DAS CAATINGAS Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência, perturbando- lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra, pondo em equação as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso, de ofensiva ou https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2072024 defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o franquisque heroico trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe função mais definida e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância para a defesa do território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo mobilizações rápidas e impossibilitando a translação das artilharias —, se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível... As caatingas não o escondem apenas, amparam-no. Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo à canícula e com o desalinho naturalI) às marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não é crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando, tranquilamente heroicos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada veem. Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda... Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões constritos na vereda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, Zunem os projéteis dos atiradores invisíveis batendo em cheio nas fileiras. A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; -— e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da caatinga. As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoaIII), que lhes arrebata das mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhosII). Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilzadas por fortíssimos tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as garras felinas de acúleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmoIII), sem pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; — enquanto em torno, circulando-os, rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis do adversário. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu. As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos... (...) A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exércitos. CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2º ed. São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181- 186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLÊNCIA A guerra, na longa história dos homens, terá tido seus atores e suas cenas, seus heróis e seus espaços, seus personagens e seus teatros. Diversidade incrível das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou planícies sombrias, colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portões e fossos profundos. Sem mesmo falar das táticas de combate, da evolução técnica das armas. Mas oque malgrado tudo ficaria e basearia a distinção entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de dois exércitos engajando forças representando entidades políticas identificáveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou marítimas, que os colocavam em contato com seu princípio de encerramento: vitória ou derrota. É ainda possível essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potências dispõem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um só possui uma superioridade arrasadora das forças clássicas de destruição, tecnologias de reconhecimento, técnicas de fundição de precisão, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura de negociação, de arbitragem em que o recurso à força nua é dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potências mobilizem o conjunto de suas forças vivas para se medirem? Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. Não se espera mais com um entusiasmo ansioso a sanção das armas: duração da batalha, data da vitória ou da derrota (...) Os estados de violência fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de facções, o mercenário, o soldado profissional, o engenheiro de informática, o responsável da segurança etc. Não exército disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violência. Mudanças ainda no nível do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma planície, espaços largos, às vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para não levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetáculo desolador após a batalha: os inimigos como que abraçados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silêncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro é hoje a cidade. Não a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaços públicos: mercados, garagens, terraços de café, metrôs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaços, personagens e cadáveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens de violência armada que se acha transformado. A aposta filosófica seria dizer que acontece outra coisa, e não a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de “estados de violência”, porque eles se oporiam ao que os clássicos tinham definido como “estado de guerra” e também como “estado de natureza” (...) Diante da inquietante extravagância desses conflitos dificilmente identificáveis ou codificáveis nos quadros da análise estratégica clássica, ouve-se mesmo: o pior estaria por vir. É preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) não reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsáveis, nem seus soldados dóceis, nem seus heróis esplêndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia é dificilmente suportável. Sobretudo para