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RESUMO CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS

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RESUMO CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS
A busca atual por restaurações estéticas tem resultado em um aumento no uso de cerâmicas dentais, antes restritas apenas ao tratamento em regiões anteriores, e hoje também abrangendo região posterior. Vários materiais cerâmicos e novas técnicas têm sido desenvolvidos, uma vez que as propriedades dos materiais cerâmicos tradicionais tinham limitada indicação para restaurações de maiores extensões devido a forças excessivas. Sua aplicação clínica consagrou-se por apresentar várias propriedades desejáveis de forma semelhante aos dentes naturais, dentre as quais se destacam: 
· Translucidez
· Fluorescência 
· Estabilidade química
· Coeficiente de expansão térmica linear próxima ao da estrutura dentária
· Compatibilidade biológica
· Maior resistência à compressão e à abrasão - resistência ao desgaste
· Biocompatibilidade
· Estabilidade de cor ao longo do tempo
· Durabilidade química
· Adaptação marginal e boa relação com os tecidos periodontais resultando em longevidade para o tratamento restaurador.
As cerâmicas possuem a capacidade de reproduzir os complexos fenômenos ópticos observados na estrutura dental, tais como fluorescência, opalescência, translucidez e opacidade, isso faz com o que elas sejam consideradas excelentes quando comparada a outros materiais estéticos. Outra vantagem é o fato de ser o material mais biocompatível para se realizar restaurações dentárias. Esta característica está intimamente relacionada com sua capacidade de manter a cor e a textura por períodos prolongados, apresentando alta estabilidade química e alta resistência à abrasão, principalmente em relação às resinas compostas.
Além destas características já citadas, ainda pode-se destacar como vantagens das cerâmicas odontológicas as características relacionadas a cor e textura, promovendo uma estética superior, a resistência mecânica que possibilita a estabilidade de cor, alta resistência e durabilidade, baixo acúmulo de biofilme devido a sua excelente lisura superficial, o coeficiente de expansão térmica próxima ao dente e a rigidez compatível com o remanescente dental. 
Ainda como características das cerâmicas, podemos citar como desvantagens: 
· Alto potencial de desgastar o esmalte do dente antagonista, principalmente quando a sua superfície se encontra rugosa, e quando o paciente apresenta hábitos parafuncionais como bruxismo.
· Baixa tenacidade à fratura: característica indesejável das cerâmicas 
odontológicas que impede o seu uso irrestrito. A tenacidade à fratura destes materiais é aproximadamente 10 vezes menor do que a tenacidade dos metais. Isto significa que, quando utilizadas em aplicações estruturais apresentam grande risco de sofrer fratura. 
Essa propriedade indica a quantidade de energia que um material consegue absorver antes de se fraturar. Enquanto os metais apresentam tenacidade ao redor de 40 MPa.m1/2, a cerâmica odontológica mais tenaz (zircônia policristalina) apresenta tenacidade de 9,0 MPa.m1/2.
CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO TIPO E CONTEÚDO DA CERÂMICA (COMPOSIÇÃO) 
As cerâmicas odontológicas atuais, mais citados na literatura, podem ser divididas quanto ao tipo em: 
· Cerâmicas convencionais (feldspáticas) 
· Cerâmicas reforçadas, onde os materiais para reforço podem ser: 
leucita, dissilicato de lítio, alumina e zircônia. 
1. Cerâmicas convencionais: feldspáticas
As porcelanas feldspáticas apresentam translucidez e coeficiente de expansão térmica linear semelhante aos dentes; são resistentes à compressão e à degradação hidrolítica promovida pelos fluidos orais, além de não possuírem potencial corrosivo. No entanto, apresentam baixa resistência à tração e flexão e elevada dureza. Como desvantagem, é percebido que por ser um material friável, apresentam limitada capacidade de dissipação de tensões, sendo estas acumuladas nas extremidades, nos ângulos e nas fendas da restauração. As cerâmicas têm limitada capacidade de deformação quando são submetidas a forças que tendem a flexioná-las devido ao alto módulo de elasticidade. Assim, as tensões tendem a serem acumuladas no próprio material e, caso haja a presença de fendas, pode ocorrer propagação destas, ocasionando a sua fratura.