lastimar guerras que às vezes nem mesmo foram vividas pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando “razões”, deve-se recordar que foram também o instrumento das mais baixas ambições, das mais loucas pretensões, dos mais sórdidos cálculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifício de milhões de homens que não pediam senão para viver, que elas esgotaram precocemente civilizações desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicídio? Resta, além de um pensamento nostálgico, compreender o que causa os estados atuais de violência. Então, antes que falar da “nova guerra”, de “guerra selvagem”, “guerra sem a guerra”, de “guerra sem fim”, de “guerra assimétrica”, de “guerra civil generalizada”, de “guerra ruiva”, é preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturações destes estados de violência (...) Como a filosofia clássica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboçar a análise filosófica dos estados de violência, como distribuição contemporânea das forças de destruição. GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva. Aparecida, SP: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere as assertivas a seguir: I. Na expressão “Reagindo à canícula e com o desalinho natural (...)”, o emprego da crase se deve à presença da forma verbal “reagindo” e do artigo definido feminino que precede o substantivo. II. Em “Espalham-se, correm à toa, num labirinto de galhos”, o acento grave está adequado, visto que exemplifica o emprego facultativo da crase. III. Nos segmentos “Enredam-se no cipoal que as agrilhoa (...)” e “Atiram a esmo”, os termos grifados são, respectivamente, pronome pessoal oblíquo e preposição. Está(ão) correta(s) a(s) assertiva(s): 499) a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I e III, apenas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1572621 Marinha - Alun (CN)/CN/2020 Língua Portuguesa (Português) - Crase Texto referente a questão. Texto I Precisamos falar sobre fake news Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que, conversando por voz ou por vídeo, diariamente, vence a distância e a saudade dos netos e netas. Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar. Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida. Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news. Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista “Science”, foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente. Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias, E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem. O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade, a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências “ao gosto do cliente”, como dizem por aí. Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1572621 500) No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionaisperdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa. A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco. Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação. No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil. O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento. O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antidoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático. D.A., O Globo, em 10 de julho de 2019. Assinale a opção em que o acento indicativo de crase foi corretamente empregado. a) As novas tecnologias têm gerado muito estranhamento à pessoas que não nasceram na era digital. b) As notícias falsas começam à chegar rapidamente através da internet, do WhatsApp e das redes sociais. c) O problema das fake news é um assunto sério e alarmante relativo à toda a sociedade contemporânea. d) Em relação as notícias falsas, devemos procurar iniciativas que nos levem à uma solução imediata. e) Textos alarmistas e sensacionalistas ganham destaque à medida que vão sendo compartilhados. www.tecconcursos.com.br/questoes/1418178 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Língua Portuguesa (Português) - Crase (URCA/2019.1) De origem na Grécia, a palavra crase significa mistura ou fusão. Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado por intermédio da presença do acento grave, também chamado de acento indicador de crase. Para usar corretamente o acento indicador de crase, é necessário compreender as situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido. Aprender a colocar o acento depende, sobretudo, da verificação da ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. (https://portugues.uol.com.br/gramatica/cinco-dicas-simples-sobre-uso-crase.html) Observe o excerto retirado do fragmento anterior: A criança. à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se entender melhor. Compreende a mesma regra do acento grave: a) Refiro-me à aluna que estava presente na hora do incidente na sala de aula; https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1418178 501) b) Os participantes do campeonato saíram à procura de melhor estratégia de jogo; c) A sala estava repleta de móveis à Luís XV; d) Todos compareceram à confraternização de fim de ano; e) Todos se encontravam assistindo à palestra do possível coordenador dos esportes. www.tecconcursos.com.br/questoes/1421535 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2019 Língua Portuguesa (Português) - Crase A FADA ORIANA I - - FADAS BOAS E FADAS MÁS Há duas espécies de fadas: as fadas boas e as fadas más. As fadas boas fazem coisas boas e as fadas más fazem coisas más. As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite, põem moedas de oiro dentro dos sapatos dos pobres. As fadas más fazem secar as fontes, apagam a fogueira dos pastores, rasgam a roupa que está ao sol a secar, desencantam os jardins, arreliam as crianças, atormentam os animais e roubam o dinheiro dos pobres. Quando uma fada boa vê uma árvore morta, com os ramos secos e sem folhas, toca-lhe com a sua varinha de condão e no mesmo instante a árvore cobre-se de folhas, de flores, de frutos e de pássaros a cantar. Quando uma fada má vê uma árvore cheia de folhas, de flores,de frutos e de pássaros a cantar, toca-lhe com a sua varinha mágica do mau fado, e no mesmo instante um vento gelado arranca as folhas, os frutos apodrecem, as flores murcham e os pássaros caem mortos no chão. II- ORIANA Era uma vez uma fada chamada Oriana. Era uma fada boa e era muito bonita. Vivia livre, alegre e feliz dançando nos campos, nos montes, nos bosques, nos jardins e nas praias. Um dia a Rainha das Fadas chamou-a e disse-lhe: - Oriana, vem comigo. E voaram as duas por cima de planícies, lagos e montanhas. Até chegarem a um país onde havia uma grande floresta. - Oriana - disse a Rainha das Fadas -, entrego-te esta floresta. Todos os homens, animais e plantas que aqui vivem, de hoje em diante, ficam à tua guarda. Tu és a fada desta floresta. Promete-me que nunca a hás-de abandonar. Oriana disse: - Prometo. (...) (URCA/2020.1) Há relatos da escritora Sophia de Melo que começou a escrever para crianças e jovens desde que seus filhos adoeceram e ela comprou livros infantis para eles. Perplexa com a infantilismo destinado ao infante, a escritora diz: Mandei comprar alguns livros que tentei ler em voz alta. Mas não suportei a pieguice da linguagem nem a sentimentalidade da “mensagem”: uma criança é uma criança, não é um pateta. Atirei os livros fora e resolvi inventar. http://derivadaspalavras.blogspot.com/2006/12/sophiade- mello-breyner-andresen-e-sua.html) (URCA/2020.1) As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite, põem moedas de oiro dentro dos sapatos dos pobres. O termo em destaque apresenta a utilização do acento indicador de crase. Das proposições a seguir, marque a que está corretamente grafada em obediência ao acento grave: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1421535 502) 503) a) Não sei se ela chegou à falar sobre esse assunto: a proteção da natureza. b) Você já pediu ajuda à alguém? Oriana acreditou que conseguisse cuidar de tudo sozinha. c) Este passeio será feito à cavalo, a floresta é muito grande até mesmo para uma fada. d) Este artigo se refere à pessoas que estão desempregadas, Oriana, porém deve cuidar de todos os componentes da floresta. e) Oriana apenas conseguiu o perdão à custa de muito esforço. www.tecconcursos.com.br/questoes/1595376 CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2019 Língua Portuguesa (Português) - Crase TEXTO 06: PROUNI: Prazo para concorrer às bolsas remanescentes é prorrogado até a próxima sexta-feira (4) Os estudantes que não foram selecionados na primeira e na segunda chamada do Programa Universidade para Todos, o ProUni, além da lista de espera, poderão concorrer às bolsas remanescentes até a próxima sexta-feira, dia 4 de outubro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (30), pelo Ministério da Educação (MEC), e as vagas são para o segundo semestre do ano. Para concorrer às bolsas remanescentes do ProUni é preciso ter participado de qualquer edição do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, a partir de 201 O, com nota superior a 450 pontos e sem ter zerado a prova de redação e não ter diploma anterior de curso superior. As inscrições devem ser feitas pela internet, no site prouni.mec.gov.br. Vale destacar que nesta fase não há chamadas ou nota de corte diária e a ocupação das bolsas é feita de acordo com a ordem de inscrição. Neste caso, ao finalizar a inscrição, a bolsa automaticamente é reservada ao candidato. Aqueles alunos que forem selecionados deverão ir à instituição de ensino nos dois dias úteis após a inscrição para comprovar as informações prestadas. Fonte: http://www.oriobranco.net/noticia/educacao/30-09-2019-prouni. Acesso: 01 outubro de 2019. Quanto ao emprego do acento grave no texto 06,leia os enunciados e marque a alternativa VERDADEIRA no que concerne à regra do emprego desse sinal diacrítico. a) Houve um erro no título, pois dever-se-ia construir a frase com a seguinte sintaxe: "até à próxima sexta-feira". b) No título, a ocorrência do acento grave é obrigatória no primeiro caso, mas facultativa no segundo. c) No corpo da notícia, todas as ocorrências do acento grave se dão por se tratarem de casos de complemento de nomes (substantivos) transitivos. d) Nem sempre, em expressões adverbiais, a presença do acento grave é necessária; desse modo, no texto, é facultativa a presença do artigo em: "ir à instituição". e) No corpo do texto, houve erro ao não se pôr o acento no A da locução adverbial: "a partir de 2010,". www.tecconcursos.com.br/questoes/1268067 Marinha - Alun (CN)/CN/2019 Língua Portuguesa (Português) - Crase Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1595376 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1268067 Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, ela iniciou a mensagem com um "bom dia, amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-Ia pra festa. Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para mim, em quem confia 100%. Como não chamá-Ia para a próxima ceia de Natal aqui em casa? Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando condolências pela morte do avô de alguém que mal cumprimento quando encontro num bar. Acompanho a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas. Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim, mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das distâncias suprimidas: nunca fomos tão Intimas de todos. Pena que esse mundo fofo é de faz de conta. Intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o que,' infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-Ia de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou". Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. E/e não está nem ai para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que você o adote. A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se Intimo a seu modo. Já alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum. Martha Medeiros - http://www.revistaversar.com.br/redes-sociais-Intimidade/::(com adaptações) Assinale a opção na qual o acento indicativo de crase foi utilizado de acordo com a modalidade padrão. a) O texto se refere somente à pessoas distantes geográfica e emocionalmente, mas que se julgam próximas. b) Algumas pessoas dizem coisas nas mídias digitais como se estivessem cara à cara com estranhos. c) Seria correto dizer às pessoas desconhecidas segredos, particularidades e mágoas familiares? d) A autora apresenta à cada leitor várias situações para que ele mesmo reflita e aja de modo diferente. e) Existem pessoas que não conhecem pessoalmente a autora, mas lhe enviam mensagens à esmo. www.tecconcursos.com.br/questoes/1484178 FAUSCS - Vest (USCS)/USCS/Medicina/2019 Língua Portuguesa (Português) - Crase https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1484178 504) 505) Considerando-se o uso, de acordo com a norma-padrão da língua, do acento indicativo de crase, é (são) correta(s) a(s) ocorrência(s): I. Não serão permitidos atrasos à partir de hoje. II. O problema dizia respeito à ela. III. O rapaz foi à São Paulo ontem. IV. A aula começará às 7h00min. a) II e IV apenas. b) I e II apenas. c) I e III apenas. d) IV apenas. www.tecconcursos.com.br/questoes/1008925 CMR - CA (CMR)/CMR/1º Ano do Ensino Médio/2018 Língua Portuguesa (Português) - Crase TEXTO V INCLUSÃO ESCOLAR: RELEVÂNCIA E POSSIBILIDADES [ ... ] O princípio fundamental dessa iniciativa está baseado em um direito de todo ser humano: o acesso à educação. Além disso, a inclusão escolar, nos espaços de estudo regulares, é importante para o desenvolvimento socioemocional e psicológico das crianças com necessidades especiais. A legislação brasileira (LDBEN 9394/96) busca garantir que a inclusão escolar permita que as crianças, que apresentam algum tipo de necessidade especial, possam se socializar, desenvolver suas capacidades pessoais e aprimorar sua inteligência emocional. O acesso à escola não só promove o desenvolvimento pessoal, mas também é uma ferramenta social importante para os relacionamentos interpessoais. As escolas que promovem a escolarização de todos de maneira efetiva auxiliam para que esses alunos sejam capazes de aprender e serem autônomos - algo importante para melhorar a autoestima e estimular a busca de uma profissão. Vale ressaltar que a inclusão escolar também promove uma ampla reflexão sobre a diversidade e o respeito, que são temas importantes para a construção de uma sociedade de cidadãos emocionalmente mais saudáveis. O SUPORTE TECNOLÓGICO Os benefícios de inserir as crianças com necessidades especiais em ambientes escolares regulares são enormes, desde que haja recursos para que elas tenham condições de desenvolver o aprendizado. Para isso. a tecnologia é a maior aliada das instituições de ensino. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1008925 506) Esse campo é conhecido como "tecnologia assistida", pois assiste, ou seja, ajuda no acesso técnico ao conteúdo. Existem softwares de todo tipo, atendendo às necessidades específicas de cada aluno. Os tablets e os tradutores simultâneos digitais para os alunos com deficiência auditiva, bem como, outros aparelhos e softwares para os alunos com deficiência visual são exemplos que contribuem significativamente para o aprendizado. Há também os programas que permitem que pessoas tetraplégicas operem o computador usando comandos de voz. Para crianças com deficiência intelectual, existem diversos recursos pedagógicos que auxiliam na aprendizagem como jogos e aplicativos. Ou seja, a tecnologia é uma ferramenta pedagógica que busca atender às necessidades de todos os alunos. (Disponível em: <https://escoladainteligencia.com.br/inclusao-escolar/>Acesso em 27 out 18. Fragmento, adaptado e modificado). No fragmento: "Existem softwares de todo tipo, atendendo às necessidades específicas de cada aluno." (L. 22/23), se o fragmento fosse assim reescrito, "Existem softwares de todo tipo, atendendo à necessidades específicas de cada aluno." Qual é a alternativa correta em relação ao emprego da crase? a) A reescrita está correta, pois a crase deve-se à regência do verbo atender. b)A reescrita está errada, visto que o "a" é apenas uma preposição. c) A reescrita está correta, pois "a" é um pronome demonstrativo. d) A reescrita está errada, porque o "a" é apenas artigo exigido pela regência do substantivo. e) A reescrita está correta, uma vez que temos a contração da preposição "a" exigida pelo verbo atender e do artigo "a", pelo substantivo necessidades. www.tecconcursos.com.br/questoes/2242969 CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Indígena/2017 