2. Cerâmicas reforçadas
2.1. Reforçadas por leucita:
Procurando aumentar a resistência das cerâmicas feldspáticas, foram adicionadas partículas de leucita, apresentando uma resistência flexural em torno de (180 Mpa) o que dava a ela limitações em suas indicações, ficando restritas a confecção de facetas, inlays, onlays e coroas anteriores. Esteticamente apresentava bom resultado estético devido sua propriedade translúcida.
2.2. Reforçadas por dissilicato de lítio:
As cerâmicas vítreas reforçadas pelo acréscimo de cristais de dissilicato de lítio podem ser até sete vezes mais resistente quando comparado às porcelanas feldspáticas convencionais, porém, sua translucidez é inferior. Considerando o fator resistência do material combinado com a tenacidade a fratura, as cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio podem ser indicadas para confecção de inlays, onlays, laminados, coroas unitárias e próteses parciais fixas de três elementos até a região de 2º pré-molar. Assim como, podem ser empregados como infraestrutura para próteses unitárias de até três elementos, recebendo posteriormente, recobrimento com porcelanas feldspáticas compatíveis. São inúmeras as vantagens de se utilizar cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio, entre elas são: ausência de infraestrutura metálica ou opaca, boa translucidez, resistência e estética adequada. Entretanto, alto investimento inicial é requerido devido à necessidade de equipamentos especiais para seu processamento.
2.3. Com partículas de alumina:
As cerâmicas aluminizadas foram desenvolvidas para proporcionar duas vezes mais resistência à fratura quando comparadas às cerâmicas feldspáticas convencionais. Foi observado que o acréscimo de alumina proporcionou uma perda na translucidez, devido à limitada transmissão de luz pelos cristais de alumina, além de uma resistência ainda insuficiente para o adequado uso na região posterior e construção de próteses parciais fixas. Sendo assim, sua limitação clínica limita-se para próteses de três elementos na região anterior, e também passou a ser indicada para confecção de núcleos cerâmicos.
Apesar do aumento da resistência, a inserção de alumina promoveu significante aumento da opacidade da cerâmica. Essa nova formulação foi empregada como jaquetas de porcelana, sendo posteriormente também empregada como material de cobertura sobre infraestruturas metálicas e cerâmicas. As coroas produzidas com cerâmica aluminizada eram consideradas mais estéticas do que as coroas metalocerâmicas, porém este material não apresentava resistência suficiente para suportar áreas de alto esforço mastigatório, como nos dentes posteriores, tendo sua indicação limitada à região anterior. 
Tendo como objetivo eliminar a porosidade, aumentar força e limitar a propagação de fissuras, foram adicionadas partículas de vidro de lantânio às cerâmicas reforçadas por alumina, melhorando assim as tensões de compressão diante do aumento de forças sobre as mesmas. Um exemplo que podemos citar é o sistema InCeram Alumina, que apresenta grau de opacificação por apresentar um cooping opaco e cerâmica feldspática para cobertura estética, proporcionando assim uma ampliação das indicações clínicas dessas cerâmicas, podendo ser usadas de forma de coroas unitárias anterior e posterior, e na confecção de abutments personalizados para implantes.
2.4. Zircônia:
Foi desenvolvida para evitar à ocorrência de propagação de trincas observadas em cerâmicas aluminizadas. Ela se propõe a ser uma nova geração de cerâmica dentária demonstrado maior versatilidade devido as suas propriedades mecânicas, estética, biocompatibilidade, além de possuir elevada resistência à fratura e baixo módulo de elasticidade. A adição de óxido de ítrio a zircônia tem o intuito de diminuir a propagação de trincas controlando a expansão de volume e estabilizar a zircônia na fase tetragonalem altas temperaturas. O aumento de volume cria tensões de compressão na rachadura que visa neutralizar a tensão externa. Este fenômeno é conhecido como transformação e retardo na propagação de trincas. Esse mecanismo não impede a progressão de uma fratura, ele apenas torna mais difícil essa propagação. Com o aumento da resistência mecânica, essa cerâmica é mais recomendada para confecção de abutments para implantes, confecção de barras de prótese protocolo, para infraestrutura de reabilitações protéticas de grande extensão, todavia, devem ser respeitados os requisitos físico-mecânicos do material bem como seus princípios técnicos, como o planejando de conectores de no mínimo 4mm de espessura.
Já a classificação das cerâmicas quanto ao seu conteúdo temos: 
· Cerâmicas vítreas: feldspáticas, leucita e dissilicato de lítio.
· Cerâmicas cristalinas/policristalinas: alumina e zircônia.
1.CERÂMICAS VÍTREAS FELDSPÁTICAS
As cerâmicas vítreas são aquelas que em sua conformação original estão em estado vítreo. São originadas a partir de um tratamento térmico do mineral feldspato e por perdem apenas parcialmente essa fase vítrea, são altamente resistentes à cristalização (desvitrificação) durante o processo de queima e são extremamente biocompatíveis.
A partir da reação do mineral feldspato, há a formação em maior quantidade de vidro amorfo (fase vítrea) e menor em leucita (fase cristalina), variando entre 5-30 por cento. O resultado de leucita na matriz formada está ligado proporcionalmente à quantidade pré-existente de feldspato de potássio em sua composição. Os valores de resistência flexural são considerados baixos devido ao baixo conteúdo cristalino. Por isso, sua aplicação primária é de facetas laminadas anteriores. Podendo ainda servir como cerâmica de recobrimento para restaurações metalocerâmicas ou de cerâmicas de maior resistência, e inlay de uma face (local de baixa tensão).
São altamente estéticas, pois além de terem alto conteúdo vítreo, permitem o manejo dessa composição, como através da adição de óxidos metálicos e de alumina. Esses óxidos vão agir como opacificadores, mascarando o metal ou subestrutura de coloração desfavorável. Dessa forma, teremos uma porcelana mais opaca e sem necessidade de aumentar mais a sua espessura.
Além disso, a presença de vidro na composição de cerâmicas permite que as mesmas passem por tratamento de superfície interna com jateamento de óxido de alumínio e ácido fluorídrico. Esse condicionamento é possível devido a presença de sílica nessa matriz, que reagirá e será formado micro retenções na superfície da restauração fornecendo uma união mecânica ao cimento resinoso. E através da silanização (Silano) é possível ter uma união química entre a peça cerâmica e o agente cimentante resinoso.
Portanto, por conta da sua composição vítrea, as cerâmicas feldspáticas tem alta translucidez e coeficiente de expansão térmica semelhante aos dos dentes naturais, sendo resistentes à compressão e à degradação hidrolítica existente na cavidade oral. Porém, sua baixa resistência ainda é um limitante para as indicações. Por isso, foi desenvolvido cerâmicas vítreas com maior conteúdo de cristais, com a finalidade de aumentar a resistência, porém manter a qualidade estética da restauração e assim, aumentar a gama de indicações.
Estrutura cristalina favorece uma maior densidade do material, devido ao fato de ter menos espaços vazios em sua estrutura. Essa falta de espaços vazios também faz com que o mesmo seja opaco.
Estrutura amorfa, cujos átomos se posicionam de forma randômica. Isso faz com que sejam transparentes, uma vez que há muitos espaços vazios entre os átomos de sua estrutura, permitindo a passagem de luz.
1.2. CERÂMICAS VÍTREAS REFORÇADAS POR LEUCITA E DISSILICATO DE LÍTIO
Essas cerâmicas são compostas por um sistema formado de matriz vítrea e reforçado por matriz cristalina. Atualmente, cada vez mais é indicado cerâmicas vítreas reforçadas por leucita e dissilicato de lítio. Porque a modificação da matriz vítrea com cristais consegue alcançar maiores propriedades mecânicas e estéticas, como uma maior translucidez ou maior opacificação.
As cerâmicas vítreas com cristais de leucita apresentam coeficiente de expansão térmica, índice de translucidez similar ao das cerâmicas feldspáticas e, permite que a cerâmica ao passar pelo processo de tratamento de superfície, crie micro retenções, melhorando a entrada dos cimentos resinosos e criando uma maior ligação micromecânica. Por isso pode ser indicada para confecção de facetas, coroas anteriores e inlays, onlays e coroas em pré-molares. Entretanto, por não possuírem quantidade e nem tipo de cristal adequado, não são indicadas para restaurações em grande estresse oclusal, resultando em valores baixos de resistência à flexão e de tenacidade à fratura.
Matriz vítrea com a incorporação de cristais de leucita
Já as cerâmicas reforçadas com dissilicato de lítio apresentam maior resistência, pois seus os cristais se apresentam como bastonetes, mais bem compactados, reduzindo a propagação de uma trinca em seu interior.
Matriz vítrea com a incorporação de cristais de dissilicato de lítio com formato de bastonetes.
As cerâmicas vítreas que possuem matriz com dissilicato de lítio são restaurações monocromáticas, isto é, um bloco de cor. Elas são indicadas para casos em que é necessário média ou alta translucidez e maior resistência. Podem ser produzidas através da técnica injetada (técnica da cera perdida) ou através do processo de fresagem. E ainda é possível realizar através da técnica de estratificação, a incorporação de partículas de apatita que melhoraram as propriedades estéticas, como a translucidez, brilho e refração de luz. Por isso, possuem uma maior gama de indicações, podendo ser indicada coroa anteriores e posteriores, prótese parcial fixa anterior de até 3 elementos, onlay, inlay e inclusive facetas.
2.CERÂMICAS POLICRISTALINAS
Esse sistema cerâmico não é composto por matriz vítrea. As partículas desse tipo de cerâmica estão dispostas de forma complexa, menos espaçadas e mais compactadas. Por isso se tornam mais resistentes, pois se torna mais difícil ter uma fissura numa matriz mais densamente preenchida. Além disso, são constituídas por óxidos estabilizadores, que aumentam a resistência do material. Podem ser feitas a partir de cristais de óxido de alumínio e óxido de zircônio.
A evolução das cerâmicas policristalinas focou em desenvolver cerâmicas altamente purificadas, compostas quase que exclusivamente pelos cristais de óxido. E nesse sentido, a zircônia pura estabilizada por ítrio superou os sistemas constituídos por alumina por apresentarem menor opacidade e maior resistência. 
A utilização da zircônia foi possível devido ao grande avanço tecnológico no processo de confecção computadorizada das cerâmicas. Apresentam valores de alta resistência e tenacidade à fratura e à corrosão, por isso, são indicadas como subestruturas para próteses parciais fixas anteriores de três elementos, coroas posteriores e próteses parciais fixas posteriores. Por não serem constituídas de matriz vítrea nem tampouco de sílica, não é possível efetuar o condicionamento ácido dessas peças cerâmicas. No entanto, é possível fornecer um imbricamento adesivo através do jateamento com óxido de alumínio associado ao cimento resinoso contendo monômeros fosfato.
Esses sistemas cerâmicos também podem ser classificados quanto à possibilidade de condicionamento com ácido fluorídrico:
· Cerâmica ácido-sensível.
· Cerâmica ácido-resistente.
A sensibilidade da superfície cerâmica é um fator de grande relevância clínica e esta pode ser dividida em 2 grupos: as cerâmicas ácido-sensíveis, onde a matriz vítrea da cerâmica se degrada na presença do ácido fluorídrico e as cerâmicas ácido-resistentes: cerâmicas que não são afetadas pelo tratamento de superfície por apresentarem baixo ou nenhum conteúdo de sílica, consequentemente sofrem pouca ou nenhuma degradação superficial na presença do ácido fluorídrico. As cerâmicas ácido-sensíveis compreendem ascerâmicas com grande quantidade de sílica (matriz vítrea) em sua composição, como as cerâmicas feldspáticas e de dissilicato de lítio, uma vez que a sílica é a substância degradada quando em contato com o ácido fluorídrico a 10%. Por outro lado, as cerâmicas ácido-resistentes apresentam em sua composição uma quantidade alta de óxidos (fase cristalina), como o óxido de alumínio, o óxido de zircônio, e baixa quantidade de sílica. Neste caso o condicionamento ácido destas cerâmicas não é eficiente. 
O ácido fluorídrico a 10% em contato com cerâmicas ácido sensíveis causa uma dissolução seletiva da matriz vítrea, em função do tempo de exposição ao ácido, modificando a morfologia superficial da cerâmica por meio da criação de microretenções que favorecem a retenção do cimento resinoso. Logo deve-se utilizar um agente de união para promover uma união química entre a cerâmica o cimento resinoso e que aumente a molhabilidade do cimento nas micro retenções da cerâmica. Esse tipo de tratamento de superfície seguido da aplicação do agente silano e do cimento resinoso promove um excelente desempenho clínico dessas restaurações indiretas. 
Devido às características de adesividade ao substrato dental, as cerâmicas ácido-sensíveis são normalmente indicadas para facetas, lente de contato, fragmento cerâmico, inlays, onlays e coroas anteriores, assim como, podem ser utilizadas em dentes que apresentam núcleos de preenchimento associados a pinos de fibra de vidro. Já as cerâmicas ácido-resistentes têm como indicação principal coroas unitárias anteriores e posteriores e próteses fixas anteriores e posteriores devido às suas características de alta resistência flexural. 
Classificação das cerâmicas odontológicas quanto à sensibilidade da superfície (Ácido fluorídrico a 10%) e o seu tempo de condicionamento.
CLASSIFICAÇÕES DAS CERÂMICAS QUANTO À INDICAÇÃO CLÍNICA 
As tradicionais coroas metalocerâmicas consistem numa infraestrutura de metal recoberta por porcelana. A infraestrutura de metal é opaca e por consequência não consegue imitar a translucidez do dente natural. Os sistemas totalmente cerâmicos surgiram com o intuito de eliminar estas infraestruturas, na tentativa de promover uma melhor distribuição da reflexão da luz, resultando assim, numa melhor estética. Estes sistemas podem ser fabricados em uma única camada (coroas monolíticas), como as vitrocerâmicas (p. ex. cerâmicas à base de dissilicato de lítio ou de leucita), e posteriormente pintada para permitir as características de cor ou podem ser confeccionadas em camadas composta pela infraestrutura cerâmica e pela cerâmica de cobertura.
As cerâmicas odontológicas podem também ser classificadas quanto à sua indicação clínica, sendo categorizadas em materiais indicados para confecção de restaurações parciais, como inlay e onlay, facetas e laminados, coroas unitárias, próteses parciais fixas e materiais empregados para recobrimento de infraestruturas metálicas (metalocerâmicas) ou infraestruturas cerâmicas (metal free). Esta classificação depende das propriedades mecânicas e físicas, tais como: coeficiente de expansão térmica linear, resistência flexural, tenacidade à fratura, características ópticas (translucidez, opalescência, fluorescência). 
Portanto, para indicar adequadamente cada sistema cerâmico deve ser avaliada primeiramente a região da reabilitação, sendo que as propriedades ópticas do material são mais importantes que as altas resistências à flexão para as restaurações anteriores. Já as áreas posteriores necessitam de alta resistência flexural para suportar as cargas mastigatórias mais elevadas. Nesse caso, materiais mais opacos podem ser selecionados, já que a estética não é fator primordial para decidir o material a ser escolhido. Além das propriedades mecânicas e ópticas deve ser verificada a capacidade de adesão do material ao dente, pois quanto mais resistente é o material mais difícil é a realização da cimentação adesiva da peça, devido à dificuldade do condicionamento de superfície da cerâmica.

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