Língua Portuguesa (Português) - Crase O MAIOR ACAMPAMENTO TERRA LIVRE DA HISTÓRIA ! Indígenas se mobilizaram em número recorde e dão uma lição de democracia ao governo que trabalha para acabar com os direitos originários. O 14º Acampamento Terra Livre (ATL) terminou hoje (28/4), em Brasília, depois de quatro dias intensos de atividades e protestos, e números históricos. Mais de quatro mil indígenas, de cerca de 200 povos de todas as regiões do país, estiveram presentes, numa grande demonstração de força do movimento indígena. A estimativa inicial era que cerca de 1,6 mil viessem à capital federal. Trata-se do maior ATL já realizado. (...) (Articulação dos povos indígenas do Brasil-Apib. O maior Acampamento Terra Livre da história! Disponível em: <https://mobilizacaonacionalindigena.wordpress.com/>. Acesso em 17 de julho de 2017.) Sobre a crase em “A estimativa inicial era que cerca de 1,6 mil viessem à capital federal.”, julgue as proposições a seguir: I. O acento grave é opcional e a construção “...viessem a capital federal.” também está correta. II. A utilização do acento grave é obrigatória, pois há uma fusão da preposição a com o artigo feminino a. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2242969 507) 508) III. Se o verbo “vir” fosse substituído pelo verbo “ir”, a crase não ocorreria. IV. Caso o nome da cidade de Brasília aparecesse explicitamente na frase, não acompanhado de especificação, a crase não ocorreria, como em “...viessem a Brasília.”. Estão corretas as proposições: a) I e II b) I e III c) II e IV d) II e III e) III e IV www.tecconcursos.com.br/questoes/1418080 CEV URCA - Vest (URCA)/URCA/2017 Língua Portuguesa (Português) - Crase Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não. No termo em destaque temos um caso da utilização do acento grave. A alternativa em que o acento indicativo de crase não procede é: a) O amor deve ser saboreado gota à gota, e não de uma só vez; b) Tais informações são iguais às que recebi ontem; c) Perdi uma caneta semelhante à sua; d) A construção da casa obedece às especificações da Prefeitura; e) Não assistiu a essa apresentação, mas à de seu irmão. www.tecconcursos.com.br/questoes/1277323 Marinha - Alun (CN)/CN/2017 Língua Portuguesa (Português) - Crase Encontros e desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão." Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1418080 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277323 mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor ... Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa- se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno. Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes. Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa ... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: ht!p:/Icarlos.eduardouchoa.com.br/blog/ Em "Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam[ ... ]." (4°§), o acento indicador de crase foi corretamente empregado. Em que opção isso também ocorre? a) Suas ideias sobre o usa do whatsApp são semelhantes às de meus amigos.b) Dirijo-me à estas pessoas que preferem o mundo virtual ao real. c) A conversa à que fiz referência não aconteceu no mundo virtual. d) Conversas no mundo digital acontecem à qualquer hora. e) Percebi às vezes que você trocou o real pelo virtual. 509) www.tecconcursos.com.br/questoes/851940 IME - CFG (IME)/IME/2017 Língua Portuguesa (Português) - Crase APÓS A LEITURA ATENTA DOS TEXTOS A SEGUIR APRESENTADOS, RESPONDA A QUESTÃO. Texto 1 A CONDIÇÃO HUMANA A Vita Activa e a Condição Humana Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra. O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida A condição humana do labor é a própria vida. O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição humana do trabalho é a mundanidade. A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines esse desinere). Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicação . A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento, se os homens não passassem de repetições interminavelmente reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir. As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. O labor e o trabalho, bem como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é produzir e preservar o mundopara o constante influxo de recém chegados que vêm a este mundo na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta Não obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade o novo começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a 1 https://www.tecconcursos.com.br/questoes/851940 mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico. A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da existência humana. É por isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complementam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes da existência humana. Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher, refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher foi criada “do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação. Especialmente interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a existir vários de uma só vez” (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie da vida animal, em oposição à singularidade da existência humana. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp. 15-17 (texto adaptado). Texto 2 DAS VANTAGENS DE SER BOBO O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando.". Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente